Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Texto áureo
“Visto que temos um grande
sumo sacerdote, Jesus, Filho de
Deus, que penetrou nos céus,
retenhamos firmemente a nossa
confissão.” (Hb 4.14)
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE – Hb 4.14-16; 5.1-14
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
1
I – UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À QUALIFICAÇÃO
1
Etimologicamente, o vocábulo representar, oriundo do Latim, é assim destrinchado: re: “de novo”;
prae: ”diante de”; esse: “estar”, e o sufixo entar: “ação continuada de”. Daí o significado
supramencionado. (Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, de Rotilde Caciano de Almeida).
2
“Sobre o seu coração”. O Urim e o Tumim eram duas pedras colocadas no peitoral do sacerdote, e
significavam respectivamente: luzes e perfeições. Tratava-se de objetos usados para lançar sortes e
obter uma resposta de Deus em questões específicas. (Nm 27. 21; Dt 33. 8; Ed 2. 63; Ne 7. 65, etc).
2
4.14,15; 5. 6), que está assentado à destra de Deus e vive a interceder por nós (Hb
7. 21-25), allelluyah!!
Analisando este versículo, vemos que o autor da missiva aos Hebreus se fixa
no sacerdócio de Cristo no que tange a honra deste ofício. O oficio de sumo
sacerdote era uma honra conferida por Deus à pessoa que assumira as obrigações
de dito ofício. O sumo sacerdote, desde a época de Arão, até a destruição do templo
em 70 d.C., gozava plenamente de um digno reconhecimento por parte da
comunidade hebraica. Indubitavelmente, o sumo sacerdote exercia o mais alto posto
de dignitário da nação de Israel, juntamente com o líder do poder civil.
Destarte, o autor destaca que nenhuma pessoa aceitava essa honra por
autocondecoração, até porque quem exercia semelhante ofício, apenas podia entrar
na presença de Deus no Dia da Expiação (Lv 8.7-9). A honra devida ao ofício
derivava-se do cumprimento das obrigações designadas ao sumo sacerdote. Este
tinha como missão precípua servir a Deus em favorecimento ao povo. Ele era
constituído como representante legal deste povo. O seu papel de mediador era
justamente o de rogar pela remissão dos seus pecados.
Não foi assim com o sacerdócio de Cristo, pois a Bíblia declara que “temos
um grande sumo sacerdote, Jesus Cristo, Filho de Deus...” (Hb 4.14), e ainda,
“Chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.” (Hb
5.10).
Conta-se que certo presidente de determinado seminário uma vez fez uma
palestra para uma classe de novos alunos; depois de saudar os aspirantes, ele
disse: “A menos que o Senhor os tenha chamado para estudar para o ministério, nós
não os queremos aqui”.
4
Depreende-se, portanto, que para uma determinada pessoa ser empossado
no ofício sagrado, deve ser chamado por Deus. Se assim não for, se constitui em
uma afronta a Deus e uma ignomínia ao seu povo, isto é, ele se coloca acima do
povo que ele quer representar, demonstrando uma incontida arrogância em vez de
espírito de humildade.
1. Ele deve ser tomado dentre os homem (Hb 5.1a) e, portanto, deve ser da
mesma natureza que aqueles a quem serve; 2. Ele é ordenado ou indicado
a favor dos homens; é um representante deles e, apesar de seu cargo
pertencer a Deus, está sempre interessado em interceder pelos homens (Hb
5.1b); 3. Ele não deve comparecer à presença de Deus de mãos vazias;
deve, porém, oferecer tanto dons como sacrifícios pelos pecados (Hb 5.1c a
ra); 4. Ele deve manifestar uma atitude de compaixão e moderação para
com os que são ignorantes e os que erram (Hb 5.2a); 5. Porque é tomado
dentre os homens e compartilha de suas fraquezas e pecados (Hb 5.2a), ele
deve fazer oferta por si mesmo, bem como pelo povo (Hb 5.3); 6. Não toma
para si a honra de ser sumo sacerdote, mas é chamado e constituído por
Deus, com Arão (Hb 5.4).
5
Temos que esta era a principal qualificação para o sumo sacerdócio!
Segundo Ebrard: “Todo sumo sacerdote pode comparecer diante de Deus a favor
dos homens, somente em virtude de ser tomado dentre eles”. Deste modo é que o
autor desta missiva aos Hebreus, de antemão declarara que Cristo “não tomou os
anjos, mas tomou a descendência de Abraão” (Hb 2.16). Esta mesma expressão,
diz-nos Wiley, “tomado dentre os homens, sugere a ideia de que existe um outro
Sumo Sacerdote de quem poderia ser feita uma descrição diferente — Cristo, o
qual, embora, como homem, esteja associado à humanidade, é ao mesmo tempo de
origem celestial” (Hb 7.28).
No que diz respeito à expressão “ao que o podia livrar da morte, foi ouvido
quanto ao que temia”, temos assim na ARA4: “a quem o podia livrar da morte e tendo
sido ouvido por causa da sua piedade” (Hb 5.7c), e, portanto, comentado desta
maneira por Orton H. Wiley:
Tendo falado da intensa agonia de Jesus, que envolvia súplicas com forte
clamor e as lágrimas de um coração dilacerado pela angústia, o autor da
Epístola refere-se à natureza das súplicas e à resposta que Jesus recebeu.
Pelo que Cristo orou? Qual foi a resposta? Ha várias conjecturas quanto a
isso por parte dos comentadores bíblicos. As diferenças residem na
interpretação das duas expressões principais: a quem o podia livrar da
morte e tendo sido ouvido por cama da sua piedade. Concernente à
primeira, na expressão ek thanatou, da morte, a preposição ek, de, indica
separação, egresso ou estar fora de, sendo usada aqui em lugar de apo,
que, também significa, de, mas indicando origem ou procedência.
Destacam-se, assim, dois significados diferentes para ek thanatou: (1) ser
salvo da morte? de modo a escapar- lhe ou ser isento dela; ou (2) trazer da
morte para uma nova vida. [Neste segundo caso, a súplica de Jesus não era
para ser livre da morte (no sentido de não morrer); era para escapar dela
pela ressurreição.] A segunda sentença principal é apo tes eulabeias.
4
ARA: Almeida Revista Atualizada.
7
[Traduzida como quanto ao que temia, na arc, e como por causa de sua
piedade, na ara] . [Isso porque] A palavra eulabeias tem dois significados:
(1) pode denotar temor piedoso ou reverência; (2) pode significar medo,
temor ou terror ante a calamidade iminente. E usada em ambas as
acepções no grego clássico e também em diferentes traduções da Bíblia. O
primeiro significado, temor piedoso, foi adotado na Vulgata, bem como pelos
escritores gregos em geral e na maior parte das versões inglesas, incluindo
as notas marginais da Authorized Version. De um modo geral, é preferível à
segunda ideia, de temor ou terror. Esse sentido, por influência de Calvino e
de Beza, foi usado no texto da Bíblia em genovês, na Bíblia dos Bispos, e
na Authorized Version, de 1611. A tradução de eulabeias como temor (godly
fear) consta tanto na American Revised Version (1881) como na Revised
Standard Version. É evidente que qualquer interpretação desse texto há de
levar em consideração os vários significados das duas expressões
participiais: quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da
sua piedade (ARA), ou quanto ao que temia (ARC) 5.
5
ARC: Almeida Revista Corrigida.
8
desses cristãos se embargara tanto, que se tornaram incapazes de
distinguir entre o bem e o mal. Não estavam, portanto, preparados para as
grandes verdades que o autor da Epístola queria apresentar-lhes. A
expressão logou dikaiosunes, palavra da justiça, tem sido fonte de várias
interpretações. Lenski achava que o termo justiça, na presente acepção,
tem sentido adjetivo e, portanto, significa apenas que, como crianças, os
judeus tinham progredido insuficientemente para entrar em um estudo justo
ou próprio. A maioria dos comentadores, porém, julgou o termo justiça como
um genitivo que se refere à justiça que Cristo comunica pela fé. Westcott
adotou uma posição intermediária, pois considerou que a palavra justiça
aqui não aludia a toda a doutrina cristã (2 Co 3.9), e sim ao fato de que
Cristo é a Fonte da justiça e o Meio pelo qual os homens participam dela. A
palavra traduzida como adultos é teleion, perfeitos, vocábulo que aparece
em Filipenses 3.15 como perfeitos. É possível que o autor da Epístola aos
Hebreus tenha introduzido este termo a fim de preparar a mente dos leitores
para a posterior discussão do termo perfeição no capítulo seguinte, onde
ocorre o mesmo radical na primeira sentença: Deixemo-nos levar para o que
é perfeito (Hb 6.1 a r a ). Podemos dizer, então, que o escritor de Hebreus
não pretendia ministrar o “leite da Palavra” ao tratar com os cristãos judeus.
Tampouco tencionou oferecer-lhes alimento sólido. Sua intenção era
conduzi-los de um estágio de infância para o de teleion, isto é, perfeitos,
aqui traduzido como adultos. Para esta caminhada à maturidade nas coisas
espirituais, o tempo não séria essencial, como para o desenvolvimento
natural, pois, como adiante demonstraremos, esta maturidade consiste na
devoção sincera do crente, levado pela graça divina às plenas provisões da
nova aliança em Cristo.
CONCLUSÃO
9
Eu tudo a Deus consagro
Em Cristo, o vivo altar;
Ó desce, fogo santo,
Do céu vem tu selar!
10