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Rio de Janeiro
Setembro/2009
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Rio de Janeiro
Setembro/2009
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que de alguma forma colaboraram com esse trabalho e com minha
formação acadêmica.
À Prof a Dra Angela Maria Mendes Abreu, minha orientadora, pela atenção dedicada,
pelos ensinamentos transmitidos e pelo incentivo.
Ao Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, local onde foi realizado o estudo,
e a todos os funcionários desta importante instituição, onde fui acolhida e na qual recebi todo o
apoio necessário, e em especial:
Sumário
1. Introdução.........................................................................................................................................7
1.1 Delimitação do Problema...............................................................................................................7
1.2 Justificativa...................................................................................................................................10
1.3 Questões Norteadoras...................................................................................................................12
1.4 Objetivos.......................................................................................................................................12
1.5 Relevância do Estudo...................................................................................................................12
2. Metodologia....................................................................................................................................14
2.1 Tipo de Estudo..............................................................................................................................14
2.2 Local.............................................................................................................................................14
2.3 População.....................................................................................................................................14
2.4 Instrumento...................................................................................................................................14
2.5 Coleta de Dados............................................................................................................................15
2.6 Análise dos Dados........................................................................................................................15
2.7 Aspectos Éticos.............................................................................................................................15
3. Resultados e Discussão...................................................................................................................17
3.1 Resultados.....................................................................................................................................17
3.2 Discussão .....................................................................................................................................25
4. Conclusões e Sugestões..................................................................................................................45
4.1 Conclusões....................................................................................................................................45
4.2 Sugestões......................................................................................................................................47
Referências Bibliográficas..................................................................................................................49
Anexo A..............................................................................................................................................53
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1. Introdução
Alguns autores apontam em seus estudos o caráter insalubre, perigoso e penoso do trabalho
em enfermagem e sua relação com o processo saúde/doença desses profissionais BULHÕES
(1998); CHAMORRO (2003); MUROFUSE (2004).
É nesse ambiente, muitas vezes inadequado e até precário do ponto de vista da estrutura
física, que os profissionais de enfermagem desenvolvem suas atividades de assistência, somando-se
a isso, na maioria dos casos, um dimensionamento deficitário de pessoal de enfermagem e a
escassez de equipamentos básicos necessários à sua prática assistencial, como cadeiras de banho,
cadeiras de rodas, poltronas e outros mobiliários que facilitariam a mobilização de pacientes.
Ainda BULHÕES (1998, p.182) aponta que as infecções que mais representam risco para
os trabalhadores da saúde são as infecções por: Tuberculose pulmonar, citomegalovírus (CMV),
hepatites virais, infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e a síndrome da
imunodeficiência adquirida (SIDA), entre outras.
ABREU (1997, p.128), em seu estudo sobre acidentes de trabalho com a equipe de
enfermagem em um setor de emergência, de um hospital público do Rio de Janeiro, concluiu que
“metade da população estudada havia sofrido algum tipo de acidente de trabalho. ( ... ) O mais
frequente foi provocado por material perfuro-cortante e que a região mais atingida foi a mão.”
Quanto aos riscos químicos, em estudo de COSTA e FELLI (2005, p. 507) sobre exposição
dos trabalhadores de enfermagem às cargas químicas em um hospital público universitário da
cidade de São Paulo, os profissionais que participaram do estudo referiram a exposição a 145
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substâncias químicas, sendo apontadas com maior frequência: sabões e detergentes, hipoclorito de
sódio, benzina, desinfetantes, éter, glutaraldeído, formol, óxido de etileno, álcool, PVPI,
medicamentos em geral, anestésicos, óxido nítrico, quimioterápicos, poeiras e látex de luvas. No
mesmo estudo, os participantes relataram diversos problemas de saúde, tais como problemas de
pele, respiratórios, do sistema nervoso, dos órgãos dos sentidos, circulatórios, digestivos,
imunológicos, neoplasias e do aparelho reprodutor e urinário.
Ainda, para BULHÕES (1998, p. 118), os riscos biológicos, físicos e químicos não são os
únicos que afetam os trabalhadores da enfermagem. Essa autora também confere o caráter de
penosidade ao trabalho de enfermagem, que decorre de elementos envolvidos com a carga de
trabalho, abordada pela autora como carga física, mental e psíquica. Embora reconhecido em países
como a França, entre outros, o caráter de penosidade não é reconhecido no Brasil. Ainda segundo a
autora, a carga física decorre de operações com alto custo energético, como
segundo lugar, assim como as doenças do coração e aparelho circulatório. O primeiro lugar neste
estudo foi ocupado pelas doenças do aparelho respiratório.
Com relação a carga mental e psíquica, indicando o caráter penoso da profissão, BULHÕES
(1998, pp144-158) cita a complexidade do exercício da enfermagem, a confrontação com o
sofrimento, a continuidade, o trabalho noturno e em turnos alternados, a imprevisibilidade, as
interrupções contínuas, a quantidade de atos, a insuficiência da iluminação e os níveis sonoros.
Como consequências dessa sobrecarga, cita: a includência (fadiga, falta de ânimo, desinteresse,
perda do entusiasmo e do otimismo, percepção cínica e desumanizada dos outros, em geral
acompanhada de solidão e falta de reconhecimento) e a síndrome da exaustão (ou síndrome de burn
out) em resposta ao estresse emocional crônico, onde estão presentes o esgotamento emocional e/ou
físico, a diminuição da produtividade, a significativa despersonalização, o abatimento, a atitude
negativa frente aos pacientes e colegas de trabalho, o absenteísmo, a mudança frequente de
emprego, condutas evasivas, e a dependência e abuso de drogas.
1.2 Justificativa
Como enfermeira assistencial e como supervisora durante 9 anos em unidades de clínica
médica e cirúrgica de um hospital público de ensino do interior de São Paulo, que desenvolve
atividades de saúde em nível terciário, pude observar na prática diária do exercício profissional a
presença dos riscos ocupacionais, comuns no ambiente hospitalar, e a exposição dos profissionais
de saúde aos mesmos, de forma controlada ou não, assim como alguns danos sofridos por esses
profissionais em consequência dessa exposição. Aliado a esses riscos e danos presentes no dia a dia
dessa profissão, tive a oportunidade de observar as seguintes situações:
• Ausência de ações eficazes com enfoque preventivo para os riscos ocupacionais a que estão
expostos esses profissionais e ao comportamento seguro que devem adotar no trabalho;
• Ausência de ações efetivas com enfoque para a promoção de um estilo de vida saudável
(atividade física regular, alimentação, atividades sociais e culturais, técnicas de
relaxamento).
A soma dessas condições, pode influenciar de maneira negativa a qualidade de vida dos
10
profissionais de enfermagem, assim como a qualidade do trabalho por eles executado, ou seja a
assistência aos pacientes.
O CIE (Conselho Internacional de Enfermagem - 2006) declara que a atenção aos pacientes
melhora quando o ambiente de trabalho dos profissionais de enfermagem é seguro. No entanto,
reconhece ser este inseguro, dentre outros fatores já mencionados nesse trabalho, pelas crescentes
demandas que pesam sobre os recursos emocionais, sociais, psicológicos e espirituais desses
profissionais, que trabalham em contextos políticos, sociais, culturais, econômicos e clínicos
complexos.
Neste sentido, GONÇALVES (2001, p.114) concluiu, em seu estudo sobre os danos à saúde
do trabalhador de enfermagem em unidades de doenças transmissíveis, através da verificação da
morbidade referida pelos profissionais, que o ambiente de trabalho causou doenças, e que os
funcionários executavam suas atividades sem EPI. Concluiu que a Hepatite B foi a doença que mais
os acometeu. Vale a pena destacar que a autora (op. cit.) ainda relata que os profissionais de
enfermagem “consumiam álcool em demasia, fumavam e alguns utilizavam tranquilizantes”.
ABREU (1997, pp 127-129), em seu estudo sobre acidentes de trabalho em uma unidade de
emergência de um hospital do Rio de Janeiro, constatou que os profissionais de enfermagem
exerciam suas atividades em ambiente inseguro, devido a desorganização do espaço físico, e ainda
sujeito a ruídos desagradáveis e temperatura desconfortável. Não usavam adequadamente EPI, já
que o fornecimento pela instituição era incompleto, deixando-os vulneráveis às contaminações e
doenças. Desse estudo ainda pode-se inferir um desconhecimento da equipe a respeito do que fosse
um acidente de trabalho. A maioria dos funcionários relatou nunca ter recebido orientações quanto à
prevenção de acidentes de trabalho e um percentual significativo de funcionários que sofreram
acidentes, não comunicou ou fez registro formal dos mesmos.
Diante da gravidade das considerações acima, com relação ao ambiente hospitalar e aos
danos à saúde do profissional de enfermagem, se faz necessário estudar as condições de trabalho e o
perfil de adoecimento desses profissionais sendo, portanto, o objeto desse estudo: o perfil de
morbidade dos profissionais de enfermagem da área hospitalar. Dessa forma, este estudo tem como
questões norteadoras e como objetivos, os pontuados a seguir.
1.4 Objetivos
I. Levantar o perfil sócio-demográfico dos profissionais de enfermagem da Unidade de Clínica
Médica do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HSE-RJ);
seguras e até mesmo reivindicatórias quanto às condições de trabalho, de acordo com as normas
regulamentadoras como a NR-32, por exemplo. Também, poderá reforçar entre os mesmos, a
importância da notificação dos acidentes e agravos de que foram vítima.
2. Metodologia
2.2 Local
O estudo foi desenvolvido no Hospital dos Servidores do Estado da Cidade do Rio de
Janeiro, que pertence à rede pública e é mantido pelo Governo Federal. O hospital está instalado em
107.000 m2 de área construída, localizado no centro da cidade, próximo à zona portuária, onde suas
instalações ocupam todo um quarteirão. O complexo hospitalar realiza procedimentos de alta
complexidade e tecnologia de ponta, além de cirurgias de grande porte. Possui um total de 450
leitos de internação, divididos em 73 leitos pediátricos e 377 leitos adultos. O setor de interesse da
pesquisa foi a Unidade de Clínica Médica, localizada no quarto andar do prédio principal, com
capacidade para 50 leitos de internação, divididos entre as especialidades de Endocrinologia,
Gastroenterologia, Pneumologia, Hematologia, Alergia e Imunologia e Reumatologia. A equipe de
enfermagem contava no período do estudo com um total de 41 enfermeiros e 47 auxiliares de
enfermagem.
2.3 População
A população do estudo foi composta por 34 profissionais da equipe de enfermagem,
enfermeiros e auxiliares de enfermagem, dos turnos de trabalho diurno e noturno, lotados na
Unidade de Clínica Médica, em atividade no período de janeiro de 2007 à dezembro de 2008.
Foram excluídos do estudo um total de 7 profissionais, sendo um do turno diurno por ocasião de
férias, 3 por terem participado do pré teste do formulário de entrevistas e 3 do turno noturno, devido
às trocas de plantão, inviabilizando o contato com a pesquisadora.
2.4 Instrumento
O instrumento para coleta de dados foi um formulário de entrevista semi estruturada,
constituído por 33 questões abertas e fechadas, que abordam variáveis referentes à caracterização
sócio-demográfica dos trabalhadores, aspectos relacionados às condições de trabalho e a ocorrência
14
As entrevistas se deram no horário de trabalho dos funcionários, nos dois turnos de trabalho
(diurno e noturno) e foram realizadas em local separado de onde se pratica a assistência aos
pacientes, garantindo-se a privacidade dos sujeitos. Os locais utilizados nas entrevistas foram a sala
do café, o quarto de repouso, a sala da chefia, entre outros determinados pelos participantes.
3. Resultados e Discussão
A seguir apresentaremos nesse capitulo os resultados segundo a ordem estabelecida para
abordagem dos tópicos no formulário de entrevista: perfil sócio-demográfico dos trabalhadores,
condições de trabalho e morbidade referida. Em seguida faremos a discussão.
3.1 Resultados
Tabela 1
Variáveis n %
Categoria profissional
Enfermeiro 22 64,7%
Técnico em Enfermagem 12 35,3%
Idade
21 a 25 anos 5 14,7%
26 a 30 anos 11 32,4%
31 a 35 anos 3 8,8%
36 a 40 anos 5 14,7%
41 a 45 anos 4 11,8%
46 a 50 anos 2 5,9%
51 a 55 anos 1 2,9%
56 a 60 anos 2 5,9%
66 a 70 anos 1 2,9%
Tempo de exercício profissional na Enfermagem
2 a 5 anos 14 41,2%
6 a 10 anos 7 20,6%
11 a 15 anos 2 5,9%
16 a 20 anos 5 14,7%
Maior que 20 anos 6 17,6%
Função Exercida no HSE
Enfermeiro 16 47,1%
Auxiliares de Enfermagem 18 52,9%
Turno de Trabalho
17
6 a 10 14 41,2%
Maior que 10 5 14,7%
Uso de Tranquilizantes
Regularmente 1 2,9%
Eventualmente 4 11,8%
Nunca 29 85,3%
Uso de Bebida Alcoólica
Nunca 17 50,0%
Raramente 11 32,4%
Semanalmente (1 a 2 vezes) 5 14,7%
Semanalmente (3 vezes ou mais) 1 2,9%
Uso de tabaco
Sim 1 2,9%
Não 33 97,1%
Horas de sono
Menos que 5 h 7 20,6%
5a7h 21 61,8%
8 horas ou mais 6 17,6%
Uso Regular de Medicações
Sim 14 38,2%
Não 20 61,8%
Prática de exercício físico
Nunca 16 47,1%
Raramente 8 23,5%
1 a 2 vezes por semana 6 17,6%
3 a 4 vezes por semana 3 8,8%
5 vezes ou mais por semana 1 2,9%
Atividade de Lazer
Regularmente 19 55,9%
Raramente 15 44,1%
Nunca 0 0,0%
Segundo a Tabela 1, dos 34 entrevistados, 22 (64,7%) eram enfermeiros e 12 (35,3%) eram
técnicos em enfermagem, onde 25 (73,5%) eram do sexo feminino e 9 (26,5%) do sexo masculino,
e encontravam-se distribuídos predominantemente entre as faixas etárias de 26 a 30 anos, 11
sujeitos (32,4%), seguida das faixas de 21 a 25 anos e 36 a 40 anos, ambas com 5 sujeitos (14,7%)
19
cada.
Quanto ao estado civil, mais da metade da população era solteira, 19 (55,9%), e os casados e
em união estável somam 14 sujeitos (41,2%). A grande maioria 31 (91,2%) morava com a família e
27 indivíduos (79,4%) compartilhavam a responsabilidade pela renda familiar .
Mais da metade dos participantes, 19 (55,8%), possuía outro emprego e uma carga horária
semanal na faixa de 45 a 60 horas. Os 15 entrevistados que referiram ter apenas um emprego,
referiram carga horária na faixa de 30 a 36 horas. Quanto a renda mensal em salários mínimos,
observa-se que 14 (41,2%) tem rendimentos de 4 a 6 salários, seguida de 14 (41,2%) com
rendimentos de 6 a 10 salários.
Em relação aos hábitos de vida, 29 indivíduos (85,3%) referiram nunca usar tranquilizantes,
17 (50%) referiram nunca usar álcool, e 11 (32,4%) referiram usá-lo raramente . O uso do tabaco foi
citado por apenas 1 indivíduo (2,9%).
Em relação às horas de sono, a maioria não dorme 8 horas nas 24 horas, sendo predominante
as respostas na faixa de 5 a 7 horas de sono por dia, referida por 21(38,2%) sujeitos. A prática
regular de exercício físico foi referido por 8 (23,5%) sujeitos, enquanto 16 (47,1%) sujeitos
referiram nunca praticar exercício, e 8 (23,5%) praticam raramente.
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Tabela 2
O Quadro 1 apresenta a distribuição das respostas quanto aos fatores de risco ocupacional
segundo sua natureza. As respostas foram agrupadas e apresentadas na primeira coluna, e a segunda
coluna traz a frequência absoluta de citação. Cada sujeito teve a liberdade de referir-se a todos os
fatores de risco a que se considerasse exposto, portanto a soma dos percentuais das citações
ultrapassa 100%.
Em relação aos riscos ergonômicos, o levantamento e sustentação de peso foi a situação
mais apontada pela equipe como risco ergonômico 27 (79,4%), representada principalmente pela
mobilização no leito de pacientes altamente dependentes e sua transferência da cama para cadeiras e
macas ou o contrário. O calor foi apontado por 25 (73,5%) dos participantes, ocupando o segundo
lugar. Os diferentes planos de trabalho, relacionado às alturas inadequadas para a guarda de
materiais e equipamentos, assim como as camas e macas sem regulagem de altura, ocupam o
terceiro lugar, com 20 (58,8%) citações, seguido pelas posturas inadequadas, com 18 (52,9%). O ato
de subir e descer a escada de acesso ao posto central da enfermaria foi citado por 16 (47,1%)
sujeitos, e o ritmo intenso de trabalho por 14 (41,2%).
Em relação aos riscos psicossociais, em primeiro lugar, citado por 16 (47,1%) sujeitos,
22
aparece o contato constante com o sofrimento de pacientes e familiares. O contato constante com a
morte, aparece em segundo lugar, com 9 (26,5%) citações, o mesmo ocupado pela sobrecarga de
trabalho, também com 9 citações. O relacionamento interpessoal nem sempre satisfatório, aparece
em terceiro lugar, citado por 8 (23,5%) dos participantes e a violência no trabalho e envolvimento
emocional com pacientes ocupam a quarta posição, ambos com 6 (17,6%) citações.
Os fatores de risco físico são os menos citados, onde foram referidos apenas os raios X e a
radioiodoterapia.
Dentre os fatores de risco químico, os agentes antineoplásicos ocupam o primeiro lugar,
citado por 31 (91,2%) sujeitos. Os antibióticos ocupam o segundo lugar com 20 (58,8%) citações,
os sabões e degermantes o terceiro com 9 (26,5%), a Anfotericina B o quarto, com 5
citações(14,7%) e o hipoclorito de sódio em quinto, com 4 citações (11,8%).
Tabela 3
Descrição da utilização dos EPIs pela equipe de enfermagem da unidade de clinica medica -
HSE -RJ segundo a recomendação das normas de biossegurança (n=34)
Utilização dos Sempre que recomendado Algumas vezes não usa Nunca usa
EPIs n % n % n %
Sim 15 44,1% 19 55,9% 0 0,0%
Não 19 55,9% 15 44,1% 0 0,0%
Distribuição das respostas pela equipe de enfermagem da unidade de clinica medica HSE-RJ,
quanto às justificativas para a não utilização dos EPIs ( n=19)
Justificativas n
Ritmo de trabalho acelerado e pressa (relacionados ao número insuficiente de 5
funcionários)
Mau hábito, descuido, indisciplina e falsa sensação de segurança 4
Difícil acesso aos EPIs, distância do local de armazenamento (óculos de 3
sobreposição não individuais, guardados no carrinho de emergência).
Punção venosa de difícil acesso (luvas prejudicam a sensibilidade) . 3
Situações de Emergência 2
Falta de capote para instalar Quimioterapia 1
23
De 1 a 3 afastamentos 11 84,6%
De 4 a 6 afastamentos 2 15,4%
Número de dias afastado
De 1 a 3 dias 6 46,2%
De 4 a 5 dias 1 7,7%
De 7 a 15 dias 4 30,7%
16 dias ou mais 2 15,4%
Observa-se na Tabela 5 que dos 13 sujeitos que referiram ter apresentado afastamento do
trabalho, 11 (84,6%) apresentaram de 1 a 3 afastamentos no período e 2 (15,4%) sujeitos
24
A Tabela 6 traz o grupo de doenças que mais incidiram sobre a população estudada,
organizadas segundo os grupos de diagnóstico (CID 10) e ordenadas por sua frequência, onde as
maiores incidências foram as Doenças do Sistema Osteomuscular (35,2%) e as doenças do Sistema
Respiratório (32,3%), seguidas das Doenças Infecciosas e Parasitárias (20,4%) e das Doenças do
Aparelho Circulatório (17,5%). Ocuparam o quinto lugar os Transtornos Mentais e
Comportamentais (11,7%) e as Doenças do Aparelho Geniturinário (11,7%).
3.2 Discussão
Quanto à caracterização sócio demográfica, da população do estudo, observa-se que 22
(64,7%) dos entrevistados eram enfermeiros e 12 (35,3%) eram técnicos em enfermagem. No
entanto, quando abordada a função que exercem na Unidade de Clínica Médica, observamos que
não aparece a categoria técnico em enfermagem, já que no HSE não há a contratação desse
profissional, mas apenas de auxiliares de enfermagem. Também observamos que dos 22 que
responderam ser enfermeiros, apenas 16 referiram exercer essa função no HSE-RJ, evidenciando
que entre os técnicos contratados como auxiliares de enfermagem, 6 já possuem graduação em
enfermagem.
A população estudada foi composta por funcionários concursados, contratados pelo Regime
Jurídico dos Servidores Públicos Civis, regulamentado pela Lei 8112/90 (BRASIL, 1990), o que
25
pode ser considerado pelo grupo de técnicos, uma vantagem em manter o emprego na função de
auxiliar de enfermagem, mesmo já possuindo a conclusão da graduação em enfermagem e até
mesmo atuando como enfermeiro em outros serviços. O último concurso público para enfermeiros
do HSE-RJ aconteceu em fevereiro de 2006. Apenas a aprovação para o cargo de enfermeiro em
um novo concurso público regularizaria tal situação, já que para os servidores desse regime
trabalhista a ascensão funcional tornou-se inconstitucional desde a revogação de seu inciso III,
artigo 8o, pela Lei 9527/97 (BRASIL, 1997).
O nível de escolaridade encontrado entre os auxiliares, foi maior do que o que era exigido
para função que exerciam no HSE-RJ. Entre esses profissionais, além dos que já concluíram a
graduação em enfermagem, encontramos ainda os que cursam ou cursaram, concluindo ou não,
algum curso de graduação (enfermagem, medicina, entre outros), demonstrando um nível de
formação homogêneo nessa população, ou seja, a maioria possui nível superior. A escolaridade,
segundo RAFFONE et al (2005, p. 674), atua como um determinante social do processo saúde-
doença e citam MONTEIRO, que verificou que indivíduos com maior escolaridade apresentam
melhor índice de capacidade funcional, quando comparados com os de baixa escolaridade.
Com relação à idade, trata-se de população jovem, no auge da idade produtiva,
acompanhando a distribuição da população economicamente ativa no Brasil, que é de 79,4% na
faixa entre 25 e 49 anos, segundo dados do IPEA (2008).
Na questão do gênero, observa-se a predominância histórica de profissionais do sexo
feminino, 25 (73,5%), em relação aos profissionais do sexo masculino, 9 (26%), compatível com os
achados em outros estudos (GONÇALVES, 2001; CHAMORRO, 2003; PAFARO et al, 2004).
Quando analisamos o tempo de exercício profissional na enfermagem, parcela significativa
dos sujeitos, 14 (41,2%), se encaixam na categoria de 2 a 5 anos, demonstrando portando, pouco
tempo de atividade profissional na enfermagem.
No Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, a jornada de trabalho,
regulamentada pela Lei 8270/91, é de no máximo 40 horas semanais BRASIL (1991), sendo que no
HSE-RJ os funcionários da enfermagem cumprem a jornada de 30 horas semanais. No entanto, 19
sujeitos (55,8%) responderam ter pelo menos mais um emprego. A carga horária semanal real, dos
que possuem outro emprego além do HSE-RJ, é na maioria dos casos, 10 sujeitos (29,4%), na faixa
entre 45h e 60h/semana e maior que 60h/semana para 7 sujeitos (20,6%). Para BULHÕES (1998,
p47), os baixos salários obrigam os trabalhadores da enfermagem a terem mais de um emprego e a
permanecerem no ambiente hospitalar a maior parte de suas vidas produtivas.
Quanto à renda mensal aproximada em salários mínimos, as faixas de 4 a 6 salários, e a de 6
a 10 salários obtiveram o maior número de respostas, sendo 14 sujeitos (41,2%) para cada faixa,
26
respectivamente. A faixa maior que 10 salários foi apontada por 5 sujeitos (14,7%), e apenas 1
(2,9%) referiu pertencer à faixa de 1 a 3 salários. Dos 19 servidores que se enquadraram nas
maiores faixas salariais, de 6 a 10 salários e maior que 10 salários, 17 (89,5%) possuem um
segundo emprego, de onde podemos inferir que o nível salarial do grupo estudado ainda é baixo,
persistindo o quadro de baixa remuneração dos profissionais de enfermagem, em consonância com
o apontado no estudo de GONÇALVES (2001, p. 79) e com a afirmação de PAFARO et al (2004,
p.155), obrigando esses trabalhadores a buscarem uma segunda fonte de remuneração.
Em continuidade ao perfil sociodemográfico, foram analisados alguns aspectos referentes
aos hábitos de vida da população estudada.
Quanto ao uso regular de medicamentos, os mais citados pelos sujeitos foram os anti
-hipertensivos (4 sujeitos), antidepressivos (3 sujeitos), fórmulas homeopáticas e florais (3 sujeitos),
contraceptivos orais (3 sujeitos) e tranquilizantes e ansiolíticos (2 sujeitos).
Com relação às horas de sono, mais de 80% dos entrevistados referem dormir menos de 8
horas e aproximadamente 20% dormem menos que 5 horas, resultado que pode indicar privação
de horas de sono, possivelmente associada à carga horária elevada e ao trabalho noturno, mas não
só, já que há uma rede complexa de fatores que podem influenciar o sono. MORENO et al (2003,
p.43) citam ROSA et al. (1990), que recomendam que o trabalhador deve dormir no mínimo 6
horas, mas lembram que a maioria das pessoas precisa dormir mais do que isso. No entanto,
existem características individuais quanto à necessidade de horas de sono, como aponta De
MARTINO (2009), onde os indivíduos classificados como pequenos dormidores, necessitam de no
máximo 5:30h à 6:00h de sono no ciclo de 24 horas.
Quando indagados sobre a prática de exercício físico, 47,1% referiram nunca praticar e
27
23,5% referiram praticar raramente. Nesse sentido, resultados semelhante foram encontrados por
DURAN (2004, p.46), em um estudo sobre a capacidade para o trabalho entre trabalhadores de um
hospital universitário, onde 59,3% dos trabalhadores declararam não praticar exercício físico. Nesse
estudo, o ICT (índice de capacidade para o trabalho), que “engloba a auto-avaliação do trabalhador
sobre sua saúde e capacidade para o trabalho”, apresentou-se bom ou ótimo em 95,5% entre os
trabalhadores que praticavam atividade física e 81,3% entre os que não praticavam DURAN (2004,
p.47).
Quanto ao lazer, mais de 44% dos entrevistados declaram serem raras as oportunidade para a
sua prática. As atividades de lazer mais citadas foram cinema, parques, viagens e praias. Ainda
foram citados na frequência de uma ou duas vezes pela equipe, as atividades de: leitura, navegar na
internet, frequentar restaurantes, reuniões familiares, encontros religiosos, trabalhos manuais
(patchwork, corte e costura, bordados) e dança. Dessa forma, podemos verificar que nessa
população que demonstrou ter raras oportunidades para suas praticas de lazer, também se verifica
que a maioria tem mais de um emprego, com uma carga horária de trabalho excessiva, sugerindo
uma relação em que uma situação é resultado da outra, onde o lazer fica em segundo plano diante
das necessidades de trabalho.
Com relação ao uso de substâncias psicoativas, e em específico ao uso de drogas não lícitas,
100% dos participantes responderam nunca usarem. Segundo o estudo de BASTOS et al (2005, p.
115), em pesquisa nacional sobre o consumo de álcool e drogas envolvendo 5040 indivíduos de
ambos os sexos, na faixa etária de 18 a 65 anos,
Em relação ao consumo de álcool, 50% referiram nunca usar e 11 sujeitos (30,4%) o fazem
raramente. Esse estudo traz resultados diferentes do encontrado por GONÇALVES (2001, p.83), em
investigação entre os trabalhadores da enfermagem da Unidade de Doenças Transmissíveis, onde
75% dos profissionais de enfermagem pesquisados ingeriam álcool. Na pesquisa de BASTOS et al
(2005, p.111), o “uso de bebidas alcoólicas na vida foi relatado por 86,7% dos entrevistados".
Com relação ao uso de tabaco, observou-se nesse estudo que apenas um sujeito (2,9%)
declarou usar, resultado que também difere do estudo de GONÇALVES (2001, p. 83), onde a autora
observou que 58% dos sujeitos fumavam.
Sobre as condições de trabalho, foi abordado além de outros temas, a percepção dos riscos
ocupacionais pela equipe de enfermagem, nas três enfermarias que compõe a Unidade de Clínica
Médica, onde esses profissionais fazem um tipo de rodízio para prestar assistência aos pacientes
internados pelas diversas especialidades médicas (hematologia, endocrinologia, pneumologia,
reumatologia, entre outras), além dos pacientes internados na enfermaria atualmente designada à
internação de pacientes colonizados e infectados por VRE (Enterococo Resistente à Vancomicina).
Esse quadro nos faz refletir sobre a diversidade de suas ações e dos riscos ocupacionais
aos quais estão expostos, assistindo integralmente pacientes em diferentes graus de dependência da
enfermagem e complexidade clínica, incluindo pacientes críticos e em ventilação mecânica, uma
vez que os leitos de unidade de terapia intensiva não são suficientes para absorver a demanda de
pacientes neste quadro, situação comum há muitos hospitais públicos do país.
Para o MINISTÉRIO DA SAÚDE (2001, p.37), situação ou fator de risco é: “uma condição
ou conjunto de circunstâncias que tem o potencial de causar um efeito adverso, que pode ser: morte,
lesões, doenças ou danos à saúde, à propriedade ou ao meio ambiente”.
Dessa forma o hospital está inserido nas atividades terciárias da economia e classificado
com o grau de risco 3, de acordo com a Legislação Brasileira, Norma Regulamentadora NR-4,
(BRASIL/MTE, 2008, p46).
Nesse sentido, DEJOURS (1992, p 25), entende por condições de trabalho o ambiente físico
(temperatura, pressão, barulho, vibração, irradiação, altitude, etc), ambiente químico (produtos
manipulados, vapores e gases tóxicos, poeiras, fumaças, etc), o ambiente biológico (vírus, bactérias,
parasitas e fungos), as condições de higiene e segurança entre outros, e a luta por essas condições,
está historicamente ligada à luta pela saúde do corpo.
Neste estudo, os riscos ergonômicos foram identificados por 94,1% dos participantes, onde
foram citadas pela população do estudo, 21 situações que podem indicar a penosidade no trabalho e
evidenciar a sobrecarga física. No entanto, foram listados no Quadro 1, apenas os cinco fatores de
risco ergonômicos mais citados pelos sujeitos, os quais serão objeto dessa discussão.
A sustentação e carregamento de peso foi a situação mais citada entre os fatores de riscos
ergonômicos, e é associada à mobilização no leito de pacientes altamente dependentes, durante os
cuidados higiênicos e mudança de decúbito, além de sua transferência da cama para cadeiras e
macas e vice versa. A equipe ressalta que a situação é agravada pelo número insuficiente de pessoal
de enfermagem para realizar os procedimentos de mobilização e transferência de pacientes, segundo
a técnica ergonomicamente correta, não permitindo a correta aplicação dos princípios da mecânica
corporal. Segundo a NR-32, para tais procedimentos, deve ser privilegiado o uso de dispositivos
que minimizem os esforços dos trabalhadores, além de serem capacitados para adoção da mecânica
corporal correta, (BRASIL/MTE, 2008, p. 512).
No estudo de GURGUEIRA et al (2003, p.613), sobre prevalência de sintomas músculo
esqueléticos em profissionais de enfermagem, os procedimentos relacionados a mobilização e
transporte de pacientes foram apontados como os principais causadores da dor lombar, constituindo
um risco para os trabalhadores da enfermagem.
O calor ocupou o segundo lugar em citações entre os riscos ergonômicos. A Unidade de
Clínica Médica não possui sistema de climatização, o que torna o ambiente extremamente quente no
verão, principalmente nas enfermaria onde o sol incide no período da tarde. Alguns profissionais
apontaram o calor, como um dos motivos para o não uso do capote como equipamento de proteção
30
individual em situações nas quais seu uso é recomendado como precaução para transmissão de
patógenos, o que aumenta a probabilidade de contaminação do profissional e transmissão da
infecção.
Às altas temperatura que no verão podem chegar aos 40o C na cidade do Rio de Janeiro,
somam-se, segundo a equipe, a ventilação insuficiente do ambiente, com piora considerável do
desconforto térmico. O calor é associado a um maior gasto energético para a realização dos
trabalhos, o que propicia a fadiga física, além de diminuir a concentração nas ações.
Os diferentes planos de trabalho apontados pela equipe como riscos ergonômicos, referem-
se às alturas não reguláveis de camas, macas, bancadas de trabalho, cadeiras, além das disposição
de materiais e equipamentos em armários e gavetas baixos ou altos demais, suportes de soro,
restringindo-se aos citados.
As posturas inadequadas referem-se ao curvamento da coluna para um grande número de
procedimentos e ações de cuidado, e são influenciadas pelo dimensionamento dos mobiliários e
equipamentos, citados acima, assim como de sua disposição no espaço de trabalho.
Para MARZIALE (1998 p.109),
a inadequação da altura das superfícies induz o trabalhador a curvar sua coluna
vertebral ao executar suas atividades podendo ser considerado como fator
predisponente ao aparecimento de lombalgias, problema de saúde muito
freqüente entre os trabalhadores de enfermagem.
Opinião compartilhada por BULHÕES (1998, p. 128), onde a autora afirma que as
inclinações e rotações da coluna conduzem o pessoal de enfermagem às doenças ósteo-articulares,
como lombalgias e cervicalgias. Ainda com relação às posturas inadequadas, vale salientar que as
mesmas não dependem apenas do mobiliário. As situações de emergência, os imprevistos e
variações no trabalho para o alcance das metas, no caso da equipe de enfermagem, a assistência
integral ao paciente altamente dependente em suas necessidades, também pode comprometê-las.
Segundo o MINISTÉRIO DA SAÚDE (2001, P 430), é nessa “ situação perturbada que o indivíduo
adota posições extremas, esforços excessivos e até mesmo um gesto que estão implicados na origem
de um problema osteomuscular” .
A presença de escada de acesso ao posto de enfermagem das unidades foi abordada por
quase a metade dos profissionais como um fator de risco ergonômico, uma vez que suas atividades,
por melhor que seja o planejamento das ações, envolvem o ir e vir constante ao longo das 12 horas
da jornada de trabalho, da unidade do paciente ao posto de enfermagem, onde se concentram os
materiais necessários à assistência, o local de preparo das medicações e os documentos, de onde
podemos observar que a presença da escada de acesso torna-se um fator de penosidade, na opinião
destes profissionais, além de ter sido um dos locais apontados por propiciar quedas. Outros locais
31
apontados como prováveis para a ocorrência de quedas foram a rampa de acesso à Enfermaria, os
corredores, devido ao chão escorregadio e os boxes dos pacientes.
Com relação aos equipamentos em mau estado de conservação, foram citadas as cadeiras de
higienização, cadeiras de rodas e carrinhos sem rodas ou com rodas inoperantes e as manivelas de
ajuste de altura da cabeceira dos leitos funcionando precariamente, aumentando o esforço físico
necessário para a realização das tarefas relacionadas ao cuidado. Essa manivelas, assim como a
disposição dos mobiliários, também foram citadas por propiciarem choques mecânicos (contusões).
Somando-se aos fatores ambientais (equipamentos e mobiliários inadequados, escada, calor,
entre outros), em 6o lugar foi citado o ritmo de trabalho, referindo-se ao ritmo intenso, muitas
atribuições e a grande quantidade de atos a serem executados durante a jornada de trabalho. Sabe-se
que o ritmo intenso pode levar ao sofrimento psíquico e o mesmo foi relatado também entre os
Riscos Psicossociais.
Embora não incluídos na tabela, mas vale a pena aqui ressaltar, foram as questões relativas
à organização do trabalho citados de uma à três vezes, como a quantidade insuficiente de
funcionários, o trabalho repetitivo, a alta demanda de atividades e tarefas, e a necessidade constante
de improvisações devido à falta de materiais e o trabalho noturno.
Foram também citados ao menos uma vez, os itens referentes ao desconforto ambiental
como: local inapropriado para o descanso, pouca ventilação, baixa luminosidade e assentos
inadequados nos locais onde se realiza a assistência.
Os riscos psicossociais envolvem as percepções subjetivas que o trabalhador tem dos fatores
de organização do trabalho, como a carga, o ritmo, o ambiente social, além de considerações sobre a
carreira (BRASIL/MS, 2001) e foram percebidos neste estudo por 82,4% dos participantes.
O contato permanente com o sofrimento de pacientes e familiares e constante com a morte,
constitui um risco para o estresse entre os profissionais de enfermagem. Essa “confrontação com o
sofrimento”, segundo BULHÕES (1998, p.145), constitui ainda um risco adicional a esses
profissionais, pois leva-os, “quase sempre, a minimizar os riscos aos quais está submetido no
ambiente de trabalho, e mesmo fora dele.” A autora ainda ressalta a importância de programas de
apoio psicológico bem conduzidos, direcionados à equipe de enfermagem.
Fatores de sobrecarga de trabalho, geradora de estresse, podem estar relacionados aos
aspectos relacionados à divisão do trabalho, seja pela falta de pessoal ou pela distribuição de tarefas
entre os membros da equipe, além do alto nível de complexidade da assistência, tando do ponto de
vista de dependência da enfermagem como da terapêutica.
Nesse estudo foi pontuado, durante as entrevistas, o conflito de interesses entre enfermeiros
e auxiliares na divisão das tarefas. Na visão de alguns membros da equipe, o dimensionamento de
32
isolamento de um paciente que tenha recebido dose terapêutica de 131I, acima de 1,11 GBq, consiste
na sua internação individual em quarto terapêutico.
Não foi esclarecido, em nosso estudo, a dose de 131I recebida pelos pacientes e a necessidade
de permanecerem em isolamento. No entanto, segundo MENDES (2004, p.118), após o
recebimento da dose, o próprio paciente torna-se uma fonte de irradiação. Acreditamos que tais
questões devam ser esclarecidas à equipe de enfermagem, afastando a possibilidade de exposição
ocupacional não controlada e até mesmo contaminações ambientais, decorrentes da falta de
treinamento. As normas de radioproteção para essa atividade são determinadas pela CNEN
(Comissão Nacional de Energia Nuclear).
Os fatores de risco químico são considerados riscos ambientais, segundo a NR-9, que
estabelece a obrigatoriedade do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) pelas
empresas e instituições que admitam trabalhadores como empregados, agentes químicos são
definidos como em
que as enfermeiras são expostas à agentes citotóxicos que podem estar influenciando seu perfil de
morbidade, prevalecendo entre elas as doenças relatadas na literatura como prováveis devido a
exposição ocupacional aos anti neoplásicos, como as doenças hematológicas, alterações na
reprodução, pele e mucosas, e gastrointestinais.
Em relação aos antibióticos, segundo lugar na frequência de citações, sabe-se que a equipe
de enfermagem está frequentemente exposta às névoas provenientes de suas diluições para infusão,
ou mesmo à contaminação da pele em seu preparo, através de respingos. No entanto, os efeitos
tóxicos dessa exposição não são muito bem conhecidos. Alguns autores, como BULHÕES (1998, p
233) e XELEGATI et al (2006) referem-se à sensibilização dos profissionais de enfermagem devido
ao contato constante com esse tipo de medicação. No estudo de XELEGATI et al (2006) os sujeitos
relacionaram a exposição aos antibióticos aos episódios de diarréia e episódios alérgicos, entre eles
a rinite.
Foram pouco citados nesse estudo, o álcool etílico e as luvas de látex apesar de serem
amplamente empregados nas atividades assistenciais. O maior efeito dos agentes químicos em
pessoal da enfermagem é a dermatite ocupacional e entre seus agentes encontram-se as luvas de
látex, os sabões, os anti-sépticos, e os degermantes, segundo BULHÕES (1998, p. 234). Com o
aumento das medidas de precaução contra a transmissão de patógenos, que se tornam cada vez mais
resistentes aos antibióticos do ambiente hospitalar, cabe à equipe de enfermagem usar luvas e lavar
as mãos com maior frequência. Nesse sentido, vale ressaltar que a unidade de clínica médica tem
abrigado em uma de suas enfermarias, todos os pacientes colonizados/infectados pelo Enterococo
Resistente à Vancomicina (VRE) do hospital.
Entende-se por risco biológico, a probabilidade da exposição ocupacional a agentes
biológicos, e "consideram-se Agentes Biológicos os microorganismos, geneticamente modificados
ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons". (BRASIL/MTE, 2008, p. 496)
Conforme observado no Quadro 1, 100% da população se reconhece exposta aos riscos biológicos,
sendo que a tuberculose foi a mais citada pela população estudada, apontada por 91,2% dos sujeitos.
Esse resultado corrobora com os de FARIAS et al (2005, p123), apontando a tuberculose como um
dos principais riscos biológicos.
A tuberculose é um problema de saúde prioritário no Brasil que, juntamente com outros 21
países em desenvolvimento, alberga 80% dos casos mundiais da doença, apresentando 85 mil casos
novos por ano e cerca de 5-6 mil mortes pela doença. Estima-se que cerca de um terço da população
mundial está infectada com o Mycobacterium tuberculosis, sob risco, portanto, de desenvolver a
enfermidade. (BRASIL/MS, 2005, p.732)
Seu agente etiológico, o Mycobacterium tuberculosis é classificado segundo a NR-32, como
36
agente da classe de risco 3, o que significa apresentar um elevado risco individual para o
trabalhador, com probabilidade de disseminação para a coletividade e poder de causar doenças e
infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios eficazes de profilaxia ou
tratamento. No caso da tuberculose, essa norma regulamentadora traz a observação de que há vacina
eficaz disponível. (BRASIL/MTE, 2008, p. 513)
O risco de transmissão nosocomial da tuberculose, segundo o Centers for Disease Control
and Prevention (CDC), varia em função principalmente da prevalência local da tuberculose e da
efetividade do programa de controle da infecção da instituição. Segundo o orgão op. cit., (2005, p.
6), os principais fatores de risco para a transmissão da tuberculose em serviços de saúde são as
falhas na identificação dos casos e na adoção das medidas de precaução para transmissão aérea,
assim como a retirada precoce dos pacientes dos quartos de isolamento. OLIVEIRA et al (2007)
refere que a prevalência de tuberculose entre profissionais de saúde está fortemente relacionada à
presença de pacientes com tuberculose no ambiente hospitalar e ressaltam a importância da triagem
tuberculínica no período de formação dos profissionais da saúde e no pré admissional, como
estratégia de prevenção de novos casos da doença. FRANCO et al (2004, p 245) em estudo de
revisão de literatura, refere que são relatadas
elevadas prevalências de infecção tuberculosa e incidências da doença em
profissionais de saúde, bem como maiores prevalências e incidências em
profissionais que exercem atividades que os colocam em contato com pacientes
com suspeita ou diagnóstico de tuberculose no ambiente de trabalho. Estudos
também mostram elevadas taxas de conversão do teste tuberculínico e
adoecimento de profissionais após contato com outros profissionais doentes,
exposição a pacientes com doença, a materiais e procedimentos com
características infectantes (...)
As autoras op. cit. relatam ainda que, entre os procedimentos relativos a condução dos
pacientes apontados como os que mais contribuem para a transmissão da doença, pontua-se o atraso
no diagnóstico. Quanto aos procedimentos ambientais inadequados, os principais são a falta de
circulação e ventilação de ar nos locais de tratamento desses pacientes. Quanto às atividades
profissionais, as mais associadas a infecção e adoecimento, são as que envolvem aerossolização dos
bacilos e o cuidado direto aos pacientes.
O programa de controle de infecção da tuberculose em serviços de saúde deve envolver,
segundo as diretrizes deste orgão, medidas administrativas, ambientais e de proteção respiratória.
GONÇALVES (2001, pp 22-25), apresenta um conjunto de medidas tendo como base as
recomendações do CDC, onde fazem parte das medidas administrativas o reconhecimento dos
pacientes sintomáticos, o diagnóstico precoce, com facilidades para a realização dos exames de
baciloscopia, o inicio do tratamento tão logo confirmado o diagnóstico, a criação de comissão de
37
Ainda com relação à exposição aos fatores de risco biológico, os respingos de material
biológico na pele e em mucosas foram considerados situação de exposição aos riscos dessa
natureza, sendo citados por 24 sujeitos (70,6%) e associados à aspiração traqueal, ao ato de
desprezar as eliminações no vaso sanitário e ainda aos episódios de vômitos dos pacientes ou
situações de emergência. No estudo de NISHIDE et al (2001, p. 207), sobre acidentes de trabalho
em uma unidade de terapia intensiva, acidentes dessa natureza foram os que mais incidiram (50%).
BÁLSAMO et al (2006, p. 349) em estudo sobre acidentes de trabalho envolvendo exposição a
líquidos corporais, concluiu que a unidade de clínica médica, juntamente com a unidade de terapia
intensiva do hospital universitário do estudo, ocuparam o segundo lugar em percentual de acidentes,
atrás apenas da unidade de emergência, e chamou atenção para o ritmo de trabalho e características
das atividades nestas unidades.
Como não há medidas que possam oferecer uma completa proteção contra os riscos de
acidentes ou doenças relacionados à exposição aos agentes biológicos, o correto é o fornecimento,
pela instituição, de EPIs adequados a esse risco. Segundo a NR-6, considera-se EPI “todo
dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos
suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho” (BRASIL/MTE, 2008, p.73). Para os
trabalhadores expostos aos agentes biológicos esses dispositivos incluem, principalmente, as luvas,
os protetores oculares ou faciais, os protetores respiratórios (máscaras), aventais e capotes de
mangas longas. Em nosso estudo, os EPIs citados como os comumente usados nas atividades
diárias, foram: luvas, por 34 sujeitos (100,0%), máscaras cirúrgicas e aventais, por 33 sujeitos
(97,1%), máscaras para precaução aérea (N95) e capotes, por 32 sujeitos (94,1%). Apenas 4 sujeitos
(11,8%) citaram óculos de proteção.
Podemos observar que a população estudada reconhece, inúmeras situações que podem
representar riscos ocupacionais de diferentes naturezas, diferentemente do quadro encontrado por
MARZIALE et al (1998, p.104), onde a mesma refere que
os trabalhadores conseguem detectar riscos biológicos, mas não associam
39
Outras doenças citadas apenas uma vez neste estudo foram: Varicela, Rubéola, Candidíase e
Dengue Clássica, sendo a Varicela e a Rubéola, doenças virais caracterizadas por erupções da pele e
41
juntas ocupam, dentre as DIP, o segundo lugar nesse estudo. No estudo de MUROFUSE (2004,
p.207), essas doenças ocuparam o terceiro lugar entre as DIP.
Por outro lado, não foram referidas pelos participantes, doenças infecciosas como hepatites
virais, tuberculose e HIV, destacados como os principais riscos para infecções adquiridas no
ambiente de trabalho por trabalhadores de enfermagem por CHIODI (2007), GONÇALVES (2001,
p.102), e BULHÕES (1998, p.102).
As Doenças do Aparelho Circulatório (DACIR) ocuparam o quarto lugar em incidência de
morbidade em nosso estudo, referidas por 6 sujeitos (17,5%). O aparecimento da doença
hipertensiva no período do estudo ocorreu em dois sujeitos, porém os anti-hipertensivos foram os
medicamentos de uso regular mais citados por essa população (4 sujeitos), indicando que a
prevalência dessa doença pode ser maior. Todos os sujeitos que referiram DACIR acreditam que o
seu aparecimento tenha relação com as características do trabalho em enfermagem, postura em pé,
ritmo acelerado, presença de escadas, percorrer longas distâncias, e estresse.
No estudo de MAIA et al (2007, p. 141), sobre fatores de risco modificáveis para a doença
arterial coronariana nos trabalhadores de enfermagem de um hospital geral, evidenciou-se níveis de
pressão arterial significativamente elevados, com a prevalência de 29,7%, sendo os enfermeiros
mais hipertensos. O autor op. cit. (2007, p141) cita estudo realizado em Santa Catarina, onde foi
constatada associação entre estresse e hipertensão em 82,4% dos indivíduos. As DACIR ocupam o
quinto lugar no estudo de MUROFUSE (2004, p198) na motivação dos atendimentos de saúde,
porém entre elas, as doenças hipertensivas são a maior causa de atendimento na DAST. Em
FARIAS et al (2005, p128), as DACIR ocuparam o segundo lugar, juntamente com as DSOM.
Embora as doenças das veias, vasos linfáticos e gânglios linfáticos, não sejam consideradas
relacionadas ao trabalho, BULHÕES (1998, p.128) nos lembra que os estudiosos são unânimes em
alertar que toda postura prolongada é nociva, e que a permanência em pé causa varizes.
Dividem o quinto lugar em morbidades referidas pela equipe de enfermagem em nosso
estudo os Transtornos Mentais e Comportamentais (TMC) e as Doenças do Aparelho Geniturinário
(DAGEN), ambos com incidência de 11,8% na equipe. Entre os TMC, os Transtornos de Ansiedade
foram os de maior incidência, perfazendo um total de 3 casos. Houve um caso de Transtorno de
Humor, sendo a Depressão a doença relatada. Em MUROFUSE (2004, p 179), os TMC, ocuparam
a terceira causa de demanda de atenção pela DSAT FHEMIG, em trabalhadores de enfermagem.
MANETTI (2007, p79), em seu trabalho sobre fatores associados a depressão relacionada ao
trabalho de enfermagem, cita BABA (1999),
os profissionais mais suscetíveis aos problemas de saúde mental, são aqueles
que interagem, a maior parte do tempo, com indivíduos que necessitam de
ajuda, como as enfermeiras, os professores, as assistentes sociais, entre outras.
42
DARES, seguida das DSOM e das do grupo Algumas Doenças Infecciosas e Parasitárias,
exatamente os três grupos de doenças que mais incidiram sobre a população estudada da unidade de
clínica médica do HSE. No entanto, quando abordamos o afastamento ao trabalho motivado pelo
referido adoecimento, na Tabela 5, observamos que dos 27 sujeitos que referiram ter apresentado
alguma doença, mais da metade, 14 sujeitos, não apresentou afastamento do trabalho. Esse fato,
pode sugerir que esses profissionais evitam faltar ao trabalho, apesar de doentes, valendo-se dos
mecanismos flexíveis para a troca de folgas com colegas de trabalho, ou mesmo comparecendo ao
trabalho apesar dos problemas de saúde.
Autores que estudam o absenteísmo entre profissionais de enfermagem, mencionam as
condições de trabalho e as diferentes cargas (física, química, biológica, psíquica, etc) envolvidas no
trabalho em enfermagem como contribuintes para o processo de adoecimento e para o absenteísmo
SILVA et al (2000, p45), BARBOZA et al (2003, p180), GEHRING et al (2007, p407).
Os dados sobre duração dos afastamentos, na Tabela 6, mostram que os afastamentos com
duração de até 15 dias foram os que predominaram, e dentro destes os de duração de 1 a 3 dias.
Dados similares aos encontrados por BARBOZA (2003, p181) em um hospital geral de ensino,
onde verificou que, em (84,6%) dos episódios, o período foi de 1 a 10 dias e com preponderância
dos afastamentos no período de 1 a 4 dias (64,5%). Também SILVA et al (2000, p48), verificou que
em um hospital universitário houve predomínio de atestados com 1 ou 2 dias de dispensa ao
trabalho.
44
4. Conclusões e Sugestões
4.1 Conclusões
O estudo permitiu as conclusões enunciadas a seguir.
Entre a população houve o predomínio de enfermeiros, apesar de nem todos exercerem essa
função no HSE-RJ, uma vez que foram admitidos via concurso público como auxiliares de
enfermagem. A outra parcela da população era de técnicos em enfermagem, porém no HSE-RJ eram
contratados como auxiliares de enfermagem, já que na instituição não há a contratação do técnico
em enfermagem, concluindo-se assim, que a maioria da população estudada exerce uma função com
menor exigência de qualificação, em relação à sua formação profissional, o que pode gerar
sentimento de frustração.
Tratava-se de uma população jovem, em plena idade produtiva, onde mais da metade dos
sujeitos tinha 35 anos ou menos e pouco tempo de exercício profissional, predominando a faixa de 2
a 5 anos, e maioria com10 anos ou menos na profissão. Quanto ao tempo de exercício na Unidade
de Clínica Médica do HSE-RJ, a grande maioria pertencia a faixa de 2 a 5 anos.
A extensa carga horária pode estar na origem das poucas horas de sono, raras oportunidades
de lazer apontadas por parcela significativa dessa população, assim como na prática de atividade
física preocupantemente baixa, já que a grande maioria refere nunca ou raramente praticar
exercícios. Estas condições poderão contribuir com o desgaste físico e mental dessa população ao
longo do tempo, influenciando o perfil de morbidades.
baixa nesse estudo, onde todos os entrevistados relataram nunca usar drogas ilícitas, apenas um
indivíduo declarou usar tabaco, metade dos entrevistados declarou nunca usar álcool e 30%
declarou usá-lo raramente. No entanto, acreditamos que possa haver associação entre as
preferências das atividades de lazer, predominando neste estudo as culturais e recreativas, e o uso
dessas substâncias. Quanto ao consumo de tranquilizantes, acreditamos que o consumo entre 14,7%
dos sujeitos seja expressivo, e deveria ser evitado, apesar de a maioria dos sujeitos declarar uso
eventual e sob recomendação médica.
Com relação às condições de trabalho percebidas por essa população, foram apontados
principalmente os riscos biológicos e químicos, mas também expressivamente relatados os riscos de
acidentes, os ergonômicos e psicossociais e em menor proporção, os riscos físicos, demonstrando
um elevado conhecimento sobre o tema.
As situações de exposição aos riscos ocupacionais referidas com maior frequência pelos
sujeitos foram: exposição aos antineoplásicos, com relação aos riscos químicos, exposição à
tuberculose e hepatites B e C, com relação aos riscos biológicos, acidentes com materiais
perfurocortantes e respingos de material biológico na pele e em mucosas, com relação aos riscos de
acidentes, carregamento e sustentação de peso, associado principalmente à mobilização e
transferência de pacientes, e o calor, referente aos riscos ergonômicos, contato constante com o
sofrimento de pacientes e familiares, relacionado aos riscos psicossociais e eventuais exposição aos
raios X, com relação ao riscos físicos.
Quanto à incidência de morbidades, verificou-se que as doenças que com maior frequência
acometeram esses profissionais no período do estudo, segundo suas respostas, foram as Doenças do
Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo, com destaque para as lombalgias, seguida das
Doenças do Aparelho Respiratório, com destaque para as sinusites. As Doenças Infecciosas e
46
Parasitárias ocuparam o terceiro lugar, no entanto não foram referidas doenças como hepatites
virais, tuberculose e HIV, destacados como os principais riscos para infecções adquiridas no
ambiente de trabalho por trabalhadores de enfermagem.
4.2 Sugestões
I. Como medidas educativas, que podem ser planejadas e executadas em parceria com diversos
setores, como o SST, Serviço de Educação Continuada em Enfermagem, Chefia de
Enfermagem da Unidade:
◦ Criar espaços de discussão onde a equipe de enfermagem reflita sobre as características
do trabalho desenvolvido, identificando e buscando soluções para a redução, eliminação
ou controle dos riscos ocupacionais, e a partir de sua experiência, construir
coletivamente novos modelos de atuação e organização do trabalho.
47
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Anexo A
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Centro de Ciências da Saúde
Escola de Enfermagem Anna Nery
Departamento de Enfermagem em Saúde Pública
19o Curso de Especialização em Enfermagem do Trabalho
Hospital dos Servidores do Estado – Rio de Janeiro
Anexo A - Formulário de entrevista
II Condições de Trabalho
24 -Quais os equipamentos de proteção individual que você utiliza em suas atividades diárias?
1( ) luvas 2( ) máscara cirúrgica
3( ) máscara para precaução aérea (N95) 4( ) aventais
5( ) óculos de sobreposição 6( ) outros:__________________
32 - Quantos afastamentos do trabalho por motivo de doença, você teve nos últimos dois anos?
1( ) 1 a 3 afastamento 2( ) 4 a 6 afastamentos 3( ) 7 a 10 afastamentos
4( ) 11 afastamentos ou mais