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Resumo:
Os bens do Ativo Imobilizado (AI) das empresas contribuintes do ICMS e/ou do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) podem
apresentar problemas ou defeitos que somente terceiros podem solucionar, sendo que aqueles acabam obrigados a enviarem a estes os
referidos bens para conserto. É exatamente essa operação (conserto) que analisaremos no presente Roteiro de Procedimentos, ou seja,
verificaremos aqui os aspectos fiscais relativos às remessas e retornos para conserto de bens do Ativo Imobilizado (AI) ou de materiais de
uso e/ou consumo, bem como a prestação de serviço decorrente dessa operação.
1) Introdução:
Dentre as diversas hipóteses de incidência do ICMS, de competência Estadual, temos o fornecimento de mercadorias com a concomitante
prestação de serviços. Essa operação é um dos grandes problemas tributários para determinadas atividades econômicas quando o assunto
é definir de quem é a competência tributária, dos Estados ou dos Municípios.
A Lei Complementar nº 116/2003, que dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), buscando minimizar as
polêmicas, destacou as hipóteses nas quais a prestação de serviço haverá também a incidência do ICMS sobre os materiais aplicados.
Segundo essa Lei Complementar, haverá a incidência do ISSQN apenas nos serviços que constarem em sua Lista anexa e, sobre os
materiais aplicados nesses serviços incidirá o ICMS apenas quando o item constante nesta Lista assim determinar.
Seguindo esse dispositivo legal, hierarquicamente superior, o Regulamento do ICMS do Estado de São Paulo (RICMS/2000-SP), aprovado
pelo Decreto nº 45.490/2000, veio estabelecer que o ICMS incidirá no fornecimento de mercadorias com prestação de serviços quando o
serviço:
Portanto, os casos onde o ICMS incide sobre mercadorias e o ISSQN sobre serviços são expressos e específicos, ou seja, são àqueles
casos expressamente mencionados na Lei Complementar nº 116/2003, em todos os demais apenas o ISSQN é devido, ainda que haja
fornecimento de materiais.
Dentre os serviços constantes da Lista de Serviços anexa a Lei Complementar nº 116/2003, que qualificam o emprego de mercadorias,
peças e partes ao pagamento do ICMS, encontramos o subitem 14.01, que assim prescreve:
14.01 - Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, conserto, restauração, blindagem,
manutenção e conservação de máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores, elevadores ou de
qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). (Grifo nossos)
Como podemos verificar, a operação de conserto (ato de ajustar, reparar ou restaurar algo) está no campo de incidência do ISSQN,
exceto as peças e partes empregadas que ficam sujeitas ao ICMS.
Devido à importância do tema, analisaremos no presente Roteiro de Procedimentos os aspectos fiscais relativos às remessas e retornos
para conserto de bens do Ativo Imobilizado (AI) ou de materiais de uso e/ou consumo, bem como a prestação de serviço decorrente dessa
operação. Para tanto, utilizaremos como base o RICMS/2000-SP, a Lei Complementar nº 116/2003 e, no que se refere ao Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI), utilizaremos o Regulamento do IPI (RIPI/2010), aprovado pelo Decreto nº 7.212/2010.
Por fim, cabe nossa Equipe Técnica registrar que, deverá ser observado procedimento especial quando tratar-se de substituição de partes
e peças defeituosas por assistência técnica, em virtude de garantia, conserto ou manutenção (1).
Base Legal: Subitem 14.01 da Lista de Serviços anexa à LC nº 116/2003 (UC: 03/12/16); Arts. 1º, caput, IV, 2º, caput, III e 7º, caput, IX e X do
RICMS/2000-SP (UC: 03/12/16) e; Portaria CAT nº 92/2001 (UC: 03/12/16).
2) Conceito:
2.1) Serviço:
As legislações do ICMS e do ISSQN não trazerem um conceito expresso de conserto, por isso mesmo vamos recorrer à doutrina pátria.
Assim, segundo o douto Bernardo Ribeiro de Morais, in "Doutrina e Prática do Imposto Sobre Serviços", editora Revista dos Tribunais
Ltda., novembro de 1975, p. 346, conserto:
consiste no serviço que restitui ao objeto usado suas anteriores condições de uso ou funcionamento.
Conserto, ajuste ou reparo vem a ser a atividade que tem por fim repor os objetos usados em bom estado,
fazendo com que os mesmos fiquem no estado para o qual se destinavam. Os exemplos são inúmeros:
conserto de bicicletas, caneta, mola, relógio, piano, balança, veículos, de máquinas, aparelhos, bombas, etc.
Portanto, para fins tributários, podemos considerar o conserto como sendo uma operação executada de forma onerosa pelo qual
colocamos em bom estado ou condição algo que estava danificado ou estragado, ou seja, ajustamos, reparamos ou restauramos algo,
colocando-o novamente em boas condições de uso.
Registra-se que, caso o bem consertado em estabelecimento de terceiro prestador de serviços se destine a uso próprio do estabelecimento
remetente, ocorrerá a prestação de serviços sujeita à tributação do ISSQN, conforme depreende da leitura do subitem 14.01 da Lista de
Serviços anexa a Lei Complementar nº 116/2003. Porém, caso o bem consertado se destine a posterior comercialização ou
industrialização pelo estabelecimento remetente, estaremos diante de outro tipo de operação, qual seja, a industrialização por
encomenda, que está no campo de incidência do ICMS e do IPI.
Base Legal: Subitem 14.01 da Lista de Serviços anexa à LC nº 116/2003 (UC: 03/12/16).
3) Tratamento Fiscal:
3.1) Quanto ao ISSQN:
Para identificarmos se o ISSQN incide ou não sobre a operação de conserto, é imprescindível saber se esse tipo de serviço consta ou não
na Lista de Serviços anexa à Lei Complementar nº 116/2003. Caso conste, haverá normalmente a incidência do imposto Municipal, caso
contrário, não haverá.
Feito essa observação, convêm analisarmos o subitem 14.01 da Lista de Serviços anexa à Lei Complementar nº 116/2003, que assim
dispõe:
14.01 - Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, conserto, restauração, blindagem,
manutenção e conservação de máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores, elevadores ou de
qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). (Grifo nossos)
Como podemos verificar neste dispositivo legal, a operação de conserto está no campo de incidência do ISSQN, exceto as peças e partes
empregadas que ficam sujeitas ao ICMS. Assim, quando da prestação desse tipo serviço, deverá ser emitido pelo prestador Nota Fiscal de
Serviço, o qual terá como valor da prestação a mão-de-obra efetivamente cobrada.
No caso da mercadoria, se esta for empregada no conserto e cobrada do tomador, deverá ser faturada mediante a emissão de Nota Fiscal
de Venda de mercadorias, Modelos 1, 1A ou 55 (Nota Fiscal Eletrônica - NF-e).
(...)
b) compreendidos na competência tributária dos municípios, mas que, por indicação expressa de lei
complementar, sujeitem-se à incidência do imposto de competência estadual;
(...)
(...)
VIII - a saída, de estabelecimento prestador de serviço de qualquer natureza definido em lei complementar
como de competência tributária do município, de mercadoria a ser ou que tenha sido utilizada na prestação
de tal serviço, ressalvadas as hipóteses previstas na alínea "b" do inciso III do artigo 2º;
Como podemos verificar no artigo 7º do RICMS/2000-SP, está amparada pela não incidência do ICMS a saída de estabelecimento
prestador de serviço de qualquer natureza definido em Lei Complementar como de competência tributária do Município, de mercadoria a
ser ou que tenha sido utilizada na prestação de tal serviço, ressalvadas as hipóteses previstas no artigo 2º, III, "b" do RICMS/2000-SP
acima publicada.
O artigo 2º, III, "b" do RICMS/2000-SP, por sua vez, estabelece que estão sujeitos ao ICMS o fornecimento de mercadoria com prestação
de serviços, quando compreendidos na competência tributária dos Municípios, mas que, por indicação expressa de Lei Complementar,
sujeitem-se à incidência do imposto de competência Estadual.
Referida Lei Complementar, como já dito neste trabalho, é a Lei Complementar nº 116/2003. Essa Lei Complementar estabelece em sua
Lista anexa quais são os serviços cujos materiais empregados estão sujeitos ao ICMS, no caso da operação de conserto, podemos verificar
esse fato no subitem 14.01 da Lista de Serviços anexa à Lei Complementar nº 116/2003, que assim dispõe:
14.01 - Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, conserto, restauração, blindagem,
manutenção e conservação de máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores, elevadores ou de
qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). (Grifo nossos)
Dito tudo isso, concluímos que os casos onde o ICMS incide sobre mercadorias e o ISSQN sobre serviços são expressos e específicos, ou
seja, são àqueles casos expressamente mencionados na Lei Complementar nº 116/2003, em todos os demais apenas o ISSQN é devido,
ainda que haja fornecimento de materiais. No caso da prestação de serviço, o ICMS incidirá apenas sobre as peças e partes empregadas
na prestação.
Base Legal: Subitem 14.01 da Lista de Serviços anexa a LC nº 116/2003 (UC: 03/12/16) e; Arts. 2º, caput, III e 7º, caput, VIII do RICMS/2000-SP (UC:
03/12/16).
Regra geral, a saída de mercadoria do estabelecimento de contribuinte é fato gerador do ICMS; para que não haja a cobrança desse
imposto em determinada operação ou sobre determinada mercadoria deverá haver expresso dispositivo legal determinando sua não
tributação. Diante isso, o Estado de São Paulo, através do artigo 7º, caput, IX do RICMS/2000-SP, veio prever a não-incidência do ICMS
na saída de máquinas, equipamentos, ferramentas ou objetos de uso do contribuinte, bem como de suas partes e peças, com destino a
outro estabelecimento para lubrificação, limpeza, revisão, conserto, restauração ou recondicionamento, desde que os referidos bens
voltem ao estabelecimento de origem.
(2) O artigo 132 do RICMS/2000-SP trata da isenção na remessa de peça defeituosa para o fabricante,
promovida pelo estabelecimento ou pela oficina credenciada ou autorizada, desde que ocorra até 30 (trinta)
dias depois do vencimento da garantia.
Base Legal: Arts. 5º, caput, XI e 38, caput, II, "a" do RIPI/2010 (UC: 03/12/16).
Lembramos que a referida Nota Fiscal deverá conter, além dos demais requisitos exigidos pela legislação, as seguintes informações:
A fim de exemplificar os procedimentos tratados neste subcapítulo, suponhamos que a empresa fictícia Vivax Indústria e Comércio de
Eletrônicos Ltda., empresa com sede no Município de Campinas/SP, tenha, em 25/07/2X01, remetido para a assistência técnica Tecnoinfo
Informática Ltda. um computador (NCM: 8471.50.10) que apresentou defeito. O objetivo é consertá-lo e restabelecer suas condições de
uso e funcionamento.
Considerando que esse computador está registrado na contabilidade da Vivax pelo custo de R$ 3.300,00 (três mil e trezentos reais),
teremos a emissão da seguinte Nota Fiscal de remessa para conserto:
No retorno de mercadoria anteriormente remetida para conserto também não haverá incidência do ICMS, conforme prevê o artigo 7º,
caput, X do RICMS/2000-SP, mas cabe observar que, sendo aplicadas partes ou peças no conserto do bem, estas serão normalmente
tributadas no retorno, uma vez que a não-incidência prevista no artigo 7º, caput, IX e X do RICMS/2000-SP aplicam-se somente na
remessa e no retorno do bem objeto do conserto.
Quanto ao IPI, o Parecer Normativo CST nº 434/1970 reza que o benefício é aplicado desde que os bens sejam destinados ao uso da
empresa encomendante, assim, deverá ser observado que haverá incidência do IPI, no retorno, quando:
a. o produto objeto da operação de conserto, revisão, etc., destinar-se a comércio pelo estabelecimento encomendante;
b. as partes e peças empregadas na operação referirem-se a componentes normais do estoque do executor da operação (produtos de
fabricação própria), uma vez que, neste caso, os produtos não foram confeccionados para serem empregados exclusivamente na
operação; ou
c. a operação for realizada após o prazo de garantia.
Em relação aos materiais utilizados no conserto, deverá ser observado que, sendo utilizados produtos como cola, tinta, verniz ou
quaisquer outros produtos não caracterizados como parte ou peça do bem, ou seja, não integrados efetivamente ao bem, não há que se
falar em incidência do ICMS, pois esses produtos comporão o preço do serviço e ficarão sujeitos à incidência do ISSQN.
Dando continuidade ao exemplo iniciado no subcapítulo 4.1 acima, suponhamos que já no dia seguinte à remessa o computador tenha sido
arrumado e devolvido ao remetente originário (Vivax). Assim, a empresa Tecnoinfo deverá emitir a seguinte Nota Fiscal:
Natureza da Operação: a expressão "Prestação de serviço tributado pelo ISSQN - Conserto", no caso de utilização de NF-e
Conjugada;
CFOP: o código 5.933 (operação interna) ou 6.933 (operação interestadual), conforme o caso, no caso de utilização de NF-e
Conjugada;
Base de Cálculo (BC) do ISSQN: A Base de Cálculo (BC) do ISSQN será o valor da mão-de-obra cobrada pelo serviço.
Dando continuidade ao exemplo iniciado no subcapítulo 4.1 acima, suponhamos que para conserto do computador tenha sido utilizado
uma placa de vídeo (NCM: 8471.80.00) adquirida de terceiros pela empresa de assistência técnica (Tecnoinfo). Considerando que a
Tecnoinfo cobrará da Vivax a peça substituída na operação, teremos a emissão da seguinte Nota Fiscal:
A Nota Fiscal de remessa deverá ser escriturada no Livro Registro de Saídas (LRS) do estabelecimento emitente lançando-se os valores
correspondentes nas colunas:
A Nota Fiscal de remessa deverá ser escriturada no Livro Registro de Entradas (LRE) do estabelecimento destinatário lançando-se os
valores correspondentes nas colunas:
Deverá ser utilizada quantas linhas forem necessárias do LRS do estabelecimento emitente para demonstrar todas as operações
efetuadas, da seguinte forma:
Retorno do bem: utilizar as colunas "Documento Fiscal", "Valor Contábil" (o mesmo valor relativo ao bem remetido para
conserto), "Isentas ou não tributadas" e "CFOP 5.916 ou 6.916";
Partes e Peças aplicadas: utilizar as colunas "Documento Fiscal", "Valor Contábil" (Com valor correspondente às partes e peças
aplicadas), "Base de Cálculo e Imposto" e "CFOP 5.101/5.102 ou 6.101/6102"; e
Mão-de-obra aplicada: utilizar CFOP 5.933/6.933 (No caso de se usar NF Conjugada).
Deverá ser utilizada quantas linhas forem necessárias do LRE do estabelecimento destinatário para demonstrar todas as operações
efetuadas, da seguinte forma:
Retorno do bem: utilizar as colunas "Documento Fiscal", "Valor Contábil" (o mesmo valor relativo ao bem remetido para
conserto), "Isentas ou não tributadas" e "CFOP 1.916 ou 2.916";
Partes e Peças aplicadas: utilizar as colunas "Documento Fiscal", "Valor Contábil" (Com valor correspondente às partes e peças
aplicadas), "Outros" e "CFOP 1.556/2.556"; e
Mão-de-obra aplicada: utilizar CFOP 1.933/2.933 (No caso de se usar NF Conjugada).
Assim, quem não reveste a condição de contribuinte do ICMS não terá de cumprir nenhuma obrigação principal ou acessória relacionada
ao imposto. Recomenda-se, entretanto, que as empresas não-contribuintes do ICMS que eventualmente transportem bens, materiais ou
mercadorias, que faça o com documento de uso interno, declaração elaborada pelo remetente, por exemplo, para acompanhar o trânsito
dos mesmos até o destinatário final.
a. os dados do emitente;
Essa declaração deve ser emitida em quantidades de vias suficientes para a retenção de uma delas em eventual fiscalização Estadual.
Recomendamos a utilização de 3 (três) vias, sendo uma para o remetente, uma para o destinatário e outra para acompanhar os materiais
juntamente com a via do destinatário.
Esse posicionamento podemos extrair da análise da Resposta à Consulta nºs 499/1987, que transcrevemos a seguir:
1 - A .......... relata que suas ........ Subseções, espalhadas em todo o território paulista, possuem
equipamentos de reprodução xerográfica, para uso e fornecimento de cópias aos advogados.
2 - Considerando que necessita enviar materiais (papel, toner, revelador, absorvente, cilindro etc.) para as
respectivas Subseções, consulta sobre a possibilidade de despachar esses materiais (por ônibus,
caminhonete ou outro veículo) acompanhados do memorando anexado à consulta, do qual constam, além da
discriminação dos bens, indicações sobre o remetente, destinatário e empresa transportadora.
3 - As obrigações acessórias previstas no Regulamento do ICM aprovado pelo Decreto no 17.727/81 devem,
em princípio, ser cumpridas:
4 - No caso vertente, a consulente não pratica operações relativas à circulação de mercadorias, não é
inscrita nem está sujeita à inscrição no Cadastro de Contribuintes do ICM (art. 17 do RICM). Não está
obrigada, portanto, ao cumprimento das obrigações acessórias estabelecidas para os contribuintes em
geral.
5 - Assim sendo e à falta de disposição expressa exigindo a emissão de documento específico para o
transporte dos materiais referidos na Consulta, pode a interessada adotar o impresso que lhe convier.
Consultor Tributário
De acordo.
Consultor Tributário-Chefe
Enfatizando esse entendimento, a Consultoria Tributária da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz/SP) editou nova
Resposta à Consulta (131/2006) sobre a matéria em análise, a qual transcrevemos na íntegra:
ICMS - Obrigações acessórias - Movimentação de bens, neste Estado, por empresa não-contribuinte do
ICMS - Possibilidade de utilização de documento interno.
"Possuímos jogo com 06 bonecos tamanho grande, produzidos artesanalmente, que são vestidos por pessoas
e utilizados para apresentações em escolas, sem fins comerciais (não se cobra entrada ou ingresso). Como
estes bonecos eventualmente precisam ser enviados para outras cidades e localidades fora do estado de São
Paulo, gostaríamos de saber como devemos proceder neste caso, já que não existe uma nota fiscal que
acompanha o produto transportado, ficando sujeito a fiscalização na estrada e um possível questionamento
sobre seu destino e origem. Solicitamos assim a gentileza de que esta Secretaria nos informe a melhor
forma de assegurar que o transporte chegue a seu destino sem imprevistos. Que tipo de documentação
devemos usar?"
2. Inicialmente, esclarecemos que nos termos do Regulamento do ICMS/SP, aprovado pelo Decreto
45.490/00, contribuinte do imposto é qualquer pessoa, natural ou jurídica, que de modo habitual ou em
volume que caracterize intuito comercial, realize operações relativas à circulação de mercadorias ou preste
serviços de transporte interestadual ou intermunicipal ou de comunicação (artigo 9º). É também
contribuinte a pessoa natural ou jurídica que, mesmo sem habitualidade ou intuito comercial, importe
mercadoria ou bem do exterior, qualquer que seja a sua finalidade (artigo 10, inciso I).
3. Não sendo a Consulente contribuinte do ICMS e, portanto, não inscrita no cadastro de contribuintes
deste Estado, não terá que cumprir nenhuma obrigação acessória relativa a este imposto.
4. Assim, para a movimentação de seus bens, dentro do Estado de São Paulo, a Consulente poderá utilizar
documento interno que, recomenda-se, contenha a indicação de que se trata de bens de propriedade da
Consulente, destinados à apresentação em escolas, que retornarão ao estabelecimento de origem, bem
como informações sobre o local de remessa e de destino, data do evento, descrição dos bens (denominação
dos objetos, número de volumes, etc.) e características do transporte, com vias suficientes para a eventual
retenção de uma delas, na hipótese de ser interpelada pela fiscalização. Devendo, nesse momento,
comprovar o motivo determinante da remessa ou retorno dos referidos bens, sendo conveniente, também, a
apresentação de cópia da presente resposta.
4.1. Registre-se, que essa orientação refere-se, exclusivamente, à legislação do ICMS (imposto de
competência estadual), uma vez que não cabe a este órgão consultivo se pronunciar acerca da eventual
necessidade de utilização de documentos relativos à fiscalização sob competência de outros entes
federativos.
5. Ressalta-se, ainda, que a orientação acima somente prevalece dentro do território paulista, em virtude da
limitação da competência outorgada pela Constituição Federal e da autonomia das unidades federadas.
5.1. Dessa forma, para a movimentação de bens fora do nosso Estado, recomendamos a consulta aos demais
Fiscos estaduais envolvidos.
Consultora Tributária.
De acordo.
De acordo.
Ressaltamos que este é o entendimento do fisco paulista em relação às operações internas, devendo ser consultado o fisco do Estado
destinatário, quando se tratar de operações interestaduais, para que o estabelecimento fique resguardado de qualquer questionamento
por parte dele.
Base Legal: Art. 19 do RICMS/2000-SP (UC: 03/12/16); RC nº 499/1987 (UC: 03/12/16) e; RC nº 131/2006 (UC: 03/12/16).
Lembramos que esse documento fiscal (Nota Fiscal de Entrada) servirá para acompanhar o trânsito da mercadoria até o local do
estabelecimento emitente, na hipótese desse estabelecimento assumir o encargo de retirá-la ou de transportá-la, e será emitido com todos
os requisitos normalmente exigidos pela legislação, inclusive com o uso da CFOP 1.915 (operação interna) ou 2.915 (operação
interestadual), correspondente a entrada de bem ou mercadoria recebido para conserto ou reparo.
(4) Caso nosso leitor queira mais informações a respeito das remessas de bens efetuadas por não
contribuinte, recomendamos a leitura do nosso Roteiro de Procedimentos intitulado "Circulação de bens,
materiais ou mercadorias por não contribuinte".
Esse entendimento foi exarado pela Consultoria Tributária da Sefaz/SP através da Resposta à Consulta nº 11.878/2016, a qual
transcrevemos na íntegra:
Ementa
ICMS - Assistência técnica - Conserto de equipamento para posterior revenda - Remessa e retorno.
I. A remessa de mercadoria avariada para conserto à assistência técnica, considerando que o produto
consertado se destina a posterior comercialização, caracteriza industrialização por encomenda e deve
observar disciplina específica (artigo 402 e seguintes do RICMS/2000 c/c artigo 3º da Portaria CAT
92/2001).
Relato
1.A Consulente, a qual possui atividade principal de fabricação de periféricos para equipamentos de
informática (CNAE 26.22-1/00), declara que também presta serviço de reparo para clientes, pessoas
jurídicas "detentores das marcas".
2.Informa que o cliente envia tanto o equipamento avariado para conserto sob o CFOP 5.915, a título de
"remessa para conserto", como também as partes, peças e equipamentos como material consignado sob o
CFOP 5.949, a título de "outras saídas". Após serem reparados, os equipamentos retornam sob o CFOP
5.916, a título de "retorno de conserto", e as partes e peças utilizadas são retornadas simbolicamente sob o
CFOP 5.949, a título de "retorno de peças".
3.Menciona que, até o presente momento, não realiza o creditamento do ICMS destacado na Nota Fiscal
referente à entrada dessas partes, peças e equipamentos, por considerá-los bens de uso e consumo, de
propriedade do cliente, que não serão utilizados no processo produtivo.
4.Acrescenta que, no retorno das partes, peças e equipamentos, efetua o estorno do débito, com base na
alínea "a" do inciso I do artigo 63 do RICMS/2000, sendo que, muitas vezes, as saídas não ocorrem no
mesmo mês em que se verificou a entrada no estabelecimento, "em virtude disso também o crédito não é
recuperado".
5.Por fim, indaga se, no momento do recebimento do material consignado, poderia creditar-se do ICMS
destacado na Nota Fiscal referente à remessa das peças, e se, no momento da devolução simbólica do
material consignado, poderia deixar de estornar o débito do ICMS destacado na Nota Fiscal referente ao
Interpretação
6.Inicialmente, considerando que os clientes da Consulente são pessoas jurídicas "detentoras das marcas" e
que os CFOPs apresentados pela Consulente (item 2 supra) são do grupo "5", essa resposta partirá do
pressuposto de que seus clientes estão localizados neste Estado e enviam os equipamentos avariados para
conserto e posterior comercialização (produtos caracterizados como mercadorias).
7.Essa hipótese, em que contribuinte do imposto remete mercadoria avariada para conserto à assistência
técnica e o produto consertado destina-se a posterior comercialização, caracteriza industrialização por
encomenda, conforme disciplina do artigo 3º da Portaria CAT 92/2001. Nessa situação, deverão ser seguidas
as regras referentes à industrialização por encomenda previstas nos artigos 402 e seguintes do
RICMS/2000, observada a Portaria CAT 22/2007, quando for o caso.
8.Ainda nesse caso, o envio de partes e peças para conserto desses mesmos equipamentos, pelo cliente da
Consulente, deve também observar as regras estabelecidas pelos artigos 402 e seguintes do RICMS/2000,
tanto na remessa efetuada pelo encomendante, como no respectivo retorno.
8.1.Dessa forma, quanto à indagação registrada no item 5 desta resposta, cumpre salientar que, a princípio,
não há que se falar em crédito do imposto, em razão da disciplina estabelecida para a industrialização sob
encomenda (artigo 402 do RICMS/2000), em que a remessa de materiais (equipamentos, partes e peças),
pelo encomendante, ao industrializador (Consulente) ocorre sob a suspensão do lançamento do ICMS.
9.No entanto, posto isso, no que se refere à menção feita pela Consulente a material consignado (itens 2 e 5
desta resposta), ressalve-se que, nos termos do artigo 470 do RICMS/2000, "entende-se por consignação
industrial a operação na qual ocorre remessa, com preço fixado, de mercadoria com finalidade de
integração ou consumo em processo industrial, em que o faturamento dar-se-á quando da utilização desta
mercadoria pelo destinatário". Dessa forma, a consignação industrial pressupõe uma operação de venda
(faturamento), sendo o remetente o vendedor da mercadoria enviada em consignação.
9.1.Tendo em vista que as partes e peças enviadas para serem utilizadas no conserto do equipamento
avariado não são vendidas à Consulente (uma vez que equipamentos, partes e peças são enviados pelo
cliente encomendante e serão a ele retornados), depreende-se do exposto que, na situação em questão, não
devem ser observadas as regras de consignação industrial previstas nos artigos 470 a 474-A do
RICMS/2000.
10.Por oportuno, cabe esclarecer quem de todo modo, o retorno do material consignado (item 4 desta
resposta) não se enquadra nas hipóteses previstas na alínea "a" do inciso I do artigo 63, uma vez que não se
trata de "devolução de mercadoria, em virtude de garantia ou troca, efetuada por produtor ou por qualquer
pessoa natural ou jurídica não considerada contribuinte ou não obrigada à emissão de documentos fiscais".
11.Por fim, como a Consulente descreve procedimentos diversos dos informados nesta resposta à consulta,
deverá dirigir-se ao Posto Fiscal de sua vinculação para buscar orientação quanto à eventual necessidade de
regularização da situação apresentada (artigo 529 do RICMS/2000).
(5) A Resposta à Consulta Tributária aproveita ao consulente nos termos da legislação vigente. Deve-se
atentar para eventuais alterações da legislação tributária.
Informações Adicionais:
Este material foi escrito em 14/02/2014 pela Equipe Técnica da Tax Contabilidade, sendo que o mesmo foi atualizado em 28/12/2016,
conforme legislação vigente nesta mesma data. Todos os direitos reservados.