Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Mas como? O que fazer para nunca se sentir ofendido? Vou explicar para você a
partir da raiz dessa palavra? O que significa ofender?
A palavra ofender deriva de “fenda”, ou seja, dentro de você existe uma fenda na
qual a outra pessoa consegue jogar a sua raiva, o seu desamor, o seu
descontentamento etc. Entende?
Para que você não se sinta mais ofendido, o que você tem que fazer é preencher
essa fenda! Como preenchê-la? Lembre-se que se trata de uma metáfora, não é o
seu corpo físico com um corte de uma navalha! Não! Essa fenda deriva da nossa
ignorância, dos nossos medos, das nossas raivas, da falta de um sentido mais
profundo para a vida etc.
Um ser iluminado tem todas essas virtudes que enumerei e muitas outras, que são
desenvolvidas pouco a pouco até chegar a consciência de um Buda ou de um
Cristo.
Isso é muito possível meus amigos! Estou escrevendo isso, mas com a consciência
de que falta muito para chegar lá, mas cada passinho nessa direção é uma vitória
tanto para nós como para as outras pessoas.
Você tem vontade de não se sentir mais ofendido por ninguém? Trabalhe o
seu EGO, desenvolva essas nobres virtudes que citei e outras mais.
Para concluir. Compartilho um dos mais belos textos do místico oriental Osho que
eu já li em toda minha vida. Lições preciosas de um grande iluminado, que fez e
continua fazendo diferença na vida de milhares de pessoas. Leia com bastante
atenção…
*******************
Buda estava sentado embaixo de uma árvore falando aos seus discípulos. Um
homem se aproximou e deu-lhe um tapa no rosto.
O homem ficou um tanto confuso, porque ele próprio não esperava que, depois de
dar um tapa no rosto de alguém, essa pessoa perguntasse: “E agora?” Ele não
passara por essa experiência antes. Ele insultava as pessoas e elas ficavam com
raiva e reagiam. Ou, se fossem covardes, sorriam, tentando suborná-lo. Mas Buda
não era num uma coisa nem outra; ele não ficara com raiva nem ofendido, nem
tampouco fora covarde. Apenas fora sincero e perguntara: “E agora?” Não houve
reação da sua parte.
– Isso foi demais: não podemos tolerar. Buda, guarde os seus ensinamentos para o
senhor e nós vamos mostrar a este homem que ele não pode fazer o que fez. Ele
tem de ser punido por isso. Ou então todo mundo vai começar a fazer dessas
coisas.
– Fique quieto – interveio Buda – Ele não me ofendeu, mas você está me
ofendendo. Ele é novo, um estranho. E pode ter ouvido alguma coisa sobre mim de
alguém, pode ter formado uma idéia, uma noção a meu respeito. Ele não bateu em
mim; ele bateu nessa noção, nessa idéia a meu respeito; porque ele não me
conhece, como ele pode me ofender? As pessoas devem ter falado alguma coisa a
meu respeito, que “aquele homem é um ateu, um homem perigoso, que tira as
pessoas do bom caminho, um revolucionário, um corruptor”. Ele deve ter ouvido
algo sobre mim e formou um conceito, uma idéia. Ele bateu nessa idéia.
O homem ficou ainda mais confuso! E buda disse aos seus discípulos:
– Estou mais ofendido com vocês porque vocês me conhecem, viveram anos
comigo e ainda reagem.
Atordoado, confuso, o homem voltou para casa. Naquela noite não conseguiu
dormir.
Na manhã seguinte, o homem voltou lá e atirou-se aos pés de Buda. De novo,
Buda lhe perguntou:
– E agora? Esse seu gesto também é uma maneira de dizer alguma coisa que não
pode ser dita com a linguagem. Voltando-se para os discípulos, Buda falou:
– Olhe, Ananda, este homem aqui de novo. Ele está dizendo alguma coisa. Este
homem é uma pessoa de emoções profundas.
– Perdoar? – exclamou Buda. – Mas eu não sou o mesmo homem a quem você fez
aquilo. O Ganges continua correndo, nunca é o mesmo Ganges de novo. Todo
homem é um rio. O homem em quem você bateu não está mais aqui: eu apenas
me pareço com ele, mas não sou mais o mesmo; aconteceu muita coisa nestas
vinte e quatro horas! O rio correu bastante. Portanto, não posso perdoar você
porque não tenho rancor contra você.
E você também é outro, continuou Buda. Posso ver que você não é o mesmo
homem que veio aqui ontem, porque aquele homem estava com raiva; ele estava
indignado. Ele me bateu e você está inclinado aos meus pés, tocando os meus pés;
como pode ser o mesmo homem? Você não é o mesmo homem; portanto, vamos
esquecer tudo. Essas duas pessoas: o homem que bateu e o homem em quem ele
bateu não estão mais aqui. Venha cá. Vamos conversar.