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É inevitável, nesse contexto, refletir sobre a questão política que envolve o tema. De
um lado, as pretensões políticas da sociedade civil através da possibilidade de resolver os seus
conflitos de modo não coercitivo e, de outro, os interesses estatais em se manter no
monopólio da jurisdição. Além disso, a proposta de ponderar a prevalência dos princípios da
indisponibilidade do interesse público e da supremacia desse mesmo interesse é uma questão
política que envolve a Administração Pública e toda uma gama de instituições públicas que
também fazem parte do sistema de justiça.
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo Geral
2. Apresentar os resultados já alcançados pelos programas e políticas públicas que têm como
diretriz a instauração de novos métodos consensuais de justiça. Ainda, verificar, a viabilidade
do Poder Público aderir a tais mecanismos para, de fato, garantir a adequada realização dos
direitos fundamentais, diante das deficiências que apresenta o sistema jurídico atual.
3. Evidenciar os conflitos que podem surgir entre o interesse público primário e os direitos
provenientes da terceira onda de acesso à justiça. Além do mais, apontar os meios que as
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1.4 Justificativa
O direito, naturalmente, responde à mudança social. Todavia, essa resposta não pode
se dar tardiamente ou ser ineficaz. Assim, em virtude de uma necessária reestruturação do
Poder Judiciário, marcado por uma hiperlitigosidade, a nova onda de efetivação do processo
centra sua atenção no conjunto geral de instituições e mecanismos, pessoas e procedimentos
utilizados para processar e prevenir disputas nas sociedades modernas.
Há muito tempo, o direito se preocupa em regular os métodos alternativos de
resolução de litígios. Dentre as principais conquistas, pode-se citar a Resolução 125 do CNJ,
o Novo Código de Processo Civil e o Projeto de Lei 7169/2014.
Analisando-se os dispositivos legais supracitados, nota-se que todos admitem a
Administração Pública como apta a praticar quaisquer atos de composição. Defende-se, além
do mais, uma necessária mudança postura do Poder Público em face dos pleitos de seus
jurisdicionados.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
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metas coletivas, dever-se-ia recorrer a uma ponderação de interesses, pautada pelo princípio
da proporcionalidade.
Sob outra perspectiva, existe um posicionamento de desconstrução de tal princípio,
que teve seu alicerce no trabalho de Humberto Bergmann Ávila, em que se demonstrou de
forma cabal o vazio conceitual do dito princípio da supremacia do interesse público sobre o
interesse privado, que o tema está a carecer de um tratamento sistemático. O interesse privado
e o interesse público estão de tal forma instituídos pela Constituição brasileira que não podem
ser separadamente descritos na análise da atividade estatal e de seus fins. Elementos privados
estão incluídos nos próprios fins do Estado.
Aderindo a concepção de Ávila, Paulo Ricardo Schier (SCHIER, 2005) afirma que:
Diogo de Figueiredo Moreira Neto, na mesma linha, aduz que após a sequência de
mutações por que passou o direito administrativo nas últimas décadas, tanto a supremacia do
interesse público em tese cedeu à supremacia dos princípios fundamentais constitucionais,
garantidores dos direitos das pessoas, como a indisponibilidade dos interesses públicos foi
revista em função da reavaliação dos interesses juridicamente protegidos quando
ocasionalmente concorrente com duas distintas categorias de interesses públicos – os
primários e os secundários.
Sob a égide da concepção moderna de tais princípios, doutrinam, também, os
professores Daniel Sarmento, Alexandre Santos Aragão.
Num discurso brilhante abordando o método da ponderação, Gustavo Binenbojm
classifica-o como sendo destinado a estabelecer relações de prevalência relativa entre
elementos que entrelaçam, a partir de critérios formais e materiais postos ou pressupostos pelo
sistema jurídico. Ademais, a circunstância de o Estado democrático de direito contemplar
juridicamente uma vasta miríade de bens, princípios, finalidades e interesses cria a
necessidade de incontáveis juízos de ponderação, como forma de proporcionar uma
acomodação otimizada entre eles, de acordo com as circunstâncias fáticas e normativas de
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3. METODOLOGIA
Opta-se pela adoção de uma pesquisa qualitativa tendo em vista que se buscará
entender a temática a partir do ponto de vista das pessoas nela envolvidas, em uma
perspectiva integrada que analisará os dados objetivando explicar a dinâmica do fenômeno
estudado. Nas palavras de Minayo (2001, p.21):
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O reconhecimento da centralidade do sistema de direitos fundamentais instituídos pela Constituição e a
estrutura maleável dos princípios constitucionais inviabiliza a determinação a priori de uma regra de supremacia
absoluta do coletivo sobre o individual. Assim, impõe-se ao legislador e à Administração Pública o dever
jurídico de ponderar os interesses em jogo, buscando a sua concretização até um grau máximo de otimização.
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Pesquisa bibliográfica;
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Pesquisa documental;
Pesquisa de campo;
Pesquisa exploratória
Conhecimento dos fatos e fenômenos relacionados ao tema;
Entrevistas com profissionais e pesquisadores da área;
Entrevista com a população na condição de requerente de direitos;
Internet.
3.2 Procedimentos
Meses
Atividades 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Reuniões com x x x x x x x
Orientador e
gestores de ações
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relacionadas ao
projeto
Revisão da x x x x x x
bibliografia e
elaboração de
resenhas de
leitura
Participação em x x x x x x
seminários e
eventos
Elaboração do x x
questionário
Pré-teste x
x x x
Coleta de
Dados
x x x x
Tabulação,
Interpretação e
Análise dos
dados
x
Conclusão e
apresentação
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REFERÊNCIAS
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