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O LIVRO DA MORTE
Morte e vida são fenômenos naturais do cosmo infinito
Samael Aun Weor

O LIVRO DA MORTE
Morte e vida são fenômenos naturais do cosmo infinito

1ª. Edição

Curitiba – PR
EDISAW
2011
O LIVRO DA MORTE
Morte e vida são fenômenos naturais do cosmo infinito

Samael Aun Weor


Iniciador da Era de Aquário

TÍTULO ORIGINAL:
El libro de los muertos
Muerte y vida son la manifestación del cosmos infinito
Primera edición 1965 [local e editor não conhecidos]
Tercera edición – Costa Rica – 1968 [Usamos esta edição como fonte original]

Tradução: Karl Bunn – Presidente da Igreja Gnóstica do Brasil - 2011 Ano 50 da Era de Aquário
Revisão tipográfica: Equipe da II Câmara da IGB-Edisaw
Design da Capa: Ricardo Bianca de Mello e Helen Sarto de Mello
Diagramação: Pedro Luis Vieira
Fotolitos e Impressão: Gráfica Editora Pallotti
© Direitos autorais desta edição: Igreja Gnóstica do Brasil
www.gnose.org.br

Textos entre [ ] são do tradutor; não constam no original. Usamos esse recurso para oferecer um
melhor entendimento e orientação para o leitor, evitando assim as nem sempre práticas notas de
rodapé. Textos entre ( ) constam do original.

Em sinal de respeito ao autor e aos irmãos que nos antecederam na história do Movimento Gnóstico,
nossas edições mantêm a totalidade e a integridade das obras originais. Nossos comentários e explicações
estão sinalizados de forma expressa e direta, de modo que nossos leitores possam diferenciar claramente
o que é um e o que é outro.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Aun Weor, Samael, 1917-1977.


   O Livro da Morte : morte e vida são fenômenos naturais
do cosmo infinito / Samael Aun Weor ;
[tradução Karl Bunn]. -- 1. ed. -- Curitiba, PR : Edisaw, 2011.

   Título original: El libro de los muertos


   ISBN 978-85-62455-13-1

   1. Gnosticismo  2. Morte  I. Título


11-03306 CDD-299.932

Índices para catálogo sistemático:


1. Gnosticismo : Religião 299.932
APRESENTAÇÃO
  

Este Livro da Morte é formado por três pequenas obras que o Mestre
Samael Aun Weor escreveu ao longo de sua vida a respeito do tema. São elas:
1. Os Mistérios da Vida e da Morte, publicado em 1962.
2. O Livro dos Mortos, publicado em 1965.
3. Além da Morte, publicado em 1970.
Com este livro queremos oferecer ao público brasileiro uma obra simples,
básica e de fácil entendimento, versando sobre os nem sempre compreendidos
mistérios ou fenômenos que ocorrem antes, durante e depois da morte de
qualquer mortal humano.
Este livro é lançado logo após a edição do Sim! Há Inferno, Diabo e Karma
para que assim nossos leitores possam ter uma idéia mais ampla de todos esses
temas que estão interligados.
Uma pessoa nasce, cresce, torna-se adulta, vive algumas dezenas de anos e
depois morre. Onde estava esta pessoa antes de nascer?
O que veio fazer neste mundo?
Por que sofre ou tem sorte na vida?
Por que tem boa saúde ou, quem sabe, passa a sofrer de determinado mal
incurável?
O que acontece na hora da morte?
O que espera o falecido após sua passagem desta para a outra vida?
Como vivem os mortos? Onde moram? O que fazem?
Quem governa a vida? Quem rege a morte?
Quem determina que as almas voltem a ter novo corpo e sob que condições?
Todas estas e muitas outras perguntas são respondidas e comentadas pelo
autor neste volume. Nem todos gostam de falar sobre o tema da morte. Mas
este é o acontecimento mais importante depois do nascimento. Ainda assim

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não o encaramos com a atitude mais apropriada, pois é um tema que todo
mundo evita comentar, mesmo que seja o fato do qual não se tem escapatória.
O seu caráter inevitável deveria ser motivo mais que suficiente para nos
prepararmos para tal ocorrência que, cedo ou tarde, alcança tudo e todos. Os
egípcios, bem como os tibetanos, tiveram e ainda têm o seu livro da morte ou
O Livro para sair à Luz e o Bardo Thödol.
Nós, ocidentais, preferimos a atitude da avestruz frente à ameaça. Assim,
quando a hora derradeira se apresenta, entramos em pânico e deixamos todo
mundo em desespero. Muito mais sábio seria, desde agora mesmo, estudarmos
o livro da vida e da morte enquanto o oficiante não chega.
Optamos por não alongar esta apresentação visto não ser necessário entrar
em detalhes, os quais estão amplamente explicados ao longo destas páginas.
Porém, aqui todos têm o necessário para em vida se preparar para a morte.

PAZ INVERENCIAL!

Karl Bunn
Presidente da IGB-Edisaw
Abril de 2011 - Ano 50 da Era de Aquário

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LIVRO 1

O LIVRO DOS MORTOS


(El libro de los muertos)
PRÓLOGO DA EDIÇÃO ORIGINAL
  

Muito foi falado sobre a morte. A maioria das pessoas acredita e assegura
que ninguém sabe nada a respeito. Mas nós, do Movimento Gnóstico, afir-
mamos com conhecimento objetivo que a morte é a passagem de um estado
de vida para outro. A morte comum e corrente, da qual todos falam, significa
deixar este corpo e seguir adiante em outro corpo, mais sutil, o qual somente as
pessoas dotadas de sentidos espirituais podem ver. Esses sentidos extra-senso-
riais se desenvolvem nas pessoas que se dão ao trabalho, paciente e inteligente,
de praticar algumas normas da ciência metafísica. Também existem pessoas
dotadas de sentidos subjetivos. Se praticarem certas técnicas poderão testemu-
nhar com perfeito conhecimento de causa.
Ao lerem este livro, muitas pessoas duvidarão ou não acreditarão que seja
real o que aqui é dito. Mas nós sabemos que apenas crer ou não crer, ser cético,
nada será encontrado; para achar alguma coisa é preciso buscar.
Crendo ou duvidando, o que existe na natureza não mudará em nada. Portanto,
convidamos todas as pessoas de boa vontade a estudar profundamente a ciência da
vida para transcender a morte. Ninguém que não tenha conhecimento objetivo da
morte poderá se atrever a discuti-la com conhecimento de causa.
Muitas pessoas de limitada imaginação tratarão também de limitar outras
compreensões, mas os valentes e abertos ao novo, que tenham um pouco de
consciência, poderão se lançar à busca da sabedoria. Para isso, não devem li-
mitar o espaço infinito mediante a imaginação.
Nós, os afortunados discípulos do Mestre Samael, damos testemunho da-
quilo que vemos e ouvimos. Portanto, falamos com conhecimento de causa e
não como simples crentes. Podemos falar de vivências pessoais sem comentar
coisas sagradas que estão vetadas ao mundo dos profanos porque se as désse-
mos a conhecer seríamos indignos.

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Ao nos comportarmos como autênticos seres humanos e ao manejarmos
nossa vida em todos os estados de consciência de forma científica podemos
transcender a ‘segunda morte’ da qual nos falam as religiões dogmáticas. Se
não manejarmos a vida inteligentemente em todas as suas manifestações cor-
remos o risco inevitável de sermos desintegrados pelos processos conhecidos
como ‘segunda morte’, a qual perdura por milhares de anos.
Devemos criar os corpos existenciais superiores para nos imunizarmos
da ‘segunda morte’. Necessitamos estudar a metafísica mais profundamente e
nos despojarmos das crenças dogmáticas, lançando-nos na busca da sabedo-
ria. Foquemos as coisas que prejudicam nossa vida em todos os aspectos e
deixemos de fazê-lo. Qualquer erro que alguém cometa fora do seu corpo não
é tão prejudicial como os erros que alguém comete contra seu próprio cor-
po. Quando erramos contra nosso corpo não apenas encurtamos a vida como
também podemos perdê-la. Mas o pior de tudo é prejudicá-la em seus aspectos
mais sutis, conforme abusemos no físico, no mental, no emocional, etc.
Decidimos editar este livro com a finalidade de dar conhecimento dos pu-
ros ensinamentos que nos são passados pelo Mestre Samael Aun Weor, já que
formam um manancial de ciência e de vida para aqueles que os praticam.
Fazemos aqui um chamado a todos os irmãos espiritualistas das diferentes
Lojas, Ordens, Escolas, etc. para que cooperem com o bem e com o manejo da
vida em todos os Planos da Consciência Cósmica.

Que todos os seres sejam felizes!


Ano 4 da Era de Aquário
Antonio Murillo Alfaro

NT – A primeira edição deste livro saiu em 1965.

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INTRODUÇÃO DA EDIÇÃO ORIGINAL
  

Nascer e morrer são dois processos científicos da Grande Natureza. Não


são as pessoas que nascem e morrem. As pessoas estão além desses processos.
O que nasce e morre é o corpo das pessoas. Portanto, é absurdo dizer que “fu-
lano ou sicrano morreu”. O correto é dizer que “tal pessoa perdeu o corpo ou
desencarnou”.
A pessoa é aquela que pensa, ama, odeia, deseja, etc. O corpo é tão só
um veículo, uma máquina humana através da qual a pessoa se expressa.
Infelizmente, quase todo mundo ignora a sua vida interior; assim confundem
o ‘corpo’ com a ‘pessoa’.
Necessitamos estudar esta questão para evitar a dor. De fato, a dor é sem-
pre resultado da ignorância e do erro. As pessoas nascem chorando e morrem
chorando por pura ignorância.
Para aqueles que despertam a consciência a morte é tão doce quanto o nas-
cimento; ambos, morte e nascimento, cientificamente falando, são necessários,
tal qual precisamos do dia para realizar nossas tarefas, e da noite para o corpo
repousar.
Quando despertamos a consciência, compreendemos que ao desencarnar
devemos nos dedicar ao repouso e esquecer completamente as atividades do
dia, próprias da vida celular ou do mundo físico. Então poderemos viajar fe-
lizes pelo espaço infinito porque ficamos livres das forças de gravidade a que
estamos submetidos no mundo das três dimensões, o mundo físico.
Não se trata aqui de crer ou não crer, mas sim de comprovar. Precisamos
fazer uma mudança em nossa forma de viver. É absurdo permitir que a vida se
desenvolva mecanicamente; necessitamos nos tornar conscientes de todos os
nossos hábitos e costumes. Precisamos conhecer a fundo o que de fato somos
em todos os níveis de atividades. Devemos manejar conscientemente todos os

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nossos pensamentos, sentimentos, movimentos, instintos e impulsos sexuais.
Devemos saber que a vida mecânica é própria do estado animal. Nós não per-
tencemos a esse estado; portanto, devemos aprender a viver dentro de normas
superiores de vida.
Cada existência no mundo físico é sempre o resultado da vida anterior
mais suas conseqüências, boas ou más. Cada novo corpo que recebemos é sem-
pre o instrumento do karma. Já sabemos que karma é a Lei da Compensação.
Há quem nasça em berço de ouro e há quem nasça na miséria. Tal causa tal
efeito. Os malvados encarnam entre malvados; os virtuosos encarnam entre os
virtuosos e os santos; etc.
Quando modificamos as causas alteramos os efeitos. Aqueles que pensam
que a morte do corpo é a morte da pessoa e que, pelo fato de pensarem assim
cometem todo tipo de delito, tocará pagar tudo isso em futuro retorno, mesmo
que não acredite nessas coisas agora. Lei é lei! Ninguém escapa impunemente
da Lei Divina.
Especialmente chamamos a atenção dos materialistas dogmáticos que so-
mente aceitam as realidades grosseiras e os movimentos mecânicos da nature-
za. Advertimos que acima e abaixo das percepções dos sentidos físicos existem
funções ultra-sensíveis que não devemos negar de forma intransigente, mas
sim pesquisar e investigar com paciência e de forma diligente.
Mais além do corpo está a pessoa, e mais além do núcleo estão a energia e
a inteligência. É nesse ‘mais além’ que se encontra a causa causorum de todas
as manifestações físicas do passado, do presente e do futuro. Esse ‘mais além’
são as dimensões superiores do espaço, que existem e existirão independente
de crer ou duvidar.
Convidamos ao estudo! Convidamos à investigação! Convidamos a aban-
donar o dogmatismo e a tradição porque tudo isso pertence ao passado.
Já estamos na Era de Aquário. Aquário é a Era do conhecimento direto,
a Era do conhecimento prático. Chegou o momento da revolução interior. A
vida externa já deu os frutos que tinha a dar: o conhecimento parcial. Agora
chegou o estudo completo do interior e do exterior em perfeito equilíbrio.

Paz Inverencial.
Luis A. Romero

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capítulo 1

A MORTE
  

Durante o curso da existência diferentes tipos de energia fluem pelo corpo


humano. Cada tipo de energia tem seu próprio sistema de ação e se manifesta
em seu devido tempo.
Aos quatro meses e meio da concepção manifesta-se a força motriz e mus-
cular; isto está relacionado com o nascimento da função respiratória e pulmonar.
Aos dez meses e meio, o crescimento, com todos seus maravilhosos meta-
bolismos e os tecidos conjuntivos.
Entre os dois e os três anos fecha-se a moleira frontal dos recém-nascidos,
e o sistema cérebro-espinhal fica, de fato, perfeitamente formado.
Durante os sete primeiros anos forma-se a personalidade humana.
Aos 14 anos aparece a energia pessoal [sexual], fluindo avassaladoramente
pelo sistema neuro-simpático.
Aos 35 anos surge o sexo em sua forma transcendental de emoção criado-
ra; quando se chega a esta idade podemos forjar isso que chamamos de ‘alma’.
O homem normal não tem alma; melhor dizendo: ainda não é homem
nem tem alma. O animal intelectual, falsamente chamado de ‘homem normal’,
é uma máquina controlada pela legião do ‘eu’. O ‘eu’ é pluralizado.
“Devo ler um livro”, diz a função intelectual; “vou a um jogo de futebol”,
diz a função motriz; “tenho fome; não irei a parte alguma”, declara a digestão;
“prefiro ir ao encontro de uma mulher”, declara o ‘eu passional’, etc.
Todos esses ‘eus’ brigam entre si. O ‘eu’ que hoje jura fidelidade à Gnose
amanhã é substituído por outro que odeia a Gnose. O ‘eu’ que hoje adora de-
terminada mulher depois é trocado por outro que a detesta.

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Só forjando a alma estabeleceremos um princípio permanente de consci-
ência dentro de nós mesmos. Aquele que tem alma vive consciente depois da
morte.
A alma pode ser criada com a acumulação das energias mais sutis que o or-
ganismo humano produz. Sua cristalização se dá através de supremos esforços
para se fazer autoconsciente em forma total e definitiva.
Desgraçadamente o animal intelectual chamado homem gasta torpemente
estas energias em comilanças, temores, ira, ódio, inveja, paixões, ciúmes etc..
É urgente criar a vontade consciente; é indispensável submeter todos os
nossos pensamentos e atos ao Julgamento Interno. Só assim podemos criar
isso que se chama alma. Precisamos nos autoconhecer profundamente para
criar alma.

1. 1 - O RAIO DA MORTE
O Raio da Morte reduz o chamado homem a uma simples quintessência
molecular, assim como uma tonelada de flores pode ser reduzida a uma sim-
ples gota de perfume essencial.
A energia da morte, por ser muito poderosa, destrói totalmente o orga-
nismo humano. É uma corrente de altíssima voltagem que, inevitavelmente,
destrói o organismo humano quando circula por ele. Assim como um raio
pode despedaçar uma árvore, assim também o Raio da Morte reduz a cinzas
o corpo humano; é o único tipo de energia que o organismo humano não
pode resistir.
Este raio conecta a morte com a concepção; os dois extremos se tocam.
Quando a Essência [uma fração da alma] se desprende do velho corpo sob
o impacto terrível do Raio da Morte, produz-se uma tensão elétrica ex-
traordinária, semelhante a uma nota chave, cujo resultado axiomático é
o movimento e a combinação dos genes determinantes do futuro corpo
físico. Assim é como os sutis constituintes do ovo fecundado se acomodam
em disposição correspondente, tendo como base a tensão elétrica e a nota
chave da morte.

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1.2 - O QUE CONTINUA APÓS A MORTE
Duas coisas vão ao sepulcro:
1. O corpo físico.
2. A personalidade humana.
A personalidade, como já dissemos, forma-se durante os primeiros sete
anos da infância e se robustece com as experiências. Às vezes, a personalidade
perambula pelo cemitério; outras vezes, sai de seu sepulcro quando seus paren-
tes a visitam e levam flores. Mas, pouco a pouco, vai se desintegrando.
A personalidade é energética e atômica. A personalidade é perecível. Não
existe nenhum amanhã para a personalidade do falecido; ela é mortal.
A personalidade não reencarna. A personalidade é filha de seu tempo e mor-
re em seu tempo. O que continua é a Essência, quer dizer, o fantasma do morto.
Dentro desse fantasma se desenvolve o ego que retorna, o ‘eu’, o ‘mim mesmo’.
O ego é legião de diabos que continua. É falso nos dividir entre dois ‘eus’,
um de tipo inferior e outro de tipo superior. O ‘eu’ é legião de diabos que se
desenvolve dentro de nós mesmos; isso é tudo.
Na literatura ocultista muito é comentado sobre o ‘eu superior’ e sobre o
‘eu divino’. Ocorre que esse ‘eu superior’ não é o tal ‘eu divino’. A Seidade Di-
vina transcende qualquer ‘eguismo’. Isso que não tem nome profano é o Ser, o
Íntimo [Atman].
A Essência é molecular; a Essência, o fantasma do morto, vive normalmen-
te no mundo molecular. Assim, ao morrer saímos do mundo celular e entra-
mos no mundo molecular e passamos a usar um corpo molecular.
O Livro Tibetano dos Mortos [Bardo Thödol] diz textualmente o seguinte:
“Oh, nobre por nascimento, seu corpo presente, sendo um corpo de
desejos, não é um corpo de matéria grosseira. Assim, agora você tem o
poder de atravessar qualquer massa de rochas, colinas, penhascos, ter-
ras, casas e até mesmo o Monte Meru, sem encontrar obstáculo. Agora,
você está provido do poder das ações milagrosas, sem que seja fruto de
nenhum samadhi, mas sim, do poder que vem a ti naturalmente. Você
pode instantaneamente chegar a qualquer lugar que desejar; tem o po-
der de chegar ali no tempo em que um homem demoraria em abrir ou
fechar a mão. Estes vários poderes de ilusão e de mudança de forma,
não os deseje, não os deseje”.

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1.3 - O CORPO VITAL
No organismo humano existe um corpo termo-elétrico-magnético. Este é
o corpo vital. Esse corpo é o assento da vida orgânica. Nenhum organismo
poderia viver sem o corpo vital.
Cada átomo do corpo vital penetra dentro de cada átomo do corpo físico
para fazê-lo vibrar intensamente. Todos os fenômenos químicos, fisiológicos e
biológicos, todo fenômeno de percepção, todo processo metabólico, toda ação
das calorias, etc., têm sua base no corpo vital. Realmente, este corpo é a seção
superior do corpo físico, o corpo tetradimensional.
No último instante da vida esse corpo escapa do organismo físico. O corpo
vital não entra no sepulcro. O corpo vital flutua perto do sepulcro e se desin-
tegra lentamente, conforme o cadáver vai se desintegrando. Ao sepulcro só
entram o cadáver e a personalidade do falecido.
O corpo vital tem muito mais realidade que o corpo físico. Sabemos muito
bem que a cada sete anos o corpo físico muda totalmente, se renova totalmen-
te; não fica nem um só átomo antigo nesse corpo. Porém, o corpo vital não
muda; nele estão contidos todos os átomos da infância, adolescência, juventu-
de, maturidade, velhice e decrepitude.
O corpo físico pertence ao mundo de três dimensões; o corpo vital é o cor-
po da quarta dimensão.

1.4 - A QUINTA DIMENSÃO


Os fantasmas dos falecidos vivem na quinta dimensão; esta é a eterni-
dade. Comprimento, largura e altura formam as três dimensões do mundo
celular. O tempo é a quarta dimensão. A eternidade é a quinta dimensão, e
Isso que está além da eternidade e do tempo corresponde à sexta dimensão.
De fato, a liberação começa na sexta dimensão. O mundo do Espírito Divi-
no é o mundo eletrônico, o mundo da sexta dimensão.
Todo aquele que morre entra na quinta dimensão; a eternidade se abre para
devorar os falecidos e logo os expulsa de seu seio para retorná-los ao mundo
do tempo e da forma física.
Os falecidos são expulsos da eternidade porque ainda não possuem o Ser.
Só quem possui o Ser pode viver na eternidade.

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O Ser é o Íntimo, o Espírito. É necessário trabalhar primeiro com a matéria
molecular para forjar a alma; em seguida, refinar a energia da alma a um grau
mais elevado, para elaborar o Espírito.
É preciso transmutar a matéria molecular em matéria eletrônica e fundir o
átomo para liberar o fogo sagrado que nos converte em espíritos divinos.

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capítulo 2

OS ANJOS DA MORTE
  

A filosofia positivista contemporânea se fundamenta na existência da


matéria (materialismo) e da energia. Muito foi discutido sobre energia e
matéria, mas estas, apesar de todas as especulações, continuam desconhe-
cidas.
Os reacionários seguidores da filosofia positivista tratam sempre de definir
uma pela outra; é ridículo, espantosamente ridículo, definir o desconhecido
pelo conhecido.

NT – O texto original diz: “es ridículo, espantosamente ridículo, definir lo desconocido por lo
desconocido”. Cremos ter havido um erro tipográfico no segundo ‘desconocido’ porque a frase
usualmente empregada é a que utilizamos no texto traduzido: que o desconhecido não pode ser
estudado a partir do conhecido.

A filosofia materialista diz: “Matéria é aquilo em que se levam a cabo as


mudanças chamadas ‘movimentos’; ‘movimentos’ são as mudanças que se le-
vam a cabo na matéria”.
Esta é a identidade do desconhecido: X=Y e Y=X. Resultado: ignorância,
círculo vicioso, absurdo.
Realmente, ninguém viu a matéria nem a energia. O ser humano só perce-
be fenômenos, coisas, formas, imagens, etc. Porém nunca vemos a substância
das coisas. Uma substância dada não é precisamente matéria, mas sim madei-
ra, cobre, estanho, pedra, etc.
Tampouco vemos a energia separada do movimento; jamais vimos a ma-
téria separada das formas e dos objetos. Um punhado de terra tem uma forma
definida; uma estátua tem uma forma definida; o planeta Terra tem uma forma
definida, etc.

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De fato, a chamada ‘matéria’ é um conceito tão abstrato quanto a beleza, a
bondade, o valor ou o trabalho. Ninguém é capaz de ver a substância das coisas
em si mesma; ninguém conhece a ‘coisa em si’.
Vemos a imagem física de um homem, mas não vemos a ‘coisa em si’ do
homem; só desenvolvendo o sentido espacial podemos ver o corpo em si mes-
mo, a ‘coisa em si’.
O espaço é o veículo da mente; só com o sentido espacial poderemos apre-
ender a ‘coisa em si’; este é o corpo vital do homem.
Qual é ‘a coisa em si’ de uma planta? Seu corpo vital.
Qual é ‘a coisa em si’ de um animal? Seu corpo vital.
Qual é ‘a coisa em si’ da Terra? A Terra Vital [Etérica].
O Mundo Vital representa a Terra em si mesma. Desta Terra Vital depende
a vida de todos os organismos. A Terra Vital está na quarta dimensão.
O ponto em movimento deixa um rastro: a linha.
A linha em movimento deixa um rastro: a superfície.
A superfície em movimento se converte em sólido.
O sólido em movimento se converte em hipersólido.
Realmente, o hipersólido é a coisa em si; o hipersólido pertence à quarta
dimensão. Só podemos ver os hipersólidos com o sentido espacial; este é su-
perior ao sentido temporal. Realmente, o sentido temporal é só a superfície do
sentido espacial.
O ponto, ao sair de si mesmo, converte-se em linha.
A linha, ao sair de si mesma, converte-se na superfície.
A superfície, ao sair de si mesma, converte-se em sólido.
O sólido, saindo de si mesmo, com um movimento no espaço, converte-se
em hipersólido.
Os hipersólidos estão contidos dentro dos corpos sólidos. Quando o corpo
vital sai de dentro de um organismo, este se desintegra inevitavelmente. O cor-
po vital pertence à quarta dimensão; a Essência humana, à quinta dimensão.
Os anjos que regem os processos da concepção vivem, normalmente, na
quarta dimensão; os que governam a morte vivem na quinta dimensão. Os
primeiros conectam o ego com o espermatozóide; os segundos rompem a co-
nexão que existe entre o ego e o corpo físico.
Os Anjos da Morte em si mesmos são homens perfeitos.

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A perda de um ente querido é bem sofrida e até pode parecer que os Anjos
da Morte são cruéis. Mas eles realmente não são cruéis, ainda que isso possa
parecer incrível.
Os Anjos da Morte trabalham de acordo com a Lei, com suprema sabedo-
ria e muitíssimo amor e caridade. Isto só pode ser entendido claramente quan-
do nos identificamos com eles no mundo molecular e no mundo eletrônico.
Os Anjos da Vida dão ao ser humano o corpo vital para que possa viver. Os
Anjos da Morte tiram a vida dos seres humanos.
Isso é feito cortando o Cordão de Prata. Esse cordão está ligado ao cordão
umbilical; é sétuplo em sua constituição íntima e interna.
Os Anjos da Vida conectam o corpo molecular dos desencarnados com o
espermatozóide. Assim, estes voltam a ter um novo corpo.
Realmente, o Cordão de Prata é o fio da vida que os Anjos da Morte rom-
pem em seu dia e hora, de acordo com a Lei do Destino. Este fio maravilhoso
pertence às dimensões superiores do espaço e só pode ser visto com o sentido
espacial.
Os moribundos vêem o Anjo da Morte como uma figura esquelética, es-
pectral, bastante horrível. Realmente, o que acontece é que este se reveste com
o traje que corresponde ao seu ofício.
Na vida prática, o policial veste seu uniforme; o médico, sua bata branca; o
juiz, sua toga; o sacerdote, seu hábito religioso, etc.
As vestimentas funerais e a esquelética figura dos Anjos da Morte horro-
rizam aqueles que ainda não despertaram a consciência. Os símbolos funerais
dos Anjos da Morte são a foice que ceifa vidas, a caveira da morte, o mocho, a
coruja, etc.
Fora de seu trabalho, a aparência dos Anjos da Morte é a de belas crianças,
sublimes donzelas, Veneráveis Mestres, etc.
Os Anjos da Morte estão escalonados em forma hierárquica. Entre eles há
graus e graus, escalas e escalas, etc.
Os Anjos da Morte têm seus templos no mundo molecular; ali também
têm suas escolas, palácios e bibliotecas. Ali, na imensidão do Grande Oceano
da Vida, existe um palácio funeral onde mora um dos principais Gênios da
Morte. Seu rosto é como o de uma donzela inefável, e seu corpo como o de um
varão terrível.

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Este maravilhoso Ser é um corpo eletrônico totalmente andrógino. Este
Ser é um Andrógino Divino. Sob sua direção, trabalham milhões de An-
jos da Morte; em sua biblioteca, existem milhares de volumes moleculares
onde estão escritos os nomes e os dados kármicos de todos aqueles que
devem morrer, cada qual em seu dia e em sua hora, de acordo com a Lei
do Destino.
A ciência da morte é terrivelmente divina.
O animal intelectual, falsamente chamado homem, morre e nasce incons-
cientemente e, assim, cego, caminha do berço ao túmulo, sem saber de onde
veio nem para onde vai.
Quando forjamos a alma, despertamos a consciência; só então nos faze-
mos conscientes dos mistérios da vida e da morte.
Todo homem com alma pode negociar com os Anjos da Morte e desencar-
nar à vontade, de acordo com suas necessidades. Isto significa poder prolongar
a vida se assim considerar necessário para realizar ou terminar algum trabalho
no mundo físico.
Quem já se transfigurou no mundo eletrônico, quem já possui um corpo
eletrônico por haver forjado o Espírito, pode mandar nos Anjos da Morte e
conservar o corpo físico durante milhões de anos.
Estes são os grandes salvadores da humanidade, os grandes reitores do
mundo. Recordemos o Rei do Mundo, citado por Ossendowski [Ferdinand
Ossendowski, 27.05.1876 – 03.01.1945] em seu livro Bestas, Homens e Deu-
ses.
Este grande Ser [o Rei do Mundo] vive em Agartha [ou Agharta]; possui
um corpo de idade indecifrável. Antiqüíssimas escrituras religiosas fazem re-
ferências a este Grande Ser.
Recordemos também Sanat Kumara, o Ancião dos Dias, o Grande Imola-
do, o fundador do Colégio de Iniciados da Grande Loja Branca [aqui no plane-
ta Terra]. Esse Adepto vive no deserto de Gob* em um oásis solitário.
O corpo deste grande Ser tem uma idade de mais de 18 milhões de anos.
Em sua companhia residem, no mesmo oásis, um grupo de Adeptos com cor-
pos lemurianos imortais.
Todos estes Adeptos viajam com seu corpo físico pelas dimensões supe-
riores do espaço; eles têm o poder de se teletransportar com seu corpo físico

20
pela quarta ou quinta dimensão. Todos eles exercem poder sobre os Anjos da
Morte. Eles são Adeptos dos mistérios da vida e da morte. Todos eles tiveram
que trabalhar com o Grande Arcano.

* NT – Naturalmente, Sanat Kumara não vive na terceira dimensão. Esse oásis está nas dimensões
superiores do Deserto de Gob. Esse grupo de Adeptos veio de Vênus, logo após a queda do homem
no Jardim do Éden ou Lemúria.

21
capítulo 3

OS TRIBUNAIS DO KARMA
  

O Livro Tibetano dos Mortos diz: “Estiveste em um desmaio durante os


últimos três dias e meio. Logo que te recuperares desse desmaio terás o pen-
samento”.
O que passou? Nesse momento, todo o Samsara (universo fenomênico)
estará em revolução. No instante da morte, a entrada nos mundos eletrônicos
e moleculares, é uma tremenda prova para a consciência do homem. O Livro
Tibetano dos Mortos assegura que no momento da morte todos os homens
caem em um desmaio que dura três dias e meio.
Max Heindel, Rudolf Steiner e outros autores sustentam que durante esses
três dias e meio o ego desencarnado vê acontecer toda sua vida em forma de
imagens e em ordem retrospectiva. Esses autores asseguram que estas lem-
branças se acham contidas no corpo vital.
Isto é certo, mas só parte da verdade. As imagens e lembranças contidas no
corpo vital e a visão retrospectiva da vida é uma repetição automática de algo
semelhante no mundo eletrônico.
No momento da morte, e durante os três dias e meio seguintes, nossa vonsci-
ência e nosso julgamento interno são liberados pela descarga eletrônica; então
vemos passar toda nossa vida em forma retrospectiva.
A descarga é tão forte que em seguida o homem cai em um estado de coma
e de sonhos incoerentes. Só aqueles que possuem isso que se chama alma po-
dem resistir à descarga eletrônica sem perder a consciência.
Passados os três dias e meio, a Essência entra num estado de consciência de
tipo lunar. No momento da morte, revivemos a vida em forma retrospectiva,
sob a descarga eletrônica, mas em forma muito rápida e terrível.

22
No mundo molecular, voltamos a reviver nossa vida em forma muito mais
lenta, porque o tempo no mundo molecular é mais lento que no mundo eletrônico.
Sob a influência lunar revivemos nossa vida da velhice à infância e ao nas-
cimento. Então, os desencarnados visitam aqueles lugares com os quais se re-
lacionaram; revivem cada cena de sua vida; dizem e fazem tudo o que fizeram,
sentindo alegria pelas boas obras e profunda dor pelas más.
Terminado o trabalho retrospectivo, é claro que teremos plena consciência
do resultado final da vida que terminou. É então e só então quando todo aquele
que não estiver definitivamente perdido toma a decisão de corrigir seus erros
e pagar o débito. Só os completamente perdidos não respondem aos impactos
terríveis dos mundos moleculares e eletrônicos.
Realmente, esses seres já estão tão materializados que, de fato, retornam ao
mundo mineral; este é o inferno cristão, Ammit, o monstro egípcio devorador
dos mortos com suas gigantescas fauces de crocodilo, o devorador dos cora-
ções, o abutre cósmico que consome os refugos ou despojos da humanidade, o
Averno romano, o Avitchi hindu, etc.
Todos os planos de existência mencionados pela teosofia podem ser perfei-
tamente sintetizados em quatro regiões:
1. Inferno - Mundo mineral
2. Terra - Mundo celular
3. Paraíso - Mundo molecular
4. Céu - Mundo eletrônico
O Julgamento Final é o que decide a sorte dos desencarnados. Terminado
o trabalho retrospectivo, temos que nos apresentar nos Tribunais do Karma.
Nesses Tribunais temos que responder por nossos atos em vida; a sentença dos
juízes é definitiva.
De fato, não é exato afirmar que todos os seres passam às regiões do Paraíso
ou aos estados de felicidade de tipo celestial depois do julgamento. Efetivamente,
só passa às regiões inefáveis, mencionadas pela teosofia, uma pequena minoria
de seres.
O Julgamento Final divide os desencarnados em três grupos:
1. Os que se reencarnam imediatamente.
2. Os que sobem aos estados paradisíacos e celestes e que se reencarnam
muito tempo depois.
3. Os que entram em Reino Mineral (Inferno).

23
capítulo 4

OS QUATRO CÍRCULOS
  

Nosso Sistema Solar é um corpo com quatro círculos completos. A circun-


ferência de cada um dos círculos tem seu respectivo padrão de tempo.
O círculo da região mineral, chamado Inferno ou Avitchi, tem uma es-
cala de tempo que abarca 80.000, [8.000], 800 e 80 anos, tempo este terri-
velmente lento, mas bem apropriado para todos os processos minerais que
se realizam no interior da crosta terrestre, nesse reino chamado ‘Inferno’
ou Avitchi.
O círculo da vida celular se estende de 80 anos a um mês; dentro deste tempo
normalmente se desenvolvem os organismos que vivem na superfície da terra.
O círculo da vida molecular se estende de um mês a 40 minutos e mede
todos os fenômenos e acontecimentos do mundo molecular. O mundo mole-
cular é a região ou as regiões da atmosfera ou o Paraíso de todas as religiões
[Paraísos Moleculares].
O círculo da vida eletrônica oscila entre 42 segundos e meio segundo; este
é o tempo das regiões celestes com o qual se medem os fenômenos da luz e dos
acontecimentos solares.

4.1 - O AVITCHI
A região infernal ou Avitchi está dentro das camadas minerais da Terra.
O Avitchi está abaixo dos limites da percepção sensorial externa. O Avitchi
jamais pode ser visto com os sentidos físicos porque pertence às regiões do
ultra.

24
O Avitchi tem nove regiões terrivelmente densas. O Avitchi é simbolizado
pelos infernos das grandes religiões. Inferno vem do latim infernus; significa
região inferior. Os ‘infernos atômicos da natureza’ são os mundos submersos,
situados no interior da Terra.
Quando um ser humano se torna muito materialista, muito preguiçoso,
entra no Avitchi depois do julgamento. O Livro Tibetano dos Mortos diz: “Ao
cair aí, terá que sofrer padecimentos insuportáveis e de onde não há tempo
certo para sair”.
Aqueles que em cada retorno se tornam mais e mais densos e malvados
acabam por entrar no reino que lhes é afim. Este é o reino das rochas, onde
vivem os restos fósseis e petrificados dos que foram criaturas vivas.
Estas são as pessoas de coração empedernido, insensíveis, etc. Estas
pessoas já não reagem a nenhum tipo de castigo; cada vez que retornam,
o único que fazem é trabalhar no mal e para o mal; amam o mal por amor
ao mal.
Pela persistência no crime, por seu exagerado materialismo, se transfor-
maram em alguma forma de mineral; entraram no reino mineral dispostos a
correr a mesma sorte do mineral.
Este é o crisol de fundição [da natureza], cujo propósito é liberar a fração
do Princípio Causal [a Essência], a matéria prima, o produto psíquico, espécie
de embrião de alma, encerrado no fantasma diabólico mineralizado.
No Avitchi, os perdidos involuem no tempo; passam do estado humano
para o estado animal; depois, ingressam no reino vegetal; por último, ao mine-
ral. Depois, se desintegram; são reduzidos a poeira cósmica.
Quando estes tenebrosos se desintegram, algo escapa para dentro e para
cima; isso que escapa é o embrião de alma [a Essência], a matéria prima que
retorna ao mundo do Espírito. Recordemos a visão de Er*, que diz assim:
“E disse que todas, conforme chegavam, se voltavam com alegria
para a pradaria e acampavam aí como em uma congregação; e as-
sim discutiam entre elas: algumas gemendo e chorando, enquanto
recordavam todas as coisas terríveis que tinham sofrido e visto em
sua viagem debaixo da terra - diziam que sua viagem tinha sido de
mil anos... (pois, de acordo com o número de erros que cada homem
tinha cometido e o número daqueles a quem tinha feito mal, sofria
um castigo por tudo, sucessivamente, dez vezes para cada um). Ago-

25
ra bem, cada cem anos pagavam, pois cem anos se contam como a
vida de um homem, e assim acontecia que o preço do obrar mal se
pagava dez vezes”.

*NT – Er é uma história de Platão narrada no seu livro A República; trata-se de um relato de
alguém que foi e voltou do Inferno. A narrativa diz que cada um paga pelo que deve a fim de
purificar sua alma. Sugerimos estudar o livro Sim! Há inferno, Diabo e Karma, do mesmo autor,
já editado pela IGB-Edisaw.

4.2 - A REGIÃO CELULAR


O retorno da Essência humana começa pela concepção. É maravilhoso o
trio que inicia nossa vida: concepção, gestação e nascimento.
Não deixa de ser assombroso pensar que o homem começa como uma
célula, sujeito ao veloz tempo das células, e vivendo no mundo das células. É
extraordinário saber que, depois de uns 80 anos, termina sua vida humana,
sobrecarregado de lembranças.
Os processos internos que iniciam a concepção são tremendamente velo-
zes, mas conforme transcorre o tempo, este vai se tornando mais lento. Todos
os processos orgânicos se tornam mais lentos.
Realmente, existe a relatividade do tempo. A gestação humana dura 10 me-
ses lunares; a infância, 100 meses lunares; a vida, mais ou menos 1.000 meses
lunares.
O rastro eletromagnético que deixa a vida de um homem no instante da
morte imprime-se na concepção do novo feto. A trilha da vida está formada
com os rastros do cavalo da morte.
Morte, julgamento e concepção constituem um trio perfeito.
“No momento da morte - diz uma doutrina tibetana - os quatro sons, cha-
mados de ‘sons que inspiram terror sagrado’, escutam-se assim:
1. O da força vital do elemento terra, um som como o desmoronamento
de uma montanha.
2. O da força vital do elemento água, um som como o das ondas do oceano.
3. O da força vital do elemento fogo, um som como o do incêndio de uma
selva.

26
4. O da força vital do elemento ar, um som como o de mil trovões rever-
berando simultaneamente.
O lugar onde alguém se refugia, fugindo destes ruídos, é a matriz”. [fu-
turo ventre materno]
Quando o espermatozóide se une com o óvulo começa a gestação. A célula,
com a qual começa a vida humana, contém 48 cromossomos*. Isto nos fala
claramente das 48 leis que regem o organismo humano. Existem 48 controles
que regulam o organismo humano. Os cromossomos se dividem em genes;
uma centena, ou algo mais, constituem um cromossomo. A total constituição
do organismo humano está determinada pelos genes.

* NT – Em realidade, a ciência afirma peremptoriamente que são apenas 46 cromossomos, 23


masculinos e 23 femininos. Porém o autor afirma, em todos os seus livros, que são 48, como no
macaco. Se considerarmos que a ciência não conhece e nem tem capacidade de conhecer todas as
propriedades químicas e biológicas de um elemento dado, então as Tabelas Periódicas da Química
e da Química Oculta não conferem, mas seguem paralelamente, bem como os elementos bioló-
gicos.

Os genes são muito difíceis de estudar porque estão constituídos por pou-
cas moléculas; vibram rapidamente e devem constituir uma zona intermedi-
ária entre o mundo molecular e o mundo celular. Estes genes se movem e se
combinam sob as ondas radiativas que emite o moribundo nos últimos instan-
tes. Assim, o novo corpo físico é o resultado exato de nosso passado retorno, o
fiel instrumento de nosso karma.
No mundo tridimensional, a vida de cada ser humano é uma repetição
da passada existência acrescida de suas conseqüências, boas e más. O tempo é
redondo e os acontecimentos se repetem cada qual em seu dia e em sua hora.
Esta é a Lei da Recorrência. Tudo volta a ocorrer tal qual aconteceu antes,
mais as conseqüências, tanto boas quanto más. Esta é a Lei do Karma, a lei de
ação e conseqüência.

NT – Lei do Karma, Lei do Destino, Lei do Retorno, Lei de Causa e Efeito, Lei da Recorrência, todas,
no fundo, são a mesma e única Lei que rege a vida no universo, mantendo-o em eterno equilíbrio.

Realmente, a repetição automática de fatos tem por objetivo nos fazer


conscientes de nossos próprios erros. Desgraçadamente, nada podemos fazer.
Tudo se repete em seu tempo e em sua hora, conforme giram os ponteiros do
relógio.

27
Para mudar as circunstâncias externas, primeiro temos que mudar inter-
namente. Só podemos mudar internamente forjando alma e espírito, quer di-
zer, encarnando o Ser.
Só o Ser pode fazer algo; só o Ser pode mudar todas as coisas. Quem quiser
possuir o Ser tem que transmutar suas energias sexuais, volitivas, emocionais,
mentais, passionais, motrizes, sentimentais, etc.
Temos que transmutar os metais vis, quer dizer, nossos defeitos, no mais
puro ouro do espírito. Só assim, possuiremos alma e espírito. É necessário que
morra o ‘eu pluralizado’ e nasça dentro de nós o Ser.
A vida no mundo celular é uma tremenda repetição de eventos; só dissol-
vendo-se o ‘eu’ à base de suprema compreensão e santidade e forjando-se alma
e espírito poderemos nos libertar desta trágica Roda da Fatalidade. Este é o
terrível círculo vicioso, esta é a Roda do Samsara.

4.3 - A REGIÃO MOLECULAR


A lenda de Zoroastro diz: “Todo aquele cujas boas obras excederem três
gramas de seu pecado vai ao céu; todo aquele cujo pecado for maior, ao in-
ferno; quando ambos forem iguais, permanecerá no Hamistikan até o corpo
futuro ou ressurreição”.
A região molecular é a região do Paraíso. Aqueles seres que sofreram
muito na vida e que foram relativamente bons durante a existência submer-
gem na felicidade do mundo molecular antes de voltar a tomar um novo
corpo físico.
As regiões moleculares estão saturadas de felicidade. As Essências huma-
nas, em ausência do ‘eu pluralizado’, são felizes nessas regiões inefáveis. En-
quanto isso, os egos dessas Essências, quer dizer, os ‘eus’, permanecem no Um-
bral do Mistério aguardando o novo retorno.
Na ausência do ‘eu’, as Essências se desenvolvem felizes no Paraíso. Esses
seres usam corpo molecular. Quem possui o Astral Cristo resplandece de gló-
ria e é ainda mais feliz no Paraíso. Esse corpo só reside em estado germinal
dentro de sua semente sexual. Mas germina e nasce quando o Iniciado conhe-
ce os mistérios do sexo. O Astral Cristo é um corpo maravilhoso. As pessoas
que possuem esse corpo são verdadeiramente imortais, pois jamais perdem a
Consciência.

28
O Paraíso, por ser molecular, penetra e compenetra toda a atmosfera ter-
restre, estando relacionado muito especificamente com a ionosfera que se en-
contra a cerca de 100 km acima da superfície terrestre. Essa região é especial-
mente muito pura.
Os astronautas, mesmo viajando por esta zona, jamais poderiam descobrir
o Paraíso com os sentidos físicos; só com o sentido espacial é possível ver o
Paraíso. O Movimento Gnóstico ensina diversas técnicas científicas para abrir
o sentido espacial.
A região molecular tem distintos países inefáveis. Estes são os planos e
subplanos de que falam teósofos e rosacruzes. Nessas regiões de felicidade ili-
mitada vivem ditosos os desencarnados até que seu tempo se esgote.
O amanhecer, o dia, a tarde e a noite; a infância, a adolescência, a matu-
ridade e a senilidade governam todo o cosmo, e até aqueles que desencarnam
estão submetidos a esta lei. Em seu devido tempo, todos esses seres ditosos
necessitam retornar.
Tudo o que vêem os desencarnados está dentro de sua própria mente. Os
estados devakânicos, de que falam os livros teosóficos e rosacruzes, assim o as-
seguram. O estado de inconsciência em que caem os desencarnados sob o cho-
que eletrônico é algo muito lamentável porque, ainda quando estes desfrutam
da felicidade das regiões moleculares, não estão suficientemente conscientes
como os Adeptos da Loja Branca. Só quem forjou alma vive consciente nas
regiões superiores do universo.
Os desencarnados comuns e correntes projetam na atmosfera molecular
seus próprios desejos e aspirações, e sonham com eles vivendo em perfeita fe-
licidade. Os Adeptos não sonham porque despertaram a Consciência e vivem
dedicados nesta região a trabalhar de acordo com as grandes Leis Cósmicas no
laboratório da natureza. Isto não significa que os desencarnados não se sintam
felizes com a paisagem ou as paisagens no Paraíso. Naturalmente, são imensa-
mente felizes com seu ambiente de felicidade.
O Livro Egípcio dos Mortos e o livro A Arte de Morrer da Idade Média
nos ensinam a preparação para a morte. Os homens dedicados unicamente
às coisas materiais não terão a dita de experimentar a felicidade do Mundo
Eletrônico, devido ao estado de inconsciência em que caem. Quando essas pes-
soas vivem no Mundo Molecular, passam ali suas férias sonhando; bebem da
fonte do esquecimento e sonham alegremente.

29
O corpo molecular é microscópico e telescópico ao mesmo tempo. Com
esse corpo podemos ver o imensamente pequeno e o imensamente grande.
No Paraíso, os desencarnados participam da natureza íntima de todo o criado,
penetrando no coração de todo o existente. É melhor conhecer as coisas por
penetração do que por percepção externa. A vida no Paraíso seria melhor se
o desencarnado não projetasse no mundo molecular seu próprio cenário. Ali,
cada qual projeta na atmosfera imagens de sua própria mente.

4.4 - O MUNDO ELETRÔNICO


O Mundo Eletrônico é o mundo da luz solar, o Mundo do Espírito.
Quem tem Espírito, quem possui um corpo eletrônico, exerce poder sobre
os mundos molecular, celular e mineral. Quem possui corpo eletrônico está em
condições de ajudar seus discípulos a criar suas próprias almas.
Todo verdadeiro instrutor ensina seus discípulos a criar alma. Todo homem
com alma é um verdadeiro reformador. O homem com alma pode ajudar seus
discípulos ensinando a teoria da aquisição de alma. Mas só um homem com cor-
po eletrônico pode trabalhar com esses embriões de almas; da mesma forma, só
um homem com corpo celular pode trabalhar com os minerais da terra.
Exageraram certas afirmações ao dizerem que o ser humano tem alma e
espírito. Realmente, dentro da Essência humana existe uma fração do Ser Cau-
sal, mas essa fração é só a matéria prima [a Essência] que a vida nos deu para
criar a alma.
Quem forja a alma se funde com a Grande Alma Universal. Quem forja o
Espírito se une com o Espírito Universal de Vida. “Porque a qualquer um que
tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-
lhe-á tirado. Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto
e ranger de dentes”. (Mateus 25:29-30)
A felicidade da Essência humana no Mundo Eletrônico, depois da morte,
é muito passageira porque o ser humano não está ainda preparado para viver
continuamente nessa região solar.
Existem escolas para a criação de alma e também existem escolas de rege-
neração sexual para a criação do espírito. A Escola Gnóstica-Rosacruz é tem-
plo e escola ao mesmo tempo.

30
O Movimento Gnóstico está intimamente unido à autêntica e legítima Es-
cola Rosacruz que só existe nos mundos superiores. Nosso Movimento Gnós-
tico Cristão Universal ensina o real caminho da regeneração. Nossa Escola en-
sina a criar alma e espírito. Nosso Movimento está iniciando a Era de Aquário
em meio ao augusto trovejar do pensamento.
O Mundo Eletrônico é maravilhoso. No Mundo Molecular a luz e o som se
difundem cem vezes mais rápido que na região celular. Porém na região eletrô-
nica, viaja instantaneamente por toda parte, não em linha reta como na região
celular, nem por uma determinada área como o perfume, mas sim, integral-
mente, através do espaço volumétrico; sendo independente de toda atmosfera,
pode viajar até o sol em apenas 7 minutos.
No Mundo Eletrônico, somos Luz e vivemos em todas as coisas. Ali, vi-
venciamos a realidade da unidade da vida. Os corpos eletrônicos se movem
livremente com a Grande Luz no espaço divino. A consciência humana, vestida
com seu corpo eletrônico, inclui, dentro de si mesmo, a vida e a consciência de
todos os seres do Universo. Isto é o Yoga, a união com Deus.
Todo aquele que adquire Espírito tem que viver o Drama do Cristo Interno
em sua vida prática, em seu lar, em sua cidade, em meio ao seu círculo social.
Este é um drama cósmico que existe mesmo antes da vinda de Jesus. A essência
do drama, seu evento principal, é a morte do Iniciado e sua entrega suprema
ao Pai. Este acontecimento ocorre entre raios, trovões e grandes terremotos.
A transfiguração do personagem principal no mundo eletrônico, a aqui-
sição de espírito é algo grandioso e terrivelmente divino. Nesses instantes, a
força eletrônica se desloca e a abertura vertical, através de todos os planos da
consciência cósmica, se abrem por um momento os mundos internos à percep-
ção ordinária do homem da rua, comum. Então se produzem todas as coisas
maravilhosas que narram os evangelhos quando Jesus expirou na cruz. Treme
a terra, abrem-se os sepulcros, ressuscitam os santos e todos exclamam: Verda-
deiramente, este é o Filho de Deus!

FIM

31
LIVRO 2

OS MISTÉRIOS DA VIDA
E DA MORTE
(Los Misterios de la vida y de la murte)

Samael Aun Weor


Kalki Avatar da Era de Aquário
1ª. Edição: 1962 - Colômbia

Para a tradução deste livro foi usada a edição colombiana de 1977.


PRÓLOGO DA EDIÇÃO ORIGINAL
  

Neste livreto o Mestre Samael fala da morte física e de tudo o que acontece
depois do desencarne.
A humanidade tem medo da morte porque é totalmente carente dos valo-
res da consciência para poder se apresentar diante de Deus.
Uma vez que os grandes mistérios contidos nesta pequena obra sejam
postos em prática em todos os níveis do Ser, abrir-se-á um novo panorama
em nossa existência porque levamos ao Criador um presente de grande valor:
nossas boas obras. Desta forma, evitamos o Karma, que é a causa de tantos
sofrimentos e amarguras em nossa vida.
Através da auto-análise poderemos reconhecer nossas maldades e nos ar-
rependermos de coração, preparando-nos para que nosso Real Ser possa se
expressar através de nossa laringe criadora.
Se pusermos nossa mente a serviço do coração haverá melhor compreen-
são para poder nos orientar e prestar um melhor serviço à humanidade.
Portanto, aconselhamos todos os leitores desta obra a pôr em prática o que
o Patriarca aqui nos aconselha com tanto sacrifício e amor para nosso próprio
benefício.

Pedro López Lindo

34
capítulo 1

A MORTE
  

Amados discípulos, vou lhes falar a respeito da morte. A morte é a coroa


de todos. Depois da morte, a alma entra na Luz Astral.
Quando chega a hora final, o Anjo da Morte se aproxima do leito daquele
que vai desencarnar.
Há um coro de anjos da morte. Esse coro é dirigido pelo planeta Saturno.
Cada Anjo da Morte leva um livro. Nesse livro, estão anotados os nomes de
todas as almas que irão desencarnar.
Ninguém morre na véspera. O Anjo da Morte simplesmente retira a alma
do corpo. A alma está unida ao corpo por meio de um fino cordão celestial
prateado. O Anjo da Morte rompe esse cordão para que a alma não possa re-
tornar ao corpo.
Depois da morte, as almas vêem o Sol, as nuvens e as estrelas como sempre
viam, tudo igual. Durante algum tempo, as almas dos mortos não acreditam
que morreram. Essas almas vêem todas as coisas deste mundo da mesma forma
que viam antes; por isso, não acreditam que morreram.
As almas dos mortos vivem na Luz Astral. A Luz Astral é a luz de todos os
encantamentos e feitiços mágicos. A Luz Astral está relacionada com o ar; por
isso a respiramos e a ingerimos, mas a Luz Astral só pode ser vista com os olhos
da alma [clarividência].
As almas se vêem com as mesmas roupas com que se viam em vida. Pouco
a pouco, a consciência dessas almas vai despertando; então, se dão conta que já
não pertencem mais a este mundo material de carne e osso.
Para conversar com os mortos existem vários procedimentos. Por exem-
plo:

35
Em uma sala ou quarto coloca-se o retrato do falecido. Depois, todas
as noites, à meia-noite, o discípulo entra nesse lugar, põe junto ao re-
trato os alimentos que o desencarnado mais gostava quando em vida e
usando os mesmos pratos que ele usava; acende uma vela; chama três
vezes por seu nome.
O estudante senta-se numa poltrona ou cadeira junto ao retrato e, em
seguida, põe-se a meditar sobre a vida do falecido, sua história, imagi-
nando-o como era antes, etc., até adormecer.
Repetirá todas as noites este procedimento, sempre na mesma hora
e no mesmo quarto, sentando-se depois numa cadeira ou poltrona,
próximo ao retrato do falecido. Haverá uma ocasião em que o discí-
pulo verá e ouvirá o desencarnado e poderá falar com ele diretamente
[como se vivo estivesse].
O importante é que o discípulo consiga adormecer nos momentos que
estiver meditando sobre a vida do falecido. É nesses momentos, quan-
do está adormecido, que o desencarnado aparece; então o discípulo
poderá conversar com ele pessoalmente.
Isto não é espiritismo. Isto é Magia Prática. O importante é que o dis-
cípulo tenha muita fé e paciência; muita perseverança. Se o discípulo
não se cansar, uma noite qualquer a alma do morto aparecerá; então,
o discípulo terá o prazer de conversar com o ente querido que partiu
para o outro lado da vida. O mais importante é vê-lo, ouvi-lo e tocá-lo.
No Oriente existe uma caverna onde os que querem ver o Buddha entram
para invocá-lo. Em certa ocasião, um chinês que queria vê-lo, entrou na cova e
o invocou; mas ele não apareceu. Então o chinês jurou não sair da caverna até
que Buddha aparecesse. E ali permaneceu o homem vários dias desesperada-
mente clamando pelo Buddha; um dia, ele apareceu no meio da cova, cheio de
luz e de beleza. Então, ele abençoou o chinês e este saiu feliz da caverna.
Com este sistema de invocação, podemos ver os mortos e conversar com
eles diretamente.

36
capítulo 2

Evolução da alma desencarnada


  

As almas dos mortos precisam atravessar as esferas da Lua, Mercúrio,


Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno. Cada um desses planetas está envolto em
uma atmosfera astral.
As atmosferas astrais penetram e se compenetram mutuamente, sem se
mesclarem. Todas essas atmosferas estão relacionadas com o ar que respira-
mos.
LUA: Quando a alma entra na esfera lunar, se sente muito atraída para o
lugar onde seu corpo foi enterrado; quer atuar exatamente como se tivesse cor-
po de carne e osso. Essas almas se sentam para almoçar e para comer em suas
casas e sentem as mesmas necessidades físicas de antes.
MERCÚRIO: Quando a alma entra na atmosfera de Mercúrio, vê que a
atmosfera lhe esclarece mais; percebe ainda todas as coisas muito mais belas
que antes. Aquelas almas que em vida jamais souberam se adaptar à todas as
circunstâncias da existência, então sofrem o indescritível. As almas cheias de
orgulho e de soberba também sofrem demais porque querem que todo mundo
as respeite como antes, por seu dinheiro e sua linhagem. Porém, na esfera de
Mercúrio, só se respeitam as almas por sua santidade e por sua sabedoria. As
almas que em vida foram humildes, devotas e caridosas, sentem-se ditosas na
esfera de Mercúrio.
VÊNUS: Mais tarde, a alma entra na esfera de Vênus. Nessa esfera, as almas
se tornam infantis, e se alegram como crianças e brincam no seio da natureza.
Na esfera de Vênus nos tornamos profundamente religiosos e compreendemos
que todas as religiões do mundo são pérolas engastadas no fio de ouro da di-
vindade. Na esfera de Vênus nos tornamos místicos e desfrutamos dos bosques
e montanhas da natureza; somos muito felizes. As almas que jamais tiveram

37
atividade religiosa, as almas materialistas, ali se sentem fora de seu ambiente
como aves em quintal alheio; sofrem o indescritível. Já aquelas que foram deli-
rantes e fanáticas em assuntos religiosos, sentem ali imenso remorso por suas
más ações porque compreendem o mal que fizeram aos outros. Essas almas
também sofrem o indizível. Algum tempo depois, a alma entra na esfera solar.
SOL: Nessa esfera, compreendemos a unidade da vida; compreendemos
que a vida que palpita em nosso coração é a mesma vida que palpita no co-
ração de cada mundo do espaço. Na esfera do Sol compreendemos o que é a
Fraternidade Universal e sentimos ser parte de uma única grande família hu-
mana. Aquelas almas que foram egoístas, sentem ali na esfera do Sol um pro-
fundo remorso e um grande sofrimento moral. Essas almas sofrem o remorso
de suas más ações. Na esfera solar vemos em cada rosto, um irmão.
MARTE: Mais tarde, a alma entra na esfera marciana. Nessa esfera senti-
mos o desejo de nos afastar para sempre das coisas do mundo material. Nessa
esfera vivemos uma vida de encantamento místico e sentimos a forte influência
de Francisco de Assis ou de Buddha. Ali sentimos que a vida de cada flor é nos-
sa própria vida. Desejamos, então, nos afastar do mundo material para sempre.
JÚPITER: Mais tarde, a alma entra na esfera de Júpiter. Nessa esfera com-
preendemos que a religião que tivemos na terra foi unicamente uma escola
pela qual tivemos que passar. Então renunciamos à religião da Terra e penetra-
mos na Consciência Cósmica.
SATURNO: Bem mais tarde a alma se submerge na esfera de Saturno; en-
tão flutua deliciosamente entre todas as estrelas do espaço; visita os distintos
mundos e se submerge no infinito, pleno de músicas inefáveis e de orquestras
deliciosas, que ressoam entre o coral imenso da eternidade, onde reina a ver-
dadeira felicidade do espaço sem limites.

38
capítulo 3

Reencarnação e Karma
  

A alma, abatida dentro do seio do infinito, vê milhares de seres inefáveis:


Anjos, Arcanjos, Tronos, Virtudes, Potestades, etc.; então compreende que es-
ses seres divinos foram homens que se aperfeiçoaram e que sofreram muitíssi-
mo na escola da vida.
A alma compreende que a vida é uma escola e deseja voltar para essa escola
da vida para se aperfeiçoar. Quando a alma quer voltar à escola da vida para
se aperfeiçoar, quando a alma quer voltar para o mundo, então os Anjos do
Destino levam essa alma a um novo lar: os Anjos do Destino unem a alma, ou
melhor, conectam a alma ao espermatozóide do sêmen do pai.
Esse espermatozóide, eleito pela alma que vai nascer, fecunda a matriz. No
ventre materno, a alma permanece por nove meses, formando seu novo corpo
físico. Não obstante, a alma não está prisioneira porque pode entrar e sair do
ventre materno e de seu corpo cada vez que quiser. Aos nove meses, nasce a
alma com seu novo corpo infantil.
Se na passada encarnação fizemos muito mal ao próximo, então nos toca
agora sofrer as conseqüências, e nasceremos com má sorte: os negócios fracas-
sarão, a miséria nos perseguirá e sofreremos imensamente.
Se antes tiramos a mulher do outro, então agora nos tiram nossa noiva
ou esposa; se fomos maus pais, se não soubemos ser bons com os filhos,
então nos toca nascer em um lugar mais amargo que o fel. Os pais nos farão
sofrer da mesma forma que nós fizemos sofrer nossos filhos na passada
encarnação.
Quem semeia raios não tem outro remédio que colher tempestades. Quem
semeia seu milho que coma seu milho; cada qual colhe o que semeou. Se Deus
enviasse uma alma a nascer entre as comodidades sem ter feito o bem, e a ou-

39
tros, sem ter feito o mal, e os fizessem nascer na miséria, onde estaria a Justiça
de Deus?
Um gênio chega a ser gênio porque durante milhões* de vidas veio lutan-
do para se aperfeiçoar. Nós somos o resultado de nossas passadas encarna-
ções. Com a vara com que medimos, seremos medidos. Existem 42 Mestres do
Karma. O Karma é a Lei da Compensação.

*NT – ‘Milhões de vidas’ aqui tem sentido figurado; não tomar ao pé da letra; quer dizer tão
somente ‘as vidas passadas’, que se limitam a 108 em cada ciclo existencial. Ver o livro Sim!
Há Inferno, Diabo e Karma, do mesmo autor, já publicado pela IGB-Edisaw.

Em cada encarnação somos [podemos ser] mais e mais perfeitos. Viemos


inúmeras vezes a este mundo, e nos toca seguir vivendo, até que nos tornemos
perfeitos.
Existe um sistema para recordar nossas passadas encarnações: Este sistema
é o exercício retrospectivo.
O discípulo, ao se deitar em sua cama todas as noites, fará o exercício
retrospectivo. Começará lembrando-se de todas as coisas acontecidas uma
hora antes de se deitar, duas horas antes, dos instantes da tarde e da manhã,
dos acontecimentos ocorridos durante o dia. Esforçar-se-á o discípulo para
se recordar de todas as coisas da véspera e da antevéspera. Deve recordar
todo o acontecido durante um mês, dois meses, três, um ano, dez anos, vinte
anos atrás, até recordar-se minuciosamente de toda a história de sua vida
presente.
Depois, o estudante deverá tratar de se lembrar dos primeiros cinco anos
de sua vida atual. O discípulo notará, então, que isto é muito difícil. Esses anos
são muito difíceis de se recordar; mas há um segredo para recordá-los: O dis-
cípulo deve adormecer pronunciando mentalmente os mantras (palavras de
poder) Rá-Om... Gá-Om... [alongando os sons].
O discípulo adormecerá pronunciando estas duas palavras mentalmente,
esforçando-se em recordar em seus sonhos todas as coisas que lhe aconteceram
nos cinco primeiros anos de sua história da infância. Os sonhos são verdadei-
ros. Nossos discípulos devem abrir a Bíblia e estudar o Livro de Daniel para
que aprendam [a interpretar os sonhos].
Depois de haver recordado toda sua vida atual, então o estudante deve se
esforçar por recordar os últimos momentos de sua passada encarnação.

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Se o discípulo conseguir dormir tranqüilamente, fazendo esta prática, en-
tão, no próximo dia, poderá recordar em seus sonhos de toda sua passada exis-
tência.
Com este segredo, todo discípulo poderá não só se lembrar de sua vida
passada, como também, além disso, poderá recordar todas as suas passadas
encarnações.
Tudo o que precisa fazer é praticar todas as noites, até obter o triunfo, e ter
muita fé.

41
capítulo 4

o karma
  

Nos mundos internos existe um templo onde oficiam os 42 Juízes do


Karma. Estes são os 42 Chacais da Lei. Eles recebem este nome porque cobrem
suas cabeças com uma espécie de máscara religiosa que tem a forma de cabeça
de cão, lobo ou chacal. Estes 42 Mestres são os [Guardiões, Regentes] da Lei da
Compensação, denominada Lei do Karma.
Todos os males que fizemos a outros em passadas encarnações nos toca
pagá-los na próxima existência. Não só se paga karma pelo mal que se faz,
mas também pelo bem que se deixa de fazer podendo fazê-lo. Quem tem com
que pagar paga e se sai bem em seus negócios. Quem não tem com que pagar,
indubitavelmente tem que pagar com dor.
Dizem os Senhores do Karma: “Façam boas obras para pagar suas dívidas”.
“O Leão da Lei deve ser combatido com a Balança”.
Se o prato das más ações pesa mais [em nossa balança de pagamentos kár-
micos], então devemos acrescentar boas obras no outro prato.
Está escrito: “Aumenta o peso da platina das boas obras para inclinar o
prato da balança a seu favor”.
Assim é como podemos quitar velhas dívidas e evitar a dor.
“Quando uma Lei Inferior é transcendida por uma Lei Superior, a Lei
Superior lava a Lei Inferior”.
Nossos discípulos devem aprender a viajar em corpo astral para visitar o
templo dos Senhores do Karma. O chefe deste templo é Anúbis.
O segredo para viajar em corpo astral é muito simples: O discípulo se dei-
tará em seu leito e procurará dormir tranqüilamente. Depois, nos instantes em

42
que estiver adormecendo, o discípulo se levantará de seu leito e sairá de seu
quarto de forma natural.
Se o discípulo der um pequeno salto com a intenção de flutuar, então verá,
com assombro, que estará flutuando deliciosamente no ar e poderá se transla-
dar em corpo astral a qualquer lugar da Terra.
O discípulo pode ir em corpo astral ao Palácio dos Senhores do Karma.
Neste Templo, poderá acertar suas pendências com os Senhores do Karma.
Quando dizemos ‘pendências’ estamos nos referindo às dívidas em aberto que
temos com a Justiça Cósmica.
Os Senhores da Lei também concedem crédito, mas todo crédito deve ser
pago fazendo boas obras em benefício da humanidade.
Devemos aprender a sair em corpo astral para resolver pessoalmente nos-
sos negócios [e pendências] com os Senhores do Karma.
Quando o homem aprende a manejar sua contabilidade cósmica poderá
gerenciar sua vida mais eficientemente.

43
capítulo 5

O Íntimo
  

São Paulo disse: “Recordem que seus corpos são o templo do Deus Vivo e que
o Altíssimo mora em vós”. O Altíssimo é nosso Íntimo, nosso Espírito [Atman].

NT – “Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles
andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo” (2 Coríntios 6:16).

Assim, o Íntimo é o que de mais divino temos em nós. É Deus em nós. O


Íntimo é belo, é sublime, é puro.
O Íntimo tem duas coisas: alma e corpo. A alma está em contato com o
Sistema Grande-Simpático. O Íntimo está em contato com o Sistema Cérebro
Espinhal; quer dizer, com a Coluna Cérebro-Espinhal.
A alma sofre, se alegra, trabalha, adquire experiência, comete erros, é imper-
feita. A alma é pecadora. A alma se deixa levar pelas paixões; por isso, sofre. Assim,
se a alma quer se tornar Anjo, não lhe resta escolha que acabar com seus defeitos,
tornar-se pura, limpa, branca e luminosa para chegar à união com o Íntimo.
Quando a alma se funde com o Íntimo, quer dizer, quando se mescla com
o Íntimo, quando se torna una com Ele, então, se transforma em Anjo.
O Íntimo é uma Chama. A alma é outra Chama. Quando as duas Chamas
se juntam, formam uma só Chama. Essa Chama é o Anjo. Assim, pois, os Anjos
são homens perfeitos, almas arrependidas, homens que se arrependeram de
seus pecados, de suas maldades, de suas fornicações, de seus adultérios, de seus
homicídios, etc.
Deus é o Íntimo que está em nós; é o Espírito Universal de Vida. É o Fogo
Divino que está dentro da rocha, dentro das águas, dentro do ar, em todo o
espaço.

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Todo o Infinito está animado pelo Fogo Divino. Deus é o Fogo Ardente.
Em toda parte está o Fogo Ardente. O Fogo é Deus. O Fogo é Pentecostes. O
Fogo é Deus.
O Fogo que Moisés viu na Sarça de Horeb é Deus. O Íntimo que temos
dentro é uma Chama de Fogo Divino; é Deus dentro de nós. O Íntimo é o
Homem Divino; é o Homem Celeste que está dentro de nós mesmos.
Quando a alma se mescla com o Íntimo, se converte em espírito. Então,
nos tornamos anjos. Os anjos estão na natureza, nos rios, no mar, nas nuvens,
nos vulcões, em todas as partes.

45
capítulo 6

Magia Sexual
  

“Nós saímos do Éden pelas portas do sexo. O Éden é o mesmo sexo”.


No Éden não podemos entrar senão pela porta por onde saímos. Essa por-
ta é o sexo. Nenhuma pessoa pode entrar no Paraíso através de falsas portas.
Estas não existem no Paraíso. O Paraíso não tem portas dessa índole. É neces-
sário entrar por onde saímos. “O Éden é o mesmo sexo”.
As Forças Sexuais estão em toda parte; tudo que existe no mundo é filho
do sexo. Nós mesmos existimos no mundo porque tivemos um pai e uma mãe.
No Éden, há duas Árvores: “A Árvore da Ciência do Bem e do Mal e a
Árvore da Vida”.
Nós saímos do Éden por haver comido do fruto proibido. Não poderemos
entrar no Éden enquanto continuarmos comendo desse fruto.
Na base da Coluna Espinhal há um osso chamado cóccix; neste osso, há
um Centro Etérico chamado Muladdhara; dentro desse Centro Etérico, há uma
Serpente de Fogo incrustada. Essa Serpente é o Fogo de Pentecostes, o Fogo do
Espírito Santo.
Esse Fogo é grandioso; tem um poder tremendo. Essa é a Serpente Ígnea
de nossos mágicos poderes. Essa Serpente é chamada na Índia de Kundalini.
Os Magos da Índia despertam Kundalini com a Magia Sexual. A Magia
Sexual é muito fácil: União sexual de homem e mulher formando uma só carne.
Porém ambos, homem e mulher, deverão se retirar do ato sexual sem derramar
o licor seminal.
Assim, o licor seminal não deve ser derramado nem dentro nem, muito
menos, fora da matriz. É necessário retirar-se da mulher e esta do homem,
refreando o impulso sexual para evitar o derrame do licor seminal.

46
Refreando o impulso sexual o sêmen se transmuta em energias sutilíssi-
mas, as quais sobem até o cérebro por dois finos cordões nervosos.
Estes cordões são as ‘duas testemunhas’ de que nos fala o Apocalipse; são as
‘duas olivas’ do templo, ‘os dois castiçais’ que estão diante do trono de Deus da
Terra.
O Yogue forma seu lar sem necessidade de violar o Sexto Mandamento da
Lei de Deus, que ordena “Não fornicar”.
Durante o ato de Magia Sexual pode escapar um espermatozóide, que as
Hierarquias Lunares [regidas pelo Anjo Gabriel] empregam para fecundar a
matriz, sem necessidade de derramar o sêmen.
Deus é o Íntimo, e seu Trono, é a Coluna Espinhal.
As Forças Sexuais são Solares e Lunares. Quando os átomos Solares e
Lunares se unem no cóccix, então desperta a Serpente de Fogo de nossos mági-
cos poderes. Com essa Serpente de Fogo podemos despertar todos os poderes
mágicos.
Essa Serpente penetra pelo orifício inferior da medula espinhal. A medula
é oca por dentro. Ao longo da medula espinhal há um canal, pelo qual, aos
poucos, sobe o Fogo Sagrado do Espírito Santo, até alcançar o cérebro. Quando
a Serpente Ígnea chega ao cérebro, então a alma se une com o Íntimo, e assim
ela entra no Éden.

NT – Obviamente o autor não se refere aqui à medula espinhal do corpo físico, mas sim, do corpo
energético ou dos corpos sutis.

A alma que se une com o Íntimo tem poder sobre a terra, as águas e o fogo;
também exerce poder sobre os ventos e furacões. Pode ouvir e ver as coisas do
Céu, da Terra e do Abismo, e pode saber todas as coisas divinas.
O Cristo Jesus disse: “Os milagres que eu tenho feito, poderão fazê-los vós,
e ainda mais”.

NT – Não localizamos exatamente esta frase nos evangelhos, mas em João 14:12 temos: “Na ver-
dade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará
maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai”.

Assim, a única forma de entrar no Paraíso é pela porta por onde saímos.
Essa porta é o sexo. Ninguém pode entrar no Paraíso por falsas portas.

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Os solteiros devem transmutar o licor seminal com a respiração profunda
e mantendo os pulmões cheios durante 30 segundos ou mais. Este exercício de
Swara deve ser feito diariamente.

NT – Swara é a antiga ciência da respiração, ensinada pelo Yoga.

48
capítulo 7

As Sete Igrejas
  

As Sete Igrejas de que nos fala o Apocalipse de São João não estão no con-
tinente asiático como supõem os ignorantes. Estas Sete Igrejas estão em nossa
Coluna Espinhal.
O Apocalipse de São João é um livro selado com Sete Selos. Esse livro é o
próprio Homem. Ninguém, exceto o Cordeiro, quer dizer, nosso Íntimo, que
mora dentro de nós mesmos, pode abrir este Livro e desatar seus Sete Selos.
As Sete Igrejas são Sete Centros Nervosos que temos em nossa Coluna
Espinhal. São elas:
1. ÉFESO: A Primeira Igreja é a de Éfeso. Essa Igreja reside no osso coc-
cígeo. Dentro desta Igreja está a Serpente Sagrada, a Cobra de Metal,
a Serpente de Bronze que sanava os israelitas no deserto. Quando esta
Igreja se abre, adquirimos poder sobre os vulcões, sobre os terremotos
e sobre as criaturas que vivem debaixo da terra.
2. ESMIRNA: Quando a Serpente chega à altura da próstata, Ela abre a
segunda Igreja, a de Esmirna; então, adquirimos poder sobre as águas
e as tempestades.
3. PÉRGAMO: Quando a Serpente Sagrada, subindo pelo Canal Central
da medula espinhal, chega à altura do umbigo, então desperta a terceira
Igreja, a de Pérgamo. Então adquirimos poder sobre os raios, o fogo e
os vulcões em erupção. Podemos exercer poder sobre os vulcões e os
vulcões nos obedecerão; podemos mandar no fogo e o fogo universal
nos obedecerá.
4. TIATIRA: Quando a Serpente chega à altura do coração, então desper-
ta a Igreja de Tiatira. Esta Igreja nos dá poder sobre os ciclones, a brisa
e os furacões.

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5. SARDES: Quando a Cobra Sagrada chega à altura da garganta, então
podemos ouvir as coisas que falam os Anjos, as palavras das almas dos
mortos, etc.. Esta é a Igreja de Sardes.
6. FILADÉLFIA: Quando a Serpente Sagrada sobe por dentro do Canal
Medular e chega à altura do entrecenho, então podemos ver as coisas
do outro mundo: a Luz Astral, as almas dos mortos, Arcanjos, Serafins,
Potestades, Virtudes, Tronos, etc. Esta é a Igreja da Filadélfia.
7. LAODICÉIA: Quando a Serpente chega à parte superior do crânio,
abre-se a Igreja de Laodicéia. Esse é o Olho de Diamante. Quem abrir
esse olho saberá todas as coisas do Céu e da Terra. Torna-se poderoso.
Vê em todas as partes; nada ignora. Depois disto, a alma se une com
o Íntimo e se converte em Mestre, Profeta, Sábio, Iluminado. Vê tudo,
ouve tudo, nada ignora. Quando a alma se uniu total e absolutamente
com o Íntimo, então se torna um Anjo. Os Anjos são homens perfeitos.

50
capítulo 8

Viagens Astrais
  

A alma está envolvida por corpo fluídico chamado corpo astral. O corpo
astral é semelhante ao corpo físico. Dentro do corpo astral estão a alma com a
mente, a vontade, a consciência e os sentimentos.
O corpo astral é algo maravilhoso; esse é o corpo da alma. Quando o corpo
de carne e osso está adormecido, a alma se desprende do corpo de carne e osso
e se desloca por toda parte. A alma viaja em seu corpo astral.
Quando o Rei Nabucodonosor estava em sua cama, pensou no que devia
ser seu futuro; depois, dormiu. A alma do Rei saiu do corpo de carne e osso,
viajou pelo mundo astral e viu uma estátua, cuja cabeça era de ouro; seu peito
e seus braços, de prata; suas pernas, de ferro, e seus pés, em parte de ferro e em
parte de barro cozido.
O Rei mandou chamar todos os magos, astrólogos e adivinhos caldeus
para que lhe revelassem o sonho da estátua e lhe dessem uma explicação.
Não houve ninguém capaz de saber o que o rei havia sonhado, pois a nin-
guém quis contar. Os sábios, por esse motivo, foram à morte. Daniel, o Profeta,
foi à sua casa e orou ao Senhor Jeová com seus companheiros e se deitou a
dormir tranqüilamente.
Então a alma de Daniel saiu do corpo e viu no Mundo Astral a famosa es-
tátua do Rei Nabucodonosor. No dia seguinte, Daniel se apresentou diante do
Rei e lhe narrou o sonho da estátua e lhe deu sua explicação, sua interpretação.
O Rei ficou assombrado e Daniel foi coberto de honras.
Os sonhos são as experiências astrais. Nossos discípulos devem falar ‘ex-
periências astrais’ e não ‘sonhos’. Nossos discípulos devem dizer “ontem à noite
estive em tal ponto”; “ontem à noite estive em corpo astral em tal lugar”; “tive
uma experiência com fulano de tal no Templo tal”; etc.

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Em corpo astral os Mestres submetem os discípulos a muitas provas. No
Mundo Astral e em corpo astral nossos discípulos recebem suas Iniciações.
O Plano Astral é conhecido na Bíblia com o nome de ‘Monte’. No ‘Monte’
Jesus se transfigurou diante de seus discípulos. O ‘Monte’ é o Mundo Astral.
Durante o sonho, nossos discípulos estão no ‘Monte’.
É aconselhável que nossos discípulos estudem o Livro de Daniel, na Bíblia.
Todas as visões de Daniel foram no ‘Monte’, no Mundo Astral, e não no mundo
físico.
Ao despertar, nossos discípulos não devem se mexer na cama, porque, com
o movimento do corpo, o corpo astral se agita e se perdem as lembranças.
Ao despertar, os discípulos devem se esforçar para recordar todos os luga-
res onde estiveram enquanto seu corpo dormia; devem se esforçar em recordar
todas as suas experiências passadas no Mundo Astral.
Nossos discípulos não devem contar suas experiências a ninguém.

FIM

52
LIVRO 3

ALÉM DA MORTE
(Más allá de la muerte)
ALÉM DA MORTE
Introdução à Gnose
Cartilha Elemental de Segundo Grau

Samael Aun Weor


Kalki Avatar da Era de Aquário

Primeira edição: outubro de 1970 – El Salvador.


Segunda edição: outubro de 1971 – México.
Terceira edição: ampliada e corrigida – 1975 – Bogotá – Colômbia

DO ORIGINAL
MÁS ALLÁ DE LA MUERTE
Introducción a la Gnosis
Cartilla Elemental de Segundo Grado

Samael Aun Weor


Kalki Avatara de la Nueva Era de Acuario

Tercera edición – 1975 - Bogota – Colombia


Ampliada y corregida

“O temor da morte é devido à ignorância. Sempre tememos


o desconhecido. Aquilo que continua depois da morte só pode
ser conhecido por pessoas de consciência desperta. Este livro dá
as bases para despertá-la”.
INTRODUÇÃO DA EDIÇÃO ORIGINAL
Julio Medina Vizcaino

  

De modo bem simples o Mestre Samael nos fala aqui sobre a vida além da
morte. Como sempre, as pessoas simples entenderão o que aqui é explicado,
mas os de mente complicada não entenderão porque sempre se complicam
com as coisas simples.
Quando estes livros forem traduzidos pelos eruditos que compreendem
a sabedoria gnóstica, então poderão conhecer tudo o que aqui está escrito. A
sabedoria oculta diz: “Deus é simples e o resto é complexo; devemos nos tornar
simples”.
Se esta é a primeira vez que chega às suas mãos um livro do Mestre Samael,
vamos ajudar para que compreenda. Você é uma alma que tem um corpo; esse
corpo é o veículo em que você anda e é usado por seus sentidos.
Este veículo vale muito mais que o melhor deles inventado pelo homem,
mas você cuida muito mais do seu automóvel ou de sua moto que do seu corpo
porque custou muito dinheiro, e você sabe que o dinheiro dá poder e mando.
Porém você não cuida do seu veículo vivo porque desconhece o que é a vida.
Além do mais, tudo o que você aprende por aí é mero conhecimento materia-
lista.
Seu veículo vivo conta com cinco sentidos para informar sobre tudo que
acontece fora de você. Existem outros sete sentidos em estado potencial para
que conheça tudo o que existe no mundo supra-sensível, aquilo que não pode
ser visto nem sentido com os cinco sentidos conhecidos. Ao todo, 12 são os
sentidos para o homem superior poder liberar sua alma.

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Quando você comprovar as coisas relatadas aqui não cometa a estupidez
de comentá-las com ninguém, nem com os familiares, porque as pessoas irão
ofendê-lo e criticá-lo. Com as pessoas comuns só se pode falar de feijão, arroz
e carne e daquilo que pode ser comprado e vendido.
Jesus chamou essas pessoas de ‘mortos vivos’ porque vivem adormecidos,
mesmo quando os vemos de olhos abertos; são todos adoradores do ‘Bezerro
de Ouro’; são escravos dos prazeres do mundo. Portanto, se quiser sair do meio
dos ‘mortos vivos’ não peça conselho a eles; o mundo não quer saber daqueles
que se afastam dele.
1. Caro leitor, vamos dar alguns conselhos, caso esteja interessado em ser
ajudado: Se você é casado, não permita que sua esposa (e filhas) tomem
banho no período menstrual; se você é mulher, atente para o que dize-
mos aqui. Assim evitará muitas enfermidades femininas não localizáveis
em seu corpo. No período menstrual deve fazer apenas higiene local.
2. Não permita que em seu lar usem elementos para se comunicar com
os mortos. Tornou-se comum o uso de uma tabelinha ou algo parecido
que transformam em possessos ou médiuns aqueles que brincam com
essas coisas. Mais tarde, quem brincar com isso acabará num hospício,
onde médicos e psiquiatras desconhecem esse mal.
3. Se quiser conhecer a sabedoria gnóstica deves abandonar imediata-
mente a fornicação e o adultério. Com a tua semente formarás o Cristo
em teu coração; sem o adultério poderás seguir o caminho angélico ou
dévico.
Os fornicários e adúlteros jamais conhecerão os profundos Mistérios do
Sexo porque eles não se juntam para melhorar a si mesmos, mas para dar rédea
solta aos seus apetites demoníacos; sequer dão aos seus filhos a oportunida-
de de serem gestados na matriz materna porque na gravidez se tornam mais
bestiais que os irracionais que respeitam as fêmeas que estão gestando suas
criaturas.
As aves do campo abandonam seus ninhos com ovos quando o homem os
toca com suas mãos. Os ovos das galinhas não chocam quando os tiramos de
uma e os levamos para outra chocar.
Os gnósticos sabem que precisamos somente de uma única matriz para
gestar os corpos internos; essa matriz é a esposa-sacerdotisa. Jamais alguém
poderá nascer como Mestre valendo-se de diversos úteros.

56
Para que percebas o quão adormecidas são as pessoas veja uma medalha
do Cristo com a cruz nas costas; às vezes Ele é mostrado cambaleante pelo peso
de sua cruz, e ferido, ensangüentado ou caído ao solo, lavado em sangue; mas
as multidões continuam incessantemente acendendo velas e pedindo favores;
não pode o Cristo com sua cruz e ainda assim as pessoas levam as suas para Ele
as carregar também. Quanta insensatez!
Quando aparece algum médico gnóstico, pessoa pura, que consegue fazer
curas milagrosas, sobre ele passa a transbordar um caudal humano de enfer-
midades desconhecidas, descartado pela medicina oficial. Em pouco tempo o
arrasam... Se você estuda a medicina das plantas e consegue curar, aprenda a
se proteger do mundo...
Agora, escuta estas reflexões...
Certa ocasião um camponês gnóstico de Serra Nevada de Santa Marta
me perguntava: - Quanto pesa uma moeda de prata de 50 centavos?
Respondi: - 12 gramas e meia.
Ele prosseguiu: - Por que será que o governo, que deve ser o mais rico
de todos nós, vende essa moeda tão grande por meros 50 centavos,
quando, por outro lado, os comerciantes vendem um pequeno botão,
que não pesa nada, por um ou dois pesos?
Respondi: - Por que me perguntas isso?
Então ele me mostrou seis botões, muito bonitos devido à sua colora-
ção, que não chegavam a pesar dois gramas, os quais havia comprado
ou trocado por 12 moedas de prata que pesavam quase 150 gramas.
Respondi: - Não somos economistas, apenas cristãos.
E o camponês prosseguiu, dizendo: - Nós precisamos esperar oito me-
ses ou mais para colher a mandioca com enormes sacrifícios, e quando
vamos vendê-la, não nos pagam nem um peso por quilo, que é o valor
de um único desses botões.
Respondi: - Meu amigo, os tempos coloniais ainda não terminaram;
continuamos trocando ouro por espelhinhos e quinquilharias.
E o camponês perguntou: - Quando poderemos nos defender de tanta
tirania?
Respondi: - Amigo, não há mal que dure 100 anos nem corpo que
resista a tanto.

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O corpo de doutrina cristã contido nos Quatro Evangelhos forma todo
um sistema social para a convivência pacífica. Já estamos preparando os líde-
res para o Partido Operário Socialista Cristão Latino-Americano [POSCLA]*,
para defender com a autoridade celeste, as massas trabalhadoras de nossos
continentes e libertá-los da escravidão, para que vivam num mundo melhor
em meio às qualidades enaltecedoras e às condições que mereçam.
Leia agora, caro leitor, esta pequena obra que revelará as coisas do além e
também abrirá seus olhos para compreender as coisas aqui deste nosso mundo.
Que a paz mais profunda reine em teu coração!

* NT – Durante certo período lutou-se no meio gnóstico pela formação de um partido político,
porém fracassou o intento pelos mesmos problemas de sempre: seus dirigentes não trabalhavam
sobre si; por conseguinte, tornou-se apenas uma teoria a mais. Dessa tentativa, restaram somente
os livros escritos pelo Mestre Samael Aun Weor, cujas idéias frutificarão em Aquário, quando a
humanidade renascer após a grande catástrofe, como O Cristo Social, Plataforma do POSCLA e
Transformação Social da Humanidade.

58
capítulo 1

A MORTE
  

O que é a morte física?


É o fim das funções orgânicas, o seu falecimento.

O que há depois da morte?


A morte é profundamente significativa. Descobrindo o que ela é em si
mesma conheceremos o segredo da vida. Aquilo que continua além da sepul-
tura somente pode ser conhecido por pessoas de consciência desperta. Você
está adormecido; por isso desconhece aquilo que está além da morte. Teorias
existem muitas; cada um pode formular sua opinião; porém o importante é ex-
perimentar diretamente isso tudo que pertence aos Mistérios da Morte. Posso
assegurar que dentro do ultra da natureza vivem as almas dos mortos.

Por que existe o medo da morte?


O medo da morte se deve à ignorância. Sempre tememos o desconhecido.
Quando a consciência desperta, a ignorância desaparece, e o temor do desco-
nhecido, deixa de existir.

Sabemos que o corpo físico se desintegra na sepultura depois da morte;


porém o que acontece com a alma? Para onde vai?
A alma dos mortos continua vivendo nas dimensões superiores da natu-
reza. Isso significa que os desencarnados podem ver o sol, a lua, as estrelas, os
rios, os vales, as montanhas, da mesma forma que nós, porém de forma mais
resplandecente.

59
É verdade que depois de uma vida de maldades e de libertinagem se nos
arrependermos na hora da morte, a alma pode se salvar?
Para o indigno todas as portas estão fechadas, menos uma: a do arrepen-
dimento. É claro que se nos arrependermos, ainda que seja no último instante,
podemos ser ajudados a fim de emendar nossos erros.

Por que depois de morrer voltamos a este mundo como fantasmas?


É bom saber que dentro deste planeta existe um universo paralelo, regiões
da quarta dimensão, onde vivem os falecidos. Esse mundo, aparentemente in-
visível, interfere com o nosso sem com ele se mesclar.

Para onde vai a alma de um ser humano que tira a vida de si mesmo?
Os suicidas sofrem muito depois de desencarnarem. Eles vivem aqui e ago-
ra na região dos mortos, mas um dia terão que voltar para uma nova matriz
e renascer neste vale de lágrimas; deverão morrer contra sua vontade ao che-
garem novamente naquela idade em que se suicidaram, quem sabe naqueles
instantes em que estejam mais iludidos pela vida.

Espírito e alma é a mesma coisa?


O Espírito é; a alma existe; portanto, são diferentes.

Os animais e as plantas têm alma?


Sim, têm. As almas vegetais são conhecidas em todas as lendas univer-
sais com o nome de ‘fadas’ e outros. As almas animais são criaturas inocentes.
Recordemos que a palavra animal, quando tiramos o L fica anima [alma em
latim].

Existe um julgamento superior depois da morte? Quem o realiza?


Depois da morte temos que revisar a vida que terminou de maneira retros-
pectiva, com a inteligência e com o coração. Concluído o retrospecto, temos
que nos apresentar diante dos tribunais de Deus. Os Anjos da Lei, chamados
de Senhores do Karma pelos orientais, nos julgarão de acordo com as nossas

60
ações. Nesse julgamento é decidido se regressamos a uma nova matriz, para
renascer de imediato neste mundo, ou se temos direito a passar um período de
férias nos mundos de luz e de felicidade. Mas também pode ser decidido a ser-
mos obrigados a entrar no interior da Terra, onde estão os mundos infernais,
com todas as suas penas e dissabores.

Para onde vai a alma de uma criança que morre logo após nascer?
Está escrito que as almas das crianças vão para o Limbo, a região dos mor-
tos, porém logo voltarão a entrar em uma nova matriz para renascer neste
mundo.

Por que alguém morre logo após haver nascido?


Deve-se à Lei do Destino; pais que precisam passar por essa dura lição, os
quais, em vidas anteriores, foram cruéis com seus filhos. Com esse sofrimento,
melhoram e aprendem a amar.

As missas que são encomendadas para os mortos servem para alguma


coisa?
Qualquer ritual ajuda as almas dos mortos. É claro que as orações dos pa-
rentes e amigos levam consolo às almas dos falecidos.

61
capítulo 2

ALÉM DA SEPULTURA
  

Por que na hora de morrer uns choram, outros cantam e outros riem?
1. Sua pergunta se divide em três etapas:Está escrito que se nasce choran-
do e se morre chorando.
2. Há casos em que o moribundo canta por se lembrar dos momentos
felizes do seu passado.
3. Costumam sorrir, ainda que isso não seja muito comum, aqueles que
possivelmente se recordem das cenas agradáveis de sua vida.

Quem manda a alma sair do corpo para ele ser sepultado?


No momento em que o moribundo exala seu último suspiro, concorre ao
leito mortuário um Anjo da Morte. Existem legiões deles. O Anjo da Morte corta
o cordão de prata ou o fio da vida que liga a alma ao corpo físico. O moribundo
costuma ver esse anjo em forma espectral; a gadanha que ele usa é bem real. Esse
instrumento de trabalho serve exatamente para cortar o fio da existência.

O que os mortos comem e como pagam suas contas?


Aqui no México comemoramos o Dia de Finados em 2 de novembro de cada
ano. Nesse dia, as pessoas visitam o cemitério e acendem velas nos sepulcros; em
pratos, vasilhas e copos servem os alimentos e as bebidas que o falecido mais
gostava quando em vida. Muita gente costuma comer, depois, as sobras dos ali-
mentos e bebidas; qualquer pessoa, com mínima sensibilidade psíquica, poderá
notar que falta a estes alimentos o seu princípio vital. As pessoas simples pensam,
acertadamente, que os desencarnado se alimentam com essas iguarias.

62
Não há dúvida que os falecidos realmente comem; não a parte física dos
alimentos, mas sim, a parte etérica, sutil e desconhecida para a visão física,
mas perceptível para a clarividência. Não devemos esquecer que em todo
alimento físico há as contrapartes etéricas, facilmente assimiláveis pelos de-
sencarnados.
Os desencarnados podem visitar um restaurante do mundo físico; cum-
primentarão os vivos e o subconsciente responderá. Pedirão comida e é óbvio
que o ego dos donos do restaurante trará à mesa formas mentais dos pratos e
alimentos que são servidos no estabelecimento. O falecido, sentado à mesa,
comerá desses pratos sutis, feitos com essência mental; depois, pagará com
moeda mental, e sairá do restaurante.
Em tais condições, é óbvio que os mortos seguem acreditando que estão
vivos. Isso pode ser evidenciado por qualquer pessoa que haja desenvolvido a
clarividência e as outras faculdades da alma.

Onde vivem os desencarnados?


Eles vivem os primeiros dias na casa, na clínica ou no hospital onde fale-
ceram. Depois, como precisam reviver a vida que acabou de passar, viverão
naqueles lugares onde antes moraram.

Como os mortos se vestem?


Como costumavam se vestir quando vivos. Comumente se vestem com a
mesma roupa com que foram enterrados.

Quais são as suas diversões?


É claro que o bêbado continuará freqüentando os bares; os amantes de
filmes, os cinemas; o jogador, os locais de apostas; a rameira, os bordéis onde
vivia; o libertino, onde elas estejam; e assim por diante.

Qual o sol que ilumina os mortos?


O mesmo sol que ilumina os vivos, apenas que os mortos o vêem em co-
res além do espectro solar; vêem as cores que a retina física dos mortais não
percebe.

63
Os mortos tomam banho? Que tipo de água utilizam?
Eles se banham com as mesmas águas utilizadas pelos vivos, com a diferen-
ça de eles usarem as águas da quarta dimensão.

Por que algumas pessoas morrem mais depressa que outras?


Há pessoas que se apegam muito a este mundo e dele não querem partir;
por isso demoram mais, agonizando por horas a fio.

Quais são as expectativas dos mortos?


São bem variadas; dependem dos valores de cada um. A maior expectativa
do avaro, mesmo depois de morto - porque tem a consciência adormecida - é
conseguir mais riquezas. A maior expectativa de um apaixonado é ter mulhe-
res que o adorem e o idolatrem. A maior expectativa de uma pessoa profun-
damente religiosa é entrar nas inefáveis regiões luminosas, e assim por diante.

O que busca a alma após abandonar o corpo?


A alma busca o que mais quer: a mãe busca o filho; às vezes até se faz visível;
o marido busca a esposa se de fato a amava em vida; quem deixou tesouros ou
riquezas buscá-los-á nos lugares onde os tenha deixado, e assim por diante.

Os desencarnados têm autoridades como aqui no mundo físico?


Autoridades existem em todas as partes do universo, tanto entre os vivos
quanto entre os mortos. Por exemplo, a autoridade das almas que vivem no
Abismo são os próprios demônios. As autoridades das regiões inefáveis são
aqueles que estão acima delas na hierarquia celeste [Anjos, Arcanjos, Buddhas,
Mestres, Adeptos, Deuses e Deusas]. Porém como os desencarnados têm a
consciência adormecida, é claro que seguirão obedecendo às autoridades do
mundo físico.

De que forma os mortos vêem o mundos dos vivos?


Eles vêem as mesmas ruas, as mesmas cidades e as mesmas pessoas como
se vivos ainda estivessem.

64
Por que o desencarnado não se dá conta que morreu?
O morto acredita que ainda está vivo porque tem a consciência adormeci-
da; custa muito fazê-lo perceber que já não pertence mais ao mundo dos vivos.
Como vêem todas as coisas da mesma forma como viam em vida, é claro que
nem desconfiam que já morreram.

A que se dedicam os mortos?


Quando morrem, as pessoas seguem realizando as mesmas tarefas e ocupa-
ções que tinham em vida, já que não percebem que desencarnaram.

Um morto pode se transladar para onde quiser como fazia em vida?


Os desencarnados têm plena liberdade para se deslocarem a todos os luga-
res do espaço e para visitarem todos os locais.

Qual luz ilumina os mortos?


Eles se iluminam com a luz astral. Essa luz é um fogo desprendido do nim-
bo do sol e fixado na Terra pela força da gravidade e pelo peso da atmosfera.

Sente-se alguma dor ao morrer?


A morte é dolorosa para os jovens e deliciosa para os velhos. Isto é seme-
lhante a um fruto: quando está maduro, cai pelo próprio peso; porém quando
está verde, não cai. Podemos dizer que o desenlace gera algum sofrimento.

O morto reconhece seu corpo dentro do caixão?


Pode vê-lo, mas não o reconhece. Como possui a consciência adormecida,
jamais acredita que aquele seja seu próprio corpo; pensa que se trata do corpo
de outra pessoa.

Se uma pessoa se dá conta que morreu, pode voltar ao corpo físico antes
do seu sepultamento?
Depois de cortado o fio da vida, já não mais é possível retornar ao corpo.
Neste caso, se a pessoa se der conta de estar morta, ou se assusta ou se alegra;
tudo depende das condições morais do falecido.

65
Que consolo recebe a alma quando seu corpo morre?
O consolo dos desencarnados é a oração dos parentes e amigos; é preciso
orar pelos mortos.

Existe dia e hora para morrer?


Toda pessoa que vem a este mundo recebe um montante de valores vitais.
Quando ele acaba, sobrevém a morte. Esclarecemos que é possível economizar
esses valores e prolongar a vida. Aqueles que não sabem poupar os valores
vitais morrem mais cedo.

Um desencarnado pode levar um vivo ao mundo dos mortos?


Nós, gnósticos, aprendemos a sair do corpo físico à vontade; então pode-
mos visitar o mundo dos mortos. Em algumas ocasiões os desencarnados tam-
bém podem levar as almas de seus amigos. Isto acontece geralmente durante o
sono, porém terão que regressar ao mundo físico ao despertar do sono normal.
Isto significa que as visitas ao mundo dos mortos são feitas durante o sono do
corpo físico.

No mundo dos mortos há aviões, carros e trens como no mundo físico?


Todos os inventos que existem no mundo físico são provenientes da região
dos mortos. No fundo, esses artefatos são formas mentais que os desencarna-
dos podem ver, ouvir e tocar.

66
capítulo 3

A lei do retorno
  

As pessoas comuns e correntes entendem por ‘retorno’ o regresso a uma


nova matriz. Isso significa que podemos reincorporar em novo corpo humano.
Não é exagero afirmar que ao regressar voltaremos a nascer e a viver da mesma
forma e do mesmo modo que vivemos atualmente.

Por que não recordamos nossas vidas anteriores?


As pessoas não se lembram de suas vidas anteriores porque têm a consci-
ência adormecida. Se fossem pessoas despertas, logicamente se lembrariam de
suas vidas passadas.

Quem tem direito de retornar?


Enquanto alguém tiver possibilidade de salvação, poderá regressar a uma
nova matriz para se revestir de novo corpo físico. Porém, quando alguém se
torna um caso perdido, quando se torna definitivamente perverso, quando ne-
nhum castigo produzir mais resultado positivo, então é claro que já não mais
retornará, não mais ganhará novo corpo físico; entrará no Inferno, onde se
ouve apenas pranto e ranger de dentes.

É possível provar a Lei do Retorno?


Retornar a este mundo depois de haver morrido, para uns é teoria; para
outros, um dogma, algo risível, uma superstição ou uma crença. No entanto,
para aqueles que recordam suas vidas passadas, o retorno é um fato. Isto sig-

67
nifica que somente lembrando nossas vidas anteriores poderemos evidenciar
a crua realidade da reincorporação ou do regresso a este vale de lágrimas.
Repetimos: só é possível nos lembrarmos das vidas anteriores despertando a
consciência.

Por que voltamos novamente a este mundo?


Voltamos a este mundo com o propósito de aperfeiçoar, pois, infelizmente
somos pecadores e precisamos acabar com nossos erros.

O que regressa a este mundo?


O que retorna a este mundo é a alma do falecido.

Os animais e as plantas também regressam a este mundo?


As almas das plantas, dos animais e das pedras são os Elementais da na-
tureza. Eles também retornam a este mundo, porém de maneira contínua. Por
exemplo, se uma planta seca e morre, o Elemental desse vegetal renasce em
outra planta. Se um animal morre, o Elemental dessa criatura regressa a um
novo organismo animal, etc.

Existe a predestinação?
Cada alma é a criadora de seu próprio destino. Se alguém pratica o bem,
terá boa sorte. Se pratica o mal, renasce neste mundo para sofrer e para pagar o
que deve. Assim fica explicado porque uns nascem em berço de ouro e outros
na miséria.

O que devo fazer para despertar minha consciência, já que estou inte-
ressado em lembrar minhas vidas passadas?
Basta seguir o caminho da santidade. Essa é a forma para despertar cons-
ciência. Acaba com teus erros, arrependa-se das más ações, torne-se puro em
pensamentos, palavras e obras e te garanto que ao chegar à verdadeira santida-
de, tua consciência estará desperta.

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Por que muitos não crêem que tiveram outras vidas antes desta?
Alguns não crêem simplesmente porque não recordam suas vidas passa-
das; de fato, não se lembram porque têm a consciência adormecida.

O senhor se lembra de suas vidas passadas? Constatou se de fato existe


a reencarnação?
É claro que se não recordasse minhas vidas passadas, não me atreveria a
defender com tanta ênfase a doutrina do retorno. Felizmente, lembro com total
exatidão de todas as vidas que tive no planeta Terra.

Quantas vezes alguém pode retornar?


Está escrito com letras de ouro no livro da vida que se regressa 108 vezes
a este mundo.

Por que uns reencarnam como homens e outros como mulheres?


Tudo depende dos acontecimentos da vida. Às vezes temos que voltar em
corpo feminino e outras vezes em corpo masculino, sempre de acordo com as
ações de nossas vidas anteriores.

Por que se diz que se maltratarmos os animais podemos retornar como


cavalo, cachorro ou gato?
As almas perdidas ingressam nos mundos infernais. Ali, como dizem as
sagradas escrituras, passam pela segunda morte. Somente depois da segunda
morte é que as almas condenadas ficam limpas de toda mancha. Então podem
voltar a este mundo; evoluem primeiro como elementais minerais e depois as-
cendem ao estado vegetal; a seguir reincorporam em organismos animais para,
finalmente, reconquistar o estado humano que outrora perderam. Ao chegar a
estas alturas, são concedidas 108 vidas com o propósito de se tornarem perfei-
tas. Porém, se fracassarem novamente, tornarão a repetir todo esse processo.

A que se deve o fato de alguém estar em certos lugares e ter a sensação


de já conhecê-los tão bem a ponto de poder descrevê-los com detalhes?
Esse fenômeno se deve a que em vidas anteriores ali já estivemos.

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Quantas oportunidades temos para retornar como ser humano, quan-
tas como animal, quantas como vegetal e quantas como mineral?
O retorno dos seres humanos já está devidamente calculado em 108 vezes,
porém o retorno em organismos animais, vegetais ou simplesmente minerais,
não tem um número exato.

É possível saltar do reino vegetal ao humano ou do animal para o mineral?


Do reino vegetal se passa para o humano através do reino animal. Isto
significa que não podemos saltar de reino porque a natureza não dá saltos. Se
o Elemental animal degenera, involui e retrocede para o estado mineral, natu-
ralmente antes passa pelo estado vegetal.

Em que dimensão se encontram os elementais do reino vegetal e mineral?


As criaturas elementais vivem na quarta dimensão da natureza.

Somos sempre os mesmos seres humanos que retornamos desde os an-


tigos tempos ou alguns já desapareceram definitivamente?
A humanidade atual é muito velha. Está retornando a este mundo há mi-
lhões de anos.

Quanto tempo um ser humano espera depois da morte para receber


novo corpo?
Isso depende do destino de cada um. Uns renascem imediatamente e ou-
tros demoram bastante tempo para regressar.

Um estudante que haja começado a despertar sua consciência, ao mor-


rer pode se dar conta do processo de retorno?
Quem desperta a consciência não precisa aguardar o momento da morte
para se lembrar das vidas passadas; pode se lembrar agora mesmo, nesta vida.
A Gnose considera justo o fato de que milhões de seres humanos vivam
na mais completa ignorância sobre evolução, retorno, realização e desper-
tar da consciência?

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Nós, gnósticos, consideramos injusto que não haja pregadores suficien-
tes, melhor diríamos, missionários em quantidade suficiente para levar estes
ensinamentos a todas as partes, mas não temos culpa disso. Acontece que a
humanidade só se interessa em se divertir, ganhar dinheiro e se entregar aos
prazeres. Se as pessoas fossem mais compreensivas, se preocupariam por estes
ensinamentos e os divulgariam.

O que é a segunda morte e o que ela tem a ver com o retorno?


A Segunda Morte marca o fim de nossas paixões animais nos mundos in-
fernais. Isto significa que no fim, os condenados, os perdidos, chegam à pureza
original. Quando isso acontece, saem dos abismos infernais que existem no
interior da Terra. Então, como já dissemos, essas almas tornam a evoluir, da
pedra ao homem.

Quando será que a humanidade compreenderá a causa dos retornos?


A humanidade só poderá entender o porquê dos retornos quando conse-
guir despertar a consciência.

Por que as pessoas nascem, morrem e voltam sempre a repetir o mesmo


disco?
De fato, como você mesmo diz, as pessoas sempre tornam a repetir o mes-
mo disco; refiro-me à Lei de Recorrência. Em cada vida tornamos a repetir
tudo o que fizemos na anterior, sofrendo as conseqüências do bem e do mal
praticados na vida passada. Isto é um círculo vicioso: repetição de dramas,
cenas, amores, reencontros com as mesmas pessoas, etc.

O que fazer para escapar de tanta repetição?


Só a santificação poderá nos libertar da Lei de Recorrência.

Quem nos ordena tomar novo corpo físico?


A este mundo nos mandam os Anjos do Destino. Eles têm anotado em
seus livros as nossas boas e más ações.

71
Se ao morrermos a alma vai para o céu, como afirmam muitas religiões,
por que ela não permanece por lá mesmo?
O céu é um prêmio, uma recompensa pelas nossas boas ações, mas quando
termina a recompensa, temos que voltar a este mundo.

É verdade que existe inferno?


O inferno de fogo, aquele fosso queimando em brasas vivas e diabos com
garfos, é um símbolo que corresponde a uma tremenda realidade. Existem
mundos infernais, mundos inferiores, regiões de amargura no interior do pla-
neta Terra. Nesses abismos vivem as almas perdidas.

Se algumas almas vão para o inferno, que podemos fazer para nos li-
vrarmos dessas chamas?
Ensinar a doutrina para tais almas é nosso dever e seria injusto, como já
disse numa pergunta anterior, não levar o ensinamento gnóstico a todas as
regiões do mundo.

É verdade que as almas caem em um poço cheio de chamas e não se


queimam?
No interior da Terra existem o fogo e a água. As almas fracassadas se identi-
ficam com esses elementos da natureza e sofrem; mas o fogo não pode queimá-
las, nem a água afogá-las, porque as almas são incorpóreas, sutis. Olhando este
tema de outro ângulo, quero dizer que essas chamas simbolizam nossas paixões
animais.

Quem viu essas chamas e se deu conta que ali estavam as almas?
Qualquer pessoa inteligente sabe que no interior da Terra existe fogo líqui-
do. Os vulcões assim o indicam. Não se necessita ser sábio para ver as chamas.
Qualquer um pode vê-las nas crateras misturadas com lavas e gases inflamá-
veis.

O que é a região do purgatório?

72
As religiões falam do purgatório e da região purgatorial. Na realidade, exis-
tem zonas moleculares inferiores, submersas, situadas além da quarta dimen-
são. Em tais zonas, muitas almas que aspiram a luz se purificam, eliminando
seus pecados.

É verdade que acreditando em Deus se pode escapar do inferno?


Muitas pessoas acreditam em Deus e não escapam do inferno. Se alguém
quiser escapar da região das trevas precisa se tornar santo.

Será verdade que alguém, aprendendo de memória os capítulos da


Bíblia, consegue se livrar do inferno?
No inferno há muita gente que conhece a Bíblia de cor e salteado, com seus
pontos e vírgulas.

Poderia alguém se salvar apenas acreditando no que está escrito na


Bíblia?
A fé sem obras é morta. Precisamos de uma fé viva, e esta deve se funda-
mentar em boas obras. Urge viver de acordo com os ensinamentos de Nosso
Senhor o Cristo.

É obrigatório retornar?
Enquanto não atingirmos a perfeição, os Anjos do Destino sempre nos
mandarão de volta a este mundo.

O retorno é favorável para pagarmos nossas más ações?


Todos os sofrimentos que temos neste mundo são devidos às más ações de
nossas vidas passadas.

Sempre regressamos na mesma família?


O ‘eu’ continua em sua própria semente. Isso significa que continuamos
em nossos descendentes, isto é, regressamos à mesma família.

73
Qual é a diferença entre retorno e reencarnação?
Os egos retornam incessantemente para repetir dramas, cenas, eventos,
etc., aqui e agora. O ego retorna para pagar o karma devido e para satisfazer
os desejos.
A palavra ‘reencarnação’ é muito exigente. Ninguém pode ‘reencarnar’ sem
previamente haver eliminado o ‘eu’.
É um absurdo confundir ‘reencarnação’ com ‘retorno’.
O humanóide de consciência adormecida ‘retorna’. Os Mestres, como
Jesus, Buddha, Krishna, etc., ‘reencarnam’.

74
capítulo 4

A LEI DO KARMA
  

Que podemos dizer aos profanos sobre a Lei do Retorno quando nos
dizem não acreditar porque jamais souberam de alguém que tivesse ido ao
mundo dos mortos e de lá regressado para contar a história?
Os dias vão e vêm. Os sóis regressam ao seu ponto de partida depois de
milhares de anos. Os anos se repetem; as quatro estações - primavera, verão,
outono e inverno - sempre voltam. Portanto, não há necessidade de acredi-
tar no retorno já que é tão evidente que todo mundo pode vê-lo diariamente.
Assim também as almas retornam ou regressam a este mundo. Esta é uma lei
que existe em toda a Criação.

Como podemos demonstrar a existência do retorno?


Podemos evidenciar a Lei do Eterno Retorno despertando a consciência.
Nós temos sistemas e métodos para despertar a consciência. A pessoa desperta
pode recordar suas vidas passadas. Para quem se lembra das vidas anteriores, a
Lei do Retorno é um fato.

Por que há algumas pessoas que estando bem preparadas, que mesmo
trabalhando e lutando muito para obter uma posição melhor nunca conse-
guem, mas em troca, outras, com menos preparo e até sem esforço conse-
guem o êxito desejado?
Tudo depende da Lei do Karma. Esta palavra (Karma) quer dizer ação e
conseqüência. Se em vidas passadas agimos bem, triunfamos e somos felizes
na presente vida. Porém, se em vidas anteriores praticamos o mal, então fracas-
samos na atual existência.

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Por que há famílias que por mais que se esforcem nunca conseguem
ter amigos, enquanto que para outros isso ocorre facilmente onde quer que
estejam?
Em vidas anteriores tivemos muitos amigos e inimigos; ao voltarmos ou
regressarmos a este mundo, tornamos a reencontrar essas amizades ou esses
adversários; então tudo se repete como já ocorreu. Mas também há pessoas
difíceis, que não gostam de amizades; são os misantropos, gente que se oculta,
que se afasta, que se distancia da sociedade; são solitários por natureza e por
instinto. Quando tais pessoas voltam a este mundo, geralmente são solitárias;
ninguém simpatiza com elas. Em troca, há outras pessoas que em vidas ante-
riores souberam cumprir com seus deveres para com a sociedade, para com o
mundo e até trabalharam por seus semelhantes. Logicamente, ao retornarem
a este mundo vêem-se rodeadas por aquelas almas que formaram seu círculo
social e agora naturalmente desfrutam de muita simpatia.

A que se deve que algumas donas de casa nunca encontrem quem lhes
ajude fielmente, ainda que tratem bem suas empregadas, enquanto que ou-
tras, em troca, não encontram esta dificuldade?
Aquelas donas de casa que não contam com empregados fiéis e sinceros,
em vidas anteriores foram déspotas e cruéis com seus criados; portanto, agora
não encontram quem lhes sirva, porque nunca souberam servir no passado;
esta é a conseqüência.

Por que há pessoas que desde o nascimento trabalham sem parar, como
se tivessem sido condenados a trabalhar até a morte, porém, em troca, há
outros que vivem bem sem tanto esforço?
Isso se deve à Lei do Karma. As pessoas que trabalham muito e não pro-
gridem, em vidas passadas fizeram seus semelhantes trabalharem demais.
Exploraram seus súditos impiedosamente e agora sofrem a conseqüência, tra-
balhando inutilmente, pois não progridem.

Meu filho se casou e deu tudo errado. As empresas onde trabalhava,


faliram; pediu empréstimo bancário para abrir seu próprio negócio e fra-
cassou rotundamente; tudo que fazia, fracassava. Teve que se divorciar da
esposa devido aos desentendimentos que tinham. Depois de algum tempo

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voltou a se casar; então, aquele homem a quem só faltou pedir esmola, ago-
ra está indo muito bem, cada dia melhor. A que se deve tudo isso?
Existem três vínculos matrimoniais: Kármico, dhármico e cósmico. O pri-
meiro é de dor, miséria, fome, desgraça, mendicância. O segundo é de êxito,
felicidade, amor, progresso econômico, etc. O terceiro é destinado unicamen-
te para as almas selecionadas, puras e santas; naturalmente, trazem felicidade
inesgotável. A respeito do caso que você relata, devo dizer que pertence à pri-
meira ordem de vínculos matrimoniais (kármico). Não há dúvida que seu filho
e sua esposa sofreram muito, pagando as más ações de suas vidas passadas.
É claro que eles, em passadas existências, haviam sido marido e mulher, mas
agiram muito mal; não souberam viver; o resultado foi a dor. O segundo casa-
mento de seu filho foi muito favorável do ponto de vista econômico; podemos
catalogá-lo como de boa sorte, dhármico; diríamos que resultou das boas obras
de vidas anteriores. A segunda esposa também conviveu com ele em vidas an-
teriores, mas como com ela teve melhor conduta, o resultado foi que agora
mudou sua sorte, melhorou sua vida; isso é tudo.

Meu filho está doente há cinco anos. Já gastamos muito com médicos
que não encontram a causa exata de sua enfermidade. Uns dizem que talvez
seja um choque nervoso, já que sempre foi muito inteligente nos estudos.
Outros supõem que foi vítima de trabalhos de bruxaria. Qual é a sua opi-
nião?
Ressalta-se aqui com total clareza um castigo, um karma mental pelo
mau uso da mente em vidas anteriores. Se você quer que seu filho se cure,
lute por curar outros enfermos mentais, a fim de modificar a causa geradora
dessa doença. Lembre-se que somente modificando-se a causa altera-se o efei-
to. Infelizmente, os enfermos têm uma acentuada tendência de se encerrarem
em seu próprio círculo; raras vezes na vida se vê um doente preocupado em
curar outros doentes. Se alguém o fizer, com isso aliviará suas próprias dores.
Eu a aconselho, já que neste caso preciso seu filho não poderia se dedicar a
cuidar de ninguém, fazê-lo você mesma em nome dele. Não se esqueça das
obras de caridade. Preocupe-se com a saúde de todos os doentes mentais que
encontrar pelo caminho. Faça o bem às toneladas. Tampouco esqueça que no
mundo invisível há Mestres muito sábios que podem ajudá-lo nesse caso es-
pecífico. Quero me referir agora especificamente ao glorioso Anjo Adonai, o
Anjo da Luz e da Alegria. Esse Mestre é muito sábio. Se você se concentrar

77
intensamente­, rogando a ele em nome do Cristo para que cure seu filho, estou
seguro que de forma alguma se negará a fazer esta obra de caridade, porém não
se esqueça que a Deus rogando e com o malho dando. Faça o bem às toneladas
e suplique; este é o caminho.

Tive a oportunidade de presenciar o caso de um casal em Santa Marta,


Colômbia. Tinha um grande negócio que de um momento para outro pe-
gou fogo. Depois o marido adoeceu e morreu tuberculoso. Vinte anos mais
tarde encontrei sua esposa que também estava a ponto de morrer tubercu-
losa. A que se deve tudo isso?
É bom que você saiba que a tuberculose se deve à falta de religião em vidas
anteriores, ao materialismo e a uma vida sem devoção e sem amor a Deus. Se
o marido morreu tuberculoso, esta foi a causa. Se perdeu seus bens, foi porque
destruiu as propriedades de outras pessoas em sua vida passada. Queimou e foi
queimado! Prejudicou e foi prejudicado! Isso se chama Karma, castigo. A tu-
berculose não afetou tanto a esposa porque sua falta de religiosidade em vidas
anteriores não foi tão radical; ainda havia um pouco de espiritualidade.

Tenho um filho muito bom que me entregava tudo o que ganhava com
seu trabalho. Porém se enamorou de uma mulher mais velha, amiga minha,
que tinha três filhos com um senhor casado. Os dois não se casaram, mas
passaram a viver juntos. Apesar de continuar trabalhando, o dinheiro já
não lhe rendia de maneira suficiente, a ponto de recorrer a mim, pedindo
certa quantidade de dinheiro e dizendo que ia iniciar um negócio, coisa que
nunca fez. Quando terminou a quantia que lhe dei, a mulher o abandonou.
Agora vive sozinho, trabalha, mas está completamente arruinado. A que se
deve isso?
Uma simples análise ressalta o adultério, com todas as suas dolorosas con-
seqüências: perdas financeiras, má situação, sofrimentos morais intensos, etc.
Eis o resultado do erro.

Tem como melhorar sua situação?


Se num prato da balança cósmica pomos as boas ações, e no outro as más,
se este pesar mais, é claro que a balança se inclinará contra nós e o resultado se-
rão as amarguras. Porém, se pomos boas obras no pratinho do bem, podemos

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inclinar a balança a nosso favor e assim melhorarmos nossa sorte. Se esse seu
filho se dedicar a fazer o bem, a sua sorte melhorará.

Tenho um filho de 20 anos que desde os 18 não quis mais viver em casa
e foi morar na casa de minhas amigas. Não quer mais estudar nem traba-
lhar; visita-nos uma vez por mês, quando então se sente feliz por uns dias e
depois começa a se aborrecer com todos, e sai de casa novamente. Gostaria
que me dissesse o porquê de tudo isso?
Esse filho só lhe criou problemas. É claro que o resultado da desordem será
a dor. Não há dúvida que ele não sabe nem quer aprender a viver, porém tem
de ser tratado da melhor maneira possível com amor e paciência. Não há dú-
vida que no futuro terá fortes tropeços, com amargas conseqüências. Só então
começará a compreender a necessidade de organizar sua vida.

79
capítulo 5

FANTASMAS
  

Você já viu algum fantasma?


Alguns crêem em fantasmas, outros duvidam e também há aqueles que
zombam dessas coisas. Eu não preciso acreditar, duvidar ou rir; para mim, os
fantasmas são um fato.

Então, você confirma que viu?


Meu amigo, não é exagero relatar um caso bem interessante. Eu era ainda
muito jovem e ela se chamava Ângela. Era uma moça bem especial, hoje já
falecida. Certo dia, quando ainda vivia, resolvi partir sem me despedir dela.
Cheguei às praias do Atlântico e pedi hospedagem na casa de uma senhora
idosa, nobre senhora que não me negou hospitalidade. Passei a morar na pró-
pria sala cuja porta dava diretamente para a rua. Minha cama era um catre de
lona, estilo tropical; como havia muito mosquito, pernilongo, etc., tratei de me
proteger com um mosquiteiro, feito com véu fino e transparente.
Uma noite, já deitado em meu leito, de repente ouço alguém bater compas-
sadamente três vezes na porta. No instante em que me sentei para levantar e ir
abri-la, percebi um par de mãos penetrar através do mosquiteiro. As mãos se
aproximaram perigosamente de mim e me acariciaram o rosto. Mas a coisa não
ficou nisso; na seqüência, apareceu todo um fantasma humano, muito parecido
com a moça (Ângela) que, francamente, não me interessava. O angustiado fan-
tasma chorava dizendo-me frases como: “Ingrato! Te afastaste sem te despedir
de mim!”. “Eu te queria tanto!”. “Te adorava com todo meu coração!”, etc.
Quis falar, mas foi inútil; minha língua ficou presa; então, mentalmente,
ordenei ao fantasma para que se retirasse imediatamente.

80
Novos lamentos e novas recriminações. Depois o fantasma me disse: “Está
bem! Vou embora!” – E se afastou devagar, bem devagar... Mas quando vi que a
aparição estava indo embora, um pensamento novo, uma idéia especial surgiu
em minha mente. Disse para mim mesmo: “Este é o momento de saber o que é
um fantasma, de que é feito e o que tem de real”.
Obviamente, ao pensar deste jeito, desapareceu de mim todo o temor, a
língua se destravou e pude falar. Então ordenei ao fantasma: “Não, não se vá!
Volta! Preciso conversar contigo!” O fantasma respondeu: “Está bem! Volto!” E
a palavra foi acompanhada da ação e o fantasma veio em minha direção.
A primeira coisa que fiz foi examinar minhas próprias faculdades para ver
se estavam funcionando corretamente. “Não estou bêbado”, pensei; “não estou
hipnotizado nem sou vítima de nenhuma alucinação. Meus cinco sentidos es-
tão funcionando perfeitamente; não tenho porque duvidar de nada”.
Uma vez que pude verificar o perfeito funcionamento de meus cinco sen-
tidos, então passei a examinar o fantasma. “Dá-me sua mão”, disse à aparição.
Ela não me recusou e me estendeu a sua mão direita. Tomei o braço da singu-
lar figura que tinha à minha frente e pude notar uma batida rítmica normal
como se tivesse coração. Auscultei-lhe o fígado, o baço e tudo funcionava
bem, porém a qualidade daquela matéria mais parecia ser de protoplasma,
substância gelatinosa que às vezes se assemelha no tato ao plástico ou ao
nylon.
Fiz todos esses exames com a luz acesa, tendo durado aproximadamente
meia hora. Depois, despedi o fantasma dizendo-lhe: “Já pode se retirar; estou
satisfeito com o exame”. E o fantasma, repetindo suas múltiplas recriminações,
se retirou chorando amargamente.
Momentos depois a dona da casa bateu na porta. Ela estava pensando que
eu não havia respeitado sua casa. Veio me dizendo que havia me dado hospe-
dagem somente a mim e que estava achando estranho eu haver levado mulhe-
res ao meu quarto.
“Perdão, minha senhora! Não trouxe nenhuma mulher ao quarto!
Simplesmente recebi a visita de um fantasma e isso é tudo”. Em seguida, contei
o que acontecera. A senhora, dona da casa, acabou se convencendo da história
e estremeceu ao perceber o espantoso frio que fazia no quarto, apesar de es-
tarmos em pleno clima quente. Esse fato acabou confirmando a veracidade do
meu relato.

81
Anotei dia e hora da ocorrência; mais tarde, quando me reencontrei com a
namorada, contei a ela tudo que acontecera. Ela se limitou a dizer que naquela
noite e àquela hora dormia e sonhava que estava em algum lugar da costa atlân-
tica e que conversava comigo em um quarto parecido com uma sala. Então
pensei comigo mesmo: ela se deitara pensando em mim e seu fantasma [corpo
astral] me visitara.
O mais curioso foi que vários meses depois aquela dama morreu. Certa
noite, descansando em meu leito, o fenômeno se repetiu. Porém, desta vez, o
fantasma resolveu deitar-se junto de mim, cheio de ternuras e carinhos. Como
percebi que a coisa toda estava ficando preta, não me restou outro remédio que
não a de ordenar de forma severa que se retirasse para sempre de minha vida e
que nunca mais me incomodasse. O fantasma assim o fez e nunca mais voltou.

Muito interessante o seu relato. Conhece algum outro caso parecido


com esse?
Sim! Certa ocasião chegou à cidade uma jovem e pobre mulher. Estava em
péssima situação econômica, porém era uma mulher honrada. Ela me solici-
tou trabalho e não vi problema em admiti-la como empregada doméstica. Ela
era bastante habilidosa, mas infelizmente, poucos dias depois de começar a
trabalhar, uma série de fenômenos psíquicos extraordinários se apresentaram,
os quais vieram a perturbar não só meus familiares como também as pessoas
da vizinhança.
Na sua presença, os pratos voavam e se despedaçavam ao caírem no chão.
As mesas e as cadeiras dançavam sozinhas e caíam pedras dentro da casa.
Não era nada agradável para nós o fato de nos precisos instantes de estar-
mos comendo, caíssem pedras, terra, etc. dentro de nossos pratos.
A jovem tinha em sua mão direita um misterioso anel com uma inscrição:
Lembrança de teu amigo Luzbel.
O mais interessante de tudo era que, ainda que estivesse em desgraça, eco-
nomicamente falando, jamais deixava de receber desse seu misterioso amigo
algumas moedas que cobriam as necessidades de alimentação. Essas moedas
vinham pelo ar e ela simplesmente as recolhia do espaço.
A mocinha dizia que seu amigo vivia no mar e que queria levá-la ao fun-
do do oceano. Inúmeras vezes fizemos conjurações a fim de afastar o invisível
camarada, porém ele sempre retornava com força redobrada, recomeçando às

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suas andanças. As pessoas, naturalmente, não deixavam de se alarmar com
tudo isso.
Alguns jovens se apaixonaram por ela, mas quando tentavam se aproximar
dela, chovia pedras sobre eles, e, apavorados, fugiam.
Mais tarde, aquela mocinha se afastou dos arredores da cidade e jamais
voltou a ser vista. - Que aconteceu? Não sabemos! O único que pudemos
comprovar foi que seu amigo Luzbel simplesmente era um Elemental do
oceano. Não há dúvida que ela também tinha muito de natureza elemental.
Era o que nos transmitiam seus olhos, seu olhar, seu corpo, sua forma de
ser, etc.

83
capítulo 6

ACONTECIMENTOS HUMANOS
  

Vou relatar um caso que me aconteceu há alguns anos... Havíamos mu-


dado da casa na qual permanecêramos durante onze anos e onde as coi-
sas haviam ido muito mal. Como ainda ficaram algumas coisas nessa casa,
poucos dias depois eu e minha tia voltamos à mesma para buscá-las. Ao
entrarmos, imediatamente nos chegou um cheiro de cadáver em decom-
posição. Como deixáramos a casa totalmente limpa, por curiosidade subi
ao andar de cima, para fazer uma vistoria. Entrei em um dos quartos e vi
que no lugar onde estivera uma das camas, havia uma funda cova, como se
nela fossem colocar um ataúde. Soltei um grito; ao ouvi-lo, minha tia subiu
imediatamente. Ao me ver tão espantada, saímos depressa e voltamos para
a casa onde agora estamos morando.
Desde então comecei a perder o apetite. Cada vez comia menos até que
chegou o dia em que não podia engolir alimento algum. Em dois meses
emagreci vinte quilos. Tiveram que me internar num sanatório e vários es-
pecialistas examinaram meu caso. Contudo, nenhum deles pôde descobrir
o que eu tinha; estava a ponto de morrer com uma dor de estômago que não
me abandonava um minuto. Comida, medicamentos, nada passava; tudo
tinha que ser injetado.
Oito dias depois de ter sido internada, entrei em estado de coma. Os
médicos desistiram de me curar e prognosticaram câncer; de fato, meu cor-
po exalava um horrível odor de corpo canceroso. Quiseram me operar, mas
meus familiares não permitiram; perto de mim via sempre um médico de
bata branca, desconhecido para mim e para meus familiares, pois não ti-
nha existência no mundo físico. Esse galeno, invisível para todos, menos
para mim, me reanimou e prometeu me curar. Certamente, cumpriu sua
palavra, pois acabei me curando milagrosamente. Quando os doutores me

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operaram, com o propósito de descobrir a causa causorum da enfermidade,
com assombro descobriram que estava totalmente curada; o suposto câncer
não existia. Isso sempre foi um enigma para mim. Poderia me dizer o que
aconteceu? Qual foi a razão dessa enfermidade?
Com o maior prazer responderei sua pergunta. Permita-me que lhe diga,
senhorita, que em sua passada existência, vivida precisamente aqui na cidade
do México, você cometeu um ato de magia negra contra uma pessoa, causan-
do-lhe a morte. O resultado foi a sua misteriosa doença. Se você se curou, se
não morreu, foi devido às boas ações que você praticou e que permitiram a di-
minuição do seu karma; você certamente foi assistida por um médico invisível
a quem deve ser imensamente agradecida.

Meu pai teve três filhos em seu primeiro casamento, incluindo a mim.
Quando meu irmão maior contava um ano de idade, foi tirado de minha mãe.
Depois, quando eu tinha cinco anos, minha mãe me entregou a meu pai, que
vivia com a mãe dele e meu irmão mais velho. Durante toda a infância nunca
tive o carinho deles, pois, como minha avó me odiava muito, eles, para não
contrariá-la, não se importavam comigo. Sobre minha mãe nunca soube se
vivia até fazer quinze anos. Ela sim me deu carinho, até que morreu, há uns
dez anos. Gostaria que você me dissesse por que não consegui obter a felicida-
de e o amor de um homem e a que se devia o ódio tão grande de minha avó?
Gire a medalha de seu relato e terá a resposta. É óbvio que todos esses
acontecimentos de sua vida são uma repetição da existência anterior, quan-
do você foi algoz em vez de ser vítima. Aqueles que hoje lhe proporcionaram
tantas dores foram suas vítimas no passado; isso é tudo. Recorde que a Lei do
Karma é o fiel balanço de todas as nossas ações. Não pode haver efeito sem
causa nem causa sem efeito. Você recolheu as conseqüências de seus próprios
atos. Se você se lembrasse de suas existências passadas, verificaria a realidade
de minhas palavras.

Poderia me explicar por que não encontro um amor na vida, apesar de


desejá-lo tanto?
Baseados na Lei de Ação e Reação, sempre colhemos o que plantamos.
Portanto, concluímos logicamente que você semeou tempestades e está co-
lhendo raios.

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Poderia nos contar algum caso concreto de enfermidade causada por
más ações em vidas anteriores?
Com o maior prazer. Em minha encarnação passada conheci o caso de um
bandido que foi fuzilado. Isso se deu em uma estrada. O bandoleiro era conhe-
cido pelo apelido de Golondrino. Um dia caiu nas mãos da justiça, foi amarrado
a uma árvore e aplicaram a pena máxima.
Muito tempo depois aquele homem renasceu em corpo feminino. Certo
dia, seus parentes me solicitaram ajuda. [Encontrei] Uma mocinha muito dis-
tinta, em cujo corpo estava encarnada a alma de Golondrino; lançava espuma
pela boca, retorcia-se horrivelmente e gritava, cheia de espanto, frases como:
“A polícia está vindo. Dizem que sou um ladrão, um assaltante das estradas. Me
amarraram nesta árvore e vão me fuzilar”.
As últimas palavras sempre eram acompanhadas de gestos e de esforços de
como quisesse se livrar de invisíveis amarras, estranhas cordas.
Nossas investigações permitiram conhecer este caso concretamente.
Tratava-se de uma repetição mental do episódio final da vida anterior dessa
alma, agora encarnada em corpo feminino.
Os psiquiatras fracassaram redondamente sem conseguir curá-la. Nós ape-
lamos para certas conjurações mágicas e o resultado foi assombroso; a enferma
se curou totalmente.
Sem dúvida, fomos assistidos pelo poder divino do Espírito Santo.

Vivíamos em uma casa com o número 13 na porta e éramos treze na


família. Durante onze anos nessa casa não houve mais do que enfermidade
e miséria. Poderia nos explicar a razão disso?
Com o maior prazer responderei sua pergunta, distinta senhorita. Lembre-
se da viagem espacial da Apolo 13. Foi um completo fracasso. Atrasou o plano
de conquista do espaço dos Estados Unidos e seus três tripulantes estiveram a
ponto de perecer.
Vem-me à memória, nestes instantes, a lembrança de uma noite de ano
novo. Éramos treze pessoas reunidas ao redor de uma mesa. Então, em pleno
banquete, disse aos convidados: Um de nós, que aqui estamos reunidos, mor-
rerá muito em breve. Esta profecia cumpriu-se quando alguns meses após um
dos convidados faleceu.

86
Não se espantem quanto ao fatídico treze. Este número é morte, fatalidade,
dor; porém traz também situações novas, já que a morte e a vida estão intima-
mente relacionadas. Quanto a vocês, é claro que estavam pagando um grande
karma. Isso é tudo.

O senhor poderia me dizer por que sempre fracassei no amor? E sempre


que estou a ponto de alcançar a felicidade, ela sempre me escapa das mãos
e mesmo quando dizem que me amam, se afastam de mim para se casarem
com outra?
Com o maior prazer responderei a sua pergunta, distinta senhorita. É claro
que seu problema não poderia ser devidamente compreendido se ignorásse-
mos a Lei do Eterno Retorno. Todos os casos são uma repetição incessante
das diversas vidas que tivemos anteriormente. Todo ser humano, no passado,
contraiu diversos matrimônios, estabeleceu relacionamento sexual com outras
pessoas, etc. O resultado de semelhantes associações conjugais pode ser po-
sitivo, negativo ou indiferente. Se nos portamos mal com determinado côn-
juge, em uma nova vida estabelece-se o reencontro com suas conseqüências:
fracassos matrimoniais, frustração das bodas, ruptura das relações amorosas,
etc. O mais grave de tudo é a separação legal, causada por tal ou qual motivo,
sobretudo quando há amor.

87
capítulo 7

RELATOS MUITO INTERESSANTES


  

Em uma noite do mês de abril de 1968, estando profundamente ador-


mecido, escutei gritos e ruídos como de gente quebrando vidros e brigan-
do na rua. Temendo que danificassem meu carro que deixara estacionado
na rua, me levantei; apanhei os chinelos e as calças e segui pelo corredor.
Atravessei a casa e olhei pela janela, levantando a cortina; surpreso, percebi
que não havia nem gente nem ruídos na rua. Ao contrário, havia paz, sosse-
go, iluminação normal, e meu carro em perfeito estado.
Pensando que tudo havia sido produto de uma ilusão ou pesadelo, vol-
tei pelo corredor em direção ao quarto. Abri a porta e entrei, dando uns
quantos passos. Fiquei estarrecido ao ver a mim mesmo na cama, profun-
damente adormecido junto à minha esposa, com os braços para fora das
cobertas, a perna esquerda totalmente descoberta e o rosto recostado para
o lado esquerdo.
Ao ver a cena, senti um terrível pavor e uma forte atração pelo meu cor-
po, como se ele tivesse um ímã. Despertei sobressaltado, com o coração ba-
tendo forte, e com um suor frio pelo corpo. Poderia me dizer o que foi isso?
Neste caso concreto, houve o que se chama de ‘desdobramento’; sua alma
estava fora do corpo físico. Toda alma sai do corpo durante o sono comum e
normal, e anda por aí, indo a diferentes lugares; depois regressa ao corpo físico,
no exato momento do despertar. O estado de vigília se manifesta precisamente
quando a alma [corpo astral] entra de novo em seu corpo de carne e osso.
O interessante do seu caso foi que sua alma, ao voltar ao quarto, pôde ver
seu corpo físico adormecido na cama. Você o viu da mesma forma como pode
ver uma mesa ou um automóvel para dirigir. Assim também você, a alma, pe-
netra no corpo, desperta e vem ao estado de vigília. Foi isso o que aconteceu.

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Em 1958, ao voltar de uma sessão de cinema, me deparei com uma no-
vidade à minha espera: Em casa, toda a família estava preocupadíssima com
o desaparecimento de uma tia, que havia saído pela manhã, deixando seus
filhos sozinhos. Eram quatro filhos, de três a seis anos, os quais estavam
chorando de medo e de fome. Os familiares já tinham ido a vários lugares a
fim de encontrá-la e tudo fora inútil. Então combinaram de sair e procurar
por ela; a mim coube ficar em casa. Perto das três da manhã despertei so-
bressaltado. O quarto estava completamente escuro, mas, de repente, uma
figura ovalada começou a brilhar no meio do ambiente, e se dirigiu à minha
cama, chegando até a beirada e levantou a tela do mosquiteiro. Senti um
corpo se sentar na beira da cama e apareceu totalmente a figura de minha
tia, que estavam procurando. Em voz alta ela me disse o seguinte: “Filhinho,
não te assusta! Sou eu, tua tia. Venho te avisar que estou morta. Quero que
lhes diga onde podem achar meu cadáver. Localiza o teu tio e diz para ele
me procurar na Delegacia X. Pede ainda para que cuidem e rezem por meus
filhos”. Então, ela se levantou, baixou a tela do mosquiteiro e sumiu. No
dia seguinte, fiz o que me fora solicitado, porém, ninguém acreditava no
que estava dizendo. Somente se convenceram quando a encontraram na
Delegacia indicada, porque seu corpo estava deformado pelo fato de haver
morrido em uma sauna de vapor. Como é possível que uma pessoa, depois
de ter morrido, nos dê os dados para a localização de seu cadáver e peça por
seus filhos?
Depois da morte do corpo físico, a alma passa a viver nas dimensões su-
periores da natureza e do cosmo. Já falei disso num capítulo anterior, porém
tornamos a repetir. É claro que essa alma precisava te informar a respeito de
sua morte; era preciso que ela te passasse essa informação, pois ela tinha filhos
e devia cumprir com seu dever. Neste caso, não há dúvida que essa alma foi
ajudada por leis superiores, tendo recebido permissão para entrar novamente
neste mundo de três dimensões e dar um recado direto, que levasse a família
até seu cadáver, fato esse devidamente comprovado, já que seu corpo foi en-
contrado exatamente no lugar onde dissera estar: em uma Delegacia de Polícia.
Fatos são fatos e temos que nos render diante deles.

Estando em uma reunião gnóstica, uma pessoa se aproximou de mim


para fazer um pedido pela saúde de sua mãe, que não estava em seu perfeito
juízo. Prometi fazer todo o possível para curá-la. Pedi ao Anjo Adonai para
que me ajudasse, e me imaginei na casa da senhora, uma simpática anciã a

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quem eu encontrava reclinada em seu leito, e que, ao me ver, se sentou na
cama e sorriu alegremente. Pondo minha mão direita na sua testa e a es-
querda em meu coração, me concentrei fortemente no Mestre Jesus, pedin-
do que me ajudasse. Vi como ela se restabelecia e, sorrindo, me acompanha-
va até a porta da casa. Na reunião seguinte, a pessoa que me havia solicitado
ajuda, quase com lágrimas nos olhos, veio me agradecer, dizendo que sua
mãe se restabelecera e que me mandava lembranças porque tinha me visto.
Como é possível que duas pessoas, unicamente pela fé, tenham conseguido
uma cura quase milagrosa?
Meu amigo, a fé realiza milagres. O divino Mestre Jesus disse: “Tende fé do
tamanho de um grão de mostarda e movereis montanhas”.

NT - Mateus 17:20 diz literalmente: “(...) se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este
monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível”.

É claro que você, ao se imaginar em forma vívida, estando junto ao leito


da enferma, criou um desdobramento. Sua alma viajou até a enferma, e com
a ajuda do divino Mestre, sanou a paciente. Portanto, não estranhe que o te-
nham visto. Quando a alma se desdobra, muitas vezes se faz visível, ainda que
em remotas distâncias. Não ouviu falar de santos que fizeram o mesmo? Que
durante a oração, em estado de êxtase, foram vistos em outros lugares, curando
enfermos?

Em outra reunião de cura chegou uma senhora de uns 60 anos, aproxi-


madamente. Em seus braços, havia uma ferida de faca muito profunda, a
qual mostrou a todos ali presentes. Posteriormente, o Mestre fez as conju-
rações e nós repetimos as palavras que ele pronunciava. Depois, ele pediu
que a senhora se sentasse. Na reunião seguinte, novamente ela nos mostrou
os braços; vimos então que o ferimento estava quase curado; tornamos a
repetir as conjurações; na terceira reunião, ela nos mostrou mais uma vez
os braços, e com surpresa, vimos que nem cicatriz mais havia onde antes
estavam os profundos cortes. O que ocorreu para que essa pessoa se curasse
tão rápida e perfeitamente?
Ah! Percebo que você está falando das reuniões gnósticas. De fato, são
muito interessantes essas assembléias. Lembre-se que os primitivos cristãos
foram gnósticos e que realizavam curas maravilhosas. Não estranhe, pois, que
nessas reuniões, sob a direção do Mestre que instrui a congregação, se haja re-

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alizado outro milagre semelhante. Os gnósticos invocam os seres divinos que
vivem no mundo invisível para que realizem este tipo de cura. Isto foi o que
realmente aconteceu e a paciente curou-se radicalmente.

Por volta do ano de 1962, aproximadamente pelo mês de novembro,


quando eu apenas começava a freqüentar as conferências gnósticas, com-
pareceu um senhor de aparência incomum, que refletia preocupação e que
tinha um olhar vago e misterioso. Pediu para que o ajudássemos a tirar al-
gumas entidades tenebrosas do seu corpo, as quais o estavam prejudicando
e já haviam produzido um inchaço nas suas pernas. Em seguida, mostrou-
nos como elas estavam. O Mestre acedeu e pronunciou a Conjuração dos
Sete. Realizou uns passes magnéticos e o indivíduo começou a se retorcer,
a dar gritos e uivos, e a se queixar, sentindo uma dor intensa. Ao mesmo
tempo, fazia gestos e movimentos como se algo saísse dele. Logo depois sen-
timos um cheiro forte e nauseabundo. A seguir houve uma pausa em que ele
parecia ter desmaiado. O Mestre deu três palmadas, e voltou a si dizendo
não se lembrar de nada. Em três sessões teve as pernas recuperadas e não se
queixava mais das entidades. Poderia nos explicar o que aconteceu? Como
foi possível a sua cura?
Esses são os casos de possessos de que nos fala o evangelho cristão. Jesus
punha as mãos sobre os possessos e mandava os demônios saírem dos corpos;
é claro que obedeciam. Os apóstolos também receberam este poder; Jesus lhes
conferiu esta autoridade; com isso puderam exorcizar os demônios, a fim de
expulsá-los dos corpos enfermos. Portanto, o caso que nos conta não é o único.
As enfermidades são causadas precisamente pelas entidades tenebrosas que se
metem dentro do corpo dos enfermos. Muitas tribos indígenas das Américas
conhecem estes mistérios. Sei de muitos sacerdotes indígenas que, antes de
curar seus pacientes, os exorcizam com o propósito de eliminar as entidades
tenebrosas causadoras da doença. Se nossos médicos seguissem o exemplo
desses curandeiros indígenas, realizariam maravilhas no terreno da medicina.
O caso concreto que nos narrou é apenas normal. Exorcizou-se o enfermo e
ele ficou curado. Isso é tudo. Não se esqueça da arruda e da sálvia! São plantas
maravilhosas, que podem ser usadas como defumação nos exorcismos.

91
capítulo 8

O DESDOBRAMENTO
  

Que é o desdobramento?
Você realmente não sabe o que é o desdobramento? Percebo que sua per-
gunta é sincera! O desdobramento é sumamente simples. Trata-se de um fe-
nômeno natural, como comer, beber, etc. Quando o corpo físico adormece, é
claro que a alma se desprende dele e viaja por todas as partes. Ao regressar, ao
entrar novamente no seu corpo, muitas vezes a alma se lembra dos lugares por
onde andou, das pessoas com quem falou, etc. As pessoas costumam chamar
isso de ‘sonho’, mas na realidade é o ‘desdobramento’.

Isso pode ser feito à vontade ou apenas durante o sono?


De qualquer forma é preciso sono para que haja desdobramento, mesmo
que seja voluntário.

O desdobramento é perigoso?
Parece-me que se tornar consciente dos próprios fenômenos naturais nun-
ca poderia ser perigoso. Devemos fazer consciência dos alimentos que come-
mos, do que bebemos, do nosso estado de saúde e também do processo de
desdobramento, o qual ocorre em toda criatura viva.

Explique-me a técnica para que eu possa me desdobrar. Gostaria de ir


até Paris.
Tudo aquilo que você sempre fez de forma involuntária e inconsciente,
procure fazer de forma voluntária e consciente. Você sempre se desdobrou.

92
Nos momentos que antecipam o sono, a alma sai do corpo, mas, infelizmente,
de forma inconsciente. Continue se desdobrando, porém de maneira voluntá-
ria e consciente.
Quando sentir esse estado de lassidão própria do sono, quando começar
a adormecer, imagine-se como um fantasma sutil e vaporoso. Pense que irá
sair do corpo; compreenda que você não é o corpo; entenda que você é a alma;
sinta-se como alma, e se levante da cama com suavidade, delicadamente, tal
qual se levantam as almas.
O que estou dizendo deve ser traduzido em atos concretos. Não se trata
de pensar e sim de agir. Ao se levantar, dê um pequeno salto em seu próprio
quarto com a firme intenção de flutuar no espaço.
Se você flutuar é porque já está fora do corpo físico e poderá sair do seu
quarto e levitar no espaço. Poderá ir a Paris ou a Londres, ou ao lugar que qui-
ser. Mas se não levitar, é porque se levantou da cama em corpo físico. Então
volte ao leito e repita o experimento.

Ao levitar, o corpo físico permanece na cama?


Quero que você entenda: Se você flutua no meio ambiente que o circunda
é porque está fora do corpo físico. Neste caso concreto, você deve compreender
que o corpo físico ficou deitado na cama, que você está fora do corpo e longe
da cama.

Quando alguém se sentir flutuando, deverá pensar que viaja a algum


lugar determinado?
Quero que você compreenda que não se trata de pensar e sim de agir, que
é bem diferente. Por exemplo, estou vendo-a sentada nessa cadeira. Se você
apenas pensar que vai se levantar dessa cadeira e ir até a rua mas não agir nesse
sentido, é claro que permanecerá sentada aí. Precisamos agir e não só pensar,
entendeu?

Isso é o que me agrada na Gnose, que me explicam claramente tudo o


que não entendi.
Tudo isso é claro para nós; gostamos da exatidão e da precisão em tudo.

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Poderia nos contar o caso concreto de um desdobramento voluntário?
Com o maior prazer! Vou contar um caso pessoal, de como ocorreu meu
primeiro desdobramento. Eu era ainda muito jovem quando resolvi me desdo-
brar à vontade. Lembro claramente que pus bastante atenção no processo do
sono. Quando senti que estava quase dormindo, nesse estado de transição que
existe entre a vigília e o sono, agi inteligentemente.
Não me pus a pensar que ia me desdobrar porque, obviamente, se houvesse
ficado pensando, não teria realizado o experimento almejado. Repito: agi e me le-
vantei da cama com grande suavidade; ao fazê-lo, produziu-se a separação bem na-
tural entre a alma e o corpo. A alma saiu do corpo e este ficou na cama dormindo.
Saí da minha casa e fui para a rua de maneira espontânea e clara, pondo-
me a caminhar por uma via deserta. Detive-me na esquina seguinte e refleti
por uns instantes sobre a que deveria me dirigir. Resolvi ir à Europa.
Obviamente tive que viajar por cima das águas do Atlântico, levitando ma-
ravilhosamente no espaço luminoso. Senti-me cheio de uma alegria não conce-
bível para os seres humanos. Por fim cheguei à cidade de Paris.
Caminhando, ou melhor dizendo, flutuando na atmosfera luminosa, senti
instintivamente a necessidade de entrar em uma casa. Não me arrependo de ter
entrado em certa mansão. O curioso do caso foi o encontro com um Iniciado
que tinha conhecido em passadas encarnações.
Ele também estava fora do corpo. Nitidamente pude evidenciar que seu
corpo estava dormindo no leito. Junto a ele vislumbrei uma mulher e duas
crianças. Percebi que se tratava de sua esposa e de seus dois filhos.
Saudei carinhosamente o meu amigo e a alma de sua esposa, a qual tam-
bém estava fora do corpo. Não será demais acrescentar que como aquelas
crianças dormiam, suas almas também estavam fora do corpo.
Aquelas almas infantis assustaram-se com a minha inusitada presença.
Compreendi a necessidade de me retirar para evitar que tais almas regressas-
sem aos seus respectivos corpos. Se isso tivesse acontecido, teriam chorado e
o pranto haveria de despertar meu amigo e sua esposa, e então o diálogo seria
interrompido, já que tanto a alma do meu amigo como a de sua esposa seriam
obrigadas a voltar para seus respectivos corpos de carne e osso.
Compreendi tudo isto em milésimos de segundo e para evitar precisamente
este problema, propus ao meu amigo que saísse de sua casa e viesse comigo para
dar uma volta pelas ruas de Paris. Grande foi a minha alegria quando aceitou.

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Juntos, seguimos pelas avenidas daquela grande cidade e até o aconselhei
a voltar ao Caminho, retornando à Senda da Luz. Por último, propus a ele uma
visita a um templo maravilhoso que existe na Alemanha. Ele recusou o convite
alegando não poder ir porque devia concentrar sua atenção nos problemas da
vida prática, visto que tinha mulher e filhos. Despedi-me daquele Iniciado e,
suspendendo-me na atmosfera, passei por cima de uns muros altos e segui por
uma estrada cheia de curvas, até chegar a um templo maravilhoso.
Diante do Santuário vi muitas almas das mais diversas nacionalidades,
pessoas que durante as horas de sono escapavam de seus corpos densos para
irem até esse lugar.
Todas essas pessoas, reunidas em vários grupos, conversavam entre si, fa-
lando do cosmo, das leis, da reencarnação, do karma, dos mistérios da vida e
da morte, etc.
Procurei entre esses grupos certo amigo muito hábil no desdobramento,
mas não o encontrei. Então, me aproximei do umbral do templo e vi um belo
jardim com lindas flores que exalavam um perfume embriagador. Ao fundo,
destacava-se a silhueta de um magnífico templo iluminado pelo esplendor das
estrelas. Quis entrar, mas o guardião interveio e disse: “Este é o Templo da
Sabedoria! Retira-te! Ainda não é hora!”
Obedecendo às ordens, retirei-me a certa distância, sem me afastar muito
do umbral. Então olhei a mim mesmo, observando meus pés e minhas mãos
espirituais e até me dei ao luxo de compará-los aos membros do meu corpo
físico que havia deixado dormindo lá na América Latina, na terra sagrada dos
astecas.
Evidentemente, todas essas comparações deram como resultado o regres-
so instantâneo ao meu corpo físico, que havia deixado profundamente ador-
mecido na cama. Então acordei sobressaltado dizendo: “Estive no Templo da
Sabedoria! Que felicidade! Que alegria!”
Até hoje não consegui esquecer aquela luz tão branca, tão imaculada, que
brilhava naquele Santuário. Certamente, essa luz não se parecia com nenhuma
lâmpada física; saía de todas as partes e não projetava nenhum tipo de sombra.

Pode alguém viajar a qualquer lugar mesmo sem conhecê-lo?


Eu fui a esse templo divino e não o conhecia. Fui levado, podemos dizer, por
um sentido telepático superior. Poderia dizer que meu próprio espírito me guiou.

95
Quando há o desdobramento voluntário, ao despertarmos na cama, po-
demos nos lembrar de onde estivemos?
É claro que se não se lembra de nada é porque não houve desdobramento
consciente, porque me parece impossível que uma pessoa se desdobre volun-
tariamente, que saia do seu corpo intencionalmente, conscientemente, e não
seja capaz de lembrar o que viu fora do corpo. Por exemplo, quando você sai
de sua casa para o trabalho e depois volta do escritório para sua casa, se lembra
do que viu no escritório? Lembra-se do trabalho que executou? Das ordens de
seu chefe?

Sim, lembro de tudo que fiz no escritório quando volto para casa...
Pois é o mesmo caso, senhorita. Tenha em mente que seu corpo físico é
uma casa de carne e osso. Se você sai voluntariamente dessa casa, verá muitas
coisas. Se você retorna a ela voluntariamente, é lógico que se lembrará também
de tudo que viu e ouviu.

96
capítulo 9

FENÔMENOS MÍSTICOS
  

Certa ocasião, quando realizava um exercício de meditação no campo,


senti que saía do corpo, como se me estremecesse por completo. De repente
senti que voava à grande velocidade; e num par de segundos cheguei ao
Egito. Desci perto da esfinge e percebi o calor da areia na planta dos pés.
Pude tocar as enormes e carcomidas pedras do gigantesco monumento. Foi
uma grande surpresa ver tão nítido panorama e tão vívida percepção do
céu. Uma tênue brisa que vinha do rio Nilo movia umas altas e delgadas
palmeiras.
Depois de um breve descanso, senti uma atração especial que me elevou
do solo até flutuar aproximadamente na altura do nariz da esfinge, onde
havia uma pequena cavidade pela qual entrei. Deparei-me então com uma
escada estreita, que descia e levava até a porta de uma câmara, onde ha-
via um guardião vestido com um mandil [avental], sandálias douradas e
uma touca na cabeça com um diadema dourado, que era parecido com uma
serpente em posição de picar. Em sua mão direita trazia uma lança, com
a qual impedia minha passagem. Seus olhos eram de um azul esverdeado
muito penetrantes, e sua pele era morena. Não pronunciou uma única pala-
vra; apenas me examinou e me fez uma saudação de passe, a qual respondi.
Sorriu e recolheu a lança permitindo-me passar com uma amável reverên-
cia. Penetrei então numa câmara bem ampla, onde se ouviam cantos leves
de um coro que recitava agradáveis orações.
Havia no ambiente fumaça de incenso de cor rosada, o qual cheirava a
extrato de rosas vermelhas e fazia vibrar meu corpo dos pés à cabeça. Havia
também muitos símbolos egípcios nas paredes que, apesar de não enten-
der, me eram familiares. Depois de ver a rica decoração daquela câmara,
que indubitavelmente deve pertencer a um templo muito especial, escutei

97
um gongo; então apareceram três Mestres. Seus rostos eram veneráveis e
tranqüilos, porém de olhares penetrantes. Dois deles estavam vestidos de
amarelo; o outro, com uma túnica branquíssima. Depois de me saudarem,
deram as boas-vindas com um abraço fraternal.
Em seguida, oficiaram uma missa em um altar que havia entre duas
colunas enormes, com um grande escaravelho de ouro, que resplandecia na
fumaça do incenso. Em seguida, uma pequena pia com água cristalina, que
não havia notado antes, foi iluminada. Aproximaram-me dela e comecei
a ver meu rosto, horrivelmente negro e barbudo, como um orangotango.
Posteriormente, vi muitas passagens da minha vida, onde cometera todo
tipo de pecado. Terminei gemendo e chorando. A seguir me admoestaram,
dando-me conselhos em forma simbólica, e me entregaram um escaravelho
de ouro maciço; puseram-no na minha mão direita, fecharam-na e pronun-
ciaram algumas palavras que não entendi. Disseram-me que o conservasse
e me fizesse merecedor de tê-lo sempre ao meu lado. Abençoaram-me e re-
gressei ao meu corpo, despertando instantaneamente muito impressiona-
do. Até hoje não me esqueci de nenhum detalhe. Poderia me dizer o que
aconteceu e que significado tem tudo isso para mim?
Com muito prazer responderei a sua pergunta. Sem dúvida, trata-se de um
caso de desdobramento. Você adormeceu enquanto meditava e orava; então
sua alma saiu do corpo e foi parar no Egito, a terra sagrada dos faraós.
Quero que você compreenda que entrou espiritualmente no misterioso
templo da esfinge. Alegra-me muito que haja descoberto uma porta secreta
no nariz da esfinge. Obviamente, não se trata de uma porta física, mas de uma
porta invisível para os sentidos físicos, mas perfeitamente visível para a inteli-
gência e para o coração.
É ostensível que o templo da esfinge não se encontra neste mundo físico.
Trata-se de um templo invisível para os olhos da carne, mas totalmente percep-
tível para os olhos do espírito.
O que lhe aconteceu foi algo parecido com a experiência do apóstolo São
Paulo, o qual foi levado aos céus, onde viu e ouviu coisas que aos homens não
lhes é dado compreender.
Não há dúvida que você, numa existência passada, foi iniciado nos mis-
térios egípcios; devido a isso, foi chamado ao templo. Por isso, devido a essa
chamada, que fizeram quando você estava meditando, foi dar precisamente lá.

98
Assistiu espiritualmente um ritual egípcio, viu e ouviu os sacerdotes do
templo, escutou sublimes cânticos e viu na água o seu ‘eu pecador’ e todos os
delitos que cometeu. Não há dúvida que viu a si próprio bastante horrível; fica-
mos assim devido aos pecados.
Entregaram-lhe um escaravelho sagrado, de puro ouro, símbolo maravi-
lhoso da alma santificada; isso é tudo.
Espero, cavalheiro, que haja compreendido: é indispensável que se decida a
seguir o caminho da santidade e que se arrependa de todos seus erros.

Em outra ocasião, quando fazia exercícios de meditação, em pleno bos-


que das cercanias do povoado de Cuernavaca, México, junto com um amigo
espiritual de muita sabedoria, o qual estimo como a um pai, tive a seguinte
experiência:
Sentamo-nos na posição yogue da Flor de Lótus e fizemos uma práti-
ca respiratória. A seguir, ficamos em silêncio e entramos em meditação.
Imediatamente me senti transportado às cordilheiras dos Himalayas, mais
precisamente ao Tibet. No lugar fazia um frio tremendo e se escutava o
agudo uivar dos ventos. Vi alguns soldados chineses armados a rondar por
aqueles inóspitos lugares. Cheguei a uma planície um tanto nublada, onde
se descortinou, pouco a pouco, uma majestosa construção amuralhada, a
qual tinha um enorme portão de madeira preso com cravos de ferro, for-
jados há séculos. Naquela oportunidade, a entrada estava guardada por
soldados tibetanos que ao me aproximar gritaram ‘alto’, e me mandaram
esperar um pouco enquanto consultavam se podia passar ou não.
Instantes depois receberam a resposta e se ouviu o ranger das dobra-
diças do enorme portão, e me disseram para passar. À primeira vista, pa-
receu-me uma cidade celestial e, ao mesmo tempo, espetacular, já que res-
plandecia a brancura do mármore e os lindos jardins, com flores de uma
beleza indescritível, e arbustos de tonalidade verde e amarelo, nunca vistos
na terra.
Caminhei por amplas escadas que tinham corrimões com colunas tor-
neadas em forma de belas figuras de mármore, que me conduziram a uma
pracinha, onde havia uma pequena fonte de água vaporosa e cristalina. No
meio, havia uma bela criança, que vertia água de um cântaro que nunca
se acabava. Em seguida enveredei pela direita, dirigindo-me ao portal de

99
um edifício espichado horizontalmente, no qual se percebia sete colunas de
mármore belamente decoradas. Ao observar o corredor, passei a ouvir co-
ros angelicais, que trouxeram consigo uma figura que desprendia luminosi-
dade e respeito: era nada menos, nada mais, que o Mestre Jesus, o Cristo; ao
vê-lo, senti-me desfalecer. Ele me olhou fixamente, e em seu rosto esboçou-
se um sorriso de fraternidade e amor. Ato seguinte, aproximou-se de mim,
pôs sua mão direita em minha testa e disse: “Ide e ensinai a todas as nações
que estarei convosco”.
Depois, andamos por outros corredores e encontramos outros gran-
des Mestres, entre os quais reconheci o Mestre Samael Aun Weor, a quem
o Cristo Jesus chamou em voz alta e recomendou que vigiasse e instruísse
minha humilde pessoa. Depois, chamou outros alunos e Mestres que se en-
contravam próximos, todos vestidos de branco, e nos abençoou com ora-
ções e mantras especiais. Pessoalmente, ele se despediu do Mestre Samael
e de mim, e vi como desaparecia de nossa visão o magnífico recinto. Ao
regressar ao corpo, abri os olhos, e vi que meu amigo ainda não despertara;
porém, um minuto depois também acordava, e então comentamos as expe-
riências vividas...
Como é que um estudante gnóstico, sem mérito algum, tenha tido uma
experiência tão maravilhosa e que lhe hajam confiado essa delicada missão?
Com muito prazer responderei a sua pergunta. Já vê você o que é a medi-
tação e a oração. Se uma pessoa de boa vontade se entrega à oração e à medita-
ção, pode ter a dita de atingir o êxtase. Então, a alma sai do corpo, como já ex-
plicamos muitas vezes, e viaja aos mais remotos lugares da terra ou do infinito.
No seu caso concreto, você foi parar no Tibet e entrou em um templo se-
creto, onde pôde ver os Mestres da humanidade e Nosso Senhor o Cristo. Não
esqueça que a alma em oração, em êxtase, pode chegar a ver o próprio Cristo.
Você teve essa graça, e não há dúvida que o Senhor [o Cristo] recomendou que
ensinasse a doutrina gnóstica a todos os seus semelhantes.
É óbvio que eu devo te ensinar. Por isso, viste e ouviste o Senhor Cristo
preocupado em que te instruísse.

100
capítulo 10

EXPERIÊNCIAS MÍSTICAS
DE UM NEÓFITO
  

Em uma prática de desdobramento em 1966, consegui sair conscien-


temente de meu corpo; sentia uma liberdade muito especial, já que meu
Ser fora tomado de indescritível alegria. Então voei como um pássaro até
outro planeta, desconhecido para mim, mas muito parecido com a Terra.
Via enormes e verdes bosques povoados de pinheiros. Vislumbrei uma ca-
bana de troncos, na qual havia algumas pessoas fazendo-me sinais. Desci e
tive a agradável surpresa de ver que ali estava o Mestre Samael Aun Weor
com alguns familiares e discípulos conhecidos. Todos me receberam com
efusivos abraços e uma alegria que não posso descrever. Em seguida, o
Mestre me convidou a caminhar pelo bosque, até chegarmos a uma ponte
de pedra, onde o Mestre me explicou que aquele planeta era a Lua de épocas
passadas, quando nela havia habitantes, animais e vegetação. Era a antiga
Terra-Lua ou a Terra-Mãe-Lua. E me mostrou rios, montanhas e grandes
mares. Poderia me explicar como é possível visitar outro planeta de épocas
tão remotas como essa?
Distinto cavalheiro, já viu então o que é o desdobramento. A alma pode
se transportar a outros planetas e conhecer muitos mistérios. Realmente, você
foi, em alma ou em espírito, como queira dizer, a esse satélite que resplandece
nas noites estreladas. E lá, certamente, encontrou meu espírito na citada ponte,
porém o que você viu (a ponte, a vegetação, o rio, etc.) pertence a um passado
sumamente antigo, porque hoje a Lua é um cadáver.
É bom que você saiba que os planetas, as pessoas, os vegetais e os animais
nascem, crescem, envelhecem e morrem. Em nome da verdade devo lhe dizer
que hoje a Lua é um cadáver. Esse satélite teve vida abundante, passou por sua
infância, por sua juventude, por sua maturidade, envelheceu e morreu.

101
A alma pode ver não somente o futuro e o presente, como também, o pas-
sado. O que você viu corresponde exatamente àquela época passada, quando a
Lua teve rios caudalosos, mares profundos, vegetação exuberante, vulcões em
erupção, vida vegetal, animal e humana.
Quero que saiba que os selenitas existiram. A Lua teve sete raças humanas
através de sucessivos períodos históricos. As primeiras raças foram de gigantes
e as últimas de liliputianos, isto é, pequeníssimos. As últimas famílias humanas
que viveram na Lua poderiam ser catalogadas como de ‘homens formigas’. Não
se espante com o que digo; isto sempre acontece com todos os planetas. As
primeiras raças são de gigantes, e as últimas, muito pequenas. Felicito-o por ter
recordado o que viu e ouviu na Lua.
Futuramente, os arqueólogos encontrarão debaixo do subsolo lunar, ruínas
de cidades antiqüíssimas. Você verá as notícias em todos os jornais.

Em julho de 1969, tendo a oportunidade de visitar um povoado do es-


tado de Hidalgo [México] em companhia do Mestre Samael Aun Weor, sua
família, um amigo, um discípulo e um humilde criado, partimos de auto-
móvel numa tarde muito chuvosa e um tanto fria em direção a uma zona
arqueológica; pensávamos que não ia ser possível visitar o lugar proposto,
já que chovia forte pela estrada e havia pouca visibilidade.
Percorremos assim quase todo o caminho; ao chegarmos, vimos com
surpresa que o tempo melhorava no povoado para onde nos dirigíamos,
enquanto que ao seu redor permanecia carregado de nuvens negras.
Pudemos visitar a zona arqueológica praticamente na sua totalidade.
Em dado momento, notei que o Mestre fazia algumas concentrações ins-
tantâneas; posteriormente comentou com sua esposa que a permissão havia
terminado. A mim perguntou se me havia dado conta do fenômeno produ-
zido. Respondi afirmativamente, já que era evidente que ele solicitara para
que a chuva parasse. Então disse para que subíssemos no carro e logo em
seguida começou a chover a cântaros. Poderia me explicar como foi possível
aquele milagre?
É bom que você saiba que os quatro elementos - terra, fogo, água e ar - es-
tão densamente povoados por criaturas elementais da natureza. Pode ser que
estranhe o que estou dizendo, porém em todas as épocas da história existiram
relatos sobre isso que se chamam fadas, ninfas, nereidas, silfos, duendes, etc.

102
Esses são os elementais; assim são chamados porque vivem nos elementos. Os
pigmeus, por exemplo, vivem nas rochas da terra; as salamandras vivem no
fogo; os silfos, no ar e nas nuvens; por fim, as nereidas, na água.
As pessoas incrédulas não aceitam nada disto, mas penso que você seja
uma pessoa que tem fé; por isso, com o maior prazer explico e respondo sua
pergunta. Por meio de certas fórmulas secretas, meu próprio espírito deu or-
dens aos silfos que vivem nas nuvens para que as afastassem. Você não deve
ignorar que as águas são manejadas pelas ondinas. Se os silfos promovem
correntes psíquicas especiais, levam as nuvens, mexem-nas, afastam-nas do
lugar, e com elas vão também as ondinas. Por conseguinte, momentaneamen-
te pode-se afastar a chuva. Porém, isto somente o fazemos, nós os Iniciados,
em ocasiões especiais, porque, do contrário, se estabeleceria a desordem na
natureza. Quando um Iniciado gnóstico realiza um milagre desses, o faz
sempre com permissão dos Seres Superiores. O milagre que você presenciou
foi necessário, pois era preciso estudar alguns monólitos de Tula, por certo
bastante interessantes.

Em uma prática em que quis recordar minhas vidas passadas, tal como
nos ensinou, trouxe as seguintes experiências: Vi-me nas pirâmides de
Teotihuacan na época dos astecas, bem onde se encontra a Cidadela. Havia
uma grande multidão que aclamava e vociferava. Em toda a Avenida dos
Mortos havia gente do povo, soldados e políticos ricamente adornados com
penachos, braceletes, sandálias, ornamentos de ouro e pedrarias.
Por aquela avenida caminhávamos com as mãos e pescoços atados;
éramos prisioneiros. Rodeados por vários soldados vestidos de Cavaleiros
Tigres e Cavaleiros Águias fomos levados ao pé da pirâmide do Sol, onde
ardia uma grande fogueira. Ao chegarmos à plataforma colocaram-nos em
forma. Um sacerdote fez um sinal e todos se calaram. As chirimias e os tepo-
naztlis começaram a soar e surgiram donzelas bailando em danças de uma
faustosidade indescritível.
Terminadas as danças, apareceram doze anciãos que compuseram uma
espécie de corte marcial e nos julgaram. Posteriormente, vendaram-nos os
olhos e fizeram-nos subir os degraus da pirâmide. Alguns resvalaram e ca-
íram, já que escutavam o ruído e os gritos de dor. Lembro-me que sentia
os degraus estreitos que mal davam para a metade do pé. Ao chegarmos à
parte superior, houve invocações, orações e ofertórios. Depois, fomos sacri-

103
ficados ao Deus Huitzilopochtli. Poderia explicar o que me aconteceu nessa
reencarnação ou retorno?
Em plena meditação você quis recordar suas vidas passadas. Adormeceu
um pouco e sua alma saiu do corpo de carne e osso. Depois, vieram diversas
cenas, lembranças do passado. Convido-o a compreender que você viveu entre
os astecas no antigo México. Viu como os delinqüentes eram julgados e depois
sacrificados aos Deuses. Portanto, nem todos os imolados no altar dos sacrifí-
cios humanos eram vítimas inocentes. No México pré-colombiano, havia sa-
crifícios humanos.

104
capítulo 11

NEGÓCIOS
  

Senhor, tenho um negócio, mas ultimamente tenho enfrentado uma di-


fícil situação econômica. Meu estabelecimento vai de mal a pior; os clientes
sumiram... Que devo fazer?
Antes de tudo, estimado amigo, devo lhe dizer que precisa guardar 40 dias
de castidade absoluta, pois entendo que você tem vivido uma vida muito pro-
fana, tem sido muito fornicário, gastando torpemente suas energias sexuais.
É indispensável e urgente que compreenda a íntima relação existente entre
a glândula pineal e os órgãos sexuais. Não se surpreenda com o que digo. Essa
pequena glândula encontra-se situada na parte superior do cérebro.
Todo estudante gnóstico sabe muito bem que em nosso organismo temos
estabelecido todo um sistema sem fio. O plexo solar, situado na região do um-
bigo, é a antena telepática receptora que capta as ondas mentais de nossos ami-
gos e inimigos e as transmite à mente. A glândula pineal é o centro emissor do
pensamento, que transmite ondas às diversas pessoas e lugares.
É claro que os grandes comerciantes, os grandes líderes de todos os tem-
pos, tiveram essa glândula bem desenvolvida. Quando se malgasta a energia
sexual, a glândula pineal se debilita e se degenera; então, já não pode emitir as
ondas mentais com força, sobrevindo o fracasso nos negócios.
Como você é um homem profano, que nada sabe a respeito de nossos
estudos esotéricos, a única coisa que posso lhe aconselhar é que guarde pelo
menos 40 dias de castidade absoluta para acumular energia sexual e dar força
à glândula pineal. Assim melhorará sua situação econômica; fará uma troca
favorável. Aconselho também a levar enxofre nos sapatos. Não se surpreen-
da! Lembre-se que as emanações etéricas do enxofre limparão a sua atmosfera
pessoal.

105
Você precisa saber que com a fornicação se formam muitas larvas invisíveis
ao seu redor, em sua aura. Delas existem múltiplas espécies. Com as emanações
provindas do enxofre, essas asquerosas larvas se desintegram e sua atmosfera
clareia. Além disso, convém que limpe o ambiente onde tem o seu negócio. Faça
queimações de enxofre por uns nove dias. Depois, faça queimações com açúcar,
para adoçar o ambiente e para torná-lo agradável; também durante nove dias.
Estamos falando de ocultismo prático e penso que você me compreende, já
que precisa melhorar seu negócio.

Poderia me dizer o que devo fazer para prosperar? Vendo artigos no inte-
rior sem ter um negócio estabelecido. Há meses que não consigo receber nada.
Compreendo a sua situação, meu amigo. Com toda a sinceridade posso
dizer que quando alguém segue exatamente os dez mandamentos da Lei de
Deus, quando reza diariamente ao Pai que está oculto em nós, é claro que a si-
tuação melhora. O Pai nos dá tudo; nada lhe faltará então. Mas quando alguém
se comporta mal, quando não cumpre os Dez Mandamentos, quando não se
entrega ao Pai, então Ele se ausenta e você cai em desgraça.
Siga meus conselhos. Faça muitas obras de caridade. Guarde castidade.
Banhe-se com ervas aromáticas, como menta, camomila, eucalipto, nogueira,
etc. Use estas plantas por 40 dias em seu banho diário e faça obras de caridade
às toneladas. Somente assim melhorará a sua situação econômica.

Porém, o que você quer dizer por ‘castidade’?


Meu amigo, não vou explicar o Arcano AZF de nossos estudos gnósticos
porque não entenderia. Este livro é tão somente uma cartilha elementar para
quem jamais estudou nossos livros. Me limitarei unicamente a repetir para que
guarde 40 dias de abstenção sexual em pensamento, palavra e obra; isso é tudo.
Se você quiser se aprofundar em nossos estudos, leia nossos livros mais avan-
çados, como O Matrimônio Perfeito e outros.

Poderia me explicar que obras de caridade posso fazer?


É bom saber que obras de caridade são as obras de misericórdia: dar de
comer ao faminto, dar de beber ao sedento, vestir o desnudo, ensinar ao que
não sabe, curar os enfermos, etc.

106
Poderia me dizer quando devo fazer uma obra de caridade, quando
não, e a quem?
Ninguém é juiz para julgar; ademais a caridade não precisa de juiz. Isto faz
parte do bom senso. Dar de comer ao faminto é algo bastante humano porque
até aos presos recebem alimentação; senão morreriam de fome. Dar de beber
ao sedento é algo lógico, já que seria muito cruel negar um copo de água a al-
guém com sede. Presentear com uma camisa ao mal vestido é natural; consolar
um aflito é humano. Para isso não é preciso juízes [para decidir]. Contudo
seria absurdo dar-se cachaça a um bêbado ou emprestar armas a um assassino.
Amor é lei, porém amor consciente.

107
capítulo 12

A LEI DO LIVRE ARBÍTRIO


  

Quero lhe pedir um favor. Acontece que meu marido separou-se de mim
por causa de outra mulher. Sofro o indizível e não sei o que fazer. Como você
conhece as ciências ocultas, parece-me que poderia ajeitar minha situação.
Sei que dispõe de força mental maravilhosa e que pode dominar a mente
alheia, sugestionar o ser amado e pô-lo aos meus pés através da magia. Que
preço o senhor me cobraria pelo trabalho? Poderia lhe pagar o que quisesse.
Creio que a senhora se equivocou. Não sou mago negro. Utilizar as forças
da mente para subjugar os outros, para escravizá-los, para obrigá-los, é violên-
cia, e todo ato violento, é magia negra. Cada um vive sua vida e ninguém tem
o direito de intervir nos assuntos alheios. É absurdo querer dominar os outros.
Quando será que as pessoas aprenderão a respeitar o livre arbítrio dos
demais? Você acredita mesmo que é possível obrigar impunemente alguém a
amar o outro à força?
É necessário que saiba que este tipo de ações de magia negra se paga com
castigos muito fortes. Os Anjos do Destino não estão dispostos a perdoar se-
melhante delito. Se você continuar por esse caminho receberá seu castigo.
No mundo, existe muita gente dedicada à bruxaria, à feitiçaria e à magia
negra. Milhares de feiticeiros vivem desse negócio sujo, e é claro que não pro-
gridem, porque a magia negra só traz miséria, fome, nudez e suprema dor.

O castigo das pessoas que se dedicam à feitiçaria pode atingir também


seus filhos?
O ambiente dos magos negros costuma ser desastroso. Os filhos desses
tenebrosos também são tenebrosos. É evidente que as almas perdidas bus-

108
quem progenitores ou pais terrenos que sejam magos negros. Não é de se
estranhar que os filhos dos perversos também sejam perversos e caiam na
desgraça.
É lamentável que as pessoas não entendam a necessidade de se respeitar o
livre arbítrio dos demais. Sempre existe a nefasta tendência de querer dominar
os outros à força, de querer impor nossas idéias ao próximo, de tentar obrigar
o semelhante a fazer nossa vontade. Tudo isso se paga muito caro: lágrimas,
miséria e suprema dor.

Por que os magos negros acham que estão fazendo um bem à huma-
nidade? Eles acreditam que mesmo cobrando estão ajudando as pessoas a
resolver seus problemas?
Quero lhe dizer que a lógica do absurdo existe. Para os tenebrosos o bran-
co é preto e vice-versa. Lembre-se que o caminho que conduz ao Abismo está
calçado de boas intenções.
De forma constante chovem cartas de todas as partes solicitando este tipo
de serviço. Realmente, a humanidade causa pena. Se alguém está entregando
uma mensagem divina às pessoas, ao invés de se preocuparem em estudar essa
mensagem, a única coisa que lhes ocorre é escrever para arranjar marido, para
dominar a mente da mulher desejada ou para obrigar alguém a pagar uma
dívida.
Verdadeiramente, tudo isso me causa profunda dor. Não escrevem para
pedir orientação esotérica, para esclarecer ensinamentos; apenas para que do-
mine os demais. Eis o estado em que se encontra a humanidade. Nestas con-
dições, prefiro que não me escrevam porque só me preocupo em ensinar, em
mostrar o caminho da libertação, em indicar a meta que conduz à verdadeira
felicidade de espírito.
Infelizmente, as multidões não querem compreender isso. Há pessoas que
valorizam muito o poder da sugestão mental, e cobram tantos pesos ou tantos
dólares para cada sugestão. Outros pagam para colocar um ‘espírito’ (como
dizem os espíritas) ao ser amado para que abandone a outra pessoa, em cujos
braços dorme, e voltar chorando para casa, etc.
É claro que todos esses negócios sujos pertencem ao Abismo, aos tenebro-
sos. Aqueles que são dados a esse tipo de prática, de boa ou má fé, inevitavel-
mente cairão no Abismo, onde só se ouve pranto e ranger de dentes.

109
Eu sou cartomante e posso jurar que digo a verdade às pessoas, aju-
dando-as em seus problemas, ainda que lhes cobre alguma coisa porque
esta é a minha maneira de viver. O senhor acredita que estou agindo
bem?
Horrível maneira de viver você tem. De fato, és uma adivinha, uma feiti-
ceira. Acreditas por acaso que com o diabo dentro de ti, no próprio reino do
coração, pode-se dizer a verdade?
Bem sabes, e de uma vez por todas convém que não mais ignore, que levas
no fundo de teu coração o ‘eu pecador’ dos mortais, o próprio Satã. Pode, por-
ventura, uma pessoa que não chegou à santidade ser iluminada? O fato mesmo
de cobrar por predicar ou adivinhar já é um delito.
Pensas estar agindo bem, porém não estranhe: no Abismo vivem muitos
anacoretas, penitentes, feiticeiros, bruxos, adivinhos, que se sentem mártires e
que também acreditam estar indo muito bem.

Então pode me dizer se meus filhos, a quem ensinei minhas crenças,


também vão mal?
Tratando-se de crendices sobre lançar sorte, adivinhar fatos, etc., te-
nho que dizer que estão indo muito mal. Repito: não é possível conhecer o
destino dos demais se não conhecemos o nosso próprio destino, e não po-
demos saber de nosso próprio destino sem haver despertado consciência.
Semelhante despertar resulta impossível se antes não morre o ‘eu pecador’
(nossos defeitos).

Apesar de haver estudado em escolas esotéricas por muitos anos e de


me haver abstido do sexo mesmo sendo casada, você acredita que não haja
salvação para mim?
O que sei é que você está indo muito mal. É casada e rechaçou o Consolador
de que nos fala Jesus Cristo. Refiro-me ao Espírito Santo. É claro que o Espírito
Santo está no sexo. Sabendo-se manejar essa força, chega-se à iluminação, mas
você o odeia e nem sequer cumpre seus deveres sexuais com seu marido. Ainda
acha que está indo bem? Recebeu informação de cunho ocultista ou pseudo-
ocultista, mas nada realizou. O ‘eu pecador’ está muito vivo em você; dê-se
conta disso, arrependa-se, estuda nossos livros e viva-os.

110
Faço trabalhos de todo tipo: arrumo maridos alheios, faço vir gente à
força, etc., e estou muito bem economicamente, já que ganho muito dinhei-
ro. O que o senhor tem a dizer a respeito disso?
No seu caso, a miséria virá um pouco mais tarde; nesse ínterim, contente-
se com os sofrimentos morais que tem e que certamente não são muito agradá-
veis. Lembre-se que tem um filho enfermo, atacado de epilepsia. Semelhantes
enfermos são, na realidade, possessos do demônio. Não se dá conta disso? Não
quer entender? A sorte que a aguarda é o Abismo e a Segunda Morte.

111
capítulo 13

MAGIA PRÁTICA
  

Por ser aniversário de minha irmã, fui até à sua casa, aonde não ia há
bastante tempo, já que ela somente aparecia por lá de oito em oito dias.
Chegando lá, encontrei-a bastante enferma, sem que os médicos soubessem
o que ela tinha. Ela me explicou que se sentia assim só pela noite desde há
algum tempo; não podia dormir por falta de respiração. Disse ainda que ao
querer ler certo livro esotérico que lhe haviam emprestado, punha-se tão
mal que não conseguia lê-lo, a não ser que fizesse a Conjuração dos Sete
que eu tinha lhe dado, e invocando a ti [Samael Aun Weor]. Vendo-a tão
enferma, nasceu em meu coração o ímpeto de tomar dois ovos e limpá-la
com eles, enquanto que ao mesmo tempo fazia a Conjuração dos Sete que
você nos havia ensinado. Em poucos minutos, ela se sentiu melhor e pôde
respirar perfeitamente. Gostaria que me dissesse se agi bem e a que se deveu
essa enfermidade?
Não há dúvida que os tenebrosos costumam atacar as pessoas que buscam
o sendeiro da luz. É evidente que as potências das trevas vivem no mundo in-
visível. Elas vigiam, e quando vêem que uma alma tenta escapar de suas garras,
fazem de tudo para desviá-la, para afastá-la do caminho luminoso. Você agiu
muito bem curando a sua irmã. Não resta dúvida que o ovo, usado da maneira
que você usou, possui certo poder mágico maravilhoso, que permite a elimi-
nação de certas larvas e fluidos malignos que se acumulam na atmosfera das
pessoas, ocasionando diversos males.
É necessário que as pessoas que venham a ler estas linhas conheçam a
Conjuração dos Sete do sábio Salomão. Esta conjuração afugentou os tene-
brosos que atacavam sua irmã. É preciso memorizá-la, e usar sempre que ne-
cessário.

112
13.1 - CONJURAÇÃO DOS SETE
Em nome de Mikael que Iehovah te mande e te afaste daqui, Khava-
Ioth. Em nome de Gabriel que Adonai te mande e te afaste daqui,
Bael. Em nome de Rafael desaparece ante Elial, Sangabiel. Por Samael
Sabaóth e em nome do Elohim Ghibor afasta-te, Andramelekh. Por
Zakariel e Sakiel Melekh obedece ante Elvah, Sanagabril. Pelo nome
divino e humano de Shaddai, pelo signo do Pentagrama que tenho
na mão direita, em nome do Anjo Anael e pelo poder de Adão e de
Eva que são Iot-Khavah, retira-te Lilith; deixa-nos em paz, Nahemah.
Pelos Santos Elohim e em nome dos Gênios: Cashiel, Sehaltiel, Afiel
e Tzarahiel e ao mandato de Orifiel, afasta-te de nós, Molokh; não te
daremos nossos filhos para os devorar. Amém. Amém. Amém.

Outro dia, voltei a essa casa acima citada com outro irmão gnóstico
porque a notei muito sombria; juntos, queimamos enxofre, incenso e mirra
por toda a casa. Pusemos o pentagrama esotérico que você havia magneti-
zado e fizemos cadeias chamando os Mestres da Fraternidade Branca para
que nos ajudassem. Fiz bem?
As queimações são úteis para limpar a atmosfera das casas. O enxofre, por
exemplo, desintegra larvas; os outros perfumes ou incensos, é preciso saber
usá-los. Você deveria queimar o enxofre por uns nove dias seguidos para puri-
ficar a atmosfera da casa, limpando-a das larvas astrais, e só depois continuar
com os outros perfumes, porque o incenso e a mirra são úteis, mas não se mis-
turam com o enxofre; são incompatíveis.
O Conde Cagliostro invocava os Quatro Santos ou os Quatro Anjos, situa-
dos nos quatro pontos cardeais da terra, que governam o destino dos seres hu-
manos. Não há dúvida que o Conde Cagliostro usava também as queimações
para isso. Oferecia louro ao Gênio da Luz que vive no Oriente, murta ao Anjo
do Ocidente, incenso ao Rei do Norte e mirra ao Rei do Sul. Em um caso grave,
pode-se invocar estes quatro Santos, oferecendo-lhe seus perfumes correspon-
dentes e pedindo-lhes de coração, a ajuda almejada.

Nota: Na IGB usamos sprays feitos com essas plantas com os mesmos resultados aqui descritos.
Para saber mais sobre o uso mágico das plantas sugerimos o livro Medicina Oculta, do mesmo
autor, já editado pela IGB-Edisaw.

113
capítulo 14

MEDICINA OCULTA
  

Mestre, que o senhor me diz sobre as curas à distância?


Constantemente chegam cartas de diversos lugares do mundo solicitando
curas. Nós nos limitamos à medicina espiritual; indicamos a hora precisa em
que podem concentrar-se, ou seja, nos invocar ou pensar em nós. É claro que
assistimos espiritualmente os enfermos; algumas vezes até nos fazemos visíveis
diante deles.
Comumente instruímos no sentido de que acendam três velas em deter-
minada hora conveniente. Aconselhamos a pôr um copo com água diante das
velas. Insinuamos ainda que, depois de meia hora de concentração, bebam
dessa água. É justamente nessa água que depositamos certas substâncias que,
ao serem levadas ao interior do organismo, costumam realizar curas mara-
vilhosas.
Nos trabalhos de cura participam vários Mestres, como Paracelso, Hilarion,
Rafael e outros mais. Nem sempre indicamos concentração específica em
Samael; tenho muito trabalho. Também indicamos qualquer outro Mestre.
O importante é que os enfermos tenham fé porque esta faz milagres. O
Cristo já dizia: “Tende fé como um grão de mostarda e movereis monta-
nhas”.*
A fé é um maravilhoso poder solar com o qual podem ser realizados muitos
prodígios. Nosso sistema de cura espiritual não conflita com o dos médicos;
cada um pode ter fé em nossos métodos e consultar o seu médico no mundo
físico.

* NT - Mateus 17:20 diz literalmente: “(...) se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este
monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível”.

114
Qualquer enfermo pode ser curado através desses métodos?
Os Mestres da ciência curam o corpo vital, medicam-no e o resultado é a
cura do organismo físico logo a seguir. Sem dúvida, há enfermidades kármicas
bem graves, resultado das más ações cometidas em vidas anteriores. Quando
o castigo é muito severo, a cura torna-se impossível, porém os Mestres da
Medicina assistem e tratam de salvar o paciente.

Pode haver cura sem cuidados médicos?


Quando a pessoa não deve karma muito grave, os Mestres da Medicina
podem curar o enfermo, ainda que ele não consulte nenhum médico.

Todas as enfermidades são kármicas?


Não é preciso exagerar as coisas, cara senhorita. Nem todas as enfermida-
des são de origem kármica; por conta disso muitos pacientes saram rapida-
mente com nossos procedimentos psíquicos ou espirituais.

Pode me dizer se existe a enfermidade do mau-olhado?


Tenho a dizer que nas cidades morrem milhares de crianças devido ao
mau-olhado. Acontece que nos países ‘supercivilizados’, as pessoas não acre-
ditam nessa enfermidade; por isso, a mortalidade aumenta de maneira geral.
Qualquer pessoa, ao olhar uma criança com força hipnótica inconsciente,
involuntariamente fere o seu corpo vital, e o resultado não tarda muito a apa-
recer. Em seguida aparecem na vítima grandes olheiras, vômito, febre, diarréia,
etc. Os médicos costumam diagnosticar ‘infecção intestinal’, receitando muitos
antibióticos, xaropes, etc. No entanto, as crianças, em vez de melhorar, pioram
e morrem.

O que pode ser feito nesses casos?


O melhor é fazer intensos passes magnéticos de baixo para cima sobre o
rosto e pálpebras da criança, com a finalidade de retirar os fluidos vitais tene-
brosos. Convém também acender uma vela e ler a Conjuração dos Sete do sá-
bio Salomão, apresentada no capítulo anterior. Também se pode benzer a testa,
o peito, a cabeça e as costas da criança, enquanto se lê os quatros evangelhos.

115
Ler os quatro evangelhos é muito demorado. Não existe algo mais breve?
Sim, pode-se ler as bem-aventuranças com verdadeira fé para lançar um
fluido curativo suficientemente forte para que anule ou desaloje as energias
negativas acumuladas no organismo do enfermo, e assim este fique curado.

NT - Ver Mateus, Capítulo 5.

Então existem enfermidades causadas por feitiçaria?


O mundo está cheio disso, distinta senhorita. Posso citar inúmeros casos,
mas antes de tudo quero lhe dizer que a primeira coisa a ser feita é um diagnós-
tico exato; somente assim se consegue a cura.
Infelizmente, bem raros são os curadores que sabem diagnosticar verda-
deiramente uma doença ocasionada por feitiçaria.
Vou citar um caso especial relatado por Charles Waldemar. Segue entre
aspas porque não gosto de me enfeitar com plumas alheias, mas como este é
realmente um caso sensacional, é bom que nossos leitores o conheçam:
Um dos casos mais interessantes de ciúmes vampirescos foi experimen-
tado pelo investigador e ocultista francês Eliphas Levi (abade Constant).
Durante sua permanência em Londres, Eliphas Levi travou amizade
com um jovem duque, cuja casa visitava quase que diariamente. Fazia
pouco tempo que o duque tinha se casado com uma jovem princesa
francesa de extraordinária beleza; contudo, o fizera contra a vontade
de sua família protestante, já que a jovem era católica praticante.
O duque, como comprovou Levi, tinha levado durante muitos anos
uma vida um tanto frívola, para não dizer libertina, tendo por amante,
durante muito tempo, uma jovem italiana, dançarina de balé. No fim a
abandonou, já que na realidade amava apenas sua esposa.
Certa tarde, a duquesa adoeceu, motivo que a levou a acamar-se. Os
médicos diagnosticaram um princípio de gravidez, porém logo ficou
demonstrado que sua debilidade devia ter outra causa. Apesar de o
duque haver consultado os mais famosos médicos de Londres, eles se
viram diante de um enigma. Foram empregados os mais diferentes re-
médios sem êxito algum.
Freqüentava também o palácio do duque um velho abade francês que
conhecia a princesa de Paris. Esse ancião agradou-se de conversar com

116
Eliphas Levi, especialmente sobre questões metafísicas, pois ele tam-
bém se interessava sobre o tema há décadas, e não apenas teoricamente.
Certa noite, ficaram a sós no salão, pois o duque, preocupado, fora
para o quarto, para ficar ao lado de sua esposa enferma. Era uma noite
fria e úmida. Fora, a célebre névoa londrina ondulava, empanando a
luz dos lampiões. De repente, o abade agarrou uma das mãos de Levi
e disse com voz baixa: - Escute, querido amigo, desejaria falar de algo
com você. Posso confiar em sua inteira discrição?.
Levi respondeu afirmativamente e o abade prosseguiu: - Tenho to-
dos os motivos para supor que a doença da duquesa não é natural.
Conheço Mildred desde pequena e sempre foi a menina mais saudável
que possa imaginar. Agora, torna-se lânguida e se debilita dia-a-dia;
parece-me que está sendo misteriosamente sugada.
– Acredita você que se ache sob o influxo de algum poder obscuro?
Que está em jogo algum sortilégio? – perguntou Levi.
– Posso confiar bastante em minha voz interna e, por isso, quase me
atreveria a dizer que essa enfermidade tem algo esquisito. Quer me
ajudar a romper o encanto?
– Com muito prazer, respondeu Levi.
– Bem, então não devemos perder mais tempo. Agradeceria que meia
hora antes da meia-noite viesse ao meu domicílio para uma conjura-
ção conjunta. Tentarei interpelar o poder tenebroso. Quem sabe nos
chegue alguma resposta do além...
Depois desta conversação, Eliphas Levi tomou um coche e rapidamen-
te se dirigiu até sua residência, onde se lavou, se barbeou e mudou de
roupa, da cabeça aos pés, pois os espíritos da zona média, que eram os
que o abade pretendia invocar, exigiam de seus conjuradores a mais
escrupulosa limpeza. Também o traje devia estar de acordo com sua
natureza: não suportavam nenhum tecido animal, pelo que ficavam
descartadas roupas de lã e sapatos de couro.
Como a casa do abade situava-se no nordeste de Londres, em
Hampstead Heath, e Eliphas Levi vivia na Praça Russel, ou seja, que
era considerável a distância entre ambos os lugares, Eliphas Levi teve
de fazer seu exigente asseio com certa pressa, uma vez que queria
estar­lá no horário combinado. Uns quarenta minutos antes da meia-

117
noite chegou a Hampstead Heath. O abade em pessoa, todo de bran-
co, abriu-lhe a porta e o conduziu por uma elevada escadaria até um
aposento que se achava no extremo do corredor do primeiro piso. Os
olhos de Eliphas Levi tiveram primeiro que se acostumar com a obscu-
ridade; pequenas chamas azuladas e trêmulas emanavam um incenso
que cheirava a âmbar e a almíscar.
Nessa luz incerta, Eliphas observou uma grande mesa circular que se
encontrava no centro da habitação e, plantado sobre ela, o crucifixo in-
vertido, símbolo do falo. Junto à mesa estava um homenzinho delgado.
O abade comentou: – É meu criado. Você já sabe que é indispensável a
cifra de três para estas conjurações. Você começa a primeira invocação.
Este convite da parte do abade era mais que uma cortesia, pois as po-
tências da zona média poderiam irar-se e vingar-se sobre o dono da
casa, causando-lhe até a morte, caso permitisse rebaixar a harmonia
de sua esfera por um intruso incompetente. Ceder, pois, a invocação
ao amigo era mostra de que considerava a Eliphas como mestre de
primeira categoria na magia. Tal suposição era em verdade justificada.
Se alguém podia executar com êxito, com gesto desembaraçado e sem
temor, com coração puro e uma vontade fortalecida por numerosas
provas as cerimônias milenares da sagrada magia, este era o homem
certo. Ele exercia, no reino dos espíritos, tanto domínio quanto no
mundo das criaturas encarnadas e adeptos.
Em meio ao véu de fumaça Eliphas estendeu a mão instintivamente à
esquerda. Lá devia estar o recipiente com água benta que devia ter sido
recolhida em uma noite de plenilúnio de uma cisterna, velando-se e
orando-se sobre ela durante 21 noites. Em seguida, fez uma aspersão
pelos quatro cantos da habitação. O abade fazia as vezes de acólito e
movimentava o incensário ondulatoriamente. Na fumaça começaram
a se formar figuras estranhas e, ao mesmo tempo, pareceu-lhes que um
frio gelado brotava do chão e chegava até a ponta dos cabelos, dificul-
tando-lhes a respiração.
Eliphas Levi proferiu agora com mais força as palavras de invocação.
Subitamente, as paredes do quarto pareceram retirar-se como se um
abismo infinito e astral se abrisse na frente deles, ameaçando engoli-los.
Brilharam os esplendores de uma cintilante luminosidade e os olhos se
cobriram para não ofender o espírito invocado com um olhar indiscreto.

118
Com voz régia Levi perguntou sobre a causa da enfermidade da du-
quesa Mildred. Não recebeu resposta. As emanações de fumaça fi-
caram espessas de tal modo que ameaçaram sufocar os sentidos.
Precipitando-se rumo à janela, Eliphas ouviu subitamente uma voz, a
qual ainda que forte e retumbante, parecia sair do mais profundo de si
mesmo e encher todo o espaço de sua alma. O que a voz lhe gritou era
tão espantoso que suas pernas se negaram a mover-se e ficou como que
petrificado no mesmo lugar onde se encontrava.
Agora foi a vez do abade se precipitar para junto da janela, porém suas
mãos trêmulas, sem forças, não conseguiram abri-la. O criado, que
assistira passivamente a invocação, jazia desmaiado no chão. Por fim,
Eliphas saiu de sua paralisia e rompeu o vidro [da janela] com o cru-
cifixo, absorvendo o ar fresco da noite com fruição em companhia do
abade, especialmente ele que banhava, por assim dizer, sua cabeça febril
na névoa úmida. Por todos seus nervos corria a espantosa acusação que
o misterioso espírito havia se lançado com clareza inequívoca contra ele.
Quando, por fim, se recobrou, voltou para o quarto. A fumaça tinha se
dissolvido, mas a lamparina seguia ardendo tenuemente. O abade, pali-
díssimo, contemplava a Eliphas com os olhos dilatados e balbuciou:
– Você é realmente culpado, meu amigo? Não posso acreditar!
– Você também ouviu a resposta do espírito? – perguntou Levi.
O abade deixou cair a cabeça, como que oprimido, num gesto de con-
cordância. – Sim! sussurrou apenas perceptivelmente.
Levi se manifestou com veemência:
– Juro-lhe que tomei o símbolo com mãos puras e que em minha
vida jamais cometi um crime. Juro-lhe que não estou manchado de
sangue.
Ao dizer estas palavras, aproximou-se mais da lâmpada de maneira
que o brilho dela caiu em cheio sobre ele. Espantado, o abade apontou
com o dedo a mandíbula e a gola da camisa de Eliphas.
– Aí está! Olhe você mesmo no espelho, disse, tomando a mão do
amigo e conduzindo-o a um grande espelho de parede que pendia
no quarto contíguo. Ali, Eliphas comprovou um corte em sua barba
com umas gotinhas de sangue; também em sua camisa apareciam ou-
tras gotinhas. Devia ter se cortado ao fazer apressadamente a barba...

119
Assim, a resposta do espírito explicava-se perfeitamente: “Eu não falo
com alguém manchado de sangue”.
Levi sentiu como se seu coração se aliviasse de um enorme peso. No
entanto, o abade parecia mais acabrunhado e tinha se deixado cair so-
bre um sofá; contraía os ombros convulsivamente e escondia o rosto
com as mãos. Levi tentou acalmar o ancião, porém ele o rechaçou di-
zendo:
– Trata-se da pobre Mildred; cada hora consome sua vida. Não fosse
por isso, poderíamos invocar novamente o espírito três vezes 21 dias,
com as devidas oferendas e orações; porém isso demoraria muito tem-
po e nesse ínterim Mildred morrerá.
Levi não soube o que responder e fechou-se em um denso silêncio que
obrigou o abade a se levantar e a andar com passos vacilantes de um
lado para outro na sala: – Custe o que custar, devo obter uma respos-
ta... a qualquer preço. Prometa, meu amigo, que não me abandonará!
Uma vigorosa determinação lia-se no olhar do ancião; para tranqüi-
lizá-lo, Eliphas respondeu: – Dou-lhe a minha palavra. Ponho-me à
sua disposição como mago. Como o objetivo ainda não foi alcançado,
mantenho a palavra dada.
– Então, permaneça aqui, e dentro de 12 horas efetuaremos outra con-
juração; invocaremos os espíritos da zona baixa – disse o abade.
Eliphas sobressaltou-se. Teria o velho ficado louco? – Você, o quê?
Você disse que...? Um filho da Igreja quer entrar em contato com os
espíritos infernais? Não! Isso não está sequer na intenção da devota
duquesa. Renuncie a isso! Não arrisque sua alma!
(É evidente que invocar demônios é magia negra. Resulta claro que a ma-
gia negra traz fome, nudez, enfermidades e calamidades físicas e morais).
Havia tão glacial decisão nas palavras e gestos do abade que Eliphas
sentiu que toda réplica seria vã. Contra sua vontade, mais por lealdade
à palavra dada, aceitou a solicitação do amigo. Ficou como hóspede
na casa. Depois da extraordinariamente fatigante e tensa conjuração
anterior, dormiu tão profunda e pesadamente que despertou tarde pela
manhã. O dia foi passado com as devidas purificações e orações. De
noite, Eliphas recebeu a roupa apropriada para o serviço com o diabo,
bem como os demais requisitos. Como já manifestara antes, o abade

120
não tomaria parte ativa na invocação. Somente o assistiria como acóli-
to, mas mesmo assim vestiu-se com a roupagem prescrita.
(O que aconteceu após é algo que francamente e de maneira alguma
quero transcrever porque há responsabilidade na palavra. Neste caso é
preferível calar porque o silêncio é a eloqüência da sabedoria. É notório
que se alguém transcreve parágrafos tenebrosos, converte-se em cúmplice
do delito. Isto é semelhante a ensinar magia negra às pessoas. Felizmente,
os invocadores do presente relato não conseguiram tornar visíveis e tan-
gíveis os demônios invocados. A única coisa que conseguiram foi fazer
brotar de uma parede uma salamandra, pequena e inocente criatura do
fogo).
O abade, reunindo todas as suas forças, perguntou pela doença da du-
quesa.
– Batráquios, falou a salamandra, com voz infantil, e no mesmo instante,
desapareceu. Eliphas viu então como o abade cambaleava e desabava no
chão. Imediatamente tomou nos braços seu magro corpo e o levou para
o dormitório, onde, despindo o ancião, o pôs na cama, indo logo buscar
o criado para que trouxesse algo reconfortante. Ao voltar, encontrou o
abade completamente restabelecido, mas sua aparência era a de um ho-
mem abatido, que parecia haver envelhecido muitos anos.
(Obviamente, o abade estava fazendo esforços sobre-humanos para sal-
var a duquesa).
– Tudo inútil, falou com voz débil! A pobre Mildred haverá de morrer.
Minha alma! Oh minha alma! O que significa ‘batráquios’? – exclama-
va com voz febril.
– Apenas sei que é uma palavra grega que significa ‘rãs’ [sapos], res-
pondeu Eliphas.
O criado não tardou a chegar com vinho e biscoitos, porém o abade
repeliu todo alimento. Eliphas tomou um pouco e tentou arrancar o
amigo de sua desesperada letargia, mas foi inútil sua pretensão de re-
animá-lo. Com o coração oprimido retirou-se para sua moradia. No
dia seguinte, informou-se sobre como estavam o abade e a duquesa.
Mildred ia cada vez pior. Seu médico de cabeceira dava por certo
seu óbito. Também o abade achava-se em estado grave. Negava-se a
comer qualquer alimento e inicialmente não respondeu as perguntas

121
do amigo; depois, manifestou sua intenção de pôr fim aos seus dias
mediante a inanição. Profundamente entristecido, Levi se despediu,
preocupando-se muito com as trágicas conseqüências do pecamino-
so conjuro.
Durante as duas tardes seguintes, afundou-se outra vez nos seus cos-
tumeiros estudos e enquanto lia o Enquiridion, de Leão III; deteve-se
no ponto no qual, através da Chave de Trithemus, se decifrava do eso-
térico e cabalístico escrito o seguinte: “Um apreciável encantamento
maléfico é o da rã.”
(Abstemo-nos de entregar a fórmula secreta do sapo para não dar armas
aos perversos criminosos da magia negra).
Como um relâmpago essas palavras atravessaram a mente de Eliphas.
Sem fechar o livro pôs o sobretudo e lançou-se através das ruas de
Londres que iam sumindo no crepúsculo vesperal. Por fim, achou
uma carruagem e pareceu-lhe insuportável e longo o tempo que le-
vou para chegar ao palácio do duque. Rostos chorosos o receberam.
Informaram-lhe: “... a duquesa está em agonia. Já estão administrando-
lhe os últimos sacramentos...”
– Eu posso salvá-la, exclamou Eliphas; e afastando os espantados cria-
dos de seu caminho, precipitou-se em direção ao quarto de Mildred,
onde encontrou o duque. Com a respiração ofegante, suplicou-lhe: –
Você me conhece o suficiente para saber que sou de confiança. Creia-
me, pois, que não se perdeu toda a esperança. Enquanto a duquesa
viver não há porque se desesperar. Rogo que me deixe a sós com ela e,
pelo amor de Deus, não me pergunte nada... Tenha confiança em mim.
Ainda que atônito e confuso ao extremo, o duque acedeu ao desejo de
Eliphas, pedindo aos presentes, um médico, um sacerdote e uma don-
zela de companhia, que abandonassem a paciente. Uma vez só, Levi
fechou a porta atrás de si e se aproximou do leito da princesa. – Era o
que supunha, murmurou ao ver Mildred sumida em uma espécie de
catalepsia com os olhos brancos. Seus lábios estavam roxos e respirava
com suave estertor.
Imediatamente Levi pôs mãos à obra e começou a levantar o assoalho
da soleira da porta, porém a madeira resistiu aos seus trêmulos dedos.
Sacou sua navalha de bolso, cuja folha se rompeu no frenético inten-
to. Finalmente e com força desesperada conseguiu levantar o sarrafo.

122
Sangravam-lhe os dedos e seu esforço tinha sido baldio... Nada estava
oculto ali. Levantou os tapetes e tampouco achou alguma coisa. Tornou
a olhar a duquesa que respirava com dificuldade. Reparou que sua mão
esquerda pendia singularmente contraída para um lado. ‘A cama’, pen-
sou e com a certeza de agora procurar no lugar certo, levantou a enferma
de seu leito e a depositou tão suave quanto pode sobre um sofá que esta-
va contra a parede. Dedicou-se a seguir com uma crescente excitação a
revolver cobertores e almofadas, mas nada, nada de novo.
Tirou o colchão e o rasgou; tateou, apalpou, remexeu a crina... Então,
seus dedos tocaram um objeto mole, esponjoso; agarrou-o e retirou-o.
Com efeito, era aquilo que buscava... Precipitou-se para fora do quarto
e pediu ao duque, por meio de curta explicação, que pusesse à sua
disposição uma carruagem que o transportasse com a maior rapidez
até sua casa.
Chegando lá, pôs-se a executar a nova tarefa: a de queimar em chamas
de pez e enxofre a besta infernal, seguindo ao pé da letra a prescrição
do Enquiridion.
Abriu a janela do quarto para deixar sair o mau cheiro. Oprimido por
um enorme cansaço lançou-se vestido como estava na cama e num
instante sumiu em profundo sono.
No dia seguinte, foi recebido como um salvador no palácio do duque.
De maneira surpreendente e absolutamente incompreensível para os
médicos, o estado de saúde da jovem duquesa havia melhorado a tal
ponto que podia falar de uma franca superação da crise.
A própria Londres, no dia 28 de outubro de 1865, impressionou-se
com a sensacional notícia de que a diva do balé, Maria Bertin, tinha fa-
lecido repentinamente sem enfermidade alguma. Esta não foi a única
notícia. Poucas horas depois era também arrebatada pela morte uma
parente próxima do duque, uma velha solteirona que tinha sido apai-
xonada inimiga de Mildred, e que em vão tentara impedir o casamento
do duque com a princesa católica.

FIM

123
samael aun weor
O GRANDE MESTRE GNÓSTICO DO SÉCULO XX

  

Estas são algumas das mais palpitantes questões que os esoteristas moder-
nos estão buscando compreender. Samael, no Talmud, Zohar e outros livros
que comentam a Bíblia, é mencionado como um ‘Anjo Caído’ (efetivamente,
ele estava ‘caído’ até o século passado, mas para cumprir sua missão como Ava-
tar da Era de Aquário teve que se ‘levantar’ – e o fez magistralmente. Por isso,
vale a pena conhecer algo de sua vida e sua O Apocalipse o descreve como o
Quinto dos Sete. No esoterismo mais profundo e autêntico, Samael é conheci-
do como o Logos Regente de Marte ou o Senhor dos Exércitos. Modernamente
podemos dizer que Samael é o Senhor do Quinto Raio.
Para aqueles que nunca ouviram falar de Samael torna-se necessário te-
cer alguns comentários acerca de sua obra e da sua missão terrena no século
XX. Mesmo o leigo tem idéia de que é muito difícil a formação ou o nasci-
mento de um Adepto ou Mestre de Sabedoria; a maioria inclusive ignora que

125
eles existem­. Portanto, seguem valendo as perguntas: O que é um Mestre de
Sabedoria? O que é ‘levantar-se’?
Bem poucos, pouquíssimos são os que chegam ao nível de ‘Mestre de
Sabedoria’; Samael Aun Weor foi um desses poucos. Por isso, a Ele foi confiada
a transcendental missão de ser o Avatar de Aquário, o esperado Kalki Avatar,
Décimo Avatar de Vishnu, o abridor de caminhos para a vinda do próprio
Vishnu ou do Cristo Cósmico na Era de Aquário.
O ‘boddhisattva’ de Samael nasceu no dia 6 de março de 1917 numa família
aristocrática de Bogotá, Colômbia. Foi batizado com o nome de Victor Manuel
Gómez Rodríguez. Desde muito cedo demonstrou talentos e capacidades in-
comuns, como a de se lembrar de suas vidas passadas e a de se desdobrar em
astral conscientemente.
Ao fim de sua juventude já havia passado por diferentes escolas espirituais,
como espiritismo, yoga, rosacruz, teosofia. Sempre levou uma vida nômade.
Bem cedo recebeu a chave secreta do Grande Arcano – que é o segredo dos
segredos para quem quer o Caminho Iniciático.
Suas capacidades e sabedoria logo se tornaram marcantes. Ficou conheci-
do no círculo esotérico de seu país, ao final dos anos 40, como ‘o jovem Mestre
Aun Weor’. Falava com grande autoridade e todos os que o escutavam sentiam
a força que emanava de seu Ser. Os que o conheceram pessoalmente naquela
época não podiam deixar de notar duas coisas: seu grande amor à humanidade
e sua extrema humildade.
Em 1948 lhe foi revelado no mundo espiritual qual seria sua missão, con-
formada em três aspectos:
1. Formar uma nova cultura.
2. Forjar uma nova civilização.
3. Criar o Movimento Gnóstico.
Em 1950 é editado o primeiro livro do ‘jovem Mestre Aun Weor’. O traba-
lho que ele desenvolveu nessa época está bem detalhado no livro A História da
Gnose, escrito por seu primeiro discípulo, Julio Medina Vizcaino.
Um trabalho tão grande para a época e o país não poderia deixar de provo-
car reações. E a tempestade apareceu em forma de perseguições, calúnias, trai-
ções, etc. Em 1952 Aun Weor é preso sob a acusação de ‘curandeirismo’. Anos
mais tarde, com a família (dois filhos pequenos e a esposa grávida do terceiro),

126
teve que abandonar o país para não ser morto pelos ‘poderes deste mundo’.
Cruzou o Panamá e os países da América Central parte a pé parte pegando
carona, até chegar ao México, onde viveu até desencarnar em 1977.
Em 27 de outubro de 1954, no templo subterrâneo de Serra Nevada de
Santa Marta, Colômbia, um grande acontecimento espiritual marca a vida
de Aun Weor. Na presença de seus poucos discípulos, acontece o advento de
Samael. Aun Weor alcançava a Quinta Iniciação Maior e seu verdadeiro e real
Ser [Samael] penetrou na Alma Humana devidamente preparada pelas ordá-
lias iniciáticas de Aun Weor. Desde então assumiu sua total identidade íntima
como Samael Aun Weor.
Dia 4 de fevereiro de 1962 iniciava-se oficialmente a Era de Aquário.
Graças a um excelente trabalho desenvolvido por vários de seus discípulos na
época, seus livros já estavam sendo distribuídos e circulavam por diversos pa-
íses da América do Sul, incluindo o Brasil onde sua gnose chega em São Paulo
nesse mesmo ano.
As décadas de 60 e 70 foram muito fecundas para o Mestre Samael Aun
Weor. Além de haver escrito suas mais notáveis obras num total de quase se-
tenta livros criou também diversas instituições, abrangendo assim os princi-
pais segmentos sociais. Destacamos dentre elas:
POSCLA – Partido Operário Socialista Cristão Latino-Americano.
ICU – Instituto de Caridade Universal
IGCU – Igreja Gnóstica Cristã Universal
AGEACAC – Associação Gnóstica de Estudos Antropológicos
Em paralelo foram organizados e realizados diversos Congressos Mundiais
que chegavam a reunir mais de 3.000 (três mil) participantes.
Toda essa larga trajetória de realizações bem sucedidas foi interrompida
pouco antes da noite do Natal de 1977. Na noite de 24 de dezembro de 1977
ocorreu o desencarne do Mestre Samael Aun Weor.
Por havermos acompanhado parte de toda essa história sabemos direta-
mente que o Mestre Samael não foi um simples escritor esotérico, nem foi sim-
plesmente um estudioso do hermetismo ou tampouco o criador de mais uma
simples ‘seita’ como querem os eternos detratores da Divina Gnose.
Samael, além de haver encarnado todos os princípios espirituais que
ensinou ao mundo no Século XX, soube também sintetizar a essência do

127
buddhismo­e do cristianismo; decodificou a ciência alquímica; rasgou os véus
dos mistérios sexuais e abriu as portas da antropologia esotérica que nos dá o
elo perdido para unificar e conciliar todas as culturas e civilizações do passado
e do presente, do Oriente e do Ocidente.
Assim como Deus se esconde em sua própria Creação, também o Kalki
Avatar da Era de Aquário se oculta em sua própria obra. Porém para alguns
inimigos da divindade, Samael Aun Weor é apenas o criador de uma das mais
destrutivas seitas do século XX. Por paradoxal que pareça aos olhos dos não-
iniciados, o Movimento Gnóstico iniciado por Samael, é a única escola au-
tenticamente iniciática que restou à humanidade nos tempos atuais aqui no
Ocidente. Seus livros abordam de forma escancarada todo o processo de cris-
tificação do ser humano que anela trilhar o autêntico Caminho da Iniciação
Branca.
IMPORTANTE: Samael Aun Weor não deixou nem nomeou sucessores.

128
A IGREJA GNÓSTICA DO BRASIL
  

Igreja (Ecclesia) originalmente significava ‘assembléia’, ‘reunião’ e, por de-


notação, ‘comunidade’; tem o mesmo sentido da ‘sangha’ hindu. Porém hoje
Igreja é vista como instituição religiosa. Para o futuro, as antigas ecclesia nova-
mente assumirão o caráter de comunidades espirituais.
“Tu és Pedro e sobre essa pedra edificarei minha Igreja e as portas do in-
ferno não prevalecerão contra ela”. Palavras do Cristo Jesus que inspiraram a
Igreja de Roma a propagar ao mundo que ‘a sua’ era a verdadeira igreja. Porém,
de acordo com um dos maiores doutores dela mesma, Santo Agostinho, até o
século V da nossa era, essas palavras “Tu és Pedro ... “não se referiam à pessoa
humana do apóstolo, mas sim, à confissão que Pedro fizera da divindade de
Jesus: “Tu és o Cristo, filho do Deus Vivo”, declarou Pedro.
“A confissão da divindade do Cristo, diz Agostinho, é a pedra fundamental
da Igreja”. O próprio Agostinho diz ainda que a pessoa de Pedro, chamada por
Jesus de carne e sangue, não podia ser a pedra fundamental da igreja, até mes-
mo porque, em outras passagens do evangelho, Jesus chama Pedro de Satanás,
por ter pensamentos humanos e não divinos. Nesse caso, essa igreja seria uma
igreja de Satanás e não do Cristo.
A pedra fundamental da Igreja é a divindade de Jesus, o Cristo. Esse foi o
axioma sempre defendido pelos gnósticos dos primeiros séculos. Sabiam os
gnósticos que não existe nem pode haver verdadeira igreja fora do Cristo.
Detalhes como esse sempre foram motivo de terríveis discordâncias nos concí-
lios do passado. Diz Samael Aun Weor:
“A Igreja do Cristo não é deste mundo. Ele mesmo disse que meu reino
não é deste mundo”.

129
“No nome do Deus Vivo (o Cristo) há uma igreja invisível aos olhos da
carne, mas visível para os olhos da Alma e do espírito. Esta é a Igreja
Gnóstica primitiva, à qual pertencem o Cristo e os Profetas. Essa igreja
tem seus bispos, apóstolos, diáconos e sacerdotes que oficiam no altar
do Deus Vivo”.
“O Patriarca dessa igreja invisível é Jesus, o Cristo. (...) Na Igreja
Gnóstica vemos o Cristo sentado em seu trono, onde podemos conver-
sar com ele pessoalmente” (Do livro A Virgem do Carmo, cap. VIII,
pág. 20 e 21).
Samael Aun Weor foi o criador da Igreja Gnóstica Cristã Universal na dé-
cada de 70, no México, hoje com ramos e derivações em diversos países. Porém,
há muitos e importantes antecedentes ligados à criação da Igreja Gnóstica por
Samael. As raízes da Igreja Gnóstica na América Latina remontam ao início
do século XX (ano de 1910 mais exatamente) quando o médico alemão Dr.
Arnold Krumm-Heller chegou ao México procedente da Alemanha.
É por demais sabido nos círculos esotéricos e espirituais latino-america-
nos que Krumm-Heller era o Patriarca da Igreja Gnóstica da Europa para a
América Latina. Ocorre que Samael foi discípulo de Krumm-Heller (Mestre
Huiracocha) nos anos 1940, e dele recebeu os ensinamentos básicos que leva-
ram o então Hierofante de Mistérios Menores, Aun Weor, a criar mais tarde o
Movimento Gnóstico e a própria Igreja Gnóstica, utilizando inclusive os mes-
mos ritos que a Igreja Gnóstica de Krumm-Heller usava.
O distanciamento ou separação de Samael com a organização do seu
Mestre não aconteceu de forma conflituosa. Deu-se de forma natural pela mor-
te ou desencarne de Krumm-Heller em 1948. Portanto, ainda que não haja
uma ligação formal e jurídica entre a Igreja Gnóstica criada por Krumm-Heller
(V.M. Huiracocha) e o Movimento Gnóstico de Samael, não há como esconder
o fato de que o Movimento Gnóstico de Samael Aun Weor sucedeu o trabalho
e a própria Igreja Gnóstica de Huiracocha.
A demonstração mais inequívoca disso são os ritos internos utilizados pe-
las instituições gnósticas criadas por Samael. Eles foram trazidos da Europa
por Krumm-Heller. Além disso, nas primeiras obras de Samael é muito forte
a inspiração dos ensinamentos dados pelo Mestre Huiracocha antes de desen-
carnar. Basta ler os primeiros livros de Samael Aun Weor para se perceber esse
traço marcante. Afinal, todo discípulo, antes de se tornar mestre, traz consigo
os traços do seu Iniciador.

130
Qualquer apreciação do Movimento Gnóstico e da Igreja Gnóstica de
Samael Aun Weor fora desse contexto levará aos naturais desvios e falsas con-
clusões. A história e os fatos apontam o surgimento da gnose em terras ameri-
canas no início do século XX, tendo inclusive surgido antes na América Latina
que na América do Norte, onde um ramo também oriundo da Europa se esta-
beleceu em 1928, quase 20 anos depois de haver chegado ao nosso continente.
Em 1962 a Gnose de Samael chega ao Brasil, em São Paulo. Em 1972 che-
ga a Curitiba. É nesse ano que começa a nossa história, a história da Igreja
Gnóstica do Brasil.

131
sumário
  

Apresentação................................................................................................................................................................................................ 5

LIVRO 1: O LIVRO DOS MORTOS


Prólogo da edição original......................................................................................................................................................... 8
Introdução da edição original............................................................................................................................................10
Capítulo 1: A morte................................................................................................................................................................................12
1.1 – O raio da morte........................................................................................................................................13
1.2 – O que continua após a morte................................................................................................14
1.3 – O corpo vital................................................................................................................................................15
1.4 – A quinta dimensão..............................................................................................................................15
Capítulo 2: Os Anjos da Morte........................................................................................................................................17
Capítulo 3: Os Tribunais do Karma..........................................................................................................................22
Capítulo 4: Os quatro círculos..........................................................................................................................................24
4.1 – O Avitchi...........................................................................................................................................................24
4.2 – A região celular.........................................................................................................................................26
4.3 – A região molecular..............................................................................................................................28
4.4 – O mundo eletrônico...........................................................................................................................30

LIVRO 2: OS MISTÉRIOS DA VIDA E DA MORTE


Prólogo da edição original......................................................................................................................................................34
Capítulo 1: A morte.........................................................................................................................................................................35
Capítulo 2: Evolução da alma desencarnada.................................................................................................37

132
Capítulo 3: Reencarnação e karma.............................................................................................................................39
Capítulo 4: O Karma......................................................................................................................................................................42
Capítulo 5: O Íntimo......................................................................................................................................................................44
Capítulo 6: Magia sexual..........................................................................................................................................................46
Capítulo 7: As Sete Igrejas......................................................................................................................................................49
Capítulo 8: Viagens astrais.....................................................................................................................................................51

LIVRO 3: ALÉM DA MORTE


Introdução da edição original............................................................................................................................................55
Capítulo 1: A morte.........................................................................................................................................................................59
Capítulo 2: Além da sepultura..........................................................................................................................................62
Capítulo 3: A Lei do Retorno.............................................................................................................................................67
Capítulo 4: A Lei do Karma.................................................................................................................................................75
Capítulo 5: Fantasmas..................................................................................................................................................................80
Capítulo 6: Acontecimentos humanos..................................................................................................................84
Capítulo 7: Relatos muito interessantes...............................................................................................................88
Capítulo 8: O desdobramento...........................................................................................................................................92
Capítulo 9: Fenômenos místicos...................................................................................................................................97
Capítulo 10: Experiências místicas de um neófito............................................................................ 101
Capítulo 11: Negócios.............................................................................................................................................................. 105
Capítulo 12: A Lei do Livre Arbítrio.................................................................................................................... 108
Capítulo 13: Magia Prática................................................................................................................................................ 112
13.1 – Conjuração dos sete................................................................................................................... 113
Capítulo 14: Medicina Oculta....................................................................................................................................... 114

APÊNDICE
Samael Aun Weor – O Grande Mestre Gnóstico do século XX...................................... 125
A Igreja Gnóstica do Brasil................................................................................................................................................ 129

133
Livros publicados
pela IGB-Edisaw
Consulte nossa página na internet:
www.edisaw.com.br

  

O MATRIMÔNIO AS 3 MONTANHAS
PERFEITO
Esoterismo Iniciático
A Porta de Entrada Gnóstico
da Iniciação

A CONVERSÃO KUNDALINI
DE BELZEBU YOGA
De Príncipe dos Os Mistérios da
Demônios a Anjo Serpente de Fogo
de Deus

O LIVRO AMARELO OS MISTÉRIOS


MAIORES
Manual prático para
formar Buddhas e As Iniciações
Arhats secretas
de Jesus no
Egito

EDUCAÇÃO A GRANDE
FUNDAMENTAL REBELIÃO
Educar é bem mais Mudar a forma de
que programar pensar para mudar a
pessoas a produzir e forma de viver
consumir

134
PSICOLOGIA O CRISTO
REVOLUCIONÁRIA CÓSMICO
Bases espirituais para O mistério de sua
criar nova vida interior crucificação na
matéria

A GNOSE CRISTÃ MEDICINA


DO SÉCULO XX OCULTA
O resgate dos Tratado de Medicina
Mistérios do Oculta e Magia
Cristianismo Prática
Antigo

SIM! O LIVRO DA
HÁ INFERNO, MORTE
DIABO E

KARMA

135
SEDE NACIONAL DA IGB
www.gnose.org.br
Curitiba – Paraná – Brasil
Rua José Tomasi, 824 – Bairro Santa Felicidade
CEP: 82015-630
Fone: 41 3372 7038
E-mail: faleconosco@gnose.org.br

136
RAGNOS
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aparaaout ravi da?
Comovi vem osmor tos?Ondemor am?O quef azem?
Quem gover naavi da?Quem r egeamor te?
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mi naqueasal masvoltem at ernovoc or po
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