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DE
DIREITO PROCESSUAL PENAL
VOLUME I
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Prof. Dra. Maria da Penha Meirelles Almeida Costa
I - ASPECTOS ELEMENTARES DE DIREITO
PROCESSUAL PENAL
1. O surgimento do processo
O Estado recebe das pessoas delegação para agir em nome da vítima, que assim se
libera da vingança privada. Somente o Estado pode punir, exercendo a titularidade do
jus puniendi, o direito de impor sanções. Obviamente, esse direito é praticado
observando certos procedimentos, a fim de garantir total lisura na apuração da
conduta do infrator. Também, é da titularidade do Estado o jus persequendi, ou seja,
direito à persecução mediante instauração do devido processo legal.
Na verdade, este poder do Estado nada mais é do que um poder/dever, uma vez que,
encarregado de aplicar a Justiça, não detém discricionariedade que lhe permita optar
entre promover a ação penal e deixar de fazê-lo. Assim, praticado o crime, o Estado
tem a obrigação de propor a ação penal, salvo a hipótese de ação penal, onde a opção
cabe ao particular.
Já o jus persequendi é um direito subjetivo do Estado exercido pelo Ministério
Público, encarregado de postular, perante o Estado-Juiz, a condenação do infrator. O
Promotor de Justiça é o dominus litis, mas, no entanto, está subordinado a
normatividade processual, não podendo agir de acordo com sua exclusiva vontade ou
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predileções.
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II - RELAÇÕES DO PROCESSO PENAL COM AS
DEMAIS CIÊNCIAS
Dentre as ciências auxiliares de maior conexão com o direito processual penal, podem
ser mencionadas a política criminal, a criminologia, a medicina legal, a psiquiatria
forense e a polícia científica.
1. Política Criminal
É a política criminal que fornece o critério para apreciação do valor da norma vigente
e propõe o modelo de norma a vigorar. O processo criminal não pode se afastar do
modelo de política criminal adotado. Este se reflete no processo e é inegável a
relação existente entre ambos, pois não basta apenas impor as sanções, mas saber
como aplicar a pena eficazmente, a fim de se obter os seus efeitos preventivos e
repressivos.
2. Criminologia
3. Medicina legal
Há uma ligação muito próxima entre o direito processual e a medicina legal. Esta
fornecerá parâmetros para se aferir a imputabilidade do réu sobre o qual pairar
dúvidas quanto à sanidade mental. Apurará os vestígios dos delitos e suas seqüelas
nas vítimas. É importante ressaltar que o resultado final do processo está vinculado à
qualidade de determinada perícia, daí sua inequívoca relevância para o processo.
4. Psiquiatria forense
Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em
virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto
ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
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Na verdade, observamos que a sociedade separou a criminalidade da loucura, depois
de tê-las confundido por um longo período. Dessa diferenciação nasceu a perícia
psiquiátrica. O perito psiquiatra desempenha papel de extremo significado na
aplicação da justiça criminal.
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III - RELAÇÃO DO PROCESSO PENAL COM O
DIREITO CONSTITUCIONAL
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei;
III - ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização
por dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
culta e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas
entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de
dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial,
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte,
quando necessário ao exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer
pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
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XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter
paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem
de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas
atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito
em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm
legitimidade para representar seus filiados, judicial ou extrajudicialmente;
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV-a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada
pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de
sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
desenvolvimento;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização publicação ou
reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a. a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da
imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b. o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou
de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações
sindicais e associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário
para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das
marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o
interesse social e o desenvolvimento tecnológico do País;
XXX - é garantido o direito à herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será resguardada pela
lei brasileira, em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não
lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo
da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxa:
a. o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
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b. a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato perfeito e a coisa julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados:
a. a plenitude de defesa;
b. o sigilo das votações;
c. a soberania dos veredictos;
d. a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à
pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se omitem;
XVIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados,
civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará entre outras, as
seguintes:
a. privação ou restrição da liberdade;
b. perda de bens;
c. multa;
d. prestação social alternativa;
e. suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a. de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b. de caráter perpétuo;
c. de trabalhos forçados;
d. de banimento;
e. cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a
natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com
seus filhos durante o período de amamentação;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime
comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
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LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de
opinião;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurado o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo
nas hipóteses previstas em lei;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa
da intimidade ou o interesse social o exigirem;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem judicial escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele
indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por
seu interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do
depositário infiel;
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito liquido e certo,
não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica
no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a. partido político com representação no Congresso Nacional;
b. organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais
e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXXII - conceder-se-á habeas data:
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a. para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público;
b. para retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ao lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que
ficar preso além do tempo fixado na sentença;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecimentos pobres, na forma da lei:
a. o registro civil de nascimento;
b. a certidão de óbito;
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei,
os atos necessários ao exercício da cidadania.
Parágrafo 1º. As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm
aplicação imediata.
Parágrafo 2º. Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
Ainda importam - e são fundamentais para o processo criminal - os incisos LII, LIII,
LVI, LVIII, LIX, LXI, LXII, LXIII, LXIV, LXV, LXVI, LXVII e LXVIII, os
quais podem ser analisados, detalhadamente, no tópico relativo ao artigo 5º da CF.
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IV - EFICÁCIA DA LEI PROCESSUAL PENAL NO
ESPAÇO
Art. 1º. O processo penal reger-se-á, em todo território brasileiro, por este Código,
ressalvados:
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de
Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do
Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86,
89, parágrafo 2º, e 100);
III - os processos da competência da Justiça Militar;
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, nº
17);
V - os processos por crimes de imprensa;
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos
ns. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo
diverso.
As ressalvas mencionadas neste artigo não são, como podem parecer, exceções à
territorialidade da lei processual penal brasileira, mas apenas à territorialidade do
Código de Processo Penal. Impõem, tendo em vista as peculiaridades do direito, a
aplicação de outras normas processuais positivas na Constituição Federal e em leis
extravagantes, v.g., nos casos de crimes de militares, eleitorais, falimentares, de
entorpecentes, nas contravenções do jogo do bicho, nas infrações de menor potencial
ofensivo etc. O inciso I contempla verdadeiras hipóteses excludentes da jurisdição
criminal brasileira, isto é, os crimes serão apreciados por tribunais estrangeiros
segundo suas próprias regras processuais, v.g., casos de imunidade diplomáticas, de
crimes cometidos por estrangeiros a bordo de embarcações públicas estrangeiras em
águas territoriais e espaço aéreas brasileiro etc.
Considera-se praticado em território brasileiro o crime cuja ação ou omissão, ou cujo
resultado, no todo ou em parte, ocorreu em território nacional. Considera-se como
extensão do território nacional, para efeitos penais, as embarcações e aeronaves
públicas ou a serviço do governo brasileiro, onde quer que se encontrem, e as
embarcações e aeronaves particulares que se acharem em espaço aéreo ou marítimo
brasileiro, ou em alto-mar ou espaço aéreo correspondente.
A lei penal aplica-se aos crimes cometidos fora do território nacional que estejam
sujeitos à lei penal nacional. É a chamada extraterritorialidade da Lei penal.
Contudo, é preciso que se frise: a lei processual brasileira só vale dentro dos limites
territoriais nacionais. Se o processo tiver tramitação no estrangeiro, aplicar-se-á a lei
do país em que os atos processuais forem praticados.
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A legislação processual brasileira também se aplica aos atos referentes às relações
jurisdicionais com autoridades estrangeiras que devem ser praticados em nosso país,
tais como o cumprimento de rogatória etc.
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V - EFICÁCIA DA LEI PROCESSUAL PENAL NO
TEMPO
Art. 2º. A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade
dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
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VI - PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL
1. Verdade real
Assim, a autoridade policial, nos crimes de ação pública, tem o dever de determinar a
instauração do inquérito policial, e o órgão do Ministério Público é obrigado a
apresentar a respectiva denúncia, desde que o fato seja delituoso.
3. Oficiosidade
4. Autoritariedade
- O Ministério Público não pode desistir da ação penal pública, nem do recurso
interposto (CPP, arts. 42 e 576).
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A Constituição Federal proíbe a criação de tribunais de exceção, e, ligado à proibição
dos tribunais de exceção está o princípio do juiz natural ao expressar “Ninguém será
processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”.
7. Publicidade (CPP, art. 792 e CF, arts. 5º, LX, e 93, IX, parte final).
O réu deve conhecer a acusação que se lhe imputa para poder contrariá-la, ou, ainda,
dela se defender, posto que nenhum acusado será processado ou julgado sem defensor
constituído ou nomeado, evitando possa ser condenado sem ser ouvido.
Por isso, é essencial que o acusador, ao formular a denúncia ou queixa-crime, narre
claramente os fatos que está a imputar ao futuro réu, a fim de que este tenha pleno
conhecimento da acusação, podendo elaborar sua defesa e produzir provas, sob pena
de inépcia da inicial.
9. Iniciativa das partes (“ne procedat judex ex officio”) - (CF, art. 5º,
LIX e art. 129, I, e CPP, arts. 29 e 30).
10. Ne eat judex ultra petita partium (arts. 383 e 384 do CPP).
O juiz deve pronunciar-se sobre aquilo que lhe foi pedido. O que efetivamente vincula
o juiz criminal, definindo a extensão do provimento jurisdicional, são os fatos
submetidos à sua apreciação. Se o promotor, na denúncia, imputa ao réu um crime de
furto, e, ao final, apura-se que o crime cometido foi o de estupro, não pode o juiz
proferir condenação, ainda que o outro crime esteja caracterizado.
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11. Devido processo legal (CF, art. 5º, LIV).
Consiste em assegurar à pessoa o direito de não ser privada de sua liberdade e de seus
bens, sem a garantia de um processo desenvolvido na forma que estabelece a lei. (CF,
art. 5º, LIV).
Exemplos:
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interceptação de cartas particulares (violação de correspondência).
Exemplos:
Entretanto, alguns autores como Fernando Capez e Vicente Greco Fº, entendem que
desprezar, sempre, toda e qualquer prova ilícita não é conduta juridicamente correta,
tendo em vista que, em determinadas situações, a importância do bem jurídico
envolvido no processo e a ser alcançado com a obtenção irregular da prova levará os
tribunais a aceitá-las. Leve-se em consideração uma prova obtida por meio ilícito
que, entretanto, levará à absolvição de um inocente. Entendem estes autores que o
interesse que se quer defender é muito mais relevante do que a intimidade que se
deseja preservar. Acreditam que o juiz poderá admitir uma prova ilícita ou sua
derivação a fim de evitar um mal maior.
Podemos resumir que o direito à liberdade e à segurança, à proteção da vida, do
patrimônio, conseqüentemente, não podem ser levados como regra e ser restringidos
pela prevalência do direito à intimidade e pelo princípio da proibição das demais
provas ilícitas.
Outros autores como Grinover, Scarance e Magalhães esclarecem ser praticamente
unânime o entendimento que admite possa ser utilizada, no processo penal, a prova
favorável ao acusado, ainda que colhida com infringência aos direitos fundamentais
seus ou de terceiros.
Embora pacífica a aplicação do princípio da proporcionalidade somente pro reo, o
STJ, em julgado recente, admitiu a incidência pro societate, aceitando que, dentro de
princípios lógicos, é perfeitamente viável a aceitação da prova obtida mediante
interceptação telefônica.
No entanto, oportuno ressaltar que, legalmente, em consonância com o que dispõe a
Lei n. 9.296, de 24 de julho de 1996, a interceptação de comunicações telefônicas de
qualquer natureza não será admitida, salvo por ordem judicial e sob segredo de
Justiça, sob pena de constituir-se em crime capitulado no artigo 10 da referida Lei.
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VII - INQUÉRITO POLICIAL
1. Conceito
2. Polícia judiciária
Tem a função de auxiliar a justiça; atua quando os atos que a polícia administrativa
pretendia impedir não foram evitados. Possui a finalidade de apurar as infrações
penais e suas respectivas autorias, a fim de fornecer ao titular da ação penal elementos
para propô-la.
3. Competência e atribuição
4. Características
4.2. Sigiloso
4.3. Oficialidade
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O inquérito policial é uma atividade investigatória feita por órgãos oficiais, não
podendo ficar a cargo do particular, ainda que a titularidade da ação penal seja
atribuída ao ofendido.
4.4. Oficiosidade
4.5. Autoridade
Exigência constitucional (CF, art. 144, parágrafo 4º); o inquérito policial é presidido
por uma autoridade pública, a autoridade policial (delegado de polícia).
4.6. Indisponibilidade
Após sua instauração não pode ser arquivado pela autoridade policial (CPP, art. 17).
4.7. Inquisitivo
5. Valor probatório
O inquérito policial, além de seu conteúdo informativo, tem valor probatório, embora
relativo, haja vista que os elementos de informação não são colhidos sob a égide do
contraditório e da ampla defesa, nem tampouco na presença do juiz de direito.
6. Dispensabilidade
7. Incomunicabilidade
8. Notitia criminis
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É o conhecimento espontâneo ou provocado, pela autoridade policial, de um fato
aparentemente criminoso. É com base nesta informação que a autoridade dá início às
investigações.
Sempre que a autoridade policial tiver notícia a respeito de uma infração penal, cuja
ação penal seja pública, pouco importando se crime ou contravenção deverá ela
determinar a instauração do inquérito.
Tratando-se de infração de menor potencial ofensivo, assim consideradas as
contravenções, pouco importando a quantidade de pena cominada, e os crimes
apenados no máximo com 02 (dois) anos, ressalvados aqueles subordinados a
procedimento especial, cumpre a autoridade policial limitar-se a proceder a um Termo
Circunstanciado, registrando o tipo de ocorrência, dia, local, súmula da versão do
pretenso autor do fato, da pretensa vítima e de eventuais testemunhas, encaminhando-
o, à seguir, à sede do Juizado Especial Criminal, onde houver. Não havendo, deverá
encaminhá-lo ao Fórum Criminal.
Se o crime for de ação penal privada - e quando o é a própria lei penal o diz,
esclarecendo que “somente se procede mediante queixa” - ou de crime de ação penal
pública condicionada, isto é, subordinada à representação do ofendido, o inquérito
somente poderá ser instaurado se a pessoa legitimada a ofertar queixa ou a fazer
representação, der a devida autorização, seja requerendo, seja representando.
De qualquer sorte, instaurado o inquérito, a autoridade policial deve determinar uma
série de diligências visando ao esclarecimento do fato e à descoberta da autoria,
observada a regra programática prevista no art. 6º do CPP. Muito embora o referido
artigo determine que a autoridade policial deve “dirigir-se ao local, providenciando
para que se não alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos
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criminais”, é evidente que o Delegado de Polícia não tomará tal providência em
qualquer crime. Se houver um crime de calúnia, de sedução, de lesão corporal, por
exemplo, não será realizada aquela diligência. E as razões são óbvias...
I) no local do crime;
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11. Indiciamento
13. Prazo
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impulso de quem de direito (CPP, art. 19). Assim, é conveniente que ele acompanhe o
desenrolar das investigações, para não perder o prazo estabelecido no art. 38 do CPP.
14. Arquivamento
Tal providência só cabe ao juiz, a requerimento do Ministério Público (CPP, art. 28),
que é o exclusivo titular da ação penal pública (CF, art. 129, I).
A autoridade policial pode deixar de instaurar o inquérito, mas, uma vez feito, o
arquivamento só se dá mediante decisão judicial, provocada pelo Ministério Público, e
de forma fundamentada, em face do princípio da obrigatoriedade da ação penal (art.
28). O juiz jamais poderá determinar o arquivamento do inquérito, sem prévia
manifestação do Ministério Público (CF, art. 129, I); se o fizer, da decisão caberá
correição parcial.
Se o juiz discordar do pedido de arquivamento do representante ministerial, deverá
remeter os autos ao procurador-geral de justiça, o qual poderá oferecer denúncia,
designar outro órgão do Ministério Público para fazê-lo, ou insistir no arquivamento.
O despacho que arquivar o inquérito é irrecorrível, salvo algumas exceções.
Arquivado o inquérito por falta de provas, a autoridade policial poderá, enquanto não
se extinguir a punibilidade pela prescrição, proceder a novas pesquisas, desde que
surjam outras provas que alterem o “panorama probatório dentro do qual foi
concebido e acolhido o pedido de arquivamento do inquérito”.
Nos casos de ação penal privada, informada pelo princípio da oportunidade, não há
necessidade do ofendido solicitar o arquivamento do inquérito; se, porventura,
entender que não há elementos para dar início ao processo, basta deixar que o prazo
decadencial do art. 38 do CPP flua sem o oferecimento da queixa-crime.
22
MODELOS EM INQUÉRITO POLICIAL
Modelo nº 01
(Portaria)
PORTARIA
J.aos Autos :
CUMPRA-SE
23
São Paulo, 15 de maio de 1998.
Dr.Arnaldo Guimarães
Delegado de Polícia
24
MODELO Nº 02
( Auto de Prisão em Flagrante Delito )
Autoridade Policial
FLAGRANTEADO: ______________________________
25
Escrivã(o) de Polícia:
Autoridade Policial
CONDUTOR: _______________________________
Escrivã(o) de Polícia
Bel.
Delegado Titular
26
Às ( ) horas do dia ( ) do mês ( ) de do ano 2007, nesta cidade de Barreiras,
Estado da Bahia, na sala do Cartório da Delegacia Circunscricional de Polícia,
onde presente se encontrava o Bel. Carlos Cruz Ferro, comigo, Escrivã(o) de
Polícia de seu cargo, ao final assinado, compareceu o(a) , brasileiro(a), , , RG ,
natural de , nascido aos , filho de , residente e domiciliado . INQUIRIDA A VÍTIMA
DISSE QUE: Nada mais disse. Nada mais havendo, mandou a Autoridade Policial
que se encerrasse o presente termo que, lido e achado conforme, vai
devidamente assinado. Eu ________, Escrivã(o) de Polícia, que o digitei.
Autoridade Policial
DECLARAÇÕES: ____________________________
Escrivã(o) de Polícia
Autoridade Policial
DEPOENTE: ____________________________
Escrivã(o) de Polícia
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BOLETIM DE OCORRÊNCIA POLICIAL DE Nº
Escrivã(o) de Polícia
Autoridade Policial
CONDUZIDO: __________________________
Escrivã(o) de Polícia
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OITAVA PEÇA NA ELABORAÇÃO DO FLAGRANTE
NOTA DE CULPA
Barreiras(BA), __ de _____ de 2007.
A autoridade acima comunica a: _______, vulgo “A___”, RG. _______ SSP/BA,
brasileiro, solteiro, comerciante, natural de ___/BA, nascido em _______, filho
_____________ E _______, residente na Rua _____________, bairro _____,
nesta cidade.
DELEGADO:
ESCRIVÃ(O):
CONDUZIDO: _____________________
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MODELO Nº 03
(Modelo de Requerimento para instauração de inquérito policial em crime de ação privada e de Procuração)
O requerido, desde o mês de junho de 1996 vinha mantendo namoro com a menor MARIANA
SANTOS PEREIRA, filha do requerente e de sua esposa MARIA SANTOS PEREIRA, nascida nesta
capital aos 12.12.80, tendo freqüentado a residência dos mesmos e, demonstrando sempre bons
propósitos, chegou a acenar à possibilidade de contrair casamento, tendo a mesma, inclusive,
começado a preparar enxoval.
Passados três meses do fato, o requerente notou sintomas de gravidez na filha MARIANA, tendo
submetido a mesma a exame médico e sido constatado o estado. Instada a esclarecer o fato,
MARIANA informou que em determinada data, quando encontrava-se a sós com o namorado na
residência do requerente, este alegou que somente se casaria consigo se fosse virgem, tendo abalado a
moça emocionalmente, fazendo-lhe crer que poderia perder o ente amado. Diante da exigência,
permitiu que o mesmo a desnudasse e, em decorrência do fato, passaram a trocar carícias e a manter
ato sexual, tendo, após o ato, GERALDO afirmado que se casaria com MARIANA, alegando que nada
teria a temer.
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Estarrecido com a declaração da filha, o requerente procurou GERALDO e este alegou que realmente
teria a intenção de casar-se com MARIANA, não tendo realizado o ato em virtude de problemas
financeiros e que, tão logo fossem sanados, o mesmo casar-se-ia com a filha do requerente.
Diante do exposto, requer-se a instauração do competente Inquérito Policial para apuração dos fatos,
requerendo, desde já, oitiva de testemunhas, arroladas abaixo, depoimento pessoal do requerente e de
sua filha, perícias e depoimento pessoal do requerido, para elucidar-se, dessa maneira, a veracidade
das informações contidas na presente.
Nestes termos,
p.deferimento.
PROCURAÇÃO
Pelo presente instrumento particular de mandato que fez datilografar e assina, MARIO SANTOS
PEREIRA, brasileiro, casado, comerciante, residente e domiciliado nesta Cidade na Rua 1º de Agosto,
19, constitui e nomeia seu bastante procurador ou onde com este instrumento se apresentar, o
Dr.HANS MARCOS OSTLUND, brasileiro, casado, portador do CIC. 11.889.977, inscrito na Ordem
dos Advogados do Brasil, Secção de São Paulo, sob o nº 111.111, com residência e escritório nesta
cidade, na rua Gomes Cardim, 342, a quem confere necessários poderes, inclusive os da cláusula " ad
judicia ", especialmente para requerer a instauração de inquérito policial e, posteriormente, queixa-
crime contra GERALDO BAPTISTA PEDREIRA, brasileiro, solteiro, residente e domiciliado na Rua
Antonio João, 583, no bairro de casa verde, nesta Capital, pelo fato de haver este, em fins de junho de
1996, nesta cidade, abusando da inexperiência e justificável confiança de sua filha MARIANA
SANTOS PEREIRA, então com dezesseis anos de idade, com ela mantido relações sexuais,
desvirginando-a e engravidando-a. Poderá o referido Procurador atuar em qualquer instância,
produzir provas, fazer alegações, interpor e arrazoar quaisquer recursos e contra-razoar os
eventualmente interpostos, receber intimações e notificações e, enfim, praticar todos e quaisquer atos
necessários ao fiel desempenho do presente mandato, inclusive substabelecer a quem convier, com ou
sem reservas de iguais poderes, o que tudo dará por muito bom, firme e valioso.
Modelos extraídos do livro ‘ Prática de Processo Penal ‘ - Fernando da Costa tourinho Fº - 1997.
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MODELO Nº 04
(Modelo de Requerimento da vítima)
BRUNO M.FRANCO, brasileiro, casado, comerciante, residente e domiciliado nesta cidade, na Rua
Paissandu n.99, respeitosamente, vem, perante V.Sa., nos termos do artigo 5º, II do CPP, requerer a
instauração de inquérito policial contra INOCÊNCIO PUREZA, brasileiro, maior, do comércio,
solteiro, atualmente residindo em Ibitinga, onde trabalha na fábrica Monte-Belo, pelo seguinte fato :
1º) O Suplicante é proprietário de uma loja de calçados, situada nesta cidade, na Praça da
Matriz n.18, e, no dia 18 de maio próximo passado, determinou ao Suplicado, então seu empregado, se
dirigisse ao escritório de Pedro da Silva, situado nesta cidade, na Rua XV de novembro, n.19, a fim de
receber a quantia de R$ 180,00 (cento e oitenta reais) que lhe era devida e proveniente de vendas de
calçados que fizera, no mês anterior, a sua família.
2º) De volta, o Suplicado dissera ao Suplicante que estivera no escritório do devedor e este
informara que somente em julho é que poderia liquidar o débito.
3º) Todavia, anteontem, como o Suplicante precisasse daquele numerário para pagar uma
promissória, dirigiu-se pessoalmente ao escritório de Pedro da Silva, e qual não foi seu espanto ao
tomar conhecimento de que o Suplicado, no mesmo dia 18 de maio próximo passado, recebera a
importância devida, tendo firmado um recibo, cuja fotocópia acompanha o presente.
4º) Assim, tendo o Suplicado infringido o disposto no artigo 168, § 1º, III, 2ª figura do CP -
apropriação indébita na sua forma qualificada -, a instauração de inquérito é medida que se impõe.
5º) Além de Pedro da Silva, poderão testemunhar o fato Maria das Dores e Miguel Sanches,
brasileiros, maiores, empregados do estabelecimento comercial do suplicante e, Ricardo da
Conceição, contador, residente nesta cidade, na Rua Balpendi, 99.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Bruno M.Franco
Modelos extraídos do livro ‘ Prática de Processo Penal ‘ - Fernando da Costa tourinho Fº - 1997.
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MODELO Nº 05
(Modelo de Requisição do Promotor de Justiça)
Dr.Delegado
Tendo tido ciência, por intermédio de Antonio de Freitas, brasileiro, casado, natural deste Estaco,
residente na Rua das Andorinhas, n.10, nesta cidade, que em dias da semana passada, na fazenda "
Corumbataí ", de sua propriedade, situada neste município e comarca, seu administrador, Antonio
Felisberto, por questão de nonada, agrediu e feriu, com um rebenque, seu filho Gilberto Felisberto,
requisito instauração de inquérito a respeito, caso V.Sa. já não o tenha feito.
Para maior governo de V.Sa., esclareço terem sido testemunhas do fato Manoel Arcabouças e Ricardo
dos Santos, trabalhadores rurais, alí residentes.
Éder Godoy
Promotor de Justiça
Modelos extraídos do livro ‘ Prática de Processo Penal ‘ - Fernando da Costa tourinho Fº - 1997.
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MODELO Nº 06
(Modelo de Requisição do Juíz)
Dr.Delegado
Tendo chegado ao meu conhecimento que Felisbina Santa Pureza, brasileira, presumivelmente casada,
residente na Rua Sete de Setembro n.19, nesta cidade, de uns tempos a esta data, vem infligindo maus-
tratos ao seu filho Clodoaldo, de 10 anos de idade, expondo a perigo sua saúde, em virtude dos
trabalhos excessivos a que o sujeita, requisito a instauração de inquérito a respeito.
Além de outras testemunhas que poderão ser ouvidas no curso da investigação, deverão prestar
esclarecimentos a professora Clotilde dos Santos, residente nesta Cidade, na Rua Tiradentes, n.16, que
trouxe o fato ao meu conhecimento, e Zenóbio Pantaleão, alfaiate, residente na Rua Sete de Setembro
n.27, nesta Cidade.
Modelos extraídos do livro ‘ Prática de Processo Penal ‘ - Fernando da Costa tourinho Fº - 1997.
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MODELO Nº 07
(Modelo de Representação reduzida a termo)
Aos vinte e um dais do mês de julho do ano de mil, novecentos e noventa, nesta cidade de Cosmópolis,
deste Estado, na sede da Delegacia de Polícia, onde se achava o Sr.Dr.Ruy Antunes da Silva Mello,
Delegado respectivamente comigo, Escrivão de seu cargo, ao final assinado, compareceu Sigismundo
Pereira Filho, filho de Ambrosino Pereira e Maria das Dores Pereira, brasileiro, casado, lavrador,
natural de itambé, Estado da Bahia, residente nesta cidade, na Rua Itapicuru, n;11, e declarou que, na
qualidade de pai da menor Purificação Santina Pereira, atualmente com 17 anos de idade, e na
conformidade da lei processual penal, vem representar contra Vivaldino das Proezas, com 23 anos de
idade, presumivelmente solteiro, mecânico, residente e domiciliado nesta cidade, na Rua da Paz n.44,
pelo fato de, em novembro do ano próximo passado, no quintal de sua residência, haver mantido
relações sexuais com sua referida filha, desvirginando-a. Solicita, assim, seja instaurado inquérito
policial a respeito, a fim de que possa, oportunamente, o DD.representante do Ministério Público
promover a ação penal. Disse mais que, não podendo prover às despesas do processo, requer a esta
autoridade lhe seja fornecido, para ser juntado aos autos, atestado de pobreza, para os fins do art.225,
§ 1º, I, combinado com o § 2º do mesmo artigo do CP. Nada mais. Lido e achado conforme, vai
devidamente assinado. Eu, Amadeu Leão, escrivão que o datilografei e assino.
Sigismundo Pereira
Amadeu Leão
Modelos extraídos do livro ‘ Prática de Processo Penal ‘ - Fernando da Costa tourinho Fº - 1997.
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MODELO Nº 08
(Modelo de Representação feita por Procuração e Modelo de Procuração)
Euzébio Costa, brasileiro, casado, funcionário público estadual, residente e domiciliado nesta cidade,
na rua Correa Telles n.10, por seu procurador infrafirmado (documento anexo), vem, respeitosamente,
expor e requerer a V.Sa. o seguinte :
1º) Em dias de fevereiro do ano em curso, nesta cidade, Manuel Ricardino da Silva, brasileiro,
casado, comerciante, residente e domiciliado nesta cidade, na Rua São José n.89, irresignado com o
auto de infração, por sonegação fiscal, que o Suplicante, na qualidade de fiscal de rendas do Estado,
contra ele lavrou, aos 31 de janeiro próximo passado, procurou denegrir a honra do suplicante.
2º) Com efeito, passou o Suplicado a dizer a diversas pessoas desta cidade que aquele auto de
infração somente fora lavrado porque se recusara a dar ao suplicante a importância de R$ 50.000,00
(Cinqüenta mil reais) que lhe fora solicitada para poder " fechar os olhos ".
3º) Com trinta anos de serviço público e residindo nesta cidade, em que nasceu, sempre gozou de
prestígio e consideração não só entre seus colegas como também em toda a sociedade, pela sua
retidão de caráter e acendrado amor ao trabalho, razão pela qual lhe causou espécie e leviana e
criminosa exprovação violenta que lhe fizera o suplicado.
4º) As verrinas que lhe foram lançadas são, como não podiam deixar de ser, supinamente falsas,
pois, e isto apenas para argumentar, como poderia o Suplicante exigir ou solicitar do Suplicado
aquela soma para deixar de lavrar um auto de infração que obrigará o Suplicado a recolher aos cofres
públicos, entre impostos e multa, tão-somente a cifra de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) ?
5º) Assim, tendo ele infringido o disposto no artigo 138, "caput", do CP, vem, nos termos do
parágrafo único do art.145, combinado com o artigo 141, II, do mesmo estatuto e art.5º, § 4º, do CPP,
representar contra o Suplicado, autorizando e solicitando a instauração de inquérito policial a
respeito, a fim de que possa o DD.Representante do Ministério Público, posteriormente, contra ele
interpor ação penal.
Como testemunhas, poderão ser ouvidas, além de outras a juízo de V.Sa., Bernardino Campos,
Comerciante, residente nesta cidade, na Rua Campos Salles, n.10, Francisco Rocha, do Comércio,
residente na Rua Tamandaré, n.19, e Gilberto Tanajura, bancário, residente nesta cidade, na Rua
Aymorés, n.23.
Nestes termos,
P.deferimento.
Modelos extraídos do livro ‘ Prática de Processo Penal ‘ - Fernando da Costa tourinho Fº - 1997.
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PROCURAÇÃO
Por este instrumento particular de mandato, datilografado e por mim assinado, eu, Euzébio Costa,
brasileiro, casado, funcionário público estadual, residente e domiciliado nesta cidade, na Rua Correia
Telles n.10, constituo e nomeio meu bastante Procurador, nesta cidade ou onde com este instrumento
se apresentar, o Dr.Hans Marcos Tourinho Ostlund, brasileiro, CIC n.11.233.344, advogado na OAB,
secção da Bahia, sob o n.445.566, residente nesta cidade e com escritório na Praça Tiradentes n.10,
para o fim especial de, perante a autoridade competente, fazer representação, nos termos do § 4º do
art.5º do CPP, contra Manuel Ricardino da Silva, brasileiro, casado, comerciante, residente e
domiciliado nesta cidade, na rua São José, n.89, visando à instauração de inquérito policial, a fim de
que, oportunamente, possa o DD.Promotor de Justiça contra ele promover a ação penal, como infrator
do art.138 do CP, pelo fato de haver ele, em fevereiro do ano em curso, nesta cidade, dito a diversas
pessoas que, na qualidade de fiscal de rendas do Estado, o outorgante lhe solicitara a quantia de R$
50.000.00 (Cinqüenta mil reais), para não lavrar contra ele auto de infração por sonegação fiscal.
Poderá o outorgado, ora constituído, praticar os atos necessários a fim de que o inquérito seja
instaurado, arrolar testemunhas, requerer diligências e tudo quanto for necessário para o fiel
desempenho do presente mandato, inclusive substabelecer a quem convier, com ou sem reservas de
iguais poderes, o que tudo dará por firme e valioso.
Euzébio Costa
(firma reconhecida)
Modelos extraídos do livro ‘ Prática de Processo Penal ‘ - Fernando da Costa tourinho Fº - 1997.
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VIII - AÇÃO PENAL
1. Conceito
Ação penal pública: quando promovida pelo Ministério Público, e constitui regra do
nosso Direito.
Ação penal privada: quando promovida pelo particular. É privada, porque entendeu o
Estado que certas infrações penais afetam muito mais o interesse particular que o
social e, sem abrir mão do direito de punir, que irrefragavelmente lhe pertence como
uma das expressões mais características da sua soberania, transferiu ao particular o
direito de ação penal.
Por outro lado, a ação penal pública pode ser condicionada ou incondicionada.
Seja condicionada, seja incondicionada, a ação penal inicia-se por um ato processual
- a denúncia, que é apresentada pelo representante do Ministério Público. Tratando-
se de ação penal privada, a sua peça inicial é denominada queixa-crime.
a) ação penal privada, ou propriamente dita: que somente pode ser exercida pela
vítima ou por quem legalmente a represente e, no caso de morte, por qualquer uma
das pessoas citadas no art. 31;
b) ação penal privada subsidiária da pública: que é aquela iniciada por meio de
queixa, quando embora se trate de crime de ação pública, o Promotor não haja
oferecido denúncia no prazo legal (art. 29 do CPP);
38
c) ação privada personalíssima: aquela cujo exercício cabe apenas ao ofendido.
3. As condições da ação
São requisitos que subordinam o exercício do direito de ação. Para se poder exigir, no
caso concreto, a prestação jurisdicional, faz-se necessário, antes de tudo, o
preenchimento de certas condições, que se denominam condições de procedibilidade.
São de duas ordens:
3.1. condições genéricas: exigidas sempre, pouco importando o tipo de ação penal
(se pública ou privada).
b) legitimidade de parte:
Somente a parte legítima é que pode promover a ação penal. Assim, apenas o
titular do bem ou interesse lesionado é que pode exercer a ação penal.
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Exemplo: quando já estiver extinta a punibilidade do acusado.
As específicas são:
Obs: A partir da Lei 11.719/2008 revogou-se o art. 43 e o seu conteúdo foi transferido, com
alterações, para o art. 395 do CPP, todavia, quanto às condições genéricas da ação, vários
doutrinadores continuam a sustentar serem as três já indicadas, ou seja, possibilidade jurídica do
pedido, interesse de agir e legitimidade de parte.
4.1. Titularidade
Exclusiva do Ministério Público, com uma única exceção: no caso de inércia
demonstrada pelo órgão público, é admitida ação penal privada subsidiária, proposta
pelo ofendido ou seu representante legal.
Oferecida a ação penal, o Ministério Público dela não pode desistir (CP, art. 42).
Tal princípio não vigora no caso das infrações regidas pela Lei n. 9.099/95, cujo art.
89 concede ao Ministério Público a possibilidade de preenchidos os requisitos legais,
40
propor ao acusado, após o oferecimento da denúncia, a suspensão condicional do
processo, por prazo de dois a quatro anos, cuja fluência acarretará a extinção da
punibilidade do agente (art. 89). É, sem dúvida, um ato de disposição da ação penal.
Também aplicável à ação penal privada (CPP, art. 48). A ação penal pública deve
abranger todos aqueles que cometeram a infração, não podendo o Ministério Público
escolher, dentre os indiciados, quais serão processados.
A ação penal só pode ser proposta contra a pessoa a quem se imputa a prática do
delito, é personalíssima.
É aquela cujo exercício se subordina a uma condição. Essa condição tanto pode ser a
manifestação de vontade do ofendido ou de seu representante legal (representação),
como também a requisição do Ministro da Justiça. Entretanto, a ação continua sendo
pública, exclusiva do Ministério Público, que só pode dar início se a vítima ou seu
representante legal o autorizarem, por meio de uma manifestação de vontade.
Todavia, uma vez iniciada a ação penal, o Ministério Público a assume
incondicionalmente, a qual passa a ser informada pelo princípio da indisponibilidade,
sendo irrelevante qualquer tentativa de retratação.
41
2) crime contra a honra de funcionário público, em razão de suas funções (art. 141, II,
c/c o art. 145, parágrafo único);
5.3. Prazo
5.4. Forma
5.5. Irretratabilidade
42
pelo arquivamento do inquérito, ou pelo retorno dos autos à polícia, para novas
diligências. Ainda, não está vinculado à definição jurídica do fato estabelecida na
representação.
6.1. Fundamento
6.2. Titular
O ofendido ou seu representante legal (CP, art. 100, § 2º; CPP, art. 30). Na técnica do
Código, o autor denomina-se querelante e o réu querelado. Se o ofendido for menor
de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardo mental, e não tiver representante
legal, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado para o
ato (art. 33 do CPP).
6.4.Princípio da disponibilidade
Segundo o artigo 48 do CPP, o ofendido pode escolher entre propor ou não a ação.
Não pode, porém, escolher dentre os ofensores qual irá processar. Ou processa todos,
ou não processa nenhum. O Ministério Público não pode aditar a queixa para nela
incluir os outros ofensores, porque estaria invadindo a legitimação do ofendido.
43
6.6. Princípio da intranscendência
Significa que a ação penal só pode ser proposta em face do autor e do partícipe da
infração penal, não podendo se estender a quaisquer outras pessoas.
Pode ser proposta pelo ofendido se maior de dezoito anos e capaz; por seu
representante legal, se o ofendido for menor de 16; pelo representante legal ou pelo
ofendido, se ele for maior de 16 e menor de 18 anos (CPP, art.34); ou no caso de
morte do ofendido, ou declaração de ausência, pelo seu cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão (CPP, art.31).
Observação: No caso de ofendido incapaz, seja em razão da idade ou de enfermidade mental, a queixa
não poderá ser exercida, posto que há incapacidade para estar em juízo e impossibilidade do direito ser
manejado por representante legal ou por curador.
44
7.7. induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento para fins
matrimoniais (art.236 e seus parágrafos);
7.8. o exercício arbitrário das próprias razões, desde que praticado sem violência
(art.345, parágrafo único).
8. Prazo
O prazo para o ofendido ou seu representante legal exercer o direito de queixa é de 06
(seis) meses, contado do dia que vierem, a saber, quem foi o autor do crime (CPP,
art.38), com a possibilidade de haver exceções:
Lei de Imprensa - três meses, contado a partir da data do fato;
Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento - seis meses, contados a
partir do trânsito em julgado da sentença que, por motivo de erro ou impedimento,
anule o casamento;
Crimes de ação privada contra a propriedade material que deixar vestígios,
sempre que for requerida a prova pericial - trinta dias, contados da homologação
do Laudo Pericial.
O prazo para propor a ação penal privada é decadencial, conforme regra do artigo 10
do CP, computando-se o dia do começo e excluindo-se o dia final.
No caso de ofendido menor de 18 anos, o prazo da decadência só começa a ser
contado do dia em que ele completar essa idade, e não no dia em que ele tomou
conhecimento da autoria.
Tratando-se de ação penal privada subsidiária, o prazo será de seis meses a contar do
encerramento do prazo para o Ministério Público oferecer denúncia.
45
MODELOS EM AÇÃO PENAL
MODELO Nº 01
(Modelo de Denúncia)
O Promotor de Justiça que esta subscreve, no uso de suas atribuições, vem, perante V.Exa., oferecer
denúncia contra Basílio Carapuça, qualificado as fls.18 dos inclusos autos de inquérito policial, pelo
seguinte fato :
1) Consta dos referidos autos que, no dia 27 de fevereiro do ano em curso, por volta das 20:00
horas, nesta cidade, à altura do prédio n.20 da Rua Bento Gonçalves, o denunciado agrediu e lesionou
Pedro Bernardino.
2) Na verdade, dias antes dos fatos, o denunciado soubera que a vítima ficara desgostosa com o
serviço mecânico prestado ao seu veículo na Oficina " Tudo OK ", de propriedade do denunciado, e,
por isto, dissera que não pagaria o pretenso conserto.
3) No dia, local e hora já citados, o denunciado encontrou-se casualmente com a vítima e lhe
perguntou se era verdade que não iria pagar os serviços que lhe foram prestados e, ante a resposta
afirmativa da vítima, que, inclusive, adiantou que assim procedia porquanto seu veículo saíra da
oficina do denunciado com os mesmos defeitos mecânicos, o denunciado irritou-se e, segurando a
vítima pelo braço, disse-lhe : " Você já me pagou e tenho até de lhe dar o troco " e, ato contínuo,
vibrou-lhe um murro à altura da região orbitária direita, produzindo-lhes lesões graves descritas no
laudo de fls.03. Em seguida, deixando a vítima estendida no solo, dalí se retirou.
4) Assim, estando ele incurso nas penas do art.129 § 1º, do CP, combinado com o art.61, II,
primeira figura do mesmo estatuto, requer, após o recebimento e autuação desta denúncia, seja o réu
citado para o interrogatório e, enfim se ver processado até final julgamento, nos termos do art.593 do
CPP, notificando-se a vítima e as testemunhas do rol abaixo para virem depor em juízo, em dia e hora
a serem designados, sob as cominações legais.
Rol :
1º) Pedro Bernardino (Vítima), qualificado as fls.4;
2º) Manoel Ricardo, qualificado as fls.08;
3º) Pedro dos Santos (funcionário municipal), qual.fls.10;
4º) Manoel José (Militar), qualif.a fls.15.
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Modelos extraídos do livro ‘ Prática de Processo Penal ‘ - Fernando da Costa tourinho Fº - 1997.
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MODELO Nº 02
(Modelo de despacho do Juíz recebendo a denúncia)
" Recebo a denúncia. Designo o dia ____, as ____ horas para o interrogatório. Cite-se.
Notifique-se o Dr.Promotor de Justiça. Defiro as diligências solicitadas pelo MP (Ministério
Público) (arts.394 e 399). (Data e Assinatura)"
Modelos extraídos do livro ‘ Prática de Processo Penal ‘ - Fernando da Costa tourinho Fº - 1997.
MODELO Nº 03
(Modelo de devolução dos autos à Polícia para novas diligências)
MM.Juíz :
A digna autoridade policial instaurou o presente inquérito para apurar um crime de furto. Constatou-
se, fartamente, a materialidade do fato. Apurou-se, também, que o seu autor, por sinal foragido, fora
um empregado da vítima. Embora o Doutor Delegado de Polícia deixasse de proceder à qualificação
direta do indiciado, e isto por razões óbvias, não havia motivos que o impedissem de proceder à sua
qualificação indireta. Sabe-se, apenas, que o indiciado se chama Pedro. Evidente que a
Promotoria não pode ofertar denúncia contra o indiciado, pois deixaria em sobressalto todos os
cidadãos com o prenome Pedro... Ademais, o art.41 do CPP dispõe que a denúncia ou a queixa deve
conter a qualificação do réu ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, e isto por razões
que dispensam comentários.
A denúncia deve ser oferecida contra o genuíno autor da infração, e, assim, tal ato processual não
pode ser praticado quando não se conhece a pessoa a quem deva ser atribuído tal qualidade. Certo
que ele está foragido. Nada impede que a digna autoridade policial colha, junto à vítima, a sua
qualificação. O indiciado já trabalhou para a vítima. É possível que ela ainda possua, nos seus
arquivos, os dados qualificativos do indiciado. Se a diligência for infrutífera, poderá o Doutor
Delegado, com os meios ao seu alcance, envidar esforços no sentido de trazer para os autos tais
elementos. Se de todo for impossível, restará à Promotoria requerer o arquivamento dos referidos
autos.
Ante o exposto, requer a Promotoria sejam os autos devolvidos à Delegacia de origem para os fins
acima expostos.
Modelos extraídos do livro ‘ Prática de Processo Penal ‘ - Fernando da Costa tourinho Fº - 1997.
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MODELO Nº 04
(Modelo de pedido de arquivamento)
MM.Juíz :
Instaurou-se o presente inquérito, registrado sob o n.29/88, contra Pedro Pedrão, porquanto este, no
dia 2-2-1988, por volta das 14:30 horas, dirigindo o seu automóvel Opala, chapa DV-1114, descendo
a Rua 13 de maio, ao atingir a confluência com a Av.Rodrigues Alves, convergiu à direita, com o
objetivo de ir à Av.das Nações. Naquele instante, trafegava pela referida avenida Rodrigues Alves o
Monza dirigido por José José. Houve o choque entre os dois veículos e o motorista do Monza saiu
lesionado. Instaurou-se o inquérito, porquanto pareceu à digna Autoridade Policial, pelas primeiras
informações colhidas, houvesse sido o motorista do Opala o causador do acidente. Na verdade, após
perícia e ouvida de testemunhas que presenciaram o fato, foi o motorista do Monza quem,
imprudentemente desrespeitou o semáforo, levando o seu conduzido a colidir contra o pára-lama
esquerdo do Opala. Na verdade, o causador do acidente foi o motorista do Monza. Por outro lado,
somente ele saiu ferido. Como se trata de autolesão, o fato não pode ser erigido à categoria de crime.
Contudo, houve a contravenção definida no art.34 da Lei das Contravenções. Ele dirigiu o seu
veículo pela Av.Rodrigues Alves, pondo em perigo a segurança alheia. De observar-se, entretanto,
que o fato ocorreu no dia 2-2-1988, há mais de um ano. Quando do fato, José José tinha apenas 20
anos de idade. Ora, a pena cominada àquela contravenção é de quinze dias a três meses. Sendo a
pena máxima inferior a um ano, a prescrição ocorre em dois anos (art.109, VI do CP); como ele, à
época do fato, era menor de 21 anos, o prazo prescricional é reduzido de metade (art.115 do CP);
assim, está extinta a punibilidade, pelo que, uma vez reconhecida, deve o presente inquérito ser
arquivado.
Bauru, 28-6-1990
Modelos extraídos do livro ‘ Prática de Processo Penal ‘ - Fernando da Costa tourinho Fº - 1997.
MODELO Nº 05
(Modelo de despacho do Juíz recebendo o pedido de arquivamento)
" Acolho integralmente o pedido de arquivamento, nos termos formulados pelo Dr.Promotor de
Justiça. Arquivem-se estes autos, registrados sob o n.87/88. Deste despacho, recorro " ex offício "
para o Eg.Tribunal de Alçada Criminal. Subam os autos. (data e assinatura)".
Modelos extraídos do livro ‘ Prática de Processo Penal ‘ - Fernando da Costa tourinho Fº - 1997.
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MODELO Nº 06
(Modelo de Queixa)
Basílio Costa, brasileiro, casado, lavrador, residente e domiciliado nesta cidade, na rua Tupinambá
n.10, por seu procurador infrafirmado, vem, perante V.Exa., oferecer queixa contra Ricardo
Pantaleão, brasileiro, solteiro, lavrador, residente e domiciliado nesta cidade, na Rua Andradina n.15,
pelo seguinte fato:
1º) Consta dos inclusos autos de inquérito policial que, no dia 27 de fevereiro último, por volta
das 17:00 horas, o querelado, que possui um sítio contíguo ao do querelante, neste município, sem
assentimento do querelante ou de quem de direito, abriu a porteira situada na divisa das duas
propriedades e introduziu dois cavalos seus no sítio do querelante.
2º) Apurou-se, no inquérito, que, dias antes, o querelado adquirira aquelas duas alimárias e
soltou-as em seu sítio, junto as outras de sua propriedade, em vez de prendê-los no curral ou tomar
outra providência, limitou-se a abrir a porteira e introduzi-los no sítio do querelante.
3º) Pelo laudo de fls.10, vê-se que os referidos animais estragaram parte da plantação de milho e
feijão do sítio do querelante, estimando os peritos que os prejuízos orçaram em R$ 100.000,00 (Cem
mil reais).
4º) Ante o exposto, tendo o querelado infringido o disposto no art.164 do CP, requer a V.Exa.
que, recebida e autuada esta, seja o querelado citado para o interrogatório e, enfim, para se ver
processar até final julgamento, quando, então, deverá ser condenado, observando-se o disposto no
art.539 do CPP, notificando-se as testemunhas do rol abaixo para virem depor em juízo, em dia e hora
a serem designados, sob as cominações legais.
Nestes termos,
P.deferimento.
Rol :
Modelos extraídos do livro ‘ Prática de Processo Penal ‘ - Fernando da Costa tourinho Fº - 1997.
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IX – “ACTIO CIVILIS EX DELICTO”
1. Introdução
Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Exemplo: Se alguém efetua uma venda e não recebe o preço, pode o credor
ingressar com a competente ação no juízo cível, a fim de receber o que lhe é
devido.
Pode acontecer, entretanto, que o prejuízo sofrido seja resultado não de um ilícito
civil, mas de um ilícito penal. Nesse caso, a ação que o prejudicado pode intentar,
visando à satisfação do dano é denominada actio civilis es delicto, porque a causa
petendi é o fato criminoso.
Quando alguém transgride a norma penal, em regra, surgem duas pretenções: a civil e
a penal.
As duas ações não se confundem. A primeira tem por escopo realizar o Direito Penal
objetivo, visa a aplicação de uma pena ou medida de segurança, enquanto a Segunda
tem por objetivo a satisfação do dano produzido pela infração.
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4. Relação de independência entre a ação penal e a ação civil.
6. Quantificação
7. Dano Moral
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A lei não estabelece um quantum a título de indenização por dano moral, somente o
direito à sua indenização, caso violado, nos termos dos artigos 186 c/c 927 do novo
Código Civil.
O artigo 946 do Código Civil deixa entrever que a quantificação dos prejuízos em
outras hipóteses que não as previstas nos artigos 948 a 954, principalmente dos danos
morais, deve ser estabelecida mercê de arbitramento, ficando a aferição do montante
devido ao arbítrio do julgador em cada caso concreto, pesadas as circunstâncias e
conseqüências do agravo moral, o que, se não é por si um vetor negativo, por outro
lado gera insegurança e perplexidade às partes, à falta de previsão normativa desses
limites indenizatórios. Nosso legislador não estabeleceu um mínimo nem um
máximo, cabendo ao juiz a dosimetria mais correta do quantum devido.
8. Execução
Transitada em julgado a sentença penal condenatória, esta valerá, por força de lei,
como título certo e ilíquido, em favor do titular do direito à indenização. Deverá
extrair carta de sentença no processo condenatório, a qual será o instrumento formal
do título executório e deverá conter:
a) autuação;
b) denúncia ou queixa;
c) sentença condenatória;
d) certidão de que passou em julgado a sentença condenatória;
e) assinatura do juiz e do escrivão
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X - COMPETÊNCIA
1. Conceito de jurisdição
2. Características da jurisdição
Assim, o juiz diz o direito somente após provocação da parte e depois de ouvir
a parte contrária (contraditório), recolhendo provas e as razões dos
conflitantes. Ação é, pois, invocação da prestação jurisdicional.
3. Princípios da jurisdição
3.1. Princípio do juiz natural: ninguém será processado nem sentenciado senão pela
autoridade competente, que é aquela cujo poder jurisdicional vem fixado em regras
predeterminadas (CF, art. 5º, LIII); do mesmo modo, não haverá juízo ou tribunal de
exceção (CF, art. 5º, XXXVII).
3.2. Princípio da investidura: a jurisdição só pode ser exercida por quem tenha sido
regularmente investido no cargo de juiz e esteja no exercício de suas funções.
3.3. Princípio do devido processo legal: ninguém será privado da liberdade ou de
seus bens sem o devido processo legal (CF, art. 5º, LIV).
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3.4. Princípio da indeclinabilidade da prestação jurisdicional: nenhum juiz pode
subtrair-se do exercício da função jurisdicional, nem “a lei excluirá da apreciação do
Poder Judiciário, lesão ou ameaça a direito” (CF, art. 5º, XXXV).
3.5. Princípio da indelegabilidade: nenhum juiz pode delegar sua jurisdição a outro
órgão, pois estaria, por via indireta, violando a garantia do juiz natural.
3.6. Princípio da improrrogabilidade: um juiz não pode invadir a competência de
outro, mesmo que haja concordância das partes. Excepcionalmente, admite-se a
prorrogação da competência.
3.7. Princípio da inevitabilidade ou irrecusabilidade: as partes não podem recusar
o juiz, salvo nos casos de suspeição, impedimento e incompetência.
3.8. Princípio da correlação ou da relatividade: a sentença deve corresponder ao
pedido. Não pode haver julgamento extra ou ultra petita.
3.9. Princípio da titularidade ou da inércia: ne procedat judex ex officio. O órgão
jurisdicional não pode dar início à ação, ficando subordinado, portanto, à iniciativa
das partes.
Como poder soberano do Estado, a jurisdição é una. Dentre as várias funções estatais,
encontra-se a de aplicar o direito ao caso concreto para a solução de litígios.
É evidente, porém, que um juiz apenas não tem condições físicas e materiais de julgar
todas as causas, diante do que a lei distribui a jurisdição por vários órgãos do Poder
Judiciário. Dessa forma, cada órgão jurisdicional somente poderá aplicar o direito
dentro dos limites que lhe foram conferidos nessa distribuição.
5. Espécies de competência
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Antes de tudo, cumpre determinar qual o juízo competente em razão da matéria, isto
é, em razão da natureza da infração penal.
b) Justiça Militar: para processar e julgar os crimes militares definidos em lei (art.
124 da CF);
b) à justiça comum estadual compete tudo o que não for de competência das
jurisdições especiais e federais.
c) ao Tribunal do Júri compete o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
Cumpre observar que no território nacional há certas pessoas que, pelo fato de
desempenharem funções de relevo, são processadas e julgadas por órgão superiores.
É o que se denomina foro pela prerrogativa de função, que é chamada competência
ratione personae.
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Essa delimitação de competência é feita pela Constituição Federal, e visa preservar a
independência do agente político no exercício de sua função, e garantir o princípio da
hierarquia, não podendo ser tratado como se fosse um simples privilégio estabelecido
em razão da pessoa. Senão vejamos:
3) Tribunais Regionais Federais (CF, art. 108, I, a): compete processar e julgar,
originariamente, os juízes federais, da justiça militar e do trabalho, da sua área de
jurisdição, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério
Público da União, ressalvada a competência da justiça eleitoral.
(CF, art. 74, I e II): compete processar e julgar,
4) Tribunal de Justiça de São Paulo
originariamente, nas infrações penais comuns, o vice-governador, os secretários de
Estado, os deputados estaduais, o procurador-geral de justiça, o procurador-geral do
Estado, o defensor público geral e os prefeitos municipais (CF, art. 29, X); nas
infrações penais comuns e de responsabilidade, os juízes dos Tribunais de Alçada e
de justiça militar, os juízes de Direito e os juízes auditores da justiça militar, os
membros do Ministério Publico, o delegado-geral de polícia e o comandante geral da
polícia militar.
Verificada a competência ratione materiae e personae, cabe, agora, fixar a
competência em razão do lugar (ratione loci), porque é necessário saber qual o juízo
eleitoral, militar, federal ou estadual dotado de competência em razão do território,
principalmente considerando a vasta extensão territorial brasileira.
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sediada em Sergipe a competente. Se um policial militar comete um crime militar em
São Paulo, será julgado pela Justiça Militar de São Paulo, e assim por diante.
Mas por outro lado, cada Estado é dividido em pequenas áreas territoriais
denominadas comarcas. Em cada comarca o Estado-Membro mantém certo número
de juízes para solucionarem as lides de sua alçada, que ali ocorreram, sendo que em
cada uma delas também funciona o Tribunal do Júri.
Vejamos onde a causa penal deve ser julgada:
1) A competência de foro é estabelecida, de modo geral, em atenção ao lugar onde ocorreu o
delito:
é por
3) Estabelecida à competência de foro, pelo lugar da infração ou pelo domicílio do réu,
distribuição entre os juízes da jurisdição que se fixa à competência concreta daquele
perante o qual se movimentará a ação penal (CPP, art. 75). Não se procede à
distribuição, quando:
a) em razão da matéria, pela natureza do crime, se for crime de competência do júri
popular, o processo não poderá ser distribuído normalmente entre os juízes do local,
pois o julgamento fica afeto a um órgão jurisdicional especial (cf. CPP, art. 74,
parágrafo 1º);
Quando desconhecido o lugar onde ocorreu a infração, e o réu tiver mais de uma
residência, a competência, entre os juízes das respectivas jurisdições, se estabelecerá
por prevenção. Assim, “se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-
se-á pela prevenção” (CPP, art. 72, parágrafo 1º).
No caso de além de desconhecido o lugar da infração, não se conhecer a residência do
réu, que não é encontrado, a competência se determinará pela prevenção de qualquer
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juiz, que seja o primeiro a tomar conhecimento do fato: “se o réu não tiver residência
certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar
conhecimento do fato” (CPP, art. 72, parágrafo 2º).
Conexão é o nexo, a dependência recíproca que os fatos guardam entre si. A conexão
existe quando duas ou mais infrações estiverem entrelaçadas por um vínculo, um
nexo, um liame que aconselha a junção dos processos, propiciando, assim, ao julgador
perfeita visão do quadro probatório.
São efeitos da conexão: a reunião das ações penais em um mesmo processo e a
prorrogação de competência.
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roubo e receptação
b) Nos casos de concurso formal (CP, art. 70), aberratio ictus - erro de execução
- o sujeito ativo, além de atingir a pessoa que visou, fere um terceiro e
aberratio delicti, quando uma pessoa lança uma pedra contra uma vitrina e vai
alcançar também um transeunte, praticando com ação única lesões a
objetividades jurídicas diversas.
Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que houver dois ou mais juízes
igualmente competentes, em todos os critérios, para o julgamento da causa. Neste
caso, a prevenção surge como uma solução para determinar qual o juízo competente.
Trata-se de uma pré-fixação da competência, que ocorre quando o juíz toma
conhecimento da prática de uma infração penal antes de qualquer outro igualmente
competente, sendo necessário que determine alguma medida ou pratique algum ato no
processo ou inquérito.
Exemplos de prevenção: decretação da prisão preventiva, concessão da fiança, pedido
de explicações em juízo, diligência de busca e apreensão no processo dos crimes
contra a propriedade imaterial, distribuição de inquérito policial para concessão ou
denegação de pedido de liberdade provisória etc...
Casos em que não ocorre a prevenção : pedido de habeas corpus, remessa de cópia
de auto de prisão em flagrante, decisão do tribunal que anula processo etc...
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IX - Regras para se fixar o foro de atração (art. 78).
Exemplo: crime eleitoral (compra de votos (corrupção) e bando ou quadrilha (art. 28))
X – Exceções às regras
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Exemplo: A praticou um crime em concurso com B. A, em decorrência da prisão, tornou-se doente
mental. Neste caso, separam-se os processos, até porque o processo em relação ao insano ficará
paralisado até que ele recupere sua saúde mental.
Exemplos :
Se um dos acusados não for encontrado para ser citado, ou não responder a citação por edital,
haverá separação.
No júri, quando tiver mais de um réu com defensores diferentes, ou seja, um escolhe a testemunha
A e o outro a recusa.
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XI. EXERCÍCIOS PRÁTICOS
I - REPRESENTAÇÃO
1)Problema;
2)Modelo e Representação.
1) PROBLEMA
Rafael, funcionário público, exercendo a função de tesoureiro, teve sua honra aviltada
por um cliente, pois o mesmo gritava para que toda a repartição pudesse ouvir que
Rafael só atendia seus “amiguinhos”, deixando de exercer sua profissão com afinco e
honestidade, causando morosidade no atendimento.
Diante dos fatos ocorridos, Gabriel contrata-lhe como advogado(a), para que sejam tomadas
as medidas cabíveis contra este cliente, de nome Thiago.
2) MODELO DE REPRESENTAÇÃO
(10 linhas)
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(resumir o problema dado, denominando as partes de
representante e representado).
(2 linhas)
Diante do exposto, praticou o representado o crime
de..., previsto no artigo ......... do Código Penal, que é de ação penal pública condicionada,
razão pela qual é oferecida a presente representação, requerendo seja instaurado o competente
inquérito policial, para que, posteriormente, seja o mesmo remetido ao Digno Representante
do Ministério Público, a fim de que este possa oferecer a denúncia e dar continuidade a
persecução penal.
(2 linhas)
Termos em que,
Pede deferimento.
(2 linhas)
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II - QUEIXA – CRIME
1. Problema;
2. Modelo de Queixa-Crime;
3. Modelo de Procuração.
1) Problema
Questão: Como advogado (a) do Sr. Omar Motta, adote a medida cabível.
(10 linhas)
(2 linhas)
QUEIXA-CRIME
(2 linhas)
com fundamento nos artigos 41 e 44 do Código de Processo Penal, contra Beltrano (nome
completo), nacionalidade, estado civil, profissão, portador(a) da cédula de identidade RG
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n. ......................., residente na Rua .......................... n. ........, nesta Capital, pelas razões a
seguir aduzidas:
(2 linhas)
Termos em que,
p.deferimento.
(2 linhas)
(2 linhas)
(2 linhas)
Rol de testemunhas:
1) Nome, endereço e identificação (RG): dados completos.
(até 08 (oito) testemunhas)
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3) Modelo de Procuração
PROCURAÇÃO
(4 linhas)
Ciclano (nome completo), maior, nacionalidade, estado civil, profissão, portador (a)
da cédula de identidade RG n..................... e inscrito no CPF-MF n..........................,
residente e domiciliado(a) na Rua ................................n......., bairro........................., na
cidade de ..............................., por este instrumento particular de mandato, nomeia e
constitui seu bastante procurador o Dr.(a). ..................................., nacionalidade,
estado civil, Advogado(a), inscrito(a) na OAB/SP, sob o n. ............., com escritório
nesta Capital, na Rua ........................, n. ......, bairro, para o especial fim de intentar
QUEIXA-CRIME e continuar à frente dos demais termos do processo contra
Beltrano (nome completo), nacionalidade, estado civil, profissão, portador da cédula
de identidade RG n.......................... e inscrito no CPF-MF sob n. ........................,
residente e domiciliado nesta Capital, na Rua ................................ n..........,
bairro................, porque este, (resumir os fatos relativos a conduta criminosa). Para
intentar e instruir a ação penal, poderá o mandatário praticar todos os atos reclamados
e necessários à persecução penal, como arrolar testemunhas, requer documentos,
diligências e tudo quanto for necessário para o fiel desempenho do presente mandato,
inclusive substabelecer a quem convier, com ou sem reservas de iguais poderes, o que
tudo dará por muito bem, firme e valioso.
(3 linhas)
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BIBLIOGRAFIA
. GRECO Fº, VICENTE. Manual de Processo Penal. São Paulo: Saraiva, 1997.
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