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METROLOGIA-2003 – Metrologia para a Vida

Sociedade Brasileira de Metrologia (SBM)


Setembro 01−05, 2003, Recife, Pernambuco - BRASIL

AVALIAÇÃO DA INCERTEZA DE MEDIÇÃO DE pH


EM ÁLCOOL COMBUSTÍVEL

Borges, R. M. H.1, Lemos, I. M. G. 2 , Couto, P.R.G.1, Fraga, I. C. S. 1 , Franco, A. P. 2, Ribeiro, R. C. 2,


Silva, F. R. 2, Gomes, E. G. 2, Pinheiro, A. P. G2, Couto, R. S. 1, Antunes, A M. S. 2 e d’ Ávila, L. A.2

1. Laboratório de Motores e Combustíveis – LAMOC, Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e


Qualidade Industrial, Divisão de Metrologia Química, Av. Nossa Senhora das Graças, 50 – Xerém, Município
de Duque de Caxias-RJ, CEP 25250-020, Brasil
2. Laboratório de Combustíveis e Derivados de Petróleo – LABCOM, Escola de Química, Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro - RJ, Brasil

RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo estimar INTRODUÇÃO


as principais fontes de incerteza nas medições de pH em
amostras de álcool etílico hidratado combustível (AEHC), Com a globalização e conseqüente abertura da economia
analisando as fontes preponderantes de incerteza em relação brasileira, é de suma importância que indústrias, laboratórios
ao custo e benefício. Este trabalho foi desenvolvido no e centros de pesquisas demonstrem alto nível de qualidade
Laboratório de Combustíveis e Derivados de Petróleo nos seus produtos e serviços, garantindo seus lugares no
(LABCOM), do Departamento de Processos Orgânicos da contexto nacional e internacional [1].
Escola de Química/Universidade Federal do Rio de Janeiro,
em conjunto com o Laboratório de Motores e Combustíveis A metrologia por ser a ciência da medição, tem importante
(LAMOC), do Instituto Nacional de Metrologia, papel na sociedade atual. O reconhecimento internacional, o
Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), com o qual controle ambiental e a ciência não podem existir sem que
mantém convênio de cooperação técnica e científica. Para a haja confiabilidade nos resultados das medições. O resultado
realização dos ensaios e posterior cálculo das incertezas de de qualquer medição física ou química deve ser
medição foram consideradas fontes provenientes de acompanhado por uma indicação quantitativa da qualidade
soluções tampão utilizadas, operadores do sistema de dos dados obtidos e, um conceito que caracteriza a qualidade
medição e, principalmente, equipamentos envolvidos. Além do resultado de medição, é a sua incerteza [2].
disso, o presente trabalho teve por objetivo o
desenvolvimento de um programa para os cálculos de Após o “Clean Air Act”de 1990, houve a exigência de se
incerteza nas medições analíticas utilizadas. O programa comercializar combustíveis oxigenados em áreas com
desenvolvido visou reduzir o tempo para o levantamento das elevados níveis de monóxido de carbono. A partir deste
principais fontes de incerteza e, principalmente, facilitar a momento, a demanda por etanol aumentou já que o mesmo é
obtenção da incerteza associada à medição de pH de álcool um oxigenado que vem sendo adicionado à gasolina. Todo
etílico combustível, visto que de acordo com dados da ano nos EUA, mais de 5,7 milhões m³ de álcool combustível
Agência Nacional de Petróleo (ANP), um índice expressivo são adicionados à gasolina para aumentar a octanagem e
de não-conformidades no álcool combustível pode ser minimizar os índices de emissões. Em algumas áreas, o
atribuído a problemas de produção e/ou armazenamento (pH etanol é misturado à gasolina na proporção de 10% de etanol
30%). O programa permite uma fácil interação do operador e 90% de gasolina, mas pode ser usado em concentrações
com as variáveis estudadas, permitindo o cálculo da maiores, como 85% de etanol e 15% de gasolina, ou até
incerteza expandida, baseando-se no Guia mesmo puro. Todos os fabricantes de automóveis aprovam a
Eurachem/CITAC: 2000. utilização de misturas etanol/gasolina. Estudos já realizados
Ainda como conclusão do trabalho, cabe salientar a mostram que as misturas podem ser usadas com sucesso em
necessidade dos laboratórios que executam essas análises de todos os tipos de veículos e motores que operam à gasolina
realizar esforços de modo a evidenciar a sua competência e [3].
confiabilidade metrológica dos seus resultados,
principalmente neste ensaio, já que em nível de Brasil, este O uso do etanol como combustível para automóveis no
contribui para a especificação da qualidade do álcool Brasil iniciou-se em 1923, e em 1931, a adição de 5% de
combustível comercializado. etanol à gasolina automotiva foi exigida. Após a primeira
crise do petróleo em 1973, o governo brasileiro iniciou o
Palavras chave: pH, álcool combustível, metrologia. projeto PROÁLCOOL, promovendo incentivos à produção
de etanol. No meados dos anos 80, este combustível estava MÉTODOS
sendo usado por 90% das famílias brasileiras [4]. Nos anos
90, foi impulsionado o uso do álcool como aditivo à Para o desenvolvimento deste trabalho, foram aplicados os
gasolina numa proporção de 20-25%. Em 2002, a produção fundamentos do “Guide to the Expression of the Uncertainty
de álcool etílico anidro e hidratado atingiu 12,6 milhões m³ in Measurement, Geneva, 1993, revised and reprinted in
(9,8% a mais que em 2001), correspondendo a 68% da 1995 – ISO GUM 95” [8], da “International Organization
quantidade de gasolina produzida, que totaliza 18,5 milhões for Standardization”. Este documento proporciona uma
m³ [5]. forma organizada de estimar a incerteza de medição, sem a
qual os resultados não poderiam ser comparados. O ISO
De acordo com dados de janeiro de 2003 fornecido pela GUM 95 é também estabelecido como a melhor ferramenta
Agência Nacional de Petróleo (ANP), responsável pela para a definição de toda a instrumentação utilizada no
regulamentação de álcool combustível hidratado, 37% das processo de medição.
não conformidades de acordo com as especificações
expostas na Portaria ANP n. 2/02, são relativas a problemas Foram realizados ensaios para a medição de pH de amostra
com teor alcoólico, 30% relativas ao pH das amostras , 12 % de álcool etílico hidratado (AEHC) e, posteriormente, foram
devido à condutividade e 21 % devido a outros fatores. definidos os parâmetros a serem colocados no programa
desenvolvido.
Existe disponível no mercado um programa capaz de
calcular a incerteza de medição de grandezas físicas, Ensaios foram realizados com sete técnicos visando obter
denominado “Uncertainty Calculator 2.5” [6]. Este um perfil das análises de pH de uma amostra de AEHC
programa é gratuito e foi desenvolvido para o cálculo de realizadas no LABCOM. Com base nos resultados obtidos,
incerteza de medições para procedimentos de calibração, pôde-se estipular uma metodologia para minimizar o efeito
baseando-se no ISO GUM 95. Porém, para ensaios dos técnicos nas referidas análises. Foram escolhidos
químicos, o trabalho a ser descrito a seguir pode ser mais aleatoriamente três técnicos para dar início aos ensaios. A
representativo, pois considera a influência da matriz, da cada 20 minutos foram realizadas análises de pH da referida
temperatura ambiente, dentre outros parâmetros. amostra de AEHC, totalizando um número de dez medições
para cada técnico. A temperatura das soluções, assim como
O objetivo deste trabalho é a avaliação da incerteza de a temperatura ambiente, foram controladas de modo que
medição de pH em álcool combustível com o auxílio de um suas interferências não fossem representativas para a
programa desenvolvido para a automatização dos resultados incerteza final. Condição de agitação da solução também foi
obtidos. Sem dúvida, a determinação química mais pré-estabelecida através de uma placa de agitação. Para cada
freqüente e uma das mais importantes em todos os processos análise foram utilizados 80 mL de amostra e foram
químicos industriais é a medições de pH. O pH de uma realizadas leituras no intervalo de 1 e 2 minutos, visando-se
solução é definido como o logaritmo negativo da estimar a possibilidade de interferência da agilidade dos
concentração de hidrogênio. Praticamente não existe uma técnicos na visualização do valor de pH presente no visor do
única indústria química ou estação de tratamento de água, equipamento.
esgoto ou resíduos, que não faça uso da determinação desta
grandeza química. Uma das etapas mais críticas nestes Esta pesquisa inclui também o desenvolvimento de um
processos são os sensores sensíveis ao íon hidrogênio, sem programa para o cálculo da incerteza de medição de pH
os quais todos eles falhariam certamente. Um dos sensores adotando tanto fontes Tipo A quanto Tipo B. Componentes
mais utilizados atualmente para determinações de pH e individuais de incerteza como a influência dos operadores,
controle de processos industriais, é o eletrodo de vidro com da solução tampão e do equipamento utilizado, são
sistema de referência de Ag/AgCl, devido a sua combinados para o cálculo da incerteza padrão combinada e
operacionalidade, quando comparado ao eletrodo de da incerteza expandida. Para facilitar a visualização dos
hidrogênio. A medição de pH em soluções não-aquosas fatores mais relevantes ao processo, o programa permite a
apresenta algumas peculiaridades tais como, instabilidade obtenção de gráficos com as diferentes contribuições de
nas leituras, tempos mais longos de resposta e outros incerteza. O programa permite uma fácil interação do
possíveis erros que podem interferir no resultado final da operador com as variáveis estudadas, permitindo o cálculo
medição. A alta resistência (baixa condutividade) de muitos da incerteza expandida, baseando-se no Guia
solventes orgânicos causa ruídos e interfere na resposta do Eurachem/CITAC: 2000 [9].
medidor de pH [7].

Este trabalho foi desenvolvido no Laboratório de RESULTADOS E DISCUSSÕES


Combustíveis e Derivados de Petróleo (LABCOM) no
Departamento de Processos Orgânicos da Escola de A dispersão de medições repetidas pode ser usada como um
Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro, em parâmetro para avaliação da repetitividade e
parceria com o Instituto Nacional de Metrologia, reprodutibilidade dos métodos de medição de técnicos,
Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro, com o qual equipamentos, etc. Neste estudo, a Distribuição “F” foi
possui um convênio técnico e científico. usada para determinar a homogeneidade entre variâncias nos
resultados obtidos pelos três técnicos. A Figura 1 mostra
como o programa desenvolvido permite a entrada de dados sc2 = (n1 -1).s12 + .....+ (nk -1).s12 / n1 +....... + nk – k (1)
para a medição de pH, como a temperatura ambiente, dados e o correspondente valor de F (Eq.2):
de calibração, incluindo informações contidas nos
certificados de calibração do instrumento de medição e da F = sk-12 / sk2 , where sk-12 > sk2 (2)
solução tampão utilizada nos ensaios. Fcrit é 3,86 para 3 graus de liberdade no numerador e 9
graus de liberdade no denominador para 95% de confiança.
A Figura 2 apresenta além do valor de incerteza expandida,
os critérios utilizados pelo programa desenvolvido para a Logo, não há diferença significativa entre as variâncias dos
avaliação da homogeneidade entre os resultados de medição resultados obtidos. A homogeneidade entre as médias foi
dos técnicos envolvidos no trabalho. dada através do Teste “t”, onde a condição para que o
conjunto de dados sejam considerados homogêneos é que o
O desvio padrão combinado (sc) é dado pela seguinte intervalo seguinte tenha o valor “0” (Eq.3):
equação (Eq.1):
0,5
|X – Y| ± t * (((nY +nX) / (nY * nX)) ) * sc (Eq.3)

Figura 1. Quadro contendo os dados iniciais para análise de pH.

As principais fontes de incerteza na medição de pH estão A Figura 2 apresenta os resultados das contribuições para a
apresentadas no diagrama de causa e efeito abaixo: incerteza de medição de pH. Como pode ser observado, o
programa permite a visualização gráfica dos fatores que
mais contribuíram para a incerteza final expandida.
Repetitividade Equipamento

pH
Solução tampão
Figura 2. Quadro contendo a análise da homogeneidade dos dados e demonstrativo das contribuições da incerteza de
medição.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A Tabela 1 apresenta um resumo das principais fontes de
incerteza e mostra que a repetitividade dos técnicos foi a
fonte que mais contribuiu para a incerteza final. [1] P. R. G. Couto, I. M. G. Lemos, “Uncertainty of
measurement results in fuel analyses”, Engenharia
Tabela 1. Valores e incertezas na medição de pH de álcool Térmica,Ed. Especial, pp. 38-43, 2002.
etílico hidratado. [2] C. Puglisi, F. Kornblit, “Uncertainty of measurement in
Valor Distrib. Divisor Coef. Graus de analytical chemistry”. Calibration line. Informative Bulletin
sens. liberdade of the Interamerican Metrology System, 8, pp. 5-19, 2002.
Técnicos 0,0230 Normal 1 1 14 [3] ANP, Agência Nacional de Petróleo, www.anp.gov.br,
Solução tampão 0,0070 Normal 2 1 ∞ consultado em junho de 2003.
Equipamento 0,0200 Normal 2 1 ∞ [4] EPA, Environmental Protection Agency, www.epa.org,
Incerteza Normal 0,06 consultado em maio de 2003.
Expandida (U) [5] A M. L., Souza, “Alternativas para o uso industrial do
álcool etílico no Brasil”, Tese de Mestrado Coppe-UFRJ
1979.
CONCLUSÕES [6] Metrology World, www.metrologyworld.com,
consultado em maio de 2003.
A metodologia para a avaliação da incerteza de medição de [7] I. Kuselman, A Shenhar, “Uncertainty in chemical
pH em álcool combustível mostrou-se adequada. Para a analysis and validation of the analytical method: acid value
estimativa da incerteza de medição é de suma importância a determination in oils”, Accred. Qual. Assur., Vol. 2, pp.
confiabilidade dos resultados, a avaliação e a interpretação 180-185, 1997.
de todo o processo de medição. Para isso, a facilidade e [8] International Organization for Standardization – Guide
agilidade na avaliação dos dados, permitem um rápido to the Expression of Uncertainty in Measurement, Genevre,
controle do processo e posteriores mudanças quanto aos 1993, revised and reprinted in 1995 (ISO 95).
técnicos, equipamentos, etc. [9] EURACHEM/CITAC Quantifying uncertainty in
analytical measurements – Second Edition, 2000.
Desta forma, o programa desenvolvido permitiu a
visualização dos parâmetros mais importantes ao processo
em questão, se tornando uma ferramenta importante aos
analistas dos laboratórios nacionais.
Autores:

Renata Horta Borges, M.Sc., Pesquisadora do Laboratório de


Motores e Combustíveis e aluna de doutorado da Escola de
Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Diretoria de
Metrologia Científica e Industrial, Av. N. Sra. Das Graças, 50,
prédio 04, Xerém, Duque de Caxias, RJ, CEP 25250-020, Brasil,
rmborges@inmetro.gov.br

Paulo Roberto Guimarães do Couto, Laboratório de Pressão,


Divisão de Metrologia Mecânica, Diretoria de Metrologia
Científica e Industrial, Av. Nossa Sra. Das Graças, 50, prédio 04,
Xerém, Duque de Caxias, RJ, CEP 25250-020, Brasil, Tel: +55 21
2679-9042, prcouto@inmetro.gov.br

Ilse Maria Guilhermino Lemos, Laboratório de Combustíveis e


Derivados de Petróleo da Escola de Química da UFRJ, Centro de
Tecnologia, Bloco E, Cidade Universitária, CEP 21945-000, Rio
de Janeiro, Brasil, Tel: +55 21 2679-9045,
imguilhermino@inmetro.gov.br

Isabel Cristina Serta Fraga, Divisão de Metrologia Química,


Diretoria de Metrologia Científica e Industrial, Av. Nossa Sra. Das
Graças, 50, prédio 04, Xerém, Duque de Caxias, RJ, CEP 25250-
020, Brasil, icfraga@inmetro.gov.br

Amanda P. Franco, Laboratório de Combustíveis e Derivados de


Petróleo da Escola de Química da UFRJ, Centro de Tecnologia,
Bloco E, Cidade Universitária, CEP 21945-000, Rio de Janeiro,
Brasil, Tel: +55 21 2679-9045

Fernanda R. Silva, Laboratório de Combustíveis e Derivados de


Petróleo da Escola de Química da UFRJ, Centro de Tecnologia,
Bloco E, Cidade Universitária, CEP 21945-000, Rio de Janeiro,
Brasil, Tel: +55 21 2679-9045

Rafael S. Couto, Divisão de Metrologia Química, Diretoria de


Metrologia Científica e Industrial, Av. Nossa Sra. Das Graças, 50,
prédio 04, Xerém, Duque de Caxias, RJ, CEP 25250-020, Brasil

Adelaide Maria de Souza Antunes, D.Sc., Laboratório de


Combustíveis e Derivados de Petróleo da Escola de Química da
UFRJ, Centro de Tecnologia, Bloco E, Cidade Universitária, CEP
21945-000, Rio de Janeiro, Brasil, Tel: +55 21 2562-7426,
adelaide@eq.ufrj.br

Luís Antônio D’Ávila, Laboratório de Combustíveis e Derivados


de Petróleo da Escola de Química da UFRJ, Centro de Tecnologia,
Bloco E, Cidade Universitária, CEP 21945-000, Rio de Janeiro,
Brasil, Tel: +55 21 2562-7426, davila@eq.ufrj.br

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