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INTRODUÇÃO À ESCATOLOGIA

Há no mundo uma multidão de homens e mulheres que se intitulam videntes, astrólogos, mágicos,
adivinhos, futurólogos, procurando satisfazer a curiosidade de uns e a sede da verdade de outros, quanto ao
futuro do mundo e da humanidade. A verdade divina pertence exclusivamente à Palavra de Deus! Em meio a essa
multidão de falsos profetas, o fiel cristão precisa ter muito cuidado para não ser enganado.

Quanto aos últimos dias, Jesus adverte dizendo: “E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a
muitos” (Mt 24.11).

Também o apóstolo Pedro, advertindo, diz: “E também houve entre o povo falsos profetas, como
entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o
Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmo repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções,
pelos quais será blasfemado o caminho da verdade” (2 Pe 2.1-2).

O estudo da Escatologia Bíblica é uma das doutrinas curiosas e de grande expectativa, tanto para o
cristão verdadeiro, como para os que ainda não usufruem as glórias da comunhão com Deus. Nela nós
deslumbramos o futuro de um modo claro e seguro, pois a Bíblia Sagrada nos transporta para as riquezas do
amor de Deus, reservadas aos fiéis.

Sabemos que todas as doutrinas da Palavra de Deus são de incontestável valor e importantes para o
homem que quer viver na vontade de Deus, A Escatologia Bíblica, no entanto, é a que mais tem impressionado,
causando dúvidas e controvérsias, e por esse motivo faz-se importante um estudo sistemático e criterioso, a fim
de entendermos a mesma à luz da Bíblia.

ESCATOLOGIA BÍBLICA

Os assuntos relacionados ao destino final do indivíduo e da raça humana ocuparam importante lugar
nas especulações de filósofos e místicos. Platão, em seus argumentos filosóficos, ensinava a imortalidade da alma,
ou seja, sua existência após a morte, e essa doutrina persiste como um importante dogma na filosofia hodierna.
Outros filósofos com conceitos relacionados às questões finais da humanidade foram Wolf, Leibnitz e Kant; cada
um a seu modo, via algo de espetacular no que tange ao estado final do homem após a morte.

Como podemos observar, a doutrina das últimas coisas não é peculiar somente à religião. Onde quer
que as pessoas tenham refletido seriamente sobre a vida humana, seja no individuo, seja na raça humana, não
inquirem apenas de onde ela surgiu e como veio a ser o que é, mas também para onde está destinada. No
entanto é especialmente na religião que encontramos concepções escatológicas. Todas as religiões, das mais pri-
mitivas às mais evoluídas, têm a sua escatologia. O budismo tem seu nirvana, o islamismo o seu paraíso sensual,
os índios seus paraísos de caça, enfim, a crença na permanente existência da alma aparece em toda parte e sob
diversas formas.

Todo sistema de Teologia tem a sua escatologia. Se existe um começo, tem que existir um fim.
Naturalmente que só os que crêem que a história do mundo teve um princípio podem falar da consumação do
mundo e podem ter uma doutrina escatológica.

1. Definições.

1.1 Definição Etimológica.

O termo “escatologia” é formado a partir da junção de dois radicais gregos: “eskatos” (ultimo) e
“logia” (tratado). Portanto, a escatologia é o estudo das últimas coisas. O primeiro termo aparece em textos como
Atos 2.17 e João 11.24. O segundo aparece em 1 Coríntios 16.1,2, traduzido em português por “coleta”, pelo fato
de indicar reunião, conjunto (como num tratado, onde inúmeras idéias estão reunidas). Em estudo bíblico são
principalmente “as coisas que brevemente devem acontecer” (Ap 1.1).
Como podemos observar, a partir da definição etimológica, Escatologia Bíblica trata sobre os assuntos
relacionados ao estágio final da humanidade. Essa doutrina chama a atenção para o fato de que a história do
mundo e da raça humana finalmente chegarão à consumação. Não é um processo indefinido e infindável, mas
uma história que se move em direção a um fim determinado.

1.2 Definição Bíblica.

É assim chamada (Escatologia Bíblica) porque possui a Bíblia como sua única fonte de informação.
Baseados em um bom número de profecias bíblicas que já se cumpriram e se tornaram história, cremos que as
demais profecias bíblicas referentes às ultimas coisas, tais como: O destino do homem, de Israel, das nações, do
planeta terra e do universo, terão seu cumprimento fiel e integral no decorrer dos tempos e conforme o plano
divino.

1.3 Escatologia Extrabíblica.

São normalmente previsões científicas e especulativas com respeito ao fim da humanidade. Para nós,
que temos a Bíblia como regra de fé, sabemos que o futuro da humanidade está atrelado a Biblia Sagrada.

2. Conteúdo da Escatologia Bíblica.

Existem várias formas de se entender e estudar a Escatologia Bíblica, que são apenas métodos para
fins de compreensão didática e não regras dogmatizadas. Dentre os vários métodos de estudar e dividir a
Escatologia Bíblica, citaremos o método empregado por Berkhof, no qual ele divide a Escatologia Bíblica em:
Escatologia Geral e Escatologia Individual.

2.1 Escatologia Geral.

De acordo com Berkhof: “O nome Escatologia Bíblica chama a atenção para o fato de que a história do
mundo e da raça humana finalmente chegarão à sua consumação. Não é um processo indefinido e infindável, mas
uma história que se move em direção a um fim determinado. Segundo a Escritura, esse fim virá com uma
tremenda crise, e os fatos e os eventos associados a esta crise compõem o conteúdo da Escatologia Bíblica.
Estritamente falando, também determinam os seus limites. Mas, uma vez que outros elementos podem ser
incluídos sob o título geral, é costume falar da série de eventos ligados ao retorno de Jesus Cristo e ao fim do
mundo como e constituindo-se a escatologia geral, uma escatologia que diz respeito a todos os homens. Os
assuntos que requerem consideração nesta divisão são o retorno de Cristo, a ressurreição geral, o juízo final, a
consumação do Reino e a condição final dos justos e dos ímpios”.

2.2 Escatololgia Individual.

Berkhof nos ensina que além da escatologia geral, há também uma escatologia individual que deve
ser levada em consideração.
“Os eventos citados podem constituir a escatologia completa no sentido estrito da palavra todavia não
podemos fazer justiça a isto sem mostrar como as gerações que morreram participarão nos eventos finais. Para o
indivíduo, o fim da presente existência vem com a morte, que o transfere completamente da era presente para a
futura. Na medida em que é removido da presente era, com o seu desenvolvimento histórico, é introduzido na era
futura, que é a eternidade”.

Na mesma medida em que há uma mudança de localidade, há também uma mudança de era. As
coisas referentes a condição do indivíduo entre a sua morte e a ressurreição geral, pertencem à escatologia
pessoal ou individual. A morte física, a imortalidade da alma e a condição intermediária requerem discussão aqui.
O estudo desses assuntos atenderá ao propósito de relacionar a condição dos que morrem antes da parousia com
a consumação final.

3. A doutrina das dispensações e alianças da Bíblia.

No ciclo da história humana, a Bíblia trata de sete dispensações e oito alianças entre Deus e os
Homens.

3.1 As dispensações.

• Consciência 1656 anos.


• Governo Humano 427 anos.
• Governo Patriarcal 430 anos.
• Lei 1557 anos.
• Graça ???? anos.
• Grande Tribulação 7 anos.
• Milênio 1000 anos.

3.2 As Alianças.

• Edênica (Gn 2.16).


• Adâmica (Gn 3.15).
• Noética (Gn 9.16).
• Abraâmica (Gn 12.2).
• Mosaica (Ex 19.5).
• Palestiniana (Dt 30.3).
• Davídica (2 Sm 7.16).
• Nova Aliança (Hb 8.8).

4. Livros Bíblicos específicos que tratam de Escatologia.

• Daniel;
• Apocalipse;
• 1 Tessalonicenses;
• 2 Tessalonicenses;
• 2 Pedro;
• Sofonias;
• Zacarias.

Além desses livros existem inúmeros capítulos inteiros ou parciais tratando de escatologia. Por
exemplo:

• Levítico 23;
• Mateus 24 e 25;
• Muitos capítulos das Epistolas;
• Muitos capítulos dos Salmos;
• Muitos capítulos dos Profetas.

5. Campo do Estudo Escatológico.

A escatologia inicia tratando das ressurreições, vinda de Cristo em duas fases, (arrebatamento e vinda
de Jesus em gloria), tribunal de Cristo, bodas do cordeiro, tribulação e grande tribulação, julgamento das nações,
milênio de paz, a ultima revolta de Satanás, Gogue e Magogue, o grande trono branco, renovação dos céus e da
terra e o eterno e perfeito estado.

AS RESSURREIÇÕES

A ressurreição dos salvos e a dos ímpios é claramente ensinada nas Escrituras (Ap 20.11-15). Era
crida pelos patriarcas (Gn 22.5; Hb 11.19) e revelada pelos profetas (Is 26.19; Dn 12.2,13; Os 13.14). Jesus
ressuscitou mortos (Mt 9.25; Lc 7.12-15; Jo 11.43,44) e predisse a Sua própria ressurreição (Jo 10.18; Lc 24.1-
18). Os Apóstolos ressuscitaram mortos (At 9.36-41; 20.9,10).
Duas ressurreições ainda estão no futuro, a dos justos que é para a vida (Jo 5.28,29; 1 Co 15.22,23;
1 Ts 4.14-17) e a dos ímpios que é para o juízo (Ap 20.5,6,11-13). São separadas por um período de mil anos
(Ap 20.5; Jo 5.28,29; Dn 12.2).

1. A primeira ressurreição.

A primeira ressurreição (a dos justos, para a vida) acontecerá na segunda vinda de Cristo, e abrange
três distintos grupos de ressuscitados (1 Co 15.23). O termo no original “tagma” significa grupo, fileira, turma,
como num dispositivo militar ou escolar.

Vejamos a três etapas da primeira ressurreição:

1.1 As primícias da primeira ressurreição.

São Cristo e os que ressuscitaram quando Ele venceu a morte (Mt 27.52,53; 1 Co 15.20,23; Cl 1.18).
A Festa das Primícias em Levítico 23.10-12 tipificava isto, quando um molho (que é um coletivo) era movido
perante o Senhor. Molho implica um grupo. Esta festa típica previa Cristo ressuscitar com um grupo, o que de fato
aconteceu. Cristo - as primícias da ressurreição - já ressuscitou! (At 26.23).

1.2 A colheita geral da ressurreição.

São os que vão ressuscitar no momento do arrebatamento da Igreja (1 Ts 4.14,16,17), são todos os
mortos salvos desde o tempo de Adão. Os corpos dos crentes vivos vão, ao mesmo tempo, ser instantaneamente
transformados (1 Co 15.50-53; Fp 3.20,21). A transformação dos vivos e, a ressurreição dos mortos em Cristo é
chamada de “a redenção do corpo” (Rm 8.23; compare com Ef 1.13,14). O corpo da ressurreição será
incorruptível, glorioso, poderoso e espiritual (1 Co 15.42-44,49).

1.3 Os rabiscos da colheita (Lv 23,22).


Os mártires do período de grande tribulação irão ressuscitar no final da grande tribulação e antes do
início do Milênio (Ap 6.9-11; 7.9-14; 15.2; 20.4-6). Levítico capítulo 23 prefigura a ressurreição. É a história da
Igreja escrita de antemão.

2. A segunda ressurreição.

Depois de mil anos haverá a ressurreição dos mortos não salvos de todos os tempos. Será para
julgamento e ocorrerá no final do Milênio (Dn 12.2; Jo 5.28,29; Ap 20.4,5). A ressurreição do corpo dos ímpios
mortos não foi descrita. Eles serão julgados de acordo com as suas obras e serão lançados no lago de fogo (Ap
20.7-15).

O ESTADO INTERMEDIÁRIO DOS MORTOS


(O destino da alma após a morte - justos e injustos)

As bênçãos resultantes da vinda do Senhor Jesus a este mundo são incontáveis. Elas se relacionam
com tudo que concerne ao crente. Uma dessas bênçãos tem a ver com os filhos de Deus que já dormem ou vierem a
dormir no Senhor. Na glória celestial nos será revelada e usufruiremos inúmeras outras bênçãos derivadas da vinda
de Jesus aqui. Elas têm alcance ilimitado, aqui e na eternidade. Vejamos neste resumido estudo, a condição dos
mortos justos e injustos, antes e depois do advento de Jesus.

1. Antes da ressurreição de Jesus.

A palavra “seol”, no Antigo Testamento, equivale em sentido a “hades” no Novo Testamento. Diferem
na forma, porque a primeira é hebraica e a segunda grega. Elas designam o lugar para onde, nos tempos do
Antigo Testamento, iam todos após a morte - justos e injustos - havendo, no entanto, nessa região dos mortos
uma divisão para os justos e outra para os injustos; separadas por um abismo intransponível. Todos estavam ali
plenamente conscientes. O lugar dos justos era de felicidade, prazer e segurança. Era chamado “Seio de Abraão”
e “Paraíso”. Já o lugar dos ímpios era medonho, cheio de dores e sofrimentos (Lc 16.19-31). Essa passagem não
é uma parábola.
“Seol” e “hades” situa-se nas maiores profundezas da terra (Ef 4.8-10) e a entrada das almas nesse
lugar é sempre desceu (Gn 37.35; Nm 16.30,33; Jó 11.8; 17.16; Sl 30.3; 86.13; 139.8; Pv 9.18; 15.24; Is 14.9;
38.18-22; Ez 31.15,17; Am 9.1,2).
As palavras “seol” e “hades” aparecem, ás vezes, traduzidas por inferno, como em Dt 32,22; 2 Sm
22.6; Jó 11.8; 26.6; Sl 16.10; Mt 16.18; Ap 1.18, etc. O inferno propriamente dito, o inferno eterno, como
destino final dos ímpios é chamado de Lago de Fogo e Enxofre (Ap 20.10,14). “hades” é apenas um “inferno
prisão” onde os ímpios permanecem entre a morte e a ressurreição deles.

Há casos em que a palavra “hades” é traduzida por sepultura (Gn 37.35; 42.38; 44.31; Jó 21.13). É
preciso muito cuidado para evitar ensino errôneo decorrente de imperfeições das traduções. É necessário
recorrer a obras de renome, para consulta e referência, como a Concordância de Strong e léxicos bilíngües
das línguas originais, mesmo para os versados nessas línguas. Estas diferentes traduções de uma mesma
palavra têm trazido muita confusão entre os menos avisados.
Portanto, antes da vinda de Jesus a este mundo, todos desciam ao “seol” - justos e injustos, havendo
uma separação intransponível entre as duas divisões ali existentes.

2. Depois da ressurreição de Jesus.

Jesus, antes de morrer por nós, prometeu aos seus que “as portas do hades não prevalecerão contra
ela, a Igreja” (Mt 16.18). Isto mostra que os fiéis de Deus, a partir dos dias de Jesus, não mais desceriam ao
“hades”, isto é, à divisão reservada ali para os justos. O texto em apreço indica futuridade em relação à ocasião
em que foi proferido por Jesus. A mudança ocorreu entre a morte e ressurreição do Senhor, pois Ele disse ao
ladrão arrependido: “Hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23.43). Paulo diz a respeito do assunto:
“Quando ele subiu ás alturas, levou cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens. Ora, que quer dizer
subiu, senão que também havia descido até às regiões inferiores da terra?” (Ef 4.8,9).
Entende-se, pois, que Jesus, ao ressuscitar, levou para o céu os crentes do Antigo Testamento que
estavam no “Seio de Abraão”, conforme prometera em Mateus 16.18. Muitos desses crentes, Jesus os ressuscitou
por ocasião da sua morte, certamente para que se cumprisse o tipo prefigurado na Festa das Primícias (Lv 23.9-
11), que proféticamente falava da ressurreição de Cristo (1 Co 15.20,23).
Nessa festa, profética havia pluralidade (o texto bíblico fala de “molho” ou feixe). Logo, no seu
cumprimento deveria haver também pluralidade. E houve, conforme vêmos em Mateus 27.52,53. A obra
redentora de Jesus no Calvário afetou não só os vivos, mas também os mortos que dormiam no Senhor.

A vitória plena de Cristo teria de incluir a derrota da morte. Ora, todo vencedor sempre regressa da
última batalha trazendo consigo provas e evidências da sua vitória final. Era, pois justo que Jesus, ao ressuscitar,
trouxesse alguns salvos consigo, uma vez derrotada a morte!
O apóstolo Paulo foi ao Paraíso, que já estava no terceiro céu (2 Co 12.1-4). Portanto, o Paraíso está
agora lá em cima, na imediata presença de Deus. Não embaixo, como dantes. A mesma coisa vê-se em
Apocalipse 6.9,10, onde as almas dos mártires da Grande Tribulação permanecem no céu, “debaixo do altar”,
aguardando o fim da Grande Tribulação, para ressuscitarem (Ap 20.4), e ingressarem no reino milenar de Cristo.

Os crentes que agora dormem no Senhor estão no Céu, pois o Paraíso está agora ali, como um dos
resultados da obra redentora do Senhor (2 Co 5.8). No momento do arrebatamento da Igreja, seus espíritos virão
com Jesus, unir-se-ão a seus corpos, e subirão com Cristo, já glorificados (1 Ts 4.14).
Comparando Filipenses 1.23 com 1 Pedro 3.22, vê-se que o Paraíso situa-se agora no Céu. Quem
parte daqui salvo fica com Cristo (Fp 1.23); ora, Cristo está agora assentado à destra de Deus (1 Pe 3.22).

3. A presente situação dos ímpios mortos.

Para estes não houve qualquer alteração quanto ao seu estado. Continuam descendo ao “hades”, o
“império da morte”, onde ficarão retidos em sofrimento consciente até o juízo do Grande Trono Branco, após o
Milênio, quando ressuscitarão para serem julgados e postos no eterno Inferno (Ap 20.13-15). Assim sendo,
qualquer fantasma ou “alma do outro mundo” que aparecer por aqui é coisa diabólica, porque do “hades” não sai
ninguém. É uma prisão, cuja chave está com Jesus (Ap 1.18). Alma do outro mundo não vêm a terra, pois os
salvos estão com Jesus, e os perdidos estão presos. O Diabo, sim, por enquanto está solto e sabe imitar e
enganar com muita perícia. Em Ezequiel 32.17-32, no chamado “rol das nações ímpias no hades” vemos os ímpios
mortos das nações ali referidas postos no “hades”. Esta passagem é sumamente importante diante dos fatos que
estamos estudando. Deve ser lida agora, na sua totalidade.

O estudo comparativo de Atos 2.27,31 e 1 Pedro 3.18-20 mostram que a vitória do Senhor Jesus foi
anunciada até no “hades”, o reino dos mortos. Todo o Universo tomou conhecimento dessa vitória transcendental,
por ocasião da sua morte e ressurreição. (Em português, estas passagens estão mais bem traduzidas nas versões
ARA e Brasileira).

4. A falsa doutrina do espírito humano dormir na sepultura.

Este ensino não tem qualquer apoio nas Sagradas Escrituras. É difundido pelos adventistas do sétimo
dia. Abordamos a seguir alguns pontos dessa falsa crença do espírito humano dormir no pó da terra após o
falecimento do corpo.

4.1 Tomando Mateus 17.3, eles ensinam que, da sepultura, Moisés ressuscitou para estar na cena da
transfiguração. Se isso fosse verdade, seria Moisés e não Jesus as “primícias dos que dormem”, conforme afirma
1 Corintios 15.20. Moisés veio do Céu para aquela reunião como representante da Lei, assim como Elias veio
representando os profetas.

4.2 Outro ponto desse falso ensino mencionado é que o espírito humano jaz na sepultura com os
restos mortais do corpo. Se isto fosse verdade, o crente só iria para o céu após a ressurreição do corpo. Na
morte, o espírito separa-se do corpo (Tg 2.26; 1 Reis 17.21,22; Lc 8.54,55) A parte do homem que volta ao pó é
aquela que do pó foi feita (Gn 3.19 e Ec 12.7). A sua parte espiritual (alma e espírito) não foi feita do pó; volta
para Deus (Sl 146.4; Ec 12.7). Isto não quer dizer que o ímpio ao morrer, seu espírito habite na glória celestial.
“Volta para Deus” como diz Eclesiastes 12.7, significa ficar sob o controle de Deus, como afirma Rm 14.9, a
respeito do senhorio dos mortos, por Jesus.

4.3 Ensinam ainda que os mortos estão inconscientes. Citam Eclesiastes 3.19,20 e 9.5,6. O livro de
Eclesiastes é o registro divino do raciocínio do homem natural, o homem “debaixo do sol”. Eclesiastes 3.19,20
refere-se à morte corpo físico e seu sepultamento. Por sua vez, a declaração de Eclesiastes 9.5: “os mortos não
sabem coisa nenhuma” refere-se também ao homem físico. Neste versículo, a frase ‘‘a sua memória ficou
entregue ao esquecimento’’ refere-se à lembrança dos vivos com relação aos que já morreram.
Neste particular, Jesus em Lucas 16.19-31, mostra que, após a morte, o espírito não fica jazendo no
pó da terra. Na passagem em apreço vemos que o rico, tendo sido sepultado, achou-se no “hades”. Lázaro
também, tendo morrido, achou-se no Paraíso. Melhor fonte de ensino do que o de Jesus não existe. E que,
infelizmente, muita gente pensa que sabe mais que Jesus.

4.4 Alegam que a Bíblia refere-se à morte empregando o termo “dormir”, logo, o estado dos mortos é

de inatividade e inconsciência, como no sono. Um estudo comparativo das Escrituras mostra que “dormir”, nas

referências bíblicas, designa a morte física, porque, ao falecer, a pessoa perde a consciência para com este

mundo, acordando no outro, que pode ser de felicidade ou de sofrimento.


O morrer é chamado dormir, na Bíblia, porque todo morto será acordado fisicamente um dia. No sono

natural o corpo desliga-se parcialmente da alma, e a voz humana é suficiente para acordar a quem está

dormindo. Já a morte é uma total separação entre o corpo e a alma, mas só a voz de Cristo é poderosa para um

dia acordar todos os falecidos (Jo 5.28,29).

Vejamos alguns casos bíblicos:

a) Atos 7.59,60. Aqui, Estevão dormiu, mas seu espírito foi para o céu (v. 59). Logo, o dormir aqui,

refere-se ao corpo somente.

b) Mateus 27.52,53. Aqui lemos: “abriram-se os sepulcros e muitos corpos de santos, que dormiam,

ressuscitaram”. Eram os corpos que dormiam, não os espíritos.

c) João 11.11. Aqui, Jesus afirmou que Lázaro dormia. Mais adiante, no versículo 14, Ele disse que
Lázaro estava morto. Mais adiante ainda, no versículo 39, está escrito que Lázaro cheirava mal. Logo, o que
estava dormindo só podia ser o corpo, porque um espírito não cheira mal. (A não ser esses espíritos “criados” por
eles...).

d) João 11.26. Aqui Jesus afirma que quem nele crê nunca morrerá. Isso mostra que o espírito nunca

morre; pois é o corpo que realmente morre.

5. Morte no sentido bíblico.

Morte no sentido bíblico não significa extinção, e sim separação. Disse Jesus ao malfeitor moribundo:
“Hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23.43). O crente fiel, ao morrer, entra na glória celestial (Fp 1.23). Morte
física é a separação entre o espírito e o corpo. Isso ocorre no falecimento da pessoa. Morte espiritual é o estado
do pecador separado de Deus, devido ao pecado. (Comparar Gênesis 2.17 com Efésios 2.1 e 1 Timóteo 5.6). A
morte eterna é o estado do ímpio eternamente separado de Deus, na outra vida. É também chamada segunda
morte em Apocalipse 20.6,14; 21.8.

A SEGUNDA VINDA DE CRISTO

A segunda vinda de Cristo é a conseqüência natural da Sua primeira vinda. Somente nas páginas do
Novo Testamento esse fato é mencionado mais de 300 vezes. Nos escritos de Paulo há referencia desse tema
cerca de 50 vezes. Epístolas inteiras como 1 e 2 Tessalonicenses, bem como capítulos inteiros como em Mateus
24 e Marcos 13 são dedicados ao assunto. Essa é uma das doutrinas mais importantes de todo o Novo
Testamento.

1. A certeza da vinda de Cristo.

1.1 Jesus afirmou que voltará (Jo 14.3; Mt 25.31; Ap 22.20);


1.2 Os anjos afirmaram que Jesus voltará (At 1.10,11);
1.3 Os escritores da Bíblia, movidos pelo Espírito Santo, afirmaram que Jesus virá (Hb 9.28; Is
59.20; Dn 7.13,14);
1.4 Os sinais que ora se cumprem, segundo as profecias da Bíblia, atestam que Jesus virá (Mt
24.3);
1.5 O testemunho da ceia do Senhor, por Ele ordenado, assegura que Ele virá (1 Co 11.26).

2. Para que Cristo virá.

Segundo as Escrituras Jesus virá para:


2.1 Levar Sua Igreja para Si (Jo 14.3);
2.2 Consumar a salvação dos Seus (Rm 13.11);
2.3 Glorificar os Seus (Ef 5.27; Rm 8.17);
2.4 Reconhecer publicamente os Seus (1 Co 4.5);
2.5 Prender Satanás (Ap 20.1,2);
2.6 Recompensar a todos (Mt 16.27);
2.7 Ser glorificado nos Seus (2 Ts 1.10a);
2.8 Ser admirado pelos Seus (2 Ts 1.10b);
2.9 Revelar mistérios que ora tanto nos intrigam (1 Co 4.5).

3. A extensão da Vinda de Cristo.

No seu sentido pleno, a vinda de Jesus abrange um período de sete anos, compreendendo os três
grupos de povos em que Deus mesmo divide a raça humana: Judeus, Gentios e Igreja (1 Co 10.32).

3.1 Para a Igreja Jesus virá como o Seu noivo celestial, a fim de levá-la para a Sua glória.

3.2 Para Israel Jesus virá como o Seu Messias salvador e libertador para introduzi-lo no Milênio, o
reino que sempre lhe prometeu (2 Sm 7.16; Mt 25.34).

3.3 Para os Gentios Jesus virá como juiz e Senhor dos Senhores a fim de julgá-los. Será então a Sua
poderosa manifestação como Deus Forte (Is 9.6).

4. Escolas de interpretação Escatológica.

As diferentes escolas se resumem em duas, a saber:

4.1 A Escola Pré-Milenista. Ensina que a Vinda de Jesus se dará antes do Milênio.

4.2 A Escola Pós-Milenista. Ensina que a Vinda de Jesus se dará após o Milênio.
5. As duas fases da segunda vinda de Cristo.

Existem vários termos que são empregados para denotar a segunda vinda de Cristo. Cada um desses
termos procura indicar uma das características desse evento, revelando assim aspectos importantes relacionados
à vinda de Cristo. Os termos mais importantes são:

5.1 Parousia.

A palavra grega “parousia” significa “presença” indicando que a vinda de Cristo precede ou resulta na
presença visível aos que serão arrebatados. Essa palavra era usada no grego helenista para designar a visita de
algum elevado oficial (1 Ts 4.14-17).

5.2 Epiphaneia.

A palavra grega “epiphaneia” significa aparecimento, revelação e manifestação, ocorrem com


referencia ao aparecimento do Senhor na terra no fim da historia. Esse termo declara que a segunda vinda de
Cristo será uma manifestação ou um aparecimento, designando assim a visibilidade de Seu retorno (2 Ts 2.8;).

TERMOS PAROUSIA EPIPHANEIA

Referências Bíblicas 1 Ts 4.14-17 2 Ts 2.8; Cl 3.4

Sentido literal Estar junto, presença Aparecimento


Sentido traduzido Presença, vinda, chegada Aparecer, retorno visível

6. Provas Bíblicas de que Jesus levará para Si a Igreja antes da Sua revelação em glória.

A vinda de Jesus abrange duas fases bem distintas na Bíblia: O arrebatamento da Igreja e a Sua volta
pessoal, em glória, para livrar Israel e julgar as nações e estabelecer Seu reino milenar.
Os contrastes entre as duas fases são tanto nas Escrituras, que se houvesse uma só fase (como
muitos estão ensinando), seria uma contradição.

Vejamos, a seguir, as evidências Bíblicas das duas fases:

6.1 Primeira evidência bíblica das duas fases:

Parousia.

Em Jo 14.3 Jesus promete vir buscar o Seu povo que está na terra. Jesus virá para os Seus.

Epiphaneia.
Em Cl 3.4 nos afirma que nós viremos com Ele, quando Ele vier. Jesus virá com os Seus (ver Jd 14).
Para vir com os Seus Ele primeiro precisa vir para os Seus.

6.2 Segunda evidência bíblica das duas fases:

Parousia.
Em 1 Ts 4.17, Jesus vem até as nuvens para levar os Seus. Dos ares Ele os levará.

Epiphaneia.
Em Zc 14.4, o Senhor vem e pisará na terra, ou seja, o Monte das Oliveiras. Logo são dois casos
diferentes.

6.3 Terceira evidência bíblica:

Parousia.
Em 1 Co 15.52, Jesus vem num momento e levará os Seus para o céu. Isso será num abrir e fechar
de olhos.

Epiphaneia.
Em Mt 24.30, Jesus ao voltar, será visto por todos os povos da terra. Será algo lento e sobrenatural
(Ap 1.7). Essa fase da vinda será precedida do sinal do Filho do Homem.

6.4 Quarta evidência bíblica:

Parousia.
A fase da vinda em 1 Co 15.51 é descrita como um mistério, isto é, o arrebatamento da Igreja não foi
revelado aos escritores do Antigo Testamento.

Epiphaneia.
No entanto à volta de Cristo a terra é um evento descrito em todo o Antigo Testamento. É o chamado
dia do Senhor Jeová, isto é, o dia em que Ele virá a terra para julgar as nações.

6.5 Quinta evidência bíblica:

Parousia.
Em Hb 9.28 lemos que Jesus virá sem pecado, isto é, não para tratar do problema do pecado. Virá
para os que O aguardam para a salvação.

Epiphaneia.
Em Mt 25.31-46, Jesus vem para julgar e castigar o pecado nas pessoas que tiveram prazer somente
em pecar.

7. O ensino figurado da Bíblia sobre o assunto.

7.1 Enoque foi arrebatado antes do dilúvio destruidor (Gn 5.24; Hb11.5).
7.2 Elias foi transladado antes da conquista de Israel por seus inimigos (2 Rs 2.11).

7.3 Ló foi posto a salvo antes de Deus subverter as cidades ímpias de Sodoma e Gomorra. Jesus disse
que assim será quando Ele vier (Lc 17.29,30).

7.4 José revelou-se a seus irmãos quando estava a sós com eles (Gn 45.1), mais tarde os estranhos
tomaram conhecimento (Gn 45.16).

7.5 Jesus na Sua primeira vinda revelou-se primeiramente aos que O esperavam como Simeão e Ana.
Mais tarde se revelou publicamente na sinagoga de Nazaré (Lc 4.20,21).

7.6 O Espírito Santo como selo e penhor (Ef 1.13,14). Como selo é a prova de que Deus nos comprou
e que somos Sua possessão. Habitando em nós é um investimento divino e penhor, significando que Ele virá para
levar toda a compra. Nessa ocasião Ele virá para levar só o que é Seu.

8. Primeira fase da Segunda Vinda de Cristo. O arrebatamento da Igreja.

Arrebatar no sentido original significa “arrancar”, “levar”, “tirar com violência ou por força”; mostra
rapidez e urgência.
Assim como Deus arrebatou a Enoque antes do dilúvio, irá arrebatar a Igreja antes da Grande
Tribulação. Este dia aproxima-se aceleradamente (Ap 1.3b; 1 Pe 4.7). É um mistério que será plenamente
compreendido quando ocorrer (1 Co 15.51).

8.1 Como será o arrebatamento da Igreja.

a) No céu:
Ouvir-se-á o brado de Jesus (Jo 14.3). Isso tem a ver com a Igreja.
Ouvir-se-á à voz do Arcanjo (1 Ts 4.16). Isso tem a ver com os salvos mortos.
O arrebatamento da Igreja será o início de uma série de eventos, abrangendo a Igreja, Israel e as
nações.

b) Nos ares.
No momento do arrebatamento Jesus descerá até as nuvens (1 Ts 4.16,17).

c) Na terra.
Dar-se-á a ressurreição dos mortos salvos (1 Ts 4.14) e a transformação dos crentes salvos que
estiverem vivos (1 Ts 4.16,17) É a redenção do corpo mencionada em (Rm 8.23) e a continuação da primeira
ressurreição iniciada por Jesus (1 Co 15.23).

8.2 A natureza do arrebatamento da Igreja.

a) Será secreto para o mundo (Mt 25.1,10).


b) Será repentino, “num momento” (1 Co 15.52).
c) Seus servos devem esperá-Lo preparado (1 Ts 5.2) O ladrão aparece repentinamente.

9. A segunda fase da Vinda de Cristo. A Vinda em Glória.

9.1 É a Sua revelação ou manifestação pessoal em glória, majestade e poder, às nações da terra (Mt
24.30; Ap 1.7; Zc 14.3-12; At 1.11).

9.2 Será precedida de cataclismos e morticínios sobrenaturais (Zc 11.4,5; Ap 16.17-21; 19.18-21; Is
24.20).

9.3 Haverá convulsões em toda a terra e em toda a natureza (Lc 21.25,26). É chegada a hora do
colapso das nações impenitentes, hoje atrevidas e arrogantes com relação a Deus e embriagadas no poderio
diversificado (Dn 2.44,45; Mt 21.44b). Caso essas nações não se arrependam enquanto é tempo, irão defrontar-
se com um Guerreiro mais forte que elas. O Senhor Jesus Cristo.

9.4 A Sua volta em glória e poder com os anjos e Seus santos porá fim a batalha do Armagedom, no
momento preciso em que os poderosos exércitos das nações confederadas sob o Anticristo estarão destruindo os
Judeus (Ap 16.14; 19.19-21; Zc 12.2-9).

9.5 Jesus descerá visivelmente sobre o Monte das Oliveiras, ao oriente de Jerusalém (Zc 14.4; At
1.11).
9.6 Com a manifestação da glória divina e seu livramento sobrenatural e instantâneo, os Judeus em
escala nacional, arrependidos, aceitarão o Messias. Aqui se trata do remanescente que escapar da Grande
Tribulação (Zc 12.10-14; 13.1,8,9; Mt 23.29; Is 4.3; 10.22; 59.20,21; Os 3.5; Rm 11.25-27; 9.27).

9.7 A população da terra estará dizimada em conseqüência dos tremendos juízos divinos ocorridos,
como está registrado em Apocalipse (Mt 24,22; Zc 14.4,5,12,15; 12.9; Is 66.16; Ap 6.8; 9.15,18).

10. Sinais da Vinda de Cristo (1 Pe 4.7; Rm 13.11).

10.1 A multiplicação da ciência (Dn 12.4);

10.2 Guerras, flagelos e terremotos (Mt 24.6,7);

10.3 Projeção internacional de Israel (Lc 21.29,30);

10.4 Projeção do Oriente Médio no cenário mundial (Ez 38.8,16; Jr 48.47; 49.6,39; Nm 24.14). Isso
inclui os Árabes (Gn 17.20; 21.13);

10.5 Lutas trabalhistas, greves e colapso financeiro (Tg 5.1-4; Ap 18);

10.6 Derramamento pentecostal mundial (At 2.17; Jl 2.28);

10.7 Multiplicação de zombadores do Evangelho e modernistas (2 Pe 3.3);

10.8 Demonismo e feitiçaria em profusão (1 Tm 4.1; Ap 21.8; 22.15);

10.9 Materialismo generalizado, até entre os fiéis (Lc 17.26,27);

10.10 Juventude sem lei (2 Tm 3.1,2);

10.11 Piedade fingida (2 Tm 3.1-5). Isso tem a ver com os crentes;

10.12 Relaxamento moral e espiritual como na época antediluviana (Lc 17.26-30; Gn 6.5,11);

10.13 Retorno dos Judeus a Terra Santa (Is 11.11,12).

O PERÍODO ENTRE O ARREBATAMENTO E A VINDA DE CRISTO EM GLÓRIA

Há um período de sete anos entre o arrebatamento da Igreja e a revelação de Jesus em glória


conforme Ap 11.3; 13.5; Dn 9.27 (uma semana). Esses sete anos correspondem a 70ª “semana de anos” de Dn
9.24,27.

1. A visão das “setenta semanas” de Daniel.

As setenta semanas de Daniel são certamente uma das profecias das Escrituras que tem sido motivo
de muitas conjecturações, disputas e discussões e, para nossa surpresa, essa profecia possui apenas quatro
versículos: Daniel 9.24-27. Entretanto, não obstante a sua extensão literária, seu estudo é de grande valor dentro
da Escatologia Bíblica, pois abrange não somente Israel, mas a igreja e o mundo gentílico em geral.

O estudo da profecia de Daniel torna-se ainda mais edificante, quando consideramos que estamos
vivendo agora no tempo do fim, de que falou o profeta Daniel em 8.17,19; 10.14; 12.4. A autenticidade desta
profecia foi atestada por Jesus em Mateus 24.15, onde mostra que a última das setenta semanas é ainda futura,
uma vez que os fatos ali citados por Jesus ainda não ocorreram na sua totalidade.

1.1 Cenário histórico da profecia de Daniel.

A profecia das setenta semanas foi entregue a Daniel sob circunstâncias notáveis, pois Daniel e seu
povo haviam sido levados cativos para a Babilônia. O profeta Daniel, agora um homem envelhecido no serviço e
nas cortes dos reis babilônicos, compreende pelo estudo dos livros que o período do julgamento divino deve estar
perto do seu término. Conforme uma profecia anterior dada por Jeremias, estas desolações deveriam durar um
período de setenta anos (Jr 25.11), e o nono capítulo de Daniel começa com uma referência à mesma profecia
(9.1,2). A profecia em apreço é Jeremias 25.11.12: “E esta terra se transformará em ruína e desolação e estas
nações servirão ao rei de Babilônia por setenta anos. E ao término dos setenta anos, castigarei o rei da Babilônia,
e aquela nação disse o Senhor; por sua iniqüidade, e farei a terra dos caldeus em desolação perpétua”.
Daniel ora a Deus pedindo entendimento sobre o futuro de seu povo e da sua cidade (Dn 9.3-19) e um
mensageiro angélico chegou com a resposta (Dn 9. 21-23).
1.2 O significado da palavra “semana”.

As setenta semanas de Daniel não são semanas de dias, mas de anos. Observe:

a) A palavra hebraica para semana é “shabua” que significa “sete”, dessa forma Dn 9.24 afirma
simplesmente que setenta setes (semanas) estão determinados.

b) É Bíblica a expressão “semana de anos” (Lv 25.8; Nm 14.34). Ilustração prática de uma “semana
de anos” (Gn 29.20,27).

c) Quantos dias têm o ano das semanas de Daniel?


Comparando Ap 12.6 com Ap 13.5 vê-se que o ano profético é de 360 dias, pois 1260 dias corresponde a 42
meses de 30 dias. Em Gn 7.11 e Gn 8.4 temos a expressão “cinco meses” e em Gn 7.24 e Gn 8.3 vemos que os
cinco meses equivalem a 150 dias, ou seja, cinco meses de 30 dias, significando anos de 360 dias.
O calendário religioso de Israel era Lunar. A lua nova marcava o inicio dos meses, sendo uma ocasião
festiva. Esse ano era de “354 dias”, mas nos fatos gerais e nas profecias era arredondado para 360 dias.
O calendário solar é posterior e relacionado com as estações do ano.

1.3 Por que as setenta semanas?

A lei de Lv 25.2-7 e Ex 20.9,10 ordenava o descanso de um ano a cada seis anos trabalhados. Quanto
aos dias da semana Deus também tinha ordenado a Israel e eles seguiram a risca (Nm 15.32-36). No que diz
respeito ao ano Sabático Israel não cumpriu. A terra não descansou os anos ordenados por Deus, até que veio a
desolação obrigando a descansar setenta anos (2 Cr 36.21) Israel ficou no cativeiro exatamente o período que a
terra deveria descansar (70 anos).

1.4 A divisão das setenta semanas em três grupos.

Os três grupos são: um de sete semanas, um de 62 semanas e um período de uma semana.

Os três grupos são:

7 semanas 7x7 49 anos Daniel 9.25

62 semanas 62 x 7 434 anos Daniel 9.25

1 semana 1x7 7 anos Daniel 9.27

Total das semanas: 70 x 7 = 490 anos.

a) 1º Grupo das semanas (Dn 9.25), 49 anos.

Começou com a expedição do decreto de reconstrução de Jerusalém expedido por Artaxerxes


Longimano em 5 de março de 445 a.C. (Ne 2.1-8). É bom lembrar que os persas expediram quatro decretos em
referencia aos Judeus: os dois primeiros decretos pertenciam à reconstrução do Templo de Jerusalém, o terceiro
às finanças relativas ao sacrifício dos animais no Templo e o quarto decreto para a reconstrução da própria cidade
que foi até o ano 396 a.C..

b) 2º Grupo das semanas (Dn 9.25,26), 434 anos.

Nesse período surge o Messias e é morto. Os 434 anos vão de 397 a.C. até os dias da morte de Cristo.
Logo depois ocorre a destruição de Jerusalém pelos Romanos em 70 d.C. Conforme o versículo 26, após a morte
do Messias teria lugar a destruição de Jerusalém e a expulsão dos Judeus da Santa Cidade sendo dispersos para
as nações (Ez 36.19-20; Lc 21.24).
c) 3º Grupo de semanas (Dn 9.27), 7 anos.

O terceiro grupo de semanas é futura. Compare Dn 9.27 com Mt 24.15 que ainda não se cumpriram.
Esta ultima semana não começa enquanto Israel estiver disperso, fora da sua terra (Dn 9.26). No começo do
século passado Israel começou a voltar a sua terra.
Há um intervalo entre a 69ª e a 70ª semanas indicado no versículo 26 “e até o fim”. Neste intervalo
(que já vai para mais de 2000 anos), enquanto Israel é rejeitado a Igreja é formada e arrebatada para o céu.
Após o arrebatamento da Igreja terá inicio a 70ª semana de Daniel. Os sete anos que ocorrerá a
Tribulação.

1. Nesse período o que ocorrerá no céu.

1.1 O Tribunal de Cristo.

O julgamento dos crentes (2 Co 5.10; Rm 14.12; 1 Jo 4.17) será um julgamento do trabalho efetuado
por cada crente para Deus e da conduta do crente (1 Co 3.10-15). Trata-se mais da qualidade do trabalho feito do
que da quantidade de trabalho. Veja os materiais a serem julgados:

INDESTRUTÍVEIS DESTRUTIVEIS

OURO: simboliza a glória de Deus, se relaciona com as MADEIRA: representa a natureza humana (1 Co 3.3;
coisas celestiais (Ap 3.18; Jó 22.23-25). Lc 6.33,34)

PRATA: símbolo de redenção, resgate, sacrifício de FENO: representa aquilo que é seco sem renovação (Jr
Cristo (Ex 30.11-16; 1 Co 1.23). 23.28; Is 15.6).

PEDRAS PRECIOSAS: simboliza tudo o que se faz PALHA: representa a ausência de estabilidade (Ef
através do Espírito Santo (Fp 3.3; Rm 15.18-20; Gn 4.14) e também servidão (Ex 5.7) a palha não tem
24.53; 1 Co 12.4-6). sabor, fala dos crentes que não perseveram nos
caminhos do Senhor.

Será um julgamento da conduta de cada crente (2 Co 5.10). Do tratamento que dispensado aos
irmãos na fé (Rm 14.10; Gl 6.9,10; Tg 5.9; Mt 18.32-35). Se formos verdadeiros no íntimo (Sl 51.6) não há o
que temer nesse julgamento, pois o Juiz é justo e não haverá injustiças.
Esse julgamento da Igreja nada tem a ver com a salvação, pois esta se obtém mediante a fé e não por
obras. Como se trata de julgamento de obras, o resultado será recompensa, ou perda de recompensa.

1.2 As Bodas do Cordeiro.

“Regozijemo-nos, e exultemos, e demos-lhe a glória! Pois são chegadas as Bodas do Cordeiro, e já


a sua noiva se aprontou”.
As Bodas do Cordeiro se dará após o julgamento do Tribunal de Cristo, esse período será entre o
arrebatamento e a volta em glória de Cristo.
As Bodas do Cordeiro estão descritas através das parábolas de Jesus (Mt 22.2; Lc 12.35,36), da visão
de João (Ap 19.7), dos escritos do Apóstolo Paulo (Ef 5.25-29).
Paulo fez uma aplicação mística e Escatológica dizendo que ele apresentava os gentios convertidos,
como uma noiva pura e preparada para o noivo (2 Co 11.2).

a) O Esposo das Bodas.


Jesus Cristo, o Filho de Deus, será o noivo das Bodas do Cordeiro. João Batista apresentou Jesus
como o esposo (Mt 3.17; 17.5), e o próprio Jesus também o fez (Lc 5.32-35).

b) A Esposa do Cordeiro.
Será a Igreja que foi comprada e purificada no sangue do Filho de Deus (Ef 5.26,27).

c) O Anfitrião das Bodas.


Deus é apresentado como anfitrião das Bodas e preparando e depois enviando seus servos a
convidar hóspedes escolhidos (Lc 14.16-23).

d) As características da Noiva.

1. Estaria vestida de linho fino representando a justiça de Cristo outorgada a Igreja (Ap 19.8);
2. Purificada pela palavra (Ef 5.26);
3. Purificada no sangue do Cordeiro (Ap 5.9);
4. Gloriosa, pois a glória de Cristo lhe será conferida (Ef 5.27);
5. Sem mácula, contaminação (Ef 5.27);
6. Nem ruga. No grego “ruo” que significa “contrair” qualquer espécie de vinco na pele ou nas vestes;
7. Santa e sem defeito (Ef 5.27).

e) Algumas considerações.

A celebração das Bodas do Cordeiro será nos céus, pois somente li há ambiente adequado para nossa
união alegre e triunfal com Cristo. Nesta ceia o próprio Jesus há de servir os salvos sentados à mesa (Lc
12.35,37; 22.30; 13.28,29).

Na ceia serão cumpridas as palavras de Jesus: “E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei
deste fruto da vide, até aquele dia em que beba de novo convosco no reino de meu pai” Mt 26.29. A ceia do
cenáculo marcou o término da missão terrena de Jesus e deu início a Sua missão celestial (Jo 13.1-20). Após
aquela ceia Jesus desceu ao sombrio vale da batalha; de igual modo também, após a celebração da ceia das
Bodas, Ele descerá ao sombrio vale do Armagedom (Ap 19.11), a fim de por fim a batalha e implantar Seu reino
milenar.

Nas Bodas do Cordeiro Cristo e a Igreja se tornarão o centro das atenções de todos os seres celestiais
(Jo 17.24). No casamento a noiva será adornada de linho finíssimo, resplandecente e puro que é a justiça dos
santos (Ap 19.8). Haverá celebração da ceia do Senhor (Lc 22.16,27-30).

2. Nesse período o que ocorrerá na terra.

A palavra tribulação quer dizer “comprimir com força”, como se faz com as uvas no lagar ou como se
faz com a cana de açúcar no moinho. A Grande Tribulação abrange um período de sete anos, sendo os primeiros
três anos e meio chamado de Tribulação e os últimos três anos e meio de Grande Tribulação (Dn 7.25; Ap 13.5-
8), quando a Besta irá romper sua aliança com os Judeus e começar a persegui-los.

A descrição mais detalhada e completa é a que temos em Apocalipse capítulos 6 a 18. Os capítulos 6 a
9 abrangem a primeira fase, chamada Tribulação. Os capítulos 10 a 18 abrangem a segunda fase denominada
Grande Tribulação.
O sermão Escatológico de Jesus em Mt 24 e 25 nos oferecem outro relato desse período. Mateus 24.3-
14 fala da primeira fase, os primeiros três anos e meio chamados de Tribulação. Mateus 24.15-29 fala da segunda
fase, chamada de Grande Tribulação e Mt 24.30,31 fala da vinda de Jesus em glória.

2.1 A Tribulação (primeiros três anos e meio).

a) Apostasia total e generalizada entre os homens (2 Ts 2.3);

b) Retorno total dos Judeus à sua terra (Is 11.11,12; Os 3.5);

c) Reconstrução do Templo de Jerusalém.

O Templo será destruído pelo Anticristo durante a Grande Tribulação ao ser-lhe recusada a adoração
pelos Judeus (2 Ts 2.4; Mt 24.15; Ap 11.1,2). Medir tem o sentido de juízo.

d) O surgimento no cenário mundial da Besta ou Anticristo.


Trata-se de um homem de capacidade invulgar, personificando o diabo (2 Ts 2.3-9; Ap 13.1-
8,17,18). Ele se apresentará as nações como sendo o Messias redentor da humanidade (2 Ts 2.4,9; Ap 13.11-16).
Ele será um grande líder político.
O aluno deve ler cuidadosamente Daniel 7.24b,25; 2 Tessalonicenses 2.3-6; 1 João 2.18; Apocalipse
13.1-8. (2 Ts 2.7-10, tudo indica tratar-se do Falso Profeta, a que nos referiremos logo mais).
Em 1968 foi fundado em Roma o chamado Clube de Roma, sendo seus membros desde então,
personalidades de reconhecidamente mundial, na política, na economia, nas ciências e na educação. O objetivo
fundamental do clube é estudar o futuro da raça humana, considerando o seu passado e o seu presente, para
planejar o seu futuro. Uma das conclusões a que chegou o clube há poucos anos, é a de que a humanidade
necessita urgentemente de um governo único e centralizado para resolver seus problemas e suprir suas
necessidades.

Aqui está mais uma indicação da iminência do surgimento do super-homem de Satanás — a Besta,
que presidirã a confederação de nações. Talvez este homem já esteja aí, camuflado, aguardando apenas o
momento de manifestar-se, o que ele está impedido de fazer enquanto a Igreja do Senhor permanecer aqui. (2 Ts
2.7,8.) O “mistério da iniqüidade” aí mencionado é o diabólico principio oculto da rebelião contra Deus e contra a
autoridade constituída, a qual vem dele. Essa diabólica ação secreta, “subterrânea”, vem operando desde o
princípio do mundo, porém neste tempo do fim não haverá restrição para sua total manifestação e operação. O
rapto da Igreja ocorrerá antes dessa manifestação pública do Anticristo. Depois disso o pecado não conhecerá
limites.

O Anticristo será um homem personificando o Diabo, porém, apresentando-se como se fosse Deus.
“Este rei fará segundo a sua vontade, e se levantará e se engrandecerá sobre todo o deus; e contra o Deus dos
deuses; falará coisas incríveis, e será próspero, até que se cumpra a indignação; porque aquilo que está
determinado será feito” (Dn 11.36). “Ninguém de nenhum modo vos engane, porque isto não acontecerá sem que
primeiro venha à apostasia, e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se
levanta contra tudo que se chama Deus, ou objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus,
ostentando-se como se fosse o próprio Deus” (2 Ts 2.3,4).

A Besta ou Anticristo será uma personagem de uma habilidade e capacidade desconhecida até hoje.
Será o maior líder de toda a história; acima mesmo de qualquer famoso general ou governante mundial
conhecido. Será portador de uma personalidade irresistível. Sua sabedoria e capacidade serão sobrenaturais,
quando consideramos seus atos à luz do relato bíblico. Além da ação diabólica direta outros fatores contribuirão
decisivamente para a implantação do governo do Anticristo como poderio bélico, alta tecnologia e poder
econômico.

Será um grande demagogo. Influenciará decisivamente as massas com seus discursos inflamados (Ap
13.5). A Bíblia diz que toda a terra se maravilhará após a Besta (Ap 13.3). Ela exercerá uma influência e um
fascínio extraordinário sobre as massas. Como se fosse o messias redentor da humanidade. O Anticristo será
recebido ao aparecer como a solução dos problemas e crises sociais e políticas que fustigam o mundo inteiro, para
os quais os líderes mundiais mais capazes não encontram solução. É chamado o Homem da Iniqüidade, ou o
Homem do Pecado (2 Ts 2.3); ou o Chifre Pequeno (Dn 7.8); ou o Príncipe que há de vir (Dn 9.26); ou o Assírio
(Mq 5.5, Tradução Brasileira).

A derrocada das nações do Norte dará ao Anticristo autoridade total. Daí, com facilidade ele
conseguirá o controle da confederação de nações formada na área do antigo Império Romano, contornando o mar
Mediterrâneo. O leitor pode ver isso num bom mapa bíblico da região. Inicialmente, ele, para galgar o poder,
derribará três reis (Dn 7.24). Essa demonstração de força levará muitas nações a se entregarem. Além disso, ele
usará sua astúcia e habilidade sobrenaturais para novas conquistas. O engano marcará a sua atuação (Dn 8.25).
Muitas nações consentirão em ficar sob seu controle (Ap 17.13). Seu período de ascendência será de sete anos:
“Ele fará concerto com muitos por sete anos” (Dn 9.27).
Por que os homens crerão tão facilmente nas promessas do Anticristo? — Em 2 Tessalonicenses 2.9-
12 está a resposta: “Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais e
prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade
para serem salvos; é por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à
mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-
se com a injustiça”.

Quando o homem recusa a verdade de Deus, e resiste a ela, facilmente aceitará a mentira do Diabo,
seja ela qual for, mesmo que pareça impossível para nós que estamos na verdade e na luz divina. Lembremo-nos
disto!
O Anticristo surgirá da área do antigo Império Romano, porque em Daniel 9.26 está escrito que o seu
povo (isto é, o povo donde procede o Anticristo) destruíra a cidade de Jerusalém, e esse povo foi o romano, como
bem documenta a história. Talvez ele seja nativo da Síria, porque Antíoco Epifânio, tipo do futuro Anticristo, era
da Síria. (Mq 5.5).

e) Surgimento da segunda Besta ou Falso Profeta.

Este será um grande líder religioso (Ap 13.11-16). Daí a consumação de uma religião totalmente
inversa à de Deus (Ap 13.8,12; 2 Ts 2.4). O atual Movimento Ecumênico Mundial, bem como o Concilio Mundial
de Igrejas são indícios disso. Compare Jezabel unindo religiões em 1 Rs 18.19 com Ap 2.20.
O aluno deve ler Apocalipse 13.11-18. A personagem diabólica que acabamos de abordar é um
superlíder político, mas este é um superlíder religioso. Ele é mencionado três vezes como “Falso Profeta” (Ap
16.13; 19.20; 20.10). Ele é a segunda besta já mencionada no início deste ponto (Ap 13.11-18).
“Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como
dragão” (Ap 13.11). Os dois chifres falam do seu poder político (representativo), aliado ao seu poder religioso;
mas também fala de testemunho, por ser o número dois, representativo disso. Ele dará seu testemunho, mas este
será falso. Parecerá cordeiro: manso, inofensivo, brando e santo, mas no seu interior será um dragão destruidor.
Ele será o auxiliar direto do Anticristo; o seu Ministro de Cultos; um insuperável ministro religioso, mas
enganador.

Ele promoverá um incomparável movimento religioso mundial, unindo todos os credos, seitas,
filosofias, igrejas modernistas e ecumênicas, formando uma só igreja mundial. Fará muitos milagres. Milagres
falsos. “Também opera grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer a terra, diante dos homens”
(Ap 13.13). Mas esses milagres são pela eficácia de Satanás. São poder, sinais e prodígios da mentira (2 Ts 2.9).

O apóstolo Paulo teve a revelação dessas duas bestas: o Anticristo e o Falso Profeta, em 2 Ts 2.
Ali, os versículos 3 a 6, refere-se ao Anticristo; os 7 a 12, ao Falso Profeta. Não está dito que o Anticristo
fará milagres, mas o Falso Profeta, sim. É o caso de 2 Ts 2.9-11. O apóstolo João teve a visão das duas bestas,
em Apocalipse 13, como já explicitamos, e não apenas a revelação.
O Falso Profeta (ou Segunda Besta) é chamado em 2 Ts de “Iníquo”, que no original corresponde a
transgressor, o homem sem lei, o homem da desordem, o subversivo. É no original a palavra “ánomos”.

f) O surgimento de uma superigreja falsa mundial.

Há por toda parte muita gente religiosa, mas insatisfeita, e que deseja uma igreja única, mundial,
onde tudo, ou quase tudo seja permitido. Não é uma Igreja como Jesus quer, como vemos no livro de Atos dos
Apóstolos, mas uma igreja como eles e elas querem; é o mundo dentro da igreja, e a igreja dentro do
mundo. De uma tal união ilícita, surgirão “filhos” a quem, quando Jesus vier, com certeza dirá: “Em verdade vos
digo que não vos conheço” (Mt 25.12). São filhos não nascidos do Espírito, mas de uma religião mista, humanista
e mundana. O Concílio Mundial de Igrejas formado em 1948, em Amsterdã, Holanda, está aí, à frente do
movimento ecumênico mundial, acenando para todos, e muitos estão indo para lá. O atual movimento carismático
também se inclina na direção de uma igreja, mundial ou unificada. Falam muito de união, mas pouco de
separação para posse e uso de Deus. Pouco liga para a sã doutrina bíblica, dão vazão ao excesso, ao fanatismo
religioso, especialmente nas áreas do ministério evangélico, de línguas estranhas, dons espirituais, visões,
revelações, etc.

Sim, haverá uma superigreja mundial nos últimos dias. Será uma igreja muito rica, que terá o apoio
da Besta. Seu perfil esta em Apocalipse 17. De acordo com Mateus 24.23-26; 2 Timóteo 3.1,5; Apocalipse 13.13-
16, os últimos tempos da atual dispensação serão de grande religiosidade (falsa), pois o Diabo sabe muito bem da
importância da religião para embalar o espírito do homem; para acalentá-lo.

Essa superigreja com sua atraente religião se consolidará pelo intenso trabalho “evangélico” do Falso
Profeta, com suas grandes cruzadas, e de seus auxiliares. Será uma religião inversa à de Deus. Seu ponto alto
será a adoração de um homem, o super-homem de Satanás (2 Ts 2.4; Ap 13.8, 12). A sede desse culto será em
Jerusalém (Mt 24.15).
A grande apostasia, de que já tratamos nesta Lição, preparará o caminho para esta falsa religião.

O único ecumenismo que convém à Igreja do Senhor é o de João 17.21: “A fim de que todos sejam
um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me
enviaste”. Tal ecumenismo vem da nossa união real e vital com Deus. Em Adão, todos somos irmãos por
descendência natural, mas em Cristo só podemos ser irmãos mediante o novo nascimento, a conversão operada
pelo Espírito Santo na criatura.

g) Paz e prosperidade na terra, porém falsas.

“Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vem a
dor do parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão” (1 Ts 5.3). “Vi, então, e eis um cavalo
branco e o seu cavaleiro com um arco; e foi-lhe dado uma coroa; e ele saiu vencendo e para vencer” (Ap 6.2).

Estas passagens bíblicas e outras semelhantes, falam da paz e prosperidade que a terra
experimentará no princípio do governo centralizado da Besta. (Dn 11.36) Ela convencerá o mundo de que acaba
de raiar a era da paz e do progresso com que a humanidade sonhava. A política, a religião, a economia, e a
ciência serão suas metas principais. A ciência atingirá um ponto nunca alcançado. Todo esse progresso será falso,
porque será superficial e porque durará pouco. Logo depois, a Besta revelará seu verdadeiro caráter maligno, ao
mesmo tempo em que os juízos desencadeados do Céu, sob os selos, as trombetas e as taças do Apocalipse
capítulos 6 a 18, porão tudo a descoberto, mostrando que as multidões foram totalmente iludidas.

h) O cavaleiro e seu cavalo (Ap 6.2).


Este cavalo e sua cor branca falam de conquista, paz, e vitória. O cavalo nas guerras antigas era
artigo de primeira necessidade. O arco do cavaleiro fala do longo alcance e amplitude de seus empreendimentos.
A sua arrancada será, a princípio, vitoriosa, inclusive porque não enfrentará qualquer protesto e oposição da
verdadeira igreja; pois os crentes fundamentalistas, pré-milenialistas, a quem eles chamavam de antitados,
atrasados, exagerados, anti-sociais, antiecumênis e outros epítetos, eles, nesse tempo, estarão na glória do
Senhor.
A coroa, o cavalo branco é a arrancada vitoriosa do Anticristo, tudo fala dele como o falso messias,
solucionador de crises mundiais. Seu governo será a falsificação do Milênio de Cristo. Sim, ele imita o Cristo
verdadeiro, que monta o cavalo branco. “Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e
Verdadeiro, e julga peleja com justiça” (Ap 19.11).

Muitos acham que o cavaleiro de Apocalipse 6.2 é Cristo: mas não pode ser, porque Cristo é quem
abre o selo do versículo 1, que, juntamente com o versículo 2, trata do cavaleiro e seu cavalo branco. Isto é
incoerência e até imaturidade. O branco aí representa a paz e a prosperidade que o Anticristo a princípio
promoverá. E os que compõem a comitiva de Cristo, são de se esperar que sejam de melhor qualidade, não como
os que são vistos no capítulo de Apocalipse 6.2. A comitiva de Cristo é de exércitos do céu. “Seguiam-no os
exércitos que há no céu”. (Ap 19.14). Já em Apocalipse 6.3-8, vemos uma comitiva macabra, aterradora, infernal.
No versículo 4 vemos discórdia, luta e morte; Cristo sempre promoveu a paz entre os homens. No versículo 6
vemos apenas muita fome, Cristo saciou os famintos e ensinou pelo exemplo a filantropia. No versículo 8 vemos
doença, peste, guerra, e morte, Cristo sempre repreendeu o mal e nunca assistiu a um funeral. Logo o cavaleiro e
seu cavalo branco, em Apocalipse 6.2, falam da falsa paz e prosperidade mundial que o Anticristo forjará e
apresentará ao mundo, ao emergir no cenário internacional. (1 Ts 5.3.)

i) O numero da Besta - 666.

Deixamos para abordar e assunto aqui, em vez de apresentá-lo no início do capítulo, quando
tratamos da Besta que saiu “do mar” (Ap 13.1), por causa do assunto ora em tratamento.
A Besta terá um nome, no momento desconhecido. O número resultante desse nome será 666. “Para
que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta, ou o número do seu
nome. Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem.
Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis” (Ap 13.17,18).
Três coisas a Bíblia diz sobre a Besta: nome, número, e marca. No momento, só o seu número nos é
revelado — 666. A pessoa e o nome serão revelados após o arrebatamento da Igreja. (2 Ts 2.7,8) Portanto, os
que estão aguardando o arrebatamento não necessitam saber disso agora; os que aqui ficarem, esses, sim,
saberão... O número repetido três vezes no nome da Besta fala da suprema exaltação do homem, cujo número na
numerologia bíblica é 6. As três vezes podem significar o homem exaltando-se a si mesmo como se fosse Deus,
como está dito em 2 Ts 2.4. O número do Deus trino é 3.

Quanto à Besta ter número, convém notar que as nações mais adiantadas projetam pôr em prática
um sistema de números permanentes para todos os seus cidadãos, a partir do nascimento ou da naturalização,
visando o controle total da população. Os computadores já estão fazendo isso, controlando animais e
mercadorias. Entramos na era em que tudo será controlado à base de números. Em todos os países já há muita
coisa controlada à base de números permanentes.

2.2 A Grande Tribulação (últimos três anos e meio).

Terá lugar entre o arrebatamento da Igreja e a volta de Jesus em glória (Mt 24.21; Dn 9.27).
A Grande Tribulação assolará em primeiro plano os Judeus, visando leva-los ao arrependimento (Zc
12.10,11; 13.8,9; Jr 30.7). A terra toda sofrerá os horrores da Grande Tribulação (Jr 25.32; Mt 24.29; Lc 21.26).

a) A intervenção divina. Israel reconhecerá, juntamente com as demais nações da terra a operação
divina e libertadora (Ez 39.21,22). Israel buscará a Deus, começando assim o derramamento do Espírito Santo.
Vejamos isso na profecia de Joel 2.20 o Senhor destroçando os invasores e em Joel 2.28 a promessa do
derramamento do Espírito Santo. Essa promessa teve cumprimento parcial no Dia de Pentecostes (At 2.16,17) e
terá pleno cumprimento onde muitos Judeus serão salvos.

b) Uma evidencia é que no Dia de Pentecostes não se cumpriram os sinais preditos em Joel 2.30,31,
o que ocorrerá somente durante a Grande Tribulação (Mt 24.29; Ap 6.12-14; At 2.19,20).

c) Entre os Judeus salvos Haverá 144.000 selados. O selo certamente é o mencionado em Ap 14.1.
São representantes das tribos de Israel. Certamente dentre eles sairão missionários que levarão ao mundo a
Palavra de Deus (Is 66.19). Eles substituirão a Igreja na obra de testemunhar. Deus nunca ficou sem testemunho,
nem mesmo durante a apostasia de Israel (1 Rs 19.18,19; Rm 11.5).

A mensagem que eles pregarão não é o Evangelho que conhecemos, mas o chamado evangelho do
reino (Mt 24.14), o qual anuncia a iminente volta do Senhor á terra e o julgamento das nações impenitentes. Esse
evangelho foi anunciado por João Batista (Mt 3.2), por Jesus (Mt 4.23), e pelos doze apóstolos (Mt 10.7), mas
como os judeus rejeitaram o Rei, o Evangelho passou a ser anunciado a todas as nações (Mt 28.19).
As palavras de Jesus em Mateus 10.23, sem dúvida referem-se á esse tempo em que os judeus
pregarão o Evangelho antes da sua volta. Os pormenores do contexto da passagem em foco mostram tratar-se de
eventos futuros: “Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo
que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do Homem”.

O testemunho dos Judeus salvos durante a Grande Tribulação resultará numa grande multidão de
salvos dentre todas as nações (Ap 6.9-11; 7.9,13,14; Mt 25.42,43). O Evangelho do reino é constituído de ensino,
pregação e milagres (Mt 4.23). Sofrerão muito, serão martirizados, ressuscitando antes do Milênio, para dele
participarem com Cristo (Ap 20.4).

d) Haverá salvação durante a Grande Tribulação?

Antes de estudarmos a resposta a essa pergunta precisamos nos livrar de paradigmas e


preconceitos de raciocínios puramente humanos.
Sim, é a resposta (Ap 6.9-11; 7.9-14; 20.4; At 2.17-21). Como o povo era salvo antes da
Dispensação da graça? (At 15.11; Gl 3.8).

O JULGAMENTO DAS NAÇÕES

Quando Jerusalém estiver cercada dos exércitos das nações confederadas sob a Besta, e os Judeus
estiverem sem mais qualquer esperança de salvação, a ponto de serem tragados pelo inimigo, então clamarão
angustiados a Deus (Is 64.8-12).
É nessa situação critica de Israel que o Senhor Jesus descerá, em seu socorro, sobre o monte das
Oliveiras, em Jerusalém (Is 52.8; Zc 14.4,5; Ap 1.7; 19.11-16).

1. Como será o julgamento.

No capítulo 25 de Mateus Jesus declara que reunirá todas as nações na Sua presença, para serem
julgadas (Mt 25.31-46). O julgamento é de nações e não de indivíduos (Mt 25.32). O grego diz “panta ta ethne” e
significa “todas as nações”. Certamente as nações comparecerão mediante seus representantes. O propósito
desse juízo será determinar quais as nações que terão parte no Milênio. Algumas nações serão desarraigadas e
desaparecerão como nações e outras ingressarão no reino do Filho de Deus. O mapa do mundo sofrerá muitas
alterações (Zc 14.16).
O juízo será no final da Grande Tribulação e antes de iniciar o Milênio. Conforme Mt 25, haverá três
classes de nações ou grupo de povos relacionados com esse julgamento:

• “Nações bodes” quanto aos gentios (Mt 25.33);


• “Nações ovelhas” quanto a Israel (Mt 25.33);
• “Irmãos de Jesus” segundo a carne (Mt 25.40).

Jesus separará como um pastor separa as ovelhas dos cabritos. Somente “nações bodes” e “nações
ovelhas” serão julgadas. “Irmãos” devem ser os Judeus, irmãos de Jesus segundo a carne (Mt 28.10). “Ovelhas”
devem ser os povos pacíficos, amigos, protetores e defensores de Israel. Estas ovelhas se tornarão as nações
que herdarão a terra durante o reino milenar (Is 11.10; Ap 20.4; Mt 19.28; Mt 25.34). “Bodes” devem ser os
povos sanguinários, belicosos e perseguidores de Israel e que seguiram e adoraram o Anticristo.
Os povos tipo “bodes” serão lançados vivos no inferno, como ocorreu em Armagedom à Besta e aos
que a adoraram (Mt 25.41,46). Os anjos terão um papel importante nesse juízo (Mt 13.41,42; 24.31).

2. A base desse juízo.

A base para o julgamento será a maneira como as nações trataram os “irmãos de Jesus” (Jl 3.2; Mt
25.41,42), especificamente o remanescente fiel de Israel que dará testemunho de Cristo durante a Tribulação e
não se curvará diante da Besta (Ap 7.11,12). Deus já havia declarado isso no pacto com Abraão (Gn 12.3; Zc
12.3). Quanto ao juízo de Israel esse já teve lugar um pouco antes, durante a tribulação: “Tirar-vos-ei dentre os
povos, e vos congregarei das terras nas quais andais espalhados, com mão forte, com braço estendido e
derramado furor. Levar-vos-ei ao deserto dos povos, ali entrarei em juízo convosco, face a face. Como entrei em
juízo com vossos pais, no deserto da terra do Egito, assim entrarei em juízo convosco, diz o Senhor Deus. Far-
vos-ei passar debaixo do meu cajado, e vos sujeitarei a disciplina da aliança”, Ez 20.34-37 (Zc 13.8,9).

3. O local desse juízo.

É o vale de Josafá (Jl 3.2,12). Esse vale é até hoje desconhecido; nunca existiu. Talvez seja formado
pelo fenômeno sobrenatural de Zacarias 14.4, no momento em que Jesus descer a terra. Certamente nessa
mesma ocasião será formado o vale de Sitim, também desconhecido, mas mencionado em Jl 3.18.
O MILÊNIO

O Milênio é um período de mil anos, predito pelos profetas como sendo o reinado Messiânico, ou seja,
o reinado do céu estabelecido na terra, inaugurando uma nova dispensação, a sétima. Não será o fim nem a
consumação de todas as coisas.

1. Algumas teorias a respeito do Milênio.

1.1 Amilenismo.

Os teólogos amilenistas negam a realidade literal do Milênio. Dizem tratar-se de um símbolo para
descrever um período de paz espiritual e não de um governo teocrático na terra. A teoria amilenista é refutada
quando consideramos as profecias do Antigo Testamento relacionadas ao primeiro advento de Cristo e seu
cumprimento literal, confirmando que as profecias devem ser entendidas literalmente e não alegoricamente.

1.2 Pré-Milenista.

Os teólogos desta teoria sustentam que o reino milenial de Cristo na terra é literal e corporal, antes de
se iniciar o período milenar, e o próprio Cristo irá instituir o Seu reinado na terra, quando todas as promessas e
alianças de Deus a Israel serão cumpridas de forma literal, sendo um reinado de paz, prosperidade e justiça a
todos. Acreditam que o Milênio vira após a Grande Tribulação de modo dramático e cataclísmico e que se encera
quando Satanás é solto da prisão e faz guerra a Cristo e a seus santos, e o Senhor derrota pela ultima vez a
Satanás e seus seguidores (Is 9.7; Dn 7.14).

1.3 Pós-Milenista.

Os teólogos dessa teoria sustentam que o Milênio ocorrerá antes da revelação de Cristo em glória. A
creditam que com a pregação do Evangelho todo o mundo será convertido e submetido a Cristo e, após essa
conversão mundial é que Cristo irá reinar durante mil anos. Esse sistema acredita que a Igreja passará a Grande
Tribulação. Esse sistema de interpretação é totalmente eliminado em nossos dias.

2. O Milênio ilustrado em miniatura (Lc 9.27-31).

Aí vemos:
2.1 Jesus em glória e não em humilhação;

2.2 Moisés representando os santos que dormiram no Senhor;

2.3 Elias representando os santos transladados;

2.4 Pedro representando os santos que estão vivos;

2.5 A multidão ao pé do monte, representando as nações que terão um lugar no Milênio;

2.6 O tema do Milênio: a morte expiatória do Cordeiro de Deus (Lc 9.31).

3. O Milênio é o maravilhoso reinado de Cristo na terra por mil anos (Ap 5.10; 20.4-7; Is
65.20,21,25; Dn 2.35,44; Lc 1.32,33).
4. É ansiosamente aguardado pelos Judeus (Mt 19.28; Lc 2.38; At 1.6,7).

Jesus não lhes tirou essa esperança, apenas não revelou o tempo e à hora do seu cumprimento. É
essa esperança que tem impulsionado os Judeus regressar à sua pátria e também motiva seu rápido progresso.

5. Toda a criação aguarda esse tempo para a sua libertação das conseqüências do pecado a
que ficou sujeita desde a queda do homem (Rm 8.19-23).

6. O Milênio será a resposta aos milhares de orações do povo de Deus em todos os tempos:
“Venha o Teu reino”! (Mt 6.10).

7. O Milênio ocorrerá após a volta de Jesus (Ap 20.2,4,6,7).

8. Toda oposição a Deus será neutralizada durante o Milênio (1 Co 15.24-28).

9. Satanás será preso durante os mil anos (Ap 20.1-3).

10. O reino de Cristo será único e universal (Zc 14.8-10; Dn 7.14; Fp 2.11).
Ouvir-se-á a canção dos reis da terra em louvor ao Senhor (Sl 138.4,5; 72.11).
No Milênio cessará toda e qualquer supremacia de nações, com exceção de Israel, que será a cabeça
das nações, sendo Jerusalém a capital do mundo (Is 2.2-4; 11.10-12; Zc 8.22,23; Jr 3.17; Is 60.3; 66.20).
O Egito será uma nação temente a Deus e unida a Israel (Is 19.21-25).

11. Estará em evidencia o Templo Milenial (Zc 6.12,13,15; Ez 40.44).

12. A cidade de Jerusalém celeste descerá e pairará nas alturas, acima da Jerusalém
terrestre (Is 2.2; 4.5; 24.23; Mq 4.1).

13. Todo mundo verá a glória de Deus manifesta (Is 35.2; 40.5; Sl 72.19).

14. A Igreja estará glorificada com Cristo na Jerusalém celeste, como povo especial e
escolhido (Cl 3.4; 1 Pe 5.1; Rm 8.17,18,30).

15. O pecado e seus males não serão tolerados, nem de leve (Sl 2.10-12; Is 60.12; 65.20;
Hb 10.26).

16. A paz e a justiça irão prevalecer entre as nações (Mq 4.3; Is 11.5; 32.17,18).

17. Pleno derramamento do Espírito Santo (Is 32.15; Ez 36.27; 39.22; Zc 12.10).

18. A vida humana será prolongada como no princípio (Is 65.19-22; 35.3; Zc 8.4).

19. Haverá mudança na natureza animal (Is 11.6-8; 65.25; Ez 34.25). A sua ferocidade será
removida.

20. Haverá mudança no relevo do solo (Zc 14,10).

21. Classes de povos participantes do Milênio:

a) Crentes glorificados:
• Salvos do Antigo Testamento;
• Salvos do Novo Testamento;
• Salvos durante a Grande Tribulação.

b) Povos naturais:
• Judeus sobreviventes da Grande Tribulação;
• Gentios poupados do julgamento das nações;
• Povos nascidos durante o Milênio.

22. Toda terra se encherá da glória do Senhor, inclusive a restauração da natureza (Nm
14.21).

23. Israel possuirá toda a terra prometida a Abraão.

“Naquele mesmo dia, fez o Senhor aliança com Abraão, dizendo: À tua descendência darei esta terra,
desde o rio do Egito até o grande rio Eufrates...” Gn 15.18 (Gn 17.8; Ex 23.31; Is 54.3).

EVENTOS FINAIS

1. A ultima revolta de Satanás.

1.1 No final da execução do plano de Deus para este mundo ocorrerão três grandes conflitos ou
guerras. O primeiro está descrito em Ezequiel 38,39. Um bloco de nações lideradas pela Rússia invadirá Israel no
inicio da Tribulação (ou um pouco antes). Deus irá intervir de modo sobrenatural a favor de Israel destruindo os
invasores.

1.2 O segundo conflito armado é o descrito por Zacarias 14.1-4; Jl 3.9,12; Ap 16.13-16; 19.11-21.
Agora o Anticristo liderando todas as nações do mundo avança para exterminar Israel. O Senhor Jesus descerá do
céu e destruirá todos os exércitos atacantes. O Anticristo e o Falso Profeta serão lançados vivo no Lago de Fogo e
Enxofre e Satanás será preso por mil anos. Isso ocorrerá no final da Grande Tribulação.

1.3 O terceiro conflito é o de Apocalipse 20.7-10. Satanás engana e subverte as nações contra Deus.
O Todo-Poderoso derramará fogo do céu e consumirá a todos. Satanás será então lançado no seu lugar definitivo:
Lago de Fogo e Enxofre. Isso ocorrerá no final do Milênio.

2. Gogue e Magogue (Ap 20.7-10).

São as nações rebeladas contra Deus, instigadas por Satanás, e conduzindo um furioso ataque contra
os santos (Ap 20.8). Não se trata absolutamente de Gogue e Magogue de Ezequiel 38 e 39. Em Apocalipse 20, a
expressão é empregada simbolicamente, representando os últimos inimigos de Deus e do Seu povo. Ezequiel
trata de um evento e Apocalipse de outro. Vejamos as diferenças dos dois conflitos:

GOGUE em Ez 38 e 39 GOGUE em Ap 20

Ez 38.2-6 Gogue é um bloco de nações Ap 20.8 Gogue são todas as nações


Ez 38.6,15 Gogue vem do Norte Ap 20.8 Gogue envolve toda a terra
Ez 38.16 Gogue age por ato divino Ap 20.7,8 Gogue é movido pelo diabo
Ez 38.21,22 Gogue é destruído por espada Ap 20.9 Gogue é destruído por fogo do céu
Ez 39.11-13 Gogue é sepultado em Israel Ap 20.9 Gogue é totalmente consumido pelo fogo
Ez 38 e 39 Gogue vem antes do Milênio Ap 20 Gogue vem depois do Milênio

2.1 Porque Satanás será solto após o Milênio.

Ao fim do Milênio, Satanás será solto por um curto espaço de tempo (Ap 20.7). Essa liberdade de
Satanás terá alguns objetivos:

a) Provar os que nasceram durante o Milênio. Nem Jesus foi isento de tentação;

b) Revelar que o coração humano não convertido permanece o mesmo, ainda que esteja sob o
governo pessoal de Cristo. Hoje o homem culpa o diabo por suas maldades, infortúnio, transgressões e quedas. O
diabo não irá tentar no Milênio e as bênçãos não irão transformar o coração do homem. O problema não é de
ambiente e sim do coração;
c) Mostrar pela ultima vez como a natureza humana é pecaminosa, e que o homem por si só, jamais
se salvará, ainda que lhe de as melhores condições. O homem falhou antes da queda, sob a lei, a graça e agora
sob as condições gloriosas do Milênio.

d) Mostrar que Satanás é totalmente incorrigível. Após passar mil anos na prisão, ele é o mesmo de
sempre.

2.2 O julgamento dos anjos decaídos.

É consentâneo crer que os anjos decaídos, tanto os livres que trabalham para Satanás, bem como os
aprisionados (Jd 6), e os demônios serão julgados agora, juntamente com Satanás a quem eles seguiram,
obedeceram e serviram (Mt 8.29; Lc 8.31; 2 Pe 2.4; Jd 7; Ap 20.10).
Certamente a Igreja estará associada neste juízo, pois travou combate contra o diabo e suas hostes (1
Co 6.3; Mt 25.41).

3. O grande Trono Branco (Ap 20.11,12).


Nessa ocasião, os ímpios mortos de todas as épocas ressuscitarão com seus corpos literais e
imortais, porém carregados de pecados (Mt 10.28; Ap 20.11-15). Esse julgamento é para a aplicação da
sentença, pois já estão condenados desde o momento que não creram no Filho de Deus como salvador (Jo 3.18).

3.1 “De cuja presença fugiu a terra e o céu” (Ap 20.11).

Assim como o sol ao nascer ofusca a lua e as estrelas devido a superior claridade do sol, o mesmo
acontecerá com a terra e o céu quando o Filho de Deus se manifestar na Sua excelsa glória para julgar os mortos.
É a glória que eles se privaram de participar quando em vida escolheram viver no pecado. No juízo das nações
Jesus fez o mesmo, ante os vivos, aparecendo cheio de glória e majestade (Mt 24.30; 25.31).

3.2 “Os mortos, grandes e pequenos, postos em pé, diante do trono” (Ap 20.12).

Grandes e pequenos aí tem a ver com importância, posição, prestigio, influencia, e não com tamanho
ou idade (Mt 10.42; At 8.10; 26.22; Ap 11.18; 13.16; 19.5,18).

3.3 O julgamento e os livros do céu (Ap 20.12).


Alguns desses livros devem ser:

• O livro da consciência (Rm 2.15; 9.1);


• O livro da natureza (Jó 12.7-9; Sl 19.1-4; Rm 1.20);
• O livro da lei (Rm 2.12; 3.20);
• O livro do Evangelho (Jo 12.48; Rm 2.16);
• O livro da nossa memória (Lc 16.25; Mc 9.44; Jr 17.1);
• O livro dos atos dos homens (Ml 3.16; Lc 12.7; Ap 20.12).
• O livro da vida (Sl 69.28; Dn 12.1; Lc 10.20; Fp 4.3; Ap 20.12). Certamente para
provar aos perdidos que seus nomes não estão ali escritos.
3.4 Os que morreram sem conhecer o Evangelho.

Quanto a estes deixemos com Deus. Ele é perfeito em justiça e terá uma lei para julgar os que
pecaram sem lei, isto é, sem conhecerem a lei (Rm 2.12). Ninguém é inocente diante de Deus, nem os pagãos
(Rm 2.15; 10.18; Jó 12.7-9; Sl 19.3,4; Is 6.3b). O juiz de toda a terra saberá fazer justiça (Gn 18.25). Ele é o
juiz dos que morreram (At 10.42).

3.5 Os mortos salvos durante o Milênio.

Certamente ressurgirão e serão recompensados nessa ocasião, o que também explica a presença do
livro da vida nesse momento.
O julgamento dos mortos ímpios será de acordo com as obras de cada um, portanto, haverá
diferentes graus de castigo (Mt 11.21-24; Lc 12.47,48; Ap 20.12).

4. A renovação dos céus e da terra.

Uma vez Satanás lançado no Lago de Fogo e Enxofre, seu lar definitivo, Deus começa a estabelecer
seu reino eterno. (2 Pe 3.7,10-12). E é de considerar que a terra esta envolta em oxigênio e hidrogênio, dois
gases altamente inflamáveis (Is 65.17; Hb 12.26-28; Ap 21.1). Somente obras humanas serão consumidas (Hb
12.27; 2 Pe 3.10). O mesmo Deus que preservou a sarça de se consumir (Ex 3.2), e tornou imunes ao fogo os
três jovens hebreus (Dn 3.25), também pode preservar o povo salvo saído do Milênio, e tudo mais que Ele quiser,
durante essa renovação dos céus e da terra (Is 51.16).

4.1 Porque os céus e não somente á terra, são expurgados?

Desde que Satanás foi expulso do céu com os anjos que o seguiram na sua rebelião contra Deus, o
espaço tem sido a sede de suas atividades e a terra o principal campo disso (Jó 2.2; Ef 2.2; 6.12). Durante a
Grande Tribulação Satanás foi expulso dos céus para a terra (Ap 12.8,9,12). Após o Milênio ele e seus anjos são
postos no seu lugar definitivo (Ap 20.10).
O espaço sideral está contaminado pela ocupação de Satanás e seus agentes (Jó 15.15; Ec 10.20; Mt
13.4,19). Assim vemos que esse ato divino extinguirá o pecado de todo o universo. Teremos o pleno cumprimento
de João 1.29, onde mundo é o “kosmos” no original, que na Bíblia implica a humanidade e o mundo físico.

O ETERNO E PERFEITO ESTADO

Jesus fez menção desta era perfeita em Lucas 20.35, que a Versão Atualizada traduz por “era
vindoura”, e a Versão Corrigida, por “mundo vindouro”. Apocalipse capítulos 21 e 22 descrevem literalmente as
glórias deste maravilhoso estado eterno. “Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra
passaram, e o mar já não existe” (Ap 21.1,5).

Aqui finda o tempo na história humana e começa o “dia eterno”, de 2 Pedro 3.18 (ou “dia da
eternidade”, como registra a Versão Corrigida). A santa cidade de Jerusalém celestial baixará de vez sobre a
terra, a nova terra, que tem seu relevo totalmente diferente, “Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que
descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo” (Ap 21.2.10). “Porque, como
os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim, diz o Senhor, assim há de estar a vossa
posteridade e o vosso nome” (Is 66.22).

Todas as coisas terão sido restauradas. “Ao qual é necessário que o céu receba até os tempos da
restauração de todas as cousas, de que Deus falou por boca de seus santos profetas” (At 3.21).

A Igreja, em estado de glória e felicidade eterna governará a terra sob Cristo. “Mas os santos do
Altíssimo receberão o reino, e o possuirão para todo o sempre, de eternidade em eternidade”. “O reino e o
domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu, serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu
reino será reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão” (Dn 7.18,28).
À medida que a eternidade for “passando”, conheceremos mais e mais da sabedoria e do poder
insondável de Deus. As infinitas belezas celestiais não reveladas começarão a ser conhecidas. “Mas como está
escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem
preparado para aqueles que o amam” (1 Co 2.9). Os maravilhosos e profundos mistérios de Deus começarão a
ser conhecidos 1 Co 4.5 diz: “Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que venha o Senhor, o qual não
somente trará à luz as cousas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e então
cada um receberá de Deus o louvor”. Esta é uma das razões por que Jesus vem revelar e explicar os grandes
segredos que hoje tanto nos intrigam, mas que nossa mente não os alcançaria se hoje fossem revelados.
Os salvos oriundos do Milênio viverão para sempre na terra, mediante a árvore da vida (Ap 22.2), não
mediante a ressurreição, nem porque passaram do estado mortal para o imortal.

Jesus, em sua forma humana, pessoal, a qual jamais deixará, estará eternamente associado ao Pai na
regência do Universo, conforme a promessa divina feita a Davi: “Este edificará uma casa ao meu nome, e eu
estabelecerei para sempre o trono do seu reino”. “Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre
diante de ti; o teu trono será estabelecido para sempre” (2 Sm 7.13,15). “Este será grande e será chamado Filho
do Altíssimo; Deus lhe dará o trono para sempre sobre a casa de Jacó, e o Seu reinado não terá fim” (Lc 1.32,33).
“O reino do mundo se tornou do Nosso Senhor e do seu Cristo, e Ele reinará pelos séculos dos séculos” (Ap
11.15).

1. As perfeições do eterno e perfeito estado.

Se pudéssemos todos apreciar de fato, pela visão do Espírito, o que é o céu, a eterna bem-
aventurança do salvos, teríamos tanto desejo de ir para lá, e nos desprenderíamos tanto das coisas daqui, que o
diabo não teria um só torcedor; um só amigo seu na terra. Inúmeros crentes por não terem essa visão estão
demasiadamente presos às coisas deste mundo, que jaz no Maligno (1 Jo 5.19).

1.1 Santidade perfeita.

“Nunca mais haverá qualquer maldição” (Ap 22.3). Isto é, não haverá mais pecado, o que resultará
em santidade perfeita. Foi o pecado que trouxe toda sorte de maldição. (Gn 3.17; Gl 3.13).

1.2 Governo perfeito

“Nela, na Nova Jerusalém, estará o trono de Deus e do Cordeiro” (Ap 22.3). O homem não tem sabido,
nem podido governar bem a terra. Todas as tentativas humanas nesse sentido fracassaram: dos gregos, através
da cultura; dos romanos, através da força e da justiça; e dos governantes dos nossos tempos, através da ciência
e da política. Mas Cristo exercerá um governo perfeito, no seu tempo. Nunca jamais haverá desordem,
insatisfação, injustiça. Esta é a última menção de Cristo como “Cordeiro”, dentre as vinte e oito do livro de
Apocalipse. É solene o fato de que a última menção de Cristo como “Cordeiro” está associada ao seu governo do
Universo.

1.3 Serviço perfeito.

“Os seus servos o servirão” (Ap 22.3). O maior privilégio do homem é servir a Deus. O trabalho
para Deus será então perfeito. Culto perfeito. Atividades perfeitas. Certamente, a partir daí será ocupado o infinito
Universo. Quantas maravilhas aguardam os salvos ali!

1.4 Visão perfeita.

“Contemplarão a sua face” (Ap 22.4). Somente com uma visão perfeita será isso possível. O que não
será um só olhar para o seu rosto? Aqui nesse mundo dificilmente um servo vê a face de seus senhores. Nós
veremos a face do Senhor!

1.5 Identificação perfeita.


“E nas suas frontes está o nome dEle” (Ap 22.4). Nome na Bíblia fala de caráter; daquilo que a pessoa
de fato é. Haverá então uma perfeita identificação entre Deus e os seus remidos (Ex 39.30).

1.6 Iluminação perfeita.

“Então já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol porque o Senhor
Deus brilhará sobre eles” (Ap 22.5). O nosso conhecimento será perfeito dentro do plano humano, em glória (1 Co
13.12).

1.7 Interação perfeita.

“E reinarão pelos séculos dos séculos” (Ap 22.5), isto é, todos juntos, harmonicamente, e sempre (Ef
2.7; 3.8; 1 Co 15.28). Deus será então tudo em todos e para sempre continuará o eterno e perfeito estado.

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