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Resumo
Este artigo apresenta uma contribuição para o desenvolvimento de práticas mais sustentáveis
na indústria têxtil e de vestimentas. As ações comumente encontradas neste sentido,
concentram-se majoritariamente nos aspectos de produção, com menor consideração do efeito
que poderia ser obtido do ponto de vista dos usuários, com a mudança de suas práticas de
consumo. Empregando a prática do design de serviços, fundamentada em entrevistas e
imersão no contexto de vida dos usuários, exploramos uma possibilidade de mudança nos
hábitos de vestir das mulheres que trabalham através do desenvolvimento de um projeto
conceitual que, além de facilitar a vida dessas mulheres, propiciaria menor consumo e
desgaste das roupas.
Abstract
This paper presents a contribution to the development of more sustainable practices in the
textile and clothing industry. The actions commonly found in this direction are mainly focused
in aspects of production, and to a lesser extent on the effect that could be obtained from the
viewpoint of users, by changing their consumption habits. Employing the practice of service
design, based on interviews and immersion in the context of users´ lives, we explore the
possibility of a change in the dressing habits of working women, through the development of a
conceptual project that besides facilitating the lives of these women, would provide less
consume and tear of clothes.
Quadro conceitual
Metodologia
Quantos anos?
Cidade e bairro?
Profissão?
A que horas sai pra trabalhar?
Quanto tempo leva pra se arrumar para ir ao trabalho?
Como se veste para trabalhar?
Como deve ser uma roupa de trabalho?
Muda seus acessórios todos os dias?
É você quem cuida da sua roupa?
Com que frequência suas roupas são lavadas?
Que cores prefere nas roupas de trabalho?
Costuma comprar roupas para trabalhar com que frequência?
Por que deixa de usar uma determinada roupa para trabalhar?
Tem um estilo diferente entre quando se veste para trabalhar e para seu lazer?
Tem um estilo de roupa que seja "a sua cara" para trabalhar?
Que tipo de detalhe não pode faltar em sua roupa de trabalho?
O que você acharia de ter uma roupa padronizada para trabalhar?
Você gostaria de comentar alguma curiosidade sobre a forma de se vestir para trabalhar?
A própria escolha do perfil das mulheres que trabalham fora de casa, para
desenvolvimento deste projeto conceitual que inserisse práticas mais sustentáveis de
vestimenta, se deu pelo fato de percebermos, através destas observações iniciais, que as
mesmas apresentavam neste contexto um comportamento promissor, menos ligado à moda.
O HCD sugere como ferramenta de compreensão das necessidades do usuário a que se
destina o projeto, a imersão em contexto justificando que “A Estratégia Centrada no Ser
Humano funciona melhor quando os designers entendem as pessoas que o projeto visa atender
não apenas de forma intelectual, mas também experiencial.” (IDEO, 2012, p. 32)
Compreender seus valores, investigar hipóteses e observar comportamentos foram os
objetivos que levaram as autoras deste projeto a fazer uma imersão em ambientes de trabalho,
onde houvesse mulheres de acordo com o perfil escolhido. Além do fato deste grupo também
fazer parte do próprio contexto das autoras e conseqüentemente permitir um conhecimento
tácito, tendo sido apenas adotada para esta investigação uma postura de observação mais
cuidadosa.
Em seguida, numa segunda fase de entrevistas, a partir da observação em imersão no
contexto de trabalho feminino, percebemos a conveniência em aprofundar o entendimento de
algumas questões e, por isso foram feitas entrevistas individuais, pessoalmente, com mais seis
mulheres com o perfil escolhido, para melhor compreensão do seu cotidiano e suas reais
necessidades de vestimenta no trabalho.
1
A ferramenta utilizada foi o “Google docs” de uso livre, oferecido pela Google aos usuários do gmail.
O objetivo desta segunda fase de perguntas foi o de sanar algumas dúvidas que surgiram
durante o primeiro questionário. Na terceira pergunta deste segundo questionário, foi criada
uma situação fictícia (viagem de seis meses) de restrição de vestuário para que as
entrevistadas se colocassem numa situação de uso mínimo de peças de roupas. A pergunta da
primeira fase relativa ao uso de “roupas padronizadas” aparentemente causou grande
estranhamento, e não deu margem à outras possibilidade de redução de consumo como a
restrição ao número mínimo de peças necessárias como apresentado nesta nova fase.
Também foram investigadas iniciativas existentes de mudanças de comportamento na
maneira de as pessoas se vestirem, em face às ofertas inovadoras de produtos e serviços. Foi
efetuada uma busca em livros sobre moda e sustentabilidade, e principalmente na internet, por
ser esse veículo o mais atualizado com as tendências e hábitos dos consumidores.
A realização da fase deliver, por sua vez, envolveu o uso experimental de algumas
ferramentas específicas do design de serviços (MIETTNEN, 2009), e outras complementares,
descritas resumidamente tal como se segue:
Resultados
Pesquisa de campo
Inovações existentes
Projeto conceitual
O projeto resultou de algumas conclusões obtidas nas pesquisas sobre as usuárias e seus
comportamentos, quanto a sua maneira de se vestir. Seus desejos e necessidades foram
levados em conta para a construção dos serviços propostos.
Assim sendo, foi criada para este projeto a fictícia empresa GRIN, nome originado das
iniciais do termo “Guarda Roupas Inteligente” e que também faz alusão, pela sonoridade, à
palavra inglesa Green, que significa verde.
A empresa criada oferece um serviço, ou mais apropriadamente um sistema produto-
serviço (Mont, 2002). que administra o armário das mulheres que trabalham e têm pouco
tempo, funcionando desde a escolha das peças até o seu descarte, tendo em vista o ciclo de
vida completo das suas roupas.
Ao encontrarmos 71% das entrevistadas afirmando que suas roupas para o trabalho são
diferentes das de lazer, obtivemos a primeira conclusão, que já era uma hipótese observada:
seria possível e desejável a proposta de um armário individual e próprio para o local de
trabalho, composto de peças de roupas combináveis com facilidade.
Como mais de 50% das mulheres acreditam ter um estilo pessoal (uma roupa que seja “a
sua cara”) e usarem acessórios como forma de personalização do visual escolhido,
compreendemos como uma boa solução, para não incorrer no erro de um kit que não atenda
aos seus desejos, a instituição de uma consultoria de um personal stylist2, no início do
processo e depois de cada período de um ano decorrido, para reavaliação.
O fato de a maioria (70%) levar de quinze a trinta minutos para se vestir, reforçou a
crença de que o tempo dedicado a esta atividade não é muito grande e que por isso devemos
tentar minimizá-lo, para que sobrem minutos para seu lazer.
Porque 87% prioriza o conforto, ou a funcionalidade, compreendemos que a composição
de uso diário, definitivamente, não tem como valor fundamental ser guiada pela moda vigente
e sim, estar de acordo com as suas necessidades físicas de bem estar. Outra informação que
levou a esta conclusão foi a ausência de entrevistadas que descartem suas roupas por estarem
fora de moda.
A necessidade de diminuir o tempo gasto na tarefa e a importância dada à funcionalidade
e ao conforto, resultaram na ideia da criação de uma composição diária de peças de roupa que
seria apresentada à cliente diariamente, de acordo com a temperatura da cidade em que se
encontra.
A grande frequência com que suas roupas são lavadas, junto ao fato de não serem elas
próprias, em sua maioria, que fazem este serviço, teve como consequência o oferecimento de
um serviço de lavagem pela GRIN, tendo para tal, um outro serviço de busca e entrega das
roupas na casa da cliente.
2
Profissional especializado em prestar consultorias individuais para criação de um estilo de vestir
Figura 1: Moodboard
Figura 2: Persona 1
Figura 4: Persona 3
Figura 5: Storyboard
Conclusão
Referências:
BROWN, Tim. Change by Design. How Design Thinking Transforms Organizations and
Inspires Innovation. New York: HarperCollins, 2009
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