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Nadando no poço
Negro e fecundo?
Como o ser vivo
Que é um verso,
Um organismo
(Viagem, 1939)
A produção literária das décadas de 1940 e 1950 – 3ª Geração – não chegou a constituir um movimento uniforme e bem
delimitado. No entanto, apesar dessa ausência de um projeto coeso, duas características se ressaltam nessa literatura, também
chamada de pós-moderna: o gosto pela investigação do mundo e da alma humana e a reflexão a respeito da linguagem na
construção de poemas e de textos em prosa.
João Cabral de Melo Neto, Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar, Clarice Lispector e Guimarães Rosa são os que
melhor representam essa tendência, e cada um, de modo particular, buscou novas formas de expressão lingüística com as quais
sondaram as perplexidades, dúvidas e desassossegos da vida.
A poesia dessa geração caracteriza-se pela busca rigorosa da palavra exata, precisa e inusitada, assim como pela
construção de jogos sonoros e de palavras e pela cuidadosa construção métrica e rítmica.
Na prosa da 3ª pós-moderna, prevalece também essa preocupação com a forma de expressão, que muitas vezes adotou
elementos típicos da poesia, como ritmo e musicalidade, assim como se destaca a criação de novas palavras (neologismos),
freqüente nos textos de Guimarães Rosa.
Esse desejo de renovação da linguagem está presente na prosa de Clarice Lispector, por meio de elaboração de
metáforas insólitas, de expressões e imagens enigmáticas. No entanto, é com Guimarães Rosa que se estabelece uma verdadeira
revolução no plano da linguagem, caracterizada por emprego de vocábulos surpreendentes, por associações imprevistas, pelo
registro do ritmo que imita os falares sertanejos, muitas vezes estranhos ao leitor urbano.