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Quando Ia´aqov acorda, ele percebe aquilo que lhe acontecera e faz
uma declaração tremenda: “E temeu, e disse: Quão terrível é este
lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Elohim; e esta é a porta
dos céus” (Gn 28:17). Ia´aqov fala sobre o local como sendo “a casa
de D-us”. Em hebraico é beît "casa, lar, local, templo". Esta palavra é
usada no sentido de “habitação”. E o nome do Eterno aqui é Elohim –
o D-us Criador – que vem para reafirmar sua aliança com Ia´aqov.
Note que o lugar onde o Eterno se manifestou não era um templo
físico! O Eterno veio àquele lugar por causa de Ia´aqov! Não
importava o que ali havia, mas sim quem ali estava! O Eterno não se
importa com locais suntuosos e belos, mas sim com pessoas a quem
Ele precisa sensibilizar e trazer novamente a sua presença sobre elas
a fim de anunciar-lhes suas palavras!
Foi justamente por causa desta experiência que Ia´aqov deu o nome
de Betel àquele lugar. “E chamou o nome daquele lugar Betel; o
nome porém daquela cidade antes era Luz” (Gn 28:19). A palavra
Betel é um composto de beit + Elohim = bet El = Betel. Veja que os
prefixos das palavras foram usados a fim de formar-se uma nova
palavra com o mesmo significado: “Casa do D-us [Criador]”. Ele
completa dizendo: “e esta é a porta dos céus”. Aqui a palavra “porta”
vem do hebraico sha´ar e significa "porta (de uma cidade)". O sha´ar
era naturalmente o meio de acesso controlado a uma cidade murada.
Para Ia´aqov aquele lugar era a porta de acesso aos céus!
Agora Ia´aqov diz aquilo que está em seu coração: “E Ia´aqov amava
a Rahel, e disse: Sete anos te servirei por Rahel, tua filha menor” (Gn
29:18). Ia´aqov mesmo estipula o tempo pelo qual ele trabalhará a
fim de casar-se com Rahel, sua prima. O nome Rahel significa
“ovelha”. Ele fala sobre sete anos, e isso nos mostra que ele haveria
de fechar um ciclo, completar um período para então poder possuir
aquilo que estava em seu coração: Rahel! Quando se cumpriram os
sete anos que Ia´aqov determinou, então veio o tempo do casamento
e o que aconteceu foi isso: “E disse Ia´aqov a Laban: Dá-me minha
mulher, porque meus dias são cumpridos, para que eu me case com
ela. Então reuniu Laban a todos os homens daquele lugar, e fez um
banquete. E aconteceu, à tarde, que tomou Leah, sua filha, e trouxe-a
a Ia´aqov que a possuiu. E Laban deu sua serva Zilpah a Leah, sua
filha, por serva. E aconteceu que pela manhã, viu que era Leah; pelo
que disse a Laban: Por que me fizeste isso? Não te tenho servido por
Rahel? Por que então me enganaste?” (Gn 29:21-25). Ia´aqov
trabalha por Rahel mas casa-se com Leah! Isso porque o costume
local era dar em casamento primeiro a filha mais velha e depois a
mais nova! Por não ter lhes perguntado sobre seus costumes, Ia´aqov
então recebe como esposa a Leah. E quando ele “acorda” de sua
noite de núpcias, o que pergunta a Laban? “...Não te tenho servido
por Rahel? Por que então me enganaste?” A palavra "enganar" em
hebraico é ramâh e significa "iludir, enganar, desorientar". Veja que Ia
´aqov fala sobre sua própria atitude no passado para com seu irmão
Esav! Ia´aqov, que nos passado enganara seu irmão por duas vezes,
aproveitando-se de suas fraquezas, agora recebe na mesma medida
de seu tio Laban! Novamente somos ensinados que “aquilo que
plantarmos, isso colheremos”. Essa é uma lei espiritual válida ainda
para os nossos dias!
Agora tem início uma nova fase na vida da família de Ia´aqov: “Vendo
Rahel que não dava filhos a Ia´aqov, teve inveja de sua irmã, e disse
a Ia´aqov: Dá-me filhos, se não morro. Então se acendeu a ira de Ia
´aqov contra Rahel, e disse: Estou eu no lugar de Elohim, que te
impediu o fruto de teu ventre?” (Gn 30:1-2). Aqui fica claro que Rahel
pensa que o problema está na vontade de Ia´aqov em ter um filho
através dela! No hebraico temos a seguinte ordem: “... dá-me filhos,
ou senão estou morta eu”. A tradição judaica diz o seguinte sobre
isso: “Quatro pessoas consideram-se como mortas, nos disse o Rabi
Samuel Bar Nahamani: o cego, o leproso, quem não tem filhos e o
pobre. Os três primeiros vivem em constante sofrimento físico e
moral, e o quarto é realmente como se não existisse (Yalcut 127).
Suas palavras são estas: “E disse Leah: Elohim me deu uma boa
dádiva; desta vez morará o meu marido comigo, porque lhe tenho
dado seis filhos. E chamou-lhe Zebulom” (Gn 30:20). E como
complemento teve também uma filha, à qual colocou o nome de
Dinah. “E depois teve uma filha, e chamou-lhe Dinah” (Gn 30:21). O
nome Dinah vem da raiz hebraica din que significa “julgar”. Dinah
significa “julgada”. Leah sabe que tudo o haveria de acontecer-lhe já
tinha ocorrido e os filhos que tivera serviam como marcos em sua
vida e em seu relacionamento com Ia´aqov. Ela bem sabia que
poderia dar à Ia´aqov todos os filhos que pudesse, porém ela nunca
iria conquistar de fato o seu coração como havia feito sua irmã Rahel.
Neste ponto, Ia´aqov já está com onze filhos. Parece um número até
exagerado, mas para os planos de D-us ainda falta algo. Este é o
momento em que o Eterno se lembra de Rahel e atende ao seu
clamor. “E lembrou-se Elohim de Rahel; e Elohim a ouviu, e abriu a
sua madre” (Gn 30:22). A palavra “lembrar-se” em hebraico é zakar e
significa "pensar, meditar, dar atenção a, recordar". A palavra aqui é
Elohim – o D-us Criador. Percebemos que o próprio Criador se
manifesta à Rahel abrindo-lhe a madre a fim de que ela pudesse
conceber. O Eterno interveio em sua vida e o resultado dessa
intervenção aparece de forma esplêndida: “E chamou-lhe José,
dizendo: O IHVH me acrescente outro filho” (Gn 30:24). O nome dado
à José é sugestivo, pois fala sobre sua ansiedade em ter outros filhos.
O nome Iosef significa "acrescentar, aumentar".
Após terem feito este acordo, então Ia´aqov sai para longe de Laban
e tem início a estratégia de D-us a fim de tornar Ia´aqov ainda mais
rico que Laban através deste rebanho.
A estratégia consistia no seguinte: “Então tomou Ia´aqov varas
verdes de álamo e de aveleira e de castanheiro, e descascou nelas
riscas brancas, descobrindo a brancura que nas varas havia, e pôs
estas varas, que tinha descascado, em frente aos rebanhos, nos
canos e nos bebedouros de água, aonde os rebanhos vinham beber,
para que concebessem quando vinham beber. E concebiam os
rebanhos diante das varas, e as ovelhas davam crias listradas,
salpicadas e malhadas. Então separou Ia´aqov os cordeiros, e pôs as
faces do rebanho para os listrados, e todo o moreno entre o rebanho
de Laban; e pôs o seu rebanho à parte, e não o pôs com o rebanho de
Laban” (Gn 30:37-40). Ia´aqov separou três tipos de varas às quais
descascou em listras a fim de fazer com que o rebanho concebesse
conforme via diante de si as varas listradas!
Miqlat – refúgio, asilo. Este substantivo denota o local para onde uma
pessoa se refugiava do vingador de sangue.
Álamo (em hebraico, libne) – tem um tronco alto e pode crescer até a
altura de aproximadamente 33 metros. Tem uma resina branca que
produz uma fragrância agradável na primavera. Na raiz desta palavra
temos o termo lebena, que significa “tijolo”. A maioria dos usos deste
termo ocorre em contextos que mostram a fatiga e a futilidade dos
esforços humanos!
Estas árvores nos falam sobre aquilo que Ia´aqov estava profetizando
através de sua atitude. A isso chamamos de “ato profético”. Ia´aqov
queria que seu rebanho tivesse estes aspectos: fosse um rebanho que
produzisse um cheiro agradável através de sua grande quantidade.
Seria tão grande que todos o veriam, assim como o álamo que de tão
alto chama para si a atenção de todos os que estão nas redondezas.
Outro aspecto está associado à amendoeira, que é a primeira árvore
que desperta na primavera. Assim como acontecia com esta árvore,
que seu rebanho “despertasse” e procriasse de forma a multiplicar-se.
Seriam belos animais, que quando oferecidos ao Eterno seriam tidos
como um “cheiro suave”, assim como o incenso que era queimado e
produzia este aroma suave nas narinas do Eterno. Quanto à sua base,
que se apoiassem em algo largo e sólido, ou seja, que a saúde do
rebanho fosse tamanha, que nada doente ou defeituoso fosse
produzido por eles. Eles deveriam sempre estar nos lugares altos,
dominando, assim como a castanheira que nasce nos altos do Monte
Carmelo!
Após este encontro, Ia´aqov faz um pacto com Laban e eles seguem
sua caminhada até a terra de seu pai Isaque. Enquanto seguiam para
lá, Ia´aqov tem outro encontro que traz um grande impacto à sua
vida: “Ia´aqov também seguiu o seu caminho, e encontraram-no os
mensageiros de Elohim. E Ia´aqov disse, quando os viu: Este é o
exército de Elohim. E chamou aquele lugar Maanaim” (Gn 32:1-2). Ia
´aqov teve então a certeza de que os exércitos do D-us eterno
estavam-no acompanhando a fim de protegê-los e orientá-los quando
assim fosse necessário. Nota-se de certo modo uma semelhança nos
acontecimentos que ocorreram a Ia´aqov e com o povo israelita.
Ia´aqov volta à sua terra natal após passar grandes penúrias e dias
difíceis. Longos anos ele teve que trabalhar para construir seu lar.
Vezes e mais vezes o enganaram e o roubaram. Porém a tudo se
sobrepôs, e por fim teve de voltar a seu país. Este é o problema da
Diáspora em geral. Ia´aqov não conseguiu construir seu lar definitivo,
pois este, igual à Sucá, símbolo da morada do “Galut”, não pode
subsistir por longo prazo. Esta é a triste realidade, à qual não
devemos esquecer.