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Tema 8: Programa de Transferência Monetária para

Famílias Pobres: Um Exercício de Avaliação de


Políticas Públicas

Profª Ma Elaine Cristina


Vaz Vaez Gomes
PARA INÍCO DE CONVERSA
Neste tema você fará um percurso no que diz
respeito ao Programa de Garantia de Renda
Familiar Mínima do Município de Campinas,
com apontamentos dos aspectos
metodológicos do estudo do perfil das famílias
e os principais resultados de um programa
como este.
No Brasil, nos últimos anos, tem aumentado a
implementação do Programa de Garantia de
Renda Familiar Mínima (PGRFM), na esfera
municipal, inovando no campo do combate à
pobreza e à fome.
A experiência que você vai estudar é de um
programa implantado na cidade de Campinas,
estado de São Paulo. A exemplo desta cidade,
o programa já foi implantado em outros
municípios e capitais, tais como: Boa Vista,
Vitória, Salvador, Ribeirão Preto, Jundiaí e
Belo Horizonte e no
Distrito Federal
(FONSECA, 2009).
A experiência de Campinas, desde sua criação,
é acompanhada pelo Núcleo de Estudos de
Políticas Públicas da UNICAMP, que, segundo
Fonseca (2009, p. 132), realizou inúmeros
processos de avaliação e “acompanhamento
institucional do processo de implementação,
estudo do perfil das
famílias beneficiadas  
(com base nos dados
cadastrais do Programa),
e um estudo domiciliar de
uma amostra de famílias
beneficiárias”.
São vários programas implementados e com
diferentes formas de organização no que se
refere, segundo Fonseca (2009, p. 132), “aos
objetivos, critérios de seleção, cálculo da
renda familiar e valor do benefício, vinculação
institucional, modos de operacionalização,
contrapartida exigida,
formas de
acompanhamento, etc.”.
O estudo sobre esses PGRFMs se faz
necessário para entender se de fato eles têm
feito diferença e tirado as famílias da miséria.
Continuando
Um dos temas que fazem parte das discussões
desses programas de transferência de renda é
a família e toda a sua complexidade, pois sua
população alvo são as crianças e os
adolescentes e também a inserção destes em
outras políticas, como a educação, por
exemplo.
A família, de acordo com a autora, é o foco
desses programas, e é isso que os distingue
do programa de iniciativa do Senador Suplicy.
Fonseca (2009, p. 133) afirma que no projeto
do Senador “o indivíduo é portador de direitos
(e a renda é um destes direitos) e a política
social o reconhece como
tal,
independentemente do seu estado civil, da
sua descendência e da natureza de seus
vínculos com crianças e adolescentes”.
A autora completa afirmando que,
independente do “tempo em que resida em
algum município do seu país”, o “o indivíduo é
cidadão e como tal tem direito a uma renda
mínima e de usá-la como melhor lhe aprouver,
aumentando à sua maneira seu nível de bem-
estar”.
Essa compreensão é diferente nos demais
programas uma vez que, segundo Fonseca
(2009, p. 133), “há um deslocamento do
individuo para a família”.
Com esta ideia, “espera-se que o receptor da
complementação mensal da renda familiar,
que tem a titularidade em função de suas
crianças menores de 14 anos, não se
comporte como um indivíduo” (FONSECA,
2009, p. 133).
O fato de ser um programa para famílias
pobres não significa que terá simples
implementação; pelo contrário, há, sim, a
necessidade e a relevância de um estudo, no
que se refere tanto ao próprio conceito de
programa de renda mínima como ao conceito
de família.
Esses grupos familiares têm em comum três
categorias, de acordo com Fonseca (2009, p.
134), “residem em Campinas há pelo menos
dois anos, têm crianças menores de 14 anos e
renda familiar per capita inferior a R$ 35,00” e
salienta a autora, que estas categorias não
homogeneízam a miséria
e nem “apagam sua
heterogeneidade”,
tornando o estudo da
maior relevância.
O Programa de Garantia de Renda Familiar
Mínima do município de Campinas tem um
banco de dados que está organizado em três
arquivos, com capacidade de aceitar o registro
de diversas famílias quando de sua entrada no
PGRFM.
Vamos Praticar?
A organização dos arquivos foi feita da
seguinte maneira: o primeiro arquivo
corresponde ao material sobre o requerente e
seu cônjuge; o segundo compreende
informações sobre a composição familiar –
Grupo 1 (menores de 14 anos); e o terceiro, a
composição familiar –
Grupo 2 (maiores de 14
anos e outros) (FONSECA,
2009).
Nos aspectos metodológicos do banco de
dados, Fonseca (2009, p. 136) informa que se
“permite examinar o universo das famílias
beneficiadas segundo as principais variáveis
socioeconômicas”.
Essas variáveis econômicas, segundo Fonseca
(2009, p. 137), são “as demográficas, as de
renda, as relativas à condição de ocupação
dos membros e à localização espacial das
famílias no Município” e ainda, completando,
os “indicadores sociais, tais como
escolaridade, condições
de saúde, condição da
habitação e acesso a
outros programas sociais”.
Em relação à chefia das famílias, não será
encontrado nada que a classifique, em razão
de o banco de dados não trazer informações
sobre isso. Não está claro que a presença de
um homem no núcleo o torne o chefe e muito
menos que o enorme número de mulheres no
PGRFM as torne chefes de
família.
Esse é um debate que Fonseca (2009, p. 138)
sugere que se faça com cautela “quando se
trata de um programa de complementação de
renda familiar, pois quem for reconhecido
como chefe certamente terá mais poder na
decisão da utilização dos recursos recebidos e
dos rendimentos
familiares”.
Finalizando
Essa questão merece cuidado, já que, de
acordo com a autora, “em termos
metodológicos, a designação externa de uma
chefia revela que o pesquisador introduziu
suas concepções da relação entre gênero e
geração”,
ou seja, atribui “aprioristicamente, significados
pelos quais outorga, no par conjugal, maior
grau de autoridade ao ‘homem’ que à ‘mulher’
e, ao mesmo tempo, introduzindo
hierarquizações de geração que se sobrepõem
às de gênero” (FONSECA, 2009, p. 138).
Enfatizou-se nesse trabalho uma enorme
diversidade que o termo família traz para o
debate. E, muito além daquilo que os
aspectos tratados trouxeram, existem outros
destes no campo do emprego, da baixa
qualificação, das condições habitacionais, do
acesso a outros
programas.
A outra questão, em relação ao vínculo com o
PGRFM, está no fato de que está posto que
depois de um ano ele poderá ser reconduzido
uma vez, e assim superar a condição da
pobreza.
Entretanto, a pesquisa demonstrou que este
prazo é insuficiente. E, por fim, no PGRFM de
Campinas há a informação de um alto número
de requerentes muito jovens.

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