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10th October 2012 Serafins: serpentes ardentes aladas!
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1. A palavra hebraica serafim é plural da raiz saraf, que significa "abrasador, ardente". Saraf é encontrada diversas
vezes na Bíblia Hebraica, traduzida como "serpente abrasadora". Casos específicos estão, principalmente, no livro de
Isaías.
2. No livro de Isaías existe diversas vezes a raiz, e uma vez é encontrada a palavra no plural. 14.29, por exemplo, usa
se saraf, que é traduzida como "serpente ardente". Recebe também o adjetivo (ופף ְ voador, qualificando essa
ֽ ֵ ֹ)מע
serpente como voadora, ou seja, alada.
3. Em 30.6 (מעֹ ו ֵ֔פ ף
ְ )וְ שָׂ ָ ֣ר, novamente, é citada a serpente abrasadora, ardente, que voa. A palavra saraf, traduzida como
serpente, é muito comum em toda Bíblia Hebraica, somente em pontos teologicamente controlados que não. Pois,
com certeza, causaria alguns problemas para a fé das pessoas, não é? Vamos ver.
4. Por exemplo, o texto de Nm 21.6 (em que há o termo serafim, plural traduzido por serpentes abrasadoras,
ardentes). Nm 21.8, a serpente ardente que Yaveh mandou construir, como seria uma, é o termo saraf, singular.
5. Serafim recebe a tradução correta em Nm 21.68, no caso, "serpentes abrasadoras". Porém, em Isaías 6.2, onde o
mesmo termo, sem tirar nem pôr, completamente igual, é usado (שּׂ ָר ֔ ִפים
ְ Nm 21.6; שׂ ָר ֨ ִפים
ְ Is 6.2), a palavra foi e
continua sendo somente transliterada, não traduzida. Pergunto, por quê?
6. Respondo: porque, se não, haveria um problema teológico! Ora, aceitar, ao se traduzir, que existiam "serpentes
abrasadoras", com asas, protegendo o templo de Yaveh, em Isaías 6.2, soa meio pagão, não é? Mas é justamente
isso. Não só os hebreus, no entanto, muitos outros, digo muitos, mesmo, acreditavam que serpentes aladas
protegiam os seus templos. Eram figuras de proteção, de segurança, de defesa.
7. As "serpentes ardentes", serafim ()שּׂ ָר ֔ ִפים, no caso de Isaías, tinham essa função. Elas perderam o posto para outro
ְ
animal mitológico, posteriormente, depois do contato que os hebreus tiveram com a cultura assírica (kuribu),
também babilônica (karibu). Os querubins ()כְּ רֻ ִ֗בים, assumiram esse posto. Lá em Gn 3.24 já tivera essa mudança.
Não aparece protegendo a entrada do Éden serpente alguma, no entanto, o querubim monstro híbrido.
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2017525 Serafins: serpentes ardentes aladas!
[http://images2.wikia.nocookie.net/__cb20080403172439/fantasia/pt/images/thumb/2/2e/Cheruboriginal.jpg/193px
Cheruboriginal.jpg]
Querubim em placa de marfim fenícia (século IX a.C.), encontrada no palácio de TiglathPileser III (744727 a.C.) em Hadatu, provavelmente obtida de saque a
Damasco em 796 a.C. A peça parece ter pertencido originalmente ao rei Hazael de AramDamasco (848805 a.C).
8. As "serpentes abrasadoras" perderam espaço no templo, sendo consideradas, ao longo do desenvolvimento religioso
cultural, abominações. Pode haver uma luz dessa mudança de posto, com relação aos animais protetores, em Ez 8.10: "E
entrei, e olhei, e eis que toda a forma de répteis, e animais abomináveis, e de todos os ídolos da casa de Israel, estavam
pintados na parede em todo o redor". É possível que seja uma referência direta às serafim (serpentes aladas de fogo)
pintadas nas paredes secretas do templo.
9. Interessante, não? Quando se vê aqueles quadrinhos medievais, com os serafins iguaizinhos aos europeus, com cabelos
loiros e vestes branquinhas feito a neve, até de anjo a igreja lhes chama. Quando na realidade, são serpentes de fogo que
voam. É por isso que não confio absolutamente em nenhuma tradução da Bíblia, são sempre tendenciosas, a favor da
tradição.
André Francisco
Postado há 10th October 2012 por André/ Rodrigo
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