Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
O ANO – TESTE DE
AVALIAÇÃO N.O 3
GRUPO I
52
De longe a Ilha viram, fresca e bela,
Que Vénus pelas ondas lha levava
(Bem como o vento leva branca vela)
Pera onde a forte armada se enxergava;
Que, por que não passassem, sem que nela
Tomassem porto, como desejava,
Pera onde as naus navegam a movia
A Acidália1, que tudo, enfim, podia.
53
Mas firme a fez2 e imóbil, como3 viu
Que era dos Nautas vista e demandada,
Qual ficou Delos, tanto que4 pariu
Latona5 Febo6 e a Deusa à caça usada7.
Pera lá logo a proa o mar abriu,
Onde a costa fazia ũa enseada
Curva e quieta, cuja branca areia
Pintou8 de ruivas conchas Citereia9.
54
Três fermosos outeiros se mostravam, 1
Vénus
2
tornou
Erguidos com soberba graciosa, 3
quando
Que de gramíneo esmalte se adornavam, 4
logo que
5
Na fermosa Ilha, alegre e deleitosa. mãe de Apolo
6
Apolo
Claras fontes e límpidas manavam 7
Diana
Do cume, que a verdura tem viçosa; 8
Enfeitou
9
Vénus (que teria nascido
Por entre pedras alvas se deriva
junto da ilha de Citera)
A sonorosa linfa fugitiva.
Fixação de texto: Luís de Camões, Os Lusíadas (leitura, prefácio e notas de A. Costa Pimpão),
Canto IX, 4.a ed., Lisboa, Instituto Camões – Ministério dos Negócios Estrangeiros, 2000, p. 447.
Notas: Luís de Camões, Os Lusíadas (edição organizada por Emanuel Paulo Ramos) Porto, Porto Editora, 1997 .
©Edições ASA | 2016, projeto SENTIDOS 11 − Ana Catarino, Ana Felicíssimo, Isabel Castiajo, Maria José Peixoto 1
PORTUGUÊS 12.O ANO – TESTE DE
AVALIAÇÃO N.O 3
Leia o excerto.
HORIZONTE VAZIO
Sophia de Mello Breyner Andresen, Obra poética I, 4.a ed., Lisboa, Caminho, 1998.
©Edições ASA | 2016, projeto SENTIDOS 11 − Ana Catarino, Ana Felicíssimo, Isabel Castiajo, Maria José Peixoto 2
PORTUGUÊS 12.O ANO – TESTE DE
AVALIAÇÃO N.O 3
GRUPO II
A imagem que os portugueses têm do mar já passou por vários sentidos privilegiados e diferentes
equilíbrios. A generalidade dos países que contam com fronteira marítima terá passado por um
processo semelhante, mas em poucos deles esta relação tem um tão profundo significado histórico.
Ainda antes do alvor da nossa nacionalidade, e nos séculos que imediatamente se lhe seguiram, os
5 povos ibéricos teriam com o mar uma relação de desconfiança, de medo, uma provável noção de fim
©Edições ASA | 2016, projeto SENTIDOS 11 − Ana Catarino, Ana Felicíssimo, Isabel Castiajo, Maria José Peixoto 3
PORTUGUÊS 12.O ANO – TESTE DE
AVALIAÇÃO N.O 3
(D) continua a despertar sentimentos místicos.
GRUPO III
Escreva uma reflexão de 200 a 300 palavras sobre a importância do mar na história e na vida do
ser humano.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um
deles com, pelo menos, um exemplo significativo.
©Edições ASA | 2016, projeto SENTIDOS 11 − Ana Catarino, Ana Felicíssimo, Isabel Castiajo, Maria José Peixoto 4
PORTUGUÊS 12.O ANO – TESTE DE
AVALIAÇÃO N.O 3
MATRIZ DO TESTE
GRUPOS
I II III
Escolha múltipla
1 a 7 (7 itens x 5 pontos) 35
Resposta curta
8, 9 e 10 (3 itens x 5 pontos) 15
Item A
1 a 3 (3 itens x 20 pontos) 60
Resposta restrita
Item B 40
4 e 5 (2 itens x 20 pontos)
Resposta extensa
30 + 20 pontos 50
©Edições ASA | 2016, projeto SENTIDOS 11 − Ana Catarino, Ana Felicíssimo, Isabel Castiajo, Maria José Peixoto 5
PORTUGUÊS 12.O ANO – TESTE DE
AVALIAÇÃO N.O 3
PROPOSTA DE COTAÇÃO
GRUPO I
A.
1. ……………………………………………….……………….. 20 pontos
Conteúdo: (12 pontos) + Forma: (8 pontos)
2. …………………………………………………….............. 20 pontos
Conteúdo: (12 pontos) + Forma: (8 pontos)
3. …………………………………………………………….…… 20 pontos
Conteúdo: (12 pontos) + Forma: (8 pontos)
B.
4. …………………………………………………………........ 20 pontos
Conteúdo: (12 pontos) + Forma: (8 pontos)
5. ………………………………………………………………… 20 pontos
Conteúdo: (12 pontos) + Forma: (8 pontos)
100 pontos
GRUPO II
50 pontos
GRUPO III
©Edições ASA | 2016, projeto SENTIDOS 11 − Ana Catarino, Ana Felicíssimo, Isabel Castiajo, Maria José Peixoto 6
PORTUGUÊS 12.O ANO – TESTE DE
AVALIAÇÃO N.O 3
PROPOSTA DE CORREÇÃO
GRUPO I
A.
1. O caráter excecional que assume o aparecimento da Ilha deve-se ao facto de esta ser colocada frente aos
navegadores, como se emergisse do mar e os impedisse de continuar a sua viagem de regresso. Além disso,
afirma-se que “a movia / A Acidália, que tudo, enfim, podia.” “Pera onde as naus navegam”, comprovando-se,
deste modo, a intervenção de Vénus neste momento da viagem, de modo a presentear os portugueses antes da
sua chegada à Pátria.
2. A descrição da Ilha passa de um plano geral para um plano particular. Como se pode ver na primeira estância
selecionada, a Ilha, no seu todo, surge em frente das naus e de seguida imobiliza-se, o que vai fazer com que a
atenção recaia naquilo que esta contém. Assim, perceciona-se primeiro a enseada (“Onde a costa fazia ũa
enseada”) e só depois a branca areia que a “banhava” e as conchas que a “povoavam”. Na estância 54
prossegue a descrição mais detalhada, centrando-se agora nos outeiros e só depois nas fontes que daí
brotavam e cujas águas se detinham num lago, comprovando-se deste modo a passagem do genérico para o
singular.
3. Na descrição da Ilha, o poeta serve-se de diferentes sensações, ainda que a visual seja predominante tanto
na estância 53 como na 54, tal como se pode ver na referência à enseada, à areia branca, às “ruivas conchas”, à
cor verde do “gramíneo”, às “Claras fontes e límpidas [que] manavam”. Contudo, outros órgãos sensoriais são
ativados, nomeadamente a audição em “A sonorosa linfa fugitiva”, destacando o som produzido pelas águas
que brotavam do cume dos outeiros.
B
4. O espaço representado é o “Horizonte”, caracterizado como uma paisagem à beira-mar (“pinhal verde”,
“naquele pedaço de mar”, “areais”). É um espaço associado a dois tempos: o presente, captado pelos sentidos,
e o passado, evocado pela memória; surge descrito como vazio, local de finitude e de esterilidade (“Horizonte
vazio”, “linhas vazias… e gastas”, “Árvore morta sem fruto”), traços estes que marcam esse lugar no presente.
Porém, no passado, foi cenário de festa e de sonho, mas esse tempo e esse espaço estão irremediavelmente
perdidos.
5. Nas terceira e quarta estrofes destaca-se a “fabulosa festa” de que o “Horizonte” foi palco e, por isso, todo o
léxico o confirma, nomeadamente palavras como “bailando”, “passos” de baile, “cantava”; é o espaço onde a
noite e a claridade encenam uma festa de luz e de movimento, de silêncios e de canto, onde a plenitude
“naquele pedaço de mar ao longe” se alcança, onde “ardia / O chamamento infinito dos espaços.”. Deste modo,
esta evocação confere ao passado a dimensão de um tempo eufórico para o “eu”, justificando-se, por isso, a
utilização de vocabulário com valor semântico positivo.
GRUPO II
GRUPO III
Resposta de caráter pessoal, mas que deverá ser classificada de acordo com os critérios de correção dos exames
nacionais.
©Edições ASA | 2016, projeto SENTIDOS 11 − Ana Catarino, Ana Felicíssimo, Isabel Castiajo, Maria José Peixoto 7