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ayetse (Ele sai)

Tudo começa com a partida de Ia´aqov para uma nova localidade: “E


saiu Ia´aqov de Beer sheva, e se foi a Haran” (28.10). A Torah nos
informa que Ia´aqov saiu de Beer sheva – cujo significado em
hebraico é “poço dos sete” ou “poço do juramento”. É interessante
que o comentário feito sobre este verso nos diz o seguinte: O Midrash
(Yalkut § 117) objeta que as palavras - “E saiu Ia´aqov de Beer sheva,
e se foi a Haran” parecem supérfluas, já que Ia ´aqov se encontrava
até então em Beer sheva; bastava dizer “Ia´aqov foi a Haran”, e
explica: Quando um Tzadic (homem justo) sai da cidade, saem com
ele o brilho e a glória e o ornamento desta; por isso foi necessário
dizer: “E saiu Ia´aqov de Beer sheva”.

A aventura de Ia´aqov tem início com um sonho: ele pára a fim de


descansar e dormir em sua caminhada ao seu destino quando, de
repente, tem um sonho que muda a sua vida: “E sonhou: e eis uma
escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os
mensageiros de Elohim subiam e desciam por ela; e eis que o IHVH
estava em cima dela, e disse: Eu sou o IHVH Elohim de Avraham teu
pai, e o Elohim de Isaque; esta terra, em que estás deitado, darei a ti
e à tua descendência; e a tua descendência será como o pó da terra,
e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em ti
e na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra; e eis
que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei
tornar a esta terra; porque não te deixarei, até que haja cumprido o
que te tenho falado” (Gn 28:12-15).

Tudo começa com um sonho... É interessante notarmos que a


metodologia do Eterno é muitas vezes diferente da nossa em muitos
aspectos. Aqui Ele dá a Ia´aqov sua Palavra através de um sonho que
o acompanharia durante toda a sua vida dando-lhe a certeza de que o
Criador estaria sempre guiando seus passos por onde quer que ele
fosse! A palavra sonho é halam e significa sonhar. Sua raiz vem de
halam, que significa ser forte, saudável. Aqui aprendemos o quão
necessários são os sonhos! São eles que alimentam nossa vida
trazendo-nos a força e tornando-nos saudáveis! E os melhores sonhos
são justamente aqueles que nos são dados pelo Eterno! Quando isso
acontece, nós sonhamos os sonhos de D-us e isso torna nossa vida
plena de esperança, pois sabemos que estes sonhos realmente se
tornarão realidade!

Mas não é só isso: no sonho de Ia´aqov havia uma escada! A palavra


escada em hebraico é sullan. Ela vem da raiz salal que significa
"erguer, amontoar, exaltar". Ia´aqov no sonho vê os mensageiros de
D-us (malak Elohim - mensageiros do D-us Criador) subindo e
descendo por ela. Nós sabemos que os mensageiros são mensageiros
de D-us e tem a tarefa de nos trazerem os recados do Eterno a fim de
que possamos ser melhor guiados em nossa vida aqui na terra, além
de também nos guardarem de males que nos são invisíveis e de
perigos maiores que sozinhos não teríamos condições de enfrentar.

O Eterno através da escada fala a Ia´aqov sobre aquilo que Ele


mesmo fará com ele. A escada fala-nos sobre a exaltação, o
erguimento que viria à vida de Ia´aqov num futuro bem próximo! Isso
ocorreria no decorrer de vinte anos. Note que o próprio Criador está
no alto da escada (lugar de sua habitação) e que Ele mesmo fala com
Ia´aqov dizendo-lhe aquilo que muito em breve acontecerá em sua
vida. A presença dos mensageiros apenas anuncia que o IHVH está ali
(e também presente no dia-a-dia de Ia´aqov), além de enviar também
seus emissários a fim de cumprirem suas ordens na vida do próprio Ia
´aqov.

Agora, a palavra do IHVH para Ia´aqov é de identificação e de


promessa. Primeiro e Eterno diz ser IHVH – Eu me torno aquilo que me
torno – Ele se tornaria para Ia´aqov o socorro em cada uma de suas
necessidades. Ele ainda afirma que a terra - eretz - "terra, país" - na
qual ele se encontrava deitado, seria dada à sua semente zera -
"descendência física" - em possessão. O Eterno não promete a Ia
´aqov apenas um pequeno terreno ao redor de onde ele está, mas
sim um país inteiro, e esse seria o lugar onde os seus descendentes
viriam para ali habitar. O interessante é que esta palavra eretz na
Escritura seria futuramente usada para designar a terra de Israel! Isso
nos mostra que desde já o Eterno via em Ia´aqov e naquele lugar a
nação de Israel! O IHVH via aquilo que ainda não existia, mas que, no
decorrer dos anos seria manifesto na terra aquilo que já era uma
realidade no céu!

Agora vem o acréscimo, a promessa daquilo que o Eterno faria à


descendência de Ia´aqov: “E a tua descendência será como o pó da
terra, e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e
em ti e na tua descendência serão benditas todas as famílias da
terra” (Gn 28:14). O IHVH nos informa que a descendência de Ia´aqov
seria como o “pó da terra”. A palavra “pó” em hebraico é apar que
significa "poeira, terra chão, cinzas, argamassa". E a Escritura
completa dizendo que seriam pó da terra – eretz! Isso nos mostra
duas coisas: a primeira é que os descendentes de Ia´aqov formariam
a base da nação israelita, pois eles seriam como o “cimento” ou a
“argamassa” que uniria a nação como um todo. Ele usa o homem
como argamassa para juncá-lo à outros homens! Somente coisas
iguais podem ser unidas; homens que se juntam a outros homens
fazem um povo, que numa terra se tornam uma nação e que juntos
conquistam o mundo!

O Eterno já apontava para os descendentes de Ia´aqov e para as doze


tribos como o sustentáculo da nação que nasceria de seus próprios
filhos! Outra coisa é que eles seriam tão numerosos como a poeira!
Esta palavra nos fala do milagre que o Eterno faria a fim de
multiplicar seu povo como a poeira que se encontra no chão. Pense
em algo interessante: o Eterno já dizia que assim como a poeira o
povo judeu estaria em todo o lugar da terra! E isso hoje é uma
realidade!

O Eterno ainda diz a Ia´aqov que “...na tua descendência serão


benditas todas as famílias da terra”. Os descendentes físicos de Ia
´aqov zera trariam sobre a terra adamah - "solo, terra, homem", a
bênção do Eterno! Isto nos informa que através dos judeus o Eterno
estaria dando à cada homem – descendente de Adam, juntamente
com sua família, poder para ser próspero, bem sucedido e fecundo!
Este é o verdadeiro significado da palavra bênção – barak – em
hebraico!

O complemento do texto nos diz mais detalhadamente como seria


isso: “E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores,
e te farei tornar a esta terra; porque não te deixarei, até que haja
cumprido o que te tenho falado” (Gn 28:15). O IHVH estaria presente
na vida e nos caminhos de Ia´aqov para guardá-lo. A palavra aqui no
hebraico é shamar e significa "guardar, cuidar, observar, prestar
atenção". A idéia da raiz é “exercer grande poder sobre”. Isso nos fala
sobre a atitude do Eterno para com Ia´aqov que seria de acompanhá-
lo cuidadosamente em todos os seus caminhos, porém sempre
exercendo seu poder sobre sua vida, deixando assim claro àqueles
que estariam juntamente com ele que a presença e a aprovação do
Eterno estariam sempre presentes em sua vida. E isso seria tão claro
e óbvio que Ele ainda o faria voltar àquela terra onde o Eterno lhe
aparecera a fim de herdá-la perpetuamente! Ia´aqov tinha do Eterno
aquilo que todo o homem gostaria de receber: uma palavra certa e
segura de que Ele jamais o abandonaria! “...porque não te deixarei,
até que haja cumprido o que te tenho falado...”

Quando Ia´aqov acorda, ele percebe aquilo que lhe acontecera e faz
uma declaração tremenda: “E temeu, e disse: Quão terrível é este
lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Elohim; e esta é a porta
dos céus” (Gn 28:17). Ia´aqov fala sobre o local como sendo “a casa
de D-us”. Em hebraico é beît "casa, lar, local, templo". Esta palavra é
usada no sentido de “habitação”. E o nome do Eterno aqui é Elohim –
o D-us Criador – que vem para reafirmar sua aliança com Ia´aqov.
Note que o lugar onde o Eterno se manifestou não era um templo
físico! O Eterno veio àquele lugar por causa de Ia´aqov! Não
importava o que ali havia, mas sim quem ali estava! O Eterno não se
importa com locais suntuosos e belos, mas sim com pessoas a quem
Ele precisa sensibilizar e trazer novamente a sua presença sobre elas
a fim de anunciar-lhes suas palavras!

Foi justamente por causa desta experiência que Ia´aqov deu o nome
de Betel àquele lugar. “E chamou o nome daquele lugar Betel; o
nome porém daquela cidade antes era Luz” (Gn 28:19). A palavra
Betel é um composto de beit + Elohim = bet El = Betel. Veja que os
prefixos das palavras foram usados a fim de formar-se uma nova
palavra com o mesmo significado: “Casa do D-us [Criador]”. Ele
completa dizendo: “e esta é a porta dos céus”. Aqui a palavra “porta”
vem do hebraico sha´ar e significa "porta (de uma cidade)". O sha´ar
era naturalmente o meio de acesso controlado a uma cidade murada.
Para Ia´aqov aquele lugar era a porta de acesso aos céus!

Aquele lugar onde Ia´aqov tivera seu encontro com o Eterno


chamava-se outrora Luz. A palavra luz em hebraico significa "apartar-
se, desviar-se". Ela vem de uma raiz lazut, que significa "afastamento,
desonestidade, tortuosidade". Isso condiz muito bem com a atual
condição de Ia´aqov, que era de suplantador, enganador. Em Luz, Ia
´aqov parece ter sua “parada” ideal, pois ali ele estaria se desviando
dos propósitos do Eterno – se não houvesse uma intervenção do
mesmo para mudar a situação. Isso nos mostra que quando
chegamos à Luz- o lugar onde provavelmente nos desviaríamos dos
propósitos do Eterno, Ele então intervém em nossas vidas para mudar
os rumos de nossa caminhada! Aqui já o Eterno mostrava a Ia´aqov
que muito em breve mudaria sua atual condição de “calcanhar do
IHVH” para um príncipe de D-us!

Agora, após esta série de acontecimentos na vida de Ia´aqov, ele faz


um voto ao Eterno dizendo: “E Ia´aqov fez um voto, dizendo: Se
Elohim for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der
pão para comer, e vestes para vestir; e eu em paz tornar à casa de
meu pai, o IHVH me será por Elohim; e esta pedra que tenho posto
por coluna será casa de Elohim; e de tudo quanto me deres,
certamente te darei o dízimo” (Gn 28:20-22). Notemos que aquilo que
Ia´aqov pede é justamente o básico para a vida quotidiana: ser
guardado pelo Eterno, ter o pão diário e o vestido com que se cobrir.
Agora um outro elemento é acrescentado: “em paz tornar à casa de
meu pai”. Esta palavra paz em hebraico é shalom e significa paz,
prosperidade, bem, saúde, inteireza e segurança. Se isso se
cumprisse em sua vida, então o IHVH seria e seu D-us (Elohim). Ia
´aqov pede ao Eterno que sua vida seja pautada justamente por estas
coisas: "paz, prosperidade, bem, saúde, inteireza, segurança e
saúde"! E ainda acrescenta: “...e de tudo quanto me deres,
certamente te darei o dízimo”. Veja que não há uma condição para Ia
´aqov dar o dízimo, mas sim um desejo de seu coração para que as
coisas assim sucedam! Ia´aqov já havia aprendido com seu pai que o
dízimo era uma atitude muito importante para que sua vida pudesse
ser bem sucedida! Quando desejamos shalom à alguém nós estamos
ministrando à essa pessoa paz, prosperidade, bem, saúde, inteireza e
segurança! Isso, não somente com o intuito de que essa pessoa tenha
aparentemente a prosperidade que é reconhecida pelos homens, mas
também que ela tenha dentro de si uma postura tal que quando o
Eterno cumprir isso em sua vida, seja em conseqüência de sua
obediência em todos os caminhos pelos quais esta pessoa andou!
Novamente queremos enfatizar que a prosperidade de Ia´aqov
somente foi possível por causa de sua obediência às instruções do
Eterno para sua vida! Sem obediência não há como alcançar o favor
do Eterno!

Agora, a Escritura nos informa que Ia´aqov chega ao seu destino, à


casa de Laban cujo nome significa branco, e que era seu tio. Quando
ele se depara com os servos de Laban e depois com Rahel, seu
coração exulta de alegria. “E aconteceu que, vendo Ia´aqov a Rahel,
filha de Laban, irmão de sua mãe, e as ovelhas de Laban, irmão de
sua mãe, chegou Ia´aqov, e revolveu a pedra de sobre a boca do
poço e deu de beber às ovelhas de Laban, irmão de sua mãe. E Ia
´aqov beijou a Rahel, e levantou a sua voz e chorou” (Gn 29:10-11).

Após este encontro, há ainda o encontro de Ia´aqov com Laban, que o


reconhece como parte de sua família: “E aconteceu que, ouvindo
Laban as novas de Ia´aqov, filho de sua irmã, correu-lhe ao encontro,
e abraçou-o, e beijou-o, e levou-o à sua casa; e ele contou a Laban
todas estas coisas. Então Laban disse-lhe: Verdadeiramente és tu o
meu osso e a minha carne. E ficou com ele um mês inteiro” (Gn
29:13-14). Isso causou uma grande alegria entre os familiares. Agora
eles tinham a oportunidade de conhecer a Ia´aqov. E ele ficou com
Laban e certamente foi se familiarizando com todas as coisas e já se
colocou à disposição para trabalhar com seu tio. Isso impressionou a
Laban que lhe diz o seguinte: “Depois disse Laban a Ia´aqov: Porque
tu és meu irmão, hás de servir-me de graça? Declara-me qual será o
teu salário” (Gn 29:15). Notemos que o Eterno dá a Ia´aqov a
oportunidade de estipular quais seriam seus ganhos a por quanto ele
trabalharia mensalmente. E isto só foi possível por causa da
obediência de Ia´aqov que moveu a mão do Eterno a fim de que Ele
pusesse na boca de Laban estas palavras!

Agora Ia´aqov diz aquilo que está em seu coração: “E Ia´aqov amava
a Rahel, e disse: Sete anos te servirei por Rahel, tua filha menor” (Gn
29:18). Ia´aqov mesmo estipula o tempo pelo qual ele trabalhará a
fim de casar-se com Rahel, sua prima. O nome Rahel significa
“ovelha”. Ele fala sobre sete anos, e isso nos mostra que ele haveria
de fechar um ciclo, completar um período para então poder possuir
aquilo que estava em seu coração: Rahel! Quando se cumpriram os
sete anos que Ia´aqov determinou, então veio o tempo do casamento
e o que aconteceu foi isso: “E disse Ia´aqov a Laban: Dá-me minha
mulher, porque meus dias são cumpridos, para que eu me case com
ela. Então reuniu Laban a todos os homens daquele lugar, e fez um
banquete. E aconteceu, à tarde, que tomou Leah, sua filha, e trouxe-a
a Ia´aqov que a possuiu. E Laban deu sua serva Zilpah a Leah, sua
filha, por serva. E aconteceu que pela manhã, viu que era Leah; pelo
que disse a Laban: Por que me fizeste isso? Não te tenho servido por
Rahel? Por que então me enganaste?” (Gn 29:21-25). Ia´aqov
trabalha por Rahel mas casa-se com Leah! Isso porque o costume
local era dar em casamento primeiro a filha mais velha e depois a
mais nova! Por não ter lhes perguntado sobre seus costumes, Ia´aqov
então recebe como esposa a Leah. E quando ele “acorda” de sua
noite de núpcias, o que pergunta a Laban? “...Não te tenho servido
por Rahel? Por que então me enganaste?” A palavra "enganar" em
hebraico é ramâh e significa "iludir, enganar, desorientar". Veja que Ia
´aqov fala sobre sua própria atitude no passado para com seu irmão
Esav! Ia´aqov, que nos passado enganara seu irmão por duas vezes,
aproveitando-se de suas fraquezas, agora recebe na mesma medida
de seu tio Laban! Novamente somos ensinados que “aquilo que
plantarmos, isso colheremos”. Essa é uma lei espiritual válida ainda
para os nossos dias!

Após as devidas explicações, Ia´aqov então se “conforma” com sua


situação e volta ao trabalho, a fim de “pagar” por Rahel! Ia´aqov
cumpre a semana de Leah e então recebe por mulher a Rahel, a
quem ama com todas as suas forças! O que acontece então é
tremendo: “E Ia´aqov fez assim, e cumpriu a semana de Leah; então
lhe deu por mulher Rahel sua filha. E Laban deu sua serva Bilah por
serva a Rahel, sua filha. E possuiu também a Rahel, e amou também
a Rahel mais do que a Leah e serviu com ele ainda outros sete anos.
Vendo, pois, o IHVH que Leah era desprezada, abriu a sua madre;
porém Rahel era estéril” (Gn 29:28-31).

O que estava acontecendo aqui? Ia´aqov amava tanto a Rahel que


passou a desprezar a Leah e isso não foi bom aos olhos do Eterno. Ia
´aqov recebera aquilo que lhe era de direito! Ele havia plantado e
agora recebera os frutos de suas atitudes anteriores. Por não agir
corretamente com Leah, o Eterno então faz com que Rahel seja
estéril. Aqui tem início uma grande luta de Ia´aqov com suas esposas
a fim de gerar seus filhos!

O primeiro nascimento ocorrido na família de Ia´aqov foi de seu filho


Rúben. “E concebeu Leah, e deu à luz um filho, e chamou-o Rúben;
pois disse: Porque o IHVH atendeu à minha aflição, por isso agora me
amará o meu marido” (Gn 29:32). A palavra conceber em hebraico é
harâh e significa conceber, ser progenitora. Isso nos dá a medida
daquilo que estava acontecendo entre as irmãs Leah e Rahel. Quando
Leah dá à luz à esta criança, seu nome reflete o seu momento e
também o seu desejo: Reuven significa “Eis um filho” ou também
“[IHVH] viu a minha aflição”. Novamente percebemos que havia uma
disputa “interna” na família de Ia´aqov para dar-lhe filhos. Isso ocorria
entre as duas irmãs que “disputavam” o amor de seu marido. A
palavra “atender” em hebraico é ra’a e seria melhor traduzida por
ver, olhar, inspecionar. Isso nos mostra que o Eterno olhou para Leah
e tornou-se para ela seu maior desejo: a concepção de um filho!

Primeiro aconteceu do Eterno olhar para Leah, agora outra coisa


acontece: “E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo:
Porquanto o IHVH ouviu que eu era desprezada, e deu-me também
este. E chamou-o Simeão” (Gn 29:33). Novamente Leah engravida e
concebe, dando à Ia´aqov outro filho cujo nome destaca a situação
vivida por eles; ali está o reflexo daquilo que se passa entre eles:
Leah diz que IHVH ouviu-a. A palavra traduzida por “ouvir” é shama e
significa ouvir, escutar. Naturalmente a criança recebe o nome de
Shimeon, que significa ouvindo! Isso demonstra que o Eterno
continua ouvindo o clamor de Leah quanto à sua vida conjugal e que
a resposta do Eterno é um outro filho!

Mas as bênçãos de Leah não terminam aí: “E concebeu outra vez, e


deu à luz um filho, dizendo: Agora esta vez se unirá meu marido a
mim, porque três filhos lhe tenho dado. Por isso chamou-o Levi” (Gn
29:34). Agora a esperança de Leah é que Ia´aqov esteja
definitivamente junto à ela! Os filhos que Leah dá a Ia´aqov ainda não
conseguiram trazer o amor dele para ela! Ainda há no coração de Ia
´aqov a preferência por sua irmã Rahel! E isso fica claro pelos nomes
que Leah põe em seus filhos. O último, Levi, significa "junto",
refletindo sua esperança de ter seu marido junto de si.

Agora já há uma mudança na postura de Leah quanto à sua relação


com seu marido: “E concebeu outra vez e deu à luz um filho, dizendo:
Esta vez louvarei ao IHVH. Por isso chamou-o Judá; e cessou de dar à
luz” (Gn 29:35). Agora percebemos que na fala de Leah há algo de
diferente! Ela diz louvarei ao IHVH! A palavra "louvar" em hebraico é
yadâ e significa confessar, louvar, dar graças, agradecer. A palavra
enfatiza “reconhecimento” e a “declaração de um fato” seja ele bom
ou mau. Aqui Leah fala sobre seu reconhecimento de quem é o
Eterno! Ela confessa, louva, dá graças, agradece ao IHVH (IHVH –
Aquele que se torna aquilo que ela precisa) por mais este filho! O
nome que a criança recebe é também muito sugestivo: Iehuda que
significa louvor! Esta palavra vem da raiz yahad que significa tornar-
se judeu. Este filho prenuncia quem seria o povo escolhido do Eterno
e também o seu nome!Temos algo interessante neste ponto, pois
quando retiramos a letra dalet da palavra Iehuda, temos como
resultado o tetragrama (IHVH); já o nome “dalet” em hebraico
significa “porta”. Isso nos faz concluir que Iehuda é a porta de acesso
ao Eterno! É justamente por isso que a frente será dito que o
Mashiach virá da tribo de Iehuda, pois ele se tornará a porta de
acesso ao IHVH! Isso está claramente dito na Brit Hadasha na
seguinte passagem: “Tornou, pois, Ieshua a dizer-lhes: Em verdade,
em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas. Todos quantos
vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não
os ouviram. Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e
entrará, e sairá, e achará pastagens” (Jo 10:7-9).

Agora tem início uma nova fase na vida da família de Ia´aqov: “Vendo
Rahel que não dava filhos a Ia´aqov, teve inveja de sua irmã, e disse
a Ia´aqov: Dá-me filhos, se não morro. Então se acendeu a ira de Ia
´aqov contra Rahel, e disse: Estou eu no lugar de Elohim, que te
impediu o fruto de teu ventre?” (Gn 30:1-2). Aqui fica claro que Rahel
pensa que o problema está na vontade de Ia´aqov em ter um filho
através dela! No hebraico temos a seguinte ordem: “... dá-me filhos,
ou senão estou morta eu”. A tradição judaica diz o seguinte sobre
isso: “Quatro pessoas consideram-se como mortas, nos disse o Rabi
Samuel Bar Nahamani: o cego, o leproso, quem não tem filhos e o
pobre. Os três primeiros vivem em constante sofrimento físico e
moral, e o quarto é realmente como se não existisse (Yalcut 127).

Ia´aqov lhe responde de maneira taxativa: “... Estou eu no lugar de


Elohim...” A palavra aqui é Elohim – O Criador. Ia´aqov sabia que
humanamente nada poderia ser feito por Rahel, e caso não houvesse
uma intervenção do Eterno sobre ela, seria impossível haver a
concepção e a geração de filhos!

Rahel então age de forma a tentar “ajudar” ao Eterno: ela dá a Ia


´aqov sua serva Bilah, cujo nome significa “problemática”; em sua
raiz temos balah que significa “problema” e também balahâ que
significa terror, destruição. Ela foi escolhida por Rahel para que
concebesse em seu lugar! “Assim lhe deu a Bilah, sua serva, por
mulher; e Ia´aqov a possuiu” (Gn 30:4). Bilah aqui ocupa o lugar de
Rahel na tenda deles como sua esposa! A criada tem o privilégio de
coabitar com seu IHVH e desta relação nasce um filho: “Então disse
Rahel: Julgou-me Elohim, e também ouviu a minha voz, e me deu um
filho; por isso chamou-lhe Dan” (Gn 30:6). Rahel reconhece que está
sendo “julgada” pelo Eterno com o nascimento deste filho, por isso
seu nome é Dan, que significa juiz.

E novamente Bilah faz as vezes de sua patroa e outra vez concebe.


Desta vez é sob outra perspectiva que Rachel enxerga isso: “Então
disse Rahel: Com lutas de Elohim tenho lutado com minha irmã;
também venci; e chamou-lhe Naftali” (Gn 30:8). Aqui a palavra D-us é
Elohim e demonstra que seu conflito com o Criador ainda não acabou!
E o nome da criança é Naftali que significa "lutando"!

Agora vemos a reação de Leah quanto à atitude de Rahel: ela


também dá à seu marido sua serva Zilpah, que significa "enganadora,
trapaceira", a fim de que ela também conceba. “Vendo, pois, Leah
que cessava de ter filhos, tomou também a Zilpah, sua serva, e deu-a
a Ia´aqov por mulher” (Gn 30:9). Novamente a serva da esposa de Ia
´aqov assume o papel de esposa a fim de gerar filhos para ele. O que
aconteceu foi que Zilpah engravida e dá à luz a um filho. “Então disse
Leah: Afortunada! e chamou-lhe Gade” (Gn 30:11). Leah vislumbra o
ocorrido e chama-a afortunada (sortuda) pois ela concebe
rapidamente à um filho. E o seu nome é Gad, que significa "fortuna
(sorte)". Novamente Zilpah concebe e dá a Ia´aqov outro filho:
“Depois deu Zilpah, serva de Leah, um segundo filho a Ia´aqov. Então
disse Leah: Para minha ventura; porque as filhas me terão por bem-
aventurada; e chamou-lhe Aser" (Gn 30:12-13). A alegria de Leah é
incontida, pois Zilpah dá outro filho a Ia´aqov e por isso seu nome é
Asher, que significa "feliz"!
Agora nasce outro filho a Leah. Ela diz o seguinte: “E ouviu Elohim a
Leah, e concebeu, e deu à luz um quinto filho” (Gn 30:17). A palavra
traduzida por ouvir é shama e significa ouvir, escutar. Novamente, o
nome de seu filho demonstra o que ele significa para ela. “Então
disse Leah: Elohim me tem dado o meu galardão, pois tenho dado
minha serva ao meu marido. E chamou-lhe Issacar” (Gn 30:18). Leah
considerava que Elohim – o D-us Criador – estava lhe recompensando
através de sua serva – que fazia também o papel de esposa de Ia
´aqov – e então chamou ao menino Issacar, que significa galardão. O
Eterno ainda continua a dar filhos a Leah. O próximo filho que ela tem
é Zevulun, e pode significar “honra”, pois em sua raiz temos a
palavra zaval que significa "exaltar, honrar". Essa criança mostra a
esperança que Leah tinha de que seu marido habitasse com ela! O
que havia no coração de Ia´aqov era justamente uma divisão de seu
amor para com suas esposas. Porém, Ia´aqov ainda amava Rahel
muito mais do que Leah...

Suas palavras são estas: “E disse Leah: Elohim me deu uma boa
dádiva; desta vez morará o meu marido comigo, porque lhe tenho
dado seis filhos. E chamou-lhe Zebulom” (Gn 30:20). E como
complemento teve também uma filha, à qual colocou o nome de
Dinah. “E depois teve uma filha, e chamou-lhe Dinah” (Gn 30:21). O
nome Dinah vem da raiz hebraica din que significa “julgar”. Dinah
significa “julgada”. Leah sabe que tudo o haveria de acontecer-lhe já
tinha ocorrido e os filhos que tivera serviam como marcos em sua
vida e em seu relacionamento com Ia´aqov. Ela bem sabia que
poderia dar à Ia´aqov todos os filhos que pudesse, porém ela nunca
iria conquistar de fato o seu coração como havia feito sua irmã Rahel.

Neste ponto, Ia´aqov já está com onze filhos. Parece um número até
exagerado, mas para os planos de D-us ainda falta algo. Este é o
momento em que o Eterno se lembra de Rahel e atende ao seu
clamor. “E lembrou-se Elohim de Rahel; e Elohim a ouviu, e abriu a
sua madre” (Gn 30:22). A palavra “lembrar-se” em hebraico é zakar e
significa "pensar, meditar, dar atenção a, recordar". A palavra aqui é
Elohim – o D-us Criador. Percebemos que o próprio Criador se
manifesta à Rahel abrindo-lhe a madre a fim de que ela pudesse
conceber. O Eterno interveio em sua vida e o resultado dessa
intervenção aparece de forma esplêndida: “E chamou-lhe José,
dizendo: O IHVH me acrescente outro filho” (Gn 30:24). O nome dado
à José é sugestivo, pois fala sobre sua ansiedade em ter outros filhos.
O nome Iosef significa "acrescentar, aumentar".

Neste ponto terminam os nascimentos dos filhos de Ia´aqov e tem


início o período de regresso da família para a terra que o Eterno havia
prometido dar à Ia´aqov e aos seus descendentes.

Ia´aqov pleiteia com Laban sua “liberdade” e também a de sua


família. “Dá-me as minhas mulheres, e os meus filhos, pelas quais te
tenho servido, e ir-me-ei; pois tu sabes o serviço que te tenho feito”
(Gn 30:26). Para Laban, esta palavra de Ia´aqov não é muito boa, pois
ele mesmo tem sido extremamente abençoado e tem enriquecido
muito por causa de Ia´aqov. Laban tentará defender seus interesses
pessoais à todo o custo a fim de não perder esta maravilhosa “fonte”
de bênçãos que tem em suas terras consigo!

Sua argumentação é a seguinte: “Então lhe disse Laban: Se agora


tenho achado graça em teus olhos, fica comigo. Tenho
experimentado que o IHVH me abençoou por amor de ti” (Gn 30:27).
As palavras de Laban refletem aquilo que ele tem experimentado. Ele
diz que o IHVH – IHVH – Aquele que se torna aquilo que ele precisa, o
tem abençoado – barak – que em hebraico significa, dar poder à
alguém para ser próspero, bem sucedido e fecundo. Laban tem a
perfeita consciência de que o Eterno tem lhe dado muitas riquezas
justamente por causa de Ia´aqov! Ele inclusive usa o nome do Eterno
que fala sobre tornar-se aquilo que o homem precisa a fim de ser
suprido, pois ele bem sabe o que ele tem feito a Ia´aqov e como,
mesmo assim, o Eterno lhe tem abençoado! O israelita tem
constituído um fator de progresso e de bênção onde vive. Ativo e
laborioso, destaca-se no comércio, nas ciências e na cultura. O sultão
Bajazet 11 da Turquia, recebendo os israelitas expulsos pela fanática
Espanha, em 1492, disse estas palavras: “Não considero o Rei
Fernando de Espanha um homem inteligente pois, enviando os
judeus, empobrece o seu país e enriquece o meu”.

Após uma conversa entre eles fica estabelecido o novo “salário” de Ia


´aqov para seu trabalho: “E disse mais: Determina-me o teu salário,
que to darei. Então lhe disse: Tu sabes como te tenho servido, e como
passou o teu gado comigo. Porque o pouco que tinhas antes de mim
tem aumentado em grande número; e o IHVH te tem abençoado por
meu trabalho. Agora, pois, quando hei de trabalhar também por
minha casa? E disse ele: Que te darei? Então disse Ia´aqov: Nada me
darás. Se me fizeres isto, tornarei a apascentar e a guardar o teu
rebanho; passarei hoje por todo o teu rebanho, separando dele todos
os salpicados e malhados, e todos os morenos entre os cordeiros, e
os malhados e salpicados entre as cabras; e isto será o meu salário.
Assim testificará por mim a minha justiça no dia de amanhã, quando
vieres e o meu salário estiver diante de tua face; tudo o que não for
salpicado e malhado entre as cabras e moreno entre os cordeiros,
ser-me-á por furto. Então disse Laban: Quem dera seja conforme a
tua palavra” (Gn 30:28-34). Então vejamos: o salário de Ia´aqov
seriam os animais salpicados, malhados e morenos (marrons)! Ia
´aqov então determina que este seria seu salário e tudo o que
nascesse com esta aparência de agora por diante lhe seria por
pagamento!

Após terem feito este acordo, então Ia´aqov sai para longe de Laban
e tem início a estratégia de D-us a fim de tornar Ia´aqov ainda mais
rico que Laban através deste rebanho.
A estratégia consistia no seguinte: “Então tomou Ia´aqov varas
verdes de álamo e de aveleira e de castanheiro, e descascou nelas
riscas brancas, descobrindo a brancura que nas varas havia, e pôs
estas varas, que tinha descascado, em frente aos rebanhos, nos
canos e nos bebedouros de água, aonde os rebanhos vinham beber,
para que concebessem quando vinham beber. E concebiam os
rebanhos diante das varas, e as ovelhas davam crias listradas,
salpicadas e malhadas. Então separou Ia´aqov os cordeiros, e pôs as
faces do rebanho para os listrados, e todo o moreno entre o rebanho
de Laban; e pôs o seu rebanho à parte, e não o pôs com o rebanho de
Laban” (Gn 30:37-40). Ia´aqov separou três tipos de varas às quais
descascou em listras a fim de fazer com que o rebanho concebesse
conforme via diante de si as varas listradas!

Vamos considerar duas coisas aqui: a palavra “vara” vem do hebraico


maqel e significa "vara, bastão, cetro". Em sua raiz temos:

Miqlat – refúgio, asilo. Este substantivo denota o local para onde uma
pessoa se refugiava do vingador de sangue.

Miqla´at – entalhe, escultura.

Qanah – obter, adquirir, criar; também com quinian, que significa


riquezas!

A palavra “verde” vem do hebraico lah que significa "úmido, fresco,


novo". Qual era a intenção do Eterno ao dar a Ia´aqov esta
estratégia? Não seria a de retira-lo do refúgio, do asilo da
“escravidão” em que vivia servindo a Laban? Por isso o Eterno estava
“entalhando”, “esculpindo” (moldando) a sua vida para que ele
tivesse agora condições de obter, adquirir riquezas! E isso seria algo
extremamente novo e inusitado para todos!

As varas são de três tipos diferentes de árvores: álamo, aveleira e


castanheira. Primeiro devemos considerar que Ia´aqov descobriu a
brancura das varas. No original está escrito que Ia´aqov expôs a
Laban – branco – das varas. Isso significa que no mundo espiritual
Laban estava sendo exposto diante do rebanho; retirou-se dele aquilo
que o ocultava. Assim sua personalidade ficou visível à todos os
animais do rebanho! Quando Ia´aqov fez isso, no reino espiritual ele
estava realmente deixando Laban enfraquecido por estar lhe tirando
sua cobertura em que confiava!

As varas representam aspectos da vida de Ia´aqov:

Álamo (em hebraico, libne) – tem um tronco alto e pode crescer até a
altura de aproximadamente 33 metros. Tem uma resina branca que
produz uma fragrância agradável na primavera. Na raiz desta palavra
temos o termo lebena, que significa “tijolo”. A maioria dos usos deste
termo ocorre em contextos que mostram a fatiga e a futilidade dos
esforços humanos!

Aveleira (ou amendoeira, em hebraico luz) – é uma planta de copa


grande e fechada e produz flores brancas e ricas em néctar. Produz
uma resina cheirosa e era usada para fazer o incenso. A raiz significa
também apartar-se, desviar-se.

Castanheira (em hebraico ermon) - é uma árvore alta e se apóia num


tronco largo – de aproximadamente 3 metros de diâmetro e possui
uma resina escamada. Pode ser encontrada nas florestas de altitude
do Monte Carmelo. Em sua raiz temos também o termo ´arom que
significa ter cuidado, acautelar-se, receber conselho astuto.

Estas árvores nos falam sobre aquilo que Ia´aqov estava profetizando
através de sua atitude. A isso chamamos de “ato profético”. Ia´aqov
queria que seu rebanho tivesse estes aspectos: fosse um rebanho que
produzisse um cheiro agradável através de sua grande quantidade.
Seria tão grande que todos o veriam, assim como o álamo que de tão
alto chama para si a atenção de todos os que estão nas redondezas.
Outro aspecto está associado à amendoeira, que é a primeira árvore
que desperta na primavera. Assim como acontecia com esta árvore,
que seu rebanho “despertasse” e procriasse de forma a multiplicar-se.
Seriam belos animais, que quando oferecidos ao Eterno seriam tidos
como um “cheiro suave”, assim como o incenso que era queimado e
produzia este aroma suave nas narinas do Eterno. Quanto à sua base,
que se apoiassem em algo largo e sólido, ou seja, que a saúde do
rebanho fosse tamanha, que nada doente ou defeituoso fosse
produzido por eles. Eles deveriam sempre estar nos lugares altos,
dominando, assim como a castanheira que nasce nos altos do Monte
Carmelo!

Isso tudo nos fala sobre a estratégia de Ia´aqov e seus resultados: as


varas produziam rebanhos conforme as características descritas
acima. Veja o que diz a Palavra: “E sucedia que cada vez que
concebiam as ovelhas fortes, punha Ia´aqov as varas nos canos,
diante dos olhos do rebanho, para que concebessem diante das
varas” (Gn 30:41).

A reação dos filhos de Laban não foi muito positiva à estratégia de Ia


´aqov, assim como também Laban já não tinha para com ele tão bons
olhos... “Então ouvia as palavras dos filhos de Laban, que diziam: Ia
´aqov tem tomado tudo o que era de nosso pai, e do que era de
nosso pai fez ele toda esta glória. Viu também Ia´aqov o rosto de
Laban, e eis que não era para com ele como anteriormente" (Gn 31:1-
2). Ia´aqov agora é acusado de roubo, pois os filhos de Laban dizem
que Ia´aqov fez sua fortuna “tomando” aquilo que pertencia à Laban.
Eles não se lembram – ou não reconhecem – o pacto que havia sido
feito entre seu pai e Ia´aqov!
Mediante esta situação, Ia´aqov recebe então uma palavra do IHVH
que define o caminho a ser seguido: “E disse o IHVH a Ia´aqov: Torna-
te à terra dos teus pais, e à tua parentela, e eu serei contigo” (Gn
31:3). A reação de Ia´aqov é ajuntar a sua família e explicar-lhes o
que deve ser feito para que possam então sair das terras de Laban e
retornarem às terras que o Eterno deu por possessão à Avraham e
seus descendentes. As próprias filhas de Laban concordam que assim
seja feito e eles então partem de volta à casa de Ia´aqov!

Quando Laban descobre o que aconteceu, ele e seus servos partem à


caça de Ia´aqov e sua família. “E no terceiro dia foi anunciado a
Laban que Ia´aqov tinha fugido” (Gn 31:22). Aqui a palavra traduzida
por fugir é barah e significa "fugir, escapar, sair depressa". Isso
demonstra que Ia´aqov e seus familiares saíram das terras de Laban
de forma sorrateira e sem avisar a ninguém!

Laban então recebe uma palavra do D-us de Ia´aqov a fim de nada


fazer-lhe de mal. Isso realmente salva a vida de Ia´aqov e de seus
familiares! “Veio, porém, Elohim a Laban, o arameu, em sonhos, de
noite, e disse-lhe: Guarda-te, que não fales com Ia´aqov nem bem
nem mal. Alcançou, pois, Laban a Ia´aqov, e armara Ia´aqov a sua
tenda naquela montanha; armou também Laban com os seus irmãos
a sua, na montanha de Gileade. Então disse Laban a Ia´aqov: Que
fizeste, que me lograste e levaste as minhas filhas como cativas pela
espada? Por que fugiste ocultamente, e lograste-me, e não me fizeste
saber, para que eu te enviasse com alegria, e com cânticos, e com
tamboril e com harpa? Também não me permitiste beijar os meus
filhos e as minhas filhas. Loucamente agiste, agora, fazendo assim.
Poder havia em minha mão para vos fazer mal, mas o Elohim de
vosso pai me falou ontem à noite, dizendo: Guarda-te, que não fales
com Ia´aqov nem bem nem mal” (Gn 31:24-29).

Após este encontro, Ia´aqov faz um pacto com Laban e eles seguem
sua caminhada até a terra de seu pai Isaque. Enquanto seguiam para
lá, Ia´aqov tem outro encontro que traz um grande impacto à sua
vida: “Ia´aqov também seguiu o seu caminho, e encontraram-no os
mensageiros de Elohim. E Ia´aqov disse, quando os viu: Este é o
exército de Elohim. E chamou aquele lugar Maanaim” (Gn 32:1-2). Ia
´aqov teve então a certeza de que os exércitos do D-us eterno
estavam-no acompanhando a fim de protegê-los e orientá-los quando
assim fosse necessário. Nota-se de certo modo uma semelhança nos
acontecimentos que ocorreram a Ia´aqov e com o povo israelita.

Ia´aqov volta à sua terra natal após passar grandes penúrias e dias
difíceis. Longos anos ele teve que trabalhar para construir seu lar.
Vezes e mais vezes o enganaram e o roubaram. Porém a tudo se
sobrepôs, e por fim teve de voltar a seu país. Este é o problema da
Diáspora em geral. Ia´aqov não conseguiu construir seu lar definitivo,
pois este, igual à Sucá, símbolo da morada do “Galut”, não pode
subsistir por longo prazo. Esta é a triste realidade, à qual não
devemos esquecer.

Novamente fica claro que a intenção do Eterno para com Ia´aqov e


seu família é de realmente abençoá-los, pois seus caminhos estão
sendo guardados e confirmados pelos mensageiros do Eterno!

Aprendamos pois que o Eterno tem planos bem definidos, e que,


mesmo quando estamos fora de nossos domínios originais, o eterno
nos fará vencedores, ainda que tenhamos como “patrão” a um Laban,
que tenta sempre novamente levar vantagem sobre nós! Atentemos
para o detalhe: Ia´aqov somente conseguiu tornar-se um homem rico
e poderoso porque ele obedeceu ao Eterno naquilo que lhe era dito.
Por isso, se queremos receber algo do IHVH a chave para isso é a
obediência incondicional à sua voz e à sua Palavra!

Que o Eterno nos ajude a cumprirmos aquilo que está em seu


coração!

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