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1. FUNDAMENTOS E CONCEITOS......................................................................................................................................52
2.PRINCIPAIS PENSADORES...............................................................................................................................................53
3. ESTRATÉGIA MILITAR BRASILEIRA..................................................................................................................................53
4. PROJETOS ESTRATÉGICOS DO EXÉRCITO..........................................................................................................................66
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UD I – INTRODUÇÃO À GEOPOLÍTICA: FUNDAMENTOS, TEORIAS E CONCEITOS GERAIS
ASSUNTOS:
1. TEMAS E CONCEITOS (OK)
a. Origens e Fundamentos da Geopolítica
b. Temas e Conceitos Básicos
c. Teorias Geopolíticas
- O Poder Marítimo, o Poder Terrestre e o Poder Aéreo;
- As Pan Regiões;
- O Desafio-Resposta;
- As Fímbrias (Geoestratégia da Contenção);
- O Poder Perceptível;
- Os Blocos (Casas Comuns e Zonas Monetárias);
- Teoria dos Limes (Limite);
- Teoria da Incerteza ou da Turbulência;
- Tríade;
- O Choque das Civilizações;
- Teoria do Quaterno.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
a. Apresentar as Teorias Geopolíticas Clássicas e Contemporâneas.
b. Caracterizar as origens e os fundamentos das Escolas de Pensamento Geopolítico.
c. Apresentar os fatores e atores que influenciam as relações entre Espaço e Poder no Mundo
Contemporâneo.
PODER MUNDIAL
- Os portugueses através das grandes descobertas geográficas dos séculos XV e XVI, graças a seu avanço
científico e tecnológico. São considerados os inventores do conceito de Poder Mundial. Antes disto, os
sistemas de poder no mundo achavam-se, todos eles, divididos regionalmente. Havia um sub-sistema no
Mediterrâneo, outro no Mar do Norte, um terceiro no Índico, e um quarto no Extremo Oriente;
- O português constituiu-se na primeira língua franca mundial, o pavilhão luso foi o primeiro a tremular
simultaneamente em quatro continentes, e o escudo foi a primeira moeda conversível em escala global;
- A troca de Poder Mundial iniciou-se com a exploração dos Impérios Inca e Asteca pelos espanhóis e culminou
com a União Ibérica (1580). Tentou atrair para si, a totalidade do poder mundial. Além do mais, via-se como o
protetor da religião católica contra a reforma protestante e de toda a Europa contra o Império Turco Otomano.
Tinha como inimigas potências em ascensão como Holanda, França e Inglaterra;
- Com tantos inimigos, o poder espanhol foi enfraquecendo até que se esgotou na “Guerra dos 30 anos”, conflito
que ensanguentou a Europa entre os anos de 1618 e 1648. Inicialmente teve um cunho religioso, aos poucos foi
se transformando num conflito de proporções mundiais, que terminou por voltar-se contra a autoridade do Papa,
e Filipe II.
- Quando se encerrou a Guerra dos 30 anos, a Espanha fora substituída pela França como principal potência
europeia, O sistema bipolar passará a multipolar com: Inglaterra e Holanda (potências marítimas); França,
Áustria e Império Turco (potências terrestres);
- A França passou a implementar uma política externa bastante agressiva contra seus vizinhos. Ele visava obter a
hegemonia francesa na Europa Ocidental, bem como anexar territórios aos seus domínios;
- Esta posição, a França manteve com avanços e retrocessos até a queda de Napoleão (1815);
- O equilíbrio do poder mundial modificara-se novamente:
A Rússia e a Prússia haviam surgido como novas potências continentais;
A“Santa Aliança” dividiu o poder continental entre França, Áustria, Rússia e Prússia;
No mar a supremacia era dos ingleses, com primazia comercial e bélica;
Estas cinco potências compunham o chamado “Diretório Europeu” ou “Pentarquia”, uma espécie de
“Conselho de Segurança” que com altos e baixos, perduraria até 1870.
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- Então surge a Alemanha, sua projeção de poder na primeira metade do século XX conduziu a humanidade a
duas guerras mundiais, separadas por um breve intervalo de vinte anos de paz;
- Até então dois conceitos se destacam “poder mundial” ao longo do tempo: “equilíbrio de poder” e “Estado
perturbador”;
- A “potência mundial” não é aquela que “domina o mundo todo”, mas apenas a que é capaz de influenciar, com
suas decisões, o sistema internacional em sua totalidade. A escala de sua intervenção, portanto, vai além da
mera vizinhança regional ou mesmo continental, alcançando a dimensão planetária;
- Para o “Estado perturbador”, o alvo é o desequilíbrio do sistema, quer porque já sendo a potência mais
poderosa, pretende vir a assumir o domínio mundial (Espanha e da França), quer porque não o sendo, visa uma
posição mais vantajosa e no futuro vir a comandar o mundo todo (Alemanha);
- Com fim da Segunda Guerra Mundial e o início da “Guerra-Fria”. Voltou-se ao sistema bipolar, com duas
potências fora da Europa Ocidental: Estados Unidos e União Soviética. A solução através de uma Guerra
Mundial passou a ser inadmissível, pois poderia destruir todo o mundo;
- Resta resolver o problema de identificar que potência teria assumido desde então, o papel de guardiã do
“equilíbrio de poder” e que potência, ao contrário, teria se convertido em “Estado perturbador” da ordem
mundial. O que não é possível definir ao longo da história;
- A URSS:
Por possuir a maior extensão de fronteiras terrestres e posição central, a Rússia sempre esteve vocacionada a
certo militarismo, do mesmo modo como a Alemanha;
Do ponto de vista do liberalismo ocidental, o nazismo e o comunismo sempre pareceram identificados
igualmente como regimes ditatoriais;
Lênin, em 1917, aceitou a perda de territórios, para firmar paz com a Alemanha;
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Stálin estabeleceu um pacto de não agressão com Hitler, poucos dias antes do último grande conflito
mundial ter início;
Entre os anos 1985 e 1991, Gorbachov liderou uma política de paz que pôs fim à corrida armamentista, bem
como permitiu a queda do muro de Berlim e a reunificação da Alemanha;
Expandiu sua zona de influência com relação a Cuba em 1962 e com o Afeganistão em 1989;
Não faz parte da tradição russa, manter por longo tempo tropas no ultramar, pois os custos de vigilância da
maior extensão de terras do planeta, já são demasiado altos para o Estado russo;
- Os EUA:
Tem-se mostrado paradoxalmente uma nação agressiva e intervencionista;
Divulgaram a chamada “Doutrina Bush”, a qual pretende justificar o direito de intervenção dos Estados
Unidos em qualquer país do mundo, sem consulta à ONU;
O “ataque preventivo” seria legítimo, já que visaria o desmantelamento de supostas organizações
terroristas;
a “Doutrina Bush” propõe é a anulação do “princípio de não-intervenção”, peça-chave do Direito
Internacional na busca pela manutenção da paz mundial;
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- Com o desmantelamento da União Soviética, a bipolaridade que vigorou durante a guerra-fria sofreu um
grande abalo. E agora, os EUA querem forçar o mundo a caminhar em direção a uma ordem internacional
monopolar;
- Em posição contrária aos EUA, as ascensões da União Europeia, da China e do Japão indicam ao contrário,
uma tendência à multipolaridade. Este é o grande desafio geo-estratégico contemporâneo;
- Pelo vigoroso crescimento econômico e militar, tudo indica que a China poderá despontar proximamente como
nova “potência perturbadora”, o que certamente afetará o atual “equilíbrio mundial”.
As Potências Regionais
- No Conselho de Segurança da ONU, as 5 potências vencedoras da 2ª GM:
Possuem assento certo;
São portadoras de arsenais nucleares reconhecidos como “legais” por elas mesmas;
Possuem o poder de veto sobre as resoluções da Assembleia Geral, ou mesmo do próprio Conselho de
Segurança, que porventura julguem ser prejudiciais aos seus interesses estratégicos;
- A desproporção entre o número de ogivas nucleares significa que apenas os Estados Unidos e a Rússia podem
ser chamados de “superpotências”, isto é, aquelas que, sozinhas, são capazes de destruir todas as outras
potências somadas;
- Os EUA é a única que pode ser chamada de “hiperpotência”, pois além de serem uma “superpotência”, são
também a única “potência multidimensional” do planeta, isto é, aquela que além do poderio militar, possui
capacidade econômica, cultural e ideológica de influenciar o mundo todo;
- Sob esse critério, a Rússia é uma “superpotência”, mas não “hiperpotência”;
- A Inglaterra, França e China são potências mundiais, mas não “superpotências”;
- A Alemanha e Japão são potências econômicas e tecnológicas mundiais, mas que não desfrutam de muito
poder político;
- Finalmente, descendo mais um degrau chegaríamos às potências regionais.
- Os poderes marítimos costumam estar identificados com a função de defensoras do “equilíbrio do poder”.
Foram Portugal no tempo de Tordesilhas, a Inglaterra a partir do século XVIII e os Estados Unidos desde a
primeira guerra mundial.
- Já os “Estados perturbadores” estão relacionados aos poderes terrestres e também foram em número de três: a
Espanha mercantilista entre os séculos XVI e XVII, a França absolutista de meados do século XVII a meados do
XIX e a Alemanha na passagem do XIX para o XX;
- As potências mundiais da atualidade: Estados Unidos, União Européia, Rússia, China e Japão;
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- Ao contrário dos anglo-americanos, não quisemos construir na América Latina uma “Europa melhorada” (isto
é, sem o vezo autoritário do absolutismo);
- Com o México funcionando como estado-tampão entre os Estados Unidos e a América Latina, o que restringiu
suas possibilidades de atração, ao âmbito centro-americano. Desse modo acabaria cabendo ao Brasil, o papel de
potência-líder de toda a América Latina e não apenas da América do Sul;
- Impasse entre o alastramento do Mercosul em direção ao México, ou ao contrário, o avanço do Nafta para o
sul com a criação da ALCA.
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- A vasta extensão que cobre do Irã à Indonésia é, como vimos, marginal ao Heartland, e portanto não decide
também o equilíbrio do poder mundial;
- Face à sua posição e a seu espaço, candidata-se a ser uma potência mundial no futuro próximo;
- Com mais de 3 milhões de Km2 e mais de 1 bilhão de habitantes;
- A zona sensível do país é a Caxemira, pois este estado indiano, ademais além da disputa religiosa entre
muçulmanos e hindús, é rota de interligação entre a Ásia Central, o sub-continente indostânico e a China,
representando desse ponto de vista, uma espécie de extensão do Afeganistão;
- O país mantém com o Paquistão uma disputa histórica pelo controle desta região estratégica. Como os dois
países possuem armas nucleares, uma nova guerra entre ambos pode ser desastrosa.
Paradoxalmente, e da mesma maneira como ocorreu durante a guerra-fria, o “equilíbrio do terror” tem sido um
fator de contenção das hostilidades;
- Já com relação à China, a tendência histórica tem sido a de reaproximação. As questões fronteiriças vêm
sendo tratadas diplomaticamente, havendo uma espécie de “acordo tácito” quanto à soberania chinesa sobre o
Tibete, e a influência indiana sobre o Nepal;
- Índia tem apresentado um vigoroso crescimento econômico.
PODER NACIONAL
- Desde a origem dos homens ao longo de sua evolução, como seres sociais que se agrupam para se
apoiarem e se defenderem, objetivando a satisfação das suas necessidades naturais e psicológicas, encontra-
se uma figura permanente: o poder;
- Em todas as épocas, saber a localização de uma fonte de água potável, ter acesso a um determinado campo de
caça e protegê-lo contra eventuais invasores, representavam conhecimentos vitais que hoje nós provavelmente
denominaríamos de estratégicos.
- O ser humano continua sendo idêntico a seus ancestrais, isto é, vulnerável por um lado, frente às forças da
natureza e frente a outros seres humanos que se mostrem mais poderosos do que ele; e mesquinho por outro,
uma vez que a riqueza e os conhecimentos acumulados, não costumam ser generosamente repartidos com os
semelhantes que porventura se encontrem em pior situação;
- “Poder é a capacidade de produzir os efeitos desejados por quem o detém”.
- Dentre as estruturas sociais organizadas, o Estado é a que detém o maior grau de poder, correspondendo a
ele, o Poder Nacional;
-“Poder Nacional é a capacidade que tem o conjunto dos homens e meios que
constituem a Nação, atuando em conformidade com a vontade nacional, para
alcançar os Objetivos Nacionais”.
Apesar de ser uno, o Poder Nacional se faz representar por suas cinco
expressões:
Expressão Política;
Expressão Econômica;
Expressão Psicossocial;
Expressão Militar;
Expressão Científica e Tecnológica.
- O exercício e a aplicação do poder se fazem por intermédio da Expressão
Política do Poder Nacional. A política seria responsável por interpretar os
interesses e aspirações de um povo e identificar e estabelece os Objetivos
Nacionais.
- “Política é a arte de organizar, governar um Estado e de dirigir suas ações,
internas e externas em busca do bem comum”;
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- A Expressão Política a Expressão Econômica e a Expressão Militar são os pilares
dinâmicos do Poder Nacional. Abaixo das três expressões mais dinâmicas para o
exercício do Poder Nacional, existe uma plataforma de suporte que vem a ser a
Expressão Psicossocial e a Expressão Científico-tecnológica;
ORIGENS DA GEOPOLÍTICA
- Na Idade Antiga, principalmente na Grécia e em Roma já se observava a interpretação das características e
fenômenos dos espaços geográficos das regiões, visando à formulação de soluções de caráter político para
alcançar interesses específicos das nações ou dos Estados;
- Na Idade Média (até 1453) houve uma acentuada queda de interesse pelo assunto, assim mesmo encontram-
se escritos;
-Durante a Idade Moderna (até 1789) MONTESQUIEU, MAQUIAVEL, JEAN BODIN, BOTERO, MÜNSTER e outros;
escrevem sobre o assunto, já relacionando os aspectos físicos da geografia com a organização dos Estados, com
suas características culturais e econômicas;
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- Já na Idade Contemporânea (após 1789), intensificam-se os estudos sobre o assunto, FRIEDRICH RATZEL, o
primeiro a elaborar estudos sistematizados sobre o assunto, valendo-lhe ser reconhecido como o precursor da
Geopolítica como ciência.
- Posteriormente, surgem estudiosos que se dedicaram ao estudo da Geopolítica, alguns chegando a
estabelecer Teorias que servem de base para se analisar as ações políticas dos Estados.
- FRIEDRICH RATZEL (1844 – 1904)
Professor de Geografia em Munique e em Leipzig;
Criador da Antropogeografia;
Considera o Estado como resultante do binário solo-homem;
Pressupõe como crescimento do Estado, o crescimento do seu espaço físico em relação ao território
original;
Elaborou a tese do Determinismo Geográfico
Ratzel deixou dois pensamentos de alto grau de periculosidade:
o “O Estado é um organismo vivo”;
o “Espaço é poder”
- Chamamos de Determinismo aquela posição que atribui a uma única causa o motivo de certas realidades
possuírem as características que a tipificam. No caso da Ciência Geográfica, esta situação se verifica quando
damos aos elementos da Natureza (o clima e o solo, por exemplo), o papel de ser a única causa na definição de
certos aspectos constituintes de uma sociedade, bem como de seu desenvolvimento histórico.
- Poucos os países a adotar e desenvolver esse novo ramo da Geografia nos seus primórdios: Suécia, Alemanha,
Estados Unidos, Inglaterra e Japão. Na França, desde o princípio, o pensamento geopolítico foi mal recebido,
de um lado porque foi considerado metodologicamente equivocado, ao dar um peso excessivo às influências
do meio sobre o desenvolvimento das sociedades. De outro, porque no plano político a França, principal
vizinha da Alemanha, tinha razão, portanto, em ver na nova disciplina, uma ameaça à sua integridade
territorial.
- O termo “Geopolítica” foi pronunciado pela primeira vez no ano de 1899, numa Conferência proferida pelo
geógrafo sueco Rudolph Kjéllen (1846 1922), que elevou-a à categoria de ciência aplicada;
- Rudolph Kjéllen abandonou a orientação jurídico-filosófica, passando a analisar o fenômeno do Estado por
processos rigorosamente científicos. Adotando um novo método de estudo da Política, analisando sob os
seguintes aspectos:
Geopolítica: determina a influência do solo (situação, valor do território ocupado) nos fenômenos políticos;
Ecopolítica (atualmente Geoeconomia): influência dos fatores econômicos nos fenômenos políticos;
Demopolítica: estudo do Estado como nação (povo);
Cratopolítica: estuda a política do governo, como poder.
- Segundo Kjëllén, a interpretação dos fenômenos políticos influenciados pelos fatores geográficos se daria sob
três enfoques: Topolítica (localização), Morfopolítica (forma), Fisiopolítica (riquezas existentes);
- Origens do pensamento geopolítico – Europa Sec. XIX (Determinismo Alemão – Possibilismo Francês –
Pensamento Britânico);
OBS: Verifica-se que as concepções criadoras da Ciência Geopolítica vão se
antecipar, inspirar ou justificar o comportamento e a ordenação do mundo no
século XX.
- Políticas expansionistas, alianças, áreas de influência, políticas de “equilíbrio do
poder”, políticas de contenção, entre outras, vieram comprovar a veracidade
daquelas idéias.
- Surgiram e ainda surgem várias “teorias geopolíticas”, frutos dessa nova
ciência, objetivando novos posicionamentos dos Estados no contexto mundial ou,
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ainda, estudos prospectivos e estabelecimento de cenários futuros, para
formulação de geoestratégias.
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- Surgida posteriormente, buscava integrar as duas outras, apresentando como ideia força: "O possibilismo age,
mas não raro em função de um determinismo".
- Seus principais adeptos são o professor Nicholas John Spykman e o engenheiro aeronáutico Alexander
Seversky.
- a Geopolítica deveria levar em conta também o ar, além da terra e do mar e, obviamente, o homem. Admitia,
também, a importante influência da ciência e da tecnologia.
- "O homem não é um autômato, sem determinação ou vontade própria. A liberdade é concedida ao homem à
proporção que a ciência e a técnica avançam (possibilismo), embora tal liberdade seja, de certo modo, limitada
pela natureza (determinismo)".
ELEMENTOS DA GEOPOLÍTICA
- Elementos que passaram a ser considerados básicos na definição da influência dos fatores geográficos nas
análises e decisões políticas com relação ao poder do Estado no contexto mundial:
Tendência dos Estados em face das condições geográficas;
Forma e posição dos territórios dos Estados;
Linha periférica do território dos Estados.
A - Tendência dos Estados em face das condições geográficas : Entenda-se como as melhores
condições geográficas do Estado ou a sua tendência de possuí-las politicamente,
facilitando suas relações com o restante do mundo:
Acesso à totalidade das bacias hidrográficas: Domínio da totalidade das bacias hidrográficas internas e
acesso às bacias hidrográficas compartilhadas.
Posse de uma ou mais saídas para o mar: Posse de uma saída para o mar, ou acesso ao mesmo, através de
"corredores de exportação". Estado será mediterrâneo se não houver rotas oceânicas.
Multiplicação do número de saídas marítimas ou tendência a expansão litoral: Multiplicação do número de
saídas marítimas ou tendência à busca de corredores de exportação. O Estado não deve se contentar em
possuir saídas marítimas somente em uma direção. No caso do Brasil a busca por corredor para o pacífico.
Acesso às costas opostas: Projeção pacífica do Estado em todas as expressões de seu Poder Nacional, nos
Estados vizinhos, separados pela fronteira marítima. É o caso do Brasil, cuja tendência natural deverá ser a
projeção sobre os Estados da África Atlântica, suas "costas opostas", atraindo-os, inclusive, para o grupo da
América Latina.
Nota: E assim já está sendo feito, com a projeção da tecnologia brasileira em construção de estradas e
pontes, e de outras obras de arte rodo-ferroviárias, bem como no setor de abertura de poços artesianos;
com a projeção cultural, através de programas de televisão e de rádio; com a projeção militar, pela atuação
de Forças de Paz, quando solicitadas e pela presença da Marinha do Brasil, ajudando na organização e
funcionamento da Marinha da Namíbia; finalmente, pela presença de alunos de várias nações africanas
nas nossas Escolas Militares dos diversos níveis.
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Acesso às grandes rotas de
suprimento marítimo: Acesso
às grandes rotas de
suprimentos e de transportes,
marítimas e aéreas; e
Estabelecimento de bases
aéreas e de aeroportos: Se a
base física, o território do
Estado estiver pontilhado de
bases aéreas, sua presença se
fará sentir em toda a sua
plenitude, proporcionando
condições não só para a sua
segurança, mas
principalmente para o seu
desenvolvimento. No caso
brasileiro, é de suma
importância a existência do
maior número possível de
bases aéreas e aeroportos,
tendo em vista a imensidão de
seu território.
ALONGADA: RECORTADA:
A forma alongada apresenta dificuldades A forma recortada é encontrada,
para a defesa do Estado. geralmente, em países litorâneos,
Podendo ser cortada se houver partes apresentando reentrâncias na sua orla
estreitas. marítima, que em muito facilitam a
Se o alongamento for no sentido Norte-Sul, existência de portos, donde sua vocação,
ao longo dos meridianos, haverá normalmente, para o comércio marítimo.
diferenciação climática e do solo, As reentrâncias, entretanto, dificultam as
redundando em diferenças populacionais de operações de defesa, pois se apresentam
usos e de costumes, podendo levar a como regiões favoráveis a desembarques
desequilíbrios e antagonismos diversos, anfíbios.
propiciando condições, até mesmo, para a
desagregação.
FRAGMENTADA: COMPACTA:
A forma Compacta do Brasil e outros, é a
A forma fragmentada é aquela na qual a base
mais favorável à coesão do Estado, à sua defesa
física do Estado é constituída de fragmentos,
e ao seu desenvolvimento.
de partes separadas, podendo ser a de um
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Estado Continental, mas normalmente o Poder Central fazer-se presente, com
encontrada em Estados-arquipélago ou ilhas; relativa facilidade, em todos os pontos do
a mais desvantajosa em todos os sentidos. território.
Sob os enfoques econômico, cultural, de O terreno e o clima são bem distribuídos,
defesa, de coesão e de soberania é proporcionando variedade na agro-pecuária.
terrivelmente prejudicial; A defesa militar será facilitada, com a
possibilidade de existência e pequenos postos
nas fronteiras (vigilância) e núcleos de força
mais no interior, para atendimento, com
rapidez, a qualquer problema surgido (forças
estratégicas).
- Quanto à Posição da base física: os Estados podem ser classificados em três tipos, como se segue:
Marítimos - quando predominam as fronteiras litorâneas, sendo mais característicos aqueles formados
por ilhas (Austrália) ou arquipélagos (Indonésia, Japão, Grã-Bretanha etc.).
Continentais - quando predominam as fronteiras terrestres, sendo mais característicos a Suíça, a
Bolívia e o Paraguai, entre outros.
Mistos ou Continental-Marítimo - quando a uma massa terrestre se alia uma considerável
costa marítima, como o Brasil, os Estados-Unidos da América, a Argentina e outros.
C - Linha periférica do território dos Estados: A Linha Periférica do Território dos Estados é a
sua fronteira, ou seja, a demarcação dos limites terrestres e marítimos onde será
exercida a sua soberania.
E muitas outras no Livro Introdução à Geopolítica do Manfra.
FUNDAMENTOS DA GEOPOLÍTICA
- Os Fundamentos iniciais e não sistematizados do pensamento geopolítico se baseiam no poder e nos espaços
geográficos que os Estados ocupavam;
- Para a Geografia Política, Ratzel deixou muitas contribuições tais como:
1ª) O objeto de estudo da Geografia Política deve ser a relação “Estado-solo-sociedade”;
2ª) Cada Estado tem sua vida política condicionada pelos fatores “espaço” (entendido como a área ocupada
por um Estado), e “posição” (este “espaço” relacionado a todos os outros, isto é, à superfície da Terra);
3ª) “Espaço é poder”, isto é, o “espaço” não é visto apenas como suporte ou como veículo das forças políticas,
mas ele é em si mesmo considerado uma poderosa força política;
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4ª) O poder mundial sempre se repartiu entre potências “marítimas” e “continentais” ;
5ª) Só o poder marítimo conduz ao verdadeiro poder mundial, uma vez que a massa líquida dos oceanos
contém a massa sólida dos continentes, e estes últimos estão separados entre si, ao passo que os oceanos
estão interligados.
- As sete “Leis do Crescimento dos Estados” ou “Leis dos Espaços Crescentes”, de Friedrich Ratzel, são:
1 - A necessidade de espaço cresce com a cultura do Estado.
2 -O crescimento do Estado segue outras manifestações do desenvolvimento do povo, devendo,
necessariamente, preceder o desenvolvimento do próprio povo.
3 - O crescimento do Estado manifesta-se pela adição de outros Estados, menores, dentro do processo de
amalgamação.
4 - A fronteira é o órgão periférico do Estado.
5 - Em seu crescimento, o Estado luta pela absorção das seções politicamente importantes.
6 - O primeiro ímpeto para o crescimento territorial vem de outra civilização superior.
7 - A tendência geral para a anexação territorial e amalgamação transmite o movimento de Estado para Estado
e aumentando a sua intensidade.
- Posteriormente, Ratzel elabora mais leis complementando suas idéias iniciais, que são:
a - A área mundial está dividida em zonas de influência, dentro das quais cada Estado tem uma importância
relativa, de acordo com seus aspectos particulares.
b - Os Estados encravados entre outros mais poderosos se vêem sempre no dilema de optar pela política de um
deles.
c - A posição relativa ideal para um Estado é a de ser rodeado de outros de menor potencialidade; Estados
fracos, vizinhos de Estados poderosos, correm o risco de cair na órbita de influência destes; Estados poderosos
e vizinhos, mas de interesses opostos, criam ambiente de intranqüilidade, cuja solução, às vezes única, é a
guerra.
d - Em casos típicos de excesso de população, os efeitos da pressão demográfica transpõem as fronteiras e
penetram pelos vizinhos; é o efeito expansionista.
- “Postulados” de Rudolf Kjëllén:
a - Estados vitalmente fortes, com áreas de soberania limitada, são dominados pelo categórico imperativo
político de dilatar seus territórios, pela colonização, pela união com outros Estados ou pela conquista.
b - Aos Estados pequenos parece reservada, no mundo da política internacional, sorte idêntica à de povos
primitivos no mundo da cultura; são repelidos para a periferia, mantidos em áreas marginais ou em zonas
fronteiriças, ou desaparecem.
c - Quanto mais o mundo se organiza, mais os vastos espaços como Estados grandes, fazem sentir sua
influência e, quanto maior o desenvolvimento dos grandes Estados, menor a importância dos pequenos.
TEMAS DE GEOPOLÍTICA
- A Geopolítica passou a lançar uma visão para o mundo de remanejamento do espaço para proteger a
população humana, as reservas ambientais e os ecossistemas do ponto de vista social, para que, por meio da
ideia de integração e cooperação entre as nações, haja um estímulo à preservação dos ambientes terrestre
para as atuais e futuras gerações, contra os resultados catastróficos dos conflitos entre países vizinhos ou entre
ideologias político-econômicas;
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- A geopolítica também tende a compreender e explicar os conflitos internacionais da atualidade e as principais
questões políticas da atualidade.
- Subdivisões interdisciplinares do estudo geopolítico:
Geo-história: inclui a evolução geológica da Terra e dos Ecossistemas. Entende-se, aqui, por assuntos
integrados da atualidade os maiores embates militares. Ex: Geopolítica do uso das fontes minerais e do
carvão, Geopolítica das Grandes Navegações, Geopolítica da Velha Colonização, Geopolítica da Nova
Colonização, Geopolítica da Guerra Fria, Geopolítica da Globalização;
Geopolítica da Biodiversidade: É ramo que trata de orientar, estrategicamente, as ações políticas locais,
nacionais e internacionais para que as nações não causem profundos desequilíbrios nos ecossistemas por
motivos de interesses econômicos e conflitos.
Geopolítica do Clima: É o ramo que trata de mecanismos de freio às atividades econômicas e militares
estratégicas por parte dos Estados para que haja integração e cooperação regional e internacional na
questão das alterações climáticas lesivas. Ex: Política sobre as convenções do Clima e o Protocolo de
Quioto.
Geopolítica da Energia Nuclear: É o ramo que trata da preocupação mundial com os efeitos nocivos dos
programas nucleares para os ecossistemas vegetais, animais e humanos, interagindo conhecimentos de
Geopolíticas Florestal, Urbanística e da Biodiversidade e de História quando se trata dos efeitos de ordem
físico-química das principais guerras da humanidade e seus processos políticos no meio natural.
Geopolítica Florestal: É o ramo que trata dos efeitos da Política estatal estratégica (local, nacional e
internacional) sobre as reservas florestais e seus biomas, tendo o desenvolvimento sustentável como a
ideia central controladora desta política. Ex: Política econômica X Política estratégica de proteção por meio
de leis como o Código Florestal Brasileiro.
Geopolítica Urbanística: É o ramo que trata da preocupação local, nacional e mundial sobre os conflitos
entre as Zonas naturais de preservação permanente e as Zonas Urbanas de Crescimento e de
desenvolvimento da população (inclusive os problemas urbanos das edificações, pavimentações de vias,
poluições e da moradia).
Geopolítica Rural: É o ramo que trata da preocupação local, nacional e mundial sobre os conflitos entre as
Zonas rurais de produção agropecuária e as Zonas de formação geológica e de preservação permanente
dos ecossistemas naturais.
Geopolítica da Água: É ramo que trata de orientar a política do Estado tanto em nível local, como nacional
e internacional sobre o uso das águas dos rios, lagos e oceanos para fins pacíficos, visando o
desenvolvimento de programas estatais que incentivem a criação de leis e tratados de integração e
cooperação sobre a importância da preservação dos recursos hídricos para as atuais e futuras gerações.
Desta forma, este ramo, abrange também, os possíveis conflitos e disputas internacionais sobre o controle
das águas.
- Entre os novos temas, dos conhecimentos geopolíticos, destacam-se, especificamente:
Geopolítica da Antártida, sobre o Tratado Antártico;
Geopolítica do Atlântico Sul, sobre questões como defesa costeira e Zona Econômica Exclusiva;
Geopolítica do uso das águas fluviais e oceânicas, sobre o Tratado de Montego Bay (relações internacionais
sobre o mar) e do Tratado da Bacia do Prata (Integração e cooperação regional sobre os rios, lagos e outors
meios de uso das águas e navegação fluvial);
Geopolítica das fontes energéticas, sobre energia eólica, biocombustíveis e petróleo (inclusive OPEP,
Oriente Médio e o mundo e o pré-sal em regiões costeiras);
Geopolítica dos resíduos sólidos, sobre poluição, principalmente dos rios, do ar e das cidades;
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Geopolítica do Espaço Sideral, sobre a possível militarização e colonização do Universo;
Geopolítica Nuclear, sobre os programas nucleares e o Tratado internacional de Não Proliferação Nuclear
para fins econômicos e militares.
TEORIAS GEOPOLÍTICAS:
- Para o entendimento das teorias e temas básicos da Geopolítica, contextualizando o período histórico e a
posição ideológica e política dos principais autores;
- Teorias Geopolíticas trata de conhecimentos reais, com credibilidade, buscando explicar,
interpretar, elucidar ou unificar acontecimentos, objetivando uma atividade prática que é a
política do Estado influenciada pelas condições dos espaços geográficos;
- As Teorias podem ser vistas como cenários possíveis, que poderão ser concretizados,
dependendo das ações políticas a serem realizadas pelos Estados;
- Teorias Geopolíticas Clássicas: desde a primeira publicação de Ratzel sobre o
assunto até o fim da bipolaridade mundial, com a desagregação da URSS, em
1990.
Durante os últimos cem anos, três teorias geopolíticas dominaram a mente dos estudiosos de
política internacional das grandes potências:
- A mais antiga, a teoria do "Poder Marítimo" (1890), do Almirante Alfred T. Mahan, escritor e
geopolítico norte-americano, prevendo a conquista do mundo pela potência que dominar os
mares, os estreitos e as passagens obrigatórias da navegação marítima, assegurando-lhe a
capacidade de livre navegação por todas as partes do planeta.
- A teoria do "heartland"- coração continental (1904), também chamada de teoria do
poder terrestre, de autoria do geógrafo e diplomata inglês Halford Mackinder, segundo a qual:
- “Quem dominar a Europa Oriental, controlará a "área pivot" (coração continental) centro da massa
continental euro-asiática (Europa Oriental, Rússia, Cazaquistão, Irã e Paquistão, entre outros). Quem dominar o
coração continental, dominará a Ilha Mundial (Europa, Ásia e África). E quem dominar a Ilha Mundial dominará
o mundo (Ilhas Externas América e Austrália);
- As mudanças tecnológicas provenientes do desenvolvimento do motor à combustão e das grandes ferrovias
transcontinentais, que se fizeram presentes no final do século 19 e início do século 20, propiciaram a
mobilidade terrestre dentro de grandes massas territoriais - e esse fator começaria a alterar, a partir de 1904,
as dimensões dos conflitos armados.
- A grande preocupação geopolítica e estratégica do inglês Halford J. Mackinder era uma provável aliança
militar entre a Rússia e a Alemanha, que seria a articulação entre recursos industriais e recursos naturais e
17
demográficos. Além disso, a Rússia era, geograficamente, um território invulnerável ao alcance das potências
marítimas (Poder Marítimo).
- Suas ideias inspiraram Hitler durante a 2ª Grande Guerra, que, após a conquista da Europa Central, invadiu a
Rússia rompendo o tratado bilateral de cooperação;
- Estas ideias fundamentam a criação de Estados-tampões , com a finalidade de separar a Rússia da Alemanha,
formando o chamado “Cordão Sanitário”;
- A teoria do Rimland (poder periférico) do professor norte-americano Nicholas Spykman
(1942), que prevê a conquista da Ilha Mundial pelas fímbrias, partindo da conquista das áreas
costeiras (contrariando Mackinder que antevia essa conquista partindo do interior do continente
euro-asiático);
- Defensor de uma política intervencionista norte-americana tanto na Europa quanto na Ásia. Dizia que a
América seria vulnerável às invasões provenientes tanto do Hemisfério Ocidental (Europa) quanto do
Hemisfério Oriental (Ásia), face a tridimensionalidade dos conflitos armados (devido ao desenvolvimento dos
poderes terrestre, naval e aéreo).
- O controle político e militar do Heartland, por parte da União Soviética era uma ameaça soberania e de sua
segurança estratégica, justificando uma política intervencionista dos Estados Unidos. O que teria como
consequência a criação de várias linhas de defesa, baseadas em bases navais situadas no Hemisfério Norte,
região do globo terrestre que concentra os principais centros do poder mundial.
- Estratégia da Contenção, que serviu de base para o desenvolvimento da doutrina de segurança dos Estados
Unidos após a Segunda Guerra Mundial.
Estas três teorias influíram na mente e nas decisões de importantes chefes de governo do
passado, tais como Theodore Roosevelt, Guilherme II, Hitler, Mussolini, Churchill, Stalin, Franklin
Roosevelt, De Gaulle e por último Reagan. A estratégia da política de poder da Alemanha no
tempo do kaiser Guilherme II e de Hitler, assim como a da antiga União Soviética, refletiram as
teorias de Mackinder, enquanto a estratégia de poder norte-americana tem sido inspirada pelas
teorias do almirante Mahan e do professor Spykman.
Novas teorias do poder mundial vêm ocupando o cenário internacional, após a desagregação
da União Soviética, que causou o fim da bipolaridade do poder mundial e em face das pressões de
uma sociedade globalizada. Entre várias das novas teorias, destacamos quatro que nos
pareceram mais interessantes:
- A dos "Blocos e Zonas Monetárias", do professor francês Jacques Brochard, contida no seu livro
Le Mirage du Futur - La Nouvelle Ordre Internationel (1990);
- A do "Lime" ou da fronteira viva móvel, do Internacionalista francês Jean Christophe Rufin, autor
da obra Armadilha Humanitária (1991);
- A "Triade" do Clube de Roma, uma visão do mundo como uma sociedade organizada nos moldes
de uma enorme empresa multinacional;
- A da "Incerteza" (ou da Turbulência), do estrategista francês Pierre Lellouche, exposta,
principalmente no seu livro no Le Nouveau Monde de 1"Ordre de Yalta au Desordre des Nations.
Numa síntese comparativa sobre a visão de poder mundial oferecida pelas novas teorias
podemos concluir que os autores Brochard e Rufin, nas suas prospectivas, não acreditam na
duração do poder hegemônico dos Estados Unidos. Vêm o domínio do planeta exercido por grupos
dos mais poderosos - Estados Unidos, Europa Ocidental, Rússia e Japão (quando escreveram a
China ainda era considerada potência secundária).
Rufin vê a necessidade, para a preservação do poder do Ocidente, de uma fronteira viva móvel,
no sentido leste-oeste, contendo o enorme perigo da invasão da Europa pelos "novos bárbaros",
povos africanos e asiáticos, de consequências imprevisíveis para a civilização e cultura ocidental-
cristã. Teme o que chama de invasão da fome e a invasão do fanatismo religioso.
18
A Tríade do Clube de Roma (três blocos de nações liderados pelos Estados Unidos, Europa e
Japão) prospecta a organização de uma sociedade mundial planejada, visando a evitar as
anunciadas calamidades de nível planetário: descontrole ambiental, explosão populacional, crise
energética, carência de água, perigo nuclear. Prevê um mundo organizado segundo o modelo das
grandes empresas multinacionais, dirigida pelos três grupos de nações sob a supervisão dos
Estados Unidos.
Por último, a teoria das Incertezas do Professor Lellouche previu que nos próximos 30 anos
(escreveu em 1992) não haverá um poder capaz de dominar a turbulência provocada por
inúmeros conflitos de índole social, étnica racial, fanatismo religioso, fome, ameaças de uso de
armas de destruição em massa. Anteviu três décadas de desordens e incontrolável onda de
violências, fora do controle de qualquer poder ordenador.
Praticamente, no presente, a sociedade mundial está vivendo um período de ausência
temporária de um eficiente órgão ordenador, seja a ONU, União Européia, Pacto do Atlântico ou
alguma superpotência. Estamos vivendo as previsões de Lellouche sobre a ausência temporária
de um poder ordenador capaz de restabelecer a paz e a segurança, sufocando os vários pólos de
conflitos graves, sangrentos, transnacionais, que se espalham pela Europa, Ásia e África. A
chamada hegemonia norte-americana tem se mostrado insuficiente nesse mister de preservar a
ordem mundial. A ONU, outros organismos internacionais, ou Estados nacionais igualmente têm
fracassado nesse desiderato.
Todos os autores citados, em suas teorias, consideraram a América Latina uma zona de relativa
estabilidade e descartável em termos de influir na composição do poder mundial. Em se tratando
do Brasil, não é isto que pensam outros pesquisadores estrangeiros que nos colocam na
prospectiva de vir a se transformar numa grande potência dentro de 30 ou 50 anos.
- Estas ideias fundamentam a criação de Estados-tampões , com a finalidade de separar a Rússia da Alemanha,
formando o chamado “Cordão Sanitário”;
- Reconhecia que, historicamente, o Poder Marítimo levara vantagem sobre o Poder Terrestre;
- Constatava que a revolução dos transportes terrestres dava vantagens para o “Homem Continental”;
- O Heartland é controlado pelo “Homem Continental” e é inacessível ao “Homem do Mar”;
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- Autores: general Giulio Douhet (italiano) aviador Alexsander Seversky (russo
naturalizado americano);
- No momento em que a teoria do poder terrestre procurava se sobrepor à do poder marítimo, estourava a 1ª
Grande Guerra, levando os estudiosos a procurarem aspectos geopolíticos mais globais no âmbito das relações
internacionais;
- Diante da importância das forças de terra e do mar, em pouco tempo tão importante seria o domínio do ar.
- Preconizava o emprego do avião no interior dos países adversários, destruindo objetivos econômicos, sociais,
políticos e militares, pois, além dos prejuízos materiais, abalaria a vontade de lutar do inimigo;
- Era criado o conceito de “bombardeio estratégico”;
- O avião, modificou de maneira marcante a concepção estratégica de guerra e provocou grande
transformação na visão geopolítica do poder do Estado;
- Esta teoria esteve presente ativamente durante todo o período da Guerra Fria, com os EUA mantendo o
predomínio aéreo na “área de decisão”, culminando com o “Projeto Guerra nas Estrelas”. Viria, ainda, influir
decisivamente no surgimento e no desenvolvimento da Escola da Geopolítica Integralizada.
22
outra idéia básica é a visão da situação de poder marítimo x poder terrestre, concluindo que: as bases
marítimas diminuem sua segurança em relação ao Estado com controle de grande massa terrestre à sua
retaguarda, pois poderia mediante forte ação terrestre, conquistá-la; e, ainda, que o poder marítimo não é
eterno, pelo seu natural desgaste e pela dependência de território;
“As fronteiras são simplesmente a expressão das condições de poder político em um momento
considerado”. Na sua opinião, elas normalmente são grandes causadoras de conflitos, em decorrência de
discordâncias entre os interesses políticos dos confrontantes;
“Tese das Pan-Regiões” - conjugação dos espaços vitais na direção dos meridianos, em eixos norte-sul -
envolvendo variada gama de recursos e mais apropriada à Alemanha pelo seu posicionamento vulnerável;
- Assim, idealizou quatro pan-regiões:
Euráfrica, composta por Europa Ocidental, África e Península Arábica, sob a liderança da Alemanha,
podendo ser auxiliada pela Inglaterra;
Pan-América, formada pelo Continente Americano mais a Groelândia, sob a liderança dos Estados Unidos;
Pan-Rússia, formada pela URSS, subtraindo a Sibéria, mas compensando com a anexação da Índia, com
uma saída para o “mar quente”, o Índico, sonho desde os tempos de Pedro, o Grande;
Pan-Ásia, abrangendo a parte oriental da Ásia, a Austrália e os demais arquipélagos e ilhas da área. Os
japoneses optaram por chamála de “Zona de Co-Prosperidade Asiática”.
- Com a aceitação dessa instituição teórica de “espaços conjugados”, surgiu a idéia de uma “nova ordem
mundial”. O neocolonialismo, regido pela multipolaridade de quatro “Estados diretores”, proporcionava ações
de anulação dos Estados do bloco, inicialmente no campo econômico e, na etapa seguinte, no campo político,
minimizando gradativamente o conceito de soberania dos Estados, em nome de uma paz estável.
- Tomando conhecimento desta concepção, Hitler tentaria implantála, fazendo aliança com a União Soviética na
tentativa de evitar a entrada da Inglaterra e dos Estados Unidos na 2ª Grande Guerra;
23
- A influência do general alemão Karl Haushofer na formulação da estratégia global do III Reich ainda hoje é
causa de polémica.
O DESAFIO-RESPOSTA (1934)
- Autor: sociólogo e historiador Arnold Toynbee (inglês)
- Sua obra "Um Estudo de História", analisa a trajetória - ascensão e declínio - de 21 civilizações, desde os
sumérios, passando pelos egípcios, gregos, romanos, hindús e sínicos (chineses), até os tempos modernos.
- É considerada, ainda hoje, neste início do Século XXI, a mais impressionante concepção de História do Séc XX.
- A base de sua Teoria do Desafio e Resposta está na afirmação abaixo, confirmada em seus estudos e na sua
obra principal:
- "As dificuldades geográficas, os obstáculos, são desafios que se antepõem ao processo de afirmação das
Nações. Ou estas superam esses desafios e se afirmam, ou não os superam e são condenadas à estagnação ou
à desagregação".
- Toynbee afirma que o destino dos povos está nas mãos de suas elites dirigentes e aceita a Geopolítica como
conselheira e indicadora de soluções para essas elites;
- O destino dos povos está nas mãos de suas elites que, segundo o "Pensamento Estratégico" da Escola
Superior de Guerra, do Brasil, edição 2003, devem ser entendidas como "o conjunto de pessoas que, nos
diferentes segmentos da sociedade, exercem papéis de condução ou representação das necessidades, dos
anseios e das aspirações coletivas".
- A respeito das elites, Toynbee faz a seguinte observação:
"Após uma etapa de crescimento, algumas sociedades humanas entraram em colapso, pela perda do poder
criador das minorias dirigentes (elites - N.A.) que, à mingua de vitalidade, perdem a força mágica de influir
sobre as massas não criadoras e de atraí-las".
- Mostra, assim, a grande responsabilidade das elites de uma nação na condução de seus destinos,
influenciando os grupos populacionais.
- Foram vitoriosas as sociedades que se mostraram capazes de responder ao desafio do meio físico (geografia)
e de suas próprias contradições psicossociais, e fracassadas aquelas que não tiveram capacidade de responder
a estes desafios;
- A geografia condiciona, dificulta, sugere, inspira, estimula, enfim, apresenta os seus desafios; caberá ao
homem responder a estes desafios. Ou lhes responde e os supera, ou não lhes responde e é derrotado.
- “A facilidade é inimiga da civilização” e que “o estímulo humano aumenta de força na razão direta da
dificuldade”;
- Divide os estímulos em duas classes, a saber:
Do ambiente físico - as regiões ásperas e os novos solos.
Do ambiente humano - os reveses, as pressões e as inferiorizações.
- Os Estados se afirmaram e se desenvolveram, quando aceitam e vencem os desafios, sob a forma de
dificuldades, obstáculos ou inferiorizações. Alguns, inclusive, ascendendo, à liderança mundial.
- A partir do momento em que não mais se viram frente a desafios, ou não os aceitaram quando recebidos,
estagnaram, regrediram e, até mesmo, entraram em decadência e se desagregaram.
- Esta teoria toynbiana é contrárias às doutrinas etnocentristas (preconceito de raça superior) e geocentristas
(posição e clima privilegiados) como razão determinista de cultura superior.
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- Verifica-se, ainda, que esta interessante Teoria (Desafio e Resposta), referente a nações, pode ser aplicada,
também, no próprio homem, individualmente: enquanto aceita e vence os obstáculos (desafios) interpostos
em sua vida, progride e se afirma; se não os recebe, ou não os aceita, estaciona, regride e tende a perder-se ao
longo do caminho.
com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), ocupou as “fímbrias” do oeste europeu;
com a Organização do Tratado do Centro (OTCEN), ocupou as “fímbrias” do centro-sul da Eurásia, com base
no Irã;
com a Organização do Tratado do Sudeste da Ásia (OTASE), ocupou o oeste da Ásia, com base no Japão.
- Quem controla a Rimland domina a Eurásia. Quem controla e Eurásia domina o
mundo.
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- Estabelecida a bipolaridade no mundo, tendo como pólos as superpotências EUA e URSS, surge a
preocupação dos cientistas políticos e dos governantes no sentido de visualizar, com antecedência, as possíveis
tendências do surgimento de outros Estados dispostos a participar da disputa pelo poder mundial;
- Cria o “conceito politectônico” através de uma fórmula matemática que propõe determinar o potencial de
poder dos Estados, isto é, a capacidade de um Estado de fazer a guerra e/ou de impor sua vontade no contexto
político e econômico mundial;
C - Massa crítica: para território - sua posição, extensão, e recursos naturais; para população efetivo, cultura e
qualidade.
E - Capacidade econômica: produção industrial (quantidade e qualidade); nível de avanço tecnológico.
M - Capacidade militar: efetivo; adestramento das forças; indústria bélica; desdobramento estratégico.
S e W - história do desempenho do país nos últimos 30 anos.
- Apesar de reconhecida, esta teoria não detém bom grau de credibilidade por parte dos geopolíticos, em
virtude de alguns critérios adotados pelo pesquisador e da complexidade de sua aplicação;
-Os estudos se fundamentam no princípio geopolítico da dinâmica territorial, que se baseia:
na presença, considerada a amplitude da área ou espaço, que poucos Estados possuem;
no posicionamento, que qualquer Estado ocupa, independente de sua área estar em local que por
qualquer razão se torna vital;
na capacidade econômica, de difícil avaliação pela sua complexidade, que adotou o Produto Nacional
Bruto – PNB - como indicador econômico, utilizando somente cinco fatores considerados por ele
fundamentais, como: energia, minerais críticos, produção industrial, produção de alimentos e comércio
exterior;
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4 - recursos naturais estratégicos essenciais;
5 - população maior que 100 milhões de habitantes;
6 - densidade demográfica maior que 10 hab./km2;
7 - homogeneidade racial.
- A partir do fim da bipolaridade e do início de uma possível multipolaridade, surgem os mais variados
“cenários prospectivos” possíveis no mundo;
- os cenários se constituem em teorias geopolíticas de vez que, além de atenderem aos requisitos de uma
teoria, deixam claramente visíveis as condições geográficas embasando as decisões políticas que possibilitam
atender;
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Sob o enfoque ecopolítico, projeta assistência aos “Estados tampões” que, apesar de serem do sul,
encontram-se na linha limítrofe do norte. Portanto, usufruindo alguma assistência econômica e tendo
assegurada a sua estabilidade, servem como um bloqueio à invasão do espaço privilegiado;
Sob o enfoque geoestratégico, aceitam-se nessa faixa limítrofe Estados totalitários desde que contribuam
com a estabilidade da região, ou ainda, atacar um Estado, por motivos nem sempre confessáveis, para
proteger o espaço privilegiado de possível infiltração bárbara.
TRÍADE (1961-1992)
- Autor: Clube de Roma;
- Propõe a divisão do mundo em centros de poder, no exercício do domínio do mundo sem maiores riscos de
conflitos, portanto, sobre o poder mundial mais “harmônico”;
- Com pequenas modificações e adaptações à nova conjuntura, esta teoria divide o mundo em três grandes
blocos:
28
- “Bloco Americano” - compreende o continente americano, sob a liderança dos EUA. A economia dos Estados
integrantes do bloco seria “dolarizada”, suas forças armadas seriam reduzidas e suas missões constitucionais
alteradas, de acordo com a política adotada pelo Estado líder do bloco;
- “Bloco Europeu” - abrangendo a Europa, a Rússia (nova CEI), e os Estados do norte da África, sob liderança da
Alemanha. A moeda forte seria o “marco alemão” ( ainda não existia o Euro) e a defesa do bloco ficaria a cargo
das forças conjuntas da União Européia.
- “Bloco Asiático” - composto por Japão, China, Austrália, Índia, os Tigres Asiáticos e demais Estados da região;
a moeda corrente seria o iene.
- Nota-se que a configuração desses blocos se inspira na teoria das pan-regiões
de Haushofer, no que diz respeito à divisão dos espaços geográficos e do poder
político militar regional; de Brochard, na divisão do espaço econômico mundial e
na adoção de moedas únicas para cada um;
- Com base nesse entendimento, Huntington passa a estudar as civilizações atuais e identifica nove civilizações,
a saber:
a) Ocidental - compreende Europa Ocidental, América do Norte, Austrália e Nova
Zelândia;
b) Islâmica - abrange os países mulçumanos do sul da Ásia e do norte da África;
c) - Sínica (Confucionismo) - existente na China e no sudeste da Ásia;
d) - Budista - compreende Mongólia, Nepal, Tailândia, Cambodja,
Myanmar, Laos, Malásia e Bangladesh;
e) - Latino-americana - engloba os Estados da América Latina;
f) - Ortodoxa - centrada na Rússia, inclui os países balcânicos e eslavos;
g) - Hindu - Índia e outros pequenos países próximos;
h) - Africana - abrange países da África Central e Sul (o autor tem dúvida
se realmente constituem uma civilização);
i) - Japonesa - somente o Japão.
29
- Esta classificação provocou uma série de protestos principalmente por europeus, em virtude da exclusão da
América Latina como civilização ocidental;
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setor financeiro (bancos e financeiras e bolsas de valores), as grupos paramilitares de motivação ideológica ou
religiosa.
31
UD I – INTRODUÇÃO À GEOPOLÍTICA: FUNDAMENTOS, TEORIAS E CONCEITOS GERAIS.
ASSUNTOS:
2. A GEOPOLÍTICA DO BRASIL
a. A Geopolítica do Brasil: autores e temas;
b. O espaço Amazônico e sua projeção geopolítica;
c. A Geopolítica da América do Sul;
d. A Geopolítica do Atlântico Sul.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
a. Caracterizar o Pensamento Geopolítico Brasileiro.
b. Apresentar a Geopolítica da Amazônia.
c. Caracterizar a Geopolítica do Atlântico Sul.
AMBIENTAÇÃO
- O Brasil é dotado de continentalidade e maritimidade, o que pode ser uma
grande vantagem estratégica;
- Quanto a continentalidade:
Território de 8.515 Km2 (5º maior do mundo, 47% das terras sulamericanas);
15.719 km de fronteiras terrestres (3º maior do mundo);
3º maior país do mundo em número de países vizinhos (fronteira com 10
países);
- Quanto a maritimidade:
7.491 km de faixa litorânea;
Maior território marítimo do Atlântico Sul (dado pela projeção da faixa
litorânea no Atlântico);
- A constituição do pensamento geopolítico brasileiro está relacionada à própria
constituição da nação e do meio físico (território), no qual se desenvolve o
Estado.
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- Capitão Mário Travassos:
Projeção nacional no continente com a elevação do Brasil à primeira potência
do Continente Sul-americano;
É de Travassos a formulação da ideia de que nossa conformação geográfica
nacional tem a forma de um território misto (continental e marítimo);
Foco principal na integração nacional e na interação e projeção nacional no
Continente. Brasil como articulador da AMS;
Consolidação do Poder Nacional no próprio território (≠ expansionismo
alemão);
Projeto de desenvolvimento → melhoria das ligações e comunicações;
Possibilidade de choques Brasil e EUA → no noroeste da América do Sul e
Caribe (Canal do Panamá, Petróleo e Burracha);
Preconiza a necessidade de adoção de uma estratégia de interiorização
política, econômica e demográfica (combate ao vazio populacional). Suas
propostas inspiraram Vargas em seu programa Marcha para o Oeste.
Apresenta projetos para uma política de transportes terrestres no interior do
país:
o Como os atualmente chamados “corredores de exportação”
o Ligações com países vizinhos, como a ligação do Atlântico com o Pacífico;
o Importância da aviação nos transportes a longa distância e no transporte
em sistemas intermodais;
o Integração de transportes com a AMS → neutralizar a influência Argentina;
o Estratégia de interiorização política, econômica e demográfica;
- Meira Mattos também discute os fatores sociológicos próprios à formação do povo brasileiro que favorecem a
projeção geopolítica brasileira.
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O PENSAMENTO GEOPOLÍTICO BRASILEIRO
- Com relação a Escola Geopolítica Brasileira, foi assim denominada por existir uma formulação sistemática,
variada, e na qual há gerações de autores e não por ter uma linha única (o que também não é verdade);
- É de Travassos a formulação da ideia de que nossa conformação geográfica
nacional tem a forma de um território misto (continental e marítimo);
35
- Esta característica mista do território pode vir a ser vantagem estratégica, conforme ensinamentos de
Mackinder, quando analisou a possibilidade da China vencerem a Rússia;
- A constituição do pensamento geopolítico brasileiro está relacionada à própria
constituição da nação e do meio físico (território), no qual se desenvolve o
Estado.
O Tratado de Tordesilhas foi o marco inicial de uma imposição geopolítica sobre
a qual se desenvolveu toda a história do Brasil colônia. Estabeleceu as
primeiras relações com a Espanha e retrata um problema comum na
geopolítica que são as questões de segurança nas fronteiras;
O Tratado de Madri de 1750, que legitimou as conquistas dos bandeirantes
paulistas e nortistas. Era um esboço das atuais fronteiras políticas atuais;
A atuação de José de Bonifácio foi fundamentação na manutenção do vasto
território brasileiro durante o processo de independência. Também foi
responsável por propor projetos com objetivo de interiorização (transferência
da capital para o interior) e de integração (construção de estradas).
- A geopolítica, enquanto campo de conhecimento, aparece com Everaldo Bacheuser, o primeiro a sistematizar
informações e deu corpo para que esta disciplina se desenvolvesse em território nacional;
A segunda geração do pensamento geopolítico (Golbery, Meira Mattos e Therezinha de Castro) tinha como
foco a segurança e o desenvolvimento;
- Foi um período em que a geopolítica estava sobre a influência da ordem
mundial da guerra fria (do ocidente contra o comunismo). Marcado também por
uma profunda ligação e aliança ideológica com os EUA.
- Destaca-se nos estudos de Golbery sua ideologia anticomunista e ocidentalista. Compartilha desta mesma
ideologia o General Meira Mattos;
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Henrique; com a adesão ao Tratado de não proliferação de armas nucleares e do
regime de controle de tecnologia de misseis;
- A influência da Geopolítica Clássica na geopolítica brasileira pode ser observada nos documentos relativos à
Defesa Nacional: Livro Branco de Defesa Nacional; Política Nacional de Defesa; e Estratégia Nacional de Defesa;
- Este período ficou conhecido como apagão e foi superado com o retorno ao cenário das Forças Aramadas
com a Política de Defesa Nacional (1996), que propõe com estratégia uma postura dissuasória de caráter
defensivo.
- A terceira geração da geopolítica se caracteriza pela busca de maior autonomia
no cenário internacional e de embate de setores nacionalista contra a ALCA.
Como marcos deste período têm-se:
Vai desde os governos de Lula até o presente 2º governo de Dilma;
A reedição da Política de Defesa Nacional em 2005;
Elaboração da Estratégia Nacional de Defesa (END) em 2008, que representa a orientação geopolítica do
país e apresenta três eixos estruturantes: reorganização das Forças Armadas, reestruturação da indústria
de matéria de defesa e a política de composição dos efetivo das Forças Armadas;
37
- O mestre Jorge Manuel da Costa Freitas observou a existência de uma “unidade ideológica” no pensamento
dos autores destes últimos 70 anos, revelando uma unidade doutrinária.
- A existência de um conjunto de análises geopolíticas realizadas por diferentes
autores que, embora divergindo, permite desenvolver uma corrente de
pensamento subordinada a valores e objetivos comuns;
- Resumindo e integrando o pensamento geopolítico nos últimos 70 anos, observa-se as seguintes linhas
ideológicas:
A ideia de império, inspirada na grandeza territorial e na missão de desbravá-lo;
A necessidade de uma política de interiorização, visando integrar e incorporar a imensa massa continental
inexplorada ao processo de povoamento, enriquecimento e fortalecimento do poder nacional;
Importância do desenvolvimento e defesa da região amazônica;
O grau de valor de nossa maritimidade está relacionado com a destacada presença estratégica no Atlântico
Sul;
O desenvolvimento aéreo (transporte, vigilância e defesa), devido a extensão geográfica do país, é fator
fundamental à integração territorial;
Uma política de desenvolvimento econômico, social, científico e tecnológico para todo o território;
Prevaleceu o entendimento de que o Brasil possui condições para vir a ser uma das grandes potências de
nível mundial. Para isso deverá, melhorar o desempenho administrativo e acelerar o ritmo do
desenvolvimento econômico e social;
Em função das ambições internacionais suscitadas pelo imenso território geográfico e riquezas
inexploradas, o Brasil necessita de uma força militar de dissuasão estratégica, capaz de desencorajar
possíveis tentativas de invasão;
Na defesa de suas aspirações e objetivos, o Brasil terá que se apoiar numa diplomacia firme e convincente.
39
- Quais saã o os principais atorés néssé projéto intérnacional? Os moviméntos ambiéntalistas, ondé sé
déstacam as ONGs nacionais é intérnacionais; a coopéraçaã o intérnacional téé cnica, financéira,
ciéntíéfica; organizaçoã és réligiosas dé todos os tipos; agéô ncias dé désénvolviménto dé govérnos
éstrangéiros é tambéé m dé émprésas;
- A cooperação internacional é fundamental para o desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia no Brasil. Mas,
por vezes, essa cooperação tecnocientífica tem um excesso de autonomia. A questão crucial é o controle da
informação. Deve haver, portanto, uma conscientização no sentido da globalização da pesquisa, de modo que
não tenham acesso apenas a uma parte da informação.
A integração da Amazônia sul-americana
- Projéto intérnacional qué diz réspéito aà intégraçaã o da Amazoô nia transnacional, da Amazoô nia sul-
américana. Podé sér importanté:
Pois, a união dos países amazônicos pode fortalecer o Mercosul. Um contraponto à ALCA e com a própria
União Europeia;
Para tér uma présénça colétiva é uma éstratéé gia comum no cénaé rio intérnacional, fortalécéndo a
voz da Améé rica do Sul;
Porque é fundamental para estabelecer projetos conjuntos quanto ao aproveitamento da biodiversidade e
da água;
Porqué podé ajudar a contér as atividadés ilíécitas – narcotraé fico, contrabando, lavagém dé
dinhéiro étc.
- Há uma crescente presença militar na fachada do Pacífico e na América Central, através do que se denomina
de “localidades de operação avançada. O Brasil virou uma ilha cercada de “localidades de operação avançada”
por todos os lados;
- O Brasil ténta impédir éssé cérco com vaé rias réspostas, como com a criaçaã o do Ministéé rio do Méio
Ambiénté é o projéto SiPAM (Sistéma dé Informaçaã o para Protéçaã o da Amazoô nia);
- Esse processo levou a uma forte reativação das fronteiras políticas da Amazônia, consideradas anteriormente
como fronteiras mortas;
- Mas o fato dé a globalizaçaã o incidir na Amazoô nia dos paíésés vizinhos atravéé s da présénça militar, é
no Brasil por intérméé dio da coopéraçaã o intérnacional, constitui uma diférénça importanté;
- Realiza-se uma articulação sul-americana por meio do resgate do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).
As novas feições da fronteira móvel
- Aqui sé coloca uma hipoé tésé poléô mica: na déé cada dé 1990, o ambiéntalismo dominou é sé délinéou
como uma téndéô ncia ao ésgotaménto da Amazoô nia como frontéira moé vél, isto éé , como frontéira dé
éxpansaã o éconoô mica é démograé fica no térritoé rio.
A consolidação do povoamento
- A tendência à consolidação do povoamento é patente no avanço econômico significativo e na tecnificação da
agroindústria no cerrado, que planta soja e agora também algodão colorido. Com o crescimento da produção e
o aumento da produtividade da soja, a terra não é mais ocupada como reserva de valor. Agora o que sucede é
o uso produtivo da terra. Acrescem mudanças também na pecuária;
43
- Sua posiçaã o géopolíética, no céntro da Améé rica do Sul, lhé conféré importaô ncia éstratéé gica mas
tambéé m lhé traz a convivéô ncia com parté dos problémas dos paíésés os quais o Brasil tém frontéira;
- As quatro grandes questões do Exército na Amazônia, segundo sua missão constitucional: assegurar a
soberania nas fronteiras terrestres, dissuadir e combater atividades ilícitas, proteger as riquezas do subsolo e
dar credibilidade às ações de defesa da área;
- A articulaçaã o logíéstica é opéracional do Comando Militar da Amazoô nia pérmité cumprir sua missaã o
constitucional qué éé définida péla constituiçaã o;
- A articulação logística está estruturada em duas Regiões Militares, a 8ª e 12ª, que planejam e executam as
funções logísticas de suprimento, transporte, manutenção, saúde e recursos humanos;
- A funçaã o logíéstica dé Engénharia éé éxécutada pélo Grupaménto dé Engénharia com quatro
Batalhoã és é uma Companhia dé Engénharia dé Construçaã o;
- A articulação operacional está conformada por cinco Brigadas de Infantaria de Selva e a 8ª Divisão de Exército,
com sede em Belém-PA;
- O éfétivo do Exéé rcito na Amazoô nia ém 1950, éra dé apénas 1.000 militarés ém toda a Régiaã o. Hojé,
ém todo o CMA haé um éfétivo dé aproximadaménté 26.500 militarés;
- Esse esforço do Exército foi para responder em melhores condições a defesa dos interesses nacionais na
Região sendo importante destacar, nesse contexto, a “estratégia da presença seletiva” que permitiu ao Exército
Brasileiro sediar suas OM em localidades consideradas estratégicas;
- As açoã és dé défésa do Estado Brasiléiro na Régiaã o Amazoô nica, poréé m, nécéssitam sér ampliadas,
assim, dé acordo com a Estratéé gia Nacional dé Défésa (END) foi élaborado o Plano Amazoô nia
Protégida, qué éé apénas a vérténté do Exéé rcito, qué sé intégra, com os planos da Marinha do Brasil é
da Força Aéé réa Brasiléira;
Perspectivas Futuras
- Prevê a modernização das instalações militares existentes, a construção de novas estruturas militares;
- A aquisiçaã o dé modérnos équipaméntos dé défésa é dé monitoraménto da frontéira Sistéma
Intégrado dé Monitoraménto dé Frontéiras (SISFRON);
- O efetivo do Exército Brasileiro na Região sofrerá um significativo aumento perfazendo uma presença, de
aproximadamente 48.000 homens, projetada para 2030;
- O Programa Amazoô nia Protégida éstaé insérido no Plano dé Articulaçaã o do Exéé rcito Brasiléiro na
Amazoô nia é na Estratéé gia Nacional dé Défésa;
- Contempla ações que visam fortalecer a presença militar na Região por meio de um estratégico
posicionamento de tropas articuladas na fronteira e em profundidade;
- Prévéô ainda a dotaçaã o dé équipaméntos dé avançada técnologia para a intérligaçaã o é auménto da
mobilidadé da tropa compatíévél com a diménsaã o da Amazoô nia é da sua importaô ncia éstratéé gica para
as géraçoã és futuras.
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- Aléé m disso, boa parté das éxpédiçoã és déssé péríéodo éram dé résgatés. Ou séja, éxpédiçoã és qué sé
émbrénhavam nas matas com o objétivo dé aprisionar íéndios é lévaé -los para sérvir nas missoã és
réligiosas ou junto aos colonos qué sofriam com a éscasséz dé maã o-dé-obra éscrava;
Chegam as unidades de um Exército permanente
- Só em julho de 1753 a atual Amazônia brasileira passou a contar na sua defesa com unidades de um Exército
permanente. Vieram dois regimentos de Portugal, que receberam os nomes de Regimento da Cidade e
Regimento de Macapá. A medida integrava a vasta reforma político-administrativa instituída no reino pelo
secretário de d. José I, o marquês de Pombal;
- O considéraé vél alargaménto das frontéiras, qué féz com qué o Brasil praticaménté assumissé séus
contornos atuais, éxigia um cuidado maior por parté da Coroa;
- Esses impulsos colonizadores, no entanto, não tinham continuidade. A ação era sempre emergencial;
- Atéé 1822, toda força régular da régiaã o sé résumia a éssés tréô s corpos dé infantaria, um corpo dé
artilharia é um ésquadraã o dé cavalaria. Aléé m do mais, todos élés éstavam aquartélados na capital. No
intérior da Amazoô nia, o Exéé rcito portuguéô s continuava ausénté, déixando a défésa déssa vasta régiaã o
nas maã os dé forças particularés, os corpos dé milíécias.
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Conflito de terras, envolvendo fazendeiros, clero local, índios, garimpeiros e madereiros;
Atividades de multinacionais no campo da mineração e interferência de entidades conservacionistas
estrangeiras e de instituições internacionais de financiamento no planejamento e na execução de
programas de desenvolvimento da Amazônia.
- O GTI sélécionou séis tréchos da Faixa dé Frontéiras mérécéndo aténçaã o imédiata, séndo os quatro
priméiros com prioridadé maé xima:
1° – Frontéira com a Vénézuéla-Noroésté dé Roraima é Norté do Estado do Amazonas;
2° - Frontéira com a Vénézuéla/Coloô mbia - Alto do Rio Négro é Noroésté do Amazonas;
3° - Frontéira Vénézuéla/Guiana-Norté é Lésté dé Roraima;
4° - Frontéira Oésté do Amazonas/Coloô mbia;
5° - Frontéira Norté do Paraé com o Surinamé é
6° - Frontéira com a Guiana Francésa - trécho ao Norté do Estado do Amapaé .
- Da análise de toda a problemática identificada na região do Calha Norte ficou caracterizada a necessidade
das seguintes ações urgentes:
Intensificação das relações bilaterais com os países vizinhos.
Intensificação das campanhas demarcatórias de fronteiras.
Vivificação da faixa de fronteiras, a ser estimulada pela ação pioneira das Forças Armadas.
Proteção e assistência às populações indígenas.
Implantação e ampliação da incipiente infra-estrutura viária.
Aumento da produção de energia elétrica.
Apoio à interiorização de polos de desenvolvimento econômico, aproveitando as características locais.
Aumento da oferta de assistência social básica.
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- Uma caractéríéstica importanté éé qué mésmo com o fim do Régimé Militar brasiléiro é da Guérra
Fria, a présénça do Estado continuou séndo primordial nas quéstoã és dé Ségurança é Défésa nacional,
contradizéndo a téndéô ncias dé muitos téoé ricos ém afirmar o énfraquéciménto da figura éstatal;
- De todo o território brasileiro, a porção amazônica é aquele que apresenta maiores dificuldades de
inserção e controle efetivo por parte do Estado. Tanto suas características naturais que por si só dificultam
o acesso e fixação de uma população brasileira na região, a maior preocupação com as fronteiras da
região sul do país, acabaram por deixar a Amazônia em segundo plano por muitos anos;
-A vastidaã o do térritoé rio amazoô nico é sua baixa dénsidadé populacional constituém-sé désafios ao
govérno fédéral na téntativa dé asségurar a présénça éstatal no térritoé rio é a présérvaçaã o das
frontéiras nacionais;
- Fatores regionais que acabam por influenciar as políticas governamentais de desenvolvimento e de
segurança para a região:
A situação política, social, econômica e militar nos seis países com que a Amazônia faz fronteira;
A pressão internacional para controlar a Amazônia, que se exerce hoje por meio de agências internacionais, de ONGs
e da estratégia diversionista de Estados estrangeiros que têm padrões de consumo e produção insustentáveis e detêm
grandes recursos financeiros e tecnológicos;
O tráfico internacional de drogas e seus efeitos sobre o sistema financeiro e político;
A presença militar e a ação americana em países vizinhos;
As políticas econômicas contracionistas e deviés antidesenvolvimentista dos governos federais que dificultam a
realização de programas de desenvolvimento das regiões atrasadas;
A omissão por vezes interessada do Estado diante da ação de grandes empresas nacionais e estrangeiras, principais
responsáveis pelo desflorestamento amazônico.
- Objetivo do Programa Calha Norte : mélhorar a défésa das frontéiras amazoô nicas, promovér a ocupaçaã o é o
désénvolviménto susténtaé vél é ordénado da régiaã o;
- Preocupado em afirmar sua presença e controle efetivos na Amazônia (visando principalmente às
fronteiras do Norte do país), o Projeto concentra-se não apenas no povoamento desta área com a
inserção de migrantes, mas sobretudono “enraizamento” da população por meio do oferecimento de
infraestrutura e do desenvolvimento de projetos sociais, principalmente em sua segunda fase, quando
intitulado Programa Calha Norte;
- Motivações internas para o surgiménto do Projéto podé sér apontada a nécéssidadé do Estado sé fazér
mais présénté nésta régiaã o, os problémas rélacionados aà éxtraçaã o ilégal dé minéé rios dé térras
indíégénas é tambéé m as conséquéô ncias da Guérrilha do Araguaia (NASCIMENTO, 2006: 99-100).
- Motivações externas: intérféréô ncia cubana nas crisés vividas pélo Surinamé é péla Guiana é tambéé m
pélos créscéntés incidéntés énvolvéndo o narcotraé fico é o contrabando nas régioã és dé frontéira;
- Dentre as necessidades fundamentais e imediatas do Projeto, destacam-se:
1. Incremento das relações bilaterais;
2. Aumento da presença militar na região;
3. Intensificação das campanhas de recuperação dos marcos limítrofes; e
4. Definição de uma política indigenista apropriada á região.
- Nota-sé qué todas as nécéssidadés fundaméntais é imédiatas déstacadas acima rélacionam sé
dirétaménté a problémas é préocupaçoã és acérca da sobérania é défésa da Amazoô nia brasiléira.
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- A integração regional é o mecanismo encontrado pelo governo para promover o desenvolvimento da
região amazônica de todo o continente sul-americano resguardando os diretos brasileiros sobre o controle
dessa porção de seu território.
- Ao invéé s dé éncarar séus paíésés vizinhos com um olhar dé désconfiança, o Brasil busca éstréitar
suas rélaçoã és, promovéndo a coopéraçaã o políética, téé cnica é éconoô mica;
- A integração regional e um bom relacionamento com os demais países amazônicos, promovendo o
desenvolvimento econômico e social de forma mais ampla também são uma forma de afastar um dos
maiores temores dos militares e do governo civil em relação ao território amazônico: a cobiça
internacional;
- Aléé m do narcotraé fico, outras améaças rélacionadas aà cobiça intérnacional saã o rélévantés, como a
intérnacionalizaçaã o da régiaã o sob a justificativa da protéçaã o ambiéntal é dos Diréitos Humanos das
comunidadés indíégénas qué laé habitam.
- No intuito de diminuir a influência estadunidense sobre aos países da região, diversas iniciativas do
governo brasileiro foram lançadas, como o Tratado de Cooperação Amazônica (1978) e o próprio Projeto
Calha Norte. De acordo com Nascimento (2005), o PCN é um braço militar do Tratado de Cooperação
Amazônica, que não obteve resultados satisfatórios no sentido de fortalecer a integração regional e o
desenvolvimento dos países amazônicos;
- Para uma maior présénça do Estado é, sobrétudo dos militarés, nos pontos chavés para a sobérania
é défésa brasiléira, a abrangéô ncia do Calha Norté foi éxpandida. Quando foi concébido duranté o
Govérno Sarnéy ém 1985, o Projéto possuíéa uma aé réa dé abrangéô ncia qué continha 74 municíépios, a
maioria situada na faixa dé frontéira, na faixa ribéirinha (a calha dos rios Solimoã és/Amazonas) é na
faixa intérior (dénominada dé hintérlaô ndia é localizada éntré as duas priméiras faixas);
- O Projeto foi retomado pelo governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e passou a ser
denominado Programa Calha Norte (PCN);
- Sua aé réa dé abrangéô ncia, passando a énglobar 194 municíépios, séndo 95 désté localizados na Faixa
dé Frontéira, pérténcéntés a séis éstados (Acré, Amapaé , Amazonas, Paraé , Rondoô nia é Roraima) é
corréspondéndo a 32% do térritoé rio nacional. Cérca dé 8 milhoã és dé péssoas habitam a aé réa dé
atuaçaã o do Programa Calha Norté, incluindo 46% da populaçaã o indíégéna brasiléira.
- Dentre os motivos para a expansão da área de atuação do Programa Calha Norte citados pelo Ministério
de Defesa estão: o esvaziamento demográfico das áreas mais remotas e a intensificação das práticas
ilícitas na região;
- As duas principais vérténtés do programa ocupam-sé da manuténçaã o da sobérania nacional é da
intégridadé da sua régiaã o dé atuaçaã o é da promoçaã o do désénvolviménto ordénado da régiaã o;
- Por meio de obras que abarcam desde o aumento contingente militar até a implantação de infra-
estrutura básica (construção de hospitais, aeródromos, estradas, escola agrotécnica, tubulação para
abastecimento de água potável etc.);
- Com o intuito dé désénvolvér a régiaã o sob uma pérspéctiva susténtaé vél é fixar o homém aà térra, ém
uma téntativa dé diminuir o “vazio démograé fico” da régiaã o.
- Dentre os projetos realizados pelo PCN podem ser destacados:
1. Construção de Embarcações para Controle e Segurança da Navegação Fluvial;
2. Implantação de Infraestrutura Básica nos Municípios da Região do Calha Norte;
3. Implantação de Unidades Militares na Região do Calha Norte.
- Os programas mais importantés é qué récébéram aténçaã o éspécial foram:
48
Incréménto das rélaçoã és bilatérais, no aô mbito do Ministéé rio das Rélaçoã és Extériorés;
Auménto da présénça militar na aé réa, désénvolvido pélo Ministéé rio da Marinha é tambéé m
éxécutado pélo Ministéé rio do Exéé rcito;
Récupéraçaã o é adénsaménto dé marcos limíétrofés, do Ministéé rio das Rélaçoã és Extériorés (MRE);
Estruturaçaã o régional da FUNAI na faixa dé frontéira, do Ministéé rio do Intérior (MINTER);
Ampliaçaã o da infra-éstrutura viaé ria é Ampliaçaã o da oférta dé sérviços sociais baé sicos.
- Destaca-se nos relatórios entre os anos de 2003 a 2010 o gasto com a Ação 1211 (Implantação de
Infraestrutura Básica nos Municípios mais Carentes) e Ação 1213 (Implantação de Unidades Militares);
- O binoô mio ségurança é désénvolviménto éé a força motriz dos planéjaméntos éstratéé gicos para o
Brasil na atualidadé.
- O principal esforço do governo e da diplomacia militar é solidificar os laços entre o Brasil e países
vizinhos, afastando a possibilidade de interferência externa em assuntos regionais;
- O papél dos militarés para o désénvolviménto da régiaã o éé dé éxtréma importaô ncia, naã o apénas no
Calha Norté, mas ém divérsos outros projétos intérministériais é tambéé m com a diplomacia militar. A
intégraçaã o amazoô nica nécéssita sér éstimulada por divérsas fréntés políéticas é sociais, no éntanto,
ainda carécé dé maior énvolviménto da sociédadé.
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A GEOPOLÍTICA DA AMÉRICA DO SUL
Ambientação
- O fénoô méno da globalizaçaã o, caractérizado péla intérdépéndéô ncia créscénté dos paíésés, péla
révoluçaã o técnoloé gica é péla éxpansaã o do coméé rcio intérnacional é dos fluxos dé capitais, résultou ém
avanços para uma parcéla da humanidadé. Paralélaménté, a criaçaã o dé blocos éconoô micos tém
acirrado a concorréô ncia éntré grupos dé paíésés. Para os paíésés ém désénvolviménto, o désafio éé o dé
uma insérçaã o positiva no mércado mundial, ao mésmo témpo ém qué promovém o crésciménto é a
justiça social dé modo sobérano. A intégraçaã o éntré paíésés ém désénvolviménto – como na Améé rica
do Sul – contribui para qué alcancém éssés objétivos;
- Mundo Multipolar com Estados fortalécidos péla Géopolíética das Naçoã és;
- Duranté os anos dé 60,70 é 80, os paíésés do mércosul tinham govérnos militarés qué travavam
disputa géopolíética, o qué dificultavam a intégraçaã o da régiaã o;
- Crésciménto do nué méro dé potéô ncias éconoô micas;
- A Améé rica do Sul, distanté dos principais focos mundiais dé ténsaã o é livré dé armas nucléarés, éé
considérada uma régiaã o rélativaménté pacíéfica. Aléé m disso, procéssos dé consolidaçaã o démocraé tica é
dé intégraçaã o régional téndém a auméntar a confiança mué tua é a favorécér soluçoã és négociadas dé
événtuais conflitos;
- Lidérança do Brasil na Améé rica do SUL ém posiçaã o périféé rica.
50
- Área de atuação estratégica: extrapola a região sul-americana e inclui o Atlântico Sul e os países lindeiros
da África, assim como a Antártica. Ao norte, a proximidade do mar do Caribe impõe que se dê crescente
atenção a essa região;
- Fatores que contribuem para reduzir a possibilidade de conflitos na região:
O fortalecimento do processo de integração, a partir do Mercosul e da União de Nações Sul-
Americanas;
O estreito relacionamento entre os países amazônicos, no âmbito da Organização do Tratado de
Cooperação Amazônica;
A intensificação da cooperação e do comércio com países da África, da América Central e do Caribe,
inclusive a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), facilitada pelos laços
étnicos e culturais;
O desenvolvimento de organismos regionais - Conselho de Defesa Sul-Americano (CDS) da União de
Nações Sul-Americanas (UNASUL);
A integração das bases industriais de defesa;
A consolidação da Zona de Paz e de Cooperação do Atlântico Sul e o diálogo continuado nas mesas de
interação interregionais, como a cúpula América do Sul-África (ASA) e o Fórum de Diálogo Índia-
Brasil-África do Sul (IBAS).
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- A malha hidroviária brasileira constitui fator determinante para a integração nacional. O País abriga 12
grandes bacias hidrográficas. Há grande potencial para ações articuladas que facilitem o transporte
intermodal, como fator de ocupação do interior e de integração nacional, com reflexos diretos para a
integração da América do Sul;
- Na América do Sul, delineia-se uma clara tendência de cooperação em matéria de defesa. Essa tendência
tem sido constantemente reforçada desde a criação da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) e,
especialmente, de seu Conselho de Defesa (CDS). Vê-se surgir na América do Sul uma “comunidade de
segurança”, motivada pelo fato de os países vizinhos compartilharem experiências históricas comuns,
desafios de desenvolvimento semelhantes e regimes democráticos, que facilitam a compreensão recíproca e
propiciam uma acomodação pacífica dos diversos interesses nacionais;
- A União das Nações Sul-Americanas (Unasul) é formada pelos 12 países da América do Sul. Criada em
2008, entrou em vigor em 11 de março de 2011, quando dez países haviam ratificado a adesão. Seu
objetivo é articular os países sulamericanos em âmbito cultural, social, econômico e político;
- Membros UNASUL: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru,
Suriname, Uruguai e Venezuela;
- A UNASUL (União de Nações Sul-Americanas) é um bloco que visa a fortalecer as relações comerciais,
culturais, políticas e sociais, nas áreas de: energia, educação, saúde, ambiente, infraestrutura, segurança
e democracia;
- A Unasul não deveria ser um contraponto à OEA, cuja Carta Democrática
Interamericana (2001) é considerada um documento exemplar de comprometimento
entre os países da região para respeitar a democracia e os direitos humanos;
- Conselhos e órgãos:
Conselho de Chefes de Estado e de Governo
Presidência pro tempore
Secretariado Geral da União de Nações Sul-Americanas
Conselho de Ministros de Relações Exteriores
Conselho de Delegados
Parlamento Sul-Americano
Banco do Sul
Conselho Sul-Americano de Desenvolvimento Social
Conselho Sul-Americano de Combate ao Tráfico de Drogas
Conselho de Saúde Sul-Americano
Conselho Sul-Americano de Educação, Cultura, Ciência, Tecnologia e Inovação
Conselho Energético Sul-Americano
Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento
Conselho Sul-Americano de Economia e Finanças
- A integração sul-americana permanece como objetivo estratégico da política externa brasileira, pois o
País reconhece no adensamento das relações políticas, sociais e econômicas entre os países sul-
americanos um elemento fundamental para o desenvolvimento socioeconômico e para a preservação da
paz na região;
- A estabilidade e a prosperidade do entorno brasileiro reforçam a segurança do País e têm efeitos positivos
sobre todos os países da América do Sul;
- Ganha relevância, nessa perspectiva, a consolidação da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), que
se tem revelado um instrumento para a solução pacífica de controvérsias regionais, para a proteção da
democracia na América do Sul, para o fortalecimento do diálogo entre os Estados-membros e para a
progressiva formação de uma base industrial de defesa sul-americana;
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- Nos marcos institucionais da UNASUL, tem elevado valor estratégico o fortalecimento do Conselho de
Defesa Sul-Americano (CDS), tendo por objetivos:
A consolidação da América do Sul como uma zona de paz, base para a estabilidade democrática e o
desenvolvimento integral dos povos, e contribuição à paz mundial;
A construção de uma identidade sul-americana em matéria de defesa que leve em conta as
características sub-regionais e nacionais (vertentes platina, andina, amazônica, atlântica, caribenha e do
Pacífico) e que contribua para o fortalecimento da unidade da América Latina e do Caribe; e
A geração de consensos para fortalecer a cooperação regional em matéria de defesa. O CDS deverá
promover, portanto, a análise conjunta de questões políticas e estratégicas, ensejando um debate mais
amplo das realidades global e hemisférica, pela ótica da América do Sul.
- O Conselho de Defesa Sul-Americano é complementado por outros fóruns existentes em nível regional e
sub-regional, como os encontros de Chefes de Estados-Maiores e de Comandantes de Forças Armadas; a
Junta Interamericana de Defesa; e outros;
- Pela dissuasão e pela cooperação, o Brasil fortalecerá, assim, a estreita vinculação entre sua política de defesa
e sua política externa, historicamente voltada para a causa da paz, da integração e do desenvolvimento.
- As áreas marítimas estratégicas de maior prioridade e importância para o Brasil são representadas pelas
águas jurisdicionais brasileiras (AJB), as quais incluem o mar territorial (MT), a zona contígua (ZC), a
zona econômica exclusiva (ZEE) e a plataforma continental (PC), bem como a região compreendida entre o
Paralelo 16 norte, a costa oeste da África, a Antártica, o leste da América do Sul e o leste das Antilhas
Menores;
- O Brasil também dedica, junto a seus vizinhos da África Ocidental, especial atenção à construção de um
ambiente cooperativo no Atlântico Sul sob a égide da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS),
criada em 1986 pelas Nações Unidas;
53
- O Atlântico Sul aproxima o Brasil da África, continente vizinho que influenciou significativamente o
processo de formação da Nação brasileira. A especial atenção dedicada à África é refletida em crescente
comércio e elevação de financiamentos e investimentos, bem como a cooperação para produção de
alimentos e outros bens agrícolas com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(EMBRAPA). A proteção das linhas de comunicação e rotas de comércio com a África tem significado
estratégico para o País. É mais um fator no sentido de consolidar laços de cooperação no Atlântico Sul.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
a. Apresentar os conceitos de objetivos, políticas, óbices, poder e estratégias.
b. Apresentar as relações entre objetivos, políticas, óbices, poder e estratégias
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
a. Apresentar os aspectos relevantes dos Precursores do Pensamento Estratégico.
b. Apresentar os aspectos relevantes do Pensamento Estratégico Contemporâneo.
AMBIENTAÇÃO
- O cenário internacional apresenta-se extremamente complexo, recheado de crises políticas e
econômicas e conflitos étnico-religiosos. O Brasil almeja um papel de destaque no âmbito internacional,
exigindo projeção do País nos campos do poder, principalmente no Militar, Científico-Tecnológico e
Econômico. Um dos alicerces para que este propósito seja atingido é o incremento da Defesa Nacional.
- A projeção da Defesa Nacional ampliou a importância das Forças Armadas junto aos interesses da
sociedade brasileira e permitiu a implementação de um Programa de Transformação do Exército,
caracterizado pela concepção dos Projetos Estratégicos do Exército, que são: Guarani, SISFRON, Defesa
Cibernética, Defesa Anti-aérea, Astros 2020, RECOP e Proteger.
- O Estado: tem como pressupostos básicos território, povo, leis e governo próprios e independência nas
relações externas.
- A Segurança: é a condição que permite ao País preservar sua soberania e integridade territorial,
promover seus interesses nacionais, livre de pressões e ameaças, e garantir aos cidadãos o exercício de seus
direitos e deveres constitucionais.
É tradicionalmente vista somente do ângulo da confrontação entre nações, ou seja, a proteção contra
ameaças externas.
57
Gradualmente, ampliou-se o conceito de segurança, abrangendo os campos político, militar, econômico,
psicossocial, científico-tecnológico, ambiental e outros.
Várias ações, muitas das quais não implicam qualquer envolvimento das Forças Armadas.
A segurança é a condição em que o Estado, a sociedade ou os indivíduos se sentem livres de riscos,
pressões ou ameaças, inclusive de necessidades extremas.
- Defesa Nacional: é o conjunto de medidas e ações do Estado, com ênfase no campo militar, para a defesa
do território, da soberania e dos interesses nacionais contra ameaças preponderantemente externas,
potenciais ou manifestas.
É a ação efetiva para se obter ou manter o grau de segurança desejado.
58
- Por exemplo a independência nacional alcançada pela capacitação tecnológica autônoma, inclusive nos
estratégicos setores espacial, cibernético e nuclear. Não é independente quem não tem o domínio das
tecnologias sensíveis, tanto para a defesa, como para o desenvolvimento.
- Defendido, o Brasil terá como dizer não, quando tiver que dizer não. Terá capacidade para construir seu
próprio modelo de desenvolvimento.
- Não é fácil para um País que pouco trato teve com guerras, convencer-se da necessidade de defender-se
para poder construir-se.
59
O Brasil tem compromisso – decorrente da Constituição e da adesão a Tratados Internacionais – com o uso
estritamente pacífico da energia nuclear. Entretanto, há uma necessidade estratégica de desenvolver e
dominar essa tecnologia. O Brasil precisa garantir o equilíbrio e a versatilidade da sua matriz energética e
avançar em áreas, tais como as de agricultura e saúde.
7. Unificar e desenvolver as operações conjuntas das três Forças. Os instrumentos principais dessa
unificação serão o Ministério da Defesa e o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. Devem ganhar
dimensão maior e responsabilidades mais abrangentes.
- A subordinação das Forças Armadas ao poder político constitucional é pressuposto do regime republicano
e garantia da integridade da Nação.
- As iniciativas destinadas a formar quadros de especialistas civis em defesa permitirão, no futuro,
aumentar a presença de civis em postos dirigentes e nos demais níveis do Ministério da Defesa
- O Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas será chefiado por um oficial-general de último posto, e
terá a participação de um Comitê, integrado pelos Chefes dos Estados-Maiores das três Forças. Será
subordinado diretamente ao Ministro da Defesa.
- Construirá as iniciativas destinadas a dar realidade prática à tese da unificação doutrinária, estratégica e
operacional e contará com estrutura permanente que lhe permita cumprir sua tarefa.
8. Reposicionar os efetivos das três Forças. As principais unidades do Exército estacionam no Sudeste e
no Sul do Brasil. A esquadra da Marinha concentra-se na cidade do Rio de Janeiro. Algumas instalações
tecnológicas da Força Aérea estão localizadas em São José dos Campos, em São Paulo.
- As preocupações mais agudas de defesa estão, porém, no Norte, no Oeste e no Atlântico Sul.
- Pelas mesmas razões que exigem a formação do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. Em cada
área deverá ser estruturado um Estado-Maior Conjunto Regional, para realizar e atualizar, desde o tempo
de paz, os planejamentos operacionais da área.
9. Adensar a presença de unidades da Marinha, do Exército e da Força Aérea nas fronteiras. Deve-se ter
claro que, dadas as dimensões continentais do território nacional, presença não pode significar onipresença.
A presença ganha efetividade graças à ao monitoramento/controle e a mobilidade.
- Nas fronteiras terrestres, nas águas jurisdicionais brasileiras e no espaço aéreo sobrejacente, as unidades
do Exército, da Marinha e da Força Aérea têm, sobretudo, tarefas de vigilância.
- Entende-se por reservas táticas forças articuladas, em profundidade, numa determinada área estratégica,
com mobilidade suficiente para serem empregadas na própria área estratégica onde estão localizadas.
- Reservas estratégicas são forças dotadas de alta mobilidade estratégica, com estrutura organizacional
completa desde o tempo de paz, dotadas do mais alto nível possível de capacitação operacional e
aprestamento, em condições de atuar no mais curto prazo, no todo ou em parte, em qualquer área
estratégica compatível com sua doutrina de emprego.
10. Priorizar a região amazônica. Área de maior interesse para a defesa. A defesa da Amazônia exige
avanço de projeto de desenvolvimento sustentável e passa pelo trinômio monitoramento/controle,
mobilidade e presença.
- Repudiará, pela prática de atos de desenvolvimento e de defesa, qualquer tentativa de influenciar as suas
decisões sobre a preservação, de desenvolvimento e de defesa da Amazônia.
- Quem cuida da Amazônia brasileira, a serviço da humanidade e de si mesmo, é o Brasil.
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- O CENSIPAM deverá atuar integradamente com as FA, a fim de fortalecer o monitoramento, o
planejamento, o controle, a logística, a mobilidade e a presença na Amazônia brasileira.
11. Desenvolver a capacidade logística, para fortalecer a mobilidade, sobretudo na região amazônica. Daí a
importância de se possuir estruturas de transporte e de comando e controle que possam operar em grande
variedade de circunstâncias, inclusive sob guerra.
13. Desenvolver o repertório de práticas e de capacitações operacionais dos combatentes, para atender aos
requisitos de monitoramento/controle, mobilidade e presença.
- Ganha ascendência no mundo um estilo de produção industrial marcado pela atenuação de contrastes
entre atividades de planejamento e de execução e pela relativização de especializações rígidas nas
atividades de execução. Esse estilo encontra contrapartida na maneira de fazer a guerra, cada vez mais
caracterizada por extrema flexibilidade.
14. Promover a reunião, nos militares brasileiros, dos atributos e predicados exigidos pelo conceito de
flexibilidade. O militar brasileiro precisa reunir qualificação e rusticidade. Necessita dominar as
tecnologias e as práticas operacionais exigidas pelo conceito de flexibilidade. Deve identificar-se com as
peculiaridades e características geográficas exigentes ou extremas que existem no País.
15. Rever, a partir de uma política de otimização do emprego de recursos humanos, a composição dos
efetivos das três Forças, de modo a dimensioná-las para atender adequadamente ao disposto na Estratégia
Nacional de Defesa.
16. Estruturar o potencial estratégico em torno de capacidades. Convém organizar as Forças Armadas em
torno de capacidades, não em torno de inimigos específicos. O Brasil não tem inimigos no presente. Para
não tê-los no futuro, é preciso preservar a paz e preparar-se para a guerra.
17. Preparar efetivos para o cumprimento de missões de garantia da lei e da ordem, nos termos da
Constituição. O País cuida para evitar que as Forças Armadas desempenhem papel de polícia . Efetuar
operações internas em garantia da lei e da ordem, quando os poderes constituídos não conseguem garantir a
paz pública e um dos Chefes dos três Poderes o requer, faz parte das responsabilidades constitucionais das
Forças Armadas.
18. Estimular a integração da América do Sul. Contribuindo para a defesa do Brasil, fomentando a
cooperação militar regional e a integração das bases industriais de defesa. Afasta a sombra de conflitos
dentro da região. O Conselho de Defesa Sul-Americano é um mecanismo consultivo que se destina a
prevenir conflitos e fomentar a cooperação militar regional e a integração das bases industriais de defesa.
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19. Preparar as Forças Armadas para desempenharem responsabilidades crescentes em operações
internacionais de apoio à política exterior do Brasil.
Em tais operações, as Forças agirão sob a orientação das Nações Unidas ou em apoio a iniciativas de
órgãos multilaterais da região, pois o fortalecimento do sistema de segurança coletiva é benéfico à paz
mundial e à defesa nacional.
20. Ampliar a capacidade de atender aos compromissos internacionais de busca e salvamento, seja através
do aprimoramento dos meios existentes ou da capacitação do pessoal envolvido com as atividades de busca
e salvamento no território nacional, nas águas jurisdicionais brasileiras e nas áreas pelas quais o Brasil é
responsável, em decorrência de compromissos internacionais.
21. Desenvolver o potencial de mobilização militar e nacional para assegurar a capacidade dissuasória e
operacional das Forças Armadas.
O Brasil e suas Forças Armadas deverão estar prontos para tomar medidas de resguardo do território, das
linhas de comércio marítimo e plataformas de petróleo e do espaço aéreo nacionais. Para isso, aumentando
rapidamente os meios humanos e materiais disponíveis para a defesa.
Ao decretar a mobilização nacional, o Poder Executivo delimitará a área em que será realizada e
especificará as medidas necessárias à sua execução, como, por exemplo, poderes para assumir o controle de
recursos materiais, inclusive meios de transporte necessários à defesa, de acordo com a Lei de Mobilização
Nacional. A mobilização militar demanda a organização de uma força de reserva, mobilizável em tais
circunstâncias.
22. Capacitar a Base Industrial de Defesa para que conquiste autonomia em tecnologias indispensáveis à
defesa.
- Regimes jurídico, regulatório e tributário especiais protegerão as empresas privadas nacionais de produtos
de defesa contra os riscos do imediatismo mercantil e assegurarão continuidade nas compras públicas.
- A contrapartida a tal regime especial será, porém, o poder estratégico que o Estado exercerá sobre tais
empresas, a ser assegurado por um conjunto de instrumentos de direito privado ou de direito público.
Já o setor estatal de produtos de defesa terá por missão operar no teto tecnológico, desenvolvendo as
tecnologias que as empresas privadas não possam alcançar ou obter, a curto ou médio prazo, de maneira
rentável.
- A formulação e a execução da política de obtenção de produtos de defesa serão centralizadas no
Ministério da Defesa, sob a responsabilidade da Secretaria de Produtos de Defesa (SEPROD), admitida
delegação na sua execução.
- A Base Industrial de Defesa será incentivada a competir em mercados externos para aumentar a sua escala
de produção.
- A consolidação da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) poderá atenuar a tensão entre o requisito
da independência em produção de defesa e a necessidade de compensar custo com escala, possibilitando o
desenvolvimento da produção de defesa em conjunto com outros países da região.
- Serão buscadas parcerias com outros países, com o propósito de desenvolver a capacitação tecnológica e a
fabricação de produtos de defesa nacionais, de modo a eliminar, progressivamente, a dependência de
serviços e produtos importados.
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23. Manter o Serviço Militar Obrigatório. O Serviço Militar Obrigatório é uma das condições para que se
possa mobilizar o povo brasileiro em defesa da soberania nacional.
É, também, instrumento para afirmar a unidade da Nação, independentemente de classes sociais, gerando
oportunidades e incentivando o exercício da cidadania.
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O entendimento da mobilidade tem implicações para a evolução dos blindados, dos meios mecanizados
e da artilharia.
o Necessidade de harmonizar, nos blindados e nos meios mecanizados, características técnicas de
proteção e movimento.
o Necessidade de desenvolver tecnologias capazes de assegurar precisão na execução do tiro.
2. A concepção do Exército como vanguarda tem por base a sua reconstrução em módulo brigada, que vem
a ser o módulo básico de combate da Força Terrestre.
- Na composição atual do Exército, as brigadas das Forças de Ação Rápida Estratégicas são as que melhor
exprimem o ideal de flexibilidade.
- O modelo de composição das Forças de Ação Rápida Estratégicas não precisa nem deve ser rígido. Deve-
se considerar os problemas operacionais próprios das diferentes regiões em conflito.
- Composição básica de uma brigada em atendimento ao conceito da flexibilidade:
Recursos humanos com elevada motivação e efetiva capacitação operacional, típicas da Brigada de
Operações Especiais;
Instrumentos de comando e controle, de tecnologia da informação, de comunicações e de
monitoramento que lhes permitam operar em rede com as outras Forças e receber informação fornecida
pelo monitoramento do terreno a partir do ar e do espaço;
Instrumentos de mobilidade que permitam deslocar-se rapidamente por terra, água e ar – para a região
em conflito e dentro dela; e
Recursos logísticos capazes de manter a brigada mesmo em regiões isoladas e inóspitas por um
determinado período.
3. A transformação de todo o Exército em vanguarda, com base no módulo brigada, terá prioridade sobre a
estratégia de presença.
- Nessa transformação, será prioritário o aparelhamento baseado no completamento e na modernização dos
sistemas operacionais das brigadas, para dotá-las de capacidade de alta mobilidade.
- Haverá a compatibilização com a estratégia da presença, em especial na região amazônica, em face dos
obstáculos à mobilidade e à concentração de forças. Em todas as circunstâncias, as unidades militares
situadas nas fronteiras funcionarão como destacamentos avançados de vigilância e de dissuasão.
- Nos centros estratégicos do País – políticos, industriais, científico-tecnológicos e militares – a estratégia
de presença do Exército concorrerá também para o objetivo de se assegurar a capacidade de defesa
antiaérea.
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4. O Exército continuará a manter reservas regionais e estratégicas. Devendo permitir a rápida
concentração de tropas. A localização das reservas estratégicas deverá ser objeto de contínua avaliação, à
luz das novas realidades do País.
5. O Exército deverá ter capacidade de projeção, quer para operações de paz, ou de ajuda humanitária, para
atender compromissos assumidos sob a égide de organismos internacionais ou para salvaguardar interesses
brasileiros no exterior.
9. A defesa da região amazônica será o foco, atual, de concentração das diretrizes resumidas sob o rótulo
dos imperativos de monitoramento/controle e de mobilidade.
- As adaptações necessárias serão as requeridas pela natureza daquela região em conflito:
A intensificação das tecnologias e dos dispositivos de monitoramento a partir do espaço, ar e terra;
Transformação da brigada em uma força com atributos tecnológicos e operacionais;
Os meios logísticos e aéreos para apoiar unidades de fronteira isoladas em áreas remotas, exigentes e
vulneráveis; e
A formação de um combatente detentor de qualificação e de rusticidade necessárias à proficiência de um
combatente de selva.
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- O desenvolvimento sustentável da região amazônica passará a ser visto, também, como instrumento da
defesa nacional: só ele pode consolidar as condições para assegurar a soberania nacional na região.
- Dentro dos planos para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, caberá papel primordial à
regularização fundiária. Para defender a Amazônia, será preciso ampliar a segurança jurídica e reduzir os
conflitos decorrentes dos problemas fundiários ainda existentes.
10. Atender ao imperativo da elasticidade será preocupação especial do Exército, pois é, sobretudo, a
Força Terrestre que terá de multiplicar-se, em caso de conflito armado/guerra.
11. Os imperativos de flexibilidade e de elasticidade culminam no preparo para uma guerra assimétrica,
sobretudo na região amazônica, a ser sustentada contra inimigo de poder militar muito superior, por ação
de um país ou de uma coligação de países que insista em contestar, a qualquer pretexto, a incondicional
soberania brasileira sobre a sua Amazônia.
- Em uma guerra assimétrica, no quadro de uma guerra de resistência nacional, torna-se importante a
formação de sua doutrina militar e de suas capacitações operacionais.
- Um exército que conquistou os atributos de flexibilidade e de elasticidade é um exército que sabe
conjugar as ações convencionais com as não convencionais.
- A seguir são listadas condições para a condução exitosa da guerra de resistência:
Ver a Nação identificada com a causa da defesa. Conscientização do povo brasileiro quanto à
importância central dos problemas de defesa;
Juntar a soldados regulares, fortalecidos com atributos de soldados não convencionais, as reservas
mobilizadas, de acordo com o conceito da elasticidade;
Contar com um soldado resistente, tenaz, qualificado e rusticidade;
Sustentar, sob condições adversas e extremas, a capacidade de comando e controle, o poder de apoio
logístico às forças combatentes; e
Saber aproveitar ao máximo as características do ambiente.
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o Tais parcerias devem contemplar, em princípio, que parte substancial da pesquisa e da
fabricação seja desenvolvida no Brasil, e ganharão relevo maior, quando forem expressão de
associações estratégicas abrangentes.
o A Política de Ciência, Tecnologia e Inovação para a Defesa Nacional tem como propósito
estimular o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação em áreas de interesse para a
defesa nacional. Isso ocorrerá por meio de um planejamento nacional para desenvolvimento de
produtos de alto conteúdo tecnológico, com envolvimento coordenado das instituições
científicas e tecnológicas (ICT) civis e militares, da indústria e da universidade.
Subordinar as considerações comerciais aos imperativos estratégicos. Isso importa em organizar o
regime legal, regulatório e tributário da Base Industrial de Defesa.
o 2. Estabeleceu-se, para a Base Industrial de Defesa, a Lei no 12.598, de 22 de março de 2012,
que tem por finalidade determinar normas especiais para as compras, contratações e
desenvolvimento de produtos e sistemas de defesa e dispõe sobre regras de incentivo à área
estratégica de Defesa.
o Tal regime resguardará as empresas que fornecem produtos de defesa às Forças Armadas, das
pressões do imediatismo mercantil e possibilitará a continuidade das compras públicas, sem
prejudicar a competição no mercado e o desenvolvimento de novas tecnologias.
o O Estado ajudará a conquistar clientela estrangeira para a Base Industrial de Defesa. Entretanto,
a continuidade da produção deve ser organizada para não depender da conquista ou da
continuidade de tal clientela.
Evitar que a Base Industrial de Defesa polarize-se entre pesquisa avançada e produção rotineira.
Deve-se cuidar para que a pesquisa de vanguarda resulte em produção de vanguarda.
Usar o desenvolvimento de tecnologias de defesa como foco para o desenvolvimento de capacitações
operacionais. Isso implica buscar a modernização permanente das plataformas, seja pela reavaliação à
luz da experiência operacional, seja pela incorporação de melhorias provindas do desenvolvimento
tecnológico.
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- O Brasil entenderá, em todo o momento, que sua defesa depende do potencial de mobilizar recursos
humanos e materiais em grande escala, muito além do efetivo das suas Forças Armadas em tempo de paz.
- Jamais tratará a evolução tecnológica como alternativa à mobilização nacional; aquela será entendida
como instrumento desta. Ao assegurar a flexibilidade de suas Forças Armadas, assegurará também a
elasticidade delas.
- É importante para a defesa nacional que o oficialato seja representativo de todos os setores da sociedade
brasileira. A ampla representação de todas as classes sociais nas academias militares é imperativa de
segurança nacional.
- Duas condições são indispensáveis para que se alcance esse objetivo.
A primeira é que a carreira militar seja remunerada com vencimentos competitivos com outras
valorizadas carreiras do Estado.
A segunda condição é que a Nação abrace a causa da defesa e nela identifique requisito para o
engrandecimento do povo brasileiro.
2. No setor cibernético:
- As capacitações se destinarão ao mais amplo espectro de usos industriais, educativos e militares.
Incluirão, como parte prioritária, as tecnologias de comunicação entre todos os contingentes das Forças
Armadas, de modo a assegurar sua capacidade para atuar em rede. As prioridades são as seguintes:
Fortalecer o Centro de Defesa Cibernética com capacidade de evoluir para o Comando de Defesa
Cibernética das Forças Armadas;
Aprimorar a Segurança da Informação e Comunicações (SIC), particularmente, no tocante à cerificação
digital no contexto da Infraestrutura de Chaves-Públicas da Defesa (ICP-Defesa), integrando as ICP das
três Forças;
Fomentar a pesquisa científica voltada para o Setor Cibernético, envolvendo a comunidade acadêmica
nacional e internacional. Nesse contexto, os Ministérios da Defesa, da Fazenda, da Ciência, Tecnologia
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e Inovação, da Educação, do Planejamento, Orçamento e Gestão, a Secretaria de Assuntos Estratégicos
da Presidência da República e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República
deverão elaborarestudo com vistas à criação da Escola Nacional de Defesa Cibernética;
Desenvolver sistemas computacionais de defesa baseados em computação de alto desempenho para
emprego no setor cibernético e com possibilidade de uso dual;
Desenvolver tecnologias que permitam o planejamento e a execução da Defesa Cibernética no âmbito
do Ministério da Defesa e que contribuam com a segurança cibernética nacional, tais como sistema
modular de defesa cibernética e sistema de segurança em ambientes computacionais;
Desenvolver a capacitação, o preparo e o emprego dos poderes cibernéticos operacional e estratégico,
em prol das operações conjuntas e da proteção das infraestruturas estratégicas;
Incrementar medidas de apoio tecnológico por meio de laboratórios específicos voltados para as ações
cibernéticas; e
Estruturar a produção de conhecimento oriundo da fonte cibernética.
3. O setor nuclear transcende, por sua natureza, a divisão entre desenvolvimento e defesa. Por imperativo
constitucional e por tratado internacional, privou-se o Brasil da faculdade de empregar a energia nuclear
para qualquer fim que não seja pacífico. Visando o progressivo desarmamento nuclear das potências
nucleares.
- Nenhum país é mais atuante do que o Brasil na causa do desarmamento nuclear. Entretanto o Brasil, ao
proibir a si mesmo o acesso ao armamento nuclear, não se deve despojar da tecnologia nuclear. Deve, pelo
contrário, desenvolvê-la, inclusive por meio das seguintes iniciativas:
Completar, no que diz respeito ao programa de submarino de propulsão nuclear, a nacionalização
completa e o desenvolvimento em escala industrial do ciclo do combustível (inclusive a gaseificação e
o enriquecimento) e da tecnologia da construção de reatores, para uso exclusivo do Brasil;
Acelerar o mapeamento, a prospecção e o aproveitamento das jazidas de urânio;
Aprimorar o potencial de projetar e construir termelétricas nucleares, com tecnologias e capacitações
que acabem sob domínio nacional, ainda que desenvolvidas por meio de parcerias com Estados e
empresas estrangeiras. Empregar a energia nuclear criteriosamente, e sujeitá-la aos mais rigorosos
controles de segurança e de proteção do meio ambiente, como forma de estabilizar a matriz energética
nacional, ajustando as variações no suprimento de energias renováveis, sobretudo a energia de origem
hidrelétrica; e
Aumentar a capacidade de usar a energia nuclear em amplo espectro de atividades.
O Brasil zelará por manter abertas as vias de acesso ao desenvolvimento de suas tecnologias de energia
nuclear. Não aderirá a acréscimos ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares destinados a
ampliar as restrições do Tratado sem que as potências nucleares tenham avançado, de forma significativa,
na premissa central do Tratado: seu próprio desarmamento nuclear.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
- Apresentar os Projetos estratégicos do Exército e suas relações com a Estratégia Nacional de Defesa. Ok
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- Projetos Estratégicos do Exército
- Os Projetos Estratégicos do Exército (PEE) são a face mais visível e palpável, dando concretude ao
Processo de Transformação do Exército;
- Os projetos estratégicos foram classificados em:
Estruturantes, que entregarão ao Exército uma nova estrutura capaz de sustentar o Processo de
Transformação. São conduzidos pelo Estado-Maior do Exército (EME) e pelos Órgãos de Direção
Setorial (ODS);
Indutores do Processo de Transformação, geradores de capacidades, conduzidos pelo Escritório de
Projetos do Exército (EPEx).
OBS: Fatores determinantes das capacidades: Doutrina, organização, adestramento, material, educação,
Pessoal e Infraestrutura. (DOAMEPI)
- O Exército Brasileiro desenvolveu vários projetos. Destes, sete são estratégicos pela importância,
abrangência e impacto que produzirão em todos os sistemas da Força, cujos fatores críticos concentram-se
em quatro principais áreas: doutrina, recursos (humanos e financeiros), inovação tecnológica e gestão. São
eles:
Defesa Cibernética;
SISFRON (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras);
PROTEGER (Sistema de Proteção de Estruturas Estratégicas);
GUARANI (Nova Família de Blindados de Rodas);
ASTROS 2020;
Defesa Antiaérea; e
RECOP (Recuperação da Capacidade Operacional).
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- Descrição do Projeto:
- O Projeto ASTROS 2020 contém no seu escopo
e estrutura as seguintes etapas:
Criação e implantação de: uma Unidade de
Mísseis e Foguetes;
Criação e implantação de: um Centro de
Instrução de Artilharia de Mísseis e
Foguetes;
Criação e implantação de: um Centro de
Logística de Mísseis e Foguetes;
Criação e implantação de: uma Bateria de
Busca de Alvos;
- Objetivo:
- Destina-se a prover Força Terrestre, com produtos estratégicos de defesa de elevada capacidade
dissuasória por meio de foguetes guiados e de mísseis de cruzeiro com alcance de até 300 km.
- Dotar a F Ter de meios capazes de prestar um apoio de fogo de longo alcance, com elevada precisão e
letalidade.
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- Das várias estratégias para atingir essa capacidade, ressalta-se a que estabelece que a Força Terrestre (F
Ter) possua um sistema de apoio de fogo de longo alcance e com elevada precisão.
- Destina-se a prover o País, especialmente a Força Terrestre, de produtos de defesa
de elevada capacidade dissuasória.
- Descrição do Projeto:
- Reequipar as atuais OM de Artilharia Antiaérea do Exército com:
Aquisição de novo Sistema de armas de baixa altura: Sistemas de Mísseis telecomandados RBS 70 e
viaturas de combate blindadas GEPARD, radares de busca e de tiro, computadores, rádios e munição.
o O sistema foi adquirido para atender à necessidade de recuperação da capacidade operacional
de defesa antiaérea de baixa altura (até 3.000 metros de altitude).
Desenvolvimento e disponibilização do radar SABER M 200, com alcance de aproximadamente 200
km. Assim, permite o alerta antecipado de ameaças, o que proporciona um tempo de reação também
maior. Por conta dessa capacidade, é considerado um radar de vigilância. O radar SABER M 200
funciona em conjunto com os Centros de Operações de Artilharia Antiaérea;
Desenvolvimento e disponibilização de radares SABER M 60. Concebido pelo próprio Exército e
fabricado pela empresa nacional Bradar, o sensor tem alcance de até 60 quilômetros. Ele envia seus
dados a um Centro de Operações de Artilharia Antiaérea, onde a informação é processada. Caso uma
ameaça seja detectada, a equipe abrigada no Centro de Operações pode decidir imediatamente pelo
lançamento de um míssil contra o alvo;
- Criação de Centros de Operações de Artilharia Antiaérea;
- Criação de novas unidades de Artilharia Antiaérea;
- Capacitação de pessoal por meio de simuladores é realizada pelas unidades que recebem os equipamentos
e pela Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea;
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- Implantação de um Sistema Logístico Integrado (SLI), para oferecer suporte aos Produtos de Defesa
(PRODE) durante todos os seus ciclos de vida.
Reformar as instalações do Batalhão de Manutenção e Suprimentos de Artilharia Antiaérea. Integrando
o sistema de apoio logístico à defesa antiaérea, capaz de resolver problemas mais complexos de
manutenção dos equipamentos, além de cuidar dos suprimentos necessários ao funcionamento desse
aparato, como munição, combustível e lubrificante.
- Objetivo:
- Proporcionar níveis adequados de proteção das Estruturas Estratégicas, da população, e dos meios
militares do país contra ameaças aéreas oriundas de aeronaves, veículos aéreos não tripulados, ultraleves ou
similares.
- Dotar a Força Terrestre da capacidade de atender às necessidades de defesa das estruturas estratégicas
terrestres do País, defendendo-as de possíveis ameaças provenientes do espaço aéreo.
- Estes projetos estruturantes são conduzidos, atualmente, por Organizações Militares ligadas ao setor,
como o Instituto Militar de Engenharia, o Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército, o
Centro de Desenvolvimento de Sistemas do Exército, o Centro Tecnológico do Exército e o Centro de
Inteligência do Exército.
- Com o Projeto Estratégico de Defesa Cibernética, o Brasil foi incluído no restrito grupo de organizações,
nacionais e internacionais, que possuem a capacidade de desenvolver medidas de proteção e mitigar
ataques no campo cibernético.
- Descrição do Projeto:
- Contempla o emprego de modernos meios tecnológicos, enfaticamente as redes de computadores e de
comunicações destinado ao trânsito de informações.
- Em 2012, o Exército criou o Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), em Brasília, com o propósito de
coordenar e integrar os esforços dos vetores da defesa cibernética.
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- O projeto tem como pilar o Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), nove subprojetos, concentrados
principalmente na capacitação dos recursos humanos e em pesquisa e desenvolvimento de ferramentas de
defesa e segurança para o setor cibernético.
- O Projeto Estratégico de Defesa Cibernética passou a ganhar forma por meio de dez projetos
estruturantes, dos quais é possível assinalar:
Desenvolvimento de equipamento de Rádio Definido por Software (RDS);
Desenvolvimento de uma Rede Nacional de Segurança da Informação e Criptografia (RENASIC);
Laboratório de Segurança Eletrônica, de Comunicações e Cibernética (LaSEC²), no Parque
Tecnológico Itaipu, voltado para defesa daquela infraestrutura crítica e desenvolver ferramentas para a
segurança dos ativos de informação da Administração Pública Federal;
O laboratório faz parte da RENASIC. Desde 2008, quando a Renasic foi instituída, já foram criados
oito laboratórios em todo o país;
Criação da Escola Nacional de Defesa Cibernética. Funcionará como um centro polarizador de ensino e
pesquisa da Defesa Cibernética Nacional. A estrutura terá participação de instituições e profissionais
militares e civis;
Criação do Comando de Defesa Cibernética, que deverá realizar a supervisão, a coordenação e a
orientação técnica e normativa das atividades do Sistema Brasileiro de Defesa Cibernética. Com isso, o
Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), do Exército, passará a focar unicamente nas operações.
- Para atuar neste segmento tão específico, iniciou-se, entre outras atividades:
Processo de capacitação de recursos humanos, possibilitando o domínio de temas multidisciplinares.
Uma das formas de capacitação adotadas foi a utilização do primeiro Simulador de Operações
Cibernéticas (Simoc) do país no Centro Integrado de Guerra Eletrônica (Cige). Adestramento baseado
em cenários reais de catástrofes e comprometimentos de infraestruturas nacionais.
Desenvolvimento de doutrina de proteção dos próprios ativos e na capacidade de atuar em rede;
Implementação de pesquisas científicas voltada ao tema e de coordenar relações com instituições civis
acadêmicas e empresariais;
Produtos como: sistemas de segurança da informação, programas de detecção de intrusão, hardware
para a composição de laboratórios e simuladores de defesa e guerra cibernética;
Estímulo à produção de software nacional, como antivírus;
Realização de seminários e programas de treinamento especializado;
Atualmente, está sendo produzido o primeiro antivírus 100% nacional.
- Objetivo:
- Conferir confidencialidade, disponibilidade, integridade e autenticidade às informações que trafegam em
redes, processadas e armazenadas.
- Proteção das infraestruturas críticas brasileiras, como as hidrelétricas, refinarias e redes de
telecomunicação, é um dos principais focos de atenção da defesa nacional. Alguns dos atuais sete projetos
estratégicos do Exército Brasileiro se articulam para tentar minimizar as possibilidades de que essas
unidades sejam ameaçadas.
O Projeto Proteger e o de Defesa Antiaérea se ocupa da segurança física;
Projeto Estratégico de Defesa Cibernética busca vigiar o ambiente virtual dessas estruturas estratégicas.
- Descrição do Projeto:
- A primeira viatura desenvolvida pelo projeto foi
a Viatura Blindada de Transporte de Tropa Média
de Rodas Guarani (VBTP-MR 6x6).
- O próximo passo será o desenvolvimento e
fabricação da VBMT-LR 4x4 (Viatura Blindada
Multitarefa - Leve de Rodas).
- O plano seguinte que está sendo considerado é
de VTR Guarani 8x8.
- Nesse sentido, o Brasil está desenvolvendo vários tipos de sistemas de armamentos, incluindo:
Mísseis antitanques guiados por laser para os 4x4,
Canhões autopropulsados de 105 mm para a destruição de alvos de alto valor para os 8x8.
O Exército também prepara ambulâncias, posto de comando, morteiros e variantes de reparação e
recuperação para a família Guarani.
- Objetivo:
- O Projeto Guarani tem o objetivo de dotar o Exército Brasileiro de uma nova família de blindados sobre
rodas. Modernizando os veículos para as divisões de Cavalaria e Infantaria Mecanizada.
- Esses veículos substituirão os atuais Urutu e Cascavel de fabricação ENGESA, em uso há mais de 30
anos, com a incorporação de modernas tecnologias.
- O Exército construirá pelo menos sete tipos de viaturas blindadas, incluindo diversas variantes de tração
6x6, 4x4 e 8x8, projetadas para complementar e expandir as capacidades operacionais do Exército.
- Benefícios:
Elevação da capacidade tecnológica da indústria nacional. Mais de 100 fornecedores brasileiros estão
diretamente envolvidos no esforço;
As viaturas podem combater com um alto grau de segurança;
As VTR possuem poder de fogo que pode responder a qualquer ameaça.”
- Projeto PROTEGER
- O Projeto Proteger pretende
ampliar a capacidade do Exército
Brasileiro de resguardar as
estruturas estratégicas terrestres do
país, tais como ferrovias, aeroportos,
usinas hidrelétricas, portos etc. Ele
também servirá como complemento
aos sistemas de segurança pública
do país.
- Em seu escopo, o projeto priorizou
a necessidade de proteção de 664
Estruturas Estratégicas Terrestres
(EETer), também denominadas
infraestruturas críticas.
- Em articulação com o Sisfron e o Projeto Defesa Cibernética, o Proteger surge a partir da necessidade de
garantir a integridade de instalações e serviços, que, se interrompidos, provocariam sério impacto social,
ambiental, econômico, político, internacional ou à segurança do Estado e da sociedade.
- Dentre os países que integram os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil é o único
a não possuir, ainda, um sistema integrado nacionalmente, o que será possível com a conclusão do
PROTEGER.
- Descrição do Projeto:
- Tanto em sua atuação em casos de calamidades quanto na defesa das estruturas estratégicas, a ideia do
Exército é trabalhar em equipe com outros organismos de segurança. Para isso, as autoridades de segurança
criaram o Sistema de Coordenação de Operações Terrestres Interagências (SISCOTI), que será formado por
19 unidades, chamadas de Centro de Coordenação de Operações Terrestres Interagências (CCOTI). O
CCOTI principal será construído na capital, Brasília. Os outros centros funcionarão juntos às unidades
militares espalhadas pelo Brasil.
- Além da estrutura física, o SISCOTI prevê o desenvolvimento de software pelo Departamento de Ciência
e Tecnologia do Exército. Apelidado de "Protetor", o software permitirá a integração das informações
disponíveis nos bancos de dados dos órgãos e agências de segurança brasileiros. Com essa ferramenta, o
Proteger busca alcançar uma maior capacidade de prevenir eventos indesejados.
- Objetivo:
- Oferecer ao Exército capacidade para a proteção de Estruturas Estratégicas Terrestres (críticas),
Garantindo a integridade de instalações críticas e serviços que, se interrompidos, provocariam sério
79
impacto econômico, social e ambiental, em complemento aos sistemas de segurança orgânica e de
segurança pública, de modo a mitigar os riscos.
- Equipar e capacitar melhor o Exército a apoiar a Defesa Civil em casos de calamidades, como enchentes,
desabamentos e seca, atuando de maneira complementar aos órgãos públicos.
- Ações preventivas ou de contingência na proteção da sociedade em Grandes Eventos,
- Operações de proteção contra agentes Químicos, Biológicos, Radiológicos e Nucleares (QBRN) e contra
atentados terroristas.
- Atuação como força de contingência em operações de cooperação interagências de Garantia da Lei e da
Ordem (GLO), como Garantia de Votação e Apuração (GVA).
- Articular-se com o Mosaico de Segurança Institucional (MSI), desenvolvido pelo Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência da República (GSI/PR), e com o Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN),
os quais já desenvolvem o monitoramento das estruturas estratégicas terrestres contra potenciais ameaças
e para assistência à população em caso de acidentes naturais.
- Integrando esforços com outras instituições públicas e privadas e alinhado aos planejamentos do
Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON) e do Projeto de Defesa Cibernética do
Exército Brasileiro (EB), o projeto preconiza atividades de prevenção, de antecipação e de emprego
operacional na gestão de incidentes, com o emprego de tecnologias e a colaboração permanente entre as
diversas agências integradas.
- Benefícios:
Desenvolvimento de novas capacidades do Exército Brasileiro na proteção das estruturas estratégicas
terrestres, em ações de calamidade de maneira complementar aos órgãos públicos;
Aperfeiçoamento de planos setoriais de contingência, contribuindo para redução da vulnerabilidade dos
sistemas e fortalecendo a continuidade dos negócios
- Benefícios:
Aumento da capacidade de monitoramento e controle na faixa de fronteira;
Maior interação entre as Forças Armadas e órgãos de segurança pública e inteligência;
Apoio às operações conjuntas e interagências;
Maior integração regional, entre órgãos de governo e com países vizinhos;
Enfrentar problemas que atingem grandes cidades, como as drogas e o contrabando de armas;
Fortalecimento da indústria nacional, em especial a de defesa;
Estímulo à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação tecnológica;
Melhoria da capacitação de recursos humanos especializados.
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- A iniciativa, até o final do ano
passado chamada de RECOP
(Recuperação da Capacidade
Operacional Plena),
- Descrição do Projeto:
- Modernização da frota envolve tanto a aquisição de novos carros não blindados quanto a recuperação de
viaturas blindadas.
Parque Regional de Manutenção da 5ª Região Militar, situado em Curitiba, no Paraná, que ocorre a
atualização dos veículos blindados M113B para o modelo M113A2 Mk1.
- Compra de viaturas sobre rodas. A verba foi proveniente do Programa de Aceleração do Crescimento;
Os veículos que passaram a integrar a frota da Força Terrestre são 100% de fabricação nacional.
Um deles foi desenvolvido especificamente por conta da demanda do OCOP – a viatura 10 toneladas
6x6, que apoia o tracionamento de obuseiros 155 mm, além de ser empregada no transporte de material
de engenharia.
- A modernização da frota é apenas um dos 14 projetos integrantes do OCOP. A lista passa também por
armamentos, embarcações, modernização de blindados, fardamento, equipamentos de artilharia de
campanha, material de guerra eletrônica e comunicações, entre outros.
- Entre os armamentos, está o Fuzil de Assalto IMBEL A2 (IA2), com calibre 5,56 mm. Trata-se de um
fuzil próprio para combate aproximado, que substitui o modelo o FN FAL (fuzil automático leve), adotado
há 50 anos pelo Exército.
- O projeto também está voltado para a fabricação de morteiros 120 mm.
O equipamento é produzido pelo Arsenal de Guerra do Rio (AGR), unidade fabril do Exército
localizada no Rio de Janeiro.
São projetados para fornecer amplo poder de fogo e têm a vantagem de poderem ser transportados por
viatura ¾ toneladas, avião e helicóptero, além de poderem ser lançados com pára-quedas.
- Aquisição de embarcações Guardian fabricadas nos Estados Unidos.
As lanchas serão destinadas ao Comando Militar da Amazônia e empregadas no patrulhamento das
regiões de fronteira.
Cada embarcação é equipada com GPS, sonar e rádio, além de um ponto para metralhadora .50 e dois
pontos para metralhadoras 7,62 mm. A entrega dos morteiros e das embarcações deverá ocorrer até
agosto.
- Os contratos com as empresas fornecedoras dos equipamentos preveem sempre um treinamento inicial.
- Objetivo:
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- O objetivo é passar da modernização para a transformação das nossas organizações militares
operacionais, provendo-as com sistemas e equipamentos necessários para atuar no combate moderno;
- O OCOP tem por objetivo dotar as unidades operacionais de material de emprego militar, em seu nível
mínimo, imprescindível ao seu emprego operacional, com a finalidade de atender às exigências de defesa
da Pátria previstas no caput do Art. 142 da Constituição da República Federativa do Brasil, assim como às
operações de GLO e às diversas missões subsidiárias atribuídas ao Ministério da Defesa. Para atingir tal
objetivo, compõe-se de 17 Projetos Integrantes (PI).
- Modernização da frota envolve tanto a aquisição de novos carros não blindados quanto a recuperação de
viaturas blindadas.
- Busca acompanhar a evolução tecnológica, que é muito rápida.
- Depois de ter avançado em relação à mobilidade terrestre das tropas, o foco do OCOP agora está sobre
armamentos e embarcações.
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- O Projeto Estratégico Estruturante Sentinela da Pátria é um portfólio de projetos e de ações estratégicas
destinados à reorganização, adequação e aperfeiçoamento da estrutura das organizações militares em todo o
território nacional, exceto a região amazônica, incluindo basicamente projetos relacionados à transferência,
transformação e implantação de unidades, tendo como objetivo principal proporcionar melhores condições
para o cumprimento das missões constitucionais do Exército Brasileiro (EB), em especial a defesa da
Pátria.
- Atendendo ao Planejamento Estratégico do Exército e em coordenação com os demais projetos
estratégicos, como o Amazônia Protegida, o SISFRON e o PROTEGER, o Projeto Sentinela da Pátria
permite a evolução da articulação (posicionamento) da Força Terrestre e considera também a manutenção
da presença do EB em todas as regiões do Brasil e a capacidade de se fazer presente onde se fizer
necessário em defesa dos interesses nacionais.
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“A Estratégia Nacional de Defesa é o vínculo entre o conceito e a política de independência nacional, de um
lado, e as Forças Armadas para resguardar essa independência, de outro. Trata de questões políticas e
institucionais decisivas para a defesa do País, como os objetivos da sua “grande estratégia” e os meios para
fazer com que a Nação participe da defesa.” (Fonte: Estratégia Nacional de Defesa, 2012)
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