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A Guerra do Sexo

(Excertos do livro Como Vencer a Guerra Cultural do Prof. Dr Peter Kreeft)

[...] Na época de Jesus, aqueles que amavam os pecadores eram acusados de amar os
pecados. Hoje, aqueles que odeiam os pecados são acusados de odiar os pecadores.
Qualquer um que diga uma palavra contra o homossexualismo é acusado de
“homofobia”. Em breve, falar contra a fornicação ou mesmo contra o adultério poderá
ser rotulado de sexofobia. Já hoje, os que falam abertamente contra o aborto são
chamados de “desagregadores” e “intolerantes”. Em alguns lugares no Canadá e até
mesmo nos Estados Unidos, a simples afirmação dos ensinamentos da Igreja de Cristo
sobre questões controversas de moralidade sexual é ilegal, é “discurso do ódio”.

Os santos não são legais. Eles estão enredados em controvérsias, necessariamente,


sempre. Isso ocorre porque os santos são tão devotados à verdade quanto o são ao amor;
jamais serão falsos profetas que dão às pessoas o que elas querem em vez de dar a elas o
que elas precisam.

[...] A arma mais poderosa deste mundo é a santidade. Nada pode derrotá-la.

Pode parecer estranho a algumas pessoas falar de santidade quando se fala de guerra, até
mesmo de guerra espiritual. Muitas “pessoas religiosas” gostam de pensar sobre a
santidade porque a consideram o exato oposto da guerra. Consideram a santidade não
apenas pacífica, mas “boazinha”: reconfortante, otimista, felicitadora.

Elas estão erradas. Cristo é, de fato, o Príncipe da Paz, mas a paz trazida por Cristo é
radicalmente diferente. Ela é dada “não como o mundo a dá”. E certamente não é
“boazinha”. Talvez a ideia que se faz popularmente dos santos é que sejam pessoas
“boazinhas”, mas os santos de verdade não são bonzinhos. São guerreiros. Eles
realmente incomodam os outros, tão profundamente, que são muitas vezes martirizados.
Se eles não incomodarem ninguém, não são santos. Foi isso o que disse Jesus: “Se me
perseguiram, perseguirão a vós também”. Ninguém sai por aí, pregando as pessoas
boazinhas numa cruz. Nós julgamos Jesus por nossa ideia “legal” de como um santo
deveria ser ou julgamos a nossa ideia do que seja um santo pelo que Jesus nos disse?

[...] A resposta é simples. Foi dada por T.S. Eliot quando ele definiu que ser cristão
custa tudo. O preço é tudo o que você tem. Dê a Cristo 100% do seu coração e da sua
vida, 100% do tempo, não sonegando nada, absolutamente nada, em lugar algum,
jamais. Isso significa martírio — e para a maioria de nós, um martírio mais prolongado
e difícil que o da forca ou da guilhotina. Significa o martírio de morrer diariamente,
morrer a cada minuto que sua vida durar; morrer para todos os seus desejos e planos,
incluindo seus planos de estimação sobre como tornar-se um santo.

Ou melhor — para ser mais preciso, teológica e psicologicamente — não morrer para os
seus desejos (Cristo não quer uns fracotes que nada desejam) — mas, morrer para o
“você” em seus desejos.

***

Guerra do sexo

A MAIORIA DAS PESSOAS JÁ OUVIU falar da revolução sexual. Muitas pessoas


estão inclusive lutando contra ela (eu vi um botom em uma senhora de aparência triste
no qual se lia: “Vítima da Revolução Sexual”). Mas, poucas pessoas percebem que ela é
muito mais revolucionária do que qualquer revolução política ou militar da história,
porque não afeta somente as vidas das pessoas, mas a vida - a própria vida - em sua
origem. Se você considera isso um exagero, leia Admirável Mundo Novo.

É uma jihad, uma guerra sagrada, uma luta espiritual. Eu somente tomei consciência
desse fato recentemente. Meu professor era um ativista homossexual bem articulado e
estava argumentando, na Universidade de Boston, que “católico” e “gay” são tão
compatíveis quanto bacon e ovos. Eu tinha respeito pela sua inteligência e clareza
mental, pela abertura e aparente boa-fé de seu coração, de modo que eu tinha esperanças
de que uma conversa entre nós poderia ser aberta e esclarecedora; e poderia nos ensinar
algo de novo (isso quase nunca acontece quando esses dois lados discutem sobre esse
assunto).

Eu não fiquei desapontado.

Tentarei reconstituir nosso diálogo com um mínimo de acréscimos e retoques, como


gosto de crer que Platão fazia com Sócrates em seus primeiros diálogos. Para manter o
anonimato, chamarei meu parceiro de diálogo de “Art”.

PETER: Art, eu estou realmente muito curioso sobre um ponto da nossa discussão, uma
parte que eu simplesmente não consigo entender. E eu acredito em ouvir antes de
discutir; como você disse que faz. Então, não estou tentando discutir agora — esse não é
o objetivo da minha pergunta - mas antes de tudo ouvir e compreender. Certo?

ART: E claro. Qual é o ponto que você não compreende?

PETER: Bom, para explicar isso, tenho que pedir que você escute também, para
entender de onde estou partindo.

ART: E, de onde é?

PETER: Simplesmente dos ensinamentos da Bíblia e da Igreja, todos eles. Eu sei que
você não acredita em todos eles, apenas em alguns. Mas eu acredito em todos. Então, do
meu ponto de vista, o que você faz e o que você justifica fazer, é um pecado. Esse é o
rótulo que você rejeita, certo?

ART: Certo. Então o que é que você não entende?

PETER: Por favor, não encare como um insulto pessoal nem mesmo como uma
discussão, mas não conheço nenhuma outra maneira de formular isso, a não ser usando
a linguagem bíblica, a qual você provavelmente considerará ofensiva. Minha pergunta é
a seguinte: por que vocês são a única classe de pecadores que não somente nega que o
seu pecado é um pecado, mas insiste em se identificar com ele? Somos todos pecadores,
de uma maneira ou de outra, e eu não estou supondo que os seus pecados sejam piores
do que os meus, mas eu, pelo menos, acho que sou maior do que os meus pecados,
sejam lá quais forem. Eu amo o pecador, mas odeio o pecado. Mas você não, não é?

ART: Não, eu não. O que eu odeio é essa distinção hipócrita.

PETER: Por quê?


ART: Porque quando você ataca a homossexualidade, está atacando os homossexuais.
Simples assim.

PETER: Mas os alcoólatras não dizem que a Igreja ataca os alcoólatras quando ela
critica o alcoolismo. E os covardes não dizem que eles são a sua covardia. E os
assassinos não dizem que a Igreja é hipócrita por condenar o pecado deles, mas não
eles, os pecadores. Os adúlteros não negam a distinção entre adúltero e o adultério. O
único grupo de pecadores que ouvi falar que faz isso são vocês. E me parece que todos
vocês fazem isso, vocês sempre dizem isso. Todos os gays dizem isso. Não é verdade?

ART: Sim, dizemos. E eu lhe perdoo por ser tão insensível que não percebe que acabou
de fazer o que você afirma que a Igreja não faz: insultar e rejeitar a mim, e não só o que
eu faço.

ART: Sim, dizemos. E eu lhe perdoo por ser tão insensível que não percebe que acabou
de fazer o que você afirma que a Igreja não faz: insultar e rejeitar a mim, e não só o que
eu faço.

PETER: Ei, espere um minuto! Você está dizendo que, quando eu faço a distinção entre
o que você é e o que você faz, quando eu aceito o que você é como uma coisa distinta
dos seus atos, eu estou rejeitando o que você é? Como eu posso estar rejeitando o que
você é ao aceitar o que você é?

ART: É exatamente isso o que você está fazendo. Na verdade, você está tentando me
matar.

PETER: O quê? Isso é loucura. Agora você está sendo paranoico.

ART: Não, ouça: ao tentar separar o que eu faço do que eu sou, você está tentando
separar meu corpo da minha alma, minha vida sexual da minha identidade. É isso o que
você faz ao insistir nessa distinção. Sua distinção entre o que você chama de “pecador”
e de “pecado” é verdadeiramente a morte para mim; é a separação entre corpo e alma,
entre atos e identidade. Eu estou mantendo a união dos dois; você está tentando separá-
los e isso é morte.

PETER: Isso é uma falácia. É um argumento que simplesmente não condiz com os
fatos. Olhe para os fatos e não para o argumento. O que a Igreja acredita sobre você — e
o que eu acredito sobre você - é que você pode ser um santo! Você tem dignidade. A
Igreja lhe tem em mais alta conta do que você mesmo. Ela ama o seu ser mais do que os
seus atos e é por isso que ela odeia os seus pecados contra o seu ser. Nós acreditamos
que o seu “eu” é maior do que os seus atos, sejam lá quais eles forem. Mas você não.

ART: A Igreja e a Bíblia me dizem que eu sou uma abominação para Deus.

PETER: Não! Não em sua pessoa, somente em seus pecados, assim como o resto de
nós, como todos nós. É disso que fala Paulo em Romanos 1. Ele condena a condenação
hipócrita dos homossexuais pagãos por judeus heterossexuais, na mesma medida que ele
está condenando a homossexualidade pagã.

ART: A Igreja é minha inimiga.

PETER: A Igreja é sua amiga. Porque a Igreja nos diz duas coisas sobre você, e não
apenas uma e ela jamais negará qualquer uma delas. Ela jamais pode modificar qualquer
uma delas, porque ambas são questões da lei natural imutável que é baseada na lei
eterna, baseada na própria natureza de Deus. Ela jamais poderá dizer que o que você faz
é bom, pelo mesmo motivo que ela jamais poderá dizer que o que você é, é mau. Ela
defende o seu ser tão absolutamente quanto ataca o seu estilo de vida; ela odeia o seu
câncer porque ela ama o seu corpo.

É a mesma autoridade para ambas as coisas. A autoridade que você odeia quando ela
condena o que você faz é a sua única aliada confiável na defesa do que você é. Você
quer que a Igreja modifique os ensinamentos dela sobre os seus atos e você está
tentando colocar uma pressão social para que ela faça isso, mas se ela o fizesse, então
ela também poderia modificar os seus ensinamentos sobre o que você é, pelo mesmo
motivo, por causa das pressões sociais. Tenho certeza de que você sabe que as antigas
pressões sociais que estimulam o ódio aos homossexuais estão longe de estarem mortas.
Você sabe o que aconteceu na Alemanha de Hitler. Você sabe como a humanidade é
mutável e volúvel - e quão perigosa ela é também. Quando o último bastião da lei moral
absoluta ceder, quando até mesmo a Igreja se curvar aos ventos da pressão social, que
abrigo você terá?

ART: O que me preocupa não é a Esquerda; estou preocupado é com a Direita.

PETER: Hoje, talvez sim, mas e amanhã? Hoje a moda é ser esquerdista, mas há pouco
tempo, a moda vinha da Direita, e amanhã pode oscilar para a Direita mais uma vez,
como um pendulo. Você não pode confiar proteção das opiniões da moda. Isso é
construir castelos na areia. As marés sempre mudam e os destroem.

ART: Vou correr os meus riscos, obrigado. Eu não sei o que vai acontecer no futuro,
isso eu admito. Mas eu sei o que está acontecendo agora e isso eu não consigo suportar.
Nós simplesmente não podemos suportar a sua distinção de “ame o pecador, odeie o
pecado". Pelo menos isso nós sabemos.

PETER: Você ainda não me explicou por quê. A primeira coisa que fiz foi perguntar
isso e quero uma resposta. Eu quero saber o pela sua cabeça.

ART: OK, eu acho que posso lhe explicar. Você diz que eu não devo me sentir
ameaçado por essa distinção.

PETER: Certo.

ART: Você afirma que a Igreja diz que me ama, mesmo que ela odeie o que eu faço,
correto?

PETER: Correto.

ART: Bom, suponha a situação inversa. Suponha que você fosse parte da minoria.
Suponha que o que você quisesse fazer fosse ter igrejas, sacramentos, Bíblias e orações,
e aqueles que estivessem no poder lhe dissessem: “Nós odiamos isso. Nós odiamos o
que você faz. Faremos tudo o que estiver em nosso poder para evitar que você faça o
que você está fazendo. Mas nós o amamos. Nós amamos o que você é. Nós amamos os
cristãos, só odiamos o Cristianismo. Nós amamos os adoradores, só odiamos a
adoração. Vamos colocar todas as pressões possíveis para fazê-lo sentir-se
envergonhado de sua adoração e fazer com que você se arrependa do pecado da
adoração. Mas nós amamos você. Nós aceitamos o seu ser. Nós só rejeitamos as suas
ações” - diga-me, como isso faria você se sentir? Você aceitaria a distinção deles?

PETER: Sabe, eu nunca pensei por esse ângulo. Obrigado. Você realmente me fez ver
as coisas de outra maneira. Você está certo. Eu não me sentiria confortável com essa
distinção. Eu não seria capaz de aceitá-la. Na verdade, eu diria basicamente o mesmo
que você acabou de dizer: que você está tentando matar a minha identidade.

ART: Viu? Agora você entende como nós nos sentimos.

PETER: Sim, eu acho que sim. Muito obrigado por me fazer ver isso. Mas você
compreende o que você acabou de dizer? O que você acabou de me demonstrar?

ART: O que você quer dizer?

PETER: Você acabou de me dizer que a sodomia é a sua religião.

Nesse ponto da conversa, Art, de início, pareceu chocado; depois ficou pensativo, como
quem está decidindo alguma coisa. Ele então fez que sim com a cabeça, e com um
sorriso irônico nos lábios disse o seguinte.

***

ART: Você foi sincero comigo, então eu tenho de ser sincero com você. Eu suponho
que, em certo sentido, você está certo. Então agora é a minha vez de agradecê-lo por me
fazer ver uma coisa. Mas isso não significa que você venceu a discussão.

PETER: Eu não pensava que fosse uma discussão. Mas, por que eu não venci?

ART: Porque eu não tenho vergonha da minha religião.

PETER: Eu tenho.

ART: Você não tem direito de se envergonhar da minha religião. O seu trabalho é ter
vergonha da sua.

PETER: O motivo de eu me envergonhar da sua religião é que eu acredito na minha e a


minha diz que Deus se envergonha da sua.

ART: O seu Deus, talvez.

PETER: Não, o seu também. Só existe um, você sabe. Ou você não ficou sabendo da
novidade ainda?

ART: Se existe apenas um Deus, por que não podemos nos unir, em vez de discutir?

PETER: Não, é exatamente o contrário: é por isso que temos que discutir. Se há apenas
um Deus, um de nós dois está muito errado sobre ele. Se existem muitos deuses, se cada
pessoa tem seu próprio deus, então todos podem estar certos ao mesmo tempo. Então, o
subjetivismo e o relativismo são, na verdade, politeísmo.

***
Infelizmente, a conversa acabou aí, como geralmente acontece quando as pessoas ficam
espertas demais. Mas nós dois aprendemos algo com ela e isso é bastante incomum.

Uma das coisas que aprendi foi que não podemos vencer a guerra cultural a menos que
vençamos a guerra do sexo, pois o sexo é, de fato, a religião da nossa cultura e a religião
é a força mais poderosa do mundo, a motivação mais forte que existe.

Nós não deveríamos nos surpreender com o fato de que seja o sexo, mais do que o
dinheiro, mais do que o poder, ou do que a fama, porque o sexo é algo único. É sagrado.
É a única porta pela qual o próprio Deus entra regularmente em nosso mundo, para
realizar o feito miraculoso do qual somente ele é capaz: criar novas imagens de si
mesmo. O sexo é imagem de Deus por que faz novas imagens de Deus.

Certamente por isso que o sexo é por natureza tão extasiante, em ambos os sentidos da
palavra: intensamente prazeroso e altruísta (êxtase significa literalmente “estar fora de si
mesmo”). O sexo é como a religião não apenas porque é objetivamente sagrado em si
mesmo, mas também porque nos dá subjetivamente um antegozo do paraíso, do
autoesquecimento, da autodoação que transcende o eu, para a qual foi criada a parte
mais profunda de nossos corações e pela qual os nossos corações anseiam e não se
satisfazem até que a possuam, porque somos feitos à própria imagem de Deus, e esta
autodoação constitui a vida de intimidade da Trindade.

Portanto, não é nenhum acidente que a derrota moral mais profunda e chocante de nossa
cultura seja o aborto. Nada menos do que uma religião falsa poderia sobrepujar de tal
forma a lei moral natural e o profundo instinto natural da maternidade. O aborto é uma
questão religiosa não só porque as religiões tradicionais resolveram se opor a ele, mas
porque o aborto é necessariamente relacionado ao sexo. Como foi observado acima,
uma mulher (ou, o que é mais comum, o homem!) quer fazer um aborto somente porque
quer fazer sexo sem ter bebês.

Portanto, para persuadir inteiramente as pessoas em nossa sociedade de que o aborto


não é uma opção, que os bebês são sagrados e não devem ser tratados como brinquedos
que podem ser jogados fora se assim se quiser, devemos realizar uma tarefa muito mais
difícil: devemos persuadi-las de que o sexo é sagrado e não deve ser tratado como um
brinquedo. Pois o sexo é o contexto do aborto. O aborto é diferente das outras questões
porque o sexo é diferente das outras questões.

O contexto do que está à sua volta é sempre o fator determinante mais poderoso: se você
conseguir cercar um inimigo na batalha, ou o atacante num jogo de basquete, ou mesmo
o rei em um tabuleiro de xadrez, você sairá vitorioso. Se você cercar uma escolha de
verdade e luz, então essa escolha será acertada. Se você cercá-la de escuridão, ela será
um erro. Se você cercar um indivíduo com uma boa família e uma boa sociedade, esse
indivíduo achará fácil fazer escolhas acertadas. Se cercá-lo de uma família destruída e
uma sociedade destruída, as escolhas erradas serão fáceis e naturais. Partindo disso, se
você cercar uma escolha difícil (aborto, homossexualidade, pornografia) com a verdade
sobre o mistério sagrado do sexo, como a sociedade costumava fazer (pelo menos
significativamente melhor do que hoje), então até mesmo as pessoas comuns farão as
escolhas certas.

A teologia do corpo criada pelo Papa João Paulo II, talvez sua maior contribuição à
posteridade, é a alternativa positiva às duas filosofias do corpo da modernidade, falsas e
destrutivas: de um lado, a materialização desumanizada e a objetivação do corpo através
do positivismo científico; e de outro, a espiritualização idólatra do corpo e a sua
subjetivação através do gnosticismo da revolução sexual. Sempre que o mundo produz
uma heresia, a Igreja produz uma doutrina. Sempre que o mundo produz uma mentira, a
Igreja define uma verdade. Sempre que o mundo produz grandes pecadores, a Igreja
produz grandes santos.

De acordo com os ensinamentos da Igreja Católica Romana, a Igreja não está limitada à
Igreja Católica Romana (o Padre Feeny132 foi excomungado por pregar isso). Ao
guerrear contra a revolução sexual e seu sacramento principal, o aborto, os protestantes
evangélicos têm ocupado a linha de frente da batalha, junto com os católicos ortodoxos.
O que eles têm em comum é uma recusa a corrigir a Bíblia, suas ordens de batalha
escritas pelo General Deus. Os protestantes liberais das maiores denominações e os
católicos liberais se arrastam juntos na confusa retaguarda, sem disposição sequer de
usar o simbolismo bíblico da guerra espiritual. As frentes de batalha estão se tornando
mais claras para todos, assim como as linhas que definem a identidade da Igreja.

***

Bom, então, o que nós fazemos a respeito disso? Agora que compreendemos que o sexo
funciona como uma religião, como isso nos ajuda a vencer a guerra cultural?

A maioria das respostas diz respeito ao modo como pensamos, pois esta é a fonte e a
força do que fazemos.

1. Seja realista. Não espere que as vítimas da revolução sexual sejam objetivas e
racionais. Você está desafiando o deus delas. Você está travando uma guerra espiritual.
Você está condenando o êxtase deles.

2. Sempre ponha os negativos (não aos pecados) no contexto dos positivos (sim aos
pecadores).

3. Deixe claro (antes de tudo para você mesmo) a razão pela qual o sexo é sagrado:
assim como a conversão e a eucaristia, ele traz o próprio Deus à terra. A concepção é
um ato divino, um milagre.

4. Reconheça e aceite a presença do verdadeiro amor humano até mesmo nos


relacionamentos pecaminosos. As motivações humanas são muitas vezes ambíguas e
coisas muito profanas são às vezes feitas com intenções quase que santas, ou com
intenções nas quais a caridade e a cobiça, o amor e a luxúria, estão íntima e
confusamente interligadas, como células cancerosas no meio de células saudáveis.

5. Use sua imaginação. Lembre-se, “nada me move a não ser a graça de Deus”. Suponha
que você fosse confundido e vitimizado por uma perversão sexual. Suponha que você só
alcançasse um êxtase celestial com porcos-espinhos ou com uma planta carnívora.
Convoque a Regra de Ouro: o que você desejaria mais profundamente que a Igreja
fizesse por você? Você desejaria que a Igreja o libertasse, é claro, em vez de

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Padre Leonard Feeney (1897-1978) foi um padre jesuíta americano qué defendia a estrita interpretação
da doutrina Católica Romana, extra Ecclesiam nulla salus (“fora da Igreja não há salvação”) e que,
portanto, nenhum não-Católico seria salvo. Ele lutava contra o que ele achava ser uma liberalização da
doutrina católica.
simplesmente condená-lo ou fazer vista grossa para a sua perversão. Mas como? Que
tipo de libertação?

Decida isso, então “vai e faze tu o mesmo”.

6. Faça sacrifícios heroicos pelos pobres de espírito, os escravizados. Seja um herói


humilde e anônimo da pureza e da castidade. Sacrifique, antes de tudo, a sua “liberdade
de pensamento”. “Mantenha todos os pensamentos cativos para obedecer a Cristo”. Em
outras palavras, “Nem mesmo pense nisso”, ou sobre si mesmo. Faça-o apenas por amor
a Deus e às crianças perdidas de Deus.

Quando um corpo é ameaçado por uma doença, produz anticorpos para lutar contra a
doença, como soldados que se doam para que o corpo sobreviva. O corpo de Cristo é
um corpo real e, portanto, ele também produz anticorpos: os santos. Os anticorpos são
feitos sob medida para a doença. Se o corpo é ameaçado com a doença da cobiça, o
corpo produz heróis da pobreza, como São Francisco. Se ameaçado pela doença da
indiferença à vida humana, o corpo produz missionários da caridade, como Madre
Teresa. Se ameaçado pela doença da violência, o corpo produz heróis da não-violência.
Em caso de gula, produz heróis do jejum. Se for bebedeira, heróis da sobriedade.

Na verdade, todas essas doenças afligem profundamente o nosso mundo e, portanto, o


corpo de Cristo deve produzir anticorpos para combater todas elas. As mais novas e
cruciais, hoje em dia, parecem ser as doenças sexuais, mas as antigas continuam sendo
tão graves quanto sempre foram, e precisa-se desesperadamente de voluntários para
lutar em todas essas frentes do campo de batalha.

A característica essencial que todos esses anticorpos têm em comum é que eles não
somente evitam o pecado, mas são santos; não são apenas pessoas boas, mas pequenos
Cristos, mãos e dedos de Cristo, cujos sacrifícios imperfeitos e humanos constituem
parte dos medicamentos que o Grande Doutor, em sua estranha e divina sabedoria,
decide usar para salvar este mundo.

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