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nagio, como por e os cristaos podiam sonhar com um planeta totalmente cristo. magina-se a nagio soberana porque o conceito m época em que o Iluminismo ea Revolugao estavam de legitimidade do re Amadurecendo numa fase da hist6ria humana em os mais fervorosos de qualquer religito universal se defron- E, por ultimo, ela é imagi ndependentemente da desi sempre éconcebida como ‘uma profunda cama nidade que tornou possi No fundo, foi essa frater- moro que fa ia recente (pouco mais de dois séculos) gerem sactificios tio descomunais? Creio que encontraremo uma resposta nas raizes culturais do: 1. Raizes culturais Nao existem simbolos mais impressionantes da cultura mo- derna do nacionalismo do que os cenotifios ¢ tamulos dos solda- dos esconhecidos.O respeito aceriménias renciam esses monumentos, justamente porque estdo vazios ou orque ninguém sabe quem jaz. dentro deles, nfo encontra nenhum paralelo verdadeiro no passado.’ Para sentira forga dessa modernidade, basta imaginar a reagdo geral diante do sujeito intrometido que “descobre” 0 nome do soldado desconhecido ou n colocar alguns ossos de verdade dentro do cenota: rmulos sem almas imortais nem restos mortais iden ro dels esto carregados de imagens nacionais espectras: (E porisso que tantas nagbes diferentes tém esses trimulos sem sentir nenhuma necessidade de especificar a nacionalidade de seus ocu- pantes ausentes. 0 que mais poderiam ser, salvo alemies,america- ‘nos, argentinos etc?) O significado cultural desses monumentos ficara ainda mais claro se tentarmosimaginar, por exemplo,um ti ta desconhecido” ou um cenotéfio para os combate’: Nao seria um absurdo? O marxismo eo liberalismo nao seimportam muito coma morteeaimortalidade. Se imaginrio nacionalista se importa tanto com clas, isso sugere sua grande afi idade com os imaginérios religiosos. Como essa afinidade nada, tem de fortuito,talvez valhaa pena iniciar uma avaliagao das rai- es culturais do nacionalismo pela morte, otltimo elemento de uma série de fatalidades. Amaneira de um homem morrer geralmente parece arbitré- ‘mas sua mortalidade é inevitavel. As vidas humanas esto cheias dessas combinagdes entre acaso e necessidade. Todos sabe- ‘mos que nossa heranga genética pessoal, nosso sexo, a época em ‘que vivemos, nossas capacidadesfisicas lingua materna, ea por diante sio fatores contingentes ¢ inelutaveis. O grande mér to das concepgdes religiosas tradicionais (o qual, naturalmente, ‘do deve ser confundido com o papel delas na legitimasio de sis- ides brancas trovejando ‘sas palavras magica: Deve, hor ao (sobre o soldado americano] se formou no campo de batalha ha muitose muitos anos,enunca se ‘modiiicou. uo via ento, como o vejoagor, como uma ds figuras mais nobres ‘domundo;nio sé como uma das personalidad mltaresmaisseletas, mastam- ‘bémcomouma das maisimaculaas |] Ele pertence& posteridade erdade independ virtudes ¢ realizagoes espécieecontin- do budismo, do cristianismo ou do islamismo ao longo de milénios, e em dezenas deformagoes sociais diferentes, comprova uma capacidade de res- ao tremendo peso do softimento humano—a doenga, a mutilagao, a dor, a velhice, a morte, Por que nasci cego? Por que 0 meu melhor amigo ficou paraltico? Por que a minha irma € retardada? As religides tentam expliear. O grande ponto fraco de todos os estilos de pensamento evolucionérios/progressi- Iuindo o marxismo, € que eles respondem a essas pergun- tas com um siléncio impaciente.’ Ao mesmo tempo, ede diversas, maneiras, o pensamento religioso também dé respostas sobre as obscurasinsinuagdes de imortalidade, geralmente transformando afatalidadeem continuidade (karma,pecado original tc.). Assim, a religido se interessa pelos vinculos entre os mortos € os ainda no nascidos, pelo mistério da re-generagdo. Quem vivea concep: «0 € 0 nascimento do seu proprio filho sem apreender difusa- te uma mescla de ligagao, acaso €necessidade em linguagem "2 (Aqui, de novo,a desvantagem do pensamen- CE Régis Debray,* Marxism and the national question’ New Lef Review, 105 ernbro-outubro 1977),p.28. Durante o meu trabalho de campo na indonési, Aga de 1960, qa’ chocado com a tranqula negtiva de muitos mula rnosem scitarasideas de Darwin, No come, ntrpreeiesa negativacomo obs: curantsmo,Depoisviquecrauma tentativalouviveldemanteracoereni:adou trina da evolucio era simplesmenteincompative com osensinamentos do isla. ue fazer com umm materials centfico que acta formalmente as descobertas dafisicasobreamatéra,masqueseempenha tio poucoem vi revolugio uso quefor Seri queoabism: oculta uma desconhecid Mas vejam-seos interessante textos de Sebastiano to evoluciondrio/progressivo ¢ sua aversio quase hera ‘qualquer ideia de continuidade.) Fago essa observages talver simpl6rias principalmente por- nna Europa Ocidentalymarca ndos6 oamanhecer da era do nacionalismo, mas também 0 anoitecer dos modos de pensamentos religiosos.O século do Iluminismo, do secularismo racionalista, trouxe consigo suas prépriastrevas modernas. A fé religiosa declinou, mas 0 sofrimento que ela ajudava a apaziguar no desapareceu. A desintegracao do paraiso: nada tornaa fatalida- dde mais arbitréria, O absurdo da salvagao: nada torna mais neces- sirio um outro estilo de continuidade. Entio foi preciso que hou- vyesse uma transformacio secular da fatalidade em continuidade, dda contingéncia em significado, Como veremos, poucas coisas se raram (se mostram) mais adequadas a essa finalidade do que a ideia de nagio, Admite-se normalmente que os estados nacionais so “novos” e “hist6ricos’, ao passo que as nagoes a que eles dao cexpressio politica sempre assomam de um passado imemoria,'e, 40 falecdo presidente Sukarno sempre falou com toda a sinceridade sobre os \donésia"forasubmetida, cmbora prd= Asia p.158;¢ Ann Kumar, ‘Diponegox 1972),p.103.64 ainda mais importante, seguem rumo a um futuro ilimitado. E a magia do nacionalismo que converte acaso em destino. Podemos dizercom Debray:"Sim, é puroacaso queeu tenha nascid francés, a Franga eterna’. Ecdlaro que nao estou afirmando que surgimento do nacio- ‘produzido” pelo desgaste das conviegbes religiosas, nem que esse prOprio desgaste nao requer o século xvi foi’ «uma explicagéo complexa. Também nao estou sugerindo que 0 nacionalismo tenha, de alguma forma, “substitutdo” historica- mente a religiio. © que estou propondo € 0 entendimento do nacionalismo alinhando-o nao a ideologias politicas conscien as aos grandes sistemas culturais que 0 prece- dram, ea partir dos quais ara nossas finalidades,0s doissistemas culturais pertinentes slo a comunidade religisa e 0 reino dindstico. Pois ambos, no seu apogeu, foram estruturas de referéncia incontestes, como ocorre atualmente com a na sar 0 que conferiu: uma plausibilidade autoevidente a esses siste- mas culturais, e ao mesmo tempo destacar alguns elementos- chave na decomposigao deles. arquipélago Sulu, da cristandade d mundo budista desde o Sri Lanka atéa penins ssobjetivos, pode-s smo”) incorporavam a ideia de des, Masa: Ce \deriam 0s seus caracteres, porque os sacros adotados por ambos existiam apenas em érabe clés- sico, Nesse sentido, o érabe escrito funcionava como os ideogea ‘mas chineses,criando uma comunidade a partir dos signos,e nao dos sons. (Assim, hoje em diaalinguagem matemitica dé prosse- a tradiga0. Os romenos nao fazem ideia de como se diz“+”em tailandés, vice-versa, mas ambos compreen- ) Todas as grandes comunidades clissicas se consi dderavam cosmicamente centras, através de uma lingua sagrada Jigada a uma ordem supraterrena de poder. Assim, o alcance do k rabe ou do chines escritos era, teoticamenteili- itado. (Na verdade, quanto mais morta é a lingua escrita — {quanto mais distante da fala —, melhor: em principio, todos tém acesso a um mundo puro de signos.) Mas essas comunidades clissicas ligadas por Iinguas sagradas sham um carster: das comunidades imaginadas das mo melhor do que sa atitude certamente ndo foi exclusiva dos chinese vem se restringiu a Antiguidade. Veja, por exemplo, a sey para os barbaros’, forn Pedro Fermin de Vargas, do comeco Para ampliara nossa agricultu indios. A preguiga, a falta d em parte “isentando-os dei gentinae Estados ssa crueldade ivos semianalfabetos’,“wogs”* eassim por diante! meio de se imaginar as grand unidades glo- n as linguas mudas sagradas, essas aparigoes ide a partir de uma ideia bastante estranha a

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