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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CÂMPUS DE ARAGUAÍNA
CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

WELLINGTON DE SOUSA MARTÍNS

TRABALHO DE HISTÓRIA DA MATEMÁTICA

Trabalho desenvolvido durante


a disciplina de História da
Matemática 2015-02 como
requisito parcial de avaliação.

ARAGUAÍNA
2016
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................3
2. A HISTÓRIA DA MATENMÁTICA PRESENTE NOS LIVROS
DIDATICOS...................................................................................................................4
2.1. Matemática: Ciências e Aplicações, 3: Gelson Iezzi, Osvaldo D., David D.,
Roberto P., Nilze de A.; 5. ed.. .....................................................................................4
2.2. Matemática : Contexto e Aplicações, v.3 / Luiz R. Dante. 1° ed. . ...................5
2.3. Matemática : Ciências, Linguagem e tecnologia, 3: Ensino Médio / Jackson
R.....................................................................................................................................6
3. INFORMAÇÕES DA LITERATURA ESPECIALIZADAError! Bookmark not
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3.1. Introdução a História da Matemática : Howard Eves.Error! Bookmark not
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3.2. História da Matemática: Carl B. Boyer............. Error! Bookmark not defined.
4. OCONFRONTO....................................................................................................15
5. UMA PROPOSTA DIDÁTICA A PARTIR DA LEITURA ESTUDADA. ......16
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................19
7. REFERENCIAS .....................................................................................................20
1. INTRODUÇÃO Commented [S1]: introdução magrinha.

Neste trabalho faço uma análise da forma como é abordado os temas de história da
matemática nos livros didáticos utilizados na rede pública de ensino, especificamente
números complexos, e como este é abordado em uma literatura especializada e a partir
daí faço minhas conclusões e uma proposta didática a partir do estudo dessas literaturas.
1. A HISTÓRIA DA MATENMÁTICA PRESENE NOS LIVROS Commented [S2]: Capítulo novo página nova.

DIDATICOS

2.1. Matemática: Ciências e Aplicações, 3: Ensino Médio / Gelson Iezzi, Osvaldo D.,
David D., Roberto P., Nilze de A.; 5. ed. – São Paulo: Atual, 2010.

“Quando resolvemos a equação do 2° grau 𝑥 2 + 2𝑥 + 5 = 0, por exemplo,


utilizando fórmula de Bháskara, encontramos:

−2 ± √22 − 4 ∙ 1 ∙ 5 −2 ± √−16
𝑥 = =
2∙1 2

Para determinar o valor de x, é preciso calcular a raiz quadrada de −16. Em


ℝ, porém, isso é impossível, pois não existe um 𝑚 real tal que 𝑚2 = −16.
A necessidade de obter uma solução para esse tipo de problema levou os
matemáticos a procurar novos conjuntos em que “o quadrado de certo elemento
pudesse ser negativo”.
Primeiro objeto de uma construção abstrata, presente nos vários domínios da
Matemática, os números complexos foram um grande desafio imposto aos
matemáticos. Como justificar sua existência e constituição? Das tentativas de
responder a essa questão nasceram novos conceitos algébricos e novas teorias,
produzindo um grande desenvolvimento das pesquisas matemáticas.
Um primeiro avanço importante foi dado por Girolano Cardano (1501-1576)
ao tentar resolver o seguinte problema: “Dividir um segmento de comprimento
10 em duas partes cujo o produto seja 40”.
Chamando 𝑥 e 10 – 𝑥 as partes procuradas, Cardano montou a seguinte
equação:
𝑥 ∙ (10 − 𝑥) = 40 ⟹ 𝑥 2 − 10𝑥 + 40 = 0 ⟹ 𝑥 = 5 ± √−15
e, como √−15 não é um número real, para Cardano tal problema não teria
solução.
Entretanto, ele trabalhou com resultados obtidos, ou seja, com 𝑥 = 5 + √−15
e 𝑥 = 5 − √−15 ,
constatando que:
(5 + √−15) + (5 − √−15) = 10
{ e
(5 + √−15) ∙ (5 − √−15) = 40

Então, mesmo desconhecendo o significado dos números que havia, Cardano


pôde concluir que 5 + √−15 e (5 − √−15) eram soluções da equação.
Anos depois, o matemático Rafael Bombelli (1526-1572), ao aplicar a fórmula
de Cardano para a resolução de equação do terceiro grau, obteve para a equação
3 3
𝑥 3 − 15𝑥 − 4 = 0 a solução 𝑥 = √2 + √−121 + √2 − √−121 . (*)
Como sabia que 4 era uma raiz dessa equação, pois a sentença 43 − 15 ∙ 4 −
4 = 0 é verdadeira, Bombelli concluiu que essa raiz poderia ser obtida pela
fórmula (*), desde que se calculasse √−121.
Esse foi o maior passo para que fosse admitida a existência de um número da
forma a + b, em que a ∈ ℝ e b∈ ℝ∗+ .
Responsável pela legitimação de toda teoria estudada nos dias de hoje Johan
Carl Friedrich Gauss(1777-1855) foi o primeiro matemático a ter uma idéia
mais clara sobre os chamados números imaginários e a perceber as vantagens
que os matemáticos do século XIX poderiam obter através do aprendizado de
sua representação geométrica.
Universalmente adotado ao fim de 1840, o reconhecimento desses números,
com base nos estudos de Gauss, propiciou o desenvolvimento de várias teorias
matemáticas.
Em 1835, o matemático irlandês William R. Hamilton (1805-1866) elaborou
uma teoria aritmética dos números complexos, a qual consistia em considera-
los como pares ordenados de números reais e em definir a soma e o produto de
tais pares da maneira mostrada a seguir.” (Iezzi, Gelson; [et al.]. 2010, p. 146-
147).

2.2. Matemática : Contexto e Aplicações, volume 3 / Luiz Roberto Dante. São Paulo Commented [S3]: Verifique o recuo para ficar como em
: Atíca, 2010. 1° impressão da 1° ed. Obra em 3 v. 2.1.

“ Os números complexos aparecem no século XVI motivados pelas resoluções


de equações de terceiro e quarto graus. Em 1545, o matemático italiano
Girolano Cardano publicou seu famoso livro Ars Magna, no qual tratava da
resolução da equação de terceiro grau do tipo𝑥 3 + 𝑎𝑥 + 𝑏 = 0. O problema
“Qual é a medida x, comum à aresta de um cubo e à altura de um
paralelepípedo com base 15 unidades de área, sabendo que a diferença entre
seus volumes é de 4 unidades?” corresponderia à equação 𝑥 3 − 15𝑥 = 4, e,
aplicando-se uma fórmula deduzida por ele, apareceria solução 4, obteria de
3 3
expressão √2 − √121 + √2 + √−121, Cardano se perguntava como um,
número real poderia se originar de uma expressão que continha raízes de
números negativos se estas não existiam. O mais curioso é que era possível
operar com esses números “esquisitos”,mesmo que não tivessem sentido, pois
matematicamente os problemas davam certo.
Mas tarde, o matemático italiano Rafael Bombelli estudo o trabalho de
Cardano e verificou que realmente esses números “funcionavam”. Sua
representação sofreu variações no decorrer do tempo, até que foram escritos na
forma de produto por √−1, como √−121 = 11√−1. No século XVII, Euler
introduz o símbolo i para representar a raiz quadrada de −1. Assim, √−121
passa a ser expresso por 11i. Finalmente, a representação geométrica dos
números complexos elaborada pelo matemático, astrônomo e físico alemão
Gauss, no final do século XVIII, tornou mais significativo seu estudo e
aplicabilidade.

A história das equações algébricas

Como vimos no capítulo anterior, a história recente das equações cúbicas e


quárticas começam com os matemáticos italianos, um pouco antes da traição
de Girolano Cardano (1501-1576), que publicou, em 1545, na sua obra Ars
Magna, o método de resolução de equações cúbicas revelado a ele por Niccolò
Fontana Tartaglia (1499-1557), sob juramento de segredo total. Cardano
justificou a traição com o pretexto de que, ao tomar conhecimento do trabalho
de Scipione del Ferro (14665-1526), Tartaglia não havia sido o único nem o
primeiro a descobrir a fórmula para resolver as cúbicas.
Realmente, Del Ferro estudou as cúbicas antes de Tartaglia, em total segredo.
Um pouco antes de sua morte, revelou-o aa um aluno, que depois ousou
desafiar Tartaglia para um duelo matemático sobre resolução de cúbicas e
perdeu caindo na obscuridade. Há suspeitas de que o método de Del Ferro não
era suficiente para resolver todas as cúbicas, pois Del Ferro não conhecia os
números negativos (até então, somente a Matemática hindu já lidava bem com
as quantidades negativas).
Junto com o método de resolução das cúbicas, o Ars Magna de Cardano trazia
toda a discussão acerca da resolução das quárticas, resultado de um profundo
estudo de Ludovico Ferrari (1522-1565), aluno de Cardano, em cima dos
resultados de Tartaglia para as cúbicas. Tartaglia ficou muito furioso com a
publicação do Ars Magna, acusando Cardano de traidor. Ferrari, por sua vez,
escreve a Tartaglia pedindo desculpas e desafiando-o a uma disputa pública.
Tartaglia não estava convencido de que derrotaria Ferrari e adiou ao máximo
a disputa, que só ocorreu em Milão, três anos depois. Em uma disputa que toda
a cidade acompanhou. Ferrari começou levando a melhor, demostrando uma
compreensão mais profunda da resolução das equações quárticas e cúbicas.
Tartaglia, antevendo a derrota, fugiu de Milão, abandonou a disputa. Nos anos
que se seguiram à publicação do Ars Magna, muitos matemáticos publicaram
contribuições para a resolução das equações cúbicas e quárticas.
Soluções de equações algébricas até o quarto grau (as quárticas) são solúveis
por fórmulas que envolvem os coeficientes, as quatro operações aritméticas e
as extração de raízes. Entretanto, a resolução das quínticas (equações
polinomiais de grau 50 continuou sendo um quebra-cabeça por quase 300 anos,
pois todos acreditavam que elas também poderiam ser resolvidas por fórmulas;
assim, muitos matemáticos tentaram, em vão, obter a fórmula.
Em 1799, Paolo Ruffini (1765-1822) publicou um trabalho em que exceto por
um pequeno engano, provava a impossibilidade de resolução das quínticas por
fórmulas. Entretanto, esse engano não deveria tirar-lhe o mérito de ter sido o
primeiro a perceber esse fato. Como nessa época era um contrassenso acreditar
que alguma equação algébrica não pudesse por ser resolvida por meio de
fórmulas, Ruffini morreu sem poder corrigir sua prova e sem ser reconhecido
por ela.
A primeira prova correta da impossibilidade de resolver as quínticas por
fórmulas foi publicada pelo norueguês Niels Henrik Abel (1802-1829) em
1824. O curiosos é que, três anos antes, Abel chegou a acreditar ter obtido a
fórmula de resolução das quínticas, porém, ao produzir um exemplo de
utilização da fórmula, percebeu que se enganara. Além dele, Évariste Galois
(1811-1832) também provou essa impossibilidade usando a sua própria teoria,
mais tarde chamada de teoria de Galois. Com isso, esse gênio francês, que
morreu nu duelo aos 21 anos de idade, nos permitiu hoje saber quais equações
são ou não passíveis de resolução por fórmulas que envolvem os coeficientes.
(DANTE, 2010, p. 201)”

2.3. Matemática : Ciências, Linguagem e tecnologia, 3: Ensino Médio / Jackson


Ribeiro. – São Paulo: Scipione, 2010.

“Considerada uma das contribuições mais significativas à álgebra desde o


método de completar quadrados, desenvolvido pelos babilônios, a fórmula de
Tartaglia-Cardano para resolução de equações cúbicas levou a novo tipo de
número: os números complexos. Publicada em 1545 no livro Ars Magna (A
Grande Arte) do italiano Girolano Cardano(1501-1576), a fórmula resolutiva
de equações cúbicas, creditada por alguns autores ao matemático italiano
Tartaglia (c. 1499-1557), aplicava-se a equações do tipo 𝑥 3 + 𝑚𝑥 + 𝑛 = 0,
sendo dada por:

3 3
𝑛 𝑛 2 𝑚 3 𝑛 𝑛 2 𝑚 3
𝑥 = √− + √ ( ) + ( ) + √− − √ ( ) + ( )
2 2 3 2 2 3

Todavia, a resolução de equações cúbicas por meio dessa fórmula esbarrava


𝑛 2 𝑚 3
em um grande problema quando ( ) + ( ) < 0, pois recaía em raízes
2 3
quadradas de números negativos, o que na época era inconcebível. Nesse
mesmo período, o também italiano Rafael Bombelli (c. 1529-1573) teve o que
chamou de” ideia louca”. Na resolução de equações do tipo 𝑥 3 + 𝑚𝑥 + 𝑛 = 0,
𝑛 2 𝑚 3
como 𝑥 3 − 15𝑥 − 4 = 0, em que ( ) + ( ) < 0, as raízes cúbicas na
2 3
fórmula resolutiva diferenciavam-se por um sinal.
3 3
𝑥 3 − 15𝑥 − 4 = 0 ⟹ 𝑥 = √2 + √−121+ √2 − √−121
Com √−121, imaginava-se, na época, que a equação não possuía raíz; porém,
ele sabia previamente que 𝑥 = 4 era raiz da equação. Desde então, Bombelli
passou a considerar em seus cálculos o que hoje conhecemos como números
complexos, e desenvolveu regras de operação para eles, verificando inclusive
3 3
que √2 + √−121+ √2 − √−121 é raíz de 𝑥 3 − 15𝑥 − 4 = 0. Mas foi
somente no final do século XVIII, principalmente quando o “príncipe dos
matemáticos” Carl Friedrich Gauss(1777-1855) passou a considerar os
números complexos e sua representação no plano imaginário, que esses
números ganharam status, e os matemáticos da época passaram a se sentir mais
à vontade ao trabalhar com eles”.(RIBEIRO, 2010, p.277)
3. INFORMAÇÕES DA LITERATURA ESPECIALIZADA Commented [S4]: Capitulo novo, página nova.

3.1. Matemática, Uma Breve História Vol. II: Paulo Roberto Martins
Contador.
“Vamos começar este capítulo mencionando um episódio interessante que
aconteceu com Leonardo Fibonacci, ... em 1525 o mestre Giovane Palermo,
que era conselheiro do imperador, propôs a Leonardo que resolvesse a seguinte
questão: 𝑥 3 + 2𝑥 + 10𝑥 = 20. Deveria ser resolvida pelos métodos de
euclidianos, ou seja usando apenas régua e compasso... Fibonacci provou que
o problema não poderia ser resolvido com instrumentos euclidianos e deixou
uma solução numérica aproximada até nona casa decimal: 1,3688081075.
... Tartaglia em seu livro Invencion deu a solução da equação cúbica e no
Tratado dos números e das medidas apresentou um método que permite achar
os coeficientes no desenvolvimento de (1 + 𝑥)𝑛 ...publicou diversas obras, na
Matemática sempre terá seu nome diretamente ligado às equações de terceiro
grau, ou por suas disputas com seu contemporâneo Gerônimo Cardano(1501-
1576), da cidade de Pávia, Itália. ...
Em, 1545 Cardano publicou em Nurenberg, na Alemanha, o primeiro trabalho
em latim dedicado exclusivamente à Álgebra, A Ars Magna ou A grande arte,
onde trata de raízes negativas de uma equação, números imaginários e regra
de sinais. ... Uma história muito estranha aconteceu nesta época. Conta-se que,
em 1510, um matemático de nome Scipione del Ferro encontrou a solução para
uma equação do terceiro grau do tipo 𝑥 3 + 𝑝𝑥 + 𝑞 = 0, mas morreu sem
publicar a sua descoberta. Antônio Maria Fior era aluno e, de alguma maneira,
ficou conhecendo o novo método, então de posse deste conhecimento procurou
tornar-se conhecido desafiando Tartaglia. ... Tartaglia prontamente aceitou o
desafio, mesmo sabendo que seu adversário tinha o respaldo de outro
matemático, pois não acreditava que Antônio Maria Fior tivesse grandes
conhecimentos nessa área. .... Antônio Maria Fior, naturalmente formulou
problemas de modo que as suas soluções dependessem do conhecimento da
equação que somente ele conhecia. …Antônio Maria Fior foi ridicularizado e
humilhado. …já que não conseguiu resolver propostos por Tartaglia, por sua
vez, além de resolver todos os propostos por Antônio Maria Fior, encontrou a
solução para a equação do tipo 𝑥 3 + 𝑝𝑥 + 𝑞 = 0, solução era a base de todos
os problemas que ele elaborou. Cardano, que ainda acreditava na
impossibilidade da resolução das equações de terceiro grau, estava escrevendo
seu livro, Practica Arithimeticae Generalis, envolvendo assuntos com
Álgebra, Aritmética e Geometria, quando soube do desafio e da vitória de
Tartaglia. Pediu então que este o ensinasse ou que revelasse a solução.
Tartaglia disse que não, argumentando que ele mesmo pretendia publicar essa
descoberta num futuro livro. Cardano sentiu-se ofendido e também insultou
Tartaglia, chamando-o de egoísta. ...Cardano, resolveu investir novamente nas
suas tentativas, desta vez chegando a implorar e fazer juramento sobre a bíblia,
que se Tartaglia lhe revelasse as fórmulas, ele por sua vez, jamais revelaria ao
público. Talvez vencido pelo cansaço ou pela promessa de Cardano, Tartaglia
cedeu e resolveu acreditar em seu rival, ...Cardano desrespeitou o acordo,
publicou o livro Ars Magna, Onde encontramos um discurso claro sobre o
conceito dos números negativos e a grande revelação; a fórmula de Tartaglia.
Embora tenha feito elogios ao seu rival, fez comentários sobre o episódio
envolvendo o professor Scipione del Ferro, dizendo que este já teria chegado
ao mesmo resultado havia alguns anos. Tartaglia furioso e traído, publicou a
sua versão, denunciando a traição de Cardano e citando o seu julgamento
perante a Bíblia. Ferrari, um matemático da e discípulo de Cardano, tomou as
dores e partiu em defesa de seu mestre. Assim, quando Tartaglia desafiou
Cardano para um debate em público na própria terra de Cardano, ou seja,
Milão, quem apareceu para o debate foi seu discípulo, Ferrari. Por fim o debate
sequer aconteceu,... Assim a fórmula que Tartaglia deduzir a, hoje é
carinhosamente conhecida como Fórmula de Cardano. ... Examinando o
capítulo XI da Ars Magna, verificamos que Cardano não apresentou uma
solução mais geral para resolução de equações do terceiro grau, mas sim uma
prova específica para a cúbica 𝑥 3 + 6𝑥 = 20 que pode ser escrita como 𝑥 3 +
𝑝𝑥 = 𝑞. Na sua demonstração, que é puramente geométrica. ... Cardano obteve
sua versão algébrica para a resolução da equação 𝑥 3 + 𝑝𝑥 = 𝑞., dada por:

3 3
𝑞 𝑞2 𝑝3 𝑞 𝑞2 𝑝3
𝑥= √ +√ + − √− + √ +
2 4 27 2 4 27
Agora vejamos outro exemplo...ao iniciar este assunto, falei que a forma geral
de uma equação do terceiro grau ou cúbica era da forma 𝑎𝑥 3 + 𝑏𝑥 2 + 𝑐𝑥 +
𝑑 = 0 e nós resolvemos um caso particular dela, ou seja, achamos a solução
para uma equação cúbica do tipo 𝑥 3 + 𝑝𝑥 = 𝑞. Então vejamos qual
procedimento de Tartaglia para resolver este problema. Seja a equação: 𝑎𝑥 3 +
𝑏𝑥 2 + 𝑐𝑥 + 𝑑 =0, pelo método da substituição, façamos 𝑥 = 𝑦 + 𝑚

Então: 𝑎(𝑦 + 𝑚)3 + 𝑏(𝑦 + 𝑚)2 +𝑐(𝑦 + 𝑚) + 𝑑 = 0


𝑎(𝑦 3 + 3𝑚2 𝑦 + 𝑚3 ) + 𝑏(𝑦 3 + 2𝑚 + 𝑚2 )+𝑐(𝑦 + 𝑚) + 𝑑 = 0 ⟹
𝑎𝑦 3 + 3𝑎𝑚2 + 3𝑎𝑚𝑦 2 + 𝑎𝑚3 + 2𝑏𝑚𝑦 + 𝑏𝑦 2 + 𝑐𝑦 + 𝑐𝑚 + 𝑑 = 0 ⟹

𝑎𝑦 3 + (𝑏 + 3𝑎𝑚)𝑦 2 + (3𝑎𝑚2 + 2𝑏𝑚 + 𝑐)𝑦 + (𝑎𝑚3 + 𝑏𝑚2 + 𝑐𝑚 + 𝑑)


=0
Bem, temos aqui uma nova equação do terceiro grau em 𝑦, e como não
queremos o termo de segundo grau, fazemos:
𝑏
𝑏 + 3𝑎𝑚 = 0 de onde tiramos: 𝑚 = −
3𝑎
Assim, a equação fica:

𝑎𝑦 3 + (3𝑎𝑚2 + 2𝑏𝑚 + 𝑐)𝑦 + (𝑎𝑚3 + 𝑏𝑚2 + 𝑐𝑚 + 𝑑) = 0

Dessa maneira, ficamos com uma equação de terceiro grau em 𝑦, do tipo 𝑦 3 +


𝑝𝑦 + 𝑞 = 0, de forma que sua solução é dada por:

3 3
𝑞 𝑞 2 𝑝 3 𝑞 𝑞 2 𝑝 3 𝑏
𝑥 = √ − + √ ( ) + ( ) + √− + √ ( ) + ( ) −
2 2 3 2 2 3 3𝑎

... A equação 𝑥 3 − 9𝑥 2 + 23𝑥 − 15 = 0, nos dá 𝑎 = 1 e 𝑏 = −9 cuja a


fórmula reduzida já vimos, é dada por 𝑦 3 − 4𝑦 = 0, que nos dá 𝑝 = −4 e
𝑞 = 0 da equação.

0 2 0 2
3 3
0 −4 3 0 −4 3 (−9)
𝑥 = √ − + √ ( ) + ( ) + √− + √ ( ) + ( ) − ⟹
2 2 3 2 2 3 3𝑎

3 3
1 1
𝑥 =2 √√ − − 2 √√ − + 3 ⟹ logo 𝑥 = 3
27 27

.... Mas onde estão as outras duas raízes? E essa raiz quadrada de número
negativo? Para nossa sorte elas se anularam, mas e se fosse uma soma? ... Seja
a equação: 𝑥 3 − 15𝑥 = 4, onde temos 𝑝 = −15 e 𝑞 = 4.

−15 3 −15 3
3 3
4 4 2 4 4 2
𝑥 = √ +√ ( ) +( ) − √− − √ ( ) + ( ) ⟹
2 2 3 2 2 3
3 3
𝑥 = √ 2 + √4 − 125 − √− 2 + √ 4 − 125 ⟹
3 3
𝑥 = √ 2 + √−121 − √− 2 + √−121
E agora? Se observarmos com atenção a equação, verificaremos que 𝑥 = 4 é
um a raiz, e Cardano também sabia disso, mas novamente apareceu uma raiz
quadrada de um número negativo, além de que este resultado não se aproxima
nem de longe da raiz já conhecida. A fórmula manteve- se frágil, e ninguém
entender o que estava acontecendo. ... Cardano referia-se as raízes quadradas
de números negativos como grandezas sofísticas e, dizia ele, que estes
números eram para progresso da Matemática tão engenhosos quanto inúteis.
Este problemas ainda durariam cerca de 200 anos para serem resolvidos e a
história mostra que muitas das melhores mentes do mundo sucumbiram na
busca das repostas, mas quando elas apareceram, mostraram que
principalmente que Cardano estava errado numa coisa: estes números podem
até ser engenhosos, mas de maneira alguma, seriam inúteis.(CONTADOR,
2006 p. 27-43).
“ Rafael Bombelli 1526-1573, foi engenheiro hidráulico, ... Na matemática,
dedicou cerca de quinze anos de sua vida para escrever, o livro, Álgebra e
assim melhorar o ensino, diminuir as dificuldades, e permitir aos estudantes
dominarem um pouco mais este assunto. Ao estudar o trabalho de Cardano,
𝑞 2 𝑝 3
verificou que, para as equações do tipo 𝑥 3 + 𝑝𝑥 2 + 𝑝 = 0, onde ( ) + ( )
2 3
é negativo, os números reais não seriam suficientes para sua resolução. Mas
que números reais não seriam esses que não pertenciam ao campo real? Não
dá nem para imaginar ... Vejamos sua linha de raciocínio.
Sejam os números reais a, b e c as raízes equações 𝑥 3 + 𝑝𝑥 + 𝑞 = 0, então é
lógico que: (𝑥 − 𝑎)(𝑥 − 𝑏)(𝑥 − 𝑐) = 0.
Façamos esse desenvolvimento de modo a chegar à equação de terceiro grau
sem o termo de segundo grau. ... Fazendo o desenvolvimento obtemos

𝑥 3 + [𝑎𝑏 − (𝑎 + 𝑏)2 ] 𝑥 + 𝑎𝑏(𝑎 + 𝑏) = 0

Pela fórmula de Cardano, temos

𝑞 2 𝑎𝑏(𝑎+𝑏) 2 𝑝 3 𝑎𝑏−(𝑎+𝑏) 3
(2 ) = ( 2
) e (3 ) = ( 3
)

𝑞 2 𝑝 3
Façamos ∆ = ( ) + ( ) , então
2 3

𝑎𝑏(𝑎+𝑏) 2 𝑎𝑏−(𝑎+𝑏) 3 [(𝑎−𝑏)(2𝑎+𝑏)(𝑎+2𝑏)]2


∆= ( ) + ( ) =−
2 3 108

Bombelli constatou que se a e b são números reais, então pela fórmula de


Cardano, está fração sempre será negativa, ou seja, ∆ nunca é positivo, e
portanto este radical não tem solução no campo real. Já era sabido que a
equação cúbica possui três raízes reais e, este caso é conhecido como caso
irredutível. Bombelli sabia que de alguma maneira este resultado deveria levar
à reposta do problema, que por sinal nós já conhecemos: 𝑥 = 𝑎, 𝑥 = 𝑏, 𝑥 =
−(𝑎 + 𝑏). Desta maneira, ele prôpos um novo nome para raízes quando
𝑞 2 𝑝 3
(2) + (3 ) é negativo, pois o resultado levaria que nem são positivos (più)
nem negativos (meno), isto é, um número não real ou um número imaginário
(i) moderno. Assim, bi e −bi. Bombelli escrevia più di meno e meno di meno.
Por exemplo, a expressão 3+2i ficaria; 3 p di m 2 e 3−2i ficaria 3 m di m 2.
O leitor deve estar lembrando da equação 𝑥 3 − 15𝑥 − 4 = 0, que Cardano
sabia de antemão ser uma das raízes igual a 4, mas a resolução por intermédio
de sua fórmula levava a um resultado onde aparecia a raiz quadrada de um
número negativo a saber.
3 3
𝑥 = √ 2 + √−121 − √− 2 + √−121

É interessante notar que não foram as equações quadráticas que deram origem
ao estudo dos números complexos, pois, no caso dessas equações, quando ∆<
0, era fácil dar a resposta, não existem raízes que satisfazem a equação, mas
agora o caso era diferente, pois já se conhecia uma das raízes. Esta equação é
abordada por Bombelli em seu trabalho Álgebra . Bombelli já possui as regras
para trabalhar com esses estranhos números, poderiam então discutir o
resultado obtido com uso da fórmula de Cardano para uma equação como 𝑥 3 −
15𝑥 − 4 = 0. Então, para obter o resultado 𝑥 = 4, parte do raciocínio
3 3
segundo o qual os números √ 2 + √−121 e √− 2 + √−121 deveria ser
3
do tipo 𝑎 + √−𝑏 e 𝑎 − √−𝑏 ou 𝑎 + √−𝑏 = √ 2 + √−121 e 𝑎 − √−𝑏
3
= √− 2 + √−121, assim, seu resultado deveria ser 𝑥 = ( 𝑎 + √−𝑏)( 𝑎 −
√−𝑏). A respeito desta proposição, próprio Bombelli comentou:

Era um pensamento louco, segundo o julgamento de muitos, e pro muito


eu também fui da mesma opinião. Tudo parecia apoiar-se mais num sofisma
do que na verdade. Entretanto procurei por muito tempo, até que realmente
provei ser esse o caso. (CONTADOR,2006 p. 51-54).

3.2. História da Matemática: Carl B. Boyer


“ARS MAGNA DE CARDANO

A Arithmetica integra constituía um tratamento completo a álgebra tal como


era geralmente conhecida como até 1544, mas num certo sentido pelo ano
seguinte já estava completamente superada. Stifel deu muitos exemplos de
equações quadráticas, mas nenhuma de seus problemas levavam as cúbicas
mistas. Pela simples razão de que ele não sabia mais sobre as soluções
algébricas das cúbicas do que sabiam Pacioli ou Omar Khayyam. Mas em 1545
não só da cúbica mas também da quártica tornaram-se conhecimento comum
pela publicação da Ars Magna de Gerônimo Cardano (1501-1576). ...Deve-se
assinalar que imediatamente, porém que, Cardano não foi o descobridor da
solução quer das cúbica quer da quártica. Ele mesmo admitiu isso em seu livro.
A sugestão da resolver a cúbica, ele afirma lhe tinha sido dada por Niccolo
Tartaglia (1500-1557), a solução da quártica tinha sido descoberta
primeiramente pelo antigo amanuense de Cardano, Ludivico Ferrari (1522-
1563). O que Cardano deixou de mencionar na Ars Magna foi o solene
juramento que havia feito a Tartaglia de não revelar a o segredo, pois esse
último pretendia firmar sua reputação de publicando a solução da cúbica a
como coroação de seu trabalho sobre a álgebra. ...Na verdade, é possível que o
próprio Tartaglia tenha recebido uma sugestão de quanto a resolução da cúbica
de uma fonte mais antiga. Qualquer que seja a verdade numa controvérsia um
tanto complicada entre e sórdida entre defensores de Cardano e Tartaglia, é
claro que nenhum dos opositores foi o primeiro a faze a descoberta. O herói no
caso foi evidentemente alguém cujo nome mal é lembrado hoje – Scipione del
Ferro (cerca de 1465-1526) professor de matemática em Bolonha, uma das
mais antigas universidades medievais e uma escola com forte tradição
matemática. Como ou quando del Ferro fez sua descoberta não se sabe. Não
publicou a solução, mas antes de sua morte ele a revelou a um estudante,
Antônio Maria de Fior (ou Floridus em latim), um medíocre matemático.
Parece que a idéia da existência da solução algébrica para uma cúbica parece
propalou-se, e Tartaglia nos conta que o conhecimento da possibilidade de
resolver a equação o inspirou-o a dedicar-se a acha o método por si. Seja
independentemente, seja baseado em uma sugestão, Tartaglia aprendeu de fato
por volta de 1541, a resolver as equações cúbicas. Quando a notícia disso se
espalhou, foi organizada uma competição matemática entre Tartaglia e Fior.
Cada um dos concorrentes propôs trinta questões para que o outro pudesse
resolver num certo intervalo de tempo fixado. Quando chegou o dia da decisão,
Tartaglia tinha resolvido todas as questões propostas por Fior, enquanto que
esse não tinha resolvido nenhuma das enunciadas por seu oponente. A
explicação disso e relativamente simples. Hoje pensamos as equações cúbicas
como sendo essencialmente todas de um mesmo tipo e podendo ser resolvidas
por um mesmo método. Na época porém os coeficientes negativos
praticamente não eram usados, haviam tantos tipos de cúbicas quantas as
possibilidades de coeficientes positivos e negativos. Fior só sabia resolver
equações do tipo em que cubos raízes estão igualadas a um número – isto é, as
tipo 𝑥 3 + 𝑝𝑥 + 𝑞 = 0, embora na época só fosse usados coeficientes
numéricos (positivos) específicos. Mas enquanto isso Tartaglia tinha
aprendido também a resolver a equações em que os cubos e quadrados são
igualados a um número. ... A notícia do trinfo de Tartaglia chegou a Cardano,
que logo convidou o vencedor a vir a sua casa, insinuando que trataria de
arranjar um encontro entre ele e um patrono. ... Quando publicou a Ars Magna,
meia dúzia de anos depois, ele provavelmente era o mais competente algebrista
da Europa. Mesmo assim hoje a Ars Magna é um leitura cacete. Caso após caso
de equação cúbica é laboriosamente tratado em detalhes conforme termos dos
vários graus apareçam de um mesmo lado ou de lados opostos da igualdade,
pois os coeficientes eram necessariamente positivos.

A SOLUÇÃO DA EQUAÇÃO CUBICA


Cardano usava pouca sinocapação, sendo um verdadeiro discípulo de al-
Khowarizni, e , como os árabes, pensava em suas equações com coeficientes
números específicos como reprensantes de categorias gerais. Por exemplo,
quando escrevia, “seja o cubo seis vezes o lado igual a 20” (ou 𝑥 3 + 6𝑥 = 20)
ele evidentemente estava pensando nessa equação como típica de todas as têm
“um cubo e coisa igual a um número” – isto é, da forma 𝑥 3 + 𝑝𝑥 = 𝑞. A
solução dessa equação cobre um par de páginas de retórica que agora
poderíamos em símbolos como segue: substituía-se por 𝑢 − 𝑣 e e suponha-se
𝑢 e 𝑣 relacionados de modo que seu produto (pensamento como área) é um
terço do coeficiente de 𝑥 na equação cúbica – isto é, 𝑢𝑣 = 2. Substituindo na
equação, vem 𝑢 3 − 𝑣 3 = 20 e, eliminado 𝑣, temos 𝑢6 = 𝑢 3 + 8, uma equação
quadrática em 𝑢3 . Portanto 𝑢 3 como é sabido, vale √108 + 10, da relação
temos 𝑢3 − 𝑣 3 = 20 vemos que 𝑣 3 = √108 − 10; donde, de 𝑥 = 𝑢 − 𝑣, temos
3 3
𝑥 = √√108 +10 − √√108 −10. Tendo efetuado todos os cálculos para um
caso específico Cardano termina com uma formulação verbal equivalente a
solução de 𝑥 3 + 𝑝𝑥 = 𝑞 como

3 3 3 3 3 3
𝑝 𝑞 𝑞 𝑝 𝑞 𝑞
𝑥 = √ √( ) + ( ) + ( ) − √ √ ( ) + ( ) − ( )
3 2 2 3 2 2

Cardano passava outros casos, tais como “ o cubo igual e número”. Aqui faz-
se a substituição 𝑥 = 𝑢 + 𝑣 em vez de 𝑥 = 𝑢 − 𝑣, o resto do método
permanecendo essencialmente o mesmo. Nesse caso, porém há uma
dificuldade. Quando se aplica a regra a 𝑥 3 = 15𝑥 + 4, por exemplo, o
3 3
resultado é 𝑥 = √2 + √−121 − √2 − √−121. Cardano sabia que não existe
raiz quadrada de número negativo, no entanto ele sabia que 𝑥 = 4 é uma raiz.
Não consegui entender como sua regra faria sentido em tal situação. Tinha
jogado com raízes quadradas de números negativos em outra situação, quando
pediu para que se dividisse 10 em duas partes tais que o produto fosse 40. As
regras usuais de da álgebra levaram as respostas 5 + √−15 e 5 − √−15 para
as partes9 ou na notação de Cardano 5p: R m:15 e 5m: R m:15). Cardano se
referia a essas raízes quadradas de números negativos como “sofisticas” e
concluía que o resultado nesse caso era “tão sutil quanto inútil”. Autores
posteriores mostraram que tais manipulações eram um tato de fato sutis mas
nada inúteis. É mérito de Cardano que ele ao menos tenha dado alguma atenção
a essa intrigante situação.

A SOLUÇÃO DE FERRARI PARA A EQUAÇÃO QUÁRTICA


Sobre a regar para resolver equações quárticas Cardano escreveu na Ars Magna
que “ é devida a Luigi Ferrari, que a inventou a meu pedido”. Novamente,
casos separados, num total de vinte, são sucessivamente tratados, mas par o
leitor de hoje basta um. Seja quadrado-quadrado e quadrado igual a lado
(Cardano sabia eliminar o termo cúbico somando ou subtraindo das raízes um
quarto do coeficiente do termo cúbico.). Então os passos para a resolução de
𝑥4 + 6𝑥2 + 36 = 60𝑥 são descritos por Cardano essencialmente como se
segue:
1) Primeiro somar suficientes quadrados e números a ambos os lados
para que o primeiro membro fique um quadrado perfeito, nesse caso
𝑥4 + 6𝑥2 + 36 ou (𝑥 2 + 6)2 .
2) Agora somar a ambos os membros da equação termos de uma nova
incógnita𝑦 de modo que permaneça um quadrado perfeito, como
(𝑥 2 + 6 + 𝑦)2 . A equação agora fica.
3) O passo crucial seguinte em escolher 𝑦 de modo que o trinômio no
segundo membro fique um quadrado perfeito. Isso se faz, é claro
igualando o discriminante a zero – uma regra antiga e bem conhecida.
4) Do passo 3 resulta um equação cúbica em 𝑦 − 𝑦3 + 15𝑦2 + 36𝑦 =
450, hoje chamada “ a cúbica resolvente” da equação quártica dada.
Essa é agora resolvida em relação em relação a 𝑦 pelas regras
previamente dadas para a resolução de equações de equações cúbicas,
sendo o resultado

3 3
1 1 1 1
𝑦 = √ 287 + √80499 + √ 287 − √80499 − 5
2 4 2 4

5) Substituir o valor 𝑦 obtido em 4 na equação dada para 𝑥 do passo 2 e


extrair a raiz quadrada de ambos os membros.
6) O resultado do passo 5 é uma equação quadrática, que deve agora ser
resolvida a fim de achar o valor de 𝑥 desejado.

CÚBICAS IRREDUTÍVEIS E NÚMEROS COMPLEXOS Commented [S5]: ortografia

A resolução das equações cúbicas e quárticas foi talvez a talvez a maior


contribuição a álgebra desde que os babilônios, quase quatro milênios antes,
aprenderam a completar o quadrado para equações quadráticas. ... O mais
importante resultado das descobertas publicadas na Ars Magna foi enorme
impulso dado à pesquisa em álgebra em várias direções. ... Se um algebrista
desejava negar a existência de números irracionais ou negativos, dizia
simplesmente, com os gregos antigos, que as equações 𝑥 2 = 2 e 𝑥 + 2 = 0 não
são resolúveis. Semelhantemente, os algebristas tinham podido evitar os
números imaginários, simplesmente dizendo que uma equação como 𝑥 2 + 1 =
0 não é resolúvel. Não havia necessidade de considerar raízes quadradas de
números negativos. Porém com a solução da equação cúbica a situação mudou
radicalmente. Sempre que as três raízes de uma equação cúbica são reais e
diferentes de zero a fórmula de Tartaglia- Cardano leva inevitavelmente a
raízes quadradas de números negativos. Sabia-se que o alvo era um número
real, mas ele não podia ser atingido sem que se compreendesse alguma coisa
sobre os números imaginários;. Era agora necessário levar em conta os
imaginários mesmo que se concordasse em só aceitar raízes reais.
A essa altura um outro importante algebrista italiano, Rafael Bombelli (1526-
1573) teve o que chamou de “idéia louca”, pois toda a questão “ parecia apoiar-
se em sofismas”. Os dois radicandos das raízes cúbicas que resultam da
fórmula usual diferem apenas por sinal. Vimos que a solução pela fórmula de
3 3
𝑥 3 = 15𝑥 + 4 leva a 𝑥 = √ 2 + √−121 + √ 2 − √−121, ao passo que se
sabe por substituição direta que 𝑥 = 4 é uma única raíz positiva da equação.
(Cardano tinha observado que quando todos os termos de um lado do sinal de
igualdade são de grau maior que os do outro lado, a equação tem uma e uma
só raiz positiva – uma pequena antecipação de parte da regra dos sinais de
Descartes.) Bombelli teve a feliz idéia de que os próprios radicais poderiam
ser relacionados de modo análogo àquele que os radicandos são relacionados
– que, como diríamos agora, eles são imaginários conjugados que levam ao
número real 4. É evidente que se a soma das partes reais é 4, então a parte real
de cada um é 2; e se um número de forma 2 + 𝑏√−1 deve ser uma raiz cúbica
de 2 + 11√−1, então é fácil ver que b deve ser 1. Logo 𝑥 = 2 + 1√−1 +2 −
1√−1, ou 4. Com o seu engenhoso raciocínio Bombelli mostrou que o papel
importante dos números imaginários conjugados iriam desempenhar no futuro;
mas na época a observação não ajudou na operação efetiva de resolver
equações cúbicas, pois Bombelli precisava saber antecipadamente o valor de
uma das raízes. Mas então a equação já está resolvida, e não se precisa da
fórmula; sem tal conhecimento prévio, o método de Bombelli falha. Qualquer
tentativa para achar algebricamente as raízes cúbicas dos números imaginários
na regra de Cardano-Tartaglia leva à própria cúbica, em cuja resolução as
raízes sejam reais, esse caso é conhecido como “caso irredutível”. Aqui uma
expressão para a incógnita é de fato fornecido pela fórmula, mas a forma em
que aparece é inútil para quase todos os fins. (BOYER, 1996. p. 193-198)”
4. O CONFRONTO Commented [S6]: nova página

4.1. Comparação das Informações Commented [S7]: o volume de informações discutidas


ainda está pequeno. Reveja detalhes que poderão ser uteis
Analisando os textos da história dos números complexos nos livros didáticos, percebemos para o item seguinte e incrementar o seu plano de aula.

uma ausência da demonstração dos resultados que conduziram a descoberta dos números
complexos, passo a passo a forma como Cardano pensava quando resolvia as equações
cúbicas. Um relato da vida desses matemáticos, sua profissão, o destaque de a matemática
lhes proporcionou, onde lecionaram? quais foram suas influências, sua origem, a forma
como aprenderam matemática o que os levou a estudarem matemática? e uma a descrição
de como eram vistos os números complexos pelos primeiros matemáticos da época, etc.
A influência da igreja católica na produção de conhecimento. Por que os homens daquela
época não se restringiam em dominar apenas uma área do conhecimento?

Quais eram os outros matemáticos contemporâneos de Cardano e Tartaglia e quais eram


suas pesquisa no campo da matemática? A forma como eram pensadas essas equações e
sua escrita na época, e em alguns há um destaque aos matemáticos de Renascença e não
são citados os do século XX que perceberam as aplicações de tais números. O mérito da
descoberta que se deve a Scipione del Ferro que em alguns livros não é citado.

As disputas entre os matemáticos, as intrigas entre Fior, Cardano, Ferrari e Tartaglia. O


texto referido a essa história é sintético em alguns livros, e ausência das contribuições aos
números complexos de matemáticos do século XIX (Gauss, Wessel, Hamilton) em dois
autores. Alguns questionamentos que como por que Cardano considerava aqueles
números inúteis. Como Hamilton e Gauss e Grassmann perceberam aplicações dos
números complexos na álgebra moderna.
5. UMA PROPOSTA DIDÁTICA A PARTIR DA LEITURA ESTUDADA. Commented [S8]: nova página

5.1. Números Complexos

OBJETIVO GERAL: Propiciar aos alunos uma interação e levando-os a conhecer a


história matemática de forma prática e dinâmica, através da resolução de equações
cúbicas utilizando o método de Cardano- Tartaglia, utilizando um cubo. Propiciar aos
alunos uma investigação sobre a origem dos números complexos tomando resolução da
equação 𝑥 3 = 15𝑥 + 4, como ponto de partida, explicando o contexto histórico que
impulsionou essas descobertas matemáticas.

ATIVIDADE: Faria uma leitura cada aluno leria um parágrafo de um texto com a Commented [S9]: detalhar mais a atividade, ainda não se
percebe o caminho histórico que vc comenta abaixo.
descrição da vida e dos confrontos entre Cardano e Tartaglia e Del Ferro e em seguida
dividiria a classe em grupos de 4 ou 5 alunos, proporia resolver a primeira equação que
Cardano utilizou para resolver as cúbicas que é:
3
𝑥 + 6𝑥 = 20 , deixando que alunos resolvendo sozinho e auxiliando em alguma dúvida,
trabalhando como mentor da atividade

O primeiro passo é fazer a substituição 𝑥 = 𝑢 − 𝑣 e supondo que 𝑢 e 𝑣 relacionados


de modo que seu produto(pensando como área) é um terço do coeficiente de 𝑥 na equação
cúbica , isto é, 𝑢𝑣 = 5. Substituindo na equação, vem 𝑢3 − 𝑣 3 = 4 e , eliminando
2
𝑣,(substituindo 𝑣 = em 𝑣 ), desenvolvendo temos 𝑢6 = 20𝑢3 + 8, uma equação
𝑢

quártica em 𝑢3 . Portanto 𝑢3 , como é sabido, vale √108 + 10.

Da relação 𝑢3 − 𝑣 3 = 20 vemos que 𝑣 3 = √108 − 10 ; donde, de 𝑥 = 𝑢 − 𝑣


3 3
temos 𝑥 = √√108 + 10 − √√108 − 10 . Tendo efetuado todos os cálculos para esse
caso específico, Cardano termina com a formulação verbal da regra equivalente à solução
𝑥 3 + 𝑝𝑥 = 𝑞 como

3 3
𝑝 𝑞 2 𝑞 𝑝 𝑞 2 𝑞
𝑥 = √ √( )3+( ) + − √ √( )3+( ) −
3 2 2 3 2 2

Aplicando ao outro caso como “o cubo igual a coisa e número”. Fazendo a


substituição 𝑥 = 𝑢 + 𝑣 em vez de 𝑥 = 𝑢 − 𝑣 aplicado na equação 𝑥 3 = 15𝑥 + 4
utilizando o mesmo método descrito anteriormente, temos: temos
3 3
𝑥 = √2 + √−121 + √2 + √−121 ,

que resulta em uma raiz de número negativo.

Explicando como Cardano e Bombelli percebeu que estes números eram uma
parte da solução da equação, uma parte que até então era desconhecida da matemática
da época.

EMBASAMENTO TÉORICO: A compreensão de textos auxilia a visualização da


Matemática como linguagem, dá sentido aos objetos matemáticos e alicerça o processo
de ensino aprendizagem. Visto que é comum os alunos terem pouco contato com textos
em sala de aula, criando uma cultura que estabelece a matemática vista somente de forma
simbólica, o que acarreta no “decoreba”, e ainda a difilculdade na resolução de problemas
por diagnosticada pela má interpretação dos enunciados dos problemas.

“Para que o aluno possa construir o conhecimento será


necessário que, diante do enunciado de um problema, ele conheça
cada expressão verbal utilizada. Em seguida deverá ser capaz de
traduzir cada dado apresentado verbalmente em dados concretos
do mundo em que ela vive. Por último precisará entender as
relações lógicas constantes do problema para então relacionar os
dados entre si e realizar as operações necessárias à solução. Tudo
isto supõe o desenvolvimento de certas capacidades do aluno as
quais poderão ou não estar presentes” (Carraher, 1991).

É necessário que como educadores termos a percepção de que os alunos podem


utilizar os conhecimentos matemáticos em seu dia-a-dia. Para isso é necessário a leitura.

“É relativamente recente a atenção ao fato de que o aluno é agente Commented [S10]: duas citações sem argumentação não
caracterizam bases teóricas.
da construção do seu conhecimento, pelas conexões que
estabelece com seu conhecimento prévio num contexto de
resolução de problemas” (PCN, 1998).

RECURSOS: Lápis, papel, borracha, quadro, apagador, pincel.

AVALIAÇÃO: Seria responder as questões por que Cardano considerava os números


complexos inúteis para a matemática e quais são as aplicações desses números para a
ciência hoje? Que matemáticos perceberam a aplicações dos números complexos? E quais
os avanços que os números complexos propiciaram ao desenvolvimento da álgebra
moderna?
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Commented [S11]: nova página

A proposta visa mostrar aos alunos as origens dos números complexos, e ao mesmo
conhecendo a história destes números. Podemos concluir que essa metodologia
proporciona aos alunos além dos conhecimentos dos métodos utilizados por Cardano e
Tartaglia para a resolução de equações cúbicas e quárticas o desenvolvimento do
raciocínio lógico e uma avaliação de seus conhecimentos prévios mediante a resolução
do problema proposto. Buscando fugir dos métodos tradicionais, e criando no aluno o
interesse pela matemática através compreensão dos conceitos e axiomas abordados com
o conhecimento de sua origem.
7. REFERENCIAS Commented [S12]: nova página

BOYER, Carl B. História da matemática – revista por Uta C. Merzbach; trad.: Elza F.
Gomide – 2. ed. – São Paulo: Blücher, 1996.

CONTADOR, Paulo Roberto Martíns, Matemática, uma breve história. V. 2 2. ed. São
Paulo: Editora Livraria da Física, 2008.

DANTE, Luiz Roberto. Matemática: Contexto e Aplicações, volume 3; São Paulo:


Ática, 2010. 1° impressão da 1° ed. Obra em 3 v.

EVES, Howard. Introdução à história da matemática – trad.: Hygino H. Domingues –


Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2004.

MEC (1998) Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação


dos temas transversais – 1998. Secretaria de Educação Fundamental, Ministério da
Educação e do Desporto, Brasília, DF.

RIBEIRO, Jackson. Matemática: Ciências, Linguagem e tecnologia, 3: Ensino Médio


– São Paulo: Scipione, 2010.

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