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Numa entrevista concedida ao jornalista Dam, em janeiro de 1896, Roentgen informa que
estava usando um tubo de Crookes no momento da descoberta (8 de novembro de 1895).
Numa carta enviada a Zehnder (fevereiro de 1896), ele diz que usou uma bobina de
Ruhmkorff 50/20 centímetros, com interruptor Deprez, e aproximadamente 20 amperes
de corrente primária. O sistema é evacuado com uma bomba Raps, ao longo de vários dias.
Os melhores resultados são obtidos quando os eletrodos da descarga estão afastados por
uma distância de aproximadamente 3 cm. Mais uma vez, não especifica o tipo de tubo
usado; diz apenas que o fenômeno pode ser observado em qualquer tipo de tubo de vácuo,
inclusive em lâmpadas incandescentes.
Que Roentgen descobriu os raios X por acaso, parece não haver dúvida. De que outra
forma algo tão inesperado poderia ser descoberto? Agora, sobre o que não se tem certeza
é qual foi o acidente que proporcionou a descoberta, e em que momento ele ocorreu. É
difícil de imaginar que no primeiro arranjo experimental Roentgen tenha envolvido o tubo
com a cartolina. O que ele esperava ver atravessando a cartolina preta, senão raios X?
Como é possível, em menos de dois meses, alguém abordar aquela enorme quantidade de
aspectos fundamentais de um fenômeno desconhecido, por mais genial que seja? Por outro
lado, se o "verdadeiro" momento da descoberta não é o 8 de novembro, qual a razão para
Roentgen fazer-nos crer que esta é a data correta?
Puro acidente ou não, o fato é que a repercussão da descoberta foi de tal ordem que, com
muita justiça, o primeiro Prêmio Nobel de Física (1901) foi concedido a Roentgen.
Radiografia tirada por Roentgen de seu rifle de caça. Observe que há um pequeno defeito
no cano. Com essa foto, Roentgen antecipou o uso industrial dos raios-x como controle de
qualidade de peças.
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-do-raio-x/historia-do-raio-x.php
Fonte: www.rxnet.com.br
A primeira radiografia foi realizada no dia 22 de dezembro de 1895. Neste dia, Roentgen pôs a mão
esquerda de sua esposa Anna Bertha Roentgen no chassi, com filme fotográfico, fazendo incidir a
radiação oriunda do tubo, por cerca de 15 minutos. Revelado o filme, lá estavam, para confirmação
de suas observações, a figura da mão de sua esposa e seus ossos dentro das partes moles menos
densas.
http://www.walmorgodoi.com/aulascamoes/aula01_TR.pdf
Primeiros Aparelhos.
Novas conquistas:
Desde esta época até os dias de hoje surgiram várias modificações nos aparelhos iniciais,
objetivando reduzir a radiação ionizante usada nos pacientes, pois acima de uma certa
quantidade sabia-se que era prejudicial à saúde. Assim surgiram os tubos de Raios X,
diafragmas para reduzir a quantidade de Raios X e diminuir a radiação secundária que,
além de prejudicar o paciente, piorava a imagem final.
Em Janeiro de 1896 Roentgen realizou a primeira radiografia em público na Sociedade de
Física Médica de Wüzburg. Em Abril desse mesmo ano fez-se a primeira radiografia de um
projétil de arma de fogo no interior do crânio de um paciente, essa radiografia foi feita na
Inglaterra pelo Dr. Nelson.
Em 1898, o casal Curie (Pierre e Marie Curie) anunciou, na Academia de Ciências de Paris,
a descoberta do rádio.
Naquela mesma época, Madame Curie demonstrava que as radiações, descobertas por
Becquerel (a atividade radioativa dos sais de Urânio) poderiam ser medidas usando
técnicas baseadas no efeito da ionização.
Em Abril de 1896, um relatório médico apresentado no “Medical Record” descreve um
caso no qual um carcinoma gástrico teve uma surpreendente resposta quando irradiado
com raios-X.
Em novembro de 1899, Oppenhein descreveu a destruição da sela túrcica por um tumor
hipofisário.
Em 1900, Wallace Johnson e Walter Merril publicaram um artigo descrevendo os
resultados positivos obtidos em câncer de pele pela aplicação de raios-X.
Em março de 1911, Hensxhen radiografou o conduto auditivo interno alargado por um
tumor do nervo acústico (VIII par.).
Em novembro de 1912, Lackett e Stenvard descobriram ar nos ventrículos ocasionados
por uma fratura do crânio.
Um neurocirurgião de Baltimore, Dandy, em 1918, desenvolveu a ventriculografia
cerebral, substituindo o líquor por ar. Assim ele trouxe grande contribuição no diagnóstico
dos tumores cerebrais.
Em 1920, iniciaram-se os estudos relativos à aplicação dos raios-X na inspeção de
materiais dando origem à radiologia industrial.
Em julho de 1927, Egaz Moniz desenvolveu a angiografia cerebral pela introdução de
contraste na artéria carótida com punção cervical. Ao apresentar seu trabalho na
Sociedade de Neurologia de Paris, ele disse: "Nós tínhamos conquistado um pouco do
desconhecido, aspiração suprema dos homens que trabalham e lutam no domínio da
investigação".
A evolução dos equipamentos trouxe novos métodos. Assim surgiu a Planigrafia Linear,
depois a Politomografia onde os tubos de Raios X realizavam movimentos complexos
enquanto eram emitidos.
No Brasil, Manuel de Abreu desenvolveu a Abreugrafia, um método rápido de
cadastramento de pacientes para se fazer radiografias do tórax, tendo sido reconhecida
mundialmente.
Por volta de 1931, J. Licord desenvolveu a mielografia com a introdução de um produto
radiopaco no espaço subaracnoideo lombar.
Irene e Fréderic Joliot Curie, em 1934, descobrem a radioatividade em elementos
artificiais impulsionando as aplicações médicas com a obtenção de isótopos radioativos.
No final da década de 40, surgiu à ideia de usar a tensão alternada para acelerar partículas
carregadas originando, mais tarde, o acelerador de partículas.
Em meados da década de 50, foi construído um LINAC (Linear Acelerator) com a finalidade
de tratar tumores profundos, pelo Stanford Microwave Laboratory, sendo instalado no
Stanford Hospital, localizado em São Francisco – EUA.
Em 1952, desenvolveu-se a técnica da angiografia da artéria vertebral por punção da
artéria femoral na coxa passando um cateter que ia até a região cervical, pela aorta.
Por volta de 1970 através de cateteres para angiografia, começou-se a ocluir os vasos
tumorais surgindo assim a radiologia intervencionista e terapêutica. Assim, nos dias de
hoje, usam-se cateteres que dilatam e desobstruem até coronárias, simplesmente
passando-os pela artéria femoral do paciente, com anestesia local, evitando nesses casos,
cirurgias extracorpóreas para desobstrução de artérias (famosas pontes de safena).
Também na década de 1970, um engenheiro inglês, J. Hounsfield desenvolveu a
Tomografia Computadorizada, acoplando o aparelho de Raios-X a um computador. Ele
ganhou o prêmio Nobel de Física e Medicina. Até então as densidades conhecidas nos
Raios X eram ossos, gorduras, líquidos e partes moles. Com esse método, devido a sua alta
sensibilidade foi possível separar as partes moles assim visualizando sem agredir o
paciente, o tecido cerebral demonstrando-se o líquor, a substância cinzenta e a substância
branca. Até essa época, as imagens do nosso corpo eram obtidas pela passagem do feixe de
Raios X pelo corpo, que sofria atenuação e precipitava os sais de prata numa película
chamada filme radiográfico que era então processada. Com essa nova técnica, o feixe de
Raios X atenuado pelo corpo sensibilizava de maneiras diferentes os detectores de
radiação. Essas diferenças eram então analisadas pelo computador que fornecia uma
imagem do corpo humano em fatias transversais em um monitor e depois passada para
um filme radiográfico.·.
O homem, não satisfeito ainda, descobriu e colocou em aplicação clínica a Ressonância
Nuclear Magnética por volta de 1980. Ela obtém imagens do nosso corpo similares às da
tomografia computadorizada, só que com mais vantagens adicionais. Não utiliza radiação
ionizante e raramente necessita uso de contraste.·.
A ressonância resulta da interação dos núcleos dos átomos, os prótons de Hidrogênio de
número ímpar, com um campo magnético intenso e ondas de radiofrequência. Sob a ação
dessas duas energias, os prótons de hidrogênio ficam altamente energizados e emitem um
sinal que apresenta uma diferença entre os tecidos normais e os tecidos patológicos. Essa
diferença de sinal é analisada por um computador que mostra uma imagem precisa em
secções nos três planos.
Atualmente sabe-se que os chassis e filmes radiográficos em muitos centros Radiológicos
já não são mais utilizados, pois a técnica de Radiologia Digital já é uma realidade. Essa
nova técnica melhora a qualidade da imagem e facilita o seu processamento.
Achados Interessantes
Hoje sabemos que os chamados raios catódicos são constituídos por elétrons de alta
energia emitidos pelo catodo. Ao se chocarem violentamente com o anodo, os elétrons são
rapidamente desacelerados. Pelo princípio da conservação da energia, a energia cinética
perdida por cada elétron nessa colisão é convertida em energia radiante radiação
eletromagnética de alta frequência conhecida como raios X.
Desde a época de Röntgen, a questão de identificar a natureza dos raios X e da sua
produção estava colocada.
Em seus primeiros passos para identificar a natureza dos raios X, ele usou um sistema de
fendas para mostrar que os raios X se propagam em linha reta e não possuem carga
elétrica, pois não são desviados pela ação de campos elétricos ou magnéticos. Este
comportamento é muito semelhante ao da luz visível e não poderia ser diferente, pois se
trata de radiação eletromagnética como aquela. A teoria eletromagnética clássica dava
conta de explicar o fenômeno ao menos parcialmente, porque já se sabia que cargas
elétricas aceleradas (neste caso com aceleração negativa, ou desaceleração) emitem
radiação eletromagnética.
Entretanto, Röntgen não observou o fenômeno da DIFRAÇÃO, já que seu sistema de fendas
tinha dimensões muito maiores que o comprimento de onda associado aos raios X.
Mais tarde, em 1905, C. G. Barkla realizou experimentos sobre ESPALHAMENTO dos raios
X, isto é, o resultado da colisão destes raios com os átomos da rede cristalina de uma
determinada substância.
Observou-se claramente um comportamento semelhante ao da luz. No artigo de Max Von
Laue, físico alemão, sobre a difração dos raios X, publicado em 1912, ele começa se
referindo aos experimentos de Barkla.
Este último havia mostrado que, enquanto parte da energia da radiação incidente iria
produzir radiações características dos espalhadores (os átomos), a outra parte era
espalhada sem qualquer variação no seu comprimento de onda, exatamente como a luz,
que é espalhada pela atmosfera, e é responsável pelo azul do céu. Laue argumentava que,
quando os raios X passam através de um cristal, os átomos tornam-se fontes de ondas
secundárias, como as linhas de uma rede de difração, embora esses efeitos tenham um
padrão mais complexo devido ao arranjo tridimensional dos átomos.
O raio catódico foi descoberto por William Crookes usando um dispositivo inventado por
ele conhecido como tubo de Crookes. Durante suas experiências Crookes deixou
acidentalmente algumas embalagens contendo chapas fotográficas virgens próximo onde
havia instalado o seu tubo rarefeito.
Algum tempo depois, ao usar estas chapas fotográficas verificou que algumas tinham sido
sensibilizadas. Entretanto, nunca lhe ocorrera que a sensibilização das películas pudesse
ser uma conseqüência da radiação emanada do tubo rarefeito.
A história da ciência esta repleta de sutilezas, pois da mesma forma que Crookes, outro
físico de renome Phillip Lenard, não atinou para o fato de investigar por que uma lâmina
delgada de alumínio revestida com uma película de platinocianeto de bário ficava
fluorescente na presença de raios catódicos produzidos pelo tubo de Crookes quando em
sua proximidade.
Willhelm Conrad Roentgen era engenheiro mecânico onde se formou em 1868 na Escola
Politécnica de Zurich. Entretanto, apesar de nunca ter freqüentado um curso básico de
Física doutora-se em Filosofia com a tese “Estudo sobre Gases”. Seu grande interesse por
experiência sobre mutações físicas, o ensino e, a grande habilidade de conduzir pesquisas
sobre os raios catódicos aproximou-o de outros pesquisadores como: Hertz, Hittorf e
Crooks e, com eles desenvolveu experiências que permitiram comprovar os efeitos desses
raios sobre placas fotográficas. Em 8 de novembro de 1895, Roentgen repetiu a
experiência de Lenard empregando um tubo de Crookes provido com um tipo de máscara.
Trabalhando em seu laboratório caseiro verificou que uma parte dos raios catódicos
produzidos escapava do tubo passando pela máscara.
Da mesma forma que Lenard fizera, colocou uma lâmina de alumínio delgada, revestida
com uma película de platino cianeto de bário, próxima da máscara do tubo de Crookes
comprovando que através da máscara haviam escapado raios catódicos suficientes para
provocar uma leve fluorescência. Intrigado com o fenômeno, Roentgen começou a
pesquisar se seria necessário abrir uma janela na parede de vidro do tubo para que os
raios catódicos escapassem.
Como os raios catódicos eram invisíveis, pensou que seria necessário usar um tipo de tela
para a sua detecção. Entretanto, como achava que haveria uma menor fluxo de raios
catódicos emanando da parede de vidro do que através da mascara coberta com tiras
delgadas de alumínio devido à intensa luminosidade do tubo de Crookes, talvez não seria
possível observar a tênue fluorescência da tela.
Assim, Roentgen cobriu o tubo de Crookes, talvez não seria possível observar a tênue
fluorescência da tela. Assim, Roentgen cobriu o tubo de Crookes com um cartão negro para
impedir toda a luminosidade indesejada alem de obscurecer o ambiente do seu
laboratório. Ao excitar o tubo, verificou uma emanação amarelo-esverdeada cintilando
intensamente. Incrédulo, repetiu a experiências por diversas vezes concluindo que o
catodo do tubo não era responsável pela fluorescência convencendo-se finalmente que se
tratava de um raio desconhecido o qual foi por ele denominado de raios-X.
Na realidade os raios-X são um tipo de onda eletromagnética alocada em uma determinada
porção do espectro de radiofrequência, consistindo de uma rápida variação dos campos de
força e eletromagnético. Logo após a descoberta dos raios-X, concentrou-se esforços para
sua aplicação em medicina.
Originalmente, o diagnóstico por Raios-X era indicado apenas para ortopedia. Os
primeiros anos da sua descoberta foram de tentativas e erros devido à precariedade dos
equipamentos e, principalmente do desconhecimento dos seus efeitos sobre os seres
humanos.
Entretanto, já na segunda década do século XX registraram-se grandes avanços como do
aparecimento de dispositivos geradores de raios-X, conhecidos como ampolas, agora mais
elaboradas, além de sistemas de cálculos para controle da dosagem. Fig. 2. Assim, para
roentengrafias de qualidade satisfatória do sistema ósseo a excitação do aparelho exigia
respectivamente baixa tensão e corrente, cerca de 70 KV.