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UNIVERSIDADE DE COIMBRA
CARACTERIZAÇÃO FÍSICO - MECÂNICA DOS ARENITOS DE OLHO MARINHO - VILA NOVA DE POIARES
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
Departamento de Ciências da Terra
Orientadores científicos
Setembro de 2016
I.AGRADECIMENTOS
Desejo expressar o meu agradecimento e reconhecimento a todas as pessoas que
de uma forma direta ou indireta, contribuíram para a materialização do presente
trabalho. De modo particular, o meu agradecimento vai para:
Aos meus orientadores, Professor Doutor Fernando Pedro Ortega de Oliveira
Figueiredo e professor Doutor Pedro Gomes Cabral Santarém Andrade, pela
orientação, pelas sugestões dadas, pela paciência, disponibilidade e incentivo não
apenas durante a realização deste trabalho mas também ao longo de todo o curso.
A professora Doutora Lídia Maria Gil Catarino, pela disponibilidade e explicação que
me providenciou na descrição petrográfica.
Ao senhor João Moura, funcionário do Departamento de Ciências da Terra da
Universidade de Coimbra, pela disponibilidade e apoio prestados na instalação e
manutenção de alguns equipamentos usados na preparação e realização de alguns
ensaios laboratoriais deste trabalho.
Aos meus amigos e colegas do curso, pela amizade e apoio moral que me deram ao
longo desta etapa do percurso académico.
A toda a minha família pelo apoio material e moral incondicionais que me deram ao
longo de toda a minha vida.
A direção do Instituto Superior Politécnico de Tete, pela oportunidade e apoio
financeiro para a continuação dos meus estudos.
A toda comunidade académica da Universidade de Coimbra pelo apoio direto e
indireto na resolução de vários problemas académicos que tive ao longo do meu
curso nesta Universidade.
Por último, a todos, o meu MUITO OBRIGADO.
i
II.RESUMO
O presente trabalho pretende contribuir para a caracterização física e mecânica dos arenitos
localizados nas proximidades do Olho Marinho, Vila Nova de poiares.
Neste contexto, avaliaram-se as principais propriedades físicas e mecânicas de um conjunto
de 20 amostras, obtidas a partir de uma recolha realizada num afloramento situado numa
antiga pedreira que se localiza a cerca de 2 km a sudeste da povoação de Olho Marinho.
As amostras colhidas foram preparadas nos laboratórios do Departamento de Ciências da
Terra e posteriormente, foram realizados os ensaios de caracterização das mesmas.
O trabalho inicia-se por um enquadramento geográfico e geológico do local de estudo, o
qual, geologicamente está inserido, de forma geral, na formação de Choisa e de Picadouro.
Procede-se a uma breve descrição das principais propriedades físicas e mecânicas das
rochas em estudo.
Apresenta-se por conseguinte, a metodologia adotada para os ensaios laboratoriais
efetuados.
De seguida, são apresentados os resultados de 8 ensaios laboratoriais realizados. Depois,
faz – se a discussão dos resultados obtidos por meio de tabelas e gráficos de correlações de
algumas propriedades ensaiadas.
Por último, efetua-se a síntese das principais conclusões obtidas e estabelecem-se algumas
considerações finais sobre o trabalho.
ii
III.ABSTRACT
This study aims to contribute to the physical and mechanical characterization of sandstones
located nearby Olho Marinho, Vila nova de Polaris, Portugal.
Several tests of 20 samples are carried out. The samples were collected from an outcrop
located in an old quarry, which is situated about 2 km southeast of the Olho Marinho locality.
These samples were prepared and tested in the laboratories of the Department of Earth
Sciences.
This study begins with a geographical and geological description of the studied location. The
rock material belongs to the Choisa and Picadouro Formation.
The main mechanical properties of the studied rocks and the laboratory tests procedures are
presented.
The results of the several laboratory tests are then shown. Next, there is a discussion about
the results obtained, through tables and graphs of the estimated correlations between some
of the properties tested.
Finally, a summary of the main conclusions and some final considerations are stablished.
iii
IV.INDICE
I.AGRADECIMENTOS i
II.RESUMO ii
III.ABSTRACT iii
1 – INTRODUÇÃO 10
2 - ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO E GEOLÓGICO 12
2.1 - Enquadramento Geográfico 12
2.2 - Enquadramento geológico 12
3. CARACTERIZAÇÃO DE ENSAIOS LABORATORIAIS 19
3.1 - Ensaio de determinação da massa volúmica aparente e da porosidade aberta 20
3.1.1.Procedimento 21
3.3 - Ensaio com o esclerómetro ou martelo de Schmidt 26
3.3.1 – Procedimento de utilização 27
3.4 - Ensaio de carga pontual (“Point load test”) 28
3.5 - Ensaio de desgaste em meio húmido, ‘‘Slake durability test’’ 31
3.6 - Ensaio de resistência à compressão uniaxial 32
3.6.1 - Procedimentos 33
3.7 - Ensaio de deformabilidade 34
3.7.1 - Módulo de elasticidade 35
3.8 - Ensaio Brasileiro 37
4. ENSAIOS LABORATORIAIS: RESULTADOS E TRATAMENTO DE DADOS 40
4.1. Amostragem 40
4.2. Preparação dos provetes 41
4.3. Descrição petrográfica macroscópica das 20 amostras 42
4.3.1. Amostra OMF1 a OMF10 42
4.3.2. Amostra OMG1 a OMG10 43
4.4. Ensaio de massa volúmica aparente e porosidade aberta 44
4.5. Ensaio para determinação da velocidade de propagação de ondas por ultrassons 47
4.6. Ensaio com o esclerómetro ou martelo de Schmidt 52
4.7. Ensaio de carga pontual (Point Load Test) 53
4.8. Ensaio de desgaste em meio húmido (Slake Durability Test) 56
4.9. Ensaio de resistência à compressão uniaxial (RCU) 57
4.10. Ensaio de deformabilidade 59
4.10.1. Deformabilidade elástica dinâmica 59
4.10.2. Deformabilidade estática 61
5. DISCUSSÃO DE RESULTADOS 64
5.1. Correlação entre os parâmetros determinados nos ensaios 66
6. CONCLUSÕES 73
6.2. Sugestões para trabalhos futuros 77
7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 78
iv
V. Índice de figuras
Figura 2.1 - Mapa de Portugal continental B) Localização da área de estudo a partir do
Google Earth (2014) ............................................................................................................. 12
Figura 2.2 - Carta geológica simplificada da área entre Coimbra e Lousã, retirado de Rola
(2014) a partir de Oliveira et al. (1992). ................................................................................ 14
Figura 2.3-Enquadramento geológico da área de estudo e respetiva legenda, extrato da
folha 19D (Coimbra - Lousã) da carta Geológica de Portugal na escala 1: 5000 ( Instituto
Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação - Departamento de Geologia (2005) ......... 16
Figura 2.4 - Sequência deposicional de idade cretácica (Grés Buçaco), extrato da folha 19D
(Coimbra - Lousã) da carta geológica de Portugal na escala 1: 50000 (Instituto Nacional de
Engenharia, Tecnologia e Inovação - Departamento de Geologia, 2005) ............................. 17
Figura 2.5 - A) Área de estudo, B) amostra do material rochoso.. ........................................ 17
Figura 3.1 - Gráfico relativo a classificação da qualidade dos materiais rochosos em função
do seu estado de fissuração ( Formaintrax, 1976). ............................................................... 24
Figura 3.3 - Representação esquemática do ensaio com o equipamento Pundit Lab
conectado ao computador de modo a visualizar a onda através do software Pundit Link (
Lab, 2011). ........................................................................................................................... 25
Figura 3.4 - Disposições de conexões dos transdutores ( Lab, 2011). .................................. 25
Figura 3.5 - Correlação entre a resistência a compressão uniaxial com a dureza de Schmidt
(DEERE and Miller, 1966). ................................................................................................... 27
Figura 3.6 - Representação esquemática do Esclerómetro Schmidt - tipo L (Malhotra, 1985).
............................................................................................................................................. 28
Figura 3.7 - Ensaio de resisténcia a carga pontual, adaptado de Franklin (1985). ................ 28
Figura 3.8 - Relação de dimensões dos provetes a utilizar nos ensaios de carga pontual
(Franklin, 1985). ................................................................................................................... 29
Figura 3.9 - Fraturas válidas e não válidas nos ensaios de carga pontual (Franhlim, 1985). 30
Figura 4.1 - Vista geral da pedreira onde foi feita a colheita das amostras. Pode - se
observar que a pedreira está cheia de água o que prejudicou a recolha das amostras. B)
pormenor do arenito explorado na pedreira. ......................................................................... 41
Figura 4.2 - A) Serragem da amostra B) Carotagem da amostra. ......................................... 42
Figura 4.3 - A) Aspeto da amostra OMF2, onde os graos são homogéneos, geralmente
arredondados, embora por vezes apareçam não arredondados de coloração escura, sem
fissuração. B) 11 Amostra OMF6 na qual são visíveis os grãos de granulometria superior a 2
mm, avermelhado ................................................................................................................. 43
v
Figura 4.4 – A) Aspeto da amostra onde é visíivel o grão hialino de quartzo (Qh) de
dimensão superior a 2 mm. B) amostra OMF9 na qual são visíveis os grãos de quartzo
esbranquiçados (Qb). ........................................................................................................... 44
Figura 4.5 - A) Aspecto da amostra OMG5, onde são visíveis os graos de tamanho
diferenciado, com espaços vazios ( poros). B) amostra OMG10 na qual são visíveis os grãos
grosseiros de quartzo acastanhados. ................................................................................... 44
Figura 4.6 - A) Estufa ventilada utilada para a secagem dos provetes. B) Exsicador utilizado
para o ensaio de porosidade. ............................................................................................... 45
Figura 4.7 - Sistema de vácuo, composto por um exsicador mais uma bomba de vácuo. .... 45
Figura 4.8 - Balança digital acoplada a um dispositivo de pesagem hidrostática. ................. 46
Figura 4.9 - A) Conexões dos transdutores de 54 kHz(ONDAS P). B)Conexões dos
transdutores de 250 kHz (ondas S). ..................................................................................... 48
Figura 4.10 - Calibrador Rod - 25us, port n 710028 Proceq SA, Pundit Lab/Instrumento
ultrassónico (2011). .............................................................................................................. 48
Figura 4.11 - A) Transdutores liogados ao equipamento. B)Trandutores acoplados ao
provete. C) visualização dos resultados. .............................................................................. 49
Figura 4.12 - Medição das velocidades das ondas S. ........................................................... 50
Figura 4.13 - Exemplo de registo obtido através do software Pundit Link para as ondas
longitudinais e transversais. ................................................................................................. 50
Figura 4.14 - Martelo de Schmidt, modelo L, usado no trabalho de campo. ......................... 52
Figura 4.15 - A) provetes antes da aplicaçao da carga. B) Equipamento utilizado. C) provetes
depois da carga. ................................................................................................................... 53
Figura 4.16 - Equipamento utilizado para o ensaio de desgaste em meio húmido. ............... 56
Figura 4.17 - Resultados do Índice de durabilidade dos arenitos estudados. ....................... 57
Figura 4.18 - Prensa Matest utilizada para o ensaio de resistência à compressão uniaxial. . 58
Figura 4.19- A) amostra antes do ensaio. B) amostra depois do ensaio, onde pode se ver a
fractura resultante do ensaio de compressão uniaxial. ......................................................... 58
Figura 4.20- Provete instrumentado e com os topos capeados. ........................................... 62
Figura 4.21- Prensa e provete colocado diametralmente para o ensaio. .............................. 63
Figura 5.1 - Gráfico das velocidades de propagação das ondas longitudinais (máximo,
mínimo e médio) para os arenitos finos e grosseiros, considerando-se igualmente os
provetes secos e saturados. ................................................................................................. 64
Figura 5.2 - Gráficos das diferentes velocidades (máximo, mínimo e médio) de propagação
das ondas transversais para os arenitos finos e grosseiros, considerando-se igualmente os
provetes secos e saturados. ................................................................................................. 65
vi
Figura 5.3 - Gráfico dos diferentes valores (máximo, mínimo e médio) dos módulos de
elasticidade dinâmico para os arenitos grosseiros e finos, e distinguidos em amostras secas
e saturadas. ......................................................................................................................... 65
Figura 5.4 - Gráficos dos diferentes valores (máximo, mínimo e médio) dos coeficientes de
poisson dinâmico para as duas granulometrias divididas em seca e saturada. .................... 66
Figura 5.5 - Gráfico dos diferentes valores (máximo, mínimo e médio) da resistência à
compressão uniaxial para os arenitos de granulometria fina e graosseira. ........................... 66
Figura 5.6 - Relação entre a velocidade das ondas transversais e a velocidade das ondas
longitudinais para os provetes de granulometria fina da amostra seca. ................................ 67
Figura 5.7- Relação entre as velocidades das ondas transversais e velocidades das ondas
longitudinais para os provetes de granulometria fina da amostra saturada. .......................... 67
Figura 5.8- Relação entre o coeficiente de Poisson e o módulo de elasticidade dinámica
para os provetes de granulometria fina da amostra seca...................................................... 68
Figura 5.9 - Correlação entre a velocidade de propagação das ondas longitudinais e o
coeficiente de poisson para os provetes de granulometria fina da amostra saturada. .......... 69
Figura 5.10 - Correlação entra a velocidade de propagação das ondas longitudinais (Vp) e
módulo de elasticidade dinâmico (Ed) para os provetes de granulometria fina da amostra
saturada..................................................................................................................................69
Figura 5.11- Relação entra o módulo de elasticidade dinâmico e a porosidade aberta para os
provetes de granulometria grosseira da amostra saturada. .................................................. 69
Figura 5.12 - Relação entre a resistência à compressão uniaxial e a porosidade aberta da
amostra de granulometria grosseir.................................................................................................70
vii
VI. Índice de tabelas
Tabela 3.1 – Principais propriedades físicas e mecânicas do material rochoso intacto (Furrer,
2011) .................................................................................................................................... 20
Tabela 3.2 - Classificação da massa volúmica aparente (adaptado de IAEG (1979)) .......... 20
Tabela 3.3 - Classificação da porosidade (adaptado de IAEG (1979)) ................................. 21
Tabela 3.4 - Classificação dos valores dos Ultrassons para ondas longitudinais, por IAEG
(1979) ................................................................................................................................... 23
Tabela 3.5 - Classificação do material rochoso intacto, adaptado de Bieniawiski (1971) ...... 31
Tabela 3.6 - Classificação de Gamble (1971) para o índice de durabilidade do 2º ciclo ....... 32
Tabela 3.7 - Classificação de Aufmuth (1974), para o 1º ciclo .............................................. 32
Tabela 3.8 - Classificação das rochas tendo em atenção a resistência à compressão
uniaxial, adaptado de Valejo et al, (2002) ............................................................................. 33
Tabela 3.9 - Classificação do coeficiente de Poisson por Gercek (2007).............................. 37
Tabela 4.1 - Valores da massa volúmica aparente e da porosidade aberta das amostras de
granulometria grosseira. ....................................................................................................... 46
Tabela 4.2 - Valores da massa volúmica aparente e da porosidade aberta das amostras de
granulometria fina. ................................................................................................................ 46
Tabela 4.3 - Resultados médios da massa volúmica aparente e da porosidade aberta em
função da classificação das dimensões do grão da amostra ................................................ 46
Tabela 4. 4 - Especificações técnicas do Pundit Lab utilizado para medição das velocidades
das ondas P e S. .................................................................................................................. 47
Tabela 4.5 - Resultados de medição das velocidades das ondas longitudinais (Vp) das
amostras grosseiras saturadas e secas................................................................................ 49
Tabela 4.6 - Resultados de medição das velocidades das ondas longitudinais (Vp) das
amostras finas saturadas e secas. ....................................................................................... 49
Tabela 4.7 - Resultados de medição das velocidades das ondas transversais (Vs) das
amostras grosseiras saturadas e secas................................................................................ 51
Tabela 4.8 - Resultados de medição das velocidades das ondas transversais (Vs) das
amostras finas saturadas e secas. ....................................................................................... 51
Tabela 4.9 - Resumo dos resultados obtidos na medição das velocidades de propagação
das ondas de ultrassons. ...................................................................................................... 51
Tabela 4.10 - Resultados da dureza de Schmidt por granulometria e da estimativa da
resistencia a compressao uniaxial através do ábaco de Deere and Miller (1966). ................ 52
Tabela 4.11 - Dimensões dos provetes e respetivos calculos do Is(50) da primeira série de
provetes de granulometria fina. ............................................................................................ 54
Tabela 4.12 - Dimensões dos provetes e respetivos calculos do Is(50) da segunda série de
granulometria fina. ................................................................................................................ 54
viii
Tabela 4.13 - Valores médios de Is(50) das duas séries (S1 e S2) de provetes de
granulometria fina. ................................................................................................................ 54
Tabela 4.14 - Dimensões dos provetes e respetivos calculos do Is(50) da primeira série de
provetes de granulometria grosseira. ................................................................................... 54
Tabela 4.15 - Dimensões dos provetes e respetivos calculos do Is(50) da segunda série de
provetes de granulometria grosseira. ................................................................................... 55
Tabela 4.16 - Valores médios de Is(50) das duas séries (S2 e S2) de provetes de
granulometria grosseira. ....................................................................................................... 55
Tabela 4.17 - Síntese dos resultados do ensaio de carga pontual em função das séries. .... 55
Tabela 4.18 - Síntese dos resultados de carga pontual em função da granulometria. .......... 55
Tabela 4.19 - Resultados do ensaio de desgaste em meio húmido. ..................................... 56
Tabela 4.20 - Valores do índice de durabilidade do material rochoso por granulometria e por
ciclo. ..................................................................................................................................... 57
Tabela 4.21 - Resultados obtidos nos ensaios de resistência à compressão uniaxial para os
arenitos de granulometria grosseira. .................................................................................... 59
Tabela 4.22 - Resultados obtidos nos ensaios de resistência à compressão uniaxial para os
arenitos de granulometria grosseira. .................................................................................... 59
Tabela 4.23 - Resultados da determinação do Coeficiente de Poisson e do módulo de
elasticidade dinâmico das amostras de arenitos de granulometria fina seca. ....................... 60
Tabela 4.24 - Resultados da determinação do Coeficiente de Poisson e do módulo de
elasticidade dinâmico das amostras de arenitos de granulometria fina saturada. ................. 60
Tabela 4.25 - Resultados da determinação do Coeficiente de Poisson e do módulo de
elasticidade dinâmico das amostras de arenitos de granulometria grosseira saturada. ........ 60
Tabela 4.26 - Resultados da determinação do Coeficiente de Poisson e do módulo de
elasticidade dinâmico de arenitos de granulometria grosseira seca. .................................... 60
Tabela 4.27 - Resumo dos resultados obtidos na determinação do Coeficiente de Poisson e
do módulo de elasticidade dinâmico. .................................................................................... 61
Tabela 4.28 - Resultados do ensaio do módulo de elasticidade estática e do coeficiente de
Poisson estático. .................................................................................................................. 62
Tabela 4.29 - Valores da resistência à tração obtidos no ensaio Brasileiro. ......................... 63
Tabela 5.1 - Síntese dos resultados obtidos nos ensaios físicos e mecânicos efetuados com
amostras de arenitos de grão fino e grosseiro, e também em amostras secas e saturadas. 64
Tabela 5.2 - Resumo das correlações entre parâmetros estudados da amostra de
granulometria fina com os da granulometria grosseira nos estados seco e saturado. .......... 71
Tabela 5.3 - Resumo das correlações entre a resistência à compressão uniaxial e outros
parâmetros estudados. ......................................................................................................... 71
ix
1 – INTRODUÇÃO
A mecânica das rochas apresenta vários domínios de aplicação e estudo: o material rochoso
que constitui a principal estrutura (execução de túneis, galerias, poços, cavernas, taludes), o
material rochoso que corresponde ao suporte de outras estruturas (fundações de edifícios e
de barragens) e ainda as situações em que as rochas são utilizadas como material de
construção (agregados, esporões, pavimentos, enrocamentos) (Jaeger et al., 2008).
Importa salientar que os principais objetivos desta dissertação estão relacionados com o
estudo e caracterização do comportamento físico e mecânico de uma formação arenítica de
idade do Cretácico Superior, existente nas imediações do Olho Marinho (Vila Nova de
10
Poiares); pretendendo-se igualmente estabelecer correlações entre os resultados obtidos
nos ensaios e com outras propriedades do material rochoso.
Os resultados dos ensaios realizados neste estudo, a sua interpretação e a utilização da
informação bibliográfica, bem como as diversas correlações entre ensaios e propriedades,
permitiram efetuar a caraterização geomecânica do objeto de estudo e o estabelecimento de
conclusões.
11
2 - ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO E GEOLÓGICO
Figura 2.1 - A) Mapa de Portugal continental; B) Localização da área de estudo a partir do Google Earth (2014).
12
com a deposição de leque aluvial (Cunha, 2000) e apresenta várias unidades litológicas,
muitas vezes limitadas por superfícies de descontinuidades de dimensão regional (Soares et
al. 2007).
O local de estudo encontra-se situado num graben que é limitado pelos falhamentos Porto-
Tomar e Lousã-Góis, estas estruturas correspondem a fraturas de extensão muito
considerável e definem o contacto dos sedimentos da depressão com o Complexo
Cristalofílico (Série Negra) e com o Complexo Xisto-Grauváquico (Grupo das Beiras) (Figura
2.2). A falha Lousã-Góis, delimita a bacia da Lousã, e é parte constituinte da falha da
Nazaré. A sul da depressão, localiza-se a serra da Lousã, que é constituída, de modo geral
por xistos e metagrauvaques ante-ordovícicos, pertencentes ao Grupos das Beiras e
apresentando um grau de metamorfismo baixo de fácies dos xistos verdes (Sequeira &
Sousa, 1991; Soares et al., 2007).
Os materiais presentes na bacia da Lousã têm uma espessura máxima de 440 m e na sua
parte inferior correspondem ao denominado “Grupo do Buçaco” que assenta de modo
discordante sobre o Grupo das Beiras e os quartzitos de idade ordovícica, sendo ainda de
referir que na parte meridional da depressão as formações gresosas do Triásico e rochas
carbonatadas do Jurássico inferior correspondem ao substrato (Trincão et al., 1989).
Os quartzitos do Ordovícico nas proximidades da área de estudo correspondem à Formação
de quartzito armoricano que se enquadra no Ordovício inferior (Arenigiano) e são parte
integrante do sinclinal do Buçaco, este possui um eixo de direção NW-SE que é intersectado
pelo rio Mondego (Figura 2.2). No flanco oriental do sinclinal, a presença de duas famílias de
fracturas tardi-hercínicas permite de modo determinante a percolação subterrânea (Vieira da
Silva et al., 2000). Os quartzitos apresentam intercalações de metapelitos, constituindo
sequência detríticas, e evidenciam-se na paisagem sob a forma de cristas salientes na
paisagem.
13
Figura 2.2 - Carta geológica simplificada da área entre Coimbra e Lousã, retirado de Rola (2014) a partir de Oliveira et al.
(1992).
Formação de Lomba do Alveite, que evidencia uma fácies de cone aluvial na base e de
rede fluvial na parte superior; Formação de Choisa (Arenitos de Choisa), de fácies fluviais e
níveis carbonosos e a Formação de Picadouro (Conglomerados de Picadouro), que
apresenta fácies grosseiras, verificando-se a transição de um modelo fluvial (na base) para
um modelo de cone aluvial (no teto).
A Formação de Lomba do Alveite (C1-2), de idade do Aptimiano (?) – Cenomaniano, tem
aproximadamente uma espessura máxima de 80 m, é composta essencialmente por
arcosarenitos de grão grosseiro, imaturos, e de cor esbranquiçada a rosada, por vezes
violácea, apresentando estruturas entrecruzadas côncavas. Na base ocorrem
conglomerados geralmente oligomíticos em quartzo e quartzito. No topo apresenta materiais
rochosos de granulometria mais fina, em que se verifica a presença de intercalações
pelíticas de coloração acinzentada e com vegetais fósseis.
O desenvolvimento de investigações com palinomorfos de um nível em Papanata, na parte
inferior da unidade, permitiram definir uma idade correspondente ao Albiniano Médio
(Trincão et al., 1989), enquanto na parte superior, e em Vila Flor, definiu-se uma idade do
Cenomaniano Superior (Kedves & Diniz, 1979). A Formação de Lomba do Alveite apresenta
fácies siliciclásticas e é correspondente à Formação da Figueira da Foz.
14
Na Formação da Lomba de Alveite são desenvolvidas duas explorações de recursos
geológicos (areias e argilas), sendo que uma delas se situa no Vale do Arinto (Godinhela) e
a outra localiza-se no Olho Marinho.
As Formações de Choisa e de Picadouro (C2PC) não aparecem de forma individualizada na
folha 19D (Coimbra – Lousã) da Carta Geológica de Portugal na escala 1/50000 (Instituto
Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação - Departamento de Geologia, 2005), como
se pode observar na Figura 2.3.
A Formação de Choisa pertencente ao Coniaciano – Santoniano, tem uma espessura
compreendida entre 10 a 20 m. A formação é composta essencialmente por arcosarenitos
tabulares de granulometria grosseira a fina, apresentando camadas pelíticas contendo
vegetais fósseis (Figura 2.4). Os arenitos são geralmente laminados, apesar das
granulometrias mais grosseiras serem maciças ou com estratificação entrecruzada. A
transição para as unidades enquadrantes é efetuada de modo gradual e com uma
diminuição acentuada da presença de micas.
A Formação de Picadouro tem uma espessura máxima na serra do Bidoeiro com
aproximadamente 130 m nas proximidades da crista quartzítica. Em áreas mais afastadas
da referida crista, a sua espessura não é superior a 30 m. A Formação de Picadouro é
essencialmente constituída por quartzarenitos grosseiros, imaturos e em que estão
presentes, de modo abundante, seixos e calhaus de quartzo e quartzito. Verifica-se a
presença de estratificação entrecruzada, o que está relacionado com a sedimentação de
origem fluvial (Figura 2.4). Nos materiais sobrepostos à crista quartzítica do Ordovícico
ocorre uma forte cimentação siliciosa, bem como a presença de macrorrestos vegetais
fósseis que permitem a definir a pertença ao Cretácico Superior (Lima, 1900; Teixeira &
Pais, 1976).
15
Figura 2.3 - Enquadramento geológico da área de estudo e respetiva legenda, extrato da folha 19D (Coimbra – Lousã) da Carta
Geológica de Portugal na escala 1/50000 (Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação - Departamento de
Geologia, 2005).
16
Figura 2.4 - Sequência deposicional de idade cretácica (Grés Buçaco), extrato da folha 19D (Coimbra – Lousã) da Carta
Geológica de Portugal na escala 1/50000 (Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação - Departamento de
Geologia, 2005).
17
O local de recolha das amostras situa-se numa pequena pedreira abandonada, localizada
num terreno aplanado a uma cota média de 350m. O desenvolvimento da pedreira é feito
através de uma única frente de desmonte, com um degrau de cerca de 6m.
18
3. CARACTERIZAÇÃO DE ENSAIOS LABORATORIAIS
A caracterização física e mecânica dos maciços rochosos é efetuada através de ensaios in-
situ, mas também pode ser realizada de uma forma indireta, recorrendo, nesse caso, aos
ensaios em laboratório com o material rochoso e também nas superfícies de
descontinuidades (Miranda et al., 2006).
A composição, as características e as propriedades das rochas intactas são muito variáveis.
Como resultado disso, esses materiais naturais, apresentam muitas vezes características
anisotrópicas e heterogéneas, que dificultam o estudo do seu comportamento em
laboratório, sendo igualmente difícil a obtenção de amostras representativas a várias
escalas.
Os materiais rochosos são igualmente afetados por processos geológicos e ambientais que
provocam a sua fracturação, alteração e meteorização (Ferrer, 2011).
Os ensaios de laboratório podem ser realizados sobre amostras colhidas no local ou em
provetes obtidos a partir de testemunhos de sondagem.
A desvantagem dos ensaios laboratoriais de material rochoso está relacionada com a sua
limitação em termos de dimensão (amostras muito pequenas) e com a seleção da massa
rochosa de onde elas foram retiradas.
Nos projetos de engenharia, as amostras ensaiadas em laboratório correspondem apenas
uma pequena parte (inferior a 1%) do volume do maciço rochoso. Somente as amostras que
sobrevivem ao processo de recolha e preparação são ensaiadas, pelo que os resultados
destes testes constituem uma amostra limitada (Hoek, 1993).
Os ensaios físicos, não só permitem determinar as propriedades dos materiais rochosos
mas também possibilitam estabelecer correlações das características mecânicas, muitas
vezes através da utilização de equipamentos simples e de baixo custo (Dusseault et al.,
1983). Os ensaios físicos permitem definir as propriedades básicas relacionadas com as
características primárias da rocha e que influenciam diretamente as restantes características
(Oliveira, 1993).
As principais propriedades índice são: massa volúmica, porosidade, alterabilidade,
resistência, permeabilidade e velocidade de propagação dos ultrassons.
Os ensaios mecânicos das rochas possibilitam o estudo das propriedades e o
comportamento dos maciços rochosos submetidos a tensões ou variações das suas
condições iniciais. Entre as principais propriedades mecânicas das rochas destacam-se: a
resistência à compressão uniaxial, a resistência à tração e a deformabilidade (Ferrer, 2011).
19
As características e o comportamento mecânico das rochas dependem de fatores tais como
a composição mineralógica, textura, temperatura e presença de água.
Na Tabela 3.1, estão indicadas as principais propriedades físicas e mecânicas das rochas
intactas, bem como os respetivos métodos de determinação.
Tabela 3.1 - Principais propriedades físicas e mecânicas do material rochoso intacto (Ferrer, 2011).
20
Os valores da porosidade dos arenitos estão compreendidos entre 5% e 25% (Rocha, 1981).
Os valores da porosidade são classificados de acordo com a IAEG (1979) tendo em atenção
o exposto na Tabela 3.3.
Tabela 3.3 - Classificação da porosidade ( adaptado de IAEG (1979)).
A massa volúmica aparente é um parâmetro do material rochoso que está relacionado com
a porosidade aberta e a absorção de água. A norma portuguesa NP EN 1936 (IPQ, 2008)
regula a determinação da massa volúmica aparente e da porosidade aberta, e preconiza a
definição simultânea destas duas características físicas.
O ensaio requer no mínimo 6 provetes obtidos a partir de uma amostragem representativa
do material a ensaiar. Os provetes podem ser cubos, cilindros ou prismas obtidos por
serragem diamantada, ou por carotagem, o seu volume aparente deve ser superior ou igual
a 60 ml. Os provetes dos ensaios de determinação da resistência à compressão ou à flexão
podem ser empregues, desde que a relação área/volume esteja compreendida entre 0,08
mm-1 e 0,20 mm-1.
3.1.1.Procedimento
Após a secagem até à temperatura de (70 ± 5) ºC, os provetes são pesados e são
colocados no recipiente de vácuo, procedendo-se à diminuição gradual da pressão até que
esta atinja os (2 ± 0,7) kPa, este valor é mantido durante um mínimo de 2 horas, no sentido
de eliminar o ar existente nos poros abertos dos provetes. Mantendo o vácuo, introduz-se
água destilada até à completa submersão dos provetes. Os provetes continuam imersos
durante mais um período de 24 horas, mas à pressão atmosférica normal, posteriormente
determina-se o seu peso imerso, recorrendo a uma balança hidrostática. O peso saturado de
cada provete é, igualmente, determinado após remoção da água superficial com um pano
húmido.
A massa volúmica aparente (pb) pode ser expressa em kg/m3 e é determinada a partir da
expressão 1:
𝑚𝑑
𝜌𝑏 = 𝑚 × 𝜌𝑟ℎ (kg/m3) (1)
𝑠 − 𝑚ℎ
Onde:
𝑚𝑑 é a massa do provete seco (g);
21
𝑚𝑠 é a massa do provete saturado (g);
𝑚ℎ é a massa do provete imerso (g);
𝜌𝑟ℎ é a massa volúmica da água (kg/m3; para efeitos de cálculos)
A norma portuguesa EN 1936 (IPQ, 2008) estipula que para 20 ºC, o valor de 𝜌𝑟ℎ é de 998
kg/m3.
Quer a massa volúmica, quer a porosidade aberta são definidas através da média aritmética
dos resultados obtidos com os vários provetes utilizados.
Os Ultrassons correspondem a ondas mecânicas que têm uma frequência superior a 20 000
Hz. Nos ensaios de determinação de propagação dos ultrassons, as ondas longitudinais e
transversais atravessam a rocha que se pode apresentar seca ou saturada em água. As
ondas são emitidas a determinadas velocidades (m/s) por um transdutor e registadas por um
transdutor recetor.
Para Chong & Low (1983), a velocidade dos ultrassons nos arenitos varia entre 2550 e 4230
m/s.
A velocidade de propagação das ondas elásticas através das rochas depende da densidade
e das propriedades elásticas, bem como da fissuração do material, a sua determinação
fornece informações sobre algumas características, como a porosidade.
As velocidades de propagação das ondas sónicas são usadas para descobrir a existência de
superfícies nas descontinuidades no material rochoso e proceder à sua quantificação
(Rocha, 1981).
A velocidade das ondas longitudinais é utilizada como índice de classificação e seu valor é
indicativo da qualidade da rocha, podendo ser correlacionada com a resistência à
compressão simples. A velocidade das ondas longitudinais apresenta, de modo geral, uma
variação de valores entre 1000 e 6000 m/s. Para rochas alteradas podem obter-se valores
abaixo de 900 m/s, e se a rocha se encontrar muito decomposta, estes valores podem
situar-se entre 700 – 800 m/s (Valejo et al., 2002).
22
Nestes ensaios procede-se à medição do tempo que as ondas longitudinais demoram a
percorrer o provete. De igual forma registam-se os tempos de chegada das ondas
transversais. As velocidades correspondentes a VP (velocidades de ondas longitudinais) e as
velocidades Vs (velocidades de ondas de cizalhamento/ transversais), são calculadas a partir
dos tempos de chegada e da extensão dos provetes. A velocidade das ondas de corte (vs) é
aproximadamente 2/3 da velocidade das ondas longitudinais (Vp).
A velocidade de propagação das ondas longitudinais e transversais calcula-se pela
expressão 4:
V = L/t (m/s) (4)
Onde:
L é o comprimento do provete;
t é o tempo que as ondas longitudinais e transversais demoram a percorrer o provete.
Pode existir uma atenuação nas velocidades das ondas elásticas devido às
descontinuidades presentes no provete, porosidade, dimensões dos grãos e meios gasosos
(Pinto,1985).
O ensaio possui algumas vantagens como: não é destrutivo, é muito sensível à anisotropia
da material testado; sendo igualmente de aplicação fácil e expedita (Velho & Gomes, 1997).
Alguns fatores que podem influenciar negativamente os resultados deste tipo de ensaio são:
problemas na calibração do tempo antes do ensaio, erros na medição do comprimento da
amostra, dificuldade nos contactos entre os transdutores e a amostra, falta de paralelismo
entre as extremidades da amostra, erros na medição do tempo de propagação (Akai,1997).
Na Tabela 3.4 é apresentada a classificação dos valores dos ultrassons para ondas
longitudinais, por IAEG (1979).
Tabela 3.4 - Classificação dos valores dos Ultrassons para ondas longitudinais, por IAEG (1979).
23
1 𝐶𝑖
= ∑𝑖 (5)
𝑉𝑝∗ 𝑉𝑝,𝑖
O gráfico da Figura 3.1 representa a classificação proposta por Formaintraux (1976) que
permite avaliar a qualidade da rocha, em termos da fissuração, em função do índice de
qualidade (IQ), este é determinado pela expressão 7.
IQ = 100 –1,6 x np . (7)
Em que np corresponde à porosidade do material rochoso (valor percentual do quociente
entre o volume de vazios da rocha e o seu volume total).
Figura 3.1 - Gráfico relativo à classificação da qualidade dos materiais rochosos em função do seu estado de fissuração
(Formaintraux, 1976).
Segundo a EN 14579 (IPQ, 2007) podem ser usados provetes preparados para ensaios
destrutivos posteriores, como é o caso do ensaio da determinação da resistência à
compressão uniaxial. As dimensões laterais mínimas dependem do comprimento de onda da
transmissão e da velocidade do impulso. A extensão mínima do trajeto deve ser igual ou
maior ao comprimento de onda da transmissão, caso contrário poderá verificar-se uma
redução significativa da velocidade do impulso.
24
extensão do trajeto, avaliação da uniformidade, velocidade da superfície, velocidade das
ondas P e S, profundidade das fissuras. Permite igualmente estimar-se o módulo de
elasticidade dinâmico de uma dada amostra, o coeficiente de Poisson e a resistência à
compressão.
O equipamento Pundit Lab é composto por uma unidade funcional, um transdutor emissor,
um transdutor recetor e um dispositivo de visualização, como ilustra a Figura 3.3.
O transdutor é um dispositivo eletrónico que converte a energia elétrica em energia
mecânica, por meio de impulsos eletrónicos de alta voltagem, que posteriormente são
transformados em energia de frequência ultrassónica. O transdutor emissor emite e
direciona a energia sonora que se vai propagando em forma de ondas ao longo do provete.
Com o Pundit Lab utilizado no trabalho de laboratório foram utilizados dois pares de
transdutores, de 54 kHz, para medição de propagação das ondas P e 250 kHz para medição
de propagação das ondas S.
O transdutor recetor, capta as ondas e efetua a sua conversão novamente em sinal elétrico,
cuja amplitude e frequência são visíveis no dispositivo de visualização (Velho & Gomes,
1997).
Figura 3.3 - Representação esquemática do ensaio com o equipamento Pundit Lab conectado ao computador, de modo a
visualizar a onda através do software Pundit Link (Lab, 2011).
Normalmente são usadas três disposições dos transdutores: direto, semidirecto e indireto ou
superficial (Figura 3.4).
Sempre que possível deve utilizar-se a disposição direta, já que assegura a transmissão
máxima do sinal entre os transdutores. O método indireto é particularmente útil na
25
determinação da profundidade das fissuras ou nas situações onde é possível aceder apenas
a uma superfície.
Dever ter-se em atenção que se forem usados cabos de diferentes tamanhos, deve ser o
mais longo a ser conectado ao transmissor (Lab, 2011).
Um correto acoplamento entre as faces dos transdutores e da amostra é essencial para se
obter uma melhoria da transmissão de energia e um incremento do sinal ultrassónico e
consequentemente melhores resultados. O material acoplante que se pode colocar entre os
transdutores e a amostra incrementa a energia sonora e o respetivo sinal os ultrassons,
pode ser utilizado um material de alta viscosidade como a glicerina, vaselina ou uma pasta
viscosa.
O Pundit Lab permite a determinação da velocidade das ondas P e S. Para as ondas
transversais (S) recorreu-se aos transdutores de 250 kHz. O equipamento Pundit Lab
permite igualmente a definição dos valores do coeficiente de Poisson dinâmico (νd), e do
módulo de elasticidade dinâmico (Ed), sendo necessário introduzir os valores da massa
volúmica dos provetes no software de modo a obter diretamente os valores dos parâmetros
elásticos da rocha.
Os ensaios com o Esclerómetro (Martelo) de Schmidt podem ser realizados tanto ‘‘in situ’’
como no laboratório.
Os ensaios de determinação da dureza das rochas através da utilização do Martelo de
Schmidt correspondem a ensaios não destrutivos, nos quais as amostras não devem sofrer
roturas ou fissuras.
Neste tipo de ensaios determinando-se o ressalto de uma haste de aço quando o martelo é
percutido contra uma dada superfície, obtendo-se deste modo a dureza de Schmidt (R).
Corresponde a um teste índice muito expedito e simples, podendo o equipamento
transportar-se facilmente para o campo (Andrade, 2004).
Um das suas principais limitações é a sua falta de sensibilidade em rochas muito brandas
e/ou quando realizado próximo das superfícies de descontinuidades (Brown, 1981).
Os valores da dureza de Schmidt (R) permitem definir a resistência à compressão simples
do material rochoso através da utilização do ábaco de Deere & Miller (1966) (Figura 3.5).
Outras aplicações têm sido utilizadas como a relação entre os valores da dureza de Schmidt
e o grau de alteração (White et al.,1998), bem como o espaçamento das descontinuidades
(Greco & Sorriso-Valvo 2005) e a resistência à abrasão das rochas.
26
Figura 3.5 - Estimativa da resistência à compressão uniaxial através da dureza de Schmidt (Deere & Miller, 1966).
Figura 3.6 – Representação esquemática do Esclerómetro de Schmidt - Tipo L (Malhotra, 1984). Os seus principais
componentes do martelo de Schmidt apresentado são: Êmbolo de impacto (1); Superfície do material a testar (2); Cursor para
leitura (3); Barra guia do martelo (4); Mola de compressão (5); Massa do martelo (6); Mola de retenção (7); Mola para impacto
(8); Leitura é efetuada numa escala linear de 10 a 100 (9).
Como padrão, o índice de carga pontual é definido para o ensaio realizado sobre provetes
cilíndricos de rocha com diâmetro (D) igual a 50 mm, em que a aplicação da carga P é
efetuada na direção diametral, procedendo-se ao cálculo pela expressão 8:
𝑃
ls = 𝐷2 (8)
Onde:
ls(50) é o índice de resistência à carga pontual;
28
Quando o ensaio é realizado sobre provetes cilíndricos com outros diâmetros, a relação P/D2
deve ser multiplicada por um facto corretivo (F) por forma a conseguir se o índice de
resistência à carga pontual corrigido para um diâmetro de 50 mm (ls(50)), ver expressão 9.
𝑃 𝐷 0,45
ls(50) = F𝐷2 F= (50) (9)
Neste ensaio, os provetes cilíndricos podem ser comprimidos diametralmente, mas também
axialmente, é possível utilizar provetes com outras formas, regulares ou irregulares, desde
que obedeçam aos critérios indicados na Figura 3.8. Para isso, é necessário definir-se um
diâmetro equivalente (De) correspondente a uma secção circular com área igual à da secção
transversal do provete ensaiado (expressões 10 a 12).
Figura 3.8 - Relação de dimensões dos provetes a utilizar nos ensaios de carga pontual (Franklin, 1985).
𝜋 4 𝑊𝐷 𝐷𝑒 0,45
𝐴 = 𝑤𝐷 = 4
𝐷𝑒2 (10) De = √ 𝜋
(11) F= ( 50 ) (12)
29
Devem ser considerados válidos somente os resultados dos ensaios nos quais a superfície
de rotura contém os pontos de aplicação da carga (Figura 3.9).
No cálculo do valor representativo da resistência à carga pontual com 10 ensaios, é usual
eliminarem-se os dois resultados mais elevados e os dois mais baixos, determinando-se de
seguida a média dos restantes 6 valores.
É usual efetuar a correlação entre o resultado final obtido com o valor da resistência à
compressão simples (Rc) por meio da relação linear apresentada na expressão 13.
Rc = 𝛼ls(50) (13)
Figura 3.9 - Fraturas válidas e não válidas nos ensaios de carga pontual (Franklin, 1985).
30
Tabela 3. 5 - Classificação do material rochoso intacto, adaptado de Bieniawiski (1971).
Nem sempre existe uma boa corelação entre o índice de resistência à carga pontual (Is(50)) e
a resistência à compressão uniaxial (Rc) pois para o mesmo tipo de rochas podem existir
variações, por vezes, em volumes rochosos adjacentes (Hawkins & Oliver,1986).
31
No ensaio de desgaste em meio húmido, obtém-se um índice quantitativo (Morgenstern &
Eigenbrod, 1974). O Índice de durabilidade (ld) está relacionado com a percentagem da
massa do material rochoso seco que permanece nos tambores de rede metálica após 1 ou 2
ciclos completos, de acordo com a expressão (14):
Tabela 3.7 - Classificação de Aufmuth (1974), para o desgaste do material no primeiro ciclo.
Categoria Descrição
A Alta durabilidade ( menos de 1% do material perdido)
B Durabilidade média (menos de 3,5% mais de 1% do material perdido)
Categoria Baixa durabilidade ( mais de 3,5% do material perdido)
32
A resistência das rochas pode ser enfraquecida com o aumento quer da temperatura quer
do teor em água (Hudson & Harrison, 1997).
A alteração das rochas provoca muitas vezes a diminuição das suas propriedades físicas e
mecânicas, o que se processa muitas vezes ao longo de planos de anisotropia (Douglas &
Voight, 1969).
A anisotropia, pode ser gerada durante o processo de formação da rocha (anisotropia
primária) ou pode ser gerada por processos tanto externos como posteriores à sua formação
(anisotropia secundária).
Na Tabela 3.8 são apresentadas várias classificaçõs das rochas de acordo com os seus
valores da resistência à compressão uniaxial.
Tabela 3.8 - Classificação das rochas tendo em atenção a resistência à compressão uniaxial, adaptado de Valejo et al, (2002).
3.6.1 - Procedimentos
A norma NP EN 1926/2000 (IPQ, 2000), refere que os provetes devem ter uma forma cúbica
com 70 ± 5 mm ou 50 ± 5 mm de aresta ou uma forma cilíndrica reta com uma base circular
plana e com um diâmetro e altura iguais a 70 ± 5 mm ou 50 ± 5 mm.
Tanto a dimensão lateral como o diâmetro do provete estão relacionados com o tamanho do
maior grão da rocha através de uma proporção de, no mínimo, 10:1. Deve ensaiar-se um
maior número de provetes se a máxima dimensão observada dos graus exceder 7 mm, de
forma a obterem-se resultados representativos.
A carga deve ser aplicada a provetes com superfícies planas, cuja tolerância deve ser de 0,1
mm, e em que as superfícies devem ser perpendiculares em relação ao eixo do provete. As
faces laterais dos provetes devem ser lisas, sem irregularidades consideráveis, com um
desvio máximo de 0,3 mm ao longo do comprimento total do provete.
Os provetes antes da execução do ensaio devem ser secos à temperatura de
(70 ± 5) ºC, até à obtenção de massa constante.
Após a secagem dos provetes, estes devem ser colocados num exsicador, de modo a
arrefecerem a uma temperatura de 20º ± 5 ºC.
33
Deve proceder-se à determinação das dimensões da secção transversal dos provetes de
ensaio (dimensão lateral nos provetes cúbicos ou diâmetro nos provetes cilíndricos) com
uma precisão de 0,1 mm. A dimensão média do lado ou do diâmetro médio deverão ser
definidos para determinar a superfície da secção transversal. As dimensões de cada provete
devem ser determinadas com um paquímetro.
Devem observar-se alguns cuidados na colocação dos provetes no equipamento de
carregamento: proceder à limpeza dos pratos de apoio e de carga; retirar impurezas das
superfícies de carga do provete. Alinhar e colocar o provete no centro do prato inferior da
máquina de ensaio para se conseguir um apoio uniforme em todos os provetes.
A carga deve ser exercida de forma contínua sobre os provetes, com aumento constante a
uma taxa de compressão de (1 ± 0,5) MPa/s. Regista-se a carga máxima que o provete
suporta, com uma aproximação de 1KN.
A resistência de compressão uniaxial (R), de cada provete é definida pelo quociente entre a
carga de rotura (F) do provete e a área da secção transversal determinada anteriormente ao
ensaio, de acordo com a expressão (15):
𝐹
R= 𝐴
(15)
34
3.7.1 - Módulo de elasticidade
Onde
vp é a velocidade de propagação das ondas de compressão ou longitudinais (m/s);
vs é a velocidade de propagação das ondas secundárias (m/s);
Onde:
𝜌 é a massa volúmica da amostra (Kg/m3);
v
sé a velocidade de propagação das ondas transversais(m/s);
v é o coeficiente de Poisson.
O módulo de elasticidade dinâmica dos arenitos apresenta valores de (0,5 – 5,6) x 105
kg/cm2 e o coeficiente de Poisson entre 0,1- 0,4 (Vallejo et al., 2002).
35
3.7.1.2 - Módulo de elasticidade estático
Uma rocha quando submetida a uma força de compressão uniaxial sofre uma deformação
que, de modo geral, não é reversível e é função da direção e da carga aplicada (Hudson et
al., 1972).
A deformação axial (𝜀𝑎𝑥 ) e a deformação transversal (𝜀𝑡 ), para a ISRM (1999), são definidas,
respetivamente, pelas expressões (18) e (19).
A deformação axial (𝜀𝑎𝑥 ) pode ser determinada através da utilização de um extensómetro
colocado longitudinalmente no provete.
∆𝑙
𝜀𝑎𝑥 = (18)
𝑙𝑜
Onde:
∆𝑙 é variação do comprimento do provete e 𝑙𝑜 é o comprimento inicial do provete antes de
ser submetido à carga.
A deformação diametral ou transversal (𝜀𝑡 ) pode ser determinada através da variação do
diâmetro do provete por meio de um extensómetro colocado transversalmente e a metade
da altura do provete.
∆𝑡
𝜀𝑡 = (19)
𝑡𝑜
Onde:
to corresponde ao diâmetro inicial do provete e ∆𝑡 é é variação inicial do provete nessa
direção.
O coeficiente de Poisson (v) é a relação entre a deformação lateral (t) e a deformação
longitudinal (𝜀𝑎𝑥 ) do material rochoso. Este pode ser determinado pela expressão (20):
O valor do módulo de elasticidade estática dos arenitos está compreendido entre (0,3 - 6,1)
x 105 kg/cm2 e o coeficiente de Poisson entre 0,1- 0,4 (Vallejo et al., 2002).
Segundo a norma EN 14580 (IPQ,2007), o ensaio consiste na medição das deformações
longitudinais de um provete submetido a tensões compressivas uniaxiais na sua base e
topo. O módulo de elasticidade estática é calculado a partir destes valores.
De acordo com a ISRM (1981,1999), os extensómetros a utilizar na determinação das
deformações longitudinais devem ser posicionados entre 25% e 75% de altura dos provetes
e numa posição diametralmente oposta.
36
Para além da utilização dos extensómetros podem medir-se as deformações através dos
designados Linear Variable Differential Transformers (LVDT).
Os extensómetros elétricos (Strain-Gauge) baseiam-se na relação entre a resistência
elétrica e algumas propriedades físicas de um condutor, segundo a expressão (21):
𝜌×𝐿
R= (21)
𝐴
Onde:
A ISRM (1981), recomenda a aplicação de uma carga de 0,5 a 1 MPa/s. O ensaio foi
realizado com aplicação da resistência do pico de rotura de 10%.
A Tabela 3.9 apresenta a classificação dos valores do coeficiente de Poisson proposto por
Gercek (2007).
Tabela 3.9 - Classificação do coeficiente de Poisson por Gercek (2007).
O ensaio Brasileiro, também conhecido por ensaio de resistência à tração indireta ou ensaio
de compressão diametral, foi utilizado pela primeira vez por Fernando Carneiro para verificar
a capacidade de cilindros de betão a utilizar no deslocamento, em 1943, da igreja de São
Pedro localizada no Rio de Janeiro, tendo em atenção a Teoria da Elasticidade (Metha &
Monteiro, 2008).
Com o decorrer do tempo, o ensaio começou a ser também utilizado em rochas e solos
compactos (Favaretti, 1995).
O ensaio consiste na aplicação de uma carga vertical de compressão sobre o provete
cilíndrico, colocado horizontalmente entre duas placas através das quais se transmite a força
até se atingir a rotura do provete (ISRM, 1981).
37
A rotura verifica-se ao longo do plano vertical diametral, intersectando os dois lados
carregados. Destacam–se algumas vantagens deste ensaio, como uma fácil preparação das
amostras, o ensaio ser efetuado com o mesmo equipamento usado para o ensaio de
determinação de resistência à compressão uniaxial, e a rotura não é muito influenciada
pelas condições da superfície de contato da amostra (Krishhnayya & Eisenstein, 1974).
Para Rocha (1981), os valores da resistência à tração obtidos pelo ensaio brasileiro, são em
regra, superiores aos determinados pelo ensaio de tração simples. Neste ensaio, é imposta
a secção de rotura, enquanto que a rotura no ensaio de tração simples ocorre pela secção
mais fraca.
3.8.1 - Procedimentos
O ensaio está relacionado com a determinação não direta da resistência à tração uniaxial de
um provete de rocha, considerando que a rotura é originada por tração, quando a rocha é
submetida a um estado de tensão biaxial, verificando-se a presença de uma força principal
de tração e outra de compressão de magnitude não superior a 3 vezes a força de tração
(Vallejo et al., 2002).
Para se obter uma média significativa, são necessários pelo menos 10 provetes. Mas se o
coeficiente de variação for inferior a 5%, um menor número de amostras é aceitável (ASTM,
2001).
O provete cilíndrico sobre o qual se aplica a carga vertical de compreessão, deve ser
assente numa posição horizontal sobre duas placas através das quais se transmite a força
até se conseguir a sua rotura. Devem ser usadas placas planas ou esféricas concâvas para
transmitir as cargas. As placas, devem ser rigorosamente paralelas e a carga deve ser
aplicada de tal forma que se consiga a rotura da rocha entre os 15 a 30 segundos (ISRM,
1981).
Para Krishhnayya & Eisenstein (1974), a resistência à tração é determinada pela expressão
(22):
2𝑃
𝜎1 = (22)
𝜋𝐷𝐿
Onde:
P é a carga de rotura;
D é o diâmetro do provete;
L é o comprimento do provete.
Segundo a norma D 3967 – ASTM (2001), deve aplicar-se uma carga de compressão com
um aumento contínuo, de modo a produzir uma razão aproximadamente constante e a
rotura ocorre entre 1 a 10 min da aplicação da carga .
38
Deve existir um cuidado especial nos contactos entre o provete e as placas e ou discos de
carga para evitar a ocorrência de roturas precoces. Geralmente, utilizam-se peças metálicas
para distribuirem a carga aplicada uniformemente em toda a faixa delimitada pela largura de
contacto com o provete (Kennedy, 1968).
39
4. ENSAIOS LABORATORIAIS: RESULTADOS E
TRATAMENTO DE DADOS
Para alcançar os objetivos definidos nesse trabalho, foram realizados oito conjuntos de
ensaios laboratoriais, que permitiram caracterizar algumas das propriedades físicas e
mecânicas dos arenitos estudados.
Esses ensaios foram realizados com base nas normas e recomendações descritas no
capítulo 3.
4.1. Amostragem
As amostras foram colhidas num afloramento localizado nas proximidades da povoação do
Olho Marinho (concelho de Vila Nova de Poiares), como já foi referenciado no subcapítulo
2.1. Neste local, existem duas pedreiras de dimensão reduzida (320 e 600m2), onde se
efetua a extração de blocos irregulares de material rochoso, de uma forma artesanal, e que
são utilizados no fabrico de mós. As duas pedreiras desenvolvem-se em avanço superficial,
explorando a parte superior do maciço arenítico.
As pedreiras estão abandonadas e sem recuperação paisagística. A pedreira de maior
dimensão localiza-se num terreno aplanado a uma cota média de 350m. O desenvolvimento
desta pedreira é efetuado através de uma única frente de desmonte, com um degrau de
cerca de 4 m, como se pode observar na Figura 4.1A.
Devido às condições meteorológicas que ocorreram este ano (pluviosidade intensa) as
pedreiras estavam parcialmente submersas, o que impediu o acesso à frente de desmonte,
facto que contribuiu negativamente no acesso ao afloramento e na caracterização das
descontinuidades do maciço
Devido a esse impedimento as amostras foram recolhidas na pedreira de maior dimensão,
numa zona lateral que foi recentemente desmontada por uma pá mecânica, para fornecer
material rochoso para a indústria das mós.
A amostragem foi feita tendo em atenção a granulometria, o grau de alterabilidade das
rochas, e a sua estratificação, de modo a poder correlacionar estes fatores com os
resultados nos ensaios, tendo em consideração que o arenito poderá apresentar anisotropia,
consoante a orientação em que são efetuados os ensaios de laboratório. Na Figura 4.1
podemos observar uma panorâmica geral da pedreira e um bloco do arenito, desmontado
por uma pá mecânica.
40
Figura 4.1- A) Vista geral da pedreira onde foi feita a colheita das amostras. Pode-se observar que a pedreira está cheia de
água o que prejudicou a recolha das amostras. B) Pormenor do arenito explorado na pedreira.
41
Figura 4.2 - A) Serragem da amostra. B) Carotagem da amostra.
42
4.3.2. Amostra OMG1 a OMG10
As amostras OMG1-OMG10, apresentam alguma variação na granulometria tanto no topo
como na base, onde os grãos são facilmente visíveis (Figura 4.4). Os grãos de quartzo
apresentam-se desde hialinos até com cores a variarem entre o branco, rosa, avermelhada
e escura, com dimensão máxima de 2 mm, e formas esféricas, por vezes angulosas,
subarredondados e por vezes arredondados de acordo com a classificação de Powers
(1982), sendo claramente visível a matriz feldspática de coloração esbranquiçada. Por vezes
apresentam granulometria superior a 2 mm (até 3 mm). Os grãos estão fortemente unidos
com cimentação de sílica, com textura granular. Existem pequenas cavidades por vezes não
preenchidas (Figura 4.5) e algumas vezes preenchidas por materiais argilosos com óxido de
ferro hidratado, de coloração avermelhada e por vezes amarelada (Ocre), e sem fissuração.
Os grãos, em relação à matriz, apresentam uma percentagem superior a 50%, de acordo
com a classificação de Folk (1970).
Figura 4.3 - A) Aspeto da amostra OMF2, onde os grãos são homogéneos, geralmente arredondados, embora por vezes
apareçam não arredondados de coloração escura, sem fissuração. B) Amostra OMF6 na qual são visíveis os grãos de
granulometria superior a 2mm, avermelhado (QA), esbranquiçados (QB) e hialinos (Qh).
43
Figura 4.4 – A) Aspeto da amostra onde é visível o grão hialino de quartzo (Qh) de dimensão superior a 2 mm. B) Amostra
OMF9 na qual são visíveis os grãos de quartzo esbranquiçados (Qb).
Figura 4.5 - A) Aspeto da amostra OMG5, onde são visíveis os grãos de tamanho diferenciado, com espaços vazios (poros). B)
Amostra OMG10 na qual são visíveis os grãos grosseiros de quartzo acastanhados.
44
Figura 4.6 - A) Estufa ventilada utilizada para secagem dos provetes. B) Exsicador utilizado para ensaio de porosidade.
Determinou-se a massa de cada provete seco (md), sendo apresentados os valores nas
Tabelas 4.1 e 4.2.
De seguida os provetes, foram colocados num recipiente de vácuo composto por um
exsicador mais uma bomba de vácuo (Figura 4.7) e baixou-se gradualmente a pressão no
vácuo até (2 ± 0,7) kPa = (15 ± 5) mmHg, seguindo-se a metodologia explicitada no
subcapítulo 3.1.1.
Figura 4.7 - Sistema de vácuo, composto por um exsicador mais uma bomba de vácuo.
Procedeu-se à determinação da massa imersa dos provetes (mh), por meio de uma balança
digital acoplada ao dispositivo que permite fazer a pesagem hidrostática (Figura 4.8).
45
Figura 4.8 - Balança digital acoplada a um dispositivo de pesagem hidrostática.
Tabela 4.1 - Valores da massa volúmica aparente e da porosidade aberta das amostras de granulometria grosseira.
Massa seca - Massa saturada - Massa imersa - Massa volúmica da volume de poros Volume aparente Massa volúmica Porosidade
3 3
Amostra md ( kg) ms ( kg) mh ( kg) água - prh (kg/m ) aberto - vo (ml) vb (ml) aparente - pb (kg/m ) aberta - po (%)
OMG1 0,58871 0,60952 0,36609 1000 20,81 609,15 2418,4 8,55
OMG2 0,69303 0,72426 0,43220 1000 31,23 723,83 2372,9 10,69
OMG3 0,57645 0,59601 0,35762 1000 19,56 595,65 2418,1 8,21
OMG4 0,57223 0,58402 0,35193 1000 11,79 583,67 2465,6 5,08
OMG5 0,61617 0,63286 0,38226 1000 16,69 632,48 2458,8 6,66
OMG6 0,62922 0,65530 0,39152 1000 26,08 654,91 2385,4 9,89
OMG7 0,61951 0,64080 0,38284 1000 21,29 640,42 2401,6 8,25
OMG8 0,23172 0,24625 0,14542 1000 14,53 246,10 2298,1 14,41
OMG9 0,72535 0,74978 0,45246 1000 24,43 749,33 2439,6 8,22
OMG10 0,47603 0,48786 0,29540 1000 11,83 487,56 2473,4 6,15
Tabela 4.2 - Valores da massa volúmica aparente e da porosidade aberta das amostras de granulometria fina.
Massa seca - Massa saturada - Massa imersa - Massa volúmica da volume de poros Volume aparente Massa volúmica Porosidade
3 3
Amostra md ( kg) ms ( kg) mh ( kg) água - prh (kg/m ) aberto - vo (ml) vb (ml) aparente - pb (kg/m ) aberta - po (%)
OMf1 0,78010 0,80173 0,48023 1000 21,63 801,25 2426,4 6,73
OMf2 0,77369 0,79767 0,48030 1000 23,98 797,19 2437,8 7,56
OMf3 0,69506 0,71446 0,42798 1000 19,40 714,03 2426,2 6,77
OMf4 0,72468 0,75014 0,44585 1000 25,46 749,69 2381,5 8,37
OMf5 0,66488 0,68836 0,40942 1000 23,48 687,95 2383,6 8,42
OMf6 0,56471 0,58487 0,34679 1000 20,16 584,52 2371,9 8,47
OMf7 0,60506 0,62372 0,37251 1000 18,66 623,35 2408,6 7,43
OMf8 0,43074 0,44439 0,26531 1000 13,65 444,12 2405,3 7,62
OMf9 0,37282 0,38426 0,22940 1000 11,44 384,03 2407,5 7,39
OMf10 0,34270 0,35062 0,21072 1000 7,92 350,41 2449,6 5,66
Tabela 4.3 - Resultados médios da massa volúmica aparente e da porosidade aberta em função da classificação das
dimensões do grão da amostra
Granulometria Massa volúmica Média Desvio padrão Coef. de Porosidade Média Desvio padrão Coef. de
aparente (kg/m 3) (kg/m 3) variação aberta (%) (%) (%) variação
Fina 2371,93 - 2449,61 2386,10 25,52 0,01 5,66 - 8,47 7,40 0,88 0,12
Grosseira 2298,13 - 2473,402413,20 47,40 0,02 5,08 - 14,41 8,60 2,40 0,27
Como se pode observar na Tabela 4.3, verifica-se uma maior dispersão dos valores da
massa volúmica aparente para os arenitos de grão mais grosseiro, constatando-se que o
46
valor médio da massa volúmica é superior para os arenitos de granulometria grosseira
comparativamente ao valor apresentado pelos arenitos de grão mais fino.
Observou-se, de modo geral, que a porosidade aberta apresenta valores mais elevados com
o incremento da dimensão granulométrica dos arenitos.
A massa volúmica dos arenitos estudados (tanto da granulometria fina como da grosseira)
classifica-se como sendo de classe 3, portanto média, segundo a IAEG (1979) (Tabela 3.2).
Relativamente à porosidade dos arenitos, os valores permitiram a sua classificação como
pertencente à classe 3, sendo enquadrada como média, ainda de acordo com a IAEG (1979)
(Tabela 3.3).
Este ensaio foi realizado em conformidade com os procedimentos estabelecidos pela norma
EN 14579 (IPQ, 2007), descritos no subcapítulo 3.2.
Utilizou-se um equipamento Pundit Lab da Proceq, com o software Pundit Link, versão 2.3.0,
da série PL01- 002-0152 cujas especificações técnicas estão indicadas na Tabela 4.4.
Tabela 4.4 - Especificações técnicas do Pundit Lab utilizado para medição das velocidades das ondas P e S.
Medição do tempo
de trânsito
Faixa 0,1 - 9999 μs auto seleção
Resolução 0,1 μs
47
ensaios e posteriormente nos ensaios destrutivos de resistência à compressão. Os ensaios
foram efetuados tanto em amostras secas como em amostras saturadas em água.
Para a medição da velocidade das ondas de ultrassons, fez-se a conexão dos transdutores
na parte frontal da unidade de leitura usando-se cabos do tipo BNC (conector Bayonet Neill
Concelman) que apresentam um comprimento de 1,5 m, tendo sido conectados antes de
ligar o aparelho Pundit Lab (Figura 4.9).
Figura 4.9 - A) Conexão dos transdutores de 54kHz (ondas P). B) Conexão dos transdutores de 250 kHz (ondas S).
Figura 4.10 - Calibrador Rod - 25,4 μs, port nᴼ 71010028 Proceq SA, Pundit Lab/instrumento ultra - sónico (2011).
48
Para a medição da velocidade das ondas longitudinais (Vp), recorreu-se aos transdutores de
54 kHz (Figura 4.11) e um sinal de transmissão de 250 V.
De seguida foram feitas as medições, tendo sido visualizados os resultados das velocidades
medidas bem como os seus respetivos gráficos, no ecrã do software Pundit Link.
Figura 4.11 - A) Transdutores ligados ao equipamento. B) transdutores acoplados ao provete. C) visualização dos resultados.
Os resultados das medições das ondas Vp nos provetes ensaiados bem como os respetivos
tempos de medição (T1), estão indicados nas Tabelas 4.5, 4.6 e 4.9.
Tabela 4.5 - Resultados de medição das velocidades das ondas longitudinais (VP) das amostras grosseiras saturadas e secas.
Tabela 4.6 - Resultados de medição das velocidades das ondas longitudinais (VP) das amostras finas saturadas e secas.
49
Para a medição da velocidade das ondas de ultrassons transversais (Vs), usou-se os
transdutores de 250 kHz (Figuras 4.9B e 4.12) e um sinal de transmissão de 500 V.
De referir que na determinação das velocidades das ondas Vs, o equipamento determina
igualmente a velocidade das ondas P e apresenta o respetivo gráfico. No monitor do
computador, estão indicados por T1 e V (o tempo e a velocidade para as ondas P) e T2 e V2
(o tempo e a velocidade para as ondas S), como se pode observar na Figura 4.13.
Figura 4.13 – Exemplo de registo obtido através do software Pundit Link para as ondas longitudinais e transversais.
50
Tabela 4.7 - Resultados de medição das velocidades das ondas transversais ( VS) das amostras grosseiras saturadas e secas.
Amostra Distância Ondas S Amostra Distância Ondas S
saturada (m) Vs(m/s) T2 (μs) seca (m) Vs(m/s) T2 (μs)
OMG1 0,104 2667 39 OMG1 0,104 2773 37,5
OMG2 0,12 2830 42,4 OMG2 0,12 2500 48
OMG3 0,103 2470 41,7 OMG3 0,103 3444 29,9
OMG4 0,098 3063 32 OMG4 0,098 2390 41
OMG5 0,105 2800 37,5 OMG5 0,105 2893 36,3
OMG6 0,103 2500 41,2 OMG6 0,103 2470 41,7
OMG7 0,108 3086 35 OMG7 0,108 2880 37,5
OMG8 0,042 2320 18,1 OMG8 0,042 2333 18
OMG9 0,127 2854 44,5 OMG9 0,127 2880 44,1
OMG10 0,089 2947 30,2 OMG10 0,089 2908 30,6
Média 2753,7 Média 2747,1
Desvio padrão 258,6 Desvio padrão 334,3
v. Máximo 3086 v. Máximo 3444
v. Mínimo 2320 v. Mínimo 2333
Tabela 4.8 - Resultados de medição das velocidades das ondas transversais (VS) das amostras finas saturadas e secas.
Tabela 4.9 - Resumo dos resultados obtidos na medição das velocidades de propagação das ondas de ultrassons.
VP (m/s) VS(m/s)
Transdutor 54 kHz 250 kHz
Transmissor 250 V 500 V
Seco Saturado Seco Saturado
Média 5248,4 5766,9 2903 3242,4
Fina V. Max 6150 6421 3271 3836
V. Min 3778 5301 2244 2672
Amostra Desv pad 802,63 393,36 359,81 347,6
Média 5360,2 5408,1 2747,1 2753,7
Grosseira V. Max 6280 6437 3444 3086
V. Min 4633 4633 2333 2320
Desv pad 601 603,15 334,3 258,6
Da análise dos resultados apresentados na Tabela 4.9, verifica-se, que tanto os valores de
Vp como de Vs, aumentam com a saturação em água.
A Vp dos arenitos de granulometria fina e grosseira (tanto seca como saturada) classifica-se
como muito elevada, de acordo com a classificação da IAEG (1979), apresentada na Tabela
3.4, no subcapítulo 3.2.
51
4.6. Ensaio com o esclerómetro ou martelo de Schmidt
Este ensaio foi realizado no campo e em conformidade com as recomendações da ISRM
(1978). Utilizou-se um Martelo de Schmidt do modelo L, com uma energia de impacto de
0,735 N.m, (Figura 4.14).
O ensaio foi realizado em superfícies de blocos de arenitos, in situ, tendo sido efetuadas
duas séries de 20 medições em superfícies de blocos de granulometria fina num ângulo de
45º com a horizontal, procedendo-se igualmente à realização de outras duas séries de
medições em superfícies de blocos de granulometria grosseira, nas quais uma foi realizada
num ângulo de 45º com a horizontal e a outra num ângulo de 0º com esta última. As
superfícies dos blocos dos arenitos ensaiadas foram escolhidas devido a serem lisas,
aplanadas, limpas e relativamente afastadas de superfícies de descontinuidades.
Os valores das medições obtidos nesses ensaios, foram dispostos em ordem crescente,
procedendo-se à rejeição dos 10 valores mais baixos. De seguida foi determinada a média
com os restantes 10 valores, de modo a definir o valor da dureza de Schmidt (R). Não foi
necessário utilizar um fator de correção, dado que o martelo estava devidamente calibrado.
A Tabela 4.10 ilustra os resultados da dureza de Schmidt por granulometria e da estimativa
da resistência à compressão uniaxial (RCU) efetuada através do ábaco de Deere & Miller
(1966), o qual foi apresentado no subcapítulo 3.3.
Os valores de RCU obtidos a partir do ábaco de Deere & Miller (1966) foram obtidos
considerando o valor da dureza de Schmidt e o valor da massa volúmica do material
rochoso ensaiado.
Tabela 4.10 -Resultados da dureza de Schmidt por granulometria e da estimativa da resistência à compressão uniaxial através
do ábaco de Deere & Miller (1966).
Granulometria Série V.mín V.max Desv. Pad R.médio Média R Massa Volúmica média Massa Volúmica média
RCU(MPa)
(Kg/m3) (KN/m3)
Fina 1ª (45ᴼ) 40 51 4,3 44,9 40,9 2386,1 22,7 75
2ª (45ᴼ) 32 46 4,3 37
Grosseira 1ª (45ᴼ) 38 52 4,9 41,4 42,3 2413,2 23,0
2ª (0ᴼ) 38 55 5,3 43,2 78
52
Analisados os resultados da Tabela 4.10, pode referir-se que a dureza Schmidt é
ligeiramente superior nos arenitos de grão grosseiro comparativamente aos de grão fino, o
que igualmente se verifica nos valores estimados da resistência à compressão uniaxial
através do ábaco de Deere & Miller (1966), em que se consideram igualmente os valores da
massa volúmica.
Figura 4.15 – A) Provetes antes da aplicação da carga, B) equipamento utilizado e C) provetes depois da aplicação da carga.
As dimensões e os cálculos do índice de carga pontual estão indicados nas Tabelas 4.11 a
4.18. Para o cálculo do Is(50), de cada série, foram retirados os dois valores mais elevados
bem como os dois valores mais baixos.
53
Tabela 4.11 - Dimensões dos provetes e respetivos cálculos do Is (50) da primeira série de provetes de granulometria fina.
Tabela 4.12 - Dimensões dos provetes e respetivos cálculos do Is(50) da segunda série de granulometria fina.
Tabela 4.13 - Valores médios de Is(50) das duas séries (S1 e S2) de provetes de granulometria fina.
Tabela 4.14 - Dimensões dos provetes e respetivos cálculos do Is(50) da primeira série de provetes de granulometria grosseira.
54
Tabela 4.15 - Dimensões dos provetes e respetivos cálculos do Is(50) da segunda série de provetes de granulometria grosseira.
Tabela 4.16 - Valores médios de Is(50) das duas séries (S2 e S2 ) de provetes de granulometria grosseira.
Tabela 4.17 - Síntese dos resultados do ensaio de carga pontual em função das séries.
Is(50)
fina 5,93
Grosseira 7,87
De acordo com os valores médios obtidos e apresentados nas Tabelas 4.17 e 4.18, os
resultados de Is(50) apresentam um incremento com o aumento da dimensão da
granulometria, ou seja quanto maior é o tamanho dos grãos dos arenitos estudados, mais
elevado o valor da resistência à carga pontual.
55
Esses arenitos, tanto de granulometria fina como de granulometria grosseira, classificam-se
como de resistência muito elevada de acordo com a classificação de Bieniawski (1971),
apresentada na Tabela 3.5, do subcapítulo 3.4.
A ISRM (1979), propõe a realização de dois ciclos, mas no presente trabalho, foram
realizados três ciclos, cujos resultados são apresentados na Tabela 4.19. O índice de
durabilidade (Id) foi definido pela expressão 14, presente no subcapítulo 3.5.
Amostra Massa (A) Massa seca (B) Massa seca (C) Massa seca (E) Massa (D) ld1 ld2 ld3
seca inicial (g) 1ᴼ cíclo (g) 2ᴼ cíclo (g) 3ᴼ cíclo (g) tambor (g) (%) (%) (%)
Fina 1 1503,07 1499,96 1498,61 1497,65 999,6 99,38 99,11 98,92
Fina 2 1477,59 1475,09 1473,56 1472,56 999,6 99,48 99,16 98,95
Grosseira1 1479,03 1476,31 1475,22 1474,51 999,6 99,43 99,21 99,06
Grosseira 2 1499,29 1496,48 1492,4 1491,4 999,6 99,44 98,62 98,42
Na Tabela 4.20 e no gráfico da Figura 4.17, estão indicados os índices de durabilidade dos
56
três ciclos realizados para os vários arenitos.
Tabela 4.20 -Valores do índice de durabilidade do material rochoso por granulometria e por ciclo.
Pela análise dos resultados apresentados nas Tabelas 4.19, 4.20 e no gráfico da Figura
4.17, constatou-se que os valores do Id para os diferentes arenitos são similares,
verificando-se que os resultados do Id médio para os segundo e terceiro ciclos dos arenitos
mais grosseiros são ligeiramente inferiores aos dos arenitos mais finos.
Baseando-se na classificação Gamble (1971), dos resultados do segundo ciclo, e de acordo
com o expresso na Tabela 3.6 do subcapítulo 3.5, os arenitos estudados (tanto de
granulometria fina como da grosseira), classificam-se como de durabilidade muito alta.
Segundo a classificação de Aufmuth (1974), baseada nos resultados do primeiro ciclo, de
acordo com a Tabela 3.7 do subcapítulo 3.5, os arenitos (tanto de granulometria fina como
da grosseira) apresentam menos de 1% do material perdido, enquadrando-se na categoria
A (Alta durabilidade).
57
paralelas entre si e que excediam os valores indicados na norma utilizada. Depois da
retificação ainda foi verificado que as superfícies das extremidades dos provetes não
estavam completamente paralelas entre si, o que justificou a utilização de discos neoprene,
com uma resistência de 60 shore, como é recomendado neste tipo de ensaio.
Na realização dos ensaios foi utilizada uma prensa do tipo servo S.p.A. Treviolo da Matest,
de 2000KN de capacidade, controlada por um software através da consola da prensa ou
através de um computador (Figura 4.18).
Figura 4.18- Prensa Matest utilizada para o ensaio de resistência à compressão uniaxial.
A prensa foi configurada de modo a terminar o ensaio após 30% de aplicação da força
exercida para provocar a rotura da amostra. Depois do provete estar devidamente limpo, foi
posicionado no cento dos discos da prensa, tendo sido colocados os dois discos de
neoprene nas extremidades do provete, iniciando-se o ensaio, como se ilustra na Figura
4.19.
Figura 4.19 – A) Amostra antes do ensaio. B) amostra depois do ensaio, onde se pode ver a fractura resultante do ensaio de
compressão uniaxial.
58
Nas Tabelas 4.21 e 4.22, apresentam-se os resultados obtidos nos ensaios de resistência à
compressão uniaxial para as duas granulometrias dos arenitos (grosseira e fina).
Tabela 4.21 - Resultados obtidos nos ensaios de resistência à compressão uniaxial para os arenitos de granulometria
grosseira.
Granulometria Amostra Secção (mm2) Carga máx (KN) RCU (Mpa)
OMF1 4578,12 214,809 90,41
OMF2 4578,12 172,149 72,46
OMF3 4578,12 250,296 105,35
Fina OMF4 4578,12 191,864 80,76
OM76 4578,12 170,676 71,84
OMf7 4578,12 171,674 72,26
OMF8 4578,12 184,739 77,76
OMF9 4578,12 173,669 73,10
V. Máximo 105,35
V. Mínimo 71,84
Média 80,49
Desv. Padrão 11,86
Tabela 4.22 - Resultados obtidos nos ensaios de resistência à compressão uniaxial para os arenitos de granulometria
grosseira.
Granulometria Amostra Secção (mm2) Carga máx (KN) RCU (Mpa)
OMG1 4578,12 137,439 57,85
OMG2 4578,12 93,281 39,26
Grosseira OMG3 4578,12 170,241 71,66
OMG4 4578,12 169,446 71,32
OMG6 4578,12 141,119 59,40
OMG7 4578,12 144,345 60,76
V. Máximo 71,66
V. Mínimo 39,26
Média 60,04
Desv. Padrão 11,83
Os arenitos estudados classificam-se como sendo uma rocha considerada dura, em termos
de resistência, de acordo com ISRM (1981), de acordo com o apresentado na Tabela 3.8 do
subcapítulo 3.6.
Verifica-se, que a resistência a compressão uniaxial é mais elevada para as amostras de
grão mais fino em comparação com os resultados obtidos para as amostras de grão mais
grosseiro.
59
Tabela 4.23 - Resultados da determinação do Coeficiente de Poisson e do módulo de elasticidade dinâmico das amostras de
arenitos de granulometria seca.
Tabela 4.24 - Resultados da determinação do Coeficiente de Poisson e do módulo de elasticidade dinâmico das amostras de
arenitos de granulometria fina saturada.
Amostra Comprimento Ondas P Ondas S Densidade''ᵟ'' Coef de Poisson Módulo elast/Young
do provete (m) Vp(m/s) T1 (μs) Vs(m/s) T2 (μs) (kg/m3) dinámico(vd) dinámico( ed) Mpa
OMf1 0,133 5684 23,4 3129 42,5 2426 0,28 60929
OMf2 0,141 5444 25,9 3324 43,6 2437 0,23 62564
OMf3 0,123 5748 21,4 3091 39,8 2426 0,3 60106
OMf4 0,132 5301 24,9 2986 44,2 2381 0,27 53822
OMf5 0,122 5471 22,3 2961 41,2 2383 0,29 54024
OMf6 0,104 5652 18,4 3291 31,6 2371 0,24 63866
OMf7 0,105 5469 19,2 2672 39,3 2408 0,34 46186
OMf8 0,078 6240 12,5 3498 22,3 2405 0,27 74798
OMf9 0,068 6239 10,9 3636 18,7 2407 0,24 79099
OMf10 0,061 6421 9,5 3836 15,9 2449 0,23 86694
Média 0,27 64209
Desvio padrão 0,04 12500
v. Máximo 0,34 86694
v. Mínimo 0,23 46186
Tabela 4.25 - Resultados da determinação do Coeficiente de Poisson e do módulo de elasticidade dinâmico das amostras de
arenitos de granulometria grosseira saturada.
Amostra Distância Ondas P Ondas S Densidade''ᵟ'' Coef de Poisson Módulo elast/Young
(m) Vp(m/s) T1 (μs) Vs(m/s) T2 (μs) (kg/m3) dinámico(vd) dinámico( ed) Mpa
OMG1 0,104 5361 19,4 2667 39 2418 0,34 45941
OMG2 0,12 4633 25,9 2830 42,4 2372 0,2 45684
OMG3 0,103 6437 16 2470 41,7 2418 0,41 41709
OMG4 0,098 5632 17,4 3063 32 2465 0,29 59666
OMG5 0,105 5707 18,4 2800 37,5 2458 0,34 51703
OMG6 0,103 4813 21,4 2500 41,2 2385 0,32 39211
OMG7 0,108 5806 18,6 3086 35 2401 0,3 59594
OMG8 0,042 4719 8,9 2320 18,1 2298 0,34 33164
OMG9 0,127 5000 25,4 2854 44,5 2473 0,26 50696
OMG10 0,089 5973 14,9 2947 30,2 2473 0,34 57522
Média 0,31 48489
Desvio padrão 0,07 8983,37
v. Máximo 0,41 59666
v. Mínimo 0,2 33164
Tabela 4.26 - Resultados da determinação do Coeficiente de Poisson e do módulo de elasticidade dinâmico de arenitos de
granulometria grosseira seca.
Amostra Distância Ondas P Ondas S Densidade''ᵟ'' Coef de PoissonMódulo elast/Young
(m) Vp(m/s) T1 (μs) Vs(m/s) T2 (μs) (kg/m3) dinámico(vd) dinámico( ed) Mpa
OMG1 0,104 4776 20,9 2773 37,5 2418 0,27 47405
OMG2 0,12 4633 25,9 2500 48 2372 0,29 38385
OMG3 0,103 6280 16,4 3444 29,9 2418 0,28 73705
OMG4 0,098 5976 16,4 2390 41 2465 0,4 39560
OMG5 0,105 5707 18,4 2893 36,3 2458 0,33 54602
OMG6 0,103 4813 21,4 2470 41,7 2385 0,32 38450
OMG7 0,108 5714 18,9 2880 37,5 2401 0,33 51962
OMG8 0,042 4719 8,9 2333 18 2298 0,34 33477
OMG9 0,127 5205 24,4 2880 44,1 2439 0,28 51764
OMG10 0,089 5779 15,4 2908 30,6 2473 0,33 55648
Média 0,32 48496
Desvio padrão 0,04 11815,17
v. Máximo 0,4 73705
v. Mínimo 0,27 33477
60
Tabela 4.27 - Resumo dos resultados obtidos na determinação do Coeficiente de Poisson e do módulo de elasticidade
dinâmico.
Arenitos Finos Arenitos Grosseiros
Coefic Poisson (v d ) Ed (Mpa) Coefic Poisson (v d ) Ed (Mpa)
Seca Saturada Seca Saturada Seca Saturada Seca Saturada
Média 0,274 0,270 52657 64209 0,32 0,31 48496 48489
Desv. Padrão 0,03 0,04 12881 12500 0,04 0,06 11815 8983
Mín 0,23 0,23 29755 46186 0,27 0,20 33477 33164
Máx 0,31 0,34 67631 86694 0,40 0,41 73705 59666
A partir dos dados representados na Tabela 4.27, observa-se, que o módulo de elasticidade
dinâmico é maior para os arenitos finos.
Em relação ao Coeficiente de Poisson, este, diminui com o aumento do grau de saturação e
apresenta-se mais elevado com o aumento da dimensão granulométrica dos arenitos.
O Coeficiente de Poisson dos arenitos de granulometria fina, classifica-se como sendo
médio e para a granulometria grosseira como elevado, de acordo por Gercek (2007) e como
se pode verificar na Tabela 3.9. do subcapítulo 3.7.1.
61
Figura 4.20 - Provete instrumentado e com os topos capeados.
Tabela 4.28 - Resultados do ensaio do módulo de elasticidade estática e do coeficiente de Poisson estático.
62
De seguida, configurou-se o equipamento para o ensaio em causa, escolheu-se a forma
geométrica dos provetes (cilíndrica) e foram introduzidos o diâmetro e o comprimento do
provete a ensaiar.
De igual modo, o equipamento foi configurado de modo que o início da carga fosse a 2kN e
com uma taxa de aplicação de carga de 1 kN/s. Exerceu-se a carga vertical de compressão
de forma contínua sobre o provete cilíndrico, até se conseguir a sua rotura. O equipamento
define o valor da resistência à tração através da expressão 22 do capítulo 3.8.
A Figura 4.21 mostra a prensa e o provete colocado diametralmente para o ensaio
Brasileiro.
De acordo com os resultados apresentados na Tabela 4.29, observa-se, que os valores das
resistências à tração obtidos pelo ensaio diametral, diminuem com a redução da
granulometria do arenito.
63
5. DISCUSSÃO DE RESULTADOS
Neste capítulo procede-se à apresentação, correlação e discussão de resultados obtidos
através dos ensaios realizados. De modo a tornar mais fácil a leitura e interpretação dos
dados foram elaboradas tabelas e gráficos de correlação e comparação entre os vários
parâmetros de várias grandezas físicas e mecânicas.
As correlações e comparações efetuadas permitiram em certos casos, estabelecer a partir
dos resultados de um determinado parâmetro, os valores de outro parâmetro. A síntese dos
resultados obtidos nos ensaios é apresentada na Tabela 5.1.
Tabela 5.1 - Síntese dos resultados obtidos nos ensaios físicos e mecânicos efetuados com amostras de arenitos de grão fino e
grosseiro, e também em amostras secas e saturadas.
Vp Vs MVA P.A Ed Vd Is (50) R Id2 RCU σ3 ɛax ɛt V
3
(m/s) (m/s) (kg/m ) (%) (MPa) (%) (MPa) (MPa) (GPa) (GPa)
Fina Seca 5248 2903 2386,1 7,4 52657 0,27 5,89 41 99,1 71,8 8,2 160 168 0,10
Saturada 5767 3242 64209 0,27
GrosseiraSeca 5360 2747 8,6 48496 0,32 7,87 42 98,9 60 11,9 92,3 1089 0,09
Saturada 5408 2754 2413,2 48489 0,31
Vp - velocidade das ondas longitudinais; Vs – velocidade das ondas transversais;
MVA – massa volúmica aparente; P.A - porosidade aberta; Ed – módulo de elasticidade dinâmico; Is(50) – índice de resistência à
carga pontual; Id2 – índice de durabilidade do 2ᴼ ciclo;
RCU – resistência à compressão uniaxial; 𝜎3 - resistência à tração do ensaio brasileiro;
𝜀𝑎𝑥 – deformação axial; 𝜀𝑡 – deformação transversal ou diametral; v – coeficiente de Poisson estático.
Procedeu-se à definição das possíveis correlações dos parâmetros obtidos nos ensaios dos
arenitos finos e grosseiros.
Na Figura 5.1, são representadas as velocidades de propagação das ondas longitudinais
(Vp) (máxima, mínima e média) para os provetes dos arenitos grosseiros e finos,
considerando-se igualmente os resultados dos provetes secos e saturados. Observa-se um
aumento dos valores de Vp para os arenitos de grão grosseiro, bem como para os provetes
saturados em comparação com os secos.
7000
6500
6000
Vp (m/s)
5500 Máximo
5000 Minimo
4500 Médio
4000
3500
Fino-seco Fino-saturado Grosseiro-seco Grosseiro-saturado
Figura 5.1 - Gráfico das velocidades de propagação das ondas longitudinais (máxima, mínima e média) para os arenitos finos e
grosseiros, considerando-se igualmente os provetes secos e saturados.
Na Figura 5.2, apresenta-se o gráfico das diferentes velocidades de propagação das ondas
transversais (Vs) (máxima, mínima e média) para os arenitos de grão grosseiro e fino, e
64
também para as situações dos provetes secos e saturados. Constata-se um incremento dos
valores de Vs com o aumento da dimensão granulométrica nas amostras secas e uma
diminuição dos valores de Vs com o incremento do tamanho dos grãos para as amostras
saturadas.
4200
3700
Vs (m/s)
Máximo
3200
Minimo
2700 Médio
2200
Fino-seco Fino-saturado Grosseiro-seco Grosseiro-saturado
Figura 5.2 - Gráfico das diferentes velocidades (máxima, mínima e média) de propagação das ondas transversais (Vs) para os
arenitos finos e grosseiros, considerando-se igualmente os provetes secos e saturados.
Na Figura 5.3, é exibido um gráfico com os valores dos módulos de elasticidade dinâmico
(Ed) (máximo, mínimo e médio) para as duas granulometrias dos arenitos e são
considerandos os resultados com os provetes secos e saturados. Verifica-se um aumento,
em termos gerais, dos valores de Ed com o aumento da dimensão dos grãos nas amostras
secas. Para as amostras saturadas, regista-se uma diminuição de Ed com o aumento da
dimensão granulométrica.
100000
90000
80000
Ed (Mpa)
70000
60000 Máximo
50000
40000 Minimo
30000 Médio
20000
Fino-seco Fino-saturado Grosseiro-seco Grosseiro-saturado
Figura 5.3 - Gráfico dos diferentes valores (máximo, mínimo e médio) dos módulos de elasticidade dinâmicos (Ed) para os
arenitos grosseiros e finos, e distinguidos em amostras secas e saturadas.
Na Figura 5.4, apresenta-se o gráfico com os diferentes valores dos Coeficientes de Poisson
(vd) (máximo, mínimo e médio) para as duas granulometrias dos provetes secos e saturados.
Observa-se um aumento dos valores de vd, tanto com o aumento da dimensão
granulométrica como com a saturação das amostras de grão fino.
65
0.44
0.39
0.34 Máximo
vd
0.29 Minimo
Médio
0.24
0.19
Fino-seco Fino-saturado Grosseiro-seco Grosseiro-saturado
Figura 5.4 - Gráfico dos diferentes valores (máximo, mínimo e médio) dos coeficientes de Poisson (vd) para as duas
granulometrias divididas em seca e saturada.
120
100
80
RCU (Mpa)
Máximo
60
Mínimo
40 Médio
20
0
Fina Grosseira
Figura 5.5 - Gráficos dos diferentes valores (máximo, mínimo e médio) da resistência à compressão uniaxial (RCU) para os
arenitos de granulometria fina e grosseira.
66
6700
VP (m/s)
5200
Fina - seca
4700 Linear (Fina - seca)
4200
3700
2200 2400 2600 2800 3000 3200 3400
VS (m/s)
Figura 5.6 - Relação entre a velocidade das ondas transversais (Vs) e a velocidade das ondas longitudinais (Vp) para os
provetes de granulometria fina da amostra seca.
6500
y = 0,9635x + 2642,9
6300 R² = 0,7251
6100
VP (m/s)
5900
Fina - saturada
5700 Linear (Fina - saturada)
5500
5300
2671 2871 3071 3271 3471 3671 3871 4071
VS (m/s)
Figura 5.7 - Relação entre a velocidade das ondas transversais (Vs) e a velocidade das ondas longitudinais (Vp) para os
provetes de granulometria fina da amostra saturada.
67
69700
54700
49700
Fina - seca
44700
Linear (Fina - seca)
39700
34700
29700
0,22 0,24 0,26 0,28 0,3 0,32
vd
Figura 5.8 - Relação entre o Coeficiente de Poisson (vd) e o módulo de elasticidade dinâmico (Ed) para os provetes de
granulometria fina da amostra seca.
0,36
0,34
0,32
R² = 0,6819
0,28 Fina - saturada
Linear (Fina - saturada)
0,26
0,24
0,22
2670 3170 3670 4170
Vs (m/s)
Figura 5.9 - Relação entre a velocidade de propagação das ondas transversais (Vs) e o coeficiente de Poisson para os
provetes de granulometria fina da amostra saturada.
68
positiva, com o incremento dos valores de Vp, regista-se um aumento sucessivo dos valores
do módulo de elasticidade dinâmico. Definiu-se um coeficiente de correlação elevado, R=
0,92.
91185
86185
y = 29,361x - 105113
81185 R² = 0,8537
76185
Ed (Mpa)
71185
56185
51185
46185
5300 5500 5700 5900 6100 6300 6500
Vp (m/s)
Figura 5.10 - Correlação entra a velocidade de propagação das ondas longitudinais (Vp) e módulo de elasticidade dinâmico
(Ed) para os provetes de granulometria fina da amostra saturada.
15
14 y = -0,0002x + 20,353
13 R² = 0,6841
12
11
P. A (%)
10 Grosseira - saturada
9
8 Linear (Grosseira -
7 saturada)
6
5
33160 38160 43160 48160 53160 58160 63160
Ed (Mpa)
Figura 5.11 - Relação entre o módulo de elasticidade dinâmico e a porosidade aberta para os provetes de granulometria
grosseira da amostra saturada.
69
A relação entre a resistência à compressão e a porosidade aberta das amostras de
granulometria grosseira é evidenciada na Figura 5.12. Observa-se uma relação negativa,
para a qual se obteve um coeficiente de correlação, R= - 0,70.
12
11
Porosidade aberta (%)
10
9
8 Grosseira
y = -0,1221x + 15,512
7 R² = 0,4942 Linear (Grosseira)
6
5
39 49 59 69 79
RCU (Mpa)
Figura 5.12 - Relação entre a resistência á compressão uniaxial e a porosidade aberta da amostra de granulometria grosseira.
70
Tabela 5.2 - Resumo das correlações entre parâmetros estudados da amostra de granulometria fina com os da granulometria
grosseira nos estados seco e saturado.
Granulometria fina Granulometria grosseira
Estado Parâmetros Correlação Correlação
correlacionados (R) (R)
Vp - Vs 0,98 0,63
Coef. P - Vp 0,88 0,32
Coef. P - Vs 0,78 -0,51
Coef. P - Porosidade 0,41 -0,26
seco Porosidade - Vp 0,3 -0,51
Porosidade - Vs 0,28 -0,39
Ed - Porosidade 0,22 -0,83
Ed - Coef. P 0,79 -0,39
Ed - Vp -0,82 0,73
M.v - Vp -0,22 0,65
M.v - Vs -0,14 0,43
Vp - Vs 0,85 0,27
Coef. P - Vp -0,42 0,65
Coef. P - Vs -0,82 -0,47
Coef.P- Porosidade 0,08 -0,09
Porosidade - Vp -0,61 -0,67
saturado Porosidade - Vs -0,45 -0,71
Ed - Porosidade -0,53 -0,83
Ed - Coef. P 0,73 -0,24
Ed - Vp 0,92 0,48
M.v - Vp 0,42 0,61
M.v - Vs 0,41 0,66
71
entre a RCU e as velocidades das ondas longitudinais e transversais para as amostras finas
dos provetes secos, são igualmente de destacar, como elevados, os valores das correlações
entre a RCU e a velocidade das ondas longitudinais para as amostras grosseiras de
provetes secos e saturados.
72
6. CONCLUSÕES
73
Em relação à velocidade de propagação das ondas transversais (Vs), para as amostras de
grão grosseiro saturadas e secas obtiveram-se os valores médios de 2754 m/s e 2747 m/s,
respetivamente. Para as amostras de grão fino saturadas e secas obtiveram-se os valores
médios 3242 m/s e 2903 m/s, respetivamente.
Verifica-se que as amostras de grão fino apresentam, de um modo geral, valores de
velocidade mais elevados quer nas amostras secas quer saturadas, podendo esses valores
serem justificados pela sua maior massa volúmica.
Os resultados obtidos, in situ, pelo ensaio de dureza de Schmidt, permitem aferir uma
resistência à compressão uniaxial, inferida, compreendida entre 75 e 78 MPa, o que justifica
a velocidade elevada na propagação das ondas de ultrassons.
Os resultados do ensaio do índice de carga pontual, com os valores médios de Is(50) de 5,93
MPa e 7,97 MPa, para as amostras de grão fino e grosseiro, respetivamente, estes valores
se correlacionados com à resistência a compressão uniaxial, segundo a classificação de
Bieniawski (1979) indicam que os arenitos, têm uma resistência à compressão entre 100 e
250 MPa. Da observação e análise dos ensaios efetuados este valor parece ser excessivo
para o tipo de rocha estudado.
O índice de durabilidade dos arenitos (2º cíclo) é muito alto, segundo a classificação de
Gamble (1971). Estes resultados estão de acordo com os valores dos ensaios anteriores
que nos indicam que os arenitos têm uma boa resistência mecânica.
Os arenitos de grão fino apresentam uma resistência à compressão uniaxial que varia entre
72 MPa e 105 MPa, com um valor médio de 80 MPa. Nas amostras de grão grosseiro foi
registado valores entre 39 MPa e 72MPa, com um valor médio de 60 MPa. Estes valores
poderão ser justificados com os valores de velocidade de ondas P e com a maior densidade
que os arenitos de grão fino apresentam em relação aos de grão grosseiro.
Os valores médios do coeficiente de Poisson e do módulo de elasticidade dinâmico obtidos
através das velocidade das ondas Vp e Vs, medidas através de ultrassons, para os dois
tipos de arenitos em condições secas e saturadas variam, em termos médios, entre 0,27 e
0,32 (coeficiente de Poisson) e de 48,5 GPa a 64,2 GPa (módulo de elasticidade dinâmico).
Estes valores estão dentro dos valores médios de outros tipos de arenitos similares.
O ensaio efetuado para determinar a deformação dos arenitos com extensómetros (Módulo
de elasticidade estático e coeficiente de Poisson) não foi conclusivo devido a só terem sido
ensaiadas duas amostras.
Os valores das resistências à tração obtidos pelo ensaio diametral (ensaio Brasileiro),
diminuem com a redução da granulometria do arenito, tendo-se obtido o valor de 11,9 MPa
para o arenito de grão grosseiro e 8,2 MPa para o arenito de grão fino.
A relação entre as tensões de rutura à compressão e tração para os arenitos de grão fino e
grosseiro é de 9,8 (80MPa/8,2MPa) e 5,04 (60MPa/11,9MPa), respetivamente, valores
74
superiores aos que se consideram empiricamente (geralmente a tensão de rutura à tração
corresponde a um terço da tensão de rotura à compressão). Esses valores podem ser
justificados por terem sido ensaiados poucos provetes.
De um modo geral podemos considerar que os valores da massa volúmica, da porosidade,
da dureza de Schmidt, do índice de resistência à carga pontual, da resistência à tração
obtidos pelo ensaio diametral e do coeficiente de Poisson dinâmico apresentam valores que
tem uma relação direta com a dimensão do grão do arenito, ou seja, os valores medidos
destas propriedades, são mais elevados para os arenitos de grão grosseiro.
O índice de durabilidade, a resistência à compressão uniaxial, o módulo de elasticidade
dinâmico, os módulos de elasticidades estáticos (axial e lateral), bem como os seus
respectivos coeficientes de Poisson estáticos, têm uma relação inversa com a dimensão
granulométrica, ou seja, os valores dessas grandezas, diminuem nos arenitos de grão
grosseiro.
A velocidade de propagação das ondas longitudinais e a velocidade de propagação das
ondas transversais têm uma relação direta com a saturação, ou seja, aumentam com o grau
de saturação da rocha.
O coeficiente de Poisson dinâmico, tem uma relação inversa com a saturação, ou seja,
diminui com a saturação.
Das correlações entre parâmetros medidos, revelaram-se correlações robustas (0,8 ≤ R <1),
as seguintes correlações:
entre a velocidade de propagação das ondas longitudinais e a velocidade de
propagação das ondas transversais (amostra seca) de granulometria fina (R= 0,98);
entre o coeficiente de Poisson e a velocidade de propagação das ondas longitudinais da
granulometria fina seca (R= 0,88);
entre a velocidade de propagação das ondas longitudinais (Vp) e a velocidade de
propagação das ondas transversais (Vs) da granulometria fina da amostra saturada (R=
0,85);
entre o módulo de elasticidade dinâmica (Ed) e a velocidade de propagação das ondas
longitudinais (Vp) granulometria fina da amostra saturada (R= 0,92);
entre Ed e porosidade aberta da granulometria grosseira da amostra saturada (R=
- 0,83);
entre o módulo de elasticidade dinâmica (Ed) e a velocidade de propagação das ondas
longitudinais (Vp) da granulometria fina da amostra seca (R= - 0,82);
entre o Coeficiente de Poisson (vd) e a velocidade de propagação das ondas
transversais (Vs) da granulometria fina da amostra saturada (R= - 0,82).
75
De todas as correlações estabelecidas, destaca-se a correlação com R elevado, entre a
velocidade de propagação das ondas longitudinais e velocidade de propagação das ondas
transversais da granulometria fina seca (R= 0,98). Esta correlação permite a validação dos
dados de Vp e Vs obtidos através de ondas de ultrassons (a medição das ondas S é difícil
devido a problemas de acoplamento amostra/transdutor e definição do tempo de chegada da
onda S).
A velocidade das ondas P e a tensão de rotura à compressão (RCU) podem ser
relacionadas com as seguintes equações:
RCU = 0,0137. Vp - 13,682 (R=0,79, n=6, Arenito grosseiro seco)
RCU = 0,009. Vp + 32,129 (R=0.80, n=8, Arenito fino seco)
76
6.2. Sugestões para trabalhos futuros
Em trabalhos futuros devem ser ensaiados mais provetes, de modo a melhorar alguns
valores obtidos nos ensaios e a torná-los mais representativos para o arenito estudado.
Para correlacionar todos os parâmetros medidos, sugere-se, que nos trabalhos futuros, os
ensaios com o Martelo de Schmidt e o de desgaste em meio húmido, sejam efetuados num
maior número de amostras.
Seria interessante fazer ensaios de resistência à compressão triaxial, para avaliar a sua
resistência num ambiente mais próximo da realidade do maciço.
Recomenda-se que no futuro sejam realizados ensaios de deformabilidade estática e
Brasileiro com um número mínimo de 6 provetes para se obter resultados mas fiáveis e
permitir estabelecer correlações com os resultados de outros ensaios realizados.
77
7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. AKAI, K. (1997) – Testing methods for indurated soils and soft rocks - Interim report.
ISSMFE - TC 22 - Technical Committee on Indurated Soils and Soft Rocks.
Geotechnical Engineering of Hard Soils – Soft Rocks, Proc. Int. Symp. ISSMFE / IAEG
/ ISRM, Athens, Greece, 1993, vol. 3, pp. 1707-1737.
2. Almeida, C.; Mendonça, J.J.L.; Jesus, R.M.; Gomes, A.J. (2000) – Sistemas Aquíferos
de Portugal continental. ING / CGUL, Lisboa. 661p.
3. Andrade, P.S. (2004) - Carcterização geomecânica e análise da estabilidade em
maciços rochosos anisotrópicos, Taludes do IP3 e da EN234 (Portugal Central),
dissertação apresentada à Universidade de Coimbra para obtenção do grau de Doutor,
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