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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIA


Faculdade de Engenharia de Minas
Curso de Engenharia de Minas e Meio Ambiente

ROCHAS E MINERAIS INDUSTRIAIS: QUARTZO

Renan Freitas Barros


Talitta Aryanne Marinho Aarão
Thaís Silva Garcia

MARABÁ
2017
Renan Freitas Barros
Talitta Aryanne Marinho Aarão
Thaís Silva Garcia

ROCHAS E MINERAIS INDUSTRIAIS: QUARTZO

Trabalho elaborado no Curso de Engenharia de Minas e


Meio Ambiente, da Universidade Federal do Sul e
Sudeste do Pará, como requisito da disciplina de Rochas
e Minerais Industriais.

Docente: Ana Luiza Coelho Braga

MARABÁ
2017
3

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 4
2 GEOLOGIA ......................................................................................................................................... 5
2.1 PROPRIEDADES ......................................................................................................................... 5
2.2. DISPONIBILIDADES ................................................................................................................. 6
2.3. PUREZA ...................................................................................................................................... 6
2.4. TAMANHO E GÊNESE DOS DEPÓSITOS .............................................................................. 6
3 PROCESSAMENTO MINERAL ........................................................................................................ 8
3.1 ROTAS DE PROCESSO .............................................................................................................. 8
3.1.1. Lavra ..................................................................................................................................... 8
3.1.2. Fragmentação ........................................................................................................................ 8
3.1.3. Processamento ....................................................................................................................... 8
3.1.4. Quartzo cultivado .................................................................................................................. 9
3.1.5. Silício e sílica vítrea de alta pureza .................................................................................... 10
3.2 VOLUMES DE PRODUÇÃO .................................................................................................... 11
3.3 APLICAÇÕES INDUSTRIAIS .................................................................................................. 12
3.4 ESPECIFICAÇÕES .................................................................................................................... 14
3.5 FUNÇÕES................................................................................................................................... 15
4 ECONOMIA ...................................................................................................................................... 17
4.1 VALOR ....................................................................................................................................... 17
4.2 RAIO DE COMÉRCIO ............................................................................................................... 17
4.3 PERFIL DA DEMANDA INTERNA E EXTERNA .................................................................. 17
4.3.1. Demanda Interna ................................................................................................................. 17
4.3.2. Demanda externa ................................................................................................................. 18
4.4 GRAU DE COMPETIÇÃO NO MERCADO NACIONAL E INTERNACIONAL .................. 18
4.5 VULNERABILIDADE A SUBSTITUIÇÃO ............................................................................. 19
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................. 20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 21
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1 INTRODUÇÃO

A priori, salienta-se que os elementos químicos Silício e o Oxigênio são os mais


abundantes na crosta terrestre, e, os dois unidos foram tetraedros de 𝑆𝑖𝑂4 que se polimerizam
formando a classe dos silicatos. Tal classe forma a maior parte dos minerais que cimentam as
rochas que compõem a crosta terrestre, e se subdivide de acordo com seu grau de
polimerização.
Sobretudo, ao tratar da subclasse dos tectossilicatos, onde os tetraedros se
estruturam fortemente por forças intermoleculares tridimensionalmente (imagem 01), destaca-
se a formação de um mineral denominado Quartzo (um dos polimorfos de 𝑆𝑖𝑂2), que constitui
¾ da crosta e é substancial na sociedade brasileira - que é a principal produtora da forma
natural - e tem vários usos as indústrias de relógios eletrônicos, de automóveis, jogos
eletrônicos, equipamento de telecomunicações, computadores e equipamentos médicos. A
seguir será aprofundado mais sobre tal mineral.

.
FIGURA 1 - Polimerização da sílica. (AZZELLINI, USP)
5

2 GEOLOGIA

A seguir serão citadas algumas propriedades cristalográficas, físicas, químicas


gerais que são parâmetros para auxiliar na diferenciação de tal mineral dos outros, e, modos
de ocorrência desse mineral de valor econômico.

2.1 PROPRIEDADES

Segundo Dana, o quartzo tem a fórmula química 𝑆𝑖𝑂2, solúvel apenas no ácido
fluorídrico. Dureza 7 na escala de Mohs e densidade relativa á água 2,65 a 2,53. Dentre os
aspectos diagnósticos pode-se citar seu brilho vítreo, fratura concóide forma cristalina,
habitualmente transparente, translúcido e incolor, mas ao ter impurezas pode ter diversas
cores. É frágil e não tem plano de clivagem pelo fato de sua estrutura ser uma cadeia
tridimensional de tetraedros 𝑆𝑖𝑂4 interligados, sendo seu ordenamento interno principalmente:

FIGURA 2 - Estruturas internas, células unitárias usuais dos cristais de quartzo, que geram cristais de prismas
trapezoédricos. Fonte (AZZELLINI, USP).

Em geral os cristais são alongados, apresentado sob formas afiadas e pontiagudas,


consequência de uma combinação oscilante entre os romboedros e hexágonos. O quartzo
possui grande rigidez elástica, quando comparado a outros sólidos de peso específico
semelhante, e suas constantes elásticas são pouco afetadas pela variação de temperatura, não é
fusível. Quartzo é provavelmente o mineral piezoelétrico (quando sua carga elétrica se
6

desenvolve na sua superfície ao exercer pressão nas extremidades de um eixo cristalográfico


seu) mais importante sendo utilizado em placas para controlar frequência do rádio.

2.2. DISPONIBILIDADES

Alguns locais, segundo CETEM “Os recursos mundiais de grandes cristais de


quartzo natural ocorrem quase que exclusivamente no Brasil e, em menor quantidade, em
Madagascar. Cristais menores e lascas também são encontrados nos EUA, Namíbia, Angola,
África do Sul, Ucrânia e Venezuela” os Alpes, Minas Gerais no Brasil”.
Ainda na esteira desse raciocínio, algumas áreas brasileiras em potencial são na
Bahia, de acordo com MME (LOBATO, 2009) onde a Companhia Baiana de Pesquisa
Mineral onde “[...] os depósitos pegmatíticos cobrem uma área total de 223 km². As reservas
representam 856.000 toneladas de feldspato e 3.230 toneladas de quartzo industrial. [...]”

2.3. PUREZA

Convém salientar, que pureza do quartzo é quase completa e em geral a


porcentagem dos elementos principais é 𝑆𝑖𝑂2 − 𝑆𝑖 46.74%, 𝑂 53.26%, com propriedades
físicas constantes. No entanto, existem traços de impurezas como lítio, sódio potássio,
alumínio, ferro, manganês bivalente e titânio que podem ser detectadas por análises
espectográficas, e desta forma geram uma variedade de quartzo:

FIGURA 3 - Variedades de quartzo. Fonte (Dana & Hulburt, 1960)

2.4. TAMANHO E GÊNESE DOS DEPÓSITOS


7

Como citado, o quartzo é um dos parâmetros classificadores de rochas, pois


informa que a sílica está muito presente, e, nas rochas por processos metamórficos e
magmáticos ocorre associado principalmente a feldspatos, piroxênios, micas e anfibólios
(MACHADO, 2001), já nos filões por hidrotermalismo com quase toda a série de minerais de
veios, onde as cavidades contém quartzo leitoso, e sua baixa solubilidade da sílica em regiões
epitermais (até 300 ºC e não mais que 2 km da superfície da crosta terrestre) encaixadas em
quartzitos e rochas graníticas. Também ocorre em grandes quantidades como areia, leitos dos
rios e sobre as praias e constituintes dos solos, após passar por processos diagenéticos.
MME (LOBATO, 2009) afirma que “Os dados relacionados com reservas
mundiais de quartzo são escassos. Sabe-se, no entanto, que o Brasil é detentor de 95% das
reservas mundiais, o equivalente a 78 milhões de toneladas, pelas estatísticas oficiais apud
DNPM, no ano de 1986. Estes dados referem-se a quartzo de todas as qualidades, ou seja,
para fabricação de Fe-Si, vidros, silício metalúrgico, cerâmicas tradicionais etc. No estado do
Pará estão as maiores reservas medidas do País, cerca de 64% das jazidas, seguida de l7% em
Minas Gerais, l5% em Santa Catarina e 2% na Bahia. O restante dos depósitos está distribuído
pelos estados de São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo e Goiás.”
Ainda sobre isto, LOBATO afirma que o quartzo também pode ser obtido por
uma espécie de “cultura”, onde o mineral sintético fundamenta-se numa recristalização do
quartzo natural em solução aquosa à pressão e temperatura elevadas, sendo um processo é
semelhante à cristalização hidrotermal dos minerais quando são formados no interior da crosta
terrestre, onde o Japão é o principal produtor de tal mineralóide.
8

3 PROCESSAMENTO MINERAL

3.1 ROTAS DE PROCESSO

3.1.1. Lavra

A exploração do quartzo natural no Brasil ocorre manualmente, sobretudo em


lavras a céu aberto. As lavras subterrâneas, em quantidade muito menor, ocorrem na forma de
poços ou túneis.
Acredita-se que a explotação artesanal de um depósito por um pequeno grupo de
garimpeiros seja mais produtiva do que o uso de explosivos e equipamentos sofisticados. A
mecanização da explotação de quartzo é complexa visto a necessidade de se evitar danos na
estrutura do cristal por quebra. Já no caso de extração de lascas, a mecanização pode se
estender muito se as jazidas forem contínuas.

3.1.2. Fragmentação

As etapas iniciais da fragmentação, quando ainda são gerados tamanhos


relativamente grandes de partículas (diâmetros até aproximadamente 1 milímetro), são
chamadas de britagem. Quando a fragmentação visa atingir tamanhos menores podendo
transforma o mineral em areia, (no caso do quartzo, esse processo é feito para a utilização
dessa areia na fabricação de placas, para computadores entre outras finalidades), dá-se o nome
de moagem.
Os recursos de quartzo natural são aplicados em diversos segmentos, desde
aplicações convencionais, onde, quando muito, o mineral é utilizado diretamente após algum
processamento primário, como britagem, moagem, lavagem ou classificação, até as aplicações
que requerem um grande aporte de conhecimento tecnológico para processá-lo. Neste
trabalho, serão consideradas as aplicações do segundo caso, ainda pouco difundidas nos
setores de extração mineral do Brasil e cujo impacto tecnológico e econômico é muito
superior.

3.1.3. Processamento
9

A maior parte do quartzo natural lavrado dos veios hidrotermais destina-se à


produção de pequenos fragmentos, da ordem de 20 a 50 g, conhecidos internacionalmente
como lascas. De acordo com sua transparência visual, as lascas são classificadas em seis
classes: primeira, mista, segunda, terceira, quarta e quinta.
As lascas de primeira são usadas na obtenção de sílica vítrea de alta pureza para
confecção de vidros especiais e pré-formas de fibras ópticas pelo processo MCVD (deposição
fase vapor quimicamente modificado). As lascas de segunda são destinadas à produção de
quartzo cultivado, enquanto que as lascas de terceira, quarta e quinta são hoje usadas na
produção de silício grau metalúrgico que, após purificação química, é empregado na produção
de fibras ópticas e silício de grau semicondutor. As lascas de transparência inferior também
são destinadas a diversas aplicações convencionais como a produção de vidros, tintas
anticorrosivas etc.
Em particular serão focalizadas a produção de quartzo cultivado e produção de
silício e sílica vítrea de alta pureza. As aplicações do quartzo, quartzitos e arenitos visando a
produção de vidros (planos, embalagens, tubos e bulbos, etc), cerâmicas refratárias,
porcelanas, fibras de vidro e como carga e extensores para a indústria de produtos químicos e
farmacêuticos não serão aqui consideradas. Tais aplicações estão contempladas no assunto
relacionados a "Areia Industrial" muito menos, serão consideradas aquelas aplicações
destinadas à produção de agregados para a construção civil.

3.1.4. Quartzo cultivado

A ideia de sintetizar quartzo pelo processo hidrotérmico foi do italiano G. Spezia (1845-
1912). Em artigo sobre a história do crescimento hidrotérmico, Iwasaki e Iwasaki (2002)
resgatam a importância dos trabalhos de Spezia para o desenvolvimento da indústria de
quartzo cultivado. Durante a II GM, os estudos sobre a síntese hidrotérmica do quartzo foram
retomados por R. Nachen na Alemanha e, em seguida, por W. Wooster, C.S. Brown e
colaboradores na Inglaterra. Esses estudos prosseguiram em vários laboratórios norte-
americanos (D.R. Hale, R.C.Walker, C.B. Sawyer e R.A. Laudise) permitindo que a primeira
indústria de cristais cultivados fosse implantada em 1956 (Sawyer Research Products) e com
início da produção comercial em 1958. A partir de 1971, o uso do quartzo cultivado na
produção de dispositivos piezelétricos ultrapassou o uso do quartzo natural. Embora o
princípio do crescimento hidrotérmico do quartzo produzido hoje seja o mesmo daquele
desenvolvido nos anos 1950, ininterruptas investigações, realizadas principalmente nos EUA,
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Japão e Rússia, permitiram um grande avanço na qualidade cristalina, pureza e tamanho dos
cristais cultivados (Demianets e Lobachev, 1981; Laudise e Barns, 1988; Taki, 1991).
O quartzo cultivado (ou quartzo sintético) é obtido pela dissolução e
recristalização do quartzo natural sob altas pressões e temperaturas, sendo denominado
crescimento hidrotérmico. Neste processo, o cristal cresce com base em sementes
posicionadas na parte superior de um vaso de pressão de aço denominado autoclave.

Figura 4 - Esquema de uma autoclave. Fonte MME (LOBATO, 2009).

Cabe ressaltar a importância estratégica dos blocos naturais de alta perfeição


cristalina, ditos de qualidade piezelétrica ou óptica, para a produção de quartzo cultivado.
Usualmente, as sementes de quartzo natural são usadas para produzir a primeira geração de
cristais sintéticos, com base nestes cristais são extraídas as sementes para a produção das
barras comerciais.

3.1.5. Silício e sílica vítrea de alta pureza

As lascas de quartzo classificadas pela transparência visual como terceira, quarta e


quinta são destinadas à obtenção de compostos de silício usados na produção de células
solares, vidros especiais, fibras ópticas e semicondutores. Porém, entre as lascas e as fibras
ópticas ou as lascas e os wafers de silício grau semicondutor, três importantes transformações
ocorrem. A primeira delas é a redução carbo-térmica do SiO2 em silício grau metalúrgico
(SGM). A segunda consiste na purificação do SGM via processos químicos e/ou térmicos
dando origem aos compostos triclorosilano (SiHCl3) e tetracloreto de silício (SiCl4). A
terceira etapa trata da obtenção dos materiais de base, sílica vítrea e silício monocristalino,
ambos com alta pureza e perfeição cristalina. A Figura 11 ilustra a rota de processamento das
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lascas de quartzo desde sua lavra até a obtenção de dispositivos de alta tecnologia destinados
à diversos segmentos industriais.

FIGURA 5 - Rota do processamento das lascas de quartzo para produção de materiais de uso na eletrônica e nas
comunicações. Fonte: MME (LOBATO, 2001).

A obtenção do SGM ocorre por um processo de redução carbo-térmica, que


teoricamente é descrito por : SiO2 (s) + 2C (s) Si (l) + 2CO (g)
Esta reação ocorre em fornos elétricos a arco de plasma com eletrodos submersos.
No Brasil, que produz cerca de 1 milhão de toneladas de ligas Fe-Si e SGM por ano, os fornos
são abertos, os eletrodos são de carbono amorfo, e a energia provém de hidrelétricas. Três
eletrodos de 100 a 120 cm de diâmetro, posicionados de tal forma a descreverem um triângulo
eqüilátero, são introduzidos dentro da mistura contendo fragmentos de quartzo, carvão vegetal
e pedaços de madeira. Em torno dos eletrodos, a temperatura pode chegar até 1.800ºC.
A pureza alcançada pelo SGM produzido no Brasil (chegando até 99,5%) deve-se
ao alto grau de pureza das matérias-primas utilizadas.

3.2 VOLUMES DE PRODUÇÃO

Em 2014, a produção nacional de quartzo (cristal de quartzo) foi de 7.163


toneladas (t), com destaque para os estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais,
Santa Catarina, Pará e Espírito Santo. O pequeno minerador e o minerador informal são
responsáveis pela maior parte da produção brasileira. Os cristais usados na indústria de cristal
cultivado (cristais de grau eletrônico) são mais raros e de produção esporádica. A crise
financeira foi a grande responsável pela queda da produção interna, acarretando a diminuição
12

das exportações do cristal de quartzo. O Brasil é o único produtor de blocos de quartzo


natural com propriedades piezoelétricas, especialmente nos estados de Goiás, Minas Gerais e
Bahia. Este usado principalmente na produção de ligas de silício para a indústria metalúrgica
e para uma pequena produção de silício metálico. Desde os anos 1930 até o final da década de
1970, o país se destacava como fornecedor do quartzo natural, sendo posteriormente
substituído pelo quartzo cultivado, que passou a obter ampla aceitação na maioria das
aplicações. Os fabricantes nacionais de cristais osciladores e filtros de cristal continuam
importando as barras de cristais cultivados. Em 2014, a produção de cristal cultivado no
Brasil foi bem limitada, continuando assim a dependência brasileira deste produto de
importância estratégica para a indústria eletrônica nacional. O continente asiático continua
sendo a região que concentra os maiores produtores mundiais de quartzo cultivado.
Consumo interno de Quartzo
Tabela 1 – Consumo interno de quartzo. Fonte (SUMÁRIO MINERAL – DNPM).

Fonte (Sumário Mineral – DNPM).

3.3 APLICAÇÕES INDUSTRIAIS

Devido às suas propriedades físicas, podemos utilizar esse material para diversas
utilidades, por exemplo:
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Tabela 2 – Aplicações dos produtos de quartzo nas indústrias.

Fonte: MME (LOBATO, 2001).


14

Tabela 2 – (CONTINUAÇÃO) Aplicações dos produtos de quartzo nas indústrias.

Fonte: MME (LOBATO, 2001)

3.4 ESPECIFICAÇÕES

Como conseqüência do amplo espectro de aplicação dos recursos naturais de


sílica e quartzo, existe um grande número de especificações físicas e químicas para tais
insumos. Em geral, pureza, distribuição granulométrica, morfologia da partícula e a existência
de inclusões sólidas são parâmetros de grande relevância. Por exemplo, o aumento da pureza
e a redução do tamanho de partícula são parâmetros determinantes para a produção de sílica
vítrea, vidros convencionais e corpos de porcelana. Já pureza e ausência de defeitos, como
discordâncias e geminações, são cruciais à indústria de quartzo cultivado. Neste item, dar-se-á
atenção as especificações das lascas e blocos de quartzo para a indústria de cristais cultivados
e, em seguida, nas características necessárias das lascas para a produção silício grau
metalúrgico destinados à fabricação de fibras ópticas e silício grau semicondutor. Nesses dois
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setores os recursos de quartzo natural são aplicados para finalidades cruciais na era atual e que
ainda não possuem protocolos técnicos de especificação suficientemente divulgados.

As imagens a seguir mostram algumas especificações propostas:

FIGURA 6 - Especificações propostas para blocos e lascas de quartzo natural destinado ao crescimento de
quartzo cultivado. Fonte (CETEM, 2008, 2ª Ed)

FIGURA 7 - Especificações propostas para lascas de quartzo usadas na produção de silício grau metalúrgico
SGM e sílica vítrea por fusão direta. Fonte (CETEM, 2008, 2ª Ed)

3.5 FUNÇÕES
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Computadores: Osciladores de Quartzo criam frequências precisas usadas como


uma espécie de relógio para determinar o ritmo de funcionamento dos computadores.
Eletrônica: As suas propriedades piezoelétricas e estabilidade na oscilação tornam
o quartzo um material ideal para ser utilizado em Osciladores. Estes, por sua vez, podem ser
utilizados como clocks em circuitos eletrônicos.
Rádios: Pode ser utilizada para estabilizar frequências de transmissores de rádio.
Ferramentas e utensílios: dentifrícios, abrasivos, lixas, refratários, cerâmica,
indústria de ornamentos e enfeites;
Química: esmalte e saponáceos, devido ao seu brilho e dureza. É um material
abrasivo.
Relojoaria: Utilizado para realizar a contagem dos segundos em relógios de pulso.
O cristal, cortado na forma de garfo, é alimentado por uma carga elétrica. Esse formato é
calculado para que ele emita sempre exatos 32 768 pulsos elétricos por segundo. Os pulsos
são transmitidos a um circuito eletrônico, que se baseia neles para formar os números do
mostrador digital. Se o relógio for analógico, o circuito divide a vibração a apenas um
impulso por segundo. Esse impulso regula um pequeno motor que move as engrenagens dos
ponteiros.
Fibra Óptica: A fibra óptica é um material feito de vidro ou de plástico
(polímeros), por meio da reflexão ocorre o transporte da luz em seu interior. Com o
desenvolvimento da tecnologia do quartzo foi possível a obtenção de fios cada vez mais finos,
transparentes e que podem ser encurvados sem se quebrar. Uma característica de grande
importância para a construção desse material é a transparência quase absoluta do quartzo com
alto grau de pureza.
Construção civil: O Quartzo serve de matéria prima para vários produtos da
construção civil, como areia para moldes de fundição, fabricação de vidro, é muito utilizado
também como agregado fino;
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4 ECONOMIA

4.1 VALOR

As três classificações de quartzo no mercado, em lascas e quartzo em bruto, cristal


cultivado barra bruta e cristal cultivado barra usina, não variaram de maneira expressiva no
período contendo os anos entre 2012 e 2014, principalmente se tratando dos dois tipos de
cristais cultivados, como é mostrado na tabela a seguir:

Tabela 3 - Principais estatísticas do Brasil


Classificações de quartzo no mercado Unidade 2012 2013 2014
Lascas e quartzo em bruto US$-FOB / t 369 290 401
Cristal cultivado barra bruta US$-FOB / kg 170 200 200
Cristal cultivado barra usinada US$-FOB / kg 400 400 400
Fonte (DNPM/DIPLAM; MIDC/SECEX; USGS – Mineral Commodity Summaries 2015)

4.2 RAIO DE COMÉRCIO

Enquanto exporta quartzo bruto para outros países, o Brasil, embora seja o maior
produtor e maior detentor das reservas mundiais de quartzo, é dependente de quartzo
manufaturado, que são representados pelos:
 Cristais piezelétricos montados;
 Cristal cultivado bruto;
 Cristal cultivado usinado.
Dentro os estados brasileiros que possuem maior influência na produção desta
substância mineral, o estado de Minas Gerais tem a maior mineração em atual exploração, que
é a Mineração Gerais em Inhauma, classificada com uma empresa de médio porte e com um
ROM em 2014 de 250.000,00 toneladas.

4.3 PERFIL DA DEMANDA INTERNA E EXTERNA

4.3.1. Demanda Interna

O mercado nacional demanda em maior peso produtos considerados


manufaturados, como cristais piezoeléctricos montados e suas partes, além de cristal cultivado
bruto e usinado, já que o Brasil deixou de produzir esse tipo de quartzo desde 1996. Se o ano
de 2013 for comparado ao ano de 2014 será possível observar que a demanda interna
18

recorrente aos cristais de quartzo não industrializados sofreu uma queda de 10,71% muito em
função da crise econômica presente nesse período.
O cristal de quartzo é utilizado na confecção de dispositivos piezoeléctricos
controladores de frequência. A indústria de cristais osciladores e filtros de quartzo é a
consumidora de barras de quartzo cultivado importadas. Os principais setores de utilização
dos cristais osciladores e filtros de quartzo produzidos no Brasil são as indústrias de relógios e
jogos eletrônicos, automóveis, equipamentos de telecomunicações, computadores e
equipamentos médicos (ROCHA, 2015).

4.3.2. Demanda externa

Os destinos dos bens primários de quartzo exportados no ano de 2014 foram:


Espanha com cerca de 41%; Bélgica com cerca de 33%; China com cerca de 7%; Japão com
cerca de 6%; Hong Kong com 4%.

4.4 GRAU DE COMPETIÇÃO NO MERCADO NACIONAL E


INTERNACIONAL

O Brasil é considerado o maior produtor de quartzo, seguido da Suíça, do Japão e


da África do Sul, muito por possuir cerca de 95% das reservas mundiais, sendo o Pará
detentor de 64% das jazidas e Minas Gerais detentor de 17%.
A produção brasileira é de sua maior parte responsabilidade dos pequenos
mineradores e mineradores informais então como muitas dessas empresas operam no regime
de garimpo e de forma muito rudimentar, elas não têm base tecnológica para agregar valor e
explorar a potencialidade de uso do mineral. O que faz com que exista uma grande
dificuldade para que essas empresas brasileiras consigam, com recursos próprios, se
mostrarem competitivas junto ao mercado internacional.
As maiores empresas produtoras do período entre os anos de 2002 e 2005, como
já citado, se encontram no estado de Minas Gerais e Pará, como podemos ver na tabela a
seguir:
Tabela 4 - Maiores empresas produtoras.
EMPRESA REGIÃO UF 2005 2004 2003 2002
Mineração Gerais LTD Sudeste MG 68,04% 50,77% - -
Camargo Correia Metais S/A Norte PA 31,84% 49,10% 96,36% 82,47%
Mineração Brejo do Rio Preto Sudeste MG 0,12% 0,13% 0,47% 7,37%
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LTDA
Mineração Mato Grosso S/A Centro MS - - 2,83% -
Oeste
Mineração Rosa Melo LTDA Sudeste MG - - 0,34% -
Antônio Rodrigues de Moura Sudeste MG - - - 8,85%
Milton Antônio Basílio Sudeste MG - - - 0,95%
Fonte (Extraído da publicação Perfil do Quartzo – DNPM).

Em relação á competição no mercado internacional, os países que mais se destacam


nessa disputa são: Alemanha, Estados Unidos, Argentina, Bélgica, China, Coréia do Sul,
Taiwan, Japão e Malásia.

4.5 VULNERABILIDADE A SUBSTITUIÇÃO

A vulnerabilidade a substituição do quartzo tem sido muito influenciada pelas


mudanças tecnológicas. Os materiais alternativos ao quartzo natural contribuem para
desestabilizar o mercado de lascas de quartzo no país. Um exemplo disso e a comercialização
do quartzo cultivado, que se difere do quartzo natural por ter crescimento hidrotérmico em
autoclave, porém, a dependência do mercado consumidor do quartzo natural aos produtores
mundiais de grandes blocos naturais piezelétricos permanece estável.
Entretanto, as pesquisas que estão sendo desenvolvidas nos Estados Unidos com o
objetivo de substituir este tipo de quartzo piezoeléctrico por cristais alternativos como por
exemplo o tantalato de lítio tem avançado.
Além disso, o quartzo pode ser também substituído por outros materiais em outras
áreas que não sejam nas indústrias de relógios e jogos eletrônicos, como por exemplo:
 Abrasivos: Bauxita e alumina (alumínio fundido)
 Agente anti bloqueio: Caulim calcinado, diatomita e talco;
 Construção: Calcário e mármore;
 Refratários: Andaluzita, bauxita, dolomita, olivina e zircão.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como a demanda por quartzo é muito sensível ás mudanças tecnológicas, países


que contenham maior poder tecnológicos apresentaram maior influência e irão gerir este
mercado. Um exemplo de país que domina este mercado é o Japão, já que também domina o
mercado de componentes eletrônicos.
As exportações brasileiras de quartzo apresentam variações comuns às de
praticamente todos os minérios comercializados internacionalmente pelo Brasil. Influenciada
por fatores exógenos da nossa economia, a exportação brasileira de minérios, e
consequentemente a nossa produção mineral, evolui de acordo com as condições do mercado
internacional (MME, 2009).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEELLINI, Gianluca C. Princípios da estrutura em sólidos. Instituto de Química.


Universidade Estadual de São Paulo. Disponível em:
<http://www2.iq.usp.br/docente/gcazzell/8_Estrutura_Solidos.pdf>. Acesso: 17 de novembro
de 2017.

BRASIL. Departamento Nacional de Produção Mineral. Sumário Mineral 2015.


Coordenadores Thiers Muniz Lima, Carlos Augusto Ramos Neves Brasília: DNPM, 2016.
Disponível em: <http://www.dnpm.gov.br/dnpm/sumarios/sumario-mineral-2015>. Acesso
em: 22 de novembro de 2017.

BRASIL. Rochas e Minerais Industriais. Centro de Tecnologia Mineral - CETEM. 2ª Ed,


2008. Disponível em:
<http://mineralis.cetem.gov.br/bitstream/cetem/1120/1/31.%20QUARTZO_vers%C3%A3o02
.pdf>. Acesso em: 22 de novembro de 2017

DANA & HULBURT. MANUAL DE MINERALOGÍA. Edición espanhola de lá 17 ª edición


norte americana por el José Luis amorós. Catedrático de Cristalografía y Mineralogía de la
Universidad de Madrid. Editora Reveté, S. A., 1960. Barcelona.

MACHADO, Fábio Braz. BANCO DE DADOS MUSEU "HEINZ EBERT”: quartzo.


Departamento de Petrologia e Metalogenia IGCE/UNESP, 2001. Disponível em: <
http://www.rc.unesp.br/museudpm/banco/silicatos/tectossilicatos/quartzo.html>. Acesso em:
17 de novembro de 2017.

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA - LOBATO, Emílio. Relatório técnico: produto 27,


perfil do quartzo. CONTRATO Nº 48000.003155/2007-17: DESENVOLVIMENTO DE
ESTUDOS PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DUODECENAL (2010 - 2030) DE
GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL. JMENDO Consultoria.
Agosto, 2009. Disponível em: <
http://www.mme.gov.br/documents/1138775/1256650/P27_RT37_Perfil_do_Quartzo.pdf/3ea
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