Sei sulla pagina 1di 9

780 ARTIGO ARTICLE

Trabalhando com estratégias


de ensino-aprendizado por descoberta
na área da saúde: a problematização
e a aprendizagem baseada em problemas

Discovery-based teaching and learning


strategies in health: problematization
and problem-based learning

Eliana Goldfarb Cyrino 1


Maria Lúcia Toralles-Pereira 2

Abstract “Por que limitar-se a transmitir conhecimentos


se os estudantes dispõem para isto, além da im-
1 Departamento de Saúde Considering the changes in teaching in the prensa escrita, inventada há mais de 500 anos,
Pública, Faculdade de
health field and the demand for new ways of outros meios de acesso às informações? Por que
Medicina de Botucatu,
Universidade Estadual dealing with knowledge in higher learning, the não privilegiar discussões em torno de temáti-
Paulista, Botucatu, Brasil. article discusses two innovative methodological cas levantadas junto aos alunos? Por que não
2 Departamento de
approaches: problem-based learning (PBL) and prestigiar a aquisição de mentes criativas e in-
Educação, Instituto de
Biociências de Botucatu, problematization. Describing the two methods’ quiridoras, através de debates, de resoluções de
Universidade Estadual theoretical roots, the article attempts to identify problemas extraídos da própria realidade sócio-
Paulista, Botucatu, Brasil.
their main foundations. As distinct proposals, cultural?” 1 (p. 178).
Correspondência both contribute to a review of the teaching and Há um reconhecimento internacional da
Eliana Goldfarb Cyrino learning process: problematization, focused on necessidade de mudança na educação de pro-
C. P. 549, Botucatu, SP
18618-970, Brasil.
knowledge construction in the context of the fissionais de saúde frente à inadequação do
ecyrino@fmb.unesp.br formation of a critical awareness; PBL, focused aparelho formador em responder às demandas
on cognitive aspects in the construction of con- sociais. As instituições têm sido estimuladas a
cepts and appropriation of basic mechanisms transformarem-se na direção de um ensino
in science. Both problematization and PBL lead que, dentre outros atributos, valorize a eqüida-
to breaks with the traditional way of teaching de e a qualidade da assistência e a eficiência e
and learning, stimulating participatory man- relevância do trabalho em saúde. O processo
agement by actors in the experience and reorga- de mudança da educação traz inúmeros desa-
nization of the relationship between theory and fios, entre os quais romper com estruturas cris-
practice. The critique of each proposal’s possi- talizadas e modelos de ensino tradicional e for-
bilities and limits using the analysis of their mar profissionais de saúde com competências
theoretical and methodological foundations que lhes permitam recuperar a dimensão es-
leads us to conclude that pedagogical experi- sencial do cuidado: a relação entre humanos.
ences based on PBL and/or problematization Almeida 2, em estudo recente sobre as pos-
can represent an innovative trend in the context sibilidades de mudança da Educação Médica,
of health education, fostering breaks and more discute, com base em estudo de Ferreira 3, pro-
sweeping changes. postas de mudança relativas a alterações em
processos, relações e conteúdos que, sintetica-
Health Education; Problem Based Learning; mente, podem ocorrer no plano da inovação,
Higher Educational da reforma e da transformação.

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(3):780-788, mai-jun, 2004


ESTRATÉGIAS DE ENSINO-APRENDIZADO POR DESCOBERTA NA ÁREA DA SAÚDE 781

Cunha et al. 4, estudando os processos de Botucatu, buscou-se uma possibilidade de


mudanças em diferentes áreas, assinalam ex- ruptura por meio de duas metodologias pro-
periências inovadoras no limite de uma disci- blematizadoras. A partir dessa experiência e
plina ou entre disciplinas de um mesmo curso, com base em trabalhos de pesquisadores, de-
que podem contribuir para a melhoria do ensi- senvolvemos uma reflexão sobre as possibili-
no e da aprendizagem nas universidades. dades e limites de inovação pedagógica no en-
Na perspectiva desenvolvida por Cunha et sino médico, mediante intervenções de âmbito
al. 4 (p. 44), a inovação pode contribuir para a metodológico.
“ruptura com o paradigma dominante, fazendo Dentro das metodologias problematizado-
avançar em diferentes âmbitos, formas alterna- ras, a problematização e a aprendizagem basea-
tivas de trabalhos que quebrem com a estrutura da em problemas (ABP) são duas propostas dis-
tradicional”. Os autores observam, contudo, tintas que “trabalham intencionalmente com
que uma inovação não se caracteriza simples- problemas para o desenvolvimento dos proces-
mente pelo uso de novos elementos tecnológi- sos de ensinar e aprender” 6 (p. 141). Apoiadas
cos no ensino, “a menos que estes representem na aprendizagem por descoberta e significati-
novas formas de pensar o ensinar e o aprender, va, ambas valorizam o aprender a aprender.
numa perspectiva emancipatória” 4 (p. 44). Uma Venturelli 7, discutindo o processo educa-
experiência inovadora é um processo situado cional no mundo contemporâneo, resgata a ne-
em um contexto histórico e social, que exige cessidade de romper com a postura de trans-
uma ruptura com procedimentos acadêmicos missão de informações, na qual os alunos as-
inspirados nos princípios positivistas da ciên- sumem o papel de indivíduos passivos, preo-
cia moderna. cupados apenas em recuperar tais informações
O movimento inovador no microinstitucio- quando solicitados. Apropriando-se de concei-
nal pode ser tão importante quanto o movi- tos desenvolvidos por Paulo Freire, ressalta a
mento do todo institucional, pois pode ocorrer necessidade de conceber a educação como prá-
“uma síntese (dialética) entre as condições obje- tica de liberdade, em oposição a uma educação
tivas institucionais e o surgimento dos interes- como prática de dominação.
ses de mudança individuais” 5 (p. 72), favore- Ao propor a educação de adultos como prá-
cendo processos mais amplos. Assim, na con- tica de liberdade, Paulo Freire 8 defende que a
tramão do modelo dominante de ensino e de educação não pode ser uma prática de depósi-
experiências novas, desenvolvidas dentro de to de conteúdos apoiada numa concepção de
uma visão tecnicista e alienante, as ações ino- homens como seres vazios, mas de problema-
vadoras, que procuram explorar novas possibi- tização dos homens em suas relações com o
lidades no contexto dos conflitos e das contra- mundo. Por isso, a educação problematizadora
dições de uma escola historicamente situada, fundamenta-se na relação dialógica entre edu-
podem mobilizar processos significativos de cador e educando, que possibilita a ambos
mudança. aprenderem juntos, por meio de um processo
Considerando os processos de mudança da emancipatório.
educação de profissionais de saúde e a deman- A educação problematizadora trabalha a
da por novas formas de trabalhar com o conhe- construção de conhecimentos a partir da vivên-
cimento, busca-se, neste texto, compreender o cia de experiências significativas. Apoiada nos
trabalho do professor no âmbito da inovação processos de aprendizagem por descoberta, em
pedagógica e as possibilidades de ruptura com oposição aos de recepção (em que os conteú-
base em dois caminhos, inerentes ao processo dos são oferecidos ao aluno em sua forma fi-
de ensino-aprendizagem, que têm ocupado o nal), os conteúdos de ensino não são oferecidos
espaço de discussão sobre inovação na área da aos alunos em sua forma acabada, mas na for-
Saúde. ma de problemas, cujas relações devem ser des-
cobertas e construídas pelo aluno, que precisa
reorganizar o material, adaptando-o à sua es-
Estratégias de ensino-aprendizagem trutura cognitiva prévia, para descobrir rela-
problematizadoras: algumas reflexões ções, leis ou conceitos que precisará assimilar 9.
Ausubel (1978, apud Madruga 9) mostra que
Em 1998, diante da insatisfação com o currícu- tanto a aprendizagem por recepção como por
lo tradicional, no planejamento do curso de descoberta pode desenvolver-se de modo sig-
Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina de nificativo ou repetitivo (mecânico). Para ser sig-

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(3):780-788, mai-jun, 2004


782 Cyrino EG, Toralles-Pereira ML

nificativo, o conteúdo deve relacionar-se a co- vimentos como a Escola Nova e o movimento
nhecimentos prévios do aluno, exigindo deste ativista.
uma atitude favorável capaz de atribuir signifi- Para Libâneo 12, o movimento da escola no-
cado próprio aos conteúdos que assimila, e do va, inserido numa tendência pedagógica libe-
professor, uma tarefa mobilizadora para que ral progressista, surge por “razões de recompo-
tal aprendizagem ocorra 10. Por outro lado, é re- sição da hegemonia da burguesia” 12 (p. 20), co-
petitiva quando o aluno não consegue estabe- mo resposta ao ensino tradicional que valori-
lecer relações do conteúdo novo com anterio- zava o ensino humanista, no qual a interação
res porque carece dos conhecimentos necessá- professor-aluno não visava a qualquer relação
rios para que tais conteúdos se tornem signifi- com o cotidiano do estudante ou com a reali-
cativos ou não está mobilizado para uma apren- dade social. Contrapondo-se ao modelo tradi-
dizagem ativa. cional de ensino, o movimento da escola nova
Na aprendizagem significativa, o aluno in- não chega a representar uma ruptura com o
terage com a cultura sistematizada de forma modelo de educação, em termos da relação po-
ativa, como principal ator do processo de cons- lítica entre educação e sociedade; inova, no en-
trução do conhecimento 11. O ensino de novos tanto, em termos de método, na forma de tra-
conteúdos deve permitir que o aluno se desafie balhar com o conhecimento.
a avançar nos seus conhecimentos. Para isso, é Na proposta educativa de Dewey, a apren-
necessário um trabalho de continuidade e rup- dizagem parte de problemas ou situações que
tura em relação aos conhecimentos que o alu- intencionam gerar dúvidas, desequilíbrios ou
no traz. O conteúdo novo deve apoiar-se numa perturbações intelectuais. O método “dos pro-
estrutura cognitiva já existente, o que exige do blemas” valoriza experiências concretas e pro-
professor, como tarefa inicial, verificar o que o blematizadoras, com forte motivação prática e
aluno sabe, para, de um lado, relacionar os no- estímulo cognitivo para solicitar escolhas e so-
vos conteúdos à experiência do aluno – a con- luções criativas 15.
tinuidade – e de outro, provocar novas necessi- Essa visão construtivista do conhecimento,
dades e desafios pela análise crítica, levando o apoiada na teoria piagetiana da equilibração e
aluno a ultrapassar a sua experiência, os estereó- desequilibração cognitiva 16, ganhou visibili-
tipos, as sínteses anteriores etc. – é a ruptura 12. dade no espaço escolar pelos estudos de Fer-
O aprendizado é um processo complexo; reiro 17 no âmbito da alfabetização. Contrapon-
não acontece de forma linear, por acréscimo, do-se à prática corrente do ensino tradicional,
de modo a somar alguns novos elementos ao a prática construtivista situa o professor no pa-
que sabíamos antes. Estrutura-se mediante re- pel de provocar o raciocínio do aluno, procu-
des de conexão que cada sujeito faz, “reelabo- rando gerar desequilíbrios cognitivos (confli-
rando associações singulares que se ampliam e tos, problemas) em relação ao objeto de co-
ganham novos sentidos à medida que é capaz nhecimento a fim de possibilitar interações ati-
de desenvolver novas relações, envolver-se na re- vas com o conhecimento que levem o aluno a
solução de problemas que esclarecem novas uma aprendizagem significativa. Neste caso, o
questões abrindo-se para aprendizagens mais aluno utiliza diferentes processos mentais (ca-
complexas” 13 (p. 46). pacidade de levantar hipóteses, comparar, ana-
lisar, interpretar, avaliar), desenvolvendo capa-
cidade de assumir responsabilidade por sua
Sobre a aprendizagem baseada formação 11.
em problemas A partir do pioneirismo da Universidade de
McMaster, Canadá, no final dos anos de 1960, o
A ABP tem como base de inspiração “os princí- modelo da ABP se expandiu para muitas esco-
pios da Escola Ativa, do Método Científico, de las de Medicina em todo o mundo. Nota-se que,
um Ensino Integrado e Integrador dos conteú- embora os pioneiros de McMaster não façam ci-
dos, dos ciclos de estudo e das diferentes áreas tação explícita a Dewey, é possível detectar na
envolvidas, em que os alunos aprendem a apren- ABP fundamentos conceituais deste autor 14.
der e se preparam para resolver problemas rela- Muitas das características da APB já estavam
tivos a sua futura profissão” 6 (p. 152). Penafor- presentes em uma reforma curricular da Escola
te 14 complementa essa definição lembrando de Medicina da Universidade de Case Western
que a busca das origens filosóficas da ABP en- Reserve, nos anos de 1950, que incorporou e in-
contra suas raízes na teoria do conhecimento tegrou um conjunto de métodos e estratégias
do filósofo americano John Dewey, que se afir- instrucionais em laboratório multidisciplinar 18.
ma entre o último decênio do século XIX e o A Escola de Medicina de Harvard iniciou,
terceiro decênio do século XX por meio de mo- em 1984, uma proposta curricular em ABP, im-

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(3):780-788, mai-jun, 2004


ESTRATÉGIAS DE ENSINO-APRENDIZADO POR DESCOBERTA NA ÁREA DA SAÚDE 783

plantada como programa curricular paralelo balho pode ocorrer de forma individual (cada
ao currículo tradicional, voluntário para estu- aluno), mas também incentiva o trabalho em
dantes de Medicina e para professores 19. Pas- grupo como produto das atividades indivi-
sados os primeiros anos e após uma avaliação duais. O grupo de tutoria constitui um fórum
comparativa entre o processo educacional tra- de discussão, apresentando-se como um labo-
dicional e o novo currículo, Harvard passou a ratório que possibilita uma aprendizagem so-
desenvolver um currículo único que “tinha co- bre a interação humana, constituindo-se numa
mo estratégias a ABP, o processo ensino-apren- oportunidade para aprender a ouvir, a receber
dizagem centrado no estudante e o resgate da e assimilar críticas 21.
relação médico-paciente como elemento agre- Os problemas são formulados e seleciona-
gador de conteúdos biopsicossociais” 20 (p. 164). dos para serem apresentados a cada período
Ainda que outras escolas americanas, cana- do curso, no qual se espera que os estudantes
denses e européias já tivessem adotado inova- consigam produzir alguma teoria, mas sempre
ções até mais radicais, a proposição de Harvard com a proposta de que uma teoria mais com-
“marcou a incorporação de um novo modelo no pleta seja buscada.
cerne das instituições de ensino e pesquisa de No Brasil, a Faculdade de Medicina de Ma-
indiscutível prestígio, gerando uma significati- rília (FAMEMA) e a Faculdade de Medicina do
va pressão para mudanças em outras institui- Centro de Ciências da Saúde da Universidade
ções” 20 (p. 164). de Londrina (UEL) optaram por um currículo
A ABP é, assim, considerada uma das mais em ABP. Na FAMEMA, o programa de ensino/
significativas inovações na educação médica aprendizagem centrado no estudante, baseado
nos últimos anos, surgindo como um movi- em problemas e orientado à comunidade, bus-
mento de reação aos currículos das escolas cou romper a dicotomia entre os ciclos básico
médicas sob a forte influência do modelo flexi- e clínico 21. Na UEL, a mudança não se referiu
neriano que privilegiava o modelo biomédico e ao método de ensino-aprendizado, mas a uma
o ensino centrado no hospital. Ela pode ser con- mudança de filosofia educacional que incluiu
siderada como o eixo principal do aprendizado a integração de disciplinas de forma vertical e
teórico de um currículo médico, objetivando o horizontal e a avaliação do estudante, não só
aprendizado de conteúdos cognitivos e a inte- somativa mas também formativa 22.
gração de disciplinas. Propõe-se a um trabalho A Escola de Saúde Pública do Ceará, no iní-
criativo do professor que estará preocupado cio dos anos 1990, iniciou um trabalho com a
não só com o “que”, mas, essencialmente, com ABP na perspectiva de formar profissionais cu-
o “por que” e o “como” o estudante aprende. riosos e impregnados pela idéia de compreen-
der a necessidade do aprendizado contínuo 23.
Nas últimas décadas, alguns autores passa-
Construção de um currículo centrado ram a se preocupar em entender as caracterís-
na aprendizagem baseada em problemas ticas de um currículo elaborado com base na
ABP, seus resultados e as ainda insolúveis ques-
A ABP é uma proposta de reestruturação curri- tões para avaliar o impacto da ABP como uma
cular que objetiva a integração de disciplinas nova proposta para a educação médica 24,25,26.
tendo em vista a prática. Para isso, organiza-se Porém, a literatura sobre a APB tem se caracte-
um elenco de situações que o aluno deverá sa- rizado mais pela descrição de experiências do
ber/dominar, considerando o tipo de organiza- que por uma análise crítica sobre o paradigma
ção curricular. “Este elenco é analisado situa- da solução de problemas e os modelos curricu-
ção por situação para que se determine que co- lares que a utilizam 18.
nhecimentos o aluno deverá possuir para cada
uma delas. São os denominados temas de estu-
do” 6 (p. 145). Cada um destes temas de estudo Trabalhando com a problematização
será transformado em um problema para ser
discutido em um grupo tutorial. A problematização tem, nos estudos de Paulo
Assim, um problema é apresentado a um Freire 8, a sua origem, enfatizando que os pro-
grupo de alunos por um professor tutor. Este blemas a serem estudados precisam valer-se de
problema, discutido em grupo, deve incentivar um cenário real. Os problemas obtidos pela
o levantamento de hipóteses para explicá-lo. A observação da realidade manifestam-se para
partir daí, objetivos serão traçados para melhor alunos e professores com todas as suas contra-
estudá-lo; pesquisas e estudos serão propostos dições, daí o caráter fortemente político do tra-
e nova discussão em grupo será feita para sín- balho pedagógico na problematização, marca-
tese e aplicação do novo conhecimento. O tra- do por uma postura crítica de educação. Edu-

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(3):780-788, mai-jun, 2004


784 Cyrino EG, Toralles-Pereira ML

cação e investigação temática aparecem como necessidade de buscar currículos orientados


momentos de um mesmo processo: o conteú- para problemas que melhor definissem como
do deve estar sempre se renovando e amplian- os estudantes aprendem e que habilidades
do, inserido criticamente na realidade; não cognitivas e afetivas estão sendo adquiridas.
uma realidade estática, mas em transformação, Uma proposta foi implementada na Universi-
com todas as suas contradições. Criam-se, as- dade do Havaí, na Enfermagem, nomeada como
sim, desafios cognitivos permanentes para es- “ensino baseado na investigação” (inquiry ba-
tudantes e professores. sed learning), que inclui uma abordagem inter-
Para Paulo Freire 8, quanto mais o professor disciplinar de aprendizagem e solução de pro-
possibilitar aos estudantes perceberem-se co- blemas, pensamento crítico e responsabilida-
mo seres inseridos no mundo, tanto mais se de do aluno pela sua própria aprendizagem 18.
sentirão desafiados a responder aos novos de- No Brasil, diversas escolas de Enfermagem
safios. Ensinar, aprender e pesquisar lidam vêm trabalhando com a problematização. Na
com “dois momentos do ciclo gnosiológico: o em UEL, nos anos de 1990, iniciou-se um projeto
que se ensina e se aprende o conhecimento já especial de ensino, na área da Saúde, apoiado
existente e o em que se trabalha a produção do nessa metodologia. Há cerca de duas décadas,
conhecimento ainda não existente” 27 (p. 31). a problematização vem sendo usada na forma-
A metodologia da problematização é, tam- ção de auxiliares de enfermagem 6.
bém, uma das manifestações do construtivis- Uma referência para utilização desta meto-
mo na educação. Mas está fortemente marcada dologia no Brasil, no ensino universitário, está
pela dimensão política da educação, compro- presente nos trabalhos de Maguerez, Bordena-
metida com uma visão crítica da relação edu- ve e Pereira, já na década de 1980. Os autores
cação e sociedade. Volta-se à transformação propõem um esquema de problematização da
social, à conscientização de direitos e deveres realidade, desenvolvido por Maguerez como
do cidadão, mediante uma educação liberta- método do arco, apoiado em cinco etapas: ob-
dora, emancipatória. Enquanto método, a pro- servação da realidade (problema) → pontos-
blematização segue alguns passos de Dewey, chave → teorização → hipóteses de solução →
entretanto, apresenta profundas resistências fi- aplicação à realidade 31.
losóficas e ideológicas. Dirige-se para a trans- O processo de ensino começa com a expo-
formação das relações sociais pela prática cons- sição dos alunos a um problema real: observa-
cientizadora e crítica. ção da realidade. Segue-se a “identificação das
Na problematização, a relação ação-refle- variáveis ou pontos-chave do problema, aqueles
xão-ação transformadora é o eixo básico de que, se modificados, poderiam resultar na solu-
orientação do processo. Apoiada nos funda- ção do problema porque são os mais centrais...”
mentos da pedagogia crítica, a problematiza- 31 (p. 42). Na seqüência, os alunos buscarão

ção tem por meta “o desenvolvimento da cons- uma teorização sobre o problema por intermé-
ciência crítica (...), e responde à essência de ser dio de entrevistas com especialistas e pesqui-
da consciência, que é a sua intencionalidade” 28 sas, buscando a contribuição da ciência para
(p. 24). esclarecimento do estudo. Haverá, então, apli-
Schall 29 cita a educadora Hortênsia de Hol- cação das hipóteses identificadas para a solu-
landa, na década de 1950, como pioneira no ção do problema, ocorrendo uma interação en-
campo da educação em Saúde, comparado-a tre estudante e objeto de estudo, com intuito
aos trabalhos de Paulo Freire. Hortênsia de Hol- de um diálogo transformador para ambos 31.
landa buscou um novo conceito de educação Para Berbel 6 (p. 144), a problematização
em Saúde, incluindo a possibilidade de troca e “constitui uma verdadeira metodologia, enten-
de construção conjunta do conhecimento en- dida como um conjunto de métodos, técnicas,
tre profissionais e população. procedimentos ou atividades intencionalmente
Diversos trabalhos, na área da Educação selecionados e organizados em cada etapa, de
em Saúde, vêm utilizando-se da problematiza- acordo com a natureza do problema em estudo
ção. Mello et al. 30 realizaram estudo sobre o e as condições gerais dos participantes”.
desenvolvimento de práticas de promoção à Na educação problematizadora, busca-se
Saúde e Educação, em Quixadá, no Ceará, com interpretar a realidade voltando-se à criação de
a utilização da metodologia da pesquisa parti- espaços contra-hegemônicos e contestatórios
cipante, articulando a construção do conheci- que possibilitem crítica, algumas vezes radical,
mento ao agir para a resolução de problemas à realidade estudada. Constatando e conhe-
de interesse coletivo. Internacionalmente, na cendo os problemas, tornamo-nos capazes de
área da Saúde, metodologias problematizado- intervir na realidade 27. Esta é a força da pro-
ras surgiram na década de 1980, em virtude da blematização para Paulo Freire: a possibilidade

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(3):780-788, mai-jun, 2004


ESTRATÉGIAS DE ENSINO-APRENDIZADO POR DESCOBERTA NA ÁREA DA SAÚDE 785

de romper com uma leitura de dominação. Co- com todas as suas contradições, enquanto na
mo aponta Berbel 6 (p. 145), “está presente, nes- ABP o problema é apresentado aos alunos pelo
se processo, o exercício da práxis e a possibilida- professor-tutor 18.
de de formação da consciência da práxis”. A problematização é mais propícia para en-
corajar os alunos, em cada etapa de sua expe-
riência de aprendizagem, a refletirem sobre a
Aprendizagem baseada em problemas situação global de estudo de uma realidade
e problematização: duas propostas concreta, com seus conflitos e contradições.
que se distinguem Trata-se do estudo da realidade dinâmica e
complexa, como observa Berbel 6. Ambas aju-
As duas propostas são, em seus núcleos teóri- dam os alunos a reverem seu processo de apren-
cos constituintes, formulações distintas. A pro- dizagem; todavia, a problematização volta-se
blematização tem como objetivo fundamental com o fito de questionar o quanto determina-
“a mobilização do potencial social, político e da experiência mudou a compreensão, a apre-
ético dos alunos, que estudam cientificamente ensão, as atitudes e o comportamento de cada
para agir politicamente, como cidadãos e pro- membro do grupo (alunos e professores), vi-
fissionais em formação, como agentes sociais sando à consciência crítica e não apenas à com-
que participam da construção da história de preensão dos conceitos e mecanismos básicos
seu tempo, mesmo que em pequena dimensão” da ciência – objeto da ABP. Supera, portanto, o
6 (p. 145). É, portanto, uma proposta metodo- domínio cognitivo do conhecimento 18.
lógica que propõe-se desvendar a realidade pa- Na ABP, os estudantes começam o estudo as-
ra transformá-la. Sua maior contribuição é a sumindo que o paciente (do problema elabora-
mudança de mentalidade, exigindo de todos os do no papel) tem um problema e que sua tarefa
agentes sociais envolvidos no processo educa- será encontrar a causa do mesmo procurando
tivo a reavaliação de seus papéis, re-significan- enfrentá-lo por diferentes caminhos do estudo.
do, coletivamente, o processo de ensino-apren- A intenção do caso escrito na ABP, assim como o
dizagem. Há uma explicitação da intencionali- papel do tutor, é promover uma verdadeira in-
dade política no ato de educar. A problemati- vestigação por parte dos estudantes, evitando
zação insere-se numa concepção crítica de tratar o problema como um mero exercício de
educação. A ABP, inspirada na Escola Nova, pro- raciocínio imediato, desencorajando o mau uso
põe-se a preparar cognitivamente os alunos de referências no qual o aluno mata charadas. A
para resolver problemas relativos a temas es- intenção é promover a integração dos conteú-
pecíficos do ensino da profissão. dos utilizando diferentes processos mentais e
Enquanto metodologia de ensino, a proble- ultrapassando a memorização de diagnósticos
matização pode ser utilizada para o ensino de baseados em sinais e sintomas.
determinados temas de uma disciplina, pela Nas duas formulações, os estudantes levan-
especificidade do objeto de estudo. Nem sem- tam as hipóteses para explicar o problema em
pre é apropriada para todos os conteúdos. O estudo, e na problematização inclui-se um se-
desenvolvimento de uma prática apoiada na gundo momento de formulação de hipóteses
problematização não requer grandes mudan- para a solução e encaminhamento do proble-
ças materiais para sua implementação. A ABP é ma, como possibilidade de propor uma inter-
uma proposta que passa a direcionar toda a or- venção na realidade.
ganização curricular de um curso, havendo ne- O problema do cenário na ABP, por ser
cessidade de maior movimento do corpo do- construído no papel visando articular conteú-
cente, administrativo e acadêmico da institui- dos definidos, pode, às vezes, ficar descolado
ção para desenvolvê-la. Sua utilização deman- da realidade, enquanto a problematização,
da alterações estruturais e trabalho integrado apresentada em um cenário real, amplia a pos-
dos diversos departamentos e disciplinas que sibilidade de percepção da própria realidade.
compõem o currículo dos cursos. O ensino realizado com a metodologia da
Tanto a ABP como a problematização têm, problematização pode ser entendido como pos-
em comum, uma pergunta focal (o que está sível de ser aplicada tanto em um planejamen-
acontecendo?) como padrão para gerar novas to curricular como no planejamento de um
informações, mediante processos de análise e curso, de uma disciplina, ou, até mesmo, para
síntese. Mas o ponto de partida, os pressupos- o ensino de determinados temas de uma disci-
tos e a estrutura de trabalho desenvolvida, in- plina. Na ABP há de se rever conteúdos, possi-
clusive no campo afetivo, é diferente. O proble- bilidades de integração dos conteúdos e/ou
ma é mais abrangente na problematização, for- disciplinas e, ainda, abrir-se ao debate sobre o
mulando-se pela observação de uma realidade que é essencial para o aprendizado do estu-

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(3):780-788, mai-jun, 2004


786 Cyrino EG, Toralles-Pereira ML

dante no currículo. Evidenciam-se, assim, as Movimentos de mudança no ensino


freqüentes dificuldades encontradas por pro-
fessores quando trabalham com a ABP de for- Discutindo os rumos das Escolas Médicas no
ma isolada, em uma disciplina ou em um con- Brasil e as propostas de mudanças curricula-
junto de disciplinas, no contexto de um currí- res, Briani 32 ressalta que mudanças têm sido
culo marcadamente tradicional. desenvolvidas numa perspectiva tecnicista,
A problematização requer do professor uma privilegiando a organização do currículo a uma
mudança de postura para o exercício de um orientação restrita à atividade técnica – o como
trabalho reflexivo com o aluno, exigindo a dispo- fazer. Essas propostas voltam-se à promoção
nibilidade do professor de pesquisar, de acom- de metodologias de ensino centradas no aluno,
panhar e colaborar no aprendizado crítico do na resolução de problemas; porém, tendem a
estudante, o que freqüentemente coloca o pro- desenvolver experiências copiadas, sem refle-
fessor diante de situações imprevistas, novas e xão crítica, de modelos de ensino de outras na-
desconhecidas, exigindo que professores e alu- ções, não conseguindo problematizar a organi-
nos compartilhem de fato o processo de cons- zação do currículo no contexto da sociedade
trução (e não apenas o de reconstrução e reela- contemporânea, nem discutir demandas eco-
boração) do conhecimento. Na ABP, o proble- nômicas, políticas ou questões ideológicas en-
ma e os seus objetivos de aprendizado já estão volvidas na formulação desses currículos.
definidos para o professor-tutor antecipada- Acreditamos que experiências pedagógicas,
mente; seu trabalho refere-se mais a dar se- aparentemente pontuais, geradas no contexto
qüência aos objetivos na discussão dos proble- dos conflitos e das contradições das relações
mas. Nas duas proposições há uma mudança institucionais, voltadas para a mudança de
radical no papel do professor, que passa a não processos, relações e conteúdos, podem repre-
ser mais o centro do processo de ensino. sentar um movimento inovador em termos do
Na problematização, há a necessidade não processo de reelaboração de um conhecimen-
só de uma clara postura metodológica em rela- to mais significativo para os alunos, favorecen-
ção ao processo de pesquisa que o aluno deve- do rupturas com o modelo tradicional de ensi-
rá desenvolver ativamente, mas também de no capazes de levar a movimentos mais amplos
uma coerente postura política em relação ao de mudança. Tanto a problematização como a
processo educativo e aos problemas relativos ABP promovem rupturas com a forma tradicio-
ao tema em estudo. Pelas características do tra- nal de ensinar e aprender, estimulando gestão
balho com o conhecimento, após o estudo de participativa dos protagonistas da experiência
um problema poderão surgir outros desdobra- e reorganização da relação teoria e prática, mas
mentos sobre o tema, exigindo do professor e têm potenciais diferentes em termos de con-
dos alunos o contato com situações ou conteú- cepção de educação. Perceber criticamente as
dos que não foram previstas pelo professor, possibilidades e limitações de cada uma destas
num primeiro momento, mas que precisarão propostas, valendo-se da análise de seus fun-
ser investigadas por serem relevantes à com- damentos teóricos e metodológicos, conside-
preensão do problema. Os conhecimentos cien- rando, ainda, as condições reais de cada insti-
tíficos, buscados no momento da teorização, tuição (características do curso e das diferen-
integram percepções, conhecimentos, repre- tes disciplinas que o integram, metas e princí-
sentações de pessoas envolvidas no problema, pios pedagógicos que orientam o processo de
permitindo que diferentes saberes sejam con- formação, a organização curricular e o traba-
jugados no processo de construção do conhe- lho do professor em sala de aula com os alu-
cimento. Na ABP, os objetivos cognitivos são nos) representa uma possibilidade de buscar
todos previamente estabelecidos, devendo os modelos de ensino-aprendizagem que respon-
objetivos levantados pelos alunos coincidir com dam às expectativas da comunidade docente
os dos especialistas do currículo, caso contrá- de uma determinada instituição em termos de
rio, os problemas devem ser substituídos 6. possibilidades e de limitações que essa insti-
Berbel 6 observa que há uma diferença quan- tuição apresenta, num determinado momento,
to ao uso dos resultados em cada uma das pro- para lidar com as demandas por mudança.
posições. Na ABP, os novos conhecimentos são
usados para aquisição de habilidades, exercí-
cio e construção intelectual. Na problematiza-
ção, os resultados deverão voltar-se para a com-
preensão crítica da realidade estudada, tendo
em vista a sua transformação mediante propo-
sições de intervenção na realidade estudada.

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(3):780-788, mai-jun, 2004


ESTRATÉGIAS DE ENSINO-APRENDIZADO POR DESCOBERTA NA ÁREA DA SAÚDE 787

Resumo Referências

Considerando os processos de mudança no ensino em 1. Balzan NC. Formação de professores para o ensi-
saúde e a demanda por novas formas de trabalhar no superior: desafios e experiências. In: Bicudo
com o conhecimento no ensino superior, discutem-se MA, organizador. Formação do educador e ava-
dois caminhos metodológicos inovadores no ensino na liação educacional. São Paulo: Editora UNESP;
área da saúde: a aprendizagem baseada em proble- 1999. p. 173-88.
mas (ABP) e a problematização. Descrevendo suas raí- 2. Almeida MJ. Educação médica e saúde: possibili-
zes teóricas, procura-se identificar os seus princípios dades de mudança. Londrina: EDUEL/Rio de Ja-
orientadores. Enquanto propostas distintas, ambas neiro: Associação Brasileira de Educação Médica;
contribuem para rever o processo de ensino-aprendi- 1999.
zagem: a problematização, voltando-se para a cons- 3. Ferreira JR. Análisis prospectivo de la educación
trução do conhecimento no contexto de uma forma- médica. Educ Med Salud 1986; 20:26-42.
ção crítica; a ABP, voltando-se para os aspectos cogni- 4. Cunha MI, Marsico HL, Borges FA, Tavares P. Ino-
tivos do processo de construção de conceitos e apro- vações pedagógicas na formação inicial de pro-
priação dos mecanismos básicos da ciência. Tanto a fessores. In: Fernandes CMB, Grillo M, organiza-
problematização como a ABP levam a rupturas com a dores. Educação superior: travessias e atravessa-
forma tradicional de ensinar e aprender, estimulando mentos. Canoas: Editora da ULBRA; 2001. p. 33-90.
gestão participativa dos protagonistas da experiência 5. Leite D. Pedagogia universitária: conhecimento,
e reorganização da relação teoria/prática. A crítica às ética e política no ensino superior. Porto Alegre:
possibilidades e limites de cada proposta, valendo-se Editora da UFRGS; 1999.
da análise de seus fundamentos teórico-metodológi- 6. Berbel NAN. A problematização e a aprendiza-
cos, leva-nos a concluir que experiências pedagógicas gem baseada em problemas. Interface Comun
apoiadas na ABP e/ou na problematização, podem re- Saúde Educ 1998; 2:139-54.
presentar um movimento inovador no contexto da 7. Venturelli J. Educación médica: nuevos enfoques,
educação na área da saúde favorecendo rupturas e metas y métodos. Washington, DC: Organización
processos mais amplos de mudança. Panamericana de la Salud/Organización Mundial
de la Salud; 1997.
Educação em Saúde; Aprendizado Baseado em Proble- 8. Freire P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro:
mas; Ensino Superior Paz e Terra; 1975.
9. Madruga A. Aprendizagem pela descoberta frente
à aprendizagem pela recepção: a teoria da apren-
dizagem verbal significativa. In: Coll C, Palácios J,
Colaboradores Marchesi A, organizadores. Desenvolvimento psi-
cológico e educação. Porto Alegre: Artes Médicas;
E. G. Cyrino e M. L. Toralles-Pereira desenvolveram 1996. p. 68-78.
em conjunto as idéias do artigo. Ambas as autoras fo- 10. Coll C. Um marco de referência psicológico para
ram responsáveis por todas as etapas de construção a educação escolar: a concepção construtivista
do artigo. da aprendizagem e do ensino. In: Coll C, Palácios
J, Marchesi A, organizadores. Desenvolvimento
psicológico e educação. Porto Alegre: Artes Médi-
cas; 1996. p. 389-404.
11. Cunha MI. Ensino com pesquisa: a prática do
professor universitário. Cadernos de Pesquisa
1996; 97:31-46.
12. Libâneo JC. Democratização da escola pública. A
pedagogia crítico-social dos conteúdos. São Paulo:
Loyola; 1987.
13. Ribeiro ECO. Ensino/aprendizagem na escola
médica. In: Marcondes E, Gonçalves E, organi-
zadores. Educação médica. São Paulo: Sarvier;
1998. p. 40-9.
14. Penaforte J. John Dewey e as raízes filosóficas da
aprendizagem baseada em problemas. In: Mame-
de S, Penaforte J, Schmidt H, Caprara A, Tomaz
JB, Sá H, organizadores. Aprendizagem baseada
em problemas: anatomia de uma nova aborda-
gem educacional. Fortaleza: Escola de Saúde Pú-
blica/São Paulo: Editora Hucitec; 2001. p. 49-78.
15. Cambi F. História da pedagogia. São Paulo: Edito-
ra UNESP; 1999.
16. Piaget J. A equilibração das estruturas cognitivas.
Rio de Janeiro: Zahar; 1976.
17. Ferreiro E. Reflexões sobre alfabetização. 5 a Ed.
São Paulo: Cortez; 1986.
18. Feletti G. Inquiry based and problem based learn-

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(3):780-788, mai-jun, 2004


788 Cyrino EG, Toralles-Pereira ML

ing; how similar are these approaches to nursing 26. Albanese M. Problem based learning: why curric-
and medical education. Higher Education Re- ular are likely to show little effect on knowledge
search and Development 1993; 12:143-56. and clinical skills. Med Educ 2000; 34:729-38.
19. Moore GT. Initiating problem-based learning at 27. Freire P. Pedagogia da autonomia: saberes neces-
Harvard Medical School. In: Boud D, Felleti G, ed- sários à prática educativa São Paulo: Paz e Terra;
itors. The challenge of problem based learning. 1996.
New York: St. Martin’s Press; 1991. p. 80-7. 28. Berbel NAN, organizador. A metodologia da pro-
20. Aguiar AC. Implementando as novas diretrizes blematização e os ensinamentos de Paulo Freire:
curriculares para educação médica: o que nos en- uma relação mais que perfeita. In: Metodologia
sina o caso de Harvard? Interface Comun Saúde da problematização: fundamentos e aplicações.
Educ 2001; 5:161-6. Londrina: EDUEL; 1999. p. 1-28.
21. Komatsu RS, Zanolli M, Lima VV. Aprendizagem 29. Schall V. Alfabetizando o corpo: o pioneirismo de
baseada em problemas. In: Marcondes E, Gonçal- Hortênsia de Hollanda na educação em saúde.
ves E, organizadores. Educação médica. São Paulo: Cad Saúde Pública 1999; 15 (Suppl 2):149-60.
Sarvier; 1998. p. 223-37. 30. Mello DA, Rouquayrol MZ, Araújo D, Amadei M,
22. Gordon P. A new medicine curriculum in Londri- Souza J, Bento LF, et al. Promoção à saúde e edu-
na: the Dean’s perspective on the change process cação: diagnóstico de saneamento através da
project. Chicago: Department of Medical Educa- pesquisa participante articulada à educação po-
tion, College of Medicine, University of Illinois at pular. Cad Saúde Pública 1998; 14:583-95.
Chicago; 2001. 31. Bordenave JD, Pereira AM, organizadores. O que
23. Mamede S, Penaforte J, Schmidt H, Caprara A, é ensinar. In: Estratégias de ensino-aprendiza-
Tomaz JB, Sá H. Aprendizagem baseada em pro- gem. Petrópolis: Vozes; 2000. p. 39-57.
blemas: anatomia de uma nova abordagem edu- 32. Briani MC. O ensino médico do Brasil está mu-
cacional. Fortaleza: Escola de Saúde Pública/São dando? Rev Bras Educ Med 2001; 25:73-7.
Paulo: Editora Hucitec; 2001.
24. Bligh J. Editorials problem-based learning: the sto- Recebido em 31/Out/2002
ry continues to untold. Med Educ 2000; 3:688-9. Versão final reapresentada em 28/Out/2003
25. Colliver JA. Effectiveness of problem-based learn- Aprovado em 11/Nov/2003
ing curricular: research and theory. Acad Med
2000; 75:259-66.

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(3):780-788, mai-jun, 2004

Potrebbero piacerti anche