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INSTITUTO

EDIÇÃO Nº 02 | ANO 1 | FEV 2018 | MMXVIII


JOÃO CALVINO

Visitação Pastoral
revistadiakonia.org
E X P E D I E N T E
EDITORES Adriano Gama
Elienai B. Batista

REVISÃO Ester Conceição dos Santos


Arielle de Eça

PROJETO Thiago A. Nunes


GRÁFICO
EDITORAÇÃO Thiago A. Nunes

WEBSITE Israel F. B. Batista

FALE contato@revistadiakonia.org
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S U M Á R I O
ADRIANO EDITORIAL
GAMA 04

JAMES
06
O PRESBÍTERO E A VISITAÇÃO
VISSCHER

ADRIANO
14
COMO OS PRESBÍTEROS
GAMA PODEM TRATAR DE TEMAS
LIGADOS À MASCULINIDADE
BÍBLICA NAS VISITAS
PASTORAIS?

JIM A SUPERVISÃO PASTORAL E A


WITTEVEEN MESA DO SENHOR
20

ROB CRISTO EM SEU LAR


SCHOUTEN 27
EDITORIAL
Adriano Gama

Antes de ser ministro da Palavra, eu servi com a falta de homens bíblicos. A masculini-
como presbítero durante seis anos. Ao prepa- dade bíblica se constrói nos lares dos crentes.
rar esse editorial confesso que pensei: “Que Os presbíteros são instrumentos de Deus para
bênção ... temos um curso prático para presbí- ensinar e exortar os crentes a, confiando na
teros diante de nossos olhos! Como eu queria ter graça de Cristo, o Perfeito Homem, preservar
essa revista no início de meu ministério de pres- a masculinidade, vivê-la, promove-la, ou, res-
bítero!” Explico meu pensamento: gatá-la. Assim, pretendo que este artigo equi-
pe os presbíteros à tarefa pastoral de ensino e
O artigo do Dr. James Visscher, “O Presbí- exortação sobre masculinidade.
tero e a Visitação”, responde muitas perguntas
sobre o antes, o durante e o depois das visita- O terceiro artigo é “A supervisão pastoral
ções familiares. São instruções e dicas práticas e a mesa do Senhor”. Nele, o pastor Jim Wit-
de como presbíteros podem se aproximar dos teveen introduz a questão: A quem compete
membros, organizar, executar e tratar os re- a responsabilidade de decidir o participar da
sultados das visitações feitas. Ele ressalta que, Ceia do Senhor? Sem ignorar a divisão entre
pelo fato de serem o meio pelo qual os presbí- igrejas de tradição reformada sobre este as-
teros conhecem os membros que estão sob o sunto, O pastor Witteveen nos faz pensar em
cuidado deles, as visitações constituem “uma três coisas: o significado da Santa Ceia, a po-
parte essencial e o aspecto mais importante do sição histórica da igreja, e a evidência bíbli-
trabalho dos presbíteros”. O principal alvo des- ca que nos ensina que a supervisão da mesa
sas visitas é lidar “realmente com a condição do Senhor é a responsabilidade da Igreja e
espiritual do(s) membro(s)”. Se não aconteceu seus oficiais. Assim, o pastor Witteveen pas-
isso, a visitação “representa um FRACASSO”. sa a apresentar os aspectos bíblicos-pactuais,
O artigo explica, estimula e encoraja os presbí- históricos e confessionais que fundamentam
teros a cumprirem seu dever de visitar as ove- e explicam porque os presbíteros não devem
lhas de Cristo a eles confiadas. permitir o acesso à Ceia para cristãos estra-
nhos à congregação e a fé reformada.
No segundo artigo, de minha autoria, pre-
tendo fornecer aos presbíteros orientações O quarto artigo é uma carta: “Cristo no
práticas sobre como eles podem, nas visitações seu lar”. O autor dela é o pastor Rob Schou-
pastorais, “tratar de temas ligados à masculini- ten. A carta visava preparar os membros da
dade bíblica”. A sociedade e as igrejas sofrem igreja dele para o tema da nova temporada de

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visitações familiares. Pelo menos uma vez ao fiado a eles. A nossa oração é que essa edição
ano, em igrejas reformadas mais maduras, os auxilie ministros e presbíteros a manusearem
presbíteros vão até a casa dos membros para corretamente o cajado pastoral, para que as
terem, com cada um deles, “uma conversa es- ovelhas visitadas possam ser consoladas por
pecífica ... sobre sua vida com Deus”. A carta Jesus Cristo, nosso Supremo Pastor e Bispo.
instrui os leitores sobre as características do Tenham uma boa leitura.
lar cristão e fornece perguntas que ajudarão
essa conversa pastoral.
O Pr. ADRIANO GAMA é ministro da
Enfim, esse editorial não é um lamento Palavra servindo na Igreja Reformada em
meu. É um louvor a Deus. Temos hoje em lín- Colombo - Paraná. Ele é um dos editores do
gua portuguesa o que há 16 anos não pude ter: site e da revista Diakonia.
artigos que ajudam os presbíteros a chegarem
mais bem preparados nas casas dos membros,
a fim de pastorearem o rebanho de Cristo con-

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O

PRESBÍTERO
EA

VISITAÇÃO
James Visscher

Introdução I - “atendei” (At 20.28 – ARA). Palavra


grega - “προσέχετε” também traduzida como
A tarefa de um presbítero nas igrejas Re- “olhai” (ARC) ou “cuidem” (NVI). Um presen-
formadas envolve muitas responsabilidades dife- te do imperativo que expressa a ideia de cons-
rentes. A principal entre elas é o dever de conhe- tante vigilância;
cer os membros da igreja que foram colocados
sob seu cuidado espiritual e supervisão. II - “bispos” (At 20.28 – ARA). Palavra
grega - “ἐπισκόπος” que descreve alguém que
Mas, como conhecê-los? A resposta seja supervisor; em grego secular, refere-se a
mais óbvia é que isso envolve o trabalho de vi- alguém que inspeciona as fileiras de soldados;
sitação. Ele deverá encontrá-los de forma re-
gular, para então conhecê-los como indivíduos III - “pastoreardes” (At 20.28; 1 Pe
e saber as condições espirituais em que estão. 5.2 ARA). Palavras gregas - “ποιμάνατε,
ποιμαίνειν”. Um substantivo e verbo referin-
Consequentemente, a visitação pasto- do-se ao dever de cuidar ou defender o reba-
ral constitui uma parte essencial do trabalho nho, originalmente de ovelha, mas agora de
dos presbíteros. Pode-se dizer que, representa pessoas;
o aspecto mais importante.
IV - “confiados” (1 Pe 5.3 – ARA). Palavra
1. Visitação pastoral grega - “κλήρων.” Uma palavra que se refere ao
A) A base bíblica para a visitação. rebanho e àqueles que são responsáveis por ele.

Suas raízes são encontradas em uma • Todas estas palavras enfatizam que deve
série de palavras bíblicas que descrevem a ta- haver uma estreita relação entre os presbíteros da
refa de um presbítero: igreja e os membros que lhe são designados;

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• Esta relação é aquela em que os pres- • Cada presbítero deve reconhecer a
bíteros devem conhecer os membros, cuidar si mesmo como dependente do Senhor e mos-
deles e de suas necessidades espirituais; trar isso orando ao Senhor por sabedoria,
amor e discernimento antes da visita;
• Para tal relação existir e funcionar
bem deve existir uma constante interação en- • Cada presbítero deve fundamentar
tre os presbíteros e os membros; sua visita em uma passagem bíblica que ele
tenha lido, estudado e meditado sobre ela, de
• Uma das maneiras pelas quais essa forma específica. Cada presbítero deve saber
interação é facilitada e promovida é por inter- algo sobre os membros que ele está visitan-
médio das visitas regulares; do, familiarizando-se previamente com suas
idades, estado civil, necessidades especiais e
B) O propósito da visitação regular. outros detalhes relevantes.

Para promover o conhecimento e rela- D) O ambiente mais amplo da visitação


cionamento dos presbíteros com os membros; regular.
Para verificar se os membros estão vi- Muitas vezes, os presbíteros reclamam
vendo da fé no Supremo Pastor ou não (1 Pe 5.4).
que é difícil fazer com que os membros se abram
E aqui nós chegamos ao cerne da questão! Se
plenamente. E que, quando surgem problemas,
você visitou e não lidou realmente com a con-
eles não são consultados. Todavia, na maioria
dição espiritual do(s) membro(s), a sua visita
dos casos, isso acontece por não se conhece-
representa um FRACASSO. A relação entre as
rem bem e, por esta razão, os membros hesitam
ovelhas e o Bom Pastor tem precedência sobre
em confiar no presbítero e pedir a ajuda dele. A
tudo mais. Faça disto a sua primeira prioridade;
única maneira de lidar com esse problema é o
• Para encorajar os membros a vive- presbítero trabalhar para desenvolver um rela-
rem vidas de santidade e piedade (1 Tm 2.2); cionamento de conhecimento e confiança com
os membros que estão sob seu cuidado pastoral.
• Para estimular os membros a cres-
cerem no serviço, sendo mão e pé um para Como isso pode ser feito? Uma série
o outro (Rm 12); de pensamentos e sugestões vem à mente:

• Para incitar os membros a serem sal • Ao se tornar um presbítero, faça uma


da terra e luz do mundo (Mt 5.13-16). visita informal e se apresente aos membros
sob sua res-ponsabilidade; ¹
C) Preparativos para visitação regular.
• Além da visita anual, faça questão de
• Cada presbítero precisa de uma mentali- falar com os membros antes e depois dos cultos
dade espiritual adequada. Isso significa portar-se e reuniões; anote a data do aniversário e lem-
como um servo, um embaixador e um pastor; bre-se de parabenizá-los (seja por telefone, um

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cartão ou uma visita), esteja atento a eventos es- • Além disso, nunca se esqueça de que
peciais em suas vidas; esteja atento tambem às uma boa visita é aquela baseada na caminhada
crianças e aos adolescentes; do membro com o Senhor. Ela busca determinar
onde esse membro está, espiritualmente, para
• Seja anfitrião em um churrasco anu- discutir isso e estimulá-lo em todos os sentidos.
al ou organize uma festa onde cada um leve
algo, em sua casa ou em algum outro local b) O visitado.
adequado;
• É essencial que, quando os presbíteros
• Lidere ou organize um estudo bíblico visitarem, procurem além dos traços de caráter
para os membros. particular do membro que está sendo visitado,
vendo-o como alguém que foi comprado pelo
Lembre-se de que, para um presbítero sangue de Jesus Cristo. Apesar de suas peculia-
efetivo, tudo é contato, contato e mais contato. ridades e/ou características difíceis de lidar, eles
ainda precisam ser amados;
2. A visita regular do membro ou da família.
• Um presbítero nunca deve assumir que
a) O visitante. quando uma necessidade de mudança é identifi-
cada na vida de um membro, isso pode ser con-
• Um presbítero entra no lar de um mem- seguido apenas pela persuasão ou pressão.
bro como representante de Jesus Cristo. Isso
significa que enquanto você vem revestido com Deve haver uma constante ciência de
Sua autoridade espiritual, você também precisa que a mudança é prerrogativa do Espírito Santo.
refletir Seu grande amor, cuidado e compaixão; Isso acontece com a aplicação da Palavra do Es-
pírito à vida e ao coração do membro.
• Você deve se esforçar para conduzir sua
visita de uma maneira gentil, sábia e piedosa; c) A dinâmica da visitação.

• Você precisa entender que também • Quando os presbíteros forem visitar,


recebeu responsabilidade espiritual sobre esse devem fazer introduções adequadas;
membro que está sendo visitado. Você terá que
prestar contas pela maneira como você lida com • Também não há um mandamento di-
ele ou ela; vino sobre qual deve ser a ordem na visitação;

• Lembre-se de que, como presbítero, seu Entretanto, a ordem habitual é:


principal objetivo é ser positivo, ou seja, construir, • Começar com uma conversa amigável;
encorajar e equipar o membro. E mesmo quando
palavras de admoestação forem necessárias, sua • Abrir com oração;
intenção, em última análise, não é quebrar, mas
construir na fé, no amor e na esperança; • Ler uma passagem da Sagrada Escritura;

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• Dar uma breve explicação; • Entrar, sentar-se, e sentir-se em casa;

• Discutir a aplicação do texto e direcio- • Começar com uma longa, longa oração;
nar várias questões aos presentes;
• Conversar, conversar, conversar;
• Entrar em uma conversa sobre ques-
tões espirituais; • Permitir que a conversa se estenda, gas-
tando muito tempo falando sobre o clima ou ou-
• Fechar com oração. tras diversões;

Outra ordem pode ser • Direcionar toda a sua atenção a uma


pessoa, excluindo as outras;
•Começar com alguns comentários
casuais; • Persistir com uma determinada ques-
tão até que o membro concorde com você;
• Conduzi-los para um tópico espiritual
relevante; • Permitir que o(s) membro(s) visitado(s)
defina os tópicos, ou desvie o foco da discussão;
• Aprofundar a conversa;
• Entrar em debates sobre problemas e re-
• Concluir com a leitura das Escritu- clamações;
ras e uma oração.
• Fazer perguntas que possam ser res-
d) O que fazer e o que não fazer. pondidas com “Sim” ou “Não”;

Fazer: • Se demorar o suficiente para que as


pessoas desejem que você vá embora.
• Vestir-se adequadamente para a visita;
3. Visitando diferentes tipos de membros.
• Orar de forma clara e reverente;
a) Visitação dos membros solteiros.
• Selecionar uma passagem da Bíblia
adequada à situação; • Certifique-se de que conhece o estado
do membro antes da visita;
• Escutar com atenção;
• Seja sensível à sua situação e não trate
• Fazer perguntas cuidadosamente. o ser solteiro como um estado inferior;

Não fazer: • Pergunte cuidadosamente sobre como


eles veem e lidam com seu estado de solteiro;

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• Pergunte sobre seu envolvimento na d) Visitação ao Idoso.
vida da igreja e estimule o mesmo.
• Selecione uma passagem bíblica que
b) Visitação dos Casais Casados (sem filhos). tenha relação com a passagem do tempo, en-
velhecimento e morte. O Salmo 71 vem natu-
• Passe tempo extra lidando com a rela- ralmente à mente como um ponto de partida
ção deles como marido e mulher; rico e apropriado para explicação e conversa;

• Trate a questão da falta de filhos com • Pergunte se o seu tempo está sendo
cuidado e sensibilidade. Mais de um presbítero bem usado.
já se envergonhou admoestando um casal que
ele pensava que não queria filhos, quando na • Pergunte se as suas relações com
verdade eles não eram capazes de tê-los; seus filhos, amigos, membros da igreja e vi-
zinhos estão em ordem;
• Converse com o casal sobre seus talen-
tos estarem, ou não, sendo usados de maneira • Encoraje-os a usar algum tempo extra
frutífera na igreja. para orar pelas necessidades dos outros.

c) Visitação com Famílias. 4. Visitação – Outras Questões.

• Quando as crianças estão presentes, é a) A Visitação e a Comunicação


importante que o presbítero conheça seus no-
mes e idades. Consulte os registros das pesso- • Ao relatar sua visita aos presbíteros no
as sob sua responsabilidade antes de entrar em Conselho:
suas casas; 1. Seja objetivo e direto;

• Formule perguntas ou um tópico de 2. Seja seletivo - nem tudo o que foi
discussão para as crianças antes de fazer sua dito deve ou precisa ser relatado;
visita;
3. Tenha discernimento - apenas
• Pergunte sobre a relação entre pais e questões que precisam do julgamento dos ou-
filhos; tros presbíteros precisam ser esclarecidas;

• Incentive os pais em seu chamado a culti- • Certifique-se de que seus relatórios se-
var e as crianças em seu chamado para ouvir; jam mantidos em um local seguro e privado.

• Depois que as crianças saírem, demore b) A Questão da Confidencialidade.


um pouco para discutir o casamento dos pais.
Está crescendo ou estagnando? Os pais estão as- Esta questão surge de várias maneiras:
sumindo suas responsabilidades?

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• Os membros podem compartilhar al- • Não vá sozinho se a visita tiver o poten-
gumas preocupações especiais ou questões cial de se tornar controversa ou conflituosa.
privadas com você; d) Visitação Com Outro Presbítero.

• Nas reuniões do Conselho, assuntos de • O presbítero que está visitando mem-


natureza altamente sensível podem ser discutidos. bros sob sua responsabilidade, normalmente
pedirá a outro presbítero para acompanhá-lo;
Tais questões precisam ser:
• Se tal presbítero não tem um grupo de
• Mantidas em sigilo; membros sob seu próprio cuidado ou um parcei-
ro específico dentre os presbíteros, é prudente
• Divulgadas apenas em situações convidar diferentes presbíteros para diferen-tes
muito especiais e únicas; visitas. Ele também é aconselhado a acompa-
nhar o maior número possível de presbíte-ros
• Se um presbítero compartilhá-las diferentes. Muito pode ser ganho por meio des-
com seu cônjuge, ele continua a ser o respon- te tipo de experiência;
sável se a confidencialidade for quebrada.²
• Se você é um presbítero acompanhante,
c) Visitação Sozinho.
o presbítero que tem este membro ou família no
grupo sob seu cuidado deve dirigir a visita. Não
Enquanto a norma é que a maioria das
tente assumir o controle ou dominar a discussão.
visitas deve ser feitas por dois presbíteros,
Lembre-se de que seu papel é apenas de apoiar.
pode haver ocasi-ões em que uma visita será
feita por apenas um presbítero.
e) Visitação com o pastor.
Isso pode estar relacionado ao fato de que:
De vez em quando, pode ser considera-
• É de uma natureza mais casual e familiar; do necessário ou benéfico, pedir ao pastor que
acompanhe uma visita. Situações em que po-
• Foi solicitado pelo membro; dem ser incluídas:

• Foi recomendado pelos outros presbíteros; Casos de problemas pastorais difíceis;

• É considerado menos perigoso. • Reclamações referentes ao ministro;

Ainda assim, existem situações em • A indisponibilidade de outros presbíteros.


que tais visitas não são recomendadas.
f) Visitação ao enfermo.
• Não se encontre com um membro do
sexo feminino sozinho, ou em um lugar privado; • Visite antes e depois de uma operação
séria, e semanalmente se necessário. Se a vida

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de um membro está em perigo, uma visita diá- • Informe-se sobre a condição médica
ria pode estar em ordem; e o estado espiritual do membro;

• Ao visitar o hospital ou a casa, ouça • Dirija a conversa no sentido da morte


atentamente o membro, com compaixão e não e do sofrimento;
tente dominar a conversa de qualquer forma;
• Pergunte a este respeito se o membro
• A visita ao hospital tem seu próprio tem certas perguntas, medos ou incertezas;
protocolo:
• Selecione as passagens da Bíblia que
1. Não se sente na cama do paciente; apresentam claramente o futuro e a esperan-
ça eterna que os crentes têm em Cristo (Jó
2. Não obstrua o trabalho dos médi- 19.25-27; Sl 16.7-11, 73.23-26; Jo 11; Rm 8; 1 Co
cos e enfermeiros; 15; 1 Ts 4.13-18);

3. Respeite as horas e condições de vi- • Faça com que seu discurso esteja
sitas ao hospital; cheio de esperança e encorajamento;

4. Nunca fale sobre o paciente para • Ore por confiança em viver e morrer;
outros enquanto ele, ou ela estiver dormindo,
ou em coma; • Lembre-se das necessidades e con-
dições imediatas da família e visite-as se
5. Não prolongue a visita a ponto necessário.
de ser um incômodo.
h) Visitação ao afastado.
• Selecione uma passagem adequada da
Escritura (Sl 23, 91, e 121 vêm à mente), comen- • Fazer contato com eles será o primei-
te sobre ela e aplique à situação do membro; ro desafio e, em seguida, organizar um horá-
rio e local de reunião;
• Ore com o membro, com oração cen-
trada em Deus, pessoal e focada; • Quando se encontrarem, esteja
atento a sua própria linguagem corporal.
• Esteja de olho em como o resto da fa- Se expressar de-saprovação logo de cara, a
mília está lidando com isso e, se necessário, use visita está condenada ao fracasso antes de
mais tempo consolando-os e encorajando-os. começar;

g) Visitação ao membro que está morrendo. • Faça tudo o que puder para transmi-
tir a impressão de que você está lá para ajudar
• Escutar cuidadosamente é um requisito e pro-mover o bem-estar do membro;
básico;

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• Pergunte sobre sua vida, como está te do que agir como representante de Jesus
indo. Mostre interesse; Cristo, o grande Pastor das ovelhas, e trazer
Suas palavras de graça, vida e esperança para
• Dirija a discussão à participação fra- a vida daqueles que pertencem a Ele.
ca ou inexistente do membro na igreja e a sua
falta de envolvimento, ou ao seu comporta-
mento não-bíblico. Notas:
1 Em muitos casos, quando a igreja tem
muitos membros, por exemplo, eles são divididos
• Sonde suas causas subjacentes; por distritos, ficando cada presbítero responsável
por um determinado distrito. [N. do E.]
• Aplique as Escrituras para consolar e
deixar sua luz brilhar sobre a situação; 2 O editor é de opinião de que neste caso, o
sigilo já foi quebrado. [N. do E.]
• Ore com e para o membro, se ele ou
ela concordar com isso. Tradução: Rafael Santos Rosas e Jim
Witteveen.
Revisão: Ester Santos.
5. A visitação - Um trabalho enriquecedor.

Às vezes, o trabalho de visitação pode O Dr. JAMES VISSCHER é Ministro


ser difícil, mas se for feito com uma dependên- da Palavra e dos Sacramentos das Igrejas
cia humilde, em oração ao Senhor e com um Reformadas Canadenses (Emeritus).
verdadeiro amor e preocupação pelo membro,
também se manifestará como um trabalho
muito bonito. Não há nada mais gratifican-

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COMO OS PRESBÍTEROS PODEM TRATAR

DE TEMAS LIGADOS À
MASCULINIDADE BÍBLICA NAS

VISITAS PASTORAIS?
Adriano Gama

Uma “pequena” introdução à responsabi- perdido e recuperado na Reforma do Século


lidade pastoral dos presbíteros e às visitas XVI. O apóstolo Paulo disse aos presbíteros da
pastorais Igreja em Éfeso que, de casa em casa, ensina-
va a todos os crentes os desígnios de Deus (At
Partindo das Escrituras para chegar 20.20,27). Apesar do referencial apostólico,
às casas dos crentes, começo a caminhada di- não há registro da prática da visitação familiar
zendo que os presbíteros foram estabelecidos antes da Grande Reforma. Nesta época, a visi-
como governantes e pastores da Igreja. Desde tação domiciliar foi substituída pela confissão
o Antigo e continuando no Novo Testamento, auricular. Desse modo, o cuidado e orientação
Deus estabeleceu na igreja o governo por meio pastoral se davam, ordinariamente, no con-
de anciãos. Anciãos foram ordenados para se- fessionário e não nas casas dos crentes.
rem pastores em Israel. No Novo Testamento,
o Senhor Jesus Cristo, mediante os apóstolos, A Reforma do Séc. XVI condenou como
ordenou anciãos em cada igreja local como antibíblica a prática da confissão auricular
pastores dessas igrejas e determinou os re- nos moldes da igreja medieval e doutrina pa-
quisitos daqueles que poderiam ser eleitos e pal. Lutero ainda manteve um tipo de confis-
ordenados ao presbitério. Pelos presbíteros, a são auricular. Mas, João Calvino exterminou
igreja do Senhor tem sido protegida, guiada e essa prática da igreja em Genebra e os mem-
alimentada com a Palavra de Deus há milênios bros voltaram a ser visitados por um minis-
(Êx 3.16-18; 18.22; Dt 1.15; Js 24.1; cf. Ez 7.26; tro acompanhado de um presbítero. Fora de
34; Ed 5.9; 6.7-8, 14; 10.8; At 14.23; 15.2,4; Tt Genebra, tanto pela Conferência em Wessel
1.5; At 20.17,28; Fp 1.1; 1 Pe 5.1-4; 1 Tm 3.1-7).1 (1568) como pelo Pelo Grande Sínodo de Dort
(1618-1619), as igrejas reformadas definiram
A visitação dos presbíteros à casa dos que os presbíteros deviam chegar nas casas
membros segue um modelo apostólico que foi para: Encorajar os membros a viver pela Fé;

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consolá-los em meio das adversidades; prote- 7. Ética suficiente para tomar decisões res-
ge-los contra os erros em doutrina e vida. Esse ponsáveis;
tríplice propósito é presente nos regimentos e 8. De percepção do mundo suficiente para en-
formas de ordenação dos presbíteros das igre- tender o que é realmente importante;
jas reformadas até hoje.2 9. Relacional suficiente para entender e res-
peitar os outros;
Olhando as páginas do Antigo e Novo 10. Social suficiente para fazer contribuições
Testamento, podemos dizer que os presbíte- à sociedade;
ros são pastores da igreja e que as visitações 11. Verbal suficiente para se comunicar e falar
nos lares são um modelo de pastoreamento como homem;
bíblico e historicamente reformado. 12. De caráter suficiente para demonstrar co-
ragem em meio ao fogo;
Que temas ligados à masculinidade bíbli- 13. Bíblica suficiente para exercer algum nível
ca os presbíteros podem tratar nas visitas de liderança na igreja;
pastorais?
Os princípios que baseiam essa defini-
Os presbíteros precisam entender bem ção e marcas podem ser vistos especialmente
o que é masculinidade bíblica e como identificá- em Gn 1, 2 e 3; 1 Co 11.7-9; Ef 5.21-33; 1 Pe 3.7.
-la. Uma definição e marcas da “Masculinidade Os presbíteros, entendendo o que é a masculi-
bíblica” nos são dadas por R. Albert Mohler Jr. nidade bíblica e suas marcas, podem planejar
em seu artigo “As Marcas da Masculinidade”.3 a chegada em nossas casas, a fim de tratarem
A definição dada pelo Dr. Mohler é: “... a mas- conosco os temas relacionados à mesma.
culinidade é uma realidade funcional, demons-
trada no cumprimento, por parte do homem, Como esse tratamento nas visitações pode
de responsabilidade e liderança”. São treze as ser planejado e executado pelos presbíteros?
marcas da masculinidade bíblica destacadas
por ele. Elas têm a ver com a maturidade: Em igrejas reformadas mais maduras
há um programa de visitação pastoral para o
1. Espiritual suficiente para liderar uma espo- ano. Os membros são visitados em suas casas
sa e filhos; por, pelo menos, uma dupla de presbíteros
2. Pessoal suficiente para ser um marido e pai (há um princípio e práticas bíblicos para isso:
responsável; Dt 19.15 e Lc 10.1). Cada dupla tem a imediata
3. Econômica suficiente para manter-se num responsabilidade por um número de famílias
emprego e lidar com o dinheiro. e membros solteiros.
4. Física suficiente para trabalhar e proteger
a família; O planejamento das visitações pasto-
5. Sexual suficiente para casar e cumprir os rais é responsabilidade do Conselho. Este es-
propósitos de Deus; tabelece a agenda de visitação anual e o tema
6. Moral suficiente para liderar como um que será tratado pelos presbíteros nas casas
exemplo de retidão; dos membros. A agenda dependerá da rea-

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lidade de cada igreja. Talvez em uma igreja As roupas e atitudes dos presbíteros e
pequena a programação leve apenas uma se- familiares devem manifestar o caráter espiri-
mana. Em uma igreja pequena apenas uma se- tual da visitação pastoral. Os presbíteros não
mana. O importante é que o conselho planeje estarão indo para um churrasco e nem assis-
a agenda anual que deve ter o seu início, fim e tir uma partida de futebol na casa visitada.
o tema de cada ano. Obedecendo ao propósito Não significa dizer que não podemos sorrir na
desse artigo, o tema da programação do ano é visitação. Mas, tudo na visitação deve deixar
“Viver a masculinidade bíblica”. claro que o Senhor Cristo, o nosso Supremo
Pastor e Bispo, está conosco de modo especial
Definido o tema, o Conselho pode en- por meio dos presbíteros que veem a nossa
carregar o(s) ministro(s) da Palavra de apresen- casa (Mt 18.20; Lc 10.16; 1 Pe 2.25). Esses cui-
tar(em) um estudo e uma proposta de guia com dados com roupas e atitudes são importantes
os pontos e perguntas a serem tratados pelos especialmente se tem crianças na casa. Cabe
oficiais nas visitações. Esse estudo e guia não aos presbíteros e aos visitados manterem esse
é uma bula papal. É um mapa que facilitará o caráter espiritual da visitação.
trabalho dos presbíteros para andarem no tema
e chegarem ao ponto de capacitar os visitados Nunca consegui fazer uma visitação
a viverem a masculinidade bíblica. Além disto, pastoral em menos de 1 hora e trinta minutos.
antes das visitações, o(s) ministro(s) pode(m) Porém, é bom os visitadores colocarem um li-
pregar e ministrar estudos nos cultos, na escola mite para começar e terminar a visitação (se
dominical ou reuniões de estudo no meio da se- o tempo estoura, outra visita pode ser agenda-
mana dentro do tema “masculinidade bíblica”. da para continuar o tratamento do tema). Se
tiver crianças na casa, um primeiro momento
Definido a agenda, o estudo, o guia com elas e depois, para não cansá-las, dispen-
pelo Conselho, a congregação precisa ser sá-las e ficar apenas com o casal.
comunicada e preparada para o tempo das
visitações. O boletim da igreja será muito O tema será tratado independente se
útil como meio de comunicação. Se for pos- há esposo, meninos ou rapazes na casa – te-
sível podem ser suspensas as demais pro- mos a realidade que há lares cristãos gover-
gramações semanais da igreja para que toda nados por mães solteiras ou avós crentes –
atenção, força e orações estejam dirigidas Todos os crentes precisam ser instruídos e
às visitações. Toda igreja precisa ser prepa- levados a entender que Deus criou homens
rada para o quando, o que será tratado e o para serem homens bíblicos. Além disso,
fim da programação de visitações. o tema dará muita atenção aos homens.
O comportamento e responsabilidade de-
Cada dupla de presbíteros agenda as les serão enfatizados. Os homens devem
visitações com seus grupos. Agendamento é ser preparados para isso para não ficarem
importante e o cumprimento dele mais ainda. constrangidos. Os presbíteros trabalharão
É importante o zelo para cumprirem a data e também na instrução, na correção e no en-
a hora da visitação. corajamento a cada membro para eles bata-

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lharem nos seus papéis em prol da masculi- ros. O princípio “primeiro as damas” é impor-
nidade bíblica. tante. As perguntas para a esposa podem ser:

Supondo que os textos do estudo se- Para o esposo as perguntas podem ser:
jam Gn 1, 2, 3; Ef 5.21-33; 6.4, há boas per-
guntas para abrirem esses textos e trazerem Como você reage às respostas de sua
à luz o ensino dessas passagens. Compartilho esposa e filhos acerca de sua postura como
sugestões de divisão da visitação em dois mo- homem bíblico?
mentos e de perguntas a serem feitas:
Quais são suas necessidades, dificul-
O momento com toda família. Nesse dades ou fraquezas para você cumprir seu
estágio da visitação é bom deixar os filhos fa- chamado de homem bíblico? Como você tem
larem mais, papai e mamãe falam menos e es- contribuído para ser um homem bíblico em
cutam mais: casa, na igreja e sociedade? Como sua família
tem ajudado você a ser um homem bíblico?
O que Deus nos ensina em Gn 1.26 sobre mas- Especialmente sua esposa tem sido uma auxi-
culinidade bíblica? liadora para que você seja um homem confor-
me a imagem de Cristo?
Quais são as marcas dessa masculinidade?
Os visitadores precisam louvar a gra-
Quais dificuldades a Queda trouxe para os ho- ça de Deus e encorajar os homens que, ape-
mens viverem seu chamado de homem? sar de suas fraquezas, dão bom exemplo de
masculinidade bíblica. Ao mesmo tempo, de
Quais tentações e desafios Satanás, o mundo modo amoroso e não moralista durante toda
e a carne impõem para não vivermos a mascu- visitação, os presbíteros devem corrigir com
linidade bíblica (egoísmo, homossexualismo, exortação os homens que não vivem a mascu-
machismo, feminismo etc.)? linidade bíblica e os demais membros da fa-
mília que não ajudam esses homens a viver o
Como papai tem mostrado ser um líder bibli- chamado deles.
camente masculino que guia, protege e ali-
menta esse lar? É importante frisarmos que os presbí-
teros devem ser amorosos e humildes no tra-
Por que faltam homens biblicamente máscu- balho de instrução e correção na justiça. São
los na igreja e o que essa casa tem feito para pecadores instruindo e exortando outros pe-
fornecer verdadeiros homens para servir à cadores. As ovelhas devem ser tratadas com
Cristo na congregação? amor, pois o Bom Pastor as comprou com o
Seu sangue. Esse Bom Pastor é o único ho-
Depois de uma oração com os filhos mem perfeito presente e louvado na visitação
encerrando o primeiro momento, começa o como o exemplo supremo de masculinidade
segundo só com papai, mamãe e os presbíte- bíblica a ser seguido (1 Jo 2.6). Na visitação,

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por palavra e exemplo, fique claro o amor de dos e fortalecidos os membros fracos. Os ne-
Cristo e que a instrução e exortações não se gligentes sejam levados ao arrependimento.
baseiam na moralidade e regrinhas dos pres- E que todos, os visitadores e visitados, vivam
bíteros. Essa consciência e ensino afastam sempre na dependência da graça e do poder do
dos visitadores a soberba e da visitação o mo- Espírito de Cristo, usando os meios da graça
ralismo como instrumento de instrução para para que um exército de homens bíblicos seja
os visitados. estabelecido a partir das casas dos membros
da igreja. Acredito que qualquer modelo que
Quero terminar com uma ênfase na vise esses alvos capacitará as famílias, a fim
oração como meio para Deus abençoar o tra- de os homens de cada casa reflitam a imagem
balho dos presbíteros. A visitação deve ser ini- de nosso Supremo Pastor e Bispo, o homem
ciada e terminada sob invocação do nome do perfeito, Jesus Cristo.
Senhor por um motivo simples: Os visitado-
res e visitados não tem o poder de tornarem Notas:
eficaz o trabalho dos presbíteros! Os presbíte-
ros são meros instrumentos nas mãos do Es- 1 - VanDam, Cornelis – The Elder: Today´s
pírito. Quem faz a obra é o Espírito de Cristo. Ministry Rooted in All of Scripture – P & R Pu-
Por isso, os presbíteros oram antes, durante, blishing Company – New Jersey: 2009.
no fim e depois da visitação pedindo que Deus
2 - O Regimento das Igrejas Reformadas do
trabalhe com eles e por meio deles para o bem Brasil (IRB) e da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB)
da família visitada, a fim de que o Espírito definem que é dever dos presbíteros fazer visitas
Santo, mediante a Palavra de Cristo somente, aos membros (Regimento das IRB, Artigos 16 e 22;
faça o ensino de Cristo frutificar na vida de Constituição da IPB, Art. 51.1a). Além desses docu-
cada membro da família, especialmente, na mentos, temos as formas de ordenação ao ofício de
vida dos homens da casa para que estes re- presbítero dessas igrejas. A Forma de ordenação de
flitam a imagem de nosso Supremo Pastor e presbíteros e diáconos das Igrejas Reformadas do
Brasil (IRB), dentre outras coisas, estabelece que os
Bispo, o homem perfeito, Jesus Cristo.
presbíteros devem... “fielmente visitar os membros
e congregados da igreja, para confortá-los, instruí-
Concluindo: -los e admoestá-los com a Palavra de Deus, repreen-
dendo aqueles que não se comportam conforme o
Espero que o artigo possa ajudar os Evangelho... (Referências: Mateus 18. 17,18; 1 Tes-
presbíteros a tratarem de temas ligados à salonicenses 2.11,12; 5.14 e Tito 1.9).” Na forma de
masculinidade bíblica nas visitas pastorais. ordenação da IPB é estabelecido que os presbíteros
Oro para que ele possa ajudar os conselhos da IPB devem executar bem o “governo, a discipli-
a planejarem bem as visitações e as executa- na e a superintendência das igrejas particulares a
que pertencem”. Esses deveres incluem: admissão
rem de modo que todos os homens e todas as
à Ceia, diligente supervisão da vida e doutrina dos
famílias aprendam o que é masculinidade que membros, admoestação dos desordenados, prote-
nos interessa, para que se sintam chamados a ção da Ceia para que ela não seja profanada, disci-
estarem juntos com os homens na batalha em plina dos impenitentes, restauração dos arrependi-
favor da masculinidade bíblica; sejam corrigi- dos (ver Manual Presbiteriano, pág. 65-70). Unindo

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o Artigo 51.a da Constituição da IPB e lendo os deve- bíteros para capacitar os membros a se protegerem
res de seus presbíteros, será que podemos imaginar contra os ataques vindos da nova tolerância sexual:
os pastoreamento sem visitações familiares? Sendo “Desejo e Engano: O verdadeiro preço da nova tole-
assim, podemos perceber que a visitação familiar é rância sexual” (Editora Fiel - São Paulo: 2009).
parte das tarefa de presbíteros presbiterianos.

3 - Mohler Jr, R. Albert, As Marcas da Mas-


culinidade, Ministério Fiel, 10 de novembro de 2008, O Pr. ADRIANO GAMA é Ministro da Pa-
acessado em 15 de dezembro de 2016, http://www. lavra e dos Sacramentos, servindo na Igreja
ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/32/as_mar- Reformada em Colombo - Paraná.
cas_da_masculinidade. Recomendo também a obra
do mesmo autor que reforçará o trabalho dos pres-

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A SUPERVISÃO

PASTORAL
EA

MESA DO SENHOR
Jim Witteveen

Quem deve vir à mesa do senhor? Na visão da mesa do Senhor é a responsabilidade


maioria das igrejas evangélicas, a resposta da Igreja e seus oficiais.
a esta pergunta é: “Todos” - ou, pelo menos,
todos que professam fé em Jesus. O convite Primeiramente, qual é o significado da
à mesa do Senhor é aberto a cada pessoa Santa Ceia? Nossa sociedade é individualista,
que quer participar, talvez com um aviso, e dentro da Igreja, a mentalidade individua-
ou talvez não. A ideia é que a responsabili- lista é fruto da influência do evangelicalismo
dade de escolher quem pode participar na americano. Esse modo de pensar nos diz que
Santa Ceia cabe aos indivíduos que querem somente o nosso relacionamento pessoal com
participar, não aos oficiais da Igreja. O tex- o Senhor Jesus Cristo é importante. A impor-
to usado para apoiar esta ideia é 1 Corín- tância dos relacionamentos pactuais, das re-
tios 11.28,29: “Examine-se, pois, o homem a lações na Aliança, é negligenciadas. A própria
si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do igreja não tem muita importância no pensa-
cálice; pois quem come e bebe sem discernir o mento da Igreja Evangélica – não é a comuni-
corpo, come e bebe juízo para si.” A respon- dade que é central, é o indivíduo.
sabilidade nestes versos é dos crentes, não
dos oficiais da Igreja. Afinal, quem somos Isso é um problema que muitas pessoas
nós para obstruir acesso à mesa do Senhor? têm em seus pensamentos sobre a Santa Ceia
É a mesa do Senhor, no final das contas, também. A Santa Ceia se torna uma experiência
não a mesa da Igreja. pessoal, e nada mais – uma comunhão pessoal
com o Senhor, não com o Senhor e o Seu povo.
Neste artigo, vamos considerar três Neste contexto, 1 João 1.1-3 é muito importante:
coisas sobre este assunto: o significado da
Santa Ceia, a posição histórica da igreja, e a “O que era desde o princípio, o que
evidência bíblica que nos ensina que a super- temos ouvido, o que temos visto com os

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nossos próprios olhos, o que contempla- deus ou Gregos, escravos ou livres. A parede
mos, e as nossas mãos apalparam, com de divisão não existe mais!
respeito ao Verbo da vida (e a vida se
manifestou, e nós a temos visto, e dela Isso é muito importante no contexto
damos testemunho, e vo-la anunciamos, da celebração da ceia do Senhor. Vemos isso
a vida eterna, a qual estava com o Pai e em 1 Coríntios 11.20-29:
nos foi manifestada), o que temos visto
e ouvido anunciamos também a vós ou- “Quando, pois, vos reunis no mesmo lu-
tros, para que vós, igualmente, mante- gar, não é a ceia do Senhor que comeis. Por-
nhais comunhão conosco. Ora, a nossa que, ao comerdes, cada um toma, antecipa-
comunhão é com o Pai e com seu Filho, damente, a sua própria ceia; e há quem tenha
Jesus Cristo.” fome, ao passo que há também quem se em-
briague. Não tendes, porventura, casas onde
João está escrevendo para estabele- comer e beber? Ou menosprezais a igreja de
cer e fortalecer uma comunhão horizontal Deus e envergonhais os que nada têm? Que
– uma comunhão entre os crentes, dentro vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto, certamente,
do povo da Aliança – baseada na comunhão não vos louvo. Porque eu recebi do Senhor o
que temos com Jesus Cristo. Jesus Cristo que também vos entreguei: que o Senhor Je-
morreu, não somente para nos reconciliar sus, na noite em que foi traído, tomou o pão;
com Deus, mais também para nos recon- e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é
ciliar, uns com os outros. Paulo fala sobre o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto
isso em Efésios 2.14-16: em memória de mim. Por semelhante modo,
depois de haver ceado, tomou também o cá-
“Porque ele é a nossa paz, o qual de lice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no
ambos fez um; e, tendo derribado a pa- meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o
rede da separação que estava no meio, a beberdes, em memória de mim. Porque, todas
inimizade, aboliu, na sua carne, a lei dos as vezes que comerdes este pão e beberdes o
mandamentos na forma de ordenanças, cálice, anunciais a morte do Senhor, até que
para que dos dois criasse, em si mesmo, ele venha. Por isso, aquele que comer o pão ou
um novo homem, fazendo a paz, e recon- beber o cálice do Senhor, indignamente, será
ciliasse ambos em um só corpo com Deus, réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-
por intermédio da cruz, destruindo por -se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma
ela a inimizade.” do pão, e beba do cálice; pois quem come e
bebe sem discernir o corpo, come e bebe ju-
Aqui você pode ver as duas relações – a ízo para si.”
vertical, e a horizontal. Não é somente a pa-
rede entre Deus e nós que está derribada por O problema era este: uma falta de
Jesus Cristo – é também, importantemente, a unidade na igreja de Corinto. Os ricos eram
parede entre as próprias pessoas. Em Cristo, comilões, enquanto os pobres ficavam com
temos comunhão verdadeira – se somos Ju- fome. Eles não estavam expressando verda-

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deira comunhão, uns com os outros. Em vez não devemos comer com pessoas que vivem,
disso, eles expressaram divisão à mesa do explicitamente em pecado – e como podemos
Senhor. Porque eles estavam comendo e be- saber se uma pessoa está vivendo em pecado
bendo, sem discernir o corpo de Jesus. Isso se não a conhecemos?
não significa que eles não entenderam o que
o pão da ceia significava, ou que eles tinham Se expressarmos comunhão com es-
uma sacramentologia errada. O problema era tranhos no ato de comer juntos, estamos ex-
que eles não entenderam que a participação pressando uma mentira, uma ilusão, não a
na Ceia é um ato de comunhão pactual, uma verdade. Durante o primeiro e segundo sécu-
expressão de comunhão com os irmãos no lo, as igrejas celebravam a ceia do Senhor no
corpo de Cristo, a Igreja! culto privado. Os catecúmenos eram despe-
didos, e somente os membros da igreja local
A ceia do Senhor é uma ceia, não é um deveriam participar. O culto estava dividido
lanche que eu posso comer em frente da te- em duas partes – a primeira parte, incluindo a
levisão, sozinho. Um jantar é uma expressão pregação da Palavra, era aberta ao público. A
de comunhão. Tradicionalmente, comer jun- segunda parte, a celebração dos sacramentos,
tos é bem importante. Isso é o que Paulo diz era aberta somente aos membros.
em 1 Coríntios 5.11, “Mas, agora, vos escrevo
que não vos associeis com alguém que, dizendo- Apesar da ideia de mesa “fechada,” ou
-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, “cercada” não ser popular, hoje em dia, a impor-
ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; Com tância da supervisão pastoral foi ensinada pelos
esse tal, nem ainda comais.” reformadores, e enfatizada nas confissões das
igrejas reformadas e presbiterianas – não o cul-
Não é simplesmente compartilhar comi- to dividido, mas o sacramento protegido.
da. A ceia do Senhor não é somente uma expres-
são do nosso relacionamento com Deus, mas é Na confissão de fé de Westminster, Ca-
igualmente a expressão do nosso relacionamen- pitulo 29, lemos isso:
to com os outros membros da Aliança. É uma
expressão de unidade, uma expressão de solida- “Na noite em que foi traído, nosso Senhor
riedade, de fraternidade. Nós compartilhamos Jesus instituiu o sacramento do seu corpo e san-
esta experiência, nós proclamamos o Senhor e gue, chamado Ceia do Senhor, para ser observado
a obra consumada por Ele. E um aspecto bem em sua Igreja até ao Fim do mundo, a fim de lem-
importante desta obra é a unidade que experi- brar perpetuamente o sacrifício que em sua morte
mentamos agora, nEle. Ele fez de si mesmo; selar aos verdadeiros crentes
os benefícios provenientes desse sacrifício para o
Então, quem deve participar? Pessoas seu nutrimento espiritual e crescimento nele e a
com as quais nós temos comunhão. Não estra- sua obrigação de cumprir todos os seus deveres
nhos. Porque, na realidade, não podemos ter para com Ele; e ser um vínculo e penhor da sua
verdadeira comunhão com pessoas que não comunhão com Ele e de uns com os outros, como
conhecemos. Além disso, Paulo nos disse que membros do seu corpo místico” (I).

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E, “Ainda que os ignorantes e os ím- No catecismo de Heidelberg, P.81, somos
pios recebam os elementos visíveis deste sa- perguntados: “Quem deve vir à mesa do Senhor?”
cramento, não recebem a coisa por eles sig-
nificada, mas, pela sua indigna participação, A resposta diz: “Aqueles que, em verdade,
tornam-se réus do corpo e do sangue do Se- estão descontentes consigo mesmos por causa
nhor para a sua própria condenação; portan- dos seus pecados e que, mesmo assim, confiam
to, eles como são indignos de gozar comunhão que eles lhes foram perdoados e que o mal que
com o Senhor, são também indignos da sua ainda resta neles está coberto pelo sofrimento e
mesa, e não podem, sem grande pecado con- morte de Cristo, e que também desejam forta-
tra Cristo, participar destes santos mistérios lecer a sua fé e corrigir as suas vidas, cada vez
nem a eles ser admitidos, enquanto permane- mais. Mas os hipócritas e os que não se arrepen-
cerem nesse estado” (VIII). dem comem e bebem juízo para si mesmos.”
E P.81 nós pergunta: “Esses que por sua
No catecismo maior de Westminster, confissão e vida demonstram que são incrédulos
pergunta 168, temos esta definição da Ceia e ímpios devem ser admitidos à ceia do Senhor?”
do Senhor:
E a resposta: “Não, porque a Aliança de
“A ceia do Senhor é um sacramento do Deus seria profanada e a Sua ira se acenderia
Novo Testamento no qual, dando-se e recebendo- contra toda a congregação. Por isso, segundo o
-se pão e vinho, conforme a instituição de Jesus mandamento de Cristo a Seus apóstolos, a igre-
Cristo, é anunciada a sua morte; e os que digna- ja de Cristo tem o dever de excluir tais pessoas
mente participam dele, alimentam-se do corpo pelas chaves do reino do céu (a pregação do san-
e do sangue de Cristo para sua nutrição espiri- to evangelho e a disciplina eclesiástica), até que
tual e crescimento na graça; têm a sua união e corrijam as suas vidas.”
comunhão com ele confirmadas; testemunham
e renovam a sua gratidão e consagração a Deus O Regimento das Igrejas Reformadas
e o seu mútuo amor uns para com os outros, do Brasil também mostra a responsabilidade
como membros do mesmo corpo místico.” que os presbíteros têm quanto à supervisão
da mesa do Senhor. Artigo 16, diz que “os de-
E pergunta 173: Alguém que professa a veres dos presbíteros são: supervisionar a igreja
fé, e deseja participar da Ceia do Senhor, pode de Cristo, junto com os ministros da Palavra,
ser excluído dela? para que cada membro se comporte em doutri-
na e vida conforme o evangelho; cuidar da pre-
A resposta: “Os que forem achados ig- gação da Palavra, dos cultos, da administração
norantes ou escandalosos, não obstante a sua dos sacramentos, do ensino e do evangelismo,
profissão de fé e o desejo de participar da Ceia fazer fielmente visitas na congregação; exer-
do Senhor, podem e devem ser excluídos des- cer a disciplina cristã para que os sacramentos
se sacramento, pelo poder que Cristo legou à não sejam profanados; zelar, como mordomos
sua Igreja, até que recebam instrução e mani- da casa de Deus, para que tudo seja feito com
festem mudança.” decência e boa ordem; auxiliar os ministros da

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palavra com bons conselhos e supervisioná-los não ousavam negar a comunhão a ninguém. ‘O
em doutrina e vida.” sangue será cobrado de vossas mãos: se temeis
aos homens, eles se rirão de vós, mas se temeis a
Artigo 46 do Regimento enfatiza que Deus, os próprios homens vos honrarão.’”
“os sacramentos serão administrados somente
sob autoridade do conselho, num culto públi- A ordem¹ da Igreja em Genebra con-
co, por um ministro da palavra, com o uso das cluiu que “eles que têm o poder para fazer regu-
formas adotadas por um concílio ou de explica- lamentos na Igreja devem fazer uma regra dizen-
ções bíblicas semelhantes às formas”. E final- do que as pessoas que podem participar nessa
mente, Artigo 50 diz que, “o conselho admitirá comunhão devem ser membros aprovados de
a ceia do Senhor membros da congregação que Cristo.” Os reformadores levaram este assun-
fizeram pública profissão de fé reformada e que to muito a sério. A mesa da ceia é a mesa do
mostram uma vida piedosa. Membros de outras Senhor, não a mesa dos indivíduos. É a honra
igrejas irmãs serão admitidos, com base num e a glória do Senhor que precisamos promo-
atestado positivo sobre sua doutrina e conduta. ver nessa celebração, não a honra e os sen-
Lembrando-se de que os outros casos serão deci- timentos de ternura dos indivíduos. Quando
didos pelo conselho local.” Os presbíteros, ad- celebramos a Ceia do Senhor, precisamos ex-
ministradores da liderança de Cristo no Seu plicar claramente e com amor à congregação
corpo, têm a responsabilidade de supervisio- e aos visitantes por que a participação no sa-
nar a celebração da Santa Ceia. cramento é restringida aos membros da igreja
que fizeram uma proclamação pública de sua
João Calvino escreveu que a Igreja tem fé e pessoas aprovadas pelo conselho da igre-
a jurisdição na decisão sobre quem pode par- ja. Porque não devemos proclamar uma men-
ticipar na Ceia. O sacramento, ele disse, não tira nessa celebração, e porque a santidade da
deve ser administrado indiscriminadamente. mesa é tão importante, deve ser protegida.
Os oficiais ordenados têm uma grande res-
ponsabilidade nisso. Eles devem viver em “sã Então, o indivíduo deve se examinar
em doutrina e santo em vida” a fim de não se- antes de participar na Ceia. Esta é a mensa-
rem privados de autoridade, desgraçando o gem de 1 Coríntios 11. Mas, como indivíduos,
ministério da Palavra e sacramento. examinar outras pessoas não é nossa respon-
sabilidade ou dever. Calvino disse (Institutas
“É preciso zelar, também, para que a ceia 4.1.15):
do Senhor não seja profanada pelo fato de ser
ministrada indiferentemente a todos. Porque “É com razão, porque, de fato, não cabe
será réu de sacrilégio, como se tivesse lançado o ao alvitre de cada um resolver quem deve
corpo do Senhor aos cães, aquele que dispensar, ser aceito ou rejeitado. Esse juízo compete
ciente e voluntariamente, a ceia aos indignos, à Igreja inteira, na medida em que uma de-
quando, por direito, deveria dela privá-los. Eis cisão desse tipo não pode ser tomada sem
por que João Crisóstomo repreende severamen- legitimidade, como adiante será visto.”
te aos sacerdotes que, por temor dos grandes,

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Assegurar a santidade da mesa do Se- sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e
nhor é o cargo dos supervisores da Igreja, os elas me conhecem a mim, assim como o Pai me
presbíteros, homens encarregados por Deus conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a mi-
fazer isso. O exercício de disciplina é a res- nha vida pelas ovelhas” (João 10.3,4; 11-15). Os
ponsabilidade do corpo inteiro, por meio dos sub-pastores, servindo O Bom Pastor, devem
seus oficiais, escolhidos por Deus. A autori- ser como Ele. Eles devem saber os nomes das
dade última é de Cristo. Mas Ele exerce esta suas ovelhas. Eles devem cuidar das suas ove-
autoridade por meio da Igreja que tem uma lhas. E um aspecto importante desta parte do
grande responsabilidade, e deve exercê-la se- trabalho dos presbíteros é a supervisão pasto-
riamente. ral sobre a mesa do Senhor.

Hebreus 13.17 diz: “Obedecei aos vossos A pessoa de fora da congregação que
guias e sede submissos para com eles; pois velam quer participar na Santa Ceia pode não ser
por vossa alma, como quem deve prestar con- um lobo vestido com roupas de uma ovelha,
tas, para que façam isto com alegria e não ge- pode não ser pecador aberto e flagrante, pode
mendo; porque isto não aproveita a vós outros.” não ser um descrente pagão. Ele pode ser um
Como membros da Igreja, temos o dever de Cristão sincero e fiel. Mas quem sabe, real-
submeter-nos às nossas autoridades e as res- mente? Se ele é estranho, desconhecido pelos
peitar. E nossas autoridades são os líderes de presbíteros e pelos membros da congregação,
nossas congregações. Pois, eles têm um cargo se eles não sabem nada sobre o estilo da vida
solene, e são responsáveis pelas almas de seu dele, esses líderes tem a obrigação de exclui-
povo. Eles devem prestar contas pela maneira -lo da mesa.
em que fizeram seu trabalho na Igreja de Cris-
to. Aquele que comer o pão ou beber o cálice Isto não significa que os presbíteros
do Senhor indignamente será réu do corpo e estejam dizendo, “Você não é um verdadeiro
do sangue do Senhor. Isso é uma advertência Cristão” e sim, “Eu não sei se você é verdadeiro
muito grave. Temos de levar isso com muita Cristão ou não, porque eu não conheço você. Eu
seriedade. não tenho comunhão com você, na realidade,
comunhão que é manifestada dentro da Igreja
Como líderes na Igreja, somos pasto- visível. Quando estamos unidos, podemos ex-
res trabalhando sob o Grande e Bom Pastor, pressar comunhão genuína. Mas agora, qual-
Jesus Cristo. Ele disse sobre Si mesmo, o Bom quer expressão de comunhão seria uma menti-
Pastor, “As ovelhas ouvem a sua voz, ele chama ra, e não vai promover a saúde da Igreja, ou de
pelo nome as suas próprias ovelhas e as conduz seus membros, ou de você mesmo, ou ainda a
para fora... O bom pastor dá a vida pelas ove- unidade da Igreja.”
lhas. O mercenário, que não é pastor, a quem
não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, aban- Como Cristãos, não queremos ofen-
dona as ovelhas e foge; então, o lobo as arrebata der ninguém sem causa. Não queremos ter a
e dispersa. O mercenário foge; porque é mer- aparência de “exclusivistas,” ou, ainda pior,
cenário e não tem cuidado com as ovelhas. Eu exclusivistas arrogantes. Não queremos ser

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desagradáveis desnecessariamente. Porém, Nota:
algumas vezes, iremos ofender algumas pes-
soas se quisermos ser fiéis a Deus e ao que 1 O autor se refere a Ordem Eclesiástica (Or-
donnances Ecclesiastiques) que foi escrita por Calvino
Ele quer de nós. Precisamos ser humildes, em
em 1561. Este livro servia como um regimento para a
todos os aspectos da vida; mostrar amor, em Igreja Reformada em Genebra. [N. do E.]
todos nossos relacionamentos. Precisamos fa-
lar a verdade, em amor, sempre. Não devemos Revisão: Ester Santos
ser arrogantes, ou orgulhosos ou sectários.

Quando queremos guardar a santidade O Pr. JIM WITTEVEEN é ministro da


da Mesa do Senhor, nós não estamos dizen- Palavra servindo como missionário da Igreja
do que somos melhores que qualquer outra Reformada em Aldergrove (Canadá) em coo-
pessoa. Na ceia do Senhor, não proclamamos peração com as Igrejas Reformadas do Brasil.
nossa própria bondade, mais a bondade do Se-
nhor. Glorificar Deus é nosso objetivo maior.
Fazemos isso quando buscamos fazer todas
as coisas em obediência e Ele; a mesa é do Se-
nhor. A ceia do Senhor é um dos meios da gra-
ça que Ele confiou à sua Igreja. Devemos ser
fiéis na administração desta benção que Deus
nos deu.

A Ele seja o louvor, e a honra, e a glória,


e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém.

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CRISTO
EM
SEU
LAR
Rob Schouten

Anualmente, os presbíteros fazem ao lar é um local privado. Existe uma separação


menos uma visita para cada família. O objeti- entre seu lar e o mundo lá fora. Para a maio-
vo dessas visitas é ter uma conversa específi- ria das pessoas, o lar é um lugar de conforto
ca com cada pessoa sobre sua vida com Deus. e segurança. É onde você come, bebe, dorme
Você pode prever que esse diálogo gire em e desfruta de momentos de lazer. É também
torno de assuntos como sua fé pessoal, seu onde você recebe visitas. Se você tem uma fa-
amor por Deus e a maneira como você vive mília, o lar é onde vocês vivem juntos em re-
suas convicções cristãs diariamente.1 lacionamentos de amor, confiança e cuidado.

Ao visitar a congregação este ano, te- Cada lar é único. Lares são diferentes
remos um foco específico em “Cristo em sua por causa do número de pessoas que os com-
casa”. Como cristãos, nós confessamos que põem e por causa da infinita diversidade entre
Jesus é o Salvador de toda a nossa vida e isso, os seres humanos. As pessoas são diferentes,
definitivamente, inclui nossa vida no lar. Se portanto os lares que formam também são
Cristo Jesus está presente entre nós por meio muito diferentes. Todavia, apesar dessas dife-
de Sua Palavra e Espírito, isso exercerá uma renças, espera-se que haja certas semelhan-
grande influência na atmosfera e nas ativida- ças entre todos lares cristãos. E é sobre estas
des do nosso lar. características típicas dos lares cristãos que
os presbíteros desejam conversar com você
Para começar, nós podemos perguntar durante as visitas.
o que um lar realmente é. Ao contrário de uma
casa ou apartamento ou flat, um lar é mais 1. A atmosfera geral do seu lar.
do que uma simples construção. Um lar é o
seu próprio lugar no mundo. Ao contrário do a) Você seria capaz de descrever sua
ambiente de trabalho e de lugares públicos, o casa como um lugar feliz? Se for esse o caso,

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mostre-me algumas evidências. Se não, por iii. Você pode nos contar por que tipo
que não? de coisa você ora?

b) Que tipo de coisas em seu lar dá in- iv. Você tem facilidade em abrir o seu
dícios de que ele é realmente cristão? coração para Deus ou a oração é difícil para
você? Você tem dificuldades em encontrar pa-
c) Você acha que os não-cristãos se- lavras ao falar com Deus?
riam capazes de dizer, sem hesitar, que seu
lar é diferente do deles? O que saltaria aos v. Você anseia por ter momentos de
olhos deles? oração ou isso é um peso para você?

d) Você fica ansioso para voltar para vi. Sua oração é cheia de gratidão? Você
casa? Por que ou por que não? reconhece e confessa as bênçãos que Deus
tem derramado sobre você?
e) Existe alguma coisa em sua vida
familiar que você gostaria que fosse diferen- vii. Você confessa seus pecados a Deus
te? Em sua opinião, onde a mudança seria em oração? Você faz isso de maneira específica?
necessária?
viii. Você ora sobre assuntos impor-
2. Seu lar como um lugar de culto. tantes como: crescimento pessoal em fé, em
amor e em santidade; seu trabalho e sua saú-
Deus nos convoca ao culto corpora- de; o bem-estar das pessoas em sua família; a
tivo a cada Dia do Senhor. Ele também nos igreja a qual você pertence; as necessidades
chama a cultuá-lo em nossa vida diária. Este dos seus irmãos em Cristo; os oficiais de sua
culto inclui orações e ações de graças, leitu- congregação; o trabalho missionário e o evan-
ra e meditação na Bíblia, e cânticos. Nós po- gelismo; e o governo?
demos pensar nessas atividades como cen-
tros de poder para seu lar e sua vida cristã ix. Você pode testemunhar que Deus
como um todo. tem atendido suas orações? De que forma as
promessas dEle estão se cumprindo em sua
a) A oração no lar. A Bíblia chama o vida?
povo de Deus a orar com regularidade e per-
severança. x. Você já pensou em usar as Orações
contidas no Saltério de vez em quando?
i. Você possui um tempo regular de
oração? Você ora no início e no fim do dia? xi. Você está ensinando seus filhos pe-
quenos a orar?
ii. Se você mora com sua família, você
também tem um tempo para oração individual? b) A leitura bíblica no lar. A Palavra de
Deus é dada para nos ensinar o caminho da

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salvação em Cristo e nos equipar para uma x. Se você tem filhos, você se empenha
vida de boas obras. Conferir um grande espa- em ensiná-los o conteúdo da Bíblia? Você tem
ço para a Bíblia em nossas vidas é um compo- usado as Escrituras para encorajá-los e admo-
nente essencial da vida cristã. está-los? Como eles respondem?

i. Você poderia compartilhar como a xi. No geral, como acha que estão se
Palavra de Deus é lida em sua casa? saindo em relação às promessas feitas no ato
do batismo? Existe alguma razão para arrepen-
ii. Você segue um plano sistemático de dimento neste sentido? Você precisa orar mais
leitura ou faz leituras aleatórias? por forças para ser um pai ou uma mãe sábia?

iii. Você se acha sem tempo para ler a xii. Você lê alguma revista reformada?
Bíblia? Você as considera úteis?

iv. Ler a Bíblia é, de fato, uma priorida- xiii. De que maneira você se esforça
de para você? Quão importante é ler a Bíblia para maximizar os benefícios dos sermões
em comparação com outras atividades agra- ouvidos no Dia do Senhor?
dáveis em sua vida?
xiv. Quando você começou a aprender
v. Você acha que compreende a Bíblia as lições do Catecismo? Você realmente leva o
quando a lê em seus devocionais pessoais ou Catecismo a sério?
familiares? Há algumas partes da Bíblia que
você tem dificuldades de entender? Você ne- xv. Conte-nos sobre seu envolvimento
cessita de ajuda nessa área? com Estudo Bíblico. O que você vê como bene-
fício do Estudo Bíblico. Você acha que os obje-
vi. Você costuma ler livros sobre a Bíblia? tivos do Estudo Bíblico estão sendo alcançados
por nossa congregação?
vii. Você costuma ler grandes tre-
chos da Bíblia de uma só vez? Você acha isso xvi. O que você acha que a igreja pode
benéfico? fazer para melhor te ajudar a crescer no co-
nhecimento da Palavra de Deus?
viii. Você se considera bem familiariza-
do com a Bíblia? Você seria capaz de resumir 3. Relacionamentos no lar.
a mensagem da Bíblia para não-cristãos inte-
ressados? Quando Cristo está presente em um lar
por meio de Sua Palavra e Seu Espírito, os rela-
ix. Seu conhecimento bíblico está cres- cionamentos familiares são transformados.
cendo? Ou você não tem progredido nesse
sentido? a) O caráter do cristão é transformado pelo
Espírito para ser amável.

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v. Como você encoraja sua esposa?
i. Gálatas 5.22-23 descreve o fruto do
Espírito. À medida que você lê essa lista, você vi. Efésios 5.22 ordena as esposas a se
considera que o que ela descreve é verdadeiro submeterem a seus maridos. Você se esforça
para o seu lar? As pessoas em sua família vi- para praticar isso em seu casamento? Você
vem unidas em amor, alegria, paz, paciência, mostra respeito por seu marido? Isso é fácil
amabilidade, mansidão, fidelidade e domínio para você? Por que ou por que não?
próprio?
vii. Como mulher, você encontra satis-
ii. 1Co 13.4-7 diz que “o amor é paciente fação em sua vocação de esposa e mãe? Quais
e bondoso, o amor não inveja, não se vangloria, são alguns dos desafios que você enfrenta em
não se orgulha. Não maltrata, não procura seus seu papel?
interesses, não se ira facilmente, não guarda
rancor. O amor não se alegra com a injustiça, viii. Vocês são capazes, como marido e
mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo mulher, de comunicar um com o outro sobre
crê, tudo espera, tudo suporta”. Quando você suas vidas em comum como cristãos? Há uma
ouve essa descrição do amor, o que vem à sua verdadeira unidade de fé? Vocês oram juntos?
mente? Quais áreas precisam ser trabalhadas
em sua vida? ix. O que vocês fazem para edificar o
casamento? Ou vocês simplesmente vivem à
b) O casamento cristão deve ser um espelho deriva esperando que as coisas se sustentem?
da união entre Cristo e Sua igreja.
x. Vocês diriam que ainda existe uma
i. Efésios 5.23 diz que o marido deve faísca de romance entre vocês?
ser o cabeça de sua esposa. Como você enten-
de esse versículo, e isso é realidade em seu xi. Há um momento específico, todos
casamento? os dias, em que vocês dão atenção exclusiva
um ao outro?
ii. Você tem alguma dificuldade parti-
cular em ser o cabeça da sua família? xii. Vocês possuem um acordo sobre as
questões financeiras?
iii. Como cabeça, há coisas que te preo-
cupam sobre sua família? Você percebe quais- xiii. Vocês tomam as decisões mais im-
quer tendências que considera nocivas? portantes juntos?

iv. Efésios 5.23 diz que os maridos de- xiv. Há algum conflito em curso na fa-
vem amar suas esposas como Cristo ama Sua mília que ainda precisa ser resolvido? Você
igreja. Como esse tipo de amor fica evidente está trabalhando para resolvê-lo? Como?
em sua vida?
c) A relação entre pais e filhos.

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i. De forma geral, as crianças e ado- 4. A relação entre o seu lar e a igreja.
lescentes mostram respeito pelos seus pais?
Como cristãos, somos membros da
ii. Existem áreas específicas de confli- família de Deus. Isto significa que cada um
to entre pais e filhos? de nossos lares está ligado à comunidade da
Igreja. Há um fluxo de vida e energia de sua
iii. Existe comunicação aberta entre pais casa para a igreja e vice-versa.
e filhos?
a) Você tem contato social frequente
iv. Os pais são capazes de dialogar com com outros membros da igreja?
seus filhos sobre os mais profundos assuntos da
vida? Existe conversa sobre a fé e a piedade? b) Você convida outras pessoas para
sua casa e também recebe convite para ir a
v. Os pais creem que estão dando seu outros lares?
máximo para educar os filhos no conhecimen-
to e temor do Senhor? c) Você está sempre com o mesmo
grupo de amigos ou se esforça para ser mais
vi. Os pais evitam provocar seus filhos inclusivo?
à ira?
d) De quais maneiras você se esforça
vii. Como você disciplina seus filhos? para mostrar hospitalidade aos outros mem-
bros da igreja e àqueles que estão visitando?
viii. Você ora por seu pai e sua mãe?
Por seus filhos? e) De quais maneiras você tenta fazer
com que sua casa seja uma benção para a igreja?
ix. Os adolescentes são dispostos a fa-
zer seu trabalho dentro do contexto familiar? f) Como você pode, pessoalmente, con-
tribuir para o bem-estar da congregação?
x. Pais e filhos são capazes de se diver-
tir juntos? g) Você está disposto a servir nos de-
partamentos ou comitês dentro da igreja, se
xi. A família planeja momentos para necessário?
fazer alguma coisa juntos?
h) Você acha que geralmente consegue
xii. Como vocês lidam com os familia- viver em comunhão com outros membros da
res que estão errantes na fé e na vida? Ainda congregação? Existem problemas pendentes?
há alguma ligação com eles? Há possibilida-
de de contatá-los? Quando surge uma oportu- i) Você se sente próximo dos irmãos da
nidade, estas coisas são conversadas aberta- sua igreja? Por favor, explique mais detalhada-
mente? mente.

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j) Você está feliz com os rumos da con- f) Conte-nos sobre o papel dos esportes
gregação? Você tem preocupações a respeito em sua vida. Você acha que a quantidade de
da vida da igreja? Quais seriam? tempo que você gasta nesta área é justificável?

k) Você acha que o ministério da igreja g) Conte-nos sobre sua vida profissio-
te ajuda a construir uma vida familiar mais nal. Você gosta de seu trabalho?
sólida?
h) Você tem respeito por seus colegas de
5. A relação entre o seu lar e o mundo. trabalho?

Deus diz que os cristãos estão neste i) Você busca maneiras de alcançar
mundo, mas não são deste mundo. Somos ad- aqueles que não creem em Cristo?
vertidos pela Escritura a não colocar o nosso
coração nas coisas deste mundo. Para termos j) Como é para você estar na faculdade,
uma boa vida familiar precisamos manter uma onde o espírito de incredulidade parece gover-
barreira de proteção entre nós e o mundo. Ao nar a sala de aula e todos os outros aspectos
mesmo tempo, somos chamados a cumprir da vida universitária? Você acha difícil ser um
uma missão aqui. cristão nesse ambiente? Em que áreas você
está tendo dificuldades? Você já usou alguns
a) Como você se esforça para manter a dos recursos cristãos disponíveis para te for-
sua casa livre da contaminação do mundo? talecer como cristão no campus?

b) Como você lida com os perigos que k) Você vota nas eleições? Você já se
alcançam os lares cristãos por meio da músi- envolveu com a política? Você se manifesta
ca popular? em relação ao aborto, à redefinição de casa-
mento e outras questões sociais?
c) Você reconhece os perigos presentes
na internet? Como você se protege no tocante l) Você procura se manter informado
ao uso da internet? Você tem algum tipo de fil- sobre os eventos correntes e sobre as ques-
tro? Como você se responsabiliza em relação tões políticas relacionadas ao governo?
a isto?
m) Você dispensa atenção a ARPA (As-
d) Quanto espaço a televisão ocupa em sociation for Reformed Political Action)?2 Se
sua vida? Você tem sido um bom mordomo de não, você acha que seria uma boa coisa?
seu tempo nesse quesito? Você reconhece que
a televisão pode minar a fé e a moral cristãs? n) Você procura oportunidades para
compartilhar o evangelho com os seus vizinhos?
e) Você reconhece os perigos do mate-
rialismo? Como você protege a sua casa con- o) Você procura oportunidades para
tra os ataques do materialismo? servir a comunidade em geral?

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p) Você já compartilhou a sua fé com no de Deus quando não existirá mais enfermi-
um não-cristão? Como foi isso? Quais obstá- dade? Você acredita que desfrutará a alegria
culos você encontrou? do Reino de Deus?

q) Você teria coragem de convidar al- i) Você tem experimentado perdas. Como
guém para ir à igreja com você? você se sente nesse momento? Você tem encon-
trado alguma medida de conforto ou cura? Exis-
6. Lutas específicas no lar. te alguma atividade difícil para você por conta
deste sofrimento? Você ainda pode confiar em
Algumas das experiências da vida Deus em meio a esta dor? Você sente que Ele
exercem forte pressão nos lares. Isto inclui, está perto de você? Você tem firme esperança
por exemplo, a infertilidade, a doença, o luto, pela ressurreição do corpo e pela vida eterna?
a solidão, a depressão, o medo e a ansiedade. Você possui um bom suporte de entes queridos
e amigos, bem como de toda a igreja?
a) Conte-nos sobre sua saúde. O que os
médicos dizem sobre você? Você faz uso de algum j) Você está solitário. Você é apto a orar
medicamento? Quais são os efeitos colaterais?
sobre isso? Você pede a Deus que te dê um
amigo ou um namorado/namorada ou côn-
b) Você sente que está fazendo tudo o
juge? Você confia que Deus é tão grande que
que pode para ser ou se tornar saudável?
pode te alegrar em meio à solidão? O que você
está fazendo para superar a solidão?
c) Você ora a Deus sobre sua saúde?
Você sente que o Senhor ouve essas orações?
k) Você está lidando com questões re-
d) Sua família e igreja te apoiam? As lacionadas ao bem-estar da sua mente. Você
pessoas podem te ajudar de forma melhor? já consultou um profissional neste assunto?
Você está tomando alguma medicação? Você
e) Você é capaz de aceitar seus proble- está abrindo o seu coração a Deus em rela-
mas de saúde como vindos da mão do Senhor? ção a isto? Você busca a força dEle e a paz e o
Você às vezes fica irado contra o Senhor? conforto que Ele promete? Você crê que a Sua
graça te é suficiente? Você acha a comunidade
f) Você acredita que Deus pode te tra- da igreja solidária às suas lutas?
zer coisas boas por meio da doença? Quais po-
deriam ser essas coisas? Tradução: Ester Santos e Beatriz Schmitz
Revisão: Arielle P. F. de Eça
g) Quais tentações particulares você
enfrenta como alguém com problemas de
saúde? O Pr. ROB SCHOUTEN é ministro da
Palavra da Igreja Reformada em Aldergrove
h) Você aguarda com ansiedade o Rei- (Canadá).

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Nota: feitas com as mesmas palavras usadas aqui. Mas
este conjunto de perguntas pode ser útil aos pres-
1 Em muitas igrejas reformadas, o Conse- bíteros, dando-lhes uma ideia de que temas podem
lho decide tratar de um assunto específico durante tratar. [N. do E.]
as visitas pastorais anuais. E por vezes uma carta é
direcionada aos membros a fim de que se preparem 2 Refere-se a Associação para Ação Políti-
para essas perguntas. Este texto é uma dessas car- ca Reformada. É uma iniciativa de membros das
tas com base no tema “Cristo em seu lar”. Compar- Igrejas Reformadas Canadenses que descrevem a
tilhamos o texto na esperança de que seja útil aos missão da associação da seguinte forma: A missão
membros das igrejas como uma ferramente para o da ARPA Canada é educar, equipar e encorajar os
auto-exame, e também esperamos que dê aos pres- cristãos Reformados para a ação política e iluminar
bíteros e ministros da Palavra uma ideia de pergun- a luz da Palavra de Deus aos governos municipais,
tas que podem ser feitas durantes as visitas pasto- provinciais e federais do Canadá. Visite o site: ht-
rais anuais. Obviamente numa visita não são feitas tps://arpacanada.ca.
todas essas perguntas, e tão pouco precisam ser

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