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C WD

ENCICLOPEDIA
POPULAR de

BÍBLICA
Mais de 140

tópicos

com entados

por notáveis

e s p e c ia l is t a s

em profecias

TIM LAHAYE
Criador e c o - a u t o r de d e i x a d o s p a r a t r á s

ED HINDSON
E D I T O R E S G E R A I S
ENCICLOPEDIA
POPULAR de
PROFECIA
BÍBLICA 3“ Impressão

Traduzido por
James Monteiro dos Reis
e
Degmar Ribas

CB4D
Rio de Janeiro
2010

TIM LAHAYE
Cr ia dor e c o - a u t o r de d e ix a d o s para trás

ED HINDSON
E D I T O R E S G E R A I S
AGRADECIMENTOS

N ossos mais sinceros agradecimentos a Kelly McBride,


que digitou a maior parte do manuscrito original
e auxiliou na administração dos arquivos eletrônicos.

Parte do m aterial utilizado nesta obra foi, conform e Mayhue, Richard. “T h e Prophets Watchword: Day of
autorização, extraíd o das seguintes fontes: the Lord”. Grace Theolugical Jiiumal 6, n .° 2, 1985.

G ro m ac k i, R obert. The Holy Spirit. D alas: W ord, --------- . “W hy a Pretribulational Rapture?” The M aster’s
1999. Seminary Journal 13, n .° 2, outono de 2002.

H ouse, W ayne. “Progressive D isp en sation alism ” .


Ryrie, C h arles, Tom D avis e Joe Jordan , editores.
E nsaio apresen tad o no C e n tro de Pesquisa Pré-
Countdown to Armageddon. Eugene, O regon: H ar­
tribulacionista.
vest H ouse Publishers, 1999.
Jerem iah , D avid. What the Bible Says A bout Angels.
S isters, O regon: M u ltn om ah Publishers, 1996. Stitzinger, Jam es. “T h e Rapture in Twenty Centuries o f
Biblical Interpretation” . The M aster’s Seminary Jour­
LaH aye, Tim , editor. Tim LaH aye Profecy Study Bible.
nal 13, n ." 2, outono de 2002.
C K attanooga: am g Publishers, 2000.

O s seguintes artigos foram , em grande parte, e xtraíd o s da Tim LaH aye Prophecy Study Bible [“ B íblia de Estudos
Proféticos T im L aH ay e ”], edição N K JV . C h a ttan o g a, Ten nessee: am g Publishers, 2001 (uso autorizado): G o d ’s
C o v e n a n ts with M an [“A s alian ças de Deus com o h o m em ”], de R ich ard M ayhue, p. 20; T h e O ffice o f the
P rophet [“A in cum bência do P rofeta”], de Ed H in dso n , p. 32 0 ; T h e R esu rrections [“A s ressurreições”], d e G ary
Frazier, p. 1361; T h e False P rophet |“0 Falso P rofeta” ], de Ed H in dson , p. 1516.

O s seguintes artigos con têm algum as sen ten ças extraíd as da Tim LaH aye Prophecy Study Bible [“ B íblia de E s­
tudos Proféticos T im L aH ay e”], edição N K JV . C h a ttan o g a, Tennessee: am g Publishers, 2001 (uso autorizado):
G o g and M agog [“ G o g u e e M agogue”], de M ark H itch co ck , p. 97 2 ; T h e A n tich rist [“O A n ticristo” ], de Ed
H in dson , p. 1415; T h e B ook o f R ev elatio n [“O L ivro de A p o c a lip se ” ], de R ob ert T h om as, pp. 1492-93; Prete-
rism and the D atin g o f R e v elatio n [“ Preterism o e a d atação de A p o c a lip se ”], de T h o m a s Ice, p. 1611.

O diagram a “A C a m p a n h a de A rm aged o m ” foi reproduzido a partir da Tim L aH aye Prophecy Study Bible [“ B í­
blia de Estudos Proféticos Tim L aH ay e”), edição n kjv; C h a ttan o g a, Ten nessee: am g Publishers, 2001, p. 1102.
Este diagram a foi baseado no trabalho de A rn o ld Fruchtenbaum .

Parte do artigo in titulado “ O C é u ” é utilizado segu nd o perm issão da C rossw ay Books; um a divisão da G o o d
N ew s Publishers, W h eaton , Illinois, C E P 60 1 8 7 , w ww .crosswaybooks.org.

O artigo in titu lad o “ Im in ê n c ia ” , de W ayne A . B rin dle, baseia-se em um outro artigo sobre este m esm o
tóp ico, que foi a n terio rm en te e d itad o no p e rió d ic o Bibliotheca S acra (ab ril-ju n h o de 2 0 0 1 ). I'l’ ’ I 151
(uso autorizado).
VERBETES

Abominação da D esolação....................... 15 Dores de Parto.......................................... 153


Adiamento Profético................................ 20 Duas Testem unhas...................................155
A lianças.......................................................26 Engano...................................................... 158
Aliança Abraâm ica.................................... 31 Era da Igreja............................................. 160
Aliança D avídica....................................... 36 Eras............................................................. 164
Amilenialismo............................................ 40 Escatalogia.................................................167
Anciãos (2 4 )...............................................44 de A to s............................................... 171
A njos............................................................ 47 de Daniel........................................... 174
Anticristo.................................................... 49 de Ezequiel......................................... 179
Apocalipse, Data d o.................................. 54 de Hebreus......................................... 183
Apocalipse, Livro d e ..................................57 de Isaías............................................. 186
Apocaliptismo............................................. 61 de Jerem ias........................................189
Apostasia..................................................... 67 de Jo ão................................................194
Aquele que D etém .....................................69 de M ateus.......................................... 196
Arca da A liança..........................................71 de Paulo............................................. 203
Armagedom................................................. 74 de Pedro............................................. 206
Arrebatamento............................................81 de Salm os..........................................210
Arrebatamento, História do..................... 89 de Tessalonicenses........................... 214
Arrebatamento Parcial.............................. 95 de Tiago............................................. 215
Arrebatamento Pré-Ira.............................. 97 de Zacarias.........................................217
IVibilônia................................................... 100 Espírito Santo e Escatologia.................. 220
Batalha no C é u .........................................102 Esta G eração............................................ 223
Bendita Esperança.................................... 102 Eventos Futuros....................................... 226
Besta........................................................... 104 Falso Profeta............................................. 228
Bodas do Cordeiro.................................... 105 Falsos Profetas..........................................232
( 'ento e Quarenta e Quatro M il.........107 Festas de Israel..........................................234
C é u ............................................................. 109 Figueira......................................................236
( 'onversão de Israel..................................112 Filho de D eus...........................................237
( 'ordeiro de D eus.....................................116 Filho do Hom em ..................................... 239
( 'oroas........................................................119 G alardões.................................................. 241
( 'umprimento de Profecias.................... 120 Gogue e M agogue...................................244
I Vmônios e Espíritos Imundos...............123 Grande Tribulação.................................. 247
I >ia do Senhor.......................................... 126 Grande Trono Branco.............................251
I 'iscurso no Monte das Oliveiras........130 Hermenêutica..........................................255
1Uspensacionalismo................................. 139 Homem da Iniqüidade........................... 258
1Uspensacionalismo Progressivo.........142 Ilha de Patmos.......................................... 261
I )ispensações............................................ 146 Iminência................................................. 262
Império M iiiuIi.iI ...................................... 26H ReconitrudonlNino............................... '84
11111111>Romiino.......................................272 Reino dc I V us........................................ 389
Inferno........................................................ 276 Reino .......................................................394
IniiTpriMiit.fio de Profecias.......................280 Ressurreição............................................396
11ii de I V u s................................................ 284 Ressurreições.......................................... 402
lia do ( 'ordeiro..........................................287 Revolta Final.......................................... 403
Jesus C'risto................................................ 289 Sacrifícios no M ilênio...........................406
Julgamento das N açõ es........................... 293 Santos e Mártires da Tribulação.........409
Julgamentos do Novo Testamento......296 S atan ás.................................................... 410
Lago de Fogo............................................. 301 Segunda Vinda de C risto ..................... 414
Livrinho..................................................... 302 Seiscentos e Sessenta e S eis.................417
Livro da Vida............................................. 304 Selos de Juízo.......................................... 419
Manifestação G loriosa............................ 306 S e o l..........................................................416
Marca da Besta..........................................307 Sete Igrejas..............................................422
Mesotribulacionismo................................310 Setenta Semanas de D aniel.................427
Mil A n o s....................................................313 Sinais dos Tem pos................................. 432
Milênio....................................................... 316 Taças de Juízo......................................... 437
Misericórdia de Deus............................... 320 Tem plo.................................................... 439
Mistérios.....................................................323 Templo no M ilênio...............................443
Nova Jerusalém ........................................ 328 Tempos dos G entios..............................447
Números das Profecias............................ 333 Tipologia.................................................452
Parábolas do R e in o ..................................335 Tribulação.............................................. 455
Pentecostes................................................ 336 Tribunal de C risto................................. 462
Pós-Milenialismo..................................... 341 Trombeta de D eus.................................468
Pós-Tribulacionismo............................... 344 Trombetas de Juízo................................469
Pré-Milenialismo...................................... 348 Trono de D avi........................................47 3
Preterismo................................................. 353 Trono de Deus........................................476
Pré-Tribulacionismo................................ 359 Última Trom beta..................................479
Profecias M essiânicas.............................. 362 Últimos D ias..........................................481
Profecias sobre a Igreja............................369 Vida Eterna............................................484
IVolecias sobre Israel............................... 372 Vida Futura............................................. 487
Profecias sobre Jerusalém ....................... 377 Vingança................................................ 489
Profecias sobre os Judeus........................ 380 Visões sobre o M ilênio.........................491
RH? 1I w f -
DIAGRAMAS

Aliança Abraâmica...................................33 em Ezequiel 38— 39 .......................... 244


Alianças Bíblicas, A s ............................... 28 Oito Estágios do Armagedom, O s........... 77
Arrebatamento e a Manifestação Paralelismo entre o Discurso
G loriosa..................................... 306, 415 no Monte das Oliveiras e os
Desenrolar da Era em Mateus 13, O .... 335 Selos de Juízo em Apocalipse.......... 133
Discurso no Monte das Oliveiras, 0 .... 132 Profecias Messiânicas, A s............ 363, 367
Dispensações, A s ..................................... 147 Recompensas dos Crentes, A s .............. 297
Eventos do Arrebatamento, O s ..............82 Resumo de Daniel acerca do
Expressões relacionadas ao Futuro, O ............................................ 176
“Fim dos Tempos” ............................. 481 Setenta Semanas de Daniel, A s ............428
Julgamentos, O s ............................. 298, 299 Textos Escatológicos sobre o
Julgamentos Futuros, O s ........................297 “Dia do Senhor” .................................. 24
Julgamento perante o Grande Trono Textos Messiânicos Escatológicos...........25
Branco, O ...........................................253 Uso da Palavra “Mistério” no
Metáforas do Julgam ento...................... 467 Novo Testamento, O ........................324
Nomes, no Passado e no Presente, Vida Eterna, A .........................................485
das Nações Citadas Visões sobre o M ilênio........................... 492
EDITORES E COLABORADORES

EDITORES Paul R . Fink, M estre e D outor em Teologia.


Tim LaH aye, Doutor em Literatura e Ministério. P rofessor de Estudos B íblicos na Liberty U niversity,
P residen te e co-fund ador d o T im L ah aye M in istries em Lynchburg, V irginia.
|"M in isté rio s T im L aH a y e ” ] e d o C e n tr o de Pesqui-
G ary Frazier, M estre e D outor em D ivindade.
nus P ré-tribu lacion ista, em E l C a jo n , C a lifó rn ia.
Presidente da Discovery M inistries, A rlington, Texas.
Ed H in dson , M estre e D outor em Teologia, D outor
Jam e s Freerksen, M estre e D outor em Teologia.
em Filosofia e M inistério.
Professor de Estudos Bíblicos no Liberty Baptist T h e o ­
R eitor e D ecan o da Faculdade de Estudos B íblicos e
logical Sem inary, em Lynchburg, Virginia.
da Faculdade de Profecias T im L aH aye, na Liberty
University, em Lynchburg, V irginia. A rn o ld Fruchtenbaum , M estre em Teologia e D outor
em Filosofia.
Fundador e d iretor da A riel M inistries, em Tustin,
GERENTE EDITORIAL
C alifórn ia.
W ayne A . Brindle, M estre e D outor em Teologia.
C ated rático e professor de E studos B íblicos, na Liber- S te v e n C . G er, M estre em T eologia.
ty U niversity, em Lynchburg, V irginia. Fundador e diretor da S o jo u rn er M inistries, em G ar-
land, Texas.

COLABORADORES R obert G rom acki, Mestre e D outor em Teologia.


M.irk L. Bailey, M estre em T e o lo g ia e D o u tor em Professor Em érito de Estudos B íblicos na C edarville
Filosofia. U niversity, C ed arville, O h io.
Presidente e Professor de Interpretação B íblica no
D allas T h eo lo g ical Sem inary, em D alas, Texas. G ary R. H aberm as, M estre e D outor em Filosofia.
Professor Em érito de A p o lo g é tica e Filosofia na L i­
Paul Benware, M estre e D outor em Teologia. berty U niversity, em Lynchburg, V irginia.
Professor de B íblia e Teologia n a P hiladelphia Bibli-
cal U niversity, em Lan ghorne, P en silvân ia. M ark H itch cock , M estre em Teologia, B acharel em
D ireito e D outor em Filosofia.
Jam es Borland, M estre em D ivin dade, M estre e D ou­ P astor da Faith Bible C h u rch , em Enid, O klahom a.
tor em Teologia.
Professor de Estudos B íblicos e T eo logia n a Liberty D avid H ockin g, M estre em T eologia e D outor em

U niversity, em Lynchburg, V irginia. Filosofia.


P residente da H ope for Today M inistries, em S an ta
M al C o u ch , M estre em T eologia, D outor em T eologia A n a , C alifó rn ia.
e Filosofia.
Presidente do Tyndale T h e o lo g ic a l Sem inary, em W ayne H ouse, M estre em T eologia, B acharel em D i­

Fort W orth, Texas. reito e D outor em Filosofia.


Professor na O regon T h eo lo g ica l Sem inary, em Sa-
R obert D ean Jr, M estre em T eologia, D outor em Fi­ lem , O regon.
losofia.
Pastor P residente da Preston C ity Bible C h u rch , em T h o m a s Ice, M estre em T e o lo g ia e D o u to r em F i­

Preston, C on n ecticu t. losofia.


D iretor E xecu tiv o d o Pre-Trib R esearch Center, em
Timothy J. Demy, Doutor em Teologia e Filosofia. A rlin g to n , Texas.
C a p e lã o M ilitar, Professor de B íblia, em N ew port,
R hode Island. D avid Jerem iah , M estre em Teologia, Doutor cm I )l
vindade.
1'tiüiMi PreMtlenttf da Nhmlow Mounialn Communlty Retiftld H, Shiiwcru, Mcitre r Douror em Teologia,
( Jhun hi imii lil ( tojon, ( 'allfrirnla. Proíeworno InMltutode Estudo# Bíblicos, no The lilen
dn Of Inracl ( kwpel Ministry, em Bellmawr, New Jerw?y.
Ilohlon JiihiiHton, McNtre e Doutor em Teologia.
Protetor adjunto de estudos do Antigo Testamento Gary P. Stewart, Mestre em Teologia e Doutor cm
Mo I >tilliis Theological Seminary, Oalas, Texas. Ministério.
Capelão Militar, na Base dos Fuzileiros Navais, em
|o c Jordan, Doutor em Divindade.
Quantico, Virgínia.
Diretor da Word of Life Fellowship, em Schroon
Lake, Nova York. James Stitzinger, Mestre em Teologia.
Professor Adjunto de Teologia Histórica, no The
Tony Kessinger, Mestre em Religião, Doutor em Fi­
Master’s Seminary, em Sun Valley, Califórnia.
losofia.
Presidente da Truth Seekers International, em Mel- Robert L. Thomas, Mestre e Doutor em Teologia.
hourne, Flórida. Professor de Novo Testamento, no The Masters Se­
minary, em Sun Valley, Califórnia.
John F. MacArthur, Mestre em Teolgia, Doutor em
Divindade. Stanley D. Toussaint, Mestre e Doutor em Teologia.
Presidente e professor de Ministério Pastoral no Professor Catedrático Emérito de Exposição Bí-
The Master’s College and Seminary, em Sun Vai' blica, no Dallas Theological Seminary, em Dalas,
ley, Califórnia Texas.

W. H. Marty, Mestre em Teologia e Divindade, Dou­ Elmer Towns, Mestre em Teologia e Doutor em Mi­
tor em Teologia. nistério.
Professor de Bíblia no Moody Bible Institute, em Decano da Escola de Religião, na Liberty University,
Chicago Illinois. em Lynchburg, Virgínia.

Richard L. Mayhue, Mestre e Doutor em Teologia. John F. Walvoord, Mestre e Doutor em Teologia.
Professor de Teologia e Ministério Pastoral no The Foi reitor e presidente do Dallas Theological Semina­
Masters Seminary, em Sun Valley, Califórnia. ry, em Dallas, Texas.

Elwood McQuaid John C. Whitcomb, Mestre e Doutor em Teologia.


Ex-Diretor Executivo da The Friends of Israel Gospel Presidente do Whitcomb Ministries, em Orange
Ministry, em Bellmawr, New Jersey. Park, Flórida

Daniel Mitchell, Mestre e Doutor em Teologia. Harold L. Willmington, Doutor em Ministério.


Pró-Reitor Adjunto e Professor de Teologia no Li­ Reitor no Liberty Bible Institute, em Lynchburg, Vir­
berty Baptist Theological Seminary, em Lynchburg, gínia
Virginia.
Andy Woods, Mestre em Teologia e Bacharel em
J. Dwight Pentecost, Mestre e Doutor em Teologia. Direito.
Professor Emérito no Dallas Theological Seminary, Doutorando no Dallas Theological Seminary, em
1)alas, Texas. Dallas, Texas.

Kandall Price, Mestre em Teologia e Doutor em Fi- Gary Yates, Mestre em Teologia e Doutor em Fi­
losofia. losofia.
Presidente da World of the Bible Ministries, em San Professor de Antigo Testamento, no Liberty Baptist
Marcos, Texas. Theological Seminary, em Lynchburg, Virginia.
Jamais as profecias bíblicas suscitaram ta- Espírito Santo” (2 Pe 1.2D- A exatidão de
manho fascínio como vemos nos dias de seus escritos inspirados, particularmente as
hoje. Parte deste interesse se deve às in­ porções proféticas, prova, sem sombra de
certezas de nossa época. Nosso mundo dúvidas, a origem divina da Bíblia.
passou a ser cada vez mais marcado pela Nada motiva mais os cristãos do que o
instabilidade política e por conflitos fe­ estudo das profecias. Ele acende um fogo
rozes, principalmente no Oriente Médio. evangelístico no coração da igreja, chama
Por todo o mundo, as sociedades são mar­ a atenção do crente para missões e, em uma
cadas por esta ameaça, juntamente com a época de iniqüidade, produz o desejo de se
decadência moral, o crime desenfreado e viver em santidade. Foi por esse motivo que
os desmandos dos governos. Vivendo nes- a LaHaye Prophecy Library [“Biblioteca
les tempos turbulentos, as pessoas buscam Profética LaHaye”] foi lançada em conjun­
respostas, e muitas se voltam para a Bíblia to com a Harvest House Publishers há al­
tentando encontrá-las. N ão obstante o guns anos. Enciclopédia Popular de Profecias
fíkil acesso a confortos e tecnologias mo­ Bíblicas é um livro fundamental dessa série
dernas, que incluem computadores capazes e deverá, na verdade, ser um dos mais com­
de processar bilhões de bits de informações pletos. Com a ajuda do Dr. Wayne Brindle,
em um piscar de olhos, muitos ainda crêem reunimos uma equipe de especialistas que já
que a Bíblia, um livro escrito há milhares escreveu sobre os mais importantes assun­
de anos, guarda respostas para a vida e para tos na área do estudo profético. Eles podem
aquilo que nos aguarda após a morte. discordar entre si em itens de menor impor­
Lamentavelmente, a maioria obtém tância, mas todos concordam nas questões
pouco auxílio na área de estudos proféti­ principais de escatologia bíblica. Em espe­
cos. A menos que optem por se dedicar de cial, todos abraçam a visão pré-milenista
lorma especial ao estudo das profecias, as e pré-tribulacionista do fim dos tempos. A
pessoas não encontram informações ne­ fim de facilitar o estudo, os tópicos reuni­
cessárias para dirimir muitas dúvidas que dos nesta enciclopédia foram organizados
possuem acerca deste assunto tão impor- alfabeticamente. Cada artigo foi escrito de
lante. Tais questões merecem ser tratadas modo que atendesse tanto os mais experien­
com toda a atenção, pois 28 por cento da tes como os iniciantes no estudo das profe­
Bíblia, ao ser escrita, era profética! Deus cias. Esperamos que este estudo lhe sirva de
i laramente ligou importância a este aspec- inspiração, levando a um estudo mais pro­
lo, visto que incluiu passagens proféticas fundo das Escrituras. Como disse o apóstolo
cm quase todos os livros da Bíblia, além Paulo, “Procura apresentar-te a Deus apro­
de usar, quase exclusivamente, profetas vado, como obreiro [...] que maneja bem a
para registrar as Escrituras. Como disse palavra da verdade” (2 Tm 2.15).
o apóstolo Pedro: “ [...] homens santos de Oramos para que estes artigos alimen­
Deus [os profetas] falaram inspirados pelo tem a sua mente, abençoem o seu
« dmipertem u i*un nliiui com 11 bendita c#« itempre «Icrtii» — sempre pronto» — c 11
pertin^t ilo retorno de Jesus. Conforme continuamente servir a Jesus até sua volta
Inutruvflcs de nosso Senhor, persistimos (M t 24.42-46).
em viciar, atentos a seu iminente retor­
no, quando nos levará com Ele ao céu. Tim LaHaye
Enquanto isso, somos instados a estarmos Ed Hindson
pressão em Mateus 23.38. Embora se refmt
ABOMINAÇÂO DA
ao segundo Templo, Ele predii iu r destrui*
DESOLAÇÃO ção (não profanação) e o derramar do jufzo
de Deus. Esta previsão é completamente
Os termos ubominação da desolação, abomi­ diferente do sacrilégio causado pela abo­
nação desoladora e abominação que traz de- minação da desolação, o qual não redunda
/«ilação dizem respeito à violação da pureza em juízo divino sobre o Templo, mas sobre
ritual do Templo judeu em Jerusalém. Tais aquele que o profanou (Dn 9.27). O uso
expressões são traduções do termo hebrai­ dado à expressão, por Daniel e Jesus, cla­
co shiqqucz(im) m‘shomem e do termo grego ramente influencia outros textos proféticos
hdclufpna tes eremoseos. Ambas aparecem (2 Ts 2.3-4; Ap 11.1-2).
em profecias relacionadas à profanação do O N T utiliza bdelugma (palavra grega
Templo, tanto em 70 d.C. como no final traduzida como “abominação”) por quatro
ilos tempos. vezes (Lc 16.15; Ap 7-4-5; 21.27). A Sep-
tuaginta (tradução grega do AT) a usa por
OCORRÊNCIAS NO ANTIGO TESTAMENTO dezessete vezes. Esta palavra deriva de uma
No AT, a expressão aparece apenas no li­ raiz que significa “aviltar” e “cheirar mal”.
vro de Daniel (9.27; 11.31; 12.11). Ela traduz Faz referência a algo que provoca náuseas,
o horror experimentado pelo povo de Deus sugerindo que se trata de algo moralmen­
nu testemunhar atos bárbaros e criminosos te odioso e detestável. Como exemplo do
de idolatria. Tão terríveis são tais atos que o que acontece com a palavra em hebraico
Templo se toma ritualisticamente inadequa­ no AT, o termo grego do N T aponta es­
do para adoração e culto a Deus. pecificamente para ídolos e práticas idóla­
Daniel lamenta a ocupação estrangeira tras. A palavra grega eremoseos (traduzida
de Jerusalém e a desolação do Templo: “[...] como “desolação” ) significa “devastar, as­
Até quando durará a visão do contínuo sa- solar, arruinar” (Mt 12.25; Lc 11.17; Ap
crifício e da transgressão assoladora, para que 17.16; 18.17,19). A Septuaginta usa esta
seja entregue o santuário e o exército, a fim mesma palavra para descrever a desolação
de serem pisados?” (Dn 8.13) Em Daniel da Terra Prometida como conseqüência da
12.1 1, lemos sobre um forasteiro conquis­ iniqüidade e do exílio.
tador que bane o sacrifício regular e estabe­
lece a “abominação desoladora”. A palavra SIG N IFICA DO TEOLÓGICO
“abominação” demonstra quanto Daniel Tanto no grego como no hebraico, a
licou estarrecido diante da idolatria que in­ frase abominação da desolação possui uma
vadiu um local sagrado e o profanou. construção gramatical pouco comum. A
melhor explicação para isto é o vínculo
OCORRÊNCIAS NO NOVO TESTAMENTO literário e teológico entre abominação e
No NT, a frase aparece apenas no dis­ desolação, verificado nos escritos proféticos
curso proferido no monte das Oliveiras (Mt de Jeremias e Ezequiel. Esses textos tratam
24-15; Mc 13.14), quando Jesus claramente exaustivamente da profanação e contami­
alude à profecia de Daniel. O termo eremos nação do Templo. Com freqüência, men­
(“desolação”) aparece em Lucas 21.20, mas cionam as abominações e desolações das
o sentido não é exatamente o mesmo. Além profanações pagãs do Santuário (Jr 4.1 *27|
disso, diz respeito a toda a Jerusalém e não 7.10; 44-22; Ez 5.11,14-15; 7.20), além dos
apenas ao Templo. Jesus utiliza a mesma ex­ invasores estrangeiros que, al^um tempo
ilrpnls, degradam e destruem o Templo (Jr Isto aconteceu em 167 a.C. Km rcNpontit,
4.6 H; liz 6.11; 7.20-25). Jeremias 44-22, os sacerdotes judeus se revoltaram e vol­
(.'tu especial, afirma que as a bom in a le s taram a dedicar o Templo (um evento co­
tlc Israel causaram a desolação da Terra, memorado como a Festa da Dedicação em
tornando-a um objeto de “espanto” (veja Jo 10.22-23). O movimento levou a uma
lambem Ez 5.11,15; 7.20-24; 36.19-21). vitória das forças militares judaicas sobre
Esta pesquisa rápida demonstra que os os exércitos de Antíoco.
israelitas consideravam os atos de impureza Alguns críticos rejeitam uma inter­
ritual, e especialmente as invasões estran­ pretação escatológica da abominação dct
geiras do Templo, como as mais terríveis desolação em Daniel. Consideram que to­
violações de santidade e como sinais do ju­ das as referências dizem respeito à profa­
ízo de Deus. Os judeus eram extremamente nação perpetrada por Antíoco e afirmam
cuidadosos nesta questão e faziam de tudo que o livro de Daniel foi escrito após estes
para impedir tais atos. Chegaram até mes­ acontecimentos. Jesus, porém, entendia
mo a construir um muro ao redor do segun­ que a aplicação histórica desta expressão
do Templo! Havia um aviso ameaçando de à profanação de Antíoco estabelecia uma
morte qualquer gentio que passasse para estrutura para o que aconteceria no fim
o pátio dos judeus. O N T (At 21.27-28) dos tempos: a abominação do Anticristo.
registra a terrível revolta da multidão con­ A o citar a profecia de Daniel (cerca de du­
tra Paulo, porque acreditava que ele havia zentos anos após a profanação de Antíoco)
levado um prosélito gentio (Trófimo) para em referência à abominação da desolação
dentro do Templo a fim de oferecer sacri­ que viria no futuro, Jesus confirma tanto
fícios. Eles acusavam Paulo de “profanar sua visão como a de Daniel na aplicação
o santo lugar” (o Templo). De posse de escatológica da expressão.
tais informações, podemos compreender
a razão de o futuro ato de profanação da IM PLICAÇÕES PROFÉTICAS
abominação da desolação ser o clímax da Jesus via sua própria mensagem como
septuagésima semana de Daniel e indicar uma continuação dos escritos proféticos e
um aumento da ira de Deus na segunda avaliou a geração de seu tempo à luz daque­
metade da Tribulação (Mt 24-15-21; Mc las profecias. Muitas vezes, citava Jeremias
13.14-19). e Zacarias, aplicando suas profecias tanto
ao juízo que estava por vir sobre Jerusalém
M O M E N TO H ISTÓ R IC O em 70 d.C., como também ao juízo final. Na
Durante a construção do segundo Tem­ “purificação do Templo”, por exemplo, Jesus
plo, uma multidão de pretensos e verdadei­ citou tanto Jeremias 7 (que alude à ameaça
ros profanadores do Templo invadiu Jeru­ de violação do Templo, logo após o sermão
salém. Daniel, contudo, parece ter previsto de Jeremias sobre o Templo), como textos
a invasão do imperador sírio-greco A ntío­ de Isaías e Zacarias (que dizem respeito à
co IV Epifânio (175 a.C.— 164 a.C.), que situação futura do Templo). O discurso de
ergueu um ídolo dentro do Templo, próxi­ Jesus sobre o monte das Oliveiras também
mo ao aliar de bronze. Em Daniel 11.31, coloca o Templo em um contexto escato-
lemos: “H sairão a ele uns braços, que pro- lógico. Quando ouvem a profecia de Jesus
lanarilo o santuário e a fortaleza [área do sobre a destruição do segundo Templo (Mt
lemplol, e tirarão o contínuo sacrifício, 24-1-2; Mc 13.1-2; Lc 21.5-6), os discípulos
estabelecendo a abominação desoladora”. aparentemente a vinculam à vinda do Mes-
n n n w m «v«n h a u m k iu iv w j

slus no fim dos tempos e perguntam sobre intensidade (Dn 9.27). Isto corresponde
um siiuil (Mt 24- 5; Mc 13.4; Lc 21.7; exami­ aos “42 meses” de Apocalipse 11,1-2 t «os
ne também 1 Co 1.22). O “sinal” dado por 1290 dias de Daniel 12.11.
Jesus foi a abominação da desolação de Da­ Os preteristas interpretam a abomina*
niel (Mt 24.15; Mc 13.14). Isto, portanto, ção da desolação (como, aliás, fazem com
seria uma indicação de que a nação de Israel a maioria das profecias) como se esta ti­
se aproximava de sua libertação e restaura­ vesse se consumado inteiramente na des­
ção pelas mãos do Messias, pois a profana­ truição do Templo em 70 d.C. Entretanto,
ção do Templo daria início à perseguição do os acontecimentos da Primeira Revolta
povo judeu (ou seja, a “grande tribulação”; Judaica, que culminaram com a destruição
Ml 24-16-22; Mc 13.14b-20). Somente o de 70 d.C., não correspondem aos detalhes
próprio Messias seria capaz de salvá-los de descritos nos textos sobre a “abominação
seus inimigos (Mt 24.30-31; Mc 13.26-27; da desolação”. As incursões romanas du­
l.c 21.28). rante esta época não poderiam ser consi­
O relato de Lucas não inclui a abomi­ deradas como abominações que causaram
nação da desolação no Templo, pois se tra­ desolação, porque não afetaram o sistema
ta de um evento escatológico. Este Evan­ de sacrifícios. Estrangeiros no Templo po­
gelho enfoca o interesse mais imediato dos dem profaná-lo sem torná-lo impuro, razão
discípulos (note a frase “estiver para acon­ por que os judeus o reconstruíram após a
tecer”, em Lucas 21.7), atentando para violação e destruição dos babilônios sem
t/uando seria a destruição do Templo (e de necessitarem de uma cerimônia de purifi­
Jerusalém). Por esse motivo, ele também cação (Ed 3.2-13). Além disso, a entrada
omite a perseguição do fim dos tempos e do general romano Ti to (que destruiu o
a Tribulação (grego: thlipsis) que está rela­ Templo) só aconteceu depois de o Santuá­
cionada a este evento. Em seu lugar, utiliza rio estar em chamas e completamente des­
o termo “grande aflição” (gr. anagke), que truído, e após os sacrifícios serem interrom­
melhor descreve a invasão e aniquilação pidos. E importante observar este aspecto,
da cidade (Lc 21.23-34). Tal acontecimen­ pois a abominação da desolação de que fala
to teve lugar quando os exércitos romanos Daniel, e que é depois mencionada por Je­
conquistaram Jerusalém em 70 d.C. sus, trata apenas da interrupção de sacrifí­
Mateus e Marcos localizam a abomi­ cios no Templo e não da sua destruição.
nação da desolação em um tempo no qual
"então virá o fim” (Mt 24-14). Ele separa PERSPECTIVA ESCAT0LÓGICA
0 período de “tribulações”, ou “princípio Qualquer outra interpretação, com
das dores” (Mt 24.6-12; Mc 13.7-9), da exceção da escatológica, deixa-nos com
"grande tribulação” (Mt 24-21; Mc 13.19). detalhes não resolvidos que, ou vemos de
1 ticas faz o mesmo em 21.24, separando os forma alegórica e não histórica, ou descar­
acontecimentos da desolação de Jerusalém tamos completamente. A visão escatológi­
(70 d.C.), e os tempos dos gentios (era atu­ ca também explica o significado de tipos
al), da época descrita em “até que os tem­ bíblicos que aguardam sua materialização.
pos dos gentios se completem”. Ademais, a septuagésima semana de Da­
A abominação da desolação marca o niel e, em especial, seu acontecimento
meio da septuagésima semana de Daniel, sinalizador da abominação da desolnçfio,
dividindo a Tribulação em duas partes, influenciou a estrutura literária do discurso
sendo uma de menor e outra de maior no monte das Oliveiras e a parte que trn«
IM ile Jufios no livro de Apucnllpst* (caps. este evento serve como um comentilrlo do*
6— IS)). A interpretaçíio de Jesus da ordem dois textos; os que tratam da "abomlnaçflo
doN acontecimentos da septuagésima sema­ da desolação” de Daniel (principalmente
na (5 dada em um contexto histórico profé- Dn 9.27) e a declaração de Jesus, que a co­
tlco, e parece confirmar uma interpretação loca como um “sinal” no discurso sobre o
escatológica de Daniel 9.27. Mateus 24.7- monte das Oliveiras. Além disso, Paulo usa
14 prediz que perseguições, sofrimento e o evento para responder a mesma questão
guerras continuarão até o fim dos tempos, a respeito do tempo do fim, sobre que os
com seu ápice em um momento de gran­ discípulos de Jesus haviam perguntado, o
de aflição (vv. 21-22). Isto corresponde ao que reafirma a interpretação escatológica
“tempo de angústia para Jacó” (Dn 12.1; Jr da abominação da desolação.
30.7). Somente após estes eventos, Jesus Paulo escreveu à igreja de Tessalôni-
faz referência a Daniel 9.27 (v. 15), quan­ ca a fim de alertar os cristãos que tinham
to ao acontecimento que sinalizaria este abandonado os assuntos do dia-a-dia. Eles
tempo de Tribulação. Se as setenta sema­ acreditavam que a vinda iminente de
nas fossem seqüenciais e consecutivas, sem Cristo, que Paulo anteriormente pregara
qualquer interrupção, por que Jesus colo­ (1 Ts 4.13-18), já estava próxima (2 Ts
caria este período intermediário antes do 2.2). Paulo explicou que, antes da “vinda”
cumprimento dos eventos da septuagésima do Messias, o Anticristo deve aparecer
semana? O texto de Mateus, em especial, primeiro (vv. 3-9). O sinal que tornará
mostra que Jesus respondia perguntas de manifesto o Anticristo, que é neste tex­
seus discípulos a respeito de sua segunda to mencionado como “o homem da ini­
vinda e do fim dos tempos (Mt 24-3). Jesus qüidade”, “filho da perdição” (v. 3b) e “o
explica que sua vinda é necessária para uma iníquo” (v. 8), é sua usurpação do lugar
intervenção divina e para que toda a nação de Deus no Templo (v. 4; Êx 25.8). Este
se arrependa (vv. 37-31; Zc 12.9-10), o que ato não apenas revelará o Anticristo, mas
ocorrerá “logo depois da aflição daqueles também “a mentira” (o endeusamento do
dias” (Mt 24-29). De acordo com Mateus, Anticristo; A p 13.4-6,15), que marcará
os acontecimentos descritos neste período, seus seguidores (A p 13.16-18) e os con­
anteriores ao advento do Messias, não po­ firmará no julgamento final que terá lugar
deriam ter se cumprido em 70 d.C. com a com a vinda do Senhor (2 Ts 2.8-12).
destruição de Jerusalém, pois tais eventos
culminam com a vinda do Messias. ABO M INAÇÃO DO ANTIC RISTO
Apesar de a frase “abominação da deso­ Em 2 Tessalonicenses 2.4, Paulo come­
lação” não aparecer em 2 Tessalonicenses ça a explicar sobre a profanação do Tem­
2.4, que fala sobre a profanação do Templo plo afirmando que o homem da iniqüidade
no fim dos tempos, Paulo obviamente ti­ “exalta a si mesmo”. Ele se levanta “contra
nha este acontecimento em mente. A Sep- tudo que se chama Deus ou é objeto de cul­
luaginra, por exemplo, usa por vezes tanto to”. Embora isto possa indicar uma extra­
htli-lutfna (“abominação”) como anomia ordinária blasfêmia contra Deus, como em
("iniqüidade” ) em relação a práticas idóla­ Apocalipse 13.6, o cenário é o futuro Tem­
tras. Em 2 Tessalonicenses 2.3-4, portanto, plo de Jerusalém (reconstruído). Os “obje­
Paulo descreve aquele que se ergue acima tos de culto”, portanto, são os vasos sagra­
de todo o ídolo como o “homem da iniqüi­ dos (2 Cr 5.5-7; Hb 9.2-5), e a desolação
dade", AIíiín, a explicação de Paulo sobre acontece na parte mais interna do Templo
(O Sunto do» Santos), onde a presença de compreender sun metáfora, (2) A pitlnvra
Deus anteriormente se manifestava (Êx “templo", em 2 Tessalonicenses 2,4, vem
25.22; 30.6; Ez 43.1-7). acompanhada de um artigo definido ("o
A abominação, no entanto, é o ato do templo”), ao contrário do uso metafórico
Anticristo de entronizar-se no lugar de de Paulo, quando “templo” é, via de regril,
I )eus, “ostentando-se” (gr. apodeiknunta) indefinido (“um templo”). (3) A expressfio
como se fosse o próprio Deus (lit., “que “no templo de Deus” complementa o sen­
ele <? Deus” ). Tal ato de blasfêmia cumpre tido de “se assentará” (gr. kathisai), verbo
a profecia de Daniel de que o Anticristo este que sugere um local específico, não
“|...| se levantará, e se engrandecerá sobre uma instituição (como a igreja). Se Paulo
todo deus; e contra o Deus dos deuses fa­ estivesse se referindo à apostasia no seio da
lará coisas incríveis [...]” (Dn 11.36). N o igreja, teria preferido outros verbos, como
contexto satânico de Apocalipse 12.9,12- “entronizar” ou “usurpar”, e não um verbo
17 e 13.4-10, a abominação traz alusões que fosse literalmente “sentar”.
aos textos de Isaías 14-13-14 e Ezequiel Os pais da igreja anteriores ao Concilio
28.2-9, onde usurpadores “acima das es­ de Nicéia compreendiam essa passagem de
trelas de Deus [exaltarão] seu[s] trono[s]”, forma literal. Irineu (185 d.C.), por exem­
"[serão] semelhante[s] ao Altíssim o” e de­ plo, escreveu: “Pois quando esse Anticristo
clararão: “Eu sou Deus e sobre a cadeira de tiver devastado tudo que há neste mundo,
Deus me assento”. reinará por três anos e seis meses e sentar-se-
Apesar do precedente estabelecido na á no Templo em Jerusalém. Então o Senhor
interpretação literal do discurso no monte virá por entre as nuvens, coberto pela glória
das Oliveiras, que claramente alude à pro­ do Pai. Ele enviará esse homem e seus segui­
fanação do Templo histórico em Jerusalém, dores para o lago de fogo, mas inaugurará a
alguns intérpretes de 2 Tessalonicenses 2.4 era do reino para os justos”. A interpretação
vêem o “santuário de Deus” como uma me­ de Irineu, que contempla uma profanação li­
táfora da igreja, em uma expressão alegóri­ teral do Templo, é tanto escatológica como
ca. Vêem o ato da profanação do “homem pré-milenialista. A interpretação simbólica
da iniqüidade” como apostasia no meio da ou “espiritual” do “templo” como sendo a
igreja. O texto de Paulo, contudo, era diri­ igreja, em contrapartida, não aparece de­
gido a leitores do primeiro século. Em uma talhadamente desenvolvida até o século 3,
época em que o segundo Templo ainda es­ com Orígenes, que foi influenciado pela in­
tava de pé, sua referência ao “santuário de terpretação alegórica da escola helenista e
I )eus” só podia significar um lugar: o Tem­ idealista de Philo.
plo judeu em Jerusalém. Podemos, portanto, verificar que a in­
Temos ainda outras razões para rejeitar a terpretação escatológica da abominação
interpretação simbólica e aplicar a profecia da desolação é respaldada tanto pelo texto
ao Templo físico (considerando, portanto, como pelo testemunho dos apologistas da
uma literal abominação da desolação): (1) Igreja Primitiva. Isto serve para alertar-nos
Nas poucas vezes em que Paulo usou a pa­ quanto ao dia do engano e da desolação.
lavra grega naos (“templo”) para se referir a Ele virá no meio da tribulação, preconizan­
algo que não fosse o verdadeiro Santuário do o juízo de Deus e culminando no retor­
em Jerusalém (1 Co 3.16; 6.19; 2 Co 6.16; no do Senhor.
Ef 2.21), ele sempre explicou o que queria
dizer, a fim de que seus leitores pudessem — Randall Price
U IU L IO G R A F IA it lyivju (Km 11, 12-15,2 5,26, 5I ). Quando ii
liderança de Israel rejeitou a Jesus como o
Dodd, C. H. "lhe Fali of Jerusalem and the Abo Messias (Ml 2 5.57-58; veja At 5.15-15,17;
mlnatlon of Desolation", Journal of Roman 4.25-27), a restauração da nação foi adiada,
Studies n° 37(1947), pp. 51-63. o que tomou necessário um segundo advento
Ford, Desmond. The Abomination of Desolation messiânico a fim de completar a restauração
in Biblical Eschatology, Washington, dc: Uni­ espiritual e física de Israel (Mt 23.39; veja At
versity Press of America, I 979. 1.6-7; 3.19-21; Rm 11.25-27).
Price, Randall. The Desecration and Restoration O conceito de adiamento profético é
of the Temple in the Old Testament, Jewish crucial para uma interpretação adequa­
Apocalyptic Literature, and the New Testa­ da de vários textos proféticos do AT. Por
ment. Ann Arbor, Michigan: umi, 1993.
exemplo, em Daniel 9.27, ocorre uma in­
Wenham, David. “Abomination of Desolation",
terrupção no cumprimento entre o fim das
em Anchor Bible Dictionary, New York: Dou-
primeiras 69 semanas (cumpridas histo­
bleday, 1992.
ricamente) e o início da septuagésima se­
Zmijewski, J. “Bdelugma”, em Exegetical Dic­
mana (cumprida escatologicamente). Este
tionary of the New Testament, editado por
Horst Balz e Gerhard Schneider. Grand Rapi-
conceito também nos ajuda a entender a
ds: Eerdmans Publishin Company, 1978. bênção de Deus sobre a Igreja (como opos­
ta a Israel) sob a nova aliança (G n 12.3; Zc
8.22-23; Rm 11.17-32), bem como o pro­
pósito da segunda vinda de Cristo.
ADIAMENTO PROFÉTICO
A TER M IN O LO G IA DO A DIA M ENTO
Adiamento profético é uma expressão usa­ A expressão técnica para este entendi­
da para comunicar a demora do progra­ mento do intervalo no programa messiânico
ma messiânico de redenção para a nação para Israel é interpretação apotelesmática. E
de Israel. O N T refere-se à primeira e derivada do verbo grego apotelo, que signifi­
à segunda vinda do Messias como uma ca “levar até o fim, terminar”. Telos (“fim”
conseqüência do endurecimento judicial ou “objetivo”), pode ter aqui a idéia mais
de Israel (M t 13.13-15; Mc 4-11-12; Lc técnica da “consumação das profecias quan­
8.10; Jo 12.40; A t 28.26-27; Rm 11.8- do elas são cumpridas” (Lc 22.37). Com o
10). O adiamento interrompeu a restau­ prefixo apo, que basicamente possui a co­
ração sob a nova aliança (Jr 31.31-37). notação de “separação de algo”, a idéia é a
No AT, a restauração nacional de Israel de uma demora ou interrupção na conclu­
incluiu dois elementos inseparáveis: a são do programa profético. Portanto, uma
sua regeneração espiritual (veja Is 49.1- interpretação apotelesmática reconhece que
7; 53— 55; Ez 36.25-27; 37.14,23) e a alguns textos do AT apresentam o programa
restauração física da terra (veja Is 49.8; messiânico corno um único evento, mas que
50:1-8; Ez 36.24,28; 37.24-28). na verdade se referem a um cumprimento
t > primeiro advento messiânico forneceu histórico tanto próximo como distante, se­
,i base para a restauração espiritual (Mt 1.21; parado por um período de tempo indeter­
vojit 1a 2.1 1), pela qual um remanescente ju­ minado. Escritores dispensacionais têm-se
deu passou (Km 11.1-5). Este é um sinal da referido a isto como uma “intercalação” ou
exporiOncia nacional posterior que acontece- um “intervalo”. No entanto, adiamento pro~
ri1 depois que Deus concluir o seu plano para fético expressa melhor este conceito. Adia­
mento, porque retém a idéia original de uma mento registrada no NT, Jesus ensina que h
InterrupçSo no cumprimento, enquanto o destruição do Templo (vv, 20-23), o perío­
suplementa com a noção de que tal demora do da Diáspora judaica (v. 24), guerras em
é apenas temporária; e profético, porque en­ uma escala internacional (v. 10), desastres
tendemos que se trata de um ato intencional naturais (v. 11), perseguições (vv. 12-19),
e pré-ordenado no programa divino. e fenômenos celestes e terrestres (vv. 25-
Os textos do AT sugeriram este adia- 26) precederão a redenção nacional trazida
mento quando se referiram ao endureci­ pela segunda vinda (vv. 27-28).
mento de Israel (Is 6.9-13; Zc 7.11-12) e ao Quando o AT registrou que o Messias
exílio judicial (Dt 4.27-30; 28.36-37,49- nasceria (Is 9.6) e governaria sobre o trono
50,64-68), mas o adiamento só foi total­ de Davi e sobre o seu reino (Is 9.7), esta foi
mente revelado no N T (Jo 12.37-40; A t a descrição de um advento messiânico úni­
28.25-28; Rm 11.25-26). Corretamente, co. N o entanto, em Atos 3.18-21, Pedro
este adiamento no cumprimento da histó­ explicou que a segunda metade foi adiada.
ria israelita não é tanto uma interrupção da Portanto, deve-se perguntar por que se­
redenção como uma extensão de um endu­ ria necessária uma segunda vinda se todas as
recimento predito (Rm 11.7-10). O exílio, promessas proféticas a respeito de Israel foram
i|ue foi um castigo por causa da desobedi­ cumpridas na primeira vinda (como alegam
ência nacional, foi, portanto, prolongado os preteristas e historicistas). Além disso, a
durante a era da Igreja até o tempo de­ abordagem apotelesmática é diferente da
terminado para a restauração nacional de abordagem dialética “já-ainda não”, porque
Israel (A t 1.7; 3.21; Rm 11.25-27). Desta esta segunda contemplaria um cumprimen­
forma, ninguém pode questionar a infalibi­ to parcial da promessa completa, enquanto
lidade da promessa divina a Israel (Rm 9.6; a primeira contemplaria um cumprimento
1 1.29). A redenção israelita individual está completo de parte da promessa. Jesus não está
sendo cumprida, atualmente, dentro da cumprindo parcialmente a promessa de reinar
Igreja (Rm 11.1-5). Esta salvação do rema­ sobre o trono de Davi como o Senhor da
nescente durante a era presente (Rm 9.8; Igreja (At 2.34-36; Hb 1.3; 12.2). Isto está
1 1.24,27) testifica da salvação final de todo adiado para uma futura entronização terrena,
0 Israel na era por vir (Rm 11.26). Este as­ que cumprirá completamente as exigências
pecto anteriormente encoberto do plano literais das promessas do AT para a nação de
messiânico (Rm 16.25-26; Ef 3.3-6) decla­ Israel (2 Sm 7.16; SI 89.4; Mt 19.28; 25.31).
ra que Cristo remirá Israel (Rm 11.23) tão
certamente quanto está salvando judeus e QUALIFICAÇÕES PARA 0 A DIAM ENTO
gentios agora (Rm 11.12,15,23,31). E importante lembrar que as profecias
messiânicas foram originalmente dirigidas
A EXPRESSÃO DO ADIA M ENTO a Israel e que finalmente serão cumpridas
O N T se refere ao futuro cumprimentoexclusivamente com Israel. A Igreja ocupa
dos textos de restauração contidos no AT. um período parentético no cumprimento
Por exemplo, o AT prometeu que a cidade do destino de Israel, mas ela (a Igreja) não
de Jerusalém seria liberta do domínio gen- foi relegada a uma posição parentética (veja
1io por intervenção messiânica (Zc 14.1-4). Ef 1.12; 2.6-7; 3.9-10; 5.25-27; C l 1.26-
Isto jamais aconteceu, mas Cristo prome­ 27). O N T confere à Igreja um proprislto
teu que se cumpriria na sua segunda vinda distinto no plano messiânico, juntamente
(Lc 21.24-31). Nesta predição de cumpri­ com o de Israel. N a Igreja, os eleitos (Ju*
22 A d ia m e n t o P r o f é t ic o

deus e gentios) têm igual acesso a Deus (Ef um adiamento da restauração da nação, com
2.11-22), e uma nova revelação da graça um período parentético incorporado para
salvadora de Deus através do Messias de cumprir as promessas de salvação messiâ­
Israel. Esta graça incorporou gentios como nica em favor daqueles (sejam judeus ou
eo-herdeiros das bênçãos messiânicas (Ef gentios) que aceitaram o Messias de Israel.
2.3-6), incluindo a herança do reino (1 Co Visto que o endurecimento de Israel não
6.10; G1 5.21; Ef 5.5; 1 Ts 2.12; 2 Ts 1.5). permitiu a promessa de arrependimento
Ainda assim, as promessas de restau­ nacional na primeira vinda (Jo 12.37-40),
ração feitas a Israel requerem um cumpri­ isto será cumprido na segunda. Uma obje­
mento futuro do mesmo modo que as pro­ ção a tal conceito de adiamento, especial­
messas redentoras encontraram um cum­ mente em passagens proféticas onde uma
primento passado. A primeira vinda do medida clara de tempo ou espaço é espe­
Messias foi originalmente dirigida à nação cificada (como Dn 9.24-27), tem sido que,
de Israel (Mt 15.24) e cumpriu profecias em tais casos, as unidades de tempo ou es­
específicas (Is 53; Dn 9.26). N a segunda paço devem ser entendidas como algo que
vinda do Messias, Ele restaurará Israel (A t funciona contínua e sucessivamente.
1.6; Rm 11.26-27; 2 Ts 1.5-10; 2.3-12; A p 0 adiamento profético não afeta o
19.11— 20.9). Sabemos que estas promes­ cumprimento de eventos medidos. Os
sas não foram cumpridas na primeira vinda mesmos eventos cronológicos são cum­
de Jesus (como sugere a interpretação dos pridos na mesma ordem temporal como se
historicistas) porque Jesus, no Sermão do nenhuma interrupção ocorresse. Escrito­
Monte (Mt 24.30-31; 25.31), e Pedro em res dispensacionais ilustram isto pela ima­
Atos (A t 3.19-21), ligam o seu cumpri­ gem de um relógio profético. Se julgarmos
mento à segunda vinda. E sabemos que elas que este relógio conta apenas o “tempo
não foram cumpridas em 70 d.C. (como israelense”, os ponteiros do relógio con­
sugere a interpretação dos preteristas), por­ gelaram na posição compreendida como
que “o tempo dos gentios” não foi “cumpri­ “tempo dos gentios”. O relógio voltará a
do” (concluído), e as propriedades de Israel funcionar quando o “tempo dos gentios
não foram restauradas. A única maneira de for cumprido”. A partir da perspectiva hu­
harmonizar estas discrepâncias é mudar o mana, o relógio parou e o cumprimento
significado das palavras dos profetas do AT, pode parecer ter falhado. Do ponto de vis­
ou reconhecer um adiamento do cumpri­ ta divino, porém, nada mudou, e tudo está
mento profético final. acontecendo conforme o plano (porque o
As passagens apotelesmáticas (profecias “tempo dos gentios” sempre foi uma parte
que possuem intervalos em seu cumpri­ pretendida do cumprimento).
mento) são comuns na Bíblia. A duração
cie um intervalo é irrelevante, e algumas 0 A DIA M ENTO E A PERSPECTIVA
predições abrangiam muitos séculos (tais PROFÉTICA
como a profecia do êxodo e do estabeleci­ 1 Pedro 1.10-12, um texto dirigido
mento na terra, em G n 15.13-16). predominantemente aos exilados gentios
(1.1; 2.11), explica que Deus revelara aos
ADIA M ENTO E C O N TINU IDA DE profetas a sua intenção de trazer a salvaçflo
CRONOLÓGICA aos gentios (veju In 9,1-2; 19.21-25; 42.1-2;
A abordagem upotclcumfiticu inclui 56.1-8), Ente» profeta* subiam que o Mett«
tttnid Ulittt «XUm/h do exílio de lurael como hIiin de Urucl seria u "luz pura o* gentio*" (In
A d ia m e n t o P r o f é t ic o 23

42.6; 49.6), e diligentemente procuravam 61.1-2 (Lc 4.16-21). Ele diferencia o tempo
descobrir o tempo determinado do advento do cumprimento de dois eventos messiânicos
messiânico, que para eles combinava tanto que se sucedem imediatamente no texto. Em
a primeira como a segunda vinda. Mas os Lucas 4, Jesus foi contra a tradição judaica na
profetas não podiam discernir claramente leitura pública, terminando abruptamente a
quando os gentios receberiam a misericór- sua passagem selecionada no meio da frase.
dia, porque a maior parte destas promessas O resto da frase diz: “[...] o dia da vingança
estava ligada à era messiânica (Is 11.10; do nosso Deus; a consolar todos os tristes”.
42.6; 60.3; Ml 1.11). Se o propósito do Senhor na primeira vinda
foi remir em vez de reinar, então podemos
0 ENSINO DE JESUS SOBRE 0 entender por que Ele omitiu a segunda parte
ADIA M ENTO PROFÉTICO deste versículo, que tem o foco na segunda
Jesus instruiu seus discípulos a respeito de vinda. Ele não a omitiu, como alguns afir­
duas fases do advento messiânico (a realização mam, a fim de enfatizar a graça de Deus, por­
tia redenção e da restauração). Ele disse: “Elias que omitiu palavras que também enfatizam
virá primeiro e restaurará todas as coisas. Mas a graça de Deus. Antes, Jesus sabia que o dia
digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, do juízo gentio deveria ser adiado, e assim leu
mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim fa­ apenas a parte do versículo que dizia respeito
rão eles também padecer o Filho do Homem” ao cumprimento presente.
(Mt 17.11-12; grifo do autor). A resposta de
Israel a João Batista prefigurou a sua resposta A INTERPRETAÇÃO CRISTÃ M A IS ANTIG A
ao Messias e foi necessário o adiamento da sua DO A DIA M ENTO
restauração nacional. A antiga teologia cristã claramente re­
Assim como a vinda do precursor mes­ conhecia esta interrupção na redenção de
siânico possui duas fases, uma relacionada Israel. Em Atos 3.18, lemos a respeito da
a João Batista (para o arrependimento) redenção e da primeira fase da vinda de
e uma relacionada ao profeta Elias (para Jesus nas palavras: “Mas Deus assim cum­
a restauração), também a vinda do M es­ priu o que já dantes pela boca de todos os
sias possui duas fases: uma como Salva­ seus profetas havia anunciado: que o Cris­
dor (para remir) e uma como Soberano to havia de padecer”. Esta proclamação re­
(para reinar). A rejeição a João Batista dentora está então ligada à restauração e
por parte da liderança de Israel fez com a segunda fase da vinda nos versículos 19-
que o seu ministério profético terminasse 21: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos,
sem o cumprimento do arrependimento para que sejam apagados os vossos pecados,
nacional, necessitando então um futuro e venham, assim, os tempos do refrigério
precursor messiânico (representado por pela presença do Senhor. E envie ele a Je ­
Mias). 11a mesma forma, a rejeição a Jesus sus Cristo, que já dantes vos foi pregado, o
poi parte da liderança de Israel também qual convém que o céu contenha até mm
Irz com que o seu ministério messiânico tempos da restauração de tudo, dos quais
terminasse sem o cumprimento da reden- Deus falou pela boca de todos os seus sarv
çflo e restauração nacional; isto tornou tos profetas, desde o princípio”.
neeessilrio o seu futuro retorno como o As frases “tempos de refrlyérUi" e "tem*
Messias que Ele sempre foi. pos da restauração de tudo" retrHtttm Mert*
Jesus também reconheceu o princípio do messiAnlca — a restaiirat,fln prumvtUiH lln
adiamento profético no uso que fez de Isafas naçrto de Israel (veja U 2>2>4l 4<2'6| 11
9 t n iim iv ir n n / i n iirn iu » »

, 1 12), lÍHtiiN cxpreNsfles exatas aparecem Portanto, apesar da rejelçflo nacional


somente iu|iii no N T e não têm precedente de Israel a Jesus como o Messias, a alian­
dileto no A l grego, mas existem idéias pa- ça de Abraão não loi revogada. Isto não
riilelus na literatura apocalíptica judaica. lhes garante a salvação separada do arre­
I ) termo grego apokatastasis (“restau­ pendimento (M t 3.8-9; Rm 2.17-29), mas
ra d o ”), em Atos 3.21, deriva-se do verbo preserva a promessa da futura salvação da
apokathistemi (“restaurar” , a uma condição nação uma vez que esta se arrependa (Zc
anterior) e aparece em Atos 1.6: “restaii' 12.10— 13.2; Mt 24.30; Rm 1 1.25-27).
rando o reino a Israel". Em Mateus 17.11 e
Marcos 9.12 (veja Ml 4.5), o termo se refe­ EXEMPLOS DE A DIA M ENTO PROFÉTICO
re à vinda de Elias para “restaurar todas as Muitas profecias escatológicas do AT
coisas”. Expressões paralelas deste período foram parcialmente cumpridas, mas aguar­
de restauração no N T (embora mais amplas dam o cumprimento completo ou final. A l­
em abrangência) incluem o uso que Jesus gumas passagens apotelesmáticas incluem
faz de “a regeneração” (gr.: palinenesia) em tanto um cumprimento histórico próximo
Mateus 19.28, e a descrição de Paulo da fu­ quanto um cumprimento distante do “Dia
tura era de redenção em Romanos 8.18-23. do Senhor”.
Este termo para restauração é especialmen­
te relacionado ao arrependimento judaico TE X T O S E S C A T 0 L Ó G IC 0 S
nacional, porque os dois termos vêm da SO B R E 0 “ D IA DO S E N H O R ’’
mesma raiz e parecem estar padronizados Cumprimento Cumprimento
após a condição profética para a restaura­ Próximo Distante
ção do reino messiânico: “Tornai para mim
Isaías 13.6 Isaías 13.9
[com um coração restaurado], e eu torna­
rei para vós [com bênçãos restauradas]” Joel 2.1, 11 Joel 2.31
(Zc 1.3; Ml 3.7; veja Mt 3.1-2; 4.17). Esta
Obadias 1-14 Obadias 15-21
relação entre o arrependimento nacional
e o advento messiânico para a nação, es­ Sofonias 1.7 Sofonias 1.14
pecialmente com a exigência acrescentada
do testemunho judaico e da inclusão gentia Outros textos messiânicos escatológicos
(At 1.8; 15.11-18), demanda um período do AT revelam (à luz da revelação do N T)
parentético antes do juízo final. uma distinção entre um cumprimento his­
tórico (primeira vinda) e um cumprimento
A INTERPRETAÇÃO DE PAULO SOBRE 0 escatológico (segunda vinda).
ADIAM ENTO Muitos dos textos de profanação-res-
Paulo escreveu que a rejeição de Israel tauração nos profetas fazem distinção en­
ao Messias prometido trouxe uma suspen­ tre um cumprimento parcial (próximo)
são no cumprimento das promessas messi­ no retorno à terra — e na reedificação de
ânicas a Israel (Rm 11.12,15,23,25-28,31). Jerusalém e do Templo — e um cumpri­
Ele explicou que Deus não falharia em sua mento final ou escatológico (distante) no
promessa feita a Israel, e assim os gentios, reagrupamento nacional final de Israel
i|uo atualmente compartilham o Messias (Is 11.11-12) — o seu retorno à Jerusa­
de Israel durante a era da Igreja, também lém (Is 2.2-3) e a reedificação do Templo
recebem a certeza das bênçãos prometidas escatológico (Ez 37.26-28; 40— 48) no
por Deus (Rm 9.6; 10.1; 11.11,29-32). reino milenial.

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