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ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Divisão de Informação Legislativa e Parlamentar

AUTARQUIAS LOCAIS
Legislação Nacional

Lisboa
Janeiro de 2015
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Direção de Serviços de Documentação, Informação e Comunicação
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AUTARQUIAS LOCAIS

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Título do dossier:
AUTARQUIAS LOCAIS – LEGISLAÇÃO NACIONAL

Compilação e pesquisa efetuada por:


Lisete Gravito

Colaboradores:
Teresa Xavier

Coleção Legislação n.º: 14

Data de publicação: janeiro 2015


Autarquias Locais - Legislação Nacional

ÍNDICE

Nota ................................................................................................................ 15

Reorganização administrativa territorial autárquica ............ 17


Lei n.º 142/85, de 18 de novembro
Lei quadro da criação de Municípios ................................................................ 19

Alterada por:
. Lei n.º 124/97, de 27 de novembro
. Lei n.º 32/98, de 18 de julho
. Lei n.º 48/99, de 16 de junho

Lei n.º 48/99, de 16 de junho


Estabelece o regime de instalação de novos municípios ..................................... 23

Lei n.º 22/2012, de 30 de maio


Aprova o regime jurídico da reorganização administrativa territorial autárquica .... 27

Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro


Reorganização administrativa do território das freguesias ................................... 39

Retificada por:
. Declaração de retificação n.º 19/2013, 28 de março

Lei n.º 81/2013, de 6 de dezembro


Transição das freguesias no âmbito da reorganização administrativa operada
pelas Leis n.os 56/2012, de 8 de novembro, e 11-A/2013, de 28 de janeiro .......... 189

Despacho n.º 11540/2013, de 5 de setembro


Aprova a tabela de designação simplificada das Freguesias ................................. 190

Competências ............................................................................................ 241

Lei n.º 2/87, de 8 de janeiro


Obrigatoriedade de consulta prévia às câmaras municipais para autorização e
licenciamento de jogos de perícia, máquinas de diversão e outras diversões
públicas ..................................................................................................... 243

Lei n.º 169/99, de 18 de setembro


Estabelece o quadro de competências, assim como, o regime de funcionamento,
dos órgãos dos municípios e das freguesias ..................................................... 245

Alterada por:
. Lei n.º 5-A/2002, de 11 de janeiro
. Lei n.º 67/2007, de 31 de dezembro
. Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro
. Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro

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Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 47/2005, de 29 de agosto


Estabelece o regime de gestão limitada dos órgãos das autarquias locais e
seus titulares .............................................................................................. 257

Lei n.º 8/2009, de 18 de fevereiro


Cria o regime jurídico dos conselhos municipais de juventude ............................. 259

Alterada por:
. Lei n.º 6/2012, de 10 de fevereiro

Lei n.º 20/2009, de 12 de maio


Estabelece a transferência de atribuições para os municípios do continente em
matéria de constituição e funcionamento dos gabinetes técnicos florestais, bem
como outras no domínio da prevenção e da defesa da floresta ............................ 265

Lei n.º 86/2009, de 28 de agosto


Autoriza o Governo a estabelecer o regime jurídico da estrutura e organização
dos serviços da administração autárquica, revogando o Decreto-Lei n.º 116/84,
de 6 de abril ............................................................................................... 267

Lei n.º 49/2012, de 29 de agosto


Procede à adaptação à administração local da Lei n.º 2/2004, de 15 de
janeiro, alterada pelas Leis n.os 51/2005, de 30 de agosto, 64-A/2008,
de 31 de dezembro, 3-B/2010, de 28 de abril, e 64/2011, de 22 de
dezembro, que aprova o estatuto do pessoal dirigente dos serviços e
organismos da administração central, regional e local do Estado ......................... 269

Alterada por:
. Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro

Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro


Estabelece o regime jurídico das autarquias locais, aprova o estatuto das
entidades intermunicipais, estabelece o regime jurídico da transferência de
competências do Estado para as autarquias locais e para as entidades
intermunicipais e aprova o regime jurídico do associativismo autárquico. ............. 277

Retificada por:
. Declaração de Retificação n.º 46-C/2013, de 1 de novembro
. Declaração de Retificação n.º 50-A/2013, de 11 de novembro

Decreto-Lei n.º 299/84, de 5 de setembro


Regula a transferência para os municípios das novas competências em matéria
de organização, financiamento e controlo de funcionamento dos transportes
escolares, de acordo com o disposto no n.º 5 do artigo 47.º da Lei n.º 42/83,
de 31 de dezembro, e no Decreto-Lei n.º 77/84, de 8 de março ......................... 325

Alterado por:
. Decreto-Lei n.º 7/2003, de 15 de janeiro
. Lei n.º 13/2006, de 17 de abril
. Decreto-Lei n.º 186/2008, de 19 de setembro
. Decreto-Lei n.º 29-A/2011, de 1 de março
. Decreto-Lei n.º 176/2012, de 2 de agosto

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Decreto-Lei n.º 399-A/84, de 28 de dezembro


Estabelece normas relativas à transferência para os municípios das novas
competências em matéria de acção social escolar em diversos domínios .............. 333

Alterado por:
. Decreto-Lei n.º 7/2003, de 15 de janeiro

Decreto-Lei n.º 327/98, de 2 de novembro


Atribui às empresas públicas municipais competência para a fiscalização do
estacionamento de duração limitada ............................................................... 337

Alterado por:
. Lei n.º 99/99, de 26 de julho

Decreto-Lei n.º 260/2002, de 23 de novembro


Transfere para as câmaras municipais o licenciamento de áreas de serviço
que se pretende instalar na rede viária municipal .............................................. 339

Decreto-Lei n.º 261/2002, de 23 de novembro


Confere às câmaras municipais competência para emitir parecer sobre a
localização de áreas de serviço nas redes viárias regional e nacional e prevê
a audição dos municípios na definição da rede rodoviária nacional e regional
e utilização da via pública .............................................................................. 341

Decreto-Lei n.º 264/2002, de 25 de novembro


Transfere para as câmaras municipais competências dos governos civis ............... 343

Decreto-Lei n.º 309/2002, de 16 de dezembro


Regula a instalação e o financiamento de recintos de espectáculos, no âmbito
das competências das câmaras municipais, em desenvolvimento do regime
previsto na alínea s) do n.º 1 do artigo 13.º da Lei n.º 30-C/2000, de 29 de
dezembro, na alínea a) do n.º 2 do artigo 21.º da Lei n.º 159/99, de 14 de
setembro, e no n.º 1 do artigo 12.º da Lei n.º 109-B/2001, de 27 de dezembro ... 345

Alterado por:
. Decreto-Lei n.º 141/2009, de 16 de junho
. Decreto-Lei n.º 268/2009, de 29 de setembro
. Decreto-Lei n.º 48/2011, de 1 de abril
. Decreto-Lei n.º 204/2012, de 29 de agosto

Decreto-Lei n.º 310/2002, de 18 de dezembro


Regula o regime jurídico do licenciamento e fiscalização pelas câmaras
municipais de actividades diversas anteriormente cometidas aos governos civis ... 351

Alterado por:
. Decreto-Lei n.º 156/2004, de 30 de junho
. Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de janeiro
. Decreto-Lei n.º 114/2008, de 1 de julho
. Decreto-Lei n.º 48/2011, de 1 de abril
. Decret-Lei n.º 204/2012, de 29 de agosto
. Lei n.º Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro

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Decreto-Lei n.º 7/2003, de 15 de janeiro


Regulamenta os conselhos municipais de educação e aprova o processo de
elaboração de carta educativa, transferindo competências para as
autarquias locais .......................................................................................... 361

Alterado por:
. Lei n.º 41/2003, de 22 de agosto
. Lei n.º 6/2012, de 10 de fevereiro

Decreto-Lei n.º 115/2006, de 14 de junho


Regulamenta a rede social, definindo o funcionamento e as competências
dos seus órgãos, bem como os princípios e regras subjacentes aos instrumentos
de planeamento que lhe estão associados, em desenvolvimento do regime
jurídico de transferência de competências para as autarquias locais ..................... 365

Decreto-Lei n.º 144/2008, de 28 de julho


No uso da autorização legislativa concedida pelas alíneas a) a e) e h) do n.º 1 do
artigo 22.º do Orçamento do Estado para 2008, aprovado pela Lei n.º 67-A/2007,
de 31 de dezembro, desenvolve o quadro de transferência de competências para
os municípios em matéria de educação, de acordo com o previsto no artigo 19.º
da Lei n.º 159/99, de 14 de setembro ............................................................. 379

Alterado por:
. Lei n.º 3-B/2010, de 28 de abril
. Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro
. Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro
. Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro
. Lei n.º 83-C/2013, de 31 de dezembro
. Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro

Decreto-Lei n.º 305/2009, de 23 de outubro


No uso da autorização legislativa concedida pela Lei n.º 86/2009, de
28 de agosto, estabelece o regime da organização dos serviços das
autarquias locais .......................................................................................... 385

Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro


Estabelece o regime jurídico do Programa de Estágios Profissionais na
Administração Local ...................................................................................... 389

Portaria n.º 191/2009, de 20 de fevereiro


Regulamenta os procedimentos de transferência de gestão das zonas de caça
nacionais para as autarquias locais ................................................................. 395

Alterada por:
. Portaria n.º 979/2009, de 1 de setembro

Portaria n.º 133/2011, de 1 de abril


Aprova o regulamento para o funcionamento das zonas de caça municipais,
revogando a Portaria n.º 545/2008, de 27 de junho .......................................... 397

Portaria n.º 254/2014, de 9 de dezembro


Regulamenta o Programa de Estágios Profissionais na Administração Local ........... 401

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Portaria n.º 256/2014, de 10 de dezembro


Fixa o montante mensal da bolsa de estágio concedida, no âmbito do Programa
de Estágios Profissionais na Administração Local ............................................... 407

Portaria n.º 265/2014, de 17 de dezembro


Fixa o número máximo de estágios na edição do Programa de Estágios
Profissionais na Administração Local ................................................................ 409

Associação de Municípios e Freguesias ....................................... 411

Lei n.º 54/98, de 18 de agosto


Associações representativas dos municípios e das freguesias .............................. 413

Lei n.º 175/99, de 21 de setembro


Estabelece o regime jurídico comum das associações de freguesias de direito
público ........................................................................................................ 415

Decreto-Lei n.º 68/2008, de 14 de abril


Estabelece a definição das unidades territoriais para efeitos de organização
territorial das associações de municípios e áreas metropolitanas, para a
participação em estruturas administrativas do Estado e nas estruturas de
governação do Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007-2013 (QREN) ...... 419

Alterado por:
. Decreto-Lei n.º 85/2009, de 3 de abril
. Lei n.º 21/2010, de 23 de agosto

Despacho n.º 18908/2000, de 19 de setembro


Comete à DGAL - Direcção-Geral das Autarquias Locais a obrigação de
efetuar o registo das associações de freguesias. .............................................. 427

Resolução do Conselho de Ministros nº 108/2001, de 10 de agosto


Estabelece o regime da celebração de protocolo de modernização administrativa ... 429

Segurança Local ....................................................................................... 433

Lei n.º 33/98, de 18 de julho


Conselhos municipais de segurança ................................................................ 435

Lei n.º 19/2004, de 20 de maio


Revisão de lei quadro que define o regime e forma de cricção das policias
municipais .................................................................................................. 437

Lei n.º 65/2007, de 12 de novembro


Define o enquadramento institucional e operacional da protecção civil no âmbito
municipal, estabelece a organização dos serviços municipais de protecção civil e
determina as competências do comandante operacional municipal ....................... 441

Alterada por:
. Decreto-Lei n.º 114/2011, 30 de novembro

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Decreto-Lei n.º 39/2000, de 17 de março


Regula a criação de serviços de polícia municipal ............................................. 447
(Revogado pelo Decreto- Lei n.º 197/2008, de 7 de outubro, salvo o Capitulo IV,
“ Das carreiras de pessoal de polícia municipal”, e os seus anexos II, III e IV).

Decreto-Lei n.º 197/2008, de 7 de outubro


Regulamenta a Lei n.º 19/2004, de 20 de maio, estabelecendo as regras a
observar na deliberação da assembleia municipal que crie, para o respectivo
município, a polícia municipal, e regulando, nesse âmbito, as relações entre a
administração central e os municípios.............................................................. 453

Decreto-Lei n.º 239/2009, de 16 de setembro


Estabelece os direitos e os deveres dos agentes de polícia municipal, assim
como as condições e o modo de exercício das respectivas funções,
regulamentando a Lei n.º 19/2004, de 20 de maio ............................................ 457

Portaria n.º 1463/2008, de 17 de dezembro


Determina que as polícias municipais e as empresas municipais que exercem a
actividade autuante e de fiscalização do Código da Estrada e legislação
complementar, bem como dos regulamentos e posturas municipais de trânsito,
utilizem, sempre que possível, no âmbito do exercício das suas competências,
terminais electrónicos de pagamento, associados a sistemas de informação,
para a cobrança das coimas resultantes da respectiva actividade......................... 461

Portaria n.º 254/2013, de 26 de abril


Utilização do Sistema de Contraordenações de trânsito, gerido pela ANSR, pelas
câmaras municipais, polícias municipais e empresas públicas municipais .............. 463

Alterada por:
. Portaria n.º 214/2014, 16 de outubro

Portaria n.º 214/2014, de 16 de outubro


Define as condições de atribuição de competências às câmaras municipais para
processar e aplicar sanções nos processos contraordenacionais rodoviários por
infrações ao trânsito de veículos pesados de mercadorias ou conjunto de veículos
nas vias públicas sob jurisdição municipal ........................................................ 465

Finanças Locais ........................................................................................ 467

Lei n.º 2/2007, de 15 de janeiro


Aprova a Lei das Finanças Locais. (Revogada, a partir de 1 de janeiro de 2014
pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro, mantendo, no entanto, transitoriamente
em vigor, nos termos do disposto no seu artigo 88.º, o anexo do presente
diploma, assim como a al. a) do artigo 10.º, que se mantém em vigor
até 31 de dezembro de 2017, nos termos do disposto no seu artigo 81.º) ............ 469

Alterada por:
. Lei n.º 22-A/2007, de 29 de junho
. Lei n.º 67-A/2007, de 31 de dezembro
. Lei n.º 3-B/2010, 28 de abril
. Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro
. Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro
. Lei n.º 22/2012, de 30 de maio
. Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro
. Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro

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Retificada por:
. Declaração de Retificação n.º 14/2007, de 15 de fevereiro

Lei n.º 53-E/2006, de 29 de dezembro


Aprova o regime geral das taxas das autarquias locais ....................................... 475

Alterada por:
. Lei n.º 64-A/2008, de 31 de dezembro
. Lei n.º 117/2009, de 29 de dezembro

Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro


Estabelece o regime financeiro das autarquias locais e das entidades
Intermunicipais ............................................................................................ 479

Retificada por:
. Declaração de Retificação n.º 46-B/2013, de 1 de novembro

Lei n.º 53/2014, de 25 de agosto


Aprova o regime jurídico da recuperação financeira municipal regulamentando o
Fundo de Apoio Municipal, e procede à primeira alteração à Lei n.º 50/2012,
de 31 de agosto, que aprova o regime jurídico da atividade empresarial local
e das participações locais .............................................................................. 507

Portaria n.º 200/2004, de 16 de janeiro


Índices de desenvolvimento social municipal de cada NUTS III e nacional ............ 521

Contratos – Programa .......................................................................... 527

Decreto-Lei n.º 384/87, de 24 de dezembro.


Estabelece o regime de celebração de contratos - programa de natureza
sectorial ou plurissectorial no âmbito da cooperação técnica e financeira entre
a administração central e um ou mais municípios, associações municipais ou
empresas concessionárias destes ................................................................... 529

Alterado por:
. Decreto-Lei n.º 157/90, de 17 de maio
. Decreto-Lei n.º 319/2001, de 10 de dezembro

Decreto-Lei n.º 219/95, de 30 de agosto


Estabelece o regime de celebração de contratos - programa e de acordos de
colaboração de natureza sectorial no âmbito da cooperação técnica e financeira
entre o Estado e as freguesias ....................................................................... 533

Despacho Normativo n.º 66/88, de 9 de agosto


Estabelece um regulamento para apresentação e selecção das candidaturas a
contratos - programa nas áreas do saneamento básico, ambiente e
recursos naturais ......................................................................................... 535

Despacho Normativo n.º 184/93, de 6 de agosto


Define os critérios e as prioridades de cada sector de investimento, para efeitos de
apresentação e selecção de candidaturas a contratos - programa sobre edifícios
sede de municípios ...................................................................................... 537

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Despacho Normativo n.º 35/96, de 16 de setembro


Reformula o Despacho Normativo n.º 184/93, de 6 de agosto que define os
critérios e as prioridades de cada sector de investimento, para efeitos de
apresentação e selecção de candidaturas a contratos - programa sobre edifícios
sede de municípios ...................................................................................... 539

ATIVIDADE EMPRESARIAL LOCAL


(Regime jurídico da atividade empresarial local e das
participações locais) .................................................................................. 541
Lei n.º 50/2012, e 31 de agosto
Aprova o regime jurídico da atividade empresarial local e das participações
locais e revoga as Leis n.os 53 -F/2006, de 29 de dezembro, e 55/2011,
de 15 de novembro ...................................................................................... 543

Alterada por:
. Lei n.º 53/2014, de 25 de agosto

Processo Eleitoral .................................................................................... 559


Lei Orgânica nº 1/2001, de 14 de agosto
Lei que regula a eleição dos titulares dos órgãos das autarquias locais ................ 561

Alterada por:
. Lei Orgânica n.º 5-A/2001, de 26 de novembro
. Lei Orgânica n.º 3/2005, de 29 de agosto
. Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de dezembro
. Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro

Retificada por:
. Declaração de Retificação n.º 20-A/2001, de 12 de outubro

Lei Orgânica nº 3/2006, de 21 de agosto


Lei da paridade: estabelece que as listas para a Assembleia da República, para o
Parlamento Europeu e para as autarquias locais são compostas de modo a
assegurar a representação mínima de 33% de cada um dos sexos. ..................... 597

Retificada por:
. Declaração de Retificação n.º 71/2006, de 4 outubro

Lei n.º 22/99, de 21 de abril


Regula a criação de bolsas de agentes eleitorais e a compensação dos membros
das mesas das assembleias ou secções de voto em actos eleitorais e referendários 599

Alterada por:
. Lei n.º 18/2014, de 10 de abril

Lei n.º 26/99, de 3 de maio


Alarga a aplicação dos princípios reguladores da propaganda e a obrigação da
neutralidade das entidades públicas à data da marcação das eleições ou do
referendo ................................................................................................... 601

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Lei n.º 46/2005, de 29 de agosto


Estabelece limites à renovação sucessiva de mandatos dos presidentes dos
órgãos executivos das autarquias locais ........................................................... 603
Declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros nº 10/2001, de 13 de setembro
Torna públicos os países a cujos cidadãos é reconhecida capacidade eleitoral
activa e passiva em Portugal nas eleições dos órgãos das autarquias locais. ......... 605

Eleitos Locais ............................................................................................ 607

Lei n.º 29/87, de 30 de junho


Estatuto dos eleitos locais ............................................................................. 609

Alterada por:
. Lei n.º 97/89, de 15 de dezembro
. Lei n.º 1/91, de 10 de janeiro
. Lei n.º 11/91, de 17 de maio
. Lei n.º 11/96, de 18 de abril
. Lei n.º 127/97, de 11 de dezembro
. Lei n.º 50/99, de 24 de junho
. Lei n.º 86/2001, de 10 de agosto
. Lei n.º 22/2004, de 17 de junho
. Lei n.º 52-A/2005, de 10 de outubro
. Lei n.º 53-F/2006, de 29 de dezembro

Lei n.º 64/93, de 26 de agosto


Estabelece o regime jurídico de incompatibilidades e impedimentos dos titulares
de cargos políticos e altos cargos públicos ....................................................... 615

Alterada por:
. Lei n.º 39-B/94, de 27 de dezembro
. Lei n.º 28/95, de 18 de agosto
. Lei n.º 12/96, de 18 de abril
. Lei n.º 42/96, de 31 de agosto
. Lei n.º 12/98, de 24 de fevereiro
. Decreto-Lei n.º 71/2007, de 27 de março
. Lei n.º 30/2008, de 10 de julho
. Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro

Lei n.º 11/96, de 18 de abril


Regime aplicável ao exercício do mandato dos membros das juntas de freguesia .. 619

Alterada por:
. Lei n.º 169/99, de 18 de setembro
. Lei n.º 87/2001, de 10 de agosto
. Lei n.º 36/2004, de 13 de agosto

Lei n.º 12/98, de 24 de Fevereiro


Regime de incompatibilidades e impedimentos dos autarcas .............................. 621

Portaria n.º 399/88, de 23 de junho


Aprova os cartões de identidade para uso dos titulares de órgãos e funcionários
autárquicos ................................................................................................ 623

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Referendo Local ....................................................................................... 627

Lei Orgânica n.º 4/2000, de 24 de agosto


Aprova o regime jurídico do referendo local ..................................................... 629

Alterada por:
. Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de dezembro
. Lei Orgânica n.º 1/2011, 30 de novembro

Tutela Administrativa ............................................................................. 661


Lei n.º 27/96, de 1 de agosto
Regime jurídico da Tutela Administrativa ........................................................ 663

Alterada por:
. Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro

Carta Europeia de Autonomia Local ................................................ 667


Resolução da Assembleia da República n.º 28/90, de 23 de outubro
Aprovação, para ratificação, da Carta Europeia de Autonomia Local .................... 669

Decreto do Presidente da República n.º 58/90, de 23 de outubro


Ratifica a Carta Europeia de Autonomia Local, aprovada, para ratificação, pela
Resolução da Assembleia da República n.º 28/90, em 13 de julho de 1990 .......... 673

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Autarquias Locais - Legislação Nacional

NOTA

Em 1993, a DILP procedeu ao levantamento da legislação relativa às


autarquias locais.
Dada a extensão do tema, optou-se por divulgar apenas a legislação referente
à reorganização administrativa territorial autárquica, competências, associação
de municípios e freguesias, segurança local, finanças locais, contratos-
programa, atividade empresarial local, processo eleitoral, eleitos locais, tutela
administrativa e carta europeia de autonomia local.
O presente trabalho é atualizado todos os anos.
A versão electrónica deste documento está disponível na Intranet da AR em:
http://arnet/sites/DSDIC/DILP/DILPArquivo/Dossiers%20de%20Informação/A
utarquiasLocais_LN.pdf

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Autarquias Locais - Legislação Nacional

16
Reorganização administrativa territorial autárquica
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 142/85, de 18 de Novembro b) A área da futura circunscrição


Lei quadro da criação de municípios municipal cuja criação é pretendida
(Com as alterações introduzidas pelas Leis n.os será superior a 500 km2;
124/97, de 27 de novembro, 32/98, de 18 de c) Existência de um aglomerado
julho e 48/99, de 16 de junho) populacional contínuo que conte com
um número mínimo de 5000 eleitores;
A Assembleia da República decreta, nos d) Posto de assistência médica com
termos da alínea d) do artigo 164.º e do n.º 2 serviço de permanência;
do artigo 169.º da Constituição, o seguinte: e) Farmácia;
f) Casa de espectáculos;
Artigo 1.º g) Transportes públicos colectivos;
Objecto h) Estação dos CTT;
i) Instalações de hotelaria;
Constitui objecto da presente lei o j) Estabelecimentos de ensino
estabelecimento do regime da criação de preparatório e secundário;
municípios, na sequência dos princípios l) Estabelecimentos de ensino pré-
constantes da Lei n.º 11/82, de 2 de Junho, primário e infantário;
sobre o regime de criação e extinção das m) Corporação de bombeiros;
autarquias locais e de determinação da categoria n) Parques e jardins públicos;
das povoações. o) Agência bancária.
2 - A criação de novos municípios em áreas
Artigo 2.º
com densidade populacional que, calculada com
Factores de decisão
base na relação entre os eleitores e a área dos
municípios de origem, for igual ou superior a
A Assembleia da República, na apreciação
100 eleitores por quilómetro quadrado e inferior
das iniciativas que visem a criação, extinção e
a 200 eleitores por quilómetro quadrado deverá
modificação de municípios, deverá ter em conta:
ter em conta a verificação cumulativa dos
a) A vontade das populações abrangidas, seguintes requisitos:
expressa através dos órgãos
a) Na área da futura circunscrição
autárquicos representativos,
municipal, o número de eleitores nela
consultados nos termos do artigo 5.º
residentes será superior a 12000;
desta lei;
b) A área da futura circunscrição cuja
b) Razões de ordem histórica e cultural;
criação é pretendida será superior a
c) Factores geográficos, demográficos,
150 km2;
eco-nómicos, sociais, culturais e
c) Existência de um aglomerado
administrativos;
populacional contínuo que conte com
d) Interesses de ordem nacional e
um número mínimo de 5000 eleitores;
regional ou local em causa.
d) Posto de assistência médica com
serviço de permanência;
Artigo 3.º
e) Farmácia;
Condicionante financeira
f) Casa de espectáculos;
g) Transportes públicos colectivos;
Não poderá ser criado nenhum município se
h) Estação dos CTT;
se verificar que as suas receitas, bem como as
i) Instalações de hotelaria;
do município ou municípios de origem, não são
j) Estabelecimentos de ensino
suficientes para a prossecução das atribuições
preparatório e secundário;
que lhe estiverem cometidas.
l) Estabelecimentos de ensino pré-
primário e infantário;
Artigo 4.º
m) Corporação de bombeiros;
Requisitos geodemográficos
n) Parques e jardins públicos;
o) Agência bancária.
1 - A criação de novos municípios em áreas
de densidade populacional, calculada com base 3 - A criação de municípios em áreas com
na relação entre os eleitores e a área dos densidade populacional, calculada com base na
municípios de origem, inferior a 100 eleitores relação entre o número de eleitores e a área dos
por quilómetro quadrado deverá ter em conta a municípios de origem, igual ou superior a 200
verificação cumulativa dos seguintes requisitos: eleitores por quilómetro quadrado e inferior a
500 eleitores por quilómetro quadrado deverá
a) Na área da futura circunscrição
ter em conta a verificação cumulativa dos
municipal, o número de eleitores nela
seguintes requisitos:
residentes será superior a 10000;

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Autarquias Locais - Legislação Nacional
a) Na área da futura circunscrição 5 - O novo município a criar deve ter
municipal, o número de eleitores nela fronteira com mais de um município, caso não
residentes será superior a 12000; seja criado junto à orla marítima ou à fronteira
b) A área da futura circunscrição cuja com país vizinho, e ser geograficamente
criação é pretendida será superior a 30 contínuo.
km2;
c) Existência de um aglomerado Artigo 5.º
populacional contínuo que conte com Consultas prévias
um número mínimo de 5000 eleitores
residentes; 1 - O projecto ou proposta de lei de criação
d) Posto de assistência médica com de nove município deverá obter parecer
serviço de permanência; favorável das assembleias das freguesias a
e) Farmácia; integrar no novo município
f) Casa de espectáculos; 2 - Os municípios em que se integrem as
g) Transportes públicos colectivos; freguesias referidas no número anterior serão
h) Estação dos CTT; ouvidos nos termos da alínea d) do artigo 3.º da
i) Instalações de hotelaria; Lei n.º 11/82, de 2 de Junho.
j) Estabelecimentos de ensino 3 - Para efeito de observância do disposto
preparatório e secundário; nos números anteriores, a Assembleia da
l) Estabelecimentos de ensino pré- República ou o Governo, conforme o caso,
primário e infantário; ouvirão os órgãos das autarquias interessadas,
m) Corporação de bombeiros; que se pronunciarão no prazo de 60 dias.
n) Parques e jardins públicos; 4 - As deliberações a que respeitam as
o) Agência bancária. consultas de que trata este artigo são tomadas
pela maioria absoluta do número de membros
4 - A criação de municípios em áreas de
em efectividade de funções nos respectivos
densidade populacional, calculada com base na
órgãos.
relação entre o número de eleitores e a área dos
municípios de origem, igual ou superior a 500
Artigo 6.º
eleitores por quilómetro quadrado deverá ter em
Proibição temporária da criação de
conta a verificação cumulativa dos seguintes
municípios
requisitos:
a) Na área da futura circunscrição 1 - É proibido criar, extinguir ou modificar
municipal, o número de eleitores nela territorialmente municípios nos 6 meses
residentes será superior a 30000; anteriores ao período em que legalmente devam
b) A área da futura circunscrição cuja realizar-se eleições gerais para qualquer órgão
criação é pretendida será superior a 24 de soberania, das regiões autónomas e do poder
km2; (Alterada pela Lei n.º 32/98, de local.
18 de julho) 2 - No caso de eleições intercalares, a
c) Existência de um centro urbano, proibição prevista no número anterior abrange
constituído em aglomerado contínuo, todo o período posterior ao facto que as
com um número mínimo de 10000 determinar até à realização do acto eleitoral e,
eleitores residentes e contando com os tratando-se de órgãos da região autónoma ou do
seguintes equipamentos colectivos: poder local, reporta-se apenas a municípios
envolvidos no processo de criação, extinção ou
Posto médico com serviço modificação territorial.
permanente;
Farmácia; Artigo 7.º
Mercado; Abertura e instrução do processo
Casa de espectáculos;
Transportes públicos colectivos; 1 - Admitidos o projecto ou proposta de lei, o
Estação dos CTT; Presidente da Assembleia da República, tendo
Instalações de hotelaria; em vista o que se dispõe nos artigos 2.º e 4.º da
Estabelecimentos de ensino presente lei, ordenará a instauração do processo
preparatório e secundário; no âmbito da respectiva comissão parlamentar.
Estabelecimentos de ensino pré- 2 - A abertura nos termos do número anterior
primário; será comunicada ao Governo, para que este, nos
Creche-infantário; 90 dias seguintes, forneça à Assembleia da
Corporação de bombeiros; República, sob a forma de relatório, os
Agência bancária; elementos susceptíveis de instrução do processo
Parque e jardim público; de acordo com o que se dispõe nesta lei.
Recinto desportivo.

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Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - O relatório a que se refere o número b) Incluir os elementos referenciados nas
anterior será elaborado por uma comissão alíneas d), e) e f) do n.º 1 do artigo
apoiada tecnicamente pelos serviços anterior;
competentes do Ministério da Administração c) Consagrar a possibilidade de nos 2
Interna, presidida por representante deste anos seguintes à criação do município
Ministério e integrada por membros indicados poderem os trabalhadores dos demais
pelas juntas das freguesias previstas para municípios, com preferência para os
constituírem o novo município, pela câmara ou dos municípios de origem, requerer a
câmaras municipais do município ou municípios transferência para lugares, não de
de origem e ainda por representantes da direcção ou chefia, do quadro do novo
Inspecção-Geral de Finanças e do Instituto município até ao limite de dois terços
Geográfico e Cadastral, a nomear pelo Ministro das respectivas dotações;
das Finanças e do Plano. d) Definir a composição da comissão
4 - O prazo referido no n.º 2 poderá ser instaladora;
prorrogado pela Assembleia da República, por e) Estabelecer o processo eleitoral.
solicitação fundamentada do Governo.
Artigo 10.º
Artigo 8.º Período transitório
Elementos essenciais do processo
1 – (Revogado pela Lei n.º 48/99, de 16 de
junho).
1 - O relatório referido no n.º 2 do artigo
2 - (Revogado pela Lei n.º 48/99, de 16 de
anterior incidirá, nomeadamente, sobre os
junho).
seguintes aspectos:
3 – (Revogado pela Lei n.º 48/99, de 16 de
a) Viabilidade do novo município e do junho).
município ou municípios de origem; 4 - Todos os serviços já existentes na área do
b) Delimitação territorial do novo novo município passam de imediato após a
município, acompanhada de entrada em vigor da lei de criação, a ser
representação cartográfica em planta à dirigidos pela comissão instaladora, sem prejuízo
escala de 1:25000; da manutenção do apoio em meios materiais e
c) Alterações a introduzir no território do financeiros dos municípios de origem
município ou municípios de origem, indispensáveis à continuidade do seu
acompanhadas de representação funcionamento e até que sejam formalmente
cartográfica em escala adequada; recebidos por aquela comissão, nos termos do
d) Indicação da denominação, sede e n.º 2 deste artigo.
categoria administrativa do futuro 5 - Consideram-se em vigor na área do novo
município, bem como do distrito em município todos os regulamentos municipais que
que ficará integrado: aí vigoravam à data da criação, cabendo à
e) Discriminação, em natureza, dos comissão instaladora, no caso de
bens, universalidades, direitos e regulamentação proveniente de mais de um
obrigações do município ou municípios município, deliberar sobre aquela que passa a
de origem a transferir para o novo ser aplicada.
município;
f) Enunciação de critérios Artigo 11.º
suficientemente precisos para a Eleições intercalares
afectação e imputação ao novo
1 - A criação de um novo município implica a
município de direitos e obrigações,
realização de eleições para todos os órgãos dos
respectivamente.
diversos municípios envolvidos, salvo se a
2 - O relatório será ainda instruído com respectiva lei for publicada nos 12 meses
cópias autenticadas das actas dos órgãos das anteriores ou posteriores ao termo do prazo em
autarquias locais envolvidas, ouvidos nos termos que legalmente se devem realizar as
do artigo 5.º desta lei. correspondentes eleições gerais. (Alterada pela
Lei n.º 32/98, de 18 de julho)
Artigo 9.º 2 - A data das eleições intercalares, o
Menções legais obrigatórias calendário das respectivas operações de
adaptação dos cadernos de recenseamento e as
A lei criadora do novo município deverá: operações eleitorais serão fixados pelo órgão
competente no prazo máximo de 30 dias após a
a) Determinar as freguesias que o
entrada em vigor da lei.
constituem e conter, em anexo, um
mapa à escala de 1:25000, com a
delimitação da área do novo município
e a nova área dos municípios de
origem;

21
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 12.º Artigo 13.º
Critérios orientadores Comissão instaladora

1 - Salvo o que especialmente se dispuser na 1 - (Revogado pela Lei n.º 48/99, de 16 de


lei de criação, a partilha de patrimónios e a junho)
determinação de direitos e responsabilidades a 2 - (Revogado pela Lei n.º 48/99, de 16 de
que se referem os n.os 1 e 2 do artigo 8.º junho)
atenderá aos seguintes critérios orientadores: 3 - Ao Ministério da Administração Interna
competirá assegurar as instalações e os meios
a) Transmissão para a nova autarquia,
materiais e financeiros necessários à actividade
sem prejuízo do disposto na alínea f),
da comissão instaladora.
de uma parte da dívida e respectivos
encargos dos municípios de origem,
Artigo 14.º
proporcional ao rendimento dos
Aplicação da lei
impostos ou taxas que constituam, nos
termos da lei, receita própria dos
1 - A presente lei é aplicável a todos os
municípios;
projectos e propostas de lei de criação de novos
b) Transferência para o novo município
municípios pendentes na Assembleia da
do direito aos edifícios e outros bens
República.
dos municípios de origem situados na
2 - A aplicação da presente lei às Regiões
área das freguesias que passam a
Autónomas dos Açores e da Madeira depende da
integrar a nova autarquia;
publicação de normas especiais que tomem em
c) Transferência para o novo município
conta o particular condicionalismo, geográfico e
das instalações da rede geral dos
populacional dos correspondentes arquipélagos.
serviços pertencentes ou explorados
3 - Não poderão ser criados novos municípios
pelos municípios de origem situados na
sedeados nos distritos de Lisboa, Porto e Setúbal
área das freguesias que passam a
enquanto não for definida a delimitação das
integrar a nova autarquia, salvo
áreas urbanas referidas no artigo 238.º, n.º 3,
tratando-se de serviços indivisíveis por
da Constituição.
natureza ou estrutura e que
4 – (Revogado pela Lei n.º 124/97, de 27 de
aproveitem às
novembro).
populações de mais de uma autarquia,
caso em que os municípios
interessados se associarão por
qualquer das formas previstas na lei
para a sua detenção e exploração
comum;
d) Transferência para o novo município
do produto, e correspondentes
encargos, de empréstimos contraídos
para a aquisição, construção ou
instalação dos bens e serviços
transferidos nos termos das alíneas b)
e c):
e) Transferência para o novo município
do pessoal adstrito a serviços em
actividade na sua área e ainda
daqueles que passam a caber-lhe.
2 - Em todas as demais situações em que
hajam de determinar-se direitos ou obrigações
serão estes apurados proporcionalmente ao
número de eleitores inscritos à data da criação.
3 - Os critérios enunciados deverão ser
igualmente tidos em conta pela comissão
parlamentar quando o relatório for omisso,
inconclusivo ou não fundamentado no que
respeita às exigências do artigo 8.º

22
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei n.º 48/99, 16 de Junho Artigo 4.º
Estabelece o regime de instalação de novos Competência da comissão instaladora
municípios
1 - Compete à comissão instaladora:
A Assembleia da República decreta, nos a) Exercer as competências que por lei
termos da alínea c) do artigo 161.º da cabem à câmara municipal;
Constituição, para valer como lei geral da b) Aprovar o orçamento e as opções do
República, o seguinte: plano do novo município;
c) Aprovar o balanço e conta de gerência
Artigo 1.º
do novo município;
Âmbito de aplicação
d) Fixar a taxa da contribuição
autárquica incidente sobre os prédios
O presente diploma estabelece as normas
urbanos;
aplicáveis ao regime de instalação de novos
e) Exercer os poderes tributários
municípios.
conferidos por lei ao município;
Artigo 2.º f) Deliberar sobre a aplicação ou
Regime de instalação substituição dos regulamentos do ou
dos municípios de origem e proceder à
1 - Os novos municípios estão sujeitos ao respectiva alteração;
regime de instalação previsto no presente g) Aprovar delegações de competências
diploma desde a publicação da lei de criação e nas freguesias;
até ao início de funções dos órgãos eleitos. h) Elaborar o relatório referido no artigo
2 - Os municípios em regime de instalação 11.º, n.º 1;
gozam de autonomia administrativa e financeira i) Promover, junto do Instituto Português
com as limitações previstas no presente de Cartografia e Cadastro, a
diploma. delimitação administrativa do novo
3 - A legislação condicionante da actividade e município e das freguesias que o
da responsabilidade dos municípios, dos seus compõem e proceder à respectiva
órgãos e respectivos titulares bem como o demarcação;
regime da tutela administrativa são igualmente j) Aprovar o mapa de pessoal previsto no
aplicáveis nos municípios em regime de artigo 14.º;
instalação, com as especificidades e adaptações l) Deliberar noutras matérias da
necessárias. competência das assembleias
municipais, desde que razões de
Artigo 3.º relevante interesse público municipal o
Composição e designação da comissão justifiquem.
instaladora 2 - As deliberações referidas nas alíneas b) a
g) do n.º 1 carecem de parecer favorável da
1 - A comissão instaladora, cuja composição maioria dos presidentes das juntas das
será definida na lei de criação, é composta por freguesias e dos presidentes das assembleias
um presidente e por quatro, seis ou oito vogais. das freguesias da área do novo município.
2 - Os membros da comissão instaladora são 3 - As deliberações referidas na alínea l) do
designados por despacho do Ministro do n.º 1, obrigatoriamente acompanhadas do
Equipamento, do Planeamento e da parecer da maioria dos presidentes das juntas
Administração do Território, que tomará em das freguesias e dos presidentes das
consideração os resultados eleitorais globais assembleias das freguesias do novo município,
obtidos pelas forças políticas nas últimas carecem da ratificação do Ministro do
eleições autárquicas realizadas para as Equipamento, do Planeamento e da
assembleias das freguesias que integram o novo Administração do Território, sob pena de
município. nulidade.
3 - O despacho referido no número anterior 4 - A comissão instaladora pode delegar no
indicará, de entre os membros designados, seu presidente a prática dos actos da sua
aquele que exercerá as funções de presidente da competência, nos casos e nos termos em que a
comissão. câmara municipal o pode fazer no presidente
4 - A comissão instaladora inicia funções no respectivo.
30.º dia posterior à publicação do diploma de
criação. Artigo 5.º
5 - A substituição de membros da comissão Competência do presidente da comissão
instaladora, por morte, renúncia ou outra razão, instaladora
cabe ao Ministro do Equipamento, do
Planeamento e da Administração do Território e 1 - Cabe, em especial, ao presidente da
respeita o princípio referido no n.º 2. comissão instaladora:

23
Autarquias Locais - Legislação Nacional
a) Coordenar a actividade da comissão e Artigo 10.º
cumprir e fazer cumprir as suas Transferências financeiras
deliberações;
b) Proceder à instalação das primeiras Enquanto, por falta de elementos de
assembleia e câmara municipais informação oficiais, não for possível calcular,
eleitas. com rigor, a participação do novo município na
repartição dos recursos públicos referidos na lei
2 - O presidente da comissão instaladora das finanças locais, a inscrever no Orçamento do
detém também as competências do presidente Estado, as transferências financeiras a inscrever
da câmara municipal. e a efectuar assentam na correcção dos
3 - O presidente da comissão instaladora indicadores do ou dos municípios de origem e no
pode delegar ou subdelegar nos restantes cálculo dos indicadores do novo município
membros a prática de actos da sua competência efectuados de acordo com critérios de
própria ou delegada. proporcionalidade.
4 - Das decisões dos membros da comissão
instaladora ao abrigo de poderes delegados por Artigo 11.º
esta cabe recurso para o plenário da comissão, Transmissão de bens, direitos e obrigações
sem prejuízo de recurso contencioso.
1 - Para efeitos de transmissão de bens,
Artigo 6.º direitos e obrigações para o novo município, a
Impugnação contenciosa câmara municipal de cada um dos municípios de
origem e a comissão instaladora do novo
Os actos praticados pela comissão instaladora município devem elaborar, no prazo de três
e pelo seu presidente no exercício de meses, relatórios discriminando, por categoria,
competências próprias são passíveis de os bens, as universalidades, os direitos e as
impugnação contenciosa, nos mesmos termos obrigações que, no seu entender, devem ser
em que são recorríveis os actos dos órgãos das objecto de transmissão.
autarquias locais. 2 - Os relatórios devem conter explicitação,
suficientemente precisa, dos critérios de
Artigo 7.º imputação utilizados, relativamente a cada um
Cessação do mandato da comissão dos grupos referidos.
instaladora 3 - Compete a uma comissão constituída por
um representante do Ministro do Equipamento,
O mandato da comissão instaladora cessa na do Planeamento e da Administração do
data da instalação dos órgãos eleitos do Território, que preside, pelo presidente da
município. câmara municipal do município de origem e pelo
presidente da comissão instaladora do novo
Artigo 8.º município a elaboração de proposta final sobre a
Estatuto dos membros da comissão matéria, com respeito pelo disposto nos artigos
instaladora 10.º e 12.º da Lei n.º 142/85, de 18 de
Novembro.
1 - O presidente da comissão instaladora
4 - A proposta final constante do número
exerce as funções em regime de tempo inteiro.
anterior deverá ser aprovada pela câmara
2 - Ao regime de funções dos restantes
municipal do município ou dos municípios de
membros aplica-se o previsto na lei para
origem e pela comissão instaladora do novo
municípios com as mesmas características.
município no prazo máximo de 30 dias.
3 - Os membros da comissão instaladora são
5 - A não aprovação desta proposta final por
equiparados aos membros das câmaras
qualquer uma das partes envolvidas pode ser
municipais para todos os efeitos legais, incluindo
suprida por despacho devidamente
direitos e deveres, responsabilidade,
fundamentado do Ministro do Equipamento, do
impedimentos e incompatibilidades.
Planeamento e da Administração do Território.
Artigo 9.º 6 - A transmissão dos bens, universalidades,
Apoio técnico e financeiro direitos e obrigações para o novo município
efectua-se por força da lei e o respectivo registo,
1 - Cabe aos vários ministérios competentes quando a ele houver lugar, depende de simples
em razão da matéria assegurar o apoio técnico e requerimento.
financeiro indispensável ao exercício de funções
da comissão instaladora.
2 - O apoio referido é assegurado, sempre
que possível, no quadro da cooperação técnica e
financeira entre a administração central e a
administração local, legalmente prevista.

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Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 12.º 2 - A previsão de lugares de pessoal,
Prestação de serviços públicos dirigente, de chefia ou outro, no mapa referido
deve ser devidamente justificada e
1 - O processo de criação e implantação dos
corresponder, em nível e número, às reais
serviços do novo município na fase de instalação
necessidades de funcionamento dos serviços.
não pode pôr em causa a prestação de serviços
3 - O mapa de pessoal vigora até aprovação
aos cidadãos, devendo ser assegurados, pelo ou
do quadro de pessoal pelos órgãos eleitos.
pelos municípios de origem e pelo novo
município, os níveis existentes à data da criação
Artigo 15.º
deste.
Repartição de recursos humanos
2 - Até à aprovação da proposta final a que
se refere o artigo 11.º da presente lei, cabe à 1 - A integração do mapa de pessoal a que se
câmara municipal do município ou dos refere o artigo 14.º é feita, prioritariamente,
municípios de origem a satisfação de todos os com recurso aos funcionários do município ou
pagamentos relativos a bens e fornecimentos dos municípios de origem, em termos a acordar
que venham a ser transmitidos para o novo entre os municípios envolvidos.
município, ficando aquela ou aquelas entidades 2 - Na falta de acordo é aplicável o critério da
com o direito de regresso sobre o novo proporcionalidade do número de funcionários do
município relativamente àqueles respeitantes a município ou dos municípios de origem
dívidas vencidas posteriormente à data da relativamente à população residente em cada
criação. um dos municípios, não podendo, em caso
3 - Para efeitos do disposto no número algum, as despesas a efectuar com o pessoal a
anterior, consideram-se unicamente vencidas as integrar no mapa do novo município ultrapassar
dívidas correspondentes a trabalhos ou serviços 60% das respectivas receitas correntes do ano
efectivamente prestados após a data da criação económico em curso.
do novo município, não sendo este responsável 3 - A repartição efectua-se dando prioridade
por mora ou atrasos anteriores, imputáveis ao aos interessados na transferência para o novo
município ou municípios de origem ou aos município e rege-se, neste caso, pelo princípio
empreiteiros e fornecedores, que decorram, da maior antiguidade na função pública, na
nomeadamente, da falta de medição dos carreira e na categoria, sucessivamente, dentro
referidos trabalhos. de cada um dos grupos da seguinte ordem de
preferência:
Artigo 13.º
Suspensão de prazos a) Interessados que residam na área
territorial do novo município;
1 - Até à entrada em funcionamento dos b) Outros interessados.
serviços do novo município, cabe à câmara 4 - A transferência de outros funcionários
municipal do município ou dos municípios de rege-se pelo princípio da menor antiguidade na
origem prestar o apoio técnico indispensável à função pública, na carreira e na categoria,
apreciação das pretensões dos particulares, sucessivamente.
devendo fazê-lo de molde que a comissão 5 - Enquanto não forem formalmente
instaladora delibere sobre essas pretensões nos integrados no mapa de pessoal, os funcionários
prazos legais. transferidos são abonados de ajudas de custo e
2 - Nos processos respeitantes a pretensões transporte pelas suas deslocações diárias, nos
dos particulares, cujos documentos devam ser termos gerais, a suportar pelo novo município.
objecto de transferência do ou dos municípios de 6 - Os funcionários transferidos do município
origem, consideram-se suspensos todos os ou dos municípios de origem que não residam na
prazos legais ou regulamentares desde a data do área do novo município têm direito a um
início da produção de efeitos do diploma de subsídio de valor correspondente ao quíntuplo
criação do novo município até à recepção dos do respectivo vencimento mensal que constitui
documentos pelos serviços do novo município. encargo do novo município, a pagar de uma só
3 - A suspensão em causa vigora pelo vez, no momento da integração no mapa de
período máximo de um ano a contar da data do pessoal.
início da produção de efeitos do diploma de 7 - A recusa de transferência, quando não
criação do novo município. fundamentada ou considerada como tal,
constitui grave desinteresse pelo cumprimento
Artigo 14.º
dos deveres profissionais, para efeitos
Mapa de pessoal
disciplinares, a apreciar pelos órgãos
1 - A dotação do pessoal que se prevê competentes do município de origem.
necessária para funcionamento dos serviços do 8 - Os funcionários transferidos ao abrigo dos
novo município consta de mapa de pessoal a números anteriores não podem ser considerados
elaborar e aprovar pela comissão instaladora e a dispensáveis ao abrigo do disposto no n.º 2 do
ratificar pelo Ministro do Equipamento, do artigo 17.º
Planeamento e da Administração do Território.

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Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 16.º Artigo 18.º
Recrutamento dos recursos humanos Instalação dos órgãos eleitos

1 - A comissão instaladora pode recrutar, nos Cabe ao presidente da comissão instaladora


termos da lei geral e dentro das dotações ou, na sua falta e em sua substituição, ao
fixadas no mapa a que se refere a disposição cidadão melhor posicionado na lista vencedora,
anterior, os recursos humanos necessários. de entre os presentes, proceder à instalação da
2 - O pessoal não vinculado à função pública assembleia municipal e da câmara municipal
é sempre recrutado para categoria de ingresso. eleitas, no prazo de cinco dias a contar do dia do
3 - O pessoal a que se refere a presente apuramento definitivo dos resultados eleitorais.
disposição exerce as funções em regime de
contrato administrativo de provimento, Artigo 19.º
precedido de concurso, ou, sendo funcionário, Norma revogatória
em regime de comissão extraordinária de
serviço, se a isso se não opuserem as formas de São revogados os n.os 1, 2 e 3 do artigo 10.º
provimento da categoria do interessado, ficando e os n.os 1 e 2 do artigo 13.º da Lei n.º 142/85,
sujeito ao regime de promoção e progressão de 18 de Novembro, e as demais disposições
estabelecido na lei geral ou no estatuto das legais que contrariem o disposto no presente
respectivas carreiras. diploma.
4 - A comissão extraordinária de serviço a
que se refere o número anterior não carece de Artigo 20.º
autorização do serviço de origem do nomeado. Produção de efeitos

Artigo 17.º O presente diploma produz efeitos a partir de


Transição do pessoal para o quadro 15 de Setembro de 1998.

1 - Sem prejuízo do regime de estágio, o Artigo 21.º


pessoal integrado no mapa de pessoal transita Entrada em vigor
em regime de nomeação definitiva, se a isso se
não opuserem as formas de provimento da O presente diploma entra em vigor no dia
categoria do interessado, para o quadro a que se seguinte ao da sua publicação.
refere o n.º 3 do artigo 14.º, na mesma carreira,
categoria e escalão.
2 - Excepciona-se do disposto do número
anterior o pessoal que seja considerado
dispensável, caso em que o visado regressa ao
lugar de origem ou vê cessada a comissão de
serviço ou denunciado ou rescindido o seu
contrato, com pré-aviso de 60 dias, sem
prejuízo, nestes dois últimos casos, do abono
das remunerações vincendas a que houver
lugar.
3 - O desempenho de funções pelo tempo
legalmente previsto dispensa a realização de
estágio, desde que este não se deva traduzir,
nos termos da lei, na obtenção de uma
qualificação ou habilitação profissional.
4 - A integração no quadro implica a
exoneração dos funcionários, no quadro de
origem.
5 - A promoção ou progressão dos
funcionários integrados no mapa de pessoal
produz efeitos no quadro de pessoal aprovado,
bem como no quadro de origem do interessado,
considerando-se, neste caso, criados os lugares
indispensáveis, a extinguir quando vagarem.

26
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei n.º 22/2012, de 30 de maio b) Participação das autarquias locais na
Aprova o regime jurídico da reorganização concretização da reorganização
administrativa territorial autárquica administrativa dos respetivos
territórios;
A Assembleia da República decreta, nos c) Universalidade do esforço e
termos da alínea c) do artigo 161.º da flexibilidade no desenho de soluções
Constituição, o seguinte: concretas de reorganização
administrativa territorial autárquica;
CAPÍTULO I d) Obrigatoriedade da reorganização
Disposições gerais administrativa do território das
freguesias;
Artigo 1.º e) Estímulo à reorganização
Objeto administrativa do território dos
municípios;
1 - A presente lei estabelece os objetivos, os f) Equilíbrio e adequação demográfica
princípios e os parâmetros da reorganização das freguesias.
administrativa territorial autárquica e define e
enquadra os termos da participação das CAPÍTULO II
autarquias locais na concretização desse Reorganização administrativa do território
processo. das freguesias
2 - A presente lei consagra a obrigatoriedade
da reorganização administrativa do território das Artigo 4.º
freguesias e regula e incentiva a reorganização Níveis de enquadramento
administrativa do território dos municípios.
1 - A reorganização administrativa territorial
Artigo 2.º autárquica implica a agregação de freguesias a
Objetivos da reorganização administrativa concretizar por referência aos limites territoriais
territorial autárquica do respetivo município, segundo parâmetros de
agregação diferenciados em função do número
A reorganização administrativa territorial de habitantes e da densidade populacional de
autárquica prossegue os seguintes objetivos: cada município.
2 - Para efeitos do número anterior, os
a) Promoção da coesão territorial e do
municípios são classificados de acordo com os
desenvolvimento local;
seguintes níveis:
b) Alargamento das atribuições e
competências das freguesias e dos a) Nível 1: municípios com densidade
correspondentes recursos; populacional superior a 1000
c) Aprofundamento da capacidade de habitantes por km2 e com população
intervenção da junta de freguesia; igual ou superior a 40 000 habitantes;
d) Melhoria e desenvolvimento dos b) Nível 2: municípios com densidade
serviços públicos de proximidade populacional superior a 1000
prestados pelas freguesias às habitantes por km2 e com população
populações; inferior a 40 000 habitantes, bem como
e) Promoção de ganhos de escala, de municípios com densidade populacional
eficiência e da massa crítica nas entre 100 e 1000 habitantes por
autarquias locais; quilómetro quadrado e com população
f) Reestruturação, por agregação, de um igual ou superior a 25 000 habitantes;
número significativo de freguesias em c) Nível 3: municípios com densidade
todo o território nacional, com especial populacional entre 100 e 1000
incidência nas áreas urbanas. habitantes por km2 e com população
inferior a 25 000 habitantes, bem como
Artigo 3.º municípios com densidade populacional
Princípios inferior a 100 habitantes por
quilómetro quadrado.
A reorganização administrativa territorial
3 - A classificação de cada município segundo os
autárquica obedece aos seguintes princípios:
níveis previstos no número anterior consta do
a) Preservação da identidade histórica, anexo i da presente lei, que dela faz parte
cultural e social das comunidades integrante.
locais, incluindo a manutenção da
anterior denominação das freguesias
agregadas, nos termos e para os
efeitos previstos na presente lei;

27
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 5.º contíguos e 30 % do número das
Classificação de freguesias situadas em outras freguesias;
lugar urbano c) Em cada município de nível 3, uma
redução global do respetivo número de
1 - Para efeitos da presente lei, considera-se freguesias correspondente a, no
lugar urbano o lugar com população igual ou mínimo, 50 % do número de freguesias
superior a 2000 habitantes, conforme o anexo ii cujo território se situe, total ou
da presente lei, que dela faz parte integrante. parcialmente no mesmo lugar urbano
2 - Nos casos em que em cada um dos ou em lugares urbanos sucessivamente
lugares urbanos ou em lugares urbanos contíguos e 25 % do número das
sucessivamente contíguos do município se situe outras freguesias.
apenas o território de uma freguesia, deve esta
2 - Da reorganização administrativa do
ser considerada como não situada em lugar
território das freguesias não pode resultar a
urbano para efeitos da aplicação do n.º 1 do
existência de freguesias com um número inferior
artigo seguinte.
a 150 habitantes.
3 - Em casos devidamente fundamentados, a
3 - Sem prejuízo do disposto no número
assembleia municipal pode, no âmbito da
anterior, a reorganização administrativa do
respetiva pronúncia prevista no artigo 11.º da
território das freguesias não é obrigatória nos
presente lei, considerar como não situadas nos
municípios em cujo território se situem quatro
lugares urbanos do município freguesias que
ou menos freguesias.
como tal sejam consideradas nos termos dos
4 - Sem prejuízo do disposto no n.º 2, nos
números anteriores.
casos em que o cumprimento dos parâmetros de
4 - Para efeitos do disposto no número
agregação definidos no n.º 1 determine a
anterior, devem ser tomados em consideração,
existência de um número de freguesias inferior a
designadamente:
quatro, a pronúncia da assembleia municipal,
a) A tipologia predominante das prevista no artigo 11.º da presente lei, pode
atividades económicas; contemplar a existência de quatro freguesias no
b) O grau de desenvolvimento das território do respetivo município.
atividades geradoras de fluxos
significativos de população, bens e Artigo 7.º
informação; Flexibilidade da pronúncia da assembleia
c) A dimensão e o grau de cobertura das municipal
infraestruturas urbanas e da prestação
dos serviços associados, 1 - No exercício da respetiva pronúncia
nomeadamente dos sistemas de prevista no artigo 11.º da presente lei, a
transportes públicos, de abastecimento assembleia municipal goza de uma margem de
de água e saneamento, de distribuição flexibilidade que lhe permite, em casos
de energia e de telecomunicações; devidamente fundamentados, propor uma
d) O nível de aglomeração de edifícios. redução do número de freguesias do respetivo
município até 20 % inferior ao número global de
Artigo 6.º freguesias a reduzir resultante da aplicação das
Parâmetros de agregação percentagens previstas no n.º 1 do artigo 6.º
2 - Em casos devidamente fundamentados, a
1 - A reorganização administrativa do assembleia municipal pode alcançar a redução
território das freguesias deve alcançar os global do número de freguesias prevista na
seguintes parâmetros de agregação: presente lei aplicando proporções diferentes das
consagradas no n.º 1 do artigo 6.º
a) Em cada município de nível 1, uma
3 - O disposto no presente artigo não
redução global do respetivo número de
prejudica a obrigação prevista no n.º 2 do artigo
freguesias correspondente a, no
6.º
mínimo, 55 % do número de freguesias
cujo território se situe, total ou
Artigo 8.º
parcialmente, no mesmo lugar urbano
Orientações para a reorganização
ou em lugares urbanos sucessivamente
administrativa
contíguos e 35 % do número das
outras freguesias;
As entidades que emitam pronúncia ou
b) Em cada município de nível 2, uma
parecer sobre a reorganização administrativa do
redução global do respetivo número de
território das freguesias ao abrigo da presente
freguesias correspondente a, no
lei consideram as seguintes orientações
mínimo, 50 % do número de freguesias
meramente indicativas:
cujo território se situe, total ou
parcialmente, no mesmo lugar urbano a) A sede do município deve ser
ou em lugares urbanos sucessivamente preferencialmente considerada como
polo de atração das freguesias que lhe

28
Autarquias Locais - Legislação Nacional
sejam contíguas, independentemente Artigo 10.º
de nestas se situarem ou não lugares Reforço de competências e recursos
urbanos, de modo a promover as financeiros
respetivas dinâmicas económicas e
sociais; 1 - A reorganização administrativa do
b) As freguesias com um índice de território das freguesias é acompanhada de um
desenvolvimento económico e social novo regime de atribuições e competências, que
mais elevado, um maior número de reforça as competências próprias dos órgãos das
habitantes e uma maior concentração freguesias e amplia as competências delegáveis
de equipamentos coletivos devem ser previstas na lei, em termos a definir em diploma
consideradas, no quadro da prestação próprio.
de serviços públicos de proximidade, 2 - As competências próprias das freguesias
como preferenciais polos de atração podem ser diferenciadas em função das suas
das freguesias contíguas, sem prejuízo específicas características demográficas e
da consagração de soluções abrangem, designadamente, os seguintes
diferenciadas em função de razões de domínios, em termos a definir em diploma
natureza histórica, cultural, social ou próprio:
outras;
a) Manutenção de instalações e
c) As freguesias devem ter escala e
equipamentos educativos;
dimensão demográfica adequadas, que
b) Construção, gestão e conservação de
correspondem indicativamente ao
espaços e equipamentos coletivos;
máximo de 50 000 habitantes e aos
c) Licenciamento de atividades
mínimos de:
económicas;
i) Nos municípios de nível 1, 20 000 d) Apoio social;
habitantes por freguesia no lugar e) Promoção do desenvolvimento local.
urbano e de 5000 habitantes nas
3 - O reforço das competências próprias das
outras freguesias;
freguesias é acompanhado do reforço das
ii) Nos municípios de nível 2, 15 000
correspondentes transferências financeiras do
habitantes por freguesia no lugar
Estado, calculadas no quadro da despesa
urbano e de 3000 nas outras
histórica suportada pelo respetivo município no
freguesias;
âmbito do seu exercício.
iii) Nos municípios de nível 3, 2500
4 - Sem prejuízo do disposto no número
habitantes por freguesia no lugar
anterior, a participação no Fundo de
urbano e de 500 habitantes nas
Financiamento das Freguesias (FFF) da freguesia
outras freguesias.
criada por agregação é aumentada em 15 % até
ao final do mandato seguinte à agregação.
Artigo 9.º
5 - Excetua-se do disposto no número
Agregação de freguesias
anterior a criação de freguesias por efeito da
agregação que não resulte de pronúncia da
1 - A freguesia criada por efeito da agregação
assembleia municipal conforme com os
tem a faculdade de incluir na respetiva
princípios e parâmetros de agregação previstos
denominação a expressão «União das
na presente lei, não havendo, nesses casos,
Freguesias», seguida das denominações de
lugar a qualquer aumento na participação no
todas as freguesias anteriores que nela se
FFF.
agregam.
2 - A freguesia criada por efeito da agregação
Artigo 11.º
constitui uma nova pessoa coletiva territorial,
Pronúncia da assembleia municipal
dispõe de uma única sede e integra o
património, os recursos humanos, os direitos e
1 - A assembleia municipal delibera sobre a
as obrigações das freguesias agregadas.
reorganização administrativa do território das
3 - A agregação das freguesias não põe em
freguesias, respeitando os parâmetros de
causa o interesse da preservação da identidade
agregação e considerando os princípios e as
cultural e histórica, incluindo a manutenção dos
orientações estratégicas definidos na presente
símbolos das anteriores freguesias.
lei, sem prejuízo do disposto nos n.os 3 e 4 do
4 - O Governo regula a possibilidade de os
artigo 6.º e no artigo 7.º
interessados nascidos antes da agregação de
2 - Sempre que a câmara municipal não
freguesias prevista na presente lei solicitarem a
exerça a iniciativa para a deliberação prevista no
manutenção no registo civil da denominação da
número anterior deve apresentar à assembleia
freguesia agregada onde nasceram.
municipal um parecer sobre a reorganização do
território das freguesias do respetivo município.

29
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - A deliberação a que se refere o n.º 1 4 - As designações previstas no n.º 2 devem
designa-se pronúncia da assembleia municipal. ser comunicadas à Assembleia da República no
4 - As assembleias de freguesia apresentam prazo de 20 dias após a entrada em vigor da
pareceres sobre a reorganização administrativa presente lei.
territorial autárquica, os quais, quando
conformes com os princípios e os parâmetros Artigo 14.º
definidos na presente lei, devem ser ponderados Atividade da Unidade Técnica
pela assembleia municipal no quadro da
preparação da sua pronúncia. 1 - À Unidade Técnica compete:
5 - A pronúncia da assembleia municipal deve
a) Acompanhar e apoiar a Assembleia da
conter os seguintes elementos:
República no processo de
a) Identificação das freguesias reorganização administrativa territorial
consideradas como situadas em lugar autárquica, nos termos da presente lei;
urbano, nos termos e para os efeitos b) Apresentar à Assembleia da República
da presente lei; propostas concretas de reorganização
b) Número de freguesias; administrativa do território das
c) Denominação das freguesias; freguesias, em caso de ausência de
d) Definição e delimitação dos limites pronúncia das assembleias municipais;
territoriais de todas as freguesias; c) Elaborar parecer sobre a
e) Determinação da localização das conformidade ou desconformidade das
sedes das freguesias; pronúncias das assembleias municipais
f) Nota justificativa. com o disposto nos artigos 6.º e 7.º da
presente lei e apresentá-lo à
Artigo 12.º Assembleia da República;
Prazo d) Propor às assembleias municipais, no
caso de desconformidade da respetiva
A pronúncia da assembleia municipal deve pronúncia, projetos de reorganização
ser entregue à Assembleia da República no administrativa do território das
prazo máximo de 90 dias a contar da entrada freguesias.
em vigor da presente lei, acompanhada, quando
2 - Com exceção dos casos previstos no n.º 3
emitidos, dos pareceres das assembleias de
do artigo 6.º, a deliberação da assembleia
freguesia.
municipal que não promova a agregação de
quaisquer freguesias é equiparada, para efeitos
Artigo 13.º
da presente lei, a ausência de pronúncia.
Unidade Técnica
3 - As propostas, os pareceres e os projetos
da Unidade Técnica são emitidos e apresentados
1 - É criada a Unidade Técnica para a
no prazo máximo de 20 dias após o termo do
Reorganização Administrativa do Território,
prazo previsto no artigo 12.º
adiante designada por Unidade Técnica, que
4 - Os competentes serviços e organismos da
funciona junto da Assembleia da República.
Administração Pública colaboram com a Unidade
2 - A Unidade Técnica é composta por:
Técnica e prestam-lhe o apoio técnico,
a) Cinco técnicos designados pela documental e informativo de que esta necessitar
Assembleia da República, um dos quais para o exercício das suas competências ao
é o presidente; abrigo da presente lei.
b) Um técnico designado pela Direção-
Geral da Administração Local; Artigo 15.º
c) Um técnico designado pela Direção- Desconformidade da pronúncia
Geral do Território;
d) Cinco técnicos designados pelas 1 - Em caso de parecer de desconformidade
comissões de coordenação e com o disposto nos artigos 6.º e 7.º da presente
desenvolvimento regional (CCDR), um lei, a Unidade Técnica elabora e propõe a
por cada uma, sob parecer das apresentação à respetiva assembleia municipal,
respetivas comissões permanentes dos nos termos da alínea d) do n.º 1 do artigo
conselhos regionais; anterior, um projeto de reorganização
e) Dois representantes designados pela administrativa do território das freguesias, no
Associação Nacional de Municípios prazo previsto no n.º 3 do mesmo artigo, dando
Portugueses; conhecimento à Assembleia da República.
f) Dois representantes designados pela 2 - O projeto apresentado nos termos do
Associação Nacional de Freguesias. número anterior deve, no quadro dos princípios
previstos no artigo 3.º e das orientações
3 - Os técnicos designados pelas CCDR só
previstas no artigo 8.º, assegurar o
podem participar e votar nas deliberações
cumprimento do disposto no artigo 6.º
relativas a municípios que se integrem no
âmbito territorial da respetiva CCDR.

30
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - Após a receção do projeto e sem prejuízo CAPÍTULO IV
do disposto no número anterior, a assembleia Disposições finais
municipal pode, no prazo máximo de 20 dias,
apresentar um projeto alternativo à Assembleia Artigo 18.º
da República, o qual é apreciado pela Unidade Regiões Autónomas
Técnica nos termos previstos na alínea c) do n.º
1 do artigo anterior. 1 - A presente lei aplica-se em todo o
4 - O disposto no n.º 3 do artigo 5.º e no território nacional.
artigo 7.º não é aplicável à pronúncia da 2 - Nas Regiões Autónomas dos Açores e da
assembleia municipal prevista no número Madeira, as pronúncias e os projetos previstos
anterior. nos artigos 11.º e 15.º são entregues às
respetivas assembleias legislativas regionais.
CAPÍTULO III
Reorganização administrativa do território Artigo 19.º
dos municípios Arredondamentos

Artigo 16.º O resultado da aplicação das percentagens


Fusão de municípios previstas no n.º 1 do artigo 6.º e no n.º 1 do
artigo 7.º é calculado segundo as regras gerais
1 - Os municípios que pretendam concretizar do arredondamento.
processos de fusão devem, no âmbito da
pronúncia prevista no artigo 11.º, apresentar a Artigo 20.º
respetiva proposta à Assembleia da República. Contagem dos prazos
2 - A proposta referida no número anterior
deve ser instruída com os seguintes elementos: A contagem dos prazos previstos na presente
lei é feita nos termos previstos no Código de
a) Identificação dos municípios a fundir;
Processo Civil.
b) Denominação do novo município;
c) Definição e delimitação dos respetivos
Artigo 21.º
limites territoriais;
Norma revogatória
d) Determinação da localização da
respetiva sede;
São revogadas a Lei n.º 11/82, de 2 de
e) Nota justificativa.
junho, a Lei n.º 8/93, de 5 de março, e o artigo
3 - No caso de fusão de municípios, a 33.º da Lei n.º 2/2007, de 15 de janeiro.
Direção-Geral das Autarquias Locais assegura o
acompanhamento e o apoio técnico ao respetivo Artigo 22.º
processo. Entrada em vigor
4 - Os municípios criados por fusão têm
tratamento preferencial no acesso a linhas de A presente lei entra em vigor no dia seguinte
crédito asseguradas pelo Estado e no apoio a ao da sua publicação.
projetos nos domínios do empreendedorismo, da
inovação social e da promoção da coesão ANEXO I
territorial. (a que se refere o artigo 4.º)
5 - Sem prejuízo do disposto no número
anterior, a participação no Fundo de Garantia Classificação dos municípios por níveis
Municipal (FGM) do município criado por fusão é Municípios de nível 1
aumentada em 15 % até ao final do mandato Almada.
seguinte à fusão. Amadora.
Barreiro.
Artigo 17.º Cascais.
Redefinição de circunscrições territoriais Funchal.
Gondomar.
1 - Os municípios que não apresentem Lisboa.
propostas de fusão podem propor, no âmbito da Loures.
pronúncia prevista no artigo 11.º e mediante Maia.
acordo, a alteração dos respetivos limites Matosinhos.
territoriais, incluindo a transferência entre si da Moita.
totalidade ou de parte do território de uma ou Odivelas.
mais freguesias. Oeiras.
2 - A redefinição dos limites territoriais do Porto.
município, caso envolva transferência de Seixal.
freguesias, não prejudica o cumprimento dos Sintra.
parâmetros de agregação definidos no artigo 6.º Valongo.
Vila nova de gaia.
Municípios de nível 2

31
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Águeda. Viseu.
Albergaria-a-Velha. Vizela.
Albufeira. Municípios de nível 3
Alcobaça. Abrantes.
Alenquer. Aguiar da Beira.
Amarante. Alandroal.
Anadia. Alcácer do Sal.
Angra do Heroísmo. Alcanena.
Aveiro. Alcochete.
Barcelos. Alcoutim.
Braga. Alfândega da Fé.
Caldas da Rainha. Alijó.
Câmara de Lobos. Aljezur.
Coimbra. Aljustrel.
Entroncamento. Almeida.
Espinho. Almeirim.
Esposende. Almodôvar.
Estarreja. Alpiarça.
Fafe. Alter do Chão.
Faro. Alvaiázere.
Felgueiras. Alvito.
Figueira da Foz. Amares.
Guimarães. Ansião.
Ílhavo. Arcos de Valdevez.
Lagos. Arganil.
Lamego. Armamar.
Leiria. Arouca.
Lourinhã. Arraiolos.
Lousada. Arronches.
Mafra. Arruda dos Vinhos.
Marco de Canaveses. Avis.
Marinha Grande. Azambuja.
Montemor-o-Velho. Baião.
Montijo. Barrancos.
Olhão. Batalha.
Oliveira de Azeméis. Beja.
Ourém. Belmonte.
Ovar. Benavente.
Paços de Ferreira. Bombarral.
Palmela. Borba.
Paredes. Boticas.
Penafiel. Bragança.
Peniche. Cabeceiras de Basto.
Ponta Delgada. Cadaval.
Ponte de Lima. Calheta.
Portimão. Calheta (São Jorge).
Póvoa de Varzim. Caminha.
Ribeira Grande. Campo Maior.
Santa Cruz. Cantanhede.
Santa Maria da Feira. Carrazeda de Ansiães.
Santo Tirso. Carregal do Sal.
Santarém. Cartaxo.
São João da Madeira. Castanheira de Pera.
Sesimbra. Castelo Branco.
Setúbal. Castelo de Paiva.
Tomar. Castelo de Vide.
Torres Novas. Castro Daire.
Torres Vedras. Castro Marim.
Trofa. Castro Verde.
Viana do Castelo. Celorico da Beira.
Vila do Conde. Celorico de Basto.
Vila Franca de Xira. Chamusca.
Vila Nova de Famalicão. Chaves.
Vila Real. Cinfães.
Vila Verde. Condeixa-a-Nova.

32
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Constância. Óbidos.
Coruche. Odemira.
Corvo. Oleiros.
Covilhã. Oliveira de Frades.
Crato. Oliveira do Bairro.
Cuba. Oliveira do Hospital.
Elvas. Ourique.
Estremoz. Pampilhosa da Serra.
Évora. Paredes de Coura.
Ferreira do Alentejo. Pedrógão Grande.
Ferreira do Zêzere. Penacova.
Figueira de Castelo Rodrigo. Penalva do Castelo.
Figueiró dos Vinhos. Penamacor.
Fornos de Algodres. Penedono.
Freixo de Espada à Cinta. Penela.
Fronteira. Peso da Régua.
Fundão. Pinhel.
Gavião. Pombal.
Góis. Ponta do Sol.
Golegã. Ponte da Barca.
Gouveia. Ponte de Sor.
Grândola. Portalegre.
Guarda. Portel.
Horta. Porto de Mós.
Idanha-a-Nova. Porto Moniz.
Lagoa. Porto Santo.
Lagoa (Açores). Póvoa de Lanhoso.
Lajes das Flores. Povoação.
Lajes do Pico. Proença-a-Nova.
Loulé. Redondo.
Lousã. Reguengos de Monsaraz.
Mação. Resende.
Macedo de Cavaleiros. Ribeira Brava.
Machico. Ribeira de Pena.
Madalena. Rio Maior.
Mangualde. Sabrosa.
Manteigas. Sabugal.
Marvão. Salvaterra de Magos.
Mealhada. Santa Comba Dão.
Meda. Santa Cruz da Graciosa.
Melgaço. Santa Cruz das Flores.
Mértola. Santa Marta de Penaguião.
Mesão Frio. Santana.
Mira. Santiago do Cacém.
Miranda do Corvo. São Brás de Alportel.
Miranda do Douro. São João da Pesqueira.
Mirandela. São Pedro do Sul.
Mogadouro. São Roque do Pico.
Moimenta da Beira. São Vicente.
Monção. Sardoal.
Monchique. Sátão.
Mondim de Basto. Seia.
Monforte. Sernancelhe.
Montalegre. Serpa.
Montemor-o-Novo. Sertã.
Mora. Sever do Vouga.
Mortágua. Silves.
Moura. Sines.
Mourão. Sobral de Monte Agraço.
Murça. Soure.
Murtosa. Sousel.
Nazaré. Tábua.
Nelas. Tabuaço.
Nisa. Tarouca.
Nordeste. Tavira.

33
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Terras de Bouro.
Tondela.
Torre de Moncorvo.
Trancoso.
Vagos.
Vale de Cambra.
Valença.
Valpaços.
Velas.
Vendas Novas.
Viana do Alentejo.
Vidigueira.
Vieira do Minho.
Vila da Praia da Vitória.
Vila de Rei.
Vila do Bispo.
Vila do Porto.
Vila Flor.
Vila Franca do Campo.
Vila Nova da Barquinha.
Vila Nova de Cerveira.
Vila Nova de Foz Coa.
Vila Nova de Paiva.
Vila Nova de Poiares.
Vila Pouca de Aguiar.
Vila Real de Santo António.
Vila Velha de Ródão.
Vila Viçosa.
Vimioso.
Vinhais.
Vouzela.

ANEXO II

(a que se refere o artigo 5.º)

Lista de lugares urbanos por município

34
Autarquias Locais - Legislação Nacional

35
Autarquias Locais - Legislação Nacional

36
Autarquias Locais - Legislação Nacional

37
Autarquias Locais - Legislação Nacional

38
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei n.º 11-A/2013, 5 - Os limites territoriais dos municípios da
de 28 de janeiro Golegã e de Santarém são alterados pela
Reorganização administrativa do território transferência da freguesia de Pombalinho para o
das freguesias município da Golegã de acordo com o constante
(Com as alterações introduzidas pela Declaração dos anexos i e ii da presente lei.
de Retificação n.º 13/2013, de 28 de março) 6 - Na coluna D do anexo i são identificadas
as freguesias que resultam da aplicação da
A Assembleia da República decreta, nos presente lei.
termos da alínea c) do artigo 161.º da
Constituição, o seguinte: Artigo 4.º
Cessação jurídica e identidade
Artigo 1.º
Objeto A criação de uma freguesia por agregação
determina a cessação jurídica das autarquias
1 - A presente lei dá cumprimento à locais agregadas nos termos do disposto no n.º
obrigação de reorganização administrativa do 3 do artigo 9.º, sem prejuízo da manutenção da
território das freguesias constante da Lei n.º sua identidade histórica, cultural e social,
22/2012, de 30 de maio. conforme estabelece a Lei n.º 22/2012, de 30 de
2 - A reorganização administrativa das maio.
freguesias é estabelecida através da criação de
freguesias por agregação ou por alteração dos Artigo 5.º
limites territoriais de acordo com os princípios, Sedes das freguesias
critérios e parâmetros definidos na Lei n.º
22/2012, de 30 de maio, com as especificidades 1 - No prazo de 90 dias após a instalação dos
previstas na presente lei. órgãos que resultem das eleições gerais das
autarquias locais, a realizar em 2013, a
Artigo 2.º assembleia de freguesia delibera a localização da
Freguesias sede.
2 - A assembleia de freguesia deve
1 - Considera-se criada por agregação a comunicar a localização da sede da freguesia à
freguesia cuja circunscrição territorial Direção-Geral das Autarquias Locais, para todos
corresponda à área e aos limites territoriais das os efeitos administrativos relevantes.
freguesias agregadas, nos termos do n.º 2 do 3 - Na ausência da deliberação ou
artigo seguinte. comunicação referidas nos números anteriores e
2 - Considera-se criada por alteração dos enquanto estas não se realizarem, a localização
limites territoriais a freguesia cuja circunscrição das sedes das freguesias é a constante da
territorial constitua o resultado de alterações das coluna E do anexo i da presente lei.
circunscrições territoriais de outras freguesias,
independentemente da agregação destas. Artigo 6.º
Transmissão global de direitos e deveres
Artigo 3.º
Criação e limites territoriais 1 - A freguesia criada por agregação integra
o património mobiliário e imobiliário, os ativos e
1 - São criadas as freguesias constantes das passivos, legais e contabilísticos, e assume
colunas B e C do anexo i da presente lei, que todos os direitos e deveres, bem como as
dela faz parte integrante. responsabilidades legais, judiciais e contratuais
2 - A circunscrição territorial das freguesias das freguesias agregadas.
criadas por agregação corresponde à área e aos 2 - O disposto no número anterior inclui os
limites territoriais das freguesias agregadas. contratos de trabalho e demais vínculos laborais
3 - A circunscrição territorial das freguesias nos quais sejam parte as freguesias agregadas.
criadas por alteração dos limites territoriais, bem 3 - A presente lei constitui título bastante
como das freguesias que foram objeto de mera para todos os efeitos legais decorrentes do
alteração dos seus limites territoriais, é a que disposto nos números anteriores, incluindo os
consta do anexo ii da presente lei, que dela faz efeitos matriciais e registrais.
parte integrante. 4 - Sem prejuízo de outras formas de
4 - Os limites territoriais constantes do anexo cessação da validade, consideram-se válidos os
ii da presente lei correspondem à representação registos anteriores à data de entrada em vigor
cartográfica dos limites administrativos das da presente lei que mencionem as freguesias
freguesias segundo o sistema de referência PT- objeto de agregação.
TM06/ETRS89 (European Terrestrial Reference 5 - O Governo regula a possibilidade de os
System 1989) com a indicação da escala gráfica interessados nascidos antes da data de entrada
e conforme as coordenadas M e P da respetiva em vigor da presente lei solicitarem a
representação cartográfica. manutenção no registo civil da denominação da
freguesia onde nasceram.

39
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 7.º Artigo 8.º
Comissão instaladora da freguesia criada Recursos financeiros
por alteração dos limites territoriais
1 - As transferências financeiras do Estado
1 - A instituição da freguesia criada por para as freguesias criadas por agregação são de
alteração dos limites territoriais, nos termos do montante igual à soma dos montantes a que
n.º 2 do artigo 2.º, será realizada por uma cada uma das freguesias agregadas tinha direito
comissão instaladora que funcionará no período no Fundo de Financiamento das Freguesias
de quatro meses que antecede o termo do (FFF).
mandato autárquico em curso. 2 - É aumentada em 15 %, até ao final do
2 - Para o efeito consignado no número mandato iniciado com a realização das eleições
anterior, cabe à comissão instaladora promover gerais para os órgãos das autarquias locais, em
as ações necessárias à instalação dos órgãos 2013, a participação no FFF da freguesia criada
autárquicos da nova freguesia e executar todos por agregação através de pronúncia da
os demais atos preparatórios estritamente assembleia municipal, nos termos do disposto na
necessários à discriminação dos bens, direitos e Lei n.º 22/2012, de 30 de maio.
obrigações, bem como das responsabilidades
legais, judiciais e contratuais a transferir para a Artigo 9.º
nova freguesia. Entrada em vigor e produção de efeitos
3 - A comissão instaladora é nomeada pela
câmara municipal com a antecedência mínima 1 - A presente lei entra em vigor no dia
de 15 dias sobre o início de funções nos termos seguinte ao da sua publicação.
do n.º 1 do presente artigo, devendo integrar, 2 - Na preparação e realização das eleições
em igual número: gerais para os órgãos das autarquias locais, a
realizar em 2013, em Portugal continental, são
a) Cidadãos eleitores da área da
consideradas as freguesias constantes da coluna
freguesia criada por alteração dos
D do anexo i da presente lei.
limites territoriais;
3 - As freguesias agregadas e as que derem
b) Membros dos órgãos deliberativo e
origem a freguesias criadas por alteração dos
executivo quer do município quer da
limites territoriais, constantes da coluna A do
freguesia criada por alteração dos
anexo i, mantêm a sua existência até às eleições
limites territoriais.
gerais para os órgãos das autarquias locais de
4 - Na designação referida na alínea a) do 2013, momento em que será eficaz a sua
número anterior, serão considerados os cessação jurídica.
resultados das últimas eleições para as 4 - Fica excluído do âmbito de aplicação da
assembleias de freguesia de onde a freguesia presente lei o disposto no n.º 2 do artigo 18.º da
criada por alteração dos limites territoriais é Lei n.º 22/2012, de 30 de maio, bem como na
originária. Lei n.º 56/2012, de 8 de novembro.

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ANEXO I
(a que se refere o artigo 3.º)

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ANEXO II
(a que se refere o artigo 3.º)

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Declaração de Retificação n.º 19/2013, 28
de março
Declaração de Retificação à Lei n.º 11-
A/2013, de 28 de janeiro, sobre
«Reorganização administrativa do território
das freguesias», publicada no suplemento
ao Diário da República, 1.ª série, n.º 19, de
28 de janeiro de 2013
Para os devidos efeitos, observado o disposto
no n.º 2 do artigo 115.º do Regimento da
Assembleia da República, declara-se que a Lei
n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro - reorganização
administrativa do território das freguesias -, foi
publicada no suplemento ao Diário da República,
1.ª série, n.º 19, de 28 de janeiro de 2013, com
as seguintes incorreções, que assim se
retificam:
No anexo i, Município de Abrantes, nas
colunas A, B e D, onde se lê «VALE DE MÓS»
deve ler-se «VALE DAS MÓS».
No anexo i, Município de Almeida, nas
colunas A, B e D, onde se lê «VALE VERDE»
deve ler-se «VALVERDE» e na coluna A, onde se
lê «MONTE PEROBOLÇO» deve ler-se
«MONTEPEROBOLSO».
No anexo i, Município de Bragança, nas
colunas A, B e D, onde se lê «FAILDE» deve ler-
se «FAÍLDE».
No anexo i, Município de Caldas da Rainha,
nas colunas C e D, onde se lê «UNIÃO DAS
FREGUESIAS DAS CALDAS DA RAINHA - NOSSA
SENHORA DO PÓPULO, COTO E SÃO
GREGÓRIO» deve ler-se «UNIÃO DAS
FREGUESIAS DE CALDAS DA RAINHA - NOSSA
SENHORA DO PÓPULO, COTO E SÃO
GREGÓRIO» e onde se lê «UNIÃO DAS
FREGUESIAS DAS CALDAS DA RAINHA - SANTO
ONOFRE E SERRA DO BOURO» deve ler-se
«UNIÃO DAS FREGUESIAS DE CALDAS DA
RAINHA - SANTO ONOFRE E SERRA DO
BOURO».
No anexo i, Município de Arcos de Valdevez,
nas colunas A, B, D e E, onde se lê «ARCOS DE
VALDEVEZ (SÃO SALVADOR)» deve ler-se
«ARCOS DE VALDEVEZ (SALVADOR)».
No anexo i, Município de Barcelos, nas
colunas D e E, onde se lê:

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deve ler-se:

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No anexo i, Município de Coruche, nas


colunas D e E, onde se lê «SÃO JOSÉ DA
LAMOROSA» deve ler-se «SÃO JOSÉ DA
LAMAROSA».
No anexo i, Município de Fafe, nas colunas B
e D, onde se lê «UNIÃO DAS FREGUESIAS DE
AGRELA E SERAFÃO» deve ler-se «UNIÃO DE
FREGUESIAS DE AGRELA E SERAFÃO», onde se
lê «UNIÃO DAS FREGUESIAS DE FREITAS E VILA
COVA» deve ler-se «UNIÃO DE FREGUESIAS DE
FREITAS E VILA COVA», onde se lê «UNIÃO DAS
FREGUESIAS DE MONTE E QUEIMADELA» deve
ler-se «UNIÃO DE FREGUESIAS DE MONTE E
QUEIMADELA», onde se lê «UNIÃO DAS
FREGUESIAS DE ABOIM, FELGUEIRAS, GONTIM
E PEDRAÍDO» deve ler-se «UNIÃO DE

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FREGUESIAS DE ABOIM, FELGUEIRAS, GONTIM No anexo i, Município de São Pedro do Sul,
E PEDRAÍDO», onde se lê «UNIÃO DAS nas colunas D e E, onde se lê «VILAR MAIOR»
FREGUESIAS DE MOREIRA DO REI E VÁRZEA deve ler-se «VILA MAIOR».
COVA» deve ler-se «UNIÃO DE FREGUESIAS DE No anexo i, Município de Torre de Moncorvo,
MOREIRA DO REI E VÁRZEA COVA», onde se lê nas colunas A, B, D e E, onde se lê «URRÓS»
«UNIÃO DAS FREGUESIAS DE ANTIME E deve ler-se «URROS».
SILVARES (SÃO CLEMENTE)» deve ler-se No anexo i, Município de Torres Vedras, nas
«UNIÃO DE FREGUESIAS DE ANTIME E colunas B e D, onde se lê «UNIÃO DAS
SILVARES (SÃO CLEMENTE)», onde se lê FREGUESIAS DE TORRES VEDRAS (SÃO PEDRO
«UNIÃO DAS FREGUESIAS DE CEPÃES E E SANTIAGO E SANTA MARIA DO CASTELO E
FAREJA» deve ler-se «UNIÃO DE FREGUESIAS SÃO MIGUEL) E MATACÃES» deve ler-se «UNIÃO
DE CEPÃES E FAREJA» e onde se lê «UNIÃO DAS DAS FREGUESIAS DE TORRES VEDRAS (SÃO
FREGUESIAS DE ARDEGÃO, ARNOZELA E PEDRO, SANTIAGO, SANTA MARIA DO CASTELO
SEIDÕES» deve ler-se «UNIÃO DE FREGUESIAS E SÃO MIGUEL) E MATACÃES».
DE ARDEGÃO, ARNOZELA E SEIDÕES». No anexo i, Município de Vinhais, nas colunas
No anexo i, Município da Guarda, nas colunas A, B, D e E, onde se lê «SOBREIRÓ DE BAIXO»
B e D, onde se lê «UNIÃO DAS FREGUESIAS DE deve ler-se «SOBREIRO DE BAIXO».
AVELÃS DE AMBOM E ROCAMONDO» deve ler-se No anexo ii, Município de Odemira, onde se
«UNIÃO DE FREGUESIAS DE AVELÃS DE AMBOM lê:
E ROCAMONDO», onde se lê «UNIÃO DAS
FREGUESIAS DE CORUJEIRA E TRINTA» deve
ler-se «UNIÃO DE FREGUESIAS DE CORUJEIRA E
TRINTA», onde se lê «UNIÃO DAS FREGUESIAS
DE MIZARELA, PÊRO SOARES E VILA SOEIRO»
deve ler-se «UNIÃO DE FREGUESIAS DE
MIZARELA, PÊRO SOARES E VILA SOEIRO»,
onde se lê «UNIÃO DAS FREGUESIAS DE
POUSADE E ALBARDO» deve ler-se «UNIÃO DE
FREGUESIAS DE POUSADE E ALBARDO» e onde
se lê «UNIÃO DAS FREGUESIAS DE ROCHOSO E
MONTE MARGARIDA» deve ler-se «UNIÃO DE
FREGUESIAS DE ROCHOSO E MONTE
MARGARIDA».
No anexo i, Município de Leiria, nas colunas
A, B, D e E, onde se lê «SOUTO DE
CARPALHOSA» deve ler-se «SOUTO DA
CARPALHOSA».
No anexo i, Município de Loulé, nas colunas B
e D, onde se lê «UNIÃO DAS FREGUESIAS DE
QUERENÇA, TÔR E BENAFIM» deve ler-se
«UNIÃO DE FREGUESIAS DE QUERENÇA, TÔR E
BENAFIM». deve ler-se:
No anexo i, Município de Meda, onde se lê
«Município de Meda» deve ler-se «Município de
Mêda» e, nas colunas A, B, D e E, onde se lê
«MEDA» deve ler-se «MÊDA».
No anexo i, Município de Mirandela, nas
colunas D e E, onde se lê «SUCÇÃES» deve ler-
se «SUÇÃES».
No anexo i, Município de Odemira, nas
colunas D e E, onde se lê «SABOIA» deve ler-se
«SABÓIA».
No anexo i, Município de Odivelas, nas
colunas A, B e D, onde se lê «OLIVAL DE
BASTO» deve ler-se «OLIVAL BASTO».
No anexo i, Município de Ourém, nas colunas
A, B e D, onde se lê «RIBEIRA DO FARRIO» deve
ler-se «RIBEIRA DO FÁRRIO».
No anexo i, Município de Penalva do Castelo,
nas colunas B e D, onde se lê «UNIÃO DAS
FREGUESIAS DE VILA COVA DO COVELO E
MARECO» deve ler-se «UNIÃO DAS FREGUESIAS
DE VILA COVA DO COVELO/MARECO».

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Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei n.º 81/2013, de 6 de dezembro b) A cessação jurídica das freguesias e a
Transição das freguesias no âmbito da criação de novas freguesias não
reorganização administrativa operada pelas determina a caducidade das
Leis n.os 56/2012, de 8 de novembro, e 11- deliberações com eficácia externa,
A/2013, de 28 de janeiro nomeadamente as de natureza
regulamentar.
A Assembleia da República decreta, nos
3 - A interpretação conjugada dos preceitos
termos da alínea c) do artigo 161.º da
da Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, e das
Constituição, o seguinte:
normas legais orçamentais e de prestação de
contas aplicáveis e em vigor determina que:
Artigo 1.º
Objeto a) Os novos titulares dos órgãos das
novas freguesias devem, após a
A presente lei procede à interpretação de instalação dos respetivos órgãos,
normas das Leis n.os 56/2012, de 8 de aprovar novos instrumentos de gestão
novembro, e 11-A/2013, de 28 de janeiro, previsional de acordo com os princípios
estabelece o princípio da gratuidade da e regras orçamentais consagrados na
constituição das novas freguesias e clarifica Lei das Finanças Locais, na Lei de
regras em matéria de remunerações dos eleitos Enquadramento Orçamental e no Plano
das juntas de freguesia. Oficial de Contabilidade das Autarquias
Locais (POCAL) em vigor à data de
Artigo 2.º prestação das contas, designadamente
Norma interpretativa relativa à transição de a regra da plenitude, que engloba o
freguesias princípio da unidade e o princípio da
universalidade, e tendo em conta o
1 - A interpretação conjugada do princípio da Regime Jurídico das Autarquias Locais,
continuidade dos mandatos autárquicos previsto aprovado pela Lei n.º 169/99, de 18 de
no artigo 80.º da Lei n.º 169/99, de 18 de setembro;
setembro, e das normas previstas na Lei n.º 11- b) O disposto na alínea anterior não
A/2013, de 28 de janeiro, determina que: prejudica a possibilidade de, até à
aprovação desses instrumentos de
a) Os titulares dos órgãos autárquicos
gestão previsional, os órgãos das
mantêm-se em funções desde a data
novas freguesias realizarem despesas
das eleições gerais para as autarquias
para as quais exista saldo de dotação
locais até à sua substituição legal
proveniente dos orçamentos das
ocorrida com a instalação dos órgãos
freguesias agregadas;
eleitos, atuando em nome e por conta
c) Na contabilização dos atos de despesa
das freguesias criadas por agregação;
previstos na alínea anterior deve
b) Aos atos praticados pelos titulares dos
indicar-se qual a dotação de cada
órgãos referidos na alínea anterior
orçamento das freguesias agregadas à
entre a data das eleições gerais para as
qual é imputada a despesa, bem como
autarquias locais e a instalação dos
indicar-se o saldo disponível imputável,
novos órgãos eleitos naquelas eleições
antes da despesa, a cada uma dessas
é aplicável o disposto na Lei n.º
dotações de cada um desses
47/2005, de 29 de agosto.
orçamentos;
2 - O artigo 6.º da Lei n.º 11-A/2013, de 28 d) Os titulares dos órgãos legalmente
de janeiro, deve ser interpretado no sentido de: competentes das freguesias objeto de
cessação jurídica devem prestar
a) As novas freguesias sucederem nos
contas, nos termos da Lei de
direitos e obrigações das freguesias
Organização e Processo do Tribunal de
objeto de cessação jurídica,
Contas, aprovada pela Lei n.º 98/97,
transmitindo-se para as novas
de 26 de agosto, e das instruções e
entidades os ativos, incluindo todos os
resoluções do Tribunal de Contas,
bens móveis e imóveis, direitos e
relativamente ao período de 1 de
obrigações, bem como as
janeiro a 29 de setembro de 2013,
responsabilidades legais, judiciais e
bem como reportar os atos praticados
contratuais, os saldos existentes em
no período de transição, nos termos da
caixa, os saldos bancários e os créditos
alínea b) do n.º 1 do artigo 2.º;
orçamentais não utilizados
pertencentes às freguesias objeto de
cessação jurídica, constituindo a
presente lei título jurídico bastante
para o registo de propriedade a favor
das novas freguesias;

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Autarquias Locais - Legislação Nacional
e) Os titulares dos órgãos legalmente Artigo 4.º
competentes das freguesias resultantes Remunerações dos eleitos das juntas de
de agregação, nos termos da Lei n.º freguesia
11-A/2013, de 28 de janeiro, devem
apresentar, em 2014, uma conta de As freguesias cujos presidentes reúnam, na
gerência relativa ao período sequência das eleições gerais ocorridas no dia
compreendido entre 29 de setembro e 29 de setembro, as condições previstas no artigo
31 de dezembro de 2013, nos termos 86.º da Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro,
da Lei de Organização e Processo do devem solicitar as verbas aplicáveis junto da
Tribunal de Contas, aprovada pela Lei Direção-Geral das Autarquias Locais, através do
n.º 98/97, de 26 de agosto, e das preenchimento de formulário eletrónico próprio
instruções e resoluções aprovadas pelo até ao dia 10 de dezembro de 2013.
Tribunal de Contas, sem prejuízo do
disposto na alínea seguinte; Artigo 5.º
f) Independentemente da Aplicação no tempo e produção de efeitos
obrigatoriedade de prestação de contas
referida na alínea a), deve a prestação 1 - O artigo 2.º tem natureza interpretativa,
de contas relativa ao período referido pelo que o respetivo sentido é aplicável desde a
na alínea d) seguir o regime mais entrada em vigor das normas interpretadas.
exigente, previsto no POCAL, das 2 - O disposto no artigo 3.º reporta os seus
contas das anteriores freguesias efeitos à data da inscrição das novas freguesias
agregadas relativas ao ano de 2012. no registo nacional de pessoas coletivas
públicas.
4 - O disposto nos números anteriores é
aplicável às freguesias do município de Lisboa
Artigo 6.º
que foram objeto da reorganização
Entrada em vigor
administrativa operada pela Lei n.º 56/2012, de
8 de novembro.
A presente lei entra em vigor no dia seguinte
ao da sua publicação.
Artigo 3.º
Gratuitidade emolumentar da constituição
das novas freguesias

São gratuitos os atos de inscrição no ficheiro


central de pessoas coletivas públicas decorrentes
da reorganização administrativa operada pelas
Leis n.os 56/2012, de 8 de novembro, e 11-
A/2013, de 28 de janeiro.

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Autarquias Locais - Legislação Nacional
Despacho n.º 11540/2013, de 5 de Considerando que a opção de proceder à
setembro alteração das referidas bases de dados e demais
Aprova a tabela de designação simplificada ferramentas informáticas e sistemas de
das Freguesias informação implicaria a assunção de encargos
extremamente onerosos para o Estado, na
Considerando que a Equipa para os Assuntos medida em que seriam necessárias alterações
da Reorganização Administrativa Territorial substanciais a essas mesmas bases de dados e
Autárquica (EARATA) foi constituída para o demais ferramentas informáticas;
desenvolvimento de trabalhos que visam Atentando ao facto da necessidade de
assegurar a atualização e o regular aceitação das designações das freguesias com
funcionamento dos sistemas de identificação que mais de 50 caracteres nas referidas bases de
suportam a realização dos atos eleitorais e dados e demais ferramentas informáticas e
referendários, adaptando-os à nova realidade sistemas de informação determinar que a
administrativa, conforme resulta do n.º 3 da Administração Pública deva adaptar a
Resolução do Conselho de Ministros n.º 3/2013, designação dessas mesmas freguesias, para
de 16 de janeiro; efeitos puramente internos e sem que isso
Na medida em que foi identificado, nos implique uma alteração do nome das próprias
termos do n.º 3 da Resolução do Conselho de freguesias, a qual só pode ocorrer através de
Ministros n.º 34/2013, de 20 de maio, um intervenção legislativa;
constrangimento de ordem informática nas Ao abrigo dos princípios da eficácia, eficiência
diversas bases de dados do Estado, relativo à e da unidade de ação da Administração, contidos
aceitação em tais bases de dados e demais no artigo 267.º, n.º 2 da Constituição da
ferramentas informáticas e sistemas de República Portuguesa e no artigo 10.º do Código
informação a que o Estado recorre da de Procedimento Administrativo, determina-se
designação das freguesias que passam a existir que com a criação das freguesias referidas no
com a realização das eleições gerais para os anexo I da Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro,
órgãos das autarquias locais, nos termos e para nos termos e para os efeitos dos artigos 4.º e
os efeitos dos artigos 4.º e 9.º, n.º 3 da Lei n.º 9.º, n.º 3 do mesmo diploma, seja adotada a
11-A/2013, de 28 de janeiro; tabela de correspondências em anexo, para
Tendo em conta que o constrangimento efeitos de compatibilização com as bases de
informático referido no número anterior dados, ferramentas informáticas e sistemas de
corresponde à impossibilidade de serem aceites informação dos serviços e organismos públicos
designações de freguesias com mais de 50 tutelados pelos signatários.
caracteres nas referidas bases de dados e
demais ferramentas informáticas e sistemas de
informação;

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COMPETÊNCIAS
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Lei n.º 2/87, de 8 de Janeiro
Obrigatoriedade de consulta prévia às câmaras
municipais para autorização e licenciamento de
jogos de perícia, máquinas de diversão e outras
diversões públicas.

A Assembleia da República decreta, nos termos dos


artigos 164.º, alínea d), e 169.º, n.º 2, da Constituição, o
seguinte:
Artigo 1.º - 1 - As entidades a quem compete a
concessão e a renovação de autorização para jogos de
perícia, o licenciamento, e a sua renovação, de máquinas
de diversão, mecânicas, automáticas, eléctricas
computorizadas ou electrónicas, ou de salas para
exploração destas actividades, ou de outras diversões,
nomeadamente casas de espectáculos, boîtes, discotecas,
bares e estabelecimentos congéneres, devem remeter, por
ofício registado ou mediante protocolo, cópia do respectivo
requerimento para parecer prévio da câmara municipal do
concelho em que se situar a actividade a autorizar ou a
licenciar, salvo indeferimento liminar do pedido.
2 - A câmara municipal tem a faculdade de, no prazo
de 30 dias, contados a partir da data do recebimento do
ofício, comunicar o seu parecer.
3 - Os prazos aplicáveis à decisão das entidades
referidas no n.º 1 contam-se a partir do recebimento do
parecer da câmara municipal competente ou do termo do
prazo para a sua recepção, sem prejuízo de se aplicarem
desde logo os prazos de indeferimento tácito quando o
parecer não tenha sido solicitado.
Art. 2.º O parecer desfavorável da câmara municipal,
que deve ser fundamentado, determina o indeferimento do
pedido pela entidade competente para a autorização ou
licenciamento.
Art. 3.º São nulas, independentemente de declaração
dos tribunais, as decisões tomadas que não obedeçam ao
disposto nos artigos anteriores.
Art. 4.º A presente lei entra em vigor 60 dias após a
sua publicação.

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Autarquias Locais - Legislação Nacional

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Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro 2 - Nas freguesias com mais de 30000
Estabelece o quadro de competências, eleitores, o número de membros atrás referido é
assim como o regime jurídico de aumentado de mais um por cada 10000 eleitores
funcionamento, dos órgãos dos municípios para além daquele número.
e das freguesias 3 - Quando, por aplicação da regra anterior,
(Com as alterações introduzidas pela Lei n.º 5- o resultado for par, o número de membros
A/2002 de 11 de janeiro que, a republica, pela obtido é aumentado de mais um.
Lei n.º 67/2007, de 31 de dezembro, pela Lei
Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro e pela Artigo 6.º
Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro) Impossibilidade de eleição

A Assembleia da República decreta, nos 1 - Quando não seja possível eleger a


termos da alínea c) do artigo 161.º da assembleia de freguesia por falta de
Constituição, para valer como lei geral da apresentação de listas de candidatos ou por
República, o seguinte: estas terem sido todas rejeitadas, procede-se de
acordo com o disposto nos números seguintes.
CAPÍTULO I 2 - No caso de falta de apresentação de listas
Objecto de candidatos, a câmara municipal nomeia uma
comissão administrativa, composta por três ou
Artigo 1.º cinco membros consoante o número de eleitores
Objecto seja inferior, ou igual ou superior, a 5000, e
procede à marcação de novas eleições.
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de 3 - Na nomeação dos membros da comissão
setembro) administrativa, a câmara municipal deve tomar
em consideração os últimos resultados
CAPÍTULO II verificados na eleição para a assembleia de
Órgãos freguesia.
4 - A comissão administrativa substitui os
Artigo 2.º órgãos da freguesia e não pode exercer funções
Órgãos por prazo superior a seis meses.
5 - As novas eleições devem realizar-se até
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de 70 dias antes do termo do prazo referido no
setembro) número anterior e a sua marcação deve ser feita
com a antecedência prevista na lei eleitoral dos
CAPÍTULO III órgãos das autarquias locais.
Da freguesia 6 - No caso de todas as listas terem sido
rejeitadas, a câmara municipal procede desde
SECÇÃO I logo à marcação de novas eleições, a realizar no
Da assembleia de freguesia período de 30 dias que imediatamente se seguir
àquele em que se deveria ter realizado o acto
Artigo 3.º eleitoral.
Natureza
Artigo 7.º
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de Convocação para o acto de instalação dos
setembro) órgãos

Artigo 4.º 1 - Compete ao presidente da assembleia de


Constituição freguesia cessante proceder à convocação dos
eleitos para o acto de instalação do órgão.
A assembleia de freguesia é eleita por 2 - A convocação é feita nos cinco dias
sufrágio universal, directo e secreto dos subsequentes ao do apuramento definitivo dos
cidadãos recenseados na área da freguesia, resultados eleitorais, por meio de edital e por
segundo o sistema de representação carta com aviso de recepção ou por protocolo, e
proporcional. tendo em consideração o disposto no n.º 1 do
artigo seguinte.
Artigo 5.º 3 - Na falta de convocação no prazo do
Composição número anterior, cabe ao cidadão melhor
posicionado na lista vencedora das eleições para
1 - A assembleia de freguesia é composta por assembleia de freguesia efectuar a convocação
19 membros quando o número de eleitores for em causa nos cinco dias imediatamente
superior a 20000, por 13 membros quando for seguintes ao esgotamento do prazo referido.
igual ou inferior a 20000 e superior a 5000, por 4 - Nos casos de instalação após eleições
9 membros quando for igual ou inferior a 5000 e intercalares, a competência referida no n.º 1 é
superior a 1000 e por 7 membros quando for exercida pelo presidente da comissão
igual ou inferior a 1000. administrativa cessante.

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Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 8.º Artigo 10.º
Instalação Composição da mesa

1 - O presidente da assembleia de freguesia 1 - A mesa da assembleia é composta por um


cessante ou o presidente da comissão presidente, um 1.º secretário e um 2.º
administrativa cessante, conforme o caso, ou, secretário e é eleita pela assembleia de
na falta ou impedimento daqueles, de entre os freguesia de entre os seus membros.
presentes, o cidadão melhor posicionado na lista 2 - A mesa é eleita pelo período do mandato,
vencedora, procede à instalação da nova podendo os seus membros ser destituídos, em
assembleia até ao 20.º dia posterior ao qualquer altura, por deliberação tomada pela
apuramento definitivo dos resultados eleitorais. maioria do número legal dos membros da
assembleia.
2 - Quem proceder à instalação verifica a 3 - O presidente é substituído, nas suas faltas
identidade e a legitimidade dos eleitos e e impedimentos, pelo 1.º secretário e este pelo
designa, de entre os presentes, quem redige o 2.º secretário.
documento comprovativo do acto, que é 4 - Na ausência simultânea de todos ou da
assinado, pelo menos, por quem procedeu à maioria dos membros da mesa, a assembleia de
instalação e por quem o redigiu. freguesia elege, por voto secreto, de entre os
3 - A verificação da identidade e legitimidade membros presentes, o número necessário de
dos eleitos que, justificadamente, hajam faltado elementos para integrar a mesa que vai presidir
ao acto de instalação é feita na primeira reunião à reunião, salvo disposição contrária constante
do órgão a que compareçam pelo respectivo do regimento.
presidente. 5 - O presidente da mesa é o presidente da
assembleia de freguesia.
Artigo 9.º
Primeira reunião Artigo 10.º-A
Competências da mesa
1 - Até que seja eleito o presidente da
assembleia compete ao cidadão que tiver (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
encabeçado a lista mais votada ou, na sua falta, setembro)
ao cidadão sucessivamente melhor posicionado
nessa mesma lista presidir à primeira reunião de Artigo 11.º
funcionamento da assembleia de freguesia que Alteração da composição
se efectua imediatamente a seguir ao acto de
instalação, para efeitos de eleição, por escrutínio 1 - Os lugares deixados em aberto na
secreto, dos vogais da junta de freguesia, bem assembleia de freguesia, em consequência da
como do presidente e secretários da mesa da saída dos membros que vão constituir a junta,
assembleia de freguesia. ou por morte, renúncia, perda de mandato,
2 - Na ausência de disposição regimental suspensão ou outra razão, são preenchidos nos
compete à assembleia deliberar se cada uma das termos do artigo 79.º
eleições a que se refere o número anterior é 2 - Esgotada a possibilidade de substituição
uninominal ou por meio de listas. prevista no número anterior e desde que não
3 - Verificando-se empate na votação, esteja em efectividade de funções a maioria do
procede-se a nova eleição, obrigatoriamente número legal de membros da assembleia, o
uninominal. presidente comunica o facto ao membro do
4 - Se o empate persistir nesta última, é Governo responsável pelas tutela das autarquias
declarado eleito para as funções em causa o locais, para que este marque, no prazo máximo
cidadão que, de entre os membros empatados, de 30 dias, novas eleições, sem prejuízo do
se encontrava melhor posicionado nas listas que disposto no artigo 99.º (Redação dada pela Lei
os concorrentes integraram na eleição para a Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro).
assembleia de freguesia, preferindo 3 - As eleições realizam-se no prazo de 40 a
sucessivamente a mais votada. 60 dias a contar da data da respectiva
5 - A substituição dos membros da marcação.
assembleia que irão integrar a junta seguir-se-á 4 - A nova assembleia de freguesia completa
imediatamente à eleição dos vogais desta, o mandato da anterior.
procedendo-se depois à verificação da
identidade e legitimidade dos substitutos e à Artigo 12.º
eleição da mesa. Participação de membros da junta nas
6 - Enquanto não for aprovado novo sessões
regimento, continua em vigor o anteriormente
aprovado. 1 - A junta faz-se representar,
obrigatoriamente, nas sessões da assembleia de
freguesia pelo presidente, que pode intervir nos
debates, sem direito a voto.

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Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 - Em caso de justo impedimento, o j) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12
presidente da junta pode fazer-se substituir pelo de setembro);
seu substituto legal. l) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12
3 - Os vogais da junta de freguesia devem de setembro);
assistir às sessões da assembleia de freguesia, m) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de
sendo-lhes facultado intervir nos debates, sem 12 de setembro);
direito a voto, a solicitação do plenário ou com a n) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de
anuência do presidente da junta, ou do seu 12 de setembro);
substituto. o) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de
4 - Os vogais da junta de freguesia que não 12 de setembro);
sejam tesoureiros ou secretários têm direito às p) Votar moções de censura à junta de
senhas de presença nos termos do n.º 1 do freguesia, em avaliação da acção
artigo 8.º da Lei n.º 11/96, de 18 de Abril. desenvolvida pela mesma ou por
5 - Os vogais da junta de freguesia podem qualquer dos seus membros, no âmbito
ainda intervir para o exercício do direito de do exercício das respectivas
defesa da honra. competências;
q) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de
Artigo 13.º 12 de setembro);
Sessões ordinárias r) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de
12 de setembro);
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de s) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de
setembro) 12 de setembro).

Artigo 14.º 2 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de


Sessões extraordinárias setembro).
3 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro).
setembro) 4 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
setembro).
Artigo 15.º 5 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
Participação de eleitores setembro).
6 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro).
setembro)
Artigo 18.º
Artigo 16.º Delegação de tarefas
Duração das sessões
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro).
setembro)
Artigo 19.º
Artigo 17.º Competências do presidente da assembleia
Competências
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
1 - Compete à assembleia de freguesia: setembro).
a) Eleger, por voto secreto, os vogais da
Artigo 20.º
junta de freguesia;
Competência dos secretários
b) Eleger, por voto secreto, o presidente
e os secretários da mesa;
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
c) (Revogada pela Lei n.º 75/2013, de
setembro).
12 de setembro);
d) (Revogada pela Lei n.º 75/2013, de
SECÇÃO II
12 de setembro);
Do plenário de cidadãos eleitores
e) (Revogada pela Lei n.º 75/2013, de
12 de setembro);
Artigo 21.º
f) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12
Composição do plenário
de setembro);
g) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de
1 - Nas freguesias com 150 eleitores ou
12 de setembro);
menos, a assembleia de freguesia é substituída
h) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de
pelo plenário dos cidadãos eleitores.
12 de setembro);
2 - O plenário não pode deliberar
i) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12
validamente sem que estejam presentes, pelo
de setembro);
menos, 10% dos cidadãos eleitores recenseados
na freguesia.

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Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 22.º Artigo 27.º
Remissão Funções a tempo inteiro e a meio tempo

O plenário de cidadãos eleitores rege-se, com 1 - Nas freguesias com o mínimo de 5000
as necessárias adaptações, pelas regras eleitores e o máximo de 10000 eleitores ou nas
estabelecidas para a assembleia de freguesia e freguesias com mais de 3500 eleitores e 50 km
respectiva mesa. de área, o presidente da junta pode exercer o
mandato em regime de meio tempo.
SECÇÃO III 2 - Nas freguesias com mais de 10000
Da junta de freguesia eleitores ou nas freguesias com mais de 7000
eleitores e 100 km de área, o presidente da
Artigo 23.º junta pode exercer o mandato em regime de
Natureza e constituição tempo inteiro.
3 - Pode ainda exercer o mandato em regime
1 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de de meio tempo o presidente da junta das
setembro). freguesias com mais de 1000 eleitores e em
2 - A junta é constituída por um presidente e regime de tempo inteiro o presidente da junta
por vogais, sendo que dois exercerão as funções com mais de 1500 eleitores, desde que nas
de secretário e de tesoureiro. respectivas freguesias o encargo anual com a
respectiva remuneração não ultrapasse 12% do
Artigo 24.º valor total geral da receita constante na conta
Composição de gerência do ano anterior nem do valor
inscrito no orçamento em vigor.
1 - Nas freguesias com mais de 150 eleitores, 4 - O número de eleitores relevante para
o presidente da junta é o cidadão que encabeçar efeitos dos números anteriores é o constante do
a lista mais votada na eleição para a assembleia recenseamento vigente na data das eleições
de freguesia e, nas restantes, é o cidadão eleito gerais, imediatamente anteriores, para a
pelo plenário de cidadãos eleitores recenseados assembleia de freguesia.
na freguesia.
2 - Os vogais são eleitos pela assembleia de Artigo 28.º
freguesia ou pelo plenário de cidadãos eleitores, Repartição do regime de funções
de entre os seus membros, mediante proposta
do presidente da junta, nos termos do artigo 1 - O presidente pode atribuir a um dos
9.º, tendo em conta que: restantes membros da junta o exercício das suas
funções em regime de tempo inteiro ou de meio
a) Nas freguesias com 5000 ou menos
tempo.
eleitores há dois vogais;
2 - Quando ao presidente caiba exercer o
b) Nas freguesias com mais de 5000
mandato em regime de tempo inteiro pode:
eleitores e menos de 20000 eleitores
há quatro vogais; a) Optar por exercer as suas funções em
c) Nas freguesias com 20000 ou mais regime de meio tempo, atribuindo a
eleitores há seis vogais. qualquer dos restantes membros o
outro meio tempo;
Artigo 25.º b) Dividir o tempo inteiro em dois meios
Primeira reunião tempos, repartindo-os por dois dos
restantes membros da junta;
A primeira reunião tem lugar nos cinco dias c) Atribuir o tempo inteiro a qualquer
imediatos à constituição do órgão, competindo dos restantes membros.
ao presidente a respectiva marcação e
convocação, a fazer por edital e por carta com Artigo 29.º
aviso de recepção ou através de protocolo com, Substituições
pelo menos, dois dias de antecedência.
1 - As vagas ocorridas na junta de freguesia
Artigo 26.º são preenchidas:
Regime de funções
a) A de presidente, nos termos do artigo
79.º;
Os membros das juntas de freguesia podem
b) A de vogal, através de nova eleição
exercer o mandato em regime de tempo inteiro
pela assembleia de freguesia.
ou de meio tempo, nos termos do artigo
seguinte. 2 - Esgotada, em definitivo, a possibilidade
de preenchimento da vaga de presidente, cabe à
câmara municipal, após a comunicação do facto
pelo presidente da assembleia de freguesia,
proceder à marcação de novas eleições para a
assembleia de freguesia, no prazo de 30 dias,

248
Autarquias Locais - Legislação Nacional
com respeito pelo disposto nos n.os 3 e 4 do SECÇÃO IV
artigo 11.º e sem prejuízo do disposto no artigo Do regime do pessoal
99.º
3 - A comunicação referida no número Artigo 39.º
anterior deve ser feita no prazo de oito dias a Benefícios
contar da data da verificação da impossibilidade.
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
Artigo 30.º setembro).
Periodicidade das reuniões
Artigo 40.º
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de Contratos
setembro).
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
Artigo 31.º setembro).
Convocação das reuniões ordinárias
CAPÍTULO IV
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de Do município
setembro).
SECÇÃO I
Artigo 32.º Da assembleia municipal
Convocação das reuniões extraordinárias
Artigo 41.º
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de Natureza
setembro).
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
Artigo 33.º setembro).
Competências
Artigo 42.º
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de Constituição
setembro).
Artigo 34.º 1 - A assembleia municipal é constituída por
Competências próprias membros eleitos directamente em número
superior ao dos presidentes de junta de
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de freguesia, que a integram.
setembro) 2 - O número de membros eleitos
directamente não pode ser inferior ao triplo do
Artigo 35.º número de membros da respectiva câmara
Delegação de competências no presidente municipal.
3 - Nas sessões da assembleia municipal
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de participam os cidadãos que encabeçaram as
setembro) listas mais votadas na eleição para as
assembleias de freguesia da área do município,
Artigo 36.º enquanto estas não forem instaladas.
Protocolos de colaboração com entidades
terceiras Artigo 43.º
Convocação para o acto de instalação dos
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de órgãos
setembro)
1 - Compete ao presidente da assembleia
Artigo 37.º municipal cessante proceder à convocação dos
Competências delegadas pela câmara eleitos para o acto de instalação dos órgãos da
municipal autarquia, que deve ser conjunto e sucessivo.
2 - A convocação é feita nos cinco dias
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de subsequentes ao do apuramento definitivo dos
setembro) resultados eleitorais, por meio de edital e carta
com aviso de recepção ou através de protocolo e
Artigo 38.º tendo em consideração o disposto no n.º 1 do
Competências do presidente artigo seguinte.
3 - Na falta de convocação, no prazo do
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de número anterior, cabe ao cidadão melhor
setembro). posicionado na lista vencedora das eleições para
a assembleia municipal efectuar a convocação
em causa, nos cinco dias imediatamente
seguintes ao esgotamento do prazo referido.

249
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 44.º maioria do número legal dos membros da
Instalação assembleia.
3 - O presidente é substituído, nas suas faltas
1 - O presidente da assembleia municipal e impedimentos, pelo 1.º secretário e este pelo
cessante ou o presidente da comissão 2.º secretário.
administrativa cessante, conforme o caso, ou, 4 - Na ausência simultânea de todos ou da
na falta ou impedimento daqueles, de entre os maioria dos membros da mesa, a assembleia
presentes, o cidadão melhor posicionado na lista elege, por voto secreto, de entre os membros
vencedora procede à instalação da nova presentes, o número necessário de elementos
assembleia até ao 20.º dia posterior ao para integrar a mesa que vai presidir à reunião,
apuramento definitivo cios resultados eleitorais. salvo disposição contrária constante do
2 - Quem proceder à instalação verifica a regimento.
identidade e a legitimidade dos eleitos e 5 - O presidente da mesa é o presidente da
designa, de entre os presentes, quem redige o assembleia municipal.
documento comprovativo do acto, que é
assinado, pelo menos, por quem procedeu à Artigo 46.º-A
instalação e por quem o redigiu. Competências da mesa
3 - A verificação da identidade e legitimidade
dos eleitos que hajam faltado, justificadamente, (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
ao acto de instalação é feita, na primeira reunião setembro)
do órgão a que compareçam, pelo respectivo
presidente. Artigo 46.º-B
Grupos municipais
Artigo 45.º
Primeira reunião 1 - Os membros eleitos, bem como os
presidentes de junta de freguesia eleitos por
1 - Até que seja eleito o presidente da cada partido ou coligação de partidos ou grupo
assembleia compete ao cidadão que tiver de cidadãos eleitores, podem associar-se para
encabeçado a lista mais votada ou, na sua falta, efeitos de constituição de grupos municipais, nos
ao cidadão sucessivamente melhor posicionado termos da lei e do regimento.
nessa mesma lista presidir à primeira reunião de 2 - A constituição de cada grupo municipal
funcionamento da assembleia municipal, que se efectua-se mediante comunicação dirigida ao
efectua imediatamente a seguir ao acto de presidente da assembleia municipal, assinada
instalação, para efeitos de eleição do presidente pelos membros que o compõem, indicando a sua
e secretários da mesa. designação bem como a respectiva direcção.
2 - Na ausência de disposição regimental 3 - Cada grupo municipal estabelece a sua
compete à assembleia deliberar se a eleição a organização, devendo qualquer alteração na
que se refere o número anterior é uninominal ou composição ou direcção do grupo municipal ser
por meio de listas. comunicada ao presidente da assembleia
3 - Verificando-se empate na votação, municipal.
procede-se a nova eleição obrigatoriamente 4 - Os membros que não integrem qualquer
uninominal. grupo municipal comunicam o facto ao
4 - Se o empate persistir nesta última, é presidente da assembleia e exercem o mandato
declarado eleito para as funções em causa o como independentes.
cidadão que, de entre os membros empatados,
se encontrava melhor posicionado nas listas que Artigo 47.º
os concorrentes integraram na eleição para a Alteração da composição da assembleia
assembleia municipal, preferindo
sucessivamente a mais votada. 1 - Quando algum dos membros deixar de
5 - Enquanto não for aprovado novo fazer parte da assembleia, por morte, renúncia,
regimento, continua em vigor o anteriormente perda de mandato ou por outra razão, é
aprovado. substituído nos termos do artigo 79.º ou pelo
novo titular do cargo com direito de integrar o
Artigo 46.º órgão, conforme os casos.
Composição da mesa 2 - Esgotada a possibilidade de substituição
prevista no número anterior e desde que não
1 - A mesa da assembleia é composta por um esteja em efectividade de funções a maioria do
presidente, um 1.º secretário e um 2.º número legal de membros da assembleia, o
secretário e é eleita, por escrutínio secreto, pela presidente comunica o facto ao membro do
assembleia municipal, de entre os seus Governo responsável pelas tutela das autarquias
membros. locais, para que este marque, no prazo máximo
2 - A mesa é eleita pelo período do mandato, de 30 dias, novas eleições, sem prejuízo do
podendo os seus membros ser destituídos, em disposto no artigo 99.º (Redação dada pela Lei
qualquer altura, por deliberação tomada pela Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro).

250
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - As eleições realizam-se no prazo de 40 a Artigo 53.º
60 dias a contar da data da respectiva Competências
marcação.
4 - A nova assembleia municipal completa o 1 - Compete à assembleia municipal:
mandato da anterior.
a) Eleger, por voto secreto, o presidente
da mesa e os dois secretários;
Artigo 48.º
b) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de
Participação dos membros da câmara na
12 de setembro);
assembleia municipal
c) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de
12 de setembro);
1 - A câmara municipal faz-se representar,
d) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de
obrigatoriamente, nas sessões da assembleia
12 de setembro);
municipal, pelo presidente, que pode intervir nos
e) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de
debates, sem direito a voto.
12 de setembro);
2 - Em caso de justo impedimento, o
f) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12
presidente da câmara pode fazer-se substituir
de setembro);
pelo seu substituto legal.
g) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de
3 - Os vereadores devem assistir às sessões
12 de setembro);
da assembleia municipal, sendo-lhes facultado
h) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de
intervir nos debates, sem direito a voto, a
12 de setembro);
solicitação do plenário ou com a anuência do
i) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12
presidente da câmara ou do seu substituto legal.
de setembro);
4 - Os vereadores que não se encontrem em
j) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12
regime de permanência ou de meio tempo têm o
de setembro);
direito às senhas de presença, nos termos do
l) Votar moções de censura à câmara
artigo 10.º da Lei n.º 29/87, de 30 de Junho.
municipal, em avaliação da acção
5 - Os vereadores podem ainda intervir para
desenvolvida pela mesma ou por
o exercício do direito de defesa da honra.
qualquer dos seus membros;
m) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de
Artigo 49.º
12 de setembro);
Sessões ordinárias
n) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de
12 de setembro);
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
o) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de
setembro)
12 de setembro);
p) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de
Artigo 50.º
12 de setembro);
Sessões extraordinárias
q) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de
12 de setembro);
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
r) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de
setembro)
12 de setembro).
2 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
Artigo 51.º setembro).
Participação de eleitores
3 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro).
setembro). 4 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
setembro).
Artigo 52.º
Duração das sessões 5 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
setembro).
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de 6 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
setembro). setembro).
7 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
Artigo 52.º-A setembro).
Instalação e funcionamento 8 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
setembro).
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
setembro). Artigo 54.º
Competência do presidente da assembleia

(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de


setembro).

251
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 55.º
2 - Compete à câmara municipal, sob
Competência dos secretários
proposta do respectivo presidente, fixar o
número de vereadores em regime de tempo
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
inteiro e meio tempo que exceda os limites
setembro).
previstos no número anterior.
3 - O presidente da câmara municipal, com
SECÇÃO II
respeito pelo disposto nos números anteriores,
Da câmara municipal
pode optar pela existência de vereadores a
tempo inteiro e a meio tempo, neste caso
Artigo 56.º
correspondendo dois vereadores a um vereador
Natureza e constituição
a tempo inteiro.
4 - Cabe ao presidente da câmara escolher os
1 - A câmara municipal é constituída por um
vereadores a tempo inteiro e a meio tempo,
presidente e por vereadores, um dos quais
fixar as suas funções e determinar o regime do
designado vice-presidente, e é o órgão executivo
respectivo exercício.
colegial do município, eleito pelos cidadãos
eleitores recenseados na sua área.
Artigo 59.º
2 - A eleição da câmara municipal é
Alteração da composição da câmara
simultânea com a da assembleia municipal,
salvo no caso de eleição intercalar.
1 - No caso de morte, renúncia, suspensão
ou perda de mandato de algum membro da
Artigo 57.º
câmara municipal em efectividade de funções, é
Composição
chamado a substituí-lo o cidadão imediatamente
a seguir na ordem da respectiva lista, nos
1 - É presidente da câmara municipal o
termos do artigo 79.º
primeiro candidato da lista mais votada ou, no
2 - Esgotada a possibilidade de substituição
caso de vacatura do cargo, o que se lhe seguir
prevista no número anterior e desde que não
na respectiva lista, de acordo com o disposto no
esteja em efectividade de funções a maioria do
artigo 79.º
número legal de membros da câmara municipal,
2 - Para além do presidente, a câmara
o presidente comunica o facto à assembleia
municipal é composta por:
municipal e ao membro do Governo responsável
a) Dezasseis vereadores em Lisboa; pelas tutela das autarquias locais, para que este
b) Doze vereadores no Porto; proceda à marcação do dia de realização das
c) Dez vereadores nos municípios com eleições intercalares, sem prejuízo do disposto
100000 ou mais eleitores; no artigo 99.º (Redação dada pela Lei Orgânica
d) Oito vereadores nos municípios com n.º 1/2011, de 30 de novembro).
mais de 50000 e menos de 100000 3 - Esgotada, em definitivo, a possibilidade
eleitores; de preenchimento da vaga de presidente da
e) Seis vereadores nos municípios com câmara, cabe à assembleia municipal proceder
mais de 10000 e até 50000 eleitores; de acordo com o número anterior,
f) Quatro vereadores nos municípios com independentemente do número de membros da
10000 ou menos eleitores. câmara municipal em efectividade de funções.
4 - As eleições realizam-se no prazo de 40 a
3 - O presidente designa, de entre os
60 dias a contar da data da respectiva
vereadores, o vice-presidente, a quem, para
marcação.
além de outras funções que lhe sejam
5 - A câmara municipal que for eleita
distribuídas, cabe substituir o primeiro nas suas
completa o mandato da anterior.
faltas e impedimentos.
6 - O funcionamento da câmara municipal
quanto aos assuntos inadiáveis e correntes,
Artigo 58.º
durante o período transitório, é assegurado:
Vereadores a tempo inteiro e a meio tempo
a) Pelos membros ainda em exercício da
1 - Compete ao presidente da câmara câmara municipal cessante, quando em
municipal decidir sobre a existência de número não inferior a três, constituídos
vereadores em regime de tempo inteiro e meio automaticamente em comissão
tempo e fixar o seu número, até aos limites administrativa, presidida pelo primeiro
seguintes: na ordem da lista mais votada das
listas em causa, até que ocorra a
a) Quatro, em Lisboa e no Porto;
designação prevista na alínea seguinte;
b) Três, nos municípios com 100000 ou
b) Por uma comissão administrativa
mais eleitores;
composta por cinco membros indicados
c) Dois, nos municípios com mais de
pelos partidos ou coligações que
20000 e menos de 100000 eleitores;
detinham mandatos na câmara
d) Um, nos municípios com 20000 ou
menos eleitores.

252
Autarquias Locais - Legislação Nacional
municipal cessante e nomeados pelo Artigo 65.º
governo. Delegação de competências
7 - A distribuição pelos partidos ou coligações
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
do número de membros da comissão
setembro).
administrativa previsto na alínea b) do número
anterior será feita por aplicação do sistema
Artigo 66.º
proporcional pelo método da média mais alta de
Competências delegáveis na freguesia
Hondt aos resultados da eleição da câmara
municipal cessante, competindo ao partido ou
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
coligação mais votada a indicação do presidente.
setembro).
Artigo 60.º
Artigo 67.º
Instalação
Protocolos de colaboração com entidades
terceiras
1 - A instalação da câmara municipal cabe ao
presidente da assembleia municipal cessante ou,
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
na sua falta, ao cidadão melhor posicionado na
setembro).
lista vencedora das eleições para a assembleia
municipal, de entre os presentes, e deve ter
Artigo 68.º
lugar no prazo de 20 dias a contar do
Competências do presidente da câmara
apuramento definitivo dos resultados eleitorais.
2 - Quem proceder à instalação verifica a
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
identidade e a legitimidade dos eleitos e
setembro).
designa, de entre os presentes, quem redige o
documento comprovativo do acto, que é
Artigo 69.º
assinado, pelo menos, por quem procedeu à
Distribuição de funções
instalação e por quem o redigiu.
3 - A verificação da identidade e legitimidade
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
dos eleitos que hajam faltado, justificadamente,
setembro).
ao acto de instalação é feita, na primeira reunião
do órgão a que compareçam, pelo respectivo
Artigo 70.º
presidente.
Delegação de competências no pessoal
dirigente
Artigo 61.º
Primeira reunião
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
setembro).
A primeira reunião tem lugar nos cinco dias
imediatos à constituição do órgão, competindo
Artigo 71.º
ao presidente a respectiva marcação e
Dever de informação
convocação, a fazer por edital e por carta com
aviso de recepção ou através de protocolo com,
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
pelo menos, dois dias de antecedência.
setembro).
Artigo 62.º
Artigo 72.º
Periodicidade das reuniões ordinárias
Superintendência nos serviços
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
setembro).
setembro).
Artigo 63.º
Artigo 73.º
Convocação de reuniões extraordinárias
Apoio aos membros da câmara
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
setembro).
setembro).
Artigo 64.º
Artigo 74.º
Competências
Estatuto dos membros dos gabinetes de
apoio pessoal
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
setembro).
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
setembro).

253
Autarquias Locais - Legislação Nacional
CAPÍTULO V 2 - O pedido de suspensão, devidamente
Disposições comuns fundamentado, deve indicar o período de tempo
abrangido e é enviado ao presidente e apreciado
Artigo 75.º pelo plenário do órgão na reunião imediata à sua
Duração e natureza do mandato apresentação.
3 - São motivos de suspensão,
1 - Os membros dos órgãos das autarquias designadamente:
locais são titulares de um único mandato.
a) Doença comprovada;
2 - O mandato dos titulares dos órgãos das
b) Exercício dos direitos de paternidade
autarquias locais é de quatro anos.
e maternidade;
3 - Os vogais da junta de freguesia mantêm o
c) Afastamento temporário da área da
direito a retomar o seu mandato na assembleia
autarquia por período superior a 30
de freguesia, se deixarem de integrar o órgão
dias.
executivo.
4 - A suspensão que, por uma só vez ou
Artigo 76.º cumulativamente, ultrapasse 365 dias no
Renúncia ao mandato decurso do mandato constitui, de pleno direito,
renúncia ao mesmo, salvo se no primeiro dia útil
1 - Os titulares dos órgãos das autarquias seguinte ao termo daquele prazo o interessado
locais gozam do direito de renúncia ao manifestar, por escrito, a vontade de retomar
respectivo mandato a exercer mediante funções.
manifestação de vontade apresentada, quer 5 - A pedido do interessado, devidamente
antes quer depois da instalação dos órgãos fundamentado, o plenário do órgão pode
respectivos. autorizar a alteração do prazo pelo qual
2 - A pretensão é apresentada por escrito e inicialmente foi concedida a suspensão do
dirigida a quem deve proceder à instalação ou mandato, até ao limite estabelecido no número
ao presidente do órgão, consoante o caso. anterior.
3 - A substituição do renunciante processa-se 6 - Enquanto durar a suspensão, os membros
de acordo com o disposto no número seguinte. dos órgãos autárquicos são substituídos nos
4 - A convocação do membro substituto termos do artigo 79.º
compete à entidade referida no n.º 2 e tem 7 - A convocação do membro substituto faz-
lugar no período que medeia entre a se nos termos do n.º 4 do artigo 76.º
comunicação da renúncia e a primeira reunião
que a seguir se realizar, salvo se a entrega do Artigo 78.º
documento de renúncia coincidir com o acto de Ausência inferior a 30 dias
instalação ou reunião do órgão e estiver
presente o respectivo substituto, situação em 1 - Os membros dos órgãos das autarquias
que, após a verificação da sua identidade e locais podem fazer-se substituir nos casos de
legitimidade, a substituição se opera de ausências por períodos até 30 dias.
imediato, se o substituto a não recusar por 2 - A substituição obedece ao disposto no
escrito de acordo com o n.º 2. artigo seguinte e opera-se mediante simples
5 - A falta de eleito local ao acto de comunicação por escrito dirigida ao presidente
instalação do órgão, não justificada por escrito do órgão respectivo, na qual são indicados os
no prazo de 30 dias ou considerada injustificada, respectivos início e fim.
equivale a renúncia, de pleno direito.
Artigo 79.º
6 - O disposto no número anterior aplica-se Preenchimento de vagas
igualmente, nos seus exactos termos, à falta de
substituto, devidamente convocado, ao acto de 1 - As vagas ocorridas nos órgãos
assunção de funções. autárquicos são preenchidas pelo cidadão
7 - A apreciação e a decisão sobre a imediatamente a seguir na ordem da respectiva
justificação referida nos números anteriores lista ou, tratando-se de coligação, pelo cidadão
cabem ao próprio órgão e devem ter lugar na imediatamente a seguir do partido pelo qual
primeira reunião que se seguir à apresentação havia sido proposto o membro que deu origem à
tempestiva da mesma. vaga.
2 - Quando, por aplicação da regra contida na
Artigo 77.º parte final do número anterior, se torne
Suspensão do mandato impossível o preenchimento da vaga por cidadão
proposto pelo mesmo partido, o mandato é
1 - Os membros dos órgãos das autarquias conferido ao cidadão imediatamente a seguir na
locais podem solicitar a suspensão do respectivo ordem de precedência da lista apresentada pela
mandato. coligação.

254
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 80.º Artigo 90.º
Continuidade do mandato Formas de votação

Os titulares dos órgãos das autarquias locais (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
servem pelo período do mandato e mantêm-se setembro).
em funções até serem legalmente substituídos.
Artigo 91.º
Artigo 81.º Publicidade das deliberações
Princípio da independência
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro).
setembro).
Artigo 92.º
Artigo 82.º Actas
Princípio da especialidade
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro).
setembro).
Artigo 93.º
Artigo 83.º Registo na acta do voto de vencido
Objecto das deliberações
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro).
setembro)
Artigo 94.º
Alvarás
Artigo 84.º
Reuniões públicas
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
setembro).
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
setembro). Artigo 95.º
Actos nulos
Artigo 85.º
Convocação ilegal de reuniões (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
setembro).
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
setembro). Artigo 96.º
Responsabilidade funcional
Artigo 86.º
Período de antes da ordem do dia 1 – (Revogado pela Lei n.º 67/2007, de 31
de dezembro)
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de 2 - (Revogado pela Lei n.º 67/2007, de 31 de
setembro). dezembro)

Artigo 87.º Artigo 97.º


Ordem do dia Responsabilidade pessoal

(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de 1 - (Revogado pela Lei n.º 67/2007, de 31 de
setembro). dezembro)
2 - (Revogado pela Lei n.º 67/2007, de 31 de
Artigo 88.º dezembro)
Aprovação especial dos instrumentos
Artigo 98.º
previsionais
Formalidades dos requerimentos de
convocação de sessões extraordinárias
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
setembro).
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
setembro).
Artigo 89.º
Quórum Artigo 99.º
Impossibilidade de realização de eleições
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de intercalares
setembro).
(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de
setembro).

255
Autarquias Locais - Legislação Nacional
CAPÍTULO VI
Disposições finais

Artigo 99.º-A.º
Prazos

Salvo disposição em contrário, os prazos


previstos no presente diploma são contínuos.

Artigo 99.º-B.º
Regiões Autónomas

As competências atribuídas no presente


diploma ao Governo são exercidas nas Regiões
Autónomas dos Açores e da Madeira pelo
respectivo Governo Regional.

256
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei n.º 47/2005, de 29 de Agosto r) Apoiar ou comparticipar, pelos meios
Estabelece o regime de gestão limitada dos adequados, no apoio a actividades de
órgãos das autarquias locais e seus interesse da freguesia de natureza
titulares social, cultural, educativa, desportiva,
recreativa ou outra;
A Assembleia da República decreta, nos s) Afectação ou desafectação de bens do
termos da alínea c) do artigo 161.º da domínio público municipal;
Constituição, o seguinte: t) Deliberar sobre a criação dos
conselhos municipais;
Artigo 1.º u) Autorizar os conselhos de
Objecto administração dos serviços
municipalizados a deliberar sobre a
1 - A presente lei estabelece os limites ao concessão de apoio financeiro, ou
quadro de competências dos órgãos autárquicos outro, a instituições legalmente
e respectivos titulares no período de gestão. constituídas;
2 - Para efeitos da presente lei, considera-se v) Aprovar os projectos, programas de
período de gestão aquele que medeia entre a concurso, caderno de encargos e
realização de eleições e a tomada de posse dos adjudicação.
novos órgãos eleitos.
2 - O decurso dos prazos legais, respeitantes
3 - São igualmente estabelecidos limites às
às matérias previstas no número anterior,
competências das comissões administrativas das
suspende-se durante o período a que se refere o
autarquias locais.
artigo anterior.
Artigo 2.º
Artigo 3.º
Âmbito
Presidentes de câmara municipal e
presidentes de junta de freguesia
1 - No período a que se refere o n.º 1 do
artigo anterior os órgãos das autarquias locais e
1 - Sem prejuízo do disposto no número
os seus titulares, no âmbito das respectivas
seguinte, durante o período de gestão caducam
competências, sem prejuízo da prática de actos
as delegações de competência que tenham sido
correntes e inadiáveis, ficam impedidos de
aprovadas pelo órgão executivo colegial para o
deliberar ou decidir, designadamente, em
respectivo presidente.
relação às seguintes matérias:
2 - Nos casos em que o presidente de câmara
a) Contratação de empréstimos; ou de junta de freguesia se tenha recandidatado
b) Fixação de taxas, tarifas e preços; e seja declarado vencedor do acto eleitoral não
c) Aquisição, alienação ou oneração de se aplica o disposto no número anterior,
bens imóveis; podendo o titular do cargo continuar a exercer
d) Posturas e regulamentos; normalmente as suas competências, ficando no
e) Quadros de pessoal; entanto os respectivos actos, decisões ou
f) Contratação de pessoal; autorizações sujeitos a ratificação do novo
g) Criação e reorganização de serviços; executivo na primeira semana após a sua
h) Nomeação de pessoal dirigente; instalação, sob pena de nulidade.
i) Nomeação ou exoneração de membros 3 - Os actos, decisões ou autorizações dos
dos conselhos de administração dos presidentes de câmara ou de junta de freguesia
serviços municipalizados e das praticados nos termos referidos no número
empresas municipais; anterior devem fazer referência expressa à
j) Remuneração dos membros do precariedade legalmente estabelecida.
conselho de administração dos serviços
municipalizados; Artigo 4.º
l) Participação e representação da Comissões administrativas
autarquia em associações, fundações,
empresas ou quaisquer outras 1 - As comissões administrativas dispõem de
entidades públicas ou privadas; competências executivas limitadas à prática de
m) Municipalização de serviços e criação actos correntes e inadiáveis, estritamente
de fundações e empresas, necessários para assegurar a gestão da
n) Cooperação e apoio a entidades autarquia.
públicas ou privadas e apoio a 2 - As comissões administrativas, em caso de
actividades correntes e tradicionais; dissolução ou extinção do órgão deliberativo,
o) Concessão de obras e serviços podem, a título excepcional, deliberar sobre
públicos; matérias da competência deste desde que
p) Adjudicação de obras públicas e de razões de relevante e inadiável interesse público
aquisição de bens e serviços; autárquico o justifiquem.
q) Aprovação e licenciamento de obras
particulares e loteamentos;

257
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - As deliberações a que se refere o número
anterior carecem de parecer prévio da respectiva
comissão de coordenação e desenvolvimento
regional sob pena de nulidade.
4 - O parecer a que se refere o número
anterior é obrigatoriamente emitido no prazo
máximo de 10 dias.

258
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei n.º 8/2009, de 18 de Fevereiro entidades públicas e privadas,
Cria o regime jurídico dos conselhos nacionais ou estrangeiras;
municipais de juventude i) Promover a colaboração entre as
(Com as alterações introduzidas pela Lei n.º associações juvenis no seu âmbito de
6/2012, de 10 de fevereiro, que a republica). actuação.

ANEXO CAPÍTULO II
Composição
Republicação da Lei n.º 8/2009, de 18 de
Fevereiro. Artigo 4.º
CAPÍTULO I Composição dos conselhos municipais de
Disposições gerais juventude

Artigo 1.º A composição do conselho municipal de


Objecto juventude é a seguinte:
a) O presidente da câmara municipal,
A presente lei estabelece o regime jurídico
que preside;
dos conselhos municipais de juventude,
b) Um membro da assembleia municipal
estabelecendo a sua composição, competências
de cada partido ou grupo de cidadãos
e regras de funcionamento.
eleitores representados na assembleia
municipal;
Artigo 2.º
c) O representante do município no
Conselho municipal de juventude
conselho regional de juventude;
d) Um representante de cada associação
O conselho municipal de juventude é o órgão
juvenil com sede no município inscrita
consultivo do município sobre matérias
no Registo Nacional de Associações
relacionadas com a política de juventude.
Jovens (RNAJ);
e) Um representante de cada associação
Artigo 3.º
de estudantes do ensino básico e
Fins
secundário com sede no município;
f) Um representante de cada associação
Os conselhos municipais de juventude
de estudantes do ensino superior com
prosseguem os seguintes fins:
sede no município;
a) Colaborar na definição e execução das g) Um representante de cada federação
políticas municipais de juventude, de estudantes inscrita no RNAJ cujo
assegurando a sua articulação e âmbito geográfico de actuação se
coordenação com outras políticas circunscreva à área do concelho ou nas
sectoriais, nomeadamente nas áreas do quais as associações de estudantes
emprego e formação profissional, com sede no município representem
habitação, educação e ensino superior, mais de 50 % dos associados;
cultura, desporto, saúde e acção social; h) Um representante de cada
b) Assegurar a audição e representação organização de juventude partidária
das entidades públicas e privadas que, com representação nos órgãos do
no âmbito municipal, prosseguem município ou na Assembleia da
atribuições relativas à juventude; República;
c) Contribuir para o aprofundamento do i) Um representante de cada associação
conhecimento dos indicadores jovem e equiparadas a associações
económicos, sociais e culturais juvenis, nos termos do n.º 3 do artigo
relativos à juventude; 3.º da Lei n.º 23/2006, de 23 de
d) Promover a discussão das matérias Junho, de âmbito nacional.
relativas às aspirações e necessidades
da população jovem residente no Artigo 5.º
município respectivo; Observadores
e) Promover a divulgação de trabalhos
de investigação relativos à juventude; O regulamento do conselho municipal de
f) Promover iniciativas sobre a juventude juventude pode ainda atribuir o estatuto de
a nível local; observador permanente, sem direito de voto, a
g) Colaborar com os órgãos do município outras entidades ou órgãos públicos ou privados
no exercício das competências destes locais, nomeadamente a instituições particulares
relacionadas com a juventude; de solidariedade social sediadas no concelho e
h) Incentivar e apoiar a actividade que desenvolvam a título principal actividades
associativa juvenil, assegurando a sua relacionadas com a juventude, bem como a
representação junto dos órgãos associações juvenis ou grupos informais de
autárquicos, bem como junto de outras jovens não registados no RNAJ.

259
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Artigo 6.º políticas de juventude propostas pelo executivo
Participantes externos municipal, assim como para que o conselho
municipal de juventude possa apresentar
Por deliberação do conselho municipal de eventuais propostas quanto a estas matérias.
juventude, podem ser convidados a participar 2 - Após a aprovação pelo executivo
nas suas reuniões, sem direito de voto, pessoas municipal dos documentos a que aludem as
de reconhecido mérito, outros titulares de alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo anterior, é da
órgãos da autarquia, representantes das competência da câmara municipal enviar esses
entidades referidas no número anterior que não documentos bem como toda a documentação
disponham do estatuto de observador relevante para análise ao conselho municipal da
permanente ou representantes de outras juventude, solicitando a emissão do parecer
entidades públicas ou privadas cuja presença obrigatório, não vinculativo, previsto no n.º 1 do
seja considerada útil para os trabalhos. artigo anterior.
3 - Para efeitos de emissão do parecer
CAPÍTULO III obrigatório, não vinculativo, previsto no n.º 2 do
Competências artigo anterior, a câmara municipal deve
solicitá-lo imediatamente após a aprovação do
Artigo 7.º regulamento para consulta pública, remetendo
Competências consultivas ao conselho municipal de juventude toda a
documentação relevante.
1 - Compete aos conselhos municipais de 4 - O parecer do conselho municipal de
juventude pronunciar-se e emitir parecer juventude solicitado no n.º 2 do artigo anterior
obrigatório, não vinculativo, sobre as seguintes deve ser remetido ao órgão competente para a
matérias: deliberação final, no prazo máximo de 15 dias
contados a partir da solicitação referida no
a) Linhas de orientação geral da política
número anterior.
municipal para a juventude, constantes
5 - A não emissão de parecer obrigatório, no
do plano anual de actividades;
prazo previsto no n.º 4, não obsta à sua
b) Orçamento municipal, no que respeita
apreciação e aprovação pelos órgãos
às dotações afectas às políticas de
competentes.
juventude e às políticas sectoriais com
aquela conexas;
Artigo 9.º
c) (Revogada.)
Competências de acompanhamento
2 - Compete aos conselhos municipais de
juventude emitir parecer obrigatório, não Compete aos conselhos municipais de juventude
vinculativo, sobre projectos de regulamentos e acompanhar e emitir recomendações aos órgãos
posturas municipais que versem sobre matérias do município sobre as seguintes matérias:
que digam respeito a políticas municipais de
a) Execução da política municipal de
juventude.
juventude;
3 - O conselho municipal de juventude será
b) Execução da política orçamental do
auscultado pela câmara municipal durante a
município e respectivo sector
elaboração dos projectos de actos previstos no
empresarial relativa às políticas de
número anterior.
juventude;
4 - Compete ainda ao conselho municipal de
c) Incidência da evolução da situação
juventude emitir parecer facultativo sobre
sócio-económica do município entre a
iniciativas da câmara municipal com incidência
população jovem do mesmo;
nas políticas de juventude, mediante solicitação
d) Participação cívica da população
da câmara municipal, do presidente da câmara
jovem do município, nomeadamente no
ou dos vereadores, no âmbito das competências
que respeita ao associativismo juvenil.
próprias ou delegadas.
5 - A assembleia municipal pode também
Artigo 10.º
solicitar a emissão de pareceres facultativos ao
Competências eleitorais
conselho municipal de juventude sobre matérias
da sua competência com incidência nas políticas
Compete aos conselhos municipais de
de juventude.
juventude eleger um representante do conselho
municipal de juventude no conselho municipal
Artigo 8.º
de educação.
Emissão dos pareceres obrigatórios
Artigo 11.º
1 - Na fase de preparação das propostas de
Divulgação e informação
documentos relativos às alíneas a) e b) do n.º 1
do artigo anterior, a câmara municipal reúne
Compete aos conselhos municipais de
com o conselho municipal de juventude para
juventude, no âmbito da sua actividade de
apresentar e discutir as linhas gerais das
divulgação e informação:

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f) Solicitar e obter acesso à informação e
a) Promover o debate e a discussão de
documentação necessárias ao exercício
matérias relativas à política municipal
do seu mandato, junto dos órgãos e
de juventude, assegurando a ligação
serviços das autarquias locais, bem
entre os jovens residentes no município
como das respectivas entidades
e os titulares dos órgãos da autarquia;
empresariais municipais.
b) Divulgar junto da população jovem
residente no município as suas 2 - Os restantes membros do conselho
iniciativas e deliberações; municipal de juventude apenas gozam dos
c) Promover a realização e divulgação de direitos identificados nas alíneas a), e) e f) do
estudos sobre a situação dos jovens número anterior.
residentes no município.
Artigo 16.º
Artigo 12.º Deveres dos membros do conselho
Organização interna municipal de juventude

No âmbito da sua organização interna, Os membros do conselho municipal de


compete ao conselho municipal de juventude: juventude têm o dever de:
a) Aprovar o plano e o relatório de a) Participar assiduamente nas reuniões
actividades; do conselho ou fazer-se substituir,
b) Aprovar o seu regimento interno; quando legalmente possível;
c) Constituir comissões eventuais para b) Contribuir para a dignificação dos
missões temporárias. trabalhos do conselho municipal de
juventude;
Artigo 13.º c) Assegurar a articulação entre as
Competências em matéria educativa entidades que representam e o
conselho municipal de juventude,
Compete ainda aos conselhos municipais de através da transmissão de informação
juventude acompanhar a evolução da política de sobre os trabalhos deste.
educação através do seu representante no
conselho municipal de educação. CAPÍTULO V
Organização e funcionamento
Artigo 14.º
Comissões intermunicipais de juventude Artigo 17.º
Funcionamento
Para o exercício das suas competências no
que respeita a políticas de juventude comuns a 1 - O conselho municipal de juventude pode
diversos municípios, os conselhos municipais de reunir em plenário e em secções especializadas
juventude podem estabelecer formas permanentes.
permanentes de cooperação, através da 2 - O conselho municipal de juventude pode
constituição de comissões intermunicipais de consagrar no seu regimento interno a
juventude. constituição de uma comissão permanente que
assegure o seu funcionamento entre reuniões do
CAPÍTULO IV plenário.
Direitos e deveres dos membros do 3 - O conselho municipal de juventude pode
conselho municipal de juventude ainda deliberar a constituição de comissões
eventuais de duração temporária.
Artigo 15.º
Direitos dos membros do conselho Artigo 18.º
municipal de juventude Plenário

1 - Os membros do conselho municipal de 1 - O plenário dos conselhos municipais de


juventude identificados nas alíneas d) a i) do juventude reúne ordinariamente quatro vezes
artigo 4.º têm o direito de: por ano, sendo duas das reuniões destinadas à
apreciação e emissão de parecer em relação ao
a) Intervir nas reuniões do plenário;
plano anual de actividades e ao orçamento do
b) Participar nas votações de todas as
município e outra destinada à apreciação do
matérias submetidas à apreciação do
relatório de actividades e contas do município.
conselho municipal de juventude;
2 - O plenário dos conselhos municipais de
c) Eleger um representante do conselho
juventude reúne ainda extraordinariamente por
municipal de juventude no conselho
iniciativa do seu presidente ou mediante
municipal de educação;
requerimento de pelo menos um terço dos seus
d) (Revogada.)
membros com direito de voto.
e) Propor a adopção de recomendações
3 - (Revogado.)
pelo conselho municipal de juventude;

261
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4 - (Revogado.) respeitando a autonomia administrativa e
5 - No início de cada mandato o plenário financeira do município.
elege dois secretários de entre os seus membros
que, juntamente com o presidente, constituem a Artigo 22.º
mesa do plenário do conselho municipal de Instalações
juventude e asseguram, quando necessário, a
condução dos trabalhos. 1 - O município deve disponibilizar
6 - As reuniões dos conselhos municipais de instalações condignas para o funcionamento do
juventude devem ser convocadas em horário conselho municipal de juventude.
compatível com as actividades académicas e 2 - O conselho municipal de juventude pode
profissionais dos seus membros. solicitar a cedência de espaço a título gratuito à
câmara municipal para organização de
Artigo 19.º actividades promovidas por si ou pelos seus
Comissão permanente membros e para proceder a audição com
entidades relevantes para o exercício das suas
1 - Compete à comissão permanente do competências.
conselho municipal de juventude:
Artigo 23.º
a) Coordenar as iniciativas do conselho e
Publicidade
organizar as suas actividades externas;
b) Assegurar o funcionamento e a
O município deve disponibilizar o acesso do
representação do conselho entre as
conselho municipal de juventude ao seu boletim
reuniões do plenário;
municipal e a outros meios informativos para
c) Exercer as competências previstas no
que este possa publicar as suas deliberações e
artigo 11.º que lhe sejam
divulgar as suas iniciativas.
eventualmente delegadas pelo
plenário, desde que previsto no
Artigo 24.º
respectivo regimento.
Sítio na Internet
2 - O número de membros da comissão
permanente é fixado no regimento do conselho O município deve disponibilizar uma página
municipal de juventude e deve ter em conta a no seu sítio na Internet ao conselho municipal
representação adequada das diferentes de juventude para que este possa manter
categorias de membros identificados no artigo informação actualizada sobre a sua composição,
4.º competências e funcionamento e divulgar as
3 - O presidente da comissão permanente e suas iniciativas e deliberações.
os demais membros são eleitos pelo plenário do
conselho municipal de juventude. CAPÍTULO VII
4 - Os membros do conselho municipal de Disposições finais e transitórias
juventude indicados na qualidade de autarcas
não podem pertencer à comissão permanente. Artigo 25.º
5 - As regras de funcionamento da comissão Regulamento do conselho municipal de
permanente são definidas no regimento do juventude
conselho municipal de juventude.
A assembleia municipal aprova o
Artigo 20.º regulamento do respectivo conselho municipal
Comissões eventuais de juventude, do qual devem constar as
disposições que instituem o órgão em cada
Para a preparação dos pareceres a submeter município, bem como as demais normas
à apreciação do plenário do conselho municipal relativas à sua composição e competências, nos
de juventude e para a apreciação de questões termos da presente lei.
pontuais, pode o conselho municipal de
juventude deliberar a constituição de comissões Artigo 26.º
eventuais de duração limitada. Regimento interno do conselho municipal
de juventude
CAPÍTULO VI
Apoio à actividade do conselho municipal O conselho municipal de juventude aprova o
de juventude respectivo regimento interno do qual devem
constar as regras de funcionamento que não se
Artigo 21.º encontram previstas no Código do Procedimento
Apoio logístico e administrativo Administrativo e na presente lei, bem como a
composição e competências da comissão
O apoio logístico e administrativo aos permanente.
conselhos municipais de juventude é da
responsabilidade da câmara municipal,

262
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 27.º
Regime transitório

1 - As regras de funcionamento dos


conselhos municipais de juventude existentes à
data de entrada em vigor da presente lei devem
ser objecto de adaptação no prazo máximo de
seis meses.
2 - Os municípios que à data de entrada em
vigor da presente lei não se encontrem dotados
de um conselho municipal de juventude devem
proceder à sua instituição, nos termos da
presente lei, no prazo máximo de seis meses.
3 - As entidades representadas nos conselhos
municipais de juventude devem proceder à
designação dos seus representantes no prazo de
30 dias após a instituição ou adaptação dos
conselhos municipais de juventude, consoante o
caso.

Artigo 28.º
Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor no 1.º dia do


mês seguinte ao da sua publicação.

263
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264
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei n.º 20/2009, de 12 de Maio j) Preparação e elaboração do quadro
Estabelece a transferência de atribuições regulamentar respeitante ao
para os municípios do continente em licenciamento de queimadas, nos
matéria de constituição e funcionamento termos do artigo 27.º do Decreto-Lei
dos gabinetes técnicos florestais, bem n.º 124/2006, de 28 de Junho, a
como outras no domínio da prevenção e da aprovar pela assembleia municipal;
defesa da floresta l) Preparação e elaboração do quadro
regulamentar respeitante à autorização
Estabelece a transferência de atribuições para da utilização de fogo-de-artifício ou
os municípios do continente em matéria de outros artefactos pirotécnicos, nos
constituição e funcionamento dos gabinetes termos do artigo 29.º do Decreto-Lei
técnicos florestais, bem como outras no domínio n.º 124/2006, de 28 de Junho, a
da prevenção e da defesa da floresta. aprovar pela assembleia municipal.
A Assembleia da República decreta, nos
termos da alínea c) do artigo 161.º da Artigo 3.º
Constituição, o seguinte: Princípio geral

Artigo 1.º O disposto na presente lei subordina-se aos


Objecto princípios consagrados na Lei de Bases da
Política Florestal.
A presente lei estabelece a transferência de
atribuições para os municípios do continente em Artigo 4.º
matéria de constituição e funcionamento dos Articulação com outras matérias
gabinetes técnicos florestais, bem como outras
no domínio da prevenção e da defesa da As câmaras municipais articulam as políticas
floresta. de defesa da floresta com as políticas de
educação, sustentabilidade ambiental, fomento
Artigo 2.º económico e protecção civil dos respectivos
Âmbito municípios.

São transferidas para os municípios as Artigo 5.º


seguintes atribuições: Transferência de verbas
a) Acompanhamento das políticas de
1 - São transferidas para os municípios as
fomento florestal;
dotações inscritas no Fundo Florestal
b) Acompanhamento e prestação de
Permanente relativas aos gabinetes técnicos
informação no âmbito dos instrumentos
florestais.
de apoio à floresta;
2 - O montante das verbas a transferir
c) Promoção de políticas e de acções no
anualmente para o pagamento das despesas a
âmbito do controlo e erradicação de
que se refere a presente lei é actualizado nos
agentes bióticos e defesa contra
termos equivalentes à actualização dos
agentes abióticos;
montantes pecuniários correspondentes da
d) Apoio à comissão municipal de defesa
tabela remuneratória única dos trabalhadores
da floresta;
com relação jurídica de emprego público.
e) Elaboração dos planos municipais de
defesa da floresta contra incêndios, a
Artigo 6.º
apresentar à comissão municipal de
Referências legais
defesa da floresta;
f) Proceder ao registo cartográfico anual
Consideram-se feitas aos municípios as
de todas as acções de gestão de
referências constantes de outros diplomas legais
combustíveis;
sobre atribuições de entidades e organismos da
g) Recolha, registo e actualização da
administração central, previstas no artigo 2.º
base de dados da Rede de Defesa da
Floresta contra Incêndios (RDFCI);
Artigo 7.º
h) Apoio técnico na construção de
Produção de efeitos
caminhos rurais no âmbito da execução
dos planos municipais de defesa da
A presente lei produz efeitos a partir de 1 de
floresta;
Janeiro de 2009.
i) Acompanhamento dos trabalhos de
gestão de combustíveis de acordo com
o artigo 15.º do Decreto-Lei n.º
124/2006, de 28 de Junho;

265
Autarquias Locais - Legislação Nacional

266
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei n.º 86/2009, de 28 de Agosto introduzidas nas respectivas
Autoriza o Governo a estabelecer o regime atribuições, competências e estrutura
jurídico da estrutura e organização dos orgânica interna;
serviços da administração autárquica, d) Definir que o processo de
revogando o Decreto-Lei n.º 116/84, de 6 reestruturação decorre durante o prazo
de Abril de 60 dias úteis, competindo a direcção
do mesmo ao presidente da câmara
A Assembleia da República decreta, nos municipal, no caso dos municípios, e à
termos da alínea d) do artigo 161.º da junta de freguesia, no caso das
Constituição, o seguinte: freguesias;
e) Definir que compete à assembleia
Artigo 1.º municipal, sob proposta da câmara
Objecto municipal, a aprovação do modelo de
estrutura orgânica, da estrutura
É concedida autorização ao Governo para nuclear, definindo as correspondentes
revogar o Decreto-Lei n.º 116/84, de 6 de Abril, unidades orgânicas nucleares, do
alterado pela Lei n.º 44/85, de 13 de Setembro, número máximo de unidades orgânicas
pelo Decreto-Lei n.º 198/91, de 29 de Maio, pela flexíveis, de subunidades orgânicas, de
Lei n.º 96/99, de 17 de Julho, e pela Lei n.º equipas de projecto e de equipas
169/99, de 18 de Setembro, e para aprovar o multidisciplinares;
novo regime jurídico da organização dos serviços f) Definir que compete à câmara
das autarquias locais. municipal, sob proposta do presidente
da câmara municipal, a criação de
Artigo 2.º unidades orgânicas flexíveis e a
Sentido definição das respectivas atribuições e
competências, dentro dos limites
A presente lei de autorização legislativa é fixados pela assembleia municipal, a
concedida para permitir ao Governo a revogação criação de equipas de projecto e de
do Decreto-Lei n.º 116/84, de 6 de Abril, na sua equipas multidisciplinares e a definição
redacção actual, com vista à aprovação de um do estatuto remuneratório do
novo regime jurídico aplicável à organização dos respectivo dirigente;
serviços das autarquias locais, no sentido de g) Definir que compete ao presidente da
obter uma maior eficácia e eficiência no câmara municipal a conformação da
funcionamento dos mesmos. estrutura interna das unidades
orgânicas e das equipas de projecto e
Artigo 3.º multidisciplinares, cabendo-lhe a
Extensão afectação ou reafectação do pessoal do
respectivo mapa, e, ainda, a criação,
A extensão da autorização legislativa alteração e extinção de subunidades
concedida é a seguinte: orgânicas;
h) Definir que compete à assembleia de
a) Definir como princípios da
freguesia, sob proposta da junta de
organização, estrutura e
freguesia, aprovar o modelo de
funcionamento dos serviços da
estrutura orgânica, definir o número
administração autárquica os princípios
máximo de unidades orgânicas flexíveis
da unidade e eficácia da acção, da
e o número máximo total de
aproximação dos serviços aos
subunidades orgânicas;
cidadãos, da desburocratização, da
i) Definir que compete à junta de
racionalização de meios e da eficiência
freguesia, sob proposta do presidente
na afectação de recursos públicos, da
da junta de freguesia, criar unidades e
melhoria quantitativa e qualitativa do
subunidades orgânicas flexíveis e
serviço prestado e da garantia de
definir as respectivas atribuições e
participação dos cidadãos;
competências, dentro dos limites
b) Definir que a estrutura interna da
fixados pela assembleia de freguesia;
administração autárquica consiste na
j) Definir que compete à junta de
disposição e organização das unidades
freguesia a conformação da estrutura
e subunidades orgânicas dos
interna das unidades orgânicas,
respectivos serviços;
cabendo-lhe a afectação ou reafectação
c) Definir que o processo de
do pessoal do respectivo mapa, e,
reestruturação dos serviços da
ainda, a criação, alteração e extinção
administração autárquica decorre nos
de subunidades orgânicas;
termos do Decreto-Lei n.º 200/2006,
l) Definir que a organização interna dos
de 25 de Outubro, e compreende todas
serviços municipais deve ser adequada
as operações e decisões necessárias à
às atribuições do município,
concretização das alterações
obedecendo a um modelo de estrutura

267
Autarquias Locais - Legislação Nacional
hierarquizada ou de estrutura deliberação da câmara municipal, sob
matricial; proposta do presidente da câmara;
m) Definir que quando seja r) Fixar que os serviços da administração
exclusivamente adoptada a estrutura local autárquica são, nos termos da lei,
hierarquizada, e desde que se objecto de avaliação interna anual,
justifique, com vista ao aumento da definida em regulamento próprio, a
flexibilidade e da eficácia na gestão, qual deve contribuir para modificar e
podem ser criadas, por deliberação aperfeiçoar políticas, programas ou
fundamentada da câmara municipal, projectos, melhorar a resposta dos
sob proposta do respectivo presidente, serviços aos respectivos utilizadores,
equipas de projecto temporárias e com aperfeiçoar as decisões, racionalizar os
objectivos especificados, dirigidas por recursos e evidenciar a
directores de projecto municipal; responsabilidade, devendo ser
n) Permitir que a estrutura interna submetido à apreciação da câmara
hierarquizada seja constituída por municipal, juntamente com a proposta
unidades orgânicas nucleares e de orçamento, o plano anual de
flexíveis, devendo a estrutura nuclear actividades para o ano seguinte, cuja
dos serviços ser aprovada pela câmara desagregação deve reflectir a
municipal, podendo ser composta de organização interna dos serviços;
direcções ou de departamentos s) Determinar que a organização interna
municipais, mas correspondendo dos serviços das juntas de freguesia
sempre a uma departamentalização deve ser adequada às atribuições das
fixa, e sendo a estrutura flexível dos mesmas e ao respectivo pessoal e pode
serviços composta por unidades incluir a existência de unidades
flexíveis, dirigidas por um chefe de orgânicas, chefiadas por um dirigente
divisão municipal, criadas, alteradas e intermédio de segundo grau, desde que
extintas por despacho do presidente da estas disponham, no mínimo, de cinco
câmara municipal, que definirá as funcionários, dos quais dois sejam
respectivas competências, bem como a técnicos superiores;
afectação ou reafectação do pessoal do t) Definir que aos cargos de direcção
respectivo mapa, de acordo com o intermédia de segundo grau das
limite máximo previamente fixado; freguesias é aplicado, com as devidas
o) Permitir que, quando estejam adaptações, o estatuto do pessoal
predominantemente em causa funções dirigente das câmaras municipais e dos
de execução, possam ser criadas, por serviços municipalizados;
despacho do presidente da câmara u) Determinar que as câmaras
municipal, subunidades orgânicas no municipais e as juntas de freguesia
âmbito das unidades orgânicas; devem promover a revisão dos seus
p) Determinar que a deliberação serviços até 31 de Dezembro de 2010.
fundamentada da câmara municipal
para a criação de equipas de projecto Artigo 4.º
deve estabelecer, obrigatoriamente, a Prazo
designação do projecto, os termos e a
duração do mandato, com a definição A autorização legislativa concedida pela
clara dos objectivos a alcançar, a presente lei tem a duração de 90 dias.
nomeação do director de projecto, o
número de elementos que deve
integrar a equipa de projecto e as
respectivas funções e os encargos e
respectivo cabimento orçamental;
q) Determinar que compete à assembleia
municipal, sob proposta da câmara
municipal, a fixação do estatuto
remuneratório das chefias, por
equiparação ao estatuto remuneratório
dos directores de departamento
municipal ou dos chefes de divisão
municipal, bem como a determinação
do número máximo de equipas
multidisciplinares, e que a constituição
e a designação dos membros das
equipas multidisciplinares e das
respectivas chefias, a realizar
obrigatoriamente de entre efectivos
dos serviços, é efectuada através de

268
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei n.º 49/2012, de 29 de agosto d) «Dormidas turísticas» as dormidas
Procede à adaptação à administração local turísticas no território dos municípios,
da Lei n.º 2/2004, de 15 de janeiro, de acordo com os dados do ano do
alterada pelas Leis n.os 51/2005, de 30 de último recenseamento geral da
agosto, 64-A/2008, de 31 de dezembro, 3- população.
B/2010, de 28 de abril, e 64/2011, de 22
de dezembro, que aprova o estatuto do CAPÍTULO II
pessoal dirigente dos serviços e Cargos dirigentes
organismos da administração central,
regional e local do Estado. Artigo 4.º
(Com as alterações introduzidas pela Lei n.º 82- Cargos dirigentes das câmaras municipais
B/2014, de 31 de dezembro)
1 - Os cargos dirigentes das câmaras
A Assembleia da República decreta, nos municipais são os seguintes:
termos da alínea c) do artigo 161.º da
a) Diretor municipal, que corresponde a
Constituição, o seguinte:
cargo de direção superior de 1.º grau;
b) Diretor de departamento municipal,
CAPÍTULO I
que corresponde a cargo de direção
Disposições preliminares
intermédia de 1.º grau;
c) Chefe de divisão municipal, que
Artigo 1.º
corresponde a cargo de direção
Objeto
intermédia de 2.º grau.
A presente lei procede à adaptação à 2 - A estrutura orgânica pode prever a
administração local da Lei n.º 2/2004, de 15 de existência de cargos de direção intermédia de
janeiro, alterada pelas Leis n.os 51/2005, de 30 3.º grau ou inferior.
de agosto, 64-A/2008, de 31 de dezembro, 3- 3 - No caso previsto no número anterior,
B/2010, de 28 de abril, e 64/2011, de 22 de cabe à assembleia municipal, sob proposta da
dezembro, que aprova o estatuto do pessoal câmara municipal, a definição das competências,
dirigente dos serviços e organismos da da área, dos requisitos do recrutamento, entre
administração central, regional e local do os quais a exigência de licenciatura adequada, e
Estado. do período de experiência profissional, bem
como da respetiva remuneração, a qual deve ser
Artigo 2.º fixada entre a 3.ª e 6.ª posições remuneratórias,
Âmbito de aplicação inclusive, da carreira geral de técnico superior.

1 - A Lei n.º 2/2004, de 15 de janeiro, na Artigo 5.º


redação que lhe foi dada pela Lei n.º 64/2011, Cargos dirigentes dos serviços
de 22 de dezembro, com exceção da secção iii municipalizados
do capítulo i, aplica-se ao pessoal dirigente das
câmaras municipais e dos serviços 1 - Os cargos dirigentes dos serviços
municipalizados, com as adaptações previstas da municipalizados são os seguintes:
presente lei.
2 - O estatuto do pessoal dirigente de outras a) Diretor-delegado;
entidades autárquicas ou equiparadas é regulado b) Diretor de departamento municipal;
por legislação especial. c) Chefe de divisão municipal.
2 - O cargo de diretor-delegado pode ser
Artigo 3.º equiparado, para efeitos de estatuto
Conceitos remuneratório, ao mais elevado grau de direção
previsto na estrutura organizativa do município,
Para efeitos da presente lei, entende-se por: por deliberação da câmara municipal, sob
a) «População» o total da população proposta do conselho de administração.
residente e da população em 3 - Só pode ser criado o cargo de diretor de
movimento pendular; departamento municipal no caso de equiparação
b) «População residente» a população do diretor-delegado a diretor municipal.
residente no território do município, de 4 - Os dirigentes dos serviços
acordo com os dados do último municipalizados são contabilizados para efeitos
recenseamento geral da população; dos limites de dirigentes a prover previstos na
c) «População em movimento pendular» presente lei, tendo em consideração, no caso do
a população em movimento pendular diretor-delegado, o cargo dirigente
em deslocação para o território do relativamente ao qual o respetivo estatuto
município, de acordo com os dados do remuneratório é equiparado.
último recenseamento geral da
população;

269
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 6.º
2 - Os municípios cujo número de dormidas
Provimento de diretores municipais
turísticas seja igual ou superior a 100 000 por
cada ano civil, e por cada fração igual, podem
1 - Sem prejuízo do disposto nos n.os 3 e 4,
prover um chefe de divisão, a acrescer aos
o cargo de diretor municipal apenas pode ser
providos nos termos do número anterior, com o
provido nos municípios cuja população seja igual
limite de seis.
ou superior a 100 000.
2 - A cada fração populacional de 100 000
Artigo 9.º
corresponde a faculdade de provimento de um
Provimento de cargos de direção
diretor municipal.
intermédia de 3.º grau ou inferior
3 - Os municípios cuja participação no
montante total dos fundos a que se refere o n.º
1 - Todos os municípios podem prover um
1 do artigo 19.º da Lei n.º 2/2007, de 15 de
cargo de direção intermédia de 3.º grau ou
janeiro, seja igual ou superior a 8 (por mil)
inferior, a criar nos termos dos n.os 2 e 3 do
podem prover um diretor municipal, a acrescer
artigo 4.º
aos providos nos termos dos números
2 - Sem prejuízo do disposto no número
anteriores.
anterior, à fração populacional de 40 000
4 - Os municípios cujo número de dormidas
corresponde o direito ao provimento de um
turísticas seja igual ou superior a 1 000 000 por
dirigente de direção intermédia de 3.º grau ou
cada ano civil, e por cada fração igual, podem
inferior.
prover um diretor municipal, a acrescer aos
3 - O limite global de dirigentes de direção
providos nos termos dos números anteriores,
intermédia de 3.º grau ou inferior, a prover nos
com o limite de dois.
termos dos números anteriores, é de seis.
Artigo 7.º
Artigo 10.º
Provimento de diretores de departamento
Exceções aos limites ao provimento
municipal
1 - Não são contabilizados, para efeitos dos
1 - Sem prejuízo do disposto nos n.os 3 e 4,
limites previstos nos artigos anteriores:
o cargo de diretor de departamento municipal
apenas pode ser provido nos municípios com a) Os cargos dirigentes ou de comando
população igual ou superior a 40 000. impostos por lei específica,
2 - A cada fração populacional de 40 000 designadamente os relativos a corpos
corresponde a faculdade de provimento de um de bombeiros, polícia municipal,
diretor de departamento municipal. serviço municipal de proteção civil e
3 - Os municípios cuja participação no serviços veterinários municipais;
montante total dos fundos a que se refere o n.º b) Os cargos dirigentes dos serviços
1 do artigo 19.º da Lei n.º 2/2007, de 15 de intermunicipalizados.
janeiro, seja igual ou superior a 2 (por mil)
podem prover um diretor de departamento 2 - Os chefes de equipa multidisciplinar,
municipal, a acrescer aos providos nos termos criados nos termos do artigo 12.º do Decreto-Lei
dos números anteriores. n.º 305/2009, de 23 de outubro, são
4 - Os municípios cujo número de dormidas contabilizados para efeitos dos limites previstos
turísticas seja igual ou superior a 400 000 por nos artigos anteriores, tendo em consideração o
cada ano civil, e por cada fração igual, podem cargo dirigente relativamente ao qual o
prover um diretor de departamento municipal, a respetivo estatuto remuneratório é equiparado.
acrescer aos providos nos termos dos números
anteriores, com o limite de quatro. Artigo 11.º
Recrutamento, seleção e provimento dos
Artigo 8.º cargos de direção superior de 1.º grau
Provimento de chefes de divisão municipal
1 - Os titulares dos cargos de direção
1 - O cargo de chefe de divisão municipal superior são recrutados, por procedimento
pode ser provido em todos os municípios, nos concursal, nos termos da presente lei, de entre
termos das alíneas seguintes: indivíduos com licenciatura concluída à data de
abertura do concurso há pelo menos oito anos,
a) Nos municípios com população inferior vinculados ou não à Administração Pública, que
a 10 000, podem ser providos dois possuam competência técnica, aptidão,
chefes de divisão municipal; experiência profissional e formação adequadas
b) Nos municípios com população igual ao exercício das respetivas funções.
ou superior a 10 000 podem ser 2 - O recrutamento para os cargos referidos
providos três chefes de divisão no número anterior de entre indivíduos
municipal, aos quais pode acrescer um licenciados não vinculados à Administração
cargo de chefe de divisão municipal por Pública fica sujeito a aprovação prévia da
cada fração igual.

270
Autarquias Locais - Legislação Nacional
câmara municipal, sob proposta do respetivo subsequente procedimento concursal, de entre
presidente. indivíduos licenciados sem vínculo à
3 - Os cargos de direção superior de 1.º grau Administração Pública que reúnam os requisitos
são providos por deliberação da câmara previstos no n.º 1, encontrando-se a sua
municipal ou do conselho de administração dos abertura sujeita a aprovação prévia da câmara
serviços municipalizados, em regime de municipal, sob proposta do respetivo presidente.
comissão de serviço, por um período de cinco
anos, renovável por igual período sem Artigo 13.º
necessidade de recurso a procedimento Composição do júri de recrutamento dos
concursal. cargos dirigentes
4 - A duração da comissão de serviço e da
respetiva renovação não pode exceder, na 1 - O júri de recrutamento é designado por
globalidade, 10 anos consecutivos, não podendo deliberação da assembleia municipal, sob
o dirigente ser provido no mesmo cargo do proposta da câmara municipal, e é composto por
respetivo serviço antes de decorridos cinco anos. um presidente e dois vogais.
5 - O provimento nos cargos de direção 2 - O presidente é designado de entre
superior produz efeitos à data do despacho de personalidades de reconhecidos mérito
designação, salvo se outra data for profissional, credibilidade e integridade pessoal.
expressamente fixada. 3 - Os vogais são designados de entre
6 - O despacho de designação, devidamente personalidades de reconhecidos mérito
fundamentado, é publicado no Diário da profissional, credibilidade e integridade pessoal,
República, no prazo máximo de 30 dias após a cuja atividade seja ou tenha sido exercida
respetiva data, juntamente com uma nota preferencialmente na área dos recursos
relativa ao currículo académico e profissional do humanos ou da administração local autárquica.
designado. 4 - Aos membros do júri que não sejam
7 - São nulos os despachos de designação vinculados à Administração Pública é devida
para cargos de direção superior proferidos entre remuneração, a fixar pela câmara municipal,
a realização de eleições gerais ou de eleições cujo montante não pode ser superior ao fixado
intercalares para o órgão executivo e a nos termos do n.º 5 do artigo 21.º da Lei n.º
instalação da câmara municipal recém-eleita. 2/2004, de 15 de janeiro, na redação que lhe foi
8 - Excetuam-se do disposto no número dada pela Lei n.º 64/2011, de 22 de dezembro.
anterior as designações em regime de 5 - A pedido da câmara municipal ou do
substituição, nos termos do artigo 27.º da Lei serviço municipalizado interessado, o
n.º 2/2004, de 15 de janeiro, na redação que procedimento concursal é assegurado por
lhe foi dada pela Lei n.º 64/2011, de 22 de entidade pública competente, não integrada nos
dezembro, e do artigo 19.º da presente lei. serviços do município, com dispensa de
constituição de júri mas com intervenção da
Artigo 12.º pessoa referida no n.º 2, sendo, nesse caso,
Recrutamento para os cargos de direção aplicável, com as devidas adaptações, o disposto
intermédia nos n.os 1, 2, 5, 6, 7 e 12 a 16 do artigo 21.º da
Lei n.º 2/2004, de 15 de janeiro, na redação que
1 - A área de recrutamento para os cargos de lhe foi dada pela Lei n.º 64/2011, de 22 de
direção intermédia de 1.º e 2.º graus é a dezembro.
prevista nos n.os 1 e 3 do artigo 20.º da Lei n.º
2/2004, de 15 de janeiro, na redação que lhe foi CAPÍTULO III
dada pela Lei n.º 64/2011, de 22 de dezembro. Formação profissional e competências
2 - A confirmação de que as funções da
unidade orgânica a que se refere o n.º 3 do Artigo 14.º
artigo 20.º da Lei n.º 2/2004, de 15 de janeiro, Formação profissional específica
na redação que lhe foi dada pela Lei n.º
64/2011, de 22 de dezembro, correspondem a 1 - O exercício de funções dirigentes implica
uma atividade específica e são essencialmente o aproveitamento em cursos específicos para
asseguradas por pessoal integrado em carreiras alta direção em Administração Pública ou
ou categorias de grau 3 de complexidade administração autárquica, diferenciados, se
funcional, depende de aprovação prévia da necessário, em função do nível, grau e conteúdo
câmara municipal, sob proposta do respetivo funcional dos cargos dirigentes.
presidente. 2 - Sem prejuízo da definição de conteúdos
3 - Nos casos em que o procedimento próprios da administração local, a formação
concursal fique deserto ou em que nenhum dos profissional específica inclui necessariamente as
candidatos reúna condições para ser nomeado, seguintes áreas de competência:
nos termos do n.º 7 do artigo 21.º da Lei n.º
a) Organização e atividade
2/2004, de 15 de janeiro, na redação que lhe foi
administrativa;
dada pela Lei n.º 64/2011, de 22 de dezembro,
b) Gestão de pessoas e liderança;
os titulares dos cargos de direção intermédia
podem igualmente ser recrutados, em

271
Autarquias Locais - Legislação Nacional
c) Gestão de recursos humanos, 2 - Compete ainda aos titulares de cargos de
orçamentais, materiais e tecnológicos; direção:
d) Informação e conhecimento;
a) Definir os objetivos de atuação da
e) Qualidade, inovação e modernização;
unidade orgânica que dirigem, tendo
f) Internacionalização e assuntos
em conta os objetivos gerais
comunitários;
estabelecidos;
g) Gestão da mudança.
b) Orientar, controlar e avaliar o
3 - Os cursos adequados à formação desempenho e a eficiência dos serviços
profissional específica a que se refere o presente dependentes, com vista à execução dos
artigo, qualquer que seja a sua designação e planos de atividades e à prossecução
duração, são assegurados, no âmbito da dos resultados obtidos e a alcançar;
administração local, pela Fundação CEFA - c) Garantir a coordenação das atividades
Fundação para os Estudos e Formação e a qualidade técnica da prestação dos
Autárquica, devendo os respetivos regulamentos serviços na sua dependência;
e condições de acesso ser objeto de portaria dos d) Gerir com rigor e eficiência os
membros do Governo responsáveis pelas áreas recursos humanos, patrimoniais e
da administração local e da Administração tecnológicos afetos à sua unidade
Pública. orgânica, otimizando os meios e
4 - A formação profissional específica acima adotando medidas que permitam
referida pode ser igualmente garantida por simplificar e acelerar procedimentos e
instituições de ensino superior, em termos a promover a aproximação à sociedade e
fixar em diploma regulamentar. a outros serviços públicos;
5 - Os titulares dos cargos dirigentes e) Assegurar a qualidade técnica do
frequentam um dos cursos a que se refere o n.º trabalho produzido na sua unidade
1 durante os dois primeiros anos de exercício de orgânica e garantir o cumprimento dos
funções ou, em caso de impossibilidade por prazos adequados à eficaz prestação do
causa que não lhes seja imputável, no mais serviço, tendo em conta a satisfação do
breve prazo. interesse dos destinatários;
f) Efetuar o acompanhamento
Artigo 15.º profissional no local de trabalho,
Competências do pessoal dirigente apoiando e motivando os trabalhadores
e proporcionando-lhes os adequados
1 - Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do conhecimentos e apti-dões
artigo 4.º, os titulares dos cargos de direção profissionais necessários ao exercício
exercem, na respetiva unidade orgânica, as do respetivo posto de trabalho, bem
seguintes competências: como os procedimentos mais
adequados ao incremento da qualidade
a) Submeter a despacho do presidente
do serviço a prestar;
da câmara ou a deliberação do
g) Divulgar junto dos trabalhadores os
conselho de administração dos serviços
documentos internos e as normas de
municipalizados, devidamente
procedimento a adotar pelo serviço,
instruídos e informados, os assuntos
bem como debater e esclarecer as
que dependam da sua resolução;
ações a desenvolver para o
b) Receber e fazer distribuir pelos
cumprimento dos objetivos do serviço,
serviços da unidade orgânica a
de forma a garantir o empenho e a
correspondência a eles referente;
assunção de responsabilidades por
c) Propor ao presidente da câmara
parte dos trabalhadores;
municipal ou ao conselho de
h) Proceder de forma objetiva à
administração dos serviços
avaliação do mérito dos trabalhadores,
municipalizados tudo o que seja do
em função dos resultados individuais e
interesse dos órgãos referidos;
de grupo e à forma como cada um se
d) Colaborar na elaboração dos
empenha na prossecução dos objetivos
instrumentos de gestão previsional e
e no espírito de equipa;
dos relatórios e contas;
i) Identificar as necessidades de
e) Estudar os problemas de que sejam
formação específica dos trabalhadores
encarregados pelo presidente dos
da sua unidade orgânica e propor a
órgãos executivos e propor as soluções
frequência das ações de formação
adequadas;
consideradas adequadas ao suprimento
f) Promover a execução das decisões do
das referidas necessidades, sem
presidente e das deliberações dos
prejuízo do direito à autoformação;
órgãos executivos nas matérias que
j) Proceder ao controlo efetivo da
interessam à respetiva unidade
assiduidade, pontualidade e
orgânica que dirige.
cumprimento do período normal de

272
Autarquias Locais - Legislação Nacional
trabalho por parte dos trabalhadores 2/2004, de 15 de janeiro, na redação que lhe foi
da sua unidade orgânica; dada pela Lei n.º 64/2011, de 22 de dezembro.
k) Autorizar a passagem de certidões de
documentos arquivados na respetiva Artigo 19.º
unidade orgânica, exceto quando Substituição
contenham matéria confidencial ou
1 - A substituição a que se refere o artigo
reservada, bem como a restituição de
27.º da Lei n.º 2/2004, de 15 de janeiro, na
documentos aos interessados.
redação que lhe foi dada pela Lei n.º 64/2011,
de 22 de dezembro, defere-se pela seguinte
Artigo 16.º
ordem:
Delegação de competências
a) Titular de cargo dirigente de grau e
1 - Os titulares de cargos de direção exercem nível imediatamente inferior na escala
também as competências que neles forem hierárquica;
delegadas ou subdelegadas, nos termos da lei. b) Trabalhador que reúna as condições
2 - Os titulares de cargos de direção podem legais de recrutamento para o cargo
delegar ou subdelegar nos titulares de cargos de dirigente a substituir.
direção de nível e grau inferior as competências
que neles tenham sido delegadas ou 2 - Nos casos referidos na alínea b) do
subdelegadas, com a faculdade de número anterior, pode ser dispensado o
subdelegação, e desde que exista a requisito do módulo de tempo de experiência
correspondente autorização do delegante ou profissional legalmente exigido, em caso de
subdelegante. manifesta inexistência de trabalhador que reúna
3 - A delegação de assinatura da todos os requisitos legais para o provimento do
correspondência ou do expediente necessário à cargo.
mera instrução dos processos é possível em
CAPÍTULO V
qualquer trabalhador.
Situação económico-financeira e
4 - A delegação e subdelegação de
mecanismos de flexibilidade
competências constituem instrumentos
privilegiados de gestão, cabendo aos titulares Artigo 20.º
dos cargos de direção a promoção da sua Situação económico-financeira
adoção, enquanto meios que propiciam a
redução de circuitos de decisão e uma gestão Aos municípios que se encontrem em
mais célere e desburocratizada. qualquer das situações previstas nas alíneas a) e
b) do n.º 1 do artigo 58.º da Lei n.º 73/2013, de
CAPÍTULO IV 3 de setembro, é vedada a possibilidade de
Comissão de serviço aumentar o número de dirigentes providos à
data da entrada em vigor da presente lei.
Artigo 17.º (Redacão dada pela Lei n.º 82-B/2014, de 31 de
Decisão da renovação da comissão de dezembro)
serviço
Artigo 21.º
É aplicável, com as devidas adaptações, à Mecanismos de flexibilidade
decisão sobre a renovação da comissão de
serviço a que se referem os artigos 22.º e 23.º 1 - Os municípios podem aprovar estruturas
da Lei n.º 2/2004, de 15 de janeiro, na redação orgânicas com um número de cargos dirigentes
que lhe foi dada pela Lei n.º 64/2011, de 22 de superior até 20 % por nível e grau ao número de
dezembro, o disposto no artigo 24.º do mesmo dirigentes cujo provimento é legalmente
diploma. permitido, no mínimo de um.
2 - Os municípios podem prover um número
Artigo 18.º de diretores de departamento municipal superior
Cessação da comissão de serviço ao resultante da aplicação dos critérios e limites
previstos na presente lei, desde que tal implique
1 - A comissão de serviço dos titulares dos o não provimento, em igual número, de
cargos dirigentes das câmaras municipais e dos diretores municipais.
serviços municipalizados cessa, com as 3 - O disposto no número anterior é
necessárias adaptações, nos termos do disposto aplicável, com as devidas adaptações, às
no artigo 25.º da Lei n.º 2/2004, de 15 de relações entre chefe de divisão municipal e
janeiro, na redação que lhe foi dada pela Lei n.º diretor de departamento municipal e entre
64/2011, de 22 de dezembro, com exceção do dirigente intermédio de 3.º grau ou inferior e
disposto na subalínea ii) da alínea e) do seu n.º chefe de divisão municipal.
1. 4 — O município que não se encontre nas
2 - É aplicável, com as devidas adaptações, o situações referidas no artigo anterior pode
disposto nos artigos 26.º e 26.º-A da Lei n.º aprovar estruturas orgânicas e prover um
número de cargos dirigentes superior ao previsto

273
Autarquias Locais - Legislação Nacional
na presente lei se, por efeito conjugado com pessoal dirigente da administração central,
outras medidas de racionalização, ao final de através do despacho conjunto a que se refere o
cada um dos exercícios orçamentais não existir n.º 2 do artigo 31.º da Lei n.º 2/2004, de 15 de
um aumento global dos custos com pessoal e janeiro, na redação que lhe foi dada pela Lei n.º
prestação de serviços a pessoas singulares. 64/2011, de 22 de dezembro, sendo-lhes
(Redacão dada pela Lei n.º 82-B/2014, de 31 de igualmente aplicáveis as correspondentes
dezembro) atualizações anuais.
5 — Quando nos casos do número anterior se 2 - A atribuição de despesas de
verifique um aumento dos custos cessa representação nos termos do número anterior é
automaticamente o provimento dos dirigentes da competência da assembleia municipal, sob
que tenha sido efetuado para além dos limites proposta da câmara municipal.
previstos na presente lei. (Redacão dada pela
Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro) Artigo 25.º
6 — Para efeitos do disposto nos n.os4 e 5 Mecanismos de adequação da estrutura
não relevam os aumentos dos custos com orgânica
pessoal que decorram de um seguintes factos:
a) Decisão legislativa ou judicial; 1 - Os municípios devem aprovar a
b) Assunção pelo município de pessoal adequação das suas estruturas orgânicas, nos
necessário para assegurar o exercício de termos do Decreto-Lei n.º 305/2009, de 23 de
atividades objeto de transferência ou outubro, às regras e critérios previstos na
contratualização de competências da presente lei até 31 de dezembro de 2012.
administração central para a administração 2 - Nos 30 dias posteriores à aprovação da
local; adequação das respetivas estruturas orgânicas,
c) Assunção de despesas com pessoal que os municípios devem enviar à Direção-Geral das
decorram dos respetivos processos de dissolução Autarquias Locais cópia das deliberações dos
e da internalização das atividades pelo competentes órgãos autárquicos respeitantes à
município. (Redacão dada pela Lei n.º 82- aprovação da adequação das estruturas
B/2014, de 31 de dezembro) orgânicas prevista na presente lei.
3 - Nos casos em que da aprovação da
CAPÍTULO VI adequação das estruturas orgânicas resultar
Disposições finais uma redução do número de dirigentes cujo
provimento é legalmente permitido superior a 30
Artigo 22.º % do número de dirigentes atualmente providos,
Reposição de verbas indevidas esta pode ocorrer de forma gradual, nos termos
do número seguinte.
Sem prejuízo da responsabilidade civil, 4 - É admitida a faculdade de uma renovação
financeira e disciplinar a que houver lugar nos das comissões de serviço, com exceção das
termos gerais, o pessoal que receba respeitantes aos diretores municipais e cargos
indevidamente remuneração e demais abonos legalmente equiparados, em número igual à
inerentes a lugar dirigente fica obrigado à diferença entre o número de dirigentes
reposição das quantias recebidas, sendo correspondente ao valor percentual previsto no
solidariamente responsável pela referida número anterior e o número total de dirigentes
reposição aquele que informe favoravelmente ou providos a reduzir, a qual, quando utilizada,
omita informação relativa ao provimento ou determina a suspensão dos efeitos das
permanência de pessoal dirigente em violação correspondentes alterações decorrentes da
do disposto na presente lei. adequação orgânica.
5 - A faculdade prevista no número anterior é
Artigo 23.º vedada aos municípios que se encontrem em
Competências situação de desequilíbrio financeiro estrutural ou
de rutura financeira nos termos do disposto no
Consideram-se reportadas ao presidente da artigo 41.º da Lei n.º 2/2007, de 15 de janeiro,
câmara municipal ou ao conselho de e aos municípios com um montante de
administração dos serviços municipalizados as endividamento líquido superior ao limite
referências feitas aos membros do Governo e legalmente permitido, ainda que não tenha sido
aos dirigentes máximos na Lei n.º 2/2004, de 15 declarada a situação de desequilíbrio financeiro
de janeiro, na redação que lhe foi dada pela Lei estrutural ou de rutura financeira.
n.º 64/2011, de 22 de dezembro. 6 - Os municípios devem enviar à Direção-
Geral das Autarquias Locais, no prazo previsto
Artigo 24.º no n.º 2, a lista de dirigentes em exercício de
Despesas de representação funções e prazos de termo das comissões de
serviço respetivas e, no caso do n.º 3, as
1 - Aos titulares de cargos de direção comissões de serviço suscetíveis de renovação.
superior de 1.º grau e de direção intermédia de 7 - É admitida a faculdade da manutenção
1.º e 2.º graus podem ser abonadas despesas até ao final do respetivo período das comissões
de representação no montante fixado para o de serviço dos dirigentes em funções à data da

274
Autarquias Locais - Legislação Nacional
entrada em vigor da presente lei, a qual, quando
utilizada, determina a suspensão dos efeitos das
correspondentes alterações decorrentes da
adequação orgânica.

Artigo 26.º
Percentagens

O resultado da aplicação das percentagens


previstas na presente lei é calculado segundo as
regras gerais do arredondamento.

Artigo 27.º
Norma revogatória

É revogado o Decreto-Lei n.º 93/2004, de 20


de abril, alterado pelos Decretos-Leis n.os
104/2006, de 7 de junho, e 305/2009, de 23 de
outubro.

Artigo 28.º
Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor no dia seguinte


ao da sua publicação.

275
Autarquias Locais - Legislação Nacional

276
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro se, ficando os municípios nela abrangidos
Estabelece o regime jurídico das autarquias automaticamente integrados na nova
locais, aprova o estatuto das entidades comunidade intermunicipal, sem prejuízo do
intermunicipais, estabelece o regime direito de abandoná-las.
jurídico da transferência de competências 4 - Quando seja dividida a área geográfica de
do Estado para as autarquias locais e para uma comunidade intermunicipal existente à data
as entidades intermunicipais e aprova o da entrada em vigor da presente lei, esta cinde-
regime jurídico do associativismo se em tantas comunidades intermunicipais
autárquico. quantas as áreas geográficas resultantes da
(Com as alterações introduzidas pelas divisão, que sucedem nas partes
Declarações de Retificação n.ºs 46-C/2013, de 1 correspondentes dos direitos e deveres das
de novembro e 50-A/2013, 11 de novembro) anteriores, ficando os municípios
automaticamente integrados na comunidade
A Assembleia da República decreta, nos intermunicipal por cuja área geográfica tenham
termos da alínea c) do artigo 161.º da passado a estar abrangidos, sem prejuízo do
Constituição, o seguinte: direito de abandoná-las.
5 - Os municípios que deixem de estar
Artigo 1.º abrangidos pela área territorial de uma
Objeto comunidade intermunicipal existente à data da
entrada em vigor da presente lei deixam
1 - A presente lei aprova: automaticamente de fazer parte daquela e ficam
automaticamente integrados na área
a) O regime jurídico das autarquias
metropolitana ou na comunidade intermunicipal
locais;
por cuja área geográfica tenham passado a estar
b) O estatuto das entidades
abrangidos, sem prejuízo de abandonar a
intermunicipais;
comunidade intermunicipal.
c) O regime jurídico da transferência de
6 - No prazo de 90 dias, as novas
competências do Estado para as
comunidades intermunicipais aprovam os seus
autarquias locais e para as entidades
estatutos e as comunidades intermunicipais
intermunicipais, assim como da
existentes à data da entrada em vigor da
delegação de competências do Estado
presente lei que sofram alterações nas
nas autarquias locais e nas entidades
respetivas áreas geográficas reveem os seus
intermunicipais e dos municípios nas
estatutos e regulam as consequências jurídicas
entidades intermunicipais e nas
da alteração.
freguesias;
7 - Mantêm-se válidos e em vigor, com as
d) O regime jurídico do associativismo
devidas adaptações, e em tudo o que não
autárquico.
contrarie o disposto no regime jurídico das
2 - Os regimes jurídicos e o estatuto referidos entidades intermunicipais, aprovado no anexo i,
no número anterior são aprovados no anexo i à os regulamentos com eficácia externa e os
presente lei, da qual faz parte integrante. regulamentos de organização e funcionamento
dos serviços das entidades intermunicipais
Artigo 2.º existentes à data da entrada em vigor da
Sucessão presente lei.
8 - Caso o direito de abandono das
1 - Sem prejuízo do disposto nos números comunidades intermunicipais referido nos n.os 2,
seguintes, as comunidades intermunicipais 3, 4 e 5 seja exercido no prazo de 6 meses após
existentes à data da entrada em vigor da a entrada em vigor da presente lei não é
presente lei mantêm-se com as áreas aplicável o disposto no n.º 2 do artigo 65.º
geográficas e as denominações constantes do
anexo ii à presente lei, da qual faz parte Artigo 3.º
integrante. Norma revogatória
2 - Quando todos os municípios que integrem
uma comunidade intermunicipal existente à data 1 - São revogados:
da entrada em vigor da presente lei passem a
a) Os artigos 2.º a 7.º, 10.º, 11.º, 13.º,
ficar abrangidos pelas áreas geográficas de
14.º, 44.º, 103.º, 105.º e 177.º a
outras comunidades intermunicipais, a primeira
187.º do Código Administrativo;
é extinta, ficando os municípios em questão
b) O Decreto-Lei n.º 78/84, de 8 de
automaticamente integrados nas últimas, sem
março;
prejuízo do direito de abandoná-las.
c) A Lei n.º 159/99, de 14 de setembro,
3 - Quando as áreas geográficas de várias
alterada pelos Decretos-Leis n.os
comunidades intermunicipais existentes à data
7/2003, de 15 de janeiro, e 268/2003,
da entrada em vigor da presente lei passem a
de 28 de outubro, e pelas Leis n.os
ficar abrangidas por uma única área geográfica,
107-B/2003, de 31 de dezembro, 55-
aquelas comunidades intermunicipais fundem-
B/2004, de 30 de dezembro, 60-

277
Autarquias Locais - Legislação Nacional
A/2005, de 30 de dezembro, 53- Artigo 5.º
A/2006, de 29 de dezembro, 67- Regime especial
A/2007, de 31 de dezembro, 64-
A/2008, de 31 de dezembro, 3-B/2010, A presente lei não prejudica o disposto na Lei
de 28 de abril, e 55-A/2010, de 31 de n.º 56/2012, de 8 de novembro.
dezembro;
d) Os artigos 1.º a 3.º, 10.º-A, 13.º a ANEXO I
16.º, as alíneas c) a o) e q) a s) do n.º (a que se refere o n.º 2 do artigo 1.º)
1 e os n.os 2 a 6 do artigo 17.º, os
artigos 18.º a 20.º, o n.º 1 do artigo TÍTULO I
23.º, 30.º a 41.º, 46.º-A, 49.º a 52.º- Disposições gerais
A, as alíneas b) a j) e m) a r) do n.º 1
e os n.os 2 a 8 do artigo 53.º, os Artigo 1.º
artigos 54.º e 55.º, 62.º a 74.º, 81.º a Objeto
95.º, e 98.º e 99.º da Lei n.º 169/99,
de 18 de setembro, alterada e 1 - A presente lei estabelece:
republicada pela Lei n.º 5-A/2002, de
a) O regime jurídico das autarquias
11 de janeiro, pela Lei n.º 67/2007, de
locais;
31 de dezembro, e pela Lei Orgânica
b) O estatuto das entidades
n.º 1/2011, de 30 de novembro;
intermunicipais;
e) O n.º 1 do artigo 2.º do Decreto-Lei
c) O regime jurídico da transferência de
n.º 310/2002, de 18 de dezembro,
competências do Estado para as
alterado pelos Decretos-Leis n.os
autarquias locais e para as entidades
156/2004, de 30 de junho, 9/2007, de
intermunicipais, assim como da
17 de janeiro, 114/2008, de 1 de julho,
delegação de competências do Estado
48/2011, de 1 de abril, e 204/2012, de
nas autarquias locais e nas entidades
29 de agosto, na parte em que refere
intermunicipais e dos municípios nas
as alíneas b), c) e f) do artigo 1.º do
entidades intermunicipais e nas
mesmo diploma, bem como as suas
freguesias;
subsequentes disposições relativas à
d) O regime jurídico do associativismo
titularidade da competência para o
autárquico.
licenciamento das atividades de venda
ambulante de lotarias, de arrumador 2 - As normas constantes da presente lei são
de automóveis e atividades ruidosas de de aplicação imperativa e prevalecem sobre as
caráter temporário que respeitem a normas especiais atualmente em vigor, salvo na
festas populares, romarias, feiras, medida em que o contrário resulte
arraiais e bailes; expressamente da presente lei.
f) A Lei n.º 45/2008, de 27 de agosto,
sem prejuízo do disposto no número Artigo 2.º
seguinte; Atribuições
g) A Lei n.º 46/2008, de 27 de agosto,
alterada pela Lei n.º 55-A/2010, de 31 Constituem atribuições das autarquias locais
de dezembro, sem prejuízo do disposto a promoção e salvaguarda dos interesses
no número seguinte. próprios das respetivas populações,
designadamente nos domínios referidos no n.º 2
2 - Os artigos 23.º a 30.º da Lei n.º 45/2008,
do artigo 7.º e no n.º 2 do artigo 23.º da
de 27 de agosto, e os artigos 23.º a 28.º da Lei
presente lei.
n.º 46/2008, de 27 de agosto, alterada pela Lei
n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro, mantêm-se
Artigo 3.º
em vigor até 31 de dezembro de 2013.
Competências
3 - A revogação da Lei n.º 159/99, de 14 de
setembro, prevista na alínea c) do número
As autarquias locais prosseguem as suas
anterior, não prejudica as transferências e
atribuições através do exercício pelos respetivos
delegações de competências efetuadas
órgãos das competências legalmente previstas,
previamente à entrada em vigor da presente lei.
designadamente:
Artigo 4.º a) De consulta;
Entrada em vigor b) De planeamento;
c) De investimento;
Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo d) De gestão;
anterior, a presente lei entra em vigor no dia e) De licenciamento e controlo prévio;
seguinte ao da realização das eleições gerais f) De fiscalização.
para os órgãos das autarquias locais
imediatamente subsequentes à sua publicação.

278
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 4.º f) Ação social;
Princípios gerais g) Proteção civil;
h) Ambiente e salubridade;
A prossecução das atribuições e o exercício i) Desenvolvimento;
das competências das autarquias locais e das j) Ordenamento urbano e rural;
entidades intermunicipais devem respeitar os k) Proteção da comunidade.
princípios da descentralização administrativa, da
3 - As atribuições das freguesias abrangem
subsidiariedade, da complementaridade, da
ainda o planeamento, a gestão e a realização de
prossecução do interesse público e da proteção
investimentos nos casos e nos termos previstos
dos direitos e interesses dos cidadãos e a
na lei.
intangibilidade das atribuições do Estado.
SECÇÃO II
TÍTULO II
Assembleia de freguesia
Autarquias locais
SUBSECÇÃO I
CAPÍTULO I
Competências
Disposições gerais
Artigo 8.º
Artigo 5.º
Natureza das competências
Órgãos
Sem prejuízo das demais competências legais
1 - Os órgãos representativos da freguesia
e de acordo com o disposto no artigo 3.º, a
são a assembleia de freguesia e a junta de
assembleia de freguesia tem as competências de
freguesia.
apreciação e fiscalização e as competências de
2 - Os órgãos representativos do município
funcionamento previstas na presente lei.
são a assembleia municipal e a câmara
municipal.
Artigo 9.º
Competências de apreciação e fiscalização
Artigo 6.º
Natureza
1 - Compete à assembleia de freguesia, sob
proposta da junta de freguesia:
1 - A assembleia de freguesia e a assembleia
municipal são os órgãos deliberativos, a) Aprovar as opções do plano e a
respetivamente, da freguesia e do município. proposta de orçamento, bem como as
2 - A junta de freguesia e a câmara municipal suas revisões;
são os órgãos executivos, respetivamente, da b) Apreciar o inventário dos bens,
freguesia e do município. direitos e obrigações patrimoniais e a
3 - A constituição, composição e organização respetiva avaliação, bem como apreciar
dos órgãos das autarquias locais são reguladas e votar os documentos de prestação de
na Lei n.º 169/99, de 18 de setembro, alterada contas;
pelas Leis n.os 5-A/2002, de 11 de janeiro, e c) Autorizar a junta de freguesia a
67/2007, de 31 de dezembro, e pela Lei contrair empréstimos e a proceder a
Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro. aberturas de crédito;
d) Aprovar as taxas e os preços da
CAPÍTULO II freguesia e fixar o respetivo valor;
Freguesia e) Autorizar a aquisição, alienação ou
oneração de bens imóveis de valor
SECÇÃO I superior ao limite fixado para a junta
Atribuições de freguesia e definir as respetivas
condições gerais, podendo determinar
Artigo 7.º o recurso à hasta pública;
Atribuições da freguesia f) Aprovar os regulamentos externos;
g) Autorizar a celebração de contratos de
1 - Constituem atribuições da freguesia a delegação de competências e de
promoção e salvaguarda dos interesses próprios acordos de execução entre a junta de
das respetivas populações, em articulação com o freguesia e a câmara municipal, bem
município. como a respetiva resolução e, no caso
2 - As freguesias dispõem de atribuições dos contratos de delegação de
designadamente nos seguintes domínios: competências, a sua revogação;
h) Autorizar a celebração de protocolos
a) Equipamento rural e urbano;
de delegação de tarefas administrativas
b) Abastecimento público;
entre a junta de freguesia e as
c) Educação;
organizações de moradores;
d) Cultura, tempos livres e desporto;
e) Cuidados primários de saúde;

279
Autarquias Locais - Legislação Nacional
i) Autorizar a celebração de protocolos e) Apreciar, em cada uma das sessões
com instituições públicas, particulares e ordinárias, uma informação escrita do
cooperativas que desenvolvam a sua presidente da junta de freguesia acerca
atividade na circunscrição territorial da da atividade desta e da situação
freguesia, designadamente quando os financeira da freguesia, a qual deve ser
equipamentos envolvidos sejam enviada ao presidente da mesa da
propriedade da freguesia e se assembleia de freguesia com a
salvaguarde a sua utilização pela antecedência de cinco dias sobre a
comunidade local; data de início da sessão;
j) Autorizar a freguesia a estabelecer f) Discutir, na sequência de pedido de
formas de cooperação com entidades qualquer dos titulares do direito de
públicas ou privadas; oposição, o relatório a que se refere o
k) Autorizar a freguesia a constituir as Estatuto do Direito de Oposição;
associações previstas no título v; g) Aprovar referendos locais;
l) Autorizar a concessão de apoio h) Apreciar a recusa da prestação de
financeiro ou de qualquer outra quaisquer informações ou recusa da
natureza às instituições dedicadas ao entrega de documentos por parte da
desenvolvimento de atividades junta de freguesia ou de qualquer dos
culturais, recreativas e desportivas seus membros que obstem à realização
legalmente constituídas pelos de ações de acompanhamento e
trabalhadores da freguesia; fiscalização;
m) Aprovar o mapa de pessoal dos i) Acompanhar e fiscalizar a atividade da
serviços da freguesia; junta de freguesia;
n) Aprovar a criação e a reorganização j) Pronunciar-se e deliberar sobre todos
dos serviços da freguesia; os assuntos que visem a prossecução
o) Regulamentar a apascentação de das atribuições da freguesia;
gado, na respetiva área geográfica; k) Pronunciar-se e deliberar sobre todos
p) Estabelecer, após parecer da os assuntos com interesse para a
Comissão de Heráldica da Associação freguesia, por sua iniciativa ou após
dos Arqueólogos Portugueses, a solicitação da junta de freguesia.
constituição dos brasões, dos selos e
3 - Não podem ser alteradas na assembleia
das bandeiras da freguesia e das suas
de freguesia as propostas apresentadas pela
localidades e povoações e proceder à
junta de freguesia referidas nas alíneas a), f) e
sua publicação no Diário da República;
m) do n.º 1, nem os documentos referidos na
q) Verificar a conformidade dos
alínea b) do mesmo número, sem prejuízo de
requisitos relativos ao exercício de
esta poder vir a acolher em nova proposta as
funções a tempo inteiro ou a meio
recomendações ou sugestões feitas pela
tempo do presidente da junta de
assembleia de freguesia.
freguesia;
(Nos termos da Declaração de Retificação n.º
r) Autorizar a celebração de protocolos
46-C/2013, de 1 de novembro, na alínea k) do
de geminação, amizade, cooperação ou
n.º 1 do artigo 9.º do anexo I, onde se
parceria entre freguesias com
lê:«Autorizar a freguesia a constituir as
afinidades, quer ao nível das suas
associações previstas no título V» deve ler -
denominações, quer quanto ao orago
se:«Autorizar a freguesia a constituir as
da freguesia ou a outras características
associações previstas no capítulo IV do título
de índole cultural, económica, histórica
III»)
ou geográfica.
Artigo 10.º
2 - Compete ainda à assembleia de Competências de funcionamento
freguesia:
1 - Compete à assembleia de freguesia:
a) Aceitar doações, legados e heranças a
benefício de inventário; a) Elaborar e aprovar o seu regimento;
b) Estabelecer as normas gerais de b) Deliberar sobre recursos interpostos
administração do património da da marcação de faltas injustificadas
freguesia ou sob sua jurisdição; aos seus membros;
c) Deliberar sobre a administração dos c) Deliberar sobre a constituição de
recursos hídricos que integram o delegações, comissões ou grupos de
domínio público da freguesia; trabalho para o estudo de matérias
d) Conhecer e tomar posição sobre os relacionadas com as atribuições da
relatórios definitivos resultantes de freguesia e sem prejudicar o
ações tutelares ou de auditorias funcionamento e a atividade normal da
executadas sobre a atividade dos junta de freguesia;
órgãos e serviços da freguesia; d) Solicitar e receber informação,
através da mesa e a pedido de

280
Autarquias Locais - Legislação Nacional
qualquer membro, sobre assuntos de Artigo 13.º
interesse para a freguesia e sobre a Mesa da assembleia de freguesia
execução de deliberações anteriores.
1 - Compete à mesa:
2 - No exercício das respetivas competências,
a assembleia de freguesia é apoiada, sendo caso a) Elaborar a ordem do dia das sessões e
disso, por trabalhadores dos serviços da proceder à sua distribuição;
freguesia designados pela junta de freguesia. b) Deliberar sobre as questões de
interpretação e de integração de
SUBSECÇÃO II lacunas do regimento;
Funcionamento c) Encaminhar, em conformidade com o
regimento, as iniciativas dos membros
Artigo 11.º da assembleia de freguesia e da junta
Sessões ordinárias de freguesia;
d) Comunicar à assembleia de freguesia
1 - A assembleia de freguesia reúne em as decisões judiciais relativas à perda
quatro sessões ordinárias anuais, em abril, de mandato em que incorra qualquer
junho, setembro e novembro ou dezembro, dos seus membros;
convocadas com uma antecedência mínima de e) Dar conhecimento à assembleia de
oito dias por edital e por carta com aviso de freguesia do expediente relativo aos
receção ou protocolo. assuntos relevantes;
2 - A apreciação do inventário dos bens, f) Proceder à marcação e justificação de
direitos e obrigações patrimoniais, a respetiva faltas dos membros da assembleia de
avaliação e a apreciação e votação dos freguesia;
documentos de prestação de contas do ano g) Exercer os poderes funcionais e
anterior devem ter lugar na primeira sessão e a cumprir as diligências que lhe sejam
aprovação das opções do plano e da proposta de determinadas pela assembleia de
orçamento para o ano seguinte na quarta freguesia;
sessão, salvo o disposto no artigo 61.º h) Exercer as demais competências
legais.
Artigo 12.º
2 - O pedido de justificação de faltas pelo
Sessões extraordinárias
interessado é feito por escrito e dirigido à mesa,
no prazo de cinco dias a contar da data da
1 - A assembleia de freguesia reúne em
sessão ou reunião em que a falta se tenha
sessão extraordinária por iniciativa da mesa ou
verificado, e a decisão é notificada ao
após requerimento:
interessado pessoalmente ou por via postal.
a) Do presidente da junta de freguesia, 3 - Das deliberações da mesa cabe recurso
em cumprimento de deliberação desta; para o plenário da assembleia de freguesia.
b) De um terço dos seus membros;
c) De um número de cidadãos eleitores Artigo 14.º
inscritos no recenseamento eleitoral da Competências do presidente e dos
freguesia equivalente a 30 vezes o secretários
número de elementos que compõem a
assembleia de freguesia, quando 1 - Compete ao presidente da assembleia de
aquele número de cidadãos eleitores freguesia:
for igual ou inferior a 5000, ou a 50
a) Representar a assembleia de
vezes, quando for superior.
freguesia, assegurar o seu regular
2 - O presidente da assembleia de freguesia, funcionamento e presidir aos seus
no prazo de cinco dias após a iniciativa da mesa trabalhos;
ou a receção dos requerimentos previstos no b) Convocar as sessões ordinárias e
número anterior, por edital e por carta com extraordinárias;
aviso de receção ou protocolo, convoca a sessão c) Elaborar a ordem do dia das sessões e
extraordinária da assembleia de freguesia. proceder à sua distribuição;
3 - A sessão extraordinária referida no d) Abrir e dirigir os trabalhos, mantendo
número anterior deve ser realizada no prazo a disciplina das sessões;
mínimo de 3 dias e máximo de 10 dias após a e) Assegurar o cumprimento da lei e a
sua convocação. regularidade das deliberações;
4 - Quando o presidente da mesa da f) Suspender e encerrar
assembleia de freguesia não convoque a sessão antecipadamente as sessões, quando
extraordinária requerida, podem os requerentes circunstâncias excecionais o
convocá-la diretamente, observando, com as justifiquem, mediante decisão
devidas adaptações, o disposto nos n.os 2 e 3 e fundamentada a incluir na ata da
promovendo a respetiva publicitação nos locais reunião;
habituais.

281
Autarquias Locais - Legislação Nacional
g) Comunicar à junta de freguesia as plano e a respetiva deliberação tenha
faltas do seu presidente ou do sido aprovada por maioria de dois
substituto legal às sessões da terços dos membros da assembleia de
assembleia de freguesia; freguesia em efetividade de funções;
h) Comunicar ao Ministério Público as e) Elaborar e aprovar a norma de
faltas injustificadas dos membros da controlo interno, bem como o
assembleia de freguesia e da junta de inventário dos bens, direitos e
freguesia, quando em número obrigações patrimoniais da freguesia e
relevante para efeitos legais; respetiva avaliação, e ainda os
i) Exercer os poderes funcionais e documentos de prestação de contas, a
cumprir as diligências que lhe sejam submeter à apreciação da assembleia
determinadas pelo regimento ou pela de freguesia;
assembleia de freguesia; f) Executar, por empreitada ou
j) Exercer as demais competências administração direta, as obras que
legais. constem das opções do plano e tenham
dotação orçamental adequada nos
2 - Compete aos secretários coadjuvar o
instrumentos de gestão previsional
presidente da assembleia de freguesia no
aprovados pela assembleia de
exercício das suas funções, assegurar o
freguesia;
expediente e, na falta de trabalhador designado
g) Aprovar operações urbanísticas em
para o efeito, lavrar as atas das sessões.
imóveis integrados no domínio
patrimonial privado da freguesia, após
SECÇÃO III
parecer prévio das entidades
Junta de freguesia
competentes;
h) Elaborar e submeter à aprovação da
SUBSECÇÃO I
assembleia de freguesia os projetos de
Competências
regulamentos externos da freguesia,
bem como aprovar regulamentos
Artigo 15.º
internos;
Natureza das competências
i) Discutir e preparar com a câmara
municipal contratos de delegação de
Sem prejuízo das demais competências legais
competências e acordos de execução,
e de acordo com o disposto no artigo 3.º, a
nos termos previstos na presente lei;
junta de freguesia tem as competências
j) Submeter à assembleia de freguesia,
materiais e as competências de funcionamento
para efeitos de autorização, propostas
previstas na presente lei.
de celebração de contratos de
delegação de competências e de
Artigo 16.º
acordos de execução, bem como da
Competências materiais
respetiva resolução e, no caso de
contratos de delegação de
1 - Compete à junta de freguesia:
competências, revogação;
a) Elaborar e submeter à aprovação da k) Discutir e preparar com as
assembleia de freguesia as opções do organizações de moradores protocolos
plano e a proposta do orçamento, de delegação de tarefas administrativas
assim como as respetivas revisões; que não envolvam o exercício de
b) Executar as opções do plano e o poderes de autoridade;
orçamento, assim como aprovar as l) Submeter à assembleia de freguesia,
suas alterações; para efeitos de autorização, propostas
c) Adquirir, alienar ou onerar bens de celebração dos protocolos de
imóveis de valor até 220 vezes a delegação de tarefas administrativas
remuneração mínima mensal garantida previstos na alínea anterior;
(RMMG) nas freguesias até 5000 m) Discutir e preparar com instituições
eleitores, de valor até 300 vezes a públicas, particulares e cooperativas
RMMG nas freguesias com mais de que desenvolvam a sua atividade na
5000 eleitores e menos de 20 000 circunscrição territorial da freguesia
eleitores e de valor até 400 vezes a protocolos de colaboração,
RMMG nas freguesias com mais de 20 designadamente quando os respetivos
000 eleitores; equipamentos sejam propriedade da
d) Alienar em hasta pública, freguesia e se salvaguarde a sua
independentemente de autorização da utilização pela comunidade local;
assembleia de freguesia, bens imóveis n) Submeter à assembleia de freguesia,
de valor superior aos referidos na para efeitos de autorização, propostas
alínea anterior, desde que a alienação de celebração dos protocolos de
decorra da execução das opções do colaboração referidos na alínea
anterior;

282
Autarquias Locais - Legislação Nacional
o) Deliberar sobre as formas de apoio a gg) Conceder terrenos, nos cemitérios
entidades e organismos legalmente propriedade da freguesia, para jazigos,
existentes, nomeadamente com vista à mausoléus e sepulturas perpétuas;
execução de obras ou à realização de hh) Gerir, conservar e promover a
eventos de interesse para a freguesia, limpeza dos cemitérios propriedade da
bem como à informação e defesa dos freguesia;
direitos dos cidadãos; ii) Administrar e conservar o património
p) Pronunciar-se sobre projetos de da freguesia;
construção e de ocupação da via jj) Elaborar e manter atualizado o
pública, sempre que tal lhe for cadastro dos bens móveis e imóveis
requerido pela câmara municipal; propriedade da freguesia;
q) Participar, nos termos acordados com kk) Adquirir e alienar bens móveis;
a câmara municipal, no processo de ll) Declarar prescritos a favor da
elaboração dos planos municipais de freguesia, após publicação de avisos,
ordenamento do território; os jazigos, mausoléus ou outras obras,
r) Colaborar, nos termos acordados com bem como sepulturas perpétuas
a câmara municipal, na discussão instaladas nos cemitérios propriedade
pública dos planos municipais do da freguesia, quando não sejam
ordenamento do território; conhecidos os proprietários ou
s) Facultar a consulta pelos interessados relativamente aos quais se mostre que,
dos planos municipais de ordenamento após notificação judicial, se mantém
do território; desinteresse na sua conservação e
t) Promover e executar projetos de manutenção de forma inequívoca e
intervenção comunitária nas áreas da duradoura;
ação social, cultura e desporto; mm) Fornecer material de limpeza e de
u) Participar, em colaboração com expediente às escolas do 1.º ciclo do
instituições particulares de ensino básico e aos estabelecimentos
solidariedade social, em programas e de educação pré-escolar;
iniciativas de ação social; nn) Proceder ao registo e ao
v) Apoiar atividades de natureza social, licenciamento de canídeos e gatídeos;
cultural, educativa, desportiva, oo) Proceder à administração ou à
recreativa ou outra de interesse para a utilização de baldios sempre que não
freguesia; existam assembleias de compartes;
w) Emitir parecer sobre a denominação pp) Executar, no âmbito da comissão
das ruas e praças das localidades e das recenseadora, as operações de
povoações; recenseamento eleitoral, bem como
x) Prestar a outras entidades públicas desempenhar as funções que lhe sejam
toda a colaboração que lhe for determinadas pelas leis eleitorais e dos
solicitada, designadamente nos referendos;
domínios da estatística e outros do qq) Lavrar termos de identidade e
interesse da população da freguesia; justificação administrativa;
y) Colaborar com a autoridade municipal rr) Passar atestados;
de proteção civil na iminência ou ss) Conhecer e tomar posição sobre os
ocorrência de acidente grave ou relatórios definitivos de ações tutelares
catástrofe; ou de auditorias levadas a efeito aos
z) Promover a conservação de abrigos de órgãos ou serviços da freguesia;
passageiros existentes na freguesia; tt) Dar cumprimento ao Estatuto do
aa) Gerir, conservar e promover a Direito de Oposição;
limpeza de balneários, lavadouros e uu) Deliberar sobre a constituição e
sanitários públicos; participação nas associações previstas
bb) Gerir e manter parques infantis no título v;
públicos e equipamentos desportivos vv) Remeter ao Tribunal de Contas as
de âmbito local; contas da freguesia;
cc) Conservar e promover a reparação ww) Exercer os poderes funcionais e
de chafarizes e fontanários públicos; cumprir as diligências que lhe sejam
dd) Colocar e manter as placas determinadas pela assembleia de
toponímicas; freguesia;
ee) Conservar e reparar a sinalização xx) Apresentar propostas à assembleia
vertical não iluminada instalada nas de freguesia sobre matérias da
vias municipais; competência desta.
ff) Proceder à manutenção e
2 - Compete também à junta de freguesia
conservação de caminhos, arruamentos
proceder à construção dos equipamentos
e pavimentos pedonais;
referidos nas alíneas z) a cc) e hh) do número

283
Autarquias Locais - Legislação Nacional
anterior quando os mesmos se destinem a assembleia de freguesia através da
integrar o respetivo património. respetiva mesa;
3 - Compete ainda à junta de freguesia o e) Suspender ou encerrar
licenciamento das seguintes atividades: antecipadamente as reuniões, quando
circunstâncias excecionais o
a) Venda ambulante de lotarias;
justifiquem, mediante decisão
b) Arrumador de automóveis;
fundamentada a incluir na ata da
c) Atividades ruidosas de caráter
reunião;
temporário que respeitem a festas
f) Executar as deliberações da junta de
populares, romarias, feiras, arraiais e
freguesia e coordenar a respetiva
bailes.
atividade;
4 - A alienação de bens e valores artísticos do g) Dar cumprimento às deliberações da
património da freguesia é objeto de legislação assembleia de freguesia, sempre que
especial. para a sua execução seja necessária a
(Nos termos da Declaração de Retificação n.º intervenção da junta de freguesia;
46-C/2013, de 1 de novembro, na alínea uu) do h) Autorizar a realização de despesas até
n.º 1 do artigo 16.º do anexo I, onde se ao limite estipulado por delegação da
lê:«Deliberar sobre a constituição e participação junta de freguesia;
nas associações previstas no título V»deve ler - i) Autorizar o pagamento das despesas
se:«Deliberar sobre a constituição e participação orçamentadas, de acordo com as
nas associações previstas no capítulo IV do título deliberações da junta de freguesia;
III») j) Submeter a norma de controlo
Artigo 17.º interno, quando aplicável, bem como o
Delegação de competências no presidente inventário dos bens, direitos e
da junta de freguesia obrigações patrimoniais e respetiva
avaliação e ainda os documentos de
1 - A junta de freguesia pode delegar as suas prestação de contas, à aprovação da
competências no respetivo presidente, com junta de freguesia e à apreciação e
exceção das previstas nas alíneas a), c), e), h), votação da assembleia de freguesia,
j), l), n), o), p), q), r), v), oo), ss), tt) e xx) do com exceção da norma de controlo
n.º 1 do artigo anterior. interno;
2 - À revogação dos atos e ao recurso das k) Submeter a visto prévio do Tribunal
decisões do presidente da junta de freguesia no de Contas, nos termos da lei, os atos
exercício de competências delegadas é aplicável, praticados e os contratos celebrados
com as devidas adaptações, o previsto nos n.os pela junta de freguesia, assim como
2 e 3 do artigo 34.º quaisquer outros instrumentos que
impliquem despesa para a freguesia;
Artigo 18.º l) Assinar, em nome da junta de
Competências do presidente da junta de freguesia, toda a correspondência, bem
freguesia como os termos, atestados e certidões
da competência da mesma;
1 - Compete ao presidente da junta de m) Colaborar com outras entidades no
freguesia: domínio da proteção civil, tendo em
vista o cumprimento dos planos de
a) Representar a freguesia em juízo e emergência e programas estabelecidos,
fora dele; designadamente em operações de
b) Elaborar a ordem do dia, convocar, socorro e assistência na iminência ou
abrir e encerrar as reuniões da junta ocorrência de acidente grave ou
de freguesia, dirigir os trabalhos e catástrofe;
assegurar o cumprimento da lei e a n) Participar no conselho municipal de
regularidade das deliberações; segurança;
c) Representar a junta de freguesia na o) Presidir à unidade local de proteção
assembleia de freguesia e integrar a civil;
assembleia municipal do município em p) Determinar a instrução dos processos
cuja circunscrição territorial se de contraordenação e proceder à
compreende a circunscrição territorial aplicação das coimas, com a faculdade
da respetiva freguesia, comparecendo de delegação em qualquer dos
às sessões, salvo caso de justo restantes membros da junta de
impedimento, sendo representado, freguesia;
neste caso, pelo substituto legal por si q) Comunicar à assembleia de freguesia
designado; as faltas injustificadas marcadas aos
d) Responder, no prazo máximo de 30 membros da junta de freguesia;
dias, aos pedidos de informação r) Dar conhecimento aos restantes
formulados pelos membros da membros da junta de freguesia e
remeter à assembleia de freguesia

284
Autarquias Locais - Legislação Nacional
cópias dos relatórios definitivos de a escrituração dos modelos
ações tutelares ou de auditorias sobre contabilísticos da receita e da despesa,
a atividade da junta de freguesia e dos com base nos respetivos documentos
serviços da freguesia, no prazo máximo que são assinados pelo presidente da
de 10 dias após o recebimento dos junta de freguesia.
mesmos;
s) Promover a publicação por edital do Artigo 19.º
relatório de avaliação previsto no Competências de funcionamento
Estatuto do Direito de Oposição;
t) Presidir à comissão recenseadora da Compete à junta de freguesia:
freguesia;
a) Executar e velar pelo cumprimento
u) Promover todas as ações necessárias
das deliberações da assembleia de
à administração do património da
freguesia;
freguesia;
b) Gerir os serviços da freguesia;
v) Elaborar e enviar à assembleia de
c) Proceder à marcação das faltas dos
freguesia os elementos referidos na
seus membros e à respetiva
alínea e) do n.º 2 do artigo 9.º;
justificação;
w) Informar a câmara municipal sobre a
d) Instaurar pleitos e defender-se neles,
existência de edificações degradadas
podendo confessar, desistir ou
ou que ameacem desmoronar-se e
transigir, se não houver ofensa de
solicitar a respetiva vistoria;
direitos de terceiros;
x) Responder, no prazo máximo de 20
e) Gerir os recursos humanos ao serviço
dias, aos pedidos de informação
da freguesia.
formulados pelos cidadãos recenseados
na freguesia sobre matérias nas quais
SUBSECÇÃO II
tenham interesse e que sejam da
Funcionamento
atribuição da freguesia ou da
competência da junta de freguesia;
Artigo 20.º
y) Exercer as demais competências
Periodicidade das reuniões
legais e delegadas, bem como exercer
os poderes funcionais e cumprir as
1 - A junta de freguesia reúne ordinariamente
diligências que lhe sejam determinadas
uma vez por mês, ou quinzenalmente, se o
pela junta de freguesia.
julgar conveniente, e extraordinariamente
2 - Compete ainda ao presidente da junta de sempre que necessário.
freguesia: 2 - A junta de freguesia delibera sobre os
dias e horas das reuniões ordinárias, podendo
a) Decidir sobre o exercício de funções
estabelecer dia e hora certos para as mesmas,
em regime de tempo inteiro ou de meio
devendo, neste último caso, publicar editais, o
tempo, nos termos da lei;
que dispensa outras formas de convocação.
b) Proceder à distribuição de funções
pelos restantes membros da junta de
Artigo 21.º
freguesia e designar o seu substituto
Convocação das reuniões ordinárias
nas situações de faltas e
impedimentos.
1 - Na falta da deliberação a que se refere o
3 - A distribuição de funções implica a n.º 2 do artigo anterior, compete ao presidente
designação dos membros aos quais as mesmas da junta de freguesia marcar o dia e hora certos
cabem e deve prever, designadamente: das reuniões ordinárias e publicitar a decisão
nos termos e com os efeitos da parte final do
a) A elaboração das atas das reuniões da mesmo número.
junta de freguesia, na falta de 2 - Quaisquer alterações ao dia e hora
trabalhador nomeado para o efeito; marcados nos termos do número anterior devem
b) A certificação, mediante despacho do ser comunicadas a todos os membros da junta
presidente da junta de freguesia, dos de freguesia com, pelo menos, três dias de
factos que constem dos arquivos da antecedência e por carta com aviso de receção
freguesia e, independentemente de ou protocolo.
despacho, o conteúdo das atas das
reuniões da junta de freguesia; Artigo 22.º
c) A subscrição dos atestados que devam Convocação das reuniões extraordinárias
ser assinados pelo presidente da junta
de freguesia; 1 - As reuniões extraordinárias podem ser
d) A execução do expediente da junta de convocadas por iniciativa do presidente da junta
freguesia; de freguesia ou a requerimento da maioria dos
e) A arrecadação das receitas, o seus membros, não podendo, neste caso, ser
pagamento das despesas autorizadas e recusada a convocação.

285
Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 - As reuniões extraordinárias são Artigo 25.º
convocadas com, pelo menos, cinco dias de Competências de apreciação e fiscalização
antecedência, sendo comunicadas a todos os
membros da junta de freguesia por edital e por 1 - Compete à assembleia municipal, sob
carta com aviso de receção ou protocolo. proposta da câmara municipal:
3 - O presidente da junta de freguesia
a) Aprovar as opções do plano e a
convoca a reunião para um dos oito dias
proposta de orçamento, bem como as
subsequentes à receção do requerimento
respetivas revisões;
previsto no n.º 1.
b) Aprovar as taxas do município e fixar
4 - Quando o presidente da junta de
o respetivo valor;
freguesia não efetue a convocação que lhe tenha
c) Deliberar em matéria de exercício dos
sido requerida nos termos do número anterior,
poderes tributários do município;
podem os requerentes efetuá-la diretamente,
d) Fixar anualmente o valor da taxa do
observando, com as devidas adaptações, o
imposto municipal sobre imóveis, bem
disposto nos n.os 2 e 3 e promovendo a
como autorizar o lançamento de
respetiva publicitação nos locais habituais.
derramas;
e) Pronunciar-se, no prazo legal, sobre o
CAPÍTULO III
reconhecimento pelo Governo de
Município
benefícios fiscais no âmbito de
impostos cuja receita reverte para os
SECÇÃO I
municípios;
Atribuições
f) Autorizar a contratação de
empréstimos;
Artigo 23.º
g) Aprovar as posturas e os
Atribuições do município
regulamentos com eficácia externa do
município;
1 - Constituem atribuições do município a
h) Aprovar os planos e demais
promoção e salvaguarda dos interesses próprios
instrumentos estratégicos necessários
das respetivas populações, em articulação com
à prossecução das atribuições do
as freguesias.
município;
2 - Os municípios dispõem de atribuições,
i) Autorizar a câmara municipal a
designadamente, nos seguintes domínios:
adquirir, alienar ou onerar bens
a) Equipamento rural e urbano; imóveis de valor superior a 1000 vezes
b) Energia; a RMMG, e fixar as respetivas
c) Transportes e comunicações; condições gerais, podendo determinar
d) Educação; o recurso à hasta pública, assim como
e) Património, cultura e ciência; a alienar ou onerar bens ou valores
f) Tempos livres e desporto; artísticos do município,
g) Saúde; independentemente do seu valor, sem
h) Ação social; prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo
i) Habitação; 33.º;
j) Proteção civil; j) Deliberar sobre formas de apoio às
k) Ambiente e saneamento básico; freguesias no quadro da promoção e
l) Defesa do consumidor; salvaguarda articulada dos interesses
m) Promoção do desenvolvimento; próprios das populações;
n) Ordenamento do território e k) Autorizar a celebração de contratos de
urbanismo; delegação de competências entre a
o) Polícia municipal; câmara municipal e o Estado e entre a
p) Cooperação externa. câmara municipal e a entidade
intermunicipal e autorizar a celebração
SECÇÃO II e denúncia de contratos de delegação
Assembleia municipal de competências e de acordos de
execução entre a câmara municipal e
SUBSECÇÃO I as juntas de freguesia;
Competências l) Autorizar a resolução e revogação dos
contratos de delegação de
Artigo 24.º competências e a resolução dos
Competências acordos de execução;
m) Aprovar a criação ou reorganização
Sem prejuízo das demais competências legais dos serviços municipais e a estrutura
e de acordo com o disposto no artigo 3.º, a orgânica dos serviços municipalizados;
assembleia municipal tem as competências de n) Deliberar sobre a criação de serviços
apreciação e fiscalização e as competências de municipalizados e todas as matérias
funcionamento previstas na presente lei. previstas no regime jurídico da

286
Autarquias Locais - Legislação Nacional
atividade empresarial local e das qualquer membro, sobre assuntos de
participações locais que o mesmo não interesse para o município e sobre a
atribua à câmara municipal; execução de deliberações anteriores;
o) Aprovar os mapas de pessoal dos e) Aprovar referendos locais;
serviços municipais e dos serviços f) Apreciar a recusa da prestação de
municipalizados; quaisquer informações ou recusa da
p) Autorizar a câmara municipal a entrega de documentos por parte da
celebrar contratos de concessão e fixar câmara municipal ou de qualquer dos
as respetivas condições gerais; seus membros que obstem à realização
q) Deliberar sobre a afetação ou de ações de acompanhamento e
desafetação de bens do domínio fiscalização;
público municipal; g) Conhecer e tomar posição sobre os
r) Aprovar as normas, delimitações, relatórios definitivos resultantes de
medidas e outros atos previstos nos ações tutelares ou de auditorias
regimes do ordenamento do território e executadas sobre a atividade dos
do urbanismo; órgãos e serviços do município;
s) Deliberar sobre a criação do conselho h) Discutir, na sequência de pedido de
local de educação; qualquer dos titulares do direito de
t) Autorizar a geminação do município oposição, o relatório a que se refere o
com outros municípios ou entidades Estatuto do Direito de Oposição;
equiparadas de outros países; i) Elaborar e aprovar o regulamento do
u) Autorizar o município a constituir as conselho municipal de segurança;
associações previstas no título v; j) Tomar posição perante quaisquer
v) Autorizar os conselhos de órgãos do Estado ou entidades públicas
administração dos serviços sobre assuntos de interesse para o
municipalizados a deliberar sobre a município;
concessão de apoio financeiro ou de k) Pronunciar-se e deliberar sobre todos
qualquer outra natureza a instituições os assuntos que visem a prossecução
legalmente constituídas ou participadas das atribuições do município;
pelos seus trabalhadores, tendo por l) Apreciar o inventário dos bens, direitos
objeto o desenvolvimento de atividades e obrigações patrimoniais e a respetiva
culturais, recreativas e desportivas, ou avaliação, bem como apreciar e votar
a concessão de benefícios sociais aos os documentos de prestação de contas;
mesmos e respetivos familiares; m) Fixar o dia feriado anual do
w) Deliberar sobre a criação e a município;
instituição em concreto do corpo de n) Estabelecer, após parecer da
polícia municipal. Comissão de Heráldica da Associação
dos Arqueólogos Portugueses, a
2 - Compete ainda à assembleia municipal:
constituição dos brasões, dos selos e
a) Acompanhar e fiscalizar a atividade da das bandeiras do município e proceder
câmara municipal, dos serviços à sua publicação no Diário da
municipalizados, das empresas locais e República.
de quaisquer outras entidades que
3 - Não podem ser alteradas na assembleia
integrem o perímetro da administração
municipal as propostas apresentadas pela
local, bem como apreciar a execução
câmara municipal referidas nas alíneas a), i) e
dos contratos de delegação de
m) do n.º 1 e na alínea l) do número anterior,
competências previstos na alínea k) do
sem prejuízo de esta poder vir a acolher em
número anterior;
nova proposta as recomendações ou sugestões
b) Apreciar, com base na informação
feitas pela assembleia municipal.
disponibilizada pela câmara municipal,
4 - As propostas de autorização para a
os resultados da participação do
contratação de empréstimos apresentadas pela
município nas empresas locais e em
câmara municipal, nos termos da alínea f) do n.º
quaisquer outras entidades;
1, são obrigatoriamente acompanhadas de
c) Apreciar, em cada uma das sessões
informação detalhada sobre as condições
ordinárias, uma informação escrita do
propostas por, no mínimo, três instituições de
presidente da câmara municipal acerca
crédito, bem como do mapa demonstrativo da
da atividade desta e da situação
capacidade de endividamento do município.
financeira do município, a qual deve
5 - Compete ainda à assembleia municipal:
ser enviada ao presidente da
assembleia municipal com a a) Convocar o secretariado executivo
antecedência mínima de cinco dias metropolitano ou a comunidade
sobre a data do início da sessão; intermunicipal, conforme o caso, e nos
d) Solicitar e receber informação, termos da presente lei, com o limite de
através da mesa e a pedido de duas vezes por ano, para responder

287
Autarquias Locais - Legislação Nacional
perante os seus membros pelas Artigo 28.º
atividades desenvolvidas no âmbito da Sessões extraordinárias
área metropolitana ou comunidade
intermunicipal do respetivo município; 1 - A assembleia municipal reúne em sessão
b) Aprovar moções de censura à extraordinária por iniciativa do seu presidente,
comissão executiva metropolitana ou da mesa ou após requerimento:
ao secretariado executivo
a) Do presidente da câmara municipal,
intermunicipal, no máximo de uma por
em cumprimento de deliberação desta;
mandato.
b) De um terço dos seus membros;
(Nos termos da Declaração de
c) De um número de cidadãos eleitores
Retificação n.º 50-A/2013, de 11 de
inscritos no recenseamento eleitoral do
novembro, na alínea u) do n.º 1 do
município equivalente a 5 % do
artigo 25.º do anexo I: Onde se lê:
número de cidadãos eleitores até ao
«Autorizar o município a constituir as
limite máximo de 2500.
associações previstas no título V;»
deve ler -se: «Autorizar o município a 2 - O presidente da assembleia municipal, no
constituir as associações previstas no prazo de cinco dias após a sua iniciativa ou a da
capítulo IV do título III;») mesa ou a receção dos requerimentos previstos
no número anterior, por edital e por carta com
Artigo 26.º aviso de receção ou protocolo, convoca a sessão
Competências de funcionamento extraordinária da assembleia municipal.
3 - A sessão extraordinária referida no
1 - Compete à assembleia municipal: número anterior deve ser realizada no prazo
mínimo de três dias e máximo de 10 após a sua
a) Elaborar e aprovar o seu regimento;
convocação.
b) Deliberar sobre recursos interpostos
4 - Quando o presidente da mesa da
de marcação de faltas injustificadas
assembleia municipal não convoque a sessão
aos seus membros;
extraordinária requerida, podem os requerentes
c) Deliberar sobre a constituição de
convocá-la diretamente, observando, com as
delegações, comissões ou grupos de
devidas adaptações, o disposto nos n.os 2 e 3, e
trabalho para o estudo de matérias
promovendo a respetiva publicitação nos locais
relacionadas com as atribuições do
habituais.
município e sem prejudicar o
funcionamento e a atividade normal da
Artigo 29.º
câmara municipal.
Mesa da assembleia municipal
2 - No exercício das respetivas competências,
a assembleia municipal é apoiada por 1 - Compete à mesa:
trabalhadores dos serviços do município a afetar
a) Elaborar o projeto de regimento da
pela câmara municipal, nos termos do artigo
assembleia municipal ou propor a
31.º
constituição de um grupo de trabalho
para o efeito;
SUBSECÇÃO II
b) Deliberar sobre as questões de
Funcionamento
interpretação e integração de lacunas
do regimento;
Artigo 27.º
c) Elaborar a ordem do dia das sessões e
Sessões ordinárias
proceder à sua distribuição;
d) Verificar a conformidade legal e
1 - A assembleia municipal reúne em cinco
admitir as propostas da câmara
sessões ordinárias anuais, em fevereiro, abril,
municipal legalmente sujeitas à
junho, setembro e novembro ou dezembro,
competência deliberativa da assembleia
convocadas com uma antecedência mínima de
municipal;
oito dias por edital e por carta com aviso de
e) Encaminhar, em conformidade com o
receção ou protocolo.
regimento, as iniciativas dos membros
2 - A apreciação do inventário dos bens,
da assembleia municipal, dos grupos
direitos e obrigações patrimoniais, a respetiva
municipais e da câmara municipal;
avaliação e a apreciação e votação dos
f) Assegurar a redação final das
documentos de prestação de contas do ano
deliberações;
anterior devem ter lugar na sessão ordinária de
g) Realizar as ações que lhe sejam
abril, e a aprovação das opções do plano e da
determinadas pela assembleia
proposta de orçamento para o ano seguinte na
municipal no exercício da competência
sessão de novembro, salvo o disposto no artigo
a que se refere a alínea a) do n.º 2 do
61.º
artigo 25.º;

288
Autarquias Locais - Legislação Nacional
h) Encaminhar para a assembleia fundamentada a incluir na ata da
municipal as petições e queixas sessão;
dirigidas à mesma; g) Integrar o conselho municipal de
i) Requerer à câmara municipal ou aos segurança;
seus membros a documentação e h) Comunicar à assembleia de freguesia
informação que considere necessárias ou à câmara municipal as faltas dos
ao exercício das competências da presidentes de junta de freguesia e do
assembleia municipal, assim como ao presidente da câmara municipal às
desempenho das suas funções, nos sessões da assembleia municipal;
termos e com a periodicidade julgados i) Comunicar ao Ministério Público
convenientes; competente as faltas injustificadas dos
j) Proceder à marcação e justificação de restantes membros da assembleia,
faltas dos membros da assembleia para os efeitos legais;
municipal; j) Exercer os poderes funcionais e
k) Comunicar à assembleia municipal a cumprir as diligências que lhe sejam
recusa da prestação de quaisquer determinados pelo regimento ou pela
informações ou documentos, bem assembleia municipal;
como a falta de colaboração por parte k) Exercer as demais competências
da câmara municipal ou dos seus legais.
membros;
2 - Compete ainda ao presidente da
l) Comunicar à assembleia municipal as
assembleia municipal autorizar a realização de
decisões judiciais relativas à perda de
despesas orçamentadas relativas a senhas de
mandato em que incorra qualquer
presença, ajudas de custo e subsídios de
membro;
transporte dos membros da assembleia
m) Dar conhecimento à assembleia
municipal e de despesas relativas às aquisições
municipal do expediente relativo aos
de bens e serviços correntes necessárias ao seu
assuntos relevantes;
regular funcionamento e representação,
n) Exercer os poderes funcionais e
comunicando o facto, para os devidos efeitos
cumprir as diligências que lhe sejam
legais, incluindo os correspondentes
determinadas pela assembleia
procedimentos administrativos, ao presidente da
municipal;
câmara municipal.
o) Exercer as demais competências
3 - Compete aos secretários coadjuvar o
legais.
presidente da assembleia municipal no exercício
2 - O pedido de justificação de faltas pelo das suas funções, assegurar o expediente e, na
interessado é feito por escrito e dirigido à mesa, falta de trabalhador designado para o efeito,
no prazo de cinco dias a contar da data da lavrar as atas das sessões.
sessão ou reunião em que a falta se tenha
verificado, e a decisão é notificada ao Artigo 31.º
interessado, pessoalmente ou por via postal. Funcionamento
3 - Das deliberações da mesa da assembleia
municipal cabe recurso para o plenário. 1 - A assembleia municipal dispõe de um
núcleo de apoio próprio, sob orientação do
Artigo 30.º respetivo presidente e composto por
Presidente e secretários trabalhadores do município, nos termos
definidos pela mesa e a afetar pela câmara
1 - Compete ao presidente da assembleia municipal.
municipal: 2 - A assembleia municipal dispõe igualmente
de instalações e equipamentos necessários ao
a) Representar a assembleia municipal,
seu funcionamento e representação, a afetar
assegurar o seu regular funcionamento
pela câmara municipal.
e presidir aos seus trabalhos;
3 - No orçamento municipal são inscritas, sob
b) Convocar as sessões ordinárias e
proposta da mesa da assembleia municipal,
extraordinárias;
dotações discriminadas em rubricas próprias
c) Abrir e encerrar os trabalhos das
para pagamento das senhas de presença, ajudas
sessões;
de custo e subsídios de transporte dos membros
d) Dirigir os trabalhos e manter a
da assembleia municipal, bem como para a
disciplina das sessões;
aquisição dos bens e serviços correntes
e) Assegurar o cumprimento da lei e a
necessária ao seu funcionamento e
regularidade das deliberações;
representação.
f) Suspender e encerrar
antecipadamente as sessões, quando
circunstâncias excecionais o
justifiquem, mediante decisão

289
Autarquias Locais - Legislação Nacional
SECÇÃO III respetiva avaliação e ainda os
Câmara municipal documentos de prestação de contas, a
submeter à apreciação e votação da
SUBSECÇÃO I assembleia municipal;
Competências j) Aceitar doações, legados e heranças a
benefício de inventário;
Artigo 32.º k) Elaborar e submeter à aprovação da
Natureza das competências assembleia municipal os projetos de
regulamentos externos do município,
Sem prejuízo das demais competências legais bem como aprovar regulamentos
e de acordo com o disposto no artigo 3.º, a internos;
câmara municipal tem as competências l) Discutir e preparar com os
materiais e as competências de funcionamento departamentos governamentais e com
previstas na presente lei. as juntas de freguesia contratos de
delegação de competências e acordos
Artigo 33.º de execução, nos termos previstos na
Competências materiais presente lei;
m) Submeter à assembleia municipal,
1 - Compete à câmara municipal: para efeitos de autorização, propostas
de celebração de contratos de
a) Elaborar e submeter à aprovação da
delegação de competências com o
assembleia municipal os planos
Estado e propostas de celebração e
necessários à realização das atribuições
denúncia de contratos de delegação de
municipais;
competências com o Estado e as juntas
b) Participar, com outras entidades, no
de freguesia e de acordos de execução
planeamento que diretamente se
com as juntas de freguesia;
relacione com as atribuições do
n) Submeter à assembleia municipal,
município, emitindo parecer a
para efeitos de autorização, propostas
submeter a apreciação e deliberação da
de resolução e revogação dos contratos
assembleia municipal;
de delegação de competências e dos
c) Elaborar e submeter a aprovação da
acordos de execução;
assembleia municipal as opções do
o) Deliberar sobre as formas de apoio a
plano e a proposta do orçamento,
entidades e organismos legalmente
assim como as respetivas revisões;
existentes, nomeadamente com vista à
d) Executar as opções do plano e
execução de obras ou à realização de
orçamento, assim como aprovar as
eventos de interesse para o município,
suas alterações;
bem como à informação e defesa dos
e) Fixar os preços da prestação de
direitos dos cidadãos;
serviços ao público pelos serviços
p) Deliberar sobre a concessão de apoio
municipais ou municipalizados, sem
financeiro ou de qualquer outra
prejuízo, quando for caso disso, das
natureza a instituições legalmente
competências legais das entidades
constituídas ou participadas pelos
reguladoras;
trabalhadores do município, tendo por
f) Aprovar os projetos, programas de
objeto o desenvolvimento de atividades
concurso, cadernos de encargos e a
culturais, recreativas e desportivas, ou
adjudicação de empreitadas e aquisição
a concessão de benefícios sociais aos
de bens e serviços, cuja autorização de
mesmos e respetivos familiares;
despesa lhe caiba;
q) Assegurar a integração da perspetiva
g) Adquirir, alienar ou onerar bens
de género em todos os domínios de
imóveis de valor até 1000 vezes a
ação do município, designadamente
RMMG;
através da adoção de planos municipais
h) Alienar em hasta pública,
para a igualdade;
independentemente de autorização da
r) Colaborar no apoio a programas e
assembleia municipal, bens imóveis de
projetos de interesse municipal, em
valor superior ao referido na alínea
parceria com entidades da
anterior, desde que a alienação decorra
administração central;
da execução das opções do plano e a
s) Deliberar sobre a constituição e
respetiva deliberação tenha sido
participação nas associações previstas
aprovada por maioria de dois terços
no título v;
dos membros da assembleia municipal
t) Assegurar, incluindo a possibilidade de
em efetividade de funções;
constituição de parcerias, o
i) Elaborar e aprovar a norma de
levantamento, classificação,
controlo interno, bem como o
administração, manutenção,
inventário dos bens, direitos e
recuperação e divulgação do
obrigações patrimoniais do município e
património natural, cultural,

290
Autarquias Locais - Legislação Nacional
paisagístico e urbanístico do município, jj) Deliberar sobre a deambulação e
incluindo a construção de monumentos extinção de animais considerados
de interesse municipal; nocivos;
u) Apoiar atividades de natureza social, kk) Declarar prescritos a favor do
cultural, educativa, desportiva, município, após publicação de avisos,
recreativa ou outra de interesse para o os jazigos, mausoléus ou outras obras,
município, incluindo aquelas que assim como sepulturas perpétuas
contribuam para a promoção da saúde instaladas nos cemitérios propriedade
e prevenção das doenças; municipal, quando não sejam
v) Participar na prestação de serviços e conhecidos os seus proprietários ou
prestar apoio a pessoas em situação de relativamente aos quais se mostre que,
vulnerabilidade, em parceria com as após notificação judicial, se mantém
entidades competentes da desinteresse na sua conservação e
administração central e com manutenção, de forma inequívoca e
instituições particulares de duradoura;
solidariedade social, nas condições ll) Participar em órgãos de gestão de
constantes de regulamento municipal; entidades da administração central;
w) Ordenar, precedendo vistoria, a mm) Designar os representantes do
demolição total ou parcial ou a município nos conselhos locais;
beneficiação de construções que nn) Participar em órgãos consultivos de
ameacem ruína ou constituam perigo entidades da administração central;
para a saúde ou segurança das oo) Designar o representante do
pessoas; município na assembleia geral das
x) Emitir licenças, registos e fixação de empresas locais, assim como os seus
contingentes relativamente a veículos, representantes em quaisquer outras
nos casos legalmente previstos; entidades nas quais o município
y) Exercer o controlo prévio, participe, independentemente de
designadamente nos domínios da integrarem ou não o perímetro da
construção, reconstrução, conservação administração local;
ou demolição de edifícios, assim como pp) Nomear e exonerar o conselho de
relativamente aos estabelecimentos administração dos serviços
insalubres, incómodos, perigosos ou municipalizados;
tóxicos; qq) Administrar o domínio público
z) Emitir parecer sobre projetos de obras municipal;
não sujeitas a controlo prévio; rr) Deliberar sobre o estacionamento de
aa) Promover a observância das normas veículos nas vias públicas e demais
legais e regulamentares aplicáveis às lugares públicos;
obras referidas na alínea anterior; ss) Estabelecer a denominação das ruas
bb) Executar as obras, por administração e praças das localidades e das
direta ou empreitada; povoações, após parecer da
cc) Alienar bens móveis; correspondente junta de freguesia;
dd) Proceder à aquisição e locação de tt) Estabelecer as regras de numeração
bens e serviços; dos edifícios;
ee) Criar, construir e gerir instalações, uu) Deliberar sobre a administração dos
equipamentos, serviços, redes de recursos hídricos que integram o
circulação, de transportes, de energia, domínio público do município;
de distribuição de bens e recursos vv) Propor a declaração de utilidade
físicos integrados no património do pública para efeitos de expropriação;
município ou colocados, por lei, sob ww) Enviar ao Tribunal de Contas as
administração municipal; contas do município;
ff) Promover e apoiar o desenvolvimento xx) Deliberar, no prazo máximo de 30
de atividades e a realização de eventos dias, sobre os recursos hierárquicos
relacionados com a atividade impróprios das deliberações do
económica de interesse municipal; conselho de administração dos serviços
gg) Assegurar, organizar e gerir os municipalizados;
transportes escolares; yy) Dar cumprimento ao Estatuto do
hh) Deliberar no domínio da ação social Direito de Oposição;
escolar, designadamente no que zz) Promover a publicação de
respeita a alimentação, alojamento e documentos e registos, anais ou de
atribuição de auxílios económicos a qualquer outra natureza, que
estudantes; salvaguardem e perpetuem a história
ii) Proceder à captura, alojamento e do município;
abate de canídeos e gatídeos; aaa) Deliberar sobre a participação do
município em projetos e ações de
cooperação descentralizada,

291
Autarquias Locais - Legislação Nacional
designadamente no âmbito da União câmara municipal, para os efeitos
Europeia e da Comunidade dos Países legais;
de Língua Portuguesa; f) Aprovar os projetos, programas de
bbb) Assegurar o apoio adequado ao concurso, cadernos de encargos e a
exercício de competências por parte do adjudicação de empreitadas e aquisição
Estado; de bens e serviços, cuja autorização de
ccc) Apresentar propostas à assembleia despesa lhe caiba;
municipal sobre matérias da g) Autorizar a realização das despesas
competência desta. orçamentadas até ao limite estipulado
por lei ou por delegação da câmara
2 - A alienação de bens e valores artísticos do
municipal, com a exceção das referidas
património do município é objeto de legislação
no n.º 2 do artigo 30.º;
especial.
h) Autorizar o pagamento das despesas
(Nos termos da Declaração de Retificação n.º
realizadas;
46-C/2013, de 1 de novembro, na alínea s) do
i) Comunicar, no prazo legal, às
n.º 1 do artigo 33.º do anexo I, onde se
entidades competentes para a
lê:«Deliberar sobre a constituição e participação
respetiva cobrança o valor da taxa do
nas associações previstas no título V» deve ler -
imposto municipal sobre imóveis, assim
se:«Deliberar sobre a constituição e participação
como, quando for o caso, a deliberação
nas associações previstas no capítulo IV do título
sobre o lançamento de derramas;
III»)
j) Submeter a norma de controlo
Artigo 34.º
interno, bem como o inventário dos
Delegação de competências no presidente
bens, direitos e obrigações patrimoniais
da câmara municipal
do município e respetiva avaliação, e
ainda os documentos de prestação de
1 - A câmara municipal pode delegar as suas
contas, à aprovação da câmara
competências no respetivo presidente, com
municipal e à apreciação e votação da
exceção das previstas nas alíneas a), b), c), e),
assembleia municipal, com exceção da
i), j), k), m), n), o), p), s), u), z), aa), hh), oo),
norma de controlo interno;
vv), aaa) e ccc) do n.º 1 do artigo anterior e na
k) Enviar ao Tribunal de Contas os
alínea a) do artigo 39.º, com possibilidade de
documentos que devam ser submetidos
subdelegação em qualquer dos vereadores.
à sua apreciação, sem prejuízo do
2 - Das decisões tomadas pelo presidente da
disposto na alínea ww) do n.º 1 do
câmara municipal ou pelos vereadores no
artigo 33.º;
exercício de competências delegadas ou
l) Assinar ou visar a correspondência da
subdelegadas cabe recurso para a câmara
câmara municipal que tenha como
municipal, sem prejuízo da sua impugnação
destinatários quaisquer entidades ou
contenciosa.
organismos públicos;
3 - O recurso para a câmara municipal pode
m) Convocar, nos casos previstos no n.º
ter por fundamento a ilegalidade ou
4 do artigo 40.º, as reuniões ordinárias
inconveniência da decisão e é apreciado no
da câmara municipal para o dia e hora
prazo máximo de 30 dias.
marcados e enviar a ordem do dia a
todos os outros membros;
Artigo 35.º
n) Convocar as reuniões extraordinárias;
Competências do presidente da câmara
o) Estabelecer e distribuir a ordem do
municipal
dia das reuniões;
p) Abrir e encerrar as reuniões, dirigir os
1 - Compete ao presidente da câmara
trabalhos e assegurar o cumprimento
municipal:
da lei e a regularidade das
a) Representar o município em juízo e deliberações;
fora dele; q) Suspender ou encerrar
b) Executar as deliberações da câmara antecipadamente as reuniões, quando
municipal e coordenar a respetiva circunstâncias excecionais o
atividade; justifiquem, mediante decisão
c) Dar cumprimento às deliberações da fundamentada a incluir na ata da
assembleia municipal, sempre que para reunião;
a sua execução seja necessária a r) Representar a câmara municipal nas
intervenção da câmara municipal; sessões da assembleia municipal;
d) Elaborar e manter atualizado o s) Responder, em tempo útil e de modo
cadastro dos bens móveis e imóveis do a permitir a sua apreciação na sessão
município; seguinte da assembleia municipal, aos
e) Participar ao Ministério Público as pedidos de informação apresentados
faltas injustificadas dos membros da por esta;

292
Autarquias Locais - Legislação Nacional
t) Promover a publicação das decisões h) Praticar os atos necessários à
ou deliberações previstas no artigo administração corrente do património
56.º; do município e à sua conservação;
u) Promover o cumprimento do Estatuto i) Proceder aos registos prediais do
do Direito de Oposição e a publicação património imobiliário do município,
do respetivo relatório de avaliação; bem como a registos de qualquer outra
v) Dirigir, em articulação com os natureza;
organismos da administração pública j) Conceder autorizações de utilização de
com competência no domínio da edifícios;
proteção civil, o serviço municipal de k) Embargar e ordenar a demolição de
proteção civil, tendo em vista o quaisquer obras, construções ou
cumprimento dos planos de edificações, efetuadas por particulares
emergência e programas estabelecidos ou pessoas coletivas, nos seguintes
e a coordenação das atividades a casos:
desenvolver naquele âmbito,
i) Sem licença ou na falta de
designadamente em operações de
qualquer outro procedimento de
socorro e assistência na iminência ou
controlo prévio legalmente
ocorrência de acidente grave ou
previsto ou com inobservância das
catástrofe;
condições neles constantes;
w) Presidir ao conselho municipal de
ii) Com violação dos regulamentos,
segurança;
das posturas municipais, de
x) Remeter à assembleia municipal a
medidas preventivas, de normas
minuta das atas e as atas das reuniões
provisórias, de áreas de
da câmara municipal, logo que
construção prioritária, de áreas de
aprovadas;
desenvolvimento urbano prioritário
y) Enviar à assembleia municipal, para
ou de planos municipais de
os efeitos previstos na alínea c) do n.º
ordenamento do território
2 do artigo 25.º, toda a documentação,
plenamente eficazes;
designadamente relatórios, pareceres,
memorandos e documentos de igual l) Ordenar o despejo sumário dos
natureza, incluindo a respeitante às prédios cuja expropriação por utilidade
entidades abrangidas pelo regime pública tenha sido declarada;
jurídico da atividade empresarial local e m) Conceder licenças policiais ou fiscais,
das participações locais, quando nos termos da lei, regulamentos e
existam, indispensável para a posturas;
compreensão e análise crítica e n) Determinar a instrução dos processos
objetiva da informação aí inscrita. de contraordenação e aplicar as
coimas, com a faculdade de delegação
2 - Compete ainda ao presidente da câmara
em qualquer dos outros membros da
municipal:
câmara municipal;
a) Decidir todos os assuntos o) Dar conhecimento à câmara municipal
relacionados com a gestão e direção e enviar à assembleia municipal cópias
dos recursos humanos afetos aos dos relatórios definitivos resultantes de
serviços municipais; ações tutelares ou de auditorias sobre
b) Designar o trabalhador que serve de a atividade da câmara municipal e dos
oficial público para lavrar todos os serviços do município, no prazo
contratos nos termos da lei; máximo de 10 dias após o recebimento
c) Modificar ou revogar os atos dos mesmos;
praticados por trabalhadores afetos aos p) Conceder terrenos, nos cemitérios
serviços da câmara municipal; propriedade do município, para jazigos,
d) Gerir os recursos humanos dos mausoléus e sepulturas perpétuas.
estabelecimentos de educação;
3 - Em circunstâncias excecionais, e no caso
e) Promover a execução, por
de, por motivo de urgência, não ser possível
administração direta ou empreitada,
reunir extraordinariamente a câmara municipal,
das obras, bem como proceder à
o presidente pode praticar quaisquer atos da
aquisição de bens e serviços;
competência desta, ficando os mesmos sujeitos
f) Outorgar contratos em representação
a ratificação na primeira reunião realizada após
do município;
a sua prática, sob pena de anulabilidade.
g) Intentar ações judiciais e defender-se
4 - Da informação prevista na alínea c) do n.º
nelas, podendo confessar, desistir ou
2 do artigo 25.º devem constar o saldo e o
transigir, se não houver ofensa de
estado das dívidas a fornecedores e as
direitos de terceiros;
reclamações, recursos hierárquicos e processos
judiciais pendentes, com indicação da respetiva
fase e estado.

293
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - Podem ainda ser objeto de delegação ou
Artigo 36.º subdelegação as seguintes competências:
Distribuição de funções
a) Autorizar a realização e o pagamento
de despesas em cumprimento de
1 - O presidente da câmara municipal é
contratos de adesão cuja celebração
coadjuvado pelos vereadores no exercício das
tenha sido autorizada e com cabimento
suas funções.
no orçamento em vigor;
2 - O presidente da câmara municipal pode
b) Autorizar a realização de despesas até
delegar ou subdelegar competências nos
ao limite estabelecido por lei;
vereadores.
c) Autorizar o registo de inscrição de
técnicos;
Artigo 37.º
d) Autorizar termos de abertura e
Coordenação dos serviços municipais
encerramento em livros sujeitos a essa
formalidade, designadamente livros de
Sem prejuízo dos poderes de fiscalização dos
obra;
quais sejam titulares os membros da câmara
e) Autorizar a restituição aos
municipal nos domínios sob sua
interessados de documentos juntos a
responsabilidade, compete ao presidente da
processos;
câmara municipal a coordenação dos serviços
f) Autorizar a passagem de termos de
municipais.
identidade, idoneidade e justificação
administrativa;
Artigo 38.º
g) Autorizar a passagem de certidões ou
Delegação de competências nos dirigentes
fotocópias autenticadas aos
interessados, relativas a processos ou
1 - O presidente da câmara municipal e os
documentos constantes de processos
vereadores podem delegar ou subdelegar no
arquivados e que careçam de despacho
dirigente da unidade orgânica materialmente
ou deliberação dos eleitos locais;
competente as competências previstas nas
h) Emitir alvarás exigidos por lei na
alíneas a), b), c), g), h), k) e v) do n.º 1 e d),
sequência da decisão ou deliberação
f), h), i), m) e p) do n.º 2 do artigo 35.º
que confiram esse direito;
2 - No domínio da gestão e direção de
i) Conceder licenças de ocupação da via
recursos humanos, podem ainda ser objeto de
pública por motivo de obras;
delegação ou subdelegação as seguintes
j) Autorizar a renovação de licenças que
competências:
dependa unicamente do cumprimento
a) Aprovar e alterar o mapa de férias e de formalidades burocráticas ou
restantes decisões relativas a férias, similares pelos interessados;
sem prejuízo pelo regular k) Emitir o cartão de vendedor
funcionamento do serviço e da ambulante;
salvaguarda do interesse público; l) Determinar a instrução de processos
b) Justificar faltas; de contraordenação e designar o
c) Conceder licenças sem remuneração respetivo instrutor;
ou sem vencimento até ao prazo m) Praticar outros atos e formalidades
máximo de um ano; de caráter instrumental necessários ao
d) Homologar a avaliação de exercício da competência decisória do
desempenho dos trabalhadores, nos delegante ou subdelegante.
casos em que o delegado ou
4 - A delegação ou subdelegação da
subdelegado não tenha sido o notador;
competência prevista na alínea a) do n.º 1 do
e) Decidir em matéria de organização e
artigo 35.º depende da prática de ato
horário de trabalho, tendo em conta as
especialmente dirigido a cada uma das
orientações superiormente fixadas;
representações em causa.
f) Autorizar a prestação de trabalho
5 - Às delegações e subdelegações previstas
extraordinário;
no presente artigo é aplicável, com as devidas
g) Assinar contratos de trabalho em
adaptações, o disposto nos n.os 2 e 3 do artigo
funções públicas;
34.º
h) Homologar a avaliação do período
experimental;
Artigo 39.º
i) Praticar os atos relativos à
Competências de funcionamento
aposentação dos trabalhadores;
j) Praticar os atos respeitantes ao
Compete à câmara municipal:
regime de segurança social, incluindo
os relativos a acidentes em serviço e a) Elaborar e aprovar o regimento;
acidentes de trabalho. b) Executar e velar pelo cumprimento
das deliberações da assembleia
municipal;

294
Autarquias Locais - Legislação Nacional
c) Proceder à marcação e justificação inferior a 100 000, um chefe do
das faltas dos seus membros. gabinete, um adjunto e um secretário;
c) Nos restantes municípios, um chefe do
SUBSECÇÃO II gabinete, dois adjuntos e um
Funcionamento secretário.
2 - O presidente da câmara municipal pode
Artigo 40.º
constituir um gabinete de apoio ao conjunto dos
Periodicidade das reuniões
vereadores que exerçam funções a tempo inteiro
ou a meio tempo, com a seguinte composição:
1 - A câmara municipal tem uma reunião
ordinária semanal, ou quinzenal, se o julgar a) Nos municípios com um número de
conveniente, e reuniões extraordinárias sempre eleitores igual ou inferior a 10 000, um
que necessário. secretário;
2 - As reuniões ordinárias da câmara b) Nos municípios com um número de
municipal devem ter lugar em dia e hora certos, eleitores superior a 10 000 e igual ou
cuja marcação é objeto de deliberação na sua inferior a 50 000, dois secretários;
primeira reunião. c) Nos municípios com um número de
3 - A deliberação prevista no número anterior eleitores superior a 50 000 e igual ou
é objeto de publicitação por edital e deve inferior a 100 000, três secretários;
constar em permanência no sítio da Internet do d) Nos restantes municípios, um adjunto
município, considerando-se convocados todos os e um secretário por cada vereador a
membros da câmara municipal. tempo inteiro, até ao limite máximo do
4 - Quaisquer alterações ao dia e hora objeto número de vereadores indispensável
da deliberação prevista no n.º 2 devem ser para assegurar uma maioria de
devidamente justificadas e comunicadas a todos membros da câmara municipal em
os membros do órgão com, pelo menos, três exercício de funções a tempo inteiro.
dias de antecedência e por protocolo.
3 - O gabinete de apoio previsto no n.º 2 é
Artigo 41.º denominado gabinete de apoio à vereação.
Convocação das reuniões extraordinárias 4 - O gabinete de apoio à presidência pode
ser constituído por mais um adjunto ou
1 - As reuniões extraordinárias podem ser secretário, desde que tal implique a não
convocadas por iniciativa do presidente da nomeação do chefe do gabinete.
câmara municipal ou após requerimento de, pelo
menos, um terço dos respetivos membros. 5 - O gabinete de apoio à presidência e os
2 - As reuniões extraordinárias são gabinetes de apoio à vereação podem ser
convocadas com, pelo menos, dois dias de constituídos por um número de secretários
antecedência por protocolo, aplicando-se, com superior ao referido nos n.os 1 e 2, desde que
as devidas adaptações, o disposto no n.º 3 do tal implique a não nomeação, em igual número,
artigo anterior. de adjuntos.
3 - O presidente da câmara municipal 6 - O presidente da câmara municipal e os
convoca a reunião para um dos oito dias vereadores podem delegar a prática de atos de
subsequentes à receção do requerimento administração ordinária nos membros dos
previsto no n.º 1. respetivos gabinetes de apoio.
4 - Quando o presidente da câmara municipal 7 - O presidente da câmara municipal deve
não efetue a convocação que lhe tenha sido disponibilizar a todos os vereadores os recursos
requerida ou não o faça nos termos do número físicos, materiais e humanos necessários ao
anterior, podem os requerentes efetuá-la exercício do respetivo mandato, devendo, para o
diretamente, aplicando-se, com as devidas efeito, recorrer preferencialmente aos serviços
adaptações, o disposto no número anterior e do município.
publicitando a convocação nos locais habituais.
Artigo 43.º
Artigo 42.º Estatuto dos membros dos gabinetes de
Apoio aos membros da câmara municipal apoio pessoal

1 - O presidente da câmara municipal pode 1 - A remuneração do chefe do gabinete de


constituir um gabinete de apoio à presidência, apoio à presidência é igual a 90 % da
com a seguinte composição: remuneração base do vereador a tempo inteiro,
em regime de exclusividade, da câmara
a) Nos municípios com um número de municipal correspondente.
eleitores igual ou inferior a 50 000, um 2 - A remuneração dos adjuntos dos
chefe do gabinete e um adjunto ou gabinetes de apoio à presidência e à vereação é
secretário; igual a 80 % da remuneração base do vereador
b) Nos municípios com um número de a tempo inteiro, em regime de exclusividade, da
eleitores superior a 50 000 e igual ou câmara municipal correspondente.

295
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - A remuneração dos secretários dos Artigo 48.º
gabinetes de apoio à presidência e à vereação é Primeira reunião
igual a 60 % da remuneração base do vereador
a tempo inteiro, em regime de exclusividade, da A primeira reunião dos órgãos executivos
câmara municipal correspondente. realiza-se no prazo máximo de cinco dias após a
4 - Os membros dos gabinetes de apoio à sua constituição, competindo ao seu presidente
presidência e à vereação são designados e a respetiva marcação e convocação, com a
exonerados pelo presidente da câmara antecedência mínima de dois dias, por edital e
municipal, sob proposta dos vereadores no caso por carta com aviso de receção ou protocolo.
do gabinete de apoio à vereação, e o exercício
das suas funções cessa igualmente com a Artigo 49.º
cessação do mandato do presidente da câmara Sessões e reuniões
municipal.
5 - Aos membros dos gabinetes de apoio 1 - As sessões dos órgãos deliberativos das
referidos nos números anteriores é aplicável, autarquias locais são públicas, sendo fixado, nos
com as devidas adaptações, o disposto no termos do regimento, um período para
diploma que estabelece o regime jurídico a que intervenção e esclarecimento ao público.
estão sujeitos os gabinetes dos membros do 2 - Os órgãos executivos das autarquias
Governo no que respeita a designação, funções, locais realizam, pelo menos, uma reunião
regime de exclusividade, incompatibilidades, pública mensal, aplicando-se, com as devidas
impedimentos, deveres e garantias. adaptações, o disposto na parte final do número
anterior.
CAPÍTULO IV 3 - Às sessões e reuniões dos órgãos das
Disposições comuns aos órgãos das autarquias locais deve ser dada publicidade, com
autarquias locais indicação dos dias, horas e locais da sua
realização, de forma a promover o conhecimento
Artigo 44.º dos interessados com uma antecedência de, pelo
Princípio da independência menos, dois dias úteis sobre a data das
mesmas.
Os órgãos das autarquias locais são 4 - A nenhum cidadão é permitido
independentes e as suas deliberações só podem intrometer-se nas discussões, aplaudir ou
ser suspensas, modificadas, revogadas ou reprovar as opiniões emitidas, as votações feitas
anuladas nos termos da lei. ou as deliberações tomadas.

Artigo 45.º
Princípio da especialidade 5 - A violação do disposto no número anterior
é punida com coima de (euro) 150 a (euro) 750,
Os órgãos das autarquias locais só podem para cuja aplicação é competente o juiz da
deliberar no quadro da prossecução das comarca, após participação do presidente do
atribuições destas e no âmbito do exercício das respetivo órgão.
suas competências, nos termos da lei. 6 - As atas das sessões e reuniões, terminada
a menção aos assuntos incluídos na ordem do
Artigo 46.º dia, fazem referência sumária às eventuais
Sessão intervenções do público na solicitação de
esclarecimentos e às respostas dadas.
Os órgãos deliberativos podem, quando
necessário, reunir mais do que uma vez no Artigo 50.º
decurso da mesma sessão. Objeto das deliberações

Artigo 47.º 1 - Só podem ser objeto de deliberação os


Participação de eleitores assuntos incluídos na ordem do dia da sessão ou
reunião.
1 - Nas sessões extraordinárias dos órgãos 2 - Tratando-se de sessão ordinária de órgão
deliberativos convocadas após requerimento de deliberativo, e no caso de urgência reconhecida
cidadãos eleitores têm o direito de participar, por dois terços dos seus membros, pode o
nos termos a definir no regimento e sem direito mesmo deliberar sobre assuntos não incluídos
de voto, dois representantes dos respetivos na ordem do dia.
requerentes.
2 - Os representantes referidos no número Artigo 51.º
anterior podem apresentar sugestões ou Convocação ilegal de sessões ou reuniões
propostas, as quais são votadas se tal for
deliberado. A ilegalidade resultante da inobservância das
disposições sobre convocação de sessões ou
reuniões só se considera sanada quando todos

296
Autarquias Locais - Legislação Nacional
os membros do órgão compareçam e não 2 - O presidente vota em último lugar.
suscitem oposição à sua realização. 3 - As deliberações que envolvam a
apreciação de comportamentos ou de qualidades
Artigo 52.º de qualquer pessoa são tomadas por escrutínio
Período de antes da ordem do dia secreto e, em caso de dúvida, o órgão delibera
sobre a forma da votação.
Em cada sessão ou reunião ordinária dos 4 - Havendo empate em votação por
órgãos das autarquias locais é fixado um período escrutínio secreto, procede-se imediatamente a
de antes da ordem do dia, com a duração nova votação e, se o empate se mantiver, adia-
máxima de 60 minutos, para tratamento de se a deliberação para a sessão ou reunião
assuntos gerais de interesse autárquico. seguinte, procedendo-se a votação nominal se
na primeira votação desta sessão ou reunião se
Artigo 53.º repetir o empate.
Ordem do dia 5 - Quando necessária, a fundamentação das
deliberações tomadas por escrutínio secreto é
1 - A ordem do dia deve incluir os assuntos feita pelo presidente após a votação, tendo em
indicados pelos membros do respetivo órgão, conta a discussão que a tiver precedido.
desde que sejam da competência deste e o 6 - Não podem estar presentes no momento
pedido correspondente seja apresentado por da discussão nem da votação os membros do
escrito com uma antecedência mínima de: órgão que se encontrem ou se considerem
impedidos.
a) Cinco dias úteis sobre a data da
sessão ou reunião, no caso de sessões
Artigo 56.º
ou reuniões ordinárias;
Publicidade das deliberações
b) Oito dias úteis sobre a data da sessão
ou reunião, no caso de sessões ou
1 - Para além da publicação em Diário da
reuniões extraordinárias.
República quando a lei expressamente o
2 - A ordem do dia é entregue a todos os determine, as deliberações dos órgãos das
membros do órgão com a antecedência mínima autarquias locais, bem como as decisões dos
de dois dias úteis sobre a data do início da respetivos titulares destinadas a ter eficácia
sessão ou reunião, enviando-se-lhes, em externa, devem ser publicadas em edital afixado
simultâneo, a respetiva documentação. nos lugares de estilo durante cinco dos 10 dias
subsequentes à tomada da deliberação ou
decisão, sem prejuízo do disposto em legislação
especial.
Artigo 54.º
Quórum 2 - Os atos referidos no número anterior são
ainda publicados no sítio da Internet, no boletim
1 - Os órgãos das autarquias locais só podem da autarquia local e nos jornais regionais
reunir e deliberar quando esteja presente a editados ou distribuídos na área da respetiva
maioria do número legal dos seus membros. autarquia, nos 30 dias subsequentes à sua
2 - As deliberações são tomadas à pluralidade prática, que reúnam cumulativamente as
de votos, tendo o presidente voto de qualidade seguintes condições:
em caso de empate, não contando as
a) Sejam portugueses, nos termos da
abstenções para o apuramento da maioria.
lei;
3 - Quando o órgão não possa reunir por falta
b) Sejam de informação geral;
de quórum, o presidente designa outro dia para
c) Tenham uma periodicidade não
nova sessão ou reunião, que tem a mesma
superior à quinzenal;
natureza da anterior, a convocar nos termos
d) Contem com uma tiragem média
previstos na presente lei.
mínima por edição de 1500 exemplares
4 - Das sessões ou reuniões canceladas por
nos últimos seis meses;
falta de quórum é elaborada ata na qual se
e) Não sejam distribuídas a título
registam as presenças e ausências dos
gratuito.
respetivos membros, dando estas lugar à
marcação de falta. 3 - As tabelas de custos relativas à
publicação das decisões e deliberações referidas
Artigo 55.º no n.º 1 são estabelecidas anualmente por
Formas de votação portaria dos membros do Governo responsáveis
pelas áreas da comunicação social e da
1 - A votação é nominal, salvo se o administração local, ouvidas as associações
regimento estipular ou o órgão deliberar, por representativas da imprensa regional e a
proposta de qualquer membro, outra forma de Associação Nacional dos Municípios Portugueses.
votação.

297
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 57.º Artigo 60.º
Atas Formalidades dos requerimentos de
convocação de sessões extraordinárias
1 - De cada sessão ou reunião é lavrada ata,
a qual contém um resumo do que de essencial 1 - Os requerimentos aos quais se reportam
nela se tiver passado, indicando, as alíneas c) dos n.os 1 dos artigos 12.º e 28.º
designadamente, a data e o local da sessão ou são acompanhados de certidões comprovativas
reunião, os membros presentes e ausentes, os da qualidade de cidadão recenseado na área da
assuntos apreciados, as decisões e deliberações respetiva autarquia local.
tomadas e a forma e o resultado das respetivas 2 - As certidões referidas no número anterior
votações e, bem assim, o facto de a ata ter sido são passadas no prazo de oito dias pela
lida e aprovada. comissão recenseadora respetiva e estão isentas
2 - As atas são lavradas, sempre que de quaisquer taxas, emolumentos e do imposto
possível, por trabalhador da autarquia local do selo.
designado para o efeito e são postas à 3 - A apresentação do pedido das certidões
aprovação de todos os membros no final da deve ser acompanhada de uma lista contendo as
respetiva sessão ou reunião ou no início da assinaturas, bem como de documento de
seguinte, sendo assinadas, após aprovação, pelo identificação, dos cidadãos que pretendem
presidente e por quem as lavrou. requerer a convocação da sessão extraordinária.
3 - As atas ou o texto das deliberações mais
importantes podem ser aprovadas em minuta, Artigo 61.º
no final das sessões ou reuniões, desde que tal Aprovação especial dos instrumentos
seja deliberado pela maioria dos membros previsionais
presentes, sendo assinadas, após aprovação,
pelo presidente e por quem as lavrou. A aprovação das opções do plano e da
4 - As deliberações dos órgãos só adquirem proposta de orçamento para o ano imediato ao
eficácia depois de aprovadas e assinadas as da realização de eleições intercalares nos meses
respetivas atas ou depois de assinadas as de novembro ou dezembro tem lugar, em sessão
minutas, nos termos dos números anteriores. ordinária ou extraordinária do órgão deliberativo
que resultar do ato eleitoral, até ao final do mês
Artigo 58.º de abril do referido ano.
Registo na ata do voto de vencido
Artigo 62.º
1 - Os membros do órgão podem fazer Alvarás
constar da ata o seu voto de vencido e as
respetivas razões justificativas. Salvo se a lei prescrever forma especial, o
2 - Quando se trate de pareceres a emitir título dos direitos conferidos aos particulares por
para outras entidades, as deliberações são deliberação dos órgãos das autarquias locais ou
sempre acompanhadas das declarações de voto decisão dos seus titulares é um alvará expedido
apresentadas. pelo respetivo presidente.
3 - O registo na ata do voto de vencido exclui
o eleito da responsabilidade que eventualmente TÍTULO III
resulte da deliberação. Entidades intermunicipais

Artigo 59.º CAPÍTULO I


Atos nulos Natureza, criação e regime

1 - São nulos os atos para os quais a lei Artigo 63.º


comine expressamente essa forma de Natureza e fins
invalidade.
2 - São, em especial, nulos: 1 - Podem ser instituídas associações
públicas de autarquias locais para a prossecução
a) Os atos que prorroguem ilegal ou
conjunta das respetivas atribuições, nos termos
irregularmente os prazos de
da presente lei.
pagamento voluntário dos impostos,
2 - São associações de autarquias locais as
taxas, derramas, mais-valias e preços;
áreas metropolitanas, as comunidades
b) As deliberações de qualquer órgão
intermunicipais e as associações de freguesias e
das autarquias locais que envolvam o
de municípios de fins específicos.
exercício de poderes tributários ou
3 - São entidades intermunicipais a área
determinem o lançamento de taxas ou
metropolitana e a comunidade intermunicipal.
mais-valias não previstas na lei;
c) As deliberações de qualquer órgão das
autarquias locais que determinem ou
autorizem a realização de despesas não
permitidas por lei;

298
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 64.º e) Participar, nos termos da lei, na
Tutela administrativa definição de redes de serviços e
equipamentos de âmbito
As associações de autarquias locais estão metropolitano;
sujeitas ao regime da tutela administrativa. f) Participar em entidades públicas de
âmbito metropolitano, designadamente
Artigo 65.º no domínio dos transportes, águas,
Abandono de associações de autarquias energia e tratamento de resíduos
locais sólidos;
g) Planear a atuação de entidades
1 - As autarquias locais integrantes de uma públicas de caráter metropolitano.
comunidade intermunicipal ou de uma
2 - Cabe igualmente às áreas metropolitanas
associação de fins específicos podem a todo o
assegurar a articulação das atuações entre os
tempo abandoná-las, mediante deliberação à
municípios e os serviços da administração
pluralidade de votos do respetivo órgão
central nas seguintes áreas:
deliberativo.
2 - Sem prejuízo do disposto no número a) Redes de abastecimento público,
anterior, as autarquias locais que abandonem infraestruturas de saneamento básico,
uma associação nos três anos seguintes à data tratamento de águas residuais e
em que nela ingressaram perdem todos os resíduos urbanos;
benefícios financeiros e administrativos que b) Rede de equipamentos de saúde;
tenham recebido em virtude da sua pertença à c) Rede educativa e de formação
mesma e ficam impedidas, durante um período profissional;
de dois anos, de integrar outras associações com d) Ordenamento do território,
a mesma finalidade. conservação da natureza e recursos
naturais;
CAPÍTULO II e) Segurança e proteção civil;
Área metropolitana f) Mobilidade e transportes;
g) Redes de equipamentos públicos;
SECÇÃO I h) Promoção do desenvolvimento
Órgãos económico e social;
i) Rede de equipamentos culturais,
Artigo 66.º desportivos e de lazer.
Identificação
3 - Cabe ainda às áreas metropolitanas de
1 - As áreas metropolitanas são as indicadas Lisboa e do Porto exercer as atribuições
no anexo ii e assumem as designações dele transferidas pela administração central e o
constantes. exercício em comum das competências
2 - As comunidades intermunicipais são as delegadas pelos municípios que as integram.
livremente instituídas pelos municípios 4 - Cabe igualmente às áreas metropolitanas
integrantes das áreas geográficas definidas no designar os representantes municipais em
anexo ii e assumem as designações dele entidades públicas ou entidades empresariais
constantes. sempre que tenham natureza metropolitana.

Artigo 67.º Artigo 68.º


Atribuições das áreas metropolitanas Órgãos

1 - As áreas metropolitanas visam a São órgãos da área metropolitana o conselho


prossecução dos seguintes fins públicos: metropolitano, a comissão executiva
metropolitana e o conselho estratégico para o
a) Participar na elaboração dos planos e desenvolvimento metropolitano.
programas de investimentos públicos
com incidência na área metropolitana; SUBSECÇÃO I
b) Promover o planeamento e a gestão Conselho metropolitano
da estratégia de desenvolvimento
económico, social e ambiental do Artigo 69.º
território abrangido; Natureza e constituição
c) Articular os investimentos municipais
de caráter metropolitano; 1 - O conselho metropolitano é o órgão
d) Participar na gestão de programas de deliberativo da área metropolitana.
apoio ao desenvolvimento regional, 2 - O conselho metropolitano é constituído
designadamente no âmbito do Quadro pelos presidentes das câmaras municipais dos
de Referência Estratégico Nacional municípios que integram a área metropolitana.
(QREN);

299
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - O conselho metropolitano tem um iv) Plano metropolitano de gestão
presidente e dois vice-presidentes, eleitos por ambiental;
aquele, de entre os seus membros. v) Plano metropolitano de gestão de
4 - Ao exercício de funções no conselho redes de equipamentos de saúde,
metropolitano não corresponde qualquer educação, cultura e desporto;
remuneração, sem prejuízo das ajudas de custo
e) Acompanhar e fiscalizar a atividade da
devidas nos termos da lei.
comissão executiva metropolitana, das
empresas locais e de quaisquer outras
Artigo 70.º
entidades que integrem o perímetro da
Reuniões
administração local;
f) Apreciar, com base na informação
1 - O conselho metropolitano tem 12
disponibilizada pela comissão executiva
reuniões anuais com periodicidade mensal.
metropolitana, os resultados da
2 - O conselho metropolitano reúne
participação da área metropolitana nas
extraordinariamente por iniciativa do seu
empresas locais e em quaisquer outras
presidente ou após requerimento de um terço
entidades;
dos seus membros.
g) Conhecer e tomar posição sobre os
3 - As reuniões do conselho metropolitano
relatórios definitivos resultantes de
são públicas.
ações tutelares ou de auditorias
4 - A primeira reunião tem lugar no prazo de
executadas sobre a atividade dos
30 dias após a realização de eleições gerais para
órgãos e serviços da área
os órgãos deliberativos dos municípios e é
metropolitana;
convocada pelo presidente da câmara municipal
h) Tomar posição perante quaisquer
do município com maior número de eleitores.
órgãos do Estado ou entidades públicas
5 - As reuniões do conselho metropolitano
sobre assuntos de interesse para a
podem realizar-se na circunscrição territorial de
área metropolitana;
qualquer dos municípios que integram a área
i) Autorizar a celebração de contratos de
metropolitana.
delegação de competências com o
6 - O presidente do conselho metropolitano
Estado e com os municípios, bem como
pode convocar, sempre que entender
a respetiva resolução e revogação;
necessário, os membros da comissão executiva
j) Autorizar a área metropolitana a
metropolitana para as reuniões daquele órgão.
associar-se com outras entidades
7 - É aplicável, com as devidas adaptações, o
públicas, privadas ou do setor social e
disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 40.º
cooperativo, a criar ou participar
noutras pessoas coletivas e a constituir
Artigo 71.º
empresas locais;
Competências
k) Deliberar sobre o número de
secretários metropolitanos
1 - Compete ao conselho metropolitano:
remunerados, nos termos da presente
a) Eleger o seu presidente e vice- lei;
presidentes, na sua primeira reunião; l) Aprovar o seu regimento;
b) Definir e aprovar as opções políticas e m) Aprovar, sob proposta da comissão
estratégicas da área metropolitana; executiva metropolitana, os
c) Aprovar o plano de ação da área regulamentos com eficácia externa;
metropolitana e a proposta de n) Deliberar, sob proposta da comissão
orçamento e as suas alterações e executiva metropolitana, sobre a forma
revisões, bem como apreciar o de imputação material aos municípios
inventário de todos os bens, direitos e integrantes da área metropolitana das
obrigações patrimoniais e respetiva despesas não cobertas por receitas
avaliação e, ainda, apreciar e votar os próprias;
documentos de prestação de contas; o) Apreciar e deliberar sobre o exercício
d) Aprovar os planos, os programas e os da competência de cobrança dos
projetos de investimento e impostos municipais pelos serviços da
desenvolvimento de interesse área metropolitana, nos termos a
metropolitano, cujos regimes jurídicos definir por diploma próprio;
são definidos em diploma próprio, p) Aprovar ou autorizar a contratação de
incluindo: empréstimos;
q) Designar, sob proposta da comissão
i) Plano metropolitano de
executiva metropolitana, o
ordenamento do território;
representante da área metropolitana
ii) Plano metropolitano de
na assembleia geral das empresas
mobilidade e logística;
locais, assim como os seus
iii) Plano metropolitano de proteção
representantes em quaisquer outras
civil;
entidades, organismos ou comissões

300
Autarquias Locais - Legislação Nacional
nos quais a área metropolitana 2 - Compete ainda ao conselho metropolitano
participe, independentemente de deliberar sobre a demissão da comissão
integrarem ou não o perímetro da executiva.
administração local; 3 - As deliberações do conselho
r) Designar, sob proposta da comissão metropolitano sobre as matérias previstas nas
executiva metropolitana, o revisor alienas k), n) e o) do n.º 1 são tomadas por
oficial de contas ou a sociedade de unanimidade.
revisores oficiais de contas;
s) Acompanhar a atividade da área Artigo 72.º
metropolitana, e avaliar os respetivos Presidente
resultados, nas empresas locais e
noutras entidades nas quais a área Compete ao presidente do conselho
metropolitana detenha alguma metropolitano:
participação;
a) Representar em juízo a área
t) Aprovar a criação ou reorganização
metropolitana;
dos serviços metropolitanos;
b) Assegurar a representação
u) Aprovar o mapa de pessoal dos
institucional da área metropolitana;
serviços metropolitanos;
c) Convocar as sessões ordinárias e
v) Autorizar a comissão executiva
extraordinárias;
metropolitana a celebrar, após
d) Dirigir os trabalhos do conselho
concurso público, contratos de
metropolitano;
concessão e fixar as respetivas
e) Conferir posse aos membros da
condições gerais;
comissão executiva metropolitana;
w) Aceitar doações, legados e heranças
f) Dar início ao processo de formação da
a benefício de inventário;
comissão executiva metropolitana;
x) Autorizar a comissão executiva
g) Exercer as demais competências
metropolitana a adquirir, alienar ou
previstas na lei e no regimento.
onerar bens imóveis e fixar as
respetivas condições gerais, podendo
SUBSECÇÃO II
determinar o recurso à hasta pública,
Comissão executiva metropolitana
assim como a alienar ou onerar bens
ou valores artísticos da área
Artigo 73.º
metropolitana, aplicando-se, com as
Natureza e constituição
devidas adaptações, o disposto no n.º
2 do artigo 33.º;
1 - A comissão executiva metropolitana é o
y) Deliberar sobre a participação da área
órgão executivo da área metropolitana.
metropolitana em projetos e ações de
2 - A comissão executiva metropolitana é
cooperação descentralizada,
constituída por um primeiro-secretário e por
designadamente no âmbito da União
quatro secretários metropolitanos e é eleita nos
Europeia e da Comunidade dos Países
termos dos artigos seguintes.
de Língua Portuguesa;
z) Deliberar sobre a composição em
Artigo 74.º
concreto do conselho estratégico para
Eleição
o desenvolvimento metropolitano;
aa) Ratificar o regimento de organização
1 - Na sua primeira reunião, o conselho
e funcionamento do conselho
metropolitano aprova, à pluralidade de votos, a
estratégico para o desenvolvimento
lista ordenada dos candidatos a membros da
metropolitano;
comissão executiva metropolitana a submeter a
bb) Deliberar sobre a emissão de parecer
votação nas assembleias municipais.
relativo às matérias previstas nas
2 - Na reunião prevista no número anterior, o
alíneas b) a e) do n.º 1 do artigo 25.º
conselho metropolitano delibera ainda sobre o
e na alínea e) do n.º 1 do artigo 33.º;
dia e hora para a votação, que deve ocorrer num
cc) Aprovar a constituição da entidade
período entre 20 a 45 dias.
gestora para a requalificação nas
3 - O presidente do conselho metropolitano
autarquias, bem como o regulamento
comunica, nos 5 dias seguintes, aos presidentes
específico;
das assembleias municipais dos municípios
dd) Pronunciar-se e deliberar sobre
associados o conteúdo das deliberações
todos os assuntos que visem a
previstas no número anterior.
prossecução das atribuições da área
4 - Os presidentes das assembleias
metropolitana;
municipais desencadeiam todos os
ee) Exercer as demais competências
procedimentos necessários para assegurar a
previstas na lei e no regimento.
reunião regular das assembleias municipais na
data e na hora fixadas, tendo em vista a

301
Autarquias Locais - Legislação Nacional
realização da votação a que se refere o número Artigo 76.º
anterior. Competências
5 - Nas reuniões a que se refere o número
anterior só participam e têm direito a voto os 1 - Compete à comissão executiva
membros eleitos das assembleias municipais, metropolitana:
com base nos quais se apura o quórum. a) Elaborar e submeter à aprovação do
6 - A votação decorre em simultâneo em conselho metropolitano os planos
todas as assembleias municipais e realiza-se por necessários à realização das atribuições
sufrágio secreto, sob pena de nulidade. metropolitanas;
7 - A lista submetida a votação é eleita se b) Propor ao Governo os planos, os
reunir a maioria dos votos favoráveis num programas e os projetos de
número igual ou superior a metade das investimento e desenvolvimento de
assembleias municipais, desde que aqueles interesse metropolitano;
votos sejam representativos da maioria do c) Participar, com outras entidades, no
número de eleitores somados de todos os planeamento que diretamente se
municípios integrantes da área metropolitana. relacione com as atribuições da área
8 - Para efeitos do número anterior, os votos metropolitana, emitindo parecer a
representativos dos eleitores dos municípios submeter a apreciação e deliberação do
integrantes da área metropolitana são apurados conselho metropolitano;
nos seguintes termos: d) Pronunciar-se sobre os planos e
programas da administração central
a) Os votos dos membros das
com interesse metropolitano;
assembleias municipais integrantes da
e) Assegurar a articulação entre os
área metropolitana são transportados e
municípios e os serviços da
contabilizados globalmente, com a
administração central;
ponderação prevista na alínea
f) Colaborar com os serviços da
seguinte;
administração central com competência
b) Cada voto expresso numa dada
no domínio da proteção civil e com os
assembleia municipal tem a
serviços municipais de proteção civil,
ponderação igual ao produto da divisão
tendo em vista o cumprimento dos
do número total de eleitores do
planos de emergência e programas
município pelo número total de
estabelecidos, bem como nas
membros dessa assembleia municipal
operações de proteção, socorro e
com direito de voto nesta votação.
assistência na iminência ou ocorrência
9 - Caso a lista submetida a votação não seja de acidente grave ou catástrofe;
eleita, o conselho metropolitano, tendo em conta g) Participar na gestão de programas de
os resultados das eleições gerais para as desenvolvimento regional e apresentar
assembleias municipais e ouvidos os partidos, candidaturas a financiamentos através
coligações e grupos de cidadãos nelas de programas, projetos e demais
representados, aprova e submete a eleição uma iniciativas;
nova lista, aplicando-se o disposto nos números h) Elaborar e submeter a aprovação do
anteriores, com as necessárias adaptações. conselho metropolitano o plano de ação
e a proposta do orçamento, assim
Artigo 75.º como as respetivas alterações e
Reuniões revisões;
i) Executar as opções do plano e
1 - A comissão executiva metropolitana tem orçamento;
uma reunião ordinária quinzenal e reuniões j) Elaborar e apresentar ao conselho
extraordinárias sempre que necessário. metropolitano propostas de
2 - As reuniões da comissão executiva harmonização no domínio dos poderes
metropolitana não são públicas. tributários dos municípios;
3 - Sem prejuízo do disposto no número k) Aprovar os projetos, programas de
anterior, a comissão executiva metropolitana concurso, cadernos de encargos e a
deve assegurar a consulta e a participação das adjudicação de empreitadas e aquisição
populações sobre matérias de interesse de bens e serviços, cuja autorização de
metropolitano, designadamente através da despesa lhe caiba;
marcação de datas para esse efeito. l) Propor ao conselho metropolitano o
4 - As atas das reuniões da comissão representante da área metropolitana
executiva metropolitana são obrigatoriamente na assembleia geral das empresas
publicitadas no sítio da Internet da área locais, assim como os seus
metropolitana. representantes em quaisquer outras
entidades, organismos ou comissões
nos quais a área metropolitana
participe, independentemente de

302
Autarquias Locais - Legislação Nacional
integrarem ou não o perímetro da ee) Assegurar o cumprimento das
administração local; deliberações do conselho
m) Alienar bens imóveis em hasta metropolitano;
pública, independentemente de ff) Dirigir os serviços metropolitanos;
autorização do conselho metropolitano, gg) Discutir e preparar com os
desde que a alienação decorra da departamentos governamentais e com
execução das opções do plano e a as câmaras municipais contratos de
respetiva deliberação tenha sido delegação de competências, nos
aprovada por unanimidade do conselho termos previstos na presente lei;
metropolitano; hh) Submeter ao conselho
n) Elaborar e aprovar a norma de metropolitano, para efeitos de
controlo interno, bem como o autorização, propostas de celebração
inventário dos bens, direitos e dos contratos de delegação de
obrigações patrimoniais da área competências previstos na alínea
metropolitana e respetiva avaliação e anterior;
ainda os documentos de prestação de ii) Submeter ao conselho metropolitano,
contas, a submeter à apreciação e para efeitos de autorização, propostas
votação do conselho metropolitano; de resolução e revogação dos contratos
o) Colaborar no apoio a programas e previstos na alínea dd);
projetos de interesse metropolitano, jj) Propor ao conselho metropolitano o
em parceria com entidades da parecer relativo às matérias previstas
administração central; nas alíneas b) a e) do n.º 1 do artigo
p) Elaborar e submeter à aprovação do 25.º;
conselho metropolitano projetos de kk) Propor ao conselho metropolitano a
regulamentos com eficácia externa da constituição da entidade gestora da
área metropolitana; requalificação nas autarquias;
q) Proceder à aquisição e locação de ll) Exercer as demais competências
bens e serviços; legais, incluindo aquelas que o Estado
r) Executar obras por empreitada; venha a transferir para as áreas
s) Dirigir os serviços metropolitanos de metropolitanas no quadro da
apoio técnico e administrativo; descentralização;
t) Alienar bens móveis; mm) Apresentar propostas ao conselho
metropolitano sobre matérias da
u) Participar em órgãos de gestão de
competência deste.
entidades da administração central;
2 - A comissão executiva metropolitana pode
v) Participar em órgãos consultivos de
delegar as suas competências no primeiro-
entidades da administração central;
secretário, com faculdade de subdelegação nos
w) Propor a declaração de utilidade
secretários metropolitanos, com exceção das
pública para efeitos de expropriação;
previstas nas alíneas a), b), c), d), h), j), k), l),
x) Enviar ao Tribunal de Contas as
m), n), p), s), u), v), x), hh), ii), jj), kk) e mm)
contas da área metropolitana;
do número anterior.
y) Dar conhecimento das contas da área
3 - Compete ao primeiro-secretário, com
metropolitana às assembleias
faculdade de subdelegação nos secretários
municipais dos respetivos municípios;
metropolitanos, outorgar contratos em
z) Desenvolver projetos de formação dos
representação da área metropolitana.
recursos humanos dos municípios;
4 - Compete ainda à comissão executiva
aa) Desenvolver projetos de apoio à
metropolitana comparecer perante as
gestão municipal;
assembleias municipais, nos termos e para os
bb) Acompanhar e apoiar a instrução dos
efeitos do n.º 5 do artigo 25.º
processos de execução fiscal no âmbito
da administração municipal;
Artigo 77.º
cc) Acompanhar e apoiar a instrução dos
Estatuto dos membros da comissão
procedimentos de controlo prévio,
executiva metropolitana
designadamente nos domínios da
construção, reconstrução, conservação
1 - A remuneração do primeiro-secretário é
ou demolição de edifícios, assim como
igual a 45 % da remuneração base do
relativamente aos estabelecimentos
Presidente da República.
insalubres, incómodos, perigosos ou
2 - A remuneração dos secretários
tóxicos, da competência das câmaras
metropolitanos é igual à remuneração base de
municipais;
vereador a tempo inteiro, em regime de
dd) Exercer as competências delegadas
exclusividade, de câmara municipal de município
nos termos dos contratos previstos no
com um número de eleitores superior a 10 000 e
artigo 120.º;
inferior a 40 000.
3 - O primeiro-secretário e os secretários
metropolitanos têm direito a despesas de

303
Autarquias Locais - Legislação Nacional
representação, respetivamente, no valor de 30 respetivo regimento de organização e
% e de 20 % das suas remunerações base. funcionamento.
4 - O primeiro-secretário é obrigatoriamente 2 - O regimento previsto no número anterior
remunerado. é válido após a ratificação pelo conselho
5 - O conselho metropolitano delibera, por metropolitano.
unanimidade, sobre o número de secretários 3 - Ao exercício de funções no conselho
metropolitanos remunerados, o qual não pode estratégico para o desenvolvimento
ser inferior a dois. metropolitano não corresponde qualquer
6 - Os membros da comissão executiva remuneração.
metropolitana remunerados exercem funções em
regime de exclusividade. CAPÍTULO III
7 - Aos membros da comissão executiva Comunidade intermunicipal
metropolitana está vedado o exercício de
quaisquer cargos nos órgãos de soberania ou SECÇÃO I
das autarquias locais. Órgãos
8 - Os membros da comissão executiva
metropolitana não podem ser prejudicados na Artigo 80.º
respetiva colocação ou emprego permanente por Instituição e estatutos
virtude do desempenho dos seus mandatos.
9 - Durante o exercício do respetivo mandato 1 - A constituição das comunidades
não podem os membros da comissão executiva intermunicipais compete às câmaras municipais,
metropolitana ser prejudicados no que respeita a ficando a eficácia do acordo constitutivo, que
promoções, gratificações, benefícios sociais ou define os seus estatutos, dependente da
qualquer outro direito adquirido de caráter não aprovação pelas assembleias municipais.
pecuniário. 2 - As comunidades intermunicipais
10 - O tempo de serviço prestado como constituem-se por contrato, nos termos
membro da comissão executiva metropolitana é previstos na lei civil, sendo outorgantes os
contado como se tivesse sido prestado à presidentes dos órgãos executivos dos
entidade empregadora. municípios envolvidos.
11 - As remunerações base e as despesas de 3 - Os estatutos de cada comunidade
representação devidas aos membros da intermunicipal estabelecem obrigatoriamente:
comissão executiva metropolitana são
a) A denominação, contendo a referência
suportadas pelo orçamento da respetiva área
à unidade territorial que integra, a
metropolitana.
sede e a composição da comunidade
12 - É aplicável o disposto nos artigos 78.º e
intermunicipal;
79.º do Estatuto da Aposentação, aprovado pelo
b) Os fins da comunidade intermunicipal;
Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de dezembro.
c) Os bens, serviços e demais
contributos com que os municípios
SUBSECÇÃO III
concorrem para a prossecução das
Conselho estratégico para o
suas atribuições;
desenvolvimento metropolitano
d) A estrutura orgânica, o modo de
designação e de funcionamento dos
Artigo 78.º
seus órgãos;
Natureza e constituição
e) As competências dos seus órgãos.
1 - O conselho estratégico para o 4 - Qualquer município integrante de uma
desenvolvimento metropolitano é um órgão de unidade territorial em que já exista uma
natureza consultiva destinado ao apoio ao comunidade intermunicipal tem o direito
processo de decisão dos restantes órgãos da potestativo de a ela aderir, mediante deliberação
área metropolitana. da câmara municipal aprovada pela assembleia
2 - O conselho estratégico para o municipal respetiva e comunicada à comissão
desenvolvimento metropolitano é constituído por executiva intermunicipal, sem necessidade de
representantes das instituições, entidades e autorização ou aprovação dos restantes
organizações com relevância e intervenção no municípios.
domínio dos interesses metropolitanos. 5 - Não podem existir comunidades
3 - Compete ao conselho metropolitano intermunicipais com um número de municípios
deliberar sobre a composição em concreto do inferior a cinco ou que tenham uma população
conselho estratégico para o desenvolvimento que somada seja inferior a 85 000 habitantes.
metropolitano.

Artigo 79.º
Funcionamento

1 - Compete ao conselho estratégico para o


desenvolvimento metropolitano aprovar o

304
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 81.º SUBSECÇÃO I
Atribuições das comunidades Assembleia intermunicipal
intermunicipais
Artigo 83.º
1 - As comunidades intermunicipais Constituição e funcionamento
destinam-se à prossecução dos seguintes fins
públicos: 1 - A assembleia intermunicipal é constituída
por membros de cada assembleia municipal,
a) Promoção do planeamento e da
eleitos de forma proporcional, nos seguintes
gestão da estratégia de
termos:
desenvolvimento económico, social e
ambiental do território abrangido; a) Dois nos municípios até 10 000
b) Articulação dos investimentos eleitores;
municipais de interesse intermunicipal; b) Quatro nos municípios entre 10 001 e
c) Participação na gestão de programas 50 000 eleitores;
de apoio ao desenvolvimento regional, c) Seis nos municípios entre 50 001 e
designadamente no âmbito do QREN; 100 000 eleitores;
d) Planeamento das atuações de d) Oito nos municípios com mais de 100
entidades públicas, de caráter 000 eleitores.
supramunicipal.
2 - A eleição ocorre em cada assembleia
2 - Cabe às comunidades intermunicipais municipal pelo colégio eleitoral constituído pelo
assegurar a articulação das atuações entre os conjunto dos membros da assembleia municipal,
municípios e os serviços da administração eleitos diretamente, mediante a apresentação de
central, nas seguintes áreas: listas que não podem ter um número de
candidatos superior ao previsto no número
a) Redes de abastecimento público,
anterior e que devem apresentar, pelo menos,
infraestruturas de saneamento básico,
um suplente.
tratamento de águas residuais e
3 - Os mandatos são atribuídos, em cada
resíduos urbanos;
assembleia municipal, segundo o sistema de
b) Rede de equipamentos de saúde;
representação proporcional e o método da média
c) Rede educativa e de formação
mais alta de Hondt.
profissional;
4 - A assembleia intermunicipal reúne
d) Ordenamento do território,
ordinariamente duas vezes por ano e
conservação da natureza e recursos
extraordinariamente sempre que convocada nos
naturais;
termos dos estatutos da comunidade
e) Segurança e proteção civil;
intermunicipal.
f) Mobilidade e transportes;
g) Redes de equipamentos públicos;
Artigo 84.º
h) Promoção do desenvolvimento
Competências
económico, social e cultural;
i) Rede de equipamentos culturais,
Compete à assembleia intermunicipal:
desportivos e de lazer.
a) Eleger a mesa da assembleia
3 - Cabe às comunidades intermunicipais
intermunicipal;
exercer as atribuições transferidas pela
b) Aprovar, sob proposta do conselho
administração estadual e o exercício em comum
intermunicipal, as opções do plano, o
das competências delegadas pelos municípios
orçamento e as suas revisões, bem
que as integram, nos termos da presente lei.
como apreciar o inventário de todos os
4 - Cabe às comunidades intermunicipais
bens, direitos e obrigações patrimoniais
designar os representantes das autarquias locais
e respetiva avaliação e, ainda, apreciar
em entidades públicas e entidades empresariais
e votar os documentos de prestação de
sempre que a representação tenha natureza
contas;
intermunicipal.
c) Eleger, sob proposta do conselho
intermunicipal, o secretariado
Artigo 82.º
executivo intermunicipal;
Órgãos
d) Aprovar o seu regimento e os
regulamentos, designadamente de
São órgãos da comunidade intermunicipal a
organização e funcionamento;
assembleia intermunicipal, o conselho
e) Exercer os demais poderes que lhe
intermunicipal, o secretariado executivo
sejam conferidos por lei, pelos
intermunicipal e o conselho estratégico para o
estatutos ou pelo regimento;
desenvolvimento intermunicipal.
f) Aprovar moções de censura ao
secretariado executivo intermunicipal.

305
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 85.º 3 - As reuniões do conselho intermunicipal
Mesa da assembleia intermunicipal são públicas.
4 - A primeira reunião tem lugar no prazo de
1 - Os trabalhos da assembleia intermunicipal 30 dias após a realização de eleições gerais para
são dirigidos por uma mesa, constituída pelo os órgãos deliberativos dos municípios e é
presidente, um vice-presidente e um secretário, convocada pelo presidente da câmara municipal
a eleger por voto secreto de entre os seus do município com maior número de eleitores.
membros. 5 - As reuniões do conselho intermunicipal
2 - Enquanto não for eleita a mesa da podem realizar-se na circunscrição territorial de
assembleia intermunicipal, a mesma é dirigida qualquer dos municípios que integram a
pelos eleitos mais antigos. comunidade intermunicipal.
6 - O presidente do conselho intermunicipal
Artigo 86.º pode convocar, sempre que entender
Presidente da assembleia intermunicipal necessário, os membros do secretariado
executivo intermunicipal para as reuniões
Compete ao presidente da assembleia: daquele órgão.
7 - É aplicável, com as devidas adaptações, o
a) Convocar as reuniões ordinárias e
disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 40.º
extraordinárias;
b) Dirigir os trabalhos da assembleia;
Artigo 90.º
c) Exercer os demais poderes que lhe
Competências
sejam conferidos por lei, pelos
estatutos, pelo regimento ou pela
1 - Compete ao conselho intermunicipal:
assembleia.
a) Eleger o seu presidente e vice-
Artigo 87.º presidentes, na sua primeira reunião;
Senhas de presença b) Definir e aprovar as opções políticas e
estratégicas da comunidade
1 - Os membros da assembleia intermunicipal intermunicipal;
têm direito a uma senha de presença pela c) Submeter à assembleia municipal a
participação nas reuniões ordinárias, calculada proposta do plano de ação da
nos termos aplicáveis ao pagamento das senhas comunidade intermunicipal e o
de presença abonadas aos membros das orçamento e as suas alterações e
assembleias municipais. revisões;
2 - Os membros da assembleia intermunicipal d) Aprovar os planos, os programas e os
não têm direito a ajudas de custo pela sua projetos de investimento e
participação nas reuniões deste órgão. desenvolvimento de interesse
intermunicipal, cujos regimes jurídicos
SUBSECÇÃO II são definidos em diploma próprio,
Conselho intermunicipal incluindo:
i) Plano intermunicipal de
Artigo 88.º
ordenamento do território;
Constituição
ii) Plano intermunicipal de
mobilidade e logística;
1 - O conselho intermunicipal é constituído
iii) Plano intermunicipal de proteção
pelos presidentes das câmaras municipais dos
civil;
municípios que integram a comunidade
iv) Plano intermunicipal de gestão
intermunicipal.
ambiental;
2 - O conselho intermunicipal tem um
v) Plano intermunicipal de gestão de
presidente e dois vice-presidentes, eleitos por
redes de equipamentos de saúde,
aquele, de entre os seus membros.
educação, cultura e desporto;
3 - Ao exercício de funções no conselho
intermunicipal não corresponde qualquer e) Propor ao Governo os planos, os
remuneração, sem prejuízo das ajudas de custo programas e os projetos de
devidas nos termos da lei. investimento e desenvolvimento de
interesse intermunicipal;
Artigo 89.º f) Pronunciar-se sobre os planos e
Reuniões programas da administração central
com interesse intermunicipal;
1 - O conselho intermunicipal tem 12 g) Acompanhar e fiscalizar a atividade do
reuniões anuais com periodicidade mensal. secretariado executivo intermunicipal,
2 - O conselho intermunicipal reúne das empresas locais e de quaisquer
extraordinariamente por iniciativa do seu outras entidades que integrem o
presidente ou após requerimento de um terço perímetro da administração local;
dos seus membros.

306
Autarquias Locais - Legislação Nacional
h) Apreciar, com base na informação (Nos termos da Declaração de Retificação n.º
disponibilizada pelo secretariado 46-C/2013, de 1 de novembro, na alínea c) do
executivo intermunicipal, os resultados n.º 1 do artigo 90.º do anexo I, onde se
da participação da comunidade lê:«Submeter à assembleia municipal a proposta
intermunicipal nas empresas locais e do plano de ação da comunidade intermunicipal
em quaisquer outras entidades; e o orçamento e as suas alterações e revisões»
i) Conhecer e tomar posição sobre os deve ler -se: «Submeter à assembleia
relatórios definitivos resultantes de intermunicipal a proposta do plano de ação da
ações tutelares ou de auditorias comunidade intermunicipal e o orçamento e as
executadas sobre a atividade dos suas alterações e revisões»)
órgãos e serviços da comunidade
intermunicipal; Artigo 91.º
j) Tomar posição perante quaisquer Representação externa
órgãos do Estado ou entidades públicas
sobre assuntos de interesse para a É da competência do conselho intermunicipal
comunidade intermunicipal; a representação da comunidade intermunicipal
k) Discutir e preparar com os perante quaisquer entidades externas, com
departamentos governamentais e com faculdade de delegação no secretariado
as câmaras municipais contratos de executivo intermunicipal.
delegação de competências, nos
termos previstos na presente lei; Artigo 92.º
l) Aprovar a celebração de contratos de Presidente
delegação de competências com o
Estado e com os municípios, bem como Compete ao presidente do conselho
a respetiva resolução e revogação; intermunicipal:
m) Autorizar a comunidade
a) Representar em juízo a comunidade
intermunicipal a associar-se com outras
intermunicipal;
entidades públicas, privadas ou do
b) Assegurar a representação
setor social e cooperativo, a criar ou
institucional da comunidade
participar noutras pessoas coletivas e a
intermunicipal;
constituir empresas locais;
c) Convocar as sessões ordinárias e
n) Propor a declaração de utilidade
extraordinárias;
pública para efeitos de expropriação;
d) Dirigir os trabalhos do conselho
o) Deliberar sobre a existência e o
intermunicipal;
número de secretários intermunicipais,
e) Conferir posse aos membros do
no limite máximo de dois, e se os
secretariado executivo intermunicipal;
mesmos são remunerados, nos termos
f) Dar início ao processo de formação do
da presente lei;
secretariado executivo intermunicipal;
p) Aprovar o seu regimento;
g) Exercer as demais competências
q) Aprovar, sob proposta do secretariado
previstas na lei e no regimento.
executivo intermunicipal, os
regulamentos com eficácia externa;
SUBSECÇÃO III
r) Deliberar sobre a forma de imputação
Secretariado executivo intermunicipal
material aos municípios integrantes da
comunidade intermunicipal das
Artigo 93.º
despesas não cobertas por receitas
Constituição
próprias;
s) Apresentar à assembleia
O secretariado executivo intermunicipal é
intermunicipal, para aprovação, os
constituído por um primeiro-secretário e,
documentos de prestações de contas
mediante deliberação unânime do conselho
da comunidade intermunicipal;
intermunicipal, até dois secretários
t) Aprovar a constituição da entidade
intermunicipais.
gestora da requalificação nas
autarquias, bem como o regulamento
Artigo 94.º
específico.
Eleição
2 - Compete ao conselho comparecer nas
assembleias municipais para efeitos da alínea a) 1 - Na sua primeira reunião, o conselho
do n.º 5 do artigo 25.º, com faculdade de intermunicipal aprova, à pluralidade de votos, a
delegação no secretariado executivo lista ordenada dos candidatos a membros do
intermunicipal. secretariado executivo intermunicipal a
3 - Compete ainda ao conselho intermunicipal submeter a votação e comunica-a ao presidente
deliberar sobre a demissão do secretariado da assembleia intermunicipal.
executivo intermunicipal. 2 - O presidente da assembleia intermunicipal
desencadeia todos os procedimentos necessários

307
Autarquias Locais - Legislação Nacional
para assegurar a reunião regular da assembleia e) Participar na gestão de programas de
intermunicipal num dos 30 dias subsequentes à desenvolvimento regional e apresentar
comunicação a que se refere o dia anterior, candidaturas a financiamentos através
tendo em vista a deliberação sobre a lista dos de programas, projetos e demais
candidatos a membros do secretariado executivo iniciativas;
intermunicipal. f) Preparar para o conselho
3 - A votação realiza-se por sufrágio secreto, intermunicipal a proposta do plano de
sob pena de nulidade. ação e a proposta do orçamento, assim
4 - Caso a lista submetida a votação não seja como as respetivas propostas de
eleita, o conselho intermunicipal, tendo em alteração e revisão;
conta os resultados das eleições gerais para as g) Executar as opções do plano e o
assembleias municipais e ouvidos os partidos, orçamento;
coligações e grupos de cidadãos nelas h) Aprovar os projetos, programas de
representados, aprova e submete a eleição uma concurso, cadernos de encargos e a
nova lista, aplicando-se o disposto nos números adjudicação de empreitadas e aquisição
anteriores, com as necessárias adaptações. de bens e serviços, cuja autorização de
despesa se encontre abaixo do limite
Artigo 95.º definido pelo conselho intermunicipal;
Reuniões i) Alienar bens imóveis em hasta pública,
por autorização do conselho
1 - O secretariado executivo intermunicipal intermunicipal;
tem uma reunião ordinária quinzenal e reuniões j) Preparar para o conselho
extraordinárias sempre que necessário. intermunicipal a norma de controlo
2 - As reuniões do secretariado executivo interno, bem como o inventário dos
intermunicipal não são públicas. bens, direitos e obrigações patrimoniais
3 - Sem prejuízo do disposto no número da comunidade intermunicipal e
anterior, o secretariado executivo intermunicipal respetiva avaliação e ainda os
deve assegurar a consulta e a participação das documentos de prestação de contas;
populações sobre matérias de interesse k) Colaborar no apoio a programas e
intermunicipal, designadamente através da projetos de interesse intermunicipal,
marcação de datas para esse efeito. em parceria com entidades da
4 - As atas das reuniões do secretariado administração central;
executivo intermunicipal são obrigatoriamente l) Elaborar e submeter à aprovação do
publicitadas no sítio da Internet da comunidade conselho intermunicipal projetos de
intermunicipal. regulamentos com eficácia externa da
comunidade intermunicipal;
Artigo 96.º m) Proceder à aquisição e locação de
Competências bens e serviços, cuja autorização de
despesa se encontre abaixo do limite
1 - Compete ao secretariado executivo definido pelo conselho intermunicipal;
intermunicipal: n) Dirigir os serviços intermunicipais;
o) Alienar bens móveis, dependente de
a) Elaborar e submeter à aprovação do
autorização quando o valor se encontre
conselho intermunicipal os planos
acima do limite definido pelo conselho
necessários à realização das atribuições
intermunicipal;
intermunicipais;
p) Participar em órgãos de gestão de
b) Participar, com outras entidades, no
entidades da administração central;
planeamento que diretamente se
q) Participar em órgãos consultivos de
relacione com as atribuições da
entidades da administração central;
comunidade intermunicipal, emitindo
r) Enviar ao Tribunal de Contas as contas
parecer a submeter a apreciação e
da comunidade intermunicipal;
deliberação do conselho intermunicipal;
s) Executar projetos de formação dos
c) Assegurar a articulação entre os
recursos humanos dos municípios;
municípios e os serviços da
t) Executar projetos de apoio à gestão
administração central;
municipal;
d) Colaborar com os serviços da
u) Exercer as competências delegadas
administração central com competência
nos termos dos contratos previstos no
no domínio da proteção civil e com os
artigo 127.º;
serviços municipais de proteção civil,
v) Assegurar o cumprimento das
tendo em vista o cumprimento dos
deliberações do conselho
planos de emergência e programas
intermunicipal;
estabelecidos, bem como nas
w) Apresentar propostas ao conselho
operações de proteção, socorro e
intermunicipal sobre matérias da
assistência na iminência ou ocorrência
competência deste;
de acidente grave ou catástrofe;

308
Autarquias Locais - Legislação Nacional
x) Exercer as demais competências 11 - As remunerações base e as despesas de
legais. representação devidas aos membros do
secretariado executivo intermunicipal são
2 - As competências previstas nas alíneas b),
suportadas pelo orçamento da respetiva
c), d), k), p) e q) do número anterior são
comunidade intermunicipal.
exercidas por delegação do conselho
12 - Aos membros do secretariado executivo
intermunicipal.
intermunicipal é aplicável o disposto nos artigos
3 - O secretariado executivo intermunicipal
78.º e 79.º do Estatuto da Aposentação,
pode delegar as suas competências no primeiro-
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de
secretário, com faculdade de subdelegação nos
dezembro.
secretários intermunicipais.
(Nos termos da Declaração de Retificação n.º
SUBSECÇÃO IV
50-A/2013, de 11 de novembro, na alínea u) do
Conselho estratégico para o
n.º 1 do artigo 96.º do anexo I: Onde se lê:
desenvolvimento intermunicipal
«Exercer as competências delegadas nos termos
dos contratos previstos no artigo 127.º» deve ler
Artigo 98.º
-se: «Exercer as competências delegadas nos
Natureza e constituição
termos dos contratos previstos no artigo 120.º»)
1 - O conselho estratégico para o
Artigo 97.º
desenvolvimento intermunicipal é um órgão de
Estatuto dos membros do secretariado
natureza consultiva destinado ao apoio ao
executivo intermunicipal
processo de decisão dos restantes órgãos da
comunidade intermunicipal.
1 - A remuneração do primeiro-secretário é
2 - O conselho estratégico para o
igual a 45 % da remuneração base do
desenvolvimento intermunicipal é constituído por
Presidente da República.
representantes das instituições, entidades e
2 - A remuneração dos secretários
organizações com relevância e intervenção no
intermunicipais é igual à remuneração base de
domínio dos interesses intermunicipais.
vereador a tempo inteiro, em regime de
3 - Compete ao conselho intermunicipal
exclusividade, de câmara municipal de município
deliberar sobre a composição em concreto do
com um número de eleitores superior a 10 000 e
conselho estratégico para o desenvolvimento
inferior a 40 000.
intermunicipal.
3 - O primeiro-secretário e os secretários
intermunicipais têm direito a despesas de
Artigo 99.º
representação, respetivamente, no valor de 30
Funcionamento
% e de 20 % das suas remunerações base.
4 - O cargo de primeiro-secretário é
1 - Compete ao conselho estratégico para o
remunerado.
desenvolvimento intermunicipal aprovar o
5 - O conselho intermunicipal delibera, por
respetivo regimento de organização e
unanimidade, sobre a existência e o número de
funcionamento.
secretários intermunicipais, no limite máximo de
2 - O regimento previsto no número anterior
dois, e se os mesmos são remunerados.
é válido após a ratificação pelo conselho
6 - Os membros do secretariado executivo
intermunicipal.
intermunicipal remunerados exercem funções
3 - Ao exercício de funções no conselho
em regime de exclusividade.
estratégico para o desenvolvimento
7 - Aos membros do secretariado executivo
intermunicipal não é atribuída qualquer
intermunicipal está vedado o exercício de
remuneração.
quaisquer cargos nos órgãos de soberania ou
das autarquias locais.
SECÇÃO II
8 - Os membros do secretariado executivo
Disposições comuns aos órgãos das
intermunicipal não podem ser prejudicados na
entidades intermunicipais
respetiva colocação ou emprego permanente por
virtude do desempenho dos seus mandatos.
Artigo 100.º
9 - Durante o exercício do respetivo mandato
Tomada de posse dos membros da
não podem os membros do secretariado
comissão executiva metropolitana e do
executivo intermunicipal ser prejudicados no que
secretariado executivo intermunicipal
respeita a promoções, gratificações, benefícios
sociais ou qualquer outro direito adquirido de
Os membros da comissão executiva
caráter não pecuniário.
metropolitana e do secretariado executivo
10 - O tempo de serviço prestado como
intermunicipal tomam posse perante o conselho
membro do secretariado executivo
metropolitano e perante a assembleia
intermunicipal é contado como se tivesse sido
intermunicipal, respetivamente, no prazo
prestado à entidade empregadora.
máximo de cinco dias após as eleições a que se
referem os artigos 74.º e 94.º

309
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 101.º previstas no n.º 2 do artigo 71.º, no n.º 3 do
Mandato dos membros do conselho artigo 90.º e na alínea f) do artigo 84.º»)
metropolitano, da assembleia
intermunicipal e do conselho intermunicipal Artigo 103.º
Vacatura
1 - O mandato dos membros do conselho
metropolitano e do conselho intermunicipal 1 - A vacatura do cargo de primeiro-
coincide com o que legalmente estiver fixado secretário por morte, renúncia, perda de
para os órgãos das autarquias locais. mandato ou qualquer outro motivo atendível
2 - A perda, a cessação e a renúncia ao legalmente previsto determina a dissolução da
mandato de presidente de câmara municipal comissão executiva metropolitana e do
determina o mesmo efeito no mandato detido secretariado executivo intermunicipal e a
nos órgãos referidos no número anterior. realização de novo ato eleitoral.
3 - O mandato dos membros da comissão 2 - A vacatura do cargo de secretário da
executiva metropolitana e do secretariado comissão executiva metropolitana e do
executivo intermunicipal tem início com a secretariado executivo intermunicipal por morte,
tomada de posse e cessa com a eleição de novo renúncia, perda de mandato ou qualquer outro
presidente do conselho metropolitano e da motivo atendível legalmente previsto determina
assembleia intermunicipal, respetivamente, na a realização de um novo ato eleitoral limitado à
sequência da realização de eleições gerais para eleição de um novo membro.
os órgãos deliberativos dos municípios, sem 3 - Os membros eleitos na sequência de
prejuízo do disposto no artigo seguinte. dissolução da comissão executiva metropolitana
4 - Os membros da comissão executiva e do secretariado executivo intermunicipal ou de
metropolitana e do secretariado executivo vacatura do cargo de secretário completam os
intermunicipal mantêm-se em funções até à mandatos antes iniciados na decorrência da
tomada de posse dos novos membros. realização de eleições gerais para os órgãos
deliberativos dos municípios.
Artigo 102.º 4 - Os atos eleitorais previstos nos n.os 1 e 2
Demissão da comissão executiva realizam-se de acordo com as disposições dos
metropolitana e do secretariado executivo artigos 74.º e 94.º, com as devidas adaptações.
intermunicipal
Artigo 104.º
1 - Qualquer dos seguintes factos determina Funcionamento
a demissão da comissão executiva metropolitana
e do secretariado executivo intermunicipal: O funcionamento das entidades
intermunicipais regula-se, em tudo o que não
a) A aprovação de moções de censura
esteja previsto na presente lei, pelo regime
pela maioria das assembleias
jurídico aplicável aos órgãos municipais.
municipais dos municípios que
integram a respetiva área
Artigo 105.º
metropolitana ou comunidade
Deliberações
intermunicipal;
b) As deliberações do conselho
1 - As deliberações dos órgãos das entidades
metropolitano, do conselho
intermunicipais vinculam os municípios que as
intermunicipal e da assembleia
integram.
intermunicipal previstas na alínea b) do
2 - As deliberações do conselho
n.º 5 do artigo 25.º, no n.º 3 do artigo
metropolitano e do conselho intermunicipal
90.º e na alínea f) do artigo 84.º
consideram-se aprovadas quando os votos
2 - Na sequência da demissão da comissão favoráveis dos seus membros correspondam,
executiva metropolitana ou do secretariado cumulativamente, a um número igual ou
executivo intermunicipal nos termos do número superior ao dos votos desfavoráveis e à
anterior é aplicável, com as devidas adaptações, representação de mais de metade do universo
o disposto nos artigos 74.º e 94.º total de eleitores dos municípios integrantes da
(Nos termos da Declaração de Retificação n.º área metropolitana.
46-C/2013, de 1 de novembro, na alínea b) do 3 - Para efeitos do número anterior,
n.º 1 do artigo 102.º do anexo I, onde se lê:«As considera-se que o voto de cada membro é
deliberações do conselho metropolitano, do representativo do número de eleitores do
conselho intermunicipal e da assembleia município de cuja câmara municipal seja
intermunicipal previstas na alínea b) do n.º 5 do presidente.
artigo 25.º, no n.º 3 do artigo 90.º e na alínea f) (Nos termos da Declaração de Retificação n.º
do artigo 84.º» deve ler -se: «As deliberações 46-C/2013, de 1 de novembro, no n.º 2 do
do conselho metropolitano, do conselho artigo 105.º do anexo I, onde se lê: «As
intermunicipal e da assembleia intermunicipal deliberações do conselho metropolitano e do
conselho intermunicipal consideram -se
aprovadas quando os votos favoráveis dos seus

310
Autarquias Locais - Legislação Nacional
membros correspondam, cumulativamente, a circunscrição esteja sedeada ao membro do
um número igual ou superior ao dos votos Governo que tutela as autarquias locais.
desfavoráveis e à representação de mais de
metade do universo total de eleitores dos Artigo 109.º
municípios integrantes da área metropolitana» Estatutos
deve ler -se: «As deliberações do conselho
metropolitano e do conselho intermunicipal 1 - Os estatutos das associações de
consideram -se aprovadas quando os votos autarquias locais de fins específicos devem
favoráveis dos seus membros correspondam, especificar:
cumulativamente, a um número igual ou
a) A denominação, incluindo a menção
superior ao dos votos desfavoráveis e à
«Associação de Municípios» ou
representação de mais de metade do universo
«Associação de Freguesias», consoante
total de eleitores dos municípios integrantes da
os casos, a sede e a composição;
área metropolitana ou da comunidade
b) Os fins da associação;
intermunicipal»)
c) Os bens, os serviços e os demais
contributos com que os municípios
Artigo 106.º
concorrem para a prossecução das
Serviços municipais
suas atribuições;
d) As competências dos seus órgãos;
1 - As entidades intermunicipais podem criar
e) A estrutura orgânica e o modo de
serviços de apoio técnico e administrativo.
designação e funcionamento dos seus
2 - A natureza, estrutura e funcionamento
órgãos;
dos serviços referidos no número anterior são
f) A duração, quando a associação de
definidos em regulamento interno, aprovado
municípios de fins específicos não se
pelo conselho da entidade intermunicipal, sob
constitua por tempo indeterminado.
proposta da comissão executiva metropolitana
ou do secretariado executivo intermunicipal. 2 - Os estatutos devem especificar ainda os
direitos e obrigações dos municípios associados,
Artigo 107.º as condições das suas saída e exclusão e da
Pessoal admissão de novos municípios, bem como os
termos da extinção da associação e da
1 - As entidades intermunicipais dispõem de consequente divisão do seu património.
mapa de pessoal próprio, privilegiando-se o 3 - A modificação de estatutos obedece às
recurso ao seu preenchimento através dos mesmas regras da sua aprovação originária.
instrumentos de mobilidade geral legalmente
previstos, preferencialmente de trabalhadores Artigo 110.º
oriundos dos mapas de pessoal dos municípios Regime jurídico
que as integram.
2 - Aos trabalhadores das entidades As associações de autarquias locais de fins
intermunicipais é aplicável o regime jurídico do específicos regem-se pelo disposto na presente
contrato de trabalho em funções públicas. lei e na demais legislação aplicável às pessoas
coletivas públicas, bem como pelos respetivos
CAPÍTULO IV estatutos e regulamentos internos, estando
Associações de freguesias e de municípios nomeadamente sujeitas, quaisquer que sejam as
de fins específicos particularidades dos seus estatutos e do seu
regime de gestão:
Artigo 108.º
Constituição a) Aos princípios constitucionais de
direito administrativo;
1 - A constituição das associações de b) Aos princípios gerais da atividade
autarquias locais de fins específicos compete aos administrativa;
órgãos executivos colegiais dos municípios ou c) Ao Código do Procedimento
das freguesias interessados, ficando a eficácia Administrativo;
do acordo constitutivo, que define os seus d) Ao Código dos Contratos Públicos;
estatutos, dependente da aprovação pelos e) Às leis do contencioso administrativo;
respetivos órgãos deliberativos. f) À lei de organização e processo do
2 - As associações de autarquias locais de Tribunal de Contas e ao regime de
fins específicos constituem-se por contrato, nos jurisdição e controlo financeiro do
termos previstos na lei civil, sendo outorgantes Tribunal de Contas e da Inspeção-Geral
os presidentes dos órgãos executivos dos de Finanças;
municípios ou das freguesias envolvidas. g) Ao regime jurídico da administração
3 - A constituição de uma associação de financeira e patrimonial do Estado;
autarquias locais de fins específicos é h) Ao regime jurídico das
comunicada pela autarquia local em cuja incompatibilidades e impedimentos de
cargos públicos e dos trabalhadores em

311
Autarquias Locais - Legislação Nacional
funções públicas, incluindo as SECÇÃO II
incompatibilidades previstas nos Transferência de competências
artigos 78.º e 79.º do Estatuto da
Aposentação, aprovado pelo Decreto- Artigo 114.º
Lei n.º 498/72, de 9 de dezembro; Transferência de competências
i) Aos princípios da publicidade, da
concorrência e da não discriminação A transferência de competências tem caráter
em matéria de recrutamento de definitivo e universal.
pessoal e ao regime jurídico aplicável
aos trabalhadores que exercem funções Artigo 115.º
públicas; Recursos
j) Ao regime da realização das despesas
públicas; 1 - A lei deve prever expressamente os
k) Ao regime da responsabilidade civil do recursos humanos, patrimoniais e financeiros
Estado e das demais entidades necessários e suficientes ao exercício pelos
públicas. órgãos das autarquias locais e das entidades
intermunicipais das competências para eles
TÍTULO IV transferidas.
Descentralização administrativa 2 - Na previsão dos recursos referidos no
número anterior, a lei faz obrigatoriamente
CAPÍTULO I referência às respetivas fontes de financiamento
Disposições gerais e aos seus modos de afetação.
3 - O Estado deve promover os estudos
SECÇÃO I necessários de modo a que a concretização da
Disposições gerais transferência de competências assegure a
demonstração dos seguintes requisitos:
Artigo 111.º
a) O não aumento da despesa pública
Descentralização administrativa
global;
b) O aumento da eficiência da gestão
Para efeitos da presente lei, a
dos recursos pelas autarquias locais ou
descentralização administrativa concretiza-se
pelas entidades intermunicipais;
através da transferência por via legislativa de
c) Os ganhos de eficácia do exercício das
competências de órgãos do Estado para órgãos
competências pelos órgãos das
das autarquias locais e das entidades
autarquias locais ou das entidades
intermunicipais.
intermunicipais;
d) O cumprimento dos objetivos
Artigo 112.º
referidos no artigo 112.º;
Objetivos
e) A articulação entre os diversos níveis
da administração pública.
A concretização da descentralização
administrativa visa a aproximação das decisões 4 - Os estudos referidos no número anterior
aos cidadãos, a promoção da coesão territorial, são elaborados por equipas técnicas
o reforço da solidariedade inter-regional, a multidisciplinares, compostas por representantes
melhoria da qualidade dos serviços prestados às dos departamentos governamentais envolvidos,
populações e a racionalização dos recursos das comissões de coordenação e
disponíveis. desenvolvimento regional, da Associação
Nacional dos Municípios Portugueses e da
Artigo 113.º Associação Nacional de Freguesias.
Intangibilidade das atribuições e natureza 5 - A lei deve obrigatoriamente fazer
e âmbito da descentralização referência aos estudos referidos no n.º 3.
administrativa
CAPÍTULO II
No respeito pela intangibilidade das Delegação de competências
atribuições autárquicas e intermunicipais, o
Estado concretiza a descentralização SECÇÃO I
administrativa promovendo a transferência Disposições gerais
progressiva, contínua e sustentada de
competências em todos os domínios dos Artigo 116.º
interesses próprios das populações das Âmbito
autarquias locais e das entidades
intermunicipais, em especial no âmbito das O presente capítulo estabelece o regime
funções económicas e sociais. jurídico da delegação de competências de órgãos
do Estado nos órgãos das autarquias locais e das
entidades intermunicipais e dos órgãos dos

312
Autarquias Locais - Legislação Nacional
municípios nos órgãos das freguesias e das e) Continuidade da prestação do serviço
entidades intermunicipais. público;
f) Necessidade e suficiência dos
Artigo 117.º recursos.
Prossecução de atribuições e delegação de
competências Artigo 122.º
Recursos
1 - O Estado, as autarquias locais e as
entidades intermunicipais articulam entre si, nos 1 - É aplicável, com as devidas adaptações, o
termos do artigo 4.º, a prossecução das disposto nos n.os 1, 2 e 5 do artigo 115.º
respetivas atribuições, podendo, para o efeito, 2 - Os contraentes públicos devem promover
recorrer à delegação de competências. os estudos necessários à demonstração dos
2 - Para efeitos do disposto no número requisitos previstos nas alíneas a) a e) do n.º 3
anterior, os órgãos do Estado podem delegar do artigo 115.º
competências nos órgãos das autarquias locais e 3 - A afetação dos recursos humanos através
das entidades intermunicipais e os órgãos dos de instrumento de mobilidade é válida pelo
municípios podem delegar competências nos período de vigência do contrato, salvo
órgãos das freguesias e das entidades convenção em contrário.
intermunicipais.
Artigo 123.º
Artigo 118.º Cessação do contrato
Objetivos
1 - O contrato pode cessar por caducidade,
A concretização da delegação de revogação ou resolução.
competências visa a promoção da coesão 2 - O contrato cessa por caducidade nos
territorial, o reforço da solidariedade inter- termos gerais, designadamente pelo decurso do
regional, a melhoria da qualidade dos serviços respetivo período de vigência.
prestados às populações e a racionalização dos 3 - Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do
recursos disponíveis. artigo 126.º e no n.º 3 do artigo 129.º, a
mudança dos titulares dos órgãos dos
Artigo 119.º contraentes públicos não determina a
Intangibilidade das atribuições e âmbito da caducidade do contrato.
delegação de competências 4 - Os contraentes públicos podem revogar o
contrato por mútuo acordo.
No respeito pela intangibilidade das 5 - Os contraentes públicos podem resolver o
atribuições estaduais, autárquicas e contrato por incumprimento da contraparte ou
intermunicipais, o Estado e os municípios por razões de relevante interesse público
concretizam a delegação de competências em devidamente fundamentadas.
todos os domínios dos interesses próprios das 6 - No caso de cessação por revogação ou
populações das freguesias, dos municípios e das resolução por razões de relevante interesse
entidades intermunicipais. público, os contraentes públicos devem
demonstrar o preenchimento dos requisitos
Artigo 120.º previstos nas alíneas a) a e) do n.º 3 do artigo
Contrato 115.º
7 - A cessação do contrato não pode originar
1 - A delegação de competências concretiza- quebra ou descontinuidade da prestação do
se através da celebração de contratos serviço público.
interadministrativos, sob pena de nulidade. 8 - Os contraentes públicos podem suspender
2 - À negociação, celebração e execução dos o contrato com os fundamentos referidos no n.º
contratos é aplicável o disposto na presente lei 5.
e, subsidiariamente, o Código dos Contratos 9 - À suspensão do contrato prevista do
Públicos e o Código do Procedimento número anterior é aplicável, com as devidas
Administrativo. adaptações, o disposto nos n.os 6 e 7.

Artigo 121.º SECÇÃO II


Princípios gerais Delegação de competências do Estado nos
municípios e nas entidades intermunicipais
A negociação, celebração, execução e
cessação dos contratos obedece aos seguintes Artigo 124.º
princípios: Intangibilidade das atribuições e âmbito da
delegação de competências
a) Igualdade;
b) Não discriminação;
1 - No respeito pela intangibilidade das
c) Estabilidade;
atribuições estaduais, o Estado concretiza a
d) Prossecução do interesse público;
delegação de competências em todos os

313
Autarquias Locais - Legislação Nacional
domínios dos interesses próprios das populações SECÇÃO III
das autarquias locais e das entidades Delegação de competências dos municípios
intermunicipais, em especial no âmbito das
funções económicas e sociais. SUBSECÇÃO I
2 - As competências delegáveis são as Nas entidades intermunicipais
previstas em lei.
Artigo 128.º
Artigo 125.º Âmbito da delegação de competências
Igualdade e não discriminação
1 - Os municípios concretizam a delegação de
1 - Na concretização da delegação de competências nas entidades intermunicipais em
competências, e no respeito pelos princípios da todos os domínios dos interesses próprios das
igualdade e da não discriminação referidos nas populações destas, em especial no âmbito do
alíneas a) e b) do artigo 121.º, o Estado planeamento e gestão da estratégia de
considera, designadamente, a caraterização da desenvolvimento económico e social, da
entidade intermunicipal como área competitividade territorial, da promoção dos
metropolitana ou como comunidade recursos endógenos e da valorização dos
intermunicipal. recursos patrimoniais e naturais, do
2 - Na concretização da delegação de empreendedorismo e da criação de emprego, da
competências, e no respeito pelos princípios da mobilidade, da gestão de infraestruturas
igualdade e da não discriminação referidos nas urbanas e das respetivas atividades
alíneas a) e b) do artigo 121.º, o Estado prestacionais e da promoção e gestão de
considera, designadamente, a caraterização da atividades geradoras de fluxos significativos de
autarquia local como município ou freguesia, população, bens e informação.
bem como critérios relacionados com a respetiva 2 - Os municípios concretizam ainda a
caraterização geográfica, demográfica, delegação de competências nas entidades
económica e social. intermunicipais nos domínios instrumentais
3 - É aplicável, com as devidas adaptações, o relacionados com a organização e
disposto no n.º 4 do artigo 115.º funcionamento dos serviços municipais e de
suporte à respetiva atividade.
Artigo 126.º 3 - A validade e eficácia da delegação de
Período de vigência competências de um município numa entidade
intermunicipal não depende da existência de um
1 - O período de vigência do contrato número mínimo de municípios com contratos de
coincide com a duração do mandato do Governo, delegação de competências na mesma entidade
salvo casos excecionais, devidamente intermunicipal.
fundamentados, e sem prejuízo do disposto no
número seguinte. Artigo 129.º
2 - O contrato considera-se renovado após a Período de vigência
tomada de posse do Governo, sem prejuízo do
disposto no número seguinte. 1 - O período de vigência do contrato
3 - Os outorgantes podem promover a coincide com a duração do mandato do órgão
denúncia do contrato, no prazo de seis meses deliberativo do município, salvo casos
após a tomada de posse do Governo ou após a excecionais, devidamente fundamentados, e
instalação do órgão autárquico. sem prejuízo do disposto no número seguinte.
4 - Os órgãos deliberativos das autarquias 2 - O contrato considera-se renovado após a
locais e das entidades intermunicipais não instalação do órgão deliberativo do município,
podem, em caso algum, promover a denúncia do sem prejuízo do disposto no número seguinte.
contrato. 3 - Os outorgantes podem promover a
denúncia do contrato, no prazo de seis meses
Artigo 127.º após a instalação do órgão deliberativo do
Comunicação município.

1 - Os departamentos governamentais Artigo 130.º


competentes comunicam ao serviço da Registo
administração central responsável pelo
acompanhamento das autarquias locais, por via 1 - Os contraentes públicos mantêm um
eletrónica e no prazo de 30 dias, a celebração, registo atualizado dos contratos celebrados.
alteração e cessação dos contratos, mediante o 2 - Os contratos estão disponíveis para
envio de cópia. consulta, nos termos da lei.
2 - Compete ao serviço referido no número
anterior manter atualizado o registo dos
contratos mencionados no número anterior.
3 - Os contratos estão disponíveis para
consulta, nos termos da lei.

314
Autarquias Locais - Legislação Nacional
SUBSECÇÃO II Artigo 133.º
Nas freguesias Acordos de execução

Artigo 131.º 1 - As câmaras municipais e as juntas de


Âmbito da delegação de competências freguesia, no prazo de 180 dias após a respetiva
instalação, celebram um acordo de execução
Os municípios concretizam a delegação de que prevê expressamente os recursos humanos,
competências nas freguesias em todos os patrimoniais e financeiros necessários e
domínios dos interesses próprios das populações suficientes ao exercício de todas ou algumas das
destas, em especial no âmbito dos serviços e competências previstas no artigo anterior.
das atividades de proximidade e do apoio direto 2 - É aplicável, com as devidas adaptações, o
às comunidades locais. disposto no n.º 2 do artigo 115.º, no n.º 2 do
artigo 120.º, no artigo 121.º e no n.º 1 do artigo
Artigo 132.º 135.º
Delegação legal
Artigo 134.º
1 - Consideram-se delegadas nas juntas de Cessação
freguesia as seguintes competências das
câmaras municipais: 1 - O período de vigência do acordo de
execução coincide com a duração do mandato do
a) Gerir e assegurar a manutenção de
órgão deliberativo do município, salvo casos
espaços verdes;
excecionais, devidamente fundamentados, e
b) Assegurar a limpeza das vias e
sem prejuízo do disposto no número seguinte.
espaços públicos, sarjetas e
2 - Até à entrada em vigor do acordo de
sumidouros;
execução, as competências previstas no artigo
c) Manter, reparar e substituir o
132.º são exercidas pela câmara municipal.
mobiliário urbano instalado no espaço
3 - O acordo de execução considera-se
público, com exceção daquele que seja
renovado após a instalação do órgão deliberativo
objeto de concessão;
do município, não determinando a mudança dos
d) Gerir e assegurar a manutenção
titulares dos órgãos do município e da freguesia
corrente de feiras e mercados;
a sua caducidade, sem prejuízo do disposto no
e) Assegurar a realização de pequenas
número seguinte.
reparações nos estabelecimentos de
4 - O órgão deliberativo do município pode
educação pré-escolar e do primeiro
autorizar a denúncia do acordo de execução, no
ciclo do ensino básico;
prazo de seis meses após a sua instalação.
f) Promover a manutenção dos espaços
5 - É aplicável, com as devidas adaptações, o
envolventes dos estabelecimentos
disposto nos n.os 2, 5, 6 e 7 do artigo 123.º
referidos na alínea anterior.
6 - O disposto na parte final do n.º 2 é
2 - Consideram-se ainda delegadas nas aplicável aos casos de caducidade e resolução do
juntas de freguesia, quando previstas em lei, as acordo de execução.
competências de controlo prévio, realização de 7 - O acordo de execução não é suscetível de
vistorias e fiscalização das câmaras municipais revogação.
nos seguintes domínios:
Artigo 135.º
a) Utilização e ocupação da via pública; Igualdade e não discriminação
b) Afixação de publicidade de natureza
comercial; 1 - Na concretização da delegação de
c) Atividade de exploração de máquinas competências, e no respeito pelos princípios da
de diversão; igualdade e da não discriminação referidos nas
d) Recintos improvisados; alíneas a) e b) do artigo 121.º, os municípios
e) Realização de espetáculos desportivos consideram, designadamente, critérios
e divertimentos na via pública, jardins relacionados com a caraterização geográfica,
e outros lugares públicos ao ar livre, demográfica, económica e social de todas as
sem prejuízo do disposto na alínea c) freguesias abrangidas pela respetiva
do n.º 3 do artigo 16.º; circunscrição territorial.
f) Atividade de guarda-noturno; 2 - É aplicável, com as devidas adaptações, o
g) Realização de acampamentos disposto no n.º 4 do artigo 115.º
ocasionais; (Nos termos da Declaração de Retificação n.º
h) Realização de fogueiras e queimadas. 46-C/2013, de 1 de novembro, no n.º 2 do
artigo 135.º do anexo I, onde se lê: «É
aplicável, com as devidas adaptações, o disposto
no n.º 4 do artigo 115.º» deve ler -se:«É
aplicável, com as devidas adaptações, o disposto
nos n.os 3 e 4 do artigo 115.º»)

315
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 136.º exceção do título iii e sem prejuízo do disposto
Período de vigência no número seguinte.
2 - As disposições do capítulo i e das secções
É aplicável o disposto nos n.os 1 a 3 do artigo i e ii do capítulo ii do título iv são aplicáveis, com
129.º as devidas adaptações e nos termos dos
respetivos estatutos político-administrativos, nas
TÍTULO V Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.
Disposições finais
Artigo 139.º
Artigo 137.º Unidades administrativas
Prazos
As entidades intermunicipais previstas na
Salvo disposição em contrário, os prazos presente lei constituem unidades
previstos na presente lei são contínuos. administrativas, incluindo para os efeitos
previstos no Regulamento (CE) n.º 1059/2003,
Artigo 138.º do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de
Regiões autónomas maio de 2003, relativo à instituição de uma
nomenclatura comum às unidades territoriais
1 - A presente lei aplica-se às Regiões estatísticas (NUTS).
Autónomas dos Açores e da Madeira, com

316
Autarquias Locais - Legislação Nacional
ANEXO II
Comunidade Intermunicipal do Alto Minho

317
Autarquias Locais - Legislação Nacional

318
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319
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320
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323
Autarquias Locais - Legislação Nacional

324
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 299/84, de 5 de Setembro e financiamento dos transportes escolares, a


Regula a transferência para os municípios partir do ano lectivo de 1984-1985.
das novas competências em matéria de É de realçar que o plano de transportes
organização, financiamento e controle de escolares a elaborar por cada município é o
funcionamento dos transportes escolares, instrumento de gestão por excelência desta
de acordo com o disposto no n.º 5 do artigo actividade e que se deverá conjugar com os
47.º da Lei n.º 42/83, de 31 de Dezembro, princípios e políticas inerentes aos planos e
e no Decreto-Lei n.º 77/84, de 8 de Março redes de transportes públicos locais, devendo
(Com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei ser um complemento destes.
n.º 7/2003, de 15 de janeiro1, pela Lei n.º Assim, para além da regulamentação que ora
13/2006, de 17 de abril, pelo Decreto-Lei n.º se define e estabelece relativamente aos
186/2008, de 19 de setembro, pelo Decreto-lei poderes de intervenção dos municípios na
n.º 29-A/2011, de 1 de março e pelo Decreto- organização, funcionamento e financiamento dos
Lei n.º 176/2012, de 2 de agosto). transportes escolares, o presente diploma cria
junto de cada câmara municipal um conselho
O reforço da descentralização do Estado consultivo de transportes escolares, constituído
através da atribuição de mais competências às basicamente pelos representantes do município
autarquias existentes é um dos objectivos e das escolas da área abrangida pelos
programáticos do presente Governo e que se transportes, competindo a presidência de cada
encontra consagrado no Decreto-Lei n.º 77/84, um destes órgãos ao presidente da câmara
de 8 de Março. municipal ou ao vereador em que ele entenda
Para a realização daquele objectivo, a Lei do delegar as suas funções.
Orçamento do Estado para 1984 (Lei n.º 42/83, Com efeito, a existência de uma estrutura
de 31 de Dezembro) determina a transferência local forte para organização e coordenação dos
para os municípios de algumas competências transportes escolares, nos seus múltiplos
que a administração central vem levando a aspectos, potencializará a procura de soluções
cabo, em particular as que concernem ao serviço cada vez mais ajustadas, social e
de transportes escolares. economicamente, às realidades locais se se
Considerando que o actual regime de atender à dominância do poder dos municípios já
transportes escolares se encontra definido e existente a outros níveis que se interligam com
regulado por um conjunto de diplomas legais o funcionamento dos transportes escolares,
cujas normas, em diversos aspectos, se como seja na responsabilidade das infra-
mostram desajustadas à actual realidade de um estruturas viárias, na gestão dos diversos
serviço que, nos últimos 3 anos, sofreu uma equipamentos colectivos do concelho, na
explosão notável, e perante a necessidade de emissão de pareceres sobre a criação ou
rever, à luz da descentralização, alguns dos alteração de carreiras regulares de transportes
princípios básicos que institucionalizam os colectivos, entre outros.
benefícios do transporte escolar, decidiu o Uma actuação devidamente programada
Governo reunir num único diploma a entre os municípios e os estabelecimentos de
regulamentação que consagra as novas ensino representará uma melhoria de serviços a
competências municipais na matéria. prestar aos estudantes, bem como economias
A importância deste diploma é por todos significativas na exploração dos transportes
reconhecida, quer pelo facto de ser a primeira escolares.
área de actuação da administração central a ser Os encargos resultantes do exercício desta
descentralizada, quer pelo significado que a competência por cada município dependerão,
realização desta competência tem na vida social, entre outros factores, do número de alunos-
cultural e educativa das populações. utentes do serviço de transportes escolares
O envolvimento dos destinatários e futuros residentes no município. Para este efeito será
responsáveis pela implementação deste diploma transferida anualmente, para cada município,
manifestou-se a vários níveis, tendo sido uma verba do Orçamento do Estado, que deverá
consideradas propostas formuladas pela acompanhar a evolução dos custos inerentes ao
Associação Nacional dos Municípios Portugueses. exercício das competências aqui
Na sequência do que assim foi estabelecido, regulamentadas.
visa o presente diploma regulamentar a Assim:
responsabilização da administração local por O Governo decreta, nos termos da alínea a)
todo o processo de organização, funcionamento do n.º 1 do artigo 201.º da Constituição, o
seguinte:

Artigo 1.º
1
Nota: As competências exercidas pelo Conselho
Âmbito
Consultivo dos Transportes Escolares passam a
ser exercidas, nos termos do Decreto-Lei n.º
7/2003, de 15 de janeiro, pelos Conselhos 1 - O presente diploma regula a transferência
Municipais de Educação para os municípios do continente das novas
competências em matéria de organização,

325
Autarquias Locais - Legislação Nacional
financiamento e controle de funcionamento dos respeitantes ao processo de matrícula e seu
transportes escolares, de acordo com o disposto encaminhamento.
no n.º 5 do artigo 47.º da Lei n.º 42/83 e no 3 - Os alunos que cumpram o estipulado no
Decreto-Lei n.º 77/84, de 8 de Março. número anterior e se encontrem matriculados
2 - Para a prossecução das atribuições em estabelecimentos de ensino fora do
relativas aos transportes escolares podem os respectivo município de residência serão
municípios constituir-se, nos termos da lei, em integrados nos transportes escolares que sirvam
associações ou federações. aqueles estabelecimentos de ensino, sem
3 - O presente decreto-lei regula, ainda, as prejuízo de poderem utilizar outro transporte
condições de atribuição de um passe escolar aos escolar.
alunos não abrangidos pelo artigo 2.º, designado 4 - O transporte dos estudantes do ensino
por 'passe 4_18@escola.tp'. (Redacção dada secundário deverá ser comparticipado pelos
pelo Decreto-lei n.º 186/2008, de 19 de interessados nos termos a definir em portaria
setembro) conjunta dos Ministros da Administração Interna
e da Educação, ouvida a Associação Nacional dos
Artigo 2.º Municípios Portugueses.
Âmbito do serviço de transporte escolar 5 - Não serão abrangidos pelos benefícios
previstos nos números anteriores os estudantes
1 - As competências referidas no n.º 1 do que se matriculem contrariando as normas
artigo anterior consistem na oferta de serviço de estabelecidas de encaminhamento de matrícula
transporte entre o local da sua residência e o de alunos.
local dos estabelecimentos de ensino que 6 - Compete a cada estabelecimento de
frequentam a todos os alunos dos ensinos ensino a organização do processo de acesso ao
primário, preparatório TV, preparatório directo e transporte escolar por parte dos seus alunos,
secundário, oficial ou particular e cooperativo bem como a emissão de declaração, segundo
com contrato de associação e paralelismo modelo a definir na portaria prevista no n.º 3 do
pedagógico quando residam a mais de 3 km ou artigo 3.º-A, relativa aos alunos que não
4 km dos estabelecimentos de ensino, beneficiam de transporte escolar no âmbito do
respectivamente sem ou com refeitório. presente decreto-lei, para efeitos de atribuição
2 - O serviço de transporte escolar não do passe a que se refere o artigo 3.º-A.»
abrange os alunos que frequentam cursos (Redacção dada pelo Decreto-lei n.º 186/2008,
nocturnos ou residam nas áreas servidas por de 19 de setembro)
transportes urbanos e suburbanos nas regiões
de Lisboa e Porto. Artigo 3.º-A
3 - Exceptuam-se do disposto no número Passe 4_18@escola.tp
anterior: (Aditado pelo Decreto-lei n.º 186/2008, de
19 de setembro)
a) Os alunos que hajam sido
obrigatoriamente deslocados de cursos
1 - Os alunos não abrangidos pelo artigo 2.º,
diurnos para a frequência de cursos
com idade entre os 4 aos 18 anos, inclusive,
nocturnos;
beneficiam de uma redução do preço do título de
b) Os alunos que hajam sido
transporte a deduzir do valor da tarifa inteira
matriculados compulsivamente em
relativa aos passes mensais em vigor,
estabelecimentos de ensino situados
designadamente os intermodais, os combinados
fora das áreas das suas residências;
e os passes de rede ou de linha. (Redacção dada
c) Os alunos do ensino básico que
pelo Decreto-lei n.º 29-A/2011, de 1 de março)
residam em áreas servidas por
2 - É aplicável ao 'passe 4_18@escola.tp' o
transportes suburbanos nas regiões de
disposto nos n.os 5 e 6 do artigo 3.º do presente
Lisboa e Porto.
decreto-lei.
3 - O desconto e as condições de atribuição
Artigo 3.º
do mesmo, a que se refere o n.º 1, bem como
Condições de transporte
as relativas à operacionalização do sistema
‘passe 4_18@escola.tp’ são definidos por
1 - O transporte escolar é gratuito até ao
portaria conjunta dos membros do Governo
final do 3.º ciclo do ensino básico, para os
responsáveis pelas áreas das finanças, da
estudantes menores que se encontram nas
administração local, dos transportes, e da
condições estabelecidas no artigo anterior, bem
educação. (Redacção dada pelo Decreto-lei n.º
como para os estudantes com necessidades
29-A/2011, de 1 de março)
educativas especiais que frequentam o ensino
4 - As compensações financeiras a atribuir
básico e secundário. (Redação dada pelo
aos operadores de transporte em razão da
Decreto-Lei n.º 176/2012, de 2 de agosto).
obrigação tarifária decorrente da implementação
2 - A utilização dos transportes escolares
do 'passe 4_18@escola.tp' são estabelecidas em
pelos alunos deverá respeitar as normas
termos a acordar entre o Governo e as empresas
emanadas do Ministério da Educação
de transporte.»

326
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 4.º 3 - Sempre que se verifiquem
Plano de transporte escolar reajustamentos ao plano de transporte escolar,
devem os mesmos ser dados a conhecer às
1 - Em cada município deverá ser organizado entidades acima referidas no prazo de 30 dias.
um plano de transporte escolar, conjugando e
complementando a rede de transportes públicos Artigo 6.º
e os planos de transportes aprovados para a Meio de transporte a utilizar
região, de acordo com a procura efectivamente
verificada em cada ano lectivo. 1 - Na efectivação do transporte da
2 - Os estabelecimentos de ensino população escolar serão utilizados, em princípio,
colaborarão com a respectiva câmara municipal os meios de transporte colectivo (rodoviário,
em ordem à elaboração do plano de transporte ferroviário ou fluvial) que sirvam os locais dos
escolar, à qual devem fornecer, estabelecimentos de ensino e de residência dos
obrigatoriamente, até 15 de Fevereiro de cada alunos, nos termos dos artigos 11.º a 14.º deste
ano, os seguintes elementos: diploma.
2 - Para os efeitos referidos no número
a) Previsão do número de alunos que
anterior, serão considerados os meios de
utilizarão o transporte escolar,
transporte colectivo cujos terminais ou pontos
discriminados por localidades de
de paragem se situem a distância não superior a
proveniência, grupos etários de menos
3 km da residência dos alunos ou do
e de mais de 12 anos, respectivo grau
estabelecimento de ensino e, bem assim, os que
de ensino e ano que frequentam;
não obriguem os estudantes a tempos de espera
b) Levantamento das localidades que
superiores a 45 minutos, ou a tempos de
não são servidas por carreiras de
deslocação superiores a 60 minutos, em cada
serviço público e que se situem a mais
viagem simples.
de 3 km dos pontos de paragem ou
3 - Sempre que os meios de transporte
terminais das mesmas;
colectivo não preencham as condições fixadas
c) Horário escolar previsto para o ano
nos números anteriores ou, preenchendo-as,
lectivo a que o plano diz respeito.
não satisfaçam regularmente as necessidades do
3 - O plano de transporte escolar, a aprovar transporte escolar no que se refere quer ao
até 15 de Abril pela câmara municipal, incluirá, cumprimento dos horários quer à realização dos
obrigatoriamente: a área abrangida, desdobramentos que se revelem necessários,
representada de preferência em planta à escala poderão ser utilizados veículos em regime de
de 1:25000, contendo todos os itinerários dos aluguer ou de propriedade dos municípios para a
meios de transporte colectivo de passageiros; a realização de circuitos especiais, de acordo com
numeração e classificação oficiais, ou designação o disposto nos artigos 15.º a 17.º
toponímica, das vias de comunicação a
percorrer; a distribuição geográfica dos Artigo 7.º
estabelecimentos de ensino, devidamente Criação provisória e reajustamento de
assinalados; a procura quantificada por locais de serviços de transportes colectivos
origem, assinalando, de forma especial, os que
estiverem situados a distância superior a 3 km 1 - Enquanto a competência para a concessão
dos transportes colectivos. de carreiras regulares concelhias não for
4 - Por razões de ordem conjuntural, o plano transferida para os municípios, estes poderão
de transportes escolares poderá ser objecto de propor à Direcção-Geral de Transportes
ajustamentos no decurso do ano lectivo a que Terrestres a criação, com carácter provisório, de
respeita. serviços de transportes colectivos, desde que a
procura, designadamente a derivada de motivo
Artigo 5.º escolar, o justifique.
Divulgação dos planos 2 - Nos casos do número anterior, e quando
houver acordo prévio com a empresa
1 - Até ao dia 15 de Maio as câmaras transportadora, a Direcção-Geral de Transportes
municipais deverão remeter aos Terrestres informará o processo com carácter de
estabelecimentos de ensino, ao Instituto de prioridade.
Acção Social Escolar e à Direcção-Geral de 3 - Sempre que se justifique uma alteração
Transportes Terrestres o respectivo plano de das necessidades de utilização dos transportes
transportes escolares para o ano lectivo colectivos por motivos escolares, os municípios
seguinte. poderão propor à Direcção-Geral de Transportes
2 - Até ao dia 15 de Junho as câmaras Terrestres o respectivo reajustamento, o qual
municipais enviarão às entidades referidas no deverá ser objecto de despacho com carácter de
número anterior declaração comprovativa da urgência.
adjudicação de circuitos especiais. 4 - Os municípios serão obrigatoriamente
ouvidos quanto ao estabelecimento e alteração
das redes e horários de transportes colectivos da
sua área.

327
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 8.º 3 - O preço dos bilhetes de assinatura para
Conselho consultivo de transportes estudantes terá a redução a fixar em portaria
escolares conjunta dos Ministérios da Administração
Interna, da Educação e do Equipamento Social.
(Revogados pelo Decreto-Lei n.º 7/2003, de 4 - As empresas facturarão, mensalmente, às
15 de janeiro) câmaras municipais os bilhetes de assinatura
que lhes tiverem sido requisitados para o mês
Artigo 9.º seguinte, recebendo das mesmas o
Competência do conselho consultivo de correspondente pagamento até ao dia 20 do mês
transportes escolares da sua utilização.

(Revogados pelo Decreto-Lei n.º 7/2003, de Artigo 14.º


15 de janeiro) Garantia de execução do transporte

Artigo 10.º 1 - As empresas são obrigadas a assegurar o


Competência das câmaras municipais transporte de todos os estudantes portadores de
bilhetes de assinatura, realizando para o efeito
1 - Compete às câmaras municipais, em os indispensáveis desdobramentos que
matéria de transportes escolares: regularmente se justifiquem, não se aplicando,
neste caso, o condicionalismo referido no artigo
a) Elaborar e aprovar o plano de
128.º do Regulamento de Transportes em
transportes escolares, ouvido
Automóveis.
obrigatoriamente o CCTE;
2 - Para efeitos do disposto no número
b) Deliberar sobre a concessão de
anterior, poderá a empresa requerer o
circuitos especiais;
licenciamento de veículos ligeiros de passageiros
c) Reajustar as redes de transportes
de aluguer sempre que o número excedentário
escolares já aprovadas, sempre que
de utentes da carreira não justifique a utilização
por razões pedagógicas, de pessoal ou
de um veículo pesado.
de instalações o Ministério da Educação
3 - A não realização dos desdobramentos a
proponha alterações às referidas redes.
que se refere o n.º 1 do presente artigo é
passível de multa, a aplicar nos termos do artigo
Artigo 11.º
211.º do Regulamento de Transportes em
Bilhetes de assinatura
Automóveis.
1 - As empresas de transportes colectivos de Artigo 15.º
passageiros concederão obrigatoriamente Circuitos especiais
bilhetes de assinatura (passe escolar) aos
estudantes abrangidos por este diploma. 1 - Os circuitos especiais podem ser
2 - Os bilhetes de assinatura terão validade efectuados directamente pelos municípios
mensal, a utilizar somente em duas viagens nos através de veículos próprios ou adjudicados
dias lectivos e para os troços das carreiras que mediante concurso.
ligam o local do estabelecimento de ensino ao 2 - O concurso a que se refere o número
local de residência do aluno. anterior será promovido pelas câmaras
municipais até ao dia 20 de Abril e reger-se-á
Artigo 12.º por normas específicas, a fixar em portaria dos
Ocupação de lugar Ministérios da Administração Interna e do
Equipamento Social, ouvida a Associação
1 - Os estudantes portadores de bilhete de Nacional dos Municípios Portugueses.
assinatura têm direito à ocupação de um lugar 3 - A adjudicação dos circuitos especiais será
sentado, nos termos da legislação geral. efectuada até 31 de Maio.
2 – (Revogado pela Lei n.º 13/2006, de 17 4 - Os veículos utilizados na realização dos
de abril) circuitos especiais deverão estar identificados
nos termos da Portaria n.º 324/82, de 25 de
Artigo 13.º Março, com a redacção que lhe foi dada pela
Preço e pagamento dos bilhetes de Portaria n.º 475/83, de 22 de Abril.
assinatura
Artigo 16.º
1 - Os cartões para os passes escolares serão Transporte de outras pessoas nos circuitos
requisitados anualmente às empresas especiais
transportadoras pelas câmaras municipais.
2 - Mediante protocolo a estabelecer entre a 1 - Nos circuitos especiais poderão ser
câmara municipal e os estabelecimentos de transportados professores e outros funcionários
ensino, poderão estes requisitar, mensalmente, dos estabelecimentos de ensino, sem prejuízo da
as vinhetas para os respectivos alunos. prioridade de transporte dos respectivos alunos.

328
Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 - Poderá também ser autorizado pela Artigo 20.º
Direcção-Geral de Transportes Terrestres, sob Competência do Ministério da Educação
proposta da câmara municipal, o transporte de
outras pessoas, desde que haja lugares Compete ao Ministério da Educação, através
disponíveis e para satisfação desta procura, não do Instituto de Acção Social Escolar:
existam transportes colectivos no percurso.
a) Transmitir, através dos directores
3 - As pessoas transportadas nos termos dos
escolares e responsáveis regionais, as
números anteriores pagarão pelo seu transporte
orientações que constituem o quadro
o preço correspondente ao dos bilhetes simples
de referência para actuação dos
em vigor nas carreiras de serviço público, que
delegados escolares, coordenadores
constituirá receita do respectivo município.
regionais e secretários dos conselhos
directivos no conselho consultivo de
Artigo 17.º
transportes escolares;
Licenciamento de veículos
b) Solicitar a intervenção dos serviços
técnicos competentes, designadamente
1 - Sempre que os veículos a utilizar nos
da Inspecção-Geral de Ensino, no
circuitos especiais não estejam licenciados para
sentido de tornar compatíveis os
aluguer ou para a realização de circuitos
horários escolares com os da oferta dos
turísticos e excursões colectivas, competirá à
transportes escolares;
Direcção-Geral de Transportes Terrestres
c) Apreciar os planos de transportes
proceder aos respectivos licenciamentos.
escolares sob o ponto de vista técnico-
2 - O licenciamento será requerido ao
pedagógico, por forma a serem
director-geral de Transportes Terrestres pelo
accionados os mecanismos necessários
proprietário do veículo, acompanhado da
à compatibilização daqueles com a
indicação do respectivo itinerário e, no caso de
capacidade de acolhimento e
concessão de circuito especial, de declaração
funcionamento dos estabelecimentos
comprovativa passada pela câmara municipal.
de ensino;
3 - O disposto nos números anteriores não se
d) Participar na elaboração das portarias
aplica aos veículos pertencentes às câmaras
referidas no n.º 4 do artigo 3.º e no n.º
municipais.
3 do artigo 13.º
Artigo 18.º
Artigo 21.º
Responsabilidade civil pelo exercício da
Competência do Ministério do Equipamento
actividade
Social
1 - No que respeita às empresas de
Compete ao Ministério do Equipamento
transportes colectivos de passageiros, é
Social, através da Direcção-Geral de Transportes
aplicável em matéria de responsabilidade civil o
Terrestres:
que se encontra disposto nos artigos 122.º e
123.º do Regulamento de Transportes em a) Promover a inserção das redes de
Automóveis. transportes escolares em planos de
2 - Nos outros casos, é obrigatório cobrir o transportes com âmbito mais vasto;
risco da responsabilidade civil em condições não b) Apoiar tecnicamente as câmaras
menos favoráveis que as contempladas no municipais, sempre que estas o
número anterior para passageiros. solicitem;
3 - No caso previsto no número anterior, c) Promover, através de portaria
poderá substituir-se o seguro pela prestação de conjunta dos Ministérios da
caução idónea correspondente, como acontece Administração Interna, da Educação e
com as empresas de transportes colectivos. do Equipamento Social, a fixação dos
preços dos bilhetes de assinatura
Artigo 19.º utilizados pelos estudantes nos
Transferência de veículos para os transportes colectivos;
municípios d) Fornecer, a pedido das câmaras
municipais, relação das empresas
1 - A propriedade dos veículos afectos aos concessionárias de serviço de
transportes escolares de que sejam titulares os transporte público que operam na área
estabelecimentos de ensino, o Instituto de Acção do município, indicando os percursos
Social Escolar ou o Estado será transferida para das carreiras e os respectivos horários;
os municípios, nos termos do n.º 1 do artigo e) Accionar os mecanismos fiscalizadores
13.º do Decreto-Lei n.º 77/84, de 8 de Março. da actividade dos transportes
2 - O pessoal que actualmente assegura a escolares, nos termos da lei.
condução dos veículos referidos no número
anterior e que não esteja integrado no quadro
dos estabelecimentos de ensino passará a
prestar serviço nas câmaras municipais.

329
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 22.º Artigo 24.º
Transferência de verbas Cumprimento dos prazos em 1984-1985

1 - A parcela a transferir para fazer face aos No ano lectivo de 1984-1985, o cumprimento
custos dos transportes escolares será do preceituado nos artigos 4.º, 5.º e 15.º far-se-
anualmente integrada no Fundo de Equilíbrio á independentemente dos prazos neles fixados.
Financeiro.
2 - O financiamento dos encargos com os Artigo 25.º
transportes escolares relativos ao último Legislação revogada
trimestre de 1984 será assegurado pelo Governo
através de transferência de verbas 1 - Ficam revogados os Decretos-Leis n.os
correspondentes aos custos previstos por 404/77, 372/79 e 229/83, respectivamente de
município. 24 de Setembro, 9 de Setembro e 27 de Maio.
2 - Poderão, todavia, no ano lectivo de 1984-
Artigo 23.º 1985, ser adoptados e postos em execução os
Repartição de encargos planos de transportes escolares em
funcionamento à data da entrada em vigor deste
1 - O financiamento dos transportes diploma.
escolares no caso do n.º 3 do artigo 3.º será da
responsabilidade dos municípios interessados,
mediante acordo entre si.
2 - Na falta de acordo relativamente à
repartição dos encargos, serão estes repartidos
proporcionalmente ao número de estudantes
residentes em cada município interveniente.

330
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Restante articulado do Decreto-Lei n.º Cumpre ainda relevar outros objectivos da
186/2008, de 19 de Setembro que medida, que consiste em incentivar, desde a
modificou o Decreto-Lei n.º 299/84, de 5 infância, a utilização regular de transporte
de Setembro referente á criação do passe colectivo, como alternativa ao transporte
escolar ou “'passe 4_18@escola.tp”. individual, condição necessária para diminuir a
dependência face ao petróleo e para tornar as
Decreto-Lei n.º 186/2008, de 19 de cidades mais amigas do ambiente.
Setembro Por conseguinte, devem ser introduzidas
Procede à terceira alteração ao Decreto-Lei alterações ao Decreto-Lei n.º 299/84, de 5 de
n.º 299/84, de 5 de Setembro, criando o Setembro, incluindo no seu objecto, para além
passe escolar ou «passe 4_18@escola.tp» do transporte escolar, este complemento para as
crianças e jovens que não têm direito a
As dificuldades originadas pela conjuntura transporte escolar, facultando-lhes o acesso ao
internacional, com especial incidência na subida «passe 4_18@escola.tp».
dos preços do petróleo e combustíveis líquidos, Assim:
têm criado dificuldades financeiras às famílias
portuguesas, principalmente às que têm Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo
menores recursos. Torna-se, por isso, necessário 198.º da Constituição, o Governo decreta o
criar medidas sociais adequadas de apoio a seguinte:
essas famílias.
Deste modo, é criado um novo passe para os Artigo 1.º
transportes públicos urbanos: o passe escolar, Objecto
designado «passe 4_18@escola.tp». Esta
medida destina-se a todas as crianças e jovens, O presente decreto-lei cria um título de
dos 4 aos 18 anos, garantindo-se uma redução transporte destinado a todas as crianças e
do preço do título de transporte, a qual jovens que não beneficiem do transporte escolar
corresponde a um desconto de 50 % a deduzir previsto no Decreto-Lei n.º 299/84, de 5 de
do valor da tarifa inteira relativa aos passes Setembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 7/2003,
mensais em vigor, designadamente os de 15 de Janeiro, e pela Lei n.º 13/2006, de 17
intermodais, os combinados e os passes de rede de Abril, o qual é designado de passe escolar ou
ou de linha. «passe 4_18@escola.tp».
Assim, o objectivo primordial deste «passe
4_18@escola.tp» é apoiar as famílias numa das Artigo 2.º
suas necessidades básicas - a mobilidade. Âmbito
Este novo passe é um complemento social
alternativo ao transporte escolar já existente, 1 - O «passe 4_18@escola.tp» abrange os
consagrado no Decreto-Lei n.º 299/84, de 5 de estudantes do ensino não superior, dos 4 aos 18
Setembro. anos, inclusive, assumindo-se como
Outro dos principais objectivos da medida complemento social alternativo ao transporte
traduz-se na redução das disparidades que se escolar previsto pelo Decreto-Lei n.º 299/84, de
verificam, actualmente, na definição do tarifário 5 de Setembro, e respectiva regulamentação.
segundo os grupos etários, atribuindo-se às 2 - O «passe 4_18@escola.tp» é aplicável aos
crianças e jovens um documento que lhes serviços de transporte colectivo de passageiros
permitirá beneficiar da redução de 50 % no uso autorizados ou concessionados pelos organismos
regular do transporte urbano, que tenha por da administração central, bem como aos
finalidade a deslocação das suas residências serviços de transporte de iniciativa dos
para os estabelecimentos de ensino que municípios, se estes vierem a aderir ao sistema
frequentam. «passe 4_18@escola.tp».

331
Autarquias Locais - Legislação Nacional

332
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 399-A/84, de 28 de CAPÍTULO I


Dezembro Disposições gerais
Estabelece normas relativas à transferência
para os municípios das novas competências Artigo 1.º
em matéria de acção social escolar em Âmbito do diploma
diversos domínios.
(Com as alterações introduzidas pelo O presente diploma regula a transferência
Decreto-Lei n.º 7/2003, de 15 de janeiro2) para os municípios do continente das novas
competências em matéria de acção social no
A acção descentralizadora do Governo domínio dos refeitórios, de
compreende, na sequência do estabelecido na alojamento em agregado familiar e de auxílios
Lei n.º 42/83, de 31 de Dezembro (Lei do económicos destinados às crianças da educação
Orçamento do Estado para 1984), e do Decreto- pré-escolar e aos alunos do ensino primário e do
Lei n.º 77/84, de 8 de Março (delimitação e ciclo preparatório TV, oficial, particular ou
coordenação das actuações da administração cooperativo, com contrato de associação e
central e local em matéria de investimentos paralelismo pedagógico.
públicos), a acção social escolar no âmbito da
educação pré-escolar e do ensino básico. Artigo 2.º
Com o presente diploma visa-se dar Conselho consultivo de acção social escolar
cumprimento ao artigo 15.º do Decreto-Lei n.º
77/84, regulamentando o modo e a forma como (Revogado pelo Decreto-Lei n.º 7/2003, de 15
os municípios vão exercer a nova atribuição de janeiro)
posta a seu cargo.
São abrangidos pelo regime agora instituído Artigo 3.º
as crianças da educação pré-escolar e os alunos Competência do conselho consultivo de
do ensino primário e do ciclo preparatório TV, acção social escolar
oficial, particular ou cooperativo com contrato de
associação e paralelismo pedagógico, e as (Revogado pelo Decreto-Lei n.º 7/2003, de 15
medidas de acção social escolar prescritas de janeiro)
abrangem os refeitórios, o alojamento em
agregado familiar e a atribuição de subsídios de Artigo 4.º
auxílios económicos. Destes subsídios entendeu- Competência das câmaras municipais
se ser de continuar a manter, na administração
central, a atribuição dos subsídios para o apoio a 1 - Compete às câmaras municipais, em
alunos deficientes e para a aquisição de matéria de refeitórios, de alojamento em
próteses. O primeiro, por, em certas zonas e em agregado familiar e de auxílios económicos
certas situações, se poder traduzir, desde já, destinados aos estudantes:
num encargo a pesar demasiado na gestão a) Deliberar sobre a criação,
municipal, num momento em que muito esforço manutenção e administração dos
lhe vai ser exigido para o exercício de novas refeitórios escolares e sobre o recurso
tarefas; o segundo, por se achar mais ao alojamento em agregado familiar;
conveniente deferir para momento posterior o b) Deliberar sobre as condições de
estudo da sua integração ao nível dos serviços acesso ao refeitório de utentes que não
do Estado, sendo, como é a atribuição daquele pertençam ao estabelecimento de
subsídio, por sua natureza, uma medida de ensino onde o mesmo se integra e
segurança social. quanto à forma de aquisição e
Assim, no desenvolvimento do regime contido utilização das senhas de refeição;
na Lei n.º 42/83, de 31 de Dezembro, e no c) Deliberar sobre a atribuição da
Decreto-Lei n.º 77/84, de 8 de Março, e ao responsabilidade directa da gestão dos
abrigo, respectivamente, dos seus artigos 47.º e refeitórios aos órgãos directivos dos
15.º: respectivos estabelecimentos de ensino
O Governo decreta, nos termos da alínea c) ou sobre a nomeação do responsável
do n.º 1 do artigo 201.º da Constituição, o pelo refeitório, quando assumam
seguinte: directamente a respectiva gestão;
d) Deliberar sobre a atribuição de
alojamento em agregado familiar;
e) Aprovar a atribuição de auxílios
económicos.

2
Nota: As competências exercidas pelo conselho
consultivo de Acção Social Escolar passam a ser
exercidas nos termos do Decreto-Lei n.º 7/2003 de 15
de Janeiro, pelos conselhos municipais de educação.

333
Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 - No exercício das competências referidas serviço e na fiscalização do cumprimento das
no número anterior, as câmaras municipais não normas aplicáveis, o qual será assumido
podem baixar o nível de satisfação das directamente pela respectiva câmara municipal
necessidades existentes à data da transferência ou confiado por esta aos órgãos directivos do
dos correspondentes poderes. estabelecimento de ensino.
3 - Quando as câmaras municipais assumam
Artigo 5.º o controle referido no número anterior,
Competência do Ministério da Educação nomearão um responsável para esse efeito.
4 - Quando o controle for confiado aos órgãos
Compete ao Ministério da Educação, através directivos do estabelecimento de ensino,
do Instituto de Acção Social Escolar: poderão estes delegá-lo em professores ou
monitores escolhidos, respectivamente, pelo
a) Transmitir, através dos directores
conselho escolar ou pelo director da escola e
escolares, as orientações que
pelo encarregado do posto da Telescola.
constituem o quadro de referência para
5 - O disposto neste artigo não prejudica a
a actuação dos delegados escolares no
possibilidade da concessão da exploração do
CCASE;
serviço, nos termos da lei.
b) Recolher periodicamente, através das
direcções escolares e delegações
Artigo 8.º
escolares, os elementos relativos à
Preço das refeições
execução material e financeira das
acções desenvolvidas pelas câmaras
1 - O preço de venda das refeições aos
municipais ao abrigo do presente
alunos será estipulado pelo respectivo município,
diploma, com vista à realização dos
não podendo exceder o estabelecido para os
estudos que reputem convenientes
alunos dos ensinos preparatório directo e
sobre a matéria;
secundário.
c) Realizar contactos regulares com as
2 - O preço das refeições a fornecer a utentes
estruturas regionais, direcções
não estudantes é o correspondente ao fixado
escolares e delegações escolares, de
para a função pública, não dando direito ao
modo a assegurar uma perfeita
fornecimento de refeição diferente da ementa
sintonia de actuação e informação.
diária estabelecida para os alunos.
3 - O pagamento das refeições é feito através
CAPÍTULO II
de senhas, de acordo com a forma de aquisição
Refeitórios escolares
e utilização que para as mesmas vier a ser
definida.
Artigo 6.º
Objectivo e âmbito
Artigo 9.º
Benefícios a favor dos refeitórios escolares
1 - Os refeitórios fornecerão, normalmente,
apenas o almoço, que será constituído por uma
Os refeitórios escolares beneficiam de
refeição equilibrada segundo as normas gerais
vantagens idênticas àquelas de que goza a
de alimentação emanadas do Instituto de Acção
Manutenção Militar na aquisição de géneros
Social Escolar, complementando a função
alimentícios e outros produtos, nomeadamente a
educativa da escola.
aquisição na origem da produção e ou da
2 - Os refeitórios escolares servirão
distribuição.
prioritariamente os alunos dos estabelecimentos
de ensino em que se integram.
CAPÍTULO III
3 - Desde que os meios humanos e a sua
Alojamento em agregado familiar
capacidade o permitam, poderão os refeitórios
ser ainda utilizados por alunos de outros
Artigo 10.º
estabelecimentos de ensino que os não
Conceito e objectivo
possuam, bem como por professores e outros
funcionários dos respectivos estabelecimentos
1 - Designa-se por alojamento em agregado
de ensino.
familiar a colocação dos alunos em famílias sob
4 - Não é permitido o fornecimento de
a responsabilidade destas.
refeições para o exterior do refeitório.
2 - O alojamento em agregado familiar
constitui uma alternativa ao transporte escolar,
Artigo 7.º
sempre que a organização deste não seja
Gestão dos refeitórios
aconselhável ou possível por razões financeiras,
técnicas ou pedagógicas.
1 - A gestão dos refeitórios escolares é da
3 - O CCASE deve atestar que o alojamento
responsabilidade das câmaras municipais.
reúne condições adequadas para alojar o aluno.
2 - Será exercido um controle directo da
gestão de cada refeitório, consistente no
acompanhamento local do funcionamento do

334
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 11.º 3 - Os alunos estrangeiros carecidos poderão
Selecção dos candidatos ser subsidiados quando:
a) Estiverem abrangidos por convenções
1 - A atribuição de alojamento em agregado
e ou acordos de cooperação celebrados
familiar compete à câmara municipal, mediante
entre o Governo Português e o dos
prévia selecção dos candidatos no âmbito do
respectivos países;
CCASE.
b) Hajam requerido a nacionalidade
2 - Os delegados escolares actuarão nesta
portuguesa, tendo, neste caso, de fazer
matéria, sempre que possível, de acordo com as
prova desse facto.
orientações estabelecidas para os alunos do
ensino preparatório.
Artigo 14.º
3 - Todo o aluno alojado por integração em
Modalidades e processamento
famílias terá um processo individual, arquivado
na câmara municipal, do qual será remetida 1 - Os auxílios económicos têm as seguintes
cópia à respectiva delegação escolar e de que modalidades:
farão parte todos os elementos que tiverem
servido de base à análise da sua situação, a) Subsídio para alimentação;
nomeadamente: b) Subsídio para alojamento em
agregado familiar;
a) Ficha de inscrição para alojamento; c) Subsídio para livros e material
b) Fotocópia do boletim para a escolar;
concessão do subsídio de estudo; d) Subsídio para equipamento contra a
c) Atestado médico comprovativo de que chuva e o frio.
o aluno não possui doenças infecto-
contagiosas ou outras 2 - As normas de concessão e processamento de
desaconselháveis à sua integração em auxílios económicos, bem como o seu valor,
agregado familiar; serão fixadas pelo respectivo município, não
d) Termo de responsabilidade da família podendo ser estabelecidas normas mais
alojadora. gravosas nem valores inferiores aos fixados para
os ensinos preparatório directo e secundário.
Artigo 12.º 3 - A organização do processo administrativo
Comparticipação relativo à atribuição dos auxílios económicos
compete às respectivas delegações escolares.
1 - Uma vez admitido ao alojamento em
agregado familiar, o aluno, independentemente Artigo 15.º
da sua situação económica, tem direito a uma Subsídio para alimentação
comparticipação fixada pela câmara municipal,
de montante não inferior à estabelecida para os O subsídio para alimentação é concedido
alunos dos ensinos preparatório directo e através de senhas a utilizar em refeitório
secundário. escolar.
2 - A entrega da comparticipação referida no
Artigo 16.º
número anterior será feita directamente à
Subsídio para alojamento em agregado
família que recebeu o aluno.
familiar
3 - Constituem factores determinantes da
suspensão da comparticipação:
1 - Os alunos só poderão ser subsidiados
a) A verificação de que o aluno forneceu pelas verbas de auxílio económico, com vista ao
elementos falsos para análise do seu seu alojamento, desde que abrangidos pelo
processo de admissão; estipulado no artigo 12.º do presente diploma.
b) A prática de actos de indisciplina 2 - Para cálculo do subsídio deve ter-se em
reconhecidos como tais pelo CCASE. conta a comparticipação atribuída aos alunos a
que se refere o n.º 1 do mesmo artigo 12.º
CAPÍTULO IV
Auxílios económicos Artigo 17.º
Subsídio para livros e material escolar
Artigo 13.º
Conceito, objectivo e âmbito 1 - Por material escolar entende-se não só o
material de uso corrente como outro material
1 - Por auxílios económicos entendem-se os necessário ao desenvolvimento das actividades
subsídios destinados a comparticipar nas curriculares.
despesas escolares do aluno, inerentes à 2 - No material escolar é incluído o
frequência das aulas. equipamento para educação física.
2 - Os auxílios económicos abrangem apenas 3 - A atribuição do subsídio a que se refere
os alunos portugueses carecidos, salvo o este artigo deve efectuar-se, sempre que
disposto no número seguinte. possível, antes do início do ano lectivo, a fim de

335
Autarquias Locais - Legislação Nacional
que os livros e o material escolar possam ser Artigo 20.º
distribuídos aos alunos logo nos primeiros dias Transferência do património
de aulas, sem prejuízo de eventuais aquisições O património, incluindo os equipamentos
ao longo do ano. afectos aos refeitórios escolares de que trata
este diploma, é transferido para o respectivo
Artigo 18.º município, nos termos do artigo 13.º do
Subsídio para equipamento contra a chuva Decreto-Lei n.º 77/84, bem como os
e o frio rendimentos dos fundos instituídos a seu favor e
quaisquer donativos que lhes hajam sido feitos.
1 - Podem ser abrangidos por este subsídio
os alunos que não beneficiem de transporte Artigo 21.º
escolar ou que, beneficiando desse serviço, Transferências de verbas
tenham ainda assim de realizar parte do
percurso a pé. A parcela a transferir para fazer face aos
2 - O equipamento contra a chuva e o frio custos dos refeitórios, do alojamento em
deve ser concedido em espécie, consistindo agregado familiar e dos auxílios económicos será
numa capa com capuz e ou um abafo e ou botas anualmente integrada no Fundo de Equilíbrio
apropriadas. Financeiro.

CAPÍTULO V Artigo 22.º


Disposições finais e transitórias Actividades não transferidas

Artigo 19.º A acção social escolar, cujas actividades não


Cantinas escolares sejam transferidas por força do disposto no
presente diploma, continua a ser assegurada de
1 - As cantinas escolares a que se referem o acordo com as normas por que actualmente se
Decreto-Lei n.º 38968 e o Decreto n.º 38969, rege.
ambos de 27 de Outubro de 1952, serão
extintas a partir da publicação do presente
diploma.
2 - Todos os bens patrimoniais provenientes
de legados ou doações feitos às cantinas
referidas no n.º 1 passam para o património dos
respectivos municípios, devendo os seus
rendimentos ser aplicados em acções de
alimentação nos refeitórios escolares.
3 - As comissões administrativas nomeadas
nos termos do artigo 76.º do Decreto n.º 38969,
bem como as direcções das cantinas escolares
eleitas nos termos do n.º 2 do artigo 10.º dos
estatutos aprovados pela Portaria n.º 14269, de
23 de Fevereiro de 1953, consideram-se
exoneradas a partir da publicação do presente
diploma, sem prejuízo da obrigatoriedade de os
seus membros prestarem o apoio solicitado pela
câmara municipal no decurso do processo de
transferência a que se reporta o artigo seguinte.

336
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 327/98, de 2 de Novembro


Atribui às empresas públicas municipais
competência para a fiscalização do
estacionamento de duração limitada
(Com as alterações introduzidas pela Lei n.º 99/99, de 26 de julho)

O Decreto-Lei n.º 2/98, de 3 de Janeiro, veio


introduzir no Código da Estrada importantes adaptações
e correcções, bem como algumas medidas inovadoras,
com o objectivo de o tornar mais ajustado à realidade
social que visa regular.
Neste contexto, este diploma veio introduzir, no seu
artigo 7.º, alterações, no âmbito da competência para a
fiscalização do cumprimento das disposições do Código
da Estrada e demais legislação rodoviária, que vêm
reforçar as possibilidades de intervenção das autarquias
no ordenamento do trânsito, nomeadamente no que se
refere ao estacionamento de veículos nas zonas de
estacionamento de duração limitada.
Nestes termos, tendo em conta o importante papel
que o estacionamento de duração limitada representa
actualmente no ordenamento do trânsito na via pública,
é necessário dotar o pessoal das entidades previstas no
presente diploma, que têm a seu cargo a respectiva
gestão, de competência legal para exercer funções de
fiscalização daquele estacionamento.
Assim:
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º e
do n.º 5 do artigo 112.º da Constituição, o Governo
decreta o seguinte:

Artigo 1.º
Competência

1 - É equiparado a agente de autoridade


administrativa para exercício das suas funções de
fiscalização o pessoal das entidades a que, no âmbito
autárquico, incumbe ou venha a incumbir a fiscalização
do estacionamento de duração limitado na via pública.
2 - No exercício das funções de fiscalização referidas
cabe ao pessoal das entidades em causa, assim como a
estas, o levantamento de auto de notícia, nos termos
do disposto no artigo 151.º do Código da Estrada, e
proceder às intimações e notificações previstas nos
artigos 152.º e 155.º deste diploma.
3 - As entidades previstas no n.º 1 fornecerão ao
seu pessoal formação adequada para o desempenho
das funções de fiscalização previstas no presente
diploma. (Alteração introduzida pela Lei n.º 99/99, de
26 de julho)

Artigo 2.º
Entrada em vigor

O presente diploma entra em vigor 30 dias após a


data da sua publicação.

337
Autarquias Locais - Legislação Nacional

338
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 260/2002, de 23 de Ao abrigo da alínea c) do n.º 1 do artigo


Novembro 198.º da Constituição e no desenvolvimento do
Transfere para as câmaras municipais o regime estabelecido na alínea c) do n.º 2 do
licenciamento de áreas de serviço que se artigo 17.º da Lei n.º 159/99, de 14 de
pretende instalar na rede viária municipal Setembro, na alínea e) do n.º 1 do artigo 13.º
da Lei n.º 30-C/2000, de 29 de Dezembro, e no
A Lei n.º 159/99, de 14 de Setembro, n.º 1 do artigo 12.º da Lei n.º 109-B/2001, de
estabelece no artigo 17.º, n.º 2, alínea c), que é 27 de Dezembro, o Governo decreta o seguinte:
da competência dos órgãos municipais o
licenciamento de áreas de serviço que se CAPÍTULO I
pretenda instalar na rede viária municipal. Âmbito, definição e licenciamento
Ao abrigo do disposto no Decreto-Lei n.º
13/71, de 23 de Janeiro, foi publicado o Artigo 1.º
despacho SEOP n.º 37-XII/92, de 27 de Âmbito
Novembro, o qual aprovou as normas de
instalação e exploração de áreas de serviço, mas 1 - O presente diploma regula o
também de postos de abastecimento de licenciamento de áreas de serviço que se
combustíveis, a serem aplicadas pela então pretenda instalar na rede viária municipal,
Junta Autónoma de Estradas, hoje pelo Instituto englobando a sua construção e funcionamento.
das Estradas de Portugal. 2 - Para efeitos do presente diploma,
Com o presente diploma, visa-se concretizar constituem a rede viária municipal as estradas
o disposto na citada Lei n.º 159/99, de acordo municipais e as estradas desclassificadas que
com o também previsto no artigo 13.º, n.º 1, tenham sido objecto de protocolo entre o
alínea e), da Lei n.º 30-C/2000, de 29 de Instituto das Estradas de Portugal e as câmaras
Dezembro (Lei do Orçamento do Estado para municipais no âmbito do plano rodoviário
2001), estabelecendo-se o quadro legal do nacional.
licenciamento de áreas de serviço que se
pretenda instalar na rede viária municipal. Artigo 2.º
Nesta regulamentação teve-se em Definição
consideração o disposto no aludido despacho
SEOP n.º 37-XII/92, no âmbito da administração 1 - Consideram-se áreas de serviço as
central, prevendo-se, contudo, determinadas instalações, marginais à estrada, contendo
adaptações decorrentes das características equipamentos e meios destinados a prestar
próprias da rede viária municipal. apoio aos utentes e aos veículos.
O regime a aplicar ao licenciamento de áreas 2 - As áreas de serviço agrupam-se em
de serviço que se pretenda instalar na rede classes a definir em portaria conjunta dos
viária municipal é, assim, o regime jurídico do membros do Governo responsáveis pelas áreas
licenciamento municipal das obras particulares, das obras públicas e das autarquias locais.
estabelecendo-se, pela natureza da matéria em
causa, algumas especificidades. Artigo 3.º
São consideradas áreas de serviço as Competência para licenciar
instalações marginais à estrada, contendo
equipamento e meios destinados a prestar apoio Compete às câmaras municipais licenciar as
aos utentes e aos veículos. Neste amplo áreas de serviço a instalar na rede viária
conceito, as áreas de serviço integram as municipal.
instalações de abastecimento de combustíveis.
O licenciamento das instalações de Artigo 4.º
abastecimento de combustíveis não segue, no Licenciamento
entanto, o regime previsto neste diploma. Com
efeito, de acordo com o previsto no artigo 17.º, 1 - A construção, reconstrução, ampliação,
n.º 2, alínea b), da Lei n.º 159/99, e no artigo alteração ou conservação de áreas de serviço na
13.º, n.º 2, alínea d), da Lei n.º 30-C/2000, a rede viária municipal obedece ao regime jurídico
competência relativa ao licenciamento e do licenciamento municipal de obras
fiscalização de instalações de armazenamento e particulares, com as especificidades
abastecimento de combustíveis, com excepção estabelecidas no presente diploma.
das localizadas nas redes viárias regional e 2 - Os pedidos de licenciamento relativos à
nacional, será transferida da administração instalação de áreas de serviço na rede viária
central para os municípios e, portanto, objecto municipal devem ser instruídos nos termos da
de diploma autónomo. legislação referida no número anterior e ainda
Foram ouvidos os órgãos de governo próprio com os elementos relativos ao seu
das Regiões Autónomas e a Associação Nacional funcionamento e constantes de portaria conjunta
de Municípios Portugueses. dos membros do Governo responsáveis pelas
Assim:

339
Autarquias Locais - Legislação Nacional
áreas do equipamento social e das autarquias podendo, por regulamento municipal, tal prazo
locais. ser objecto de alteração.
3 - A licença de funcionamento de áreas de 4 - Se as obras não forem iniciadas no prazo
serviço na rede viária municipal é concedida, a de seis meses a partir da data de emissão da
título precário, por um período de 20 anos, licença, sem motivo justificado, a licença
considerando-se automaticamente renovada, por atribuída caducará automaticamente.
períodos sucessivos de 5 anos, se não for
denunciada por qualquer das partes Artigo 7.º
interessadas, com a antecedência mínima de 1 Funcionamento
ano, relativamente a cada um dos períodos
concedidos. 1 - As áreas de serviço só podem entrar em
4 - As câmaras municipais podem, em funcionamento depois de ter sido verificado pela
qualquer momento, por não cumprimento das câmara municipal o cumprimento de todas as
normas estabelecidas ou por razões de interesse condições impostas na lei.
público, modificar a licença concedida, 2 - As áreas de serviço existentes, à data da
suspendê-la temporariamente ou fazê-la cessar publicação do presente diploma, mantêm o
definitivamente, sem direito a qualquer regime de exploração em que foram licenciadas,
indemnização. sem prejuízo de se poderem efectuar obras de
5 - No alvará de licença de funcionamento, ampliação e melhoria aconselháveis, mediante
referir-se-á sempre o título precário da mesma, licença concedida pela câmara municipal
devendo ser apresentada pela entidade a que foi respectiva.
concedida declaração em que esta se obriga a 3 - As áreas de serviço que à data da
encerrar a área de serviço e a retirar as bombas publicação do presente diploma se localizem fora
de abastecimento de combustível no prazo de 60 dos aglomerados urbanos devem, no prazo de
dias a contar da comunicação, em carta 12 meses a contar da data da sua entrada em
registada com aviso de recepção, do vigor, reunir as condições previstas para o
cancelamento da licença. licenciamento de áreas de serviço da classe C a
6 - Quando os serviços e equipamentos a que se refere a portaria conjunta relativa às
integrar na área de serviço estiverem normas para a instalação e exploração de áreas
legalmente dependentes de parecer, autorização de serviço.
ou aprovação de outras entidades, o respectivo 4 - As áreas de serviço que não obedeçam às
licenciamento fica condicionado à sua obtenção. normas para que foram licenciadas podem ser
encerradas se os respectivos proprietários não
Artigo 5.º procederem às obras e diligências necessárias à
Taxas sua regularização no prazo de 180 dias após a
correspondente notificação da câmara municipal
1 - Os municípios têm direito à cobrança de respectiva.
taxas pelas licenças concedidas.
2 - As taxas relativas à licença de construção, CAPÍTULO III
reconstrução, ampliação, alteração ou Disposições finais
conservação são determinadas de acordo com as
previstas para o licenciamento de obras Artigo 8.º
particulares. Aplicação às Regiões Autónomas

CAPÍTULO II A aplicação do presente diploma às Regiões


Instalação e funcionamento Autónomas dos Açores e da Madeira faz-se sem
prejuízo das competências cometidas aos
Artigo 6.º respectivos órgãos de governo próprio e das
Instalação adaptações que lhe venham a ser introduzidas
por diploma regional das respectivas
1 - A instalação de áreas de serviço faz-se Assembleias Legislativas Regionais.
por conta da entidade a que foi concedida a
licença de funcionamento de acordo com o Artigo 9.º
projecto aprovado. Revogação
2 - A entidade a que se refere o n.º 1 deve,
no prazo de três meses a contar da data da Ficam revogados os artigos do Decreto-Lei
notificação do acto de licenciamento, requerer a n.º 13/71, de 23 de Janeiro, e o despacho SEOP
emissão da respectiva licença. 37-XII/92, publicado no Diário da República, 2.ª
3 - As obras de instalação de áreas de serviço série, de 22 de Dezembro de 1992, na parte
devem ser efectuadas de modo que a sua relativa ao licenciamento de áreas de serviço na
entrada em funcionamento ocorra dentro de um rede viária municipal.
ano, a partir da data de emissão da licença,

340
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 261/2002, de 23 de Artigo 1.º


Novembro Objecto
Confere às câmaras municipais
competência para emitir parecer sobre a O presente diploma confere às câmaras
localização de áreas de serviço nas redes municipais competência para emitir parecer
viárias regional e nacional e prevê a prévio sobre a localização de áreas de serviço
audição dos municípios na definição da nas redes viárias regional e nacional, bem como
rede rodoviária nacional e regional e para se pronunciarem sobre a definição e
utilização da via pública alteração da rede rodoviária nacional e regional
e sobre a utilização da via pública.
A Lei n.º 159/99, de 14 de Setembro,
estabelece o quadro de transferência de Artigo 2.º
atribuições e competências para as autarquias Parecer sobre a localização de áreas de
locais, bem como de delimitação da intervenção serviço
da administração central e da administração
local. 1 - No âmbito do procedimento de
De acordo com a alínea d) do n.º 2 do seu aprovação, concessão ou licenciamento de áreas
artigo 17.º é da competência dos órgãos de serviço nas redes viárias regional e nacional é
municipais a emissão de parecer sobre a solicitado parecer sobre a localização de áreas
localização de áreas de serviço nas redes viárias de serviço e postos de abastecimento ao
regional e nacional. Por outro lado, prevê no n.º município onde se pretendam inserir os mesmos,
3 do seu artigo 18.º que os municípios são nos seguintes termos:
obrigatoriamente ouvidos na definição da rede
a) Após conclusão do estudo de
rodoviária nacional e regional e sobre a
localização, no caso de atribuição por
utilização da via pública.
concessão, nos termos do Decreto-Lei
Nos termos do artigo 13.º da Lei n.º 30-
n.º 173/93, de 11 de Maio, a efectuar
C/2000, de 29 de Dezembro - Orçamento do
pelo Instituto das Estradas de Portugal
Estado para 2001 -, durante o ano de 2001 o
(IEP);
Governo tomará as providências regulamentares
b) No prazo de 15 dias a contar da data
necessárias à concretização das transferências
de apresentação do pedido pelo
de atribuições e competências da administração
requerente, no caso do regime de
central para os municípios, bem como, caso
atribuição directa de postos de
aquelas estejam já cometidas aos municípios,
abastecimento, pela competente
procederá à revisão do correspondente quadro
direcção de estradas do IEP.
regulamentar, em 35 domínios, perfeitamente
definidos nas alíneas a) a am) do n.º 1 deste 2 - Os municípios referidos no número
artigo. anterior devem emitir o seu parecer
Relativamente ao Ministério das Obras fundamentado no prazo de 30 dias a contar da
Públicas, Transportes e Habitação e mais data da recepção do processo.
concretamente na área das acessibilidades 3 - Caso os municípios referidos no n.º 1 não
rodoviárias, pretende-se, com o presente enviem a resposta no prazo previsto no número
diploma, conferir às câmaras municipais as anterior, pode o procedimento prosseguir.
competências previstas na alínea f) do n.º 1 do 4 - Relativamente ao licenciamento da
artigo 13.º da Lei n.º 30-C/2000, de 29 de construção de áreas de serviço aplica-se o
Dezembro, na sequência do disposto na alínea regime legal vigente, em matéria de
d) do n.º 2 do artigo 17.º da Lei n.º 159/99, de licenciamento das obras públicas.
14 de Setembro, e na alínea i) do mesmo
preceito, na sequência do disposto no n.º 3 do Artigo 3.º
artigo 18.º da Lei n.º 159/99, de 14 de Definição da rede rodoviária nacional e
Setembro. regional e utilização da via pública
Foram ouvidos os órgãos de governo próprio
das Regiões Autónomas e a Associação Nacional 1 - Na definição e alteração da rede
de Municípios Portugueses. rodoviária nacional e regional e sobre a
Assim: utilização da via pública, deve a administração
Ao abrigo da alínea c) do n.º 1 do artigo central, através do IEP, efectuar audição prévia
198.º da Constituição e no desenvolvimento do do município ou do conjunto de municípios
regime estabelecido na alínea d) do n.º 2 do abrangidos.
artigo 17.º e no n.º 3 do artigo 18.º da Lei n.º 2 - O prazo de audição, referida no número
159/99, de 14 de Setembro, nas alíneas f) e i) anterior, é de 30 dias a contar da data da
do n.º 1 do artigo 13.º da Lei n.º 30-C/2000, de recepção do processo.
29 de Dezembro, e no n.º 1 do artigo 12.º da 3 - Caso os municípios referidos no n.º 1 não
Lei n.º 109-B/2001, de 27 de Dezembro, o se pronunciem no prazo previsto no número
Governo decreta o seguinte: anterior, pode o procedimento prosseguir.

341
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 4.º
Aplicação às Regiões Autónomas

A aplicação às Regiões Autónomas dos Açores


e da Madeira do regime previsto no presente
diploma depende de diploma próprio das
respectivas Assembleias Legislativas Regionais,
tendo em conta o interesse específico e as
competências cometidas aos respectivos órgãos
de governo próprio.

Artigo 5.º
Entrada em vigor

O presente diploma entra em vigor no dia 1


de Janeiro de 2003.

342
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 264/2002, de 25 de b) A emissão de parecer sobre o pedido


Novembro de reconhecimento de utilidade pública
Transfere para as câmaras municipais administrativa de pessoas colectivas
competências dos governos civis, constituídas e com sede no município.
alterando o Decreto-Lei n.º 252/923, de 19
de Novembro, na redacção dada pelo Artigo 3.º
Decreto-Lei n.º 316/95, de 28 de Informação aos cidadãos e participação
Novembro, e pelo Decreto-Lei n.º procedimental
213/2001, de 2 de Agosto
Compete às câmaras municipais:
Com o presente diploma, procede-se à
a) Promover a prestação de informação
transferência de competências dos governos
ao cidadão, bem como o seu
civis para as câmaras municipais em matérias
encaminhamento para os serviços
consultivas, informativas e de licenciamento de
competentes;
actividades diversas.
b) Acompanhar as questões ou
Sendo as câmaras municipais os órgãos
procedimentos que corram em serviços
tradicionalmente competentes para a tomada de
da administração central, com
medidas administrativas de âmbito local,
interesse para o município,
reforçam-se as respectivas competências
potenciando a emissão de decisões
naquelas matérias por forma que o nível de
globais, céleres e oportunas.
decisão esteja cada vez mais próximo do
cidadão.
Artigo 4.º
Reforça-se, assim, a descentralização
Licenciamento de actividades diversas
democrática da administração pública
administrativa prevista no n.º 1 do artigo 6.º da
1 - Compete às câmaras municipais o
Constituição.
licenciamento do exercício e da fiscalização das
Procede-se, concomitantemente, à previsão
seguintes actividades:
legal do dever de cooperação dos governos civis
relativamente às câmaras municipais, quanto à a) Guarda-nocturno;
disponibilização de todos os elementos b) Venda ambulante de lotarias;
necessários ao cumprimento das obrigações c) Arrumador de automóveis;
decorrentes da aplicação deste diploma. d) Realização de acampamentos
Foram ouvidos os órgãos de governo próprio ocasionais;
das Regiões Autónomas. e) Exploração de máquinas automáticas,
Foi ouvida a Associação Nacional de mecânicas, eléctricas e electrónicas de
Municípios Portugueses. diversão;
Assim: f) Realização de espectáculos
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo desportivos e de divertimentos públicos
198.º da Constituição, o Governo decreta o nas vias, jardins e demais lugares
seguinte: públicos ao ar livre;
g) Venda de bilhetes para espectáculos
Artigo 1.º ou divertimentos públicos em agências
Âmbito ou postos de venda;
h) Realização de fogueiras e queimadas;
O presente diploma transfere para as i) Realização de leilões.
câmaras municipais competências dos governos
civis em matérias consultivas, informativas e de 2 - O regime jurídico do licenciamento
licenciamento. municipal do exercício e da fiscalização das
actividades referidas no número anterior é
Artigo 2.º estabelecido mediante diploma próprio.
Poderes consultivos
Artigo 5.º
Compete às câmaras municipais: Delegação de competências

a) A emissão de parecer para efeitos de Os poderes transferidos nos termos do


reconhecimento de fundações presente diploma para as câmaras municipais
constituídas e com sede no território do podem ser delegados nos presidentes das
município; câmaras, com poderes de subdelegação nos
termos gerais.

3
Revogado pelo Decreto-Lei n.º 114/2011, de 30 de
novembro

343
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 6.º Artigo 8.º
Dever de cooperação Norma revogatória

Os governos civis devem facultar às câmaras São revogadas as alíneas f) e g) do artigo


municipais todas as informações e os elementos 4.º-F e o artigo 4.º-B do Decreto-Lei n.º 252/92,
necessários ao exercício pelos órgãos dos de 19 de Novembro, na redacção dada pelo
municípios das competências transferidas nos Decreto-Lei n.º 213/2001, de 2 de Agosto.
termos do presente diploma.
Artigo 9.º
Artigo 7.º Aplicação às Regiões Autónomas
Alterações
A aplicação do presente diploma às Regiões
O artigo 4.º-C do Decreto-Lei n.º 252/92, de Autónomas dos Açores e da Madeira faz-se sem
19 de Novembro, com as alterações que lhe prejuízo das competências cometidas aos
foram introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 316/95, respectivos órgãos de governo próprio e das
de 28 de Novembro, e pelo Decreto-Lei n.º adaptações que lhe venham a ser introduzidas
213/2001, de 2 de Agosto, passa a ter a por diploma regional das respectivas
seguinte redacção: assembleias legislativas regionais.

Artigo 4.º-C Artigo 10.º


Poderes junto dos serviços Entrada em vigor
desconcentrados
O presente diploma entra em vigor em 1 de
Compete ao governador civil acompanhar Janeiro de 2003.
junto dos serviços desconcentrados de âmbito
distrital o andamento de processos ou o
tratamento de questões suscitadas no distrito ou
com interesse para o mesmo, devendo dar
conhecimento ao Governo, nos termos do n.º 1
do artigo 4.º-A.

344
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 309/2002, de 16 de e) (Revogada.)


Dezembro f) (Revogada.)
Regula a instalação e o financiamento de g) Recintos de diversão provisória.
recintos de espectáculos, no âmbito das
competências das câmaras municipais, em Artigo 3.º
desenvolvimento do regime previsto na Recintos de diversão e recintos destinados
alínea s) do n.º 1 do artigo 13.º da Lei n.º a espectáculos de natureza não artística
30-C/2000, de 29 de Dezembro, na alínea
a) do n.º 2 do artigo 21.º da Lei n.º 159/99, 1 - Para os efeitos do presente diploma, são
de 14 de Setembro, e no n.º 1 do artigo considerados como recintos de diversão e
12.º da Lei n.º 109-B/2001, de 27 de recintos destinados a espectáculos de natureza
Dezembro não artística os locais, públicos ou privados,
(Com as alterações introduzidas pelos construídos ou adaptados para o efeito, na
Decretos-Leis n.ºs 141/2009, de 16 de sequência de um processo de licenciamento
junho, 268/2009,de 29 de setembro, que o municipal, designadamente:
republica, 48/2011, de 1 de abril e a) Bares com música ao vivo;
204/2012, de 29 de agosto) b) Discotecas e similares;
c) Feiras populares;
CAPÍTULO I d) Salões de baile;
Âmbito e) Salões de festas;
f) Salas de jogos eléctricos;
Artigo 1.º g) Salas de jogos manuais;
Âmbito h) Parques temáticos.
2 – (Revogado pelo Decreto-Lei n.º 48/2011,
1 - O presente diploma regula a instalação e
de 1 de abril)
o funcionamento dos recintos de espectáculos e
de divertimentos públicos.
Artigo 4.º
2 - São excluídos do âmbito de aplicação do
Recintos desportivos
presente diploma:
a) Os recintos de espectáculos de (Revogado.)
natureza artística previstos no artigo
4.º do Decreto-Lei n.º 315/95, de 28 Artigo 5.º
de Novembro; Espaços de jogo e recreio
b) Os recintos com diversões aquáticas
previstos no artigo 2.º do Decreto-Lei Espaços de jogo e recreio são os espaços
n.º 65/97, de 31 de Março. previstos no regulamento aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 379/97, de 27 de Dezembro,
3 - São igualmente excluídos do âmbito de
sem prejuízo do disposto no artigo 32.º do
aplicação do presente diploma os espectáculos e
mesmo diploma legal.
divertimentos de natureza familiar que se
realizem sem fins lucrativos, para recreio dos
Artigo 6.º
membros da família e convidados, quer tenham
Recintos itinerantes
lugar no próprio lar familiar quer em recinto
obtido para o efeito.
(Revogado.)
Artigo 2.º
Artigo 7.º
Recintos de espectáculos e de
Recintos improvisados
divertimentos públicos
(Revogado.)
Para os efeitos do presente diploma, são
considerados como recintos de espectáculos e de
Artigo 7.º-A
divertimentos públicos:
Recintos de diversão provisória
a) Os recintos de diversão e os recintos (Aditado pelo Decreto-Lei n.º 268/2009, de
destinados a espectáculos de natureza 29 de setembro)
não artística;
b) (Revogada.) 1 - São considerados recintos de diversão
c) (Revogada.) provisória os espaços vocacionados e licenciados
d) Os espaços de jogo e recreio previstos para outros fins que, acidentalmente, sejam
no artigo 2.º do regulamento das utilizados para a realização de espectáculos e de
condições técnicas e de segurança divertimentos públicos, independentemente da
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 379/97, necessidade de adaptação, nomeadamente:
de 27 de Dezembro;

345
Autarquias Locais - Legislação Nacional
a) Estádios e pavilhões desportivos obedece ao regime jurídico da urbanização e da
quando utilizados para espectáculos de edificação aprovado pelo Decreto-Lei n.º
natureza artística ou outra; 555/99, de 16 de Dezembro, com as alterações
b) Garagens; introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 177/2001, de 4
c) Armazéns; de Junho, com as especificidades estabelecidas
d) Estabelecimentos de restauração e no presente diploma.
bebidas. 2 - A aprovação dos projectos para a emissão
de licença de construção está sujeita a parecer
2 - A realização de espectáculos e de
favorável dos corpos de bombeiros profissionais,
divertimentos públicos, com carácter de
quando existam, ou do Serviço Nacional de
continuidade, em recintos de diversão
Bombeiros.
provisória, fica sujeita ao regime da licença de
3 - Os pedidos de licenciamento relativos à
utilização prevista nos artigos 9.º a 15.º
instalação dos recintos de espectáculos e de
divertimentos públicos devem ser instruídos nos
CAPÍTULO II
termos da legislação referida no n.º 1 e ainda
Instalação e funcionamento dos recintos de
com os elementos constantes de portaria
espectáculos e de divertimentos públicos
conjunta dos membros do Governo responsáveis
pela tutela da cultura ou do desporto, consoante
SECÇÃO I
o caso, do Serviço Nacional de Bombeiros e das
Regime geral
autarquias locais.
4 - Até à entrada em vigor da portaria
Artigo 8.º
referida no número anterior, o presidente da
Normas técnicas e de segurança
câmara municipal, uma vez entregue o pedido
de licenciamento, pode solicitar a apresentação
1 - Aos recintos de espectáculos e de
de declaração, a emitir por entidade qualificada
divertimentos públicos são aplicáveis as
nos termos do n.º 3 do artigo 14.º, de que na
seguintes normas técnicas e de segurança:
concepção dos projectos foram acauteladas as
a) Aos de natureza não artística condições técnicas e de segurança aplicáveis.
previstos no n.º 2 do artigo 3.º
aplicam-se as normas do Decreto-Lei Artigo 10.º
n.º 220/2008, de 12 de Dezembro, e Licença de utilização
da Portaria n.º 1532/2008, de 29 de
Dezembro; 1 - O funcionamento dos recintos de
b) (Revogada.) espectáculos e de divertimentos públicos, com
c) Aos espaços de jogo e recreio excepção dos recintos itinerantes e recintos
aplicam-se as normas do regulamento improvisados, depende da emissão de licença de
das condições técnicas e de segurança utilização, nos termos dos artigos seguintes, a
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 379/97, qual constitui a licença prevista no artigo 62.º
de 27 de Dezembro; do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro,
d) Aos de natureza não artística na redacção dada pelo Decreto-Lei n.º
previstos no n.º 1 do artigo 3.º, aplica- 177/2001, de 4 de Junho.
se, sempre que os mesmos envolvam a 2 - A licença de utilização destina-se a
instalação de equipamentos de comprovar, para além da conformidade da obra
diversão, o disposto no Decreto-Lei n.º concluída com o projecto aprovado, a adequação
268/2009, de 29 de Setembro, sendo do recinto ao uso previsto, bem como a
aplicáveis as normas constantes do observância das normas técnicas e de segurança
Decreto-Lei n.º 220/2008 de 12 de aplicáveis e ainda as relativas às condições
Novembro, e da Portaria n.º sanitárias e à segurança contra riscos de
1532/2008, de 29 de Dezembro, nos incêndio.
restantes casos; 3 — A emissão da licença de utilização está
e) Aos recintos de diversão provisória sujeita à realização de vistoria nos termos do
previstos na alínea a) do n.º 1 do artigo 11.º (Redação dada pelo Decreto-Lei n.º
artigo 7.º, e sempre que os mesmos 204/2012, de 29 de agosto)
envolvam a instalação de 4 - A licença de utilização caduca:
equipamentos de diversão, aplica-se o
a) (Revogada) (Redação dada pelo
disposto no Decreto-Lei n.º 268/2009,
Decreto-Lei n.º 204/2012, de 29 de
de 29 de Setembro.
agosto)
2 - (Revogado.)
b) (Revogada) (Redação dada pelo
Decreto-Lei n.º 204/2012, de 29 de
Artigo 9.º
agosto)
Regime aplicável à instalação
c) Se tiverem sido realizadas obras ou
intervenções que alterem a morfologia
1 - A instalação de recintos fixos de
ou as condições de segurança e
espectáculos e de divertimentos públicos
funcionais edificadas.

346
Autarquias Locais - Legislação Nacional
c) Um representante da autoridade de
5 - A emissão da licença de utilização
saúde competente, a convocar nos
depende de requerimento, acompanhado dos
termos da alínea anterior, sempre que
seguintes documentos:
se considere relevante a avaliação das
a) Cópia simples do certificado de condições sanitárias do recinto,
inspeção, a emitir por entidade designadamente em situações de risco
qualificada nos termos do artigo 14.º; para a saúde pública.
(Redação dada pelo Decreto-Lei n.º
3 - A ausência de qualquer dos membros
204/2012, de 29 de agosto)
referidos no número anterior não é impeditiva
b) Cópia simples da apólice de seguro de
da realização da vistoria, ficando a emissão da
responsabilidade civil, válida; (Redação
licença de utilização condicionada à
dada pelo Decreto-Lei n.º 204/2012,
apresentação de parecer pela entidade não
de 29 de agosto)
representada, no prazo de cinco dias, valendo o
c) Cópia simples da apólice de seguro de
seu silêncio como concordância.
acidentes pessoais, válida. (Redação
4 - A comissão referida no n.º 2, depois de
dada pelo Decreto-Lei n.º 204/2012,
proceder à vistoria, elabora o respectivo auto,
de 29 de agosto)
do qual devem constar o nome do responsável
6 — Os seguros referidos no número anterior pelas condições gerais e de segurança do
podem ser substituídos por garantia ou recinto, a lotação para cada uma das actividades
instrumento financeiro equivalentes, subscritos a que este se destina e, quando se trate de salas
noutro Estado membro da União Europeia ou do de jogos, o número máximo de unidades de
Espaço Económico Europeu, nos termos dos n.os diversão ou aparelhos de jogo a instalar.
2 e 3 do artigo 13.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, 5 — Quando o auto de vistoria conclua em
de 26 de julho. (Redação dada pelo Decreto-Lei sentido desfavorável, ou quando seja
n.º 204/2012, de 29 de agosto) desfavorável o voto fundamentado de um dos
7 — Quando nos recintos, simultaneamente e elementos referidos no n.º 2, não pode ser
com caráter de prevalência, se desenvolvam emitido o alvará da licença de utilização
atividades de restauração ou de bebidas, devem enquanto não forem removidas as causas que
ser igualmente cumpridas as respetivas justificaram tal decisão, notificando -se o
formalidades impostas pelo Decreto-Lei n.º requerente no prazo de 15 dias a contar da data
48/2011, de 1 de abril. (Redação dada pelo da realização da vistoria. (Redação dada pelo
Decreto-Lei n.º 204/2012, de 29 de agosto) Decreto-Lei n.º 204/2012, de 29 de agosto)
8 - A licença de utilização é titulada por
alvará que, para além dos elementos referidos Artigo 12.º
no artigo 77.º do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 Emissão da licença e deferimento tácito
de Dezembro, com a redacção dada pelo (Redação dada pelo Decreto-Lei n.º
Decreto-Lei n.º 177/2001, de 4 de Junho, deve 204/2012, de 29 de agosto)
conter as especificações previstas no artigo 13.º
1 — O alvará da licença de utilização para
Artigo 11.º recintos de espetáculos e de divertimentos
Vistoria públicos é emitido por decisão do presidente da
câmara municipal, no prazo de 15 dias a contar
1 - Para os efeitos da emissão da licença de da data da realização da vistoria referida no
utilização, a vistoria deve realizar-se no prazo de artigo anterior ou do termo do prazo para a sua
30 dias a contar da data da apresentação do realização.
requerimento previsto no n.º 5 do artigo 10.º e, 2 — A falta de emissão do alvará no prazo
sempre que possível, em data a acordar com o previsto no número anterior ou a falta da
interessado. notificação prevista no n.º 5 do artigo anterior
2 - A vistoria é efectuada por uma comissão vale como deferimento tácito do pedido daquela
composta por: licença de utilização.

a) Dois técnicos a designar pela câmara Artigo 13.º


municipal, tendo, pelo menos um Especificações do alvará
deles, formação e habilitação legal para
assinar projectos previstos no Decreto- 1 - O alvará da licença de utilização para
Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, recintos de espectáculos e de divertimentos
com as alterações introduzidas pelo públicos deve discriminar a identificação do
Decreto-Lei n.º 177/2001, de 4 de recinto e da entidade exploradora, o nome do
Junho; proprietário e do responsável pelas condições
b) Um representante do Serviço Nacional gerais e de segurança do recinto, a actividade
de Bombeiros, a convocar pela câmara ou actividades a que o recinto se destina, a sua
municipal com a antecedência mínima lotação para cada actividade e, no caso das
de oito dias; salas ou recintos de jogos, a capacidade máxima

347
Autarquias Locais - Legislação Nacional
do número de equipamentos de diversão e de Artigo 17.º
jogos a instalar. Recintos sem licença de utilização
2 - Sempre que haja alteração de qualquer
dos elementos constantes do alvará, a entidade A utilização, total ou parcial, de recintos que
titular da licença de utilização ou a entidade não possuam a licença de utilização para os
exploradora do recinto deve, para os efeitos de efeitos de realização de espectáculos e de
averbamento, comunicar o facto à câmara divertimentos públicos carece daquela licença, a
municipal no prazo de 30 dias a contar da data requerer e a emitir nos termos dos artigos
da sua verificação. anteriores.
3 - O modelo de alvará referido neste artigo é
aprovado por portaria conjunta dos membros do SECÇÃO II
Governo responsáveis pela tutela das autarquias Recintos itinerantes e improvisados
locais, do ordenamento do território e do Serviço
Nacional de Bombeiros. (Revogada.)

Artigo 14.º Artigo 18.º


Certificado de inspecção Licença de instalação e de funcionamento
de recintos itinerantes
1 — O certificado de inspeção visa atestar
que o empreendimento cumpre e mantém os (Revogado.)
requisitos especificados nas normas técnicas e
de segurança aplicáveis, previstas no artigo 8.º Artigo 19.º
(Redação dada pelo Decreto-Lei n.º 204/2012, Licença de instalação e de funcionamento
de 29 de agosto) de recintos improvisados
2 — Os certificados de inspeção são emitidos
por entidades acreditadas para o efeito pelo (Revogado.)
Instituto Português de Acreditação, I. P.
(Redação dada pelo Decreto-Lei n.º 204/2012, CAPÍTULO III
de 29 de agosto) Fiscalização e sanções
3 — (Revogado.) (Redação dada pelo
Decreto-Lei n.º 204/2012, de 29 de agosto) SECÇÃO I
4 — Os proprietários ou os promotores de Fiscalização
recintos de espetáculos e de divertimentos
públicos devem solicitar uma inspeção à Artigo 20.º
entidade referida no n.º 2 até 30 dias antes da Entidades com competência de fiscalização
data em que se cumpram três anos de anterior
solicitação de inspeção. (Redação dada pelo 1 - São competentes para proceder à
Decreto-Lei n.º 204/2012, de 29 de agosto) fiscalização dos recintos de espectáculos e de
divertimentos públicos abrangidos pelo presente
Artigo 15.º diploma todas as entidades intervenientes nos
Responsabilidade dos autores dos licenciamentos de construção, de utilização e de
projectos, dos empreiteiros e dos instalação e funcionamento dos recintos, bem
construtores como as autoridades administrativas e policiais,
no âmbito das respectivas competências.
Os autores dos projectos, os empreiteiros e 2 - As autoridades administrativas e policiais
os construtores são obrigados a apresentar que verifiquem infracções ao disposto no
seguro de responsabilidade civil que cubra os presente diploma devem elaborar os respectivos
riscos do exercício da respectiva actividade, em autos de notícia, que remetem às câmaras
termos e condições a aprovar por decreto municipais no prazo máximo de 48 horas.
regulamentar. 3 - Todas as entidades fiscalizadoras devem
prestar às câmaras municipais a colaboração
Artigo 16.º que lhes seja solicitada.
Responsabilidade dos proprietários dos
recintos e dos divertimentos e dos SECÇÃO II
promotores dos espectáculos Sanções

Os proprietários dos recintos de espectáculos Artigo 21.º


e dos divertimentos públicos, bem como os Contra-ordenações
respectivos promotores, são obrigados a
apresentar seguro de acidentes pessoais que 1 — Sem prejuízo das contraordenações
cubra os danos e lesões corporais sofridos pelos previstas nos regulamentos das normas técnicas
utentes em caso de acidente. e de segurança aplicáveis, constituem
contraordenações, puníveis com as seguintes
coimas: (Redação dada pelo Decreto-Lei n.º
204/2012, de 29 de agosto)

348
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 23.º
a) A violação do disposto nos artigos 9.º
Competência para a instrução e aplicação
e 10.º, no n.º 4 do artigo 14.º e no
das sanções
artigo 17.º é punível com coima de €
498,80 até ao máximo de € 3740,98
1 - A instrução dos processos de contra-
no caso de se tratar de pessoa singular
ordenação compete às câmaras municipais, na
ou até € 44 891,81 no caso de se
sequência do auto de notícia levantado por
tratar de pessoa coletiva; (Redação
qualquer das entidades referidas no artigo 20.º
dada pelo Decreto-Lei n.º 204/2012,
2 - A decisão sobre a instauração dos
de 29 de agosto)
processos de contra-ordenação, a designação do
b) A falta do seguro a que se referem os
instrutor e a aplicação das coimas e sanções
artigos 15.º e 16.º é punível com
acessórias previstas neste diploma competem ao
coima de (euro) 2493,99 até ao
presidente da câmara municipal, podendo ser
máximo de (euro) 3740,98 no caso de
delegada em qualquer dos restantes membros
se tratar de pessoa singular ou até
do executivo camarário.
(euro) 44 891,81 no caso de se tratar
3 - O produto das coimas aplicadas pelo
de pessoa colectiva;
presidente da câmara municipal no âmbito das
c) (Revogada.) (Redação dada pelo
respectivas competências, bem como das que
Decreto-Lei n.º 204/2012, de 29 de
forem cobradas em juízo, constitui receita dos
agosto)
municípios.
2 - A negligência e a tentativa são puníveis.
3 - No caso de tentativa, as coimas previstas CAPÍTULO IV
no n.º 1 são reduzidas para metade nos seus Disposições finais e transitórias
limites máximos e mínimos.
4 - Às contra-ordenações previstas no Artigo 24.º
presente diploma e em tudo o que nele não se Regime aplicável às autarquias locais
encontrar especialmente regulado são aplicáveis
Sem prejuízo do disposto no artigo 7.º do
as disposições do Decreto-Lei n.º 433/82, de 27
Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro,
de Outubro, com a redacção que lhe foi dada
alterado com as alterações introduzidas pelo
pelos Decretos-Leis n.os 356/89, de 17 de
Decreto-Lei n.º 177/2001, de 4 de Junho,
Outubro, e 244/95, de 14 de Setembro, e pela
quando as autarquias locais forem proprietárias
Lei n.º 109/2001, de 24 de Dezembro.
de recintos ou promotoras de espectáculos ou
divertimentos públicos, devem observar o
Artigo 22.º
regime estabelecido no presente diploma,
Sanções acessórias
designadamente no que se refere às normas
técnicas e de segurança aplicáveis e aos seguros
1 - Para além da coima que couber ao tipo de
obrigatórios de responsabilidade civil e de
infracção cometida nos termos do artigo
acidentes pessoais.
anterior, podem ser aplicadas as seguintes
sanções acessórias: Artigo 25.º
a) Interdição do exercício da actividade; Regime aplicável aos recintos de
b) Encerramento do recinto; espectáculos e de divertimentos públicos
c) Revogação total ou parcial da licença existentes
de utilização;
1 - O disposto no presente diploma aplica-se
d) Interdição de funcionamento do
aos recintos de espectáculos e de divertimentos
divertimento;
públicos existentes à data da sua entrada em
e) Cassação do alvará de licença de
vigor.
utilização;
2 - Sem prejuízo do disposto no número
f) Suspensão da licença de utilização.
anterior, as licenças de recinto emitidas pela
2 - As sanções referidas nas alíneas a), b), Direcção-Geral dos Espectáculos ao abrigo da
c), d) e f) têm a duração máxima de dois anos, legislação revogada pelo presente diploma são
contados a partir da decisão condenatória, substituídas pela licença de utilização prevista
findos os quais pode ser apresentado pedido de no artigo 10.º, ficando a respectiva emissão
renovação da licença de utilização, nos termos dependente apenas da realização da vistoria
dos artigos 10.º a 14.º prevista no artigo 11.º
3 - Quando for aplicada a sanção acessória
de encerramento do recinto, o presidente da Artigo 26.º
câmara municipal deve apreender o respectivo Força policial
alvará de licença de utilização pelo período de
1 - O promotor do espectáculo pode
duração daquela sanção.
requisitar, sempre que o julgar necessário para
a manutenção da ordem pública, uma força
policial da zona onde se situe o recinto.

349
Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 - A força policial prevista no número 2 - São ainda revogados os artigos 1.º, 2.º,
anterior terá a composição que vier a ser fixada 3.º, 35.º, 37.º e 43.º a 46.º do Decreto-Lei n.º
pelo respectivo comandante. 315/95, de 28 de Novembro, na parte relativa
3 - O promotor do espectáculo quando não aos recintos de espectáculos e de divertimentos
solicitar a presença da força policial fica públicos previstos no presente diploma.
responsável pela manutenção da ordem no
respectivo recinto. Artigo 28.º
Entrada em vigor
Artigo 27.º
Revogação O presente diploma entra em vigor no dia 1
de Janeiro de 2003.
1 - São revogados os artigos 20.º a 23.º do
Decreto-Lei n.º 315/95, de 28 de Novembro.

350
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 310/2002, de 18 de 2 - As atividades referidas nas alíneas e) e g)


Dezembro do artigo anterior são de livre acesso.
Regula o regime jurídico do licenciamento e
fiscalização pelas câmaras municipais de Artigo 3.º
actividades diversas anteriormente Delegação e subdelegação de competências
cometidas aos governos civis
(Com as alterações introduzidas pelos Decretos- 1 - As competências neste diploma conferidas
Leis n.os 156/2004, de 30 de junho, 9/2007, de à câmara municipal podem ser delegadas no
17 de janeiro, 114/2008, de 1 de julho4, presidente da câmara, com faculdade de
48/2011, de 1 de abril, 204/2012, de 29 de subdelegação nos vereadores e nos dirigentes
agosto, que o republica e pela Lei n.º 75/2013, dos serviços municipais.
de 12 de setembro) 2 - As competências cometidas ao presidente
da câmara podem ser delegadas nos vereadores,
CAPÍTULO I com faculdade de subdelegação, ou nos
Âmbito e licenciamento dirigentes dos serviços municipais.

Artigo 1.º CAPÍTULO II


Âmbito Licenciamento do exercício da atividade de
guarda-noturno
O presente diploma regula o regime jurídico
de acesso, exercício e fiscalização das seguintes SECÇÃO I
atividades: Disposições gerais
a) Guarda-noturno;
Artigo 4.º
b) Venda ambulante de lotarias;
Criação e extinção
c) Arrumador de automóveis;
d) Realização de acampamentos
A criação e a extinção do serviço de guardas-
ocasionais;
noturnos em cada localidade e a fixação e
e) Exploração de máquinas automáticas,
modificação das áreas de atuação de cada
mecânicas, elétricas e eletrónicas de
guarda são da competência da câmara
diversão;
municipal, ouvidos os comandantes de brigada
f) Realização de espetáculos desportivos
da GNR ou de polícia da PSP, conforme a
e de divertimentos públicos nas vias,
localização da área a vigiar.
jardins e demais lugares públicos ao ar
livre;
Artigo 5.º
g) Venda de bilhetes para espetáculos ou
Licença e cessação da atividade
divertimentos públicos em agências ou
postos de venda;
1 - É da competência do presidente da
h) Realização de fogueiras e queimadas;
câmara a atribuição da licença para o exercício
i) (Revogada.)
da atividade de guarda-noturno.
2 - A licença é intransmissível e tem validade
Artigo 2.º 5
trienal.
Acesso e exercício das atividades
3 - O pedido de renovação da licença, por
igual período de tempo, é requerido ao
1 - O acesso às atividades referidas nas
presidente da câmara municipal com uma
alíneas a), b), c), d), f) e h) do artigo anterior
antecedência mínima de 30 dias em relação ao
carece de licenciamento municipal.
termo do respetivo prazo de validade.
4 - Os guardas-noturnos que cessam a
atividade comunicam esse facto ao município,
4
Nota: Nos termos do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º
até 30 dias após essa ocorrência, estando
114/2008, de 1 de Julho, os municípios devem adaptar dispensados de proceder a essa comunicação se
os seus regulamentos às normas introduzidas por este a cessação da atividade coincidir com o termo do
Decreto-Lei no prazo de um ano a contar de 1 de Julho prazo de validade da licença.
de 2008.

5
Nota: Nos termos do artigo 3.º da Lei n.º 75/2013,
de 12 de setembro é revogado o n.º 1 do artigo 2.º,
na parte em que refere as alíneas b), c) e f) do
artigo 1.º do mesmo diploma, bem como as suas
subsequentes disposições relativas à titularidade da
competência para o licenciamento das atividades de
venda ambulante de lotarias, de arrumador de
automóveis e atividades ruidosas de caráter
temporário que respeitem a festas populares,
romarias, feiras, arraiais e bailes.

351
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 6.º e da administração interna, que
Pedido de licenciamento garanta o pagamento de uma
indemnização por danos causados a
1 - O pedido de licenciamento é dirigido, sob terceiros no exercício e por causa da
a forma de requerimento, ao presidente da sua atividade.
câmara e nele devem constar o nome e o
domicílio do requerente. Artigo 9.º
2 - O requerimento deve ser instruído com Regulamentação
cópia do bilhete de identidade e do cartão de
contribuinte, certificado do registo criminal, O regime da atividade de guarda-noturno
documento comprovativo das habilitações será objeto de regulamentação municipal.
literárias e demais documentos a fixar por
regulamento municipal. SECÇÃO II
Atividade
Artigo 7.º
Indeferimento Artigo 9.º-A
Compensação financeira
O pedido de licenciamento deve ser
indeferido quando o interessado não for A atividade do guarda-noturno é compensada
considerado pessoa idónea para o exercício da pelas contribuições voluntárias das pessoas,
atividade de guarda-noturno. singulares ou coletivas, em benefício de quem é
exercida.
Artigo 8.º Artigo 9.º-B
Deveres Férias, folgas e substituição

O guarda-noturno deve: 1 - O guarda-noturno descansa do exercício


da sua atividade uma noite após cada cinco
a) Apresentar-se pontualmente no posto
noites consecutivas de trabalho.
ou esquadra no início e termo do
2 - Uma vez por mês, o guarda-noturno
serviço;
descansa do exercício da sua atividade duas
b) Permanecer na área em que exerce a
noites.
sua atividade durante o período de
3 - No início de cada mês, o guarda-noturno
prestação de serviço e informar os seus
deve informar o comando da força de segurança
clientes do modo mais expedito para
responsável pela sua área de atuação de quais
ser contactado ou localizado;
as noites em que irá descansar.
c) Prestar o auxílio que lhe for solicitado
4 - Até ao dia 15 de abril de cada ano, o
pelas forças e serviços de segurança e
guarda-noturno deve informar o comando da
de proteção civil;
força de segurança responsável pela sua área do
d) Frequentar anualmente um curso ou
período ou períodos em que irá gozar as suas
instrução de adestramento e
férias.
reciclagem que for organizado pelas
5 - Nas noites de descanso, durante os
forças de segurança com competência
períodos de férias, e em caso de falta do
na respetiva área;
guarda-noturno, a atividade da respetiva área é
e) No exercício de funções, usar
exercida, em acumulação, por um guarda-
uniforme, cartão identificativo de
noturno da área contígua, para o efeito
guarda-noturno e crachá;
convocado pelo comandante da força de
f) Usar de urbanidade e aprumo no
segurança territorialmente competente, sob
exercício das suas funções;
proposta do guarda a substituir.
g) Tratar com respeito e prestar auxílio a
todas as pessoas que se lhe dirijam ou
Artigo 9.º-C
careçam de auxílio;
Equipamento
h) Fazer anualmente, no mês de
fevereiro, prova de que tem
1 - O equipamento é composto por cinturão
regularizada a sua situação
de cabedal preto, bastão curto e pala de
contributiva para com a segurança
suporte, arma, rádio, apito e algemas.
social;
2 - O guarda-noturno está sujeito ao regime
i) Não faltar ao serviço sem motivo sério,
geral de uso e porte de arma, podendo recorrer
devendo, sempre que possível, solicitar
na sua atividade profissional, designadamente, a
a sua substituição com cinco dias úteis
aerossóis e armas elétricas, meios de defesa não
de antecedência;
letais da classe E, nos termos da Lei n.º 5/2006,
j) Efetuar e manter em vigor um seguro,
de 23 de fevereiro.
incluindo na modalidade de seguro de
grupo, nos termos fixados por portaria
conjunta dos membros do Governo
responsáveis pelas áreas das finanças

352
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - Para efeitos de fiscalização, a Artigo 9.º-G
identificação das armas que sejam utilizadas ao Lista de guardas-noturnos
abrigo do disposto no presente artigo é sempre
comunicada à força de segurança A DGAL disponibiliza no seu sítio na Internet
territorialmente competente, devendo ser a lista de guardas-noturnos devidamente
atualizada caso sofra qualquer alteração. licenciados, cuja publicitação é autorizada nos
termos do presente decreto-lei.
Artigo 9.º-D
Veículos Artigo 9.º-H
Segurança na informação
Os veículos em que transitam os guardas-
noturnos devem encontrar-se devidamente A DGAL adota as medidas técnicas e
identificados. organizativas adequadas para proteger os dados
contra a destruição, acidental ou ilícita, a perda
Artigo 9.º-E acidental, a alteração, a difusão ou o acesso não
Modelos autorizado, nos termos da Lei de Proteção de
Dados Pessoais, devendo sempre ser protegidos,
1 - O modelo de cartão identificativo de através de medidas de segurança específicas,
guarda-noturno é definido por portaria conjunta adequadas ao tratamento de dados em redes
dos membros do Governo responsáveis pelas abertas.
áreas das autarquias locais e da administração
interna. Artigo 9.º-I
2 - Os modelos de uniforme, crachá e Cartão identificativo de guarda-noturno
identificador de veículo são definidos por
portaria do membro do Governo responsável 1 - No momento da atribuição da licença para
pela área da administração interna. o exercício da atividade, o município emite o
cartão identificativo de guarda-noturno.
SECÇÃO III 2 - O cartão de guarda-noturno tem a mesma
Registo, lista e cartão identificativo de validade da licença para o exercício da atividade
guarda-noturno de guarda-noturno.

Artigo 9.º-F CAPÍTULO III


Registo nacional de guardas-noturnos Licenciamento do exercício da atividade de
vendedor ambulante de lotarias
1 - Tendo em vista a organização do registo
nacional de guardas-noturnos, no momento da Artigo 10.º
atribuição da licença para o exercício da Licenciamento
atividade de guarda-noturno, cada município
comunica à Direção-Geral das Autarquias Locais, É da competência da câmara municipal a
abreviadamente designada por DGAL, sempre atribuição da licença para o exercício da
que possível por via eletrónica e automática, os atividade de venda ambulante de lotaria da
seguintes elementos: Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
a) O nome completo do guarda-noturno;
Artigo 11.º
b) O número do cartão identificativo de
Identificação do vendedor
guarda-noturno;
c) A área de atuação dentro do
1 - Cada vendedor ambulante será portador
município.
de um cartão de identificação, com a fotografia
2 - Os elementos referidos no número atualizada do seu titular e válido por cinco anos,
anterior passam a constar do registo nacional de de modelo a aprovar pela câmara municipal.
guardas-noturnos, a organizar pela DGAL, que é 2 - As licenças são registadas em livro
a entidade responsável, nos termos e para os especial, com termos de abertura e
efeitos previstos na Lei n.º 67/98, de 26 de encerramento, por ordem cronológica e sob o
outubro, pelo tratamento e proteção dos dados número de ordem em que são transcritos os
pessoais enviados pelos municípios, os quais elementos de identificação constantes do
podem ser transmitidos às autoridades requerimento, tendo anexada uma fotografia do
fiscalizadoras, quando solicitados. vendedor.
3 - O guarda-noturno tem o direito de, a todo
o tempo, verificar os seus dados pessoais na Artigo 12.º
posse da DGAL e solicitar a sua retificação Validade das licenças
quando os mesmos estejam incompletos ou
inexatos. (Revogado.)

353
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 13.º Artigo 17.º
Regras de conduta Normas subsidiárias

1 - Os vendedores ambulantes de lotaria são À atividade de arrumador de automóveis são


obrigados: ainda aplicáveis, com as necessárias
adaptações, as regras previstas para a atividade
a) A exibir o cartão de identificação,
dos vendedores ambulantes de lotaria, bem
usando-o no lado direito do peito;
como as disposições constantes de regulamento
b) A restituir o cartão de identificação,
municipal.
quando a licença tiver caducado.
2 - É proibido aos referidos vendedores: CAPÍTULO V
Licenciamento do exercício da atividade de
a) Vender jogo depois da hora fixada acampamentos ocasionais
para o início da extração da lotaria;
b) Anunciar jogo por forma contrária às Artigo 18.º
restrições legais em matéria de Licença
publicidade.
1 - A realização de acampamentos ocasionais
CAPÍTULO IV fora dos locais adequados à prática do campismo
Licenciamento do exercício da atividade de e caravanismo fica sujeita à obtenção de licença
arrumador de automóveis da câmara municipal, devendo ser requerida
pelo responsável do acampamento e
Artigo 14.º dependendo a sua concessão da autorização
Sujeição a licenciamento expressa do proprietário do prédio.
2 - A realização de qualquer acampamento
É da competência da câmara municipal a ocasional fica sujeita à emissão de parecer
atribuição da licença para o exercício da favorável das seguintes entidades:
atividade de arrumador de automóveis.
a) Delegado de saúde;
Artigo 15.º b) Comandante da PSP ou da GNR,
Licenciamento consoante os casos.
3 - A licença é concedida por um período de
1 - A concessão da licença, de validade anual,
tempo determinado, nunca superior ao período
será acompanhada da emissão de um cartão
de tempo autorizado expressamente pelo
identificativo, de modelo a aprovar pela câmara
proprietário do prédio, podendo ser revogada a
municipal, plastificado e com dispositivo de
qualquer momento.
fixação que permita a sua exibição permanente,
que será obrigatória durante o exercício da
CAPÍTULO VI
atividade.
Regime de exercício da atividade de
2 - As licenças apenas podem ser concedidas
exploração de máquinas de diversão
a maiores de 18 anos.
Artigo 19.º
Artigo 16.º
Âmbito
Regras de atividade
1 - Para efeitos do presente capítulo,
1 - A atividade de arrumador é licenciada
consideram-se máquinas de diversão:
para as zonas determinadas.
2 - Na área atribuída a cada arrumador, que a) Aquelas que, não pagando prémios
constará da licença e do cartão de identificação em dinheiro, fichas ou coisas com valor
do respetivo titular, deverá este zelar pela económico, desenvolvem jogos cujos
integridade das viaturas estacionadas e alertar resultados dependem exclusiva ou
as autoridades em caso de ocorrência que a fundamentalmente da perícia do
ponha em risco. utilizador, sendo permitido que ao
3 - É expressamente proibido solicitar utilizador seja concedido o
qualquer pagamento como contrapartida pela prolongamento da utilização gratuita
atividade, apenas podendo ser aceites as da máquina face à pontuação obtida;
contribuições voluntárias com que os b) Aquelas que, tendo as características
automobilistas, espontaneamente, desejem definidas na alínea anterior, permitem
gratificar o arrumador. apreensão de objetos cujo valor
4 - É também proibido ao arrumador económico não exceda três vezes a
importunar os automobilistas, designadamente importância despendida pelo utilizador.
oferecendo artigos para venda ou procedendo à
prestação de serviços não solicitados, como a
lavagem dos automóveis estacionados.

354
Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 - As máquinas que, não pagando 4 - Deve acompanhar a máquina cópia da
diretamente prémios em fichas ou moedas, decisão de classificação do respetivo tema de
desenvolvam temas próprios dos jogos de jogo.
fortuna ou azar ou apresentem como resultado 5 - O proprietário de qualquer máquina pode
pontuações dependentes exclusiva ou substituir o tema ou temas de jogo autorizados
fundamentalmente da sorte são reguladas pelo por qualquer outro, desde que previamente
Decreto-Lei n.º 422/89, de 2 de dezembro, e classificado pelo Serviço de Inspeção de Jogos
diplomas regulamentares. do Instituto do Turismo de Portugal, I. P.
6 - A cópia do documento que classifica o
Artigo 20.º novo tema de jogo autorizado deve acompanhar
Registo a máquina de diversão.
7 - A substituição referida no n.º 5 deve ser
1 - Nenhuma máquina submetida ao regime comunicada pelo proprietário ao presidente da
do presente capítulo pode ser posta em câmara no balcão único eletrónico dos serviços.
exploração sem que se encontre registada e os
respetivos temas de jogo classificados. Artigo 23.º
2 - O registo é promovido pelo proprietário Licença de exploração
da máquina junto do presidente da câmara
territorialmente competente em razão do local (Revogado.)
em que se presume que seja colocada em
exploração, através do balcão único eletrónico Artigo 24.º
dos serviços referido no artigo 53.º-A. Condições de exploração
3 - (Revogado.)
4 - O registo é titulado pelo comprovativo 1 - (Revogado.)
eletrónico de entrega no balcão único eletrónico 2 - As máquinas só podem ser exploradas no
dos serviços, bem como do comprovativo do interior de recinto ou estabelecimento que não
pagamento das quantias eventualmente devidas, se situe a menos de 300 metros de
devendo ambos os documentos acompanhar a estabelecimentos pré-existentes de educação
máquina a que respeitam. pré-escolar ou de ensino básico ou secundário,
5 - As alterações de propriedade da máquina públicos ou privados.
obrigam o adquirente a efetuar o averbamento 3 - A distância prevista no número anterior é
respetivo, por comunicação no balcão único aferida por referência à distância percorrida pelo
eletrónico dos serviços, que identifique o caminho pedonal mais curto, obedecendo às
adquirente e o anterior proprietário, devendo o regras de circulação pedonal constantes do
comprovativo da comunicação acompanhar a Código da Estrada.
máquina a que respeita.
Artigo 25.º
Artigo 21.º Condicionamentos
Comunicação do registo
1 - A prática de jogos em máquinas
A comunicação de promoção do registo da reguladas pelo presente capítulo é interdita a
máquina referido no n.º 2 do artigo anterior menores de 16 anos, salvo quando, tendo mais
identifica o seu proprietário, o local de de 12 anos, sejam acompanhados por quem
exploração pretendido e a classificação do tema exerce o poder paternal.
de jogo respetivo pelo Serviço de Inspeção de 2 - É obrigatória a afixação, na própria
Jogos do Instituto do Turismo de Portugal, I. P. máquina, em lugar bem visível, de inscrição ou
dístico contendo os seguintes elementos:
Artigo 22.º
a) Número de registo;
Temas dos jogos
b) Nome do proprietário;
c) (Revogada.)
1 - A importação, fabrico, montagem e venda
d) Idade exigida para a sua utilização;
de máquinas de diversão obrigam à classificação
e) Nome do fabricante;
dos respetivos temas de jogo.
f) Tema de jogo;
2 - A classificação dos temas de jogo é
g) Tipo de máquina;
requerida pelo interessado ao Serviço de
h) Número de fábrica.
Inspeção de Jogos do Instituto do Turismo de
Portugal, I. P., devendo o requerimento ser
Artigo 26.º
instruído com informação do respetivo jogo.
Responsabilidade contraordenacional
3 - O Serviço de Inspeção de Jogos do
Instituto do Turismo de Portugal, I. P., pode
1 - Para efeitos do presente capítulo,
solicitar aos interessados a apresentação de
consideram-se responsáveis, relativamente às
outros elementos que considere necessários
contraordenações verificadas:
para apreciação do requerimento ou fazer
depender a sua classificação de exame direto à
máquina.

355
Autarquias Locais - Legislação Nacional
a) O proprietário da máquina, nos casos 2 - O funcionamento de emissores,
de exploração de máquinas sem registo amplificadores e outros aparelhos sonoros que
ou quando em desconformidade com projetem sons para as vias e demais lugares
os elementos constantes do título de públicos, incluindo sinais horários, só poderá
registo por falta de averbamento de ocorrer entre as 9 e as 22 horas e mediante a
novo proprietário; autorização referida no artigo 32.º
b) O proprietário ou explorador do 3 - O funcionamento a que se refere o
estabelecimento, nas demais situações. número anterior fica sujeito às seguintes
restrições:
2 - Quando, por qualquer circunstância, se
mostre impossível a identificação do proprietário a) Só pode ser consentido por ocasião de
de máquinas em exploração, considera-se festas tradicionais, espetáculos ao ar
responsável pelas contraordenações o livre ou em outros casos análogos
proprietário ou explorador do estabelecimento devidamente justificados;
onde as mesmas se encontrem. b) Cumprimento dos limites
estabelecidos no n.º 5 do artigo 15.º
Artigo 27.º do Regulamento Geral do Ruído,
Fiscalização quando a licença é concedida por
período superior a um mês.
A fiscalização da observância do disposto no
presente capítulo, bem como a instrução dos Artigo 31.º
respetivos processos contraordenacionais, Tramitação
compete às câmaras municipais, sendo o Serviço
de Inspeção de Jogos do Instituto do Turismo de 1 - As licenças devem ser requeridas com a
Portugal, I. P., o serviço técnico consultivo e antecedência mínima de 15 dias úteis ao
pericial nesta matéria. presidente da câmara.
2 - Os pedidos são instruídos com os
Artigo 28.º documentos necessários.
Modelos 3 - A autorização para a realização de provas
desportivas na via pública deve ser requerida
(Revogado) com antecedência nunca inferior a 30 ou 60
dias, conforme se desenrole num ou em mais
CAPÍTULO VII municípios, e está sujeita ao parecer favorável
Licenciamento do exercício da atividade de das entidades legalmente competentes.
realização de espetáculos de natureza
desportiva e de divertimentos públicos Artigo 32.º
Condicionamentos
Artigo 29.º
Festividades e outros divertimentos 1 - Sem prejuízo do disposto no número
seguinte, a realização de festividades, de
1 - Os arraiais, romarias, bailes, provas divertimentos públicos e de espetáculos ruidosos
desportivas e outros divertimentos públicos nas vias públicas e demais lugares públicos nas
organizados nas vias, jardins e demais lugares proximidades de edifícios de habitação,
públicos ao ar livre dependem de licenciamento escolares durante o horário de funcionamento,
da câmara municipal, salvo quando tais hospitalares ou similares, bem como
atividades decorram em recintos já licenciados estabelecimentos hoteleiros e meios
pela Direção-Geral dos Espetáculos. complementares de alojamento só é permitida
2 - As festas promovidas por entidades quando, cumulativamente:
oficiais, civis ou militares não carecem da licença
a) Circunstâncias excecionais o
prevista no número anterior, mas das mesmas
justifiquem;
deve ser feita uma participação prévia ao
b) Seja emitida, pelo presidente da
presidente da câmara.
câmara municipal, licença especial de
ruído;
Artigo 30.º
c) Respeite o disposto no n.º 5 do artigo
Espetáculos e atividades ruidosas
15.º do Regulamento Geral do Ruído,
quando a licença é concedida por
1 - As bandas de música, grupos
período superior a um mês.
filarmónicos, tunas e outros agrupamentos
musicais não podem atuar nas vias e demais 2 - Não é permitido o funcionamento ou o
lugares públicos dos aglomerados urbanos desde exercício contínuo dos espetáculos ou atividades
as 0 até às 9 horas. ruidosas nas vias públicas e demais lugares
públicos na proximidade de edifícios hospitalares
ou similares ou na de edifícios escolares durante
o respetivo horário de funcionamento.

356
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - Das licenças emitidas nos termos do Artigo 36.º
presente capítulo deve constar a referência ao Requisitos
seu objeto, a fixação dos respetivos limites
horários e as demais condições julgadas 1 - A venda de bilhetes para espetáculos ou
necessárias para preservar a tranquilidade das divertimentos públicos em agências ou postos de
populações. venda deve ser efetuada em estabelecimento
privativo, com boas condições de apresentação e
Artigo 33.º de higiene e ao qual o público tenha acesso, ou
Festas tradicionais em secções de estabelecimentos de qualquer
ramo de comércio que satisfaçam aqueles
1 - Por ocasião dos festejos tradicionais das requisitos.
localidades pode, excecionalmente, ser 2 - (Revogado.)
permitido o funcionamento ou o exercício 3 - É obrigatória a afixação nas agências ou
contínuo dos espetáculos ou atividades referidos postos de venda, em lugar bem visível, das
nos artigos anteriores, salvo nas proximidades tabelas de preços de cada casa ou recinto cujos
de edifícios hospitalares ou similares. bilhetes comercializem.
2 - Os espetáculos ou atividades que não
estejam licenciados ou se não contenham nos Artigo 37.º
limites da respetiva licença podem ser Requerimentos
imediatamente suspensos, oficiosamente ou a
pedido de qualquer interessado. (Revogado.)

Artigo 34.º Artigo 38.º


Diversões carnavalescas proibidas Proibições

1 - Nas diversões carnavalescas é proibido: Nas agências e postos de venda é proibido:


a) O uso de quaisquer objetos de a) Cobrar quantia superior em 10 % à do
arremesso suscetíveis de pôr em perigo preço de venda ao público dos bilhetes;
a integridade física de terceiros; b) Cobrar importância superior em 20 %
b) A apresentação da bandeira nacional à do preço de venda ao público dos
ou imitação; bilhetes, no caso de entrega ao
c) A utilização de gases, líquidos ou de domicílio;
outros produtos inebriantes, c) Fazer publicidade, por qualquer meio,
anestesiantes, esternutatórios ou que dentro de um raio de 100 metros em
possam inflamar-se, seja qual for o seu torno das bilheteiras sem fazer
acondicionamento. expressa referência à diferença de
preço praticada;
2 - A venda ou a exposição para venda de
d) Recusar a venda de qualquer bilhete
produtos de uso proibido pelo número anterior é
em seu poder.
punida como tentativa de comparticipação na
infração.
CAPÍTULO IX
Licenciamento do exercício da atividade de
CAPÍTULO VIII
fogueiras e queimadas
Regime de exercício da atividade de
agências de venda de bilhetes para
Artigo 39.º
espetáculos públicos
Fogueiras
Artigo 35.º
1 - É proibido acender fogueiras nas ruas,
Princípio geral
praças e mais lugares públicos das povoações,
bem como a menos de 30 m de quaisquer
1 - A venda de bilhetes para espetáculos ou
construções e a menos de 300 m de bosques,
divertimentos públicos em agências ou postos de
matas, lenhas, searas, palhas, depósitos de
venda não está sujeita a licenciamento, a
substâncias suscetíveis de arder e,
autorização, a autenticação, a validação, a
independentemente da distância, sempre que
certificação, a atos emitidos na sequência de
deva prever-se risco de incêndio.
comunicações prévias com prazo, a registo ou a
2 - Pode a câmara municipal licenciar as
qualquer outro ato permissivo, nem a mera
tradicionais fogueiras de Natal e dos santos
comunicação prévia.
populares, estabelecendo as condições para a
2 - (Revogado.)
sua efetivação e tendo em conta as precauções
necessárias à segurança das pessoas e bens.
3 - (Revogado.)

357
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 40.º Artigo 45.º
Queimadas Notificação para execução da cobertura ou
resguardo
(Revogado.)
1 - Detetada qualquer infração pela qual se
CAPÍTULO X considere responsável aquele que explora ou
Licenciamento do exercício da atividade de utiliza, seja a que título for, o prédio onde se
realização de leilões encontra o poço, fosso, fenda ou irregularidade
no solo, devem as autoridades,
Artigo 41.º independentemente da aplicação da respetiva
Licenciamento coima, notificar o responsável para cumprir o
disposto no presente capítulo, fixando o prazo
(Revogado) máximo de vinte e quatro horas para a
conclusão dos trabalhos de cobertura e
CAPÍTULO XI resguardo.
Proteção de pessoas e bens 2 - O montante da coima estabelecida nos
termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 47.º é
Artigo 42.º elevado ao triplo sempre que os notificados não
Proteção contra quedas em resguardos, executarem as obras no prazo concedido, sendo
coberturas de poços, fossas, fendas e o responsável notificado para o cumprimento
outras irregularidades no solo dentro do novo prazo fixado para o efeito, não
superior a doze horas.
1 - É obrigatório o resguardo ou a cobertura
eficaz de poços, fendas e outras irregularidades Artigo 46.º
existentes em quaisquer terrenos e suscetíveis Propriedades muradas ou vedadas
de originar quedas desastrosas a pessoas e
animais. O disposto na presente secção não abrange
2 - A obrigação prevista no número anterior as propriedades muradas ou eficazmente
mantém-se durante a realização de obras e vedadas.
reparações de poços, fossas, fendas e outras
irregularidades, salvo no momento em que, em CAPÍTULO XII
virtude daqueles trabalhos, seja feita prevenção Sanções
contra quedas.
Artigo 47.º
Artigo 43.º Contraordenações
Máquinas e engrenagens
1 - Constituem contraordenações:
É igualmente obrigatório o resguardo eficaz
a) A violação dos deveres a que se
dos maquinismos e engrenagens quando
referem as alíneas b), c), d), e) e i) do
colocados à borda de poços, fendas e outras
artigo 8.º, punida com coima de (euro)
irregularidades no solo ou de fácil acesso.
30 a (euro) 170;
b) A violação dos deveres a que se
Artigo 44.º
referem as alíneas a), f) e g) do artigo
Eficácia da cobertura ou resguardo
5.º, punida com coima de (euro) 15 a
(euro) 120;
1 - Considera-se cobertura ou resguardo
c) O não cumprimento do disposto na
eficaz, para efeitos do presente diploma,
alínea h) do artigo 5.º, punida com
qualquer placa que, obstruindo completamente a
coima de (euro) 30 a (euro) 120;
escavação, ofereça resistência a uma sobrecarga
d) A venda ambulante de lotaria sem
de 100 kg/m2.
licença, punida com coima de (euro) 60
2 - O resguardo deve ser constituído pelo
a (euro) 120;
levantamento das paredes do poço ou cavidade
e) A falta de cumprimento dos deveres
até à altura mínima de 80 cm de superfície do
de vendedor ambulante de lotaria,
solo ou por outra construção que, circundando a
punida com coima de (euro) 80 a
escavação, obedeça àquele requisito, contanto
(euro) 150;
que, em qualquer caso, suporte uma força de
f) O exercício da atividade de arrumador
100 kg.
de automóveis sem licença ou fora do
3 - Se o sistema de escavação exigir na
local nela indicado, bem como a falta
cobertura ou resguardo qualquer abertura, esta
de cumprimento das regras da
será tapada com tampa ou cancela que dê a
atividade, punidos com coima de
devida proteção e só permanecerá aberta pelo
(euro) 60 a (euro) 300;
tempo estritamente indispensável.
g) A realização de acampamentos
ocasionais sem licença, punida com
coima de (euro) 150 a (euro) 200;

358
Autarquias Locais - Legislação Nacional
h) A realização, sem licença, das e) Exploração de máquinas sem que o
atividades referidas no artigo 29.º, respetivo tema ou circuito de jogo
punida com coima de (euro) 25 a tenha sido classificado pela Inspeção-
(euro) 200; Geral de Jogos, com coima de (euro)
i) A realização, sem licença, das 500 a (euro) 750 por cada máquina;
atividades previstas no artigo 30.º, f) (Revogada.)
punida com coima de (euro) 150 a g) (Revogada.)
(euro) 220; h) (Revogada.)
j) (Revogada.) i) (Revogada.)
k) A violação de qualquer dos requisitos j) Utilização de máquinas de diversão
constantes do artigo 38.º, punida com por pessoas com idade inferior à
coima de (euro) 60 a (euro) 250; estabelecida, com coima de (euro) 500
l) A realização, sem licença, das a (euro) 2500;
atividades previstas nos artigos 39.º e k) Falta ou afixação indevida da inscrição
40.º, punida com coima de (euro) 30 a ou dístico referido no n.º 2 do artigo
(euro) 1000, quando da atividade 25.º, bem como a omissão de qualquer
proibida resulte perigo de incêndio, e dos seus elementos, com coima de
de (euro) 30 a (euro) 270, nos demais (euro) 270 a (euro) 1100 por cada
casos; máquina.
m) (Revogada.)
2 - A negligência e a tentativa são punidas.
n) O não cumprimento dos deveres
resultantes do capítulo xi, punida com
Artigo 49.º
coima de (euro) 80 a (euro) 250.
Sanções acessórias
2 - A coima aplicada nos termos da alínea f)
do número anterior pode ser substituída, a Nos processos de contraordenação podem ser
requerimento do condenado, pela prestação de aplicadas as sanções acessórias previstas na lei
trabalho a favor da comunidade, nos termos geral.
previstos no regime geral sobre ilícito de mera
ordenação social. Artigo 50.º
3 - A falta de exibição das licenças às Processo contraordenacional
entidades fiscalizadoras constitui
contraordenação punida com coima de (euro) 70 1 - A instrução dos processos de
a (euro) 200, salvo se estiverem contraordenação previstos no presente diploma
temporariamente indisponíveis, por motivo compete às câmaras municipais.
atendível, e vierem a ser apresentadas ou for 2 - A decisão sobre a instauração dos
justificada a impossibilidade de apresentação no processos de contraordenação e a aplicação das
prazo de quarenta e oito horas. coimas e das sanções acessórias é da
4 - A negligência e a tentativa são punidas. competência do presidente da câmara.
3 - O produto das coimas, mesmo quando
Artigo 48.º estas são fixadas em juízo, constitui receita dos
Máquinas de diversão municípios.

1 - As infrações do capítulo vi do presente Artigo 51.º


diploma constituem contraordenação punida nos Medidas de tutela de legalidade
termos seguintes:
As licenças concedidas nos termos do
a) Exploração de máquinas sem registo,
presente diploma podem ser revogadas pela
com coima de (euro) 1500 a (euro)
câmara municipal, a qualquer momento, com
2500 por cada máquina;
fundamento na infração das regras estabelecidas
b) Falsificação do título de registo, com
para a respetiva atividade e na inaptidão do seu
coima de (euro) 1500 a (euro) 2500;
titular para o respetivo exercício.
c) Exploração de máquinas sem que
sejam acompanhadas dos documentos
CAPÍTULO XIII
previstos nos n.os 4 e 5 do artigo 20.º
Fiscalização
e nos n.os 4 e 6 do artigo 22.º, com
coima de (euro) 120 a (euro) 200 por
Artigo 52.º
cada máquina;
Entidades com competência de fiscalização
d) Desconformidade com os elementos
constantes do título de registo por falta
1 - A fiscalização do disposto no presente
de averbamento de novo proprietário,
diploma compete à câmara municipal, bem como
com coima de (euro) 120 a (euro) 500
às autoridades administrativas e policiais.
por cada máquina;

359
Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 - As autoridades administrativas e policiais
que verifiquem infrações ao disposto no
presente diploma devem elaborar os respetivos
autos de notícia, que remetem às câmaras
municipais no mais curto prazo de tempo.
3 - Todas as entidades fiscalizadoras devem
prestar às câmaras municipais a colaboração
que lhes seja solicitada.

CAPÍTULO XIV
Disposições finais e transitórias

Artigo 53.º
Regulamentos municipais e taxas

1 - O regime do exercício das atividades


previstas no presente diploma será objeto de
regulamentação municipal, nos termos da lei.
2 - As taxas devidas pelos licenciamentos das
atividades previstas no presente diploma serão
fixadas por regulamentação municipal.

Artigo 53.º-A
Tramitação desmaterializada

1 - Os procedimentos administrativos
previstos no presente diploma são efetuados no
balcão único eletrónico dos serviços, referido nos
artigos 5.º e 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de
26 de julho.

2 - Quando, por motivos de indisponibilidade


da plataforma eletrónica, não for possível o
cumprimento do disposto no número anterior,
pode ser utilizado qualquer outro meio
legalmente admissível.

Artigo 54.º
Norma revogatória

São revogadas as normas do Decreto-Lei n.º


316/95, de 28 de novembro, que contrariem o
disposto no presente diploma.

Artigo 55.º
Aplicação às Regiões Autónomas

A aplicação do presente diploma às Regiões


Autónomas dos Açores e da Madeira faz-se sem
prejuízo das competências cometidas aos
respetivos órgãos de governo próprio e das
adaptações que lhe venham a ser introduzidas
por diploma regional das respetivas assembleias
legislativas regionais.

Artigo 56.º
Entrada em vigor

O presente diploma entra em vigor em 1 de


janeiro de 2003.

360
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Decreto-Lei n.º 7/2003, de 15 de Janeiro ainda, à gestão do pessoal não docente dos
Regulamenta os conselhos municipais de estabelecimentos de educação e ensino.
educação e aprova o processo de Embora se tenha consciência de que o
elaboração de carta educativa, transferindo processo de descentralização é um processo
competências para as autarquias locais evolutivo e, tendencialmente, passível de
(Com as alterações introduzidas pela Lei n.º aperfeiçoamento permanente, o papel que o
41/2003, de 22 de agosto e pela Lei n.º 6/2012, presente diploma atribui aos municípios em
de 10 de fevereiro) matéria de ordenamento da rede educativa, no
conteúdo amplo que esta encerra, a par das
A concretização da descentralização competências que transfere para os mesmos na
administrativa constitui um objectivo área da educação e do ensino não superior,
fundamental do Programa do XV Governo somando-se às competências já detidas por eles
Constitucional, enquanto aposta estratégica no na área da acção social escolar, constituem uma
princípio da subsidariedade, o qual enforma uma nova visão estrutural do sistema educativo
dinâmica de modernização do Estado e um português e um passo da maior importância, no
modelo de organização administrativa tendente sentido da aproximação entre os cidadãos e o
à obtenção de melhores níveis de satisfação das sistema educativo, e de co-responsabilização
necessidades reais dos cidadãos, em termos entre ambos quanto aos resultados deste.
mais eficientes e eficazes e mais conformes com As opções agora adoptadas resultaram de
o sentido de autonomia responsável constituinte uma ponderação conjunta entre o Governo e a
dos regimes democráticos. Associação Nacional dos Municípios Portugueses,
Neste modelo assume particular relevância a que não esqueceu a experiência muito extensa
concretização da transferência de atribuições e de cooperação que tem vindo a ser desenvolvida
competências da administração central para as entre o Ministério da Educação e os municípios
autarquias locais, reconhecendo que os em diversas áreas do sistema educativo.
municípios constituem o núcleo essencial da Foram ouvidos os órgãos de governo próprio
estratégia de subsidariedade, tendo o presente das Regiões Autónomas.
diploma por objecto a transferência de Assim:
competências na área da educação e do ensino Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo
não superior. 198.º da Constituição, o Governo decreta, para
A Lei n.º 159/99, de 14 de Setembro, valer como lei geral da República, o seguinte:
procurou estabelecer um quadro de
transferências de atribuições e competências CAPÍTULO I
para as autarquias locais, determinando que a Âmbito
concretização dessas transferências se
efectivasse através de diplomas específicos. O Artigo 1.º
artigo 19.º da Lei n.º 159/99 elencou as Objecto
competências a transferir na área da educação e
do ensino não superior, tendo, sequencialmente, 1 - O presente diploma tem por objecto os
o artigo 13.º da Lei n.º 30-C/2000, de 29 de conselhos municipais de educação, regulando as
Dezembro, e o artigo 12.º da Lei n.º 109- suas competências, a sua composição e o seu
B/2001, de 27 de Dezembro, pretendido funcionamento.
concretizar as mesmas. Tratou-se, no entanto, 2 - O presente diploma tem, ainda, por
de uma intervenção meramente formal, que, em objecto a carta educativa, regulando o processo
termos reais, nada acrescentou a estatuições de elaboração e aprovação da mesma e os seus
anteriores constantes dos Decretos-Leis n.os efeitos.
77/84, de 8 de Março, 299/84, de 5 de
Setembro, 399-A/84, de 28 de Dezembro, e Artigo 2.º
115-A/98, de 4 de Maio. Designações
O presente diploma visa suprir essa lacuna,
transferindo efectivamente competências 1 - O conselho local de educação, identificado
relativamente aos conselhos municipais de na alínea b) do n.º 2 do artigo 19.º da Lei n.º
educação, um órgão essencial de 159/99, de 14 de Setembro, passa a designar-se
institucionalização da intervenção das por conselho municipal de educação.
comunidades educativas a nível do concelho, e 2 - A carta escolar, identificada na alínea a)
relativamente à elaboração da carta educativa, do n.º 2 do artigo 19.º da Lei n.º 159/99, de 14
um instrumento fundamental de ordenamento de Setembro, passa a designar-se por carta
da rede de ofertas de educação e de ensino. Em educativa.
termos complementares, o presente diploma
regulamenta competências na área da realização
de investimentos por parte dos municípios, nos
domínios da construção, apetrechamento e
manutenção dos estabelecimentos da educação
pré-escolar e do ensino básico, referindo-se,

361
Autarquias Locais - Legislação Nacional
CAPÍTULO II cultural, artístico, desportivo, de
Conselho municipal de educação preservação do ambiente e de
educação para a cidadania;
Artigo 3.º g) Programas e acções de prevenção e
Objectivo segurança dos espaços escolares e
seus acessos;
O conselho municipal de educação é uma h) Intervenções de qualificação e
instância de coordenação e consulta, que tem requalificação do parque escolar.
por objectivo promover, a nível municipal, a
2 - Compete, ainda, ao conselho municipal de
coordenação da política educativa, articulando a
educação analisar o funcionamento dos
intervenção, no âmbito do sistema educativo,
estabelecimentos de educação pré-escolar e de
dos agentes educativos e dos parceiros sociais
ensino, em particular no que respeita às
interessados, analisando e acompanhando o
características e adequação das instalações, ao
funcionamento do referido sistema e propondo
desempenho do pessoal docente e não docente e
as acções consideradas adequadas à promoção
à assiduidade e sucesso escolar das crianças e
de maiores padrões de eficiência e eficácia do
alunos, reflectir sobre as causas das situações
mesmo.
analisadas e propor as acções adequadas à
promoção da eficiência e eficácia do sistema
Artigo 4.º
educativo.
Competências
3 - Para o exercício das competências do
conselho municipal de educação devem os seus
1 - Para a prossecução dos objectivos
membros disponibilizar a informação de que
referidos no artigo anterior, compete ao
disponham relativa aos assuntos a tratar,
conselho municipal de educação deliberar, em
cabendo, ainda, ao representante do Ministério
especial, sobre as seguintes matérias:
da Educação apresentar, em cada reunião, um
a) Coordenação do sistema educativo e relatório sintético sobre o funcionamento do
articulação da política educativa com sistema educativo, designadamente sobre os
outras políticas sociais, em particular aspectos referidos no número anterior.
nas áreas da saúde, da acção social e
da formação e emprego; Artigo 5.º
b) Acompanhamento do processo de Composição
elaboração e de actualização da carta
educativa, a qual deve resultar de 1 - Integram o conselho municipal de
estreita colaboração entre os órgãos educação:
municipais e os serviços do Ministério
a) O presidente da câmara municipal,
da Educação, com vista a, assegurando
que preside;
a salvaguarda das necessidades de
b) O presidente da assembleia
oferta educativa do concelho, garantir
municipal;
o adequado ordenamento da rede
c) O vereador responsável pela
educativa nacional e municipal;
educação, que assegura a substituição
c) Participação na negociação e execução
do presidente, nas suas ausências e
dos contratos de autonomia, previstos
impedimentos;
nos artigos 47.º e seguintes do
d) O presidente da junta de freguesia
Decreto-Lei n.º 115-A/98, de 4 de
eleito pela assembleia municipal em
Maio;
representação das freguesias do
d) Apreciação dos projectos educativos a
concelho; (Redacção dada pela Lei n.º
desenvolver no município;
41/2003 de 22 de agosto)
e) Adequação das diferentes
e) Um representante do pessoal docente
modalidades de acção social escolar às
do ensino básico público. (Redacção
necessidades locais, em particular no
dada pela Lei n.º 41/2003 de 22 de
que se refere aos apoios sócio-
agosto). (Nos termos da Declaração de
educativos, à rede de transportes
Retificação n.º 13/2003, 11 de
escolares e à alimentação;
outubro, a Lei n.º 41/2003, de 22 de
f) Medidas de desenvolvimento
agosto, «Primeira alteração ao
educativo, no âmbito do apoio a
Decreto-Lei n.º 7/2003, de 15 de
crianças e jovens com necessidades
janeiro (…)» saiu com a seguinte
educativas especiais, da organização
incorrecção, que assim se retifica: no
de actividades de complemento
n.º 1 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º
curricular, da qualificação escolar e
7/2003, de 15 de janeiro, onde se lê
profissional dos jovens e da promoção
«e) Um representante do pessoal
de ofertas de formação ao longo da
docente do ensino básico público;»
vida, do desenvolvimento do desporto
deve ler-se «e) [Anterior alínea d)]»,
escolar, bem como do apoio a
cujo texto é o seguinte: «d) O director
iniciativas relevantes de carácter

362
Autarquias Locais - Legislação Nacional
regional de educação com municipal, nos termos propostos pela câmara
competências na área do município ou municipal.
quem este designar em sua Artigo 7.º
substituição». Funcionamento
2 - Integram ainda o conselho municipal de
1 - Os conselhos municipais de educação
educação os seguintes representantes, desde
reúnem, ordinariamente, no início do ano lectivo
que as estruturas representadas existam no
e no final de cada período escolar e,
município:
extraordinariamente, sempre que convocados
a) Um representante das instituições de pelo seu presidente.
ensino superior público; 2 - Os conselhos municipais de educação
b) Um representante das instituições de podem deliberar a constituição interna de grupos
ensino superior privado; de trabalho, em razão das matérias a analisar ou
c) Um representante do pessoal docente dos projectos específicos a desenvolver.
do ensino secundário público; 3 - O apoio logístico e administrativo
d) Um representante do pessoal docente necessário ao funcionamento dos conselhos
do ensino básico público; municipais de educação é assegurado pela
e) Um representante do pessoal docente câmara municipal.
da educação pré-escolar pública;
f) Um representante dos Artigo 8.º
estabelecimentos de educação e de Regimento
ensino básico e secundário privados;
g) Dois representantes das associações As regras de funcionamento do conselho
de pais e encarregados de educação; municipal de educação constam de regimento, a
h) Um representante das associações de aprovar pelo conselho, devendo respeitar os
estudantes; seguintes princípios:
i) Um representante das instituições
a) O conselho só pode funcionar quando
particulares de solidariedade social que
estiverem presentes, pelo menos,
desenvolvam actividade na área da
metade dos seus membros;
educação;
b) As deliberações que traduzam
j) Um representante dos serviços
posições do conselho com eficácia
públicos de saúde;
externa devem ser aprovadas por
l) Um representante dos serviços da
maioria absoluta dos seus membros;
segurança social;
c) Os membros do conselho devem
m) Um representante dos serviços de
participar obrigatoriamente nas
emprego e formação profissional;
discussões e votações que, de forma
n) Um representante dos serviços
directa ou indirecta, envolvam as
públicos da área da juventude e do
estruturas que representam;
desporto;
d) As actas das reuniões do conselho
o) Um representante das forças de
devem ser rubricadas por todos os
segurança.
membros que nelas participem.
p) Um representante do conselho
municipal de juventude (Redação dada
Artigo 9.º
pela Lei n.º 6/2012, de 10 de
Envio de pareceres
fevereiro).
3 – Os representantes a que se referem as As avaliações, propostas e recomendações do
alíneas c), d) e e) do número anterior são eleitos conselho municipal de educação devem ser
pelos docentes do respectivo grau de ensino. remetidas directamente aos serviços e entidades
(Redacção dada pela Lei n.º 41/2003 de 22 de com competências executivas nas matérias a
agosto) que os mesmos respeitem.
4 – De acordo com a especificidade das
matérias a discutir no conselho municipal de CAPÍTULO III
educação, pode este deliberar que sejam Carta educativa
convidadas a estar presentes nas reuniões
personalidades de reconhecido mérito na área Artigo 10.º
de saber em análise. (Redacção dada pela Lei Conceito
n.º 41/2003 de 22 de agosto)
A carta educativa é, a nível municipal, o
Artigo 6.º instrumento de planeamento e ordenamento
Constituição prospectivo de edifícios e equipamentos
educativos a localizar no concelho, de acordo
O conselho municipal de educação é com as ofertas de educação e formação que seja
nomeado por deliberação da assembleia necessário satisfazer, tendo em vista a melhor
utilização dos recursos educativos, no quadro do

363
Autarquias Locais - Legislação Nacional
desenvolvimento demográfico e sócio-económico 4 - A carta educativa deve incidir,
de cada município. igualmente, sobre a concretização da acção
social escolar no município, nos termos das
Artigo 11.º modalidades estabelecidas na lei e de acordo
Objectivos com as competências dos municípios, do
Ministério da Educação e demais entidades.
1 - A carta educativa visa assegurar a 5 - A carta educativa deve prever os termos
adequação da rede de estabelecimentos de da contratualização entre os municípios e o
educação pré-escolar e de ensino básico e Ministério da Educação, ou outras entidades,
secundário, por forma que, em cada momento, relativamente à prossecução pelo município de
as ofertas educativas disponíveis a nível competências na área das actividades
municipal respondam à procura efectiva que ao complementares de acção educativa e do
mesmo nível se manifestar. desenvolvimento do desporto escolar, de acordo
2 - A carta educativa é, necessariamente, o com tipologias contratuais e custos
reflexo, a nível municipal, do processo de padronizados, a fixar em protocolo a celebrar
ordenamento a nível nacional da rede de ofertas entre o Ministério da Educação e a Associação
de educação e formação, com vista a assegurar Nacional dos Municípios Portugueses.
a racionalização e complementaridade dessas
ofertas e o desenvolvimento qualitativo das Artigo 13.º
mesmas, num contexto de descentralização Rede educativa
administrativa, de reforço dos modelos de
gestão dos estabelecimentos de educação e de 1 - Entende-se por «rede educativa» a
ensino públicos e respectivos agrupamentos e de configuração da organização territorial dos
valorização do papel das comunidades edifícios escolares, ou dos edifícios utilizados em
educativas e dos projectos educativos das actividades escolares, afectos aos
escolas. estabelecimentos de educação pré-escolar e dos
3 - A carta educativa deve promover o ensinos básico e secundário, visando a sua
desenvolvimento do processo de agrupamento adequação às orientações e objectivos de
de escolas, com vista à criação nestas das política educativa, nomeadamente os que se
condições mais favoráveis ao desenvolvimento referem à utilização mais eficiente dos recursos
de centros de excelência e de competências e à complementaridade das ofertas educativas,
educativas, bem como as condições para a no quadro da correcção de desigualdades e
gestão eficiente e eficaz dos recursos educativos assimetrias locais e regionais, por forma a
disponíveis. assegurar a igualdade de oportunidades de
4 - A carta educativa deve incluir uma análise educação pré-escolar e de ensino a todas as
prospectiva, fixando objectivos de ordenamento crianças e alunos.
progressivo, a médio e longo prazos. 2 - A necessidade da adequação, em
5 - A carta educativa deve garantir a permanência, da oferta educativa,
coerência da rede educativa com a política nomeadamente a que decorre das alterações da
urbana do município. procura, em termos qualitativos e quantitativos,
e do estado físico dos edifícios, obriga a um
Artigo 12.º processo anual de apreciação e ajustamento da
Objecto rede educativa.

1 - A carta educativa tem por objecto a Artigo 14.º


identificação, a nível municipal, dos edifícios e Equipamentos educativos
equipamentos educativos, e respectiva
localização geográfica, bem como das ofertas 1 - Os equipamentos educativos são o
educativas da educação pré-escolar, dos ensinos conjunto dos meios materiais, designadamente
básico e secundário da educação escolar, os edifícios escolares, o equipamento básico, o
incluindo as suas modalidades especiais de mobiliário, o material didáctico e os
educação, e da educação extra-escolar. equipamentos tecnológico e desportivo,
2 - A carta educativa inclui uma identificação utilizados para a conveniente realização da
dos recursos humanos necessários à actividade educativa.
prossecução das ofertas educativas referidas no 2 - As características dos equipamentos
número anterior, bem como uma análise da educativos obedecem a termos de referência
integração dos mesmos a nível municipal, de fixados, em conformidade com a lei, pelo
acordo com os cenários de desenvolvimento Ministério da Educação.
urbano e escolar.
3 - A carta educativa incide sobre os
estabelecimentos de educação pré-escolar e de
ensino da rede pública, privada, cooperativa e
solidária.

364
Autarquias Locais - Legislação Nacional
CAPÍTULO IV especialmente através da conclusão do
Ordenamento da rede educativa processo de agrupamento de escolas e
de autonomia da sua gestão;
Artigo 15.º f) Adequação da oferta de recursos e
Princípios gerais racionalização da sua distribuição, com
vista ao estabelecimento e à distinção
O ordenamento da rede educativa deve, daqueles que, pelas suas
considerando o disposto nos artigos 37.º a 41.º características e natureza, devam ser
da Lei de Bases do Sistema Educativo, comuns a uma determinada área
estruturar-se de acordo com os seguintes geográfica, por forma que melhor
princípios gerais: sejam partilhados por todos os
estabelecimentos dessa mesma área.
a) Consideração da educação pré-escolar
como primeira etapa da educação
Artigo 17.º
básica;
Parâmetros técnicos
b) Sequencialidade entre os diferentes
ciclos do ensino básico, de acordo com
1 - O ordenamento da rede educativa deve
o definido na Lei de Bases do Sistema
respeitar, entre outros, os seguintes parâmetros
Educativo, como elemento propiciador
técnicos:
do cumprimento, com sucesso, do
percurso da escolaridade obrigatória, e a) Tipologia de estabelecimentos de
como reconhecimento de que este educação pré-escolar e de ensino
percurso se deve efectuar, de públicos, em cada momento definidos e
preferência, numa única escola ou caracterizados;
agrupamento de escolas; b) Modalidades de agregação entre os
c) Expressão territorial da rede estabelecimentos de educação pré-
educativa, entendida como a escolar e os dos diferentes ciclos do
distribuição dos estabelecimentos dos ensino básico, no sentido do
diferentes níveis de educação e de aprofundamento do processo de
ensino, de acordo com a divisão constituição de agrupamentos de
administrativa do País, tendo em escolas;
atenção factores resultantes das c) Caracterização dos edifícios e de
características geográficas do território, outras infra-estruturas educativas, bem
da densidade e da idade da população como do mobiliário e demais
a escolarizar, do nível de educação e equipamento, em função do tipo de
ensino em questão e da necessidade de escola, do número de alunos, das
assegurar a racionalidade e exigências pedagógicas e dos padrões
complementaridade das ofertas. de qualidade e de funcionamento
definidos;
Artigo 16.º d) Dimensão padrão dos
Objectivos estabelecimentos de educação pré-
escolar e de ensino, por forma a
O ordenamento da rede educativa deve estabelecer os limiares mínimo e
contribuir para os seguintes objectivos: máximo das crianças e alunos utentes
de cada jardim-de-infância, escola do
a) Garantia do direito de acesso de todas
ensino básico, escola do ensino
as crianças e alunos aos
secundário e agrupamento de escolas,
estabelecimentos de educação pré-
tendo em atenção as idades de quem
escolar e dos ensinos básico e
os frequenta e a especificidade dos
secundário;
diferentes níveis de educação e de
b) Superação das situações de
ensino ministrados em cada um;
isolamento e de quebra de inserção
e) Dimensão padrão e características dos
sócio-educativa das crianças e alunos,
quadros de pessoal, docente e não
prevenindo a exclusão social;
docente, de cada estabelecimento de
c) Garantia de uma adequada
educação pré-escolar e de ensino ou
complementaridade de ofertas
agrupamento de escolas, tendo em
educativas;
atenção a especificidade das ofertas
d) Garantia da qualidade funcional,
educativas.
arquitectónica e ambiental dos
estabelecimentos de educação pré- 2 - A fixação dos parâmetros técnicos do
escolar e de ensino; ordenamento da rede educativa é da
e) Desenvolvimento de formas de competência do Ministério da Educação.
organização e gestão dos
estabelecimentos de educação pré-
escolar e de ensino mais eficazes,

365
Autarquias Locais - Legislação Nacional
CAPÍTULO V 6 - As cartas educativas são custeadas, em
Elaboração da carta educativa partes iguais, pelas câmaras municipais e pelo
Ministério da Educação, que definem
Artigo 18.º previamente os respectivos custos e
Conteúdo metodologia de elaboração.

1 - A carta educativa deve conter, tendo em Artigo 20.º


atenção o disposto nos artigos anteriores, a Revisão
caracterização sumária da localização e
organização espacial dos edifícios e 1 - Revestem a forma de revisão da carta
equipamentos educativos, o diagnóstico educativa as alterações da mesma que se
estratégico, as projecções de desenvolvimento e reflictam significativamente no ordenamento da
a proposta de intervenção relativamente à rede rede educativa anteriormente aprovado,
pública. designadamente a criação ou o encerramento de
2 - A carta educativa é instruída com os novos estabelecimentos de educação pré-escolar
seguintes elementos: e de ensino.
2 - A revisão das cartas educativas é
a) Relatório que mencione as principais
obrigatória quando a rede educativa do
medidas a adoptar e a sua justificação;
município fique desconforme com os princípios,
b) Programa de execução, com a
objectivos e parâmetros técnicos do
calendarização da concretização das
ordenamento da rede educativa, devendo o
medidas constantes do relatório;
processo de revisão ser iniciado a solicitação do
c) Plano de financiamento, com a
Ministério da Educação ou das câmaras
estimativa do custo das realizações
municipais.
propostas e com a menção das fontes
3 - O Ministério da Educação e as câmaras
de financiamento e das entidades
municipais reavaliam obrigatoriamente de cinco
responsáveis pela sua execução.
em cinco anos a necessidade de revisão da carta
educativa.
Artigo 19.º
4 - À revisão da carta educativa são
Competências
aplicáveis os procedimentos previstos para a
respectiva aprovação.
1 - A elaboração da carta educativa é da
competência da câmara municipal, sendo
Artigo 21.º
aprovada pela assembleia municipal respectiva,
Efeitos
após discussão e parecer do conselho municipal
de educação.
Depois de aprovada e ratificada, a carta
2 - O apoio técnico necessário à elaboração
educativa constitui um instrumento de
da carta educativa compete ao Ministério da
orientação da gestão do sistema educativo, de
Educação, que disponibiliza toda a informação
acordo com as competências do Ministério da
necessária, bem como a prestação dos serviços
Educação e dos municípios, incluindo quanto aos
adequados.
instrumentos de apoio às iniciativas privadas,
3 - A carta educativa integra o plano director
cooperativas e solidárias, quanto à utilização de
municipal respectivo, estando, nestes termos,
financiamentos e quanto à colocação de recursos
sujeita a ratificação governamental, mediante
humanos, materiais e financeiros por parte do
parecer prévio vinculativo do Ministério da
Ministério da Educação ou de outras entidades
Educação.
públicas.
4 - Podem os municípios articular entre si,
nomeadamente através das respectivas
CAPÍTULO VI
federações e associações, e com o Ministério da
Construção, apetrechamento e manutenção
Educação o desenvolvimento de instrumentos de
de estabelecimentos de educação e ensino
planeamento e ordenamento da rede educativa
de nível supramunicipal.
Artigo 22.º
5 - Na elaboração da carta educativa as
Competências
câmaras municipais e o Ministério da Educação
devem articular estreitamente as suas
1 - A realização dos investimentos na
intervenções, de forma a garantir os princípios,
construção, apetrechamento e manutenção dos
objectivos e parâmetros técnicos estatuídos no
estabelecimentos de educação pré-escolar e do
presente diploma quanto ao ordenamento da
ensino básico, previstos na carta educativa, é da
rede educativa, bem como a eficácia dos
competência dos municípios.
programas e projectos supramunicipais ou de
2 - A realização dos investimentos previstos
interesse supramunicipal.
no número anterior, no que se refere à educação
pré-escolar e ao 1.º ciclo do ensino básico,
compreende a identificação, a elaboração e a
aprovação dos projectos, o seu financiamento e
a respectiva execução.

366
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - O exercício das competências previstas no 2 - As referências feitas em diplomas
n.º 1 efectiva-se, no que respeita aos 2.º e 3.º normativos, ou outros, ao Conselho Consultivo
ciclos do ensino básico, através de contrato de Acção Social Escolar e ao Conselho Consultivo
entre o Ministério da Educação e os municípios, dos Transportes Escolares passam a considerar-
assente na identificação padronizada de se feitas aos conselhos municipais de educação.
tipologias e custos.
4 - A realização dos investimentos, nos Artigo 26.º
termos do n.º 2, na construção, apetrechamento Transferência de património
e manutenção dos estabelecimentos do ensino
secundário, previstos na carta educativa, é da O património e os equipamentos afectos aos
competência do Ministério da Educação. estabelecimentos do 1.º ciclo do ensino básico
que não foram objecto de protocolo, de acordo
CAPÍTULO VII com o previsto no n.º 1 do artigo 13.º do
Disposições finais e transitórias Decreto-Lei n.º 77/84, de 8 de Março,
transferem-se para os municípios, com dispensa
Artigo 23.º da celebração dos referidos protocolos e de
Conselhos municipais de educação qualquer outra formalidade, constituindo o
presente diploma título bastante para esse
1 - As câmaras municipais devem adoptar as efeito.
providências necessárias à criação e início de
funcionamento dos conselhos municipais de Artigo 27.º
educação no prazo de 90 dias a contar da Recursos financeiros
entrada em vigor do presente diploma.
2 - As estruturas representadas nos 1 - Os municípios podem aceder ao apoio
conselhos municipais de educação devem indicar financeiro no domínio das infra-estruturas,
às câmaras municipais os seus representantes equipamentos e apetrechamento dos
no prazo de 60 dias a contar da data da entrada estabelecimentos de educação pré-escolar e do
em vigor do presente diploma. 1.º ciclo do ensino básico, no âmbito do eixo
3 - Os conselhos locais de educação que se prioritário III, relativo às intervenções da
encontrem constituídos na data da entrada em administração central regionalmente
vigor do presente diploma devem adequar a sua desconcentradas, dos programas regionais do
composição e funcionamento ao que no mesmo Continente, do Quadro Comunitário de Apoio III,
se prevê quanto à composição e funcionamento nos termos e condições definidos nos
dos conselhos municipais de educação. respectivos regulamentos específicos.
2 - No que respeita aos investimentos
Artigo 24.º previstos no n.º 3 do artigo 22.º, o montante
Cartas educativas das verbas a transferir é o previsto nos
respectivos contratos.
1 - Até à ratificação das novas cartas
educativas, as decisões que incidam sobre Artigo 28.º
matérias que devam integrar o seu conteúdo são Pessoal não docente dos estabelecimentos
tomadas em articulação entre o Ministério da de educação e do ensino básico
Educação e os municípios, sem prejuízo das
competências respectivas. 1 - De acordo com o conteúdo, qualitativo e
2 - As cartas educativas devem ser quantitativo, da política global de gestão do
aprovadas e ratificadas no prazo de um ano a pessoal não docente dos estabelecimentos de
contar da data da entrada em vigor do presente educação pré-escolar e de ensino, o Governo,
diploma. em articulação com a Associação Nacional dos
3 - As cartas educativas existentes devem ser Municípios Portugueses, adoptará as
adaptadas ao previsto no presente diploma, no providências normativas e financeiras
prazo referido no número anterior. necessárias à gestão desse pessoal pelas
autarquias locais, em particular quanto ao
Artigo 25.º pessoal dos jardins-de-infância e dos
Transição de competências estabelecimentos do 1.º ciclo do ensino básico.
2 - Na gestão referida no número anterior,
1 - As competências exercidas pelo Conselho são assegurados os princípios da plena
Consultivo de Acção Social Escolar e pelo integração funcional do pessoal não docente no
Conselho Consultivo dos Transportes Escolares, âmbito da gestão específica de cada
nos termos, respectivamente, dos Decretos-Leis estabelecimento de educação pré-escolar e de
n.os 399-A/84, de 28 de Dezembro, e 299/84, ensino e respectivos agrupamentos, bem como
de 5 de Setembro, passam a ser exercidas, nos da mobilidade intermunicipal.
termos do presente diploma, pelos conselhos
municipais de educação.

367
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - A presente disposição não prejudica o
desempenho de funções por parte do pessoal
afecto aos estabelecimentos de educação pré-
escolar e de ensino já pertencente aos quadros
de pessoal das autarquias locais.

Artigo 29.º
Norma revogatória

São revogados os artigos 2.º e 3.º do


Decreto-Lei n.º 399-A/84, de 28 de Dezembro, e
os artigos 8.º e 9.º do Decreto-Lei n.º 299/84,
de 5 de Setembro.

Artigo 30.º
Produção de efeitos

O presente diploma produz efeitos a partir de


1 de Janeiro de 2003.

368
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Decreto-Lei n.º 115/2006, de 14 de Junho É compromisso do XVII Governo
Regulamenta a rede social, definindo o Constitucional promover e reforçar o papel da
funcionamento e as competências dos seus rede social em todo o país, investindo na gestão
órgãos, bem como os princípios e regras local participada, assegurando que o
subjacentes aos instrumentos de planeamento e instalação de respostas e
planeamento que lhe estão associados, em equipamentos sociais se fará progressivamente,
desenvolvimento do regime jurídico de tendo em conta a rentabilização dos recursos
transferência de competências para as existentes e da verdadeira participação das
autarquias locais entidades locais.
Na sequência da Resolução do Conselho de
A rede social criada na sequência da Ministros n.º 197/97, de 18 de Novembro, foi
Resolução do Conselho de Ministros n.º 197/97, desenvolvida a fase experimental desta medida
de 18 de Novembro, impulsionou um trabalho de de política social, integrando inicialmente 41
parceria alargada incidindo na planificação concelhos piloto. Actualmente a rede social está
estratégica da intervenção social local, implementada em 275 concelhos em todo o
abarcando actores sociais de diferentes território continental.
naturezas e áreas de intervenção, visando É fundamental, para a afirmação e
contribuir para a erradicação da pobreza e da desenvolvimento da rede social ao nível
exclusão social e para a promoção do nacional, para além de uma organização
desenvolvimento social ao nível local. Este homogénea das estruturas de parceria, a
trabalho de parceria tem vindo a ser alvo de integração de instrumentos e estruturas que
uma enriquecedora actualização também na reforcem o papel das redes sociais de base local
perspectiva da promoção da igualdade de nas decisões para a sua área territorial,
género. nomeadamente a obrigatoriedade do pedido de
Por diferentes razões, a pobreza e a exclusão parecer ao conselho local de acção social para
social atingem em particular grupos de projectos e equipamentos a desenvolver no
população mais vulneráveis, destacando-se as concelho, a consideração dos diagnósticos
pessoas idosas, as pessoas com deficiências e os sociais e dos planos de desenvolvimento social
imigrantes, havendo necessidade de ter em nos planos directores municipais, a construção
especial atenção as estratégias de intervenção de um sistema de informação que permita a
para estes grupos alvo. recolha de indicadores de base local, de modo a
Para fazer face a estes fenómenos e alimentar uma base nacional que leve a um
problemas que atingem transversalmente a melhor conhecimento das realidades concelhias
sociedade portuguesa, é fundamental que no e da realidade nacional no âmbito da pobreza e
planeamento social de carácter local, assim da exclusão social, e dos seus reflexos nas
como na rentabilização dos recursos concelhios, desigualdades de género, a constituição de uma
estejam sempre presentes as medidas e acções estrutura supraconcelhia que permita um
definidas nos diferentes documentos de planeamento concertado para além das
planeamento, tais como o Plano Nacional para a fronteiras concelhias.
Acção, Crescimento e Emprego (PNACE), o Plano Por outro lado, considerando que o PNAI
Nacional de Acção para a Inclusão (PNAI), o representa um compromisso do Estado
Plano Nacional de Emprego (PNE), o Programa Português com a União Europeia para promoção
Nacional de Política de Ordenamento do da inclusão na Europa, saliente-se ainda o papel
Território (PNPOT), o Plano Tecnológico (PT), o que a rede social deve ter na concepção e
Plano Nacional de Saúde (PNS), com especial concretização deste Plano, através da adopção
enfoque na Rede Nacional de Cuidados dos objectivos do PNAI para os seus
Continuados Integrados, o Plano para a Acção e instrumentos de planeamento bem como a
Integração para Pessoas com Deficiência e criação de um sistema de informação que
Incapacidades (PAIPDI), o Plano Nacional para a permita uma recolha de informação a um nível
Igualdade (PNI), o Plano Nacional de Combate à de maior proximidade. A rede social é o
Violência Doméstica (PNCVD) e a Estratégia instrumento por excelência de operacionalização
Nacional de Desenvolvimento Sustentável. do PNAI, apresentando-se como o fórum que
A rede social pretende constituir um novo congrega as diferentes parcerias e políticas
tipo de parceria entre entidades públicas e sociais que visam a promoção do
privadas, actuando nos mesmos territórios, desenvolvimento social local.
baseada na igualdade entre os parceiros, no Procurando integrar as orientações da União
respeito pelo conhecimento, pela identidade, Europeia, já adoptadas pelo PNAI, este decreto-
potencialidades e valores intrínsecos de cada lei é inovador ao introduzir a dimensão de
um, na partilha, na participação e na género como factor determinante do
colaboração, com vista à consensualização de desenvolvimento local. Tendo em conta que a
objectivos, à concertação das acções rede social desenvolve um processo de
desenvolvidas pelos diferentes agentes locais e à planeamento estratégico de base concelhia, é
optimização dos recursos endógenos e exógenos fundamental a articulação estreita com o PNI,
ao território. que traduz a necessidade de pensar que a
sociedade portuguesa é constituída por homens

369
Autarquias Locais - Legislação Nacional
e mulheres, independentemente dos grupos b) Promover o desenvolvimento social
sociais de pertença. integrado;
A rede social está, efectivamente, implantada c) Promover um planeamento integrado
em todo o território continental, havendo uma e sistemático, potenciando sinergias,
necessidade real de criar um instrumento competências e recursos;
legislativo que, após cinco anos de d) Contribuir para a concretização,
funcionamento, venha permitir uma acompanhamento e avaliação dos
harmonização quer nos modelos de objectivos do Plano Nacional de Acção
funcionamento quer nos processos de para a Inclusão (PNAI);
planeamento, que, sem prejuízo de outros, são e) Integrar os objectivos da promoção
peças fundamentais para uma melhor da igualdade de género, constantes do
distribuição dos recursos no território nacional e, Plano Nacional para a Igualdade (PNI),
por outro lado, permitem perspectivar o futuro nos instrumentos de planeamento;
de cada território a médio prazo. f) Garantir uma maior eficácia e uma
A rede social assume-se como um modelo de melhor cobertura e organização do
organização e de trabalho em parceria que traz conjunto de respostas e equipamentos
uma maior eficácia e eficiência nas respostas sociais ao nível local;
sociais e rapidez na resolução dos problemas g) Criar canais regulares de comunicação
concretos dos cidadãos e das famílias. A rede e informação entre os parceiros e a
social estruturada ao nível local e organizada população em geral.
numa plataforma supraconcelhia, reflectindo-se
2 - A rede social assenta no trabalho de
no PNAI, permitirá a Portugal dar um salto
parceria alargada, efectiva e dinâmica e visa o
qualitativo na organização dos recursos e no
planeamento estratégico da intervenção social
planeamento das respostas e equipamentos
local, que articula a intervenção dos diferentes
sociais.
agentes locais para o desenvolvimento social.
Foram ouvidas a Associação Nacional de
Municípios Portugueses e a Associação Nacional
Artigo 4.º
de Freguesias nos termos da lei.
Princípios de acção da rede social
Assim:
No desenvolvimento do regime jurídico
As acções desenvolvidas no âmbito da rede
estabelecido no n.º 3 do artigo 23.º da Lei n.º
social, bem como o funcionamento de todos os
159/99, de 14 de Setembro, e no n.º 1 do artigo
seus órgãos, orientam-se pelos princípios da
25.º da Lei n.º 60-A/2005, de 30 de Dezembro,
subsidiariedade, integração, articulação,
e nos termos da alínea c) do n.º 1 do artigo
participação, inovação e igualdade de género.
198.º da Constituição, o Governo decreta o
seguinte:
Artigo 5.º
Princípio da subsidiariedade
CAPÍTULO I
Rede social
No quadro do funcionamento da rede social,
as decisões são tomadas ao nível mais próximo
Artigo 1.º
das populações e só depois de explorados todos
Objecto
os recursos e competências locais se apela a
outros níveis sucessivos de encaminhamento e
O presente decreto-lei consagra os princípios,
resolução de problemas.
finalidades e objectivos da rede social, bem
como a constituição, funcionamento e
Artigo 6.º
competência dos seus órgãos.
Princípio da integração
Artigo 2.º
A intervenção social e o incremento de
Âmbito territorial
projectos locais de desenvolvimento integrado
fazem-se através da congregação dos recursos
A rede social aplica-se ao território de
da comunidade.
Portugal continental.
Artigo 7.º
Artigo 3.º
Princípio da articulação
Conceito e objectivos
Na implementação da rede social procede-se
1 - A rede social é uma plataforma de
à articulação da acção dos diferentes agentes
articulação de diferentes parceiros públicos e
com actividade na área territorial respectiva,
privados que tem por objectivos:
através do desenvolvimento do trabalho em
a) Combater a pobreza e a exclusão parceria, da cooperação e da partilha de
social e promover a inclusão e coesão responsabilidades.
sociais;

370
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 8.º Artigo 14.º
Princípio da participação Dinamização e desenvolvimento da rede
social
No quadro da rede social, a participação deve
abranger os actores sociais e as populações, em 1 - A dinamização, acompanhamento e
particular as mais desfavorecidas, e estender-se avaliação da rede social no território continental
a todas as acções desenvolvidas. compete ao Ministério do Trabalho e da
Solidariedade Social.
Artigo 9.º 2 - Compete ainda ao Ministério do Trabalho
Princípio da inovação e da Solidariedade Social, em estreita
colaboração com a coordenação do PNAI:
Na implementação da rede social privilegia-se
a) Garantir a articulação e a
a mudança de atitudes e de culturas
coordenação das medidas de política
institucionais e a aquisição de novos saberes,
social e dos programas nacionais na
inovando os processos de trabalho, as suas
área social, promovendo,
práticas e os modelos de intervenção em face
nomeadamente, a articulação do PNAI
das novas problemáticas e alterações sociais.
com os planos de desenvolvimento
social, adiante designados por PDS;
Artigo 10.º
b) Assegurar a articulação do PNI com os
Princípio da igualdade de género
PDS;
c) Assegurar a coordenação integrada da
No quadro da rede social, o planeamento e a
rede social e do rendimento social de
intervenção integram a dimensão de género
inserção;
quer nas medidas e acções quer na avaliação do
d) Propor e delinear medidas de política
impacte.
social que promovam a inclusão social;
e) Assegurar a consulta sobre as
CAPÍTULO II
propostas de medidas de política social
Estrutura orgânica
ao Conselho Económico e Social e ao
Fórum não Governamental para a
SECÇÃO I
Inclusão;
Órgãos da rede social
f) Definir periodicamente circuitos e
metodologias de trabalho a utilizar na
Artigo 11.º
construção dos PDS e do PNAI que
Comissões sociais de freguesia e conselhos
assegurem a articulação destes
locais de acção social
instrumentos de planeamento.
As medidas necessárias à prossecução dos 3 - O Ministro do Trabalho e da Solidariedade
objectivos e das acções de intervenção, no Social articula com o responsável governamental
âmbito da rede social, são assumidas localmente para a igualdade de género as orientações
pelos conselhos locais de acção social, adiante estratégicas relativas à coordenação do PNI com
designados por CLAS, e pelas comissões sociais o PNAI.
de freguesia, adiante designadas por CSF.
SECÇÃO II
Artigo 12.º Comissões sociais de freguesia
Âmbito territorial das CSF
Artigo 15.º
1 - O âmbito territorial das CSF corresponde, Composição das CSF
em regra, ao das freguesias.
2 - Mediante proposta das juntas de freguesia As CSF integram:
envolvidas, pode o CLAS constituir comissões
sociais interfreguesias, abrangendo freguesias a) O presidente da junta de freguesia;
do mesmo concelho. b) Os serviços públicos, nomeadamente
3 - As freguesias com número de habitantes os tutelados pelos membros do
inferior ou igual a 500 não estão obrigadas a Governo nas áreas do emprego,
constituir-se em CSF, devendo, contudo, segurança social, educação, saúde,
constituir-se em comissões sociais justiça, administração interna, obras
interfreguesias. públicas e ambiente;
c) Entidades sem fins lucrativos, tais
Artigo 13.º como associações empresariais,
Âmbito territorial dos CLAS associações sindicais, instituições
particulares de solidariedade social ou
O âmbito territorial dos CLAS corresponde ao equiparadas, organizações não
dos municípios. governamentais, associações de
desenvolvimento local, associações
humanitárias, associações culturais e

371
Autarquias Locais - Legislação Nacional
recreativas e outras instituições do Artigo 19.º
sector cooperativo e social; Formas de funcionamento das CSF
d) Grupos comunitários organizados
representativos de grupos da 1 - As CSF funcionam em plenário, composto
população; pelos representantes de todos os seus membros.
e) Quaisquer pessoas dispostas a 2 - Sempre que necessário para o bom
contribuir de modo relevante para o exercício das suas competências, as CSF podem
desenvolvimento social local, constituir um núcleo executivo e designar os
nomeadamente através dos seus grupos de trabalho tidos por adequados.
conhecimentos técnicos, intervenção
comunitária ou amplitude económica. Artigo 20.º
Competências das CSF
Artigo 16.º
Condições de adesão às CSF Compete às CSF:
a) Aprovar o seu regulamento interno;
1 - A adesão das entidades referidas na
b) Sinalizar as situações mais graves de
alínea b) do n.º 1 do artigo anterior depende de
pobreza e exclusão social existentes na
as mesmas exercerem a sua actividade na
freguesia e definir propostas de
respectiva área geográfica ou de o seu âmbito
actuação a partir dos seus recursos,
de intervenção ser relevante para o
mediante a participação de entidades
desenvolvimento social local.
representadas ou não na comissão;
2 - A adesão das entidades e das pessoas
c) Encaminhar para o respectivo CLAS os
referidas nas alíneas c), d) e e) do artigo
problemas que excedam a capacidade
anterior carece de aprovação pela maioria dos
dos recursos da freguesia, propondo as
membros que compõem as CSF, mediante
soluções que tiverem por adequadas;
critérios de adesão estipulados no respectivo
d) Promover mecanismos de
regulamento interno.
rentabilização dos recursos existentes
3 - Só podem ser membros das CSF as
na freguesia;
entidades que tenham, previamente, aderido ao
e) Promover a articulação progressiva da
CLAS.
intervenção social dos agentes da
freguesia;
Artigo 17.º
f) Promover acções de informação e
Constituição das CSF
outras iniciativas que visem uma
melhor consciência colectiva dos
1 - A constituição das CSF e a adesão de
problemas sociais;
novos membros são deliberadas em sessão
g) Recolher a informação relativa aos
plenária, ficando registadas em acta assinada
problemas identificados no local e
por todos os parceiros presentes.
promover a participação da população
2 - A adesão dos membros da CSF é
e agentes da freguesia para que se
concretizada em formulário próprio, tendo cada
procurem, conjuntamente, soluções
entidade aderente de indicar o respectivo
para os problemas;
representante.
h) Dinamizar a adesão de novos
membros.
Artigo 18.º
Presidência das CSF
SECÇÃO III
Conselhos locais de acção social
1 - A CSF é presidida pelo presidente da
junta de freguesia, que dinamiza e convoca o
Artigo 21.º
respectivo plenário.
Composição dos CLAS
2 - Caso se verifique a impossibilidade da
assunção da presidência pelo presidente da
1 - Os CLAS integram:
junta de freguesia, esta é assumida por um dos
membros da CSF, eleito, de dois em dois anos, a) O presidente da câmara municipal ou
pela maioria das entidades que a compõem, o responsável máximo da entidade que
tendo a junta de freguesia de indicar um preside;
representante para a CSF. b) As entidades ou organismos do sector
3 - A CSF elege, de entre os seus membros, público, nomeadamente os tutelados
um elemento que substitua o presidente nos pelos membros do Governo nas áreas
seus impedimentos. do emprego, segurança social,
educação, saúde, justiça,
administração interna, obras públicas e
ambiente;

372
Autarquias Locais - Legislação Nacional
c) As instituições que desenvolvam 2 - A adesão das entidades e das pessoas
respostas sociais, mediante a referidas na alínea b) do n.º 2 do artigo anterior
celebração de acordos de cooperação carece da aprovação pela maioria dos membros
com organismos públicos, ou, nas que compõem os CLAS mediante critérios de
situações em que o número de adesão estipulados no respectivo regulamento
instituições, por área de intervenção, é interno.
igual ou superior a 10, podem as
mesmas designar um representante, Artigo 23.º
assegurando-se em todos os casos a Constituição dos CLAS
participação no CLAS de cada sector de
intervenção social; 1 - A constituição dos CLAS e a adesão de
d) Os presidentes das juntas de novos membros são deliberadas em sessão
freguesia do respectivo concelho ou plenária, ficando registadas em acta assinada
cinco representantes eleitos entre os por todos os parceiros presentes.
presidentes de junta de freguesia por 2 - A adesão dos membros dos CLAS é
cada 30 freguesias; concretizada em formulário próprio, tendo cada
e) Os conselheiros locais para a entidade aderente de indicar o respectivo
igualdade de género, quando existam. representante.
3 - Os representantes das entidades
2 - Os CLAS podem ainda integrar:
aderentes ao CLAS têm, obrigatoriamente, de
a) Entidades sem fins lucrativos, tais estar mandatados com poder de decisão para o
como associações sindicais, efeito.
associações empresariais, instituições
particulares de solidariedade social ou Artigo 24.º
equiparadas, organizações não Presidência dos CLAS
governamentais, associações
humanitárias, associações de 1 - O CLAS é presidido pelo presidente da
desenvolvimento local, associações câmara municipal.
culturais e recreativas e outras 2 - Compete ao presidente do CLAS convocar
instituições do sector cooperativo e as reuniões, presidir e dinamizar o plenário, bem
social; como informar o plenário de todos os pareceres
b) Entidades com fins lucrativos e emitidos pelo núcleo executivo.
pessoas dispostas a contribuir de modo 3 - O presidente da câmara municipal pode
relevante para o desenvolvimento delegar a presidência do CLAS num vereador da
social local, nomeadamente através câmara municipal, sem faculdade de
dos seus conhecimentos técnicos, subdelegação.
intervenção comunitária ou contributos 4 - Quando seja impossível a assunção da
financeiros. presidência do CLAS pelo presidente da câmara
municipal, é eleito, por maioria, um outro
3 - Devem também participar nos trabalhos membro pelo período de dois anos.
dos CLAS, sem direito a voto, representantes de
outras estruturas de parceria que intervêm Artigo 25.º
designadamente no âmbito social e da educação, Funcionamento dos CLAS
representantes de projectos ou pessoas com
conhecimentos especializados sobre temas ou 1 - Os CLAS funcionam em plenário,
realidades concelhias. composto pelos representantes de todos os seus
4 - Nos casos em que os membros do CLAS membros.
considerem unanimemente que é necessário um 2 - Sempre que necessário para o bom
sistema de representatividade para garantir a exercício das suas competências, os CLAS
operacionalidade do seu funcionamento ou podem organizar-se em grupos de trabalho.
quando o número de entidades representadas
ultrapassa as 75, devem defini-lo no seu Artigo 26.º
regulamento interno. Competências do plenário dos CLAS

Artigo 22.º Compete aos CLAS:


Condições de adesão aos CLAS
a) Aprovar o seu regulamento interno;
1 - A adesão das entidades referidas na b) Constituir o núcleo executivo;
alínea c) do n.º 1 e na alínea a) do n.º 2 do c) Criar grupos de trabalho temáticos,
artigo anterior depende de as mesmas sempre que considerados necessários
exercerem a sua actividade na respectiva área para o tratamento de assuntos
geográfica ou de o seu âmbito de intervenção específicos;
ser relevante para o desenvolvimento social d) Fomentar a articulação entre os
local. organismos públicos e entidades
privadas, visando uma actuação

373
Autarquias Locais - Legislação Nacional
concertada na prevenção e resolução b) Executar as deliberações do CLAS;
dos problemas locais de exclusão social c) Elaborar proposta do plano de
e pobreza; actividades anual do CLAS e do
e) Promover e garantir a realização respectivo relatório de execução;
participada do diagnóstico social, do d) Assegurar a coordenação técnica das
plano de desenvolvimento social e dos acções realizadas no âmbito do CLAS;
planos de acção anuais; e) Elaborar o diagnóstico social, o plano
f) Aprovar e difundir o diagnóstico social de desenvolvimento social e os
e o plano de desenvolvimento social, respectivos planos de acção anuais;
assim como os respectivos planos de f) Proceder à montagem de um sistema
acção anuais; de informação que promova a
g) Promover a participação dos parceiros circulação de informação entre os
e facultar toda a informação necessária parceiros e a população em geral;
para a correcta actualização do sistema g) Colaborar na implementação do
de informação nacional a disponibilizar sistema de informação nacional;
pelo Instituto da Segurança Social, I. h) Dinamizar os diferentes grupos de
P.; trabalho que o plenário do CLAS
h) Avocar e deliberar sobre qualquer delibere constituir;
parecer emitido pelo núcleo executivo; i) Promover acções de formação para os
i) Tomar conhecimento de protocolos e parceiros, de acordo com as
acordos celebrados entre o Estado, as necessidades existentes;
autarquias, as instituições de j) Acompanhar a execução dos planos de
solidariedade social e outras entidades acção anuais;
que actuem no concelho; l) Elaborar os pareceres e relatórios
j) Apreciar as questões e propostas que solicitados pelo CLAS;
sejam apresentadas pelas CSF, ou por m) Estimular a colaboração activa de
outras entidades, e procurar as outras entidades, públicas ou privadas,
soluções necessárias mediante a na prossecução dos fins do CLAS;
participação de entidades competentes n) Emitir pareceres sobre candidaturas a
representadas, ou não, no CLAS; programas nacionais ou comunitários
l) Avaliar, periodicamente, a execução fundamentados no diagnóstico social e
do plano de desenvolvimento social e no plano de desenvolvimento social;
dos planos de acção; o) Emitir pareceres sobre a criação de
m) Promover acções de informação e serviços e equipamentos sociais, tendo
formação e outras iniciativas que visem em vista a cobertura equitativa e
uma melhor consciência colectiva dos adequada no concelho, assim como o
problemas sociais; impacte das respostas em matéria de
n) Submeter à decisão das entidades igualdade de género, designadamente
competentes as questões e propostas na conciliação da vida familiar e da
que não se enquadrem na sua área de vida profissional.
intervenção.
2 - No exercício das suas competências, o
núcleo executivo pode solicitar a colaboração de
Artigo 27.º
outras entidades que compõem o CLAS.
Funcionamento do núcleo executivo
Artigo 29.º
1 - O núcleo executivo é composto por
Direitos e deveres dos membros dos CLAS
número ímpar de elementos, não inferior a três
e não superior a sete.
1 - Constituem, entre outros, direitos dos
membros do CLAS:
2 - Integram obrigatoriamente o núcleo
executivo representantes da segurança social, a) Estar representado em todas as
da câmara municipal e de uma entidade sem fins reuniões plenárias do CLAS;
lucrativos eleita entre os parceiros deste grupo. b) Ser informado, pelos restantes
3 - Os elementos do núcleo executivo não membros do CLAS, de todos os
abrangidos pelo n.º 1 são eleitos pelos CLAS de projectos, medidas e programas de
dois em dois anos. intervenção social da mesma área
territorial;
Artigo 28.º c) Aceder a toda a informação produzida
Competências do núcleo executivo dos no âmbito das actividades do CLAS.
CLAS
2 - Constituem, entre outros, deveres dos
1 - Compete ao núcleo executivo: membros do CLAS:

a) Elaborar o regulamento interno do a) Informar os restantes parceiros do


CLAS; CLAS acerca de todos os projectos,

374
Autarquias Locais - Legislação Nacional
medidas e programas de intervenção SECÇÃO IV
social da mesma área territorial; Organização da rede ao nível
b) Garantir a permanente actualização supraconcelhio
da base de dados local;
c) Participar activamente na realização e Artigo 32.º
actualização do diagnóstico social, Articulação da rede social ao nível
plano de desenvolvimento social e supraconcelhio
planos de acção;
d) Colaborar, mediante disponibilização 1 - De forma a garantir a articulação e o
dos recursos existentes, na elaboração, planeamento supraconcelhio são constituídas
implementação e concretização do plataformas de âmbito territorial equivalente às
plano de acção. NUT III que integram:
3 - O não cumprimento dos deveres referidos a) Os representantes dos centros
no n.º 2 em prazo razoável determina a distritais da segurança social das áreas
suspensão temporária ou definitiva, nos termos territoriais respectivas;
a definir no regulamento interno do CLAS. b) Os representantes dos governadores
civis respectivos;
Artigo 30.º c) Os dirigentes das entidades e serviços
Organização da rede social nos concelhos relevantes da Administração Pública
com mais de 250000 habitantes das áreas territoriais respectivas;
d) Os presidentes dos CLAS respectivos;
1 - Nos concelhos com mais de 250000 e) Os representantes das instituições
habitantes, o CLAS pode proceder à constituição particulares de solidariedade social,
de mais de um núcleo executivo, cujo âmbito organizações não governamentais e
geográfico deve coincidir com o das comissões associações empresariais e sindicais
de protecção de crianças e jovens naqueles com expressão nacional e com
concelhos. delegações nos territórios respectivos.
2 - O CLAS pode nomear um grupo de
2 - A coordenação da plataforma é
trabalho com competências de coordenação e
assegurada pelo director do centro distrital de
acompanhamento dos diferentes núcleos
segurança social ou seu representante que
executivos, nos termos a definir em regulamento
abrange o maior número de concelhos, com as
interno.
seguintes competências:
3 - Nestes concelhos, enquanto não for
constituído o CLAS, podem ser constituídas CSF a) Convocar e presidir, no mínimo, a
ou comissões sociais interfreguesias desde que quatro reuniões anuais;
integradas no âmbito geográfico definido no n.º b) Assegurar o apoio logístico e
1, que assumem as competências atribuídas ao administrativo destas reuniões.
CLAS.
3 - Compete à plataforma supraconcelhia da
Artigo 31.º rede social:
Articulação entre órgãos de parceria ao a) Debater estratégias para a
nível local concretização do PNAI naquele
território;
1 - No plano local devem ser tomadas b) Garantir a harmonização e articulação
iniciativas que promovam a articulação coerente das iniciativas desenvolvidas pelas
dos órgãos da rede social com outros órgãos de diferentes parcerias de âmbito
parceria com intervenções especializadas, tendo concelhio, que actuam no plano social;
em vista a sua progressiva integração. c) Promover reuniões temáticas
2 - Nos casos em que existam gabinetes sectoriais para aprofundar o
descentralizados, institucionais ou em regime de conhecimento e análise dos problemas
parceria, destinados à promoção da igualdade de sociais do território, tendo em conta a
género, os órgãos locais da rede social dimensão de género;
estabelecem com estes adequadas formas de d) Analisar e promover a resolução ou o
cooperação. encaminhamento para o nível nacional
dos problemas que lhe forem
apresentados pelos diferentes CLAS da
plataforma, concretizando o princípio
da subsidiariedade;
e) Promover a circulação de informação
pertinente pelas entidades que
compõem os CLAS da plataforma.

375
Autarquias Locais - Legislação Nacional
CAPÍTULO III Artigo 36.º
Funcionamento da rede social Plano de desenvolvimento social

Artigo 33.º 1 - O PDS é um plano estratégico que se


Intervenção social ao nível local estrutura a partir dos objectivos do PNAI e que
determina eixos, estratégias e objectivos de
A intervenção social faz-se através de: intervenção, baseado nas prioridades definidas
no DS.
a) Contactos regulares entre
2 - O representante da segurança social na
responsáveis e técnicos dos projectos
comissão mista de coordenação do plano
de intervenção social existentes na
municipal de ordenamento do território, prevista
mesma área de forma a garantir a
no n.º 2 do artigo 75.º do Decreto-Lei n.º
complementaridade das intervenções e
380/99, de 22 de Setembro, assegura que o
a optimização dos recursos;
PDS é ponderado na elaboração do plano
b) Integração no diagnóstico, no plano
director municipal respectivo.
de desenvolvimento social, nos planos
3 - O PDS tem carácter obrigatório, tendo
de acção e no sistema de informação
uma duração sincronizada com o calendário da
concelhio, de programas e projectos do
Estratégia Europeia.
Ministério do Trabalho e da
4 - O PDS integra as prioridades definidas
Solidariedade Social e de outros
aos níveis nacional e regional, nomeadamente
ministérios responsáveis por áreas com
as medidas e acções dos planos estratégicos
intervenção relevante naquele
sectoriais.
território;
5 - O PDS integra ainda a dimensão de
c) Contratualização de um modelo de
género, através de eixos e medidas que
intervenção territorial integrado
promovam a igualdade entre homens e
através de um protocolo entre
mulheres.
entidades gestoras dos programas
envolvidos e entidades promotoras dos
Artigo 37.º
projectos com intervenção na área
Operacionalização do PDS
considerada de forma a racionalizar os
recursos na mesma área de
1 - O PDS operacionaliza-se através de
intervenção.
planos de acção anuais, a concretizar pelos
parceiros locais.
Artigo 34.º
2 - Os planos de acção definem a entidade
Planeamento integrado e participado
responsável pelo projecto ou a acção e o
respectivo orçamento.
O processo de planeamento integrado de
3 - A concretização dos planos de acção ou
intervenção no âmbito da rede social tem como
de algumas das acções ou projectos neles
objectivos a cobertura equitativa e adequada de
contidos pode ser realizada através de contratos
serviços e equipamentos e a rentabilização dos
de execução, formalizados entre os parceiros
recursos locais e tem como finalidade o
que os vão concretizar.
desenvolvimento social local através:
4 - Os contratos de execução, celebrados nos
a) Do diagnóstico social (DS); termos do disposto na alínea c) do artigo 33.º,
b) Do plano de desenvolvimento social envolvem os recursos das instituições locais, dos
(PDS); diferentes sectores da Administração Pública
c) Do plano de acção; disponíveis na comunidade e, ainda, os
d) Do sistema de informação (SI). programas e projectos sectoriais, nacionais e
comunitários existentes.
Artigo 35.º
Diagnóstico social Artigo 38.º
Sistema de informação
O DS é um instrumento dinâmico sujeito a
actualização periódica, resultante da 1 - O SI compreende duas dimensões, uma
participação dos diferentes parceiros, que nacional e uma local.
permite o conhecimento e a compreensão da 2 - O SI de dimensão nacional, bem como a
realidade social através da identificação das sua supervisão técnica, é da responsabilidade do
necessidades, da detecção dos problemas Instituto da Segurança Social, I. P., e integra
prioritários e respectiva causalidade, bem como um conjunto de informações e indicadores
dos recursos, potencialidades e estatísticos que permitam um conhecimento
constrangimentos locais. homogéneo do território nacional.
3 - O SI de dimensão nacional integra um
fórum online que permita a partilha de
conhecimentos e experiências entre todos os
parceiros das redes sociais.

376
Autarquias Locais - Legislação Nacional
4 - O SI de dimensão local é constituído por
um conjunto de suportes e procedimentos que
facilitem a troca de informação entre os
parceiros, acessível à população em geral.
5 - O SI, quer ao nível nacional quer ao nível
local, integra indicadores e informação relativa
ao impacte da dimensão de género na realidade
concelhia.

Artigo 39.º
Pareceres do CLAS

Os PDS, designadamente os desenvolvidos e


financiados por entidades públicas,
autonomamente ou em parceria, são objecto de
parecer prévio, de carácter não vinculativo por
parte do CLAS.

Artigo 40.º
Projectos de parceria

Sempre que a maximização da eficácia e


eficiência de projectos ou acções de
desenvolvimento social de base local aconselhe
a sua realização através de uma parceria de
várias entidades, o CLAS pode assumir um papel
de coordenação, monitorização e avaliação
nestes processos.

Artigo 41.º
Articulação dos planos de desenvolvimento
social com o PNAI

1 - Os PDS constituem os instrumentos que


promovem a adequação do PNAI, das políticas e
das medidas de âmbito nacional aos problemas
e necessidades locais.
2 - O SI da rede social, de dimensão
nacional, agrega indicadores a partir dos DS e
dos PDS locais para o conhecimento mais
aprofundado das situações de pobreza e
exclusão social e constitui um instrumento para
a elaboração de futuros PNAI.

Artigo 42.º
Articulação dos planos de desenvolvimento
social com o PNI

Os PDS constituem os instrumentos que


promovem a adequação do PNI aos problemas e
necessidades locais.

377
Autarquias Locais - Legislação Nacional

378
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Decreto-Lei n.º 144/2008, de 28 de Julho o Programa do Governo na parte em que
No uso da autorização legislativa concedida estabelece a necessidade de contratualizar com
pelas alíneas a) a e) e h) do n.º 1 do artigo os municípios a resolução dos problemas e a
22.º do Orçamento do Estado para 2008, redução das assimetrias que subsistem na
aprovado pela Lei n.º 67-A/2007, de 31 de prestação do serviço educativo.
Dezembro, desenvolve o quadro de Assim, no Orçamento do Estado para 2008
transferência de competências para os ficou o Governo autorizado a transferir para os
municípios em matéria de educação, de municípios as dotações inscritas no orçamento
acordo com o previsto no artigo 19.º da Lei dos ministérios relativas a competências a
n.º 159/99, de 14 de Setembro descentralizar nos domínios da educação,
(Com as alterações introduzidas pelas Leis designadamente as relativas ao pessoal não
n.ºs 3-B//2010, de 28 de abril, 55-A/2010, de docente do ensino básico, ao fornecimento de
31 de dezembro, 64-B/2011, de 30 de refeições e apoio ao prolongamento de horário
dezembro, 66-B/2012, de 31 de dezembro, 83- na educação pré-escolar, às actividades de
C/2013, de 31 de dezembro e 82-B/2014, de 31 enriquecimento curricular no 1.º ciclo do ensino
de dezembro) básico, à gestão do parque escolar e à acção
social nos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico.
O Programa do XVII Governo prevê o Importa, assim, consagrar em lei a
lançamento de uma nova geração de políticas transferência efectiva de competências para os
locais e de políticas sociais de proximidade, órgãos dos municípios em matéria de educação,
assentes em passos decisivos e estruturados no no que diz respeito à educação pré-escolar e ao
caminho de uma efectiva descentralização de ensino básico. O presente decreto-lei contempla,
competências para os municípios. ainda, a possibilidade de nas escolas básicas nas
O objectivo central do Programa do Governo quais também é ministrado o ensino secundário,
neste capítulo é o reforço e a qualificação do com a designação escolas básicas e secundárias,
poder local. serem exercidas pelos municípios as atribuições
Definido o modelo de relacionamento a que se refere o presente decreto-lei, mediante
financeiro, de acordo com a previsão do fundo a celebração de um contrato específico com o
social municipal, na Lei de Finanças Locais, Ministério da Educação. Esta transferência
importa dar início a uma efectiva efectiva de competências para os órgãos dos
descentralização de competências que tenha municípios em matéria de educação concretiza-
como horizonte a transformação estrutural das se, agora, estabelecendo-se mecanismos que
políticas autárquicas, designadamente em visam a salvaguarda da situação jurídico-
matéria de educação, e no quadro do disposto funcional do pessoal abrangido.
na Lei de Bases do Sistema Educativo e do Foram ouvidos os órgãos de governo próprio
regime de autonomia, administração e gestão das Regiões Autónomas e a Associação Nacional
dos estabelecimentos públicos da educação pré- de Municípios Portugueses.
escolar e dos ensinos básico e secundário. Foram observados os procedimentos
As competências a transferir para os decorrentes da Lei n.º 23/98, de 26 de Maio.
municípios, que constam do presente decreto- Assim:
lei, resultam, pois, de um consenso negocial No uso da autorização legislativa concedida
entre o Governo e a Associação Nacional de pelas alíneas a) a e) e h) do n.º 1 do artigo 22.º
Municípios Portugueses. do Orçamento do Estado para 2008, aprovado
O Governo entende que se impõe um pela Lei n.º 67-A/2007, de 31 de Dezembro, e
aprofundamento da verdadeira descentralização, nos termos das alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo
completando o processo de transferência de 198.º da Constituição, o Governo decreta o
competências para os municípios, em paralelo seguinte:
com a alocação dos recursos correspondentes.
A opção política do Governo, considerando a CAPÍTULO I
educação como factor insubstituível de Disposições gerais
democracia e desenvolvimento, traduz-se na
adopção de práticas que visem obter avanços Artigo 1.º
claros e sustentados na organização e gestão Objecto
dos recursos educativos, na qualidade das
aprendizagens e na oferta de novas O presente decreto-lei desenvolve o quadro
oportunidades a todos os cidadãos para de transferência de competências para os
desenvolverem os seus níveis e perfis de municípios em matéria de educação, de acordo
formação. com o regime previsto na Lei n.º 159/99, de 14
Considerando como muito positiva a de Setembro, dando execução à autorização
experiência desenvolvida pelos municípios no legislativa constante das alíneas a) a e) e h) do
âmbito sistema educativo, de que são exemplo n.º 1 do artigo 22.º do Orçamento do Estado
incontornável a implementação da educação para 2008, aprovado pela Lei n.º 67-A/2007, de
pré-escolar, a criação e funcionamento dos 31 de Dezembro.
conselhos municipais de educação e a realização
das cartas educativas, cumpre-se, deste modo,

379
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 2.º Administração Pública e da administração local,
Âmbito são transferidas para os municípios as dotações
correspondentes ao pagamento das
1 - São transferidas para os municípios as remunerações do pessoal não docente
atribuições e competências em matéria de necessário para cumprir aquele indicador.
educação nas seguintes áreas: 4 — Em 2015, as transferências de recursos
para pagamento das despesas a que se refere o
a) Pessoal não docente das escolas
presente artigo são atualizadas nos termos
básicas e da educação pré-escolar;
equivalentes à variação prevista para as
b) Componente de apoio à família,
remunerações da função pública. (Redacção
designadamente o fornecimento de
dada pela Lei n.º 82-B/2014, de 31 de
refeições e apoio ao prolongamento de
dezembro)
horário na educação pré-escolar;
5 — A partir de 2016, as transferências de
c) Actividades de enriquecimento
recursos financeiros a que se refere o presente
curricular no 1.º ciclo do ensino básico;
artigo são incluídas no Fundo Social Municipal
d) Gestão do parque escolar nos 2.º e
(FSM) e atualizadas segundo as regras aplicáveis
3.º ciclos do ensino básico;
às transferências para as autarquias locais..
e) Acção social escolar nos 2.º e 3.º
(Redação dada pela Lei n.º 82-B/2014, de 31 de
ciclos do ensino básico;
dezembro)
f) Transportes escolares relativos ao 3.º
ciclo do ensino básico.
Artigo 5.º
2 - A transferência de atribuições e Gestão do pessoal não docente
competências a que se referem as alíneas a), c)
e d) do número anterior depende da existência 1 - Sem prejuízo do disposto no artigo 2.º, a
de carta educativa e da celebração de contratos câmara municipal passa a exercer as
de execução por cada município, nos termos do competências relativas ao pessoal não docente
presente decreto-lei. dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico nas
3 - Consideram-se feitas às câmaras seguintes matérias, designadamente:
municipais as referências constantes de outros
a) Recrutamento;
diplomas legais sobre atribuições e
b) Afectação e colocação do pessoal;
competências de entidades e organismos da
c) Gestão de carreiras e remunerações;
administração central, previstas no presente
d) Poder disciplinar.
artigo.
2 - O poder disciplinar a que se refere a
Artigo 3.º alínea d) do número anterior integra a
Princípio geral competência para aplicar pena superior a multa.
3 - Em matéria de avaliação do desempenho
O disposto no presente decreto-lei subordina- do pessoal não docente, cabem igualmente à
se aos princípios consagrados na Lei de Bases do câmara municipal as competências de
Sistema Educativo e ao disposto no decreto-lei homologação e de decisão de recursos.
que aprova o regime de autonomia, 4 - As competências referidas nos números
administração e gestão dos estabelecimentos anteriores podem ser objecto de delegação nos
públicos da educação pré-escolar e dos ensinos órgãos de direcção, administração e gestão dos
básico e secundário. agrupamentos de escolas e escolas não
agrupadas.
CAPÍTULO II
Transferência de competências Artigo 6.º
Situação jurídico-funcional
Artigo 4.º
Pessoal não docente
1 - O pessoal a que se refere o n.º 1 do
artigo 4.º é transferido para os municípios, sem
1 - É transferido para os municípios o pessoal
prejuízo da situação jurídico-funcional que
não docente das escolas básicas e da educação
detém à data da transferência, designadamente
pré-escolar a que se refere o artigo 2.º do
em matéria de vínculo, carreira e remuneração.
Decreto-Lei n.º 184/2004, de 29 de Julho, em
2 - Os funcionários e agentes mantêm,
exercício de funções à data da entrada em vigor
igualmente, o direito à mobilidade geral para
do presente decreto-lei.
quaisquer serviços ou organismos da
2 - São transferidas para os municípios as
administração central ou local e à mobilidade
dotações inscritas no orçamento do Ministério da
especial, por solicitação, nos termos do n.º 5 do
Educação para pagamento das despesas com o
artigo 11.º da Lei n.º 53/2006, de 7 de
pessoal a que se refere o número anterior.
Dezembro.
3 - Quando o pessoal não docente seja em
3 - O pessoal a que se refere o n.º 1 deve,
número inferior ao resultante do rácio definido
após assinatura do contrato de execução da
em portaria conjunta dos membros do Governo
respectiva transferência, por um período não
responsáveis pelas áreas da educação, da

380
Autarquias Locais - Legislação Nacional
inferior a dois anos escolares, continuar afecto para as autarquias locais. (Redacção dada pela
em estabelecimento de educação ou ensino, Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro)
salvo quando manifeste o seu acordo com 6 - O disposto no presente artigo não
diferente afectação ou quando, prejudica os concursos públicos já abertos pelo
fundamentadamente, a mesma se revele Ministério da Educação e que se destinam à
imprescindível. construção, manutenção e apetrechamento das
4 - Ao Ministério da Educação cabe, no escolas básicas.
âmbito das atribuições de coordenação geral do
sistema educativo que lhe incumbe prosseguir, a Artigo 9.º
orientação superior das áreas transferidas pelo Transportes escolares
presente decreto-lei no domínio dos serviços
técnico-pedagógicos, designadamente no que se 1 - São transferidas para os municípios as
refere aos serviços de psicologia e orientação e atribuições em matéria de organização e
de apoio educativo. funcionamento dos transportes escolares do 3.º
ciclo do ensino básico.
Artigo 7.º 2 — Em 2014, as transferências de recursos
Acção social escolar para pagamento das despesas a que se refere o
presente artigo não são atualizadas. (Redacção
1 - São transferidas para os municípios as dada pela Lei n.º 83-C/2013, de 31 de
atribuições ao nível da implementação de dezembro)
medidas de apoio sócio-educativo, gestão de 3 — A partir de 2015, as transferências de
refeitórios, fornecimento de refeições escolares e recursos financeiros a que se refere o presente
seguros escolares. artigo são incluídas no FSM e atualizadas
2 - São transferidas para os municípios as segundo as regras aplicáveis às transferências
dotações inscritas no orçamento do Ministério da para as autarquias locais. (Lei n.º 83-C/2013, de
Educação para pagamento das despesas a que 31 de dezembro)
se refere o número anterior.
3 — Em 2015, as transferências de recursos Artigo 10.º
para pagamento das despesas a que se refere o Educação pré-escolar da rede pública
presente artigo são atualizadas nos termos
equivalentes à inflação prevista. (Redação dada 1 - São transferidas para os municípios as
pela Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro) seguintes atribuições em matéria de educação
4 — A partir de 2016, as transferências de pré-escolar da rede pública:
recursos financeiros a que se refere o presente
a) Gestão de pessoal não docente, nas
artigo são incluídas no FSM e atualizadas
condições previstas no artigo 4.º;
segundo as regras aplicáveis às transferências
b) Componente de apoio à família,
para as autarquias locais. (Redação dada pela
designadamente o fornecimento de
Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro)
refeições e apoio ao prolongamento de
horário;
Artigo 8.º
c) Aquisição de material didáctico e
Construção, manutenção e apetrechamento
pedagógico.
de estabelecimentos de ensino
2 - São transferidas para os municípios as
1 - São transferidas para os municípios as dotações inscritas no orçamento do Ministério da
atribuições de construção, manutenção e Educação para pagamento das despesas a que
apetrechamento das escolas básicas. se referem as alíneas a) e c) do número
2 - O Ministério da Educação financia a anterior.
construção de escolas básicas, mediante a 3 - São transferidas para os municípios as
definição de custos padrão, e define as dotações inscritas no orçamento do Ministério do
orientações técnicas da sua instalação. Trabalho e da Solidariedade Social para
3 - São transferidas para os municípios as pagamento das despesas a que se refere a
dotações inscritas no orçamento do Ministério da alínea b) do n.º 1.
Educação para pagamento das despesas de 4 — Em 2015, as transferências de recursos
manutenção e apetrechamento de escolas para pagamento das despesas a que se refere o
básicas. presente artigo são atualizadas nos termos
4 — Em 2015, as transferências de recursos equivalentes à inflação prevista. (Redacção dada
para pagamento das despesas a que se refere o pela Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro)
presente artigo são atualizadas nos termos 5 — A partir de 2016, as transferências de
equivalentes à inflação prevista. (Redacção dada recursos financeiros a que se refere o presente
pela Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro) artigo são incluídas no FSM e atualizadas
5 — A partir de 2016, as transferências de segundo as regras aplicáveis às transferências
recursos financeiros a que se refere o presente para as autarquias locais. (Redacção dada pela
artigo são incluídas no FSM e atualizadas Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro)
segundo as regras aplicáveis às transferências

381
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 11.º das competências previstas no
Actividades de enriquecimento curricular presente decreto-lei;
c) Os direitos e obrigações das partes
1 - São transferidas para os municípios as contratantes;
atribuições em matéria de actividades de d) A definição dos instrumentos
enriquecimento curricular no 1.º ciclo do ensino financeiros utilizáveis;
básico, sem prejuízo das competências do e) A forma de acompanhamento e
Ministério da Educação relativamente à tutela controlo da execução do contrato por
pedagógica, orientações programáticas e parte do Ministério da Educação;
definição do perfil de formação e habilitações f) As consequências resultantes do
dos professores. incumprimento de qualquer das partes
2 - Consideram-se actividades de contratantes.
enriquecimento curricular no 1.º ciclo do ensino
2 - Os contratos de execução devem ser
básico as que incidam nos domínios desportivo,
celebrados até Junho do ano lectivo anterior
artístico, científico, tecnológico e das tecnologias
aquele a que respeitam.
da informação e comunicação, de ligação da
3 - O incumprimento das obrigações
escola com o meio, de solidariedade e
previstas neste artigo determina a retenção do
voluntariado e da dimensão europeia da
duodécimo das transferências do fundo social
educação, nomeadamente:
municipal em valor correspondente, até à
a) Ensino do Inglês; regularização da situação.
b) Ensino de outras línguas estrangeiras; 4 - Nos casos em que o município não realize
c) Actividade física e desportiva; despesa elegível de montante pelo menos igual
d) Ensino da música; às transferências financeiras consignadas a um
e) Outras expressões artísticas e fim específico, efectuadas nos termos do
actividades que incidam nos domínios presente decreto-lei, no ano subsequente é
identificados. deduzida à verba a que teria direito ao abrigo do
fundo social municipal a diferença entre a receita
3 - São transferidas para os municípios as
de este e a despesa correspondente.
dotações inscritas no orçamento do Ministério da
5 - Nos casos em que o município não
Educação para pagamento das despesas a que
assegure o exercício das atribuições transferidas
se refere o n.º 1.
nos termos do presente decreto-lei, pode o
4 — Em 2015, as transferências de recursos
Ministério da Educação assegurar, a título
para pagamento das despesas a que se refere o
supletivo, as referidas competências.
presente artigo são atualizadas nos termos
equivalentes à inflação prevista. (Redacção dada
Artigo 13.º
pela Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro)
Escolas básicas e secundárias
5 — A partir de 2016, as transferências de
recursos financeiros a que se refere o presente
Nas escolas básicas e secundárias, nos
artigo são incluídas no FSM e atualizadas
termos da designação do quadro n.º 1 anexo ao
segundo as regras aplicáveis às transferências
Decreto-Lei n.º 387/90, de 10 de Dezembro, na
para as autarquias locais. (Redacção dada pela
redacção dada pelos Decretos-Leis n.os 314/97,
Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro)
de 15 de Novembro, e 299/2007, de 22 de
6 - O regime que define as normas sobre as
Agosto, podem ser igualmente exercidas pelos
actividades de enriquecimento curricular é
municípios as atribuições a que se refere o
desenvolvido em diploma próprio.
presente decreto-lei mediante a celebração de
um contrato específico com o Ministério da
CAPÍTULO III
Educação, seguindo as regras definidas no artigo
Execução
anterior.
Artigo 12.º
Artigo 14.º
Contratos de execução
Residências para estudantes
1 - As condições de transferências das
1 - São transferidas para os municípios,
atribuições a que se referem as alíneas a), c) e
mediante a celebração de um contrato de
d) do n.º 1 do artigo 2.º são definidas em
execução com o Ministério da Educação, as
contratos de execução a celebrar entre o
residências para estudantes localizadas no
Ministério da Educação e os municípios,
respectivo concelho.
contendo cláusulas obrigatórias relativas:
2 - No contrato de execução a que se refere o
a) Identificação das entidades número anterior são definidas as condições em
outorgantes; concreto para a transferência do património e do
b) Transferência para os municípios dos pessoal das residências para estudantes.
recursos humanos, patrimoniais e
financeiros associados ao desempenho

382
Autarquias Locais - Legislação Nacional
CAPÍTULO IV
Disposições finais

Artigo 15.º
Âmbito de aplicação

1 - O presente decreto-lei aplica-se


exclusivamente aos estabelecimentos públicos
de ensino dependentes do Ministério da
Educação, sem prejuízo do disposto no número
seguinte.
2 - A aplicação do disposto no presente
decreto-lei nas Regiões Autónomas dos Açores e
da Madeira efectua-se mediante decreto
legislativo regional.

Artigo 16.º
Entrada em vigor

O presente decreto-lei entra em vigor no mês


seguinte à sua publicação.

383
Autarquias Locais - Legislação Nacional

384
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Decreto-Lei n.º 305/2009, de 23 de e no recurso a modelos flexíveis de
Outubro funcionamento, em função dos objectivos, do
No uso da autorização legislativa concedida pessoal e das tecnologias disponíveis, na
pela Lei n.º 86/2009, de 28 de Agosto, simplificação, racionalização e reengenharia de
estabelece o regime da organização dos procedimentos administrativos, conferindo
serviços das autarquias locais eficiência, eficácia, qualidade e agilidade ao
desempenho das suas funções e, numa lógica de
A estrutura e a organização dos órgãos e racionalização dos serviços e de estabelecimento
serviços autárquicos regem-se actualmente pelo de metodologias de trabalho transversal, a
Decreto-Lei n.º 116/84, de 6 de Abril, um agregação e partilha de serviços que satisfaçam
diploma com cerca de 25 anos, que hoje se necessidades comuns a várias unidades
revela manifestamente desajustado da realidade orgânicas.
da administração autárquica. O quadro legal em vigor em diversos
Efectivamente, a consolidação da autonomia domínios, como o licenciamento urbanístico, a
do poder local democrático nas últimas décadas, avaliação de desempenho e o estatuto do
traduzida na forte aposta na descentralização de pessoal dirigente, propicia a desmaterialização
competências, em vários sectores, para as dos processos, a partilha de objectivos, a
autarquias locais, pressupõe uma organização simplificação administrativa e a adopção de
dos órgãos e serviços autárquicos em moldes novas formas de relação com os munícipes, pelo
que lhes permitam dar uma melhor resposta às que estão reunidas as condições necessárias
solicitações decorrentes das suas novas para se ultrapassar a tradicional pulverização de
atribuições e competências. funções, num quadro em que estas se
Impõe-se, por conseguinte, a adaptação da encontram distribuídas rigidamente por diversas
legislação que regula o funcionamento dos unidades orgânicas que não comunicam entre si
órgãos e serviços autárquicos a novas realidades e em que é patente a falta de reconhecimento
organizativas, que permitam o exercício das do mérito e do bom desempenho organizacional.
respectivas funções de acordo com um modelo Nesse sentido, procurou-se, através do
mais operativo. Este objectivo está, aliás, em presente decreto-lei, garantir uma maior
linha com a reforma da Administração Pública racionalidade e operacionalidade dos serviços
que tem sido empreendida por este Governo. autárquicos, assegurando que uma maior
A modernização da Administração Pública é autonomia de decisão tenha sempre como
uma peça essencial da estratégia do Governo de contrapartida uma responsabilização mais
crescimento para o País. No passado já tinham directa dos autarcas.
sido feitos todos os diagnósticos, aguardando- Por fim, adequam-se os conceitos utilizados
se, desde há muito, uma mítica «grande reforma no Decreto-Lei n.º 93/2004, de 20 de Abril, à
da Administração Pública». Este Governo terminologia adoptada pela Lei n.º 2/2007, de
preferiu o caminho de conduzir um processo 15 de Janeiro, procurando-se, tanto quanto
reformador feito de passos positivos, firmes e possível, manter o número de municípios que,
consequentes, para alcançar uma Administração ao abrigo da anterior Lei das Finanças Locais,
Pública mais eficaz, que sirva bem os cidadãos e podiam criar cargos dirigentes nas câmaras
as empresas, à altura do que se espera de um municipais.
Estado moderno. Neste contexto, procura-se que Foram ouvidos os órgãos de governo próprio
o presente decreto-lei se articule com o conjunto das Regiões Autónomas, a Associação Nacional
de diplomas relativos à reorganização da de Municípios Portugueses e a Associação
Administração Pública central, sem, contudo, Nacional de Freguesias.
esquecer, as especificidades características do Foram observados os procedimentos
exercício de funções nas autarquias locais. decorrentes da Lei n.º 23/98, de 26 de Maio.
O objectivo da presente revisão é dotar as Assim:
autarquias locais de condições para o No uso da autorização legislativa concedida
cumprimento adequado do seu amplo leque de pela Lei n.º 86/2009, de 28 de Agosto, e nos
atribuições, respeitantes quer à prossecução de termos das alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo
interesses locais por natureza, quer de 198.º da Constituição, o Governo decreta o
interesses gerais que podem ser prosseguidos seguinte:
de forma mais eficiente pela administração
autárquica em virtude da sua relação de CAPÍTULO I
proximidade com as populações, no quadro do Disposições gerais
princípio constitucional da subsidiariedade.
A melhoria das condições de exercício da Artigo 1.º
missão, das funções e das atribuições das Objecto
autarquias locais, assim como das competências
dos seus órgãos e serviços, radicam na O presente decreto-lei estabelece o regime
diminuição das estruturas e níveis decisórios, jurídico da organização dos serviços das
evitando a dispersão de funções ou autarquias locais.
competências por pequenas unidades orgânicas,

385
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 2.º SECÇÃO III
Âmbito Serviços municipais

O presente decreto-lei aplica-se aos serviços Artigo 6.º


da administração autárquica dos municípios e Competências da assembleia municipal
das freguesias.
À assembleia municipal, sob proposta da
Artigo 3.º câmara municipal, compete:
Princípios
a) Aprovar o modelo de estrutura
orgânica;
A organização, a estrutura e o funcionamento
b) Aprovar a estrutura nuclear, definindo
dos serviços da administração autárquica devem
as correspondentes unidades orgânicas
orientar-se pelos princípios da unidade e eficácia
nucleares;
da acção, da aproximação dos serviços aos
c) Definir o número máximo de unidades
cidadãos, da desburocratização, da
orgânicas flexíveis;
racionalização de meios e da eficiência na
d) Definir o número máximo total de
afectação de recursos públicos, da melhoria
subunidades orgânicas;
quantitativa e qualitativa do serviço prestado e
e) Definir o número máximo de equipas
da garantia de participação dos cidadãos, bem
multidisciplinares, bem como o
como pelos demais princípios constitucionais
estatuto remuneratório dos chefes de
aplicáveis à actividade administrativa e acolhidos
equipa;
no Código do Procedimento Administrativo.
f) Definir o número máximo de equipas
de projecto.
CAPÍTULO II
Organização dos serviços da administração
Artigo 7.º
autárquica
Competências da câmara municipal
SECÇÃO I
À câmara municipal, sob proposta do
Disposições comuns
presidente da câmara municipal, compete:
Artigo 4.º a) Criar unidades orgânicas flexíveis e
Estrutura interna definir as respectivas atribuições e
competências, dentro dos limites
1 - A estrutura interna da administração fixados pela assembleia municipal;
autárquica consiste na disposição e organização b) Criar equipas de projecto, dentro dos
das unidades e subunidades orgânicas dos limites fixados pela assembleia
respectivos serviços. municipal;
2 - Para efeitos do presente decreto-lei, c) Criar equipas multidisciplinares,
consideram-se: dentro dos limites fixados pela
assembleia municipal, e determinar o
a) «Unidades orgânicas» as unidades
estatuto remuneratório do respectivo
lideradas por pessoal dirigente;
chefe de equipa.
b) «Subunidades orgânicas» as unidades
lideradas por pessoal com funções de
Artigo 8.º
coordenação.
Competências do presidente da câmara
municipal
SECÇÃO II
Reestruturação de serviços
Ao presidente da câmara municipal compete
a conformação da estrutura interna das
Artigo 5.º
unidades orgânicas e das equipas de projecto e
Reestruturação de serviços
multidisciplinares, cabendo-lhe a afectação ou
reafectação do pessoal do respectivo mapa, e,
O processo de reestruturação de serviços
ainda, a criação, a alteração e a extinção de
decorre, nos termos do Decreto-Lei n.º
subunidades orgânicas.
200/2006, de 25 de Outubro, quando se proceda
à reorganização de serviços, e compreende
Artigo 9.º
todas as operações e decisões necessárias à
Tipos de organização
concretização das alterações introduzidas nas
respectivas atribuições, competências e
1 - A organização interna dos serviços
estrutura orgânica interna.
municipais deve ser adequada às atribuições do
município, obedecendo aos seguintes modelos:
a) Estrutura hierarquizada;
b) Estrutura matricial.

386
Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 - Sempre que seja adoptado um modelo a) A designação do projecto;
estrutural misto devem distinguir-se as áreas de b) Os termos e a duração do mandato,
actividade por cada modelo adoptado, com a definição clara dos objectivos a
nomeadamente com respeito pelo disposto no alcançar;
n.º 1 do artigo 12.º c) O coordenador do projecto;
3 - Quando seja exclusivamente adoptada a d) O número de elementos que deve
estrutura hierarquizada, e desde que se integrar a equipa de projecto e suas
justifique, com vista ao aumento da flexibilidade funções.
e da eficácia na gestão, podem ser criadas, por
2 - A equipa de projecto considera-se
deliberação fundamentada da câmara municipal,
automaticamente extinta uma vez decorrido o
sob proposta do respectivo presidente, equipas
prazo pelo qual foi constituída, sem prejuízo de
de projecto temporárias e com objectivos
o referido prazo poder ser prorrogado por
especificados.
deliberação da câmara municipal, sob proposta
fundamentada do respectivo presidente, a qual
Artigo 10.º
deve referir, designadamente, o grau de
Estrutura hierarquizada
cumprimento dos objectivos inicialmente
estipulados.
1 - A estrutura interna hierarquizada é
3 - Extinta a equipa de projecto, o
constituída por unidades orgânicas nucleares e
coordenador do projecto elabora um relatório da
flexíveis.
actividade desenvolvida e dos resultados
2 - A estrutura nuclear do serviço é composta
alcançados, que é submetido à apreciação da
por direcções ou por departamentos municipais,
câmara municipal.
mas correspondendo sempre a uma
departamentalização fixa. Artigo 12.º
3 - A estrutura flexível é composta por Estrutura matricial
unidades orgânicas flexíveis, dirigidas por um
chefe de divisão municipal, as quais são criadas, 1 - A estrutura matricial é adoptada sempre
alteradas e extintas por deliberação da câmara que as áreas operativas dos serviços se possam
municipal, que define as respectivas desenvolver essencialmente por projectos,
competências, cabendo ao presidente da câmara devendo agrupar-se por núcleos de
municipal a afectação ou reafectação do pessoal competências ou de produto bem identificados,
do respectivo mapa, de acordo com o limite visando assegurar a constituição de equipas
previamente fixado. multidisciplinares com base na mobilidade
4 - A criação, alteração ou extinção de funcional.
unidades orgânicas no âmbito da estrutura 2 - O estatuto remuneratório das chefias é
flexível visa assegurar a permanente adequação definido por equiparação ao estatuto
do serviço às necessidades de funcionamento e remuneratório dos directores de departamento
de optimização dos recursos, tendo em conta a municipal ou dos chefes de divisão municipal.
programação e o controlo criteriosos dos custos 3 - A constituição e a designação dos
e resultados. membros das equipas multidisciplinares e das
5 - Quando estejam predominantemente em respectivas chefias, a realizar obrigatoriamente
causa funções de natureza executiva, podem ser de entre efectivos dos serviços, é efectuada
criadas, no âmbito das unidades orgânicas, por através de deliberação da câmara municipal, sob
despacho do presidente da câmara municipal e proposta do presidente da câmara.
dentro dos limites fixados pela assembleia 4 - Aos chefes de equipa podem ser
municipal, subunidades orgânicas coordenadas cometidas as competências fixadas para os
por um coordenador técnico, sem prejuízo do titulares de cargos de direcção intermédia,
estabelecido no n.º 3 do artigo 49.º da Lei n.º mediante despacho do presidente da câmara
12-A/2008, de 27 de Fevereiro. municipal.
6 - A estrutura nuclear, bem como os 5 - A deliberação referida no n.º 3 é
despachos referidos nos n.os 3 e 5, são publicada no Diário da República, sob pena de
publicados no Diário da República, sob pena de ineficácia.
ineficácia.
7 - A organização por especialidade não deve SECÇÃO IV
prejudicar a mobilidade funcional dos dirigentes Serviços de juntas de freguesia
e do restante pessoal.
Artigo 13.º
Artigo 11.º Competências da assembleia de freguesia
Equipas de projecto
À assembleia de freguesia, sob proposta da
junta de freguesia, compete:
1 - A deliberação fundamentada da câmara
municipal para a criação de equipas de projecto, a) Aprovar o modelo de estrutura
no âmbito da estrutura hierarquizada, deve orgânica;
estabelecer obrigatoriamente:

387
Autarquias Locais - Legislação Nacional
b) Definir o número máximo de unidades CAPÍTULO III
orgânicas flexíveis; Disposições finais e transitórias
c) Definir o número máximo total de
subunidades orgânicas. Artigo 16.º
Alteração ao Decreto-Lei n.º 93/2004, de
Artigo 14.º 20 de Abril.
Competências da junta de freguesia O artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 93/2004, de
20 de Abril, alterado pelo Decreto-Lei n.º
À junta de freguesia, sob proposta do 104/2006, de 7 de Junho, passa a ter a
respectivo presidente, compete: seguinte redacção:
«Artigo 2.º
a) Criar unidades e subunidades
[...]
orgânicas flexíveis e definir as
respectivas atribuições e competências,
1 - ...
dentro dos limites fixados pela
a) ...
assembleia de freguesia;
b) ...
b) A conformação da estrutura interna
c) ...
das unidades orgânicas, cabendo-lhe a
d) (Revogada.)
afectação ou reafectação do pessoal do
2 - O cargo de director municipal apenas
respectivo mapa, e, ainda, a criação,
pode ser criado nos municípios com uma
alteração e extinção de subunidades
participação no montante total dos Fundos a que
orgânicas.
se refere o n.º 1 do artigo 19.º da Lei n.º
2/2007, de 15 de Janeiro, superior a 6 (por mil),
Artigo 15.º
ou em municípios com mais de 100 000
Organização
habitantes, e o de director de departamento
municipal apenas pode ser criado nos municípios
1 - A organização interna dos serviços das
com uma participação no montante total dos
juntas de freguesia deve ser adequada às
Fundos superior a 2 (por mil), ou em municípios
atribuições das mesmas e ao respectivo pessoal.
com mais de 10 000 habitantes.
2 - A organização interna dos serviços pode
3 - A estrutura orgânica pode ainda prever
incluir a existência de unidades orgânicas,
cargos de direcção intermédia de 3.º grau ou
chefiadas por um dirigente intermédio de
inferior.
segundo grau, desde que estas disponham, no
4 - O disposto no n.º 2 não prejudica os
mínimo, de cinco funcionários, dos quais dois
lugares criados ao abrigo de legislação anterior.»
sejam técnicos superiores.
3 - Quando estejam predominantemente em
Artigo 17.º
causa funções de natureza executiva, podem ser
Norma revogatória
criadas subunidades orgânicas, integradas ou
não em unidades orgânicas, desde que
É revogado o Decreto-Lei n.º 116/84, de 6 de
disponham, no mínimo, de quatro trabalhadores
Abril, alterado pela Lei n.º 44/85, de 13 de
integrados em carreiras de grau 2 de
Setembro, pelo Decreto-Lei n.º 198/91, de 29
complexidade.
de Maio, pela Lei n.º 96/99, de 17 de Julho, e
4 - As unidades orgânicas e as subunidades
pela Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, assim
orgânicas são criadas por deliberação da
como a alínea d) do n.º 1 do artigo 2.º do
assembleia de freguesia, sob proposta
Decreto-Lei n.º 93/2004, de 20 de Abril.
fundamentada da junta de freguesia.
5 - As deliberações referidas nos números
Artigo 18.º
anteriores são publicadas em edital, a afixar nos
Regiões Autónomas
lugares de estilo da freguesia, sob pena de
ineficácia.
O disposto no presente decreto-lei aplica-se
6 - Aos cargos de direcção intermédia do 2.º
directa e imediatamente aos serviços das
grau das freguesias é aplicado, com as devidas
autarquias locais das Regiões Autónomas dos
adaptações, o estatuto do pessoal dirigente das
Açores e da Madeira, sem prejuízo da
câmaras municipais e dos serviços
possibilidade de introdução de adaptações por
municipalizados.
diploma próprio, quando exigidas pelas
especificidades regionais.

Artigo 19.º
Revisão dos serviços

As câmaras municipais e as juntas de


freguesia promovem a revisão dos seus serviços,
em cumprimento do disposto no presente
decreto-lei, até 31 de Dezembro de 2010.

388
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de participação de jovens capacitados. Fica
novembro igualmente salvaguardada a possibilidade de
Estabelece o regime jurídico do Programa alocar uma parte do contingente de estágios a
de Estágios Profissionais na Administração certas prioridades estratégicas, como são
Local atualmente o desenvolvimento económico local e
a inclusão social.
A integração de jovens no mercado de Foram ouvidas a Comissão Nacional de
trabalho e a melhoria das suas qualificações Proteção de Dados, a Associação Nacional de
através da concretização de estágios Municípios Portugueses e a Associação Nacional
profissionais é uma prioridade e um desiderato de Freguesias.
das atuais políticas públicas. O presente decreto-lei foi objeto de
Os programas de estágios profissionais na apreciação pública, tendo sido publicado na
Administração Pública enquadram-se no âmbito separata n.º 4 do Boletim do Trabalho e
das políticas ativas de emprego previstas no Emprego, de 31 de julho de 2014.
Programa do XIX Governo Constitucional e
visam cumprir os objetivos e medidas do Plano Assim:
Nacional de Implementação de uma Garantia
Jovem (PNI-GJ), aprovado pela Resolução do Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo
Conselho de Ministros n.º 104/2013, de 31 de 198.º da Constituição, o Governo decreta o
dezembro. seguinte:
Relativamente à administração local, o ponto
4.4 do PNI-GJ refere expressamente a CAPÍTULO I
«Dinamização do Programa de Estágios Disposições gerais
Profissionais na Administração Local (PEPAL),
visando promover a integração dos estagiários Artigo 1.º
no mercado de trabalho». Objeto
O acordo entre o Governo e a Associação
Nacional de Municípios Portugueses, celebrado 1 - O presente decreto-lei estabelece o
em 8 de julho de 2014, também previu, em regime jurídico do Programa de Estágios
matéria de recursos humanos, o lançamento do Profissionais na Administração Local, doravante
PEPAL, com a disponibilização de 1500 estágios. designado por PEPAL.
No âmbito da referida medida do PNI-GJ e 2 - O PEPAL permite aos estagiários o
com o objetivo de proporcionar o desempenho de funções no contexto da
desenvolvimento de uma experiência prática em administração local, prioritariamente as
contexto de trabalho a um leque mais correspondentes à carreira de técnico superior
abrangente de destinatários, potenciando a do regime geral da função pública.
respetiva empregabilidade, o presente decreto- 3 - O PEPAL pode, por portaria do membro do
lei vem estabelecer o regime jurídico do PEPAL. Governo responsável pela área da administração
O presente decreto-lei permite ainda uma local, ser alargado a outras carreiras do regime
aproximação aos critérios e objetivos da geral da função pública.
Iniciativa Emprego Jovem e estabelece o
enquadramento legal da criação de programas Artigo 2.º
de estágio específicos em função das condições Âmbito
particulares do setor local e reflete os
ensinamentos das experiências anteriores dos 1 - O regime estabelecido pelo presente
programas de estágio na administração local. decreto-lei aplica-se aos serviços e organismos
Considerando a especificidade de cada da administração local.
autarquia local, possibilita-se a seleção dos 2 - Para efeitos do disposto no número
candidatos a estágio a nível local, onde as anterior, considera-se administração local as
entidades promotoras passam a ser diretamente autarquias locais, as entidades intermunicipais,
responsáveis no recrutamento e seleção dos e demais associações de municípios e de
candidatos, utilizando métodos de seleção freguesias de direito público, e as empresas
diferenciados mas assegurando as suas locais, designadas, para efeitos do disposto no
transparência e isenção, através da integral presente decreto-lei, por entidades promotoras.
publicitação dos critérios de avaliação, e
garantindo um processo transparente e rigoroso Artigo 3.º
na distribuição dos estágios pelas autarquias e Objetivos
no acompanhamento dos estágios.
O regime jurídico aprovado pelo presente São objetivos do PEPAL:
decreto-lei permite, por um lado, uma melhor
a) Possibilitar aos jovens com
adequação às necessidades e prioridades locais,
qualificação superior a realização de
disponibilizando aos estagiários acesso a áreas e
um estágio profissional, em contexto
atividades onde exista uma procura efetiva no
real de trabalho, que crie condições
mercado laboral local, e, por outro lado,
possibilita a abertura da administração local à

389
Autarquias Locais - Legislação Nacional
para uma mais rápida e fácil integração CAPÍTULO II
no mercado de trabalho; Acesso ao Programa de Estágios
b) Promover novas formações e novas Profissionais na Administração Local
competências profissionais, que
possam potenciar a modernização dos Artigo 5.º
serviços públicos; Fixação do número de estagiários
c) Garantir o início de um processo de
aquisição de experiência profissional 1 - O número máximo de estagiários a
em contacto e aprendizagem com as selecionar anualmente é fixado por portaria do
regras, as boas práticas e o sentido de membro do Governo responsável pela área da
serviço público; administração local.
d) Fomentar o contacto dos jovens, 2 - A portaria referida no número anterior
designadamente os que não trabalham, pode segmentar, por área temática, o
não estudam, nem se encontrem em contingente total de estágios ou estabelecer
formação, com outros trabalhadores e prioridades temáticas na distribuição dos
atividades, evitando o risco do seu mesmos.
isolamento, desmotivação e 3 - Os estágios previstos nos números
marginalização e contribuindo para a anteriores são distribuídos pelas entidades
melhoria do seu perfil de promotoras, por despacho do membro do
empregabilidade. Governo responsável pela área da administração
local, tendo em conta a disponibilidade de
Artigo 4.º acolhimento e acompanhamento dos estagiários
Destinatários demonstrada por cada entidade.
4 - A portaria referida no n.º 1 pode prever
1 - O PEPAL destina-se a jovens que que a distribuição de parte do número máximo
preencham, cumulativamente, os seguintes de estagiários fixado se efetue posteriormente,
requisitos: em função do acompanhamento previsto na
alínea e) do n.º 2 do artigo 19.º
a) Estejam à procura do primeiro
5 - Para efeitos do disposto no Decreto-Lei
emprego ou sejam desempregados à
n.º 29/2001, de 3 de fevereiro, é assegurada,
procura de novo emprego;
em cada edição do PEPAL, uma quota de 5% da
b) Tenham até 29 anos de idade,
totalidade dos estágios a ser preenchida por
inclusive, aferidos à data de início do
pessoas com deficiência, nos termos a fixar pela
estágio;
portaria prevista no artigo 22.º
c) Possuam uma qualificação
correspondente, pelo menos, ao nível 6
Artigo 6.º
(licenciatura) da estrutura do Quadro
Publicitação dos estágios
Nacional de Qualificações, constante do
anexo ii à Portaria n.º 782/2009, de 23
1 - O lançamento dos estágios é publicitado
de julho.
no sítio na Internet da entidade promotora, se
2 - No caso de estágios em funções existir, na bolsa de emprego público (BEP) e em,
correspondentes a carreira distinta da referida pelo menos, dois órgãos de comunicação social
no n.º 2 do artigo 1.º, o PEPAL pode abranger de expansão regional ou local, sendo ainda
jovens detentores de nível de qualificação comunicado à Direção-Geral das Autarquias
inferior à prevista na alínea c) do número Locais (DGAL) e ao IEFP, I. P.
anterior. 2 - A publicitação referida no número anterior
3 - Para efeitos do disposto no presente inclui, obrigatoriamente, informação sobre a
decreto-lei, considera-se que preenche os entidade promotora, o local onde os estágios
requisitos previstos na alínea a) do n.º 1 quem decorrem, nas hipóteses previstas no artigo
se encontre numa das seguintes situações: 14.º, as áreas de formação exigidas, o plano de
estágio, o prazo e a forma de apresentação da
a) Nunca tenha tido registo de candidatura, o procedimento de seleção, os
remunerações em regimes de proteção parâmetros e a fórmula de avaliação, a
social de inscrição obrigatória e não se legislação aplicável e outros requisitos e
encontre inscrito em qualquer sistema elementos julgados relevantes.
de ensino ou formação profissional a 3 - A DGAL publicita a informação referida
tempo inteiro; nos números anteriores no Portal Autárquico.
b) Esteja inscrito nos serviços de
emprego do Instituto do Emprego e da Artigo 7.º
Formação Profissional, I. P. (IEFP, I. Candidaturas à frequência dos estágios
P.), na qualidade de desempregado.
4 - No caso de pessoas com deficiência e ou 1 - As candidaturas à frequência dos estágios
incapacidade, o limite de idade estabelecido na profissionais, publicitados nos termos do artigo
alínea b) do n.º 1 é de 35 anos. anterior, são apresentadas junto das entidades
promotoras.

390
Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 - As candidaturas referidas no número
2 - A suspensão do estágio só pode ocorrer
anterior são formalizadas através do
quando não comprometa o cumprimento integral
preenchimento de formulário e o candidato deve
do plano individual de estágio.
efetuar prova do cumprimento dos requisitos
3 - Durante a suspensão do estágio não é
exigidos, ambos fixados pela portaria prevista no
devida a bolsa de estágio, nem o pagamento de
artigo 22.º
alimentação.
3 - Os candidatos que tenham frequentado
4 - No dia imediato à cessação do
programas de estágios profissionais financiados
impedimento por facto relativo ao estagiário,
por fundos públicos só podem frequentar um
este deve apresentar-se na entidade promotora
novo estágio ao abrigo do PEPAL caso se
para retomar a atividade.
verifique, no processo de seleção para o estágio
5 - A suspensão do estágio não altera a sua
a que se candidatam, a inexistência de
duração, mas pode adiar a data do seu termo,
candidatos aprovados que nunca realizaram
desde que não ultrapasse 18 meses após o seu
estágios financiados.
início.
Artigo 8.º
Artigo 11.º
Recrutamento e seleção
Cessação do contrato de estágio
1 - O procedimento de recrutamento e
1 - O contrato de estágio cessa por
seleção dos candidatos é da responsabilidade da
caducidade, por acordo das partes ou por
entidade promotora do estágio.
resolução por alguma das partes, nos termos
2 - Na seleção dos candidatos são aplicados
dos números seguintes.
os métodos da avaliação curricular e da
2 - A cessação do contrato de estágio por
entrevista individual.
caducidade ocorre quando se verifique alguma
3 - Os termos da avaliação curricular referida
das seguintes situações:
no número anterior são estabelecidos na
portaria prevista no artigo 22.º, cabendo à a) Decurso do prazo correspondente ao
entidade promotora a respetiva parametrização seu período de duração;
e a definição da fórmula da avaliação curricular. b) Impossibilidade superveniente,
4 - A entidade promotora pode, no âmbito do absoluta e definitiva, de o estagiário
procedimento concursal publicitado, dar poder frequentar o estágio ou de a
preferência aos candidatos residentes na área do entidade promotora lho poder
município. proporcionar;
c) O estagiário atinja cinco dias seguidos
CAPÍTULO III ou 10 dias interpolados de faltas
Desenvolvimento do estágio injustificadas, mediante comunicação
escrita da entidade promotora dirigida
Artigo 9.º ao estagiário;
Contrato de estágio d) Incumprimento reiterado, por parte
do estagiário, dos deveres previstos no
1 - A entidade promotora celebra com o contrato de estágio.
estagiário um contrato de estágio, sujeito à
forma escrita, em conformidade com o modelo 3 - Para efeitos do disposto na alínea c) do
previsto na alínea c) do n.º 2 do artigo 19.º número anterior, não releva o período de
2 - Durante todo o período de suspensão do estágio ocorrido nos termos do
desenvolvimento do estágio, os estagiários não artigo anterior.
podem exercer qualquer tipo de atividade 4 - O contrato de estágio cessa por acordo
profissional, por conta própria ou por conta de das partes, expresso de forma clara e inequívoca
outrem. em documento assinado por ambas, no qual se
mencionam as datas da celebração desse acordo
Artigo 10.º e do início da sua produção de efeitos.
Suspensão do contrato de estágio 5 - O contrato de estágio cessa por resolução
quando uma das partes comunicar à outra,
1 - A entidade promotora pode suspender o mediante carta registada, com indicação da
contrato de estágio: respetiva fundamentação e com antecedência
não inferior a 30 dias, a sua intenção de não
a) Por facto a ela relativo, pretender a manutenção do contrato de estágio.
nomeadamente a reorganização interna 6 - A resolução do contrato de estágio não
dos serviços, nos termos legais confere o direito a qualquer indemnização, salvo
aplicáveis, durante um período não se não for cumprido o prazo de aviso prévio
superior a dois meses; previsto no número anterior.
b) Por facto relativo ao estagiário, 7 - Caso o prazo de comunicação da
nomeadamente doença, maternidade, resolução não tenha sido integralmente
paternidade ou adoção, durante um cumprido, há lugar às seguintes indemnizações:
período não superior a seis meses.

391
Autarquias Locais - Legislação Nacional
a) Pagamento do montante a) Subsídio de refeição de valor
correspondente aos dias em falta, caso correspondente ao praticado para a
o incumprimento seja da entidade generalidade dos trabalhadores que
promotora; exercem funções públicas;
b) Reposição dos montantes pagos ou b) Seguro que cubra os riscos de
pagamento dos dias em falta, caso o eventualidades que possam ocorrer
incumprimento seja do estagiário. durante e por causa das atividades
correspondentes ao estágio
Artigo 12.º profissional, bem como nas
Estrutura do estágio deslocações entre a residência e o local
de estágio.
1 - O estágio engloba uma componente de
3 - A bolsa de estágio e o subsídio de refeição
aplicação de conhecimentos no exercício das
não são devidos:
funções próprias da entidade promotora e
correspondentes à carreira em causa e uma a) Quando o estágio seja suspenso, nos
componente formativa, também a decorrer em termos do artigo 10.º
contexto de trabalho. b) Pelas faltas injustificadas;
2 - Os objetivos e o plano do estágio são c) Pelas faltas justificadas por motivo de
definidos pela entidade promotora. acidente, desde que a responsabilidade
3 - As entidades promotoras estão obrigadas civil daí decorrente se encontre coberta
a assegurar aos estagiários o desenvolvimento pelo contrato de seguro previsto na
exclusivo de atividades correspondentes à sua alínea b) do número anterior.
área de formação e para as quais foram
admitidos. Artigo 16.º
Efeitos do contrato de estágio
Artigo 13.º
Duração do estágio 1 - Os estágios desenvolvidos ao abrigo do
presente decreto-lei estão sujeitos a tributação,
O estágio tem a duração de 12 meses, não nos termos da legislação aplicável.
prorrogáveis. 2 - A relação jurídica decorrente da
celebração de um contrato de estágio ao abrigo
Artigo 14.º do presente decreto-lei é equiparada,
Local do estágio exclusivamente para efeitos de segurança social,
a trabalho por conta de outrem.
1 - O estágio pode desenvolver-se junto de
entidades diferentes das entidades promotoras, Artigo 17.º
nomeadamente entidades empresariais, de Acompanhamento do plano de estágio
ensino ou de solidariedade social, mantendo a
entidade promotora todos os encargos e 1 - Sem prejuízo de a respetiva entidade
obrigações com o estagiário, desde que: promotora assegurar o acompanhamento do
plano de estágio, o estagiário é acompanhado
a) Exista entre a entidade promotora e
por um orientador, designado de entre titulares
aquelas entidades uma relação assente
de cargos dirigentes, de chefia ou de outros
na concretização de um programa ou
trabalhadores com relevante experiência e
projeto conjunto; ou
aptidão para o efeito, devendo as funções de
b) Aquelas entidades contribuam, de
orientação ser consideradas no âmbito da
forma direta ou indireta, para a
fixação de objetivos, para efeitos do sistema
realização das atribuições das
integrado de gestão e avaliação de desempenho
entidades promotoras.
na Administração Pública (SIADAP), aprovado
2 - Às entidades referidas no número anterior pela Lei n.º 66-B/2007, de 28 de dezembro.
aplica-se o disposto no n.º 3 do artigo 12.º 2 - Compete ao orientador, designadamente:
a) Propor ao dirigente máximo da
Artigo 15.º
entidade promotora, para sua
Bolsas de estágio e outros apoios
aprovação, os objetivos, o plano do
estágio e a avaliação final do
1 - Aos estagiários é concedida, por cada um
estagiário, nos termos do artigo
dos meses de duração do estágio, uma bolsa de
seguinte;
estágio de montante fixado por portaria dos
b) Inserir o estagiário no ambiente de
membros do Governo responsáveis pelas áreas
trabalho;
das finanças, da Administração Pública e da
c) Efetuar o acompanhamento técnico e
administração local.
pedagógico do estagiário,
2 - Aos estagiários são ainda concedidos os
supervisionando o seu progresso face
seguintes apoios:
aos objetivos e plano definidos;

392
Autarquias Locais - Legislação Nacional
d) Efetuar o controlo da pontualidade e 3 - A DGAL organiza uma base de dados,
da assiduidade dos estagiários, dando onde constam os elementos pertinentes relativos
conhecimento do resultado desse aos estágios.
controlo à entidade responsável pelo
processamento e pagamento dos CAPÍTULO IV
valores pecuniários devidos aos Termo do estágio
estagiários.
Artigo 20.º
3 - Para efeitos do disposto na alínea d) do
Termo do estágio e preferências
número anterior, é aplicável ao estagiário, com
as devidas adaptações, o regime de faltas e de
1 - No termo do estágio é entregue ao
descanso diário e semanal previsto na Lei Geral
estagiário um certificado comprovativo de
do Trabalho em Funções Públicas, aprovada pela
frequência e avaliação final.
Lei n.º 35/2014, de 20 de junho.
2 - A conclusão do estágio com avaliação
positiva, nos termos do n.º 2 do artigo 18.º, não
Artigo 18.º
tem como efeito a constituição de uma relação
Avaliação e classificação final dos
jurídica de emprego público ou qualquer outro
estagiários
tipo de vinculação com o Estado.
3 - Os estagiários que tenham obtido
1 - No fim do estágio é realizada uma
aproveitamento com avaliação não inferior a 14
avaliação do estagiário, efetuada de acordo com
valores, no âmbito dos procedimentos
as regras e critérios estabelecidos pela DGAL nos
concursais a que se candidatem, publicitados
termos da alínea d) do n.º 2 do artigo seguinte,
pela entidade promotora onde realizaram o
a qual tem em conta o cumprimento dos
estágio e para ocupação de posto de trabalho da
objetivos e do plano de estágio.
carreira de técnico superior cujas características
2 - A avaliação prevista no número anterior é
funcionais se identifiquem com a atividade
sempre fundamentada e compete ao dirigente
desenvolvida durante o estágio, e se
máximo da entidade promotora, mediante
candidatem, nos termos legais, a procedimento
proposta do orientador do estágio, obedecendo a
concursal de recrutamento publicitado no
uma escala de 0 a 20 valores.
período de dois anos após o termo do estágio,
têm preferência na lista de ordenação final dos
Artigo 19.º
candidatos, em caso de igualdade de
Gestão e coordenação do Programa de
classificação, sem prejuízo da aplicação de
Estágios Profissionais na Administração
outras preferências que a lei já preveja.
Local
4 - Os estagiários que tenham obtido
aproveitamento com avaliação não inferior a 14
1 - A gestão do PEPAL é da responsabilidade
valores e que venham, na sequência do
da DGAL.
respetivo procedimento concursal e no período
2 - Enquanto responsável pela gestão do
de dois anos após o termo do estágio, a
PEPAL, compete à DGAL, designadamente:
constituir uma relação jurídica de emprego
a) Propor ao membro do Governo público na modalidade de contrato de trabalho
competente a realização das edições do em funções públicas por tempo indeterminado,
PEPAL; no âmbito de carreiras gerais, beneficiam da
b) Preparar os elementos necessários à redução, para 180 dias, do período experimental
fixação do número de estagiários e previsto na alínea c) do n.º 1 do artigo 49.º da
respetiva distribuição pelas diferentes Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas,
entidades promotoras, para efeitos do aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20 de junho.
disposto no n.º 3 do artigo 5.º;
c) Estabelecer o modelo de contrato de CAPÍTULO V
estágio; Financiamento
d) Estabelecer as regras e os critérios de
avaliação final dos estágios, bem como Artigo 21.º
o modelo da respetiva ficha de Regime de financiamento
avaliação;
e) Efetuar, em articulação com as 1 - Em cada edição do PEPAL, os custos
entidades promotoras, o relativos a cada estagiário são suportados pela
acompanhamento da execução do entidade promotora onde decorra o respetivo
PEPAL, tendo em conta, estágio.
nomeadamente, o cumprimento dos 2 - O disposto no número anterior não
objetivos e dos planos de estágio; prejudica o financiamento do PEPAL através de
f) Elaborar um relatório final de fundos europeus estruturais e de investimento.
execução de cada edição do PEPAL,
com base na informação recolhida
junto de cada entidade promotora.

393
Autarquias Locais - Legislação Nacional
CAPÍTULO VI
Disposições finais

Artigo 22.º
Regulamentação

1 - O presente decreto-lei é regulamentado


através de portaria do membro do Governo
responsável pela área da administração local,
designadamente em matéria de acesso ao
programa de estágios e respetivos termos de
execução.
2 - A regulamentação prevista no número
anterior deve assegurar que os estagiários não
desenvolvam, no decurso do estágio, atividades
que, em face das circunstâncias concretas,
correspondam à supressão de carências de
recursos humanos da entidade promotora.

Artigo 23.º
Norma revogatória

São revogados:
a) O Decreto-Lei n.º 65/2010, de 11 de
junho;
b) A Portaria n.º 1236/2010, de 13 de
dezembro.

394
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Portaria n.º 191/2009, de 20 de Fevereiro Artigo 4.º
Regulamenta os procedimentos de Obrigações
transferência de gestão das zonas de caça
nacionais para as autarquias locais Constituem obrigações das entidades a que
(Com as alterações introduzidas pela Portaria n.º se refere o artigo anterior, com as devidas
979/2009, de 1 de setembro, que a republica) adaptações, as obrigações previstas nos artigos
19.º e 25.º do Decreto-Lei n.º 202/2004, de 18
Artigo 1.º de Agosto, alterado pelo Decreto-Lei n.º
Objecto 201/2005, de 24 de Novembro.

A presente portaria regulamenta os Artigo 5.º


procedimentos de transferência de gestão das Conselho consultivo
zonas de caça nacionais, adiante designadas por
ZCN, para as autarquias locais ou para entidades 1 - A autarquia local, ou a entidade colectiva
colectivas integradas por estas. integrada por esta, deve constituir um conselho
consultivo que assegure a participação da
Artigo 2.º sociedade civil na política cinegética da ZCN.
Forma 2 - O conselho consultivo da ZCN integra um
representante de cada junta de freguesia da
1 - A transferência da gestão é efectuada nos área abrangida, um representante de cada uma
termos do artigo 24.º, n.º 2, do Decreto-Lei n.º das organizações do sector da caça de nível 1 e
202/2004, de 18 de Agosto, alterado pelo nível 2 existentes no concelho ou concelhos
Decreto-Lei n.º 201/2005, de 24 de Novembro. abrangidos, um representante de cada um dos
2 - O desenvolvimento das condições da conselhos directivos de baldios se a área
transferência de gestão deve constar de integrante da ZCN incluir territórios baldios.
protocolo de colaboração a estabelecer entre a 3 - Podem integrar ainda o conselho
Autoridade Florestal Nacional e a autarquia local consultivo, quando a autarquia local ou a
ou entidade colectiva integrada por esta, a entidade colectiva integrada por esta o
homologar pelo Ministro da Agricultura, do considerem, dois representantes dos conselhos
Desenvolvimento Rural e das Pescas, no qual cinegéticos municipais dos concelhos
são estabelecidas as compensações e taxas que abrangidos.
forem devidas pela mesma. 4 - Quando a ZCN se integre em áreas
3 - O protocolo referido no número anterior protegidas ou classificadas, o conselho
deve ser estabelecido ainda com o Instituto de consultivo deve integrar ainda dois
Conservação da Natureza e Biodiversidade representantes do Instituto de Conservação da
quando a ZCN se integre em áreas protegidas ou Natureza e Biodiversidade.
classificadas, em respeito pelo disposto no n.º 1 5 - Ao conselho consultivo compete emitir
do artigo 118.º do Decreto-Lei n.º 202/2004, de parecer sobre os programas de intervenção e
18 de Agosto, com as alterações introduzidas sobre os planos de gestão e exploração.
pelo Decreto-Lei n.º 201/2005, de 24 de 6 - A AFN pode, sempre que o entender,
Novembro. participar nas reuniões do conselho consultivo,
devendo para tanto ser notificada do dia e da
Artigo 3.º hora da sua realização bem como da ordem de
Exploração trabalhos.

1 - Após publicação da portaria que Artigo 6.º


estabelece a transferência de gestão, a Procedimento
autarquia local pode outorgar a exploração da
zona de caça a associações, federações ou O requerimento para a transferência de
confederações de caçadores, associações de gestão é dirigido ao Ministro da Agricultura, do
agricultores, de produtores florestais ou outras Desenvolvimento Rural e das Pescas, contendo a
entidades integradas por aquelas isoladamente identificação da ou das autarquias locais, ou da
ou em parceria. entidade colectiva integrada por estas, e da ZCN
2 - A entidade prevista no número anterior é cuja gestão se pretende transferir.
seleccionada através de concurso público, cujo
caderno de encargos deve respeitar as condições Artigo 7.º
definidas no protocolo referido no n.º 2 do artigo Entrada em vigor
2.º
A presente portaria entra em vigor no dia
seguinte ao da sua publicação.

395
Autarquias Locais - Legislação Nacional

396
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Portaria n.º 133/2011, de 4 de Abril Artigo 3.º
Aprova o Regulamento para o Produção de efeitos
Funcionamento das Zonas de Caça
Municipais, revogando a Portaria n.º A presente portaria produz efeitos a partir do
545/2008, de 27 de Junho dia seguinte ao da sua publicação.

As zonas de caça municipais criadas pela Lei ANEXO


n.º 173/99, de 21 de Setembro, ao REGULAMENTO PARA O FUNCIONAMENTO
proporcionarem o exercício da caça organizado a DAS ZONAS DE CAÇA MUNICIPAIS
um número maximizado de caçadores em
condições especialmente acessíveis, assumem- Artigo 1.º
se como um instrumento muito importante no Autorização especial de caça
ordenamento de todo o território cinegético.
Considerando que o ordenamento dos 1 - Nas zonas de caça municipais (ZCM) só é
recursos cinegéticos deve obedecer aos permitido o acto venatório aos caçadores que,
princípios da sustentabilidade e da conservação para além dos documentos legalmente exigidos,
de diversidade biológica e genética; sejam titulares de uma autorização especial de
Considerando que a exploração ordenada dos caça em modelo homologado pela Autoridade
recursos cinegéticos é de interesse nacional, Florestal Nacional (AFN), emitida pela respectiva
devendo ser ordenada em todo o território; entidade gestora.
Considerando, ainda, que os recursos 2 - As autorizações especiais de caça são
cinegéticos constituem um património natural concedidas a um número de caçadores que não
renovável, susceptível de uma gestão ultrapasse o número de jornadas diárias de caça
optimizada e de um uso racional; autorizadas, mediante candidatura a sorteio nos
Tendo em vista o estabelecimento de um termos deste Regulamento.
quadro de funcionamento simultaneamente 3 - As autorizações especiais de caça são
simples e transparente: nominais e intransmissíveis, identificando a zona
Importa definir as normas gerais que de caça municipal (ZCM), a entidade emissora, a
concretizam e normalizam o direito de acesso espécie ou grupo de espécies cinegéticas, os
dos caçadores ao exercício da caça nas zonas de processos de caça e as datas das jornadas de
caça municipais, bem como os termos em que caça para que são válidas.
devem ser apresentados os resultados anuais de 4 - As autorizações especiais de caça são
exploração cinegética e os resultados de individuais ou colectivas, podendo estas últimas
exploração financeira. ser atribuídas a grupos constituídos por um
Assim: máximo de cinco caçadores, no caso de o
Ao abrigo do disposto no artigo 10.º, no n.º 1 processo de caça ser de salto a determinadas
do artigo 15.º, nas alíneas g) e i) do artigo 19.º, espécies cinegéticas.
no n.º 3 do artigo 26.º e no artigo 27.º do 5 - As autorizações especiais individuais ou
Decreto-Lei n.º 202/2004, de 18 de Agosto, com colectivas são ainda classificadas nos tipos A, B,
a redacção que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei C ou D, correspondentes aos caçadores nas
n.º 201/2005, de 24 de Novembro, com as condições descritas, respectivamente, nas
alterações dos Decretos-Leis n.os 9/2009, de 9 alíneas a), b), c) e d) do n.º 1 do artigo 15.º do
de Janeiro, e 2/2011, de 6 de Janeiro, e no uso Decreto-Lei n.º 202/2004, de 18 de Agosto, com
das competências delegadas pelo Ministro da a redacção que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei
Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das n.º 201/2005, de 24 de Novembro, com as
Pescas através do despacho n.º 78/2010, de 5 alterações dos Decretos-Leis n.os 9/2009, de 9
de Janeiro: de Janeiro, e 2/2011, de 6 de Janeiro.
Manda o Governo, pelo Secretário de Estado 6 - Para efeitos de enquadramento das
das Florestas e Desenvolvimento Rural, o autorizações especiais de caça colectivas nos
seguinte: tipos identificados no n.º 5, os caçadores que
integram cada grupo devem reunir as mesmas
Artigo 1.º condições ou, não as reunindo, devem ser
Regulamento enquadrados no tipo que comportar maior
número de elementos, decidindo a entidade
É aprovado o Regulamento para o gestora em caso de igualdade.
Funcionamento das Zonas de Caça Municipais,
anexo à presente portaria e da qual faz parte Artigo 2.º
integrante. Condições de candidatura e acesso

Artigo 2.º 1 - Para cada zona de caça municipal e para


Norma revogatória cada época venatória, as respectivas entidades
gestoras devem divulgar as condições de
É revogada a Portaria n.º 545/2008, de 27 de candidatura e acesso seguintes:
Junho.

397
Autarquias Locais - Legislação Nacional
a) As espécies ou grupos de espécies
a) A ZCM a que se refere a candidatura;
cinegéticas a explorar, bem como os
b) A espécie ou grupo de espécies
processos e as datas das respectivas
cinegéticas e respectivos processos de
jornadas;
caça a que se candidata;
b) Os limites diários de abate por
c) As datas das jornadas de caça a que
caçador, por espécie ou grupo de
se candidata;
espécies cinegéticas;
d) O nome, morada, número de carta de
c) O número de jornadas de caça diárias,
caçador e número de telefone;
por espécie ou grupo de espécies
e) Nas candidaturas para a concessão de
cinegéticas;
autorizações especiais de caça
d) Os períodos de inscrição e a indicação
colectivas considera-se como
da aceitação de inscrições em grupo,
representante do grupo o primeiro
no caso de existir;
caçador nela identificado.
e) A morada para apresentação das
candidaturas; 3 - Sempre que se justifique, devem os
f) O local, data e horas de realização dos candidatos indicar ainda:
sorteios;
g) A percentagem por tipo de a) A qualidade de proprietário ou de
autorização especial de caça a atribuir titular de direito de uso e fruição nos
em cada dia de caça; termos legais sobre os terrenos
h) O valor das taxas a cobrar por inseridos na ZCM;
caçador e jornada de caça, bem como b) A condição de associado em zona de
o prazo, forma e condições de caça associativa integrada na mesma
pagamento; região cinegética onde se situa a ZCM.
i) O local para consulta de actas e listas 4 - Em caso de dúvida, as entidades gestoras
de candidatos; podem exigir documento comprovativo da
j) A identificação dos meios de contacto qualidade a que se refere a alínea a) do n.º 3.
para os interessados acederem a 5 - As candidaturas que não reúnam os
informações. requisitos aplicáveis são rejeitadas, devendo ser
2 - No estabelecimento das condições de elaborada e disponibilizada para consulta a
candidatura e acesso às ZCM, entre o final do respectiva listagem, com a indicação do motivo
período de apresentação de candidaturas e a que levou à eliminação.
data de realização do sorteio respectivo devem
mediar pelo menos três dias úteis, e entre a do Artigo 5.º
sorteio e o dia de caça respectivo, pelo menos Sorteio das candidaturas
três dias úteis.
1 - Todos os sorteios a que se refere o
Artigo 3.º presente Regulamento são públicos.
Divulgação 2 - As candidaturas aceites são organizadas
por tipo, espécies ou grupos de espécies
1 - Sem prejuízo da divulgação das condições cinegéticas, processo e jornada de caça.
de candidatura e acesso nos termos previstos na 3 - As autorizações especiais de caça são
lei, as entidades gestoras devem remeter à AFN atribuídas pela ordem consignada em sorteio aos
cópia em formato digital simultaneamente com o candidatos aceites para cada dia de caça, até ao
envio para jornal de expansão nacional, para limite das jornadas.
que seja feita a sua divulgação no sítio da 4 - Na sequência do sorteio a que se refere o
Internet da AFN. número anterior é elaborada uma acta e uma
2 - As entidades gestoras devem assegurar a lista ordenada dos candidatos sorteados, com
informação aos candidatos quanto à indicação dos não contemplados, e enviadas à
elegibilidade das suas candidaturas através da AFN para que seja feita a sua divulgação no sítio
divulgação em página na Internet. da Internet da AFN.

Artigo 4.º Artigo 6.º


Candidatura à autorização especial de caça Dispensa de sorteio

1 - Para cada ZCM e época venatória, cada 1 - É dispensada a realização de sorteio


caçador só pode apresentar uma candidatura por sempre que o número de candidatos a
jornada de caça ou época venatória, espécie ou determinado tipo de autorização especial de
grupo de espécies cinegéticas. caça e dia de caça for inferior ou igual ao
2 - Os interessados devem apresentar a sua respectivo número de jornadas autorizadas.
candidatura em formulário de modelo 2 - Quando o número de inscrições não
homologado pela AFN, por correio, por e-mail ou preencher o número de jornadas de caça
pessoalmente, na morada divulgada para o disponibilizadas, a entidade gestora pode:
efeito, contra comprovativo, indicando:

398
Autarquias Locais - Legislação Nacional
a) Atribuir as jornadas de caça 5 - O montante das taxas cobradas reverte
disponíveis aos caçadores que para as entidades gestoras das ZCM até ao
manifestem esse interesse nas 48 limite das despesas elegíveis efectuadas com a
horas que antecedem a jornada de respectiva gestão e administração, devendo a
caça; entidade gestora, em caso de excedente,
b) Promover um segundo processo de proceder, aquando da extinção da ZCM, à
divulgação, sorteando apenas as entrega do mesmo à AFN.
jornadas de caça que ficaram desertas.
Artigo 8.º
3 - Quando a entidade gestora optar pelo
Caução
previsto no número anterior, deverá actualizar
de imediato a listagem enviada à AFN.
No acto de apresentação das candidaturas
pode ser exigido o pagamento de uma caução,
Artigo 7.º
de montante não superior a 50 % do valor da
Taxas
taxa devida, a deduzir deste ou a devolver caso
a inscrição não seja aceite ou contemplada.
1 - O exercício da caça nas ZCM está sujeito
ao pagamento de uma taxa por jornada de caça
Artigo 9.º
de valor variável em função do tipo de
Incumprimento
autorização especial de caça e da espécie ou
grupos de espécies cinegéticas, nos seguintes
1 - A falta de pagamento da taxa nas
termos:
condições definidas implica a anulação da
a) Para as autorizações do tipo A: candidatura, perdendo o interessado o direito de
reembolso de qualquer valor pago a título de
i) Entre (euro) 5 e (euro) 20 no caso caução.
de caça menor sedentária e 2 - A não comparência dos candidatos
espécies migradoras; admitidos no dia, local e hora marcados ou sem
ii) Entre (euro) 25 e (euro) 50 no serem portadores dos documentos necessários
caso de javali; para o exercício da caça implica a revogação da
iii) Ente (euro) 50 e (euro) 100 nas autorização especial de caça, não havendo lugar
restantes espécies de caça maior; ao reembolso dos montantes legais.
iv) Aos troféus e carcaças, os critérios 3 - Sem prejuízo da aplicação das sanções
e valores definidos na portaria que previstas na lei, a entidade gestora pode revogar
regula o exercício da caça em zonas a autorização especial de caça aos caçadores
de caça nacionais; que incumprirem as suas orientações no
b) Para as autorizações dos tipos B e C, exercício da caça na ZCM, constituindo
o limite máximo da taxa não pode fundamento para a suspensão do caçador até ao
exceder o dobro aplicável aos termo da época venatória em que se verifica a
caçadores classificados no tipo A; ocorrência e a rejeição da sua candidatura na
c) Para as autorizações do tipo D, o época venatória seguinte.
limite máximo da taxa não pode
exceder o triplo do aplicado aos Artigo 10.º
caçadores classificados no tipo A. Informação

2 - A taxa devida pelos proprietários ou Os caçadores estão obrigados a facultar à


titulares de direitos de uso e fruição de terrenos entidade gestora, nos termos e condições por
cinegéticos inseridos na ZCM é de 50 % da esta estabelecidos, informação sobre o número
estabelecida para os restantes caçadores de exemplares abatidos em cada dia de caça.
inseridos no tipo A.
3 - No caso de grupos de caçadores, Artigo 11.º
independentemente do tipo de autorização Resultados do plano anual de exploração e
atribuída ao grupo, a taxa devida por cada da execução financeira
caçador é a correspondente à sua condição
individual, nos termos definidos nas alíneas a), 1 - Os resultados da exploração cinegética e
b), c) e d) do n.º 1 do artigo 15.º do Decreto-Lei os da execução financeira devem ser
n.º 202/2004, de 18 de Agosto. apresentados em formulário homologado pela
4 - Para efeitos do cumprimento do AFN.
estabelecido na subalínea vii) da alínea c) do n.º 2 - Os resultados da exploração cinegética
2 do artigo 27.º do Decreto-Lei n.º 202/2004, devem contemplar:
de 18 de Agosto, é suficiente a referência às
taxas previstas na presente portaria, podendo as a) Número de jornadas de caça
mesmas ser alteradas, anualmente, desde que realizadas, por espécie ou grupo de
se mantenham dentro dos valores ora espécies cinegéticas, processos e tipo
estabelecidos. de autorização;

399
Autarquias Locais - Legislação Nacional
b) Número de dias de caça e de
exemplares abatidos por espécie
cinegética.
3 - Os resultados da execução financeira
devem discriminar as despesas com a gestão e
administração da zona de caça e as receitas
provenientes das taxas cobradas por tipo de
autorização.
4 - Para efeitos do presente Regulamento,
consideram-se elegíveis as despesas decorrentes
de:
a) Fiscalização;
b) Ordenamento cinegético;
c) Rendas;
d) Seguros;
e) Sinalização;
f) Publicitação das condições de
candidatura e acesso;
g) Comunicações;
h) Aquisição de equipamentos;
i) Indemnização de prejuízos;
j) Prestações de serviços feitas por
associados, proprietários e rendeiros
com terrenos localizados dentro da
ZCM.

Artigo 12.º
Meios de comunicação

1 - O envio de toda a documentação a que se


refere a presente portaria por parte da entidade
gestora da ZCM para a AFN pode ser efectuado
através de uma organização do sector da caça.
2 - Para que o envio possa ser feito nos
termos do número anterior, deverá previamente
a entidade gestora enviar à AFN cópia da acta da
assembleia geral que autoriza a organização do
sector da caça em causa.
3 - Os modelos e formulários a que se refere
a presente portaria podem ser electrónicos
sempre que existam e tenham sido homologados
pela AFN.

Artigo 13.º
Contabilidade

1 - As entidades gestoras de ZCM devem


manter uma contabilidade simplificada.
2 - As entidades gestoras de ZCM devem
manter em arquivo, durante o prazo de cinco
anos, todos os documentos de suporte e
justificativos dos respectivos actos de gestão e
administração.
3 - A AFN efectuará todos os anos, de forma
aleatória, uma auditoria ao funcionamento das
ZCM.

400
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Portaria n.º 254/2014, de 9 de dezembro 3 - A eventual redefinição, pela entidade
Regulamenta o Programa de Estágios promotora, da informação prevista no n.º 2 só
Profissionais na Administração Local pode ter lugar dentro do prazo previsto no
número anterior.
No contexto económico nacional e da
situação do mercado de trabalho, o programa de Artigo 3.º
estágios profissionais na administração local Lançamento e publicitação dos estágios
pretende promover a integração de jovens no
mercado de trabalho, possibilitando-lhes o 1 - O lançamento e a publicitação do
exercício de funções adequadas às suas procedimento de recrutamento e seleção dos
qualificações através da realização de estágios estagiários compete às entidades onde decorrem
remunerados a serem realizados em entidades os estágios, designadas por entidades
da administração local autárquica. promotoras, e ocorre no período fixado no
Dispõe o artigo 22.º do Decreto-Lei n.º despacho previsto no n.º 3 do artigo 5.º e nos
166/2014, de 6 de novembro, que estabelece o termos definidos no artigo 6.º, ambos do
regime jurídico do Programa de Estágios Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro.
Profissionais na Administração Local (PEPAL), 2 - O aviso de abertura do procedimento de
que o PEPAL é regulamentado através de recrutamento devidamente numerado e datado
portaria do membro do Governo responsável indica, ainda, o prazo de validade do
pela área da administração local. procedimento, bem como, quando aplicável, a
Face ao disposto, a presente portaria referência dos estágios e o número de lugares
regulamenta a operacionalização do de estágio reservados a candidatos portadores
procedimento prévio de candidatura das de deficiência com um grau de incapacidade
entidades autárquicas interessadas em igual ou superior a 60 %.
promover estágios com vista à distribuição do 3 - Para os efeitos previstos no n.º 3 do
contingente de estágios fixado pela tutela, bem artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de
como do procedimento de recrutamento e novembro, é requisito prévio obrigatório à
seleção dos candidatos, para além de outros publicitação do procedimento de recrutamento
aspetos como a avaliação e certificação dos de estagiários, o registo, pela entidade
estagiários. promotora, do respetivo aviso no formulário
Assim: eletrónico disponível no acesso reservado do
Nos termos do disposto no artigo 22.º do sítio da Internet do Portal Autárquico.
Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro:
Manda o Governo, pelo Secretário de Estado Artigo 4.º
da Administração Local, o seguinte: Candidatura

Artigo 1.º 1 - Para efeitos do previsto no artigo 7.º do


Objeto Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, as
candidaturas são apresentadas exclusivamente
A presente portaria regulamenta o Programa através do preenchimento de formulário de
de Estágios Profissionais na Administração Local, candidatura, que obedece ao modelo definido
instituído pelo Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 pela DGAL conforme estabelecido na subalínea i)
de novembro, adiante designado por PEPAL. da alínea b) do n.º 1 do artigo 17.º e
disponibilizado no sítio da internet da entidade
Artigo 2.º promotora, se existir, e no Portal Autárquico,
Procedimento de pré-candidatura das nos termos dos números seguintes.
entidades promotoras 2 - No formulário de candidatura, o candidato
indica os seus dados de identificação pessoal e
1 - O lançamento dos estágios é precedido de fornece os elementos para a sua avaliação
um procedimento de pré-candidatura das curricular, referidos nos artigos seguintes.
entidades interessadas em promover estágios, 3 - O formulário previsto no n.º 1 deve
coordenado pela Direção-Geral das Autarquias conter ainda:
Locais (DGAL), para efeitos da sua distribuição,
a) Declaração de cumprimento, à data
nos termos do n.º 3 do artigo 5.º do Decreto-Lei
do fim do prazo de candidatura, dos
n.º 166/2014, de 6 de novembro.
requisitos legais da mesma,
2 - O procedimento de pré-candidatura
nomeadamente que se encontra nas
previsto no número anterior é efetuado, no
condições referidas no artigo 4.º do
prazo fixado pela DGAL, através do
Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de
preenchimento de formulário eletrónico
novembro;
disponível no acesso reservado do sítio da
b) A seguinte indicação: «Declaro, sob
Internet do Portal Autárquico, onde as entidades
compromisso de honra, que todas as
promotoras inserem a informação sobre o
informações prestadas neste formulário
número de estágios que pretendem, o nível de
são verdadeiras».
qualificação exigido, bem como outros
elementos julgados relevantes pela DGAL.

401
Autarquias Locais - Legislação Nacional
4 - A prestação de informações falsas c) Classificação final do 12.º ano ou
determina a exclusão de qualquer edição do equivalente, quando aplicável;
PEPAL, bem como de qualquer programa de d) Experiência profissional;
estágios profissionais financiados pelo Estado. e) Formação profissional comprovada.
5 - O candidato dentro do prazo para a
7 - Os candidatos licenciados apresentam a
apresentação de candidaturas é responsável
sua candidatura em função da área de formação
pelo envio à entidade promotora do formulário
da respetiva licenciatura, sendo a classificação
referido no n.º 1 devidamente preenchido e da
final desta a que se considera para efeitos de
prova documental requerida, nos termos do
avaliação curricular.
artigo 6.º da presente portaria.
8 - Ao candidato podem ser solicitados,
6 - O prazo durante o qual decorrem as
outros requisitos julgados relevantes,
candidaturas é definido pela entidade
nomeadamente com vista à confirmação da
promotora, nos termos do artigo 6.º do Decreto-
idoneidade do candidato para o estágio.
Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro.
Artigo 6.º
Artigo 5.º
Comprovação dos requisitos e outra
Informação exigível
informação relevante
1 - São considerados dados de identificação
1 - Os requisitos previstos no artigo 4.º do
de preenchimento obrigatório no formulário de
Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro,
candidatura:
bem como a informação adicional são
a) O nome; comprovados pela entidade promotora, através
b) A data de nascimento; da validação da documentação, remetida pelos
c) O número de identificação civil; candidatos, referida no n.º 3.
d) O número de identificação fiscal; 2 - Sem prejuízo do disposto no número
e) O endereço de correio eletrónico e o anterior, compete à entidade promotora
número telefónico a utilizar em solicitar, junto dos serviços do IEFP, a
contacto posterior no âmbito do verificação da inscrição como desempregado dos
procedimento de candidatura; candidatos selecionados para a realização dos
f) Morada completa; estágios, bem como da informação sobre a
g) Concelho de residência. frequência de estágios financiados por aquela
entidade.
2 - O candidato que seja portador de
3 - Para efeitos do cumprimento do previsto
incapacidade igual ou superior a 60 % e
no n.º 1, os candidatos apresentam os seguintes
pretenda beneficiar do regime previsto no n.º 5
documentos:
do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6
de novembro, deve assinalar tal pretensão no a) Cópia do documento de identificação
campo correspondente. (BI/cartão de cidadão/passaporte);
3 - O candidato que tenha ou não b) Cópia do documento de identificação
frequentado programas de estágios profissionais fiscal (NIF), no caso de não ser
financiados por fundos públicos, nos quais se portador de cartão de cidadão;
incluem os apoiados por fundos concedidos c) Cópia de documento comprovativo da
diretamente pela Comissão Europeia, assinala o morada (carta de condução ou outro);
facto no campo correspondente, para os efeitos d) Declaração da Segurança Social da
previstos no n.º 3 do artigo 7.º do Decreto-Lei qual conste o registo de remunerações
n.º 166/2014, de 6 de novembro. do candidato (ou a não existência do
4 - O candidato indica se está ou não inscrito, mesmo);
a tempo inteiro, em qualquer sistema de ensino e) Cópia de comprovativo da
ou formação profissional. incapacidade igual ou superior a 60 %,
5 - O candidato indica a sua situação face ao quando aplicável;
emprego e se se encontra inscrito como f) Cópia do certificado de habilitações
desempregado nos serviços do Instituto de onde conste a respetiva classificação;
Emprego e Formação Profissional, I. P. (IEFP). g) Cópia do certificado de 12.º ano ou
6 - O candidato indica ainda obrigatoriamente equivalente onde conste a respetiva
no formulário de candidatura, para efeitos de classificação (se aplicável);
avaliação curricular, os seguintes elementos: h) Cópia do certificado de Mestrado ou
Doutoramento (se aplicável);
a) Habilitação académica e respetiva
i) Cópia dos certificados de formação
classificação final, e, no caso de deter o
profissional onde conste o respetivo
grau de licenciado, a área de formação
número de horas ou no caso de ações
e a designação da licenciatura;
de muito curta duração como
b) Outras habilitações académicas de
seminários e afins, a data de realização
grau superior à licenciatura, quando
(se aplicável);
aplicável;

402
Autarquias Locais - Legislação Nacional
j) Comprovativos dos requisitos por ordem decrescente do número
solicitados pela entidade promotora. máximo de estágios atribuídos a cada
entidade promotora cumprindo o
4 - A não comprovação dos requisitos bem
disposto na alínea b), sendo depois
como da informação complementar solicitada
divulgados no Despacho previsto no n.º
nos termos do número anterior constitui motivo
3 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º
de exclusão da edição do PEPAL.
166/2014, de 6 de novembro.
Artigo 7.º 2 - Cabe à entidade promotora a definição,
Avaliação dos candidatos na publicitação referida no artigo 3.º da
presente portaria, dos estágios que asseguram o
1 - Para efeitos de avaliação curricular cumprimento da quota calculada nos termos do
consideram-se os seguintes fatores: número anterior e atribuída a cada entidade
promotora pelo Despacho previsto no n.º 3 do
a) Habilitação académica;
artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de
b) Classificação final obtida;
novembro.
c) Média obtida no 12.º ano ou
3 - O provimento dos lugares para estágio
equivalente (quando aplicável);
faz-se em duas fases, sendo primeiro
d) Formação profissional;
preenchidos os lugares não reservados a
e) Experiência profissional.
portadores de deficiência, pela ordem da lista de
2 - Para cada um dos fatores de avaliação classificação final, seguindo-se-lhe o
curricular previstos no número anterior, a preenchimento dos lugares reservados a
entidade promotora pode definir subfatores. portadores de deficiência, de entre candidatos
3 - Compete a cada uma das entidades com deficiência que não tenham obtido
promotoras definir para cada estágio a provimento na primeira fase, de acordo com a
ponderação dos fatores e a fórmula da avaliação respetiva graduação.
curricular, bem como a fórmula de avaliação 4 - No caso de não haver candidatos com
final dos candidatos. deficiência admitidos ou aprovados em número
suficiente, os lugares reservados a portadores
Artigo 8.º de deficiência podem ser preenchidos nos
Classificação e seleção dos candidatos termos da primeira parte do número anterior.
5 - Nos concursos em que o número de
1 - As listas de classificação dos candidatos, lugares de estágio não preveja lugares
por estágio, são ordenadas por ordem reservados a portadores de deficiência, o
decrescente das classificações e divulgadas pelas candidato com deficiência tem preferência em
respetivas entidades promotoras. igualdade de classificação, a qual prevalece
2 - As listas dos estagiários selecionados para sobre qualquer outra preferência legal.
realizar estágio são divulgadas pelas respetivas
entidades promotoras e no Portal Autárquico. Artigo 10.º
3 - As listas referidas no número anterior Contrato de estágio
ficam disponíveis no Portal Autárquico até ao
final da respetiva edição. 1 - No início do estágio, nos termos do n.º 1
do artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6
Artigo 9.º de novembro, a entidade promotora celebra com
Candidatos portadores de deficiências o estagiário um contrato de estágio que obedece
ao modelo disponibilizado pela DGAL conforme
1 - Para efeitos do n.º 5 do artigo 5.º do estabelecido na subalínea ii) da alínea b) do n.º
Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, a 1 do artigo 17.º, onde se prevejam os
determinação dos lugares de estágio, a serem correspondentes direitos e deveres.
preenchidos por pessoas portadoras de 2 - O contrato previsto no presente artigo,
deficiência, com um grau de incapacidade igual sujeito à forma escrita, é celebrado em dois
ou superior a 60 %, é efetuada do seguinte exemplares pelo candidato e pelo dirigente
modo: máximo da respetiva entidade promotora,
ficando um exemplar para cada uma das partes
a) 5 % do número total de estágios contratantes, do qual devem constar os
atribuídos, arredondado à unidade; seguintes elementos:
b) Em cada entidade promotora, um
lugar quando o número total de a) A identificação, as assinaturas e o
estágios atribuídos for igual ou superior domicílio ou sede das partes;
a 3 e igual ou inferior a 10 e dois b) O nível de qualificação do estagiário;
lugares quando o número total de c) Direitos e deveres das partes;
estágios for superior a 10; d) A duração do estágio e a data em que
c) Os lugares de estágio calculados na se inicia;
alínea a) são distribuídos pela DGAL
pelas diferentes entidades promotoras

403
Autarquias Locais - Legislação Nacional
e) A área em que o estágio se sua aprovação, os objetivos e a
desenvolve e as funções ou tarefas que especificação do plano do estágio;
no âmbito daquela se encontram b) Inserir o estagiário no respetivo
atribuídas ao estagiário; ambiente de trabalho;
f) O local e o período de duração, diário c) Efetuar o acompanhamento técnico-
e semanal, das atividades do estágio; pedagógico do estagiário,
g) O valor da bolsa de estágio e do supervisionando o seu progresso face
subsídio de refeição; aos objetivos e plano definidos e
h) A data de celebração do contrato. garantir a formação em contexto de
trabalho necessária ao
3 - Anexo ao contrato deve constar cópia da
desenvolvimento das competências
apólice de seguro a que se refere o n.º 2, alínea
exigidas para o exercício das funções;
b), do artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 166/2014,
d) Elaborar os relatórios de
de 6 de novembro.
acompanhamento do estágio e a ficha
4 - Com a assinatura do contrato cessa a
com a proposta de avaliação final do
possibilidade do estagiário aceitar qualquer
estagiário a submeter ao dirigente
notificação doutra entidade promotora para a
máximo do órgão executivo da
realização de estágio na edição em curso do
entidade promotora, com base nos
PEPAL.
modelos definidos nas subalíneas iii) e
iv) da alínea b) do n.º 1 do artigo 17.º;
Artigo 11.º
e) Nos casos em que o estágio se
Início do estágio
desenvolva em entidade diferente da
promotora, enviar à entidade
O estágio tem início no prazo máximo de 30
promotora a informação sobre o
dias após a aceitação pelo candidato do
mesmo mencionada no n.º 1 do artigo
respetivo lugar.
15.º;
f) Afetar o estagiário ao desenvolvimento
Artigo 12.º
exclusivo de atividades respeitantes à
Bolsa de estágio e outros apoios
sua área de formação e para as quais
foi admitido, bem como assegurar que
O processamento dos pagamentos aos
a sua atividade não corresponda à
estagiários da bolsa de estágio e do subsídio de
supressão de carências de recursos
refeição, previstos respetivamente no n.º 1 e na
humanos da entidade promotora.
alínea a) do n.º 2 do artigo 15.º do Decreto-Lei
n.º 166/2014, de 6 de novembro, é efetuado
Artigo 15.º
pela entidade promotora dos estágios.
Informação sobre o estágio
Artigo 13.º
1 - Compete às entidades promotoras dos
Substituição de estagiário
estágios registar no sítio do PEPAL, em área
apenas acessível pela DGAL, todos os dados
Em caso de cessação do contrato de estágio
relevantes para o acompanhamento e avaliação
por iniciativa do estagiário nos primeiros 30 dias
dos estágios, nomeadamente:
após o seu início, pode a entidade promotora
celebrar novo contrato para substituição a) Identificação do estagiário;
daquele, no respeito pela ordenação da b) Número de identificação da segurança
classificação da lista de candidatos ao respetivo social;
lugar de estágio. c) Data de início do estágio;
d) Se beneficia ou não do regime
Artigo 14.º previsto no n.º 5 do artigo 5.º do
Orientação Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de
novembro;
1 - O estágio decorre sob a orientação de um e) Períodos de suspensão e cessação do
orientador, designado formalmente pela estágio, com as respetivas
entidade onde o mesmo decorre. justificações;
2 - A entidade onde decorre o estágio f) Relatórios de acompanhamento do
designa o respetivo orientador de entre estágio, correspondentes aos 1.º e 2.º
dirigentes, chefias ou outros trabalhadores com quadrimestres;
relevante experiência e aptidão para o efeito. g) Ficha de avaliação final do estagiário.
3 - Cada orientador tem a seu cargo, no
2 - A não entrega dos dados referidos no
máximo, três estagiários.
número anterior constitui fundamento para a
4 - Compete ao orientador:
revogação do financiamento dos respetivos
a) Propor ao dirigente máximo do órgão estágios, quando aplicável.
executivo da entidade promotora, para

404
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - A informação referida nas alíneas a), b) e vi) Modelo do certificado de
c) do n.º 1 deve ser enviada à DGAL até 3 dias frequência e aprovação do
úteis após a celebração do contrato para efeitos estagiário;
do cumprimento dos deveres de informação no vii) Instruções de preenchimento dos
âmbito do Plano Nacional de Implementação de modelos previstos nas subalíneas
uma Garantia Jovem (PNI-GJ). anteriores.
4 - Os estagiários procedem à avaliação do
2 - A DGAL elabora um relatório final de
estágio decorridos seis meses da sua frequência
execução de cada edição do PEPAL, com base
e no seu termo e da mesma dão conhecimento à
em informação recolhida, prestada por cada
DGAL, nos termos a definir por esta.
entidade promotora nos termos do artigo 15.º
5 - As entidades promotoras e os estagiários
3 - No âmbito das suas competências de
obrigam-se a dar resposta aos inquéritos
gestão, coordenação e acompanhamento do
lançados pela DGAL para efeitos de avaliação do
PEPAL, a DGAL pode propor ao membro do
contributo do PEPAL para a inserção dos
Governo competente a adoção de medidas
estagiários no mercado de trabalho.
consideradas necessárias para assegurar o
cumprimento dos objetivos de cada edição do
Artigo 16.º
PEPAL.
Avaliação e certificação dos estagiários
Artigo 18.º
1 - No final do estágio, os estagiários são
Entrada em vigor
avaliados de acordo com as regras, as
componentes e os critérios da avaliação
A presente portaria entra em vigor no dia
definidos pela DGAL, nos termos da alínea a) do
seguinte ao da sua publicação.
n.º 1 do artigo seguinte.
2 - As componentes da avaliação referidas no
número anterior integram obrigatoriamente os
objetivos dos estagiários e as competências
individuais.
3 - Aos estagiários aprovados são entregues
certificados comprovativos da frequência e
aprovação no estágio, de acordo com o modelo
definido pela DGAL nos termos da subalínea vi)
da alínea b) do n.º 1 do artigo seguinte.
4 - A listagem dos estagiários aprovados é
disponibilizada pela DGAL no Portal Autárquico.
5 - Compete à entidade promotora do estágio
anexar ao certificado referido no n.º 3 uma
descrição das atividades desenvolvidas e dos
conhecimentos adquiridos.

Artigo 17.º
Gestão e coordenação do PEPAL

1 - Sem prejuízo das competências de gestão


e coordenação do PEPAL previstas no artigo 19.º
do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro,
compete à DGAL, enquanto entidade
responsável pela gestão e coordenação do
PEPAL, definir e disponibilizar:
a) As regras, as componentes e os
critérios de avaliação final dos
estagiários;
b) Os seguintes instrumentos:
i) Formulário de candidatura;
ii) Modelo do contrato de estágio;
iii) Modelo do relatório de
acompanhamento do estágio;
iv) Modelo da ficha de avaliação final
do estagiário;
v) Modelo do relatório de avaliação a
preencher pelo estagiário;

405
Autarquias Locais - Legislação Nacional

406
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Portaria n.º 256/2014, de 10 de dezembro


Fixa o montante mensal da bolsa de estágio
concedida, no âmbito do Programa de Estágios
Profissionais na Administração Local

O Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, que


cria o Programa de Estágios Profissionais na
Administração Local (PEPAL), estipula no n.º 1 do seu
artigo 15.º que aos estagiários é concedida, por cada
um dos meses de duração do estágio, uma bolsa de
estágio de montante fixado por portaria dos membros
do Governo responsáveis pelas áreas das finanças, da
administração pública e da administração local.
Assim:
Ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 15.º do
Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, manda o
Governo, através da Ministra de Estado e das Finanças
e do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, o
seguinte:

Artigo 1.º
Objeto

A presente portaria fixa o montante mensal da bolsa


de estágio concedida, no âmbito do Programa de
Estágios Profissionais na Administração Local (PEPAL).

Artigo 2.º
Bolsa de estágio

1 - O montante da bolsa de estágio é fixado em 1,65


vezes o valor correspondente ao indexante dos apoios
sociais (IAS), para os estagiários que possuam uma
qualificação correspondente, pelo menos, ao nível 6
(licenciatura) da estrutura do Quadro Nacional de
Qualificações, constante do anexo II à Portaria n.º
782/2009, de 23 de julho.
2 - Quando, ao abrigo do disposto no n.º 3 do artigo
1.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, a
Portaria prever a atribuição de estágios noutras
carreiras do regime geral da função pública de
diferentes níveis de qualificação da estrutura do Quadro
Nacional de Qualificações, constante do anexo II à
Portaria n.º 782/2009, de 23 de julho, aplicam-se os
seguintes montantes de bolsa de estágio:
a) 1,2 vezes IAS aos estagiários com qualificação de nível
3;
b) 1,3 vezes IAS aos estagiários com qualificação de nível
4;
c) 1,4 vezes IAS aos estagiários com qualificação de nível
5.

Artigo 3.º
Entrada em vigor

A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao


da sua publicação.

407
Autarquias Locais - Legislação Nacional

408
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Portaria n.º 265/2014, de 17 de dezembro
Fixa o número máximo de estágios na edição do
Programa de Estágios Profissionais na
Administração Local

Dispõe o n.º 1 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º


166/2014, de 6 de novembro, que estabelece o regime
jurídico do Programa de Estágios Profissionais na
Administração Local (PEPAL), que o número máximo de
estagiários a selecionar é fixado por portaria do
membro do Governo responsável pela área da
administração local.
A presente portaria fixa o número máximo de
estagiários para a edição do PEPAL cujo processo se
inicia ainda no ano de 2014 e estabelece prioridades
temáticas a ponderar na distribuição dos estágios de
acordo com o previsto no n.º 2 do artigo 5.º do
Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro.
A presente edição do PEPAL é dirigida a jovens
licenciados, sendo os custos com os estágios
cofinanciados através de fundos comunitários no
âmbito do programa Garantia Jovem (IEJ).
Assim, nos termos do disposto no artigo 5.º do
Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, manda o
Governo, pelo Secretário de Estado da Administração
Local:

Artigo 1.º
Fixação do número de estágios

É fixado em 1500 o número máximo de estágios na


edição do Programa de Estágios Profissionais na
Administração Local (PEPAL) cujo processo de pré-
candidatura pelas entidades promotoras se inicia em
2014.

Artigo 2.º
Início do procedimento de pré-candidatura das
entidades promotoras

O procedimento de pré-candidatura das entidades


promotoras de estágios previsto no artigo 2.º da
Portaria n.º 254/2014, de 9 de dezembro, deve iniciar-
se no prazo de 5 dias da entrada em vigor da presente
Portaria.

Artigo 3.º
Prioridades temáticas

Caso o número de estágios solicitados pelas entidades


promotoras supere o contingente previsto no artigo 1.º,
relevam como prioridades para efeitos de distribuição
as seguintes áreas temáticas:
a) Promoção do desenvolvimento e da competitividade
económica local, energia e ciência;
b) Intervenção no domínio social, designadamente,
educação, saúde, ação social e cultura.

Artigo 4.º
Entrada em vigor

A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao


da sua publicação.

409
Autarquias Locais - Legislação Nacional

410
ASSOCIAÇÃO DE MUNÍCIPIOS E FREGUESIAS
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 54/98, de 18 de Agosto c) Participação na gestão e direcção do


Associações representativas dos municípios Centro de Estudos e Formação
e das freguesias Autárquica e dos demais organismos
especificamente vocacionados para as
A Assembleia da República decreta, nos matérias respeitantes às autarquias
termos do artigo 161.º, alínea c), do artigo locais.
166.º, n.º 3, e do artigo 112.º, n.º 5, da
2 - O disposto no número anterior não
Constituição, para valer como lei geral da
prejudica quaisquer direitos conferidos por lei
República, o seguinte:
aos municípios e às freguesias,
independentemente da sua associação.
Artigo 1.º
3 - O disposto na alínea a) do n.º 1 abrange
Objecto
o direito de as associações fazerem publicar, nos
termos da lei, no Diário da República uma
Os municípios e as freguesias podem
síntese das tomadas de posição por si
associar-se, designadamente, para efeitos da
formalmente expressas na consulta relativa aos
sua representação institucional junto dos órgãos
respectivos actos legislativos com incidência
de soberania e da administração central e da
autárquica.
cooperação com esta na participação em
organizações internacionais.
Artigo 5.º
Colaboração
Artigo 2.º
Constituição
Poderão ser estabelecidos acordos de
colaboração entre o Governo e as associações
As associações podem constituir-se como
nacionais relativos quer a acções de âmbito
pessoas colectivas privadas, nos termos da lei
interno quer de representação em organismos
civil.
internacionais.
Artigo 3.º
Artigo 6.º
Associações nacionais
Duração do mandato
1 - São consideradas associações de carácter
O mandato dos titulares dos órgãos da
nacional, desde que tenham associados em
associação terá a duração coincidente com a dos
todas as regiões administrativas e Regiões
titulares dos órgãos das autarquias locais.
Autónomas do País, as associações:
a) De municípios com um número de Artigo 7.º
associados superior a 100; Revogação
b) De freguesias com um número de
associados superior a 1500. É revogado o Decreto-Lei n.º 99/84, de 29 de
Março.
2 - Enquanto as regiões administrativas não
estiverem criadas, atender-se-á, para efeitos do
disposto no número anterior, à divisão distrital.

Artigo 4.º
Estatuto de parceiro

1 - As associações de carácter nacional


adquirem, automaticamente, o estatuto de
parceiro relativamente ao Estado, sendo-lhes
conferidos, sem prejuízo de outras disposições
legais, os seguintes direitos, em termos a
regulamentar:
a) Consulta prévia, pelos órgãos de
soberania, em todas as iniciativas
legislativas respeitantes a matéria da
sua competência;
b) Participação no Conselho Económico e
Social;

413
Autarquias Locais - Legislação Nacional

414
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 175/99, de 21 de Setembro Artigo 5.º


Estabelece o regime jurídico comum das Constituição
associações de freguesias de direito público
1 - Compete às juntas das freguesias
interessadas a promoção das diligências
A Assembleia da República decreta, nos
necessárias à constituição da associação, bem
termos da alínea c) do artigo 161.º da
como deliberar sobre a participação da freguesia
Constituição, para valer como lei geral da
e a aprovação dos estatutos.
República, o seguinte:
2 - A eficácia das deliberações referidas no
Artigo 1.º número anterior depende de aprovação das
Conceito respectivas assembleias de freguesia.
3 - A associação é constituída através de
A associação de freguesias é uma pessoa escritura pública, nos termos do n.º 1 do artigo
colectiva de direito público, criada por duas ou 158.º do Código Civil, sendo outorgantes os
mais freguesias geograficamente contíguas ou presidentes das juntas de freguesia das
inseridas no território do mesmo município para freguesias integrantes.
a realização de interesses comuns e específicos. 4 - A constituição e extinção da associação,
os estatutos e as respectivas modificações são
Artigo 2.º comunicados ao Ministério do Equipamento, do
Objecto Planeamento e da Administração do Território,
para efeitos de registo, pela freguesia em cuja
A associação de freguesias tem por fim a área a associação de freguesias esteja sediada.
realização de quaisquer interesses no âmbito
Artigo 6.º
das atribuições e competências próprias das
Estatutos
freguesias associadas, salvo as que, pela sua
natureza ou por disposição da lei, devam ser 1 - Os estatutos da associação devem conter
realizadas directamente pelas freguesias. indicação:

Artigo 3.º a) Da denominação, sede, objecto e


Incumbências composição;
b) Da duração da associação, caso não
1 - Podem constituir incumbências da seja constituída por tempo
associação de freguesias, designadamente, as indeterminado;
seguintes: c) Da contribuição de cada freguesia
para as despesas comuns necessárias à
a) Participação na articulação, realização do objecto;
coordenação e execução do d) Do número de representantes de cada
planeamento e de acções que tenham freguesia associada;
âmbito interfreguesias; e) Dos seus órgãos e respectivas
b) Gestão de equipamentos de utilização competências;
colectiva comuns a duas ou mais f) Das demais disposições necessárias ao
freguesias associadas; seu bom funcionamento.
c) Organização e manutenção em
funcionamento dos serviços próprios. 2 - Os estatutos devem ainda fixar as
condições de ingresso de novos associados e as
2 - A associação de freguesias, no condições de abandono das freguesias
desenvolvimento do seu objecto, pode participar associadas.
em empresas de capitais públicos de âmbito 3 - Os estatutos podem ser modificados por
municipal que abranjam a área geográfica de acordo das freguesias associadas, de harmonia
pelo menos uma das freguesias associadas. com o regime estabelecido na presente lei para
a respectiva aprovação.
Artigo 4.º 4 - Os estatutos devem conferir aos órgãos
Delegação de competências da associação todos os poderes necessários à
realização do respectivo objecto, com excepção
1 - Os órgãos da associação de freguesias, dos que, pela sua própria natureza ou disposição
constituída exclusivamente por freguesias da lei, devam ser exercidos directamente pelos
inseridas no território do mesmo município, órgãos das freguesias associadas.
podem praticar actos por delegação de
competências da respectiva câmara municipal. Artigo 7.º
2 - No caso de delegação de competências, Órgãos da associação
devem ser celebrados protocolos donde constem
as matérias delegadas, os direitos e obrigações São órgãos da associação:
das partes, os meios financeiros, o apoio técnico a) A assembleia interfreguesias;
e o apoio em recursos humanos. b) O conselho de administração.

415
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 8.º haja acordo prévio e expresso das
Composição e funcionamento da freguesias associadas;
assembleia interfreguesias f) Aceitar a delegação de competências
por parte das câmaras municipais dos
1 - A assembleia interfreguesias é o órgão municípios em que se insere alguma
deliberativo da associação e é constituída pelos das freguesias associadas;
presidentes ou seus substitutos e por um dos g) Fixar uma remuneração ou uma
vogais de cada uma das juntas das freguesias gratificação a atribuir ao delegado
associadas, por elas designados. executivo, mediante proposta do
2 - Nos casos de associações de apenas duas conselho de administração;
freguesias, serão dois os vogais a designar pelas h) Exercer as demais competências
respectivas juntas de freguesia, para os efeitos previstas na lei ou nos estatutos.
do número anterior.
3 - Os membros da assembleia Artigo 10.º
interfreguesias eleitos para o conselho de Composição e funcionamento do conselho
administração são substituídos, durante o de administração
período de tempo em que exercerem funções no
referido conselho, salvo se o número de 1 - O conselho de administração é o órgão
membros das respectivas juntas de freguesia executivo da associação e é composto por três a
não for suficiente para o efeito. cinco membros, eleitos pela assembleia
4 - A duração do mandato da assembleia interfreguesias de entre os seus membros.
interfreguesias e a dos respectivos membros é 2 - A assembleia interfreguesias designa, de
igual à do mandato para os órgãos das entre os membros do conselho de
freguesias, excepto se alguns daqueles deixarem administração, o presidente e um vice-
de pertencer ao órgão da freguesia que presidente, o qual substituirá o primeiro nas
representam, ou suspenderem o mandato, casos suas faltas e impedimentos.
em que, consoante a situação, serão 3 - A duração do mandato do conselho de
substituídos definitivamente ou durante o administração é de um ano, automaticamente
período de suspensão, salvo, neste último caso, renovável, se na primeira reunião da assembleia
deliberação da junta de freguesia respectiva em interfreguesias posterior ao seu termo não se
sentido diferente. proceder à eleição de novo conselho de
5 - As reuniões da assembleia interfreguesias administração.
são dirigidas por uma mesa constituída por um 4 - No caso de vacatura do cargo por parte
presidente e dois secretários, a eleger de entre de qualquer membro do conselho de
os seus membros. administração, deve o novo membro ser eleito
6 - A assembleia reúne em plenário ou por na primeira reunião da assembleia
secções, nos termos e nos prazos estipulados na interfreguesias que se realizar após a verificação
lei e nos estatutos. da vaga, para completar o mandato do anterior
7 - No início de cada mandato autárquico titular.
decorrente de eleições gerais nacionais para os 5 - O conselho de administração reúne nos
órgãos das autarquias locais é constituída nova termos e nos prazos estipulados na lei e nos
assembleia interfreguesias. estatutos.
6 - No início de cada mandato autárquico
Artigo 9.º decorrente de eleições gerais nacionais para os
Competências da assembleia órgãos das autarquias locais é obrigatoriamente
interfreguesias eleito novo conselho de administração.
7 - Os membros do conselho de
Compete à assembleia interfreguesias: administração cessam funções se suspenderem
o mandato ou se, por qualquer motivo, deixarem
a) Eleger o presidente e os secretários
de fazer parte do órgão da autarquia que
da mesa;
representam, sendo substituídos nos termos do
b) Eleger os membros do conselho de
disposto no n.º 4.
administração e designar o seu
presidente e vice-presidente;
Artigo 11.º
c) Aprovar as opções do plano e o
Competências do conselho de
orçamento, bem como apreciar os
administração
documentos de prestação de contas e o
relatório de actividades;
1 - Compete ao conselho de administração:
d) Aprovar as opções do plano e o
orçamento, bem como as contas e o a) Assegurar o cumprimento das
relatório de actividades; deliberações da assembleia
e) Aprovar alterações aos estatutos, por interfreguesias;
sua iniciativa ou sob proposta do b) Elaborar as opções do plano e o
conselho de administração, desde que projecto de orçamento;

416
Autarquias Locais - Legislação Nacional
c) Elaborar e aprovar os documentos de 5 - O exercício das funções de delegado
prestação de contas e o relatório de executivo não confere ao respectivo titular a
actividades e submetê-los à apreciação qualidade de funcionário ou agente e é
da assembleia interfreguesias; incompatível com o exercício de qualquer cargo
d) Propor à assembleia interfreguesias político em regime de permanência ou em
alterações aos estatutos; qualquer órgão autárquico das freguesias
e) Nomear um delegado executivo e associadas.
fixar os poderes que lhe são 6 - As funções de delegado executivo cessam
conferidos; a qualquer momento por deliberação do
f) Propor à assembleia interfreguesias a conselho de administração.
remuneração ou a gratificação a
atribuir ao delegado executivo, Artigo 15.º
consoante o desempenho das funções Assessoria técnica
seja a tempo inteiro ou a tempo
A associação de freguesias pode recorrer à
parcial;
assessoria técnica das comissões de
g) Superintender na gestão do pessoal
coordenação regional (CCR) da área em que se
ao serviço da associação;
situa a respectiva sede da associação.
h) Exercer as demais competências
previstas na lei ou nos estatutos. Artigo 16.º
2 - Os poderes da junta de freguesia Tutela
referentes à organização e gestão dos serviços
incluídos no objecto da associação consideram- A associação de freguesias está sujeita à
se transferidos para o conselho de tutela administrativa, nos mesmos termos que
administração. as autarquias locais.

Artigo 12.º Artigo 17.º


Continuidade do mandato Impugnação contenciosa

A assembleia interfreguesias e o conselho de As deliberações proferidas pelos órgãos da


administração mantêm-se em actividade de associação são contenciosamente impugnáveis
gestão corrente depois de terminado o nos mesmos termos das deliberações dos órgãos
respectivo mandato, até serem substituídos. das freguesias.
Artigo 13.º
Artigo 18.º
Publicitação
Património
As deliberações dos órgãos da associação
estão sujeitas às regras de publicitação das O património da associação é constituído
deliberações dos órgãos da freguesia. pelos bens e direitos para ela transferidos no
acto da constituição ou por ela posteriormente
Artigo 14.º adquiridos a qualquer título.
Delegado executivo
Artigo 19.º
1 - O conselho de administração pode Isenções
nomear um delegado executivo, a quem cabe
coordenar e assegurar a gestão corrente dos A associação beneficiará de isenção de
assuntos da associação, devendo, neste caso, pagamento de todos os impostos, taxas,
constar da acta os poderes que lhe são emolumentos e encargos de mais-valias
conferidos. previstos na lei para as autarquias locais.
2 - Mediante proposta do conselho de
administração, a assembleia interfreguesias Artigo 20.º
pode fixar a remuneração ou uma gratificação Receitas
ao delegado executivo, de acordo com as
funções exercidas. 1 - Constituem receitas da associação:
3 - A remuneração referida no número
anterior não pode exceder a remuneração a) O produto da contribuição de cada
estabelecida no regime de permanência dos freguesia;
eleitos locais para o presidente da maior junta b) As taxas e o rendimento proveniente
de freguesia associada. da utilização de bens e da prestação de
4 - Compete ao delegado executivo serviços, inseridos no âmbito do
apresentar ao conselho de administração, nos respectivo objecto;
meses de Junho e Dezembro, um relatório sobre c) O produto de coimas fixadas por lei ou
o modo como decorreu a gestão dos assuntos a regulamento que caibam à associação;
seu cargo. d) O rendimento de bens próprios e o
produto da sua alienação ou da
constituição de direitos sobre eles;

417
Autarquias Locais - Legislação Nacional
e) As dotações, subsídios ou 3 - A associação adopta o regime de
comparticipações provenientes dos contabilidade estabelecido para as autarquias
municípios ou da administração locais.
central;
Artigo 24.º
f) O produto de empréstimos;
Julgamento de contas
g) Quaisquer outras receitas prescritas
por lei. 1 - As contas da associação estão sujeitas a
2 - A contribuição estabelecida para cada apreciação e julgamento pelo Tribunal de
freguesia para constituição ou funcionamento da Contas, nos termos da respectiva lei de
associação deve ser entregue atempadamente, organização e processo, aplicáveis às freguesias.
nos termos estatutários, não havendo lugar à 2 - Para efeitos do disposto no número
sua reversão, mesmo quando a freguesia não anterior, as contas devem ser enviadas pelo
utilize os serviços prestados pela associação. conselho de administração ao Tribunal de
Contas, dentro dos prazos estabelecidos para as
Artigo 21.º freguesias.
Empréstimos 3 - As contas devem, igualmente, ser
1 - A associação de freguesias pode contrair enviadas pelo conselho de administração às
empréstimos a curto prazo, junto de quaisquer assembleias das freguesias associadas, para
instituições autorizadas por lei a conceder conhecimento, no prazo de um mês após o acto
crédito, nos mesmos termos que as freguesias. de apreciação pela assembleia interfreguesias.
2 - Os estatutos definem, nos limites da lei, Artigo 25.º
os termos da contratação de empréstimos e as Pessoal
respectivas garantias, que podem ser
1 - O pessoal necessário ao funcionamento
constituídas pelo património próprio da
da associação é requisitado ou destacado,
associação, por uma parcela das receitas de
preferencialmente das freguesias associadas,
cada freguesia ou, ainda, por uma parcela da
não ficando sujeito aos limites de duração
contribuição das mesmas para a associação.
legalmente previstos.
3 - O capital em dívida dos empréstimos
2 - O mapa de pessoal próprio da associação,
referidos no n.º 1 do presente artigo releva para
integrado exclusivamente pelo pessoal referido
efeito dos limites à capacidade de
no número anterior, é aprovado pela assembleia
endividamento das freguesias associadas, de
interfreguesias, mediante proposta do conselho
acordo com o critério legalmente definido para
de administração.
estas.
3 - O preenchimento do mapa referido no
4 - Para efeitos do disposto no número
número anterior pode ser efectuado por fases,
anterior, compete à assembleia interfreguesias
mas sempre com recurso à utilização dos
deliberar sobre a forma de imputação do capital
instrumentos de mobilidade a que se refere o
em dívida às freguesias associadas, a qual
n.º 1.
carece do acordo expresso das assembleias de
4 - Só podem ser desempenhadas por
freguesia das freguesias em causa.
pessoal em regime de contrato a termo certo as
Artigo 22.º funções que não correspondam a necessidades
Cooperação técnica e financeira permanentes da associação.
5 - O regime jurídico do pessoal próprio da
A associação de freguesias pode beneficiar
associação é o mesmo que o previsto na lei para
dos sistemas e programas específicos de apoio
o pessoal da administração local, regime esse
financeiro previstos na lei, nomeadamente no
também aplicável ao pessoal recrutado
quadro da cooperação técnica e financeira entre
temporariamente em tudo o que não for
o Estado e as freguesias.
incompatível com a natureza do seu contrato a
Artigo 23.º termo certo.
Opções do plano, orçamento e Artigo 26.º
contabilidade Extinção da associação
1 - As opções do plano e o orçamento da 1 - A associação extingue-se pelo decurso do
associação são elaborados pelo conselho de prazo, se não tiver sido constituída por tempo
administração e submetidos, para efeitos de indeterminado, quando o seu fim se tenha
aprovação, à assembleia interfreguesias no esgotado, ou por deliberação de todas as
decurso do mês de Outubro, sendo assembleias das freguesias associadas.
posteriormente remetidos pelo primeiro às 2 - Se os estatutos não dispuserem
assembleias das freguesias associadas, para diversamente, o património da associação, no
conhecimento, no prazo de um mês após a caso de extinção, é repartido entre as freguesias
citada aprovação. associadas na proporção da respectiva
2 - Do orçamento constam todas as receitas contribuição para as despesas da associação,
da associação e as respectivas despesas, seja ressalvados os direitos de terceiros
.

qual for a sua natureza.

418
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 68/2008, de 14 de Abril regionais existentes nos Estados membros,


Estabelece a definição das unidades visando a harmonização de critérios para efeitos
territoriais para efeitos de organização informativos e estatísticos comuns a todos os
territorial das associações de municípios e países da União Europeia.
áreas metropolitanas, para a participação Mas foi apenas em 2003 que foi aprovado o
em estruturas administrativas do Estado e Regulamento (CE) n.º 1059/2003, do
nas estruturas de governação do Quadro de Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de
Referência Estratégico Nacional 2007-2013 Maio de 2003, publicado no Jornal Oficial n.º L
(QREN) 154 de 21 de Junho de 2003, referente a NUTS.
(Com as alterações introduzidas pelos Decreto- O presente decreto-lei adopta o conceito de
Lei n.º 85/2009, de 3 de abril e pela Lei n.º unidades territoriais, definidas com base nas
21/2010, de 23 de agosto) NUTS III existentes ajustadas com dinâmicas
territoriais já estabilizadas.
Nos termos do Programa do XVII Governo Nos municípios e nas respectivas associações
Constitucional considera-se prioritário construir estão criadas expectativas de que a mudança no
uma estrutura coerente de governabilidade das modelo institucional e territorial se opera por
várias escalas territoriais e definir, com clareza, referência às NUTS III. Assim, numa lógica de
em cada uma delas, as instituições ganho de escala e de coerência de políticas
intervenientes, os fundamentos da sua públicas, muitas associações de municípios já
legitimidade e as respectivas competências e iniciaram um trabalho de referência, no âmbito
responsabilidades. Por isso, a coordenação, de políticas estratégicas e de planeamento, a
desconcentração e descentralização da gestão uma escala intermunicipal. Essa política
territorial, em consonância com a reorganização estratégica e de planeamento foi, em grande
territorial da administração autárquica e a parte dos casos, resultado da vontade expressa
reforma administrativa do Estado, são dos municípios, mas também dos conselhos
fundamentais, no respeito pelos princípios da regionais das comissões de coordenação e
subsidiariedade e da coesão. desenvolvimento regional, como órgãos
O associativismo municipal reveste-se de consultivos e representativos dos interesses
grande importância para que possam ser regionais, que incluem representantes dos
enfrentados, à escala adequada, problemas municípios, organizações não governamentais,
comuns a diferentes autarquias. Assim sendo, universidades e institutos politécnicos,
como define o Programa do XVII Governo associações patronais e sindicais, organismos
Constitucional, o associativismo municipal desconcentrados da administração central e
deverá ter sempre um papel muito relevante na representantes de entidades regionais e
desejável articulação de políticas e acções ao nacionais relevantes e individualidades de
nível supramunicipal. reconhecido mérito nas respectivas regiões.
A Resolução do Conselho de Ministros n.º Assim, o presente decreto-lei confere
39/2006, de 21 de Abril, que aprova o Programa coerência a unidades territoriais definidas com
para a Reestruturação da Administração Central base nas NUTS III, reflectindo uma lógica
do Estado (PRACE), estabelece que certas económica, social, histórica, geográfica, cultural,
competências, pela sua natureza e escala de ambiental e de representação institucional,
intervenção, devem ser descentralizadas para as conferindo racionalidade e harmonia à relação
áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto ou do Estado com a administração local.
para associações de municípios, e que estas Foi ouvida a Associação Nacional de
devem ser correspondentes a NUTS III ou à Municípios Portugueses.
agregação da NUTS III. Igualmente o Decreto- Assim:
Lei n.º 312/2007, de 17 de Setembro, que Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo
definiu o modelo de governação do QREN e dos 198.º da Constituição, o Governo decreta o
respectivos programas operacionais, seguinte:
consubstancia o mesmo entendimento, dado que
valoriza o papel das associações de municípios Artigo 1.º
ao nível de NUTS III nos órgãos de Objecto
aconselhamento estratégico dos programas
operacionais regionais, bem como na previsão O presente decreto-lei procede à definição
da execução descentralizada ou na das unidades territoriais para efeitos de
contratualização de parcerias para gestão de organização territorial das associações de
parcelas dos programas operacionais regionais. municípios e das áreas metropolitanas e para a
O conceito de nomenclatura das unidades participação em estruturas administrativas do
territoriais estatísticas (NUTS) foi introduzido Estado e nas estruturas de governação do
pelo EUROSTAT com o propósito de criar um Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007-
padrão único e uniforme para a produção de 2013 (QREN).
estatísticas e de repartição de fundos ao nível
regional na União Europeia. Este conceito trouxe
uma classificação única para as várias tipologias

419
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 2.º Unidade territorial do Cávado
Áreas geográficas
Amares, Barcelos, Braga, Esposende, Terras
1 - As unidades territoriais previstas no de Bouro e Vila Verde.
presente decreto-lei são definidas com base nas
nomenclaturas das unidades territoriais Unidade territorial do Ave
estatísticas de nível 3 (NUTS III) com as
seguintes alterações: Cabeceiras de Basto, Fafe, Guimarães,
Mondim de Basto, Póvoa de Lanhoso, Vieira do
a) Os municípios de Cabeceiras de Basto
Minho, Vila Nova de Famalicão e Vizela.
e Mondim de Basto da NUTS III do
Tâmega integram a unidade territorial
Unidade territorial do Grande Porto
do Ave;
b) Os municípios da Trofa e Santo Tirso
Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto,
da NUTS III do Ave integram a unidade
Póvoa de Varzim, Santo Tirso, Trofa, Valongo,
territorial do Grande Porto;
Vila do Conde e Vila Nova de Gaia.
c) O município de Murça da NUTS III do
Alto-Trás-os-Montes integra a unidade
Unidade territorial do Tâmega
territorial do Douro;
d) O município de Vila Flor da NUTS III
Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico
do Douro integra a unidade territorial
de Basto, Cinfães, Felgueiras, Lousada, Marco de
do Alto-Trás-os-Montes;
Canaveses, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel
e) O município de Ribeira de Pena da
e Resende.
NUTS III do Tâmega integra a unidade
territorial do Alto-Trás-os-Montes;
Unidade territorial do Entre Douro e Vouga
f) O município da Mealhada da NUTS III
do Baixo Vouga integra a unidade
Arouca, Santa Maria da Feira, Oliveira de
territorial do Baixo Mondego;
Azeméis, São João da Madeira e Vale de
g) O município de Mortágua da NUTS III
Cambra.
do Dão-Lafões integra a unidade
territorial do Baixo Mondego.
Unidade territorial do Douro
2 - As unidades territoriais, para efeitos do
disposto no presente decreto-lei, são as Alijó, Armamar, Carrazeda de Ansiães, Freixo
estabelecidas no anexo i e no mapa do anexo II. de Espada à Cinta, Lamego, Mesão Frio,
Moimenta da Beira, Murça, Penedono, Peso da
Artigo 3.º Régua, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, São
Tratamento de dados João da Pesqueira, Sernancelhe, Tabuaço,
Tarouca, Torre de Moncorvo, Vila Real e Vila
A Direcção-Geral das Autarquias Locais Nova de Foz Côa.
procede ao tratamento dos dados relativos às
unidades territoriais estabelecidas no presente Unidade territorial do Alto Trás-os-Montes
decreto-lei.
Alfândega da Fé, Boticas, Bragança, Chaves,
Artigo 4.º Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro,
Entrada em vigor Mirandela, Mogadouro, Montalegre, Ribeira de
Pena, Valpaços, Vila Flor, Vila Pouca de Aguiar,
O presente decreto-lei entra em vigor no dia Vimioso e Vinhais.
seguinte à sua publicação.
Região do Centro
ANEXO I
Unidades territoriais no continente Unidade territorial do Baixo Vouga

Região do Norte Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Aveiro,


Estarreja, Ílhavo, Murtosa, Oliveira do Bairro,
Unidade territorial do Minho-Lima Ovar, Sever do Vouga e Vagos.

Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Unidade territorial do Baixo Mondego


Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca,
Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova,
Nova de Cerveira. Figueira da Foz, Mealhada, Mira, Montemor-o-
Velho, Mortágua, Penacova e Soure.

420
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Unidade territorial do Pinhal Litoral Unidade territorial do Médio Tejo

Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento,


Porto de Mós. Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal,
Tomar,
Unidade territorial do Pinhal Interior Norte Torres Novas e Vila Nova da Barquinha.
(Redacção dada pela Lei n.º 21/2010, de 23 de
Alvaiázere, Ansião, Arganil, Castanheira de agosto)
Pêra, Figueiró dos Vinhos, Góis, Lousã, Miranda
do Corvo, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Unidade territorial do Oeste
Serra, Pedrógão Grande, Penela, Tábua e Vila
Nova de Poiares. Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos,
Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã,
Unidade territorial do Pinhal Interior Sul Nazaré, Óbidos, Peniche, Sobral de Monte
Agraço e Torres Vedras.
Oleiros, Proença-a-Nova, Sertã e Vila de Rei.
(Redacção dada pela Lei n.º 21/2010, de 23 Região do Alentejo
de agosto)
Unidade territorial do Alentejo Litoral
Unidade territorial do Dão-Lafões
Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago
Aguiar da Beira, Carregal do Sal, Castro do Cacém e Sines.
Daire, Mangualde, Nelas, Oliveira de Frades,
Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, São Unidade territorial do Alto Alentejo
Pedro do Sul, Sátão, Tondela, Vila Nova de
Paiva, Viseu e Vouzela. Alter do Chão, Arronches, Avis, Campo Maior,
Castelo de Vide, Crato, Elvas, Fronteira, Gavião,
Unidade territorial da Serra da Estrela Marvão, Monforte, Nisa, Ponte de Sor, Portalegre
e Sousel. (Redacção dada pelo Decreto-Lei n.º
Fornos de Algodres, Gouveia e Seia. 85/2009, de 3 de Abril)

Unidade territorial da Beira Interior Norte Unidade territorial do Alentejo Central

Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Alandroal, Arraiolos, Borba, Estremoz, Évora,


Castelo Rodrigo, Guarda, Manteigas, Meda, Montemor-o-Novo, Mora, Mourão, Portel,
Pinhel, Sabugal e Trancoso. Redondo, Reguengos de Monsaraz, Vendas
Novas, Viana do Alentejo e Vila Viçosa.
Unidade territorial da Beira Interior Sul (Redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 85/2009,
de 3 de Abril).
Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Penamacor e
Vila Velha de Ródão. Unidade territorial do Baixo Alentejo

Unidade territorial da Cova da Beira Aljustrel, Almodôvar, Alvito, Barrancos, Beja,


Castro Verde, Cuba, Ferreira do Alentejo,
Belmonte, Covilhã e Fundão. Mértola, Moura, Ourique, Serpa e Vidigueira.

Região de Lisboa e Vale do Tejo Região do Algarve

Unidade territorial da Grande Lisboa Unidade territorial do Algarve

Amadora, Cascais, Lisboa, Loures, Odivelas, Albufeira, Alcoutim, Aljezur, Castro Marim,
Oeiras, Sintra, Vila Franca de Xira e Mafra. Faro, Lagoa, Lagos, Loulé, Monchique, Olhão,
Portimão, São Brás de Alportel, Silves, Tavira,
Unidade territorial da Península de Setúbal Vila do Bispo e Vila Real de Santo António.

Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo,


Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal.

Unidade territorial da Lezíria do Tejo

Almeirim, Alpiarça, Azambuja, Benavente,


Cartaxo, Chamusca, Coruche, Golegã, Rio Maior,
Salvaterra de Magos e Santarém.

421
Autarquias Locais - Legislação Nacional

422
Autarquias Locais - Legislação Nacional

423
Autarquias Locais - Legislação Nacional

(Alteração introduzida pelo Decreto-Lei


n.º 85/2009, de 30 de abril)

(Alteração introduzida pela Lei n.º


21/2010, de 23 de agosto)

424
Autarquias Locais - Legislação Nacional

425
Autarquias Locais - Legislação Nacional

426
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Despacho n.º 18908/2000, de 19 de setembro


Comete à DGAL - Direcção-Geral das Autarquias
Locais a obrigação de efectuar o registo das
associações de freguesias.

Despacho n.º 18 908/2000 (2.ª série). - A Lei n.º


175/99, de 21 de Setembro, que estabeleceu o regime
jurídico das associações de freguesias de direito público,
determina, no n.º 4 do artigo 5.º, que a constituição e
extinção destas associações, seus estatutos e respectivas
modificações são comunicados ao Ministério do Equipamento,
do Planeamento e da Administração do Território, para efeitos
de registo, pela freguesia em cuja área esteja sediada a
associação de freguesias.
Relativamente às associações de municípios, o respectivo
registo tem sido processado e efectuado pela Direcção-Geral
das Autarquias Locais (DGAL), organismo actualmente sob
tutela do Ministro Adjunto, ao abrigo da Lei Orgânica do XIV
Governo Constitucional, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 474-
A/99, de 8 de Novembro.
À semelhança do registo das associações de municípios, o
registo das associações de freguesias também é matéria
respeitante à administração autárquica, pelo que se considera
que a DGAL é a entidade mais vocacionada para aquele
efeito.
Assim, determino que à DGAL fique cometida a obrigação de
efectuar o registo das associações de freguesias, nos termos
seguintes:
a) A freguesia competente, nos termos do n.º 4 do
artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 175/99, de 21 de
Setembro, enviará à Direcção-Geral das Autarquias
Locais, a pedido desta, se necessário, cópia
autenticada da escritura da constituição da
associação e dos respectivos estatutos;
b) Pela ordem de entrada da cópia da escritura
proceder-se-á ao registo informático da associação.
Do registo a efectuar constarão os seguintes elementos:
1) Número e data do registo;
2) Denominação da associação;
3) Freguesia-sede;
4) Endereço, telefone, fax e e-mail;
5) Nome das freguesias que a constituem;
6) Objecto;
7) Duração;
8) Número de pessoa colectiva;
9) Data da escritura;
10) Data da publicação dos estatutos no Diário da
República, 3.ª série.
A Direcção-Geral das Autarquias Locais comunicará, por
ofício, o número de registo de cada uma das associações.

427
Autarquias Locais - Legislação Nacional

428
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Resolução do Conselho de Ministros n.º maximização da produtividade, da
108/2001, de 10 de Agosto operacionalidade e da transparência dos
Estabelece o regime da celebração de sistemas autárquicos tendo em vista a
protocolos de modernização administrativa qualificação dos serviços prestados às
comunidades locais. Deste modo, pretende-se
As medidas de aperfeiçoamento e de criar condições propícias à experimentação e à
qualificação dos serviços públicos locais vêm validação de modelos inovadores de serviço
sendo impulsionadas pelo Estado mediante a público, visivelmente pautados pela
celebração de protocolos de modernização exemplaridade e pela excelência.
administrativa com os municípios, ao abrigo da Mas pretende-se, também, incentivar o
Resolução do Conselho de Ministros n.º 23/94, desenvolvimento de projectos de modernização
de 17 de Março, no âmbito da cooperação orientados para a consolidação da democracia
técnica e financeira entre as administrações local e para a avaliação periódica dos resultados
central e local. alcançados. A título de exemplo, serão elegíveis
Entretanto, a Administração Pública, central e projectos que visem quer a implementação de
local, está cada vez mais a ser chamada a mecanismos de informação, de audição e
responder a novos e complexos desafios, os participação dos cidadãos e dos agentes
quais decorrem das incessantes transformações económicos e sociais, quer a concretização de
sociais, económicas e tecnológicas. Neste abordagens integradas sobre a organização dos
sentido, interessa evidenciar o crescimento das tempos de vida, incluindo a compatibilização de
expectativas e das exigências dos cidadãos e dos horários de diversa natureza, quer a realização
agentes económicos e sociais, sendo irrecusável de estudos e de auditorias respeitantes aos
que a modernização dos sistemas serviços prestados.
administrativos públicos vá, decisivamente, ao Tendo em vista a necessidade de responder
encontro das necessidades e das prioridades da adequadamente aos desafios da competitividade
sociedade e da economia portuguesas. e da solidariedade, importa estimular,
Nesta óptica, importa adequar a prioritariamente, a concretização de projectos de
administração autárquica aos critérios do modernização multissectoriais e integrados e
sistema europeu de qualidade, às normas de promover a formalização de parcerias entre as
modernização administrativa entretanto entidades autárquicas. Nesta perspectiva, a
consagradas no âmbito da Administração nova Administração deverá, pois, nortear-se
Pública, bem como criar condições para uma pelos princípios da economia, da eficiência e da
melhor harmonização dos tempos de trabalho, eficácia e, simultaneamente, pelos princípios da
de apoio à vida familiar e de participação. Por cooperação, da complementaridade e da
outro lado, importa acelerar a plena adesão à interdependência.
sociedade da informação, promovendo a ligação No respeitante aos procedimentos inerentes à
das autarquias locais e das suas associações à apreciação das candidaturas e ao
Internet e apostando estrategicamente na acompanhamento da execução física e financeira
concepção e no desenvolvimento de intranets dos projectos de modernização, anteriormente
autárquicas. centralizados na Direcção-Geral das Autarquias
Por sua vez, a reforma do Estado e a Locais, opta-se por um modelo desconcentrado.
modernização da Administração Pública, Nesta conformidade, os referidos procedimentos
consagradas no Programa do XIV Governo são transferidos para as comissões de
Constitucional, implicam a transferência gradual coordenação regional.
de novas missões para a administração local Assim:
autárquica. Neste sentido, a celebração dos Nos termos da alínea g) do artigo 199.º da
protocolos de modernização deve privilegiar o Constituição, o Conselho de Ministros resolve:
desenvolvimento de projectos relacionados com 1 - Os municípios e as freguesias, bem como
as atribuições e competências a transferir as respectivas associações, doravante
anualmente para as autarquias locais. designados por entidades interessadas, podem
Considerando que a concretização dos celebrar com o Estado, através da Direcção-
princípios constitucionais da descentralização e Geral das Autarquias Locais (DGAL), protocolos
da subsidiariedade não é pensável sem a de modernização administrativa tendo em vista
participação das freguesias, a presente fomentar a qualidade e o aperfeiçoamento dos
resolução estende a celebração dos protocolos serviços públicos locais.
de modernização às freguesias e às respectivas 2 - São elegíveis para efeito de celebração
associações. Com a consagração desta inovação dos protocolos mencionados no número anterior
crucial pretende-se apoiar os processos de os projectos orientados para a adequação da
descentralização e de desconcentração de administração local autárquica aos critérios do
funções e serviços dos municípios para as sistema europeu de qualidade, para a melhoria
freguesias. das condições com vista à conciliação da
A presente resolução contempla ainda, actividade profissional, da vida familiar e da vida
designadamente, a adopção de processos de cívica, e para a concretização dos princípios da
trabalho, de procedimentos administrativos e de descentralização e da subsidiariedade que
métodos de gestão orientados para a visem, designadamente:

429
Autarquias Locais - Legislação Nacional
o) Implementação de quaisquer outros
a) Adopção de processos de trabalho, de
projectos considerados inovadores,
procedimentos administrativos e de
exemplares ou emblemáticos, nos
métodos de gestão orientados para a
domínios da modernização
obtenção de maior eficiência, eficácia e
administrativa autárquica, incluindo os
transparência;
que respeitam ao cumprimento das
b) Valorização das instalações
normas obrigatórias em matéria de
autárquicas e aquisição de
modernização administrativa.
equipamentos tendo em vista a
qualificação do atendimento do cidadão 3 - As candidaturas à celebração de
e dos agentes económicos e sociais; protocolos devem ser apresentadas pelas
c) Promoção da sociedade da informação entidades interessadas, em suporte digital e de
e do conhecimento, privilegiando, papel, junto da respectiva comissão de
designadamente, a criação de uma coordenação regional (CCR), até 15 de Março de
Intranet ao nível das autarquias locais cada ano, mediante formulário único, de modelo
e a ligação das entidades autárquicas à a aprovar pelo membro do Governo responsável
Internet; pela área das autarquias locais, a disponibilizar
d) Implementação de mecanismos de pelas CCR.
informação, de audição e de 4 - O formulário mencionado no número
participação dos cidadãos e dos anterior deverá indicar, nomeadamente, a
agentes económicos e sociais; designação do projecto, os objectivos, a
e) Concretização de abordagens complementaridade em relação a outros
integradas a nível local sobre a projectos desenvolvidos ou a desenvolver, a
organização dos tempos de vida, calendarização da execução, o montante do
incluindo a compatibilização de investimento e as fontes de financiamento.
horários de diversa natureza; 5 - As candidaturas aos protocolos de
f) Desenvolvimento de projectos modernização administrativa que respeitem a
relacionados com as atribuições e projectos que envolvam a introdução de novas
competências anualmente transferidas práticas de modernização administrativa, bem
do Estado para as autarquias locais; como os que contemplem a criação de novos
g) Desconcentração e descentralização serviços, devem fazer-se acompanhar, salvo se
de funções e de serviços autárquicos, fundamentalmente não se justificar, dos planos
desde que justificadas pela densidade de formação correspondentes, que constituirão,
ou pela dispersão do povoamento do eles próprios, candidaturas ao Programa de
território; Formação para as Autarquias Locais (Programa
h) Realização de experiências piloto de FORAL).
modo a encontrar formas inovadoras 6 - A apreciação das candidaturas é
de prestação de serviços públicos de efectuada pelas CCR, com base nas orientações
âmbito local; constantes de despacho anual do membro do
i) Realização de estudos e de auditorias Governo responsável pela área das autarquias
em ordem à avaliação dos serviços e, locais, a publicar na 2.ª série do Diário da
consequentemente, à implementação República.
dos correspondentes programas de 7 - Do despacho mencionado no número
acção; anterior constarão, nomeadamente, os domínios
j) Desenvolvimento de formas de de financiamento prioritários, as despesas não
cooperação entre entidades elegíveis e os critérios de selecção aplicáveis aos
autárquicas de modo a promover o municípios, às freguesias e suas associações.
aproveitamento de sinergias; 8 - As CCR remeterão, até 15 de Maio de
l) Realização de projectos cada ano, em suporte digital, à DGAL as listas
multissectoriais e integrados de das candidaturas admitidas, as quais deverão
desenvolvimento organizacional; ser ordenadas em função das prioridades
m) Promoção de acções de formação e anualmente estabelecidas.
de sensibilização dos funcionários e 9 - A ordenação das candidaturas é
agentes da administração autárquica, materializada em aplicação informática a
complementares das demais acções do desenvolver pelas CCR e pela DGAL, a partir de
projecto, quando a sua dimensão não um sistema de pontuação associado aos critérios
justifique o recurso a outros de selecção e aos domínios de financiamento
instrumentos de financiamento; prioritários.
n) Institucionalização de formas 10 - Cada CCR deverá elaborar duas listas
inovadoras e apelativas de divulgação diferenciadas e autónomas: uma integrando as
contínua ou periódica das actividades candidaturas apresentadas pelos municípios e
prosseguidas pelas entidades suas associações; outra integrando as
autárquicas; candidaturas das freguesias e suas associações.

430
Autarquias Locais - Legislação Nacional
11 - As candidaturas, depois de ordenadas 18 - Os protocolos, celebrados em data
segundo as prioridades anualmente acordada com as entidades interessadas,
estabelecidas, serão submetidas pela DGAL ao identificam, nomeadamente, a designação do
membro do Governo responsável pela área das projecto, os objectivos a atingir, o prazo de
autarquias locais. execução, o montante da comparticipação
12 - As candidaturas, com afectação dos financeira da administração central e as
respectivos financiamentos, são seleccionadas obrigações das partes.
por despacho do membro do Governo 19 - Os protocolos, uma vez outorgados pelas
responsável pela área das autarquias locais. partes, são publicados na íntegra na 2.ª série do
13 - A participação financeira máxima da Diário da República.
administração central corresponde a 50% do 20 - O acompanhamento da execução física e
investimento elegível, podendo atingir 70% financeira dos projectos é efectuado pelas CCR,
quando as entidades interessadas forem sendo que cada entidade interessada deverá
detentoras de, pelo menos, um projecto remeter à respectiva CCR os pedidos de
considerado caso exemplar de modernização pagamento acompanhados dos documentos
administrativa ou quando tenham sido comprovativos da despesa realizada.
distinguidas com o prémio de modernização 21 - O pagamento da primeira fracção da
administrativa ou com o prémio de qualidade em comparticipação poderá efectuar-se sob a forma
serviços públicos. de adiantamento, o qual não poderá exceder
14 - As entidades interessadas que venham a 50% do montante global da comparticipação.
implementar projectos acreditados, 22 - O pagamento da última fracção, de
anteriormente desenvolvidos por outras 10%, só poderá efectuar-se após a conclusão do
entidades autárquicas, beneficiarão de uma projecto, a qual deverá ser documentada em
comparticipação financeira da administração relatório final a elaborar pela entidade
central de 60% do investimento elegível. interessada, e a remeter à respectiva CCR, para
15 - O financiamento dos projectos efeitos de aprovação.
seleccionados poderá ser complementar de 23 - O processamento da participação
outros financiamentos, respeitantes, financeira da administração central será
designadamente, ao III Quadro Comunitário de efectuado pela DGAL a favor da entidade
Apoio, sendo que pelo menos 10% do interessada, mediante indicação fundamentada
investimento elegível deverá ser suportado pelas da CCR.
entidades interessadas. 24 - É revogada a Resolução do Conselho de
16 - A comparticipação financeira a atribuir Ministros n.º 23/94, de 17 de Março, publicada
pela administração central tem origem na no Diário da República, de 14 de Abril de 1994.
dotação inscrita no orçamento da DGAL, como
«Cooperação técnica e financeira».
17 - O prazo de execução dos projectos,
anuais ou plurianuais, pode ser prorrogado por
um ano, contado da data de conclusão prevista
no protocolo, mediante despacho do membro do
Governo responsável pela área das autarquias
locais, atendendo à dimensão ou à natureza dos
projectos.

431
Autarquias Locais - Legislação Nacional

432
SEGURANÇA LOCAL
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei n.º 33/98, de 18 de Julho d) Os resultados da actividade municipal
Conselhos municipais de segurança de protecção civil e de combate aos
incêndios;
A Assembleia da República decreta, nos e) As condições materiais e os meios
termos dos artigos 161.º, alínea c), e 166.º, n.º humanos empregues nas actividades
3, e do artigo 112.º, n.º 5, da Constituição, para sociais de apoio aos tempos livres,
valer como lei geral da República, o seguinte: particularmente dos jovens em idade
escolar;
Artigo 1.º f) A situação sócio-económica municipal;
Criação dos conselhos municipais de g) O acompanhamento e apoio das
segurança acções dirigidas, em particular, à
prevenção da toxicodependência e à
São criados, pela presente lei, os conselhos análise da incidência social do tráfico
municipais de segurança. de droga;
h) O levantamento das situações sociais
Artigo 2.º que, pela sua particular
Funções vulnerabilidade, se revelem de maior
potencialidade criminógena e mais
Cada conselho municipal de segurança, carecidas de apoio à inserção.
adiante designado por conselho, é uma entidade
2 - Os pareceres referidos no número
de âmbito municipal com funções de natureza
anterior têm a periodicidade que for definida em
consultiva, de articulação, informação e
regulamento de cada conselho, a aprovar nos
cooperação, cujos objectivos, composição e
termos do artigo 6.º
funcionamento são regulados pela presente lei.
3 - Os pareceres referidos no n.º 1 são
apreciados pela assembleia municipal e pela
Artigo 3.º
câmara municipal, com conhecimento das
Objectivos
autoridades de segurança com competência no
território do município.
Constituem objectivos dos conselhos:
a) Contribuir para o aprofundamento do Artigo 5.º
conhecimento da situação de Composição
segurança na área do município,
através da consulta entre todas as 1 - Integram cada conselho:
entidades que o constituem;
a) O presidente da câmara municipal;
b) Formular propostas de solução para
b) O vereador do pelouro, quando este
os problemas de marginalidade e
não seja assegurado pelo próprio
segurança dos cidadãos no respectivo
presidente da câmara;
município e participar em acções de
c) O presidente da assembleia municipal;
prevenção;
d) Os presidentes das juntas de
c) Promover a discussão sobre medidas
freguesia, em número a fixar pela
de combate à criminalidade e à
assembleia municipal;
exclusão social do município;
e) Um representante do Ministério
d) Aprovar pareceres e solicitações a
Público da comarca;
remeter a todas as entidades que
f) Os comandantes das forças de
julgue oportunos e directamente
segurança presentes no território do
relacionados com as questões de
município, bem como dos serviços de
segurança e inserção social.
protecção civil e dos bombeiros;
g) Um representante do Projecto VIDA;
Artigo 4.º
h) Os responsáveis na área do município
Competências
pelos organismos de assistência social,
em número a definir no regulamento
1 - Para a prossecução dos objectivos
de cada conselho;
previstos no artigo 3.º, compete aos conselhos
i) Os responsáveis das associações
dar parecer sobre:
económicas, patronais e sindicais, em
a) A evolução dos níveis de criminalidade número a definir no regulamento de
na área do município; cada conselho;
b) O dispositivo legal de segurança e a j) Um conjunto de cidadãos de
capacidade operacional das forças de reconhecida idoneidade, designados
segurança no município; pela assembleia municipal, em número
c) Os índices de segurança e o a definir no regulamento de cada
ordenamento social no âmbito do conselho, no máximo de 20.
município;
2 - O conselho é presidido pelo presidente da
câmara municipal.

435
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 6.º
Regulamento

1 - A assembleia municipal elabora e aprova


o regulamento provisório, que envia a título
consultivo ao conselho.
2 - O conselho, na sua primeira reunião,
analisa o regulamento e emite parecer, a enviar
à assembleia municipal.
3 - Na sua primeira reunião, após a recepção
do parecer, a assembleia municipal discute e
aprova o regulamento definitivo.

Artigo 7.º
Reuniões

O conselho reúne ordinariamente uma vez


por trimestre, mediante convocação do
presidente da câmara municipal.

Artigo 8.º
Instalação

1 - Compete ao presidente da câmara


municipal assegurar a instalação do conselho.
2 - Compete à câmara municipal dar o apoio
logístico necessário ao funcionamento do
conselho.

Artigo 9.º
Posse

Os membros de cada conselho tomam posse


perante a assembleia municipal.

436
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 19/2004, de 20 de Maio b) Fiscalização do cumprimento das


Revisão da lei quadro que define o regime e normas de âmbito nacional ou regional
forma de criação das polícias municipais cuja competência de aplicação ou de
fiscalização caiba ao município;
A Assembleia da República decreta, nos c) Aplicação efectiva das decisões das
termos da alínea c) do artigo 161.º da autoridades municipais.
Constituição, para valer como lei geral da
2 - As polícias municipais exercem, ainda,
República, o seguinte:
funções nos seguintes domínios:
CAPÍTULO I a) Vigilância de espaços públicos ou
Das atribuições dos municípios abertos ao público, designadamente de
áreas circundantes de escolas, em
Artigo 1.º coordenação com as forças de
Natureza e âmbito segurança;
b) Vigilância nos transportes urbanos
1 - As polícias municipais são serviços locais, em coordenação com as forças
municipais especialmente vocacionados para o de segurança;
exercício de funções de polícia administrativa, c) Intervenção em programas destinados
com as competências, poderes de autoridade e à acção das polícias junto das escolas
inserção hierárquica definidos na presente lei. ou de grupos específicos de cidadãos;
2 - As polícias municipais têm âmbito d) Guarda de edifícios e equipamentos
municipal e não são susceptíveis de gestão públicos municipais, ou outros
associada ou federada. temporariamente à sua
responsabilidade;
CAPÍTULO II e) Regulação e fiscalização do trânsito
Das polícias municipais rodoviário e pedonal na área de
jurisdição municipal.
Artigo 2.º
Atribuições 3 - Para os efeitos referidos no n.º 1, os
órgãos de polícia municipal têm competência
1 - No exercício de funções de polícia para o levantamento de auto ou o
administrativa, é atribuição prioritária dos desenvolvimento de inquérito por ilícito de mera
municípios fiscalizar, na área da sua jurisdição, o ordenação social, de transgressão ou criminal
cumprimento das leis e regulamentos que por factos estritamente conexos com violação de
disciplinem matérias relativas às atribuições das lei ou recusa da prática de acto legalmente
autarquias e à competência dos seus órgãos. devido no âmbito das relações administrativas.
2 - As polícias municipais cooperam com as 4 - Quando, por efeito do exercício dos
forças de segurança na manutenção da poderes de autoridade previstos nos n.os 1 e 2,
tranquilidade pública e na protecção das os órgãos de polícia municipal directamente
comunidades locais. verifiquem o cometimento de qualquer crime
3 - A cooperação referida no número anterior podem proceder à identificação e revista dos
exerce-se no respeito recíproco pelas esferas de suspeitos no local do cometimento do ilícito,
actuação próprias, nomeadamente através da bem como à sua imediata condução à autoridade
partilha da informação relevante e necessária judiciária ou ao órgão de polícia criminal
para a prossecução das respectivas atribuições e competente.
na satisfação de pedidos de colaboração que 5 - Sem prejuízo do disposto nos números
legitimamente forem solicitados. anteriores, é vedado às polícias municipais o
4 - As atribuições dos municípios previstas na exercício de competências próprias dos órgãos
presente lei são prosseguidas sem prejuízo do de polícia criminal.
disposto na legislação sobre segurança interna e
nas leis orgânicas das forças de segurança. Artigo 4.º
Competências
Artigo 3.º
Funções de polícia 1 - As polícias municipais, na prossecução
das suas atribuições próprias, são competentes
1 - As polícias municipais exercem funções de em matéria de:
polícia administrativa dos respectivos a) Fiscalização do cumprimento dos
municípios, prioritariamente nos seguintes regulamentos municipais e da aplicação
domínios: das normas legais, designadamente
a) Fiscalização do cumprimento das nos domínios do urbanismo, da
normas regulamentares municipais; construção, da defesa e protecção da

437
Autarquias Locais - Legislação Nacional
natureza e do ambiente, do património autoridades judiciárias e de outras tarefas locais
cultural e dos recursos cinegéticos; de natureza administrativa, mediante protocolo
b) Fiscalização do cumprimento das do Governo com o município.
normas de estacionamento de veículos 4 - As polícias municipais integram, em
e de circulação rodoviária, incluindo a situação de crise ou de calamidade pública, os
participação de acidentes de viação que serviços municipais de protecção civil.
não envolvam procedimento criminal;
c) Execução coerciva, nos termos da lei, Artigo 5.º
dos actos administrativos das Competência territorial
autoridades municipais;
d) Adopção das providências 1 - A competência territorial das polícias
organizativas apropriadas aquando da municipais coincide com a área do município.
realização de eventos na via pública 2 - Os agentes de polícia municipal não
que impliquem restrições à circulação, podem actuar fora do território do respectivo
em coordenação com as forças de município, excepto em situações de flagrante
segurança competentes, quando delito ou em emergência de socorro, mediante
necessário; solicitação da autoridade municipal competente.
e) Detenção e entrega imediata, a
autoridade judiciária ou a entidade Artigo 6.º
policial, de suspeitos de crime punível Dependência orgânica e coordenação
com pena de prisão, em caso de
flagrante delito, nos termos da lei 1 - A polícia municipal actua no quadro
processual penal; definido pelos órgãos representativos do
f) Denúncia dos crimes de que tiverem município e é organizada na dependência
conhecimento no exercício das suas hierárquica do presidente da câmara.
funções, e por causa delas, e 2 - A coordenação entre a acção da polícia
competente levantamento de auto, municipal e as forças de segurança é
bem como a prática dos actos assegurada, em articulação, pelo presidente da
cautelares necessários e urgentes para câmara e pelos comandantes das forças de
assegurar os meios de prova, nos segurança com jurisdição na área do município.
termos da lei processual penal, até à 3 - A aplicação da presente lei não prejudica
chegada do órgão de polícia criminal o exercício de quaisquer competências das
competente; forças de segurança.
g) Elaboração dos autos de notícia, autos
de contra-ordenação ou transgressão Artigo 7.º
por infracções às normas referidas no Designação e distintivos
artigo 3.º;
h) Elaboração dos autos de notícia, com 1 - As polícias municipais designam-se pela
remessa à autoridade competente, por expressão «Polícia Municipal», seguida do nome
infracções cuja fiscalização não seja da do município.
competência do município, nos casos 2 - O modelo de uniforme do pessoal das
em que a lei o imponha ou permita; polícias municipais é único para todo o território
i) Instrução dos processos de contra- nacional e deverá ser concebido de molde a
ordenação e de transgressão da permitir identificar com facilidade os agentes de
respectiva competência; polícia municipal, distinguindo-os,
j) Acções de polícia ambiental; simultaneamente, dos agentes das forças de
l) Acções de polícia mortuária; segurança.
m) Garantia do cumprimento das leis e 3 - Os distintivos heráldicos e gráficos
regulamentos que envolvam próprios de cada polícia municipal, a exibir nos
competências municipais de uniformes e nas viaturas, deverão permitir a
fiscalização. fácil identificação do município a que dizem
respeito e distingui-los dos utilizados pelas
2 - As polícias municipais, por determinação forças de segurança.
da câmara municipal, promovem, por si ou em 4 - Os modelos de uniforme e distintivos
colaboração com outras entidades, acções de heráldicos e gráficos a que aludem os números
sensibilização e divulgação de matérias de anteriores são aprovados por portaria conjunta
relevante interesse social no concelho, em dos membros do Governo responsáveis pelas
especial nos domínios da protecção do ambiente áreas da administração interna e das autarquias
e da utilização dos espaços públicos, e cooperam locais.
com outras entidades, nomeadamente as forças
de segurança, na prevenção e segurança Artigo 8.º
rodoviária. Efectivos
3 - As polícias municipais procedem ainda à
execução de comunicações, notificações e O efectivo das polícias municipais é objecto
pedidos de averiguações por ordem das de regulamentação por decreto-lei, tendo em

438
Autarquias Locais - Legislação Nacional
conta as necessidades do serviço e a Artigo 12.º
proporcionalidade entre o número de agentes e Fixação de competências
o de cidadãos eleitores inscritos na área do
respectivo município. 1 - Das deliberações dos órgãos municipais
que instituem a polícia municipal devem constar,
Artigo 9.º de forma expressa, a enumeração das
Armamento e equipamento respectivas competências e a área do território
do município em que as exercem.
1 - As polícias municipais só podem deter e 2 - O Governo, através de decreto-lei, fixará
utilizar as armas de defesa e os equipamentos as regras a observar nas deliberações referidas,
coercivos expressamente definidos pelo nomeadamente no que respeita ao conteúdo do
Governo. regulamento da polícia municipal, à adequação
2 - As regras de utilização das armas são as dos meios humanos às competências fixadas e à
fixadas na lei, a qual estipulará, área do município em que as exercem.
obrigatoriamente, que aquelas serão
depositadas em armeiro próprio. Artigo 13.º
3 - As especificações técnicas, como o tipo, o Transferências financeiras
calibre, a dimensão e o modelo, bem como o
número das armas e equipamentos de uso O Governo adoptará as medidas legislativas
autorizado às polícias municipais, nos termos do necessárias à dotação dos municípios que
número anterior, são definidas por portaria. possuam ou venham a possuir polícia municipal
4 - O armamento das polícias municipais não com os meios financeiros correspondentes às
pode ser de calibre igual ou superior ao detido competências efectivamente exercidas.
pelas forças de segurança.
CAPÍTULO III
Artigo 10.º Dos agentes de polícia municipal
Tutela administrativa
Artigo 14.º
1 - A verificação do cumprimento das leis e Poderes de autoridade
dos regulamentos por parte dos municípios, em
matéria de organização e funcionamento das 1 - Quem faltar à obediência devida a ordem
respectivas polícias municipais, compete aos ou mandado legítimos que tenham sido
membros do Governo responsáveis pelas áreas regularmente comunicados e emanados do
das finanças e das autarquias locais. agente de polícia municipal será punido com a
2 - Sem prejuízo dos poderes de tutela pena prevista para o crime de desobediência.
previstos na lei geral sobre as autarquias locais, 2 - Quando necessário ao exercício das suas
compete ao membro do Governo responsável funções de fiscalização ou para a elaboração de
pela administração interna, por iniciativa própria autos para que são competentes, os agentes de
ou mediante proposta do membro do Governo polícia municipal podem identificar os
responsável pelas autarquias locais, determinar infractores, bem como solicitar a apresentação
a investigação de factos indiciadores de violação de documentos de identificação necessários à
grave de direitos, liberdades e garantias de acção de fiscalização, nos termos da lei.
cidadãos praticados pelo pessoal das polícias
municipais no exercício das suas funções Artigo 15.º
policiais. Uniforme e identificação

Artigo 11.º No exercício efectivo das suas funções, o


Criação pessoal das polícias municipais tem de
apresentar-se devidamente uniformizado e
1 - A criação das polícias municipais compete pessoalmente identificado.
à assembleia municipal, sob proposta da câmara
municipal. Artigo 16.º
2 - A deliberação a que se refere o número Meios coercivos
anterior formaliza-se pela aprovação do
regulamento da polícia municipal e do respectivo 1 - Os agentes de polícia municipal só podem
quadro de pessoal. utilizar os meios coercivos previstos na lei que
3 - A eficácia da deliberação a que se referem tenham sido superiormente colocados à sua
os números anteriores depende de ratificação disposição, na estrita medida das necessidades
por resolução do Conselho de Ministros. decorrentes do exercício das suas funções, da
sua legítima defesa ou de terceiros.

439
Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 - Quando o interesse público determine a Artigo 22.º
indispensabilidade do uso de meios coercivos Norma revogatória
não autorizados ou não disponíveis para a polícia
municipal, os agentes devem solicitar a É revogada a Lei n.º 140/99, de 28 de
intervenção das forças de segurança Agosto.
territorialmente competentes.
3 - O recurso a arma de fogo é regulado por Artigo 23.º
lei. Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor no 1.º dia do


Artigo 17.º 2.º mês seguinte ao da sua publicação.
Porte de arma

1 - Sem prejuízo do disposto no artigo


anterior, os agentes de polícia municipal, quando
em serviço, podem ser portadores de arma
fornecida pelo município.
2 - A câmara municipal manterá um registo
actualizado das armas distribuídas e dos agentes
autorizados a serem portadores das mesmas.

Artigo 18.º
Recrutamento e formação

1 - O regime de recrutamento e formação


dos agentes de polícia municipal será regulado
mediante decreto-lei.
2 - A formação de base conterá
obrigatoriamente formação administrativa, cívica
e profissional específica, contemplando módulos
de formação teórica e estágios de formação
prática.

Artigo 19.º
Estatuto

1 - Os agentes das polícias municipais estão


sujeitos ao regime geral dos funcionários da
administração local, com as adaptações
adequadas às especificidades decorrentes das
suas funções e a um estatuto disciplinar próprio,
nos termos definidos em decreto-lei.
2 - As denominações das categorias que
integrarem a carreira dos agentes de polícia
municipal não podem, em caso algum, ser iguais
ou semelhantes às adoptadas pelas forças de
segurança.

CAPÍTULO IV
Disposições finais e transitórias

Artigo 20.º
Regulamentação

O Governo procederá, no prazo de 90 dias, à


regulamentação da presente lei.

Artigo 21.º
Regime especial das Polícias Municipais de
Lisboa e Porto

O regime das Polícias Municipais de Lisboa e


Porto é objecto de regras especiais a aprovar em
decreto-lei.

440
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei n.º 65/2007, de 12 de Novembro d) Planeamento de soluções de
Define o enquadramento institucional e emergência, visando a busca, o
operacional da protecção civil no âmbito salvamento, a prestação de socorro e
municipal, estabelece a organização dos de assistência, bem como a evacuação,
serviços municipais de protecção civil e alojamento e abastecimento das
determina as competências do comandante populações presentes no município;
operacional municipal. e) Inventariação dos recursos e meios
(Com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei disponíveis e dos mais facilmente
n.º 114/2011, 30 de novembro) mobilizáveis, ao nível municipal;
f) Estudo e divulgação de formas
A Assembleia da República decreta, nos adequadas de protecção dos edifícios
termos da alínea c) do artigo 161.º da em geral, de monumentos e de outros
Constituição, o seguinte: bens culturais, de infra-estruturas, do
património arquivístico, de instalações
Artigo 1.º de serviços essenciais, bem como do
Objecto e âmbito ambiente e dos recursos naturais
existentes no município;
A presente lei define o enquadramento g) Previsão e planeamento de acções
institucional e operacional da protecção civil no atinentes à eventualidade de
âmbito municipal, estabelece a organização dos isolamento de áreas afectadas por
serviços municipais de protecção civil (SMPC) e riscos no território municipal.
determina as competências do comandante
operacional municipal em desenvolvimento da Artigo 3.º
Lei n.º 27/2006, de 3 de Julho. Comissão municipal de protecção civil

Artigo 2.º 1 - Em cada município existe uma comissão


Objectivos e domínios de actuação municipal de protecção civil (CMPC), organismo
que assegura que todas as entidades e
1 - São objectivos fundamentais da protecção instituições de âmbito municipal imprescindíveis
civil municipal: às operações de protecção e socorro,
emergência e assistência previsíveis ou
a) Prevenir no território municipal os
decorrentes de acidente grave ou catástrofe se
riscos colectivos e a ocorrência de
articulam entre si, garantindo os meios
acidente grave ou catástrofe deles
considerados adequados à gestão da ocorrência
resultante;
em cada caso concreto.
b) Atenuar na área do município os
2 - Integram a comissão municipal de
riscos colectivos e limitar os seus
protecção civil:
efeitos no caso das ocorrências
descritas na alínea anterior; a) O presidente da câmara municipal,
c) Socorrer e assistir no território que preside;
municipal as pessoas e outros seres b) O comandante operacional municipal;
vivos em perigo e proteger bens e c) Um elemento do comando de cada
valores culturais, ambientais e de corpo de bombeiros existente no
elevado interesse público; município;
d) Apoiar a reposição da normalidade da d) Um elemento de cada uma das forças
vida das pessoas nas áreas do de segurança presentes no município;
município afectadas por acidente grave e) A autoridade de saúde do município;
ou catástrofe. f) O dirigente máximo da unidade de
saúde local ou o director do centro de
2 - A actividade de protecção civil municipal
saúde e o director do hospital da área
exerce-se nos seguintes domínios:
de influência do município, designados
a) Levantamento, previsão, avaliação e pelo director-geral da Saúde;
prevenção dos riscos colectivos do g) Um representante dos serviços de
município; segurança social e solidariedade;
b) Análise permanente das h) Os representantes de outras
vulnerabilidades municipais perante entidades e serviços implantados no
situações de risco; município, cujas actividades e áreas
c) Informação e formação das funcionais possam, de acordo com os
populações do município, visando a sua riscos existentes e as características da
sensibilização em matéria de região, contribuir para as acções de
autoprotecção e de colaboração com as protecção civil.
autoridades;
3 - São competências das comissões
municipais de protecção civil as atribuídas por lei
às comissões distritais de protecção civil que se

441
Autarquias Locais - Legislação Nacional
revelem adequadas à realidade e dimensão do 2 - O presidente da câmara municipal é
município, designadamente as seguintes: competente para declarar a situação de alerta de
âmbito municipal e é ouvido pelo comandante
a) Accionar a elaboração do plano
operacional distrital de Operações de Socorro,
municipal de emergência, remetê-lo
para efeito da declaração da situação de alerta
para aprovação pela Comissão Nacional
de âmbito distrital, quando estiver em causa a
de Protecção Civil e acompanhar a sua
área do respectivo município. (Redação dada
execução;
pelo Decreto-Lei n.º 114/2011, 30 de
b) Acompanhar as políticas directamente
novembro)
ligadas ao sistema de protecção civil
que sejam desenvolvidas por agentes
Artigo 7.º
públicos;
Juntas de freguesia
c) Determinar o accionamento dos
planos, quando tal se justifique;
As juntas de freguesia têm o dever de
d) Garantir que as entidades e
colaborar com os serviços municipais de
instituições que integram a CMPC
protecção civil, prestando toda a ajuda que lhes
accionam, ao nível municipal, no
for solicitada, no âmbito das suas atribuições e
âmbito da sua estrutura orgânica e das
competências, próprias ou delegadas.
suas atribuições, os meios necessários
ao desenvolvimento das acções de
Artigo 8.º
protecção civil;
Unidades locais
e) Difundir comunicados e avisos às
populações e às entidades e
Em função da localização específica de
instituições, incluindo os órgãos de
determinados riscos, a comissão municipal de
comunicação social.
protecção civil pode determinar a existência de
unidades locais de protecção civil de âmbito de
Artigo 4.º
freguesia, a respectiva constituição e tarefas.
Subcomissões permanentes
Artigo 9.º
Nos municípios onde tal se justifique, face à
Serviços municipais de protecção civil
frequência ou magnitude previsível da
manifestação de determinado risco, a comissão
1 - Os municípios são dotados de um serviço
municipal de protecção civil pode determinar a
municipal de protecção civil, responsável pela
constituição de subcomissões permanentes, que
prossecução das actividades de protecção civil
tenham como objecto o acompanhamento
no âmbito municipal.
contínuo dessa situação e as acções de
2 - Os SMPC são os adequados ao exercício
protecção civil subsequentes, designadamente
da função de protecção e socorro, variáveis de
nas áreas da segurança contra inundações,
acordo com as características da população e
incêndios de diferentes naturezas, acidentes
dos riscos existentes no município e que, quando
biológicos ou químicos.
a dimensão e características do município o
justificarem, podem incluir os gabinetes técnicos
Artigo 5.º
que forem julgados adequados.
Câmara municipal
3 - O SMPC é dirigido pelo presidente da
câmara municipal, com a faculdade de delegação
1 - Compete à câmara municipal, através dos
no vereador por si designado.
SMPC, a elaboração do plano municipal de
emergência para posterior aprovação pela
Artigo 10.º
Comissão Nacional de Protecção Civil.
Competências dos serviços municipais de
2 - A câmara municipal é ouvida sobre o
protecção civil
estabelecimento de medidas de utilização do
solo tomadas após a declaração da situação de
1 - Compete ao SMPC assegurar o
calamidade, designadamente quanto às medidas
funcionamento de todos os organismos
de protecção especial e às medidas preventivas
municipais de protecção civil, bem como
adoptadas para regulação provisória do uso do
centralizar, tratar e divulgar toda a informação
solo em partes delimitadas da área abrangida
recebida relativa à protecção civil municipal.
pela declaração, nomeadamente em virtude da
2 - No âmbito dos seus poderes de
suspensão de planos municipais de ordenamento
planeamento e operações, dispõe o SMPC das
do território ou de planos especiais de
seguintes competências:
ordenamento do território.
a) Acompanhar a elaboração e actualizar
Artigo 6.º o plano municipal de emergência e os
Presidente da câmara municipal planos especiais, quando estes
existam;
1 - O presidente da câmara municipal é a b) Assegurar a funcionalidade e a
autoridade municipal de protecção civil. eficácia da estrutura do SMPC;

442
Autarquias Locais - Legislação Nacional
c) Inventariar e actualizar 4 - No que se refere à matéria da informação
permanentemente os registos dos pública, o SMPC dispõe dos seguintes poderes:
meios e dos recursos existentes no
a) Assegurar a pesquisa, análise,
concelho, com interesse para o SMPC;
selecção e difusão da documentação
d) Realizar estudos técnicos com vista à
com importância para a protecção civil;
identificação, análise e consequências
b) Divulgar a missão e estrutura do
dos riscos naturais, tecnológicos e
SMPC;
sociais que possam afectar o município,
c) Recolher a informação pública
em função da magnitude estimada e do
emanada das comissões e gabinetes
local previsível da sua ocorrência,
que integram o SMPC destinada à
promovendo a sua cartografia, de
divulgação pública relativa a medidas
modo a prevenir, quando possível, a
preventivas ou situações de catástrofe;
sua manifestação e a avaliar e
d) Promover e incentivar acções de
minimizar os efeitos das suas
divulgação sobre protecção civil junto
consequências previsíveis;
dos munícipes com vista à adopção de
e) Manter informação actualizada sobre
medidas de autoprotecção;
acidentes graves e catástrofes
e) Indicar, na iminência de acidentes
ocorridas no município, bem como
graves ou catástrofes, as orientações,
sobre elementos relativos às condições
medidas preventivas e procedimentos a
de ocorrência, às medidas adoptadas
ter pela população para fazer face à
para fazer face às respectivas
situação;
consequências e às conclusões sobre o
f) Dar seguimento a outros
êxito ou insucesso das acções
procedimentos, por determinação do
empreendidas em cada caso;
presidente da câmara municipal ou
f) Planear o apoio logístico a prestar às
vereador com competências delegadas.
vítimas e às forças de socorro em
situação de emergência; 5 - No âmbito florestal, as competências do
g) Levantar, organizar e gerir os centros SMPC podem ser exercidas pelo gabinete técnico
de alojamento a accionar em situação florestal.
de emergência;
h) Elaborar planos prévios de Artigo 11.º
intervenção e preparar e propor a Coordenação e colaboração institucional
execução de exercícios e simulacros
que contribuam para uma actuação 1 - Os diversos organismos que integram o
eficaz de todas as entidades serviço municipal de protecção civil devem
intervenientes nas acções de protecção estabelecer entre si relações de colaboração
civil; institucional, no sentido de aumentar a eficácia e
i) Estudar as questões de que vier a ser efectividade das medidas tomadas.
incumbido, propondo as soluções que 2 - Tal articulação e colaboração não deve
considere mais adequadas. pôr em causa a responsabilidade última do
presidente da câmara municipal, devendo ser
3 - Nos domínios da prevenção e segurança,
articuladas com as competências que, nesta
o SMPC é competente para:
matéria, cabem à comissão municipal de
a) Propor medidas de segurança face aos protecção civil.
riscos inventariados; 3 - A coordenação institucional é assegurada,
b) Colaborar na elaboração e execução a nível municipal, pela CMPC, que integra
de treinos e simulacros; representantes das entidades, cuja intervenção
c) Elaborar projectos de regulamentação se justifica em função de cada ocorrência em
de prevenção e segurança; concreto.
d) Realizar acções de sensibilização para 4 - No âmbito da coordenação institucional, a
questões de segurança, preparando e CMPC é responsável pela gestão da participação
organizando as populações face aos operacional de cada força ou serviço nas
riscos e cenários previsíveis; operações de socorro a desencadear.
e) Promover campanhas de informação
sobre medidas preventivas, dirigidas a Artigo 12.º
segmentos específicos da população Participação das Forças Armadas
alvo, ou sobre riscos específicos em
cenários prováveis previamente 1 - O presidente da câmara municipal é
definidos; competente para solicitar ao presidente da
f) Fomentar o voluntariado em protecção autoridade nacional de protecção civil a
civil; participação das Forças Armadas em funções de
g) Estudar as questões de que vier a ser protecção civil na área operacional do seu
incumbido, propondo as soluções que município.
entenda mais adequadas. 2 - O presidente da câmara pode solicitar a
colaboração das Forças Armadas directamente

443
Autarquias Locais - Legislação Nacional
ao comandante da unidade implantada no seu 2 - Excepcionalmente, quando justificado
município, nos casos de urgência manifesta pela amplitude e urgência de socorro, o
previstos no n.º 4 do artigo 53.º da Lei n.º comandante operacional nacional pode articular-
27/2006, de 3 de Julho. se operacionalmente com o COM, sem prejuízo
do disposto no número anterior.
3 - Nos municípios de Lisboa e Porto, a
Artigo 13.º articulação a que se refere o número anterior é
Comandante operacional municipal permanente.

1 - Em cada município há um comandante Artigo 16.º


operacional municipal (COM). Operações de protecção civil
2 - O COM depende hierárquica e
funcionalmente do presidente da câmara Em situação de acidente grave ou catástrofe,
municipal, a quem compete a sua nomeação. e no caso de perigo de ocorrência destes
3 - O COM actua exclusivamente no âmbito fenómenos, são desencadeadas operações
territorial do respectivo município. municipais de protecção civil, de harmonia com
4 - O COM é nomeado de entre o universo de o plano municipal de emergência, previamente
recrutamento que a lei define para os elaborado, com vista a possibilitar a unidade de
comandantes operacionais distritais. direcção das acções a desenvolver, a
5 - Nos municípios com corpos de bombeiros coordenação técnica e operacional dos meios a
profissionais ou mistos criados pelas respectivas empenhar e a adequação das medidas de
câmaras municipais, o comandante desse corpo carácter excepcional a adoptar.
é, por inerência, o COM.
Artigo 17.º
Artigo 14.º Dever de informação
Competências do comandante operacional
municipal Todos os serviços e organismos que
obtenham informações, directamente ou por
Sem prejuízo do disposto na Lei de Bases da comunicação de terceiros, sobre elementos
Protecção Civil, compete em especial ao COM: considerados fundamentais para efeito de
tomada de medidas de protecção civil, devem
a) Acompanhar permanentemente as
transmitir tais informações, no mais curto
operações de protecção e socorro que
intervalo de tempo possível, à comissão
ocorram na área do concelho;
municipal de protecção civil do município a que
b) Promover a elaboração dos planos
elas se reportem.
prévios de intervenção com vista à
articulação de meios face a cenários
Artigo 18.º
previsíveis;
Plano municipal de emergência
c) Promover reuniões periódicas de
trabalho sobre matérias de âmbito
1 - O plano municipal de emergência é
exclusivamente operacional, com os
elaborado com as directivas emanadas da
comandantes dos corpos de
Comissão Nacional de Protecção Civil,
bombeiros;
nomeadamente:
d) Dar parecer sobre o material mais
adequado à intervenção operacional no a) A tipificação dos riscos;
respectivo município; b) As medidas de prevenção a adoptar;
e) Comparecer no local do sinistro c) A identificação dos meios e recursos
sempre que as circunstâncias o mobilizáveis, em situação de acidente
aconselhem; grave ou catástrofe;
f) Assumir a coordenação das operações d) A definição das responsabilidades que
de socorro de âmbito municipal, nas incubem aos organismos, serviços e
situações previstas no plano de estruturas, públicas ou privadas, com
emergência municipal, bem como competências no domínio da protecção
quando a dimensão do sinistro requeira civil municipal;
o emprego de meios de mais de um e) Os critérios de mobilização e
corpo de bombeiros. mecanismos de coordenação dos meios
e recursos, públicos ou privados
Artigo 15.º utilizáveis;
Articulação operacional f) A estrutura operacional que há-de
garantir a unidade de direcção e o
1 - Sem prejuízo da dependência hierárquica controlo permanente da situação.
e funcional do presidente da câmara, o COM
2 - Os planos de emergência estão sujeitos a
mantém permanente ligação de articulação
uma actualização periódica e devem ser objecto
operacional com o comandante operacional
de exercícios frequentes com vista a testar a sua
distrital.
operacionalidade.

444
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - Os agentes de protecção civil colaboram Artigo 22.º
na elaboração e na execução dos planos de Dever de disponibilidade
emergência.
4 - O plano municipal de emergência inclui O serviço prestado no SMPC é de total
obrigatoriamente uma carta de risco e um plano disponibilidade, pelo que o pessoal que nele
prévio de intervenção de cada tipo de risco exerce funções não pode, salvo motivo
existente no município, decorrendo a escala da excepcional devidamente justificado, deixar de
carta de risco e o detalhe do plano prévio de comparecer ou permanecer no serviço em caso
intervenção da natureza do fenómeno e devendo de iminência ou ocorrência de acidente grave ou
ser adequados às suas frequência e magnitude, catástrofe, sob pena de incorrer em
bem como à gravidade e extensão dos seus responsabilidade disciplinar.
efeitos previsíveis.
5 - Para além de um plano municipal de Artigo 23.º
emergência geral, podem ser elaborados planos Formação
especiais, sobre riscos especiais, destinados a
servir finalidades específicas, tais como o plano 1 - A formação dos funcionários dos SMPC é
municipal de defesa da floresta contra incêndios efectuada a nível municipal ou nacional,
e planos de emergência dos estabelecimentos de devendo as regras de funcionamento e os
ensino. conteúdos curriculares constar de regulamento
6 - No caso das áreas de risco homogéneas da autoridade nacional de protecção civil,
prolongadas pelo território de mais de um homologado pelo Ministro da Administração
município contíguos, podem ser elaborados Interna, ouvido o Conselho Nacional de
planos especiais supramunicipais. Bombeiros.
7 - Nos municípios em que tal se justifique, 2 - São entidades autorizadas a ministrar a
podem ser elaborados planos especiais sobre formação a que se refere o presente artigo, o
riscos específicos, designadamente relativos a Centro de Estudos e Formação Autárquica, a
inundações, incêndios de diferente natureza, Escola Nacional de Bombeiros e a Escola de
acidentes biológicos ou químicos, Formação do Regimento de Sapadores
movimentações em massa ou a sismos. Bombeiros de Lisboa, e ainda as demais
entidades que venham a ser reconhecidas por
Artigo 19.º despacho dos ministros responsáveis pelas áreas
Actualização dos planos municipais de da administração interna e da administração
emergência local.

Os planos municipais de emergência em vigor Artigo 24.º


devem ser actualizados em conformidade com a Norma revogatória
nova legislação de protecção civil, bem como
com a presente lei, no prazo de 180 dias É revogada a Portaria n.º 449/2001, de 5 de
contados a partir da aprovação das orientações Maio.
técnicas pela Comissão Nacional de Protecção
Civil. Artigo 25.º
Produção de efeitos
Artigo 20.º
Defesa da floresta contra incêndios Os municípios adaptam os seus serviços ao
regime previsto na presente lei no prazo de 180
1 - Em cada município existe uma comissão dias.
municipal de defesa da floresta contra incêndios,
que pode ser apoiada pelo gabinete técnico
florestal, sendo a sua criação, composição e
competências reguladas pelo disposto em
diploma próprio.
2 - As câmaras municipais, no domínio do
Sistema Nacional de Defesa da Floresta contra
Incêndios (SNDFCI) exercem as competências
previstas no Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de
Junho.

Artigo 21.º
Carreira de protecção civil

A carreira de protecção civil é criada por


diploma próprio.

445
Autarquias Locais - Legislação Nacional

446
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Decreto-Lei n.º 39/2000, de 17 de Março de formação complementar na área de
Regula a criação de serviços de polícia polícia municipal;
municipal b) Agente graduado principal e agente
(Revogado pelo Decreto-Lei n.º 197/2008, de 7 graduado, de entre, respectivamente,
de outubro, salvo o capítulo IV, «Das carreiras agentes graduados e agentes
de pessoal de polícia municipal», e os seus municipais de 1.ª classe com, pelo
anexos II, III e IV) menos, três anos na respectiva
categoria classificados de Muito bom ou
CAPÍTULO IV cinco anos classificados de Bom;
Das carreiras de pessoal de polícia c) Agente municipal de 1.ª classe, de
municipal entre agentes de 2.ª classe com, pelo
menos, três anos na categoria
Artigo 7.º classificados de Bom;
Carreiras de polícia municipal d) Agente municipal de 2.ª classe, de
entre indivíduos habilitados com o 12.º
1 - São aditadas ao ordenamento de carreiras ano de escolaridade ou equivalente
da administração local a carreira de técnico aprovados em estágio com
superior de polícia municipal e a carreira de classificação não inferior a Bom (14
polícia municipal, com as estruturas e escalas valores), dando-se preferência, em
salariais fixadas no mapa I, anexo II, do caso de igualdade de circunstâncias,
presente diploma, do qual faz parte integrante. àqueles ou àquelas que tiverem
2 - Os municípios que criem o serviço de prestado serviço militar nas Forças
polícia municipal podem extinguir a carreira de Armadas em regime de voluntariado ou
fiscal municipal. contrato pelo período mínimo de um
ano.
Artigo 8.º
2 - Só poderá ser criada a categoria de
Conteúdo funcional
graduado-coordenador quando se verifique a
necessidade de coordenar, pelo menos, 10
1 – (Revogado pelo Decreto-Lei n.º
agentes de polícia municipal.
121/2008, de 11 de julho e confirmada a
revogação pela Declaração de Retificação n.º
Artigo 12.º
49/2008, de 27 de agosto)
Regime de estágio
2 - O conteúdo funcional da carreira de
polícia municipal é o constante do mapa III,
1 - O estágio para ingresso na carreira de
anexo IV, do presente diploma, do qual faz parte
polícia municipal rege-se pelo disposto no artigo
integrante.
5.º do Decreto-Lei n.º 265/88, de 28 de Julho,
com as necessárias adaptações, no artigo 6.º do
Artigo 9.º
Decreto-Lei n.º 427/89, de 7 de Dezembro,
Carreira técnica superior de polícia
aplicável à administração local nos termos do
municipal
Decreto-Lei n.º 409/91, de 17 de Outubro, e
(Revogado pelo Decreto-Lei n.º 121/2008, de 11
pelo disposto nos números seguintes.
de julho e confirmada a revogação pela
2 - A admissão ao estágio faz-se de entre
Declaração de Retificação n.º 49/2008, de 27 de
indivíduos habilitados com o 12.º ano de
agosto)
escolaridade ou equivalente e que reúnam os
requisitos gerais e específicos de provimento, de
Artigo 10.º
idade inferior a 28 anos à data do encerramento
Regime de estágio
do prazo da candidatura, dando-se preferência,
(Revogado pelo Decreto-Lei n.º 121/2008, de 11
em caso de igualdade de circunstâncias, àqueles
de julho e confirmada a revogação pela
ou àquelas que tiverem prestado serviço militar
Declaração de Retificação n.º 49/2008, de 27 de
nas Forças Armadas em regime de voluntariado
agosto.)
ou contrato pelo período mínimo de um ano.
3 - Nos concursos para admissão de
Artigo 11.º
estagiários são obrigatoriamente utilizados como
Carreira de polícia municipal
métodos de selecção a prova de conhecimentos,
o exame psicológico, o exame médico e a
1 - O recrutamento para as categorias da
entrevista profissional, tendo os três primeiros
carreira de polícia municipal obedece às
carácter eliminatório
seguintes regras:
4 - O estágio tem a duração de um ano e
a) Graduado-coordenador, de entre inclui a frequência, com aproveitamento, de um
agentes graduados principais com curso de formação, que conterá
classificação de serviço de Bom com, obrigatoriamente módulos de natureza
pelo menos, três anos de serviço na administrativa, cívica e profissional específica,
categoria e com aprovação em curso com a duração de um semestre, a ministrar
conjuntamente pelo Centro de Estudos e

447
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Formação Autárquica e pela Escola Prática de
Polícia.
3 - O previsto no número anterior não se
5 - Sem prejuízo do disposto no n.º 3, os aplica aos fiscais municipais principais, que
candidatos que comprovem ter frequentado, transitarão nos termos dos n.os 4 e 5.
com aproveitamento, o curso a que se refere o 4 - Os funcionários detentores da categoria
número anterior são dispensados da sua de fiscal municipal principal transitam para a
frequência. categoria de agente graduado.
6 - A não obtenção de aproveitamento no 5 - A transição a que se refere o número
curso de formação a realizar, bem como no final anterior faz-se com observância do disposto nos
do estágio, implica o regresso do estagiário ao n.os 2 e 3 do artigo 18.º do Decreto-Lei n.º 353-
lugar de origem ou a imediata rescisão do A/89, de 16 de Outubro.
contrato, sem direito a qualquer indemnização, 6 - Nas situações previstas no n.º 2, o tempo
consoante se trate de indivíduos providos, ou de serviço prestado na anterior categoria da
não, definitivamente. carreira de fiscal municipal conta, para todos os
7 - Os estagiários são remunerados pelo efeitos legais, designadamente, para promoção
índice 165 da escala salarial do regime geral, na carreira de polícia municipal e progressão na
sem prejuízo do direito de opção pela categoria para a qual o funcionário venha a
remuneração do lugar de origem, no caso do transitar.
pessoal provido definitivamente.
8 - Os indivíduos aprovados em estágio e que Artigo 14.º
se encontrem dentro das vagas serão providos a Transição de outro pessoal
título definitivo, contando o tempo de estágio
para efeitos de promoção e progressão na 1 - Sem prejuízo do disposto no artigo
categoria de ingresso da carreira. anterior, podem transitar para a carreira de
polícia municipal os funcionários municipais que
Artigo 13.º satisfaçam, cumulativamente, as seguintes
Transição de fiscais municipais condições:
a) Estejam habilitados com o 12.º ano
1 - Nos municípios que criem o serviço de
de escolaridade ou equivalente;
polícia municipal, os fiscais municipais podem
b) Frequentem, com aproveitamento,
transitar para a carreira de polícia municipal,
um curso de formação profissional na
desde que satisfaçam, cumulativamente, as
área de polícia municipal, a que se
seguintes condições:
refere o n.º 4 do artigo 12.º;
a) Estejam habilitados com o 12.º ano c) Comprovem possuir a robustez física
de escolaridade ou equivalente; para o exercício das funções previstas
b) Frequentem, com aproveitamento, na carreira, mediante exame médico
um curso de formação profissional na de selecção;
área de polícia municipal, com duração d) Obtenham relatório favorável em
não inferior a três meses, ministrado exame psicológico de selecção.
conjuntamente pelo Centro de Estudos
2 - Transitam também para a carreira de
e Formação Autárquica e pela Escola
polícia municipal os funcionários integrados na
Prática de Polícia;
carreira de polícia administrativa municipal.
c) Comprovem possuir a robustez física
3 - Para efeitos de determinação da categoria
para o exercício das funções previstas
da carreira de polícia municipal, a relação de
na carreira, mediante exame médico
natureza remuneratória legalmente fixada
de selecção;
estabelece-se entre os índices remuneratórios
d) Obtenham relatório favorável em
correspondentes ao escalão 1 da categoria em
exame psicológico de selecção.
que o funcionário se encontre e o escalão 1 da
2 - A transição do pessoal a que se refere o categoria da nova carreira.
número anterior efectua-se no escalão em que o 4 - As transições a que se refere o número
funcionário se encontra posicionado e de acordo anterior efectuam-se para o escalão a que
com as seguintes regras: corresponda, na estrutura da categoria, índice
remuneratório igual ou, se não houver
a) Fiscal municipal especialista principal
coincidência, índice superior mais elevado.
para agente graduado principal;
5 - Nos casos em que a integração na nova
b) Fiscal municipal especialista para
carreira se faça em escalão a que corresponda o
agente graduado;
mesmo índice remuneratório, o tempo de
c) Fiscal municipal de 1.ª classe para
serviço prestado no escalão de origem releva
agente municipal de 1.ª classe;
para progressão na nova categoria.
d) Fiscal municipal de 2.ª classe para
6 - Nas situações previstas nos números
agente municipal de 2.ª classe.
anteriores, o tempo de serviço prestado na
anterior categoria conta para efeitos de
promoção na carreira de polícia municipal.

448
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 15.º Artigo 18.º
Formação profissional e exames médico e Trabalho extraordinário, nocturno, em dias
psicológico de selecção de descanso e em feriados

1 - A duração, o conteúdo curricular, os 1 - Sempre que o horário diário de trabalho


critérios de avaliação e o regime de frequência coincida, no todo ou em parte, com o período de
dos cursos de formação previstos nos artigos trabalho nocturno, a remuneração respectiva é
10.º, n.º 3, 11.º, n.º 1, alínea a), 12.º, n.º 4, e acrescida nos termos do artigo 32.º, n.º 3, do
13.º, n.º 1, alínea b), do presente diploma são Decreto-Lei n.º 259/98, de 18 de Agosto.
fixados por portaria conjunta dos membros do 2 - As situações de trabalho extraordinário e
Governo responsáveis pelas áreas da a prestação de trabalho em dias de descanso
administração interna e das autarquias locais. semanal e descanso complementar,
2 - A definição do conteúdo e da realização programados nos termos do n.º 3 do artigo 17.º
dos exames médico e psicológico de selecção do presente diploma, bem como nos dias
são fixados por portaria conjunta dos membros feriados, são igualmente remuneradas nos
do Governo responsáveis pelas áreas da termos do diploma referido no número anterior.
administração interna e das autarquias locais.
Artigo 19.º
Artigo 16.º Destacamento de graduados das forças de
Extinção de lugares segurança

1 - Os oficiais e demais graduados das forças


1 - No caso de o município optar pela
de segurança podem desempenhar funções de
extinção da carreira de fiscal municipal, são
enquadramento compatíveis nas polícias
extintos os lugares dos fiscais municipais que
municipais.
transitem para lugares da carreira de polícia
2 - O exercício das funções referidas no
municipal.
número anterior faz-se em regime de
2 - Os fiscais municipais que não transitem,
destacamento em termos idênticos ao disposto
nos termos do número anterior, para a carreira
nos n.os 1, 2, 3 e 4 do artigo 27.º do Decreto-
de polícia municipal mantêm-se nos lugares da
Lei n.º 427/89, de 7 de Dezembro.
carreira de fiscal municipal, os quais se
3 - O destacamento faz-se por solicitação da
extinguem quando vagarem, da base para o
câmara municipal, devidamente fundamentada e
topo.
com o acordo do interessado, e depende de
autorização do Ministro da Administração
Artigo 17.º
Interna, ouvido o responsável máximo da força
Semana de trabalho e descanso semanal
de segurança respectiva.
1 - A duração semanal de trabalho do pessoal CAPÍTULO IV
da carreira de polícia municipal é de trinta e Disposições finais e transitórias
cinco horas.
2 - São considerados dias normais de Artigo 20.º
trabalho todos os dias da semana, incluindo Receita do município
sábados, domingos e feriados.
3 - As situações de trabalho extraordinário, O produto das coimas resultante da
de descanso semanal e descanso complementar, actividade do serviço de polícia municipal
bem como a fixação da modalidade de horário, constitui receita do município, salvo disposição
são definidas na programação de serviço a legal em contrário.
estabelecer mensalmente pelos serviços
municipais de polícia, devendo, pelo menos uma Artigo 21.º
vez por mês, fazer coincidir aqueles dias de Recrutamento excepcional para a categoria
descanso com o sábado e o domingo. de graduado-coordenador
4 - A programação a que se refere o número
1 - A área de recrutamento para a categoria
anterior pode ser alterada, devendo ser
de graduado-coordenador é alargada, por um
comunicada aos interessados com a
período de cinco anos, nos seguintes termos:
antecedência de uma semana, salvo casos
excepcionais, em que a referida comunicação a) Funcionários do grupo de pessoal
poderá ser feita com a antecedência de quarenta técnico-profissional detentores da
e oito horas. categoria de técnico profissional
especialista principal habilitados com o
12.º ano de escolaridade ou
equivalente;
b) Funcionários pertencentes a outros
grupos de pessoal, integrados no índice
300 ou superior do regime geral,
habilitados com o 12.º ano de
escolaridade ou equivalente.

449
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 23.º
2 - Sem prejuízo do previsto no número
Regime especial transitório de Lisboa e do
anterior, os candidatos à categoria de graduado-
Porto
coordenador devem satisfazer cumulativamente
os seguintes requisitos:
1 - Os municípios de Lisboa e do Porto, no
a) Frequentem com aproveitamento um prazo máximo estabelecido no artigo 22.º da Lei
curso de formação profissional a n.º 140/99, de 28 de Agosto, promovem a
regular nos termos do artigo 15.º e da aplicação do regime previsto no presente
alínea b) do n.º 1 do artigo 13.º; diploma.
b) Comprovem possuir robustez física 2 - O regime especial transitório das polícias
para o exercício das funções previstas municipais de Lisboa e do Porto bem como as
na carreira, mediante exame médico condições de eventual integração dos agentes da
de selecção; Polícia de Segurança Pública em funções
c) Obtenham relatório favorável em naqueles municípios são estabelecidos pelo
exame psicológico de selecção. Governo em diploma próprio.

Artigo 22.º Artigo 24.º


Regime excepcional de transição de pessoal Norma revogatória
da carreira de fiscal municipal para a
carreira de polícia municipal É revogado o Decreto Regulamentar n.º
20/95, de 18 de Julho.
No prazo de cinco anos, contados a partir da
data da entrada em vigor do presente decreto-
lei, o pessoal da carreira de fiscal municipal
provido até à data da entrada em vigor da Lei
n.º 140/99, de 28 de Agosto, e habilitado com o
9.º ano de escolaridade ou equivalente poderá
transitar para a carreira de polícia municipal, nos
termos do disposto nos n.os 2, 3, 4, 5 e 6 do
artigo 13.º do presente diploma, desde que
preencha, cumulativamente, os requisitos
constantes nas alíneas b), c) e d) do n.º 1 do
mesmo preceito.

ANEXO II

MAPA I6

Carreira de polícia municipal

Escalões
Grupo de pessoal Categoria
1 2 3 4 5
Técnico-profissional Graduado-coordenador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 360 380 410 450
Agente graduado principal . . . . . . . . . . . . . . . . . 305 315 330 345 360
Agente graduado . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . 260 270 285 305 325
Agente municipal de 1.a . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215 220 230 245 260
Agente municipal de 2.a . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190 200 210 220 240
Estagiário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165

6
Nota: Nos termos do artigo 1.º, 2.º e Mapa I do Decreto-Lei n.º 121/2008, de 11 de Junho “ os técnicos superiores
de polícia municipal transitam para a carreira geral de técnico superior”.

450
Autarquias Locais - Legislação Nacional
ANEXO III f) Elaborar autos de notícia e autos de
contra-ordenação ou transgressão por
MAPA II infracções às normas regulamentares
municipais e às normas de âmbito
Conteúdo funcional nacional ou regional cuja competência
de aplicação ou fiscalização pertença
(Revogado pelo Decreto-Lei n.º 121/2008, de 11 ao município;
de julho e confirmada a revogação pela g) Elaborar autos de notícia por acidente
Declaração de Retificação n.º 49/2008, de 27 de de viação quando o facto não constituir
agosto) crime;
h) Elaborar autos de notícia, com
ANEXO IV remessa à autoridade competente, por
infracções cuja fiscalização não seja da
MAPA III competência do município, nos casos
em que a lei o imponha ou permita;
Conteúdo funcional i) Instruir processos de contra-
ordenação e de transgressão da
Ao pessoal da carreira de polícia municipal respectiva competência;
incumbe, genericamente: j) Exercer funções de polícia ambiental;
k) Exercer funções de polícia mortuária;
a) Fiscalizar o cumprimento das normas
l) Fiscalizar o cumprimento dos
de estacionamento de veículos e de
regulamentos municipais e de aplicação
circulação rodoviária, incluindo a
das normas legais, designadamente
participação dos acidentes de viação, e
nos domínios do urbanismo, da
proceder à regulação do trânsito
construção, da defesa e protecção dos
rodoviário e pedonal na área de
recursos cinegéticos, do património
jurisdição municipal;
cultural, da Natureza e do ambiente;
b) Fazer vigilância nos transportes
m) Garantir o cumprimento das leis e
urbanos locais, nos espaços públicos ou
dos regulamentos que envolvam
abertos ao público, designadamente
competências municipais de
nas áreas circundantes de escolas, e
fiscalização;
providenciar pela guarda de edifícios e
n) Exercer funções de sensibilização e
equipamentos públicos municipais;
divulgação de várias matérias,
c) Executar coercivamente, nos termos
designadamente de prevenção
da lei, os actos administrativos das
rodoviária e ambiental;
autoridades municipais;
o) Participar no serviço municipal de
d) Deter e entregar imediatamente à
protecção civil.
autoridade judiciária ou a entidade
policial suspeitos de crime punível com
pena de prisão em caso de flagrante
delito, nos termos da lei processual
penal;
e) Denunciar os crimes de que tiver
conhecimento no exercício das suas
funções, e por causa delas, e praticar
os actos cautelares necessários e
urgentes para assegurar os meios de
prova, nos termos da lei processual
penal, até à chegada do órgão de
polícia criminal competente;

451
Autarquias Locais - Legislação Nacional

452
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Decreto-Lei n.º 197/2008, de 7 de Outubro CAPÍTULO II
Regulamenta a Lei n.º 19/2004, de 20 de Da deliberação da assembleia municipal
Maio, estabelecendo as regras a observar
na deliberação da assembleia municipal Artigo 2.º
que crie, para o respectivo município, a Conteúdo da deliberação
polícia municipal, e regulando, nesse
âmbito, as relações entre a administração 1 - Na deliberação da assembleia municipal
central e os municípios que, nos termos do n.º 1 do artigo 11.º da Lei
n.º 19/2004, de 20 de Maio, crie a polícia
A IV Revisão Constitucional determinou, na municipal são, obrigatoriamente, aprovados:
redacção dada ao n.º 3 do artigo 237.º, que «as
a) O regulamento de organização e
polícias municipais cooperam na manutenção da
funcionamento da polícia municipal;
tranquilidade pública e na protecção das
b) O primeiro mapa de pessoal.
comunidades locais», e remeteu para a
competência de reserva relativa da Assembleia 2 - A validade do regulamento de
da República a definição do regime e da forma organização e funcionamento da polícia
de criação das polícias municipais. municipal e do mapa de pessoal aprovados
Estes aspectos encontram-se actualmente depende da sua conformidade com as regras
estabelecidos na Lei n.º 19/2004, de 20 de Maio, previstas na Lei n.º 19/2004, de 20 de Maio, no
que procedeu à revisão da anterior lei quadro e diploma que aprova os regimes de vinculação,
cuja regulamentação importa actualizar. de carreiras, e de remunerações dos
É o que faz o presente decreto-lei, trabalhadores que exercem funções públicas, e
simplificando as regras e os procedimentos a no presente decreto-lei.
observar na criação de cada polícia municipal,
revendo o quadro jurídico aplicável às Artigo 3.º
deliberações a submeter a Conselho de Conteúdo do regulamento de organização e
Ministros, à delimitação das competências de funcionamento
cada polícia municipal e à delimitação geográfica
do respectivo exercício. Do regulamento de organização e
São igualmente fixadas as linhas funcionamento de cada polícia municipal consta,
fundamentais da cooperação entre a obrigatoriamente:
administração central e os municípios que optem
pela criação de polícia municipal. a) A enumeração taxativa das
Clarifica-se, por fim, o regime aplicável à competências da polícia municipal a
cobrança e percepção pelos municípios de criar, dentro do respectivo quadro
receitas decorrentes da aplicação de coimas. legal;
Foi ouvida a Associação Nacional de b) A delimitação geográfica da área do
Municípios Portugueses. território municipal onde serão
Assim: exercidas as respectivas competências;
Ao abrigo do disposto no artigo 20.º da Lei c) A estrutura orgânica e de comando da
n.º 19/2004, de 20 de Maio, e nos termos da polícia municipal;
alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da d) A fixação do equipamento coercivo a
Constituição, o Governo decreta o seguinte: deter pelo serviço, nos termos dos
normativos aplicáveis;
CAPÍTULO I e) A descrição, com recurso a elementos
Do âmbito de aplicação figurativos, dos distintivos heráldicos e
gráficos do município para uso nos
Artigo 1.º uniformes e viaturas;
Objecto f) A caracterização das instalações de
funcionamento da polícia municipal.
O presente decreto-lei estabelece as regras a
observar na criação de polícias municipais, Artigo 4.º
regulando, nesse âmbito, as relações entre a Mapa de pessoal
administração central e os municípios, nos
termos da lei. 1 - A fixação do número de efectivos de cada
polícia municipal depende das necessidades do
serviço e da proporcionalidade entre o número
de agentes e o número de cidadãos eleitores
inscritos na área do respectivo município, nos
termos do disposto nos n.os 2 e 3 do presente
artigo.

453
Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 - Na fixação do número de efectivos da CAPÍTULO III
polícia municipal consideram-se, Das relações entre a administração central
designadamente, os seguintes factores: e os municípios
a) A extensão geográfica do município;
Artigo 6.º
b) A área do município sobre que incide
Cooperação entre a administração central e
o exercício das competências do
os municípios
serviço de polícia municipal, a definir
na deliberação da assembleia municipal
1 - O processo de criação efectiva das
respectiva;
polícias municipais é acompanhado pelo
c) A razão da concentração ou dispersão
Ministério da Administração Interna,
populacional;
designadamente:
d) As competências efectivamente
exercidas, a definir na deliberação da a) Fixando as especificações técnicas das
assembleia municipal respectiva; instalações, de modo a assegurar as
e) O número de freguesias do município; adequadas condições de funcionalidade
f) O número de equipamentos públicos e operacionalidade, e a inclusão de
existentes na área do município sobre mecanismos de trabalho com utilização
que incide o exercício das intensiva de tecnologias de informação
competências do serviço de polícia e comunicação;
municipal; b) Cooperando no processo de formação
g) A população em idade escolar na área inicial dos estagiários e na formação
do município sobre que incide o complementar dos agentes de polícia
exercício das competências do serviço municipal, através do Centro de Estudo
de polícia municipal; e Formação Autárquica, da Escola
h) A extensão da rede viária municipal; Prática da Polícia de Segurança Pública
i) A delimitação da área urbana do e do Instituto Superior de Ciências
município. Policiais e Segurança Interna;
c) Assegurando aos agentes das polícias
3 - A ponderação dos factores fixados no
municipais o acesso à plataforma de
número anterior não poderá exceder a razão de
ensino a distância do Ministério da
3 agentes por 1000 cidadãos eleitores inscritos
Administração Interna, para efeitos de
na área do respectivo município.
aquisição de competências em matéria
4 - Em cada polícia municipal, o número de
de literacia digital e formação
efectivos não pode ser inferior a seis.
profissional contínua;
5 - O mapa de pessoal é mantido ou alterado
d) Facultando às polícias municipais a
pela assembleia municipal, sob proposta da
utilização do sistema de contra-
câmara municipal, e tornado público nos termos
ordenações de trânsito gerido pela
gerais.
Autoridade Nacional de Segurança
Rodoviária (ANSR), bem como de
Artigo 5.º
outros sistemas de informação
Eficácia da deliberação da assembleia
relevantes para as respectivas missões,
municipal
nos termos a definir por portaria do
membro do Governo responsável pela
1 - Nos termos do disposto no n.º 3 do artigo
área da administração interna;
11.º da Lei n.º 19/2004, de 20 de Maio, a
e) Articulando o exercício de
eficácia da deliberação da assembleia municipal
competências das forças de segurança
que cria a polícia municipal depende de
com o cumprimento das missões das
ratificação por resolução do Conselho de
polícias municipais, designadamente,
Ministros.
partilhando informação e instituindo
2 - A resolução do Conselho de Ministros é
mecanismos e procedimentos de
tomada mediante proposta dos membros do
coordenação entre os respectivos
Governo que tiverem a seu cargo as áreas da
responsáveis;
administração interna e das autarquias locais.

454
Autarquias Locais - Legislação Nacional
f) Incentivando o uso de sistemas de Artigo 8.º
informação e de terminais de Regime especial transitório de Lisboa e do
pagamento electrónico que facilitem o Porto
exercício das competências previstas
no artigo seguinte, assegurando Sem prejuízo da aplicação do disposto nos
designadamente que a percepção da artigos 6.º e 7.º, o regime das polícias
percentagem das coimas que seja municipais de Lisboa e do Porto é objecto de
devida ao município tenha lugar de diploma especial, nos termos previstos na Lei
forma automatizada, nos termos a fixar n.º 19/2004, de 20 de Maio.
em portaria do membro do Governo
responsável pela área da administração Artigo 9.º
interna; Norma revogatória
g) Dando cumprimento às normas legais
sobre cooperação entre as estruturas É revogado o Decreto-Lei n.º 39/2000, de 17
centrais e locais em matéria de de Março, salvo o capítulo iv, «Das carreiras de
protecção civil. pessoal de polícia municipal», e os seus anexos
ii, iii e iv.
2 - É assegurado o acesso das autarquias
locais ao Sistema Nacional de Compras Públicas
para efeitos de aquisição de equipamentos e de
outros bens necessários às polícias municipais.

CAPÍTULO IV
Disposições finais e transitórias

Artigo 7.º
Receita do município

1 - Salvo disposição legal em contrário, o


produto das coimas resultante da actividade da
polícia municipal constitui receita do município.
2 - O produto das coimas aplicadas por
contra-ordenação rodoviária em resultado da
actividade de fiscalização da polícia municipal
reverte em 55 % a favor do município, 10 %
para a ANSR e 35 % a favor do Estado.
3 - O referido nos números anteriores
abrange os montantes cobrados em juízo.
4 - O disposto no presente artigo é também
aplicável quando as coimas resultem da
actividade exercida por empresas municipais
enquanto entidade autuante e fiscalizadora do
Código da Estrada e sua legislação
complementar, bem como dos regulamentos e
posturas municipais de trânsito.
5 - O regime de distribuição de receitas ora
previsto será objecto de revisão decorridos dois
anos sobre a entrada em vigor do presente
decreto-lei, tendo em conta os indicadores
relativos à sua aplicação e as necessidades
operacionais das polícias municipais.

455
Autarquias Locais - Legislação Nacional

456
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Decreto-Lei n.º 239/2009, de 16 de A necessidade da definição rigorosa dos
Setembro contornos das funções das polícias municipais,
Estabelece os direitos e os deveres dos que o parecer da Procuradoria-Geral da
agentes de polícia municipal, assim como República contribuiu para modelar, deve ter uma
as condições e o modo de exercício das expressão adequada na formulação do futuro
respectivas funções, regulamentando a Lei regime.
n.º 19/2004, de 20 de Maio Foram ouvidas a Associação Nacional de
Municípios Portugueses, bem como o Sindicato
A revisão da Constituição da República Nacional das Polícias Municipais e o Sindicato
Portuguesa realizada em 1997 veio permitir que Nacional dos Trabalhadores da Administração
os municípios possam criar polícias municipais Local.
que, para além do exercício das competências Assim:
de polícia administrativa já anteriormente Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo
àqueles reconhecidas, tenham ainda poderes de 198.º da Constituição, o Governo decreta o
actuação no âmbito da segurança interna, em seguinte:
cooperação com as forças de segurança.
O actual regime e forma de criação das CAPÍTULO I
polícias municipais constam da Lei n.º 19/2004, Âmbito de aplicação
de 20 de Maio, importando melhorar alguns
aspectos do regime jurídico relativo à sua Artigo 1.º
regulamentação. Objecto
Tal procedimento foi já adoptado no tocante
às regras a observar na criação de polícias O presente decreto-lei aprova os direitos e os
municipais e à disciplina das relações entre a deveres dos agentes de polícia municipal e
administração central e os municípios, tendo o regula as condições e o modo de exercício das
Decreto-Lei n.º 197/2008, de 7 de Outubro, que respectivas funções, no quadro fixado pela Lei
operou a necessária revisão do quadro legal, n.º 19/2004, de 20 de Maio.
sido devidamente regulamentado e posto em
execução, viabilizando a criação de novas CAPÍTULO II
polícias municipais. Disposições gerais
O presente decreto-lei vem, agora,
estabelecer, de forma mais aperfeiçoada, os Artigo 2.º
direitos e os deveres dos agentes de polícia Do agente de polícia municipal
municipal e regular as condições e o modo do
exercício das respectivas funções. 1 - São agentes de polícia municipal todos os
São definidos o regime do uso e porte de que prestem serviço na carreira de polícia
arma e o recurso a meios coercivos, bem como o municipal.
respectivo equipamento. O direito de detenção, 2 - São ainda agentes de polícia municipal
uso e porte de arma fora de serviço fica outros quadros dirigentes, caso existam.
dependente de verificação da situação individual,
nos termos previstos no regime jurídico das Artigo 3.º
armas e suas munições, podendo ser objecto de Princípios fundamentais
procedimento simplificado.
As normas relativas às carreiras e 1 - Os agentes de polícia municipal actuam
remunerações serão inseridas em legislação para prossecução do interesse público, no
específica, no quadro da reforma das carreiras respeito pelos direitos e interesses legalmente
da administração local que se encontra em protegidos dos cidadãos.
curso, opção essa que permitirá definir, de 2 - Os agentes de polícia municipal estão
forma integrada e harmoniosa, o regime capaz subordinados à Constituição e à lei e devem
de dar resposta às dificuldades diagnosticadas e actuar, no exercício das suas funções de agentes
carecidas de solução. Para o efeito, será feita a de autoridade, com respeito pelos princípios da
devida articulação interministerial e dado igualdade, da proporcionalidade, da justiça, da
cumprimento às regras legais sobre a imparcialidade e da boa-fé.
participação dos trabalhadores no procedimento
legislativo. CAPÍTULO III
Esta alteração constitui em si mesma um Dos deveres e dos direitos dos agentes de
progresso em relação à actual situação, podendo polícia municipal
beneficiar, no momento próprio, das alterações
que estão em curso quanto ao regime de Artigo 4.º
vínculos, remunerações e carreiras da Princípio geral
administração local e dos estatutos de corpos
especiais. Os agentes de polícia municipal gozam de
todos os direitos e estão sujeitos aos deveres e
incompatibilidades consignados na Constituição
e no Estatuto Disciplinar dos Trabalhadores Que

457
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Exercem Funções Públicas, sem prejuízo do Artigo 9.º
regime próprio previsto no presente decreto-lei. Dever de uso de uniforme

Artigo 5.º 1 - Os agentes de polícia municipal exercem


Deveres dos agentes de polícia municipal as suas funções uniformizados.
2 - Os modelos de uniforme e insígnias,
Para além dos deveres gerais previstos no incluindo divisas, são aprovados nos termos
artigo anterior, são ainda deveres dos agentes previstos no n.º 4 do artigo 7.º da Lei n.º
de polícia municipal: 19/2004, de 20 de Maio.
3 - Estão isentos do dever de uso de
a) O dever de obediência hierárquica;
uniforme os dirigentes que, não integrando a
b) O dever de sigilo profissional;
carreira do pessoal de polícia municipal, nem a
c) O dever de denúncia;
tal estando obrigados no seu lugar de origem,
d) O dever de uso de uniforme;
manifestem esse desejo.
e) O dever de identificação.
Artigo 10.º
Artigo 6.º
Dever de identificação
Dever de obediência hierárquica
1 - Os agentes de polícia municipal
O dever de obediência hierárquica consiste
consideram-se identificados quando
em acatar e cumprir com exactidão e
devidamente uniformizados.
oportunidade as ordens dos seus legítimos
2 - Sem prejuízo do disposto no número
superiores hierárquicos, dadas em objecto de
anterior, os agentes de polícia municipal devem
serviço e com a forma legal.
exibir prontamente o crachá ou o cartão de
livre-trânsito, sempre que isso seja solicitado ou
Artigo 7.º
as circunstâncias do serviço o exijam, para
Dever de sigilo profissional
certificar a sua qualidade.
3 - O modelo de crachá e o modelo de cartão
O dever de sigilo profissional obriga os
de livre-trânsito são aprovados por portaria
elementos da polícia municipal a guardar sigilo
conjunta dos membros do Governo responsáveis
sobre as informações a que tenham acesso no
pelas áreas da administração interna e das
exercício das suas funções, designadamente:
autarquias locais.
a) Não revelar matéria relativa à
realização de diligências no âmbito de Artigo 11.º
processos de contra-ordenações, assim Direitos dos agentes de polícia municipal
como sujeita a segredo nos termos da
legislação do processo penal; Para além dos direitos gerais previstos no
b) Não revelar matérias respeitantes a artigo 4.º, são ainda direitos dos agentes de
assuntos relativos ao dispositivo ou polícia municipal:
actividade operacional de polícia, salvo
a) O direito de acesso e livre-trânsito;
mediante autorização da entidade
b) O direito de detenção, uso e porte de
hierarquicamente competente;
arma fora de serviço;
c) Guardar rigoroso sigilo relativamente
c) O direito a regime penitenciário
a elementos constantes de registos, de
especial.
centros de dados e de quaisquer
documentos a que, por motivo de
Artigo 12.º
serviço, tenham acesso.
Direito de acesso e livre-trânsito
Artigo 8.º
1 - Os agentes de polícia municipal têm, no
Dever de denúncia
exercício das suas funções, a faculdade de
entrar livremente em todos os lugares onde se
O dever de denúncia obriga o pessoal da
realizem reuniões públicas ou onde o acesso do
polícia municipal que tenha conhecimento de
público dependa do pagamento de uma entrada
factos relativos a crimes no exercício das suas
ou da realização de certa despesa, dos quais se
funções, e por causa delas, a comunicá-los
encontram dispensados.
imediatamente à entidade competente para a
2 - No exercício das suas funções, os agentes
investigação, sem prejuízo da competência para
de polícia municipal podem circular livremente
levantamento do respectivo auto definida na
nos transportes urbanos locais, na área da sua
alínea f) do n.º 1 do artigo 4.º da Lei n.º
competência, desde que devidamente
19/2004, de 20 de Maio.
uniformizados e identificados.

458
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 13.º ou cumulativamente, dispensas de serviço até
Direito de detenção, uso e porte de arma seis dias por ano, bem como louvores e
fora de serviço condecorações.
2 - As recompensas atribuídas são publicadas
1 - Os agentes de polícia municipal, quando no boletim da autarquia ou locais de estilo e
portadores de arma em serviço, têm direito, fora registadas no processo individual do elemento
de serviço, à detenção, uso e porte de arma contemplado.
pessoal, nos termos previstos no regime jurídico 3 - As dispensas de serviço, os louvores e as
das armas e suas munições. condecorações são concedidos pela câmara
2 - A autorização mencionada no número municipal, sob proposta do comandante da
anterior tem tramitação organizada em polícia municipal respectiva, ou por iniciativa do
condições que assegurem a sua especial presidente da câmara municipal.
celeridade. 4 - O regime geral das condecorações é
fixado por portaria conjunta dos membros do
Artigo 14.º Governo responsáveis pela área da
Regime penitenciário administração interna e das autarquias locais.

1 - O cumprimento de prisão preventiva e CAPÍTULO V


das penas privativas de liberdade pelo agente da Do equipamento
polícia municipal ocorre em estabelecimentos
prisionais ou unidades especialmente Artigo 18.º
vocacionadas para o efeito. Equipamento
2 - O disposto no número anterior aplica-se
igualmente à sua remoção ou transporte. 1 - O equipamento dos agentes de polícia
municipal é composto por:
Artigo 15.º
a) Bastão curto e pala de suporte;
Pessoal em regime de comissão de serviço
b) Arma de fogo e coldre;
c) Algemas;
O pessoal a prestar serviço em regime de
d) Apito;
comissão de serviço nas polícias municipais
e) Emissor-receptor portátil ou
mantém os direitos e as regalias que detém nos
equivalente.
serviços de origem relativos à contagem e
aumento de tempo de serviço e ao regime de 2 - Os agentes de polícia municipal podem
segurança e apoio social. ainda deter ou utilizar as armas da classe E
referidas na lei das armas e suas munições.
CAPÍTULO IV 3 - Os agentes de polícia municipal não
Regime disciplinar podem deter ou utilizar outros equipamentos
coercivos além dos previstos nas alíneas a) a c)
Artigo 16.º do n.º 1 e no número anterior.
Princípio geral 4 - Nas situações em que tal se justifique,
deve o equipamento ser ainda constituído por
1 - Ao pessoal da polícia municipal é aplicável coletes de protecção balística.
o Estatuto Disciplinar dos Trabalhadores Que 5 - O número de equipamentos coercivos é
Exercem Funções Públicas. na razão de um por agente.
2 - O Estatuto Disciplinar dos Trabalhadores
Que Exercem Funções Públicas é ainda aplicável Artigo 19.º
ao pessoal de outros serviços que desempenhe Uso e porte de arma
funções de comando ou direcção nas polícias
municipais, por conveniência para o interesse 1 - Os agentes de polícia municipal podem,
público, ou que ali se encontre em comissão de quando em serviço, deter e usar arma de fogo a
serviço, salvo se houver lugar à aplicação de disponibilizar pelo município.
regime disciplinar especial ao abrigo do estatuto 2 - O calibre das armas a disponibilizar nos
do lugar de origem. termos do número anterior não pode ser igual
3 - As multas aplicadas na sequência de ou superior ao das forças de segurança, devendo
procedimento disciplinar constituem receita do obedecer às condições definidas por despacho
município respectivo. do membro do Governo responsável pela área
da administração interna.
Artigo 17.º
Recompensas Artigo 20.º
Armeiro e registo
1 - Aos elementos do pessoal da polícia
municipal que se distingam no exercício das 1 - Findo o período de serviço, as armas são
suas funções por exemplar comportamento ou depositadas em armeiro próprio,
actos de especial mérito, bravura, relevo social
ou profissional podem ser atribuídas, separada

459
Autarquias Locais - Legislação Nacional
obrigatoriamente disponibilizado pela câmara CAPÍTULO VI
municipal. Disposições finais
2 - A câmara municipal organiza e mantém
actualizado um registo identificativo das armas Artigo 24.º
de defesa disponibilizadas e dos respectivos Regime especial aplicável às polícias
utilizadores. municipais de Lisboa e do Porto

Artigo 21.º O regime das polícias municipais de Lisboa e


Meios de comunicação do Porto é objecto de diploma especial, nos
termos previstos na Lei n.º 19/2004, de 20 de
1 - No exercício das suas funções, os agentes Maio.
de polícia municipal utilizam equipamento de
telefonia celular de uso autorizado nos termos Artigo 25.º
gerais, podendo também usar equipamento Norma revogatória
especial de transmissão e de recepção para
comunicação, autorizado por despacho do É revogado o Decreto-Lei n.º 40/2000, de 17
membro do governo responsável pela área da de Março.
administração interna.
2 - Os agentes de polícia municipal podem Artigo 26.º
ainda usar outros meios de comunicação Entrada em vigor
electrónica para acesso à informação necessária
à prossecução das respectivas missões, incluindo O presente decreto-lei entra em vigor no 1.º
os do sistema integrado das redes de dia do mês seguinte ao da sua publicação.
emergência e segurança de Portugal, nas
condições contratuais aplicáveis.

Artigo 22.º
Uso de viaturas

1 - As viaturas utilizadas pela polícia


municipal são, em regra, caracterizadas nos
termos do disposto no n.º 2.
2 - Os distintivos heráldicos e gráficos, bem
como o modelo de caracterização das viaturas,
são aprovados nos termos previstos no n.º 4 do
artigo 7.º da Lei n.º 19/2004, de 20 de Maio.

Artigo 23.º
Recurso a meios coercivos

1 - Os agentes de polícia municipal podem


fazer uso dos meios coercivos de que dispõem,
atentos os condicionalismos legais, nos
seguintes casos:
a) Para repelir uma agressão ilícita,
actual ou iminente de interesses ou
direitos juridicamente protegidos, em
defesa própria ou de terceiros;
b) Para vencer a resistência à execução
de um serviço no exercício das suas
funções, depois de ter feito aos
resistentes intimação formal de
obediência e esgotados que tenham
sido quaisquer outros meios para o
conseguir.
2 - À utilização de armas de defesa por
agentes de polícia municipal são aplicáveis, com
as devidas adaptações decorrentes das especiais
competências exercidas por este serviço
municipal, as restrições e demais regras
previstas no decreto-lei que regula as situações
de recurso a arma de fogo em acção policial.

460
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Portaria n.º 1463/2008, de 17 de relevantes da modernização dos instrumentos de
Dezembro pagamento, traduzindo-se no crescimento
Determina que as polícias municipais e as exponencial das transacções com cartões de
empresas municipais que exercem a pagamento e da utilização de caixas automáticos
actividade autuante e de fiscalização do e de terminais de pagamento automático, em
Código da Estrada e legislação detrimento dos meios de pagamento
complementar, bem como dos tradicionais.
regulamentos e posturas municipais de Os novos instrumentos de pagamento
trânsito, utilizem, sempre que possível, no electrónico não só oferecem benefícios em
âmbito do exercício das suas competências, termos de segurança, facilidade de uso,
terminais electrónicos de pagamento, conveniência e tempos de deslocação, espera e
associados a sistemas de informação, para processamento, como permitem a redução de
a cobrança das coimas resultantes da custos e de tempo no acesso aos serviços de
respectiva actividade pagamentos por parte dos utilizadores.
Não menos importante é o facto de a
1 - O Decreto-Lei n.º 197/2008, de 7 de utilização criteriosa de terminais de pagamento
Outubro, veio rever as regras de criação de electrónico - se devidamente combinada com a
polícias municipais e aperfeiçoar o desmaterialização do processamento das contra-
enquadramento das relações entre a ordenações, através de modernos sistemas de
administração central e os municípios. informação - permitir às organizações que em
Ao redefinir as linhas fundamentais da tal apostem uma fácil interacção com as
cooperação entre a administração central e os estruturas geridas pelo sistema bancário,
municípios que optem pela criação da polícia racionalizando assim os recursos afectos ao
municipal, o novo regime legal estabeleceu uma cumprimento das normas sancionatórias e
fórmula mais justa e equilibrada quanto ao simplificando muito a gestão dos procedimentos.
regime aplicável à percepção e cobrança pelos Essa via permite alcançar mais rápida
municípios de receitas decorrentes da aplicação disponibilidade dos montantes obtidos e formas
de coimas. desburocratizadas de partilha de receitas com
Foi largamente consensual a opção tomada entidades parceiras.
no sentido de incentivar o uso de sistemas de As regras aplicáveis à necessária interacção
informação e de terminais de pagamento com as instituições de crédito são modeladas, no
electrónico que facilitem o exercício das quadro legal aplicável ao sector, em
competências das polícias municipais, instrumentos contratuais apropriados, que
assegurando que a percepção da percentagem propiciam o uso de uma vasta gama de
das coimas que seja devida ao município tenha terminais de pagamento electrónico e de
lugar de forma automatizada. Ao evitar a serviços complementares, cuja extensão e
multiplicação de procedimentos na actividade alcance devem ser objecto de livre escolha pelos
diária das polícias municipais, facilita-se, municípios, cabendo-lhes optar pelo regime que
também, a vida dos cidadãos e o relacionamento entendam mais adequado às suas necessidades
com as demais entidades intervenientes, e possibilidades.
assegurando-se que a percentagem devida aos 3 - Ao remeter para portaria do membro do
municípios fica, de imediato, na sua posse. Por Governo responsável pela área da administração
razões de equidade, optou-se por aplicar interna a densificação da autorização legal
também o novo quadro jurídico aos municípios concedida aos municípios pela alínea f) do n.º 1
de Lisboa e Porto, que, pese embora o seu do artigo 6.º Decreto-Lei n.º 197/2008, de 7 de
regime especial, não poderiam deixar de Outubro, o referido decreto-lei teve em devida
beneficiar das inovações aprovadas. conta este quadro de referência, cuja aplicação
Por outro lado, não se contemplou apenas a foi pressuposta e, desde logo, autorizada pela
actividade de polícias municipais, ficando forma própria.
abrangidas, igualmente, as empresas municipais Pretende-se, pois, e tão-só, nesta sede,
enquanto entidades autuantes e fiscalizadoras regular, na estrita medida necessária, meios e
dos regulamentos e posturas municipais de procedimentos de relacionamento entre a
trânsito e do Código da Estrada e sua legislação administração central e a local, agilizando-os,
complementar. para que a aplicação do quadro legal possa
2 - A medida legalmente aprovada visa tirar fazer-se de forma eficaz e satisfatória para todas
partido dos novos serviços de pagamento as entidades intervenientes, dinamizando a
facultados pelos progressos nas tecnologias de expansão dos novos meios de pagamento
informação e de comunicação, que, em múltiplos autorizados pelo legislador.
sectores da vida económica e social portuguesa, A Associação Nacional de Municípios
têm vindo a aumentar o leque de escolhas dos Portugueses emitiu parecer favorável às
cidadãos nos pagamentos de bens e serviços. soluções preconizadas na portaria.
Na verdade, a rápida disseminação dos Assim:
instrumentos de pagamento electrónicos em Nos termos da alínea f) do n.º 1 do artigo
Portugal é uma das componentes mais 6.º, conjugada com o n.º 4 do artigo 7.º, do
Decreto-Lei n.º 197/2008, de 7 de Outubro:

461
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Manda o Governo, pelo Secretário de Estado até ao trânsito em julgado ou decisão definitiva
Adjunto e da Administração Interna, o seguinte: sobre os mesmos.
3 - A informação sobre as coimas recebidas,
Artigo 1.º bem como sobre as correspondentes às contra-
Utilização de terminais electrónicos de ordenações em recurso ou em processamento,
pagamento será partilhada, de forma agregada, entre as
entidades envolvidas.
As polícias municipais e as empresas
municipais que exercem a actividade autuante e
de fiscalização do Código da Estrada e legislação
complementar, bem como dos regulamentos e
posturas municipais de trânsito, utilizam,
sempre que possível, no âmbito do exercício das
suas competências, terminais electrónicos de
pagamento, associados a sistemas de
informação, para a cobrança das coimas
resultantes da respectiva actividade.

Artigo 2.º
Condições de utilização

A utilização dos sistemas de pagamento


autorizados pelo Decreto-Lei n.º 197/2008, de 7
de Outubro, realiza-se nas condições
contratualmente fixadas entre os municípios e as
entidades fornecedoras, de acordo com o quadro
legal que rege o sector, podendo abranger o
recurso a:
a) Terminais de pagamento automático,
fixos, portáteis ou móveis;
b) Caixas multibanco;
c) Quaisquer outros terminais e sistemas
devidamente certificados e com uso
autorizado no sistema bancário;
d) Serviços complementares,
designadamente os tendentes a
assegurar transferências bancárias e
operações de reconciliação.

Artigo 3.º
Transferência electrónica do produto das
coimas

1 - A percentagem do produto das coimas


relativas a contra-ordenações rodoviárias que
devam reverter a favor de polícia municipal ou
empresa municipal, de acordo com o disposto
nos n.os 1 e 2 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º
197/2008, de 7 de Outubro, é transferida
electronicamente, de forma automatizada, para
a conta contratualmente indicada e inscrita
como receita municipal ou receita própria da
empresa municipal envolvida.
2 - As verbas relativas a coimas por contra-
ordenações rodoviárias que devam reverter a
favor da Autoridade Nacional de Segurança
Rodoviária (ANSR) e do Estado são transferidas
mensalmente para a entidade competente do
Ministério das Finanças e para a ANSR
electronicamente, de forma automatizada, de
acordo com a repartição estabelecida pelo n.º 2
do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 197/2008, de 7
de Outubro, exceptuando-se as relativas a
processos que tenham sido objecto de recurso,

462
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Portaria n.º 254/2013, de 26 de abril de Trânsito (SCoT), gerido pela Autoridade
Utilização do Sistema de Contraordenações Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).
de trânsito, gerido pela ANSR, pelas
câmaras municipais, polícias municipais e Artigo 2.º
empresas públicas municipais Obrigações das entidades aderentes
(Com as alterações introduzidas pela Portaria n.º
214/2014, de 16 de outubro) 1. As entidades que pretendam aderir ao
SCoT devem:
A administração pública, no âmbito da
segurança rodoviária, num progressivo processo a) Requerer a autorização para a sua
de modernização, tem vindo a implementar utilização à Autoridade Nacional de
novas tecnologias, visando, entre outros Segurança Rodoviária (ANSR);
objetivos, a desmaterialização dos processos de b) Adquirir os equipamentos móveis para
contraordenação e a simplificação do utilização do SCoT, designadamente
levantamento dos autos. computadores portáteis, placas de
Neste contexto, foi criado o Sistema de comunicação, impressoras, cabos de
Contraordenações de Trânsito (SCoT), um ligação entre os computadores
instrumento de mobilidade que permite uma portáteis e os terminais de pagamento
otimização e automatização do processo, a automático, com as características
agilização da tramitação processual e a técnicas indicadas pela ANSR;
consequente redução dos recursos afetos ao c) Adquirir o equipamento para utilização
tratamento administrativo das do SCoT em backoffice,
contraordenações. designadamente computadores fixos e
Cabe à Autoridade Nacional de Segurança impressoras, com as características
Rodoviária (ANSR) a coordenação da fiscalização técnicas indicadas pela ANSR;
do trânsito, bem como assegurar o d) Assegurar a celebração de protocolos
processamento e gestão dos autos levantados com as entidades proprietárias de
por infrações ao Código da Estrada e legislação bases de dados indispensáveis à
complementar, tendo sido atribuída a este utilização do SCoT para o
organismo a titularidade, desenvolvimento, preenchimento automático dos dados
coordenação, gestão e financiamento do SCoT, do auto de contraordenação;
através do Despacho-Conjunto n.º 19081/2008, e) Assegurar a configuração de
de 8 de julho, do Secretário de Estado Adjunto e infraestruturas tecnológicas para
da Administração Interna e do Secretário de utilização do SCoT.
Estado da Proteção Civil. 2. As entidades aderentes devem levantar os
Dadas as vantagens decorrentes da utilização autos de contraordenação no modelo eletrónico,
do SCoT, quer para as entidades autuantes, aprovado pelo presidente da ANSR.
quer para a autoridade administrativa, na sua
qualidade de instrutora e decisora dos autos de Artigo 3.º
contraordenação, importa alargar e disponibilizar Obrigações da ANSR
esse sistema às câmaras municipais, às polícias
municipais e às empresas públicas municipais 1. Para viabilizar o início da utilização do
enquanto entidades com competência para a SCoT pelas entidades aderentes a ANSR
fiscalização das infrações ao Código da Estrada e disponibiliza as seguintes adaptações
sua legislação complementar. aplicacionais:
Assim:
Nos termos da alínea d) do n.º 1 do artigo a) Personalização dos documentos
6.º do Decreto-lei n.º 197/2008, de 7 de emitidos pelo SCoT com elementos
outubro: identificativos e outras especificidades
Manda o Governo, pelo Ministro da da entidade aderente, designadamente
Administração Interna, o seguinte: no auto de contraordenação, nos autos
de apreensão de documentos, nos
Artigo 1.º ofícios e nas guias de depósito;
Utilização do Sistema de Contraordenações b) Configuração e atribuição de séries de
de Trânsito números de autos a utilizar pela
entidade aderente e respetivas
As câmaras municipais, as polícias municipais validações específicas no SCoT;
e as empresas públicas municipais na qualidade c) Integração com o repositório de
de entidades fiscalizadoras do Código da Estrada utilizadores da Direção-Geral de
e legislação complementar, adiante designadas Infraestruturas e Equipamentos
por "entidades aderentes", utilizam, sempre que (DGIE), designadamente no que
possível, no âmbito do exercício das suas respeita às tarefas de apoio à UTIS na
competências, o Sistema de Contraordenações criação da estrutura de AD (perfis e
permissões) da entidade aderente e

463
Autarquias Locais - Legislação Nacional
carregamento dos respetivos 3. Para efeitos da adequada utilização do
utilizadores nessa mesma estrutura; SCoT pelas entidades aderentes a ANSR
d) Carregamento dos utilizadores da disponibiliza os seguintes serviços de
entidade aderente na base de dados do manutenção aplicacional e suporte técnico:
SCoT e atualização das tabelas de
a) Suporte de primeira linha para
Dados Gerais associadas;
esclarecimento de questões associadas
e) Preparação e realização das ações de
com a infraestrutura tecnológica do
formação inicial de formadores, nas
sistema, através de uma linha de "help
diferentes componentes do SCoT, na
desk";
lógica de formação de formadores, com
b) Prestação de esclarecimentos e
previsão de realização de 2 a 3 dias de
resolução das incidências reportadas
formação, para um máximo de 15
através da linha de "help desk";
formadores da entidade aderente;
c) Apoio à instalação da componente de
f) Apoio à instalação da componente de
mobilidade do SCoT nos TabletPC e à
mobilidade do SCoT nos TabletPC.
configuração dos PC desktop para
2. Para as adaptações aplicacionais descritas acesso à componente de "backoffice"
no número anterior, a ANSR tem como do sistema;
pressuposto que as entidades aderentes: d) Gestão dos pedidos de intervenção
decorrentes das questões colocadas
a) Utilizam as funcionalidades de Gestão
pelos utilizadores, com base em
de Documentos Apreendidos e que
critérios de criticidade e urgência da
suportam o processo de registo e
intervenção;
tratamento dos documentos
e) Manutenção preventiva e análise
apreendidos ao abrigo do art.º 173.º
regular à qualidade dos dados do
do Código da Estrada, designadamente
SCoT;
o envio dos documentos apreendidos
f) Informação de gestão sobre a
para a Secção das Contraordenações
utilização do sistema e equipamentos.
Rodoviárias da Polícia de Segurança
Pública;
b) Utilizam a componente de assinatura Artigo 4.º
eletrónica qualificada nas notificações Taxas e outros encargos
das contraordenações indiretas com (Revogado pela Portaria n.º 214/2014, de 16 de
uso de cartões Centro de Gestão da outubro)
Rede Informática do Governo (CEGER),
que devem previamente adquirir junto
daquela entidade.

464
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Portaria n.º 214/2014, de 16 de outubro n.º 7 do artigo 169.º do Código da Estrada e da
Define as condições de atribuição de alínea d) do n.º 1 do artigo 6.º do Decreto-Lei
competências às câmaras municipais para n.º 197/2008, de 7 de outubro, o seguinte:
processar e aplicar sanções nos processos
contraordenacionais rodoviários por Artigo 1.º
infrações ao trânsito de veículos pesados Objeto
de mercadorias ou conjunto de veículos nas
vias públicas sob jurisdição municipal A presente portaria define as condições
necessárias para, nos termos do disposto no n.º
Nos termos do n.º 7 do artigo 169.º do 7 do artigo 169.º do Código da Estrada, atribuir
Código da Estrada, aprovado pelo Decreto-Lei às câmaras municipais a competência para
n.º 114/94, de 3 de maio, a competência para o processar e aplicar as respetivas sanções nos
processamento das contraordenações previstas processos contraordenacionais rodoviários por
no artigo 71.º do Código da Estrada e a infrações ao disposto no artigo 71.º do Código
competência para a aplicação das respetivas da Estrada, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
coimas podem ser atribuídas à câmara municipal 114/94, de 3 de maio, nas vias públicas sob
competente para aprovar a localização do jurisdição municipal.
parque ou zona de estacionamento.
O mencionado no n.º 7 do artigo 169.º do Artigo 2.º
Código da Estrada dispõe ainda que compete ao Atribuição da competência
membro do Governo responsável pela área da
administração interna definir as condições para a A competência referida no artigo anterior
atribuição das referidas competências às pode ser atribuída à câmara municipal que
câmaras municipais, o que se promove através preencha cumulativamente as seguintes
da presente portaria. condições:
Neste contexto, importa referir que a adesão
ao Sistema de Contraordenações de Trânsito a) Tenha aderido ao Sistema de
(SCoT), nos termos da Portaria n.º 254/2013, de Contraordenações de Trânsito (SCoT),
26 de abril, é condição essencial para a nos termos da Portaria n.º 254/2013,
atribuição a cada câmara municipal daquelas de 26 de abril;
competências. b) O pessoal de fiscalização do município
O SCoT é um sistema de informação de se encontre devidamente designado
suporte aos processos de fiscalização de trânsito para a fiscalização do cumprimento do
e de gestão de contraordenações gerido pela artigo 71.º do Código da Estrada, nos
Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária termos da alínea a) do n.º 3 do artigo
que permite uma otimização e automatização do 5.º do Decreto-Lei n.º 44/2005, de 23
processo, a agilização da tramitação processual de fevereiro, republicado pela Lei n.º
e a consequente redução dos recursos afetos ao 72/2013, de 3 de setembro;
tratamento administrativo das c) O pessoal de fiscalização de empresas
contraordenações. O SCoT é dotado de uma locais se encontre devidamente
componente de mobilidade, que possibilita o designado para a fiscalização do
registo de contraordenações através de cumprimento do artigo 71.º do Código
terminais móveis, nos quais são também da Estrada, nos termos da alínea c) do
disponibilizadas diversas pesquisas relevantes artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 44/2005,
para a atividade operacional que permitem o de 23 de fevereiro, republicado pela Lei
acesso a informação crítica para a eficácia da n.º 72/2013, de 3 de setembro.
atividade de fiscalização e o preenchimento
automático de grande parte da informação a Artigo 3.º
recolher. Proposta da câmara municipal
De facto, as vantagens decorrentes da
utilização do SCoT, quer para as entidades 1 - A câmara municipal interessada propõe
autuantes, quer para a ANSR, na sua qualidade ao membro do Governo responsável pela área
de instrutora e decisora dos autos de da administração interna a atribuição da
contraordenação, impõem que a sua competência prevista no artigo 1.º
disponibilização às câmaras municipais se 2 - A proposta a que se refere o número
concretize de forma acessível e sem anterior deve ser acompanhada de elementos
significativos encargos financeiros. Nesse documentais que comprovem o disposto nas
sentido, importa alterar a Portaria n.º 254/2013, alíneas b) e c) do artigo 2.º, designadamente,
de 26 de abril, eliminando a obrigatoriedade do cópia autenticada da deliberação de designação
pagamento de taxas e outros encargos pela do pessoal de fiscalização ou cópia autenticada
adesão ao SCoT. da deliberação da câmara municipal que procede
Assim: à delegação das competências para fiscalização
Manda o Governo, pelo Ministro da do trânsito em empresa local.
Administração Interna, ao abrigo do disposto no

465
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - A proposta deve ser entregue junto da c) Incumprimento das notificações para
Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária correção ou colocação de sinalização
(ANSR), que procede à respetiva instrução. emanadas pela ANSR ao abrigo do
artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 44/2005,
Artigo 4.º de 23 de fevereiro, republicado pela Lei
Parecer da Autoridade Nacional de n.º 72/2013, de 3 de setembro.
Segurança Rodoviária 2 - A competência atribuída é revogada
sempre que se verifique, de forma comprovada
1 - A ANSR emite parecer sobre a proposta e reiterada, o incumprimento das disposições do
da câmara municipal no prazo de 30 dias após Código da Estrada e legislação complementar
receção da proposta a que se refere o artigo referentes às garantias processuais dos
anterior. arguidos.
2 - Para efeitos do número anterior, a ANSR 3 - A revogação é determinada através de
pode solicitar à câmara municipal os elementos despacho do membro do Governo responsável
complementares que entenda necessários à pela área da administração interna, sob proposta
formulação do parecer. fundamentada da ANSR.

Artigo 5.º Artigo 7.º


Exercício da competência atribuída Competência da Autoridade Nacional de
Segurança Rodoviária
1 - No âmbito do exercício da competência
atribuída, a câmara municipal deve: 1 - Compete à ANSR verificar a manutenção
a) Utilizar o Sistema de das condições de atribuição e de exercício das
Contraordenações de Trânsito (SCoT), competências conferidas nos termos da presente
nos termos da Portaria n.º 254/2013, portaria.
de 26 de abril, para o levantamento de 2 - Para verificação extraordinária das
todos os autos de contraordenação; condições de atribuição e de exercício, pode a
b) Usar exclusivamente equipamentos de ANSR, por iniciativa própria ou por determinação
controlo e fiscalização aprovados pela do membro do Governo responsável pela área
ANSR; da administração interna, solicitar à câmara
c) Levantar os autos de contraordenação municipal todos os elementos que entenda
no modelo eletrónico, aprovado pelo necessários e, bem assim, quando se justifique,
presidente da ANSR; proceder a inspeções à sinalização dos parques e
d) Facultar à ANSR todos os elementos zonas de estacionamento.
requeridos por esta, relativos a
processos contraordenacionais Artigo 8.º
processados no âmbito desta portaria. Alteração à Portaria n.º 254/2013, de 26 de
abril
2 - A competência para o processamento das
contraordenações e aplicação das sanções por
É revogado o artigo 4.º da Portaria n.º
infração ao artigo 71.º do Código da Estrada
254/2013, de 26 de abril.
pertence à câmara municipal.
3 - A competência atribuída para a instrução
do processo administrativo e aplicação de Artigo 9.º
sanções pode ser delegada no presidente da Entrada em vigor
câmara municipal, com possibilidade de
subdelegação. A presente portaria entra em vigor no dia
seguinte ao da sua publicação.
Artigo 6.º
Revogação da competência atribuída

1 - A competência atribuída e regulada pela


presente portaria pode ser revogada a todo o
tempo, nas seguintes situações:
a) Incumprimento do estabelecido nos
artigos 2.º e 5.º da presente portaria;
b) Incumprimento das instruções
relativas aos modos e critérios de
fiscalização emanadas pela ANSR ao
abrigo do n.º 4 do artigo 5.º do
Decreto-Lei n.º 44/2005, de 23 de
fevereiro, republicado pela Lei n.º
72/2013, de 3 de setembro;

466
FINANÇAS LOCAIS
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei n.º 2/2007, de 15 de Janeiro7 Artigo 6.º
Aprova a Lei das Finanças Locais, Promoção da sustentabilidade local
revogando a Lei n.º 42/98, de 6 de Agosto
(Com as alterações introduzidas pela (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
Declaração, de Retificação n.º 14/2007, de 15 setembro)
de fevereiro pelas Leis n.os 22-A/2007, de 29 de
junho, 67-A/2007, de 31 de dezembro, 3- Artigo 7.º
B/2010, de 28 de abril, 55-A/2010, de 31 de Participação das autarquias nos recursos
dezembro, 64-B/2011, de 30 de dezembro, Lei públicos
n.º 22/2012, de 30 de maio, Lei n.º 66-B/2012,
de 31 de dezembro e revogada, a partir de 1 de (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
janeiro de 2014 pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro)
setembro, mantendo, no entanto,
transitoriamente em vigor, nos termos do Artigo 8.º
disposto no seu artigo 88.º, o anexo do presente Cooperação técnica e financeira
diploma, assim como a al. a) do artigo 10.º, que
se mantém em vigor até 31 de dezembro de (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
2017, nos termos do disposto no seu artigo setembro)
81.º.)
Artigo 9.º
A Assembleia da República decreta, nos termos Tutela inspectiva
da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o
seguinte: (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro)
TÍTULO I
Objecto e princípios fundamentais TÍTULO II
Receitas das autarquias locais
Artigo 1.º
Objecto CAPÍTULO I
Receitas dos municípios
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro) Artigo 10.º
Artigo 2.º Receitas municipais
Princípio da coerência
Constituem receitas dos municípios:
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de 8a) a) O produto da cobrança dos
setembro)
impostos a cuja receita têm direito,
designadamente o imposto municipal
Artigo 3.º
sobre imóveis (IMI) e o imposto
Princípio da autonomia financeira dos
municipal sobre as transmissões
municípios e das freguesias
onerosas de imóveis (IMT) e o imposto
municipal sobre veículos (IMV), sem
Artigo 4.º
prejuízo do disposto na alínea a) do
Princípios e regras orçamentais
artigo 17.º da presente lei, bem como
a parcela do produto do imposto único
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
de circulação que lhes caiba nos
setembro)
termos da lei; (Redacção dada pela Lei
n.º 22-A/2007, de 29 de junho)
Artigo 5.º
b) O produto da cobrança de derramas
Coordenação das finanças locais com as
lançadas nos termos do artigo 14.º;
finanças estaduais
c) O produto da cobrança de taxas e
preços resultantes da concessão de
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
licenças e da prestação de serviços
setembro)
pelo município, de acordo com o
disposto nos artigos 15.º e 16.º;
d) O produto da participação nos
recursos públicos determinada nos
termos do disposto nos artigos 19.º e
7
Nota: Revogada, a partir de 1 de janeiro de 2014 seguintes;
pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro, mantendo, no
entanto, transitoriamente em vigor, nos termos do
8
disposto no seu artigo 88.º, o anexo do presente Nota: Nos termos do artigo 81.º da Lei n.º 73/2013,
diploma, assim como a al. a) do artigo 10.º, que se de 3 de setembro, o disposto na al. a) do artigo 10.º
mantém em vigor até 31 de dezembro de 2017, nos da presente Lei mantém-se em vigor até 31 de
termos do consagrado no seu artigo 81.º. dezembro de 2017.

469
Autarquias Locais - Legislação Nacional
e) O produto da cobrança de encargos CAPÍTULO II
de mais-valias destinados por lei ao Receitas das freguesias
município;
f) O produto de multas e coimas fixadas Artigo 17.º
por lei, regulamento ou postura que Receitas das freguesias
caibam ao município;
g) O rendimento de bens próprios, (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
móveis ou imóveis, por eles setembro)
administrados, dados em concessão ou
cedidos para exploração; Artigo 18.º
h) A participação nos lucros de Taxas das freguesias
sociedades e nos resultados de outras
entidades em que o município tome (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
parte; setembro)
i) O produto de heranças, legados,
doações e outras liberalidades a favor TÍTULO III
do município; Repartição de recursos públicos entre o
j) O produto da alienação de bens Estado e as autarquias locais
próprios, móveis ou imóveis;
l) O produto de empréstimos, incluindo Artigo 19.º
os resultantes da emissão de Repartição de recursos públicos entre o
obrigações municipais; Estado e os municípios
m) Outras receitas estabelecidas por lei
ou regulamento a favor dos municípios. (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro)
Artigo 11.º
Poderes tributários Artigo 20.º
Participação variável no IRS
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro) (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro)
Artigo 12.º
Isenções e benefícios fiscais Artigo 21.º
Fundo de Equilíbrio Financeiro
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro) (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro)
Artigo 13.º
Liquidação e cobrança dos impostos Artigo 22.º
Fundo Geral Municipal
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro) (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro)
Artigo 14.º
Derrama Artigo 23.º
Fundo de Coesão Municipal
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro) (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro)
Artigo 15.º
Taxas dos municípios Artigo 24.º
Fundo Social Municipal
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro) setembro)

Artigo 16.º Artigo 25.º


Preços Transferências financeiras para os
municípios
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro)
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro)

470
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 26.º Artigo 36.º
Distribuição do FGM Conceito de endividamento líquido
municipal
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro) (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro)
Artigo 27.
Artigo 37.º
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de Limite do endividamento líquido municipal
setembro)
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro)
Artigo 28.º
Distribuição do FSM
Artigo 38.º
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de Regime de crédito dos municípios
setembro)
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
Artigo 29.º setembro)
Variações máximas

(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de Artigo 39.º


setembro) Limite geral dos empréstimos dos
municípios
Artigo 30.º
Fundo de Financiamento das Freguesias (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro)
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro) Artigo 40.º
Saneamento financeiro municipal
Artigo 31.º
Transferências financeiras para as (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
freguesias setembro)

(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de Artigo 41.º


setembro) Reequilíbrio financeiro municipal

Artigo 32.º (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de


Distribuição do FFF setembro)

(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de Artigo 42.º


setembro) Fundo de Regularização Municipal

Artigo 33.º (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de


Majoração do FFF para a fusão de setembro)
freguesias
Artigo 43.º
(Revogado pela Lei n.º 22/2012, de 30 de maio) Proibição da assunção de compromissos
dos municípios e das freguesias pelo Estado
Artigo 34.º
Dedução às transferências (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro)
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro) Artigo 44.º
Regime de crédito das freguesias
TÍTULO IV
Endividamento autárquico (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro)
Artigo 35.º
Princípios orientadores

(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de


setembro)

471
Autarquias Locais - Legislação Nacional
TÍTULO V Artigo 54.º
Contabilidade, prestação e auditoria Programas de parceria pública
externa das contas
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
Artigo 45.º setembro)

(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de TÍTULO VII


setembro) Disposições finais e transitórias

Artigo 46.º Artigo 55.º


Consolidação de contas Coimas

(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro) setembro)

Artigo 47.º Artigo 56.º


Apreciação das contas Garantias tributárias

(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro) setembro)

Artigo 57.º
Artigo 48.º Regime transitório de repartição dos
Auditoria externa das contas dos recursos entre o Estado e os municípios
municípios e associações de municípios
com participações de capital (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro)
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro) Artigo 58.º
Regime transitório de distribuição do FSM
Artigo 49.º
Publicidade (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro)
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro) Artigo 59.º
Participação no IRS em 2007 e 2008
Artigo 50.º
Deveres de informação (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro)
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro) Artigo 60.º
Regime transitório de distribuição do FFF
Artigo 51.º
Julgamento das contas (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro)
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
setembro) Artigo 61.º
Regime transitório de endividamento
TÍTULO VI
Transferência de atribuições e (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
competências setembro)

Artigo 52.º Artigo 62.º


Transferência de atribuições e Despesas com pessoal
competências
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro)
setembro)
Artigo 63.º
Artigo 53.º Adaptação às Regiões Autónomas
Financiamento de novas competências
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro)
setembro)

472
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 64.º em que I E = índice de existência de
Norma revogatória electricidade nas unidades de alojamento (UA),
obtido de acordo com a seguinte fórmula:
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de
I E = P E/P t x 100
setembro)
sendo:
Artigo 65.º
Entrada em vigor P E = população residente nas famílias
que possuem energia eléctrica na UA;
(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de P t = população residente de ambos os
setembro) sexos;
I OH2 = índice de existência de água
ANEXO9 canalizada na UA, obtido de acordo com a
seguinte fórmula:
(referido no n.º 10 do artigo 27.º) I OH2 = P OH2/P t x 100

Índice de desenvolvimento social (IDS) sendo:


P OH2 = população residente com água
Metodologia para a construção canalizada na UA, proveniente de um
sistema de canalização pública ou
1 - São componentes do IDS os seguintes particular;
índices: I SA = índice de existência de saneamento
A) Esperança de vida à nascença; básico na UA, obtido de acordo com a
B) Nível educacional; seguinte fórmula:
C) Conforto e saneamento; I SA = P SA/P t x 100
com um peso idêntico, de acordo com a sendo P SA = população residente com
seguinte fórmula: instalações sanitárias com retrete (privativa ou
IDS = [e(0) + I(e) + I(cs)]/3 não privativa) ligada a um qualquer tipo de
sistema público de drenagem de águas
sendo: residuais, particular ou outro tipo de
e(0) = índice de esperança de vida à saneamento.
nascença;
I(e) = índice do nível educacional;
I(cs) = índice de conforto e saneamento.
2 – Fórmula do índice de esperança de vida à
nascença (e):
e(0) = 0,5 + [2,511 + 4,515 + 5(110 + 115
+ 120 + ... + 1x)]/10
sendo 1x = número de sobreviventes da
tábua de mortalidade.
3 - Fórmula de índice do nível educacional
[I(e)]:
I(e) = P e (15 e + anos)/P t (15 e + anos) x 100
sendo:
P e (15 e + anos) = população de 15 e
mais anos de idade, sabendo ler e escrever;
P t (15 e + anos) = população total de 15
e mais anos de idade.
4 - Fórmula do índice de conforto e
saneamento [I(cs)]:
I(cs) = (I E + I OH2 + I AS)/3 x 100

9 Nota: Nos termos do artigo 88.º da Lei n.º 73/2013,


de 3 de setembro, o anexo da presente lei mantém-se
transitoriamente em vigor.

473
Autarquias Locais - Legislação Nacional

474
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei n.º 53-E/2006, de 29 de Dezembro Artigo 4.º
Aprova o regime geral das taxas das Princípio da equivalência jurídica
autarquias locais
(Com as alterações introduzidas pelas Leis n.ºs 1 - O valor das taxas das autarquias locais é
64-A/2008, de 31 de dezembro e 117/2009, de fixado de acordo com o princípio da
29 de dezembro) proporcionalidade e não deve ultrapassar o custo
da actividade pública local ou o benefício
A Assembleia da República decreta, nos auferido pelo particular.
termos da alínea c) do artigo 161.º da 2 - O valor das taxas, respeitando a
Constituição, o seguinte: necessária proporcionalidade, pode ser fixado
com base em critérios de desincentivo à prática
CAPÍTULO I de certos actos ou operações.
Princípios gerais
Artigo 5.º
Artigo 1.º Princípio da justa repartição dos encargos
Âmbito públicos

1 - A presente lei regula as relações jurídico- 1 - A criação de taxas pelas autarquias locais
tributárias geradoras da obrigação de respeita o princípio da prossecução do interesse
pagamento de taxas às autarquias locais. público local e visa a satisfação das
2 - Para efeitos da presente lei, consideram- necessidades financeiras das autarquias locais e
se relações jurídico-tributárias geradoras da a promoção de finalidades sociais e de
obrigação de pagamento de taxas às autarquias qualificação urbanística, territorial e ambiental.
locais as estabelecidas entre as áreas 2 - As autarquias locais podem criar taxas
metropolitanas, os municípios e as freguesias e para financiamento de utilidades geradas pela
as pessoas singulares ou colectivas e outras realização de despesa pública local, quando
entidades legalmente equiparadas. desta resultem utilidades divisíveis que
beneficiem um grupo certo e determinado de
Artigo 2.º sujeitos, independentemente da sua vontade.
Legislação subsidiária
Artigo 6.º
De acordo com a natureza das matérias, às Incidência objectiva
relações jurídico-tributárias geradoras da
obrigação de pagamento de taxas às autarquias 1 - As taxas municipais incidem sobre
locais aplicam-se, sucessivamente: utilidades prestadas aos particulares ou geradas
pela actividade dos municípios, designadamente:
a) A Lei das Finanças Locais;
b) A lei geral tributária; a) Pela realização, manutenção e reforço
c) A lei que estabelece o quadro de de infra-estruturas urbanísticas
competências e o regime jurídico de primárias e secundárias;
funcionamento dos órgãos dos b) Pela concessão de licenças, prática de
municípios e das freguesias; actos administrativos e satisfação
d) O Estatuto dos Tribunais administrativa de outras pretensões de
Administrativos e Fiscais; carácter particular;
e) O Código de Procedimento e de c) Pela utilização e aproveitamento de
Processo Tributário; bens do domínio público e privado
f) O Código de Processo nos Tribunais municipal;
Administrativos; d) Pela gestão de tráfego e de áreas de
g) O Código do Procedimento estacionamento;
Administrativo. e) Pela gestão de equipamentos públicos
de utilização colectiva;
Artigo 3.º f) Pela prestação de serviços no domínio
Taxas das autarquias locais da prevenção de riscos e da protecção
civil;
As taxas das autarquias locais são tributos g) Pelas actividades de promoção de
que assentam na prestação concreta de um finalidades sociais e de qualificação
serviço público local, na utilização privada de urbanística, territorial e ambiental;
bens do domínio público e privado das h) Pelas actividades de promoção do
autarquias locais ou na remoção de um desenvolvimento e competitividade
obstáculo jurídico ao comportamento dos local e regional.
particulares, quando tal seja atribuição das
2 - As taxas municipais podem também
autarquias locais, nos termos da lei.
incidir sobre a realização de actividades dos
particulares geradoras de impacto ambiental
negativo.

475
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - As taxas das freguesias incidem sobre f) A admissibilidade do pagamento em
utilidades prestadas aos particulares ou geradas prestações.
pela actividade das freguesias, designadamente:
Artigo 9.º
a) Pela concessão de licenças, prática de
Actualização de valores
actos administrativos e satisfação
administrativa de outras pretensões de
1 - Os orçamentos anuais das autarquias
carácter particular;
locais podem actualizar o valor das taxas
b) Pela utilização e aproveitamento do
estabelecidas nos regulamentos de criação
domínio público e privado das
respectivos, de acordo com a taxa de inflação.
freguesias;
2 - A alteração dos valores das taxas de
c) Pela gestão de equipamento rural e
acordo com qualquer outro critério que não o
urbano;
referido no número anterior efectua-se mediante
d) Pelas actividades de promoção do
alteração ao regulamento de criação respectivo
desenvolvimento local.
e deve conter a fundamentação económico-
financeira subjacente ao novo valor.
Artigo 7.º
Incidência subjectiva
Artigo 10.º
Liquidação e cobrança
1 - O sujeito activo da relação jurídico-
tributária geradora da obrigação de pagamento
1 - Os regulamentos de criação de taxas das
das taxas previstas na presente lei é a autarquia
autarquias locais estabelecem as regras relativas
local titular do direito de exigir aquela prestação.
à liquidação e cobrança daqueles tributos.
2 - O sujeito passivo é a pessoa singular ou
2 - As autarquias locais não podem negar a
colectiva e outras entidades legalmente
prestação de serviços, a emissão de
equiparadas que, nos termos da presente lei e
autorizações ou a continuação da utilização de
dos regulamentos aprovados pelas autarquias
bens do domínio público e privado autárquico
locais, esteja vinculado ao cumprimento da
em razão do não pagamento de taxas, quando o
prestação tributária.
sujeito passivo deduzir reclamação ou
3 - Estão sujeitos ao pagamento de taxas das
impugnação e for prestada, nos termos da lei,
autarquias locais o Estado, as Regiões
garantia idónea.
Autónomas, as autarquias locais, os fundos e
serviços autónomos e as entidades que integram
Artigo 11.º
o sector empresarial do Estado, das Regiões
Pagamento
Autónomas e das autarquias locais.
1 - As taxas das autarquias locais extinguem-
CAPÍTULO II
se através do seu pagamento ou de outras
Criação de taxas e modificação da relação
formas de extinção, nos termos da lei geral
jurídico-tributária
tributária.
2 - As taxas das autarquias locais podem ser
Artigo 8.º
pagas por dação em cumprimento ou por
Criação de taxas
compensação, quando tal seja compatível com o
interesse público.
1 - As taxas das autarquias locais são criadas
por regulamento aprovado pelo órgão
Artigo 12.º
deliberativo respectivo.
Incumprimento
2 - O regulamento que crie taxas municipais
ou taxas das freguesias contém
1 - São devidos juros de mora pelo
obrigatoriamente, sob pena de nulidade:
cumprimento extemporâneo da obrigação de
a) A indicação da base de incidência pagamento de taxas das autarquias locais.
objectiva e subjectiva; 2 - As dívidas que não forem pagas
b) O valor ou a fórmula de cálculo do voluntariamente são objecto de cobrança
valor das taxas a cobrar; coerciva através de processo de execução fiscal,
c) A fundamentação económico- nos termos do Código de Procedimento e de
financeira relativa ao valor das taxas, Processo Tributário.
designadamente os custos directos e
indirectos, os encargos financeiros, Artigo 13.º
amortizações e futuros investimentos Publicidade
realizados ou a realizar pela autarquia
local; As autarquias locais devem disponibilizar,
d) As isenções e sua fundamentação; quer em formato papel em local visível nos
e) O modo de pagamento e outras edifícios das sedes e assembleias respectivas,
formas de extinção da prestação quer na sua página electrónica, os regulamentos
tributária admitidas; que criam as taxas previstas nesta lei.

476
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 14.º Artigo 17.º
Caducidade Regime transitório

O direito de liquidar as taxas caduca se a As taxas para as autarquias locais


liquidação não for validamente notificada ao actualmente existentes são revogadas no dia 30
sujeito passivo no prazo de quatro anos a contar de Abril de 2010, salvo se, até esta data:
da data em que o facto tributário ocorreu. (Redacção dada pela Lei n.º 117/2009, de29 de
dezembro)
Artigo 15.º
a) Os regulamentos vigentes forem
Prescrição
conformes ao regime jurídico aqui
disposto;
1 - As dívidas por taxas às autarquias locais
b) Os regulamentos vigentes forem
prescrevem no prazo de oito anos a contar da
alterados de acordo com o regime
data em que o facto tributário ocorreu.
jurídico aqui previsto.
2 - A citação, a reclamação e a impugnação
interrompem a prescrição.
Artigo 18.º
3 - A paragem dos processos de reclamação,
Entrada em vigor
impugnação e execução fiscal por prazo superior
a um ano por facto não imputável ao sujeito
A presente lei entra em vigor em 1 de Janeiro
passivo faz cessar a interrupção da prescrição,
de 2007.
somando-se, neste caso, o tempo que decorreu
após aquele período ao que tiver decorrido até à
data da autuação.

Artigo 16.º
Garantias

1 - Os sujeitos passivos das taxas para as


autarquias locais podem reclamar ou impugnar a
respectiva liquidação.
2 - A reclamação é deduzida perante o órgão
que efectuou a liquidação da taxa no prazo de
30 dias a contar da notificação da liquidação.
3 - A reclamação presume-se indeferida para
efeitos de impugnação judicial se não for
decidida no prazo de 60 dias.
4 - Do indeferimento tácito ou expresso cabe
impugnação judicial para o tribunal
administrativo e fiscal da área do município ou
da junta de freguesia, no prazo de 60 dias a
contar do indeferimento.
5 - A impugnação judicial depende da prévia
dedução da reclamação prevista no n.º 2 do
presente artigo.

477
Autarquias Locais - Legislação Nacional

478
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei n.º 73/2013,de 3 de setembro i) Detenção da maioria do capital ou
Estabelece o regime financeiro das dos direitos de voto;
autarquias locais e das entidades ii) Direito de designar ou destituir a
intermunicipais maioria dos membros do órgão de
(Com as alterações introduzidas pela Declaração gestão, de administração ou de
de Retificação n.º 46-B/2013, de 1 de fiscalização;
novembro) iii) Qualquer outra forma de controlo
de gestão;
A Assembleia da República decreta, nos
f) «Serviços e fundos autónomos do
termos da alínea c) do artigo 161.º da
setor local», todos os organismos do
Constituição, o seguinte:
setor local, dotados de autonomia
administrativa e financeira, que não
TÍTULO I
tenham natureza, forma e designação
Objeto, definições e princípios
de empresa pública, fundação ou
fundamentais
associação públicas, mesmo se
submetidos ao regime aplicável a
CAPÍTULO I
qualquer destas;
Objeto e definições
g) «Entidades públicas reclassificadas»,
as entidades, com natureza, forma e
Artigo 1.º
designação de empresa pública,
Objeto
fundação ou associação públicas, que
tenham sido incluídas no subsetor
1 - A presente lei estabelece o regime
administração local das administrações
financeiro das autarquias locais e das entidades
públicas no âmbito do Sistema Europeu
intermunicipais.
de Contas Nacionais e Regionais, nas
2 - Sem prejuízo do disposto em legislação
últimas contas setoriais publicadas pela
especial, as entidades mencionadas nas alíneas
autoridade estatística nacional;
d) a g) do artigo seguinte estão sujeitas ao
h) «Compromissos», as obrigações de
regime previsto nas normas da presente lei que
efetuar pagamentos a terceiros em
expressamente as refiram.
contrapartida do fornecimento de bens
e serviços ou da satisfação de outras
Artigo 2.º
condições, considerando-se os
Definições
compromissos assumidos quando é
executada uma ação formal pela
Para efeitos da presente lei, consideram-se:
entidade, como sejam a emissão de
a) «Autarquias locais», os municípios e ordem de compra, nota de encomenda
as freguesias; ou documento equivalente, ou a
b) «Entidades intermunicipais», as áreas assinatura de um contrato, acordo ou
metropolitanas e as comunidades protocolo, podendo também ter um
intermunicipais; caráter permanente e estar associados
c) «Setor local», o conjunto de entidades a pagamentos durante um período
incluídas no subsetor da administração indeterminado de tempo,
local das administrações públicas no nomeadamente salários, rendas,
âmbito do Sistema Europeu de Contas eletricidade ou pagamentos de
Nacionais e Regionais, nas últimas prestações diversas;
contas setoriais publicadas pela
i) «Responsabilidades contingentes»,
autoridade estatística nacional;
possíveis obrigações que resultem
d) «Entidades associativas municipais»,
de factos passados e cuja existência
as entidades com natureza, forma ou
é confirmada apenas pela
designação de associação, participadas
ocorrência ou não de um ou mais
por municípios, independentemente de
acontecimentos futuros incertos não
terem sido criadas ao abrigo do direito
totalmente sob controlo da
público ou privado, com exceção das
entidade, ou obrigações presentes
entidades intermunicipais;
que, resultando de acontecimentos
e) «Empresas locais», as sociedades
passados, não são reconhecidas
constituídas ou participadas nos termos
porque:
da lei, nas quais as entidades públicas
i) Não é provável que um exfluxo de
locais participantes possam exercer, de
recursos, que incorpora benefícios
forma direta ou indireta, uma influência
económicos ou um potencial de
dominante em razão da verificação de
serviço, seja exigido para liquidar as
um dos seguintes requisitos, nos
obrigações; ou
termos do regime jurídico da atividade
empresarial local:

479
Autarquias Locais - Legislação Nacional
ii) O montante das obrigações não 2 - A estabilidade orçamental pressupõe a
pode ser mensurado com suficiente sustentabilidade financeira das autarquias locais,
fiabilidade. bem como uma gestão orçamental equilibrada,
incluindo as responsabilidades contingentes por
CAPÍTULO II si assumidas.
Princípios fundamentais 3 - As autarquias locais não podem assumir
compromissos que coloquem em causa a
Artigo 3.º estabilidade orçamental.
Princípios fundamentais
Artigo 6.º
1 - O setor local está sujeito aos princípios Princípio da autonomia financeira
consagrados na Lei de Enquadramento
Orçamental, aprovada pela Lei n.º 91/2001, de 1 - As autarquias locais têm património e
20 de agosto, alterada pela Lei Orgânica n.º finanças próprios, cuja gestão compete aos
2/2002, de 28 de agosto, e pelas Leis n.os respetivos órgãos.
23/2003, de 2 de julho, 48/2004, de 24 de 2 - A autonomia financeira das autarquias
agosto, 48/2010, de 19 de outubro, 22/2011, de locais assenta, nomeadamente, nos seguintes
20 de maio, e 52/2011, de 13 de outubro, e poderes dos seus órgãos:
alterada e republicada pela Lei n.º 37/2013, de
a) Elaborar, aprovar e modificar as
14 de junho, que expressamente o refiram.
opções do plano, orçamentos e outros
2 - Sem prejuízo do disposto no número
documentos previsionais, bem como
anterior, a atividade financeira das autarquias
elaborar e aprovar os correspondentes
locais desenvolve-se com respeito pelos
documentos de prestação de contas;
seguintes princípios:
b) Gerir o seu património, bem como
a) Princípio da legalidade; aquele que lhes seja afeto;
b) Princípio da estabilidade orçamental; c) Exercer os poderes tributários que
c) Princípio da autonomia financeira; legalmente lhes estejam atribuídos;
d) Princípio da transparência; d) Liquidar, arrecadar, cobrar e dispor
e) Princípio da solidariedade nacional das receitas que por lei lhes sejam
recíproca; destinadas;
f) Princípio da equidade intergeracional; e) Ordenar e processar as despesas
g) Princípio da justa repartição dos legalmente autorizadas;
recursos públicos entre o Estado e as f) Aceder ao crédito, nas situações
autarquias locais; previstas na lei.
h) Princípio da coordenação entre
finanças locais e finanças do Estado; Artigo 7.º
i) Princípio da tutela inspetiva. Princípio da transparência
3 - Os princípios previstos no presente
1 - A atividade financeira das autarquias
capítulo são aplicáveis, com as devidas
locais está sujeita ao princípio da transparência,
adaptações, à atividade financeira das restantes
que se traduz num dever de informação mútuo
entidades do setor local.
entre estas e o Estado, bem como no dever de
divulgar aos cidadãos, de forma acessível e
Artigo 4.º
rigorosa, a informação sobre a sua situação
Princípio da legalidade
financeira.
2 - O princípio da transparência aplica-se
1 - A atividade financeira das autarquias
igualmente à informação financeira respeitante
locais exerce-se no quadro da Constituição, da
às entidades participadas por autarquias locais e
lei, das regras de direito da União Europeia e
entidades intermunicipais que não integrem o
das restantes obrigações internacionais
setor local, bem como às concessões municipais
assumidas pelo Estado Português.
e parcerias público-privadas.
2 - São nulas as deliberações de qualquer
órgão das autarquias locais que envolvam o
Artigo 8.º
exercício de poderes tributários, determinem o
Princípio da solidariedade nacional
lançamento de taxas não previstas na lei ou que
recíproca
determinem ou autorizem a realização de
despesas não permitidas por lei.
1 - O Estado e as autarquias locais estão
vinculados a um dever de solidariedade nacional
Artigo 5.º
recíproca que obriga à contribuição proporcional
Princípio da estabilidade orçamental
do setor local para o equilíbrio das contas
públicas nacionais.
1 - As autarquias locais estão sujeitas, na
aprovação e execução dos seus orçamentos, ao
princípio da estabilidade orçamental.

480
Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 - Tendo em vista assegurar a consolidação Artigo 10.º
orçamental das contas públicas, em situações Princípio da justa repartição dos recursos
excecionais e transitórias, podem ser públicos entre o Estado e as autarquias
estabelecidos, através da Lei do Orçamento do locais
Estado, limites adicionais à dívida total
autárquica, bem como à prática de atos que 1 - A atividade financeira das autarquias
determinem a assunção de encargos financeiros locais desenvolve-se no respeito pelo princípio
com impacto nas contas públicas pelas da estabilidade das relações financeiras entre o
autarquias locais. Estado e as autarquias locais, devendo ser
3 - No âmbito do presente princípio, a Lei do garantidos os meios adequados e necessários à
Orçamento do Estado pode determinar prossecução do quadro de atribuições e
transferências do Orçamento do Estado de competências que lhes é cometido nos termos
montante inferior àquele que resultaria das leis da lei.
financeiras especialmente aplicáveis a cada 2 - A participação de cada autarquia local nos
subsetor, sem prejuízo dos compromissos recursos públicos é determinada nos termos e
assumidos pelo Estado nas áreas da de acordo com os critérios previstos na presente
solidariedade e da segurança social. lei, visando o equilíbrio financeiro vertical e
4 - A possibilidade de redução prevista no horizontal.
número anterior depende sempre da verificação 3 - O equilíbrio financeiro vertical visa
de circunstâncias excecionais imperiosamente adequar os recursos de cada nível de
exigidas pela rigorosa observância das administração às respetivas atribuições e
obrigações decorrentes do Programa de competências, nos termos da lei.
Estabilidade e Crescimento e dos princípios da 4 - O equilíbrio financeiro horizontal pretende
proporcionalidade, do não arbítrio e da promover a correção de desigualdades entre
solidariedade recíproca, e carece de audição autarquias do mesmo grau resultantes,
prévia dos órgãos constitucional e legalmente designadamente, de diferentes capacidades na
competentes dos subsetores envolvidos. arrecadação de receitas ou de diferentes
necessidades de despesa.
Artigo 9.º
Princípio da equidade intergeracional Artigo 11.º
Princípio da coordenação entre finanças
1 - A atividade financeira das autarquias locais e finanças do Estado
locais está subordinada ao princípio da equidade
na distribuição de benefícios e custos entre 1 - A coordenação entre finanças locais e
gerações, de modo a não onerar excessivamente finanças do Estado tem especialmente em conta
as gerações futuras, salvaguardando as suas o desenvolvimento equilibrado de todo o País e a
legítimas expetativas através de uma necessidade de atingir os objetivos e metas
distribuição equilibrada dos custos pelos vários orçamentais traçados no âmbito das políticas de
orçamentos num quadro plurianual. convergência a que Portugal se tenha vinculado
2 - O princípio da equidade intergeracional no seio da União Europeia.
implica a apreciação da incidência orçamental: 2 - A coordenação referida no número
anterior efetua-se através do Conselho de
a) Das medidas e ações incluídas no
Coordenação Financeira, sendo as autarquias
plano plurianual de investimentos;
locais ouvidas antes da preparação do Programa
b) Do investimento em capacitação
de Estabilidade e Crescimento e da Lei do
humana cofinanciado pela autarquia;
Orçamento do Estado, nomeadamente quanto à
c) Dos encargos com os passivos
sua participação nos recursos públicos e à
financeiros da autarquia;
evolução do montante global da dívida total
d) Das necessidades de financiamento
autárquica.
das entidades participadas pela
3 - Para efeitos do disposto no presente
autarquia;
artigo, podem igualmente ser estabelecidos
e) Dos compromissos orçamentais e das
deveres de informação e reporte adicionais
responsabilidades contingentes;
tendo em vista habilitar as autoridades nacionais
f) Dos encargos explícitos e implícitos
com a informação agregada relativa à
em parcerias público-privadas,
organização e gestão de órgãos e serviços das
concessões e demais compromissos
autarquias locais.
financeiros de caráter plurianual;
g) Da despesa fiscal, nomeadamente
Artigo 12.º
compromissos futuros decorrentes de
Conselho de Coordenação Financeira
isenções fiscais concedidas, pelos
municípios, ao abrigo do artigo 16.º.
1 - O Conselho de Coordenação Financeira
(CCF) é composto por:

481
Autarquias Locais - Legislação Nacional
a) Um representante do membro do numa versão provisória, na segunda
Governo responsável pela área das reunião ordinária do ano.
finanças;
8 - Pode, ainda, ser definida a prestação de
b) Um representante do membro do
informação adicional à estabelecida no número
Governo responsável pela área das
anterior, mediante regulamento a aprovar para
autarquias locais;
o efeito pelo CCF.
c) Um representante da Direção-Geral do
9 - A informação referida nas alíneas c) a e)
Orçamento;
do n.º 7 é disponibilizada pelo CCF no Sistema
d) Um representante do Gabinete de
Integrado de Informação das Autarquias Locais
Planeamento, Estratégia, Avaliação e
(SIIAL), até 10 dias antes da data da realização
Relações Internacionais do Ministério
da reunião respetiva.
das Finanças;
10 - O CCF remete aos membros do Governo
e) Um representante da Autoridade
responsáveis pelas áreas das finanças e das
Tributária e Aduaneira (AT);
autarquias locais, até 30 dias após a realização
f) Um representante da Direção-Geral
das reuniões previstas no n.º 4, um relatório
das Autarquias Locais (DGAL);
onde conste a informação trocada e as
g) Dois representantes da Associação
respetivas conclusões.
Nacional de Municípios Portugueses
(ANMP);
Artigo 13.º
h) Dois representantes da Associação
Princípio da tutela inspetiva
Nacional de Freguesias (ANAFRE).
2 - Os representantes previstos nas alíneas 1 - O Estado exerce tutela inspetiva sobre as
a) a f) do número anterior são designados por autarquias locais e as restantes entidades do
despacho dos membros do Governo setor local, a qual abrange a respetiva gestão
responsáveis pelas áreas das finanças e das patrimonial e financeira.
autarquias locais. 2 - A tutela inspetiva só pode ser exercida
3 - O CCF é presidido pelo representante do segundo as formas e nos casos previstos na lei,
membro do Governo responsável pela área das salvaguardando sempre a democraticidade e a
finanças, a quem compete convocar as reuniões autonomia do poder local.
e dirigir os respetivos trabalhos.
4 - O CCF reúne ordinariamente duas vezes TÍTULO II
por ano, até 15 de março e até 15 de setembro, Autarquias locais
antes da apresentação do Programa de
Estabilidade e Crescimento e da Lei do CAPÍTULO I
Orçamento do Estado, respetivamente, e, Receitas dos municípios
extraordinariamente, por iniciativa do seu
presidente ou de um terço dos seus membros. Artigo 14.º
5 - Nas reuniões ordinárias do CCF participa Receitas municipais
um representante do Conselho de Finanças
Públicas, com estatuto de observador. Constituem receitas dos municípios:
6 - Ao CCF compete promover a troca de
a) O produto da cobrança do imposto
informação entre os seus membros,
municipal sobre imóveis (IMI), sem
nomeadamente entre os representantes da
prejuízo do disposto na alínea a) do n.º
administração central e das autarquias locais.
1 do artigo 23.º;
7 - Os membros do CCF têm acesso
b) O produto da cobrança de derramas
antecipado, nomeadamente à seguinte
lançadas nos termos do artigo 18.º;
informação:
c) A parcela do produto do imposto único
a) Projeções dos principais agregados de circulação que caiba aos municípios,
macroeconómicos com influência no nos termos do artigo 3.º da Lei n.º 22-
Orçamento do Estado, na segunda A/2007, de 29 de junho;
reunião ordinária do ano; d) O produto da cobrança de taxas e
b) Linhas gerais da política orçamental preços resultantes da concessão de
do Governo, nomeadamente quanto às licenças e da prestação de serviços
medidas com impacto na receita fiscal; pelo município, de acordo com o
c) Aos documentos de prestação de disposto nos artigos 15.º e 16.º;
contas relativas ao exercício anterior, e) O produto da participação nos
ainda que numa versão provisória, na recursos públicos determinada nos
primeira reunião ordinária do ano; termos do disposto nos artigos 25.º e
d) Estimativas da execução orçamental seguintes;
do exercício em curso, na segunda f) O produto da cobrança de encargos de
reunião ordinária do ano; mais-valias destinados por lei ao
e) Projetos dos quadros plurianuais de município;
programação orçamental, ainda que

482
Autarquias Locais - Legislação Nacional
g) O produto de multas e coimas fixadas f) Outros poderes previstos em
por lei, regulamento ou postura que legislação tributária.
caibam ao município;
h) O rendimento de bens próprios, Artigo 16.º
móveis ou imóveis, por eles Isenções e benefícios fiscais
administrados, dados em concessão ou
cedidos para exploração; 1 - O Estado, as Regiões Autónomas e
i) A participação nos lucros de qualquer dos seus serviços, estabelecimentos e
sociedades e nos resultados de outras organismos, ainda que personalizados,
entidades em que o município tome compreendendo os institutos públicos que não
parte; tenham caráter empresarial, bem como os
j) O produto de heranças, legados, municípios e freguesias e as suas associações,
doações e outras liberalidades a favor estão isentos de pagamento de todos os
do município; impostos previstos na presente lei, com exceção
k) O produto da alienação de bens da isenção do IMI dos edifícios não afetos a
próprios, móveis ou imóveis; atividades de interesse público.
l) O produto de empréstimos, incluindo 2 - A assembleia municipal pode, por
os resultantes da emissão de proposta da câmara municipal, através de
obrigações municipais; deliberação fundamentada que inclui a
m) Outras receitas estabelecidas por lei estimativa da respetiva despesa fiscal, conceder
ou regulamento a favor dos municípios. isenções totais ou parciais relativamente aos
(Nos termos da Declaração de impostos e outros tributos próprios.
Retificação n.º 46-B/2013, de 1 de 3 - Os benefícios fiscais referidos no número
novembro, na alínea d) do artigo 14.º, anterior não podem ser concedidos por mais de
onde se lê: «O produto da cobrança de cinco anos, sendo possível a sua renovação por
taxas e preços resultantes da uma vez com igual limite temporal.
concessão de licenças e da prestação 4 - Nos casos de benefícios fiscais relativos a
de serviços pelo município, de acordo impostos municipais que constituam
com o disposto nos artigos 15.º e contrapartida contratual da fixação de grandes
16.º» deve ler -se:«O produto da projetos de investimento de interesse para a
cobrança de taxas e preços resultantes economia nacional, o reconhecimento dos
da concessão de licenças e da mesmos compete ao Governo, ouvidos o
prestação de serviços pelo município, município ou os municípios envolvidos, que se
de acordo com o disposto nos artigos pronunciam no prazo máximo de 45 dias, nos
20.º e 21.º») termos da lei, havendo lugar a compensação em
caso de discordância expressa do respetivo
Artigo 15.º município comunicada dentro daquele prazo,
Poderes tributários através de verba a inscrever na Lei do
Orçamento do Estado.
Os municípios dispõem de poderes tributários 5 - Para efeitos do número anterior,
relativamente a impostos e outros tributos a consideram-se grandes projetos de
cuja receita tenham direito, nomeadamente: investimento, aqueles que estão definidos nos
termos e nos limites do n.º 1 do artigo 41.º do
a) Acesso à informação atualizada dos
Estatuto dos Benefícios Fiscais.
impostos municipais e da derrama,
6 - Os municípios são ouvidos antes da
liquidados e cobrados, quando a
concessão, por parte do Estado, de isenções
liquidação e cobrança seja assegurada
fiscais subjetivas relativas a impostos
pelos serviços do Estado, nos termos
municipais, no que respeita à fundamentação da
do n.º 6 do artigo 17.º;
decisão de conceder a referida isenção, e são
b) Possibilidade de liquidação e cobrança
informados quanto à despesa fiscal envolvida,
dos impostos e outros tributos a cuja
havendo lugar a compensação em caso de
receita tenham direito, nos termos a
discordância expressa do respetivo município.
definir por diploma próprio;
7 - Excluem-se do disposto do número
c) Possibilidade de cobrança coerciva de
anterior as isenções automáticas e as que
impostos e outros tributos a cuja
decorram de obrigações de direito internacional
receita tenham direito, nos termos a
a que o Estado Português esteja vinculado.
definir por diploma próprio;
8 - Os municípios têm acesso à respetiva
d) Concessão de isenções e benefícios
informação desagregada respeitante à despesa
fiscais, nos termos do n.º 2 do artigo
fiscal adveniente da concessão de benefícios
seguinte;
fiscais relativos aos impostos municipais.
e) Compensação pela concessão de
9 - Nos termos do princípio da legalidade
benefícios fiscais relativos a impostos e
tributária, as isenções totais ou parciais
outros tributos a cuja receita tenham
previstas no presente artigo apenas podem ser
direito, por parte do Governo, nos
concedidas pelos municípios quando exista lei
termos do n.º 4 do artigo seguinte;

483
Autarquias Locais - Legislação Nacional
que defina os termos e condições para a sua proporção do rendimento gerado na sua área
atribuição. geográfica por sujeitos passivos residentes em
território português que exerçam, a título
Artigo 17.º principal, uma atividade de natureza comercial,
Liquidação e cobrança dos impostos industrial ou agrícola e não residentes com
estabelecimento estável nesse território.
1 - Os impostos municipais são liquidados e 2 - Para efeitos de aplicação do disposto no
cobrados nos termos previstos na respetiva número anterior, sempre que os sujeitos
legislação. passivos tenham estabelecimentos estáveis ou
2 - As câmaras municipais podem deliberar representações locais em mais de um município
proceder à cobrança dos impostos municipais, e matéria coletável superior a (euro) 50 000 o
pelos seus próprios serviços ou pelos serviços da lucro tributável imputável à circunscrição de
entidade intermunicipal que integram, desde que cada município é determinado pela proporção
correspondente ao território da NUTS III, nos entre os gastos com a massa salarial
termos a definir por diploma próprio. correspondente aos estabelecimentos que o
3 - Os municípios que integram entidades sujeito passivo nele possua e a correspondente à
intermunicipais podem transferir a competência totalidade dos seus estabelecimentos situados
de cobrança dos impostos municipais para o em território nacional.
serviço competente daquelas entidades, nos 3 - Quando o volume de negócios de um
termos a definir por diploma próprio. sujeito passivo resulte em mais de 50 % da
4 - Quando a liquidação e ou cobrança dos exploração de recursos naturais que tornem
impostos municipais seja assegurada pelos inadequados os critérios estabelecidos nos
serviços do Estado, os respetivos encargos não números anteriores, podem os municípios
podem exceder: interessados propor, fundamentadamente, a
fixação de um critério específico de repartição da
a) Pela liquidação, 1,5 % dos montantes
derrama, o qual, após audição do sujeito passivo
liquidados; ou
e dos restantes municípios interessados, é fixado
b) Pela liquidação e cobrança, 2,5 % dos
por despacho dos membros do Governo
montantes cobrados.
responsáveis pelas áreas das finanças e das
5 - A receita líquida dos encargos a que se autarquias locais.
refere o número anterior é transferida pelos 4 - A assembleia municipal pode, sob
serviços do Estado para o município titular da proposta da câmara municipal, deliberar lançar
receita até ao último dia útil do mês seguinte ao uma taxa reduzida de derrama para os sujeitos
do pagamento. passivos com um volume de negócios no ano
6 - A AT fornece à ANMP informação, anterior que não ultrapasse (euro) 150 000.
desagregada por municípios, relativa às relações 5 - Nos casos não abrangidos pelo n.º 2,
financeiras entre o Estado e o conjunto dos considera-se que o rendimento é gerado no
municípios e fornece a cada município município em que se situa a sede ou a direção
informação relativa à liquidação e cobrança de efetiva do sujeito passivo ou, tratando-se de
impostos municipais e transferências de receita sujeitos passivos não residentes, no município
para o município. em que se situa o estabelecimento estável onde,
7 - A informação referida no número anterior nos termos do artigo 125.º do Código do IRC,
é disponibilizada por via eletrónica e atualizada esteja centralizada a contabilidade.
mensalmente, tendo cada município acesso 6 - Entende-se por massa salarial o valor dos
apenas à informação relativa à sua situação gastos relativos a despesas efetuadas com o
financeira. pessoal e reconhecidos no exercício a título de
8 - São devidos juros de mora por parte da remunerações, ordenados ou salários.
administração central quando existam atrasos 7 - Os sujeitos passivos abrangidos pelo n.º 2
nas transferências para os municípios de indicam na declaração periódica de rendimentos
receitas tributárias que lhes sejam próprias. a massa salarial correspondente a cada
9 - Os créditos tributários ainda pendentes município e efetuam o apuramento da derrama
por referência a impostos abolidos são que seja devida.
considerados para efeitos de cálculo das 8 - Quando seja aplicável o regime especial
transferências para os municípios relativamente de tributação dos grupos de sociedades, a
aos impostos que lhes sucederam. derrama incide sobre o lucro tributável individual
de cada uma das sociedades do grupo, sem
Artigo 18.º prejuízo do disposto no artigo 115.º do Código
Derrama do IRC.
9 - A deliberação a que se refere o n.º 1 deve
1 - Os municípios podem deliberar lançar ser comunicada por via eletrónica pela câmara
anualmente uma derrama, até ao limite máximo municipal à AT até ao dia 31 de dezembro do
de 1,5 %, sobre o lucro tributável sujeito e não ano anterior ao da cobrança por parte dos
isento de imposto sobre o rendimento das serviços competentes do Estado.
pessoas coletivas (IRC), que corresponda à 10 - Caso a comunicação a que se refere o
número anterior seja remetida para além do

484
Autarquias Locais - Legislação Nacional
prazo nele estabelecido não há lugar à 4 - A AT disponibiliza a cada município, até
liquidação e cobrança da derrama. ao final de julho de cada ano, os dados
11 - O produto da derrama paga é transferido agregados do número e montante exequendo
para os municípios até ao último dia útil do mês dos processos de execução fiscal que se
seguinte ao do respetivo apuramento pela AT. encontrem pendentes e que sejam relativos aos
12 - Para efeitos de aplicação do disposto no impostos municipais e derrama municipal.
n.º 1, quando uma mesma entidade tem sede
num município e direção efetiva noutro, a Artigo 20.º
entidade deve ser considerada como residente Taxas dos municípios
do município onde estiver localizada a direção
efetiva. 1 - Os municípios podem criar taxas nos
termos do regime geral das taxas das autarquias
Artigo 19.º locais.
Informação a transmitir pela Autoridade 2 - A criação de taxas pelos municípios está
Tributária e Aduaneira subordinada aos princípios da equivalência
jurídica, da justa repartição dos encargos
1 - No âmbito da obrigação referida nos n.os públicos e da publicidade, incidindo sobre
6 e 7 do artigo 17.º, a AT comunica, até ao utilidades prestadas aos particulares, geradas
último dia útil do mês seguinte ao da pela atividade dos municípios ou resultantes da
transferência: realização de investimentos municipais.
a) O montante de imposto liquidado e
Artigo 21.º
das anulações no segundo mês
Preços
anterior;
b) O montante de imposto objeto de
1 - Os preços e demais instrumentos de
cobrança que tenha sido transferido no
remuneração a fixar pelos municípios, relativos
mês anterior;
aos serviços prestados e aos bens fornecidos em
c) O montante de imposto que tenha
gestão direta pelas unidades orgânicas
sido reembolsado aos contribuintes e
municipais, pelos serviços municipalizados e por
que esteja a ser deduzido à
empresas locais, não devem ser inferiores aos
transferência referida na alínea
custos direta e indiretamente suportados com a
anterior;
prestação desses serviços e com o fornecimento
d) A desagregação, por período de
desses bens.
tributação a que respeita, do imposto
2 - Para efeitos do disposto no número
referido nas alíneas anteriores.
anterior, os custos suportados são medidos em
2 - Sem prejuízo do disposto no número situação de eficiência produtiva e, quando
anterior, no caso da derrama, a AT disponibiliza, aplicável, de acordo com as normas do
de forma permanente, à ANMP e a cada regulamento tarifário em vigor.
município, sendo a informação atualizada até ao 3 - Os preços e demais instrumentos de
último dia útil dos meses de julho, setembro e remuneração a cobrar pelos municípios
dezembro: respeitam, nomeadamente, às atividades de
exploração de sistemas municipais ou
a) O número de sujeitos passivos de IRC intermunicipais de:
com sede em cada município e o total
do respetivo lucro tributável; a) Abastecimento público de água;
b) O número de sujeitos passivos com b) Saneamento de águas residuais;
um volume de negócios superior a c) Gestão de resíduos sólidos;
(euro) 150 000 e o total do respetivo d) Transportes coletivos de pessoas e
lucro tributável sujeito a derrama, por mercadorias;
município; e) Distribuição de energia elétrica em
c) O número de sujeitos passivos com baixa tensão.
matéria coletável superior a (euro) 50
4 - Relativamente às atividades mencionadas
000 e o total do respetivo lucro
no número anterior, os municípios cobram os
tributável sujeito a derrama.
preços previstos em regulamento tarifário a
3 - Sem prejuízo do disposto no n.º 1, a AT aprovar.
comunica ainda a cada município, até 31 de 5 - O regulamento tarifário aplicável à
maio de cada ano e com referência a 31 de prestação pelos municípios das atividades
dezembro do ano anterior, o valor patrimonial mencionadas nas alíneas a) a c) do n.º 3
tributário para efeitos do IMI de cada prédio observa o estabelecido no artigo 82.º da Lei da
situado no seu território, indicando quais os Água, aprovada pela Lei n.º 58/2005, de 29 de
prédios isentos. dezembro, e no regulamento tarifário aprovado
pela entidade reguladora dos setores de
abastecimento público de água, de saneamento

485
Autarquias Locais - Legislação Nacional
de águas residuais e de gestão de resíduos 3 - O Governo e os Governos Regionais dos
sólidos. Açores e da Madeira podem ainda tomar
6 - Cabe à entidade reguladora dos setores providências orçamentais necessárias à
de abastecimento público de água, de concessão de auxílios financeiros às autarquias
saneamento de águas residuais e de gestão de locais, nas seguintes situações:
resíduos sólidos:
a) Calamidade pública;
a) Emitir recomendações sobre a b) Municípios negativamente afetados
aplicação do disposto no regulamento por investimentos da responsabilidade
tarifário do regulador, bem como nos da administração central ou regional;
n.os 1, 4, 5 e 7; c) Circunstâncias graves que afetem
b) Emitir recomendações sobre a drasticamente a operacionalidade das
aplicação dos critérios estabelecidos infraestruturas e dos serviços
nos estatutos da referida entidade municipais de proteção civil;
reguladora e nos artigos 20.º a 23.º do d) Reconversão de áreas urbanas de
Decreto-Lei n.º 97/2008, de 11 de génese ilegal ou programas de
junho; reabilitação urbana, quando o seu peso
c) Informar, nos casos de gestão direta relativo transcenda a capacidade e a
municipal, de serviço municipalizado, responsabilidade autárquica nos termos
ou de empresa local, a assembleia da lei.
municipal e a entidade competente da
4 - A concessão de auxílios financeiros às
tutela inspetiva de qualquer violação
autarquias locais em situações de calamidade
dos preceitos referidos nas alíneas
pública é regulada em diploma próprio,
anteriores.
designadamente no âmbito do Fundo de
7 - Sem prejuízo do poder de atuação da Emergência Municipal.
entidade reguladora em caso de 5 - A concessão de qualquer auxílio financeiro
desconformidade, nos termos de diploma e a celebração de contrato ou protocolo com as
próprio, as tarifas municipais são sujeitas a autarquias locais são previamente autorizadas
parecer daquela, que ateste a sua conformidade por despacho dos membros do Governo
com as disposições legais e regulamentares em responsáveis pelas áreas das finanças e das
vigor. autarquias locais, a publicar no Diário da
8 - Salvo disposições contratuais em República.
contrário, nos casos em que haja receitas 6 - São nulos os instrumentos de cooperação
municipais ou de serviços municipalizados ou de técnica e financeira e de auxílio financeiro
empresas locais provenientes de preços e celebrados ou executados sem que seja
demais instrumentos contratuais associados a observado o disposto no número anterior.
uma qualquer das atividades referidas no n.º 3 7 - O Governo publica trimestralmente, no
que sejam realizadas em articulação com Diário da República, uma listagem da qual
empresas concessionárias, devem tais receitas constam os instrumentos de cooperação técnica
ser transferidas para essas empresas, pelo e financeira e de auxílio financeiro celebrados
montante devido, até ao último dia do mês por cada ministério, bem como os respetivos
seguinte ao registo da cobrança da respetiva montantes e prazos.
receita, devendo ser fornecida às empresas 8 - O regime de cooperação técnica e
concessionárias informação trimestral atualizada financeira, bem como o regime de concessão de
e discriminada dos montantes cobrados. auxílios financeiros às autarquias locais são
regulados por diploma próprio.
Artigo 22.º 9 - O disposto no presente artigo aplica-se às
Cooperação técnica e financeira empresas do setor empresarial do Estado.

1 - Não são permitidas quaisquer formas de CAPÍTULO II


subsídios ou comparticipações financeiras aos Receitas das freguesias
municípios e freguesias por parte do Estado, dos
institutos públicos ou dos serviços e fundos Artigo 23.º
autónomos. Receitas das freguesias
2 - Pode ser excecionalmente inscrita na Lei
do Orçamento do Estado uma dotação global 1 - Constituem receitas das freguesias:
afeta aos diversos ministérios, para
a) O produto da receita do IMI sobre
financiamento de projetos de interesse nacional
prédios rústicos e uma participação no
a desenvolver pelas autarquias locais, de grande
valor de 1 % da receita do IMI sobre
relevância para o desenvolvimento regional e
prédios urbanos;
local, correspondentes a políticas identificadas
b) O produto de cobrança de taxas,
como prioritárias naquela Lei, de acordo com os
nomeadamente provenientes da
princípios da igualdade, imparcialidade e justiça.
prestação de serviços pelas freguesias;

486
Autarquias Locais - Legislação Nacional
c) O rendimento de mercados e b) Uma subvenção específica,
cemitérios das freguesias; determinada a partir do Fundo Social
d) O produto de multas e coimas fixadas Municipal (FSM), cujo valor
por lei, regulamento ou postura que corresponde às despesas relativas às
caibam às freguesias; atribuições e competências transferidas
e) O rendimento de bens próprios, da administração central para os
móveis ou imóveis, por elas municípios;
administrados, dados em concessão ou c) Uma participação variável de 5 % no
cedidos para exploração; IRS, determinada nos termos do artigo
f) O produto de heranças, legados, 26.º, dos sujeitos passivos com
doações e outras liberalidades a favor domicílio fiscal na respetiva
das freguesias; circunscrição territorial, calculada sobre
g) O produto da alienação de bens a respetiva coleta líquida das deduções
próprios, móveis ou imóveis; previstas no n.º 1 do artigo 78.º do
h) O produto de empréstimos de curto Código do IRS.
prazo;
2 - A receita dos impostos a que se refere a
i) O produto da participação nos recursos
alínea a) do número anterior é a que
públicos determinada nos termos do
corresponde à receita líquida destes impostos no
disposto nos artigos 38.º e seguintes;
penúltimo ano relativamente àquele a que a Lei
j) Outras receitas estabelecidas por lei
do Orçamento do Estado se refere, excluindo:
ou regulamento a favor das freguesias.
a) A participação referida na alínea c) do
2 - O disposto no artigo 22.º, no âmbito da
número anterior;
cooperação técnica e financeira, aplica-se às
b) No que respeita ao IVA, a receita
freguesias.
consignada, de caráter excecional ou
temporário, a outros subsetores das
Artigo 24.º
administrações públicas.
Taxas das freguesias
3 - Para efeitos do disposto no número
1 - As freguesias podem criar taxas nos anterior, entende-se por receita líquida o valor
termos do regime geral das taxas das autarquias inscrito no mapa de execução orçamental,
locais. segundo a classificação económica, respeitante
2 - A criação de taxas pelas freguesias está aos serviços integrados.
subordinada aos princípios da equivalência 4 - Para efeitos do disposto na alínea c) do
jurídica, da justa repartição dos encargos n.º 1, considera-se como domicílio fiscal o do
públicos e da publicidade, incidindo sobre sujeito passivo identificado em primeiro lugar na
utilidades prestadas aos particulares ou geradas respetiva declaração de rendimentos.
pela atividade das freguesias. (Nos termos da Declaração de Retificação n.º
46-B/2013, de 1 de novembro, na alínea a) do
CAPÍTULO III n.º 1 do artigo 25.º, onde se lê:«Uma
Repartição de recursos públicos subvenção geral, determinada a partir do Fundo
de Equilíbrio Financeiro (FEF), cujo valor é igual
Artigo 25.º a 19,5 % da média aritmética simples da receita
Repartição de recursos públicos entre o proveniente dos impostos sobre o rendimento
Estado e os municípios das pessoas singulares (IRS), o IRC e imposto
sobre o valor acrescentado (IVA), deduzido do
1 - A repartição dos recursos públicos entre o montante afeto ao Índice Sintético de
Estado e os municípios, tendo em vista atingir os Desenvolvimento Social, nos termos do n.º 2 do
objetivos de equilíbrio financeiro horizontal e artigo 69.º» deve ler -se: «Uma subvenção
vertical, é obtida através das seguintes formas geral, determinada a partir do Fundo de
de participação: Equilíbrio Financeiro (FEF), cujo valor é igual a
19,5 % da média aritmética simples da receita
a) Uma subvenção geral, determinada a
proveniente dos impostos sobre o rendimento
partir do Fundo de Equilíbrio Financeiro
das pessoas singulares (IRS), o IRC e imposto
(FEF), cujo valor é igual a 19,5 % da
sobre o valor acrescentado (IVA), deduzido do
média aritmética simples da receita
montante afeto ao Índice Sintético de
proveniente dos impostos sobre o
Desenvolvimento Regional, nos termos do n.º 2
rendimento das pessoas singulares
do artigo 69.º»)
(IRS), o IRC e imposto sobre o valor
acrescentado (IVA), deduzido do
Artigo 26.º
montante afeto ao Índice Sintético de
Participação variável no IRS
Desenvolvimento Social, nos termos do
n.º 2 do artigo 69.º;
1 - Os municípios têm direito, em cada ano, a
uma participação variável até 5 % no IRS dos
sujeitos passivos com domicílio fiscal na

487
Autarquias Locais - Legislação Nacional
respetiva circunscrição territorial, relativa aos de Desenvolvimento Regional nos termos do n.º
rendimentos do ano imediatamente anterior, 2 do artigo 69.º»)
calculada sobre a respetiva coleta líquida das
deduções previstas no n.º 1 do artigo 78.º do Artigo 27.º
Código do IRS, deduzido do montante afeto ao Fundo de Equilíbrio Financeiro
Índice Sintético de Desenvolvimento Social nos
termos do n.º 2 do artigo 69.º. 1 - O FEF é repartido da seguinte forma:
2 - A participação referida no número
a) 50 % como Fundo Geral Municipal
anterior depende de deliberação sobre a
(FGM);
percentagem de IRS pretendida pelo município,
b) 50 % como Fundo de Coesão
a qual é comunicada por via eletrónica pela
Municipal (FCM).
respetiva câmara municipal à AT, até 31 de
dezembro do ano anterior àquele a que 2 - A participação geral de cada município no
respeitam os rendimentos. FEF resulta da soma das parcelas referentes ao
3 - A ausência da comunicação a que se FGM e ao FCM.
refere o número anterior, ou a receção da 3 - Os municípios com maior capitação de
comunicação para além do prazo aí estabelecido, receitas municipais, nos termos dos n.os 1, 2 e 4
equivale à falta de deliberação e à perda do do artigo 33.º, são contribuintes líquidos do
direito à participação variável por parte dos FCM.
municípios.
4 - Nas situações referidas no número Artigo 28.º
anterior, ou caso a percentagem deliberada pelo Fundo Geral Municipal
município seja inferior à taxa máxima definida
no n.º 1, o produto da diferença de taxas e a O FGM corresponde a uma transferência
coleta líquida é considerado como dedução à financeira do Estado que visa dotar os
coleta do IRS, a favor do sujeito passivo, municípios de condições financeiras adequadas
relativo aos rendimentos do ano imediatamente ao desempenho das suas atribuições, em função
anterior àquele a que respeita a participação dos respetivos níveis de funcionamento e
variável referida no n.º 1, desde que a respetiva investimento.
liquidação tenha sido feita com base em
declaração apresentada dentro do prazo legal e Artigo 29.º
com os elementos nela constantes. Fundo de Coesão Municipal
5 - A inexistência da dedução à coleta a que
se refere o número anterior não determina, em 1 - O FCM visa reforçar a coesão municipal,
caso algum, um acréscimo ao montante da fomentando a correção de assimetrias, em
participação variável apurada com base na benefício dos municípios menos desenvolvidos,
percentagem deliberada pelo município. onde existam situações de desigualdade
6 - Para efeitos do disposto no presente relativamente às correspondentes médias
artigo, considera-se como domicílio fiscal o do nacionais, e corresponde à soma da
sujeito passivo identificado em primeiro lugar na compensação fiscal (CF) e da compensação da
respetiva declaração de rendimentos. desigualdade de oportunidades (CDO) baseada
7 - O percentual e o montante da no índice de desigualdade de oportunidades
participação variável no IRS constam da nota de (IDO).
liquidação dos sujeitos passivos deste imposto. 2 - A compensação por desigualdade de
(Nos termos da Declaração de Retificação n.º oportunidades visa compensar, para certos
46-B/2013, de 1 de novembro, no n.º 1 do municípios, a diferença de oportunidades
artigo 26.º, onde se lê:«Os municípios têm decorrente da desigualdade de acesso a
direito, em cada ano, a uma participação condições necessárias para poderem ter uma
variável até 5 % no IRS dos sujeitos passivos vida mais longa, com melhores níveis de saúde,
com domicílio fiscal na respetiva circunscrição de conforto, de saneamento básico e de
territorial, relativa aos rendimentos do ano aquisição de conhecimentos.
imediatamente anterior, calculada sobre a
respetiva coleta líquida das deduções previstas Artigo 30.º
no n.º 1 do artigo 78.º do Código do IRS, Fundo Social Municipal
deduzido do montante afeto ao Índice Sintético
de Desenvolvimento Social nos termos do n.º 2 1 - O FSM constitui uma transferência
do artigo 69.º» deve ler -se:«Os municípios têm financeira do Orçamento do Estado consignada
direito, em cada ano, a uma participação ao financiamento de despesas determinadas,
variável até 5 % no IRS dos sujeitos passivos relativas a atribuições e competências dos
com domicílio fiscal na respetiva circunscrição municípios associadas a funções sociais,
territorial, relativa aos rendimentos do ano nomeadamente na educação, na saúde ou na
imediatamente anterior, calculada sobre a ação social.
respetiva coleta líquida das deduções previstas 2 - As despesas elegíveis para financiamento
no n.º 1 do artigo 78.º do Código do IRS, através do FSM são, nomeadamente:
deduzido do montante afeto ao Índice Sintético

488
Autarquias Locais - Legislação Nacional
a) As despesas de funcionamento promoção da conciliação da vida profissional e
corrente do pré-escolar público, familiar, da inclusão social e da proteção das
nomeadamente as remunerações de vítimas de violência.
pessoal não docente, os serviços de
alimentação, as despesas com Artigo 31.º
prolongamento de horário e transporte Transferências financeiras para os
escolar; municípios
b) As despesas de funcionamento
corrente com os três ciclos de ensino 1 - São anualmente inscritos na Lei do
básico público, nomeadamente as Orçamento do Estado os montantes e as datas
remunerações de pessoal não docente, das transferências financeiras correspondentes
os serviços de alimentação, as às receitas municipais previstas nas alíneas a) a
atividades de enriquecimento curricular c) do n.º 1 do artigo 25.º.
e o transporte escolar, excluindo 2 - Os montantes correspondentes à
apenas as do pessoal docente afeto ao participação dos municípios nas receitas
plano curricular obrigatório; referidas no número anterior, com exceção da
c) As despesas com professores, relativa ao FEF, são inscritos nos orçamentos
monitores e outros técnicos com municipais como receitas correntes e
funções educativas de enriquecimento transferidos por duodécimos até ao dia 15 do
curricular, nomeadamente nas áreas de mês correspondente.
iniciação ao desporto e às artes, bem 3 - Cada município, através do seu órgão
como de orientação escolar, de apoio à executivo, pode decidir da repartição dos
saúde escolar e de acompanhamento montantes referidos na alínea a) do n.º 1 do
socioeducativo do ensino básico artigo 25.º entre receita corrente e de capital,
público; não podendo a receita corrente exceder 90 % do
d) As despesas de funcionamento FEF.
corrente com os centros de saúde, 4 - Os municípios informam a DGAL,
nomeadamente as remunerações de anualmente, até 30 de junho do ano anterior ao
pessoal, manutenção das instalações e ano a que respeita o orçamento, de qual a
equipamento e comparticipações nos percentagem do FEF que deve ser considerada
custos de transporte dos doentes; como transferência corrente, na ausência da
e) As despesas de funcionamento dos qual é considerada a percentagem de 90 %.
programas municipais de cuidados de 5 - A DGAL indica, até 31 de agosto de cada
saúde continuados e apoio ao ano, os valores das transferências a efetuar para
domicílio, nomeadamente as os municípios no ano seguinte.
remunerações do pessoal auxiliar e
administrativo afeto a estes Artigo 32.º
programas, transportes e interface com Distribuição do Fundo Geral Municipal
outros serviços municipais de saúde e
de ação social; 1 - A distribuição do FGM pelos municípios
f) As despesas de funcionamento de obedece aos seguintes critérios:
programas de promoção da saúde
a) 5 % igualmente por todos os
desenvolvidos nos centros de saúde e
municípios;
nas escolas;
b) 65 % na razão direta da população,
g) As despesas de funcionamento de
ponderada nos termos do número
creches, estabelecimentos de educação
seguinte, e da média diária de
pré-escolar, equipamentos na área dos
dormidas em estabelecimentos
idosos, designadamente estruturas
hoteleiros e parques de campismo,
residenciais e centros de dia,
sendo a população residente das
nomeadamente as remunerações do
Regiões Autónomas ponderada pelo
pessoal, os serviços de alimentação e
fator 1,3;
atividades culturais, científicas e
c) 25 % na razão direta da área
desportivas levadas a cabo no quadro
ponderada por um fator de amplitude
de assistência aos utentes daqueles
altimétrica do município e 5 % na
serviços;
razão direta da área afeta à Rede
h) As despesas de funcionamento de
Natura 2000 e da área protegida; ou
programas de ação social de âmbito
d) 20 % na razão direta da área
municipal no domínio do combate à
ponderada por um fator de amplitude
toxicodependência e da inclusão social.
altimétrica do município e 10 % na
3 - As despesas de funcionamento previstas razão direta da área afeta à Rede
no número anterior podem, na parte aplicável, Natura 2000 e da área protegida, nos
integrar a aplicação de programas municipais de municípios com mais de 70 % do seu
promoção da igualdade de género, território afeto à Rede Natura 2000 e
nomeadamente na perspetiva integrada da de área protegida.

489
Autarquias Locais - Legislação Nacional
fiscais dos municípios contribuintes líquidos para
2 - Para efeitos do disposto na alínea b) do
o FCM é destinado à CDO.
número anterior, a população de cada município
6 - O montante definido no número anterior é
é ponderada de acordo com os seguintes
distribuído por cada município na razão direta do
ponderadores marginais:
resultado da seguinte fórmula:
a) Os primeiros 5000 habitantes - 3;
b) De 5001 a 10 000 habitantes - 1; N (índice i) * IDO (índice i) com IDO (índice
c) De 10 001 a 20 000 habitantes - i) = IDS - IDS (índice i)
0,25;
d) De 20 001 a 40 000 habitantes - 0,5; em que N (índice i) é a população residente
e) De 40 001 a 80 000 habitantes - no município i, IDO (índice i) é o índice
0,75; municipal de desigualdade de oportunidades do
f) Mais de 80 000 habitantes - 1. município, IDS é o índice nacional de
desenvolvimento social e IDS (índice i) é o
3 - Os elementos e os indicadores para índice de desenvolvimento social do município i.
aplicação dos critérios referidos nos números 7 - A aplicação dos critérios referidos nos
anteriores são comunicados, de forma números anteriores garante sempre a cada
discriminada, à Assembleia da República, município 50 % das transferências financeiras,
juntamente com a proposta de Lei do Orçamento montante esse que corresponde ao FGM.
do Estado. 8 - As transferências a que se refere o
número anterior correspondem à soma das
Artigo 33.º participações previstas nas alíneas a) e b) do n.º
Compensação associada ao Fundo de 1 do artigo 25.º.
Coesão Municipal 9 - O cumprimento do disposto no n.º 7 é
assegurado pela forma prevista no n.º 2 do
1 - A CF de cada município é diferente artigo 35.º.
consoante esteja acima ou abaixo de 1,25 vezes 10 - Para efeitos de cálculo do índice de
a capitação média nacional (CMN) da soma das compensação fiscal (ICF), a coleta do IMI a
coletas dos impostos municipais referidos na considerar é a que resultaria se a liquidação
alínea a) do artigo 14.º e da participação no IRS tivesse tido por base a taxa máxima prevista no
referida na alínea c) do n.º 1 do artigo 25.º. Código do IMI.
2 - Entende-se por CMN o quociente da soma 11 - Os valores do índice de desenvolvimento
dos impostos municipais referidos na alínea a) social nacional e de cada município têm natureza
do artigo 14.º pela população residente mais a censitária e constam de portaria do membro do
média diária das dormidas em estabelecimentos Governo responsável pela área das autarquias
hoteleiros e parques de campismo. locais.
3 - Quando a capitação média do município 12 - A determinação do índice de
(CMMi) seja inferior a 0,75 vezes a CMN, a CF desenvolvimento social consta de decreto-lei.
assume um valor positivo igual à diferença entre
ambas multiplicadas pela população residente Artigo 34.º
mais a média diária das dormidas em Distribuição do Fundo Social Municipal
estabelecimentos hoteleiros e parques de
campismo de acordo com a seguinte fórmula: 1 - A repartição do FSM é fixada anualmente
na Lei do Orçamento do Estado, sendo
CFi = (1,25 * CMN - CMMi) * Ni distribuída proporcionalmente por cada
município, de acordo com os seguintes
em que CMN é a capitação média nacional, indicadores:
CMMi é a capitação média do município e Ni é a
população residente, mais a média diária das a) 35 % de acordo com os seguintes
dormidas em estabelecimentos hoteleiros e indicadores relativos às inscrições de
parques de campismo no município i. crianças e jovens nos estabelecimentos
4 - Quando a CMMi seja, em três anos de educação pré-escolar e ensino
consecutivos, superior a 1,25 vezes a CMN, a CF básico de cada município:
assume um valor negativo igual a 22 % da
i) 4 % na razão direta do número de
diferença entre ambas multiplicadas pela
crianças que frequentam o ensino
população residente, mais a média diária das
pré-escolar público;
dormidas em estabelecimentos hoteleiros e
ii) 12 % na razão direta do número
parques de campismo de acordo com a seguinte
de jovens a frequentar o 1.º ciclo do
fórmula:
ensino básico público;
iii) 19 % na razão direta do número
CFi = 0,22 (1,25 CMN - CMMi) * Ni
de jovens a frequentar o 2.º e 3.º
ciclos do ensino básico público;
5 - O valor global do FCM menos a CF a
atribuir aos municípios, mais as compensações b) 32,5 % de acordo com os seguintes
indicadores relativos ao número de

490
Autarquias Locais - Legislação Nacional
utentes inscritos na rede de saúde b) Um acréscimo superior a 5 % da
municipal: participação relativa às transferências
i) 10,5 % na razão direta do número de financeiras do ano anterior.
beneficiários dos programas municipais
2 - A compensação necessária para assegurar
de cuidados de saúde continuados;
os montantes mínimos previstos na alínea a) do
ii) 22 % na razão direta do número de
número anterior efetua-se pelos excedentes que
utentes inscritos nos centros de saúde
advenham da aplicação da alínea b) do mesmo
concelhios;
número, bem como, se necessário, mediante
c) 32,5 % de acordo com os seguintes
dedução proporcional à diferença entre as
indicadores relativos ao número de
transferências previstas e os montantes mínimos
utentes e beneficiários das redes
garantidos para os municípios que tenham
municipais de creches,
transferências superiores aos montantes
estabelecimentos de educação pré-
mínimos a que teriam direito.
escolar, equipamentos na área dos
3 - O excedente resultante do disposto nos
idosos, designadamente estruturas
números anteriores é distribuído de forma
residenciais e centros de dia e
proporcional pelos municípios que não
programas de ação social de cada
mantenham, em três anos consecutivos, a CMN.
município:
i) 5 % na razão direta do número de Artigo 36.º
inscritos em programas de apoio à Fundo de Financiamento das Freguesias
toxicodependência e de inclusão
social; As freguesias têm direito a uma participação
ii) 12,5 % na razão direta do número nos impostos do Estado equivalente a 2 % da
de crianças até aos três anos de média aritmética simples da receita do IRS, IRC
idade, que frequentam as creches e e do IVA, nos termos referidos no n.º 2 do artigo
jardins-de-infância; 25.º, a qual constitui o Fundo de Financiamento
iii) 15 % na razão direta do número das Freguesias (FFF).
de adultos com mais de 65 anos
residentes em lares ou inscritos em Artigo 37.º
centros de dia e programas de apoio Transferências financeiras para as
ao domicílio. freguesias
2 - Tratando-se de uma transferência
1 - São anualmente inscritos na Lei do
financeira consignada a um fim específico, caso
Orçamento do Estado os montantes das
o município não realize despesa elegível de
transferências financeiras correspondentes às
montante pelo menos igual à verba que lhe foi
receitas das freguesias previstas no artigo
afeta, no ano subsequente é deduzida à verba a
anterior.
que teria direito ao abrigo do FSM a diferença
2 - Os montantes do FFF são transferidos
entre a receita de FSM e a despesa
trimestralmente até ao dia 15 do primeiro mês
correspondente.
do trimestre correspondente.
3 - Para efeitos do disposto no número
3 - Os critérios a ser utilizados no cálculo do
anterior, a contabilidade analítica por centro de
FFF devem ser previamente conhecidos, por
custos deve permitir identificar os custos
forma que se possa, em tempo útil, solicitar a
referentes às funções educação, saúde e ação
sua correção.
social.
(Nos termos da Declaração de Retificação n.º
46-B/2013, de 1 de novembro, no n.º 3 do
Artigo 35.º
artigo 37.º, onde se lê: «Os critérios a ser
Variações máximas e mínimas
utilizados no cálculo do FFF devem ser
previamente conhecidos, por forma que se
1 - Da participação de cada município nos
possa, em tempo útil, solicitar a sua correção.»
impostos do Estado, por via do FEF e do FSM,
deve ler -se: «Os índices a ser utilizados no
não pode resultar:
cálculo do FFF devem ser previamente
a) Uma diminuição superior a 5 % da conhecidos, por forma que se possa, em tempo
participação nas transferências útil, solicitar a sua correção.»)
financeiras do ano anterior para os
municípios com capitação de impostos Artigo 38.º
locais superior a 1,25 vezes a média Distribuição do Fundo de Financiamento
nacional em três anos consecutivos, das Freguesias
nem uma diminuição superior a 2,5 %
da referida participação, para os 1 - A distribuição pelas freguesias dos
municípios com capitação inferior a montantes apurados nos termos do artigo
1,25 vezes aquela média durante anterior é determinada de acordo com os
aquele período; seguintes critérios:

491
Autarquias Locais - Legislação Nacional
a) Tipologia de área urbana; CAPÍTULO IV
b) Densidade populacional; Regras orçamentais
c) Número de habitantes;
d) Área. Artigo 40.º
Equilíbrio orçamental
2 - Os tipos de freguesias são definidos de
acordo com a tipologia de áreas urbanas,
1 - Os orçamentos das entidades do setor
aprovada pelo Conselho Superior de Estatística,
local preveem as receitas necessárias para cobrir
nos termos das alíneas c) e h) do artigo 13.º da
todas as despesas.
Lei n.º 22/2008, de 13 de maio.
2 - Sem prejuízo do disposto no número
3 - A ponderação atribuída a cada um dos
anterior, a receita corrente bruta cobrada deve
critérios referidos nos números anteriores é
ser pelo menos igual à despesa corrente
definida em diploma próprio.
acrescida das amortizações médias de
4 - Os elementos e os indicadores para
empréstimos de médio e longo prazos.
aplicação dos critérios referidos nos números
3 - O resultado verificado pelo apuramento
anteriores são comunicados, de forma
do saldo corrente deduzido das amortizações
discriminada, à Assembleia da República,
pode registar, em determinado ano, um valor
juntamente com a proposta de Lei do Orçamento
negativo inferior a 5 % das receitas correntes
do Estado.
totais, o qual é obrigatoriamente compensado no
5 - Da distribuição resultante da aplicação
exercício seguinte.
dos critérios constantes dos n.os 1 e 3 não pode
4 - Para efeitos do disposto no n.º 2,
resultar uma diminuição superior a 5 % das
considera-se amortizações médias de
transferências do ano anterior para as freguesias
empréstimos de médio e longo prazos o
dos municípios com capitação de impostos locais
montante correspondente à divisão do capital
superior a 1,25 vezes a média nacional, nem
contraído pelo número de anos do contrato,
uma diminuição superior a 2,5 % das
independentemente do seu pagamento efetivo.
transferências para as freguesias dos municípios
com capitação inferior a 1,25 vezes aquela
Artigo 41.º
média.
Anualidade e plurianualidade
6 - A participação de cada freguesia no FFF
não pode sofrer um acréscimo superior a 5 % da
1 - Os orçamentos das autarquias locais são
participação relativa às transferências
anuais.
financeiras do ano anterior.
2 - A elaboração dos orçamentos anuais é
7 - A compensação necessária para assegurar
enquadrada num quadro plurianual de
o montante mínimo previsto no n.º 5 efetua-se
programação orçamental e tem em conta as
mediante dedução proporcional à diferença entre
projeções macroeconómicas que servem de base
as transferências previstas e os montantes
ao Orçamento do Estado.
mínimos garantidos para as freguesias que
3 - O quadro plurianual de programação
tenham transferências superiores aos montantes
orçamental consta de documento que especifica
mínimos a que teriam direito.
o quadro de médio prazo para as finanças da
8 - A distribuição resultante dos números
autarquia local.
anteriores deve ser suficiente para o pagamento
4 - Sem prejuízo do disposto no número
das despesas relativas à compensação por
anterior, os orçamentos incluem os programas,
encargos dos membros do órgão executivo da
medidas e projetos ou atividades que implicam
freguesia, bem como das senhas de presença
encargos plurianuais.
dos membros do órgão deliberativo para a
5 - O ano económico coincide com o ano civil.
realização do número de reuniões obrigatórias,
nos termos da lei.
Artigo 42.º
Unidade e universalidade
Artigo 39.º
Dedução às transferências
1 - Os orçamentos das autarquias locais e
das entidades intermunicipais compreendem
Quando as autarquias locais tenham dívidas
todas as receitas e despesas de todos os seus
reconhecidas por sentença judicial transitada em
órgãos e serviços sem autonomia financeira.
julgado ou reclamadas pelos credores junto da
2 - Em anexo aos orçamentos das autarquias
DGAL, neste último caso reconhecidas por
locais e das entidades intermunicipais, são
aquelas, pode ser deduzida uma parcela às
apresentados, aos respetivos órgãos
transferências resultantes da aplicação da
deliberativos, de forma autónoma, os
presente lei, até ao limite de 20 % do respetivo
orçamentos dos órgãos e serviços com
montante global, incluindo a participação
autonomia financeira, bem como das entidades
variável do IRS, com exceção do FSM, por se
participadas em relação às quais se verifique o
tratar de receita legalmente consignada.
controlo ou presunção do controlo pelo
município, de acordo com o artigo 75.º.

492
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - Os orçamentos das autarquias locais e Artigo 45.º
das entidades intermunicipais apresentam o Calendário orçamental
total das responsabilidades financeiras
resultantes de compromissos plurianuais, cuja 1 - Sem prejuízo do disposto no número
natureza impeça a contabilização direta do seguinte, o órgão executivo apresenta ao órgão
respetivo montante total no ano em que os deliberativo, até 31 de outubro de cada ano, a
compromissos são assumidos. proposta de orçamento municipal para o ano
económico seguinte.
Artigo 43.º 2 - Nos casos em que as eleições para o
Não consignação órgão executivo municipal ocorram entre 30 de
julho e 15 de dezembro, a proposta de
1 - Não pode afetar-se o produto de orçamento municipal para o ano económico
quaisquer receitas à cobertura de determinadas seguinte é apresentada no prazo de três meses
despesas. a contar da data da respetiva tomada de posse.
2 - Sem prejuízo do disposto na Lei de
Enquadramento Orçamental, aprovada pela Lei Artigo 46.º
n.º 91/2001, de 20 de agosto, alterada e Orçamento municipal
republicada pela Lei n.º 52/2011, de 13 de
outubro, o princípio da não consignação não se 1 - O orçamento municipal inclui,
aplica às receitas provenientes, nomeadamente nomeadamente, os seguintes elementos:
de:
a) Relatório que contenha a
a) Fundos comunitários; apresentação e a fundamentação da
b) Fundo Social Municipal; política orçamental proposta, incluindo
c) Cooperação técnica e financeira, nos a identificação e descrição das
termos do artigo 22.º; responsabilidades contingentes;
d) Empréstimos a médio e longo prazos b) Mapa resumo das receitas e despesas
para aplicação em investimento ou da autarquia local, que inclui, no caso
contraídos no âmbito de mecanismos dos municípios, de forma autónoma, as
de recuperação financeira nos termos correspondentes verbas dos serviços
dos artigos 51.º e 57.º e seguintes; municipalizados, quando aplicável;
e) Receitas provenientes dos preços c) Mapa das receitas e despesas,
cobrados nas situações referidas no n.º desagregado segundo a classificação
8 do artigo 21.º. económica, a que acresce, de forma
autónoma, o dos serviços
Artigo 44.º municipalizados, quando aplicável.
Quadro plurianual municipal d) Articulado que contenha as medidas
para orientar a execução orçamental.
1 - Atendendo ao disposto no artigo 41.º, o 2 - O orçamento municipal inclui, para além
órgão executivo municipal apresenta ao órgão dos mencionados em legislação especial, os
deliberativo municipal uma proposta de quadro seguintes anexos:
plurianual de programação orçamental, em
a) Orçamentos dos órgãos e serviços do
simultâneo com a proposta de orçamento
município com autonomia financeira;
municipal apresentada após a tomada de posse
b) Orçamentos, quando aplicável, de
do órgão executivo, em articulação com as
outras entidades participadas em
Grandes Opções do Plano.
relação às quais se verifique o controlo
2 - O quadro plurianual de programação
ou presunção do controlo pelo
orçamental define os limites para a despesa do
município, de acordo com o artigo
município, bem como para as projeções da
75.º;
receita discriminadas entre as provenientes do
c) Mapa das entidades participadas pelo
Orçamento do Estado e as cobradas pelo
município, identificadas pelo respetivo
município, numa base móvel que abranja os
número de identificação fiscal,
quatro exercícios seguintes.
incluindo a respetiva percentagem de
3 - Os limites são vinculativos para o ano
participação e o valor correspondente.
seguinte ao do exercício económico do
orçamento e indicativos para os restantes.
Artigo 47.º
4 - O quadro plurianual de programação
Regulamentação
orçamental é atualizado anualmente, para os
quatro anos seguintes, no orçamento municipal.
Os elementos constantes dos documentos
referidos no presente capítulo são regulados por
decreto-lei, a aprovar até 120 dias após a
publicação da presente lei.

493
Autarquias Locais - Legislação Nacional
CAPÍTULO V 7 - É vedado aos municípios, salvo nos casos
Endividamento expressamente permitidos por lei:
a) O aceite e o saque de letras de
SECÇÃO I
câmbio, a concessão de avales
Regime de crédito e de endividamento
cambiários, a subscrição de livranças e
municipal
a concessão de garantias pessoais e
reais;
Artigo 48.º
b) A concessão de empréstimos a
Princípios orientadores
entidades públicas ou privadas;
c)10 A celebração de contratos com
Sem prejuízo dos princípios da estabilidade
entidades financeiras ou diretamente
orçamental, da solidariedade recíproca e da
com os credores, com a finalidade de
equidade intergeracional, o endividamento
consolidar dívida de curto prazo,
autárquico orienta-se por princípios de rigor e
sempre que a duração do acordo
eficiência, prosseguindo os seguintes objetivos:
ultrapasse o exercício orçamental, bem
a) Minimização de custos diretos e como a cedência de créditos não
indiretos numa perspetiva de longo vencidos.
prazo;
8 - A limitação prevista na alínea a) do
b) Garantia de uma distribuição
número anterior inclui as operações efetuadas
equilibrada de custos pelos vários
indiretamente através de instituições
orçamentos anuais;
financeiras.
c) Prevenção de excessiva concentração
temporal de amortização;
Artigo 50.º
d) Não exposição a riscos excessivos.
Empréstimos de curto prazo
Artigo 49.º
1 - Os empréstimos a curto prazo são
Regime de crédito dos municípios
contraídos apenas para ocorrer a dificuldades de
tesouraria, devendo ser amortizados até ao final
1 - Os municípios podem contrair
do exercício económico em que foram
empréstimos, incluindo aberturas de crédito
contratados.
junto de quaisquer instituições autorizadas por
2 - Sem prejuízo do disposto no n.º 5 do
lei a conceder crédito, bem como celebrar
artigo anterior, a aprovação de empréstimos a
contratos de locação financeira, nos termos da
curto prazo pode ser deliberada pela assembleia
lei.
municipal, na sua sessão anual de aprovação do
2 - Os empréstimos são obrigatoriamente
orçamento, para todos os empréstimos que o
denominados em euros e podem ser a curto
município venha a contrair durante o período de
prazo, com maturidade até um ano ou a médio e
vigência do orçamento.
longo prazos, com maturidade superior a um
ano.
Artigo 51.º
3 - Os empréstimos de médio e longo prazos
Empréstimos de médio e longo prazos
podem concretizar-se através da emissão de
obrigações, caso em que os municípios podem
1 - Os empréstimos a médio e longo prazo
agrupar-se para, de acordo com as necessidades
s podem ser contraídos para aplicação em
de cada um deles, obterem condições de
investimentos ou ainda para proceder de acordo
financiamento mais vantajosas.
com os mecanismos de recuperação financeira
4 - A emissão de obrigações em que os
municipal.
municípios podem agrupar-se é regulada em
2 - Os investimentos referidos no número
diploma próprio.
anterior são identificados no respetivo contrato
5 - O pedido de autorização à assembleia
de empréstimo e, caso ultrapassem 10 % das
municipal para a contração de empréstimos é
despesas de investimento previstas no
obrigatoriamente acompanhado de informação
orçamento do exercício, são submetidos,
sobre as condições praticadas em, pelo menos,
independentemente da sua inclusão no plano
três instituições autorizadas por lei a conceder
plurianual de atividades, a discussão e a
crédito, bem como de mapa demonstrativo da
autorização prévia da assembleia municipal.
capacidade de endividamento do município.
6 - Os contratos de empréstimo de médio e
longo prazos, incluindo os empréstimos
contraídos no âmbito dos mecanismos de 10
Nota: Nos termos do artigo 14.º da Lei n.º 75-
recuperação financeira municipal previstos na A/2014, de 30 de setembro excluem-se do disposto na
secção seguinte, cujos efeitos da celebração se alínea c) do n.º 7 do artigo 49.º da Lei n.º 73/2013,
mantenham ao longo de dois ou mais mandatos, de 3 de setembro, os acordos entre municípios e
são objeto de aprovação por maioria absoluta respetivos credores que visam o pagamento de dívidas
dos membros da assembleia municipal em reconhecidas em decisão judicial transitada em
julgado.
efetividade de funções.

494
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - Os empréstimos têm um prazo de autorização prévia dos membros do Governo
vencimento adequado à natureza das operações responsáveis pelas áreas das finanças e das
que visam financiar, não podendo, em caso autarquias locais.
algum, exceder a vida útil do respetivo 2 - Para efeitos do disposto no número
investimento, nem ultrapassar o prazo de 20 anterior, o município apresenta à DGAL pedido
anos. fundamentado com a indicação do montante de
4 - Os empréstimos têm um prazo de empréstimo a contrair, bem como a previsão do
utilização do capital máximo de dois anos, não período temporal necessário à redução da dívida
podendo o início da amortização ser diferida total até ao limite legal.
para além desse período, salvo nos casos 3 - A DGAL informa os membros do Governo
legalmente previstos. responsáveis pelas áreas das finanças e das
5 - As amortizações anuais previstas para autarquias locais do pedido apresentado pelo
cada empréstimo não podem ser inferiores a 80 município e instrui o processo com os dados
% da amortização média de empréstimos, tal sobre a sua situação face ao limite da dívida
como definida no n.º 4 do artigo 40.º. total.
4 - A decisão de autorização prevista no n.º 1
Artigo 52.º consta de despacho a publicar no Diário da
Limite da dívida total República e identifica o montante de empréstimo
autorizado, bem como o período temporal da
1 - A dívida total de operações orçamentais exceção ao limite da dívida total.
do município, incluindo a das entidades previstas 5 - Findo o período da exceção para o
no artigo 54.º, não pode ultrapassar, em 31 de empréstimo referido no n.º 1, caso se mantenha
dezembro de cada ano, 1,5 vezes a média da numa situação de incumprimento do limite da
receita corrente líquida cobrada nos três dívida total, o município começa a cumprir a
exercícios anteriores. obrigação de redução prevista na alínea a) do no
2 - A dívida total de operações orçamentais n.º 3 do artigo anterior até que o referido limite
do município engloba os empréstimos, tal como seja cumprido.
definidos no n.º 1 do artigo 49.º, os contratos 6 - O disposto no n.º 1 não prejudica a
de locação financeira e quaisquer outras formas obrigação de redução do excesso prevista na
de endividamento, por iniciativa dos municípios, alínea a) do n.º 3 do artigo anterior nos casos
junto de instituições financeiras, bem como em que o município já se encontre a violar o
todos os restantes débitos a terceiros limite da dívida total à data de contratação do
decorrentes de operações orçamentais. empréstimo a que alude o presente artigo.
3 - Sempre que um município:
Artigo 54.º
a) Não cumpra o limite previsto no n.º 1,
Entidades relevantes para efeitos de limites
deve reduzir, no exercício subsequente,
da dívida total
pelo menos 10 % do montante em
excesso, até que aquele limite seja
1 - Para efeitos de apuramento do montante
cumprido, sem prejuízo do previsto na
da dívida total relevante para o limite de cada
secção iii;
município, são ainda incluídos:
b) Cumpra o limite previsto no n.º 1, só
pode aumentar, em cada exercício, o a) Os serviços municipalizados e
valor correspondente a 20 % da intermunicipalizados, neste último
margem disponível no início de cada caso, de acordo com o critério previsto
um dos exercícios. no n.º 4 do artigo 16.º da Lei n.º
50/2012, de 31 de agosto;
4 - Para efeito de responsabilidade financeira,
b) As entidades intermunicipais e as
o incumprimento da obrigação prevista no
entidades associativas municipais,
número anterior é equiparado à ultrapassagem
independentemente de terem sido
do limite previsto no n.º 1, nos termos e para os
constituídas ao abrigo de regimes
efeitos da Lei de Organização e Processo do
legais específicos ou do direito privado,
Tribunal de Contas, aprovada pela Lei n.º 98/97,
de acordo com o critério a estabelecer
de 26 de agosto.
pelos seus órgãos deliberativos, com o
acordo expresso das assembleias
Artigo 53.º
municipais respetivas, ou, na sua
Calamidade pública
ausência, de forma proporcional à
quota de cada município para as suas
1 - O limite previsto no n.º 1 do artigo
despesas de funcionamento;
anterior pode ser excecionalmente ultrapassado
c) As empresas locais e participadas de
pela contração de empréstimos destinados ao
acordo com os artigos 19.º e 51.º da
financiamento da recuperação de infraestruturas
Lei n.º 50/2012, de 31 de agosto,
municipais afetadas por situações de calamidade
exceto se se tratar de empresas
pública, decretadas nos termos da lei, pelo
abrangidas pelos setores empresarial
período máximo de 10 anos e mediante
do Estado ou regional, por força do

495
Autarquias Locais - Legislação Nacional
artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 558/99, 4 - A celebração de contratos de
de 17 de dezembro, alterado pelo empréstimos de curto prazo, de aberturas de
Decreto-Lei n.º 300/2007, de 23 de crédito e de locação financeira compete à junta
agosto, e pelas Leis n.os 64-A/2008, de freguesia, mediante prévia autorização da
de 31 de dezembro, e 55-A/2010, de assembleia de freguesia ou do plenário de
31 de dezembro, proporcional à cidadãos eleitores.
participação, direta ou indireta, do 5 - Os empréstimos de curto prazo e as
município no seu capital social, em aberturas de crédito são contraídos para ocorrer
caso de incumprimento das regras de a dificuldades de tesouraria, não podendo o seu
equilíbrio de contas previstas no artigo montante exceder, em qualquer momento, 10 %
40.º daquela lei; do FFF respetivo.
d) As cooperativas e as fundações, 6 - Constituem garantia dos empréstimos
proporcional à participação, direta ou contraídos as receitas provenientes do FFF.
indireta, do município; 7 - É vedado às freguesias quer o aceite quer
e) As entidades de outra natureza o saque de letras de câmbio, a concessão de
relativamente às quais se verifique, de avales cambiários, bem como a subscrição de
acordo com o n.º 4 do artigo 75.º, o livranças, a concessão de garantias pessoais e
controlo ou presunção de controlo por reais e a contração de empréstimos de médio e
parte do município, pelo montante longo prazos, exceto o disposto no n.º 4.
total. 8 - O montante das dívidas orçamentais das
freguesias a terceiros, excluindo as relativas a
2 - As entidades previstas na alínea b) do
contratos de empréstimo de curto prazo ou
número anterior incluem também as associações
aberturas de crédito, não pode ultrapassar 50 %
participadas não exclusivamente por municípios,
das suas receitas totais arrecadadas no ano
desde que tenham por objeto a prossecução das
anterior.
atribuições e competências destes.
9 - Quando o endividamento a fornecedores
3 - Caso, nas situações referidas nas alíneas
não cumpra o disposto no número anterior, o
c) a e) do n.º 1, sejam entidades intermunicipais
montante da dívida deve ser reduzido em 10 %,
ou entidades associativas municipais a participar
em cada ano subsequente, até que o limite se
no capital ou a deter o controlo ou a presunção
encontre cumprido.
de controlo sobre entidades dessa natureza, a
10 - No caso previsto no número anterior,
respetiva percentagem do endividamento
compete ao órgão executivo elaborar o plano de
relevante a imputar a cada município resulta da
redução da dívida até ao limite de
que lhe corresponde na entidade associativa, de
endividamento previsto no n.º 7 e apresentá-lo
acordo com as regras constantes da alínea b) do
à assembleia de freguesia para a aprovação.
n.º 1.
4 - Para efeitos do apuramento da dívida
SECÇÃO III
total de cada município não é considerada a dos
Mecanismos de alerta precoce e de
serviços municipalizados e intermunicipalizados,
recuperação financeira municipal
bem como as das entidades intermunicipais ou
entidades associativas municipais que esteja
Artigo 56.º
simultaneamente reconhecida na contabilidade
Alerta precoce de desvios
do município ou dos municípios detentores.
1 - Sempre que, na informação reportada à
SECÇÃO II
DGAL, a dívida total prevista no artigo 52.º
Regime de crédito e regras de
atinja ou ultrapasse a média da receita corrente
endividamento das freguesias
liquida cobrada nos três exercícios anteriores,
são informados os membros do Governo
Artigo 55.º
responsáveis pelas áreas das finanças e das
Regime de crédito das freguesias
autarquias locais, bem como os presidentes dos
órgãos executivo e deliberativo do município em
1 - As freguesias podem contrair
causa, que informam os respetivos membros na
empréstimos de curto prazo e utilizar aberturas
primeira reunião ou sessão seguinte.
de crédito, junto de quaisquer instituições
2 - Sempre que, na informação reportada à
autorizadas por lei a conceder crédito, que
DGAL, a dívida total prevista no artigo 52.º
devem ser amortizados até ao final do exercício
atinja ou ultrapasse 1,5 vezes a média da
económico em que foram contratados.
receita corrente líquida cobrada nos três
2 - As freguesias podem celebrar contratos
exercícios anteriores, são informadas as
de locação financeira para aquisição de bens
entidades referidas no número anterior, bem
móveis, por um prazo máximo de cinco anos.
como o Banco de Portugal.
3 - As freguesias podem celebrar contratos
3 - No caso de o município registar durante
de locação financeira de bens imóveis com
dois anos consecutivos uma taxa de execução da
duração anual, renovável até ao limite de cinco
receita prevista no orçamento respetivo inferior
anos, e desde que os respetivos encargos sejam
a 85 % são informadas as entidades referidas no
suportados através de receitas próprias
n.º 1.

496
Autarquias Locais - Legislação Nacional
4 - O alerta referido nos números anteriores financeiro para o período a que respeita o
é emitido pela DGAL, no prazo de 15 dias, a empréstimo.
contar da data limite do reporte de informação 6 - Os empréstimos para saneamento
constante do artigo 78.º. financeiro têm um prazo máximo de 14 anos e
5 - Os alertas referidos nos n.os 1 e 2 um período máximo de carência de um ano.
incluem ainda a evolução do rácio referido no 7 - Durante o período de vigência do
n.º 1 ao longo dos três exercícios anteriores. contrato, a apresentação anual de contas à
assembleia municipal inclui, em anexo ao
Artigo 57.º balanço, a demonstração do cumprimento do
Mecanismos de recuperação financeira plano de saneamento financeiro.
municipal 8 - A sanção prevista no artigo 60.º é
aplicável sempre que o município viole a
1 - Os municípios que ultrapassem o limite da obrigação estabelecida no n.º 3.
dívida total previsto no artigo 52.º recorrem aos
seguintes mecanismos de recuperação Artigo 59.º
financeira, nos termos dos artigos seguintes: Plano de saneamento
a) Saneamento financeiro;
1 - A elaboração do plano de saneamento
b) Recuperação financeira.
financeiro inclui a previsão do período temporal
2 - A adesão aos mecanismos de recuperação necessário à recuperação da situação financeira
financeira é facultativa ou obrigatória consoante do município, bem como a apresentação de
o nível de desequilíbrio financeiro verificado a 31 medidas específicas necessárias para atingir
de dezembro de cada ano. uma situação financeira equilibrada,
3 - Sem prejuízo das situações legalmente nomeadamente nos domínios:
previstas, o Estado não pode assumir
a) Da contenção da despesa corrente,
responsabilidade pelas obrigações dos
com destaque para a despesa com o
municípios e das freguesias, nem assumir os
pessoal;
compromissos que decorram dessas obrigações.
b) Da racionalização da despesa de
investimento prevista, bem como as
Artigo 58.º
respetivas fontes de financiamento;
Saneamento financeiro
c) Da maximização de receitas,
designadamente em matéria de
1 - O município deve contrair empréstimos
impostos locais, taxas e operações de
para saneamento financeiro, tendo em vista a
alienação de património.
reprogramação da dívida e a consolidação de
passivos financeiros, quando, no final do 2 - Do plano de saneamento deve ainda
exercício: constar:
a) Ultrapasse o limite da dívida total a) A calendarização anual da redução do
previsto no artigo 52.º; ou nível da dívida total, até ser cumprido
b) O montante da dívida, excluindo o limite previsto no artigo 52.º;
empréstimos, seja superior a 0,75 b) A previsão de impacto orçamental,
vezes a média da receita corrente por classificação económica, das
líquida cobrada nos três exercícios medidas referidas nas alíneas do
anteriores. número anterior, para o período de
vigência do plano de saneamento
2 - Sem prejuízo do disposto no número
financeiro.
anterior, o município pode contrair empréstimos
para saneamento financeiro, desde que 3 - O estudo e o plano de saneamento
verificada a situação prevista no n.º 1 do artigo financeiro são elaborados pela câmara municipal
56.º. e propostos à respetiva assembleia municipal
3 - Caso a dívida total prevista no artigo 52.º para aprovação.
se situe entre 2,25 e 3 vezes a média da receita 4 - O município remete à DGAL cópia do
corrente líquida cobrada nos três exercícios contrato do empréstimo e do plano de
anteriores, o município é obrigado a contrair um saneamento financeiro, no prazo de 15 dias, a
empréstimo para saneamento financeiro ou a contar da data da sua celebração.
aderir ao procedimento de recuperação 5 - Durante o período do empréstimo o
financeira previsto nos artigos 61.º e seguintes. município fica obrigado a:
4 - O resultado das operações referidas nos
a) Cumprir o plano de saneamento
números anteriores não pode conduzir ao
financeiro;
aumento da dívida total do município.
b) Não celebrar novos empréstimos de
5 - Os pedidos de empréstimos para
saneamento financeiro;
saneamento financeiro dos municípios são
c) Remeter à DGAL os relatórios
instruídos com um estudo fundamentado da sua
semestrais sobre a execução do plano
situação financeira e um plano de saneamento
de saneamento, no prazo máximo de

497
Autarquias Locais - Legislação Nacional
30 dias, a contar do final do semestre a receita corrente líquida cobrada nos últimos três
que reportam. exercícios.
3 - O processo de recuperação financeira
6 - Sem prejuízo do disposto na alínea c) do
determina o recurso ao Fundo de Apoio
número anterior, o acompanhamento do plano
Municipal (FAM), previsto no artigo seguinte.
de saneamento cabe ao município, através da
elaboração de relatórios semestrais sobre a
Artigo 62.º
execução do plano financeiro pela câmara
Criação do Fundo de Apoio Municipal
municipal e da sua apreciação pela assembleia
municipal.
1 - É criado o FAM, pessoa coletiva de direito
7 - Sem prejuízo do disposto no número
público, dotada de autonomia administrativa e
anterior, nos casos de adesão obrigatória ao
financeira.
saneamento financeiro, o seu acompanhamento
2 - O FAM rege-se pela presente lei, pelos
cabe à DGAL, através da apreciação dos
seus regulamentos e, subsidiariamente, pela lei-
relatórios referidos na alínea c) do n.º 5,
quadro dos institutos públicos.
devendo dar conhecimento aos membros do
Governo responsáveis pelas áreas das finanças e
Artigo 63.º
das autarquias locais.
Objeto do Fundo de Apoio Municipal
Artigo 60.º
O FAM tem por objeto prestar assistência
Incumprimento do plano de saneamento
financeira aos municípios que se encontrem nas
situações previstas no n.º 3 do artigo 58.º e no
1 - O incumprimento do plano de
artigo 61.º, mediante a celebração de contrato.
saneamento é reconhecido na primeira sessão
anual da assembleia municipal, sendo a cópia da
Artigo 64.º
deliberação respetiva remetida à DGAL, no prazo
Regras gerais do FAM
máximo de 15 dias, e determina a retenção das
transferências a efetuar nos termos do número
A estrutura, termos e condições de
seguinte para pagamento à instituição financeira
capitalização e funcionamento do FAM são
respetiva ou aos credores, conforme a causa de
reguladas em diploma próprio, que consagra as
incumprimento invocada.
seguintes regras gerais:
2 - A retenção prevista no número anterior é
precedida de audição do município, sendo a) A definição do capital necessário;
efetuada mensalmente pela DGAL e tendo como b) As fontes de financiamento, que
limite máximo 20 % do respetivo duodécimo das incluem obrigatoriamente a
transferências correntes do Orçamento do participação do Estado e de todos os
Estado não consignadas. municípios;
3 - Sem prejuízo do disposto no n.º 1, nos c) A previsão que as unidades de
casos de adesão obrigatória ao saneamento participação são remuneradas;
financeiro, o incumprimento do plano é de d) A existência de uma direção executiva
conhecimento oficioso pela DGAL, aquando da e de uma comissão de
apreciação dos relatórios referidos na alínea c) acompanhamento, que incluirão
do n.º 5 do artigo anterior, dando conhecimento representantes do Estado e dos
aos membros do Governo responsáveis pelas municípios;
áreas das finanças e das autarquias locais, bem e) A obrigação de o controlo e
como os presidentes dos órgãos executivo e fiscalização da gestão do FAM serem
deliberativo do município em causa, que exercidos por um revisor oficial de
informam os respetivos membros na primeira contas;
reunião ou sessão seguinte. f) A previsão de que beneficiam da
4 - Os montantes retidos ao abrigo do assistência financeira através do FAM
presente artigo são afetos ao Fundo de os municípios que se encontrem nas
Regularização Municipal (FRM). situações previstas no n.º 3 do artigo
58.º e no artigo 61.º;
Artigo 61.º g) A existência obrigatória de um
Recuperação financeira municipal programa de ajustamento a executar
pelos municípios beneficiários de
1 - O município é obrigado a aderir ao assistência financeira;
procedimento de recuperação financeira h) A definição de um regime de
municipal sempre que se encontre em situação acompanhamento técnico e financeiro
de rutura financeira. contínuo do programa de ajustamento
2 - A situação de rutura financeira municipal municipal e do contrato;
considera-se verificada sempre que a dívida total i) A possibilidade de recusa de
prevista no artigo 52.º seja superior, em 31 de assistência financeira pelo FAM,
dezembro de cada ano, a 3 vezes a média da nomeadamente quando o município

498
Autarquias Locais - Legislação Nacional
não reúna condições para o credores, valores e datas de vencimento das
cumprimento do serviço da dívida; dívidas a pagar, com vista à elaboração de uma
j) Previsão de que o incumprimento das listagem cronológica das mesmas.
cláusulas contratuais ou do programa 3 - Após confirmação da veracidade e do teor
de ajustamento municipal constitui das dívidas pelo revisor oficial de contas ou pela
fundamento bastante para a sua sociedade de revisores oficiais de contas a que
resolução. se refere o n.º 2 do artigo 77.º, a DGAL
procede, até ao limite dos montantes deduzidos,
SECÇÃO IV ao seu pagamento, mediante transferência para
Fundo de Regularização Municipal a conta do credor ou fornecedor.
4 - Na realização dos pagamentos aos
Artigo 65.º fornecedores deve ser respeitada a ordem
Fundo de Regularização Municipal cronológica das dívidas.
5 - A DGAL dá conhecimento ao município
1 - O FRM é constituído pelos montantes das das dívidas a cujo pagamento deve proceder, e,
transferências orçamentais deduzidas aos após a sua efetivação, remete comprovativo da
municípios, sendo utilizado para, através da quitação.
DGAL, proceder ao pagamento das dívidas a 6 - Nos casos dos municípios sem dívidas que
terceiros do município respetivo. possam ser satisfeitas nos termos do n.º 1, os
2 - Para efeitos do disposto no número montantes aí referidos são devolvidos nos dois
anterior, são incluídas no FRM todas e quaisquer anos seguintes.
verbas que resultem de retenções nas
transferências orçamentais, nomeadamente as TÍTULO III
retidas ao abrigo do n.º 2 do artigo 60.º, salvo Entidades intermunicipais
disposição legal em contrário.
3 - O montante pago nos termos do número Artigo 68.º
anterior não contribui para a redução a que se Receitas
refere a alínea a) do n.º 3 do artigo 52.º.
1 - A entidade intermunicipal dispõe de
Artigo 66.º património e finanças próprios.
Constituição 2 - O património da entidade intermunicipal é
constituído pelos bens e direitos para ela
1 - Os montantes afetos ao FRM, nos termos transferidos ou adquiridos a qualquer título.
do n.º 2 do artigo anterior, são depositados no 3 - Os recursos financeiros da entidade
IGCP, E. P. E., numa conta da DGAL, e podem intermunicipal compreendem:
ser aplicados em certificados especiais de dívida
a) O produto das contribuições e
de curto prazo ou em outro instrumento
transferências dos municípios que a
financeiro equivalente de aplicação de saldos de
integram, incluindo as decorrentes da
entidades sujeitas ao princípio da unidade de
delegação de competências;
tesouraria.
b) As transferências decorrentes da
2 - A DGAL é a entidade responsável pela
delegação de competências do Estado
gestão do FRM, estando, neste âmbito, sujeita
ou de qualquer outra entidade pública;
às orientações dos membros do Governo
c) As transferências decorrentes de
responsáveis pelas áreas das finanças e das
contratualização com quaisquer
autarquias locais.
entidades públicas ou privadas;
d) Os montantes de cofinanciamentos
Artigo 67.º
europeus;
Afetação dos recursos
e) As dotações, subsídios ou
comparticipações;
1 - Os montantes deduzidos são utilizados
f) As taxas devidas à entidade
para proceder ao pagamento das dívidas do
intermunicipal;
município respetivo pela seguinte ordem:
g) Os preços relativos aos serviços
a) Dívidas a fornecedores, vencidas há prestados e aos bens fornecidos;
mais de 90 dias; h) O rendimento de bens próprios, o
b) Outras dívidas já vencidas; produto da sua alienação ou da
c) Amortização de empréstimos de atribuição de direitos sobre eles;
médio ou longo prazo. i) Quaisquer acréscimos patrimoniais,
fixos ou periódicos, que, a título
2 - Nos 30 dias seguintes ao final de cada
gratuito ou oneroso, lhes sejam
trimestre em que tenham existido retenções a
atribuídos por lei, contrato ou outro ato
que se refere o número anterior, o município
jurídico;
solicita à DGAL a utilização desses montantes
j) As transferências do Orçamento do
para a finalidade prevista, devendo o pedido ser
Estado, nos termos do artigo seguinte;
acompanhado de informação relativa aos

499
Autarquias Locais - Legislação Nacional
k) Quaisquer outras receitas permitidas Artigo 70.º
por lei. Endividamento
4 - Constituem despesas da entidade
1 - A entidade intermunicipal pode contrair
intermunicipal os encargos decorrentes da
empréstimos.
prossecução das suas atribuições.
2 - A entidade intermunicipal não pode
contrair empréstimos a favor dos municípios.
Artigo 69.º
3 - A entidade intermunicipal não pode
Transferências do Orçamento do Estado
conceder empréstimos a quaisquer entidades
públicas e privadas, salvo nos casos
1 - As entidades intermunicipais recebem
expressamente previstos na lei.
transferências do Orçamento do Estado no
4 - É vedada à entidade intermunicipal a
montante equivalente a:
celebração de contratos com entidades
a) 1 % do FEF dos municípios que financeiras com a finalidade de consolidar dívida
integram a respetiva área de curto prazo, bem como a cedência de créditos
metropolitana; não vencidos.
b) 0,5 % do FEF dos municípios que
integram a respetiva comunidade Artigo 71.º
intermunicipal. Cooperação financeira

2 - Ao disposto no número anterior acresce As entidades intermunicipais podem


um montante para distribuição em função do beneficiar dos sistemas e programas específicos
ISDR resultante da dedução de 0,25 % do de apoio financeiro previstos para os municípios,
montante do FEF, determinado nos termos da nomeadamente no domínio da cooperação
alínea a) do n.º 1 do artigo 25.º e de 0,25 % do técnica e financeira.
montante que caiba a cada município por via da
participação variável de IRS, nos termos do n.º Artigo 72.º
1 do artigo 26.º. Isenções fiscais
3 - O montante previsto no n.º 1 é distribuído
de acordo com os seguintes critérios: As entidades intermunicipais beneficiam das
a) 20 % para premiar as entidades isenções fiscais previstas na lei para os
intermunicipais que progridam nos municípios.
resultados do índice de competitividade
referente ao ano anterior; Artigo 73.º
b) 20 % para premiar as entidades Fiscalização e julgamento das contas
intermunicipais que progridam nos
resultados do índice de As contas das entidades intermunicipais estão
sustentabilidade referente ao ano sujeitas a apreciação e julgamento do Tribunal
anterior; de Contas, nos termos da lei.
c) 20 % para premiar as entidades
intermunicipais que progridam nos TÍTULO IV
resultados do índice de qualidade Contabilidade, prestação de contas e
ambiental referente ao ano anterior; auditoria
d) 40 % para premiar as entidades
intermunicipais que progridam nos Artigo 74.º
resultados globais do ISDR referentes Contabilidade
ao ano anterior.
1 - O regime relativo à contabilidade das
4 - A classificação anual das entidades autarquias locais, das entidades intermunicipais
intermunicipais de acordo com o ISDR é e das suas entidades associativas visa a sua
realizada com base nos resultados divulgados uniformização, normalização e simplificação, de
pelo Instituto Nacional de Estatística, I. P. (INE, modo a constituir um instrumento de gestão
I. P.), no primeiro quadrimestre do ano em que económico-financeira e permitir o conhecimento
é elaborado o Orçamento do Estado, sendo completo do valor contabilístico do património,
comunicada à Assembleia da República aquando bem como a apreciação e julgamento das contas
da apresentação do mesmo. anuais.
5 - Para efeitos do disposto no n.º 3, as 2 - A contabilidade das entidades referidas no
verbas são distribuídas em função do número de número anterior respeita o Plano de Contas em
entidades que tenham registado uma subida nos vigor para o setor local, podendo ainda dispor de
resultados de cada índice. outros instrumentos necessários à boa gestão e
ao controlo dos dinheiros e outros ativos
públicos, nos termos previstos na lei.

500
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 75.º d) A capacidade de conseguir a sua
Consolidação de contas cooperação na realização de objetivos
próprios;
1 - Sem prejuízo dos documentos de e) A assunção da responsabilidade
prestação de contas individuais previstos na lei, subsidiária pelos passivos da outra
os municípios, as entidades intermunicipais e as entidade.
suas entidades associativas, apresentam contas
6 - Devem ainda ser consolidadas, na
consolidadas com as entidades detidas ou
proporção da participação ou detenção, as
participadas.
empresas locais que, de acordo com o artigo 7.º
2 - As entidades mãe ou consolidantes são o
da Lei n.º 50/2012, de 31 de agosto, integrem o
município, as entidades intermunicipais e a
setor empresarial local e os serviços
entidade associativa municipal.
intermunicipalizados, independentemente da
3 - O grupo autárquico é composto por um
percentagem de participação ou detenção do
município, uma entidade intermunicipal ou uma
município, das entidades intermunicipais ou
entidade associativa municipal e pelas entidades
entidade associativa municipal.
controladas, de forma direta ou indireta,
7 - Os documentos de prestação de contas
considerando-se que o controlo corresponde ao
consolidadas constituem um todo e
poder de gerir as políticas financeiras e
compreendem o relatório de gestão e as
operacionais de uma outra entidade a fim de
seguintes demonstrações financeiras:
beneficiar das suas atividades.
4 - A existência ou presunção de controlo, a) Balanço consolidado;
por parte das entidades referidas no n.º 1 b) Demonstração consolidada dos
relativamente a outra entidade, afere-se pela resultados por natureza;
verificação dos seguintes pressupostos referente c) Mapa de fluxos de caixa consolidados
às seguintes entidades: de operações orçamentais;
d) Anexo às demonstrações financeiras
a) Serviços municipalizados e
consolidadas, com a divulgação de
intermunicipalizados, a detenção,
notas específicas relativas à
respetivamente, total ou maioritária,
consolidação de contas, incluindo os
atendendo, no último caso, ao critério
saldos e os fluxos financeiros entre as
previsto no n.º 4 do artigo 16.º da Lei
entidades alvo da consolidação e o
n.º 50/2012, de 31 de agosto;
mapa de endividamento consolidado de
b) De natureza empresarial, a sua
médio e longo prazos e mapa da dívida
classificação como empresas locais nos
bruta consolidada, desagregado por
termos dos artigos 7.º e 19.º da Lei n.º
maturidade e natureza.
50/2012, de 31 de agosto;
c) De outra natureza, a sua verificação 8 - Os procedimentos, métodos e
casuística e em função das documentos contabilísticos para a consolidação
circunstâncias concretas, por referência de contas dos municípios, das entidades
aos elementos de poder e resultado, intermunicipais e das entidades associativas
com base, designadamente numa das municipais são os definidos para as entidades do
seguintes condições: setor público administrativo.
i) De poder, como sejam a detenção
Artigo 76.º
da maioria do capital ou dos direitos
Apreciação dos documentos de prestação
de voto, a homologação dos
de contas individuais e consolidadas
estatutos ou regulamento interno e
a faculdade de designar, homologar
1 - Os documentos de prestação de contas
a designação ou destituir a maioria
individuais das autarquias locais, das entidades
dos membros dos órgãos de gestão;
intermunicipais e das entidades associativas
ii) De resultado, como sejam o poder
municipais são apreciados pelos seus órgãos
de exigir a distribuição de ativos ou
deliberativos, reunidos em sessão ordinária
de dissolver outra entidade.
durante o mês de abril do ano seguinte àquele a
5 - Presume-se, ainda, a existência de que respeitam.
controlo quando se verifique, relativamente a 2 - Os documentos de prestação de contas
outra entidade, pelo menos um dos seguintes consolidados são elaborados e aprovados pelos
indicadores de poder ou de resultado: órgãos executivos de modo a serem submetidos
à apreciação dos órgãos deliberativos durante
a) A faculdade de vetar os orçamentos;
sessão ordinária do mês de junho do ano
b) A possibilidade de vetar, derrogar ou
seguinte àquele a que respeitam.
modificar as decisões dos órgãos de
3 - Os documentos de prestação de contas
gestão;
das entidades referidas no n.º 1, que sejam
c) A detenção da titularidade dos ativos
obrigadas, nos termos da lei, à adoção de
líquidos com direito de livre acesso a
contabilidade patrimonial, são remetidos ao
estes;
órgão deliberativo para apreciação juntamente

501
Autarquias Locais - Legislação Nacional
com a certificação legal das contas e o parecer Artigo 78.º
sobre as mesmas apresentados pelo revisor Deveres de informação
oficial de contas ou sociedade de revisores
oficiais de contas, nos termos previstos no artigo 1 - Para efeitos da prestação de informação
seguinte. relativamente às contas das administrações
públicas, os municípios, as entidades
Artigo 77.º intermunicipais, as entidades associativas
Certificação legal de contas municipais e as entidades públicas
reclassificadas, quando aplicável, remetem à
1 - O auditor externo, responsável pela DGAL os seus orçamentos, quadro plurianual de
certificação legal de contas, é nomeado por programação orçamental e contas mensais nos
deliberação do órgão deliberativo, sob proposta 10 dias subsequentes, respetivamente à sua
do órgão executivo, de entre revisores oficiais de aprovação e ao período a que respeitam, bem
contas ou sociedades de revisores oficiais de como os documentos de prestação de contas
contas. anuais depois de aprovados, incluindo, sendo
2 - Compete ao auditor externo que procede caso disso, os consolidados.
anualmente à revisão legal das contas: 2 - Para efeitos da prestação de informação
dos dados sobre a dívida pública, os municípios,
a) Verificar a regularidade dos livros,
as entidades intermunicipais, as entidades
registos contabilísticos e documentos
associativas municipais e as entidades públicas
que lhes servem de suporte;
reclassificadas remetem à DGAL informação
b) Participar aos órgãos municipais
sobre os empréstimos contraídos e sobre os
competentes as irregularidades, bem
ativos expressos em títulos de dívida emitidos
como os factos que considere
nos 10 dias subsequentes ao final de cada
reveladores de graves dificuldades na
trimestre e após a apreciação das contas.
prossecução do plano plurianual de
3 - Para efeitos de acompanhamento e
investimentos do município;
monitorização do limite da dívida total, os
c) Proceder à verificação dos valores
municípios remetem à DGAL informação
patrimoniais do município, ou por ele
necessária, nos 10 dias subsequentes ao final de
recebidos em garantia, depósito ou
cada trimestre e após a apreciação das contas.
outro título;
4 - As freguesias ficam obrigadas a enviar à
d) Remeter semestralmente aos órgãos
DGAL as respetivas contas, nos 30 dias
executivo e deliberativo da entidade
subsequentes à data da sessão do órgão
informação sobre a respetiva situação
deliberativo em que aquelas contas foram
económica e financeira;
sujeitas a apreciação, bem como os mapas
e) Emitir parecer sobre os documentos
trimestrais das contas, nos 10 dias
de prestação de contas do exercício,
subsequentes ao período a que respeitam.
nomeadamente sobre a execução
5 - Para efeitos de acompanhamento da
orçamental, o balanço e a
evolução das despesas com pessoal, as
demonstração de resultados individuais
autarquias locais remetem trimestralmente à
e consolidados e anexos às
DGAL os seguintes elementos:
demonstrações financeiras exigidas por
lei ou determinados pela assembleia a) Despesas com pessoal, incluindo as
municipal. relativas aos contratos de avença e de
tarefa, comparando com as realizadas
3 - No caso dos municípios, a certificação
no mesmo período do ano anterior;
legal de contas individuais inclui os serviços
b) Número de admissões de pessoal, de
municipalizados, sem prejuízo de deliberação da
qualquer tipo, e de aposentações,
assembleia municipal, sob proposta da câmara
rescisões e outras formas de cessação
municipal, no sentido da realização da
de vínculo laboral;
certificação legal de contas destas entidades
c) Fundamentação de eventuais
poder ser efetuada em termos autónomos, o que
aumentos de despesa com pessoal, que
também ocorre quanto aos serviços
não resultem de atualizações salariais,
intermunicipalizados previstos no n.º 5 do artigo
cumprimento de obrigações legais ou
8.º da Lei n.º 50/2012, de 31 de agosto.
transferência de competências da
4 - Compete, ainda, ao auditor externo
administração central.
pronunciar-se sobre quaisquer outras situações
determinadas por lei, designadamente sobre os 6 - Para efeitos da troca de informação
planos de recuperação financeira, antes da sua prevista nas alíneas c) a e) do n.º 7 do artigo
aprovação nos termos da lei. 12.º, nomeadamente no que respeita à
estimativa de execução orçamental, os
municípios preparam essa informação e
introduzem-na no SIIAL até 31 de agosto de
cada ano.

502
Autarquias Locais - Legislação Nacional
7 - A informação a prestar nos termos dos 2 - As autarquias locais, as entidades
números anteriores é remetida por ficheiro intermunicipais, as entidades associativas
constante da aplicação informática fornecida municipais e as entidades do setor empresarial
pela DGAL. local disponibilizam no respetivo sítio eletrónico
8 - Em caso de incumprimento, por parte das os documentos previsionais e de prestação de
autarquias locais e das entidades contas referidos na presente lei,
intermunicipais, dos deveres de informação nomeadamente:
previstos no presente artigo, bem como dos
a) A proposta de orçamento apresentada
respetivos prazos, são retidos 10 % do
pelo órgão executivo ao órgão
duodécimo das transferências correntes no mês
deliberativo;
seguinte ao do incumprimento, sem prejuízo do
b) Os planos de atividades e os
valor que seja anualmente estabelecido no
relatórios de atividades dos últimos
decreto-lei de execução orçamental.
dois anos;
9 - Os montantes a que se refere o número
c) Os planos plurianuais de
anterior são repostos no mês seguinte àquele
investimentos e os orçamentos, os
em que a entidade visada passa a cumprir os
quadros plurianuais de programação
prazos de prestação de informação, juntamente
orçamental, bem como os relatórios de
com a transferência prevista para esse mês.
gestão, os balanços e a demonstração
10 - Para efeitos de acompanhamento da
de resultados, inclusivamente os
situação financeira das autarquias locais pode a
consolidados, os mapas de execução
DGAL solicitar informação além da referida nos
orçamental e os anexos às
números anteriores.
demonstrações financeiras, dos últimos
11 - As disposições do presente artigo são
dois anos;
estendidas mediante portaria dos membros do
d) Os dados relativos à execução anual
Governo responsáveis pelas áreas das finanças e
dos planos plurianuais.
das autarquias locais às entidades do subsetor
local que tenham natureza e forma de empresa, Artigo 80.º
fundação ou associações públicas, pela DGAL, se Verificação das contas
e quando estas não integrarem a informação
prestada pelas autarquias locais e pelas O Tribunal de Contas, em sede de verificação
entidades intermunicipais. das contas, remete a sua decisão aos respetivos
órgãos autárquicos, com cópia aos membros do
Artigo 79.º Governo responsáveis pelas áreas das finanças e
Publicidade das autarquias locais.

1 - Os municípios disponibilizam, quer em TÍTULO V


formato papel em local visível nos edifícios da Disposições finais e transitórias
câmara municipal e da assembleia municipal
quer na página principal do respetivo sítio Artigo 81.º
eletrónico: Receitas próprias
a) Os mapas resumo das despesas
1 - A alínea a) do artigo 10.º da Lei n.º
segundo as classificações económica e
2/2007, de 15 de janeiro, mantém-se,
funcional e das receitas segundo a
relativamente ao imposto municipal sobre a
classificação económica;
transmissão onerosa de imóveis, em vigor até
b) Os valores em vigor relativos às taxas
31 de dezembro de 2017.
do IMI e de derrama;
2 - A partir de 2016 as taxas do IMT são
c) A percentagem da participação
reduzidas nos seguintes termos:
variável no IRS, nos termos do artigo
26.º; a) Em 2016, redução de um terço;
d) Os tarifários de água, saneamento e b) Em 2017, redução de dois terços.
resíduos, quer o prestador do serviço
seja o município, um serviço 3 - A participação variável no IRS, prevista
municipalizado, uma empresa local, no artigo 26.º, encontra-se abrangida pelas
intermunicipal, concessionária ou um regras previstas no artigo 35.º, por referência às
parceiro privado no âmbito de uma transferências a efetuar em 2014 e 2015.
parceria público-privada; 4 - O Governo deve criar, no prazo de 180
e) Os regulamentos de taxas municipais; dias após entrada em vigor da presente lei, um
f) O montante total das dívidas mecanismo de monitorização futura do impacto
desagregado por rubricas e das variações das receitas das autarquias,
individualizando os empréstimos incluindo nomeadamente o IMI e o IMT.
bancários.

503
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 82.º no artigo 52.º apenas por efeito da existência de
Regime transitório de distribuição do FSM dívidas excecionadas constituídas em data
anterior à entrada em vigor da presente lei, não
1 - Até que seja fixada na Lei do Orçamento deve o município ser sujeito a sanções previstas
do Estado a repartição do FSM referida no n.º 1 na presente lei.
do artigo 34.º o montante a distribuir 2 - Para efeitos do número anterior,
proporcionalmente por cada município consideram-se dívidas excecionadas as
corresponde a 2 % da média aritmética simples seguintes:
da receita proveniente do IRS, do IRC e do IVA,
a) Os empréstimos e os encargos com
o que equivale às competências atualmente
empréstimos anteriormente contraídos
exercidas pelos municípios nomeadamente no
ao abrigo de disposições legais que os
domínio da educação, a distribuir de acordo com
excecionavam dos limites de
os critérios consagrados no n.º 2 do artigo 30.º
endividamento;
da presente lei.
b) Os empréstimos e os encargos com
2 - Ficam excluídos do disposto no número
empréstimos contraídos para a
anterior os montantes relativos a financiamento
conclusão dos programas especiais de
de competências com financiamento específico
realojamento (PER) cujos acordos de
através do Orçamento do Estado ou exercidas ao
adesão tenham sido celebrados até ao
abrigo de protocolos e outras formas de
ano de 1995;
cooperação contratualizadas entre a
c) As dívidas dos municípios às empresas
administração central e os municípios.
concessionárias do serviço de
(Nos termos da Declaração de Retificação n.º
distribuição de energia elétrica em
46-B/2013, de 1 de novembro, no n.º 1 do
baixa tensão, consolidadas até 31 de
artigo 82.º, onde se lê:«Até que seja fixada na
dezembro de 1988.
Lei do Orçamento do Estado a repartição do FSM
referida no n.º 1 do artigo 34.º o montante a 3 - Para efeitos dos números anteriores,
distribuir proporcionalmente por cada município apenas relevam as dívidas excecionadas
corresponde a 2 % da média aritmética simples constituídas em data anterior à entrada em vigor
da receita proveniente do IRS, do IRC e do IVA, da presente lei e cujos contratos não sejam
o que equivale às competências atualmente objeto de alterações, designadamente nos
exercidas pelos municípios nomeadamente no montantes ou nos prazos.
domínio da educação, a distribuir de acordo com
os critérios consagrados no n.º 2 do artigo 30.º Artigo 85.º
da presente lei.» deve ler -se:«Até que seja Financiamento das freguesias
fixada na Lei do Orçamento do Estado a
repartição do FSM referida no n.º 1 do artigo 1 - O regime de transferências para as
34.º o montante a distribuir proporcionalmente freguesias previsto no artigo 38.º inicia a sua
por cada município corresponde a 2 % da média vigência no ano de 2016.
aritmética simples da receita proveniente do 2 - Nos anos de 2014 e 2015, o montante
IRS, do IRC e do IVA, o que equivale às das transferências para as freguesias
competências atualmente exercidas pelos corresponde ao valor transferido em 2013 ou,
municípios nomeadamente no domínio da em caso de agregação, à soma dos valores
educação, a distribuir de acordo com os critérios transferidos para as freguesias agregadas.
consagrados no artigo 34.º da presente lei.»)
Artigo 86.º
Artigo 83.º Saneamento e reequilíbrio
Equilíbrio orçamental
Para os contratos de saneamento e
Para efeitos do disposto no n.º 4 do artigo reequilíbrio existentes à data de entrada em
40.º, no caso de empréstimos já existentes vigor da presente lei, bem como para os planos
quando da entrada em vigor da presente lei, de ajustamento previstos na Lei n.º 43/2012, de
considera-se amortizações médias de 28 de agosto, aplicam-se as disposições
empréstimos o montante correspondente à constantes da Lei n.º 2/2007, de 15 de janeiro,
divisão do capital em dívida à data da entrada e do Decreto-Lei n.º 38/2008, de 7 de março,
em vigor da presente lei pelo número de anos de alterado pelo Decreto-Lei n.º 120/2012, de 19
vida útil remanescente do contrato. de junho.

Artigo 84.º Artigo 87.º


Regime transitório para o endividamento Regulamentação do Fundo de Apoio
excecionado Municipal

1 - No caso em que um município cumpra os O diploma complementar previsto no artigo


limites de endividamento na data de entrada em 64.º deve ser aprovado no prazo de 120 dias
vigor da presente lei, mas que passe a registar contados da publicação da lei.
uma dívida total superior aos limites previstos

504
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 88.º
Índice de desenvolvimento social

Até a aprovação do decreto-lei a que se


refere o n.º 12 do artigo 33.º mantém-se em
vigor o anexo à Lei n.º 2/2007, de 15 de janeiro.

Artigo 89.º
Transferências para as entidades
intermunicipais

1 - As regras relativas à transferência de


verbas indexadas ao ISDR têm em conta o novo
mapa das entidades intermunicipais e das NUTS
III.
2 - A dedução prevista no n.º 2 do artigo
69.º, assim como a aplicação dos critérios
previstos no n.º 3 do mesmo artigo, entram em
vigor no ano de 2016, tendo como ano de
referência para a classificação dos índices do
ISDR divulgados pelo INE, I. P., no ano anterior.

Artigo 90.º
Plataforma de transparência

O Governo deve criar uma plataforma


eletrónica em sítio na Internet, de acesso
público e universal, na qual é publicada, de
modo simples e facilmente apreensível,
informação relevante relativa a cada município,
designadamente:
a) Informação prestada pelos municípios
à DGAL ao abrigo dos respetivos
deveres de reporte;
b) Dados sobre a respetiva execução
orçamental;
c) Decisões no âmbito dos respetivos
poderes tributários.

Artigo 91.º
Norma revogatória

É revogada a Lei n.º 2/2007, de 15 de


janeiro, e o Decreto-Lei n.º 38/2008, de 7 de
março, alterado pelo Decreto-Lei n.º 120/2012,
de 19 de junho.

Artigo 92.º
Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor em 1 de janeiro


de 2014.

505
Autarquias Locais - Legislação Nacional

506
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei n.º 53/2014, de 25 de agosto g) À prestação de apoio a pessoas em
Aprova o regime jurídico da recuperação situação de vulnerabilidade, nos termos
financeira municipal regulamentando o da lei e de regulamento municipal;
Fundo de Apoio Municipal, e procede à h) A cemitérios que sejam propriedade
primeira alteração à Lei n.º 50/2012, de 31 municipal;
de agosto, que aprova o regime jurídico da i) À prestação de serviços na habitação
atividade empresarial local e das social e na habitação a custos
participações locais. controlados;
j) À intervenção urgente em situações
A Assembleia da República decreta, nos que constituam perigo para a saúde ou
termos da alínea c) do artigo 161.º da segurança de pessoas.
Constituição, o seguinte:
Artigo 4.º
TÍTULO I Princípios gerais
Objeto, âmbito, definições e princípios
gerais 1 - A recuperação financeira municipal
traduz-se na adoção de mecanismos de
Artigo 1.º reequilíbrio orçamental, de reestruturação da
Objeto dívida e de assistência financeira.
2 - Sem prejuízo do carácter subsidiário da
1 - A presente lei estabelece o regime reestrutura financeira e da assistência
jurídico da recuperação financeira municipal e financeira, as medidas referidas no número
regulamenta o Fundo de Apoio Municipal, anterior são de aplicação cumulativa.
doravante designado por FAM. 3 - O regime de recuperação financeira
2 - O regime de recuperação financeira municipal tem em conta as especificidades de
municipal prevê os mecanismos jurídicos e cada município e baseia-se no princípio de
financeiros necessários à adoção de medidas que repartição do esforço entre os municípios, os
permitam a um município atingir e respeitar o seus credores e o Estado e na prevalência de
limite de dívida total previsto no artigo 52.º da soluções encontradas por mútuo acordo entre o
Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro. município, os credores municipais e o FAM.
3 - A presente lei procede ainda à primeira 4 - Na afetação dos seus recursos, o FAM
alteração à Lei n.º 50/2012, de 31 de agosto, rege-se pelo princípio de igualdade material
que aprova o regime jurídico da atividade entre municípios, tendo como prioridade os
empresarial local e das participações locais. casos de recurso obrigatório, nos termos do n.º
2 do artigo 61.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de
Artigo 2.º setembro.
Âmbito de aplicação 5 - Nos casos de recurso facultativo, previsto
do n.º 3 do artigo 58.º da Lei n.º 73/2013, de 3
A presente lei aplica-se ao Estado, aos de setembro, a assistência financeira fica
municípios e seus credores, bem como a condicionada às disponibilidades do FAM, à
quaisquer entidades públicas ou privadas que gravidade relativa das situações, à viabilidade do
sejam objeto das normas e dos mecanismos compromisso de recuperação e à situação
nela previstos. económico-social dos municípios.
6 - Os limites legais de endividamento não
Artigo 3.º prejudicam a adoção de medidas que integram a
Serviços públicos essenciais recuperação financeira municipal.
Para efeitos do disposto na presente lei,
consideram-se serviços públicos essenciais, os TÍTULO II
serviços municipais básicos e fundamentais, Fundo de Apoio Municipal
nomeadamente os relativos:
CAPÍTULO I
a) À proteção civil e à segurança pública;
Disposições gerais
b) Ao abastecimento de água e recolha e
tratamento de águas residuais;
Artigo 5.º
c) À recolha e tratamento de resíduos
Regime
sólidos urbanos;
d) À manutenção das vias públicas, com
1 - O FAM é uma pessoa coletiva de direito
vista a garantir a segurança de pessoas
público, dotada de autonomia administrativa e
e bens;
financeira.
e) À manutenção do regular
2 - O FAM rege-se pelo disposto na Lei n.º
funcionamento dos estabelecimentos
73/2013, de 3 de setembro, na presente lei, nos
escolares a cargo do município;
seus regulamentos internos e, subsidiariamente,
f) À ação social escolar e ao transporte
na lei-quadro dos institutos públicos, aprovada
escolar;
pela Lei n.º 3/2004, de 15 de janeiro.

507
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 6.º b) Elaborar e aprovar os regulamentos
Objeto internos e outros normativos que se
mostrem necessários ao bom
O FAM tem por objeto a recuperação funcionamento do FAM;
financeira dos municípios que se encontrem em c) Aprovar, após audição da comissão de
situação de rutura financeira nos termos acompanhamento, os programas de
previstos na Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro, ajustamento municipal, doravante
bem como a prevenção de situações de rutura designados por PAMs;
financeira. d) Monitorizar a execução dos PAMs;
e) Elaborar relatórios trimestrais de
CAPÍTULO II acompanhamento dos PAMs;
Órgãos e funcionamento f) Propor à comissão de
acompanhamento aumentos de capital
Artigo 7.º social do FAM;
Órgãos g) Propor o resgate das unidades de
participação;
São órgãos do FAM, a direção executiva, a h) Prestar informação à comissão de
comissão de acompanhamento e o fiscal único. acompanhamento, nomeadamente
sobre a evolução da execução dos
Artigo 8.º PAMs;
Composição e designação da direção i) Assegurar as relações com os
executiva municípios e com as entidades
externas ao FAM, podendo, para este
1 - A direção executiva é constituída por um efeito, solicitar toda a informação
presidente e dois vogais, designados, pela relevante;
comissão de acompanhamento, para um j) Elaborar anualmente os documentos
mandato de cinco anos, não renovável. de gestão do FAM, designadamente, o
2 - O presidente da direção executiva tem orçamento, os planos de atividades
voto de qualidade. anuais e plurianuais e os documentos
3 - A direção executiva obriga-se pela de prestação de contas;
assinatura do presidente e de um dos vogais. k) Propor a distribuição de resultados;
4 - O presidente da direção executiva é l) Prestar apoio técnico à comissão de
substituído, nas suas faltas e impedimentos, acompanhamento, apresentando os
pelo vogal por ele indicado. esclarecimentos que forem solicitados;
5 - Os membros da direção executiva são m) Acompanhar os municípios que
equiparados, para efeitos remuneratórios e de adiram ao FAM na preparação dos
aplicação do regime de incompatibilidades, a respetivos PAMs;
gestores públicos do grupo C. n) Realizar e gerir as aplicações
6 - A designação dos membros da direção financeiras do FAM, em estrito
executiva é precedida de avaliação, não cumprimento do previsto no
vinculativa, de currículo e de adequação de regulamento aprovado pela comissão
competências ao cargo a que respeita a proposta de acompanhamento;
de designação, realizada pela Comissão de o) Representar o FAM em matérias que
Recrutamento e Seleção para a Administração não estejam atribuídas expressamente
Pública no prazo de 15 dias, a contar da data da a outro órgão do FAM;
receção daquela proposta. p) Emitir parecer à proposta de
7 - A direção executiva integra um membro orçamento dos municípios que tenham
indicado pelos representantes do Governo e um acedido ao FAM;
membro indicado pelos representantes dos q) Aplicar as sanções previstas no artigo
municípios. 50.º

Artigo 9.º Artigo 10.º


Competências da direção executiva Composição e designação da comissão de
acompanhamento
À direção executiva compete,
nomeadamente: 1 - A comissão de acompanhamento é
composta pelos representantes dos detentores
a) Assegurar a gestão do FAM, o que
das unidades de participação no capital social do
compreende a execução, em nome e
FAM, nos seguintes termos:
por conta e ordem do FAM, de todos
os atos e operações necessários ou a) Um representante designado pelo
convenientes à realização do seu membro do Governo responsável pela
objeto; área das finanças;
b)

508
Autarquias Locais - Legislação Nacional
b) Um representante designado pelo e) Aprovar o orçamento, os planos de
membro do Governo responsável pela atividades anuais e plurianuais e os
área da administração local; documentos de prestação de contas do
c) Um representante da Associação FAM, bem como a aplicação dos
Nacional de Municípios Portugueses respetivos resultados;
(ANMP); f) Aprovar as propostas de aumento de
d) Um representante por cada município capital social do FAM, nos termos do
ou grupo de municípios que se artigo 20.º
agreguem de forma voluntária, cujo
3 - Sem prejuízo do disposto no número
valor das unidades de participação
seguinte, as deliberações da comissão de
realizadas seja igual ou superior a 10
acompanhamento são tomadas por maioria dos
% do capital social do FAM.
votos dos seus membros, tendo o presidente
2 - Os representantes dos detentores de voto de qualidade, em caso de empate.
unidades de participação têm direitos de voto 4 - As deliberações referidas na alínea f) do
em número proporcional à soma das unidades n.º 2 são tomadas por maioria de três quartos
de participação subscritas pelo seu dos votos dos membros da comissão de
representado. acompanhamento.
3 - Cabe à ANMP a representação dos
municípios que não integrem, nos termos Artigo 12.º
previstos na alínea d) do n.º 1, a comissão de Fiscal único
acompanhamento.
4 - Os direitos de voto do Estado são 1 - Sem prejuízo das competências
exercidos conjuntamente pelos representantes legalmente atribuídas a outras entidades, o
referidos nas alíneas a) e b) do n.º 1. controlo e a fiscalização da gestão do FAM são
5 - Os montantes a que se refere o n.º 3 do exercidas por um fiscal único.
artigo 19.º relevam para efeitos do direito de 2 - O fiscal único é designado de entre os
voto previsto no n.º 2. revisores oficiais de contas ou sociedades de
6 - A comissão de acompanhamento é revisores oficiais de contas inscritos na respetiva
presidida por um dos seus membros, eleito, para lista da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas
o efeito, pelos restantes. e do Conselho Nacional de Supervisão de
7 - Os membros da comissão de Auditoria.
acompanhamento não auferem qualquer 3 - O mandato do fiscal único tem a duração
remuneração pelo exercício das suas funções. de três anos e é renovável uma única vez.
4 - No caso de cessação do mandato, o fiscal
Artigo 11.º único mantém-se no exercício de funções até à
Competências e deliberações da comissão efetiva substituição.
de acompanhamento
Artigo 13.º
1 - À comissão de acompanhamento Competências do fiscal único
compete, em especial, pronunciar-se:
Compete ao fiscal único:
a) Sobre as propostas de decisão dos
PAMs e acompanhar a sua execução; a) Acompanhar, controlar a legalidade, a
b) Quanto à recusa de assistência regularidade e a boa gestão financeira
financeira prevista no n.º 2 do artigo e patrimonial do FAM, incluindo o
43.º; impacto das decisões da direção
c) Sobre as questões que lhe sejam executiva relativas à aprovação,
submetidas pela direção executiva ou revisão e execução dos PAMs;
pelo respetivo presidente. b) Emitir parecer sobre o orçamento, o
plano de atividades e os documentos
2 - Compete, ainda, à comissão de
de prestação de contas do FAM;
acompanhamento:
c) Elaborar relatórios trimestrais sobre a
a) Designar os membros da direção ação fiscalizadora exercida;
executiva; d) Fiscalizar a eficácia do sistema de
b) Designar o fiscal único, sob proposta gestão de riscos e do sistema de
da direção executiva; controlo interno;
c) Elaborar e aprovar os regulamentos e) Elaborar documento de certificação
internos que se mostrem necessários legal de contas;
ao seu funcionamento; f) Pronunciar-se sobre qualquer assunto
d) Aprovar o regulamento relativo à que seja submetido à sua apreciação
política de aplicações financeiras do pela direção executiva.
capital social e disponibilidades do
FAM;

509
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 14.º média do intervalo previsto no Código do IMI, de
Apoio técnico, administrativo e logístico acordo com a seguinte fórmula:

A Direção-Geral das Autarquias Locais


(DGAL) assegura o apoio técnico, administrativo
e logístico indispensável ao bom funcionamento
do FAM.

Artigo 15.º
Extinção em que:
CIFAMm corresponde à contribuição do
Em caso de extinção do FAM, o produto da município m para o FAM;
sua liquidação reverte, depois de reembolsado o CTM corresponde à contribuição total a
capital social e os juros a que se refere o n.º 4 realizar peloconjunto dos municípios;
do artigo 19.º, para os detentores de unidades FEFm,t corresponde à participação no FEF do
de participação, na proporção das contribuições município m no ano t;
realizadas. IUCm,t corresponde à parcela do produto do
IUC quecaiba ao município m no ano t;
CAPÍTULO III IRS PIEm,t corresponde à PIE quanto ao IRS
Património e finanças do Fundo de Apoio do municí-pio m, considerando a taxa máxima
Municipal da participação variávelprevista na Lei n.º
73/2013, de 3 de setembro, no ano t;
Artigo 16.º VPTnão isentom,t corresponde ao valor
Património patrimonial tri-butável não isento para efeitos do
IMI do município m no ano de 2014.
1 - O património do FAM é constituído por:
4 - Os valores da contribuição de cada
a) Créditos relativos aos empréstimos
município, resultantes da aplicação do disposto
concedidos no âmbito da medida de
no número anterior, são apurados pela DGAL e
assistência financeira aos municípios;
comunicados aos municípios até ao trigésimo dia
b) Aplicações de recursos;
seguinte ao da entrada em vigor da presente lei.
c) Disponibilidades de caixa.
2 - O FAM está obrigado ao cumprimento da Artigo 18.º
unidade da tesouraria do Estado, nos termos Unidades de participação
previstos no regime da tesouraria do Estado,
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 191/99, de 5 de 1 - O capital social do FAM é representado
junho. por unidades de participação escriturais e
intransmissíveis de valor unitário de (euro) 1.
Artigo 17.º 2 - As unidades de participação são
Capital social do Fundo de Apoio Municipal realizadas em numerário colocado à disposição
do FAM, em conta por este titulada junto da
1 - O capital social do FAM é de (euro) 650 Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida
000 000, sendo representado por unidades de Pública - IGCP, E. P. E., sem prejuízo do
participação a subscrever e a realizar pelo disposto no número seguinte.
Estado, através da Direção-Geral do Tesouro e 3 - Cada detentor do capital social do FAM
Finanças (DGTF), e por todos os municípios. recebe as unidades de participação na proporção
2 - Para o capital social do FAM, o Estado do capital realizado, nos termos previstos na
contribui com 50 % e o conjunto dos municípios presente lei.
com 50 %. 4 - Caso o valor da contribuição não seja um
3 - A contribuição de cada município é múltiplo do valor nominal de cada unidade de
calculada ponderando o montante total a realizar participação, o valor subscrito corresponde ao
pelo conjunto dos municípios pelo peso relativo múltiplo imediatamente superior.
de cada um deles no somatório do Fundo de 5 - As unidades de participação são
Equilíbrio Financeiro (FEF), do Imposto Único de remuneradas através da distribuição dos
Circulação (IUC) e do Imposto sobre o resultados do FAM.
Rendimento das Pessoas Singulares (IRS), 6 - As unidades de participação são
participação nos impostos do Estado (PIE), de valorizadas semestralmente, com referência ao
acordo com os valores finais constantes do mapa último dia de cada mês.
XIX anexo à Lei do Orçamento do Estado, tendo 7 - O FAM publica semestralmente:
por base a média dos últimos cinco anos,
a) Um relatório contendo as variações de
incluindo o ano em curso, e ponderando também
valor das unidades e a explicação para
a coleta do imposto municipal sobre imóveis
os seus movimentos;
(IMI) no município caso fosse aplicada a taxa
b) Um relatório de acompanhamento dos
PAMs.

510
Autarquias Locais - Legislação Nacional
8 - Os relatórios referidos no número anterior 2 - O resgate das unidades de participação é
são enviados, pela direção executiva, à comissão efetuado na proporção do capital social realizado
de acompanhamento e à Assembleia da por cada um dos participantes.
República, sendo ainda disponibilizados na 3 - Em caso de incumprimento junto do FAM,
página eletrónica do FAM. o montante das unidades de participação a
resgatar é deduzido dos montantes em dívida.
Artigo 19.º 4 - O capital social do FAM não pode ser
Realização do capital social do Fundo de reduzido para um valor inferior a 5 % da dívida
Apoio Municipal total municipal ou a 20 % do montante de
endividamento acima dos limites previstos no
1 - A realização do capital social do FAM, por artigo 52.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de
parte de cada município e do Estado, é efetuada setembro, consoante o que for mais elevado.
no prazo máximo de sete anos, em duas
prestações anuais, a realizar nos meses de Artigo 22.º
junho e dezembro, com início em 2015. Receitas e despesas do Fundo de Apoio
2 - Até à realização total do capital social do Municipal
FAM, o Estado garante, por via da DGTF e
através de empréstimos, as necessidades de 1 - São receitas do FAM:
financiamento do FAM decorrentes dos
a) As contribuições dos detentores do
compromissos assumidos ao abrigo da
capital social;
assistência financeira concedida aos municípios
b) Os rendimentos provenientes de
elegíveis nos termos da presente lei.
aplicações financeiras;
3 - Os empréstimos referidos no número
c) Os juros dos empréstimos concedidos
anterior são remunerados a uma taxa de juro
aos municípios;
correspondente ao custo de endividamento da
d) O produto dos juros de mora e das
República Portuguesa para um prazo
coimas aplicadas no âmbito da
equivalente, acrescidos de um spread de 0,15
presente lei;
%.
e) As entregas realizadas pela
4 - O capital social realizado é utilizado
Autoridade Tributária e Aduaneira (AT)
prioritariamente no reembolso do capital dos
correspondentes ao produto da
empréstimos concedidos pelo Estado e no
cobrança dos impostos sobre o
pagamento dos respetivos juros.
rendimento incidentes sobre a
remuneração referida no n.º 5 do
Artigo 20.º
artigo 18.º;
Aumento do capital social do Fundo de
f) Quaisquer outras receitas que lhe
Apoio Municipal
sejam atribuídas por lei, contrato ou
outro título.
A direção executiva pode propor à comissão
de acompanhamento a realização de aumentos 2 - São despesas do FAM as necessárias à
de capital social do FAM, os quais são realizados prossecução das suas competências,
nos termos previstos nos artigos 17.º e 18.º nomeadamente os encargos com os:

Artigo 21.º a) Empréstimos concedidos pelo Estado,


Redução do capital social do Fundo de nos termos previstos na presente lei;
Apoio Municipal b) A remuneração devida aos membros
da direção executiva;
1 - Sem prejuízo do disposto no n.º 4, a c) Honorários pagos pela prestação de
direção executiva pode propor à comissão de serviços do fiscal único;
acompanhamento, no âmbito da prestação de d) Auditorias externas.
contas anuais, ou extraordinariamente, a 3 - A Autoridade Tributária e Aduaneira
redução do capital social do FAM, por resgate entrega ao FAM, no prazo de 60 dias após a
das unidades de participação, desde que cobrança, os montantes correspondentes às
verificadas, cumulativamente, as seguintes receitas fiscais referidas na alínea e) do n.º 1.
condições:
a) Os empréstimos concedidos pelo
Estado ao FAM estejam totalmente
amortizados;
b) Existam excedentes de tesouraria que
não sejam necessários ao cumprimento
dos objetivos do FAM ao nível da
assistência financeira.

511
Autarquias Locais - Legislação Nacional
TÍTULO III 10 - O PAM deve ainda incluir informação
Recuperação financeira quantificada sobre créditos exigidos por terceiros
não reconhecidos, bem como sobre as ações
CAPÍTULO I judiciais em curso para cobrança de dívidas
Programa de ajustamento municipal municipais.

Artigo 23.º Artigo 24.º


Fins e conteúdo do programa de Acesso obrigatório ao Fundo de Apoio
ajustamento municipal Municipal

1 - A recuperação financeira municipal 1 - Os municípios devem, no prazo de 90


realiza-se através de contrato celebrado entre o dias, a contar do momento da verificação dos
FAM e o município, denominado por programa pressupostos previstos no n.º 2 do artigo 61.º
de ajustamento municipal (PAM). da Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro, solicitar o
2 - O PAM é celebrado pelo prazo necessário acesso ao FAM.
à redução, pelo município, do seu endividamento 2 - O FAM, relativamente aos municípios que
até ao limite previsto no n.º 1 do artigo 52.º da reúnam as condições previstas no número
Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro, não podendo anterior e que não tenham solicitado o acesso ao
ser inferior, quando aplicável, à duração do FAM no prazo aí previsto, notifica o município
empréstimo a conceder pelo FAM. para, no prazo de 60 dias, apresentar uma
3 - A direção executiva pode, em situações proposta de PAM.
excecionais e devidamente fundamentadas, 3 - A apresentação da proposta do PAM,
autorizar que o prazo do empréstimo tenha uma pelos municípios, faz-se mediante o
duração superior à referida no número anterior. preenchimento de formulário eletrónico
4 - Com exceção do contrato de empréstimo, aprovado, para o efeito, pela direção executiva.
o PAM cessa a pedido do município, quando este
comprovadamente cumpra o limite previsto no Artigo 25.º
n.º 1 do artigo 52.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de Acesso facultativo ao Fundo de Apoio
setembro. Municipal
5 - O PAM deve conter um conjunto de
medidas específicas e quantificadas com vista à 1 - Os municípios que reúnam as condições
diminuição programada da dívida de cada previstas no n.º 3 do artigo 58.º da Lei n.º
município até ao limite legalmente admissível, 73/2013, de 3 de setembro, e que ainda não
com base nos seguintes mecanismos: estejam abrangidos pelo mecanismo de
recuperação financeira municipal, são notificados
a) Reequilíbrio orçamental, que inclui,
pelo FAM para, no prazo de 30 dias, informar se
nomeadamente, medidas de:
optam pelo saneamento financeiro ou pelo
i) Redução e racionalização da acesso ao FAM.
despesa corrente e do capital; 2 - Nas situações em que os municípios
ii) Maximização da receita própria; referidos no número anterior optem por aceder
iii) Existência de instrumentos de ao FAM, aplica-se o regime previsto na presente
controlo interno. lei.
3 - Os municípios têm 90 dias para
b) Reestruturação da dívida financeira e apresentar o PAM, aplicando-se-lhe a totalidade
não financeira; do regime previsto na presente lei.
c) Assistência financeira. 4 - Caso o município opte pelo saneamento
6 - Sem pôr em causa a prestação dos financeiro, deve comprovar junto do FAM, no
serviços públicos essenciais a que se refere o prazo de 90 dias, a obtenção do empréstimo
artigo 3.º, o PAM garante o cumprimento do para saneamento financeiro.
serviço da dívida municipal. 5 - Na ausência de entrega do comprovativo
7 - Sempre que o município detenha referido no número anterior, o FAM notifica o
empresas locais que estejam nas circunstâncias município para elaborar e apresentar uma
previstas no n.º 1 do artigo 62.º da Lei n.º proposta de PAM nos termos do artigo 23.º
50/2012, de 31 de agosto, as medidas incluídas
no PAM têm em conta os impactos orçamentais Artigo 26.º
e a assunção das dívidas que decorram dos Intervenção dos órgãos municipais
respetivos processos de dissolução e da
internalização das atividades pelo município. 1 - O PAM e as respetivas revisões são
8 - O PAM prevê a intensificação do aprovados pela assembleia municipal, sob
ajustamento municipal nos primeiros anos de proposta da câmara municipal.
vigência. 2 - O PAM, sempre que inclua um plano de
9 - O PAM inclui a análise de sustentabilidade reestruturação de dívida (PRD) ou, no âmbito da
de longo prazo da dívida e a identificação de assistência financeira, a concessão de um
riscos orçamentais. empréstimo pelo FAM, é aprovado nos termos do

512
Autarquias Locais - Legislação Nacional
n.º 6 do artigo 49.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de Artigo 29.º
setembro. Obrigações de reporte e de prestação de
3 - As deliberações da assembleia municipal informação
de aprovação do PAM e das suas eventuais
revisões, obrigam o município, durante a sua 1 - Os municípios prestam trimestralmente à
vigência, ao cumprimento de todo o seu DGAL, através do Sistema Integrado de
conteúdo, nomeadamente quanto à fixação das Informação da Administração Local, a
taxas de IMI, lançamento da derrama e informação necessária à monitorização do PAM,
determinação da participação variável no IRS, a qual é efetuada de acordo com a estrutura
bem como aos limites de despesa. definida pela direção executiva.
4 - A competência atribuída aos municípios 2 - A informação relativa ao segundo e ao
pela presente lei considera-se atribuída à quarto trimestre de cada ano é acompanhada de
câmara municipal, salvo se a mesma estiver certificação do auditor externo do município,
expressamente cometida à assembleia devendo incidir nomeadamente sobre o grau de
municipal. cumprimento dos objetivos do PAM.
5 - São nulas quaisquer deliberações 3 - A DGAL disponibiliza ao FAM a informação
municipais que contrariem ou condicionem o prevista nos números anteriores, bem como
cumprimento dos objetivos previstos no PAM. outra informação remetida pelos municípios que
se verifique ser necessária à monitorização do
Artigo 27.º PAM.
Certificação do programa de ajustamento 4 - Os municípios que adiram ao FAM estão
municipal obrigados a incluir no relatório de gestão um
anexo relativo à execução do PAM, do qual
A proposta de PAM é acompanhada de consta especial fundamentação em caso de
certificação de um auditor externo, o qual toma apuramento de desvios.
posição expressa sobre o seu conteúdo, em 5 - O relatório de gestão é enviado ao FAM,
especial no que respeita à sustentabilidade, às no prazo de 15 dias, a contar da data da sua
variáveis subjacentes às estimativas realizadas e aprovação.
à exequibilidade dos objetivos de redução de 6 - Nas situações de suspensão de
dívida. apresentação de proposta do PAM, os
municípios, até final do mês de maio do ano
Artigo 28.º seguinte, prestam informação ao FAM sobre o
Aprovação e recusa grau de cumprimento dos objetivos previstos
nos programas de recuperação e ajustamento
1 - A direção executiva dispõe de um prazo financeiro a que estão vinculados, devendo
de 45 dias, a contar da data da apresentação da justificar os desvios apurados.
proposta de PAM ou do pedido de suspensão, 7 - Os municípios prestam, por solicitação do
para decidir sobre a sua aprovação ou recusa. FAM, qualquer outra informação adicional
2 - O prazo referido no número anterior pode necessária para a avaliação e acompanhamento
ser suspenso, caso se verifique a necessidade de do grau de execução dos programas referidos
suprir deficiências ou de clarificar o PAM, nos números anteriores.
incluindo a revisão do PRD. 8 - Os municípios que adiram ao FAM devem,
3 - A direção executiva notifica o município durante a vigência do respetivo PAM, facultar o
da decisão, no prazo de cinco dias úteis, a acesso direto aos sistemas de informação de
contar da decisão prevista no n.º 1, devendo, no apoio à sua contabilidade, através de ferramenta
caso de recusa, fundamentar expressamente tal informática regulada nos termos de portaria a
facto. aprovar, para o efeito, pelos membros do
4 - Na situação referida na parte final do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e
número anterior, a câmara municipal deve da administração local.
proceder à reformulação da proposta de PAM, 9 - O município divulga no seu sítio na
incluindo o PRD, remetendo-a, após aprovação Internet e, caso exista, no boletim da autarquia,
pela assembleia municipal, à direção executiva, o PAM aprovado pelo FAM, bem como todas as
num prazo de 45 dias, a contar da data da deliberações tomadas no seu âmbito pelos
notificação. órgãos municipais.
5 - Após a receção da proposta do PAM
reformulada, a direção executiva toma a decisão Artigo 30.º
final no prazo e nos termos previstos no n.º 1, Partilha de informação pelo Fundo de Apoio
notificando o município do sentido da decisão, Municipal
de acordo com o disposto no n.º 3.
1 - A comissão de acompanhamento, sob
proposta da direção executiva, determina a
informação relativa aos PAMs a publicitar no sítio
na Internet da DGAL e no Portal da
Transparência Municipal.

513
Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 - O FAM disponibiliza às entidades públicas CAPÍTULO II
de controlo, por via eletrónica, toda a Reequilíbrio orçamental
informação produzida no âmbito da aprovação e
acompanhamento dos PAMs. Artigo 34.º
3 - O FAM disponibiliza ainda a cada Objetivo do reequilíbrio orçamental
município, por via eletrónica, toda a informação
produzida no âmbito da aprovação e As medidas de reequilíbrio orçamental
acompanhamento do respetivo PAM. constantes do PAM visam a racionalização da
despesa e a maximização da receita municipal,
Artigo 31.º bem como a otimização da gestão do seu
Parecer prévio aos orçamentos dos património.
municípios
Artigo 35.º
1 - A proposta de orçamento dos municípios Medidas de reequilíbrio orçamental
acedentes a um PAM está sujeita a parecer
prévio do FAM, o qual incide sobre a 1 - O PAM contém medidas de reequilíbrio
conformidade da proposta com as medidas e orçamental específicas, calendarizadas e
obrigações nele previstas, a análise de quantificadas, nomeadamente, a:
sustentabilidade de médio e longo prazo e a
a) Determinação da participação variável
identificação de riscos orçamentais.
no IRS, à taxa máxima prevista nos
2 - O parecer previsto no número anterior é
termos do artigo 26.º da Lei n.º
emitido no prazo de 30 dias, a contar da data da
73/2013, de 3 de setembro;
apresentação ao FAM, pelo município, da
b) Definição da taxa máxima de derrama
proposta do orçamento municipal.
sobre o lucro tributável sujeito e não
3 - O parecer emitido pelo FAM é enviado ao
isento de imposto sobre o rendimento
presidente da câmara e ao presidente da
das pessoas coletivas, nos termos
assembleia municipal do município, que devem
previstos no artigo 18.º da Lei n.º
disponibilizá-lo a todos os membros dos órgãos
73/2013, de 3 de setembro;
a que presidem, com a antecedência mínima de
c) Definição das taxas máximas nos
sete dias relativamente à data da sessão para a
impostos municipais, designadamente
aprovação do orçamento municipal.
o IMI, nos termos previstos na
4 - O orçamento municipal só pode ser
respetiva legislação, incluindo a não
submetido à aprovação da assembleia municipal
aplicação de qualquer fator minorativo
quando acompanhado do parecer previsto no n.º
e a aplicação dos fatores majorativos
1.
previstos, sem prejuízo do disposto no
número seguinte;
Artigo 32.º
d) Análise e proposta de revogação de
Celebração de contratos
benefícios fiscais e isenções de taxas,
cuja concessão seja da competência do
Durante o período de vigência do PAM, o
município, e abstenção de concessão
município não pode, exceto quando previamente
de benefícios durante o PAM, exceto se
autorizados pelo FAM:
autorizado pelo FAM mediante
a) Celebrar novos contratos de justificação das vantagens económicas
financiamento de que resulte dívida para o município;
pública fundada; e) Fixação dos preços cobrados pelo
b) Promover novas parcerias público- município nos setores do saneamento,
privadas. água e resíduos, nos termos definidos
nas recomendações da Entidade
Artigo 33.º Reguladora dos Serviços de Águas e
Revisão do programa de ajustamento Resíduos, incluindo a possibilidade de
municipal fixação de tarifas sociais;
f) Identificação e quantificação de novos
1 - O PAM pode ser revisto por iniciativa do preços e tributos municipais a lançar,
FAM e ou do município, aplicando-se, com as incluindo derramas, taxas e encargos
necessárias adaptações, as regras constantes da de mais-valia;
presente lei relativas ao conteúdo e aprovação g) Identificação e quantificação do
do PAM. património municipal e serviços a
2 - A revisão do PAM apenas pode ocorrer alienar, concessionar ou ceder a
dois anos após a sua celebração ou, exploração, com uma justificação das
excecionalmente, caso se registem desvios vantagens económicas para o
positivos ou negativos que alterem de forma município;
relevante as condições do seu cumprimento, ou h) Identificação e quantificação de
se verifique a situação prevista no n.º 4 do segmentos da atividade empresarial
artigo 47.º local ou de participações locais a

514
Autarquias Locais - Legislação Nacional
reestruturar, alienar ou concessionar, 2 - A concretização dos objetivos previstos no
com uma justificação das vantagens número anterior fica dependente da adesão
económicas para o município; voluntária dos credores.
i) Medidas concretas e quantificadas
tendentes ao aperfeiçoamento dos Artigo 37.º
processos e do controlo sobre os factos Medidas de reestruturação financeira
suscetíveis de gerarem a cobrança de
taxas e preços municipais, bem como 1 - A reestruturação de dívida prevista no
ao nível da aplicação de coimas e da artigo anterior realiza-se através da integração
promoção dos processos de execução no PAM de um PRD, do qual fazem parte
fiscal a cargo do município; medidas específicas, calendarizadas e
j) Medidas concretas e quantificadas quantificadas.
tendentes à melhoria e ao equilíbrio 2 - Para efeitos do disposto na presente lei,
dos resultados operacionais das são relevantes quaisquer dívidas municipais,
empresas do setor empresarial local; independentemente da sua maturidade ou
k) Limitação da despesa corrente, qualificação.
incluindo um plano detalhado e 3 - São ainda incluídas no PRD as dívidas que
quantificado de redução de custos com o município venha a assumir no âmbito de
pessoal e com a aquisição de bens e processos de dissolução de empresas locais que
serviços; estejam nas circunstâncias previstas no n.º 1 do
l) Medidas de racionalização dos custos artigo 62.º da Lei n.º 50/2012, de 31 de agosto.
com pessoal, incluindo as relativas ao
pagamento de trabalho extraordinário Artigo 38.º
e ao desenvolvimento de programas de Tramitação prévia ao plano de
rescisão por mútuo acordo; reestruturação de dívida
m) Avaliação da sustentabilidade e
eventual renegociação das condições 1 - Para efeitos de preparação do PRD, o
das parcerias público-privadas; município estabelece negociações com os
n) Limites à realização de investimento. respetivos credores e comunica-lhes que abriu
um processo negocial com vista à apresentação
2 - Quando a fixação da taxa máxima do IMI
de um PRD ao FAM e solicita a sua participação
implique um aumento superior a 50 % da taxa
no mesmo.
em vigor no momento de apresentação do PAM,
o cumprimento do disposto na alínea c) do
2 - A publicitação do processo negocial é
número anterior pode realizar-se faseadamente
efetuada mediante informação disponibilizada no
em dois anos.
sítio na Internet do município da qual consta a
3 - Salvo o disposto no artigo seguinte, as
relação das dívidas reconhecidas.
medidas previstas no presente artigo são
3 - O credor dispõe de um prazo de 20 dias,
obrigatórias e não excluem outras que possam
a contar da publicitação referida no número
ser adotadas pelo município tendo em vista a
anterior, para se pronunciar sobre os respetivos
recuperação financeira e a melhoria da sua
créditos e informar, por meio idóneo, sobre a
situação patrimonial.
sua adesão ou não ao processo de negociação.
4 - A receita gerada com as medidas
4 - O processo de negociação tem lugar no
previstas nas alíneas g) e h) do n.º 1, não
prazo de 60 dias, a contar da data da
previstas no PAM, é utilizada exclusivamente na
publicitação da informação referida no n.º 2.
redução extraordinária da dívida.
5 - Sem prejuízo do disposto nos números
anteriores, o município pode estabelecer
CAPÍTULO III
contactos diretos com os credores, no sentido de
Reestruturação financeira
promover a sua adesão ao processo de
negociação.
Artigo 36.º
Objetivo da reestruturação financeira
Artigo 39.º
Processo negocial
1 - Caso as medidas previstas no capítulo
anterior sejam insuficientes para atingir os fins
1 - Durante as negociações, o município fica
visados pelo PAM, são também adotadas
obrigado a prestar toda a informação, que seja
medidas de reestruturação financeira, que, na
relevante para as negociações, solicitada pelos
sequência da negociação com os credores,
seus credores.
visam:
2 - No âmbito das negociações, o município
a) Alterar a distribuição temporal do pode acordar, com os credores, designadamente
serviço da dívida, e moratórias, perdões, reduções de juros de mora
b) Reduzir a dívida e ou os seus e ou um programa calendarizado de pagamentos
encargos. de dívida, com um limite máximo da vigência do
PAM.

515
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - O início do processo negocial obsta à 5 - Se da aplicação do critério estabelecido
instauração de quaisquer ações para cobrança no número anterior resultar um montante
de dívidas e permite que o município solicite, ao superior ao valor da dívida ao credor, o
juiz do tribunal competente, a suspensão das remanescente é repartido pelos restantes
ações em curso com idêntica finalidade. credores, de acordo com a mesma ponderação.
4 - A suspensão das ações para cobrança de
dívidas nos termos do número anterior cessa, Artigo 42.º
para os credores que não aderiram ao processo Plano de reestruturação de dívida
ou que não firmaram qualquer acordo, após a
aprovação ou recusa final do PAM ou após a 1 - O PRD é um documento que faz parte
concessão ou rejeição do visto do Tribunal de integrante do PAM e contém obrigatoriamente:
Contas, quando aplicável.
a) As listas referidas nos n.os 1 e 2 do
5 - A aprovação do PAM ou a concessão de
artigo anterior;
visto pelo Tribunal de Contas, quando aplicável,
b) O consentimento expresso dos
determina a extinção das ações para cobrança
titulares dos créditos elencados cujas
de dívidas instauradas pelos credores que
posições jurídicas são alteradas;
tenham firmado acordo com o município.
c) O acordo firmado com cada credor;
d) A relação das ações judiciais
Artigo 40.º
pendentes contra o município e o valor
Exclusão do processo de negociação
do pedido.
1 - Excluem-se do processo de negociação 2 - O município inclui no plano de
referido nos artigos 38.º e 39.º os credores com pagamentos os créditos cuja existência ou
créditos inferiores a (euro) 5 000. montante não reconheça, com a previsão de que
2 - A direção executiva pode, a pedido do os montantes destinados à sua liquidação são
município, fixar um valor diferente do referido objeto de depósito junto de intermediário
no número anterior. financeiro ou, caso seja concedida assistência
3 - Para efeitos do disposto no n.º 1, é financeira pelo FAM nos termos do artigo 44.º,
considerada a soma dos créditos possuídos pelo são entregues aos respetivos titulares ou
mesmo credor. repartidos pelos demais credores.
4 - O disposto nos números anteriores não é 3 - Os créditos ilíquidos existentes à data da
aplicável quando os credores solicitem a elaboração do PRD são incluídos, com menção
negociação dos respetivos créditos. da natureza ilíquida, pelo montante previsível do
mesmo.
Artigo 41.º 4 - Os créditos reestruturados não podem ter
Conclusão das negociações prazo de reembolso superior ao previsto nos
n.os 2 e 3 do artigo 23.º
1 - Após a conclusão das negociações com 5 - O PRD pode incluir o refinanciamento de
cada um dos credores, os acordos alcançados dívida existente, nos termos do n.º 1 do artigo
são formalizados e assinados por ambas as 51.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro.
partes, sendo elaborada uma lista com a relação
global dos créditos objeto de reestruturação, a CAPÍTULO IV
identificação dos credores e os termos das Assistência financeira
alterações acordadas, designadamente a
quantificação da redução da dívida. Artigo 43.º
2 - É ainda elaborada uma lista dos credores Objetivo da assistência financeira
que não aderiram ao processo ou que não
firmaram qualquer acordo, com indicação dos 1 - A assistência financeira prestada pelo FAM
respetivos créditos. tem natureza subsidiária em relação às medidas
3 - Sempre que o FAM conceda um de reequilíbrio orçamental e de reestruturação
empréstimo ao município, conforme previsto nos financeira e apenas tem lugar quando aquelas
artigos 43.º e 44.º, os credores que firmaram existam e sejam insuficientes para a
acordos nos termos do n.º 1 gozam de recuperação financeira do município.
preferência relativamente ao pagamento dos 2 - A assistência financeira pode ser recusada
seus créditos sobre os credores que não pelo FAM, mediante decisão fundamentada da
aderiram ao processo, de acordo com o critério direção executiva, nos termos constantes do
estabelecido no número seguinte. artigo 28.º, quando as medidas de reequilíbrio
4 - O montante de cada tranche do orçamental e de reestruturação financeira
empréstimo é afeto aos credores tendo em propostas sejam insuficientes ou quando o
conta o peso da redução da dívida de cada um município não reúna condições para o
sobre o montante da respetiva dívida inicial, na cumprimento do serviço da dívida.
soma dessas percentagens de redução.

516
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 44.º Artigo 47.º
Modalidades de assistência financeira Desembolsos

1 - O FAM presta assistência financeira ao 1 - O desembolso inicial ocorre até 15 dias


município através das seguintes modalidades: após a notificação do visto do contrato de
empréstimo pelo Tribunal de Contas.
a) Empréstimos remunerados;
2 - Os desembolsos subsequentes estão
b) Prestação de garantias.
sujeitos ao cumprimento dos objetivos
2 - Fica expressamente excluída a trimestrais constantes do PAM.
possibilidade de assistência financeira, em 3 - Os desembolsos referidos no número
qualquer uma das modalidades referidas no anterior são efetuados no prazo de 15 dias, a
número anterior, para as dívidas que não contar da data da aprovação, pela direção
estejam incluídas no PAM. executiva, do cumprimento dos objetivos
trimestrais.
Artigo 45.º 4 - Em caso de incumprimento dos objetivos,
Condições do empréstimo procede-se à revisão do PAM nos termos do
artigo 33.º, devendo, para o efeito, o município
1 - Os empréstimos têm um prazo de apresentar as razões para o incumprimento
vencimento adequado aos objetivos previstos no verificado e as medidas necessárias à correção
respetivo PAM, que não pode ultrapassar o prazo dos desvios.
previsto nos n.os 2 e 3 do artigo 23.º 5 - Só após a análise favorável das medidas
2 - O montante de financiamento é necessárias à correção dos desvios apurados há
determinado pelo FAM, no âmbito da aprovação lugar ao desembolso.
do respetivo PAM.
3 - A definição da taxa de remuneração dos Artigo 48.º
empréstimos concedidos compete à direção Garantias
executiva, que assegura a cobertura dos custos
de financiamento e de atividade do FAM. 1 - O FAM pode, excecionalmente e para
4 - O contrato de empréstimo a celebrar efeitos de reestruturação de dívida, nos termos
entre o FAM e o município constitui parte do artigo 37.º, conceder garantias pessoais por
integrante do PAM. um prazo máximo correspondente ao termo do
5 - O montante do empréstimo é período de vigência do PAM.
desembolsado por tranches, nos termos 2 - As garantias só podem ser concedidas
previstos no artigo 47.º desde que se revelem imprescindíveis para a
realização da restruturação da dívida,
Artigo 46.º designadamente por inexistência ou insuficiência
Utilização e amortização dos contratos de de outras garantias.
empréstimos 3 - A concessão de garantias pelo FAM
origina o pagamento, por parte do município, de
1 - O prazo máximo de utilização do uma comissão a fixar no contrato a celebrar,
empréstimo é de três anos. para o efeito, com o município e que constitui
2 - A título excecional, o prazo referido no parte integrante do PAM.
número anterior pode ser prorrogado até cinco 4 - As obrigações do FAM decorrentes da
anos, para os pagamentos decorrentes de ações garantia concedida mantêm-se inalteradas em
judiciais identificadas no n.º 10 do artigo 23.º e caso de eventuais incumprimentos do respetivo
condicionado à comprovação dos factos que lhe PAM.
dão origem, nomeadamente o trânsito em 5 - Com a execução da garantia, fica o FAM
julgado de sentenças condenatórias. sub-rogado nos direitos do credor principal,
3 - O início da amortização do empréstimo podendo, para ressarcimento da dívida, acionar
não pode ser diferido para além de dois anos. os mecanismos previstos no artigo 50.º
4 - A concessão de empréstimos pelo FAM é 6 - A concessão de garantias por parte do
considerada para efeitos de apuramento do FAM é considerada no limite máximo previsto
limite máximo previsto anualmente na lei que anualmente na lei que aprova o Orçamento do
aprova o Orçamento do Estado, para a Estado, para as garantias pessoais a conceder
concessão de empréstimos e outras operações pelo Estado e por outras pessoas coletivas de
ativas. direito público.
5 - Sem prejuízo das sanções previstas
contratualmente e no artigo 49.º, o
incumprimento das obrigações decorrentes do
contrato de empréstimo, determina, desde logo,
o incumprimento do respetivo PAM, podendo
ainda originar a resolução do contrato e o
consequente vencimento da dívida.

517
Autarquias Locais - Legislação Nacional
TÍTULO IV 4 - Em caso de atraso no pagamento por
Monitorização e incumprimento do parte do município de qualquer montante devido
programa de ajustamento municipal ao abrigo da presente lei, o FAM aplica juro de
mora à taxa legal em vigor, desde a data do
Artigo 49.º incumprimento até à data do efetivo pagamento.
Incumprimento 5 - Sem prejuízo do disposto nos números
anteriores, a falta de apresentação do PAM ou
1 - A direção executiva, após audição do do pedido de suspensão e o incumprimento das
município e da comissão de acompanhamento, obrigações de prestação e reporte de
declara, de forma expressa e fundamentada, o informação, são suscetíveis de gerar a retenção
incumprimento do PAM, notificando, no prazo de de transferências nos termos previstos nos n.os
cinco dias, o município, o Tribunal de Contas e a 8 e 9 do artigo 78.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de
Inspeção-Geral de Finanças. setembro, mediante comunicação do FAM à
2 - A declaração de incumprimento é objeto DGAL.
de publicitação obrigatória no sítio na Internet 6 - A retenção das transferências referida no
da DGAL. número anterior cessa com a regularização da
3 - O incumprimento da obrigação de acesso situação, a qual é comunicada pelo FAM à DGAL.
ao FAM, a falta de apresentação do PAM ou do 7 - A falta de prestação pelos municípios da
pedido de suspensão nos prazos previstos na informação solicitada corresponde ao
presente lei e o incumprimento do PAM nos incumprimento dos deveres de informação
termos referidos no n.º 1, constituem previstos na Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro,
ilegalidades graves para efeitos do disposto na nomeadamente para efeitos da aplicação das
alínea i) do artigo 9.º da Lei n.º 27/96, de 1 de retenções aí previstas.
agosto, alterada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, 8 - O FAM comunica à DGAL quais os
de 30 de novembro. municípios que se encontram na situação
4 - O incumprimento do PAM nos termos mencionada no número anterior, para efeitos de
referidos no n.º 1 constitui ainda facto suscetível efetivação da retenção por incumprimento dos
de responsabilidade financeira, nos termos deveres de informação, bem como para
previstos nas alíneas b), d) e f) do n.º 1 do libertação da mesma, no caso de prestação da
artigo 65.º da Lei de Organização e Processo do informação solicitada.
Tribunal de Contas, aprovada pela Lei n.º 98/97,
de 16 de agosto. TÍTULO V
Disposições complementares, transitórias e
Artigo 50.º finais
Sanções
CAPÍTULO I
Disposições complementares
1 - Em caso de incumprimento da obrigação
de realização do capital prevista no artigo 19.º, Artigo 51.º
e até ao limite do montante das prestações em Aditamento à Lei n.º 50/2012, de 31 de
atraso, por solicitação e para entrega ao FAM: agosto
a) A DGAL procede à retenção da receita
São aditados à Lei n.º 50/2012, de 31 de
não consignada proveniente das
agosto, o n.º 13 ao artigo 62.º e o artigo 65.º-A,
transferências do Orçamento do
com a seguinte redação:
Estado, independentemente dos limites
«Artigo 62.º
previstos no artigo 39.º da Lei n.º
[...]
73/2013, de 3 de setembro;
b) A Autoridade Tributária e Aduaneira
1 - ...
(AT) procede à retenção de outras
2 - ...
receitas de natureza fiscal.
3 - ...
2 - A falta de apresentação do PAM ou do 4 - ...
pedido de suspensão nos prazos previstos na 5 - ...
presente lei determina a aplicação, pelo FAM, de 6 - ...
uma coima mensal, correspondente a 1 % do 7 - ...
duodécimo das transferências correntes, até que 8 - ...
a situação seja regularizada. 9 - ...
3 - As receitas das coimas aplicadas nos 10 - ...
termos do presente artigo constituem receita do 11 - ...
FAM, que, em caso de não pagamento pelo 12 - ...
município, notifica a DGAL para efetuar a 13 - Para efeitos de candidatura aos
correspondente retenção nas transferências do procedimentos concursais referidos no n.º 8, os
Orçamento do Estado, a qual é entregue ao trabalhadores cedidos ao abrigo e nos termos do
FAM. n.º 6 são equiparados a candidatos com relação

518
Autarquias Locais - Legislação Nacional
jurídica de emprego público por tempo ou reequilíbrio ou um aumento da dívida
indeterminado previamente estabelecida. municipal, o FAM pode fazer cessar a suspensão
referida no n.º 1 e exigir a elaboração de uma
Artigo 65.º-A proposta de PAM nos termos do artigo 23.º
Internalização e integração no município 5 - Em caso de recusa inicial ou cessação da
suspensão prevista no número anterior, o
1 - O limite da dívida total previsto no n.º 1 município tem um prazo de 90 dias para
do artigo 52.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de apresentar uma proposta de PAM.
setembro, não prejudica a assunção da dívida da 6 - Nas situações referidas no número
empresa local, no caso de integração ou anterior, o programa de saneamento financeiro
internalização da respetiva atividade ao abrigo ou reequilíbrio são substituídos pelo PAM.
dos artigos anteriores.
2 - Caso a integração ou internalização da Artigo 53.º
atividade cause a ultrapassagem do limite de Submissão ao programa de ajustamento
dívida referido no número anterior, o município municipal
fica obrigado ao cumprimento do disposto na
alínea a) do n.º 3 do artigo 52.º da Lei n.º 1 - No ano de 2014 e a partir do primeiro dia
73/2013, de 3 de setembro. do mês seguinte ao da entrada em vigor da
3 - Aos municípios que ultrapassem os fundos presente lei, o município pode, por sua iniciativa,
disponíveis e aumentem os seus pagamentos em efetuar um pedido de acesso ao FAM, desde que
atraso em resultado da assunção dos demonstre reunir as condições previstas no n.º
compromissos da empresa local cuja atividade 3 do artigo 58.º e no n.º 2 do artigo 61.º da Lei
tenha internalizado não é aplicável o disposto no n.º 73/2013, de 3 de setembro.
artigo 11.º da Lei n.º 8/2012, de 21 de 2 - Para efeitos do disposto no número
fevereiro, alterada pelas Leis n.os 20/2012, de anterior, o FAM solicita à DGAL a informação
14 de maio, 64/2012, de 20 de dezembro e 66- necessária à apreciação do pedido apresentado
B/2012, de 31 de dezembro.» pelo município.
3 - Para efeitos de prestação da informação
CAPÍTULO II ao FAM sobre os municípios que reúnam as
Disposições transitórias e finais condições previstas no n.º 3 do artigo 58.º e no
n.º 2 do 61.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de
Artigo 52.º setembro, é considerada a dívida total, conforme
Regime transitório aplicável a municípios previsto no n.º 2 do artigo 97.º da Lei n.º 83-
com programas de saneamento financeiro C/2013, de 31 de dezembro.
ou reequilíbrio em curso
Artigo 54.º
1 - O município em situação de rutura Instalação
financeira, relativamente ao qual tenham sido
aprovados planos de reequilíbrio ou saneamento 1 - No prazo de 15 dias, a contar da data da
financeiro anteriores à entrada em vigor da entrada em vigor da presente lei, os membros
presente lei, ou que tenha aderido ao Programa do Governo responsáveis pelas áreas das
de Apoio à Economia Local, aprovado pela Lei finanças e da administração local e a ANMP
n.º 43/2012, de 28 de agosto, pode solicitar ao indicam à DGAL os respetivos representantes na
FAM, no prazo de 30 dias, a contar do momento comissão de acompanhamento do FAM.
da verificação dos pressupostos previstos no n.º
2 do artigo 61.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de 2 - Após o decurso do prazo previsto no
setembro, mediante o preenchimento de número anterior, os representantes dos
formulário eletrónico a aprovar, para o efeito, membros do Governo responsáveis pelas áreas
pela direção executiva, a suspensão da das finanças e das autarquias locais convocam,
obrigação de apresentação da proposta de PAM. com a antecedência mínima de sete dias, os
2 - Efetuado o pedido previsto no número restantes membros da comissão de
anterior, o FAM tem 45 dias para aprovar a acompanhamento, para a primeira reunião deste
suspensão da obrigação de apresentação de órgão na qual, entre outros, se designa a
uma proposta de PAM. direção executiva.
3 - Em caso de aceitação, pelo FAM, do 3 - Até 45 dias após a entrada em vigor da
pedido de suspensão, o município presta, até presente lei, o Estado dota o FAM dos meios
final do mês de maio de cada ano seguinte, necessários ao seu funcionamento e às
informação ao FAM sobre o cumprimento dos necessidades relativas à assistência financeira.
planos de reequilíbrio ou saneamento financeiros 4 - Após a entrada em vigor da presente lei,
preexistentes. a DGAL promove todos os procedimentos
4 - Com base na informação recebida nos necessários à constituição e instalação da
termos do número anterior, ou qualquer outra direção executiva e da comissão de
transmitida pela DGAL que evidencie o acompanhamento.
incumprimento reiterado por parte do município
do respetivo programa de saneamento financeiro

519
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 55.º Artigo 56.º
Apoio transitório de urgência Entrada em vigor

1 - Até 30 de novembro de 2014, os A presente lei entra em vigor no dia seguinte


municípios que se encontrem em situação de ao da sua publicação.
rutura financeira, nos termos do n.º 2 do artigo
61.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro, e se
encontrem impossibilitados de cumprir
pontualmente as suas obrigações, podem
solicitar junto da DGAL um apoio financeiro de
urgência nos termos dos números seguintes.
2 - O apoio referido no número anterior tem
por limite o montante estritamente necessário
para fazer face às necessidades financeiras
imediatas do município pelo período máximo de
oito meses.
3 - O apoio a que se refere o n.º 1 visa
exclusivamente o pagamento de salários, a
ininterruptibilidade dos serviços públicos
essenciais e o cumprimento do serviço da dívida.
4 - A necessidade financeira referida no
número anterior corresponde ao montante da
respetiva despesa que não seja coberta pela
receita previsível do município no período
relevante.
5 - O município disponibiliza à DGAL toda a
informação e documentação necessárias à
fundamentação do pedido de apoio financeiro.
6 - A DGAL verifica e comunica aos membros
do Governo responsáveis pelas áreas das
finanças, do tesouro e da administração local, no
prazo de 10 dias úteis contados da receção do
pedido do município, o preenchimento dos
requisitos previstos nos números 1 a 4.
7 - O apoio financeiro é autorizado por
despacho dos membros do Governo
responsáveis pelas áreas das finanças, do
tesouro e da administração local.
8 - O apoio previsto no presente artigo é
concedido sob a forma de empréstimo da
Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) ao
município.
9 - Com a concessão da assistência financeira
prevista no capítulo IV da presente lei, o crédito
da DGTF sobre o município transfere-se
automaticamente para o FAM, que reembolsa a
DGTF pelo montante do crédito.
10 - Sem prejuízo do disposto no número
anterior, caso o respetivo PAM não seja
aprovado no prazo de 12 meses após a
concessão do apoio financeiro previsto neste
artigo, o município inicia o reembolso do
empréstimo à DGTF em 10 prestações
semestrais.
11 - Os limites legais de endividamento
aplicáveis ao município não prejudicam a
concessão do apoio financeiro previsto no
presente artigo.
12 - Aos municípios beneficiários do apoio
previsto neste artigo não se aplica o disposto no
artigo 52.º

520
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Portaria n.º 200/2004, de 16 de Janeiro


Índices de desenvolvimento social municipal de cada NUTS III e nacional

No âmbito da Lei das Finanças Locais, publicada pela Lei n.º 42/98, de 6 de
Agosto, e respectivas alterações, o apuramento do Fundo de Coesão Municipal,
que integra a participação dos municípios nos impostos do Estado, tem por base
o índice de desenvolvimento social (IDS).
Os IDS nacional, de cada município e de cada unidade de 3.º nível da
Nomenclatura das Unidades Territoriais para fins estatísticos (NUTS III), cuja
metodologia de construção consta do documento anexo ao referido diploma, têm
natureza censitária.
Na sequência do recenseamento da população levado a cabo no âmbito do
Censos 2001, foram apurados novos valores para o IDS, aos vários níveis, pelo
que importa actualizar a informação publicada pela Portaria n.º 995/98, de 25
de Novembro.
Nestes termos:
Manda o Governo, pelo Ministro das Cidades, Ordenamento do Território e
Ambiente, que sejam publicados os valores do índice de desenvolvimento social
acima referidos, conforme anexo à presente portaria.
16 de Janeiro de 2004. - O Ministro das Cidades, Ordenamento do Território
e Ambiente, Amílcar Augusto Contel Martins Theias.
Índice de desenvolvimento social
Nacional - 0,915

NUTS III - Municípios IDS


Minho-Lima 0,903
Arcos de Valdevez 0,852
Caminha 0,923
Melgaço 0,891
Monção 0,892
Paredes de Coura 0,877
Ponte da Barca 0,887
Ponte de Lima 0,904
Valença 0,891
Viana do Castelo 0,922
Vila Nova de Cerveira 0,899
Cávado 0,916
Amares 0,901
Barcelos 0,917
Braga 0,925
Esposende 0,916
Terras de Bouro 0,867
Vila Verde 0,895
Ave 0,918
Fafe 0,905
Guimarães 0,918
Póvoa de Lanhoso 0,896
Santo Tirso 0,925
Trofa 0,926
Vieira do Minho 0,885
Vila Nova de Famalicão 0,924
Vizela 0,918
Grande Porto 0,929
Espinho 0,933
Gondomar 0,929
Maia 0,932
Matosinhos 0,928
Porto 0,925
Póvoa de Varzim 0,924
Valongo 0,931
Vila do Conde 0,923
Vila Nova de Gaia 0,930
Tâmega 0,906

521
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Amarante 0,894
Baião 0,870
Cabeceiras de Basto 0,883
Castelo de Paiva 0,896
Celorico de Basto 0,870
Cinfães 0,877
Felgueiras 0,919
Lousada 0,924
Marco de Canaveses 0,910
Mondim de Basto 0,890
Paços de Ferreira 0,935
Paredes 0,919
Penafiel 0,911
Resende 0,845
Ribeira de Pena 0,862
Entre Douro e Vouga 0,920
Arouca 0,905
Oliveira de Azeméis 0,924
Santa Maria da Feira 0,920
São João da Madeira 0,937
Vale de Cambra 0,909
Douro 0,886
Alijó 0,873
Armamar 0,885
Carrazeda de Ansiães 0,866
Freixo de Espada à Cinta 0,859
Lamego 0,887
Mesão Frio 0,877
Moimenta da Beira 0,869
Penedono 0,876
Peso da Régua 0,872
Sabrosa 0,873
Santa Marta de Penaguião 0,890
São João da Pesqueira 0,889
Sernancelhe 0,885
Tabuaço 0,887
Tarouca 0,871
Torre de Moncorvo 0,872
Vila Flor 0,892
Vila Nova de Foz Côa 0,881
Vila Real 0,906
Alto Trás-os-Montes 0,880
Alfândega da Fé 0,879
Boticas 0,831
Bragança 0,893
Chaves 0,898
Macedo de Cavaleiros 0,896
Miranda do Douro 0,866
Mirandela 0,890
Mogadouro 0,873
Montalegre 0,854
Murça 0,876
Valpaços 0,860
Vila Pouca de Aguiar 0,882
Vimioso 0,856
Vinhais 0,871
Baixo Vouga 0,924
Águeda 0,922
Albergaria-a-Velha 0,923
Anadia 0,916
Aveiro 0,935
Estarreja 0,917
Ílhavo 0,940
Mealhada 0,920
Murtosa 0,914

522
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Oliveira do Bairro 0,910
Ovar 0,925
Sever do Vouga 0,900
Vagos 0,903
Baixo Mondego 0,919
Cantanhede 0,912
Coimbra 0,922
Condeixa-a-Nova 0,913
Figueira da Foz 0,914
Mira 0,896
Montemor-o-Velho 0,902
Penacova 0,908
Soure 0,890
Pinhal Litoral 0,924
Batalha 0,916
Leiria 0,931
Marinha Grande 0,933
Pombal 0,900
Porto de Mós 0,912
Pinhal Interior Norte 0,904
Alvaiázere 0,876
Ansião 0,891
Arganil 0,903
Castanheira de Pêra 0,906
Figueiró dos Vinhos 0,900
Góis 0,886
Lousã 0,930
Miranda do Corvo 0,919
Oliveira do Hospital 0,905
Pampilhosa da Serra 0,846
Pedrógão Grande 0,863
Penela 0,903
Tábua 0,897
Vila Nova de Poiares 0,908
Pinhal Interior Sul 0,881
Mação 0,887
Oleiros 0,857
Proença-a-Nova 0,882
Sertã 0,878
Vila de Rei 0,899
Dão-Lafões 0,903
Aguiar da Beira 0,864
Carregal do Sal 0,902
Castro Daire 0,874
Mangualde 0,905
Mortágua 0,894
Nelas 0,923
Oliveira de Frades 0,885
Penalva do Castelo 0,865
Santa Comba Dão 0,915
São Pedro do Sul 0,895
Sátão 0,894
Tondela 0,900
Vila Nova de Paiva 0,873
Viseu 0,918
Vouzela 0,889
Serra da Estrela 0,905
Fornos de Algodres 0,883
Gouveia 0,904
Seia 0,904
Beira Interior Norte 0,888
Almeida 0,874
Celorico da Beira 0,875
Figueira de Castelo Rodrigo 0,889
Guarda 0,902

523
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Manteigas 0,907
Meda 0,873
Pinhel 0,879
Sabugal 0,861
Trancoso 0,865
Beira Interior Sul 0,880
Castelo Branco 0,897
Idanha-a-Nova 0,835
Penamacor 0,836
Vila Velha de Ródão 0,872
Cova da Beira 0,899
Belmonte 0,880
Covilhã 0,904
Fundão 0,885
Oeste 0,910
Alcobaça 0,913
Alenquer 0,900
Arruda dos Vinhos 0,904
Bombarral 0,905
Cadaval 0,904
Caldas da Rainha 0,912
Lourinhã 0,894
Mafra 0,924
Nazaré 0,911
Óbidos 0,900
Peniche 0,909
Sobral de Monte Agraço 0,904
Torres Vedras 0,908
Grande Lisboa 0,932
Amadora 0,924
Cascais 0,942
Lisboa 0,926
Loures 0,929
Odivelas 0,933
Oeiras 0,940
Sintra 0,938
Vila Franca de Xira 0,935
Península de Setúbal 0,928
Alcochete 0,919
Almada 0,932
Barreiro 0,923
Moita 0,927
Montijo 0,909
Palmela 0,912
Seixal 0,938
Sesimbra 0,930
Setúbal 0,921
Médio Tejo 0,918
Abrantes 0,913
Alcanena 0,918
Constância 0,901
Entroncamento 0,943
Ferreira do Zêzere 0,893
Sardoal 0,911
Tomar 0,919
Torres Novas 0,917
Vila Nova da Barquinha 0,917
Ourém 0,918
Lezíria do Tejo 0,903
Almeirim 0,894
Alpiarça 0,887
Azambuja 0,900
Benavente 0,923
Cartaxo 0,923
Chamusca 0,897

524
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Coruche 0,851
Golegã 0,906
Rio Maior 0,904
Salvaterra de Magos 0,886
Santarém 0,918
Alentejo Litoral 0,867
Alcácer do Sal 0,869
Grândola 0,872
Odemira 0,835
Santiago do Cacém 0,885
Sines 0,882
Alto Alentejo 0,885
Alter do Chão 0,881
Arronches 0,851
Avis 0,865
Campo Maior 0,891
Castelo de Vide 0,863
Crato 0,880
Elvas 0,900
Fronteira 0,848
Gavião 0,864
Marvão 0,845
Monforte 0,853
Mora 0,875
Nisa 0,877
Ponte de Sor 0,881
Portalegre 0,899
Alentejo Central 0,898
Alandroal 0,847
Arraiolos 0,892
Borba 0,883
Estremoz 0,882
Évora 0,920
Montemor-o-Novo 0,886
Mourão 0,874
Portel 0,858
Redondo 0,875
Reguengos de Monsaraz 0,891
Sousel 0,875
Vendas Novas 0,909
Viana do Alentejo 0,884
Vila Viçosa 0,893
Baixo Alentejo 0,877
Aljustrel 0,875
Almodôvar 0,827
Alvito 0,877
Barrancos 0,894
Beja 0,907
Castro Verde 0,890
Cuba 0,879
Ferreira do Alentejo 0,869
Mértola 0,838
Moura 0,874
Ourique 0,832
Serpa 0,864
Vidigueira 0,878
Algarve 0,906
Albufeira 0,919
Alcoutim 0,802
Aljezur 0,860
Castro Marim 0,868
Faro 0,917
Lagoa 0,912
Lagos 0,914
Loulé 0,907

525
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Monchique 0,847
Olhão 0,901
Portimão 0,915
São Brás de Alportel 0,921
Silves 0,890
Tavira 0,891
Vila do Bispo 0,888
Vila Real de Santo António 0,922
Região Autónoma dos Açores 0,910
Angra do Heroísmo 0,913
Calheta 0,890
Corvo 0,925
Horta 0,912
Lagoa 0,902
Lajes das Flores 0,914
Lajes do Pico 0,920
Madalena 0,921
Nordeste 0,903
Ponta Delgada 0,915
Povoação 0,891
Ribeira Grande 0,898
Santa Cruz da Graciosa 0,889
Santa Cruz das Flores 0,907
São Roque do Pico 0,920
Velas 0,917
Vila da Praia da Vitória 0,910
Vila do Porto 0,904
Vila Franca do Campo 0,880
Região Autónoma da Madeira 0,895
Calheta 0,861
Câmara de Lobos 0,877
Funchal 0,912
Machico 0,893
Ponta do Sol 0,864
Porto Moniz 0,860
Porto Santo 0,904
Ribeira Brava 0,842
Santa Cruz 0,909
Santana 0,838
São Vicente 0,857

526
CONTRATOS – PROGRAMA
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Decreto-Lei n.º 384/87, de 24 de Dezembro 2 - A celebração de contratos-programa
Estabelece o regime de celebração de enquadra-se no sistema de incentivos
contratos-programa de natureza sectorial orientadores de investimentos públicos de
ou plurissectorial no âmbito da cooperação âmbito municipal e supramunicipal, no quadro
técnica e financeira entre a administração dos objectivos de política de desenvolvimento
central e um ou mais municípios, local, regional e sectorial.
associações de municípios ou empresas 3 - Os contratos-programa têm por objecto a
concessionárias destes execução de um projecto ou conjunto de
(Com as alterações introduzidas pelos Decretos- projectos de investimentos que, envolvendo
Leis n.os 157/90, de 17 de maio e 319/2001, de técnica e financeiramente um ou mais
10 de dezembro) municípios e departamentos da administração
central, resultem de um processo de decisão
A Lei n.º 1/87, de 6 de Janeiro, no seu artigo colegial dos órgãos municipais e respeitem as
14.º, comete ao Governo a definição, através de regras e condições fixadas no presente diploma.
decreto-lei dos princípios e regras orientadores 4 - No caso de o objecto do contrato-
dos sistemas financeiros de apoio ao programa incluir a execução de projectos de que
desenvolvimento regional e local no quadro da possam beneficiar entidades privadas ou
cooperação técnica e financeira entre o Governo empresas públicas, podem estas ser admitidas
e as autarquias locais. como partes contratantes.
Também o Decreto-Lei n.º 77/84, de 8 de
Março, prevê o exercício de competências em Artigo 2.º
regime de colaboração entre o Governo e as Iniciativa e responsabilidade de execução
autarquias locais.
O presente decreto-lei procede à definição 1 - A iniciativa de propositura de contratos-
das condições para a participação do Estado no programa plurissectoriais cabe às comissões de
financiamento de projectos de investimento da coordenação regional (CCR) e os de âmbito
responsabilidade dos diferentes níveis da sectorial aos municípios ou aos departamentos
Administração Pública, através da celebração de sectoriais da administração central, devendo
contratos-programa e de acordos de privilegiar-se as soluções intermunicipais,
colaboração. sempre que se revelem técnica e
A necessidade de adoptar medidas economicamente mais correctas.
articuladas aconselha a que a cooperação 2 - A responsabilidade de execução dos
técnica e financeira entre o Governo e as empreendimentos compete à entidade
autarquias locais no domínio do designada como dono da obra pelos subscritores
desenvolvimento regional e local privilegie os do contrato-programa.
projectos das autarquias locais incluídos em
programas integrados de desenvolvimento Artigo 3.º
regional e programas de reordenamento do Objecto
litoral, ou incluídos em outros tipos de
programas com carácter integrado, Os contratos-programa têm por objecto a
preferentemente no quadro da cooperação realização de investimentos nas seguintes áreas:
intermunicipal.
a) Saneamento básico, compeendendo
Assim, ao abrigo do artigo 14.º da Lei n.º
sistemas de captação, adução e
1/87, de 6 de Janeiro:
armazenagem de água, excluindo a
O Governo decreta, nos termos do disposto
rede domiciliária; sistemas de recolha,
na alínea a) do n.º 1 do artigo 201.º da
transporte e tratamento de resíduos
Constituição, o seguinte:
sólidos e sistemas de águas residuais;
b) Ambiente e recursos naturais, visando
CAPÍTULO I
a execução de aproveitamentos
Disposições gerais relativas a contratos-
hidráulicos, a manutenção e
programa
recuperação das margens naturais das
linhas de água e obras de regularização
Artigo 1.º
de pequenos cursos de água, a
Âmbito
instalação de sistemas de despoluição
ou redução de cargas poluentes do
1 - O presente diploma estabelece o regime
ambiente e a protecção e conservação
de celebração de contratos-programa de
na Natureza;
natureza sectorial ou plurissectorial no âmbito
c) Infra-estruturas de transportes,
da cooperação técnica e financeira entre a
incluindo a construção e reparação da
administração central e um ou mais municípios,
rede viária, e respectivo equipamento;
associações de municípios ou empresas
d) Infra-estruturas e equipamento de
concessionárias destes que exerçam a sua
comunicações;
actividade no domínio dos sectores definidos no
e) Cultura, tempos livres e desporto;
artigo 3.º (Redacção dada pelo Decreto-Lei n.º
319/2001 de 10 de dezembro)

529
Autarquias Locais - Legislação Nacional
f) Educação, ensino e formação Análise do carácter complementar
profissional; (Alteração introduzida dos empreendimentos em
pelo Decreto-Lei n.º 157/90, de 17 de articulação com outros de
maio) iniciativa pública ou privada;
g) Juventude, através da criação de b) Estudos e projectos técnicos já
infra-estruturas necessárias para elaborados e pareceres sobre os
apoiar os jovens; mesmos emitidos pelas entidades com
h) Protecção civil, incluindo quartéis de atribuições nos domínios em causa;
bombeiros e equipamentos de c) Identificação das potenciais entidades
prevenção e apoio à luta contra contratantes;
incêndios; d) Titularidade dos bens patrimoniais e
i) Habitação social; dos equipamentos públicos a construir;
j) Promoção do desenvolvimento e) Identificação das entidades gestoras
económico, incluindo infra-estruturas dos sistemas a construir, respectivo
de apoio ao investimento produtivo; estatuto jurídico, ou proposta para a
l) Construção, reconstrução ou grandes sua criação, caracterizando a solução
reparações de edifícios sede de preconizada;
municípios cujo investimento revista f) Estimativa dos volumes anuais do
carácter urgente, tendo em vista investimento, face ao calendário
assegurar a funcionalidade dos órgãos previsto para a execução dos
municipais e a dignidade do exercício projectos;
do poder local; g) Estimativa, quando aplicável, dos
m) Saúde e Segurança Social. (Aditado fluxos financeiros de receita e despesa
pelo Decreto-Lei n.º 157/90, de 17 de anualmente gerados, a partir do início
maio) da exploração das infra-estruturas ou
equipamentos;
CAPÍTULO II h) Proposta de modelo de financiamento,
Contratos-programa plurissectoriais abrangendo as fases de primeiro
investimento e exploração.
Artigo 4.º
Apresentação de propostas Artigo 6.º
Admissibilidade e financiamento
As propostas de contrato-programa da
iniciativa das CCR são apresentadas aos 1 - Na celebração de contratos-programa
departamentos de planeamento dos sectores para a realização de investimentos só serão
envolvidos e aos municípios interessados para consideradas as propostas que cumpram
parecer, a emitir no prazo de 60 dias. cumulativamente os seguintes requisitos:
a) Localizarem-se os projectos em áreas
Artigo 5.º
abrangidas por plano director municipal
Conteúdo das propostas
plenamente eficaz;
b) Ser o custo global de investimento
Sem prejuízo das adaptações devidas à
igual ou superior a 25% das verbas
natureza dos investimentos em causa, as
atribuídas, a título de transferências de
propostas deverão integrar os seguintes
capital do Fundo de Equilíbrio
elementos:
Financeiro, constante do último
a) Relatório de apresentação do Orçamento do Estado, ao município ou
empreendimento que contemple os conjunto de municípios.
seguintes aspectos:
2 - A colaboração financeira da administração
Memória descritiva e justificativa
central no custo total dos investimentos
das soluções preconizadas;
incluídos em contratos-programa, quando a
Objectivos dos projectos e
mesma não for designada dono da obra, não
quantificação dos resultados, em
abrange os encargos resultantes de trabalhos a
termos de população servida e dos
mais, erros ou omissões.
efeitos produzidos, nomeadamente
3 - Nos investimentos objecto de contrato-
no âmbito sócio-económico;
programa da competência da administração
Cálculo, medições e descrição
local, a participação financeira da administração
técnica necessária à sua
central poderá atingir 60% dos respectivos
apreciação;
custos totais.
Planta de localização;
4 - No caso dos investimentos previstos no
Programação física e financeira;
número anterior, a participação financeira da
Importância do projecto no contexto
administração central poderá atingir 80% se os
regional, sub-regional ou local,
projectos forem abrangidos pelo disposto nas
face aos actuais níveis médios de
satisfação dos objectivos a atingir;

530
Autarquias Locais - Legislação Nacional
alíneas a), c) e d) do n.º 2 do artigo 14.º da Lei execução dos investimentos ou das acções que
n.º 1/87, de 6 de Janeiro. constituem o objecto do contrato.
5 - A participação da administração central
pode atingir 90% quando os investimentos Artigo 11.º
resultem da iniciativa dos seus departamentos Resolução dos contratos-programa
ou não sejam da competência exclusiva dos
municípios. 1 - Qualquer dos contraentes poderá resolver
o contrato-programa quando ocorra alguma das
Artigo 7.º cláusulas de resolução nele previstas.
Celebração dos contratos-programa 2 - Resolvido um contrato-programa, das
eventuais propostas de celebração de novo
1 - Os contratos-programa são celebrados contrato para realização, total ou parcial, de
entre as entidades referidas no artigo 1.º deste projectos de investimento abrangidos pelo
diploma depois de os investimentos serem primeiro deverá constar relatório detalhado das
aprovados e dotados pelo Orçamento do Estado causas que motivaram a sua resolução e
e incluídos no plano de actividades e orçamento responsabilidades de cada uma das partes pelo
dos municípios. seu não cumprimento.
2 - Os contratos-programa celebrados ao
abrigo deste diploma, bem como as suas Artigo 12.º
revisões, serão publicados na 2.ª série do Diário Norma financeira
da República, não carecendo de visto do Tribunal
de Contas. 1 - Serão anualmente inscritas no Orçamento
do Estado as verbas necessárias para assegurar
Artigo 8.º a participação financeira da administração
Coordenação central na execução dos projectos de
investimento objecto de contratos-programa.
Compete às CCR a coordenação da realização 2 - As verbas destinadas à celebração de
dos empreendimentos de âmbito plurissectorial. contratos-programa devem ser devidamente
autonomizadas e discriminadas pelos programas
Artigo 9.º correspondentes aos sectores mencionados no
Conteúdo dos contratos-programa artigo 3.º deste diploma, e por
empreendimento, com indicação expressa dos
1 - Os contratos-programa devem ter o municípios a que respeitem.
seguinte conteúdo: 3 - Excluem-se da aplicação do disposto no
n.º 2 os investimentos objecto de inscrição em
a) Objecto do contrato;
programa integrado de desenvolvimento
b) Período de vigência do contrato, com
regional, ou de qualquer outro programa
as datas dos respectivos início e termo;
integrado, desde que as respectivas verbas
c) Direitos e obrigações das partes
neles figurem discriminadas autonomamente no
contratantes;
PIDDAC, por empreendimento e por município.
d) Definição dos instrumentos
4 - O processamento da participação
financeiros utilizáveis;
financeira da administração central será
e) Quantificação da responsabilidade de
efectuado, pelo organismo público em cujo
financiamento de cada uma das partes;
orçamento se inscrevem as dotações, a favor do
f) Estrutura de acompanhamento e
dono da obra após publicação do contrato-
controle da execução do contrato;
programa e mediante a apresentação de autos
g) Penalizações face a situações de
de medição, ou de pedidos de adiantamento,
incumprimento por qualquer das partes
visados pela respectiva CCR, no caso em que o
contratantes.
município. é o dono da obra.
2 - As alterações dos contratos-programa
requerem o acordo de todos os contraentes, Artigo 13.º
excepto se o próprio contrato o dispensar. Apoio técnico

Artigo 10.º 1 - As CCR poderão fornecer apoio técnico


Revisão dos contratos-programa supletivo, quando solicitado pelas partes
contratantes, em todas as fases de preparação,
Ocorrendo desactualização dos calendários de selecção e aprovação dos projectos, bem como
realização originada pela alteração anormal e de todas as operações relativas ao seu
imprevisível das circunstâncias que financiamento.
determinaram os termos do contrato-programa, 2 - Poderão ainda as CCR promover as
ou face a quaisquer outras consequências necessárias diligências para o estabelecimento
provenientes daquela alteração, deverá ser da colaboração dos serviços centrais ou
proposta a sua revisão pela parte que, nos periféricos da administração central,
termos do contrato, seja responsável pela designadamente para efeitos de apoio na
elaboração de projectos técnicos, obtenção de

531
Autarquias Locais - Legislação Nacional
projectos tipo, planeamento e dimensionamento entre municípios e departamentos da
de redes e na execução dos empreendimentos administração central para a realização de
de maior complexidade. empreendimentos de natureza sectorial e que,
relevando exclusivamente do âmbito da
Artigo 14.º competência de um departamento e de um
Acompanhamento e relatórios de execução município, não se revistam de complexidade,
custo e duração de execução justificativos da
Cada CCR elaborará relatórios anuais e finais elaboração de um contrato-programa.
de síntese, que remeterá ao Ministério do 2 - Na celebração de acordos de colaboração
Planeamento e da Administração do Território, só serão consideradas as propostas relativas a
através da Direcção-Geral da Administração projectos que se localizem em áreas abrangidas
Autárquica, ficando as partes envolvidas por plano director municipal plenamente eficaz.
obrigadas a fornecer a informação necessária.
CAPÍTULO V
CAPÍTULO III Disposições finais e transitórias
Contratos-programa sectoriais
Artigo 18.º
Artigo 15.º Aplicação às regiões autónomas
Apresentação de propostas
A aplicação do disposto no presente diploma
1 - As propostas de contratos-programa da às regiões autónomas fica dependente da
iniciativa de departamentos da administração publicação de decreto das respectivas
central serão apresentadas pelos respectivos assembleias regionais.
departamentos sectoriais de planeamento aos
municípios, após parecer da CCR da área em Artigo 19.º
que o projecto se desenvolve, a emitir no prazo Disposições finais
máximo de 30 dias.
2 - As propostas de contrato-programa da 1 - Mantêm-se em vigor os diplomas que
iniciativa de municípios serão apresentadas aos estabelecem modalidades ou regimes específicos
departamentos sectoriais da administração de cooperação entre a administração central e
central envolvidos, após emissão de parecer da as autarquias locais.
CCR da área em que o projecto se desenvolve, a 2 - Mantêm-se também válidos todos os
emitir no prazo máximo de 30 dias. contratos-programa ou equiparados
anteriormente celebrados, não se lhes aplicando
Artigo 16.º as disposições contidas no presente diploma.
Regulamentação
Artigo 20.º
1 - A definição dos critérios e das prioridades Disposições transitórias
de cada sector de investimento, para efeitos de
apresentação e selecção de candidaturas a 1 - Até 1 de Janeiro de 1992 poderão ser
contratos-programa, será fixada por despacho celebrados contratos-programa, plurissectoriais
normativo do respectivo ministro da tutela. ou sectoriais, e acordos de colaboração ainda
2 - A celebração de contratos-programa que os respectivos projectos se localizem em
sectoriais rege-se pelo disposto nos artigos 5.º a áreas não abrangidas por planos directores
7.º e 9.º a 14.º do presente diploma. municipais plenamente eficazes.
2 - Até à data referida no número anterior, a
participação financeira da administração central
CAPÍTULO IV em projectos que se localizam em áreas
Acordos de colaboração abrangidas por plano director municipal
plenamente eficaz objecto de contrato-programa
Artigo 17.º pode atingir 80%.
Acordos de colaboração

1 - Poderão ainda ser celebrados acordos de


colaboração nos domínios técnico e financeiro

532
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Decreto-Lei n.º 219/95, de 30 de Agosto
Estabelece o regime de celebração de
contratos-programa e de acordos de
colaboração de natureza sectorial no âmbito
da cooperação técnica e financeira entre o
Estado e as freguesias

A Lei das Finanças Locais prevê a definição de


sistemas de apoio para o desenvolvimento regional e
local, no âmbito da cooperação técnica e financeira
entre o Governo e as autarquias locais.
O Decreto-Lei n.º 384/87, de 24 de Dezembro, que
regula a celebração de contratos-programa e de
acordos de cooperação de natureza sectorial ou
plurissectorial entre a administração central e os
municípios, constituiu uma das concretizações da
previsão legal referida.
Mais recentemente, a Resolução do Conselho de
Ministros n.º 23/94, de 14 de Abril, veio reforçar as
vias de cooperação técnica e financeira com o poder
local, ao regular os protocolos de modernização
administrativa.
O reconhecimento da experiência colhida com a
aplicação dos sistemas de apoio definidos e da validade
dos resultados alcançados permite que se avance no
processo e se reforce a linha de orientação
oportunamente traçada.
O presente diploma alarga, portanto, às freguesias o
regime de cooperação técnica e financeira entre o
Estado e as autarquias locais.
Foi ouvida a Associação Nacional de Municípios
Portugueses.
Assim:
No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido
pela Lei n.º 1/87, de 6 de Janeiro, e nos termos do
disposto na alínea c) do n.º 1 do artigo 201.º da
Constituição, o Governo decreta o seguinte:
Artigo 1.º - 1 - O presente diploma estabelece o
regime de celebração de contratos-programa e de
acordos de colaboração de natureza sectorial no âmbito
da cooperação técnica e financeira entre o Estado e as
freguesias.
2 - Os contratos-programa e os acordos de
colaboração têm por objecto a execução de projectos
de investimento que se compreendam no âmbito das
competências das freguesias.
3 - A iniciativa de propositura de contratos-
programa ou acordos de colaboração cabe às
freguesias, sendo privilegiados os investimentos e
acções interfreguesias.
Art. 2.º - 1 - A definição dos critérios e das
prioridades de cada sector de investimento, para efeitos
de apresentação de candidaturas das freguesias a
contratos-programa ou de acordos de colaboração, é
fixada, em cada ano, por despacho conjunto do Ministro
do Planeamento e da Administração do Território e do
ministro responsável pelo sector do investimento em
causa.
2 - Os critérios para a determinação da participação
financeira do Estado são igualmente fixados no
despacho referido no número anterior.
Art. 3.º A tudo quanto não esteja expressamente
regulado no presente diploma aplica-se, com as
necessárias adaptações, o Decreto-Lei n.º 384/87, de
24 de Dezembro.

533
Autarquias Locais - Legislação Nacional

534
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Despacho Normativo n.º 66/88, de 9 de a) Número e características dos


Agosto municípios envolvidos, dimensão e
Estabelece um regulamento para situação da população servida;
apresentação e selecção das candidaturas b) Dimensão e gravidade da situação
a contratos-programa nas áreas do que o projecto visa corrigir;
saneamento básico, ambiente e recursos c) Viabilidade e compatibilização dos
naturais modelos de financiamento propostos e,
designadamente, a potencialidade de o
Nos termos do Decreto-Lei n.º 384/87, de 24 empreendimento projectado gerar
de Dezembro, a apresentação e selecção das receitas que permitam suportar os
candidaturas a contratos-programa dependem custos de manutenção e de exploração
da definição, por despacho normativo do e possibilitem a reintegração dos
respectivo ministro da tutela, dos critérios e investimentos;
prioridades de cada sector de investimento. d) Articulação com outros programas da
Considerando que se prevê que as áreas do administração central;
saneamento básico, ambiente e recursos e) Complexidade do projecto proposto,
naturais virão a conhecer numerosos pedidos de no sentido de abranger e integrar
aplicação daquela figura, determina-se, ao várias soluções;
abrigo do n.º 1 do artigo 16.º do Decreto-Lei n.º f) Tratar-se de projecto complementar
384/87, de 24 de Dezembro, o seguinte de outro já anteriormente realizado,
regulamento para apresentação e selecção das concorrendo, assim, para soluções
candidaturas a contratos-programa nas áreas do integradas;
saneamento básico, ambiente e recursos g) Fase do processo em que se encontre
naturais: o projecto, abrangendo a sua
aprovação ou o início da sua execução.
SECÇÃO I
Art. 2.º As propostas de contratos-programa
Fase de candidatura
serão da responsabilidade das câmaras
municipais, dos departamentos sectoriais da
Artigo 1.º - 1 - Nas áreas do saneamento
administração central dependentes da Secretaria
básico, ambiente e recursos naturais, a selecção
de Estado do Ambiente e dos Recursos Naturais
de candidaturas à celebração de contratos-
e das comissões de coordenação regional
programa, sectoriais ou plurissectoriais, deverá
(CCRs).
ter em conta os seguintes elementos:
Art. 3.º - 1 - Na fase de candidatura utilizar-
a) Enquadrar-se nos objectivos e se-á o procedimento seguinte:
estratégias sectoriais e regionais
a) Até 21 de Maio, as CCRs, após a
superiormente definidos;
recolha de todas as propostas de
b) Integrar-se em programa de
contratos-programa da sua área,
desenvolvimento regional, operação
entregarão as referidas candidaturas
integrada de desenvolvimento, áreas
devidamente escalonadas por
de actuação de programas integrados
prioridades aos organismos com
de desenvolvimento, áreas protegidas,
responsabilidade sectorial sobre as
planos directores municipais ou outros
mesmas, sem prejuízo do
programas de ordenamento;
estabelecimento de contactos
c) Tratar-se de uma solução
anteriores entre os municípios, as CCRs
intermunicipal, ou sub-regional,
e os mesmos organismos;
sempre que tal se revele técnica e
b) Os referidos organismos enviarão ao
economicamente mais correcto;
Gabinete de Estudos e Planeamento da
d) Compreender acções articuladas de
Administração do Território (GEPAT),
despoluição, no âmbito de bacias ou
até 15 de Junho, as candidaturas a
sub-bacias hidrográficas, envolvendo
contratos-programa, mencionando as
diversos agentes poluidores e
prioridades que lhes atribuem, tendo
utilizadores;
em vista o artigo 1.º deste despacho;
e) Abranger a recuperação de infra-
c) As entidades proponentes instruirão
estruturas de saneamento básico e de
as candidaturas com os elementos
barragens de usos múltiplos,
referidos na alínea a) do artigo 5.º do
contribuindo para a preservação do
Decreto-Lei n.º 384/87, de 24 de
património público e para melhoria dos
Dezembro, com excepção dos cálculos
serviços prestados à população.
e medições, e, designadamente, com
2 - A selecção de candidaturas deve ainda, os elementos seguintes:
complementarmente, considerar os aspectos
Memória descritiva e justificativa
seguintes:
das soluções preconizadas;

535
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Objectivos dos projectos e b) As CCRs darão conhecimento do seu
quantificação dos resultados, parecer às direcções-gerais
em termos de população sectorialmente competentes e ao
servida e dos efeitos GEPAT;
produzidos, nomeadamente no c) A direcção-geral competente analisará
âmbito sócio-económico; o processo, sobre ele emitindo parecer,
Descrição técnica sumária da que enviará ao GEPAT, atendendo à
solução proposta; sua dupla qualidade de:
Planta de localização;
Entidade financiadora,
Programação física e financeira
apreciando as soluções técnicas
indicativa;
e aprovando os projectos;
Importância do projecto no
Entidade gestora da política
contexto regional, sub-regional
sectorial, estabelecendo
ou local face aos actuais níveis
prioridades e verificando as
médios de satisfação dos
condições técnicas dos
objectivos a atingir;
projectos.
Análise do carácter
complementar dos 2 - Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do
empreendimentos face a outros artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 384/87, só serão
de iniciativa pública ou privada. celebrados os contratos-programa relativos a
investimentos que disponham, na parte
2 - Será condição de admissibilidade da
predominante das suas obras, de projectos de
candidatura a apresentação de, pelo menos, um
execução concluídos e aprovados pelas
estudo prévio das implicações da solução
entidades competentes.
proposta.
Art. 8.º O GEPAT, em colaboração com a
Art. 4.º O GEPAT analisará as candidaturas
direcção-geral competente, avaliará o modelo
apresentadas com os organismos proponentes e
financeiro e suas alternativas e submeterá à
apresentará superiormente proposta indicativa
aprovação superior os aspectos essenciais do
da sua inclusão em plano, no que respeita às
contrato-programa.
componentes da responsabilidade dos órgãos da
Art. 9.º A direcção-geral competente, face às
administração central.
orientações aprovadas e atendendo ao disposto
Art. 5.º A apreciação pelo GEPAT será feita
no artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 384/87,
tendo em consideração:
preparará a minuta de contrato-programa, que
a) O enquadramento das propostas submeterá a parecer prévio do GEPAT, da CCR
apresentadas nas políticas sectoriais e respectiva e das entidades contratantes antes de
regionais superiormente definidas; a propor à aprovação ministerial.
b) O equilíbrio intersectorial e inter-
regional das propostas, tendo como SECÇÃO III
objectivo evitar assimetrias a nível Disposições finais e transitórias
nacional;
c) As disponibilidades orçamentais. Art. 10.º As disposições contidas neste
despacho normativo são aplicáveis, com as
Art. 6.º As entidades proponentes das
devidas adaptações, à celebração dos acordos
candidaturas aprovadas deverão promover a sua
de colaboração mencionados no artigo 17.º do
inscrição nos planos de investimento
Decreto-Lei n.º 384/87.
pertinentes.

SECÇÃO II
Negociação e celebração de contratos-
programa

Art. 7.º - 1 - As entidades com candidaturas


incluídas em plano serão solicitadas a completar
os elementos inicialmente enviados, nos termos
do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 384/87, de
acordo com os seguintes trâmites processuais:
a) Os processos, devidamente instruídos,
deverão ser enviados pelas respectivas
entidades proponentes aos organismos
sectoriais competentes e à CCR da área
em que o projecto se desenvolve, para
parecer;

536
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Despacho Normativo n.º 184/93, de 6 de 2 - A determinação da prioridade a conferir a
Agosto cada candidatura faz-se através do somatório
Define os critérios e as prioridades de cada das pontuações atribuídas às variáveis
sector de investimento, para efeitos de discriminadas no n.º 1.
apresentação e selecção de candidaturas a 3 - Às prioridades enunciadas nas alíneas a)
contratos-programas sobre edifícios sede a d) do n.º 1 é atribuída a pontuação de,
de municípios respectivamente, 12, 10, 8 e 6.
4 - Ao esforço financeiro despendido pelo
A preocupação de assegurar adequadas município, medido nos termos da alínea e) do
condições de dignidade e funcionalidade no n.º 1, é atribuída a pontuação de 4, 6 ou 8,
exercício do poder local levou a que fosse consoante o custo do empreendimento em
considerada como objecto possível da relação ao FEF capital se situe, respectivamente,
cooperação técnica e financeira entre a abaixo dos 50%, entre os 50% e os 75%, ou
administração central e a administração local, acima dos 75%.
pela via da celebração de contratos-programas 5 - À taxa de variação demográfica referida
ao abrigo do Decreto-Lei n.º 384/87, de 24 de na alínea f) do n.º 1 é atribuída a pontuação de
Dezembro, a realização de investimentos na 2, 4 ou 6, consoante seja negativa, se situe
área da construção, reconstrução ou grandes entre 0% e 5% ou ultrapasse 5%.
reparações de edifícios sede de municípios que 6 - A construção do edifício novo só pode ser
revistam carácter de urgência. objecto de comparticipação financeira quando,
O artigo 16.º, n.º 1, do citado Decreto-Lei n.º comprovadamente, se revele económica, física
384/87 determina, por seu turno, que será ou funcionalmente inviável a solução da
fixada por despacho normativo do respectivo reconstrução ou reparação do edifício existente.
ministro da tutela a definição dos critérios e das 7 - Só são admissíveis candidaturas com
prioridades de cada sector de investimento, para orçamento devidamente actualizado à data da
efeitos de apresentação e selecção de sua apresentação e integrando a totalidade das
candidaturas a contratos-programas. despesas previstas, ainda que o investimento se
Importando, agora, reformular o Despacho realize por fases.
Normativo n.º 57/88, de 19 de Julho, à luz da 8 - Só pode haver lugar a comparticipação
experiência entretanto colhida na aplicação dos financeira nos casos em que o custo global do
critérios nele consagrados, determina-se o investimento não ultrapasse os 400000 contos.
seguinte: 9 - O montante máximo de comparticipação
1 - As prioridades a observar na celebração financeira do Estado é fixado de acordo com o
de contratos-programas sobre edifícios sede de seguinte escalonamento:
municípios são as seguintes:
a) 100000 contos nos municípios com
a) Insegurança e ou estado de menos de 10000 eleitores;
degradação das instalações; b) 110000 contos nos municípios com
b) Valor histórico e arquitectónico dos mais de 10000 e menos de 40000
edifícios sede a reconstruir ou reparar eleitores;
ou escolhidos para instalar as novas c) 120000 contos nos municípios com
sedes; 40000 ou mais eleitores.
c) Existência de plano de pormenor para
a área envolvente do edifício;
d) Dispersão dos serviços camarários e
sua incidência sobre os níveis de
resposta técnica e administrativa aos
problemas do município, desde que a
nova solução resulte em redução do
número de instalações autónomas;
e) Esforço financeiro despendido pelo
município, medido pela relação entre o
custo global do empreendimento e o
montante das verbas atribuídas ao
município, a título de transferências de
capital, provenientes do Fundo de
Equilíbrio Financeiro (FEF), constante
do último Orçamento do Estado;
f) Taxa de variação demográfica
observada no município entre os dois
últimos recenseamentos eleitorais
intercalados de cinco anos.

537
Autarquias Locais - Legislação Nacional

538
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Despacho Normativo n.º 35/96, de 16 de ou sua integração em centros


Setembro históricos;
Reformula o Despacho Normativo n.º c) Outras situações devidamente
184/93, de 6 de Agosto, que define os fundamentadas pelo município.
critérios e as prioridades de cada sector de
3 - São igualmente levadas em consideração,
investimento para efeitos de apresentação
em qualquer caso, as seguintes circunstâncias:
e selecção de candidaturas a contratos-
programa sobre edifícios sede de a) Dispersão dos serviços camarários e a
municípios sua incidência sobre os níveis de
resposta, desde que a nova solução
No sentido de assegurar a funcionalidade e a resulte em redução do número de
dignidade do exercício do poder local, a instalações autónomas e em benefício
construção, reconstrução ou grandes reparações para os municípes;
de edifícios sede de municípios, cujo b) Esforço financeiro despendido pelo
investimento revista carácter urgente, constitui município, medido pela relação entre o
uma das áreas a privilegiar no âmbito da custo global do investimento e o
cooperação técnica e financeira entre as montante das verbas anualmente
administrações central e local, através da atribuídas ao município, a título de
celebração de contratos-programa nos termos Fundo de Equilíbrio Financeiro -
do Decreto-Lei n.º 384/87, de 24 de Dezembro. componente capital;
O n.º 1 do artigo 16.º do citado diploma c) Existência de plano de pormenor
determina que os critérios e prioridades de cada eficaz na área do edifício.
sector de investimento, para efeitos de selecção
de candidaturas a contratos-programa, sejam 4 - Para efeitos de hierarquização das
fixados por despacho normativo do ministro da candidaturas, a determinação das prioridades
respectiva tutela. relativas a cada uma faz-se pelo somatório das
Tendo em consideração a experiência colhida pontuações atribuídas às situações discriminadas
na aplicação dos critérios estabelecidos pelo nos n.os 2 e 3.
Despacho Normativo n.º 184/93, de 6 de 5 - Às prioridades indicadas nas alíneas a), b)
Agosto, importa agora reformulá-lo, pelo que e c) do n.º 2 será atribuída a pontuação de 20,
determino: 18 e 14, respectivamente.
1 - O critério geral que deve presidir à 6 - À dispersão dos serviços camarários será
celebração de contratos-programa nesta área atribuída a pontuação de 8.
será o que assenta na selecção das candidaturas 7 - Ao esforço financeiro despendido pelo
que visem prioritariamente a reconstrução ou município, medido nos termos da alínea b) do
grandes reparações de edifícios sede de n.º 3, será atribuída a pontuação de 2, 4 ou 6,
municípios. A selecção das candidaturas cujo consoante o custo do investimento
objecto seja a construção de edifício novo só relativamente ao Fundo de Equilíbrio Financeiro
terá lugar quando se mostre inviável, em termos de capital esteja abaixo dos 40%, entre os 40%
económicos e funcionais, a solução da e os 60% ou acima dos 60%.
reconstrução ou reparação. 8 - À existência de plano de pormenor eficaz
2 - As prioridades a observar na celebração é atribuída a pontuação de 6.
de contratos-programa sobre edifícios sede são 9 - O montante máximo de comparticipação
as seguintes: financeira do Estado é fixado de acordo com o
seguinte escalonamento:
a) Insegurança e ou estado de a) 100000 contos nos municípios com
degradação das instalações a menos de 10000 eleitores;
reconstruir ou reparar; b) 110000 contos nos municípios com
b) Valor histórico ou arquitectónico dos mais de 10000 eleitores e menos de
edifícios a reconstruir ou reparar ou 40000 eleitores;
escolhidos para as novas instalações, c) 120000 contos nos municípios com
40000 ou mais eleitores.

539
Autarquias Locais - Legislação Nacional

540
ATIVIDADE EMPRESARIAL LOCAL
(Regime jurídico da atividade empresarial local e das
participações locais)
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei n.º 50/2012, de 31 de agosto Artigo 5.º
Aprova o regime jurídico da atividade Entidades públicas participantes
empresarial local e das participações locais
e revoga as Leis n.os 53-F/2006, de 29 de Para os efeitos da presente lei, consideram-
dezembro, e 55/2011, de 15 de novembro se entidades públicas participantes os
(Com as alterações introduzidas pela Lei n.º municípios, as associações de municípios,
53/2014, de 25 de agosto) independentemente da respetiva tipologia, e as
áreas metropolitanas.
A Assembleia da República decreta, nos
termos da alínea c) do artigo 161.º da Artigo 6.º
Constituição, o seguinte: Princípio geral

CAPÍTULO I 1 - A constituição de empresas locais e as


Disposições gerais participações previstas no n.º 3 do artigo 1.º e
no artigo 3.º devem ser fundamentadas na
Artigo 1.º melhor prossecução do interesse público e, no
Objeto e âmbito caso da constituição de empresas locais,
também na conveniência de uma gestão
1 - A presente lei estabelece o regime subtraída à gestão direta face à especificidade
jurídico da atividade empresarial local e das técnica e material da atividade a desenvolver.
participações locais. 2 - As atividades a cargo das empresas locais
2 - O associativismo municipal e a ou das entidades participadas não podem ser
participação em entidades de direito público são prosseguidas pelas entidades públicas
objeto de diploma próprio. participantes na pendência da respetiva
3 - Sem prejuízo do regime previsto na lei externalização e na sua exata medida.
geral, a constituição ou a mera participação em 3 - Para os efeitos do disposto no número
associações, cooperativas, fundações ou anterior, deve ser considerada a atividade
quaisquer outras entidades de natureza privada concretamente prosseguida pelas empresas
ou cooperativa pelos municípios, pelas locais ou pelas entidades participadas.
associações de municípios, independentemente
da respetiva tipologia, e pelas áreas Artigo 7.º
metropolitanas rege-se pelo disposto na Enquadramento setorial
presente lei.
1 - As sociedades comerciais controladas
Artigo 2.º conjuntamente por diversas pessoas coletivas de
Atividade empresarial local direito público integram-se no setor empresarial
da entidade que, no conjunto das participações
A atividade empresarial local é desenvolvida de natureza pública, seja titular da maior
pelos municípios, pelas associações de participação ou que exerça qualquer outro tipo
municípios, independentemente da respetiva de influência dominante.
tipologia, e pelas áreas metropolitanas, através 2 - Para os efeitos do disposto no número
dos serviços municipalizados ou anterior, as participações detidas direta ou
intermunicipalizados e das empresas locais. indiretamente pelos municípios, associações de
municípios, independentemente da respetiva
Artigo 3.º tipologia, e áreas metropolitanas são
Participações locais consideradas de forma agregada como uma
única participação relativa.
São participações locais todas as
participações sociais detidas pelos municípios, CAPÍTULO II
pelas associações de municípios, Serviços municipalizados
independentemente da respetiva tipologia, e
pelas áreas metropolitanas em entidades Artigo 8.º
constituídas ao abrigo da lei comercial que não Municipalização de serviços
assumam a natureza de empresas locais.
1 - Os municípios podem proceder à
Artigo 4.º municipalização de serviços.
Sociedades comerciais participadas 2 - Os serviços municipalizados integram a
estrutura organizacional do município.
Para os efeitos da presente lei, as entidades 3 - A criação de serviços municipalizados é
referidas no artigo anterior consideram-se precedida da elaboração de estudo
sociedades comerciais participadas. relativamente aos aspetos económicos, técnicos
e financeiros.
4 - A criação de serviços municipalizados é
comunicada à Direção-Geral das Autarquias
Locais, no prazo de 15 dias.

543
Autarquias Locais - Legislação Nacional
5 - Dois ou mais municípios podem criar o respetivo mandato como membros da câmara
ainda serviços intermunicipalizados, aplicando- municipal.
se aos mesmos o disposto no presente capítulo.
Artigo 13.º
Artigo 9.º Competências do conselho de
Organização administração

1 - Os serviços municipalizados são geridos Compete ao conselho de administração:


sob forma empresarial e visam satisfazer
a) Gerir os serviços municipalizados;
necessidades coletivas da população do
b) Exercer as competências respeitantes
município.
à prestação de serviço público pelos
2 - Os serviços municipalizados possuem
serviços municipalizados;
organização autónoma no âmbito da
c) Deliberar sobre todos os assuntos
administração municipal.
relacionados com a gestão e a direção
dos recursos humanos dos serviços
Artigo 10.º
municipalizados, incluindo o diretor
Objeto
delegado, quando exista;
d) Preparar as opções do plano e o
1 - Os serviços municipalizados podem ter
orçamento a apresentar à câmara
por objeto uma ou mais das seguintes áreas
municipal;
prestacionais:
e) Elaborar os documentos de prestação
a) Abastecimento público de água; de contas a apresentar à câmara
b) Saneamento de águas residuais municipal;
urbanas; f) Propor à câmara municipal, nas
c) Gestão de resíduos urbanos e limpeza matérias da competência desta, todas
pública; as medidas tendentes a melhorar a
d) Transporte de passageiros; organização e o funcionamento dos
e) Distribuição de energia elétrica em serviços municipalizados;
baixa tensão. g) Exercer as demais competências
previstas na lei.
2 - Sem prejuízo do disposto no número
seguinte, podem ser criados serviços
Artigo 14.º
municipalizados para o desenvolvimento de
Reuniões do conselho de administração
atividades não previstas no número anterior, nos
casos de integração de empresas locais nos
O conselho de administração reúne
termos previstos no artigo 62.º
quinzenalmente e, extraordinariamente, quando
3 - Só podem ser criados serviços
o seu presidente o convoque.
municipalizados quando esteja em causa a
prossecução de atribuições municipais que
Artigo 15.º
fundamentem a respetiva gestão sob forma
Diretor delegado
empresarial.
4 - O disposto no n.º 1 não prejudica as
1 - A orientação técnica e a direção
situações já existentes à data da entrada em
administrativa dos serviços municipalizados
vigor da presente lei.
podem ser delegadas pelo conselho de
administração, em tudo o que não seja da sua
Artigo 11.º
exclusiva competência, no diretor delegado.
Contabilidade
2 - Compete ainda ao diretor delegado:
A contabilidade dos serviços municipalizados a) Assistir às reuniões do conselho de
rege-se pelas regras aplicáveis aos respetivos administração, para efeitos de
municípios. informação e consulta sobre tudo o que
diga respeito à atividade e ao regular
Artigo 12.º funcionamento dos serviços;
Conselho de administração b) Colaborar na elaboração dos
documentos previsionais;
1 - Os serviços municipalizados são geridos c) Submeter a deliberação do conselho
por um conselho de administração, constituído de administração, devidamente
por um presidente e dois vogais. instruídos e informados, os assuntos
2 - Os membros do conselho de que dependam da sua resolução;
administração são nomeados pela câmara d) Preparar os documentos de prestação
municipal de entre os seus membros, podendo de contas;
ser exonerados a todo o tempo. e) Promover a execução das
3 - O mandato dos membros do conselho de deliberações do conselho de
administração não é remunerado e coincide com administração.

544
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - O cargo de diretor delegado corresponde 3 - A extinção do serviço municipalizado deve
ao de dirigente da Administração Pública, ser comunicada à Direção-Geral das Autarquias
devendo a sua criação, recrutamento e estatuto Locais, no prazo de 15 dias.
respeitar o estatuto do pessoal dirigente da
administração local, nos termos aplicáveis ao CAPÍTULO III
respetivo município. Empresas locais
4 - No caso de serviços intermunicipalizados,
o cargo de diretor delegado não é considerado SECÇÃO I
para efeitos da limitação do número de cargos Disposições comuns
dirigentes legalmente definida para os respetivos
municípios. Artigo 19.º
Empresas locais
Artigo 16.º
Documentos previsionais e de prestação de 1 - São empresas locais as sociedades
contas constituídas ou participadas nos termos da lei
comercial, nas quais as entidades públicas
1 - Os serviços municipalizados têm participantes possam exercer, de forma direta
orçamento próprio, o qual, para todos os efeitos ou indireta, uma influência dominante em razão
legais e procedimentais, será anexado ao da verificação de um dos seguintes requisitos:
orçamento municipal, inscrevendo-se neste os
a) Detenção da maioria do capital ou dos
totais das suas receitas e despesas.
direitos de voto;
2 - As perdas que resultem da exploração são
b) Direito de designar ou destituir a
cobertas pelo orçamento municipal, pertencendo
maioria dos membros do órgão de
igualmente ao município quaisquer resultados
gestão, de administração ou de
positivos, os quais, no entanto, não lhe podem
fiscalização;
ser entregues na parte em que correspondam a
c) Qualquer outra forma de controlo de
importâncias em dívida aos serviços
gestão.
municipalizados relativas aos serviços prestados
e aos bens fornecidos. 2 - Qualquer uma das entidades públicas
3 - Os documentos de prestação de contas participantes pode constituir sociedades
dos serviços municipalizados são publicitados no unipessoais por quotas ou sociedades anónimas
sítio na Internet do município, depois de de cujas ações seja a única titular.
apreciados pelo respetivo órgão deliberativo. 3 - A constituição de sociedades unipessoais
4 - As perdas ou resultados positivos dos por quotas ou de sociedades anónimas
serviços intermunicipalizados são distribuídos unipessoais, nos termos do número anterior,
pelos municípios nos termos definidos em acordo deve observar todos os demais requisitos de
celebrado para o efeito, o qual é constituição previstos na lei comercial.
obrigatoriamente comunicado à Direção-Geral 4 - As empresas locais são pessoas coletivas
das Autarquias, no prazo de 15 dias. de direito privado, com natureza municipal,
intermunicipal ou metropolitana, consoante a
Artigo 17.º influência dominante prevista no n.º 1 seja
Empréstimos exercida, respetivamente, por um município,
dois ou mais municípios ou uma associação de
1 - A contração de empréstimos para os municípios, independentemente da respetiva
serviços municipalizados obedece às regras tipologia, ou uma área metropolitana.
legais aplicáveis ao respetivo município. 5 - A denominação das empresas locais é
2 - No caso de serviços intermunicipalizados acompanhada da indicação da sua natureza
aplica-se, com as devidas adaptações, o municipal, intermunicipal ou metropolitana,
disposto no n.º 4 do artigo anterior. respetivamente E. M., E. I. M. ou E. M. T.
6 - Apenas podem ser constituídas empresas
Artigo 18.º locais de responsabilidade limitada.
Extinção
Artigo 20.º
1 - A deliberação de extinção do serviço Objeto social
municipalizado deve ser instruída com a
indicação da solução organizacional alternativa, 1 - As empresas locais têm como objeto
acompanhada dos correspondentes estudos e exclusivo a exploração de atividades de
fundamentação. interesse geral ou a promoção do
2 - No caso de a extinção corresponder à desenvolvimento local e regional, nos termos do
externalização da atividade envolvida, os disposto nos artigos 45.º e 48.º, de forma
estudos mencionados no número anterior devem tendencialmente autossustentável, sendo
demonstrar a viabilidade económica e financeira proibida a constituição de empresas locais para
da solução a adotar. a prossecução de atividades de natureza

545
Autarquias Locais - Legislação Nacional
exclusivamente administrativa ou com intuito publicação nos termos do Código das Sociedades
exclusivamente mercantil. Comerciais.
2 - A proibição prevista no número anterior 4 - A Direção-Geral das Autarquias Locais
abrange a aquisição de participações pelas mantém permanentemente atualizada no Portal
entidades públicas participantes que confiram Autárquico uma lista de todas as empresas
uma influência dominante, nos termos do locais e de todas as participações previstas na
disposto na presente lei. presente lei.
3 - O objeto social das empresas locais pode
compreender mais de uma atividade, Artigo 23.º
independentemente da respetiva natureza de Fiscalização prévia pelo Tribunal de Contas
interesse geral ou de promoção do
desenvolvimento local e regional, sem prejuízo 1 - A constituição ou a participação em
do disposto no n.º 5. empresas locais pelas entidades públicas
4 - Não podem ser constituídas empresas participantes está sujeita à fiscalização prévia do
locais nem adquiridas participações que confiram Tribunal de Contas, independentemente do valor
uma influência dominante, nos termos previstos associado ao ato.
na presente lei, cujo objeto social não se insira 2 - A fiscalização prevista no número anterior
nas atribuições dos respetivos municípios, incide sobre a minuta do contrato de
associações de municípios, independentemente constituição da empresa local ou de aquisição de
da respetiva tipologia, ou áreas metropolitanas. participação social, bem como sobre os
5 - Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do elementos constantes do artigo 32.º
artigo 48.º, só as associações de municípios, 3 - O processo de visto é instruído nos
independentemente da respetiva tipologia, e as termos legalmente estabelecidos.
áreas metropolitanas podem constituir ou
adquirir participações que confiram uma Artigo 24.º
influência dominante, nos termos previstos na Direitos societários
presente lei, em empresas locais de promoção
do desenvolvimento urbano e rural. Os direitos societários nas empresas locais
6 - É nula a deliberação de constituição ou de são exercidos nos termos da lei comercial, em
participação em empresas locais em violação do conformidade com as orientações estratégicas
disposto nos números anteriores. previstas no artigo 37.º

Artigo 21.º Artigo 25.º


Regime jurídico Administração e fiscalização

As empresas locais regem-se pela presente 1 - Sem prejuízo do disposto na presente lei,
lei, pela lei comercial, pelos estatutos e, a natureza e as competências dos órgãos sociais
subsidiariamente, pelo regime do setor das empresas locais obedecem ao disposto na lei
empresarial do Estado, sem prejuízo das normas comercial.
imperativas neste previstas. 2 - As empresas locais dispõem sempre de
uma assembleia geral e de um fiscal único.
Artigo 22.º 3 - Sem prejuízo do disposto no número
Constituição de empresas locais seguinte, só um dos membros do órgão de
gestão ou de administração pode assumir
1 - A constituição das empresas locais ou a funções remuneradas.
aquisição de participações que confiram uma 4 - Nas empresas locais com uma média
influência dominante, nos termos da presente anual de proveitos, apurados nos últimos três
lei, é competência dos órgãos deliberativos das anos, igual ou superior a cinco milhões de euros,
entidades públicas participantes, sob proposta podem ser remunerados dois membros do órgão
dos respetivos órgãos executivos. de gestão ou de administração.
2 - A constituição ou a participação em 5 - O fiscal único é obrigatoriamente um
empresas locais pelas entidades públicas revisor oficial de contas ou uma sociedade de
participantes é obrigatoriamente comunicada à revisores oficiais de contas.
Inspeção-Geral de Finanças e à Direção-Geral 6 - Sem prejuízo das competências que lhe
das Autarquias Locais, bem como, quando são atribuídas pela lei comercial, compete, em
exista, à entidade reguladora do respetivo setor, especial, ao fiscal único:
no prazo de 15 dias.
a) Emitir parecer prévio relativamente ao
3 - A conservatória do registo comercial
financiamento e à assunção de
competente, a expensas das empresas locais,
quaisquer obrigações financeiras;
deve comunicar oficiosamente a constituição ou
b) Emitir parecer prévio sobre a
a aquisição de participações, bem como os
necessidade da avaliação plurianual do
estatutos e respetivas alterações, ao Tribunal de
equilíbrio de exploração da empresa
Contas, ao Ministério Público e à Direção-Geral
local e, sendo caso disso, proceder ao
das Autarquias Locais e assegurar a devida

546
Autarquias Locais - Legislação Nacional
exame do plano previsional previsto no Artigo 27.º
n.º 5 do artigo 40.º; Delegação de poderes
c) Emitir parecer prévio sobre a
celebração dos contratos-programa 1 - As entidades públicas participantes
previstos nos artigos 47.º e 50.º; podem delegar poderes nas empresas locais,
d) Fiscalizar a ação do órgão de gestão desde que esta faculdade conste expressamente
ou de administração; na deliberação que determinou a sua
e) Verificar a regularidade dos livros, constituição e nos respetivos estatutos.
registos contabilísticos e documentos 2 - Nos casos previstos no número anterior, a
que lhes servem de suporte; deliberação deve igualmente especificar as
f) Participar aos órgãos e entidades prerrogativas do pessoal que exerça funções de
competentes as irregularidades, bem autoridade, designadamente no âmbito de
como os factos que considere poderes de fiscalização.
reveladores de graves dificuldades na 3 - O não exercício dos poderes delegados dá
prossecução do objeto da empresa lugar à respetiva e imediata avocação, assim
local; como à dissolução da empresa local, aplicando-
g) Proceder à verificação dos valores se, com as devidas adaptações, o disposto no
patrimoniais da empresa local ou por capítulo vi.
ela recebidos em garantia, depósito ou
outro título; Artigo 28.º
h) Remeter semestralmente ao órgão Estatuto do pessoal
executivo da entidade pública
participante informação sobre a 1 - O estatuto do pessoal das empresas locais
situação económico-financeira da é o do regime do contrato de trabalho.
empresa local; 2 - A matéria relativa à contratação coletiva
i) Pronunciar-se sobre qualquer assunto rege-se pela lei geral.
de interesse para a empresa local, a
solicitação do órgão de gestão ou de Artigo 29.º
administração; Pessoal com relação jurídica de emprego
j) Emitir parecer sobre os instrumentos público
de gestão previsional, bem como sobre
o relatório do órgão de gestão ou de O pessoal com relação jurídica de emprego
administração e contas do exercício; público pode exercer funções nas empresas
k) Emitir a certificação legal das contas. locais mediante acordo de cedência de interesse
público, nos termos da Lei n.º 12-A/2008, de 27
7 - Os pareceres previstos nas alíneas a) a c)
de fevereiro, que «Estabelece os regimes de
do número anterior são comunicados à
vinculação, de carreiras e de remunerações dos
Inspeção-Geral de Finanças no prazo de 15 dias.
trabalhadores que exercem funções públicas»,
8 - Os membros da assembleia geral não são
alterada pelas Leis n.os 64-A/2008, de 31 de
remunerados.
dezembro, 3-B/2010, de 28 de abril, 34/2010,
de 2 de setembro, 55-A/2010, de 31 de
Artigo 26.º
dezembro, e 64-B/2011, de 31 de dezembro.
Designação dos membros dos órgãos das
empresas locais
Artigo 30.º
Estatuto do gestor das empresas locais
1 - Os membros do órgão de gestão ou de
administração das empresas locais são eleitos
1 - É proibido o exercício simultâneo de
pela assembleia geral.
funções, independentemente da sua natureza,
2 - Compete ao órgão executivo da entidade
nas entidades públicas participantes e de
pública participante designar o representante
funções remuneradas, seja a que título for, em
desta na assembleia geral da respetiva empresa
quaisquer empresas locais com sede na
local.
circunscrição territorial das respetivas entidades
3 - Compete ao órgão deliberativo da
públicas participantes ou na circunscrição
entidade pública participante designar o fiscal
territorial da associação de municípios ou área
único da empresa local, sob proposta do órgão
metropolitana que aquelas integrem, consoante
executivo.
o que for mais abrangente.
4 - A mesa da assembleia geral da empresa
2 - O valor das remunerações dos membros
local é composta por um máximo de três
dos órgãos de gestão ou de administração das
elementos.
empresas locais é limitado ao valor da
5 - O órgão de gestão ou de administração da
remuneração de vereador a tempo inteiro da
empresa local é composto por um presidente e
câmara municipal respetiva.
um máximo de dois vogais.
3 - A limitação prevista no número anterior
tem como referência a remuneração mais
elevada dos vereadores a tempo inteiro, no caso
de empresas locais detidas por mais de um

547
Autarquias Locais - Legislação Nacional
município, por uma associação de municípios ou 4 - No caso de a empresa local beneficiar de
por uma área metropolitana. um direito especial ou exclusivo, nos termos
4 - Sem prejuízo do disposto nos números definidos no artigo 3.º do Decreto-Lei n.º
anteriores, o Estatuto do Gestor Público, 148/2003, de 11 de julho, que «Transpõe para a
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 71/2007, de 27 ordem jurídica nacional a Diretiva n.º
de março, alterado pela Lei n.º 64-A/2008, de 2000/52/CE, da Comissão, de 26 de julho, que
31 de dezembro, e alterado e republicado pelo altera a Diretiva n.º 80/723/CEE, da Comissão,
Decreto-Lei n.º 8/2012, de 18 de janeiro, é de 25 de junho, relativa à transparência das
subsidiariamente aplicável aos titulares dos relações financeiras entre as entidades públicas
órgãos de gestão ou de administração das dos Estados membros e as empresas públicas»,
empresas locais. alterado pelo Decreto-Lei n.º 120/2005, de 26
5 - As regras relativas ao recrutamento e de julho, e pelo Decreto-Lei n.º 69/2007, de 26
seleção previstas no Estatuto do Gestor Público de março, essa vantagem deve ser contabilizada
não são aplicáveis aos membros dos órgãos das para aferição da sua viabilidade financeira.
entidades públicas participantes que integrem os 5 - Os estudos referidos nos n.os 1 e 2, bem
órgãos de gestão ou de administração das como os projetos de estatutos e todos os demais
respetivas empresas locais, nem a quaisquer elementos de instrução existentes, acompanham
outros casos de exercício não remunerado das as propostas de constituição e participação em
respetivas funções. empresas locais, devendo ser objeto da
apreciação e deliberação previstas no n.º 1 do
Artigo 31.º artigo 22.º
Princípios de gestão 6 - Independentemente das obrigações de
controlo e fiscalização previstas na presente lei e
A gestão das empresas locais deve articular- na lei comercial, o desempenho da empresa
se com os objetivos prosseguidos pelas local deve ser objeto de avaliação anual pelos
entidades públicas participantes no respetivo respetivos órgãos sociais, incluindo a elaboração
capital social, visando a satisfação das de um relatório com a análise comparativa das
necessidades de interesse geral ou a promoção projeções decorrentes dos estudos referidos nos
do desenvolvimento local e regional, n.os 1 e 2 e a efetiva situação económico-
assegurando a viabilidade económica e o financeira da empresa local, o qual é
equilíbrio financeiro. obrigatoriamente comunicado à Inspeção-Geral
de Finanças.
Artigo 32.º 7 - A cominação prevista no n.º 1 aplica-se
Viabilidade económico-financeira e ainda a todos os atos ou contratos, de natureza
racionalidade económica instrumental, acessória ou conexa à constituição
de empresas locais ou de aquisição de
1 - A deliberação de constituição das participações sociais, dos quais decorram efeitos
empresas locais ou de aquisição de participações de natureza económica ou financeira.
que confiram uma influência dominante, nos
termos da presente lei, deve ser sempre Artigo 33.º
precedida dos necessários estudos técnicos, Parceiros privados
nomeadamente do plano do projeto, na ótica do
investimento, da exploração e do financiamento, Na escolha dos parceiros privados, as
demonstrando-se a viabilidade e entidades públicas participantes devem adotar
sustentabilidade económica e financeira das os procedimentos concursais estabelecidos no
unidades, através da identificação dos ganhos de regime jurídico da contratação pública em vigor,
qualidade, e a racionalidade acrescentada cujo objeto melhor se coadune com a atividade
decorrente do desenvolvimento da atividade a prosseguir pela empresa local.
através de uma entidade empresarial, sob pena
de nulidade e de responsabilidade financeira. Artigo 34.º
2 - Os estudos previstos no número anterior Concorrência
devem incluir ainda a justificação das
necessidades que se pretende satisfazer com a 1 - As empresas locais, tanto nas relações
empresa local, a demonstração da existência de com os sócios como com terceiros, estão
procura atual ou futura, a avaliação dos efeitos sujeitas às regras gerais da concorrência,
da atividade da empresa sobre as contas e a nacionais e comunitárias, e devem adotar
estrutura organizacional e os recursos humanos mecanismos de contratação transparentes e não
da entidade pública participante, assim como a discriminatórios, assegurando igualdade de
ponderação do benefício social resultante para o oportunidades aos interessados, nos termos
conjunto de cidadãos. legalmente previstos.
3 - A atribuição de subsídios à exploração 2 - As empresas locais regem-se pelo
pelas entidades públicas participantes no capital princípio da transparência financeira e a sua
social exige a celebração de um contrato- contabilidade deve ser organizada de modo a
programa. permitir a identificação de quaisquer fluxos
financeiros entre elas e as entidades

548
Autarquias Locais - Legislação Nacional
participantes no capital social, garantindo o 4 - As orientações estratégicas devem
cumprimento das exigências nacionais e refletir-se nas orientações anuais definidas em
comunitárias em matéria de concorrência e assembleia geral e nos contratos de gestão a
auxílios públicos. celebrar com os gestores.
3 - O disposto nos n.os 1 e 2 não prejudica
os regimes derrogatórios especiais, devidamente Artigo 38.º
justificados, sempre que a aplicação das normas Participações sociais
gerais de concorrência seja suscetível de
frustrar, de direito ou de facto, as missões 1 - Sem prejuízo do disposto no artigo 68.º,
confiadas às empresas locais encarregadas da as empresas locais não podem constituir nem
gestão de serviços de interesse económico geral. adquirir quaisquer participações em sociedades
comerciais, nem criar ou participar em
Artigo 35.º associações, fundações ou cooperativas.
Regulação setorial 2 - Os atos praticados e os contratos
celebrados em violação do disposto no número
As empresas locais que prossigam atividades anterior são nulos.
no âmbito de setores regulados ficam sujeitas
aos poderes de regulação da respetiva entidade Artigo 39.º
reguladora. Controlo financeiro

Artigo 36.º 1 - As empresas locais estão sujeitas a


Proibição de subsídios ao investimento controlo financeiro destinado a averiguar da
legalidade, economia, eficiência e eficácia da sua
1 - As entidades públicas participantes não gestão.
podem conceder às empresas locais quaisquer 2 - Sem prejuízo das competências atribuídas
formas de subsídios ao investimento ou em pela lei ao Tribunal de Contas, o controlo
suplemento a participações de capital. financeiro de legalidade das empresas locais
2 - A contratação respeitante à adjudicação compete à Inspeção-Geral de Finanças.
de aquisições de bens ou serviços, locações, 3 - As empresas locais adotam
fornecimentos ou empreitadas não pode originar procedimentos de controlo interno adequados a
a transferência de quaisquer quantias, pelas garantir a fiabilidade das contas e demais
entidades públicas participantes, para além das informação financeira, bem como a articulação
devidas pela prestação contratual das empresas com as entidades referidas no número anterior.
locais a preços de mercado.
3 - As adjudicações referidas no número Artigo 40.º
anterior não podem integrar os contratos- Equilíbrio de contas
programa previstos nos artigos 47.º e 50.º
4 - Os montantes pagos pelas entidades 1 - As empresas locais devem apresentar
públicas participantes ao abrigo dos contratos resultados anuais equilibrados.
previstos no n.º 2 não constituem subsídios à 2 - Sem prejuízo do disposto no n.º 5, no
exploração. caso de o resultado líquido antes de impostos se
apresentar negativo, é obrigatória a realização
Artigo 37.º de uma transferência financeira a cargo dos
Orientações estratégicas sócios, na proporção da respetiva participação
social, com vista a equilibrar os resultados do
1 - São definidas orientações estratégicas exercício em causa.
relativas ao exercício dos direitos societários nas 3 - Os sócios de direito público preveem nos
empresas locais, nos termos dos números seus orçamentos anuais o montante previsional
seguintes, devendo as mesmas ser revistas, pelo necessário à cobertura dos resultados líquidos
menos, com referência ao período de duração do antes de impostos, na proporção da respetiva
mandato dos órgãos de gestão ou de participação social.
administração fixado pelos respetivos estatutos. 4 - No caso de o orçamento anual do ano em
2 - A competência para a aprovação das causa não conter verba suficiente para a
orientações estratégicas pertence ao órgão cobertura dos prejuízos referidos no número
executivo da entidade pública participante. anterior, os sócios de direito público deverão
proceder a uma alteração ou revisão do mesmo,
3 - As orientações estratégicas referidas nos por forma a contemplar o montante necessário,
números anteriores definem os objetivos a e proceder à sua transferência no mês seguinte
prosseguir tendo em vista a promoção do à apreciação das contas da empresa local, nos
desenvolvimento local e regional ou a forma de termos e nos prazos da lei comercial.
prossecução dos serviços de interesse geral, 5 - Sempre que o equilíbrio de exploração da
contendo metas quantificadas e contemplando a empresa local só possa ser avaliado numa
celebração de contratos entre as entidades perspetiva plurianual que abranja a totalidade
públicas participantes e as empresas locais. do período do investimento, é apresentado à
Inspeção-Geral de Finanças, para efeitos de

549
Autarquias Locais - Legislação Nacional
apreciação, e aos sócios de direito público um completa e atempadamente, os seguintes
plano previsional de mapas de demonstração de elementos aos órgãos executivos das respetivas
fluxos de caixa líquidos atualizados na ótica do entidades públicas participantes, tendo em vista
equilíbrio plurianual dos resultados. o seu acompanhamento e controlo:
6 - Na situação prevista no número anterior,
a) Projetos dos planos de atividades
os sócios de direito público consagram nos seus
anuais e plurianuais;
orçamentos anuais o montante previsional anual
b) Projetos dos orçamentos anuais,
e os compromissos plurianuais necessários à
incluindo estimativa das operações
cobertura dos desvios financeiros verificados no
financeiras com o Estado e as
resultado líquido antes de impostos,
autarquias locais;
relativamente ao previsto no mapa inicial que
c) Planos de investimento anuais e
sejam da sua responsabilidade, em termos
plurianuais e respetivas fontes de
semelhantes aos previstos nos n.os 3 e 4.
financiamento;
7 - É permitida a correção do plano
d) Documentos de prestação anual de
previsional de mapas de demonstração de fluxos
contas;
de caixa líquidos, desde que seja igualmente
e) Relatórios trimestrais de execução
submetida à apreciação da Inspeção-Geral de
orçamental;
Finanças e os sócios de direito público procedam
f) Quaisquer outras informações e
às transferências financeiras necessárias à
documentos solicitados para o
sustentação de eventuais prejuízos acumulados
acompanhamento sistemático da
em resultado de desvios ao plano previsional
situação da empresa local e da sua
inicial.
atividade, com vista, designadamente,
8 - As transferências financeiras a cargo dos
a assegurarem a boa gestão dos
sócios privados devem ser realizadas no mês
fundos públicos e a evolução
seguinte à apreciação das contas pela entidade
institucional e económico-financeira.
pública participante.
2 - A violação do dever de informação
Artigo 41.º
previsto no n.º 1 implica a dissolução dos
Empréstimos
respetivos órgãos da empresa local,
constituindo-se os seus titulares, na medida da
1 - Os empréstimos contraídos pelas
culpa, na obrigação de indemnizar as entidades
empresas locais, bem como o endividamento
públicas participantes pelos prejuízos causados
líquido das mesmas, relevam para os limites ao
pela retenção prevista nos n.os 2 e seguintes do
endividamento das entidades públicas
artigo 44.º
participantes, em caso de incumprimento das
regras previstas no artigo anterior.
Artigo 43.º
2 - As empresas locais não podem conceder
Transparência
empréstimos a favor dos sócios, nem prestar
quaisquer formas de garantias.
1 - As empresas locais têm obrigatoriamente
3 - As entidades públicas participantes não
um sítio na Internet.
podem conceder empréstimos às empresas
2 - As empresas locais mantêm
locais.
permanentemente atualizado no seu sítio na
4 - Excluem-se do disposto no n.º 1 as
Internet a seguinte informação:
participações sociais das entidades públicas
participantes nas entidades que integram o setor a) Contrato de sociedade e estatutos;
empresarial do Estado. b) Estrutura do capital social;
5 - Em caso de incumprimento das regras de c) Identidade dos membros dos órgãos
equilíbrio de contas, previstas no artigo anterior, sociais e respetiva nota curricular;
a contribuição das empresas locais e das d) Montantes auferidos pelos membros
entidades referidas no número anterior não pode remunerados dos órgãos sociais;
originar uma diminuição do endividamento e) Número de trabalhadores,
líquido total de cada município, calculado nos desagregado segundo a modalidade de
termos da Lei das Finanças Locais, aprovada vinculação;
pela Lei n.º 2/2007, de 15 de janeiro, alterada f) Planos de atividades anuais e
pelas Leis n.os 22-A/2007, de 29 de junho, 67- plurianuais;
A/2007, de 31 de dezembro, 3-B/2010, de 28 de g) Planos de investimento anuais e
abril, 64-B/2011, de 30 de dezembro, e plurianuais;
22/2012, de 30 de maio. h) Orçamento anual;
i) Documentos de prestação anual de
Artigo 42.º contas, designadamente o relatório
Deveres de informação das empresas locais anual do órgão de gestão ou de
administração, o balanço, a
1 - Sem prejuízo do disposto na lei comercial demonstração de resultados e o
quanto à prestação de informações aos sócios, parecer do órgão de fiscalização;
as empresas locais devem facultar, de forma

550
Autarquias Locais - Legislação Nacional
j) Plano de prevenção da corrupção e transparência, tenham exclusivamente por
dos riscos de gestão; objeto uma ou mais das seguintes atividades:
k) Pareceres previstos nas alíneas a) a c)
a) Promoção e gestão de equipamentos
do n.º 6 do artigo 25.º
coletivos e prestação de serviços na
área da educação, ação social, cultura,
Artigo 44.º
saúde e desporto;
Deveres de informação das entidades
b) Promoção, gestão e fiscalização do
públicas participantes
estacionamento público urbano;
c) Abastecimento público de água;
1 - As entidades públicas participantes
d) Saneamento de águas residuais
prestam à Direção-Geral das Autarquias Locais,
urbanas;
nos termos e com a periodicidade por esta
e) Gestão de resíduos urbanos e limpeza
definidos com uma antecedência mínima de 30
pública;
dias, a informação institucional e económico-
f) Transporte de passageiros;
financeira relativa às respetivas empresas locais.
g) Distribuição de energia elétrica em
2 - No caso de incumprimento pelos
baixa tensão.
municípios dos deveres de informação previstos
no presente artigo, são imediata e
Artigo 46.º
automaticamente retidos 10 % do duodécimo
Princípios orientadores
das transferências correntes do Fundo Geral
Municipal (FGM), enquanto durar a situação de
1 - As empresas locais de gestão de serviços
incumprimento.
de interesse geral devem prosseguir as missões
3 - No caso de incumprimento pelas
que lhes estejam atribuídas, tendo em vista:
associações de municípios, independentemente
da respetiva tipologia, ou áreas metropolitanas a) Prestar os serviços de interesse geral
dos deveres de informação previstos no presente na respetiva circunscrição, sem
artigo, são imediata e automaticamente discriminação dos utentes e das áreas
suspensas as transferências financeiras a seu territoriais sujeitas à sua atuação;
favor previstas no Orçamento do Estado. b) Promover o acesso, em condições
4 - A percentagem prevista no n.º 2 aumenta financeiras equilibradas, da
para 20 % no caso de reincidência no generalidade dos cidadãos a bens e
incumprimento. serviços essenciais, procurando
5 - As verbas retidas são transferidas e a adaptar as taxas e as contraprestações
suspensão das transferências é cancelada assim devidas às reais situações dos
que forem recebidos os elementos ou cumpridas utilizadores, à luz do princípio da
as obrigações legais que estiveram na origem igualdade material;
dessas retenções. c) Assegurar o cumprimento das
6 - A Direção-Geral das Autarquias Locais exigências de prestação de serviços de
comunica aos serviços competentes do caráter universal relativamente a
Ministério das Finanças as informações que lhe atividades económicas cujo acesso se
forem prestadas nos termos do presente artigo. encontre legalmente vedado a
7 - O disposto nos n.os 2 e 3 não é aplicável empresas com capitais exclusiva ou
no caso de a entidade pública participante maioritariamente privados e a outras
demonstrar que exerceu os respetivos direitos entidades da mesma natureza;
societários para efeitos do cumprimento dos d) Garantir o fornecimento de serviços
deveres de informação. ou a gestão de atividades que exijam
avultados investimentos na criação ou
SECÇÃO II no desenvolvimento de infraestruturas
Empresas locais de gestão de serviços de ou redes de distribuição;
interesse geral e) Zelar pela eficácia da gestão das
redes de serviços públicos, procurando,
Artigo 45.º designadamente, que a produção, o
Empresas locais de gestão de serviços de transporte e distribuição, a construção
interesse geral de infraestruturas e a prestação do
conjunto de tais serviços se procedam
Para os efeitos da presente lei, consideram- de forma articulada, tendo em atenção
se empresas locais de gestão de serviços de as modificações organizacionais
interesse geral aquelas que, assegurando a impostas por inovações técnicas ou
universalidade, a continuidade dos serviços tecnológicas;
prestados, a satisfação das necessidades básicas f) Cumprir obrigações específicas,
dos cidadãos, a coesão económica e social local relacionadas com a segurança da sua
ou regional e a proteção dos utentes, e, sem atividade, a continuidade e qualidade
prejuízo da eficiência económica, no respeito dos serviços e a proteção do ambiente,
pelos princípios da não discriminação e da devendo tais obrigações ser claramente

551
Autarquias Locais - Legislação Nacional
definidas, transparentes, não SECÇÃO III
discriminatórias e suscetíveis de Empresas locais de promoção do
controlo. desenvolvimento local e regional
2 - O disposto na alínea a) do n.º 1 não
Artigo 48.º
prejudica a faculdade de, salvaguardadas que
Empresas locais de promoção do
estejam as condições para a boa prossecução
desenvolvimento local e regional
das atividades de interesse geral no âmbito da
respetiva circunscrição e no respeito pelo regime
1 - Para os efeitos da presente lei, são
previsto no artigo 34.º, as empresas locais
consideradas empresas locais de promoção do
desenvolverem a sua atividade no mercado de
desenvolvimento local e regional aquelas que,
bens e serviços junto de outros agentes
visando a promoção do crescimento económico,
económicos.
a eliminação de assimetrias e o reforço da
coesão económica e social, no respeito pelos
Artigo 47.º
princípios da não discriminação e da
Celebração de contratos-programa com
transparência e sem prejuízo da eficiência
empresas locais de serviços de interesse
económica, tenham exclusivamente por objeto
geral
uma ou mais das seguintes atividades:
1 - A prestação de serviços de interesse geral a) Promoção, manutenção e conservação
pelas empresas locais e os correspondentes de infraestruturas urbanísticas e gestão
subsídios à exploração dependem da prévia urbana;
celebração de contratos-programa com as b) Renovação e reabilitação urbanas e
entidades públicas participantes. gestão do património edificado;
2 - Os contratos-programa devem definir c) Promoção e gestão de imóveis de
detalhadamente o fundamento da necessidade habitação social;
do estabelecimento da relação contratual, a d) Produção de energia elétrica;
finalidade desta, os montantes dos subsídios à e) Promoção do desenvolvimento urbano
exploração, assim como a eficácia e a eficiência e rural no âmbito intermunicipal.
que se pretende atingir com a mesma,
2 - Excecionalmente, e sem prejuízo do
concretizando um conjunto de indicadores ou
disposto no artigo 32.º, podem os municípios
referenciais que permitam medir a realização
constituir ou participar em empresas locais de
dos objetivos setoriais.
promoção do desenvolvimento urbano e rural de
3 - O desenvolvimento de políticas de preços
âmbito municipal, quando estejam verificados os
das quais decorram receitas operacionais anuais
seguintes pressupostos:
inferiores aos custos anuais é objetivamente
justificado e depende da adoção de sistemas de a) A associação de municípios ou a área
contabilidade analítica onde se identifique a metropolitana que integrem não se
diferença entre o desenvolvimento da atividade encontre interessada em constituir ou
a preços de mercado e o preço subsidiado na participar em tais empresas;
ótica do interesse geral. b) Demonstrem capacidade financeira
4 - O desenvolvimento de políticas de preços própria para o efeito.
nos termos do número anterior depende de
negociação prévia com as entidades públicas Artigo 49.º
participantes dos termos que regulam as Princípios orientadores
transferências financeiras necessárias ao
financiamento anual da atividade de interesse 1 - As empresas locais de promoção do
geral, que constam do contrato-programa. desenvolvimento local e regional devem
5 - Os contratos-programa são aprovados prosseguir as missões que lhes estejam
pelo órgão deliberativo da entidade pública confiadas e visam:
participante, sob proposta do respetivo órgão
executivo. a) Contribuir para o desenvolvimento
6 - O presente artigo não se aplica à económico-social na respetiva
contratação prevista no n.º 2 do artigo 36.º circunscrição, sem discriminação das
7 - Independentemente do cumprimento dos áreas territoriais sujeitas à sua
demais requisitos e formalidades previstos na atuação;
lei, a celebração dos contratos-programa deve b) Promover o crescimento económico
ser comunicada à Inspeção-Geral de Finanças e, local e regional;
quando não esteja sujeita a visto prévio, ao c) Desenvolver atividades empresariais
Tribunal de Contas. integradas no contexto de políticas
económicas estruturais de
desenvolvimento tecnológico e criação
de redes de distribuição;
d) Promover o empreendedorismo de
base local e regional;

552
Autarquias Locais - Legislação Nacional
e) Garantir o fornecimento de serviços Artigo 52.º
ou a gestão de atividades que exijam Objeto social das sociedades comerciais
avultados investimentos na criação ou participadas
no desenvolvimento de infraestruturas;
f) Cumprir obrigações específicas, As sociedades comerciais participadas devem
relacionadas com a segurança da prosseguir fins de relevante interesse público
respetiva atividade, com a local, compreendendo-se o respetivo objeto
continuidade e qualidade dos serviços e social no âmbito das atribuições das entidades
com a proteção do ambiente e da públicas participantes.
qualidade de vida, de forma clara,
transparente, não discriminatória e Artigo 53.º
suscetível de controlo. Aquisição de participações locais

2 - Salvaguardadas que estejam as condições 1 - Compete ao órgão deliberativo da


para a boa prossecução das atividades de entidade pública participante, sob proposta do
promoção do desenvolvimento local e regional respetivo órgão executivo, deliberar
na respetiva circunscrição e no respeito pelo relativamente à aquisição das participações
regime previsto no artigo 34.º, as empresas previstas no presente capítulo, devendo a sua
locais podem desenvolver a sua atividade no fundamentação integrar os pressupostos
mercado de bens e serviços junto de outros justificativos do relevante interesse público local.
agentes económicos. 2 - A deliberação de aquisição de
participações locais deve ser antecedida pelo
Artigo 50.º cumprimento dos procedimentos previstos na
Celebração de contratos-programa com lei, aplicando-se, com as devidas adaptações, o
empresas locais de promoção de disposto no artigo 32.º
desenvolvimento local e regional 3 - Não é permitida a celebração de
contratos-programa entre as entidades públicas
1 - As entidades públicas participantes devem participantes e as sociedades comerciais
celebrar contratos-programa com as respetivas participadas.
empresas locais de promoção do
desenvolvimento local e regional onde se defina Artigo 54.º
a missão e o conteúdo das responsabilidades de Fiscalização prévia e deveres de
desenvolvimento local e regional assumidas. comunicação
2 - Os contratos-programa referidos no
número anterior devem especificar o montante 1 - O ato de aquisição de participações locais
dos subsídios à exploração que as empresas está sujeito à fiscalização prévia do Tribunal de
locais têm o direito de receber como Contas, independentemente do montante
contrapartida das obrigações assumidas, associado à aquisição.
aplicando-se o disposto nos n.os 2 a 7 do artigo 2 - A aquisição de participações locais é
47.º obrigatoriamente comunicada pela entidade
pública participante à Inspeção-Geral de
CAPÍTULO IV Finanças e à Direção-Geral das Autarquias
Participações locais Locais, no prazo de 15 dias.

Artigo 51.º Artigo 55.º


Participação em sociedades comerciais Controlo e equilíbrio

1 - Os municípios, as associações de 1 - As sociedades comerciais participadas


municípios, independentemente da respetiva devem adotar procedimentos de controlo interno
tipologia, e as áreas metropolitanas podem adequados a garantir a fiabilidade das contas e
adquirir participações em sociedades comerciais demais informação financeira, bem como a
de responsabilidade limitada, nos termos da articulação com as entidades públicas
presente lei. participantes.
2 - Nas sociedades comerciais participadas 2 - As sociedades comerciais participadas
não são admitidas entradas em espécie pelas devem apresentar resultados anuais
entidades públicas participantes. equilibrados.
3 - Às situações previstas no n.º 1 é 3 - As entidades públicas participantes estão
aplicável, com as devidas adaptações, o disposto obrigadas a prestar informação completa e
no n.º 1 do artigo 30.º atempada relativamente às sociedades
comerciais em que participam, aplicando-se,
com as devidas adaptações, o disposto no artigo
44.º
4 - É aplicável, com as devidas adaptações, o
disposto no artigo 41.º

553
Autarquias Locais - Legislação Nacional
CAPÍTULO V CAPÍTULO VI
Outras participações Alienação, dissolução, transformação,
integração, fusão e internalização
Artigo 56.º
Requisitos e procedimentos Artigo 61.º
Deliberação
1 - Os entes constituídos ou participados nos
termos do presente capítulo devem prosseguir 1 - Compete ao órgão deliberativo da
fins de relevante interesse público local, entidade pública participante, sob proposta do
devendo a sua atividade compreender-se no respetivo órgão executivo, deliberar sobre a
âmbito das atribuições das respetivas entidades alienação da totalidade ou de parte do capital
públicas participantes. social das empresas locais ou das participações
2 - A constituição ou a participação nos entes locais.
previstos no presente capítulo está sujeita ao 2 - A dissolução, transformação, integração,
visto prévio do Tribunal de Contas, fusão ou internalização das empresas locais
independentemente do valor associado ao ato. depende da prévia deliberação dos órgãos da
3 - Aos entes previstos nos números entidade pública participante competentes para
anteriores é aplicável, com as devidas a sua constituição, a quem incumbe definir os
adaptações, o disposto nos artigos 53.º a 55.º termos da liquidação do respetivo património,
nos casos em que tal suceda.
Artigo 57.º 3 - As deliberações previstas no presente
Fundações artigo são comunicadas à Direção-Geral das
Autarquias Locais e à Inspeção-Geral de
Os municípios, as associações de municípios, Finanças, bem como, quando exista, à entidade
independentemente da respetiva tipologia, e as reguladora do respetivo setor, incluindo, sendo
áreas metropolitanas podem criar ou participar caso disso, o plano de integração ou
em fundações, nos termos da Lei-Quadro das internalização referido no n.º 12 do artigo
Fundações, aprovada pela Lei n.º 24/2012, de 9 seguinte, no prazo de 15 dias.
de julho.
Artigo 62.º
Artigo 58.º Dissolução das empresas locais
Cooperativas
1 - Sem prejuízo do disposto no artigo 35.º
1 - Os municípios, as associações de do Código das Sociedades Comerciais, as
municípios, independentemente da respetiva empresas locais são obrigatoriamente objeto de
tipologia, e as áreas metropolitanas podem criar deliberação de dissolução, no prazo de seis
ou participar em cooperativas. meses, sempre que se verifique uma das
2 - As cooperativas mencionadas no número seguintes situações:
anterior regem-se pelo Código Cooperativo.
a) As vendas e prestações de serviços
realizados durante os últimos três anos
Artigo 59.º
não cobrem, pelo menos, 50 % dos
Associações de direito privado
gastos totais dos respetivos exercícios;
b) Quando se verificar que, nos últimos
1 - Os municípios, as associações de
três anos, o peso contributivo dos
municípios, independentemente da respetiva
subsídios à exploração é superior a 50
tipologia, e as áreas metropolitanas podem
% das suas receitas;
participar com pessoas jurídicas privadas em
c) Quando se verificar que, nos últimos
associações.
três anos, o valor do resultado
2 - As associações referidas no número
operacional subtraído ao mesmo o
anterior regem-se pelo Código Civil.
valor correspondente às amortizações e
às depreciações é negativo;
Artigo 60.º
d) Quando se verificar que, nos últimos
Outras entidades
três anos, o resultado líquido é
negativo.
Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo
1.º, o presente capítulo é ainda aplicável, com 2 - O disposto no número anterior não
as devidas adaptações, à constituição ou prejudica a aplicação dos regimes previstos nos
participação dos municípios, das associações de artigos 63.º a 65.º, devendo, nesses casos,
municípios, independentemente da respetiva respeitar-se igualmente o prazo de seis meses.
tipologia, e das áreas metropolitanas noutras 3 - O disposto na alínea a) do n.º 1 só é
entidades para além das referidas na presente aplicável após o início da fase de exploração pela
lei. empresa local.

554
Autarquias Locais - Legislação Nacional
4 - A dissolução das empresas locais obedece público por tempo indeterminado, não é devida
ao regime jurídico dos procedimentos qualquer compensação pela extinção do anterior
administrativos de dissolução e de liquidação de posto de trabalho.
entidades comerciais. 12 - Para efeitos do disposto no presente
5 - Ao pessoal em efetividade de funções nas artigo, a deliberação de dissolução da empresa
empresas locais que incorram numa das local que implique a integração ou a
situações previstas no n.º 1, que não se internalização de quaisquer atividades é
encontre ao abrigo de instrumentos de acompanhada do respetivo plano, o qual deve
mobilidade previstos na Lei n.º 12-A/2008, de incluir os seguintes elementos:
27 de fevereiro, aplica-se o regime do contrato
a) Definição das atividades a integrar ou
de trabalho, sem prejuízo do disposto no
a internalizar;
número seguinte.
b) Listagem dos postos de trabalho
6 - As empresas locais em processo de
indispensáveis para a prossecução das
liquidação podem ceder às entidades públicas
atividades a integrar ou a internalizar,
participantes os seus trabalhadores contratados
identificando a carreira e as áreas
ao abrigo do regime do contrato de trabalho,
funcional, habilitacional e geográfica,
nos termos do disposto no artigo 58.º da Lei n.º
quando necessárias;
12-A/2008, de 27 de fevereiro, na exata medida
c) Previsão das disponibilidades
em que estes se encontrem afetos e sejam
orçamentais necessárias, nos termos
necessários ao cumprimento das atividades
da Lei n.º 8/2012, de 21 de fevereiro,
objeto de integração ou internalização.
que «Aprova as regras aplicáveis à
7 - Os acordos referidos no número anterior
assunção de compromissos e aos
devem ser celebrados no prazo de seis meses
pagamentos em atraso das entidades
após a deliberação de dissolução da empresa
públicas».
local, não sendo aplicável o disposto no artigo
13 - Para efeitos de candidatura aos
72.º da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro,
procedimentos concursais referidos no n.º 8, os
sob pena de nulidade.
trabalhadores cedidos ao abrigo e nos termos do
8 - Na pendência dos procedimentos de
n.º 6 são equiparados a candidatos com relação
dissolução e de liquidação, os trabalhadores com
jurídica de emprego público por tempo
relação jurídica de emprego por tempo
indeterminado previamente estabelecida.
indeterminado, que se encontrem na situação de
(Redação dada pela Lei n.º 53/2014, de 25 de
cedência de interesse público ao abrigo e nos
agosto)
termos do n.º 6, podem candidatar-se aos
procedimentos concursais exclusivamente
Artigo 63.º
destinados a quem seja titular de uma relação
Transformação
jurídica de emprego público por tempo
indeterminado previamente estabelecida,
1 - A obrigação de dissolução decorrente do
prevista na Lei n.º 12-A/2008, de 27 de
disposto no artigo anterior pode ser substituída
fevereiro, que sejam abertos pelas entidades
pela alienação integral da participação detida
públicas participantes às quais se encontrem
pela entidade pública participante, nos termos
cedidos, nos termos do número seguinte.
da lei geral.
9 - O direito de candidatura a que se refere o
2 - Com a alienação referida no número
número anterior aplica-se apenas aos
anterior, a empresa perde a natureza de
procedimentos concursais para a ocupação de
empresa local, para todos os efeitos legal ou
postos de trabalho correspondentes às funções
contratualmente previstos.
ou atividade que o trabalhador cedido se
3 - À situação de alienação prevista nos
encontra a executar, na exata medida do âmbito
números anteriores é aplicável, com as devidas
da integração ou internalização previstas no n.º
adaptações, o disposto no n.º 5 do artigo
1 do artigo 64.º e no artigo 65.º, e que sejam
anterior.
abertos no período máximo de 12 meses a
contar da data do acordo de cedência de
Artigo 64.º
interesse público a que se referem os n.os 6 e 7,
Integração e fusão de empresas locais
independentemente da duração máxima deste
poder vir a ser excecionalmente superior.
1 - As empresas locais podem ser objeto de
10 - O disposto nos n.os 8 e 9 não prejudica
integração em serviços municipalizados, nos
a exigência de verificação dos demais requisitos
termos gerais.
legais para a constituição da relação jurídica de
2 - A fusão de empresas locais depende da
emprego público.
prévia demonstração da viabilidade económico-
11 - O disposto nos n.os 6 a 10 aplica-se
financeira e da racionalidade económica da
apenas aos trabalhadores detentores de contrato
futura estrutura empresarial, nos termos do
de trabalho por tempo indeterminado que
disposto no artigo 32.º
tenham sido admitidos pelo menos um ano
3 - A fusão de empresas locais está sujeita ao
antes da data da deliberação de dissolução da
regime previsto nos artigos 22.º e 23.º
empresa local, aos quais, no caso de
constituição de relação jurídica de emprego

555
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 65.º consideradas empresas locais as sociedades
Internalização comerciais em que essas empresas exerçam ou
possam exercer uma posição dominante em
A atividade das empresas locais pode ser termos equivalentes ao disposto no n.º 1 do
objeto de internalização nos serviços das artigo 19.º
respetivas entidades públicas participantes. 2 - No prazo de seis meses após a entrada
em vigor da presente lei, as sociedades
Artigo 65.º-A comerciais previstas no número anterior devem
Internalização e integração no município ser dissolvidas, ou, em alternativa, as respetivas
participações podem ser objeto de alienação
1 - O limite da dívida total previsto no n.º 1 integral.
do artigo 52.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de 3 - No prazo previsto no número anterior, as
setembro, não prejudica a assunção da dívida da empresas locais devem alienar integralmente as
empresa local, no caso de integração ou participações por elas detidas nas demais
internalização da respetiva atividade ao abrigo sociedades comerciais e cessar a participação
dos artigos anteriores. em associações, fundações e cooperativas.
2 - Caso a integração ou internalização da 4 - Quando a participação social seja
atividade cause a ultrapassagem do limite de adquirida pela entidade pública na empresa local
dívida referido no número anterior, o município titular da mesma, a aquisição:
fica obrigado ao cumprimento do disposto na
a) Pode ser realizada a título oneroso ou
alínea a) do n.º 3 do artigo 52.º da Lei n.º
gratuito;
73/2013, de 3 de setembro.
b) Não dá lugar ao exercício de direitos
3 - Aos municípios que ultrapassem os fundos
de preferência por terceiros;
disponíveis e aumentem os seus pagamentos em
c) Não prejudica a posição da sociedade
atraso em resultado da assunção dos
participada em contratos, licenças e
compromissos da empresa local cuja atividade
outros atos administrativos.
tenha internalizado não é aplicável o disposto no
artigo 11.º da Lei n.º 8/2012, de 21 de
Artigo 69.º
fevereiro, alterada pelas Leis n.os 20/2012, de
Regime especial e remissões
14 de maio, 64/2012, de 20 de dezembro e 66-
B/2012, de 31 de dezembro.
1 - O regime estabelecido na presente lei não
(Redação dada pela Lei n.º 53/2014, de 25 de
prejudica a aplicação das normas especiais
agosto)
previstas nos Decretos-Leis n.os 194/2009, de
20 de agosto (regime jurídico dos serviços
municipais de abastecimento público de água, de
Artigo 66.º
saneamento de águas residuais urbanas e de
Alienação obrigatória das participações
gestão de resíduos urbanos), alterado pelo
locais
Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de agosto, e
307/2009, de 23 de outubro (regime jurídico da
As participações locais são objeto de
reabilitação urbana).
alienação obrigatória sempre que as sociedades
2 - Todas as remissões feitas em diplomas
comerciais participadas incorram em alguma das
legais ou regulamentares para o regime jurídico
situações tipificadas no n.º 1 do artigo 62.º
do setor empresarial local, aprovado pela Lei n.º
53-F/2006, de 29 de dezembro, alterada pelas
Artigo 67.º
Leis n.os 67-A/2007, de 31 de dezembro, 64-
Comunicação à Inspeção-Geral de Finanças
A/2008, de 31 de dezembro, e 55/2011, de 15
de novembro, devem considerar-se como feitas
A violação do disposto no presente capítulo é
para a presente lei.
comunicada pela Direção-Geral das Autarquias
Locais à Inspeção-Geral de Finanças, para
Artigo 70.º
efeitos do exercício da tutela administrativa e
Normas transitórias
financeira e, sendo caso disso, a fim de esta
requerer a dissolução oficiosa da empresa em
1 - As entidades de natureza empresarial
causa.
criadas ou constituídas ao abrigo de legislação
anterior, nas quais as entidades públicas
CAPÍTULO VII
participantes exerçam uma influência
Disposições complementares, transitórias e
dominante, assim como as sociedades
finais
comerciais participadas já existentes, ficam
obrigadas a adequar os seus estatutos em
Artigo 68.º
conformidade com a presente lei, no prazo de
Sociedades comerciais constituídas ou
seis meses após a sua entrada em vigor.
participadas por empresas locais
2 - As entidades públicas participantes, uma
vez decorrido o prazo previsto no número
1 - Até ao encerramento da liquidação ou à
anterior sem que os estatutos das entidades e
alienação das respetivas posições, são

556
Autarquias Locais - Legislação Nacional
sociedades nele referidas tenham sido
adequados em conformidade com a presente lei,
devem determinar a dissolução das mesmas ou,
em alternativa, a alienação integral das
participações que nelas detenham.
3 - As entidades públicas participantes, no
prazo de seis meses após a entrada em vigor da
presente lei, devem determinar a dissolução ou,
em alternativa, a alienação integral das
respetivas participações, quando as entidades e
sociedades previstas no n.º 1 incorram nas
situações referidas no n.º 1 do artigo 62.º e no
artigo 66.º
4 - A verificação das situações previstas no
n.º 4 do artigo 25.º e nas alíneas a) a d) do n.º
1 do artigo 62.º abrange a gestão das empresas
locais e das sociedades comerciais participadas
nos três anos imediatamente anteriores à
entrada em vigor da presente lei.
5 - É aplicável, com as devidas adaptações, o
disposto nos artigos 61.º a 66.º
6 - Os municípios devem proceder à
adaptação dos respetivos serviços
municipalizados ao regime definido no capítulo
ii, no prazo de seis meses após a entrada em
vigor da presente lei.
7 - Os trabalhadores com relação jurídica de
emprego público por tempo indeterminado a que
se refere no n.º 8 do artigo 62.º não são
contabilizados para efeitos dos limites de
contratação previstos na Lei do Orçamento do
Estado.

Artigo 71.º
Norma revogatória

1 - É revogado o capítulo ix do título ii da


parte i do Código Administrativo, aprovado pela
Lei n.º 31 095, de 31 de dezembro de 1940.
2 - É revogada a Lei n.º 53-F/2006, de 29 de
dezembro, alterada pelas Leis n.os 67-A/2007,
de 31 de dezembro, 64-A/2008, de 31 de
dezembro, e 55/2011, de 15 de novembro.
3 - É revogada a Lei n.º 55/2011, de 15 de
novembro.

Artigo 72.º
Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor no 1.º dia do


mês seguinte ao dia da sua publicação.

557
Autarquias Locais - Legislação Nacional

558
PROCESSO ELEITORAL
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei Orgânica n.º 1/2001, de 14 de Agosto capacidade eleitoral activa aos


Lei que regula a eleição dos titulares dos portugueses neles residentes.
órgãos das autarquias locais e segunda
2 - São publicadas no Diário da República as
alteração à Lei n.º 56/98, de 18 de Agosto,
listas dos países a cujos cidadãos é reconhecida
com a redacção que lhe foi conferida pela
capacidade eleitoral activa.
Lei n.º 23/2000, de 23 de Agosto, que
altera o regime do financiamento dos
Artigo 3.º
partidos políticos e das campanhas
Incapacidades eleitorais activas
eleitorais.
(Com as alterações introduzidas pela Declaração
Não gozam de capacidade eleitoral activa:
de Retificação n.º 20-A/2001, de 12 de outubro
e pelas Leis Orgânicas n.os 5-A/2001, de 26 de a) Os interditos por sentença transitada
novembro, 3/2005, de 29 de agosto, 3/2010, de em julgado;
15 de dezembro e 1/2011, de 30 de novembro) b) Os notoriamente reconhecidos como
dementes, ainda que não interditos por
A Assembleia da República decreta, nos sentença, quando internados em
termos da alínea c) do artigo 161.º da estabelecimento psiquiátrico, ou como
Constituição, para valer como lei geral da tais declarados por uma junta de três
República, a lei orgânica seguinte: médicos;
c) Os que estejam privados de direitos
Artigo 1.º políticos, por decisão judicial transitada
em julgado.
1 - É aprovada como lei orgânica a lei que
regula a eleição dos titulares dos órgãos das Artigo 4.º
autarquias locais, nos termos seguintes: Direito de voto

TÍTULO I São eleitores dos órgãos das autarquias


Âmbito e capacidade eleitoral locais os cidadãos referidos no artigo 2.º,
inscritos no recenseamento da área da
CAPÍTULO I respectiva autarquia local.
Âmbito
CAPÍTULO III
Artigo 1.º Capacidade eleitoral passiva
Âmbito da presente lei
Artigo 5.º
A presente lei orgânica regula a eleição de Capacidade eleitoral passiva
titulares para os órgãos das autarquias locais.
1 - São elegíveis para os órgãos das
CAPÍTULO II autarquias locais os cidadãos a seguir indicados:
Capacidade eleitoral activa
a) Os cidadãos portugueses eleitores;
Artigo 2.º b) Os cidadãos eleitores de Estados
Capacidade eleitoral activa membros da União Europeia quando de
igual direito gozem legalmente os
1 - Gozam de capacidade eleitoral activa os cidadãos portugueses no Estado de
cidadãos maiores de 18 anos a seguir indicados: origem daqueles;
c) Os cidadãos eleitores dos países de
a) Os cidadãos portugueses; língua oficial portuguesa com
b) Os cidadãos dos Estados membros da residência em Portugal há mais de
União Europeia quando de igual direito quatro anos quando de igual direito
gozem legalmente os cidadãos gozem legalmente os cidadãos
portugueses no Estado de origem portugueses no respectivo Estado de
daqueles; origem;
c) Os cidadãos de países de língua oficial d) Outros cidadãos eleitores com
portuguesa com residência legal há residência legal em Portugal há mais
mais de dois anos quando de igual de cinco anos desde que nacionais de
direito gozem legalmente os cidadãos países que, em condições de
portugueses no respectivo Estado de reciprocidade, atribuam capacidade
origem; eleitoral passiva aos portugueses neles
d) Outros cidadãos com residência legal residentes.
em Portugal há mais de três anos
desde que nacionais de países que, em 2 - São publicadas no Diário da República as
condições de reciprocidade, atribuam listas dos países a cujos cidadãos é reconhecida
capacidade eleitoral passiva.

561
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 6.º funções desde a data de entrega da
Inelegibilidades gerais lista de candidatura em que se
integrem. (Nos termos da Declaração
1 - São inelegíveis para os órgãos das de Retificação n.º 20-A/2001 de 12 de
autarquias locais: outubro, na alínea d) do n.º 1 do artigo
7º, onde se lê «detenham posição
a) O Presidente da República;
maioritária que exerçam funções de
b) O Provedor de Justiça;
direcção » deve ler-se «detenham
c) Os juízes do Tribunal Constitucional e
posição maioritária, que exerçam
do Tribunal de Contas;
funções de direcção»).
d) O Procurador-Geral da República;
e) Os magistrados judiciais e do 2 - Não são também elegíveis para os órgãos
Ministério Público; das autarquias locais em causa:
f) Os membros do Conselho Superior da
a) Os concessionários ou peticionários de
Magistratura, do Conselho Superior do
concessão de serviços da autarquia
Ministério Público, da Comissão
respectiva;
Nacional de Eleições e da Alta
b) Os devedores em mora da autarquia
Autoridade para a Comunicação Social;
local em causa e os respectivos
g) Os militares e os agentes das forças
fiadores;
militarizadas dos quadros
c) Os membros dos corpos sociais e os
permanentes, em serviço efectivo, bem
gerentes de sociedades, bem como os
como os agentes dos serviços e forças
proprietários de empresas que tenham
de segurança, enquanto prestarem
contrato com a autarquia não
serviço activo;
integralmente cumprido ou de
h) O inspector-geral e os subinspectores-
execução continuada.
gerais de Finanças, o inspector-geral e
os subinspectores-gerais da 3 - Nenhum cidadão pode candidatar-se
Administração do Território e o simultaneamente a órgãos representativos de
director-geral e os subdirectores-gerais autarquias locais territorialmente integradas em
do Tribunal de Contas; municípios diferentes, nem a mais de uma
i) O secretário da Comissão Nacional de assembleia de freguesia integradas no mesmo
Eleições; município.
j) O director-geral e os subdirectores-
gerais do Secretariado Técnico dos CAPÍTULO IV
Assuntos para o Processo Eleitoral; Estatuto dos candidatos
l) O director-geral dos Impostos.
Artigo 8.º
2 - São igualmente inelegíveis para os órgãos
Dispensa de funções
das autarquias locais:
(Redacção dada pela Lei Orgânica n.º 3/2005
a) Os falidos e insolventes, salvo se de 29 de agosto)
reabilitados;
b) Os cidadãos eleitores estrangeiros Durante o período da campanha eleitoral, os
que, em consequência de decisão de candidatos efectivos e os candidatos suplentes,
acordo com a lei do seu Estado de no mínimo legal exigível, têm direito a dispensa
origem, tenham sido privados do do exercício das respectivas funções, sejam
direito de sufrágio activo ou passivo. públicas ou privadas, contando esse tempo para
todos os efeitos, incluindo o direito à retribuição,
Artigo 7.º como tempo de serviço efectivo.
Inelegibilidades especiais
Artigo 9.º
1 - Não são elegíveis para os órgãos das Imunidades
autarquias locais dos círculos eleitorais onde
exercem funções ou jurisdição: 1 - Nenhum candidato pode ser sujeito a
prisão preventiva, a não ser em caso de
a) Os directores de finanças e chefes de
flagrante delito, por crime doloso a que
repartição de finanças;
corresponda pena de prisão cujo limite máximo
b) Os secretários de justiça;
seja superior a 3 anos.
c) Os ministros de qualquer religião ou
2 - Movido procedimento criminal contra
culto;
algum candidato e indiciados estes
d) Os funcionários dos órgãos das
definitivamente por despacho de pronúncia ou
autarquias locais ou dos entes por
equivalente, o processo só pode prosseguir após
estas constituídos ou em que
a proclamação dos resultados das eleições.
detenham posição maioritária que
exerçam funções de direcção, salvo no
caso de suspensão obrigatória de

562
Autarquias Locais - Legislação Nacional
TÍTULO II termos quantos os mandatos que
Sistema eleitoral estiverem em causa;
c) Os mandatos pertencem às listas a
CAPÍTULO I que correspondem os termos da série
Organização dos círculos eleitorais estabelecida pela regra anterior,
recebendo cada uma das listas tantos
Artigo 10.º mandatos quantos os seus termos na
Círculo eleitoral único série;
d) No caso de restar um só mandato
Para efeito de eleição dos órgãos autárquicos, para distribuir e de os termos
o território da respectiva autarquia local seguintes da série serem iguais e de
constitui um único círculo eleitoral. listas diferentes, o mandato cabe à
lista que tiver obtido o menor número
CAPÍTULO II de votos.
Regime da eleição
Artigo 14.º
Artigo 11.º Distribuição dos mandatos dentro das listas
Modo de eleição
1 - Dentro de cada lista, os mandatos são
Os membros dos órgãos deliberativos das conferidos aos candidatos pela ordem de
autarquias locais e do órgão executivo do precedência indicada na declaração de
município são eleitos por sufrágio universal, candidatura.
directo, secreto e periódico e por listas 2 - No caso de morte ou doença que
plurinominais apresentadas em relação a cada determine impossibilidade física ou psíquica, de
órgão, dispondo o eleitor de um voto singular de perda de mandato ou de opção por função
lista. incompatível, o mandato é conferido ao
candidato imediatamente seguinte na referida
Artigo 12.º ordem de precedência.
Organização das listas 3 - A existência de incompatibilidade entre as
funções desempenhadas pelo candidato e o
1 - As listas propostas à eleição devem exercício do cargo para que foi eleito não
conter a indicação dos candidatos em número impede a atribuição do mandato.
igual ao dos mandatos a preencher no
respectivo órgão e de suplentes nos termos do TÍTULO III
n.º 9 do artigo 23.º Organização do processo eleitoral
2 - Para as eleições gerais o número de
mandatos de cada órgão autárquico será CAPÍTULO I
definido de acordo com os resultados do Marcação das eleições
recenseamento eleitoral, obtidos através da base
de dados central do recenseamento eleitoral e Artigo 15.º
publicados pelo Ministério da Administração Marcação da data das eleições
Interna no Diário da República com a
antecedência de 120 dias relativamente ao 1 - O dia da realização das eleições gerais
termo do mandato. para os órgãos das autarquias locais é marcado
3 - Os candidatos de cada lista consideram- por decreto do Governo com, pelo menos, 80
se ordenados segundo a sequência constante da dias de antecedência.
respectiva declaração de candidatura. 2 - As eleições gerais realizam-se entre os
dias 22 de Setembro e 14 de Outubro do ano
Artigo 13.º correspondente ao termo do mandato.
Critério de eleição 3 - A marcação do dia da votação
suplementar a que haja lugar por razões
A conversão de votos em mandatos faz-se de excepcionais previstas na presente lei compete
acordo com o método de representação ao presidente da câmara municipal. (Redação
proporcional correspondente à média mais alta dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de
de Hondt, obedecendo às seguintes regras: novembro)
4 - O dia dos actos eleitorais é o mesmo em
a) Apura-se, em separado, o número de
todos os círculos e recai em domingo ou feriado
votos recebidos por cada lista no
nacional, podendo recair também em dia feriado
círculo eleitoral respectivo;
municipal o acto eleitoral suplementar.
b) O número de votos apurados por cada
lista é dividido, sucessivamente, por 1,
2, 3, 4, 5, etc., sendo os quocientes
alinhados pela ordem decrescente da
sua grandeza numa série de tantos

563
Autarquias Locais - Legislação Nacional
CAPÍTULO II 3 - A sigla e o símbolo devem reproduzir
Apresentação de candidaturas rigorosamente o conjunto dos símbolos e siglas
de cada um dos partidos que as integram e
SECÇÃO I devem ser simultaneamente comunicados ao
Propositura Ministério da Administração Interna, para efeitos
do cumprimento do n.º 4 do artigo 30.º
Artigo 16.º 4 - As coligações para fins eleitorais não
Poder de apresentação de candidaturas constituem individualidade distinta dos partidos
e deixam imediatamente de existir logo que for
1 - As listas para a eleição dos órgãos das tornado público o resultado definitivo das
autarquias locais podem ser apresentadas pelas eleições, salvo se forem transformadas em
seguintes entidades proponentes: coligações de partidos políticos, nos termos da
lei.
a) Partidos políticos;
b) Coligações de partidos políticos
Artigo 18.º
constituídas para fins eleitorais;
Apreciação e certificação das coligações
c) Grupos de cidadãos eleitores.
2 - Nenhum partido político, coligação ou 1 - No dia seguinte ao da comunicação, o
grupo de cidadãos pode apresentar mais de uma Tribunal Constitucional, em secção, verifica a
lista de candidatos nem os partidos coligados observância dos requisitos estabelecidos no n.º
podem apresentar candidaturas próprias para a 2 do artigo anterior, a legalidade das
eleição de cada órgão. denominações, siglas e símbolos, bem como a
3 - Nenhum cidadão eleitor pode ser sua identificação ou semelhança com as de
proponente de mais de uma lista de candidatos outros partidos ou coligações.
para a eleição de cada órgão. 2 - A decisão prevista no número anterior é
4 - Os partidos políticos e as coligações de imediatamente publicada por edital.
partidos políticos podem incluir nas suas listas 3 - Da decisão cabe recurso, a interpor no
candidatos independentes, desde que como tal prazo de vinte e quatro horas a contar da
declarados. afixação do edital, pelos representantes de
5 - Só podem apresentar candidaturas os qualquer partido ou coligação, para o plenário do
partidos políticos e as coligações como tal Tribunal Constitucional, que decide no prazo de
legalmente registados até ao início do prazo de quarenta e oito horas.
apresentação e os grupos de cidadãos que 4 - O Tribunal, independentemente de
satisfaçam as condições previstas nas requerimento, passa certidão da legalidade e
disposições seguintes. anotação da coligação, a fim de a mesma
6 - Ninguém pode ser candidato instruir o processo de candidatura, e notifica os
simultaneamente em listas apresentadas por signatários do documento de constituição da
diferentes partidos, coligações ou grupos de coligação.
cidadãos. 5 - As coligações antes constituídas e
registadas ao abrigo das disposições aplicáveis
Artigo 17.º da lei dos partidos políticos não estão sujeitas às
Candidaturas de coligações formalidades constantes dos números
anteriores, sem prejuízo do cumprimento do
1 - Dois ou mais partidos podem constituir disposto no n.º 2 do artigo anterior.
coligações para fins eleitorais com o objectivo de
apresentarem conjuntamente uma lista única à Artigo 19.º
eleição dos órgãos das autarquias locais, nos Candidaturas de grupos de cidadãos
termos dos números seguintes.
2 - A constituição da coligação deve constar 1 - As listas de candidatos a cada órgão são
de documento subscrito por representantes dos propostas pelo número de cidadãos eleitores
órgãos competentes dos partidos, deve ser resultante da utilização da fórmula:
anunciada publicamente até ao 65.º dia anterior
à realização da eleição em dois dos jornais n/(3 x m)
diários de maior difusão na área da autarquia e
deve ser comunicada, no mesmo prazo, ao em que n é o número de eleitores da autarquia e
Tribunal Constitucional, mediante junção do m o número de membros da câmara municipal
documento referido e com menção das ou de membros da assembleia de freguesia,
respectivas denominação, sigla e símbolo para conforme a candidatura se destine aos órgãos do
apreciação e anotação. município ou da freguesia.
2 - Os resultados da aplicação da fórmula do
número anterior, contudo, são sempre corrigidos
por forma a não resultar um número de cidadãos
proponentes inferior a 50 ou superior a 2000, no
caso de candidaturas a órgão da freguesia, ou

564
Autarquias Locais - Legislação Nacional
inferior a 250 ou superior a 4000, no caso de Artigo 23.º
candidaturas a órgão do município. Requisitos gerais da apresentação
3 - Os proponentes devem subscrever
declaração de propositura da qual resulte 1 - A apresentação das candidaturas consiste
inequivocamente a vontade de apresentar a lista na entrega de:
de candidatos dela constante.
a) Lista contendo a indicação da eleição
4 - Os proponentes devem fazer prova de
em causa, a identificação do partido,
recenseamento na área da autarquia a cujo
coligação ou grupo de cidadãos
órgão respeita a candidatura, nos termos dos
proponente e a identificação dos
números seguintes.
candidatos e do mandatário da lista e,
5 - As listas de candidatos propostos por
no caso de coligação, a indicação do
grupos de cidadãos devem conter, em relação a
partido que propõe cada um dos
cada um dos proponentes, os seguintes
candidatos;
elementos:
b) Declaração de candidatura.
a) Nome completo;
2 - Para efeitos do disposto no n.º 1,
b) Número do bilhete de identidade;
entendem-se por «elementos de identificação»
c) Número do cartão de eleitor e
os seguintes: denominação, sigla e símbolo do
respectiva unidade geográfica de
partido ou coligação, denominação e sigla do
recenseamento;
grupo de cidadãos e o nome completo, idade,
d) Assinatura conforme ao bilhete de
filiação, profissão, naturalidade e residência,
identidade.
bem como o número, a data e o arquivo de
6 - O tribunal competente para a recepção da identificação do bilhete de identidade dos
lista pode promover a verificação por candidatos e dos mandatários.
amostragem da autenticidade das assinaturas e 3 - A declaração de candidatura é assinada
da identificação dos proponentes da iniciativa. conjunta ou separadamente pelos candidatos,
dela devendo constar, sob compromisso de
Artigo 20.º honra, que não estão abrangidos por qualquer
Local e prazo de apresentação causa de inelegibilidade nem figuram em mais
de uma lista de candidatos para o mesmo órgão,
1 - As listas de candidatos são apresentadas que aceitam a candidatura pelo partido,
perante o juiz do tribunal da comarca coligação ou grupo de cidadãos proponente da
competente em matéria cível com jurisdição na lista e que concordam com a designação do
sede do município respectivo até ao 55.º dia mandatário indicado na mesma.
anterior à data do acto eleitoral. 4 - A denominação identificadora do grupo de
2 - No caso de o tribunal ter mais de um cidadãos eleitores não pode conter mais de cinco
juízo, são competentes aquele ou aqueles que palavras que, por seu turno, não podem fazer
forem designados por sorteio. parte das denominações oficiais dos partidos
políticos ou das coligações com existência legal.
Artigo 21.º 5 - Cada lista é instruída com os seguintes
Representantes dos proponentes documentos:
a) Certidão, ou pública-forma de certidão
Na apresentação das listas de candidatos, os
do Tribunal Constitucional,
partidos políticos são representados pelos
comprovativa do registo do partido
órgãos partidários estatutariamente
político e da respectiva data ou, no
competentes ou por delegados por eles
caso de coligação, da certidão referida
designados, as coligações são representadas por
no n.º 4 do artigo 18.º;
delegados de cada um dos partidos coligados e
b) Declaração de propositura, no caso
os grupos de cidadãos são representados pelo
das candidaturas de grupos de
primeiro proponente da candidatura.
cidadãos, de acordo com o disposto no
n.º 8;
Artigo 22.º
c) Certidão de inscrição no
Mandatários das listas
recenseamento eleitoral de cada um
dos candidatos e do mandatário, em
1 - Os partidos políticos, coligações e grupos
todos os casos.
de cidadãos concorrentes designam um
mandatário de entre os eleitores inscritos no 6 - Para efeitos da alínea a) do número
respectivo círculo para efeitos de representação anterior, considera-se prova bastante a entrega,
nas operações referentes à apreciação da por cada partido ou coligação, de um único
elegibilidade e nas operações subsequentes. documento para todas as suas listas
2 - A morada do mandatário é sempre apresentadas no mesmo tribunal.
indicada no processo de candidatura e, quando
ele não residir na sede do município, escolhe ali
domicílio para aí ser notificado.

565
Autarquias Locais - Legislação Nacional
7 - A prova da capacidade eleitoral activa das mesmas à porta do edifício do tribunal, com
pode ser feita globalmente, para cada lista de a identificação completa dos candidatos e dos
candidatos e de proponentes, na sequência de mandatários.
solicitação dirigida aos presidentes das 2 - Nos cinco dias subsequentes o juiz
comissões recenseadoras. verifica a regularidade do processo, a
8 - Na declaração de propositura por grupos autenticidade dos documentos que o integram e
de cidadãos eleitores, nos casos em que a a elegibilidade dos candidatos.
presente lei o admitir, os proponentes são 3 - De igual modo, no prazo referido no n.º
ordenados, à excepção do primeiro e sempre 2, podem as entidades proponentes, os
que possível, pelo número de inscrição no candidatos e os mandatários impugnar a
recenseamento. regularidade do processo ou a elegibilidade de
9 - As listas, para além dos candidatos qualquer candidato.
efectivos, devem indicar os candidatos suplentes
em número não inferior a um terço, Artigo 26.º
arredondado por excesso. Irregularidades processuais
10 - As declarações referidas nos n.os 3 e 8
não carecem de reconhecimento notarial. 1 - O tribunal, se verificar a existência de
11 - O mandatário da lista, indicado nos irregularidades processuais ou de candidatos
termos do artigo 22.º, responde pela exactidão e inelegíveis, manda notificar o mandatário da
veracidade dos documentos referidos nos candidatura.
números anteriores, incorrendo no crime 2 - No prazo de três dias, podem os
previsto e punido pelo artigo 336.º do Código mandatários suprir irregularidades processuais
Penal. ou substituir candidatos julgados inelegíveis ou
sustentar que não existem quaisquer
Artigo 24.º irregularidades a suprir ou candidatos a
Requisitos especiais de apresentação de substituir, sem prejuízo de apresentarem
candidaturas candidatos substitutos para o caso de a decisão
do tribunal lhes vir a ser desfavorável.
1 - No acto de apresentação da candidatura, 3 - No caso de a lista não conter o número
o candidato estrangeiro deve apresentar uma exigido de candidatos efectivos e suplentes, o
declaração formal, especificando: mandatário deve completá-la no prazo de
quarenta e oito horas.
a) A nacionalidade e a residência
habitual no território português;
Artigo 27.º
b) A última residência no Estado de
Rejeição de candidaturas
origem;
c) A não privação da capacidade eleitoral
1 - São rejeitados os candidatos inelegíveis e
passiva no Estado de origem.
as listas cujas irregularidades não tenham sido
2 - Em caso de dúvida quanto à declaração supridas.
referida na alínea c) do número anterior, pode o 2 - No caso de não ter sido usada a faculdade
tribunal, se assim o entender, exigir a de apresentação de substitutos prevista no n.º 2
apresentação de um atestado, emitido pelas do artigo anterior, o mandatário da lista é
autoridades administrativas competentes do imediatamente notificado para que proceda à
Estado de origem, certificando que o candidato substituição do candidato ou candidatos
não está privado do direito de ser eleito nesse inelegíveis no prazo de vinte e quatro horas e,
Estado ou que as referidas autoridades não têm se tal não acontecer, a lista é reajustada com
conhecimento de qualquer incapacidade. respeito pela ordem de precedência dela
3 - O atestado referido no número anterior constante e com a ocupação do número de
pode ser apresentado até à data em que é lugares em falta pelos candidatos suplentes cujo
legalmente admissível a desistência, nos termos processo de candidatura preencha a totalidade
do artigo 36.º dos requisitos legais, seguindo a respectiva
4 - No caso de candidato estrangeiro que não ordem de precedência.
seja nacional de Estado membro da União 3 - A lista é definitivamente rejeitada se, por
Europeia, deve ser apresentada autorização de falta de candidatos suplentes, não for possível
residência que comprove a residência em perfazer o número legal dos efectivos.
Portugal pelo período de tempo mínimo
legalmente previsto. Artigo 28.º
Publicação das decisões
Artigo 25.º
Publicação das listas e verificação das Decorridos os prazos de suprimentos, as
candidaturas listas rectificadas ou completadas são afixadas à
porta do edifício do tribunal.
1 - Findo o prazo para a apresentação das
candidaturas, é imediatamente afixada a relação

566
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 29.º Lisboa e Porto, aos juízes dos tribunais cíveis,
Reclamações até ao 40.º dia anterior ao da eleição. (Redação
dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de
1 - Das decisões relativas à apresentação de novembro)
candidaturas podem reclamar os candidatos, os
seus mandatários, os partidos políticos, as SECÇÃO II
coligações ou os primeiros proponentes de Contencioso
grupos de cidadãos eleitores concorrentes à
eleição para o órgão da autarquia, até quarenta Artigo 31.º
e oito horas após a notificação da decisão, para Recurso
o juiz que tenha proferido a decisão.
2 - Tratando-se de reclamação apresentada 1 - Das decisões finais relativas à
contra a admissão de qualquer candidatura, o apresentação de candidaturas cabe recurso para
juiz manda notificar imediatamente o o Tribunal Constitucional, com excepção das
mandatário e os representantes da respectiva decisões proferidas sobre denominações, siglas e
lista para responder, querendo, no prazo de símbolos de grupos de cidadãos que são
quarenta e oito horas. irrecorríveis.
3 - Tratando-se de reclamação apresentada 2 - O recurso deve ser interposto no prazo de
contra a decisão que tenha julgado inelegível quarenta e oito horas a contar da afixação das
qualquer candidato ou que tenha rejeitado listas a que se refere o n.º 5 do artigo 29.º
qualquer candidatura, são notificados
imediatamente os mandatários e os Artigo 32.º
representantes das restantes listas, ainda que Legitimidade
não admitidas, para responderem, querendo, no
prazo referido no número anterior. Têm legitimidade para interpor recurso os
4 - O juiz decide as reclamações no prazo de candidatos, os respectivos mandatários, os
dois dias a contar do termo do prazo previsto partidos políticos, as coligações e os primeiros
nos n.os 2 e 3. proponentes dos grupos de cidadãos eleitores
5 - Quando não haja reclamações ou logo concorrentes à eleição no círculo eleitoral
que tenham sido decididas as que hajam sido respectivo.
apresentadas, é publicada à porta do edifício do
tribunal uma relação completa de todas as listas Artigo 33.º
admitidas. Interposição do recurso
6 - É enviada cópia das listas referidas no
número anterior ao director-geral de 1 - O requerimento de interposição do
Administração Interna. (Redação dada pela Lei recurso, do qual devem constar os seus
Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de novembro) fundamentos, é entregue no tribunal que
proferiu a decisão recorrida, acompanhado de
Artigo 30.º todos os elementos de prova.
Sorteio das listas apresentadas 2 - Tratando-se de recurso de decisão que
tenha julgado elegível qualquer candidato ou
1 - No dia seguinte ao termo do prazo para admitido qualquer candidatura, é imediatamente
apresentação de candidaturas ou da decisão de notificado o respectivo mandatário ou o
reclamação, quando haja, na presença dos representante para responder, querendo, no
mandatários e dos candidatos que desejem prazo de dois dias.
assistir, o juiz preside ao sorteio das respectivas 3 - Tratando-se de recurso de decisão que
listas, para o efeito de se lhes atribuir uma tenha julgado inelegível qualquer candidato ou
ordem nos boletins de voto, assim como ao rejeitado qualquer candidatura, são
sorteio dos símbolos, em numeração romana, de imediatamente notificados os mandatários ou os
1 a 20, a utilizar pelos grupos de cidadãos. representantes das restantes candidaturas que
2 - O resultado do sorteio é imediatamente hajam intervindo na reclamação para
afixado à porta do edifício do tribunal. responderem, querendo, no prazo referido no
3 - Do acto de sorteio é lavrado auto, de que número anterior.
são imediatamente enviadas cópias à Comissão 4 - O recurso sobe ao Tribunal Constitucional
Nacional de Eleições, e, bem assim, ao nos próprios autos.
presidente da câmara municipal respectiva, para
efeitos de impressão dos boletins de voto. Artigo 34.º
(Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de Decisão
de 30 de novembro)
4 - As denominações, siglas e símbolos dos 1 - O Tribunal Constitucional, em plenário,
partidos políticos e coligações devidamente decide, definitivamente, no prazo de 10 dias a
legalizados, bem como os símbolos a utilizar na contar da data da recepção dos autos prevista
identificação dos órgãos a eleger, são remetidos no artigo anterior, comunicando a decisão, no
pela Direcção-Geral de Administração Interna às próprio dia, ao juiz recorrido.
câmaras municipais, juízes de comarca e, em

567
Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 - O Tribunal Constitucional profere um TÍTULO IV
único acórdão em relação a cada círculo Propaganda eleitoral
eleitoral, no qual decide todos os recursos
relativos às listas concorrentes nesse círculo. CAPÍTULO I
Princípios gerais
Artigo 35.º
Publicação Artigo 38.º
Aplicação dos princípios gerais
1 - As listas definitivamente admitidas são
imediatamente enviadas por cópia, pelo juiz, ao
Os princípios gerais enunciados no presente
presidente da câmara municipal, que as publica,
capítulo são aplicáveis desde a publicação do
no prazo de cinco dias, por editais afixados à
decreto que marque a data das eleições gerais
porta dos edifícios do tribunal, da câmara
ou da decisão judicial definitiva ou deliberação
municipal e das juntas de freguesia do
dos órgãos autárquicos de que resulte a
município, no caso de eleição da assembleia e da
realização de eleições intercalares.
câmara municipal, e no edifício da junta de
freguesia e noutros lugares de estilo na
Artigo 39.º
freguesia, no caso de eleição da assembleia de
Propaganda eleitoral
freguesia.
2 - No dia da eleição as listas sujeitas a
Entende-se por «propaganda eleitoral» toda a
sufrágio são novamente publicadas por editais
actividade que vise directa ou indirectamente
afixados à entrada das assembleias de voto
promover candidaturas, seja dos candidatos, dos
juntamente com os boletins de voto.
partidos políticos, dos titulares dos seus órgãos
SECÇÃO III ou seus agentes, das coligações, dos grupos de
Desistência e falta de candidaturas cidadãos proponentes ou de quaisquer outras
pessoas, nomeadamente a publicação de textos
Artigo 36.º ou imagens que exprimam ou reproduzam o
Desistência conteúdo dessa actividade.

1 - É lícita a desistência da lista até quarenta Artigo 40.º


e oito horas antes do dia das eleições. Igualdade de oportunidades das
2 - A desistência deve ser comunicada pelo candidaturas
partido ou coligação proponentes, ou pelo
primeiro proponente, no caso de lista Os candidatos, os partidos políticos,
apresentada por grupo de cidadãos, ao juiz, o coligações e grupos proponentes têm direito a
qual, por sua vez, a comunica ao presidente da efectuar livremente e nas melhores condições a
câmara municipal. sua propaganda eleitoral, devendo as entidades
3 - É igualmente lícita a desistência de públicas e privadas proporcionar-lhes igual
qualquer candidato, até ao momento referido no tratamento, salvo as excepções previstas na lei.
n.º 1, mediante declaração por ele subscrita com
a assinatura reconhecida notarialmente, Artigo 41.º
mantendo-se, contudo, a validade da lista. Neutralidade e imparcialidade das
entidades públicas
Artigo 37.º
Falta de candidaturas
1 - Os órgãos do Estado, das Regiões
1 - No caso de inexistência de listas de Autónomas e das autarquias locais, das demais
candidatos tem lugar um novo acto eleitoral nos pessoas colectivas de direito público, das
termos do número seguinte. sociedades de capitais públicos ou de economia
2 - Se a inexistência se dever a falta de mista e das sociedades concessionárias de
apresentação de listas de candidatos, o novo serviços públicos, de bens do domínio público ou
acto eleitoral realiza-se até ao 6.º mês posterior de obras públicas, bem como, nessa qualidade,
à data das eleições gerais, inclusive, e, se a os respectivos titulares, não podem intervir
inexistência se dever a desistência ou a rejeição, directa ou indirectamente na campanha eleitoral
o novo acto eleitoral realiza-se até ao 3.º mês, nem praticar actos que de algum modo
inclusive, que se seguir àquela data. favoreçam ou prejudiquem uma candidatura ou
3 - Cabe ao presidente da câmara municipal uma entidade proponente em detrimento ou
a marcação do dia de realização do novo acto vantagem de outra, devendo assegurar a
eleitoral. (Redação dada pela Lei Orgânica n.º igualdade de tratamento e a imparcialidade em
1/2011, de de 30 de novembro) qualquer intervenção nos procedimentos
4 - Até à instalação do órgão executivo em eleitorais.
conformidade com o novo acto eleitoral, o 2 - Os funcionários e agentes das entidades
funcionamento do mesmo é assegurado por uma previstas no número anterior observam, no
comissão administrativa, com funções exercício das suas funções, rigorosa neutralidade
executivas, de acordo com o disposto nos perante as diversas candidaturas e respectivas
artigos 223.º e 224.º entidades proponentes.

568
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - É vedada a exibição de símbolos, siglas, 2 - São permitidos os anúncios publicitários,
autocolantes ou outros elementos de como tal identificados, em publicações
propaganda por titulares dos órgãos, periódicas, desde que não ultrapassem um
funcionários e agentes das entidades referidas quarto de página e se limitem a utilizar a
no n.º 1 durante o exercício das suas funções. denominação, símbolo e sigla do partido,
coligação ou grupo de cidadãos e as informações
Artigo 42.º referentes à realização anunciada.
Liberdade de expressão e de informação
CAPÍTULO II
Não pode ser imposta qualquer limitação à Campanha eleitoral
expressão de princípios políticos, económicos e
sociais, sem prejuízo de eventual Artigo 47.º
responsabilidade civil ou criminal. Início e termo da campanha eleitoral

Artigo 43.º O período da campanha eleitoral inicia-se no


Liberdade de reunião 12.º dia anterior e finda às 24 horas da
antevéspera do dia designado para as eleições.
A liberdade de reunião para fins eleitorais
rege-se pelo disposto na lei geral sobre o direito Artigo 48.º
de reunião, sem prejuízo do disposto no artigo Promoção, realização e âmbito da
50.º campanha eleitoral

Artigo 44.º A promoção e realização da campanha


Propaganda sonora eleitoral cabe sempre aos candidatos e aos
partidos políticos, coligações ou grupos de
1 - A propaganda sonora não carece de cidadãos eleitores proponentes, sem prejuízo da
autorização nem de comunicação às autoridades participação activa dos cidadãos.
administrativas, sem prejuízo de os níveis de
ruído deverem respeitar um limite razoável, Artigo 49.º
tendo em conta as condições do local. Comunicação social
2 - Sem prejuízo do disposto no n.º 7 do
artigo 50.º, não é admitida propaganda sonora 1 - Os órgãos de comunicação social que
antes das 9 nem depois das 22 horas. façam a cobertura da campanha eleitoral devem
dar um tratamento jornalístico não
Artigo 45.º discriminatório às diversas candidaturas.
Propaganda gráfica 2 - O preceituado no número anterior não é
aplicável às publicações doutrinárias que sejam
1 - A afixação de cartazes não carece de propriedade de partidos políticos, coligações ou
autorização nem de comunicação às autoridades grupos de cidadãos proponentes, desde que tal
administrativas. facto conste expressamente do respectivo
2 - Não é admitida a afixação de cartazes cabeçalho.
nem a realização de inscrições ou pinturas
murais em centros históricos legalmente Artigo 50.º
reconhecidos, em monumentos nacionais, em Liberdade de reunião e manifestação
templos e edifícios religiosos, em edifícios sede
de órgãos do Estado, das Regiões Autónomas e 1 - No período de campanha eleitoral e para
das autarquias locais, em edifícios públicos ou os fins a ela atinentes, a liberdade de reunião
onde vão funcionar assembleias de voto, nos rege-se pelo disposto na lei, com as
sinais de trânsito ou nas placas de sinalização especialidades constantes dos números
rodoviária ou ferroviária e no interior de seguintes.
repartições e de edifícios públicos, salvo, quanto 2 - O aviso a que se refere o n.º 2 do artigo
a estes, em instalações destinadas ao convívio 2.º do Decreto-Lei n.º 406/74, de 29 de Agosto,
dos funcionários e agentes. é feito pelo órgão competente do partido ou
partidos políticos interessados ou pelo primeiro
Artigo 46.º proponente, no caso de grupos de cidadãos
Publicidade comercial eleitores, quando se trate de reuniões, comícios,
manifestações ou desfiles em lugares públicos
1 - A partir da publicação do decreto que ou abertos ao público.
marque a data da eleição é proibida a 3 - Os cortejos e os desfiles podem realizar-
propaganda política feita directa ou se em qualquer dia e hora, respeitando-se
indirectamente através dos meios de publicidade apenas os limites impostos pela liberdade de
comercial. trabalho e de trânsito e pela manutenção da
ordem pública, bem como os decorrentes do
período de descanso dos cidadãos.

569
Autarquias Locais - Legislação Nacional
4 - O auto a que alude o n.º 2 do artigo 5.º 3 - Só têm direito de acesso aos meios
do citado diploma é enviado, por cópia, ao específicos de campanha eleitoral as
respectivo presidente da câmara municipal e, candidaturas concorrentes à eleição.
consoante os casos, às entidades referidas no
n.º 2. (Redação dada pela Lei Orgânica n.º Artigo 54.º
1/2011, de de 30 de novembro) Materiais não-biodegradáveis
5 - A ordem de alteração dos trajectos ou
Não é admitida em caso algum a afixação de
desfiles é dada pela autoridade competente, por
cartazes ou inscrições com colas ou tintas
escrito, às mesmas entidades e comunicada ao
persistentes nem a utilização de materiais não-
presidente da câmara municipal territorialmente
biodegradáveis.
competente. (Redação dada pela Lei Orgânica
n.º 1/2011, de de 30 de novembro)
Artigo 55.º
6 - A presença de agentes da autoridade em
Troca de tempos de emissão
reuniões organizadas por qualquer candidatura
apenas pode ser solicitada pelas entidades
1 - As candidaturas concorrentes podem
referidas no n.º 2, sendo estas responsáveis
acordar na troca entre si de tempo de emissão
pela manutenção da ordem quando não façam
ou espaço de publicação que lhes pertençam ou
tal solicitação.
das salas de espectáculos cujo uso lhes seja
7 - O limite a que alude o artigo 11.º do
atribuído.
Decreto-Lei n.º 406/74, de 29 de Agosto, é
2 - Não é permitida a cedência do uso dos
alargado até às 2 horas.
direitos referidos no número anterior.
8 - O recurso previsto no n.º 1 do artigo 14.º
do diploma citado é interposto no prazo de SECÇÃO II
quarenta e oito horas para o Tribunal Direito de antena
Constitucional.
Artigo 56.º
Artigo 51.º Radiodifusão local
Denominações, siglas e símbolos
1 - As candidaturas concorrentes à eleição de
Cada partido ou coligação proponente utiliza ambos os órgãos municipais têm direito a tempo
sempre, durante a campanha eleitoral, a de antena nas emissões dos operadores
denominação, a sigla e o símbolo respectivos, radiofónicos com serviço de programas de
que devem corresponder integralmente aos âmbito local com sede na área territorial do
constantes do registo do Tribunal Constitucional, respectivo município, nos termos da presente
e os grupos de cidadãos eleitores proponentes a secção.
denominação, a sigla e o símbolo fixados no final 2 - Por «tempo de antena» entende-se o
da fase de apresentação da respectiva espaço de programação própria da
candidatura. responsabilidade do titular do direito.
3 - Por «radiodifusão local» entende-se, para
Artigo 52.º o efeito, o conjunto de operadores radiofónicos
Esclarecimento cívico com serviço de programas generalistas e
temáticos informativos, de âmbito local.
Cabe à Comissão Nacional de Eleições
promover, através de meios de comunicação Artigo 57.º
social, públicos e privados, o esclarecimento Direito de antena
objectivo dos cidadãos sobre o significado das
eleições para a vida do País, sobre o processo 1 - Durante o período da campanha eleitoral,
eleitoral e sobre o processo de votação. os operadores reservam ao conjunto das
candidaturas trinta minutos, diariamente,
CAPÍTULO III divididos em dois blocos iguais, de quinze
Meios específicos de campanha minutos seguidos, um entre as 7 e as 12 horas e
outro entre as 19 e as 24 horas.
SECÇÃO I 2 - Até 10 dias antes da abertura da
Acesso campanha eleitoral, os operadores devem
indicar ao tribunal da comarca com jurisdição na
Artigo 53.º sede do distrito ou Região Autónoma o horário
Acesso a meios específicos previsto para as emissões relativas ao exercício
do direito de antena. (Redação dada pela Lei
1 - O livre prosseguimento de actividades de Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de novembro)
campanha implica o acesso a meios específicos. 3 - O início e a conclusão dos blocos a que se
2 - É gratuita a utilização, nos termos refere o n.º 1 são adequadamente assinalados
consignados na presente lei, das emissões de por separadores identificativos do exercício do
radiodifusão sonora local, dos edifícios ou direito de antena e o titular do direito deve ser
recintos públicos e dos espaços públicos de identificado no início e termo da respectiva
afixação. emissão.

570
Autarquias Locais - Legislação Nacional
4 - Os operadores asseguram aos titulares do Artigo 60.º
direito de antena, a seu pedido, o acesso aos Processo de suspensão do exercício do
indispensáveis meios técnicos para a realização direito de antena
das respectivas emissões.
5 - Os operadores registam e arquivam os 1 - A suspensão do exercício do direito de
programas correspondentes ao exercício do antena é requerida ao tribunal de comarca com
direito de antena pelo prazo de um ano. jurisdição na sede do distrito ou Região
Autónoma pelo Ministério Público, por iniciativa
Artigo 58.º deste ou a solicitação de representante de
Distribuição dos tempos de antena qualquer candidatura concorrente. (Redação
dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de
1 - Os tempos de emissão reservados nos
novembro)
serviços de programas são atribuídos, em
2 - O representante da candidatura, cujo
condições de igualdade, aos partidos políticos,
direito de antena tenha sido objecto de pedido
coligações e grupos de cidadãos eleitores
de suspensão, é imediatamente notificado por
concorrentes.
via telegráfica ou telecópia para contestar,
2 - Se alguma candidatura com direito de
querendo, no prazo de vinte e quatro horas.
antena prescindir do seu exercício, os tempos de
3 - O tribunal requisita aos operadores os
antena que lhe cabiam são anulados, sem
registos das emissões que se mostrarem
possibilidade de redistribuição.
necessários, os quais lhe são imediatamente
3 - A distribuição dos tempos de antena é
facultados.
feita pelo tribunal da comarca com jurisdição na
4 - O tribunal decide, sem admissão de
sede do distrito ou Região Autónoma mediante
recurso, no prazo de vinte e quatro horas e, no
sorteio, até três dias antes do início da
caso de ordenar a suspensão do direito de
campanha, e comunicada de imediato, dentro do
antena, notifica logo a decisão aos operadores,
mesmo prazo, aos operadores envolvidos.
para cumprimento imediato.
(Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de
de 30 de novembro)
Artigo 61.º
4 - Para efeito do disposto no número
Custo da utilização
anterior, o tribunal da comarca com jurisdição
na sede do distrito ou Região Autónoma
1 - O exercício do direito de antena previsto
organiza tantas séries de emissões quantas as
na presente lei é gratuito.
candidaturas que a eles tenham direito.
2 - O Estado, através do Ministério da
(Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de
Administração Interna, compensa os operadores
de 30 de novembro)
radiofónicos pela utilização, devidamente
5 - Para o sorteio previsto neste artigo são
comprovada, correspondente às emissões
convocados os representantes das candidaturas
previstas no n.º 2 do artigo 57.º, mediante o
intervenientes.
pagamento de quantia constante de tabelas a
Artigo 59.º homologar por portaria do membro do Governo
Suspensão do direito de antena competente até ao 6.º dia anterior à abertura da
campanha eleitoral.
1 - É suspenso o exercício do direito de 3 - As tabelas referidas no n.º 2 são
antena da candidatura que: elaboradas por uma comissão arbitral composta
por um representante do Secretariado Técnico
a) Use expressões que possam constituir dos Assuntos para o Processo Eleitoral, que
crime de difamação ou injúria, ofensa preside, com voto de qualidade, um da
às instituições democráticas, apelo à Inspecção-Geral de Finanças, um do Instituto da
desordem ou à insurreição ou Comunicação Social e três representantes dos
incitamento ao ódio, à violência ou à referidos operadores a designar pelas
guerra; associações representativas da radiodifusão
b) Faça publicidade comercial; sonora de âmbito local.
c) Faça propaganda abusivamente
desviada do fim para o qual lhe foi SECÇÃO III
conferido o direito de antena. Outros meios específicos de campanha
2 - A suspensão é graduada entre um dia e o
número de dias que a campanha ainda durar, Artigo 62.º
consoante a gravidade da falta e o seu grau de Propaganda gráfica fixa
frequência, e abrange o exercício do direito de
antena nas emissões de todos os operadores 1 - As juntas de freguesia estabelecem, até
abrangidos, mesmo que o facto que a três dias antes do início da campanha eleitoral,
determinou se tenha verificado apenas num espaços especiais em locais certos destinados à
deles. afixação de cartazes, fotografias, jornais murais,
3 - A suspensão é independente da manifestos e avisos.
responsabilidade civil ou criminal.

571
Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 - O número mínimo desses locais é 5 - Para o sorteio previsto neste artigo são
determinado em função dos eleitores inscritos, convocados os representantes das candidaturas
nos termos seguintes: concorrentes.
a) Até 250 eleitores - um;
Artigo 65.º
b) Entre 250 e 1000 eleitores - dois;
Custo da utilização
c) Entre 1000 e 2000 eleitores - três;
d) Acima de 2500 eleitores, por cada
1 - Os proprietários de salas de espectáculos
fracção de 2500 eleitores a mais - um;
ou os que as explorem, quando fizerem a
e) Os espaços especiais reservados nos
declaração prevista no n.º 1 do artigo anterior
locais previstos nos números anteriores
ou quando tenha havido a requisição prevista no
são tantos quantas as candidaturas
n.º 2 do mesmo artigo, devem indicar o preço a
intervenientes.
cobrar pela sua utilização, que não pode ser
superior à receita líquida correspondente a um
Artigo 63.º
quarto da lotação da respectiva sala num
Lugares e edifícios públicos
espectáculo normal.
2 - O preço referido no número anterior e
1 - O presidente da câmara municipal deve
demais condições de utilização são uniformes
procurar assegurar a cedência do uso, para fins
para todas as candidaturas.
da campanha eleitoral, de edifícios públicos e
recintos pertencentes ao Estado e outras
Artigo 66.º
pessoas colectivas de direito público, repartindo
Arrendamento
com igualdade a sua utilização pelos
concorrentes na autarquia em que se situar o
1 - A partir da data da publicação do decreto
edifício ou recinto.
que marcar o dia das eleições ou da decisão
2 - A repartição em causa é feita por sorteio
judicial definitiva ou deliberação dos órgãos
quando se verifique concorrência e não seja
autárquicos de que resulte a realização de
possível acordo entre os interessados e a
eleições intercalares e até 20 dias após o acto
utilização é gratuita.
eleitoral, os arrendatários de prédios urbanos
3 - Para o sorteio previsto neste artigo são
podem, por qualquer meio, incluindo a
convocados os representantes das candidaturas
sublocação por valor não excedente ao da renda,
concorrentes.
destiná-los, através de partidos, coligações e
grupos de cidadãos proponentes, à preparação e
Artigo 64.º
realização da campanha eleitoral, seja qual for o
Salas de espectáculos
fim do arrendamento e sem embargo de
disposição em contrário do respectivo contrato.
1 - Os proprietários de salas de espectáculos
2 - Os arrendatários, candidatos, partidos
ou de outros recintos de normal utilização
políticos, coligações ou grupo de cidadãos
pública que reúnam condições para serem
proponentes são solidariamente responsáveis
utilizados na campanha eleitoral devem declará-
por todos os prejuízos causados pela utilização
lo ao presidente da câmara municipal até 10
prevista no número anterior.
dias antes da abertura da campanha eleitoral,
indicando as datas e as horas em que as salas
TÍTULO V
ou recintos podem ser utilizados para aquele
Organização do processo de votação
fim.
2 - Na falta da declaração prevista no número
CAPÍTULO I
anterior ou em caso de comprovada carência, o
Assembleias de voto
presidente da câmara municipal pode requisitar
as salas e os recintos que considere necessários
SECÇÃO I
à campanha eleitoral, sem prejuízo da actividade
Organização das assembleias de voto
normal e programada para os mesmos.
3 - O tempo destinado a propaganda
Artigo 67.º
eleitoral, nos termos do número anterior, é
Âmbito das assembleias de voto
repartido igualmente pelas candidaturas
concorrentes que o desejem e tenham
1 - A cada freguesia corresponde uma
apresentado o seu interesse no que respeita ao
assembleia de voto.
círculo onde se situar a sala.
2 - As assembleias de voto das freguesias
4 - Até três dias antes da abertura da
com um número de eleitores sensivelmente
campanha eleitoral, o presidente da câmara
superior a 1000 são divididas em secções de
municipal, ouvidos os mandatários das listas,
voto, de modo que o número de eleitores de
procede à repartição dos dias e das horas a
cada uma não ultrapasse sensivelmente esse
atribuir a cada candidatura, assegurando a
número.
igualdade entre todas, recorrendo ao sorteio
3 - Não é permitida a composição de secções
quando se verifique concorrência e não seja
de voto exclusivamente por eleitores não
possível o acordo entre os interessados.
nacionais.

572
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 68.º 5 - Da decisão do tribunal da comarca com
Determinação das secções de voto jurisdição na sede do distrito ou Região
Autónoma cabe recurso, a interpor no prazo de
Até ao 35.º dia anterior ao dia da eleição, o um dia, para o Tribunal Constitucional, que
presidente da câmara municipal determina os decide em Plenário em igual prazo. (Redação
desdobramentos previstos no número anterior, dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de
comunicando-os imediatamente à novembro)
correspondente junta de freguesia. 6 - As alterações à comunicação a que se
refere o n.º 1 resultantes de recurso são
Artigo 69.º imediatamente comunicadas à câmara municipal
Local de funcionamento e à junta de freguesia envolvida.

1 - As assembleias de voto reúnem-se em Artigo 71.º


edifícios públicos, de preferência escolas ou Anúncio do dia, hora e local
sedes de órgãos municipais e de freguesia que
ofereçam as indispensáveis condições de 1 - Até ao 25.º dia anterior ao da eleição o
capacidade, acesso e segurança. presidente da câmara municipal anuncia, por
2 - Na falta de edifícios públicos adequados, edital afixado nos lugares de estilo, o dia, a hora
são requisitados, para o efeito, edifícios e os locais em que se reúnem as assembleias de
particulares. voto ou secções de voto.
3 - A requisição dos edifícios, públicos ou 2 - Dos editais consta também o número de
privados, destinados ao funcionamento das inscrição no recenseamento dos eleitores
assembleias de voto cabe ao presidente da correspondentes a cada assembleia de voto.
câmara, que deve ter em conta o dia da votação
assim como o dia anterior e o dia seguinte, Artigo 72.º
indispensáveis à montagem e arrumação das Elementos de trabalho da mesa
estruturas eleitorais e à desmontagem e
limpeza. 1 - Até dois dias antes do dia da eleição, a
4 - Quando seja necessário recorrer à comissão recenseadora procede à extracção de
utilização de estabelecimentos de ensino, as duas cópias devidamente autenticadas dos
câmaras municipais devem solicitar aos cadernos de recenseamento, confiando-as à
respectivos directores ou órgãos de junta de freguesia.
administração e gestão a cedência das 2 - Quando houver desdobramento da
instalações para o dia da votação, dia anterior, assembleia de voto, as cópias ou fotocópias dos
para a montagem e arrumação das estruturas cadernos abrangem apenas as folhas
eleitorais, e dia seguinte, para desmontagem e correspondentes aos eleitores que hajam de
limpeza. votar em cada secção de voto.
3 - Até dois dias antes da eleição, o
Artigo 70.º presidente da câmara municipal envia ao
Determinação dos locais de funcionamento presidente da junta de freguesia:
a) Os boletins de voto;
1 - Compete ao presidente da câmara
b) Um caderno destinado à acta das
municipal determinar os locais de funcionamento
operações eleitorais, com termo de
das assembleias de voto e proceder à requisição
abertura por ele assinado e com todas
dos edifícios necessários, comunicando-os às
as folhas por ele rubricadas;
correspondentes juntas de freguesia até ao 30.º
c) Os impressos e outros elementos de
dia anterior ao da eleição.
trabalho necessários;
2 - Até ao 28.º dia anterior ao da eleição as
d) Uma relação de todas as candidaturas
juntas de freguesia anunciam, por editais a
definitivamente admitidas com a
afixar nos lugares de estilo, os locais de
identificação dos candidatos, a fim de
funcionamento das assembleias de voto.
ser afixada, por edital, à entrada da
3 - Da decisão referida no n.º 1 cabe recurso
assembleia de voto.
para o tribunal da comarca com jurisdição na
sede do distrito ou Região Autónoma. (Redação 4 - Na relação das candidaturas referida na
dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de alínea d) do número anterior devem ser
novembro) assinalados, como tal, os candidatos declarados
4 - O recurso é interposto no prazo de dois como independentes pelos partidos e coligações.
dias após a afixação do edital, pelo presidente 5 - O presidente da junta de freguesia
da junta de freguesia ou por 10 eleitores providencia pela entrega ao presidente da mesa
pertencentes à assembleia de voto em causa, é de cada assembleia ou secção de voto dos
decidido em igual prazo e a decisão é elementos referidos nos números anteriores, até
imediatamente notificada ao recorrente. uma hora antes da abertura da assembleia.

573
Autarquias Locais - Legislação Nacional
SECÇÃO II lugar ainda por preencher, para que de entre
Mesa das assembleias de voto eles se faça a escolha através de sorteio a
realizar dentro de vinte e quatro horas no
Artigo 73.º edifício da câmara municipal e na presença dos
Função e composição representantes das entidades proponentes que a
ele queiram assistir.
1 - Em cada assembleia de voto há uma 3 - Não tendo sido apresentadas propostas
mesa que promove e dirige as operações nos termos do número anterior, o presidente da
eleitorais. câmara procede à designação dos membros em
2 - A mesa é composta por um presidente, falta recorrendo à bolsa de agentes eleitorais
um vice-presidente, um secretário e dois constituída nos termos da lei.
escrutinadores. 4 - Se, ainda assim, houver lugares vagos, o
presidente da câmara procede à designação por
Artigo 74.º sorteio, de entre os eleitores da assembleia de
Designação voto.

1 - Os membros das mesas das assembleias Artigo 78.º


de voto são escolhidos por acordo de entre os Reclamação
representantes das candidaturas ou, na falta de
acordo, por sorteio. 1 - Os nomes dos membros das mesas são
2 - O representante de cada candidatura é publicados por edital afixado no prazo de dois
nomeado e credenciado, para o efeito, pela dias à porta da sede da junta de freguesia e
respectiva entidade proponente, que, até ao notificados aos nomeados, podendo qualquer
20.º dia anterior à eleição, comunica a eleitor reclamar contra a designação perante o
respectiva identidade à junta de freguesia. juiz da comarca no mesmo prazo, com
fundamento em preterição de requisitos fixados
Artigo 75.º na presente lei.
Requisitos de designação dos membros das 2 - O juiz decide a reclamação no prazo de
mesas um dia e, se a atender, procede imediatamente
à escolha, comunicando-a ao presidente da
1 - Os membros de cada mesa são câmara municipal.
designados de entre os eleitores pertencentes à
respectiva assembleia de voto. Artigo 79.º
2 - Não podem ser designados membros da Alvará de nomeação
mesa os eleitores que não saibam ler e escrever (Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011,
português, e o presidente e o secretário devem de de 30 de novembro)
possuir escolaridade obrigatória.
Até cinco dias antes da eleição, o presidente
Artigo 76.º da câmara municipal lavra alvará de designação
Incompatibilidades dos membros das mesas das assembleias de
(Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, voto e participa as nomeações às juntas de
de de 30 de novembro) freguesia respectivas.

Não podem ser designados membros de Artigo 80.º


mesa de assembleia de voto, para além dos Exercício obrigatório da função
eleitores referidos nos artigos 6.º e 7.º, os
deputados, os membros do Governo, os 1 - Salvo motivo de força maior ou justa
membros dos Governos Regionais, os causa, e sem prejuízo do disposto no artigo
Representantes da República, os membros dos 76.º, é obrigatório o desempenho das funções
órgãos executivos das autarquias locais e os de membro da mesa de assembleia ou secção de
mandatários das candidaturas. voto.
2 - Aos membros das mesas é atribuído o
Artigo 77.º subsídio previsto na lei.
Processo de designação 3 - São causas justificativas de impedimento:
a) Idade superior a 65 anos;
1 - No 18.º dia anterior ao da realização da
b) Doença ou impossibilidade física
eleição, pelas 21 horas, os representantes das
comprovada pelo delegado de saúde
candidaturas, devidamente credenciados,
municipal;
reúnem-se para proceder à escolha dos
c) Mudança de residência para a área de
membros das mesas das assembleias de voto da
outro município, comprovada pela
freguesia, na sede da respectiva junta.
junta de freguesia da nova residência;
2 - Se na reunião se não chegar a acordo,
d) Ausência no estrangeiro, devidamente
cada um dos representantes referidos propõe ao
comprovada;
presidente da câmara municipal, até ao 15.º dia
anterior ao da eleição, dois eleitores por cada

574
Autarquias Locais - Legislação Nacional
e) Exercício de actividade profissional de 3 - Substituídos os faltosos, ficam sem efeito
carácter inadiável, devidamente as respectivas nomeações e os seus nomes são
comprovado por superior hierárquico. comunicados pelo presidente da mesa ao
presidente da câmara municipal.
4 - A invocação de causa justificativa é feita,
sempre que o eleitor o possa fazer, até três dias
Artigo 84.º
antes da eleição, perante o presidente da
Permanência na mesa
câmara municipal.
5 - No caso previsto no número anterior, o
1 - A mesa, uma vez constituída, não pode
presidente da câmara procede imediatamente à
ser alterada, salvo caso de força maior.
substituição, nomeando outro eleitor
2 - Da alteração e das suas razões é dada
pertencente à assembleia de voto, nos termos
publicidade através de edital afixado
dos n.os 3 e 4 do artigo 77.º
imediatamente à porta do edifício onde funcionar
a assembleia de voto.
Artigo 81.º
Dispensa de actividade profissional ou
Artigo 85.º
lectiva
Quórum
Os membros das mesas das assembleias de
Durante as operações de votação é
voto gozam do direito a dispensa de actividade
obrigatória a presença da maioria dos membros
profissional ou lectiva no dia da realização das
da mesa, incluindo a do presidente ou a do vice-
eleições e no seguinte, devendo, para o efeito,
presidente.
comprovar o exercício das respectivas funções.
SECÇÃO III
Artigo 82.º
Delegados das candidaturas concorrentes
Constituição da mesa
Artigo 86.º
1 - A mesa da assembleia ou secção de voto
Direito de designação de delegados
não pode constituir-se antes da hora marcada
para a reunião da assembleia nem em local
1 - Cada entidade proponente das
diverso do que houver sido determinado, sob
candidaturas concorrentes tem o direito de
pena de nulidade de todos os actos que praticar.
designar um delegado efectivo e outro suplente
2 - Após a constituição da mesa, é afixado à
para cada assembleia de voto.
entrada do edifício em que estiver reunida a
2 - Os delegados podem ser designados para
assembleia de voto um edital, assinado pelo
uma assembleia de voto diferente daquela em
presidente, contendo os nomes e números de
que estiverem inscritos como eleitores.
inscrição no recenseamento dos cidadãos que
3 - As entidades proponentes podem
formam a mesa e o número de eleitores inscritos
igualmente nomear delegados, nos termos
nessa assembleia.
gerais, para fiscalizar as operações de voto
3 - Sem prejuízo do disposto no n.º 1, os
antecipado.
membros das mesas das assembleias ou secções
4 - A falta de designação ou de comparência
de voto devem estar presentes no local do seu
de qualquer delegado não afecta a regularidade
funcionamento uma hora antes da marcada para
das operações.
o início das operações eleitorais, a fim de que
estas possam começar à hora fixada.
Artigo 87.º
Processo de designação
Artigo 83.º
Substituições
1 - Até ao 5.º dia anterior ao da realização da
eleição as entidades proponentes das listas
1 - Se uma hora após a marcada para a
concorrentes indicam por escrito ao presidente
abertura da assembleia de voto, não tiver sido
da câmara municipal os delegados
possível constituir a mesa por não estarem
correspondentes às diversas assembleias e
presentes os membros indispensáveis ao seu
secções de voto e apresentam-lhe para
funcionamento, o presidente da junta de
assinatura e autenticação as credenciais
freguesia, mediante acordo da maioria dos
respectivas.
delegados presentes, designa os substitutos dos
2 - Da credencial constam o nome, o número
membros ausentes de entre eleitores
de inscrição no recenseamento, o número e a
pertencentes a essa assembleia de voto.
data do bilhete de identidade do delegado, o
2 - Se, apesar de constituída a mesa, se
partido, coligação ou grupo que representa e a
verificar a falta de um dos seus membros, o
assembleia de voto para que é designado.
respectivo presidente substitui-o por qualquer
3 - Não é lícita a impugnação da eleição com
eleitor pertencente à assembleia de voto,
base na falta de qualquer delegado.
mediante acordo da maioria dos restantes
membros da mesa e dos delegados das
entidades proponentes que estiverem presentes.

575
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 88.º identificativos das diversas candidaturas,
Poderes dos delegados conforme modelo anexo a esta lei.
2 - São elementos identificativos as
1 - Os delegados das entidades proponentes denominações, as siglas e os símbolos das
das candidaturas concorrentes têm os seguintes entidades proponentes das candidaturas
poderes: concorrentes, que reproduzem os constantes do
registo existente no Tribunal Constitucional e no
a) Ocupar os lugares mais próximos da
tribunal de comarca respectivo.
mesa da assembleia de voto, de modo
3 - Cada símbolo ocupa no boletim de voto
a poderem fiscalizar todas as
uma área de 121 mm2 definida pelo menor
operações de votação;
círculo, quadrado ou rectângulo que o possa
b) Consultar a todo o momento as cópias
conter, não podendo o diâmetro, a largura ou a
dos cadernos de recenseamento
altura exceder 15 mm e respeitando, em
eleitoral utilizadas pela mesa da
qualquer caso, as proporções dos registos no
assembleia de voto;
Tribunal Constitucional ou aceites
c) Ser ouvidos e esclarecidos acerca de
definitivamente pelo juiz.
todas as questões suscitadas durante o
4 - Em caso de coligação, o símbolo de cada
funcionamento da assembleia de voto,
um dos partidos que a integra não pode ter uma
quer na fase de votação quer na fase
área de dimensão inferior a 65 mm2, excepto se
de apuramento;
o número de partidos coligados for superior a
d) Apresentar, oralmente ou por escrito,
quatro, caso em que o símbolo da coligação
reclamações, protestos ou
ocupa uma área de 260 mm2, salvaguardando-
contraprotestos relativos às operações
se que todos os símbolos ocupem áreas
de voto;
idênticas nos boletins de voto.
e) Assinar a acta e rubricar, selar e
5 - Em cada coluna, na linha correspondente
lacrar todos os documentos
a cada lista, figura um quadrado em branco
respeitantes às operações de voto;
destinado a ser assinalado com a escolha do
f) Obter certidões das operações de
eleitor, conforme modelo anexo.
votação e apuramento.
2 - Os delegados não podem ser designados Artigo 92.º
para substituir membros de mesa faltosos. Cor dos boletins de voto

Artigo 89.º Os boletins de voto são de cor branca na


Imunidades e direitos eleição para a assembleia de freguesia, amarela
na eleição para a assembleia municipal e verde
1 - Os delegados não podem ser detidos na eleição para a câmara municipal.
durante o funcionamento da assembleia de voto,
a não ser por crime punível com pena de prisão Artigo 93.º
superior a 3 anos e em flagrante delito. Composição e impressão
2 - Os delegados gozam do direito
1 - O papel necessário à impressão dos
consignado no artigo 81.º
boletins de voto é remetido pela Imprensa
Nacional-Casa da Moeda ao respectivo
presidente da câmara municipal até ao 43.º dia
SECÇÃO IV
anterior ao da eleição. (Redação dada pela Lei
Boletins de voto
Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de novembro)
Artigo 90.º 2 - As denominações, siglas e símbolos dos
Boletins de voto partidos políticos devidamente legalizados e das
coligações registadas são remetidos pela
1 - Os boletins de voto são impressos em Direcção-Geral de Administração Interna às
papel liso e não transparente. câmaras municipais, aos juízes de comarca e,
2 - Os boletins de voto são de forma em Lisboa e Porto, aos juízes dos tribunais
rectangular, com a dimensão apropriada para cíveis, até ao 40.º dia anterior ao da eleição.
neles caber a indicação de todas as listas (Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de
submetidas à votação. de 30 de novembro)
3 - A impressão dos boletins de voto e a
Artigo 91.º aquisição do restante material destinado ao acto
Elementos integrantes eleitoral são encargo das câmaras municipais,
para o que, até ao 60.º dia anterior ao da
1 - Em cada boletim de voto relativo ao eleição, devem ser escolhidas, preferencialmente
círculo eleitoral respectivo consta o símbolo na área do município ou do distrito, as
gráfico do órgão a eleger e são dispostos tipografias às quais será adjudicada a
horizontalmente, em colunas verticais impressão.
correspondentes, uns abaixo dos outros, pela 4 – (Revogado) (Redacção dada pela Lei
ordem resultante do sorteio, os elementos Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro)

576
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 94.º Artigo 98.º
Exposição das provas tipográficas Local de exercício do sufrágio

1 - As provas tipográficas dos boletins de O direito de sufrágio é exercido na


voto devem ser expostas no edifício da câmara assembleia eleitoral correspondente ao local
municipal até ao 33.º dia anterior ao da eleição onde o eleitor esteja recenseado, sem prejuízo
e durante três dias, podendo os interessados dos casos excepcionais previstos na presente lei.
reclamar, no prazo de vinte e quatro horas, para
o juiz da comarca, o qual julga em igual prazo, Artigo 99.º
tendo em atenção o grau de qualidade que pode Requisitos do exercício do sufrágio
ser exigido em relação a uma impressão a nível
local. 1 - Para que o eleitor seja admitido a votar
2 - Da decisão do juiz da comarca cabe deve estar inscrito no caderno eleitoral e ser
recurso, a interpor no prazo de vinte e quatro reconhecida pela mesa a sua identidade.
horas, para o Tribunal Constitucional, que decide 2 - A inscrição no caderno de recenseamento
em igual prazo. eleitoral implica a presunção de capacidade
3 - Findo o prazo de reclamação ou eleitoral activa, nos termos do artigo 2.º da
interposição do recurso ou decidido o que tenha presente lei.
sido apresentado, pode de imediato iniciar-se a 3 - Se a mesa entender que o eleitor revela
impressão dos boletins de voto, ainda que incapacidade psíquica notória, pode exigir, para
alguma ou algumas das listas que eles integrem que vote, a apresentação de documento
não tenham sido ainda definitivamente comprovativo da sua capacidade, emitido pelo
admitidas ou rejeitadas. médico que exerça poderes de autoridade
sanitária na área do município e autenticada
Artigo 95.º com o selo do respectivo serviço.
Distribuição dos boletins de voto
Artigo 100.º
1 - A cada mesa de assembleia de voto são Pessoalidade
remetidos, em sobrescrito fechado e lacrado,
boletins de voto em número igual ao dos 1 - O direito de sufrágio é exercido
correspondentes eleitores mais 10%. pessoalmente pelo eleitor.
2 - Os presidentes das juntas de freguesia e 2 - Não é admitida nenhuma forma de
os presidentes das assembleias de voto prestam representação ou delegação, sem prejuízo do
contas dos boletins de voto que tiverem recebido disposto no artigo 116.º
perante os respectivos remetentes, a quem
devem devolver, no dia seguinte ao da eleição, Artigo 101.º
os boletins de voto não utilizados ou inutilizados Presencialidade
pelos eleitores.
O direito de sufrágio é exercido
TÍTULO VI presencialmente em assembleia de voto pelo
Votação eleitor, salvo nos casos previstos no artigo 117.º

CAPÍTULO I Artigo 102.º


Exercício do direito de sufrágio Segredo de voto

Artigo 96.º 1 - Ninguém pode, sob qualquer pretexto, ser


Direito e dever cívico obrigado a revelar o sentido do seu voto.
2 - Dentro da assembleia de voto e fora dela,
1 - O sufrágio constitui um direito e um dever até à distância de 50 m, ninguém pode revelar
cívico. em que sentido votou ou vai votar.
2 - Os responsáveis pelos serviços e pelas 3 - Ninguém pode ser perguntado sobre o
empresas que tenham de se manter em sentido do seu voto por qualquer entidade, salvo
actividade no dia da realização da eleição para o efeito de recolha de dados estatísticos
facilitam aos respectivos funcionários e não identificáveis, nos termos do disposto no n.º
trabalhadores dispensa pelo tempo suficiente 2 do artigo 126.º
para que possam votar.
Artigo 103.º
Artigo 97.º Extravio do cartão de eleitor
Unicidade do voto
No caso de extravio do cartão de eleitor, os
O eleitor vota só uma vez para cada órgão eleitores têm o direito de obter informação sobre
autárquico. o seu número de inscrição no recenseamento na
junta de freguesia.

577
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 104.º 2 - Não sendo possível o seu suprimento
Abertura de serviços públicos dentro das duas horas subsequentes à abertura
da assembleia de voto, é esta declarada
No dia da realização da eleição, durante o encerrada.
período de funcionamento das assembleias de
voto, mantêm-se abertos os serviços: Artigo 108.º
Continuidade das operações
a) Das juntas de freguesia para efeito de
informação dos eleitores acerca do seu A assembleia de voto funciona
número de inscrição no recenseamento ininterruptamente até serem concluídas todas as
eleitoral; operações de votação e apuramento, sem
b) Dos centros de saúde ou locais prejuízo do disposto no artigo seguinte.
equiparados, para efeito do disposto no
n.º 3 do artigo 99.º e no n.º 2 do Artigo 109.º
artigo 116.º; Interrupção das operações
c) Dos tribunais, para efeitos de
recepção do material eleitoral referido 1 - As operações são interrompidas, sob pena
no artigo 140.º de nulidade da votação, nos seguintes casos:
a) Ocorrência na freguesia de grave
CAPÍTULO II
perturbação da ordem pública que
Processo de votação
afecte a genuinidade do acto de
sufrágio;
SECÇÃO I
b) Ocorrência na assembleia de voto de
Funcionamento das assembleias de voto
qualquer das perturbações previstas
nos n.os 2 e 3 do artigo 124.º;
Artigo 105.º
c) Ocorrência na freguesia de grave
Abertura da assembleia
calamidade.
1 - A assembleia de voto abre às 8 horas do 2 - As operações só são retomadas depois de
dia marcado para a realização da eleição, depois o presidente verificar a existência de condições
de constituída a mesa. para que possam prosseguir.
2 - O presidente declara aberta a assembleia 3 - A interrupção da votação por período
de voto, manda afixar os documentos a que se superior a três horas determina o encerramento
referem o n.º 2 do artigo 35.º e o n.º 2 do da assembleia de voto e a nulidade da votação.
artigo 82.º, procede com os restantes membros 4 - O não prosseguimento das operações de
da mesa e os delegados das candidaturas à votação até à hora do encerramento normal das
revista da câmara de voto e dos documentos de mesmas, após interrupção, determina
trabalho da mesa e exibe a urna perante os igualmente a nulidade da votação, salvo se já
presentes para que todos possam certificar-se tiverem votado todos os eleitores inscritos.
de que se encontra vazia.
Artigo 110.º
Artigo 106.º Encerramento da votação
Impossibilidade de abertura da assembleia
de voto 1 - A admissão de eleitores na assembleia de
voto faz-se até às 19 horas.
Não pode ser aberta a assembleia de voto 2 - Depois desta hora apenas podem votar os
nos seguintes casos: eleitores presentes na assembleia de voto.
3 - O presidente declara encerrada a votação
a) Impossibilidade de constituição da logo que tenham votado todos os eleitores
mesa; inscritos ou, depois das 19 horas, logo que
b) Ocorrência na freguesia de grave tenham votado todos os eleitores presentes na
perturbação da ordem pública no dia assembleia de voto.
marcado para a realização da eleição Artigo 111.º
ou nos três dias anteriores; Adiamento da votação
c) Ocorrência na freguesia de grave
calamidade no dia marcado para a 1 - Nos casos previstos no artigo 106.º, no
realização da eleição ou nos três dias n.º 2 do artigo 107.º e nos n.os 3 e 4 do artigo
anteriores. 109.º, a votação realiza-se no 7.º dia
subsequente ao da realização da eleição.
Artigo 107.º 2 - Quando, porém, as operações de votação
Suprimento de irregularidades não tenham podido realizar-se ou prosseguir por
ocorrência de grave calamidade na freguesia,
1 - Verificando-se irregularidades superáveis, pode o respectivo presidente da câmara
a mesa procede ao seu suprimento. municipal adiar a realização da votação até ao
14.º dia subsequente, anunciando o adiamento

578
Autarquias Locais - Legislação Nacional
logo que conhecida a respectiva causa. (Redação reconhecimento unânime dos membros da
dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de mesa.
novembro) 3 - Reconhecido o eleitor, o presidente diz em
3 - A votação só pode ser adiada uma vez. voz alta o seu número de inscrição no
4 - Nesta votação os membros das mesas recenseamento e o seu nome e, depois de
podem ser nomeados pelo respectivo presidente verificada a inscrição, entrega-lhe um boletim de
da câmara municipal. (Redação dada pela Lei voto por cada um dos órgãos autárquicos a
Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de novembro) eleger.
4 - Em seguida, o eleitor dirige-se à câmara
SECÇÃO II de voto situada na assembleia e aí, sozinho,
Modo geral de votação assinala com uma cruz, em cada boletim de
voto, no quadrado correspondente à candidatura
Artigo 112.º em que vota, após o que dobra cada boletim em
Votação dos elementos da mesa e dos quatro.
delegados 5 - O eleitor volta depois para junto da mesa
e deposita na urna os boletins, enquanto os
Não havendo nenhuma irregularidade, votam escrutinadores descarregam o voto, rubricando
imediatamente o presidente e os vogais da os cadernos de recenseamento na coluna a isso
mesa, bem como os delegados dos partidos, destinada e na linha correspondente ao nome do
desde que se encontrem inscritos no caderno de eleitor.
recenseamento da assembleia de voto. 6 - Se o eleitor não pretender expressar a
sua vontade em relação a algum dos órgãos a
Artigo 113.º eleger, esse facto será mencionado na acta
Votos antecipados como abstenção, desde que solicitado pelo
eleitor, e deverá ser tido em conta para os
1 - Após terem votado os elementos da efeitos do artigo 130.º
mesa, o presidente procede à abertura e 7 - Se, por inadvertência, o eleitor deteriorar
lançamento na urna dos votos antecipados, algum boletim, pede outro ao presidente,
quando existam. devolvendo-lhe o primeiro.
2 - Para o efeito do disposto no número 8 - No caso previsto no número anterior, o
anterior, a mesa verifica se o eleitor se encontra presidente escreve no boletim devolvido a nota
devidamente inscrito e procede à de inutilizado, rubrica-o e conserva-o, para os
correspondente descarga no caderno de efeitos previstos no n.º 2 do artigo 95.º
recenseamento, mediante rubrica na coluna a 9 - Logo que concluída a operação de votar, o
isso destinada e na linha correspondente ao eleitor deve abandonar a assembleia ou secção
nome do eleitor. de voto, salvo no caso previsto no n.º 1 do
3 - Feita a descarga, o presidente abre o artigo 121.º, durante o tempo necessário para
sobrescrito azul referido no artigo 118.º e retira apresentar qualquer reclamação, protesto ou
dele o sobrescrito branco, também ali contraprotesto.
mencionado, que introduz na urna, contendo o
boletim de voto. SECÇÃO III
Modos especiais de votação
Artigo 114.º
Ordem de votação dos restantes eleitores SUBSECÇÃO I
Voto dos deficientes
1 - Os restantes eleitores votam pela ordem
de chegada à assembleia de voto, dispondo-se Artigo 116.º
para o efeito em fila. Requisitos e modo de exercício
2 - Os membros das mesas e os delegados
dos partidos em outras assembleias e secções 1 - O eleitor afectado por doença ou
de voto exercem o seu direito de sufrágio logo deficiência física notórias que a mesa verifique
que se apresentem, desde que exibam o não poder praticar os actos descritos no artigo
respectivo alvará ou credencial. anterior vota acompanhado de outro eleitor por
si escolhido, que garanta a fidelidade de
Artigo 115.º expressão do seu voto e que fica obrigado a
Modo como vota cada eleitor sigilo absoluto.
2 - Se a mesa deliberar que não se verifica a
1 - O eleitor apresenta-se perante a mesa, notoriedade da doença ou deficiência física exige
indica o seu número de inscrição no que lhe seja apresentado no acto de votação
recenseamento e o nome e entrega ao atestado comprovativo da impossibilidade da
presidente o bilhete de identidade, se o tiver. prática dos actos referidos no número anterior,
2 - Na falta de bilhete de identidade a emitido pelo médico que exerça poderes de
identificação do eleitor faz-se por meio de autoridade sanitária na área do município e
qualquer outro documento oficial que contenha autenticado com o selo do respectivo serviço.
fotografia actualizada ou ainda por

579
Autarquias Locais - Legislação Nacional
SUBSECÇÃO II 2 - Podem ainda votar antecipadamente
Voto antecipado os estudantes de instituições de ensino
inscritos em estabelecimentos situados
Artigo 117.º em distrito, região autónoma ou ilha
Requisitos diferentes daqueles por onde se
encontram inscritos no recenseamento
1 - Podem votar antecipadamente: eleitoral. (Redacção dada pela Lei
Orgânica n.º 3/2010, de 15 de
a) Os militares, os agentes de forças e
dezembro)
serviços de segurança interna e os
bombeiros e agentes da protecção civil 3 - Para efeitos de escrutínio só são
que no dia da realização da eleição considerados os votos recebidos na sede da
estejam impedidos de se deslocar à junta de freguesia correspondente à assembleia
assembleia de voto por imperativo de voto em que o eleitor deveria votar até ao dia
inadiável de exercício das suas funções anterior ao da realização da eleição.
no País ou no estrangeiro; (Redacção
dada pela Lei Orgânica n.º 3/2010, de Artigo 118.º
15 de dezembro) Modo de exercício do direito de voto
b) Os membros integrantes de antecipado por razões profissionais
delegações oficiais do Estado que, por (Redacção dada pela Lei Orgânica n.º 3/2010,
deslocação ao estrangeiro em de 15 de dezembro)
representação do País, se encontrem
impedidos de se deslocar à assembleia 1 — Qualquer eleitor que esteja nas
de voto no dia da eleição; condições previstas nas alíneas a), b), c), d) e
c) Os trabalhadores marítimos e g) do n.º 1 do artigo anterior pode dirigir -se ao
aeronáuticos, bem como os ferroviários presidente da câmara do município em cuja área
e os rodoviários de longo curso que por se encontre recenseado, entre o 10.º e o 5.º
força da sua actividade profissional se dias anteriores ao da eleição, manifestando a
encontrem presumivelmente sua vontade de exercer antecipadamente o
deslocados no dia da realização da direito de sufrágio. (Redacção dada pela Lei
eleição; Orgânica n.º 3/2010, de 15 de dezembro)
d) Os membros que representem 2 — O eleitor identifica -se pela forma
oficialmente selecções nacionais, prevista nos n.os 1 e 2 do artigo 115.º e faz
organizadas por federações desportivas prova do impedimento invocado através de
dotadas de estatuto de utilidade documento assinado pelo seu superior
pública desportiva, e se encontrem hierárquico, pela entidade patronal ou outro que
deslocados no estrangeiro, em comprove suficientemente a existência do
competições desportivas, no dia da impedimento ao normal exercício do direito de
realização da eleição; voto. (Redacção dada pela Lei Orgânica n.º
e) Os eleitores que por motivo de doença 3/2010, de 15 de dezembro)
se encontrem internados ou 3 - O presidente da câmara entrega ao eleitor
presumivelmente internados em os boletins de voto e dois sobrescritos.
estabelecimento hospitalar e 4 - Um dos sobrescritos, de cor branca,
impossibilitados de se deslocar à destina-se a receber os boletins de voto e o
assembleia de voto; outro, de cor azul, a conter o sobrescrito
f) Os eleitores que se encontrem presos anterior e o documento comprovativo a que se
e não privados de direitos políticos. refere o n.º 2.
g) Todos os eleitores não abrangidos 5 - O eleitor preenche os boletins que
pelas alíneas anteriores que, por força entender em condições que garantam o segredo
da representação de qualquer pessoa de voto, dobra-os em quatro, introduzindo-os no
colectiva dos sectores público, privado sobrescrito de cor branca, que fecha
ou cooperativo, das organizações adequadamente.
representativas dos trabalhadores ou 6 - Em seguida, o sobrescrito de cor branca é
de organizações representativas das introduzido no sobrescrito de cor azul
actividades económicas, e, ainda, juntamente com o referido documento
outros eleitores que, por imperativo comprovativo, sendo o sobrescrito azul fechado,
decorrente das suas funções lacrado e assinado no verso, de forma legível,
profissionais, se encontrem impedidos pelo presidente da câmara municipal e pelo
de se deslocar à assembleia de voto no eleitor.
dia da eleição. (Redacção dada pela Lei 7 - O presidente da câmara municipal
Orgânica n.º 3/2010, de 15 de entrega ao eleitor recibo comprovativo do
dezembro) exercício do direito de voto de modelo anexo a
esta lei, do qual constem o seu nome,
residência, número de bilhete de identidade e
assembleia de voto a que pertence, bem como o

580
Autarquias Locais - Legislação Nacional
respectivo número de inscrição no conhecimento de quais os estabelecimentos
recenseamento, sendo o documento assinado onde se realiza o voto antecipado.
pelo presidente da câmara e autenticado com o 4 - A nomeação de delegados dos partidos
carimbo ou selo branco do município. políticos e coligações deve ser transmitida ao
8 - O presidente da câmara municipal elabora presidente da câmara até ao 14.º dia anterior ao
uma acta das operações efectuadas, nela da eleição.
mencionando expressamente o nome, o número 5 - Entre o 10.º e o 13.º dias anteriores ao
de inscrição e a freguesia onde o eleitor se da eleição o presidente da câmara municipal em
encontra inscrito, enviando cópia da mesma à cuja área se encontre situado o estabelecimento
assembleia de apuramento geral. hospitalar ou prisional com eleitores nas
9 - O presidente da câmara municipal envia, condições do n.º 1, em dia e hora previamente
pelo seguro do correio, o sobrescrito azul à anunciados ao respectivo director e aos
mesa da assembleia de voto em que o eleitor delegados das entidades proponentes, desloca-
deveria exercer o direito de sufrágio, ao cuidado se ao mesmo estabelecimento a fim de ser dado
da respectiva junta de freguesia, até ao 4.º dia cumprimento, com as necessárias adaptações
anterior ao da realização da eleição. ditadas pelos constrangimentos dos regimes
10 - A junta de freguesia remete os votos hospitalares ou prisionais, ao disposto nos n.os 2
recebidos ao presidente da mesa da assembleia a 9 do artigo anterior.
de voto até à hora prevista no n.º 1 do artigo 6 - O presidente da câmara pode
105.º excepcionalmente fazer-se substituir para o
efeito da diligência prevista no número anterior
Artigo 119.º pelo vice-presidente ou por qualquer vereador
Modo de exercício por doentes internados e do município devidamente credenciado.
por presos 7 - A junta de freguesia destinatária dos
votos recebidos remete-os ao presidente da
1 - Os eleitores que se encontrem nas mesa da assembleia de voto até à hora prevista
condições previstas nas alíneas e) e f) do n.º 1 no n.º 1 do artigo 105.º
do artigo 117.º podem requerer, por meios
electrónicos ou por via postal, ao presidente da Artigo 120.º
câmara do município em que se encontrem Modo de exercício do voto por estudantes
recenseados, até ao 20.º dia anterior ao da
eleição, a documentação necessária ao exercício 1 - Qualquer eleitor que esteja nas condições
do direito de voto, enviando cópias do cartão de previstas no n.º 2 do artigo 117.º pode requerer
cidadão ou bilhete de identidade e cartão ou ao presidente da câmara do município em que
certidão de eleitor, juntando documento se encontre recenseado a documentação
comprovativo do impedimento invocado, necessária ao exercício do direito de voto no
passado pelo médico assistente e confirmado prazo e nas condições previstas nos n.os 1 e 2 do
pela direcção do estabelecimento hospitalar, ou artigo 119.º
documento emitido pelo director do 2 - O documento comprovativo do
estabelecimento prisional, conforme os casos. impedimento do eleitor consiste numa
(Redacção dada pela Lei Orgânica n.º 3/2010, declaração emitida pela direcção do
de 15 de dezembro) estabelecimento de ensino que ateste a sua
2 - O presidente da câmara referido no admissão ou frequência. (Redacção dada pela
número anterior envia, por correio registado Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de dezembro)
com aviso de recepção, até ao 17.º dia anterior 3 - O exercício do direito de voto faz-se
ao da eleição: perante o presidente da câmara do município
onde o eleitor frequente o estabelecimento de
a) Ao eleitor a documentação necessária
ensino superior, no prazo e termos previstos nos
ao exercício do direito de voto,
n.os 3 a 7 do artigo 119.º
acompanhada dos documentos
enviados pelo eleitor;
SECÇÃO IV
b) Ao presidente da câmara do município
Garantias de liberdade do sufrágio
onde se encontrem eleitores nas
condições definidas no n.º 1 a relação
Artigo 121.º
nominal dos referidos eleitores e a
Dúvidas, reclamações, protestos e
indicação dos estabelecimentos
contraprotestos
hospitalares ou prisionais abrangidos.
3 - O presidente da câmara do município 1 - Além dos delegados das listas
onde se situe o estabelecimento hospitalar ou concorrentes à eleição, qualquer eleitor inscrito
prisional em que o eleitor se encontre internado na assembleia de voto pode suscitar dúvidas e
notifica as listas concorrentes à eleição, até ao apresentar por escrito reclamação, protesto ou
16.º dia anterior ao da votação, para os fins contraprotesto relativos às operações eleitorais
previstos no n.º 3 do artigo 86.º, dando da mesma assembleia e instruí-los com os
documentos convenientes.

581
Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 - A mesa não pode negar-se a receber as devendo retirar-se logo que lhe seja formulado
reclamações, os protestos e os contraprotestos, pedido nesse sentido pelo presidente ou por
devendo rubricá-los e apensá-los às actas. quem o substitua, ou quando verifique que a sua
3 - As reclamações, os protestos e os presença já não se justifica.
contraprotestos têm de ser objecto de 4 - Quando o entenda necessário, o
deliberação da mesa, que pode tomá-la no final, comandante da força de segurança, ou um seu
se entender que isso não afecta o andamento delegado credenciado, pode visitar, desarmado e
normal da votação. por um período máximo de dez minutos, a
4 - Todas as deliberações da mesa são assembleia ou secção de voto, a fim de
tomadas por maioria absoluta dos membros estabelecer contacto com o presidente da mesa
presentes e fundamentadas, tendo o presidente ou com quem o substitua.
voto de desempate. 5 - Nos casos previstos nos n.os 2 e 3, as
operações eleitorais na assembleia ou secção de
Artigo 122.º voto são suspensas, sob pena de nulidade da
Polícia da assembleia de voto eleição, até que o presidente da mesa considere
verificadas as condições para que possam
1 - Compete ao presidente da mesa, prosseguir.
coadjuvado pelos vogais desta, assegurar a
liberdade dos eleitores, manter a ordem e, em Artigo 125.º
geral, regular a polícia na assembleia, Presença de não-eleitores
adoptando para esse efeito as providências
necessárias. É proibida a presença na assembleia de voto
2 - Não é admitida na assembleia de voto a de não-eleitores e de eleitores que aí não
presença de pessoas em condições susceptíveis possam votar, salvo se se tratar de
de prejudicar a actividade da assembleia ou que representantes ou mandatários das candidaturas
sejam portadoras de qualquer arma ou concorrentes à eleição ou de profissionais da
instrumento susceptível de como tal ser usado. comunicação social, devidamente identificados e
no exercício das suas funções.
Artigo 123.º
Proibição de propaganda Artigo 126.º
Deveres dos profissionais de comunicação
1 - É proibida qualquer propaganda nos social e de empresas de sondagens
edifícios das assembleias de voto e até à
distância de 50 m. 1 - Os profissionais de comunicação social
2 - Por «propaganda» entende-se também a que no exercício das suas funções se desloquem
exibição de símbolos, siglas, sinais, distintivos às assembleias ou secções de voto devem
ou autocolantes de quaisquer listas. identificar-se, se solicitados a tanto pelos
membros da mesa, e não podem:
Artigo 124.º
a) Obter no interior da assembleia de
Proibição de presença de forças militares e
voto ou no seu exterior até à distância
de segurança e casos em que pode
de 50 m imagens ou outros elementos
comparecer
de reportagem que possam
comprometer o segredo de voto;
1 - Salvo o disposto nos números seguintes,
b) Perturbar de qualquer modo o acto da
nos locais onde se reunirem as assembleias e
votação.
secções de voto e num raio de 100 m a contar
dos mesmos é proibida a presença de forças 2 - A execução de sondagens ou inquéritos
militares ou de segurança. de opinião e a recolha de dados estatísticos no
2 - Quando for necessário pôr termo a algum dia da eleição devem observar procedimentos
tumulto ou obstar a qualquer agressão ou que salvaguardem o segredo de voto, não
violência, quer dentro do edifício da assembleia podendo os eleitores ser questionados a
ou secção de voto quer na sua proximidade, ou distância inferior à referida na alínea a) do
ainda em caso de desobediência às suas ordens, número anterior.
pode o presidente da mesa, consultada esta,
requisitar a presença de forças de segurança, Artigo 127.º
sempre que possível por escrito, ou, no caso de Difusão e publicação de notícias e
impossibilidade, com menção na acta eleitoral reportagens
das razões da requisição e do período da
presença de forças de segurança. As notícias ou quaisquer outros elementos de
3 - O comandante de força de segurança que reportagem que divulguem o sentido de voto de
possua indícios seguros de que se exerce sobre algum eleitor ou os resultados do apuramento só
os membros da mesa coacção física ou psíquica podem ser difundidos ou publicados após o
que impeça o presidente de fazer a requisição encerramento de todas as assembleias de voto.
pode intervir por iniciativa própria, a fim de
assegurar a genuinidade do processo eleitoral,

582
Autarquias Locais - Legislação Nacional
TÍTULO VII 3 - O outro escrutinador regista numa folha
Apuramento branca ou, de preferência num quadro bem
visível, e separadamente, os votos atribuídos a
Artigo 128.º cada lista, os votos em branco e os votos nulos.
Apuramento 4 - Simultaneamente, os boletins de voto são
examinados e exibidos pelo presidente, que,
O apuramento dos resultados da eleição é com a ajuda de um dos vogais, os agrupa em
efectuado nos seguintes termos: lotes separados, correspondentes a cada uma
das listas votadas, aos votos em branco e aos
a) O apuramento local é feito em cada
votos nulos.
assembleia ou secção de voto;
5 - Terminadas as operações referidas nos
b) O apuramento geral consiste na
números anteriores, o presidente procede à
contabilização, no âmbito territorial de
contraprova da contagem, pela contagem dos
cada município, dos resultados obtidos
boletins de cada um dos lotes separados.
nos círculos eleitorais e na atribuição
6 - Os membros de mesa não podem ser
dos mandatos relativamente a cada um
portadores de qualquer instrumento que permita
dos órgãos eleitos nos termos do artigo
escrever quando manuseiam os boletins de voto.
14.º
Artigo 132.º
CAPÍTULO I
Voto em branco
Apuramento local
Considera-se «voto em branco» o
Artigo 129.º
correspondente a boletim de voto que não
Operação preliminar
contenha qualquer sinal em qualquer quadrado.
Encerrada a votação, o presidente da
Artigo 133.º
assembleia ou secção de voto procede à
Voto nulo
contagem dos boletins que não foram utilizados
e dos que foram inutilizados pelos eleitores e
1 - Considera-se «voto nulo» o
encerra-os num sobrescrito próprio, que fecha e
correspondente ao boletim:
lacra, para efeitos do n.º 2 do artigo 95.º
a) No qual tenha sido assinalado mais de
Artigo 130.º um quadrado;
Contagem dos votantes e dos boletins de b) No qual haja dúvidas quanto ao
voto quadrado assinalado;
c) No qual tenha sido assinalado o
1 - Concluída a operação preliminar, o quadrado correspondente a uma
presidente manda contar o número de votantes candidatura que tenha sido rejeitada
pelas descargas efectuadas nos cadernos de ou desistido das eleições;
recenseamento. d) No qual tenha sido feito qualquer
2 - Em seguida, manda abrir a urna, a fim de corte, desenho ou rasura;
conferir o número de boletins de voto entrados e) No qual tenha sido escrita qualquer
em relação a cada órgão autárquico e, no fim da palavra.
contagem, volta a introduzi-los nela.
2 - Não é considerado voto nulo o do boletim
3 - Em caso de divergência entre o número
de voto no qual a cruz, embora não sendo
dos votantes apurados e o dos boletins de voto
perfeitamente desenhada ou excedendo os
contados, prevalece, para fins de apuramento, o
limites do quadrado, assinale inequivocamente a
segundo destes números.
vontade do eleitor.
4 - Do número de boletins de voto contados é
3 - Considera-se ainda como nulo o voto
dado imediato conhecimento público através de
antecipado quando o sobrescrito com o boletim
edital, que o presidente lê em voz alta e manda
de voto não chegue ao seu destino nas
afixar à porta da assembleia de voto.
condições previstas nos artigos 118.º e 119.º ou
seja recebido em sobrescrito que não esteja
Artigo 131.º
adequadamente fechado.
Contagem dos votos
Artigo 134.º
1 - A mesa procede sucessivamente à
Direitos dos delegados das candidaturas
contagem dos votos relativos à eleição de cada
um dos órgãos autárquicos, começando pela
1 - Os delegados das candidaturas
assembleia de freguesia.
concorrentes têm o direito de examinar os lotes
2 - Um dos escrutinadores desdobra os
dos boletins separados, bem como os
boletins, um a um, e anuncia em voz alta a
correspondentes registos, sem alterar a sua
denominação da lista votada.
composição e, no caso de terem dúvidas ou
objecções em relação à contagem ou à

583
Autarquias Locais - Legislação Nacional
qualificação dada ao voto de qualquer boletim, 2 - Os elementos referidos no número
têm o direito de solicitar esclarecimentos ou anterior são remetidos em sobrescrito, que deve
apresentar reclamações ou protestos perante o ser, depois de fechado, lacrado e rubricado pelos
presidente. membros da mesa e delegados dos partidos, de
2 - No decorrer da operação referida no modo que as rubricas abranjam o sobrescrito e a
número anterior os delegados não podem ser pala fechada.
portadores de qualquer instrumento que permita
escrever. Artigo 138.º
3 - Se a reclamação ou protesto não forem Destino dos restantes boletins
atendidos pela mesa, os boletins de voto
reclamados ou protestados são separados, 1 - Os restantes boletins de voto,
anotados no verso com a indicação da devidamente empacotados e lacrados, são
qualificação dada pela mesa e do objecto da confiados à guarda do juiz de direito da
reclamação ou do protesto, e rubricados pelo comarca.
presidente da mesa e pelo delegado do partido. 2 - Esgotado o prazo para a interposição dos
4 - A reclamação ou protesto não atendidos recursos contenciosos, ou decididos
não impedem a contagem do boletim de voto definitivamente estes, o juiz promove a
para o efeito de apuramento geral. destruição dos boletins.

Artigo 135.º Artigo 139.º


Edital do apuramento local Acta das operações eleitorais
O apuramento assim efectuado é
1 - Compete ao secretário da mesa proceder
imediatamente publicado por edital afixado à
à elaboração da acta das operações de votação e
porta principal do edifício da assembleia ou da
apuramento.
secção de voto, em que se discriminam:
2 - Da acta devem constar:
a) Identificação do órgão autárquico;
a) A identificação do círculo eleitoral a
b) Número de eleitores inscritos;
que pertence a assembleia ou secção
c) Número de votantes;
de voto;
d) Número de votos atribuídos a cada
b) Os números de inscrição no
lista;
recenseamento e os nomes dos
e) Número de votos em branco;
membros da mesa e dos delegados dos
f) Número de votos nulos.
partidos políticos, coligações e grupos
Artigo 136.º de cidadãos concorrentes;
Comunicação e apuramento dos resultados c) O local da assembleia ou secção de
da eleição voto e hora de abertura e de
(Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, encerramento da votação;
de de 30 de novembro) d) As deliberações tomadas pela mesa
durante as operações;
1 - Os presidentes das mesas das e) O número total de eleitores inscritos
assembleias de voto comunicam imediatamente votantes e de não votantes;
à junta de freguesia ou à entidade para esse f) O número de inscrição no
efeito designada pelo director-geral de recenseamento dos eleitores que
Administração Interna ou pelo Representante da exerceram o voto antecipado;
República, consoante os casos, os elementos g) O número de votos obtidos por cada
constantes do edital previsto no artigo anterior. lista, o de votos em branco e o de
2 - A entidade a quem é feita a comunicação votos nulos;
apura os resultados da eleição na freguesia e h) O número de boletins de voto sobre
comunica-os imediatamente ao director-geral de os quais haja incidido reclamação ou
Administração Interna ou ao Representante da protesto;
República, consoante os casos. i) As divergências de contagem a que se
3 - O respectivo Representante da República refere o n.º 3 do artigo 130.º, se as
transmite imediatamente os resultados à houver, com indicação precisa das
Direcção-Geral de Administração Interna. diferenças notadas;
j) O número de reclamações, protestos e
Artigo 137.º contraprotestos apensos à acta;
Destino dos boletins de voto nulos ou l) Quaisquer outras ocorrências que a
objecto de reclamação ou protesto mesa julgar dever mencionar.

1 - Os boletins de voto nulos e aqueles sobre Artigo 140.º


os quais haja reclamação ou protesto são, Envio à assembleia de apuramento geral
depois de rubricados, remetidos à assembleia de
apuramento geral com os documentos que lhes 1 - No final das operações eleitorais, os
digam respeito. presidentes das mesas das assembleias ou

584
Autarquias Locais - Legislação Nacional
secções de voto entregam pelo seguro do correio Artigo 143.º
ou pessoalmente, contra recibo, as actas, os Direitos dos representantes das
cadernos e demais documentos respeitantes à candidaturas
eleição ao presidente da assembleia de
apuramento geral. Os representantes das candidaturas
2 - Para os efeitos do disposto no número concorrentes têm o direito de assistir, sem voto,
anterior, no artigo 95.º, n.º 2, no artigo 137.º e aos trabalhos da assembleia de apuramento
no n.º 1 do artigo 138.º, bem como para geral, bem como de apresentar reclamações,
execução das operações de apuramento a que protestos ou contraprotestos.
se refere o artigo 146.º, o presidente da
assembleia de apuramento geral requisita os Artigo 144.º
elementos das forças de segurança necessários Constituição da assembleia de apuramento
para que estes procedam à recolha de todo o geral
material eleitoral, que será depositado no
edifício do tribunal de comarca do círculo 1 - A assembleia de apuramento geral deve
eleitoral municipal respectivo. ficar constituída até à antevéspera do dia da
realização da eleição.
CAPÍTULO II 2 - O presidente dá imediato conhecimento
Apuramento geral público da constituição da assembleia através de
edital a afixar à porta do edifício da câmara
Artigo 141.º municipal.
Assembleia de apuramento geral
Artigo 145.º
1 - O apuramento dos resultados da eleição Estatuto dos membros das assembleias de
compete a uma assembleia de apuramento que apuramento geral
funciona junto da câmara municipal.
2 - No município de Lisboa podem constituir- É aplicável aos cidadãos que façam parte das
se quatro assembleias de apuramento e nos assembleias de apuramento geral o disposto no
restantes municípios com mais de 200000 artigo 81.º, durante o período do respectivo
eleitores podem constituir-se duas assembleias funcionamento, mediante prova através de
de apuramento. documento assinado pelo presidente da
3 - Compete ao director-geral de assembleia.
Administração Interna decidir, até ao 14.º dia
anterior à data da eleição, sobre o Artigo 146.º
desdobramento referido no número anterior. Conteúdo do apuramento
(Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de
de 30 de novembro) 1 - O apuramento geral consiste na
realização das seguintes operações em relação a
Artigo 142.º cada um dos órgãos autárquicos em causa:
Composição
a) Verificação do número total de
eleitores inscritos e de votantes;
As assembleias de apuramento geral têm a
b) Verificação dos números totais de
seguinte composição:
votos em branco e de votos nulos;
a) Um magistrado judicial ou o seu c) Verificação dos números totais de
substituto legal ou, na sua falta, um votos obtidos por cada lista;
cidadão de comprovada idoneidade d) Distribuição dos mandatos pelas
cívica, que preside com voto de diversas listas;
qualidade, designado pelo presidente e) Determinação dos candidatos eleitos
do tribunal da relação do distrito por cada lista;
judicial respectivo; f) Decisão sobre as reclamações e
b) Um jurista designado pelo presidente protestos.
da assembleia de apuramento geral;
2 - Nos municípios em que exista mais de
c) Dois professores que leccionem na
uma assembleia de apuramento, a agregação
área do município, designados pela
dos resultados compete à que for presidida pelo
delegação escolar respectiva;
magistrado mais antigo ou, se for o caso, pelo
d) Quatro presidentes de assembleia de
cidadão mais idoso.
voto, designados por sorteio efectuado
pelo presidente da câmara;
Artigo 147.º
e) O cidadão que exerça o cargo
Realização de operações
dirigente mais elevado da área
administrativa da respectiva câmara
1 - A assembleia de apuramento geral inicia
municipal, que secretaria sem direito a
as operações às 9 horas do 2.º dia seguinte ao
voto.
da realização da eleição.

585
Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 - Em caso de adiamento ou declaração de Artigo 152.º
nulidade da votação em qualquer assembleia de Destino da documentação
voto, a assembleia de apuramento geral reúne (Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011,
no dia seguinte ao da votação ou do de de 30 de novembro)
reconhecimento da impossibilidade da sua
realização para completar as operações de 1 - Os cadernos de recenseamento e demais
apuramento. documentação presentes à assembleia de
apuramento geral, bem como a acta desta, são
Artigo 148.º confiados à guarda e responsabilidade do
Elementos do apuramento tribunal da comarca com jurisdição na sede do
distrito ou Região Autónoma.
1 - O apuramento geral é feito com base nas 2 - Terminado o prazo de recurso contencioso
actas das operações das assembleias de voto, ou decididos os recursos que tenham sido
nos cadernos de recenseamento e demais apresentados, o tribunal da comarca com
documentos que os acompanharem. jurisdição na sede do distrito ou Região
2 - Se faltarem os elementos de alguma das Autónoma procede à destruição de todos os
assembleias de voto, o apuramento geral inicia- documentos, com excepção das actas das
se com base nos elementos já recebidos, assembleias de voto, da acta da assembleia de
designando o presidente nova reunião dentro apuramento geral e de uma das cópias dos
das quarenta e oito horas seguintes, para se cadernos eleitorais.
concluírem os trabalhos, tomando, entretanto,
as providências necessárias para que a falta seja Artigo 153.º
reparada. Certidões ou fotocópias da acta de
apuramento geral
Artigo 149.º
Reapreciação dos resultados do As certidões ou fotocópias da acta de
apuramento geral apuramento geral são passadas pelos serviços
administrativos da câmara municipal, mediante
1 - No início dos seus trabalhos a assembleia requerimento.
de apuramento geral decide sobre os boletins de
voto em relação aos quais tenha havido Artigo 154.º
reclamação ou protesto e verifica os boletins de Mapa nacional da eleição
voto considerados nulos, reapreciando-os
segundo critério uniforme. Nos 30 dias subsequentes à recepção das
2 - Em função do resultado das operações actas de todas as assembleias de apuramento
previstas no número anterior a assembleia geral, a Comissão Nacional de Eleições elabora e
corrige, se for caso disso, o apuramento da faz publicar no Diário da República, 1.ª série,
respectiva assembleia de voto. um mapa oficial com o resultado das eleições,
por freguesias e por municípios, de que conste:
Artigo 150.º
a) Número total dos eleitores inscritos;
Proclamação e publicação dos resultados
b) Número total de votantes;
c) Número total de votos em branco;
Os resultados do apuramento geral são
d) Número total de votos nulos;
proclamados pelo presidente da assembleia até
e) Número total de votos atribuídos a
ao 4.º dia posterior ao da votação e, em
cada partido, coligação ou grupo de
seguida, publicados por meio de edital afixado à
cidadãos, com a respectiva
porta do edifício onde funciona a assembleia.
percentagem;
f) Número total de mandatos atribuídos
Artigo 151.º
a cada partido, coligação ou grupo de
Acta do apuramento geral
cidadãos, em relação a cada órgão
autárquico;
1 - Do apuramento geral é imediatamente
g) Nome dos candidatos eleitos, por
lavrada acta donde constem os resultados das
partido, coligação ou grupo de
respectivas operações, as reclamações, os
cidadãos, para cada um dos órgãos
protestos e os contraprotestos apresentados de
autárquicos.
harmonia com o disposto no artigo 143.º e as
decisões que sobre eles tenham recaído.
2 - No dia posterior àquele em que se
concluir o apuramento geral, o presidente envia
um dos exemplares da acta à Comissão Nacional
de Eleições, por seguro do correio ou por
próprio, contra recibo. (Redação dada pela Lei
Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de novembro)

586
Autarquias Locais - Legislação Nacional
SECÇÃO I Artigo 159.º
Apuramento no caso de não realização ou Processo
nulidade da votação
1 - A petição de recurso especifica os
Artigo 155.º respectivos fundamentos de facto e de direito e
Regras especiais de apuramento é acompanhada de todos os elementos de prova
ou de requerimento solicitando ao Tribunal que
1 - No caso de não realização de qualquer os requisite.
votação, o apuramento geral é efectuado não 2 - No caso de recurso relativo a assembleias
tendo em consideração as assembleias em falta. de apuramento com sede em Região Autónoma,
2 - Na hipótese prevista no número anterior e a interposição e fundamentação podem ser
na de adiamento, nos termos do artigo 111.º, a feitas por via telegráfica, telex ou telecópia até
realização das operações de apuramento geral ao dia anterior à data limite para o Tribunal
ainda não efectuadas e a conclusão do Constitucional decidir, sem prejuízo de posterior
apuramento geral competem à assembleia de envio de todos os elementos de prova.
apuramento geral. 3 - Os representantes dos partidos políticos,
3 - A proclamação e a publicação dos coligações e grupos de cidadãos intervenientes
resultados, nos termos do artigo 150.º, têm na eleição são imediatamente notificados para
lugar no dia da última reunião da assembleia de responderem, querendo, no prazo de um dia.
apuramento geral. 4 - O Tribunal Constitucional decide
4 - O disposto nos números anteriores é definitivamente em plenário no prazo de dois
aplicável em caso de declaração de nulidade de dias a contar do termo do prazo previsto no
qualquer votação. número anterior.
5 - É aplicável ao contencioso da votação e
TÍTULO VIII do apuramento o disposto no Código de
Contencioso da votação e do apuramento Processo Civil, quanto ao processo declarativo,
com as necessárias adaptações.
Artigo 156.º
Pressupostos do recurso contencioso Artigo 160.º
Efeitos da decisão
1 - As irregularidades ocorridas no decurso
da votação e no apuramento local ou geral 1 - A votação em qualquer assembleia de
podem ser apreciadas em recurso contencioso, voto e a votação em toda a área do município só
desde que hajam sido objecto de reclamação ou são julgadas nulas quando se hajam verificado
protesto apresentado no acto em que se ilegalidades que possam influir no resultado
verificaram. geral da eleição do respectivo órgão autárquico.
2 - Das irregularidades ocorridas no decurso 2 - Declarada a nulidade da votação numa ou
da votação ou do apuramento local pode ser em mais assembleias ou secções de voto, os
interposto recurso contencioso, sem prejuízo da actos eleitorais correspondentes são repetidos
interposição de recurso gracioso perante a no 2.º domingo posterior à decisão, havendo
assembleia de apuramento geral no 2.º dia lugar, em qualquer caso, a uma nova assembleia
posterior ao da eleição. de apuramento geral.

Artigo 157.º TÍTULO IX


Legitimidade Ilícito eleitoral

Da decisão sobre a reclamação, protesto ou CAPÍTULO I


contraprotesto podem recorrer, além dos Princípios gerais
respectivos apresentantes, os candidatos, os
mandatários, os partidos políticos, coligações e Artigo 161.º
grupos de cidadãos e seus delegados ou Concorrência com crimes mais graves
representantes, intervenientes no acto eleitoral.
As sanções cominadas nesta lei não excluem
Artigo 158.º a aplicação de outras mais graves, decorrentes
Tribunal competente e prazo da prática de quaisquer infracções previstas
noutras leis.
O recurso contencioso é interposto perante o
Tribunal Constitucional no dia seguinte ao da Artigo 162.º
afixação do edital contendo os resultados do Circunstâncias agravantes gerais
apuramento.
Constituem circunstâncias agravantes gerais do
ilícito eleitoral:
a) Influir a infracção no resultado da
votação;

587
Autarquias Locais - Legislação Nacional
b) Ser a infracção cometida por agente SECÇÃO II
de administração eleitoral; Crimes relativos à organização do processo
c) Ser a infracção cometida por membro eleitoral
de comissão recenseadora;
d) Ser a infracção cometida por membro Artigo 168.º
de assembleia de voto; Candidatura de cidadão inelegível
e) Ser a infracção cometida por membro
de assembleia de apuramento; Aquele que, não tendo capacidade eleitoral
f) Ser a infracção cometida por passiva, dolosamente aceitar a sua candidatura
candidato, mandatário ou delegado de é punido com prisão até 1 ano ou pena de multa
candidatura. até 120 dias.

CAPÍTULO II Artigo 169.º


Ilícito penal Falsas declarações

SECÇÃO I Quem prestar falsas declarações


Disposições gerais relativamente às condições legais relativas à
aceitação de candidaturas é punido com a pena
Artigo 163.º de prisão até 1 ano ou pena de multa até 120
Tentativa dias.

A tentativa é sempre punível. Artigo 170.º


Candidaturas simultâneas
Artigo 164.º
Pena acessória de suspensão de direitos Quem aceitar candidatura em mais de uma
políticos lista concorrente ao mesmo órgão autárquico é
punido com a pena de prisão até 1 ano ou pena
À prática de crimes eleitorais pode de multa até 120 dias.
corresponder, para além das penas
especialmente previstas na presente lei, a Artigo 171.º
aplicação da pena acessória de suspensão, de 6 Coacção constrangedora de candidatura
meses a 5 anos, dos direitos consignados nos ou visando a desistência
artigos 49.º e 50.º, no n.º 3 do artigo 52.º, no
n.º 1 do artigo 124.º e no artigo 207.º da Quem, por meio de violência, ameaça de
Constituição da República Portuguesa, atenta a violência ou de grave mal ou de ameaça relativa
concreta gravidade do facto. a perda de emprego, constranger qualquer
cidadão a não se candidatar ou a desistir da
Artigo 165.º candidatura é punido com a pena de prisão de 2
Pena acessória de demissão anos ou a pena de multa de 240 dias.

À prática de crimes eleitorais por parte de SECÇÃO III


funcionário ou de agente da Administração Crimes relativos à propaganda eleitoral
Pública no exercício das suas funções pode
corresponder, independentemente da medida da Artigo 172.º
pena, a pena acessória de demissão, sempre Violação dos deveres de neutralidade e
que o crime tiver sido praticado com flagrante e imparcialidade
grave abuso das funções ou com manifesta e
grave violação dos deveres que lhes são Quem, no exercício das suas funções,
inerentes, atenta a concreta gravidade do facto. infringir os deveres de neutralidade ou
imparcialidade a que esteja legalmente obrigado
Artigo 166.º é punido com pena de prisão até 2 anos ou pena
Direito de constituição como assistente de multa até 240 dias.

Qualquer partido político, coligação ou grupo Artigo 173.º


de cidadãos concorrentes pode constituir-se Utilização indevida de denominação, sigla
assistente nos processos penais relativos ao acto ou símbolo
eleitoral.
Quem, durante a campanha eleitoral, com o
Artigo 167.º intuito de prejudicar ou injuriar, utilizar
Responsabilidade disciplinar denominação, sigla ou símbolo de qualquer
partido, coligação ou grupo de cidadãos é punido
As infracções previstas nesta lei constituem com pena de prisão até 1 ano ou pena de multa
também faltas disciplinares quando cometidas até 120 dias.
por funcionários ou agentes da Administração
Pública, sujeitos a responsabilidade disciplinar.

588
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 174.º meses a 3 anos ou pena de multa não inferior a
Violação da liberdade de reunião e 60 dias.
manifestação
SECÇÃO V
1 - Quem, por meio de violência ou Crimes relativos à votação e ao apuramento
participação em tumulto, desordem ou vozearia,
perturbar gravemente reunião, comício, Artigo 179.º
manifestação ou desfile de propaganda é punido Fraude em acto eleitoral
com pena de prisão até 1 ano ou pena de multa
até 120 dias. Quem, no decurso da efectivação da eleição:
2 - Quem, da mesma forma, impedir a
a) Se apresentar fraudulentamente a
realização ou prosseguimento de reunião,
votar tomando a identidade de eleitor
comício, manifestação ou desfile é punido com
inscrito; ou
pena de prisão até 2 anos ou pena de multa até
b) Votar em mais de uma assembleia de
240 dias.
voto, ou mais de uma vez na mesma
assembleia, ou em mais de um boletim
Artigo 175.º
de voto relativo ao mesmo órgão
Dano em material de propaganda
autárquico, ou actuar por qualquer
forma que conduza a um falso
1 - Quem roubar, furtar, destruir, rasgar,
apuramento do escrutínio; ou
desfigurar ou por qualquer forma inutilizar ou
c) Falsear o apuramento, a publicação ou
tornar inelegível, no todo ou em parte, material
a acta oficial do resultado da votação;
de propaganda eleitoral ou colocar por cima dele
qualquer outro material é punido com pena de é punido com pena de prisão até dois anos ou
prisão até 1 ano ou pena de multa até 120 dias. com pena de multa até 240 dias.
2 - Não são punidos os factos previstos no
número anterior se o material tiver sido afixado Artigo 180.º
em casa ou em estabelecimento de agente sem Violação do segredo de voto
o consentimento deste.
Quem em assembleia de voto ou nas suas
Artigo 176.º imediações até 50 m:
Desvio de correspondência
a) Usar de coacção ou artifício
O empregado dos correios que fraudulento de qualquer natureza ou se
desencaminhar, retiver ou não entregar ao servir do seu ascendente sobre eleitor
destinatário circular, cartazes ou outro meio de para obter a revelação do voto deste é
propaganda é punido com pena de prisão de 6 punido com pena de prisão até 1 ano
meses a 3 anos ou pena de multa de 60 a 360 ou com pena de multa até 120 dias;
dias. b) Revelar como votou ou vai votar é
punido com pena de multa até 60 dias;
Artigo 177.º c) Der a outrem conhecimento do
Propaganda na véspera e no dia da eleição sentido de voto de um eleitor é punido
com pena de multa até 60 dias.
1 - Quem no dia da votação ou no anterior
fizer propaganda eleitoral por qualquer meio é Artigo 181.º
punido com pena de multa não inferior a 100 Admissão ou exclusão abusiva do voto
dias.
2 - Quem no dia da votação fizer propaganda Os membros de mesa de assembleia de voto
em assembleia de voto ou nas suas imediações que contribuírem para que seja admitido a votar
até 50 m é punido com pena de prisão até 6 quem não tenha direito de sufrágio ou não o
meses ou pena de multa não inferior a 60 dias. possa exercer nessa assembleia, bem como os
que contribuírem para a exclusão de quem o
SECÇÃO IV tiver, são punidos com pena de prisão até 2
Crimes relativos à organização do processo anos ou com pena de multa até 240 dias.
de votação
Artigo 182.º
Artigo 178.º Não facilitação do exercício de sufrágio
Desvio de boletins de voto
Os responsáveis pelos serviços ou empresas
Quem subtrair, retiver ou impedir a em actividade no dia da votação que recusarem
distribuição de boletins de voto ou por qualquer aos respectivos funcionários ou trabalhadores
outro meio contribuir para que estes não dispensa pelo tempo suficiente para que possam
cheguem ao seu destino no tempo legalmente votar são punidos com pena de prisão até 1 ano
estabelecido é punido com pena de prisão de 6 ou com pena de multa até 120 dias.

589
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 183.º Artigo 188.º
Impedimento do sufrágio por abuso de Não assunção, não exercício ou abandono
autoridade de funções em assembleia de voto ou de
apuramento
O agente de autoridade que, abusivamente,
no dia da votação, sob qualquer pretexto, fizer Quem for designado para fazer parte de
sair do seu domicílio ou retiver fora dele mesa de assembleia de voto ou como membro
qualquer eleitor para que não possa votar é de assembleia de apuramento e, sem causa
punido com pena de prisão até 2 anos ou com justificativa, não assumir, não exercer ou
pena de multa até 240 dias. abandonar essas funções é punido com pena de
prisão até 1 ano ou com pena de multa até 120
Artigo 184.º dias.
Abuso de funções
Artigo 189.º
O cidadão investido de poder público, o Não exibição da urna
funcionário ou agente do Estado ou de outra
pessoa colectiva pública e o ministro de qualquer O presidente de mesa de assembleia de voto
culto que se sirvam abusivamente das funções que não exibir a urna perante os eleitores é
ou do cargo para constranger ou induzir punido com pena de prisão até 1 ano ou com
eleitores a votar ou a deixar de votar em pena de multa até 120 dias.
determinado sentido são punidos com pena de
prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240 Artigo 190.º
dias. Acompanhante infiel

Artigo 185.º Aquele que acompanhar ao acto de votar


Coacção do eleitor eleitor afectado por doença ou deficiência física
notórias e não garantir com fidelidade a
Quem, por meio de violência, ameaça de expressão ou o sigilo de voto é punido com pena
violência ou de grave mal, constranger eleitor a de prisão até 1 ano ou com pena de multa até
votar, o impedir de votar ou o forçar a votar 120 dias.
num certo sentido é punido com pena de prisão
até 5 anos, se pena mais grave lhe não couber Artigo 191.º
por força de outra disposição legal. Introdução fraudulenta de boletim na urna
ou desvio da urna ou de boletim de voto
Artigo 186.º
Coacção relativa a emprego Quem fraudulentamente introduzir boletim de
voto na urna antes ou depois do início da
Quem aplicar ou ameaçar aplicar a um votação, se apoderar da urna com os boletins de
cidadão qualquer sanção no emprego, voto nela recolhidos mas ainda não apurados ou
nomeadamente o despedimento, ou o impedir se apoderar de um ou mais boletins de voto em
ou ameaçar impedir de obter emprego a fim de qualquer momento, desde a abertura da
que vote ou deixe de votar ou porque votou ou assembleia de voto até ao apuramento geral da
não votou ou porque votou ou não votou em eleição, é punido com pena de prisão até 3 anos
certo sentido ou ainda porque participou ou não ou com pena de multa até 360 dias.
participou em campanha eleitoral é punido com
pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa Artigo 192.º
até 240 dias, sem prejuízo da nulidade da Fraudes da mesa da assembleia de voto e
sanção e da automática readmissão no emprego, de apuramento
se o despedimento tiver chegado a efectivar-se.
O membro da mesa de assembleia de voto ou
Artigo 187.º da assembleia de apuramento que apuser ou
Fraude e corrupção de eleitor consentir que se aponha nota de descarga em
eleitor que não votou ou que não a apuser em
1 - Quem, mediante artifício fraudulento, eleitor que tiver votado, que fizer leitura infiel de
levar eleitor a votar, o impedir de votar, o levar boletim de voto, que diminuir ou aditar voto no
a votar em certo sentido ou comprar ou vender apuramento ou que de qualquer modo falsear a
voto é punido com pena de prisão até 1 ano ou verdade da eleição é punido com pena de prisão
com pena de multa até 120 dias. até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias.
2 - Nas mesmas penas incorre o eleitor
aceitante de benefício proveniente de transacção
do seu voto.

590
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 193.º Artigo 198.º
Obstrução à fiscalização Não comparência de força de segurança

1 - Quem impedir a entrada ou a saída em O comandante de força de segurança que


assembleia de voto ou de apuramento de injustificadamente deixar de cumprir os deveres
qualquer delegado de partido ou coligação decorrentes do artigo 124.º é punido com pena
interveniente em campanha eleitoral ou por de prisão até 1 ano ou com pena de multa até
qualquer modo tentar opor-se a que exerça os 120 dias.
poderes que lhe são conferidos pela presente lei,
é punido com pena de prisão até 1 ano ou com Artigo 199.º
pena de multa até 120 dias. Falsificação de boletins, actas ou
2 - Se se tratar do presidente da mesa a documentos
pena não será, em qualquer caso, inferior a 1
ano. Quem dolosamente alterar, ocultar,
substituir, destruir ou suprimir, por qualquer
Artigo 194.º modo, boletim de voto, acta de assembleia de
Recusa de receber reclamações, protestos voto ou de apuramento ou qualquer documento
ou contraprotestos respeitante a operações da eleição é punido com
pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa
O presidente da mesa de assembleia de voto até 240 dias.
ou de apuramento que ilegitimamente se
recusar a receber reclamação, protesto ou Artigo 200.º
contraprotesto é punido com pena de prisão até Desvio de voto antecipado
2 anos ou com pena de multa até 240 dias.
O empregado do correio que desencaminhar,
Artigo 195.º retiver ou não entregar à junta de freguesia voto
Reclamação e recurso de má-fé antecipado, nos casos previstos nesta lei, é
punido com pena de prisão até 2 anos ou com
Aquele que, com má-fé, apresentar pena de multa até 240 dias.
reclamação, recurso, protesto ou contraprotesto
ou impugnar decisões dos órgãos eleitorais Artigo 201.º
através de recurso manifestamente infundado é Falso atestado de doença ou deficiência
punido com pena de multa até 100 dias. física

Artigo 196.º O médico que atestar falsamente doença ou


Perturbação de assembleia de voto ou de deficiência física é punido com pena de prisão
apuramento até 2 anos ou pena de multa até 240 dias.

1 - Quem, por meio de violência ou Artigo 202.º


participando em tumulto, desordem ou vozearia, Agravação
impedir ou perturbar gravemente a realização, o
funcionamento ou o apuramento de resultados Quando com o facto punível concorram
de assembleia de voto ou de apuramento é circunstâncias agravantes a moldura penal
punido com pena de prisão até 5 anos. prevista na disposição aplicável é agravada de
2 - Quem entrar armado em assembleia de um terço nos seus limites mínimo e máximo.
voto ou de apuramento, não pertencendo a força
pública devidamente habilitada nos termos do CAPÍTULO III
artigo 124.º, é punido com pena de prisão até 1 Ilícito de mera ordenação social
ano ou com pena de multa de 120 dias.
SECÇÃO I
Artigo 197.º Disposições gerais
Presença indevida em assembleia de voto
ou de apuramento Artigo 203.º
Órgãos competentes
Quem durante as operações de votação ou de
apuramento se introduzir na respectiva 1 - Compete à Comissão Nacional de
assembleia sem ter direito a fazê-lo e se recusar Eleições, com recurso para a secção criminal do
a sair, depois de intimidado a fazê-lo pelo Supremo Tribunal de Justiça, aplicar as coimas
presidente, é punido com pena de prisão até 1 correspondentes a contra-ordenações praticadas
ano ou com pena de multa até 120 dias. por partidos políticos, coligações ou grupos de
cidadãos, por empresas de comunicação social,
de publicidade, de sondagens ou proprietárias de
salas de espectáculos.

591
Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 - Compete, nos demais casos, ao Artigo 207.º
presidente da câmara municipal da área onde a Reuniões, comícios, manifestações ou
contra-ordenação tiver sido praticada aplicar a desfiles ilegais
respectiva coima, com recurso para o tribunal
competente. Quem promover reuniões, comícios,
3 - Compete ao juiz da comarca, em processo manifestações ou desfiles em contravenção do
instruído pelo Ministério Público, com recurso disposto na presente lei é punido com coima de
para a secção criminal do Supremo Tribunal de 100000$00 a 500000$00.
Justiça, aplicar as coimas correspondentes a
contra-ordenações cometidas por eleitos locais Artigo 208.º
no exercício das suas funções. Violação de regras sobre propaganda
sonora ou gráfica
SECÇÃO II
Contra-ordenações relativas à organização Quem fizer propaganda sonora ou gráfica
do processo eleitoral com violação do disposto na presente lei é
punido com coima de 10000$00 a 100000$00.
Artigo 204.º
Propostas e candidaturas simultâneas Artigo 209.º
Publicidade comercial ilícita
1 - As entidades proponentes que
propuserem duas ou mais listas concorrentes Quem promover ou encomendar bem como a
entre si à eleição do mesmo órgão autárquico empresa que fizer propaganda comercial com
são punidas com coima de 200000$00 a violação do disposto na presente lei é punido
1000000$00. com coima de 1000000$00 a 3000000$00.
2 - Os partidos que proponham candidatura
própria em concorrência com candidatura Artigo 210.º
proposta por coligação de que façam parte são Violação dos deveres dos canais de rádio
punidos com a coima de 200000$00 a
1000000$00. O não cumprimento dos deveres impostos pelo
3 - Os cidadãos que propuserem listas artigo 57.º e pelo n.º 4 do artigo 60.º constitui
concorrentes entre si ao mesmo órgão contra-ordenação, sendo cada infracção punível
autárquico são punidos com a coima de com coima de 500000$00 a 3000000$00.
20000$00 a 200000$00.
4 - Quem aceitar ser proposto como
candidato em duas ou mais listas com violação Artigo 211.º
do disposto no n.º 7 do artigo 16.º é punido com Não registo de emissão correspondente ao
a coima de 100000$00 a 500000$00. exercício do direito de antena

Artigo 205.º O canal de rádio que não registar ou não


Violação do dever de envio ou de entrega arquivar o registo de emissão correspondente ao
atempada de elementos exercício do direito de antena é punido com
coima de 200000$00 a 500000$00.
1 - Quem, tendo a incumbência do envio ou
entrega, em certo prazo, de elementos Artigo 212.º
necessários à realização das operações de Violação de deveres das publicações
votação, não cumprir a obrigação no prazo legal informativas
é punido com coima de 200000$00 a
500000$00. A empresa proprietária de publicação
2 - Quem, tendo a incumbência referida no informativa que não proceder às comunicações
número anterior, não cumprir a respectiva relativas a campanha eleitoral previstas na
obrigação em termos que perturbem o presente lei ou que não der tratamento
desenvolvimento normal do processo eleitoral é igualitário às diversas candidaturas é punida
punido com coima de 500000$00 a com coima de 200000$00 a 2000000$00.
1000000$00.
Artigo 213.º
SECÇÃO III Não cumprimento de deveres pelo
Contra-ordenações relativas à propaganda proprietário de salas de espectáculo
eleitoral
O proprietário de salas de espectáculo, ou
Artigo 206.º aqueles que as explorem que não cumprirem os
Campanha anónima deveres impostos pelos artigos 64.º e 65.º, é
punido com coima de 200000$00 a 500000$00.
Quem realizar actos de campanha eleitoral
não identificando a respectiva candidatura é
punido com coima de 100000$00 a 500000$00.

592
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 214.º SECÇÃO VI
Cedência de meios específicos de campanha Outras contra-ordenações

Quem ceder e quem beneficiar da cedência Artigo 219.º


de direitos de utilização de meios específicos de Violação do dever de dispensa de funções
campanha é punido com coima de 200000$00 a
500000$00. Quem violar o dever de dispensa de funções
ou actividades nos casos impostos pela presente
SECÇÃO IV lei é punido com coima de 100000$00 a
Contra-ordenações relativas à organização 500000$00, se outra sanção não estiver
do processo de votação especialmente prevista.

Artigo 215.º TÍTULO X


Não invocação de impedimento Mandato dos órgãos autárquicos

Aquele que não assumir funções de membro CAPÍTULO I


de mesa de assembleia de voto, tendo causa Mandato dos órgãos
justificativa do impedimento, e que, com dolo ou
negligência, não a haja invocado, podendo fazê- Artigo 220.º
lo, até três dias antes da eleição ou, Duração do mandato
posteriormente, logo após a ocorrência ou
conhecimento do facto impeditivo, é punido com 1 - O mandato dos órgãos autárquicos é de
coima de 20000$00 a 100000$00. quatro anos, sem prejuízo da respectiva
dissolução, nos casos e nos termos previstos na
SECÇÃO V lei, ressalvado o disposto no artigo 235.º
Contra-ordenações relativas à votação e ao 2 - Em caso de dissolução, o órgão
apuramento autárquico resultante de eleições intercalares
completa o mandato do anterior.
Artigo 216.º
Não abertura de serviço público Artigo 221.º
Incompatibilidades com o exercício do
O membro de junta de freguesia e o mandato
responsável por centro de saúde ou local
equiparado que não abrir os respectivos serviços 1 - É incompatível, dentro da área do mesmo
no dia da realização da eleição é punido com município, o exercício simultâneo de funções
coima de 10000$00 a 200000$00. autárquicas nos seguintes órgãos:
a) Câmara municipal e junta de
Artigo 217.º
freguesia;
Não apresentação de membro de mesa de
b) Câmara municipal e assembleia de
assembleia de voto à hora legalmente
freguesia;
fixada
c) Câmara municipal e assembleia
municipal.
O membro de mesa de assembleia de voto
que não se apresentar no local do seu 2 - O exercício de funções nos órgãos
funcionamento até uma hora antes da hora autárquicos é incompatível com o desempenho
marcada para o início das operações é punido efectivo dos cargos ou funções de:
com coima de 10000$00 a 50000$00.
a) Representante da República, nas
Artigo 218.º Regiões Autónomas; (Redacção dada
Não cumprimento de formalidades por pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de
membro de mesa de assembleia de voto ou novembro)
de assembleia de apuramento b) Dirigente na Direcção-Geral do
Tribunal de Contas, na Inspecção-Geral
O membro de mesa de assembleia de voto ou de Finanças e na Inspecção-Geral da
de apuramento que não cumprir ou deixar de Administração do Território;
cumprir, por negligência, formalidades c) (Revogada) (Redacção dada pela Lei
legalmente previstas na presente lei é punido Orgânica n.º 1/2011, de 30 de
com coima de 10000$00 a 50000$00. novembro)
d) Dirigente e técnico superior nos
serviços da Comissão Nacional de
Eleições e do Secretariado Técnico dos
Assuntos para o Processo Eleitoral.

593
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - O exercício de funções nos órgãos Artigo 224.º
executivos das autarquias locais é incompatível Composição da comissão administrativa
com o exercício das funções de membro de
governo da República ou de governo das 1 - A comissão administrativa a designar nos
Regiões Autónomas. termos do n.º 1 do artigo anterior é composta
4 - O cidadão que se encontrar, após a por três membros, no caso de freguesia, e por
eleição ou designação, em alguma das situações cinco membros, no caso de município.
previstas nos números anteriores tem de optar 2 - Na designação dos membros da comissão
pela renúncia a uma das duas funções administrativa devem ser tomados em
autárquicas executivas ou pela suspensão das consideração os últimos resultados eleitorais
funções deliberativas ou de optar entre a função verificados na eleição do órgão deliberativo em
autárquica e a outra. causa.
5 - É igualmente incompatível com o
exercício de funções autárquicas a condenação, CAPÍTULO III
por sentença transitada em julgado, em pena Instalação dos órgãos
privativa de liberdade, durante o período do
respectivo cumprimento. Artigo 225.º
6 - Quando for o caso e enquanto a Instalação dos órgãos eleitos
incompatibilidade durar, o membro do órgão
autárquico é substituído pelo cidadão 1 - Compete ao presidente do órgão
imediatamente a seguir na ordem da respectiva deliberativo cessante ou ao cidadão melhor
lista. posicionado na lista vencedora, nos termos da
lei, proceder à convocação dos candidatos
CAPÍTULO II eleitos, para o acto de instalação do órgão, nos
Eleições intercalares cinco dias subsequentes ao apuramento
definitivo dos resultados eleitorais.
Artigo 222.º 2 - A instalação do órgão é feita, pela
Regime entidade referida no número anterior, até ao
20.º dia posterior ao apuramento definitivo dos
1 - As eleições intercalares a que haja lugar resultados eleitorais e é precedida da verificação
realizam-se dentro dos 60 dias posteriores ao da da identidade e legitimidade dos eleitos a
verificação do facto de que resultam, salvo efectuar pelo responsável pela instalação.
disposição especial em contrário.
2 - Cabe ao membro do Governo responsável TÍTULO XI
pela tutela das autarquias locais a marcação do Disposições transitórias e finais
dia de realização das eleições intercalares.
(Redacção dada pela Lei Orgânica n.º 3/2010, Artigo 226.º
de 15 de dezembro) Certidões
3 - Não há lugar à realização de eleições
intercalares nos seis meses anteriores ao termo São obrigatoriamente passadas, a
do prazo em que legalmente devem ter lugar requerimento de qualquer interessado, no prazo
eleições gerais para os órgãos autárquicos nem de três dias:
nos seis meses posteriores à realização destas.
a) As certidões necessárias para
instrução do processo de apresentação
Artigo 223.º
de candidaturas;
Comissão administrativa
b) As certidões de apuramento geral.
1 - Sempre que haja lugar à realização de
Artigo 227.º
eleições intercalares é nomeada uma comissão
Isenções
administrativa, cuja designação cabe ao membro
do Governo responsável pela área da
São isentos de quaisquer taxas ou
administração interna, no caso de município ou
emolumentos, do imposto do selo e do imposto
freguesia. (Redacção dada pela Lei Orgânica n.º
de justiça, conforme os casos:
3/2010, de 15 de dezembro)
2 - Até à designação referida no número a) As certidões a que se refere o artigo
anterior, o funcionamento do órgão executivo, anterior;
quanto aos assuntos inadiáveis e correntes, é b) Todos os documentos destinados a
assegurado pelos seus membros em exercício, instruir quaisquer reclamações,
constituídos automaticamente em comissão protestos ou contraprotestos nas
administrativa presidida pelo membro melhor assembleias eleitorais ou de
posicionado na lista mais votada. apuramento geral, bem como
quaisquer reclamações ou recursos
previstos na lei;

594
Autarquias Locais - Legislação Nacional
c) Os reconhecimentos notariais em Artigo 231.º
documentos para fins eleitorais; Direito subsidiário
d) As procurações forenses a utilizar em
reclamações e recursos previstos na Em tudo o que não estiver regulado na
presente lei, devendo as mesmas presente lei aplica-se aos actos que impliquem
especificar o fim a que se destinem; intervenção de qualquer tribunal o disposto no
e) Quaisquer requerimentos, incluindo os Código de Processo Civil quanto ao processo
judiciais, relativos ao processo declarativo, com excepção dos n.os 4 e 5 do
eleitoral. artigo 145.º

Artigo 228.º Artigo 232.º


Prazos especiais Funções atribuídas aos governos civis

No caso de realização de eleições (Revogado) (Redacção dada pela Lei


intercalares, os prazos em dias previstos na Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro))
presente lei são reduzidos em 25%, com
arredondamento para a unidade superior. Artigo 233.º
Funções atribuídas ao presidente da
Artigo 229.º câmara municipal
Termo de prazos
Quando as funções do órgão executivo
1 - Os prazos previstos na presente lei são municipal forem desempenhadas por uma
contínuos. comissão administrativa, cabem ao presidente
2 - Quando qualquer acto processual previsto desta as funções autárquicas atribuídas ao
na presente lei envolva a intervenção de presidente da câmara municipal pela presente
entidades ou serviços públicos, o termo dos lei.
prazos respectivos considera-se referido ao
termo do horário normal dos competentes Artigo 234.º
serviços ou repartições. Listas dos eleitos
3 - Para efeitos do disposto no artigo 20.º, as
secretarias judiciais terão o seguinte horário, 1 - O presidente da câmara municipal remete
aplicável a todo o País: ao Secretariado Técnico dos Assuntos para o
Das 9 horas e 30 minutos às 12 horas e 30 Processo Eleitoral os nomes e demais elementos
minutos; de identificação dos cidadãos eleitos e
Das 14 às 18 horas. respectivos cargos, no prazo de 30 dias após a
eleição.
Artigo 230.º 2 - As alterações posteriores ocorridas na
Acerto das datas das eleições composição dos órgãos autárquicos devem ser
igualmente comunicadas pelo presidente da
O próximo mandato autárquico cessa, câmara no prazo de 30 dias após a sua
excepcionalmente, na data da instalação dos verificação.
órgãos autárquicos subsequente às eleições a
realizar no prazo estabelecido no n.º 2 do artigo Artigo 235.º
15.º do ano de 2005. Aplicação

O disposto no n.º 2 do artigo 15.º aplica-se a


partir das segundas eleições gerais, inclusive,
posteriores à entrada em vigor da presente lei.

ANEXO

Recibo comprovativo do voto antecipado

Para os efeitos da lei eleitoral para os órgãos das


autarquias locais se declara que ... (nome do cidadão
eleitor), residente em ..., portador do bilhete de
identidade n.º ..., passado pelo Arquivo de Identificação
de ..., em ..., inscrito na assembleia de voto (ou secção
de voto) de ..., com o n.º ..., exerceu antecipadamente o
seu direito de voto no dia ... de ... de ...
O Presidente da Câmara Municipal de ...
... (assinatura).

595
Autarquias Locais - Legislação Nacional

2 - São revogados os Decretos-Leis n.os 701-A/76, de


29 de Setembro, e 701-B/76, de 29 de Setembro, e todas
as disposições que os alteraram.
3 - São igualmente revogadas outras normas que
disponham em contrário com o estabelecido na presente
lei.

596
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei Orgânica n.º 3/2006, de 21 de Agosto b) A sua divulgação através do sítio na


Lei da paridade: estabelece que as listas Internet da Comissão Nacional de
para a Assembleia da República, para o Eleições com a indicação referida na
Parlamento Europeu e para as autarquias alínea anterior;
locais são compostas de modo a assegurar c) A redução do montante de
a representação mínima de 33% de cada subvenções públicas para as
um dos sexos. campanhas eleitorais nos termos da
(Com as alterações introduzidas pela Declaração presente lei.
de Retificação n.º 71/2006, de 4 de outubro)
Artigo 5.º
A Assembleia da República decreta, nos Deveres de divulgação
termos da alínea c) do artigo 161.º da
Constituição, a lei orgânica seguinte: As listas que, não respeitando a paridade tal
como definida nesta lei, não sejam objecto da
Artigo 1.º correcção prevista no artigo 3.º são afixadas à
Listas de candidaturas porta do edifício do tribunal respectivo com a
indicação de que contêm irregularidades nos
As listas de candidaturas apresentadas para a termos da lei da paridade e comunicadas, no
Assembleia da República, para o Parlamento prazo de quarenta e oito horas, à Comissão
Europeu e para as autarquias locais são Nacional de Eleições.
compostas de modo a promover a paridade
entre homens e mulheres. Artigo 6.º
Divulgação na Internet pela Comissão
Artigo 2.º Nacional de Eleições
Paridade
1 - A Comissão Nacional de Eleições
1 - Entende-se por paridade, para efeitos de assegura, no prazo de quarenta e oito horas
aplicação da presente lei, a representação após a recepção da comunicação prevista no
mínima de 33,3% de cada um dos sexos nas artigo anterior, a divulgação através do seu sítio
listas. na Internet das listas de candidatura que não
2 - Para cumprimento do disposto no número respeitem a paridade tal como definida nesta lei.
anterior, as listas plurinominais apresentadas 2 - As listas de candidatura divulgadas nos
não podem conter mais de dois candidatos do termos do número anterior são agrupadas sob a
mesmo sexo colocados, consecutivamente, na identificação dos respectivos proponentes.
ordenação da lista.
3 - Nas eleições em que haja círculos Artigo 7.º
uninominais, a lei eleitoral respectiva estabelece Redução da subvenção para as campanhas
mecanismos que assegurem a representação eleitorais
mínima de cada um dos sexos prevista no n.º 1.
4 - Excepciona-se do disposto no n.º 1 a 1 - Se violarem o disposto no n.º 1 do artigo
composição das listas para os órgãos das 2.º, os partidos, coligações ou grupos de
freguesias com 750 ou menos eleitores e para os eleitores, conforme o caso, sofrem uma redução
órgãos dos municípios com 7500 ou menos na participação nos 80% ou 75% da subvenção
eleitores. pública para as campanhas eleitorais previstas,
respectivamente, nos n.os 1 e 3 do artigo 18.º
Artigo 3.º da Lei n.º 19/2003, de 20 de Junho, nos
Notificação do mandatário seguintes termos: (Nos termos da Declaração de
Retificação n.º 71/2006, de 4 de outubro, n.º 1,
No caso de uma lista não observar o disposto onde se lê «eleitorais previstas» deve ler-se
na presente lei, o mandatário é notificado, nos «eleitorais previstos».
termos fixados na lei eleitoral aplicável, para
a) Se um dos sexos estiver representado
proceder à sua correcção no prazo estabelecido
na lista de candidatura em
na mesma lei.
percentagem inferior a 20%, é
reduzida a participação naquela
Artigo 4.º
subvenção pública em 50%;
Efeitos da não correcção das listas
b) Se um dos sexos estiver representado
na lista de candidatura em
A não correcção das listas de candidatura nos
percentagem igual ou superior a 20% e
prazos previstos na respectiva lei eleitoral
inferior a 33,3%, é reduzida a
determina:
participação naquela subvenção pública
a) A afixação pública das listas com a em 25%.
indicação da sua desconformidade à
presente lei;

597
Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 - O disposto no número anterior não se
aplica a listas com um número de candidatos
inferior a três.
3 - Se violarem o disposto no n.º 2 do artigo
2.º, os partidos, coligações ou grupos de
eleitores, conforme o caso, sofrem uma redução
de 50% na participação nos 80% ou 75% de
subvenção pública para as campanhas eleitorais
a que teriam direito nos termos dos n.os 1 e 3
do artigo 18.º da Lei n.º 19/2003, de 20 de
Junho.
4 - Nas eleições para a Assembleia da
República, os resultados eleitorais obtidos pelo
partido no círculo eleitoral onde houve
incumprimento dos n.os 1 e 2 do artigo 2.º são
abatidos aos resultados eleitorais nacionais, em
percentagem equivalente à da redução da
subvenção pública para campanhas eleitorais
calculada de acordo com o disposto nos números
anteriores.
5 - Nas eleições para os órgãos do município
e da freguesia, havendo diferentes tipos e graus
de incumprimento das listas apresentadas por
um partido, coligação ou grupo de eleitores para
os diversos órgãos, é tomada como referência a
lista que pela aplicação dos critérios dos
números anterior implica uma redução maior da
subvenção pública para as campanhas eleitorais.
(Nos termos da Declaração de Retificação n.º
71/2006, de 4 de outubro, no n.º 5, onde se lê
«números anterior» deve ler-se «números
anteriores»)
Artigo 8.º
Reapreciação

Decorridos cincos anos sobre a entrada em


vigor da presente lei, a Assembleia da República
avalia o seu impacte na promoção da paridade
entre homens e mulheres e procede à sua
revisão de acordo com essa avaliação. (Nos
termos da Declaração de Retificação n.º
71/2006, de 4 de outubro, no artigo 8.º, onde se
lê «Decorridos cincos anos» deve ler-se
«Decorridos cinco anos» e onde se lê «impacte
na promoção» deve ler-se «impacto na
promoção».)

598
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei n.º 22/99, de 21 de Abril 2 - O número de agentes eleitorais a recrutar
Regula a criação de bolsas de agentes por freguesia dependerá, cumulativamente:
eleitorais e a compensação dos membros
a) Do número de mesas a funcionar em
das mesas das assembleias ou secções de
cada uma das freguesias que integram
voto em actos eleitorais e referendários.
o respectivo município;
(Com as alterações introduzidas pela Lei n.º Lei
b) Do número de membros necessários
n.º 18/2014, de 10 de abril)
para cada mesa, acrescido do dobro.
A Assembleia da República decreta, nos
termos da alínea c) do artigo 161.º da 3 - Os candidatos à bolsa devem inscrever-
Constituição, para valer como lei geral da se, mediante o preenchimento do boletim de
República, o seguinte: inscrição anexo à presente lei, junto da câmara
municipal ou da junta de freguesia da sua
CAPÍTULO I circunscrição até ao 15.º dia posterior à
Da constituição de bolsas de agentes publicitação do edital referido no n.º 1 do
eleitorais presente artigo.

Artigo 1.º Artigo 5.º


Objecto Processo de selecção

A presente lei regula a criação de bolsas de 1 - Cada câmara municipal constituirá uma
agentes eleitorais, com vista a assegurar o bom comissão não permanente, integrada pelo seu
funcionamento das mesas das assembleias ou presidente, pelo presidente da junta de
secções de voto nos actos eleitorais ou freguesia respectiva e por um representante de
referendários, bem como o recrutamento, cada um dos grupos políticos com assento na
designação e compensação dos seus membros. assembleia municipal, que ordenará os
candidatos de acordo com os critérios fixados no
Artigo 2.º presente artigo.
Designação dos membros das mesas 2 - Os candidatos são ordenados em função
do nível de habilitações literárias detidas.
1 - A designação dos membros das mesas 3 - Em caso de igualdade de classificação
das assembleias ou secções de voto faz-se nos preferirá o candidato mais jovem.
termos previstos na legislação que enquadra os 4 - A comissão procederá à elaboração da
respectivos actos eleitorais. acta da lista de classificação final, que será
2 - Nas secções de voto em que o número de publicitada em edital à porta da câmara
cidadãos seleccionados nos termos gerais com municipal e das juntas de freguesia e noutros
vista a integrar as respectivas mesas seja locais que se julguem convenientes.
insuficiente, os membros das mesas serão 5 - A acta da lista de classificação final
nomeados de entre os cidadãos inscritos na mencionará, obrigatoriamente, a aplicação a
bolsa de agentes eleitorais da respectiva cada candidato dos critérios de selecção
freguesia. referidos no presente artigo.

Artigo 3.º Artigo 6.º


Agentes eleitorais Formação cívica em processo eleitoral

1 - Em cada freguesia é constituída uma O Secretariado Técnico dos Assuntos para o


bolsa integrada por cidadãos aderentes ao Processo Eleitoral ministrará aos agentes
programa «Agentes eleitorais» e que se eleitorais, após a integração na bolsa, formação
encontrem inscritos no recenseamento eleitoral em matéria de processo eleitoral,
da sua circunscrição. nomeadamente no âmbito das funções a
2 - Os agentes eleitorais exercem funções de desempenhar pelas mesas das assembleias
membros das mesas das assembleias ou secções eleitorais.
de voto nos actos eleitorais ou referendários.
Artigo 7.º
Artigo 4.º Processo de designação dos agentes
Recrutamento pelas câmaras municipais eleitorais

1 - As câmaras municipais, com a 1 - Os agentes eleitorais designados para


colaboração das juntas de freguesia, promovem acto eleitoral ou referendário são notificados,
a constituição das bolsas através do pelo presidente da câmara municipal, até 12
recrutamento dos agentes eleitorais, cujo dias antes da realização do sufrágio, com a
anúncio será publicitado por edital, afixado à identificação da mesa a integrar.
porta da câmara municipal e das juntas de 2 - Da composição das mesas é elaborada
freguesia, e por outros meios considerados lista, que é publicada, em edital, à porta da
adequados. câmara municipal e das juntas de freguesia.

599
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 8.º ANEXO
Substituições em dia de eleição ou
referendo Boletim de inscrição para candidatos à
bolsa de agentes eleitorais
1 - Se não tiver sido possível constituir a
mesa sessenta minutos após a hora marcada 1 - ... (nome completo do cidadão).
para a abertura da assembleia ou secção de voto 2 - ... (idade).
por não estarem presentes os membros 3 - Residência:
indispensáveis ao seu funcionamento, o Freguesia: ...
presidente da junta de freguesia designa os Concelho: ...
substitutos dos membros ausentes de entre os Rua/lugar: ...
agentes eleitorais da correspondente bolsa. Número: ...
2 - Se, apesar de constituída a mesa, se Andar: ...
verificar a falta de um dos seus membros, o Código postal: ...
presidente substitui-o por qualquer eleitor 4 - Bilhete de identidade:
pertencente à bolsa de agentes eleitorais. Número: ...
3 - Se não for possível designar agentes Arquivo de identificação: ...
eleitorais, o presidente da junta de freguesia Data de nascimento: ...
nomeará o substituto do membro ou membros 5 - Cartão de eleitor:
ausentes de entre quaisquer eleitores dessa Número de inscrição: ...
freguesia, mediante acordo da maioria dos Unidade geográfica de recenseamento:
restantes membros da mesa e dos ...
representantes dos partidos, das candidaturas e, 6 - Habilitações literárias: ...
no caso do referendo, dos partidos e dos grupos ... (assinatura do cidadão).
de cidadãos que estiverem presentes. Confirmação das declarações pela câmara
4 - Substituídos os faltosos, ficam sem efeito municipal ou junta de freguesia:
as anteriores nomeações, e os seus nomes são Confirmo os elementos constantes dos n.os 1,
comunicados pelo presidente da mesa ao 2, 4, 5 e 6.
presidente da câmara municipal. ... (assinatura).
... (data).
CAPÍTULO II
Da compensação dos membros das mesas É obrigatória a apresentação do bilhete de
identidade e do cartão de eleitor.
Artigo 9.º
Compensação dos membros das mesas

1 - Aos membros das mesas é atribuída uma


gratificação no montante de € 50, atualizada
com base na taxa de inflação, calculada a partir
do índice de preços no consumidor, sem
habitação, divulgada pelo Instituto Nacional de
Estatística, I. P., relativa ao ano civil anterior,
produzindo efeitos no primeiro dia do mês
seguinte ao da referida divulgação. (Redação
dada pela Lei n.º Lei n.º 18/2014, de 10 de
abril). 11
2 - A gratificação referida no número anterior
fica isenta de tributação.

Artigo 10.º
Pagamento de despesas

As despesas com a compensação dos


membros das mesas são suportadas por verba
inscrita no orçamento do Ministério da
Administração Interna, que efectuará as
necessárias transferências para os municípios.

11
Nota: Nos termos do artigo 3.º da Lei n.º Lei n.º
18/2014, de 10 de abril, a primeira atualização do
montante atribuído os membros das mesas, nos
termos do artigo 9.º da Lei n.º 22/99, de 21 de abril, é
realizada em 2015.

600
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 26/99, de 3 de Maio


Alarga a aplicação dos princípios reguladores
da propaganda e a obrigação da neutralidade das
entidades públicas à data da marcação das
eleições ou do referendo.

A Assembleia da República decreta, nos termos da


alínea c) do artigo 61.º da Constituição, para valer
como lei geral da República, o seguinte:

Artigo 1.º
Âmbito de aplicação

O regime previsto na presente lei é aplicável desde a


publicação do decreto que marque a data do acto
eleitoral ou do referendo.

Artigo 2.º
Igualdade de oportunidades

Os partidos ou coligações e os grupos de cidadãos,


tratando-se de acto eleitoral, os candidatos e os
partidos políticos ou coligações que os propõem,
tratando-se de referendo, têm direito a efectuar
livremente e nas melhores condições a sua
propaganda, devendo as entidades públicas e privadas
proporcionar-lhes igual tratamento, salvo as excepções
previstas na lei.

Artigo 3.º
Neutralidade e imparcialidade das entidades
públicas

1 - Os órgãos do Estado, das Regiões Autónomas e


das autarquias locais, das demais pessoas colectivas de
direito público, das sociedades de capitais públicos ou
de economia mista e das sociedades concessionárias de
serviços públicos, de bens do domínio público ou de
obras públicas, bem como, nessa qualidade, os
respectivos titulares, não podem intervir directa ou
indirectamente em campanha eleitoral ou para
referendo, nem praticar quaisquer actos que favoreçam
ou prejudiquem uma posição em detrimento ou
vantagem de outra ou outras, devendo assegurar a
igualdade de tratamento e a imparcialidade em
qualquer intervenção nos procedimentos eleitorais ou
referendários.
2 - Os funcionários e agentes das entidades
referidas no número anterior observam, no exercício
das suas funções, rigorosa neutralidade perante as
diversas posições, bem como perante os diversos
partidos e grupos de cidadãos eleitores.
3 - É vedada a exibição de símbolos, siglas,
autocolantes ou outros elementos de propaganda por
titulares de órgãos, funcionários e agentes das
entidades referidas no n.º 1 durante o exercício das
suas funções.

601
Autarquias Locais - Legislação Nacional

602
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei n.º 46/2005, de 29 de Agosto
Estabelece limites à renovação sucessiva de
mandatos dos presidentes dos órgãos executivos
das autarquias locais

A Assembleia da República decreta, nos termos da


alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:

Artigo 1.º
Limitação de mandatos dos presidentes dos
órgãos executivos das autarquias locais

1 - O presidente de câmara municipal e o presidente


de junta de freguesia só podem ser eleitos para três
mandatos consecutivos, salvo se no momento da
entrada em vigor da presente lei tiverem cumprido ou
estiverem a cumprir, pelo menos, o 3.º mandato
consecutivo, circunstância em que poderão ser eleitos
para mais um mandato consecutivo.
2 - O presidente de câmara municipal e o presidente
de junta de freguesia, depois de concluídos os
mandatos referidos no número anterior, não podem
assumir aquelas funções durante o quadriénio
imediatamente subsequente ao último mandato
consecutivo permitido.
3 - No caso de renúncia ao mandato, os titulares dos
órgãos referidos nos números anteriores não podem
candidatar-se nas eleições imediatas nem nas que se
realizem no quadriénio imediatamente subsequente à
renúncia.

Artigo 2.º
Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor no dia 1 de Janeiro de


2006.

603
Autarquias Locais - Legislação Nacional

604
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Declaração n.º 10/2001, de 13 de Setembro

Torna públicos os países a cujos cidadãos é


reconhecida capacidade eleitoral activa e passiva em
Portugal nas eleições dos órgãos das autarquias locais

Ministérios dos Negócios Estrangeiros


e da Administração Interna

Declaração n.º 10/2001

Em cumprimento do disposto nos artigos 2.º, n.º 2,


e 5.º, n.º 2, e no artigo 1.º, n.º 1, da Lei Orgânica n.º
1/2001, de 14 de Agosto, torna-se público que são os
seguintes os países a cujos cidadãos é reconhecida
capacidade eleitoral activa e passiva em Portugal nas
eleições dos órgãos das autarquias locais:
1) Capacidade eleitoral activa:
a) Países da União Europeia;
b) Brasil e Cabo Verde;
c) Argentina, Chile, Estónia, Israel, Noruega,
Peru, Uruguai e Venezuela.
2) Capacidade eleitoral passiva:
a) Países da União Europeia;
b) Brasil e Cabo Verde;
c) Peru e Uruguai.

605
Autarquias Locais - Legislação Nacional

606
ELEITOS LOCAIS
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 29/87, de 30 de Junho participação em actos relacionados com as suas


ESTATUTO DOS ELEITOS LOCAIS funções de eleitos, designadamente em reuniões
(Com as alterações introduzidas pelas Leis n.os dos órgãos e comissões a que pertencem ou em
97/89, de 15 de dezembro, 1/91, de 10 de actos oficiais a que devem comparecer.
janeiro, 11/91, de 17 de maio, 11/96, de 18 de 5 - As entidades empregadoras dos eleitos
abril, 127/97, de 11 de dezembro, 50/99, de 24 locais referidos nos n.os 2, 3 e 4 do presente
de junho, 86/2001, de 10 de agosto, 22/2004, artigo têm direito à compensação dos encargos
de 17 de junho, 52-A/2005, de 10 de outubro, resultantes das dispensas.
que a republica e 53-F/2006, de 26 de 6 - Todas as entidades públicas e privadas
dezembro) estão sujeitas ao dever geral de cooperação para
com os eleitos locais no exercício das suas
Artigo 1.º funções.
Âmbito
Artigo 3.º
1 - A presente lei define o Estatuto dos Exclusividade e incompatibilidades
Eleitos Locais.
2 - Consideram-se eleitos locais, para efeitos 1 - Os presidente e vereadores de câmaras
da presente lei, os membros dos órgãos municipais, mesmo em regime de permanência,
deliberativos e executivos dos municípios e das podem exercer outras actividades, devendo
freguesias. comunicá-las, quando de exercício continuado,
quanto à sua natureza e identificação, ao
Artigo 2.º Tribunal Constitucional e à assembleia
Regime do desempenho de funções municipal, na primeira reunião desta a seguir ao
início do mandato ou previamente à entrada em
1 - Desempenham as respectivas funções em funções nas actividades não autárquicas.
regime de permanência os seguintes eleitos 2 - O disposto no número anterior não revoga
locais: os regimes de incompatibilidades e
impedimentos previstos noutras leis para o
a) Presidentes das câmaras municipais;
exercício de cargos ou actividades profissionais.
b) Vereadores, em número e nas
3 - Não perdem o mandato os funcionários da
condições previstos na lei.
administração central, regional e local que,
c) Membros das juntas de freguesia em
durante o exercício de permanência, forem
regime de tempo inteiro.
colocados, por motivos de admissão ou
2 - A câmara municipal poderá optar pela promoção, nas situações de inelegibilidade
existência de vereadores em regime de meio previstas na alínea h) do n.º 1 do artigo 6.º e
tempo, correspondendo dois vereadores em nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 7.º da Lei
regime de meio tempo a um vereador em Orgânica n.º 1/2001, de 14 de Agosto.
regime de permanência.
3 - Os membros de órgãos executivos que Artigo 4.º
não exerçam as respectivas funções em regime Deveres
de permanência ou de meio tempo serão
dispensados das suas actividades profissionais, No exercício das suas funções, os eleitos
mediante aviso antecipado à entidade locais estão vinculados ao cumprimento dos
empregadora, para o exercício de actividades no seguintes princípios:
respectivo órgão, nas seguintes condições:
a) Em matéria de legalidade e direitos
a) Nos municípios: os vereadores, até dos cidadãos:
trinta e duas horas mensais cada um;
i) Observar escrupulosamente as
b) Nas freguesias de 20000 ou mais
normas legais e regulamentares
eleitores: o presidente da junta, até
aplicáveis aos actos por si
trinta e duas horas mensais, e dois
praticados ou pelos órgãos a que
membros, até vinte e quatro horas;
pertencem;
c) Nas freguesias com mais de 5000 e
ii) Cumprir e fazer cumprir as
até 20000 eleitores: o presidente da
normas constitucionais e legais
junta, até trinta e duas horas mensais,
relativas à defesa dos interesses e
e dois membros, até dezasseis horas;
direitos dos cidadãos no âmbito
d) Nas restantes freguesias: o presidente
das suas competências;
da junta, até trinta e duas horas, e um
iii) Actuar com justiça e
membro, até dezasseis horas.
imparcialidade;
4 - Os membros dos órgãos deliberativos e
b) Em matéria de prossecução do
consultivos são dispensados das suas funções
interesse público:
profissionais, mediante aviso antecipado à
entidade empregadora, quando o exija a sua

609
Autarquias Locais - Legislação Nacional
i) Salvaguardar e defender os h) A passaporte especial, quando em
interesses públicos do Estado e da representação da autarquia;
respectiva autarquia; i) A cartão especial de identificação;
ii) Respeitar o fim público dos j) A viatura municipal, quando em
poderes em que se encontram serviço da autarquia;
investidos; l) A protecção em caso de acidente;
iii) Não patrocinar interesses m) A solicitar o auxílio de quaisquer
particulares, próprios ou de autoridades, sempre que o exijam os
terceiros, de qualquer natureza, interesses da respectiva autarquia
quer no exercício das suas local;
funções, quer invocando a n) À protecção conferida pela lei penal
qualidade de membro de órgão aos titulares de cargos públicos;
autárquico; o) A apoio nos processos judiciais que
iv) Não intervir em processo tenham como causa o exercício das
administrativo, acto ou contrato respectivas funções;
de direito público ou privado nem p) A uso e porte de arma de defesa;
participar na apresentação, q) Ao exercício de todos os direitos
discussão ou votação de assuntos previstos na legislação sobre protecção
em que tenha interesse ou à maternidade e à paternidade;
intervenção, por si ou como r) A subsídio de refeição, a abonar nos
representante ou gestor de termos e quantitativos fixados para a
negócios de outra pessoa, ou em Administração Pública.
que tenha interesse ou
2 - Os direitos referidos nas alíneas a), b), e),
intervenção em idênticas
f), p), q) e r) do número anterior apenas são
qualidades o seu cônjuge, parente
concedidos aos eleitos em regime de
ou afim em linha recta ou até ao
permanência.
2.º grau da linha colateral, bem
3 - O direito referido na alínea h) do n.º 1 é
como qualquer pessoa com quem
exclusivo dos presidentes das câmaras
viva em economia comum;
municipais e dos seus substitutos legais.
v) Não celebrar com a autarquia
qualquer contrato, salvo de
Artigo 6.º
adesão;
Remunerações dos eleitos locais em regime
vi) Não usar, para fins de interesse
de permanência
próprio ou de terceiros,
informações a que tenha acesso
1 - Os eleitos locais em regime de
no exercício das suas funções;
permanência têm direito a remuneração mensal,
c) Em matéria de funcionamento dos bem como a dois subsídios extraordinários, de
órgãos de que sejam titulares: montante igual àquela, em Junho e Novembro.
2 - O valor base das remunerações dos
i) Participar nas reuniões ordinárias
presidentes das câmaras municipais é fixado por
e extraordinárias dos órgãos
referência ao vencimento base atribuído ao
autárquicos;
Presidente da República, de acordo com os
ii) Participar em todos os
índices seguintes, arredondado para a unidade
organismos onde estão em
de euro imediatamente superior:
representação do município ou da
freguesia. a) Municípios de Lisboa e Porto - 55%;
b) Municípios com 40000 ou mais
Artigo 5.º eleitores - 50%;
Direitos c) Municípios com mais de 10000 e
menos de 40000 eleitores - 45%;
1 - Os eleitos locais têm direito: d) Restantes municípios - 40%.
a) A uma remuneração ou compensação 3 - As remunerações e subsídios
mensal e a despesas de representação; extraordinários dos vereadores em regime de
b) A dois subsídios extraordinários permanência correspondem a 80% do montante
anuais; do valor base da remuneração a que tenham
c) A senhas de presença; direito os presidentes dos respectivos órgãos.
d) A ajudas de custo e subsídio de 4 - Os eleitos locais em regime de
transporte; permanência nas câmaras municipais têm direito
e) À segurança social; às despesas de representação correspondentes a
f) A férias; 30% das respectivas remunerações no caso do
g) A livre circulação em lugares públicos presidente e 20% para os vereadores, as quais
de acesso condicionado, quando em serão pagas 12 vezes por ano.
exercício das respectivas funções;

610
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 7.º Artigo 9.º
Regime de remunerações dos eleitos locais Abonos aos titulares das juntas de
em regime de permanência freguesia

1 - As remunerações fixadas no artigo (Revogado pela Lei n.º 11/96, de 18 de abril)


anterior são atribuídas do seguinte modo:
Artigo 10.º
a) Aqueles que exerçam exclusivamente
Senhas de presença
funções autárquicas, ou em
acumulação com o desempenho não
1 - Os eleitos locais que não se encontrem
remunerado de funções privadas,
em regime de permanência ou de meio tempo
recebem a totalidade das
têm direito a uma senha de presença por cada
remunerações previstas no artigo
reunião ordinária ou extraordinária do respectivo
anterior;
órgão e das comissões a que compareçam e
b) Aqueles que exerçam funções
participem.
remuneradas de natureza privada
2 - O quantitativo de cada senha de presença
percebem 50% do valor de base da
a que se refere o número anterior é fixado em
remuneração, sem prejuízo da
3%, 2,5% e 2% do valor base da remuneração
totalidade das regalias sociais a que
do presidente da câmara municipal,
tenham direito;
respectivamente, para o presidente, secretários,
c) (Revogada pela Lei n.º 53-F/2006 de
restantes membros da assembleia municipal e
29 de dezembro)
vereadores.
d) Aqueles que, nos termos da lei,
exerçam outras actividades em Artigo 11.º
entidades públicas ou em entidades do Ajudas de custo
sector público empresarial não
participadas pelo respectivo município 1 - Os membros das câmaras municipais e
apenas podem perceber as das assembleias municipais têm direito a ajudas
remunerações previstas no artigo de custo a abonar nos termos e no quantitativo
anterior. fixado para a letra A da escala geral do
funcionalismo público quando se desloquem, por
2 - Para os efeitos do número anterior, não
motivo de serviço, para fora da área do
se considera acumulação o desempenho de
município.
actividades de que resulte a percepção de
2 - Os vereadores em regime de não
rendimentos provenientes de direitos de autor.
permanência e os membros da assembleia
3 - Para determinação do montante da
municipal têm direito a ajudas de custo quando
remuneração, sempre que ocorra a opção
se desloquem do seu domicílio para assistir às
legalmente prevista, são considerados os
reuniões ordinárias e extraordinárias e das
vencimentos, diuturnidades, subsídios, prémios,
comissões dos respectivos órgãos.
emolumentos, gratificações e outros abonos,
desde que sejam permanentes, de quantitativo
Artigo 12.º
certo e atribuídos genericamente aos
Subsídio de transporte
trabalhadores da categoria optante.
4 - Os presidentes de câmaras municipais e
1 - Os membros das câmaras municipais e
os vereadores em regime de permanência que
das assembleias municipais têm direito ao
não optem pelo exclusivo exercício das suas
subsídio de transporte, nos termos e segundo a
funções terão de assegurar a resolução dos
tabela em vigor para a função pública, quando
assuntos da sua competência no decurso do
se desloquem por motivo de serviço e não
período de expediente público.
utilizem viaturas municipais.
2 - Os vereadores em regime de não
Artigo 8.º
permanência e os membros da assembleia
Remunerações dos eleitos locais em regime
municipal têm direito a subsídio de transporte
de meio tempo
quando se desloquem do seu domicílio para
assistirem às reuniões ordinárias e
Os eleitos locais em regime de meio tempo
extraordinárias e das comissões dos respectivos
têm direito a metade das remunerações e
órgãos.
subsídios fixados para os respectivos cargos em
regime de tempo inteiro, sendo-lhes aplicável o Artigo 13.º
limite constante da alínea c) do n.º 1 do artigo Segurança social
anterior.
Aos eleitos locais em regime de permanência
é aplicável o regime geral de segurança social.

611
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 13.º-A Artigo 18.º-C
Exercício do direito de opção Aumento para efeitos de aposentação

(Revogado pela Lei n.º 52-A/2005, de 10 de (Revogado pela Lei n.º 52-A/2005, de 10 de
outubro) outubro)

Artigo 14.º Artigo 18.º-D


Férias Bonificação de pensões

Os eleitos locais em regime de permanência (Revogado pela Lei n.º 52-A/2005, de 10 de


ou de meio tempo têm direito a 30 dias de férias outubro)
anuais. Artigo 19.º
Subsídio de reintegração
Artigo 15.º
Livre trânsito (Revogado pela Lei n.º 52-A/2005, de 10 de
outubro)
Os eleitos locais têm direito à livre circulação
em lugares públicos de acesso condicionado na Artigo 20.º
área da sua autarquia, quando necessária ao Protecção penal
efectivo exercício das respectivas funções
autárquicas ou por causa delas, mediante a Os eleitos locais gozam da protecção
apresentação do cartão de identificação a que se conferida aos titulares dos cargos públicos pelo
refere o artigo seguinte. n.º 1 do artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 65/84, de
24 de Fevereiro.
Artigo 16.º
Cartão especial de identificação Artigo 21.º
Apoio em processos judiciais
1 - Os eleitos locais têm direito a cartão
especial de identificação, de modelo a aprovar Constituem encargos a suportar pelas
por diploma do Ministério do Plano e da autarquias respectivas as despesas provenientes
Administração do Território no prazo de 60 dias de processos judiciais em que os eleitos locais
a contar da publicação da presente lei. sejam parte, desde que tais processos tenham
2 - O cartão especial de identificação será tido como causa o exercício das respectivas
emitido pelo presidente da assembleia municipal funções e não se prove dolo ou negligência por
para os órgãos deliberativos e pelo presidente parte dos eleitos.
da câmara municipal para os órgãos executivos.
Artigo 22.º
Artigo 17.º Garantia dos direitos adquiridos
Seguro de acidentes
1 - Os eleitos locais não podem ser
1 - Os membros de órgãos autárquicos têm prejudicados na respectiva colocação ou
direito a um seguro de acidentes pessoais emprego permanente por virtude do
mediante deliberação do respectivo órgão, que desempenho dos seus mandatos.
fixará o seu valor. 2 - Os funcionários e agentes do Estado, de
2 - Para os membros dos órgãos executivos quaisquer pessoas colectivas de direito público e
em regime de permanência, o valor do seguro de empresas públicas ou nacionalizadas que
não pode ser inferior a 50 vezes a respectiva exerçam as funções de presidente de câmara
remuneração mensal. municipal ou de vereador em regime de
permanência ou de meio tempo consideram-se
Artigo 18.º em comissão extraordinária de serviço público.
Contagem de tempo de serviço 3 - Durante o exercício do respectivo
mandato não podem os eleitos locais ser
(Revogado pela Lei n.º 52-A/2005, de 10 de prejudicados no que respeita a promoções,
outubro) concursos, regalias, gratificações, benefícios
sociais ou qualquer outro direito adquirido de
Artigo 18.º-A
carácter não pecuniário.
Suspensão da reforma antecipada
4 - O tempo de serviço prestado nas
(Revogado pela Lei n.º 52-A/2005, de 10 de condições previstas na presente lei é contado
outubro) como se tivesse sido prestado à entidade
empregadora, salvo, no que respeita a
Artigo 18.º-B remunerações, aquele que seja prestado por
Termos da bonificação do tempo de serviço presidentes de câmara municipal e vereadores
em regime de permanência ou de meio tempo.
(Revogado pela Lei n.º 52-A/2005, de 10 de
outubro)

612
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 23.º
Regime fiscal

As remunerações, compensações e quaisquer


subsídios percebidos pelos eleitos locais no
exercício das suas funções estão sujeitos ao
regime fiscal aplicável aos titulares dos cargos
políticos.

Artigo 24.º
Encargos

1 - As remunerações, compensações,
subsídios e demais encargos previstos na
presente lei são suportados pelo orçamento da
respectiva autarquia local.
2 - Os encargos derivados da participação
dos presidentes das juntas de freguesia nas
reuniões das assembleias municipais são
suportados pelo orçamento dos municípios
respectivos.
3 - A suspensão do exercício dos mandatos
dos eleitos locais faz cessar o processamento
das remunerações e compensações, salvo
quando aquela se fundamente em doença
devidamente comprovada ou em licença por
maternidade ou paternidade.

Artigo 25.º
Comissões administrativas

As normas da presente lei aplicam-se aos


membros das comissões administrativas
nomeadas na sequência de dissolução de órgãos
autárquicos.

Artigo 26.º
Revogação

1 - São revogadas as Leis n.os 9/81, de 26


de Junho, salvo o n.º 2 do artigo 3.º, e 7/87, de
28 de Janeiro.
2 - O n.º 2 do artigo 3.º da Lei n.º 9/81, de
26 de Junho, fica revogado com a realização das
próximas eleições gerais autárquicas.

Artigo 27.º
Disposições finais

(Revogado pela Lei n.º 52-A/2005, de 10 de


outubro)

Artigo 28.º
Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor no 1.º dia do


mês seguinte ao da sua publicação.

613
Autarquias Locais - Legislação Nacional

614
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 64/93, de 26 de Agosto Titulares de altos cargos públicos


Regime jurídico de incompatibilidades e
impedimentos dos titulares de cargos 1 - Para efeitos da presente lei, são
políticos e altos cargos públicos12 considerados titulares de altos cargos públicos
(Com as alterações introduzidas pelas Leis ou equiparados:
n.os 39-B/94, de 27 de dezembro, 28/95, a) (Revogado pelo Decreto-Lei n.º
de 18 de agosto, 12/96, de 18 de abril, 71/2007, de 27 de março)
42/96, de 31 de agosto, 12/98, de 24 de b) ) (Revogado pelo Decreto-Lei n.º
fevereiro, pelo Decreto-Lei n.º 71/2007, de 71/2007, de 27 de março)
27 de março,pela Lei n.º 30/2008, de 10 de c) O membro em regime de permanência
julho e Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de e a tempo inteiro da entidade pública
novembro) independente prevista na Constituição
ou na lei.
A Assembleia da República decreta, nos 2 – (Revogado, na redacção dada pelo n.º4
termos dos artigos 164.º, alínea d), 167.º, do art.8º da Lei n.º 39-B/94, de 27 de
alínea l), e 169.º, n.º 3, da Constituição, o dezembro, pela Lei n.º 12/96, de 18 de abril)
seguinte:
Artigo 4.º
Artigo 1.º Exclusividade
Âmbito (Redacção dada pela Lei n.º 28/95, de 18 de
(Redacção dada pela Lei n.º 28/95, de 18 de agosto)
agosto)
1 - Os titulares dos cargos previstos nos
1 - A presente lei regula o regime do artigos 1.º e 2.º exercem as suas funções em
exercício de funções pelos titulares de órgãos de regime de exclusividade, sem prejuízo do
soberania e por titulares de outros cargos disposto no Estatuto dos Deputados à
políticos. Assembleiada República e do disposto no
2 - Para efeitos da presente lei, são artigo 6.º .
considerados titulares de cargos políticos: (A expressão que existia “ quanto aos
a) (Revogada). (Redação dada pela Lei autarcas a tempo parcial” foi eliminada pela Lei
n.º 30/2008, de 10 de julho) n.º 12/98, de 24 de fevereiro).
b) Os membros dos Governos Regionais; 2 - A titularidade dos cargos a que se refere
c) O provedor de Justiça; o número anterior é incompatível com quaisquer
d) O Governador e Secretários Adjuntos outras funções profissionais remuneradas ou
de Macau; não, bem como com a integração em corpos
e) (Revogada). (Redação dada pela Lei sociais de quaisquer pessoas colectivas de fins
Orgânica n.º 1/2011, de 30 de lucrativos.
novembro); 3 - Exceptuam-se do disposto no número
f) O presidente e vereador a tempo anterior as funções ou actividades derivadas do
inteiro das câmaras municipais; cargo e as que são exercidas por inerência.
g) Deputado ao Parlamento Europeu.
Artigo 5.º
Artigo 2.º Regime aplicável após cessação de funções
Extensão da aplicação (Redacção dada pela Lei n.º 28/95, de 18 de
(Redacção dada pela Lei n.º 28/95, de 18 de agosto)
agosto)
1 - Os titulares de órgãos de soberania e
titulares de cargos políticos não podem exercer,
O regime constante do presente diploma é
pelo período de três anos contado da data da
ainda aplicável aos titulares de altos cargos
cessação das respectivas funções, cargos em
públicos.
empresas privadas que prossigam actividades no
sector por eles directamente tutelado, desde
Artigo 3.º
que, no período do respectivo mandato, tenham
sido objecto de operações de privatização ou
12
Nota: O art. 3º da Lei n.º 28/95, de 18 de Agosto tenham beneficiado de incentivos financeiros ou
dispõe que a referência a titulares de cargos políticos a de sistemas de incentivos e benefícios fiscais de
que alude a Lei n.º 64/93, de 26 de Agosto, entende- natureza contratual.
se feita igualmente a titulares de órgãos de soberania.
A Lei n.º 28/95, de 18 de Agosto entra em vigor na
data da sua publicação, sendo aplicável aos titulares
de órgão de soberania e demais titulares de cargos
políticos electivos a partir do início de novo mandato
ou exercício de funções.

615
Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 – Exceptua-se do disposto no número comerciais ou empresariais e, bem
anterior o regresso à empresa ou actividade assim, o exercício de profissão liberal;
exercida à data da investidura no cargo. b) Desempenho de cargos sociais, ainda
que a título gratuito;
Artigo 6.º c) Apoios ou benefícios financeiros ou
Autarcas materiais recebidos para o exercício
(Repristinado na sua redacção originária pela Lei das actividades respectivas,
n.º 12/98, de 24 de fevereiro) designadamente de entidades
estrangeiras;
1 - Os presidentes e vereadores de câmaras d) Entidades a quem sejam prestados
municipais, mesmo em regime de permanência, serviços remunerados de qualquer
a tempo interio ou parcial, podem exercer outras natureza;
actividades, devendo comunicá-las, quando de e) Sociedades em cujo capital o titular,
exercício continuado, quanto à sua natureza e por si, pelo cônjuge ou pelos filhos,
identificação, ao Tribunal Constitucional e à disponha de capital.
assembleia municipal, na primeira reunião desta
a seguir ao início do mandato ou previamente à 5 - O registo é público e pode ser consultado
entrada em funções nas actividades não por quem o solicitar.
autárquicas.
2 - O disposto no número anterior não Artigo 8.º
revoga os regimes de incompatibilidades e Impedimentos aplicáveis a sociedades
impedimentos previstos noutras leis para o (Redacção dada pela Lei n.º 28/95, de 18 de
exercício de cargos ou actividades profissionais. agosto)

Artigo 7.º 1- As empresas cujo capital seja detido numa


Regime geral e excepções percentagem superior a 10% por um titular de
órgão de soberania ou titular de cargo político,
1 - A titularidade de altos cargos públicos ou por alto cargo público, ficam impedidas de
implica a incompatibilidade com quaisquer participar em concursos de fornecimento de
outras funções remuneradas. bens ou serviços, no exercício de actividade de
2 - As actividades de docência no ensino comércio ou indústria, em contratos com o
superior e de investigação não são incompatíveis Estado e demais pessoas colectivas públicas.
com a titularidade de altos cargos públicos, bem 2 - Ficam sujeitas ao mesmo regime:
como as inerências a título gratuito. a) As empresas de cujo capital, em igual
3 - (Revogado pelo Decreto-Lei n.º 71/2007, percentagem, seja titular o seu
de 27 de março) cônjuge, não separado de pessoas e
4 -.(Revogado pelo Decreto-Lei n.º 71/2007, bens, os seus ascendentes e
de 27 de março) descendentes em qualquer grau e os
colaterais até ao 2.º grau, bem como
Artigo 7.º-A aquele que com ele viva nas condições
Registo de interesses do artigo 2020.º do Código Civil;
(Aditado pela Lei n.º 28/95, de 18 de agosto) b) As empresas em cujo capital o titular
do órgão ou cargo detenha, directa ou
1 - É criado um registo de interesses na indirectamente, por si ou
Assembleia da República, sendo facultativa a sua conjuntamente com os familiares
criação nas autarquias, caso em que compete às referidos na alínea anterior, uma
assembleias autárquicas deliberar sobre a sua participação não inferior a 10%.
existência e regulamentar a respectiva
composição, funcionamento e controlo. Artigo 9.º
2 - O registo de interesses consiste na Arbitragem e peritagem
inscrição, em livro próprio, de todas as
actividades susceptíveis de gerarem 1 - Os titulares de cargos políticos e de altos
incompatibilidades ou impedimentos e quaisquer cargos públicos estão impedidos de servir de
actos que possam proporcionar proveitos árbitro ou de perito, a título gratuito ou
financeiros ou conflitos de interesses. remunerado, em qualquer processo em que seja
3 - O registo de interesses criado na parte o Estado e demais pessoas colectivas
Assembleia da República compreende os registos públicas.
relativos aos Deputados à Assembleia da 2 - O impedimento mantém-se até ao termo
República e aos membros do Governo. do prazo de um ano após a respectiva cessação
4 - Para efeitos do disposto no número de funções.
anterior, serão inscritos em especial os
seguintes factos:
a) Actividades públicas ou privadas,
nelas se incluindo actividades

616
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 9.º-A a) Para os titulares de cargos electivos,
Actividades anteriores com a excepção do Presidente da
(Aditado pela Lei n.º 42/96, de 31 de agosto) República, a perda do respectivo
mandato;
1 - Sem prejuízo da aplicabilidade das b) Para os titulares de cargos de
disposições adequadas do Código do natureza não electiva, com a excepção
Procedimento Administrativo, aprovado pelo do Primeiro-Ministro, a demissão.
Decreto-Lei n.º 442/91, de 15 de Novembro,
com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei Artigo 11.º
n.º 6/96, de 31 de Janeiro, os titulares de Fiscalização pela Procuradoria-Geral da
órgãos de soberania, de cargos políticos e de República
altos cargos públicos que, nos últimos três anos
anteriores à data da investidura no cargo, 1 - Os titulares de altos cargos públicos
tenham detido, nos termos do artigo 8.º, a devem depositar na Procuradoria-Geral da
percentagem de capital em empresas neles República, no 60 dias posteriores à tomada de
referida ou tenham integrado corpos sociais de posse, declaração de inexistência de
quaisquer pessoas colectivas de fins lucrativos incompatibilidades ou impedimento, donde
não podem intervir: constem todos os elementos necessários à
verificação do cumprimento do disposto na
a) Em concursos de fornecimento de
presente lei, incluindo os referidos no n.º 1 do
bens ou serviços ao Estado e demais
artigo anterior.
pessoas colectivas públicas aos quais
2 - A Procuradoria-Geral da República pode
aquelas empresas e pessoas colectivas
solicitar a clarificação do conteúdo das
sejam candidatos;
declarações aos depositários no caso de dúvidas
b) Em contratos do Estado e demais
sugeridas pelo texto.
pessoas colectivas públicas com elas
3 - O não esclarecimento de dúvidas ou o
celebrados;
esclarecimento insuficiente determina a
c) Em quaisquer outros procedimentos
participação aos órgãos competentes para a
administrativos, em que aquelas
verificação e sancionamento das infracções.
empresas e pessoas colectivas
4 - A Procuradoria-Geral da República
intervenham, susceptíveis de gerar
procede ainda à apreciação da regularidade
dúvidas sobre a isenção ou rectidão da
formal das declarações e da observância do
conduta dos referidos titulares,
prazo de entrega, participando aos órgãos
designadamente nos de concessão ou
competentes para a verificação e sancionamento
modificação de autorizações ou
irregularidades ou a não observância do prazo.
licenças, de actos de expropriação, de
concessão de benefícios de conteúdo
Artigo 12.º
patrimonial e de doação de bens.
Regime aplicável em caso de
2 - O impedimento previsto no número incumprimento
anterior não se verifica nos casos em que a
referida participação em cargos sociais das 1 - Em caso de não apresentação da
pessoas colectivas tenha ocorrido por declaração prevista nos n.os 1 dos artigos 10.º e
designação do Estado ou de outra pessoa 11.º, as entidades competentes para o seu
colectiva pública. depósito notificarão o titular do cargo a que se
aplica a presente lei para a apresentar no prazo
Artigo 10.º de 30 dias, sob pena de, em caso de
Fiscalização pelo Tribunal Constitucional incumprimento culposo, incorrer em declaração
de perda do mandato, demissão ou destituição
1 - Os titulares de cargos políticos devem judicial.
depositar no Tribunal Constitucional, nos 60 dias 2 - Para efeitos do número anterior, os
posteriores à data da tomada de posse, serviços competentes comunicarão ao Tribunal
declaração de inexistência de incompatibilidades Constitucional e à Procuradoria-Geral da
ou impedimentos, donde conste a enumeração República, consoante os casos, a data de início
de todos os cargos, funções e actividades de funções dos titulares de cargos a que se
profissionais exercidos pelo declarante, bem aplica a presente lei.
como de quaisquer participações iniciais detidas
pelo mesmo. Artigo 13.º
2 - Compete ao Tribunal Constitucional Regime sancionatório
proceder à análise, fiscalização e sancionamento
das declarações dos titulares de cargos políticos. 1 - O presente regime sancionatório é
3 - A infracção ao disposto nos artigos 4.º, aplicável aos titulares de altos cargos públicos.
8.º e 9.º-A implica as sanções seguintes: 2 - A infracção ao disposto nos artigos 7.º e
(Redacção dada pela Lei n.º 42/96, de 31 de 9.º-A constitui causa de destituição judicial.
agosto). (Redacção dada pela Lei n.º 42/96, de 31 de
agosto)

617
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - A destituição judicial compete aos Artigo 15.º
tribunais administrativos. Norma revogatória
4 - A infracção ao disposto no artigo 5.º
determina a inibição para o exercício de funções É revogada a Lei n.º 9/90, de 1 de Março,
de altos cargos políticos e de altos cargos com as alterações introduzidas pela Lei n.º
públicos por um período de três anos. 56/90, de 5 de Setembro.

Artigo 14.º
Nulidade e inibições
(Redacção dada pela Lei n.º 42/96, de 31 de
agosto)

A infracção ao disposto nos artigos 8.º, 9.º e


9.º-A determina a nulidade dos actos praticados
e no caso do n.º 2 do artigo 9.º a inibição para o
exercício de funções em altos cargos públicos
pelo período de três anos.

618
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 11/96, de 18 de Abril Artigo 5.º-A


Regime aplicável ao exercício do mandato Despesas de representação dos membros
dos membros das juntas de freguesia das juntas de freguesia em regime de
(Com as alterações introduzidas pelas Leis permanência
n.os 169/99, de 18 de setembro, 87/2001, (Aditado pela Lei n.º 87/2001 de 10 de
de 10 de agosto e 36/2004, de 13 de agosto. Entra em vigor com a Lei do OE para o
ano de 2002)
agosto)
Os membros das juntas de freguesia em
A Assembleia da República decreta, nos
regime de permanência têm direito a despesas
termos dos artigos 164.º, alínea d), 167.º,
de representação correspondentes a 30% das
alínea l), e 169.º, n.º 3, da Constituição, o
respectivas remunerações base, no caso do
seguinte:
presidente, e a 20%, no caso dos vogais, as
quais serão pagas 12 vezes por ano.
Artigo 1.º
Regime de tempo inteiro e meio tempo
Artigo 6.º
Periodicidade da remuneração
(Revogados pela Lei n.º 169/99 de 18 de
setembro)
A remuneração prevista no artigo 5.º tem
periodicidade mensal, acrescendo-lhe dois
Artigo 2.º
subsídios extraordinários de montante igual
Deliberação sobre o regime de tempo
àquela, em Junho e em Novembro.
inteiro e meio tempo
Artigo 7.º
(Revogados pela Lei n.º 169/99 de 18 de
Abonos aos titulares das juntas de
setembro)
freguesia
Artigo 3.º
1 - Os presidentes das juntas de freguesia
Limites
que não exerçam o mandato em regime de
permanência têm direito a uma compensação
(Revogados pela Lei n.º 169/99 de 18 de
mensal para encargos, fixada por referência às
setembro)
remunerações atribuídas aos presidentes das
câmaras municipais dos municípios com menos
Artigo 4.º
de 10000 eleitores, de acordo com os índices
Distribuição de funções
seguintes:
(Revogados pela Lei n.º 169/99 de 18 de a) Freguesias com 20000 ou mais
setembro) eleitores - 12%;
b) Freguesias com mais de 5000 e
Artigo 5.º menos de 20000 eleitores - 10%;
Remuneração c) Restantes freguesias - 9%.

1 - O valor base da remuneração do 2 - Os tesoureiros e secretários das juntas de


presidente da junta de freguesia em regime de freguesia que não exerçam o mandato em
permanência é fixado por referência ao regime de permanência têm direito a idêntica
vencimento base atribuído ao Presidente da compensação no montante de 80% da atribuída
República, de acordo com os escalões seguintes: ao presidente do respectivo órgão.
3 – A compensação mensal para encargos
a) Freguesias com mais de 20000 tem a natureza de ajuda de custo para todos os
eleitores - 25%; efeitos legais. (Redacção dada pela Lei n.º
b) Freguesias com mais de 10000 e 36/2004, de 13 de agosto)
menos de 20000 eleitores - 22%;
c) Freguesias com mais de 5000 e Artigo 8.º
menos de 10000 eleitores - 19%; Senhas de presença
d) Freguesias com menos de 5000
eleitores - 16%. 1 - Os vogais das juntas de freguesia que não
sejam tesoureiros ou secretários têm direito a
2 - Nos casos previstos no artigo 4.º,
uma senha de presença por cada reunião
mantém-se o valor da remuneração do n.º 1 do
ordinária ou extraordinária correspondente a 7%
presente artigo.
do abono previsto no n.º 1 do artigo 7.º
3 - A remuneração prevista no n.º 1 deste
artigo não acumula com o abono previsto no
artigo 7.º

619
Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 - Os membros da assembleia de freguesia Artigo 11.º
têm direito a uma senha de presença por cada Legislação aplicável
reunião ordinária ou extraordinária
correspondente a 5% do abono previsto no n.º 1 Aplicam-se subsidiariamente aos eleitos para
do artigo 7.º órgãos das juntas de freguesia, com as
necessárias adaptações, as normas da Lei n.º
Artigo 9.º 29/87, de 30 de Junho.
Dispensa do exercício parcial da actividade
profissional Artigo 12.º
Incompatibilidades
Os membros das juntas de freguesia que não
exerçam o mandato em regime de permanência Aplica-se aos membros das juntas de
têm direito à dispensa do desempenho das suas freguesia que exerçam o seu mandato em
actividades profissionais para o exercício das regime de permanência a tempo inteiro o
suas funções autárquicas, ficando obrigados a disposto nas normas da Lei n.º 64/93, de 26 de
avisar a entidade patronal com vinte e quatro Agosto, com as alterações introduzidas pela Lei
horas de antecedência, nas seguintes condições: n.º 28/95, de 18 de Agosto.
a) Nas freguesias com 20000 ou mais
Artigo 13.º
eleitores - o presidente da junta, até
Revogação
trinta e seis horas mensais, e dois
membros, até vinte e sete horas;
São revogados o artigo 9.º e o n.º 3 do artigo
b) Nas freguesias com mais de 5000 e
10.º da Lei n.º 29/87, de 30 de Junho.
até 20000 eleitores - o presidente da
junta, até trinta e seis horas mensais,
Artigo 14.º
e dois membros, até dezoito horas;
Entrada em vigor
c) Nas restantes freguesias - o
presidente da junta, até trinta e seis
O presente diploma produzirá os seus efeitos
horas mensais, e um membro, até
com a entrada em vigor da Lei do Orçamento do
dezoito horas.
Estado para o presente ano económico.
Artigo 10.º
Pagamentos ou encargos

1 - A verba necessária ao pagamento das


remunerações e encargos com os membros da
junta em regime de tempo inteiro ou de meio
tempo será assegurada directamente pelo
Orçamento do Estado.
2 - O disposto no número anterior não se
aplica aos casos a que se referem os n.os 3 e 4
do artigo 3.º

620
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei n.º 12/98, de 24 de Fevereiro
Regime de incompatibilidades e impedimentos dos
autarcas

A Assembleia da República decreta, nos termos dos


artigos 161.º, alínea c), 164.º, alínea m), 166.º, n.º 3, e
112.º, n.º 5, da Constituição, o seguinte:

Artigo 1.º

1 - É revogado o artigo 6.º da Lei n.º 64/93, de 26 de


Agosto, na redacção que lhe foi dada pelo artigo 1.º da Lei
n.º 28/95, de 18 de Agosto.
2 - É eliminada a expressão «quanto aos autarcas a
tempo parcial» na parte final do n.º 1 do artigo 4.º da Lei
n.º 64/93, de 26 de Agosto, segundo a redacção constante
do artigo 1.º da Lei n.º 28/95, de 18 de Agosto.
3 - É repristinado o artigo 6.º da Lei n.º 64/93, de 26
de Agosto, na sua redacção originária.

Artigo 2.º

A presente lei é aplicável aos presidentes e vereadores


de câmaras municipais e aos membros das juntas de
freguesia a que se refere o artigo 12.º da Lei n.º 11/96, de
18 de Abril, a partir do início do mandato resultante das
eleições de 14 de Dezembro de 1997.

621
Autarquias Locais - Legislação Nacional

622
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Portaria n.º 399/88, de 23 de Junho elementos de identificação julgados
Aprova os cartões de identidade para uso convenientes.
dos titulares de órgãos e funcionários 6.º - 1 - A não restituição de qualquer dos
autárquicos cartões a que se refere esta portaria, terminada
a razão do seu uso, ou a sua exibição ilegítima
Prevendo a Lei n.º 29/87, de 30 de Junho, o serão punidas com coima de 1000$00.
uso, por parte dos eleitos locais, de cartão 2 - As coimas a que se refere o número
especial de identificação a emitir pelos anterior serão aplicadas por simples despacho
presidentes das assembleias e câmaras da entidade emitente, revertendo o seu produto
municipais; para a autarquia local a que pertencer o
Havendo ainda vantagem em transferir para respectivo titular.
os órgãos autárquicos a emissão de cartões de 7.º É revogada a Portaria n.º 285/79, de 19
identificação para uso dos respectivos de Junho, na parte em que contrarie este
funcionários e agentes e, bem assim, cometer diploma.
ao conselho municipal a emissão de cartões de
identificação para uso dos elementos que o
integram:
Manda o Governo, pelo Ministro do
Planeamento e da Administração do Território,
nos termos do artigo 16.º da Lei n.º 29/87, de
30 de Junho:
1.º São aprovados os seguintes modelos de
cartão especial de identificação, constantes dos
anexos I, II, III e IV, para uso dos eleitos locais,
a emitir pelos presidentes das assembleias
municipais, para os órgãos deliberativos, e pelos
presidentes das câmaras municipais, para os
órgãos executivos:
Modelo 0/1 - a emitir pelo presidente da
assembleia municipal para uso próprio
e dos restantes membros da respectiva
assembleia;
Modelo 0/2 - a emitir pelo presidente da
câmara municipal para uso próprio e
dos vereadores;
Modelo 0/3 - a emitir pelo presidente da
assembleia municipal para uso dos
presidentes e membros das
assembleias de freguesia que integram
a respectiva autarquia;
Modelo 0/4 - a emitir pelo presidente da
câmara municipal para uso dos
presidentes e vogais das juntas de
freguesia que integram a respectiva
autarquia.
2.º É aprovado o seguinte modelo de cartão
de identificação, constante do anexo V, a emitir
pelo presidente do conselho municipal para uso
próprio e dos restantes membros.
3.º Se o titular de um órgão autárquico for,
por inerência, titular de outro órgão, poderá
esse facto ser mencionado, por averbamento, no
cartão de identidade que corresponder ao
primeiro cargo ocupado.
4.º São aprovados os seguintes modelos de
cartão de identidade, constantes dos anexos VI
e VII, a emitir pelos presidentes das câmaras
municipais e pelos presidentes das juntas de
freguesia para uso dos funcionários e agentes do
município e da freguesia, respectivamente.
5.º As entidades emitentes dos cartões
referidos nesta portaria farão com que estes
sejam registados em livros próprios com os

623
Autarquias Locais - Legislação Nacional

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Autarquias Locais - Legislação Nacional

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Autarquias Locais - Legislação Nacional

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REFERENDO LOCAL
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei Orgânica n.º 4/2000, de 24 de Agosto d) As questões e os actos de conteúdo
Aprova o regime jurídico do referendo local orçamental, tributário ou financeiro;
(Com as alterações introduzidas pelas Leis e) As matérias que tenham sido objecto
Orgânicas n.º 3/2010, de 15 de dezembro e n.º de decisão irrevogável,
1/2011, de 30 de novembro) designadamente actos constitutivos de
direitos ou de interesses legalmente
A Assembleia da República decreta, nos protegidos, excepto na parte em que
termos da alínea c) do artigo 161.º da sejam desfavoráveis aos seus
Constituição, para valer como lei geral da destinatários;
República, a lei orgânica seguinte: f) As matérias que tenham sido objecto
de decisão judicial com trânsito em
TÍTULO I julgado.
Âmbito e objecto do referendo
2 - São também excluídas as matérias que
tenham sido objecto de celebração de contrato-
Artigo 1.º
programa.
Objecto
Artigo 5.º
A presente lei orgânica rege os casos e os
Actos em procedimento de decisão
termos da realização do referendo de âmbito
local previsto no artigo 240.º da Constituição.
1 - Os actos em procedimento de decisão,
ainda não definitivamente aprovados, podem
Artigo 2.º
constituir objecto de referendo local.
Âmbito do referendo local
2 - No caso previsto no número anterior, o
procedimento suspende-se até à decisão do
1 - O referendo local pode verificar-se em
Tribunal Constitucional sobre a verificação da
qualquer autarquia local, à excepção das
constitucionalidade ou legalidade do referendo
freguesias em que a assembleia seja substituída
local, ou, no caso de efectiva realização do
pelo plenário dos cidadãos eleitores.
referendo, até à publicação do mapa dos
2 - No referendo local são chamados a
resultados do referendo, nos termos do n.º 3 do
pronunciar-se os cidadãos eleitores recenseados
artigo 147.º
na área territorial correspondente à autarquia
local onde se verifique a iniciativa.
Artigo 6.º
Cumulação de referendos
Artigo 3.º
Matérias do referendo local
1 - Cada referendo tem como objecto uma só
matéria.
1 - O referendo local só pode ter por objecto
2 - É admissível a cumulação numa mesma
questões de relevante interesse local que devam
data de vários referendos dentro da mesma
ser decididas pelos órgãos autárquicos
autarquia, desde que formal e substancialmente
municipais ou de freguesia e que se integrem
autonomizados entre si.
nas suas competências, quer exclusivas quer
3 - Não podem cumular-se referendos locais
partilhadas com o Estado ou com as Regiões
entre si, se incidentes sobre a mesma matéria,
Autónomas.
nem referendos locais com o referendo regional
2 - A determinação das matérias a submeter
autonómico ou nacional.
a referendo local obedece aos princípios da
unidade e subsidiariedade do Estado, da
Artigo 7.º
descentralização, da autonomia local e da
Número e formulação das perguntas
solidariedade interlocal.
1 - Nenhum referendo pode comportar mais
Artigo 4.º
de três perguntas.
Matérias excluídas do referendo local
2 - As perguntas são formuladas com
objectividade, clareza e precisão e para
1 - São expressamente excluídas do âmbito
respostas de sim ou não, sem sugerirem directa
do referendo local:
ou indirectamente o sentido das respostas.
a) As matérias integradas na esfera de 3 - As perguntas não podem ser precedidas
competência legislativa reservada aos de quaisquer considerandos, preâmbulos ou
órgãos de soberania; notas explicativas.
b) As matérias reguladas por acto
legislativo ou por acto regulamentar Artigo 8.º
estadual que vincule as autarquias Limites temporais
locais;
c) As opções do plano e o relatório de Não pode ser praticado nenhum acto relativo
actividades; à convocação ou à realização de referendo entre
a data de convocação e a de realização de

629
Autarquias Locais - Legislação Nacional
eleições gerais para os órgãos de soberania, eleitores recenseados na respectiva área,
eleições do governo próprio das Regiões consoante o que for menor.
Autónomas e do poder local, dos deputados ao 2 - Nos municípios e freguesias com menos
Parlamento Europeu, bem como de referendo de 3750 cidadãos recenseados, a iniciativa em
regional autonómico ou nacional. causa tem de ser proposta por, pelo menos, 300
ou por 20% do número daqueles cidadãos,
Artigo 9.º consoante o que for menor.
Limites circunstanciais 3 - A iniciativa proposta não pode ser
subscrita por um número de cidadãos que
1 - Não pode ser praticado nenhum acto exceda em 50% o respectivo limite mínimo
relativo à convocação ou realização de referendo exigido.
na vigência do estado de sítio ou de emergência,
antes de constituídos ou depois de dissolvidos os Artigo 14.º
órgãos autárquicos eleitos. Liberdades e garantias
2 - A nomeação de uma comissão
administrativa suspende o processo de 1 - Nenhuma entidade pública ou privada
realização do referendo. pode proibir, impedir ou dificultar o exercício do
direito de iniciativa, designadamente no que
TÍTULO II concerne à instrução dos elementos necessários
Convocação do referendo à sua formalização.
2 - Ninguém pode ser prejudicado,
CAPÍTULO I privilegiado ou privado de qualquer direito em
Iniciativa virtude do exercício da iniciativa para o
referendo.
Artigo 10.º
Poder de iniciativa Artigo 15.º
Forma
1 - A iniciativa para o referendo local cabe
aos deputados, às assembleias municipais ou de 1 - A iniciativa popular deve ser reduzida a
freguesia, à câmara municipal e à junta de escrito, incluindo a pergunta ou perguntas a
freguesia, consoante se trate de referendo submeter a referendo, e conter em relação a
municipal ou de freguesia. todos os promotores os seguintes elementos:
2 - A iniciativa cabe ainda, nos termos da Nome;
presente lei, a grupos de cidadãos recenseados Número de bilhete de identidade;
na respectiva área. Assinatura conforme ao bilhete de identidade.
2 - As assembleias podem solicitar aos
SECÇÃO I serviços competentes da Administração Pública a
Iniciativa representativa verificação administrativa, por amostragem, da
autenticidade das assinaturas e da identificação
Artigo 11.º dos subscritores da iniciativa.
Forma 3 - A iniciativa popular preclude a iniciativa
superveniente, sobre a mesma questão, quer
Quando exercida por deputados, a iniciativa por parte de deputados à assembleia quer por
toma a forma de projecto de deliberação e, parte do órgão executivo.
quando exercida pelo órgão executivo, a de
proposta de deliberação. Artigo 16.º
Representação
Artigo 12.º
Renovação da iniciativa 1 - A iniciativa popular deve mencionar, na
parte inicial, a identificação dos mandatários
Sem prejuízo do disposto no artigo 20.º, as designados pelos cidadãos subscritores, em
iniciativas de referendo definitivamente número não inferior a 15.
rejeitadas não podem ser renovadas no decurso 2 - Os mandatários referidos no número
do mesmo mandato do órgão representativo. anterior designam entre si uma comissão
executiva e o respectivo presidente, para os
SECÇÃO II efeitos de responsabilidade e representação
Iniciativa popular previstos na lei.

Artigo 13.º Artigo 17.º


Titularidade Tramitação

1 - A iniciativa a que se refere o n.º 2 do 1 - A iniciativa popular é, conforme os casos,


artigo 10.º é proposta à assembleia deliberativa endereçada ao presidente da assembleia
por um mínimo de 5000 ou 8% dos cidadãos municipal ou da assembleia de freguesia, que a
indefere liminarmente sempre que, de forma

630
Autarquias Locais - Legislação Nacional
manifesta, os requisitos legais se não mostrem Artigo 22.º
preenchidos. Direito de petição
2 - Uma vez admitida, o presidente diligencia
no sentido da convocação da assembleia, em O poder de iniciativa conferido nos termos
ordem a permitir a criação de comissão dos números anteriores não prejudica o
especificamente constituída para o efeito. exercício do direito de petição.
3 - A comissão procede no prazo de 15 dias à
apreciação da iniciativa. CAPÍTULO II
4 - A comissão ouve a comissão executiva Deliberação
prevista no n.º 2 do artigo 16.º, ou quem em
sua substituição for designado e haja Artigo 23.º
expressamente aceite esse encargo, para os Competência
esclarecimentos julgados necessários.
5 - A comissão pode também convidar ao A deliberação sobre a realização do referendo
aperfeiçoamento do texto apresentado, quer em compete, consoante o seu âmbito, à assembleia
ordem à sanação de eventuais vícios, quer municipal ou à assembleia de freguesia.
visando a melhoria da redacção das questões
apresentadas. Artigo 24.º
6 - Concluído o exame, a iniciativa, Procedimento
acompanhada de relatório fundamentado, é
enviada ao presidente da assembleia para 1 - A deliberação mencionada no artigo
agendamento. anterior é obrigatoriamente tomada, em sessão
ordinária ou extraordinária, no prazo de 15 dias
Artigo 18.º após o exercício ou recepção da iniciativa
Efeitos referendária, caso esta tenha origem
representativa, ou de 30 dias, caso a origem
Da apreciação da iniciativa pela assembleia seja popular.
municipal ou de freguesia pode resultar: 2 - No caso de a competência relativa à
questão submetida a referendo não pertencer à
a) Arquivamento, nos casos de falta de
assembleia municipal ou à assembleia de
comparência injustificada do
freguesia e a iniciativa não ter partido do órgão
representante designado nos termos
autárquico titular da competência, a deliberação
dos n.os 4 e 5 do artigo anterior ou de
sobre a realização do referendo carece de
vício não sanado;
parecer deste último.
b) Conversão da iniciativa popular em
3 - O parecer a que se refere o número
deliberação;
anterior é solicitado pelo presidente da
c) Rejeição da iniciativa popular.
assembleia municipal ou de freguesia e deve ser
emitido no prazo de cinco dias, contados a partir
Artigo 19.º
da data de recepção do pedido de parecer.
Publicação
4 - Os prazos a que se refere o n.º 1 do
presente artigo suspendem-se durante o
A iniciativa popular que não for objecto de
transcurso do prazo a que se refere o número
indeferimento liminar será publicada em edital a
anterior.
afixar nos locais de estilo da autarquia a que
5 - A deliberação sobre a realização do
diga respeito e, nos casos em que este exista,
referendo é tomada à pluralidade de votos dos
no respectivo boletim.
membros presentes, tendo o presidente voto de
qualidade.
Artigo 20.º
Renovação
CAPÍTULO III
Fiscalização da constitucionalidade e da
A iniciativa popular rejeitada nos termos da
legalidade
alínea c) do artigo 18.º não pode ser renovada
no decurso do mandato do órgão deliberativo.
SECÇÃO I
Sujeição a fiscalização preventiva
Artigo 21.º
Caducidade
Artigo 25.º
Iniciativa
A iniciativa popular não caduca com o fim do
mandato do órgão deliberativo, reiniciando-se
No prazo de oito dias a contar da deliberação
novo prazo de apreciação nos termos do artigo
de realização do referendo, o presidente do
17.º
órgão deliberativo submete-a ao Tribunal
Constitucional, para efeitos de fiscalização
preventiva da constitucionalidade e da
legalidade.

631
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 26.º 5 - Não é admitido o requerimento:
Prazo para pronúncia
a) Quando a deliberação de realização
da consulta for manifestamente
O Tribunal Constitucional procede à
inconstitucional ou ilegal;
verificação no prazo de 25 dias.
b) Cujas irregularidades processuais não
tenham sido sanadas nos termos do
Artigo 27.º
número anterior.
Efeitos da inconstitucionalidade ou
ilegalidade 6 - O incumprimento dos prazos previstos no
artigo 25.º e no n.º 4 do presente artigo não
1 - Se o Tribunal verificar a prejudica a admissibilidade do requerimento
inconstitucionalidade ou a ilegalidade da desde que, neste último caso, a sanação das
deliberação de referendo notificará o presidente irregularidades processuais seja feita antes da
do órgão que a tiver tomado para que, no prazo conferência prevista no número seguinte.
de oito dias, esse órgão delibere no sentido da 7 - Se o Presidente do Tribunal Constitucional
sua reformulação, expurgando-a da entender que o requerimento não deve ser
inconstitucionalidade ou da ilegalidade. admitido, submete os autos à conferência,
2 - Reenviada ao Tribunal Constitucional, mandando simultaneamente entregar cópia do
este procederá, também no prazo de 25 dias, a requerimento aos restantes juízes.
nova verificação da constitucionalidade e da 8 - O Tribunal Constitucional decide no prazo
legalidade da deliberação. de oito dias.
3 - Tratando-se de iniciativa popular, a 9 - O Presidente do Tribunal Constitucional
decisão negativa do Tribunal Constitucional será admite o requerimento, usa da faculdade
notificada ao presidente do órgão que deliberou prevista no n.º 4 deste artigo ou submete os
a realização do referendo, que convidará, de autos à conferência no prazo de cinco dias
imediato, a comissão executiva mencionada no contados da data em que o processo lhe é
n.º 2 do artigo 16.º a apresentar uma proposta concluso.
de reformulação da deliberação no prazo de 10 - A decisão de admissão do requerimento
cinco dias. não preclude a possibilidade de o Tribunal vir,
4 - No caso previsto no número anterior, o em definitivo, a considerar a consulta
prazo a que se refere o n.º 1 conta-se a partir inconstitucional ou ilegal.
da data da recepção, pelo presidente do órgão 11 - A decisão da não admissão do
que deliberou a realização do referendo, da requerimento é notificada ao presidente do
proposta de reformulação elaborada pela órgão que deliberou a realização da consulta.
comissão executiva ou, na falta desta, do termo
do prazo concedido para a sua emissão. Artigo 29.º
Distribuição
SECÇÃO II
Processo de fiscalização preventiva 1 - A distribuição é feita no prazo de um dia,
contado da data da admissão do pedido.
Artigo 28.º 2 - O processo é de imediato concluso ao
Pedido de verificação da relator a fim de este elaborar, no prazo de cinco
constitucionalidade e da legalidade dias, um memorando contendo o enunciado das
questões sobre as quais o Tribunal
1 - O pedido de verificação da Constitucional se deve pronunciar e da solução
constitucionalidade e da legalidade deve ser que para elas propõe, com indicação sumária
acompanhado do texto da deliberação e de cópia dos respectivos fundamentos.
da acta da sessão em que tiver sido tomada. 3 - Distribuído o processo, são entregues
2 - No caso de se tratar de iniciativa popular, cópias do pedido a todos os juízes, do mesmo
o pedido deverá ser complementado com o texto modo se procedendo com o memorando logo
original da mesma. que recebido pelo secretário.
3 - Autuado pela secretaria e registado no
competente livro, o requerimento é Artigo 30.º
imediatamente concluso ao Presidente do Formação da decisão
Tribunal Constitucional, que decide sobre a sua
admissão. 1 - Com a entrega ao Presidente do Tribunal
4 - No caso de se verificar qualquer Constitucional da cópia do memorando é-lhe
irregularidade processual, incluindo a concluso o respectivo processo para o inscrever
ilegitimidade do requerente, o Presidente do na ordem do dia da sessão plenária a realizar no
Tribunal Constitucional notifica o presidente do prazo de oito dias a contar da data do
órgão que tiver tomado a deliberação para, no recebimento do pedido.
prazo de oito dias, sanar a irregularidade, após 2 - A decisão não deve ser proferida antes de
o que o processo volta ao Presidente do Tribunal decorridos dois dias sobre a entrega das cópias
Constitucional para decidir sobre a admissão do do memorando a todos os juízes.
requerimento.

632
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - Concluída a discussão e tomada a decisão TÍTULO III
pelo Tribunal, é o processo concluso ao relator Realização do referendo
ou, no caso de este ficar vencido, ao juiz que
deva substituí-lo, para a elaboração, no prazo de CAPÍTULO I
cinco dias, do acórdão e sua subsequente Direito de participação
assinatura.
Artigo 35.º
Artigo 31.º Princípio geral
Notificação da decisão
1 - Pronunciam-se directamente através do
Proferida a decisão, o Presidente do Tribunal referendo os cidadãos portugueses recenseados
Constitucional manda notificar imediatamente o na área correspondente ao município ou à
presidente do órgão autor da deliberação de freguesia.
referendo. 2 - Pronunciam-se, também, em condições
de reciprocidade, os cidadãos de estados de
CAPÍTULO IV língua oficial portuguesa com residência legal
Fixação da data da realização do referendo em Portugal há mais de dois anos, recenseados
na área referida no número anterior.
Artigo 32.º 3 - Participam, ainda, os cidadãos
Competência para a fixação da data estrangeiros da União Europeia recenseados na
área referida no n.º 1, quando de igual direito
Notificado da decisão do Tribunal gozem legalmente os cidadãos portugueses no
Constitucional de verificação da respectivo Estado de origem do cidadão
constitucionalidade e legalidade do referendo, o estrangeiro.
presidente da assembleia municipal ou de
freguesia que o tiver deliberado notificará Artigo 36.º
também, no prazo de dois dias, o presidente do Incapacidades
órgão executivo da respectiva autarquia para,
nos cinco dias subsequentes, marcar a data de Não gozam do direito de participação no
realização do referendo. referendo:
a) Os interditos por sentença com
Artigo 33.º
trânsito em julgado;
Data do referendo
b) Os notoriamente reconhecidos como
dementes, ainda que não interditos por
1 - O referendo deve realizar-se no prazo
sentença, quando internados em
mínimo de 40 dias e no prazo máximo de 60
estabelecimento psiquiátrico ou como
dias a contar da decisão da fixação.
tal declarados por um médico;
2 - Depois de marcada, a data do referendo
c) Os que estejam privados de direitos
não pode ser alterada, salvo o disposto no artigo
políticos por decisão judicial transitada
9.º
em julgado.
Artigo 34.º
Publicidade
CAPÍTULO II
Campanha para o referendo
1 - A publicação da data e do conteúdo do
referendo local é feita por editais a afixar nos
SECÇÃO I
locais de estilo da área da autarquia a que diga
Disposições gerais
respeito e por anúncio em dois jornais diários.
2 - A publicação do edital é feita no prazo de
Artigo 37.º
três dias a contar da data da marcação do
Objectivos e iniciativa
referendo.
3 - A data do referendo e as questões
1 - A campanha para o referendo consiste na
formuladas devem ser comunicadas ao
justificação e no esclarecimento das questões
Secretariado Técnico dos Assuntos para o
formuladas e na promoção das correspondentes
Processo Eleitoral e à Comissão Nacional de
opções, com respeito pelas regras do Estado de
Eleições no momento em que se verificar a
direito democrático.
publicação prevista no n.º 1.
2 - A campanha é levada a efeito pelos
partidos políticos legalmente constituídos, ou por
coligações de partidos políticos, que declarem
pretender tomar posição sobre as questões
submetidas ao eleitorado.
3 - Na campanha poderão igualmente intervir
grupos de cidadãos, organizados nos termos da
presente lei.

633
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 38.º Artigo 43.º
Partidos e coligações Neutralidade e imparcialidade das
entidades públicas
Até ao 15.º dia subsequente ao da
convocação do referendo, os partidos 1 - Os órgãos do Estado, das Regiões
legalmente constituídos e as coligações fazem Autónomas e das autarquias locais, das demais
entrega à Comissão Nacional de Eleições da pessoas colectivas de direito público, das
declaração prevista no n.º 2 do artigo anterior. sociedades de capitais públicos ou de economia
mista e das sociedades concessionárias de
Artigo 39.º serviços públicos, de bens do domínio público ou
Grupos de cidadãos de obras públicas, bem como, nessa qualidade,
os respectivos titulares, não podem intervir
1 - No prazo previsto no artigo anterior directa ou indirectamente em campanha para
podem cidadãos, em número não inferior a 2% referendo nem praticar actos que de algum
ou 4% dos recenseados na área correspondente modo favoreçam ou prejudiquem uma posição
à autarquia, no caso, respectivamente, de em detrimento ou vantagem de outra ou outras.
referendo municipal ou de freguesia, constituir- 2 - Os funcionários e agentes das entidades
se em grupo, tendo por fim a participação no previstas no número anterior observam, no
esclarecimento das questões submetidas a exercício das suas funções, rigorosa neutralidade
referendo. perante as diversas posições, bem como perante
2 - Cada cidadão não pode integrar mais de os diversos partidos e grupos de cidadãos.
um grupo. 3 - É vedada a exibição de símbolos, siglas,
3 - A forma exigida para a sua constituição é autocolantes ou outros elementos de
idêntica à da iniciativa popular. propaganda por funcionários e agentes das
4 - O controlo da regularidade do processo e entidades referidas no n.º 1 durante o exercício
correspondente inscrição é da competência da das suas funções.
Comissão Nacional de Eleições, que se
pronunciará nos 15 dias subsequentes. Artigo 44.º
5 - Os grupos de cidadãos far-se-ão Acesso a meios específicos
representar, para todos os efeitos da presente
lei, nos termos previstos no n.º 2 do artigo 16.º 1 - O livre prosseguimento de actividades de
campanha implica o acesso a meios específicos.
Artigo 40.º 2 - É gratuita para os partidos e para os
Princípio da liberdade grupos de cidadãos intervenientes a utilização,
nos termos estabelecidos na presente lei, das
1 - Os partidos e os grupos de cidadãos publicações informativas, das emissões das
regularmente constituídos desenvolvem estações públicas e privadas de televisão e rádio
livremente a campanha, que é aberta à livre de âmbito local e dos edifícios ou recintos
participação de todos. públicos.
2 - As actividades de campanha previstas na 3 - Os partidos e os grupos de cidadãos que
presente lei não excluem quaisquer outras não hajam declarado pretender participar no
decorrentes do exercício dos direitos, liberdades esclarecimento das questões submetidas a
e garantias assegurados pela Constituição e pela referendo não têm o direito de acesso aos meios
lei. específicos de campanha.

Artigo 41.º Artigo 45.º


Responsabilidade civil Início e termo da campanha

1 - Os partidos são civilmente responsáveis, O período de campanha inicia-se no 12.º dia


nos termos da lei, pelos prejuízos directamente anterior e finda às 24 horas da antevéspera do
resultantes de actividades de campanha que dia do referendo.
hajam promovido.
2 - O mesmo princípio rege, com as SECÇÃO II
necessárias adaptações, os grupos de cidadãos. Propaganda

Artigo 42.º Artigo 46.º


Princípio da igualdade Liberdade de imprensa

Os partidos e grupos de cidadãos Durante o período de campanha são


intervenientes têm direito à igualdade de imediatamente suspensos quaisquer
oportunidades e de tratamento, a fim de procedimentos ou sanções aplicadas a
efectuarem livremente e nas melhores condições jornalistas ou a empresas que explorem meios
as suas actividades de campanha. de comunicação social por actos atinentes à
mesma campanha, sem prejuízo da
responsabilidade em que incorram, a qual só

634
Autarquias Locais - Legislação Nacional
pode ser efectivada após o dia da realização do Artigo 49.º
referendo. Propaganda gráfica

Artigo 47.º 1 - A afixação de cartazes não carece de


Liberdades de reunião e de manifestação autorização nem de comunicação às autoridades
administrativas.
1 - No período de campanha para os fins a 2 - Não é admitida a afixação de cartazes
ela atinentes, a liberdade de reunião rege-se nem a realização de inscrições ou pinturas
pelo disposto na lei, com as especialidades murais em monumentos nacionais, em templos
constantes dos números seguintes. e edifícios religiosos, em edifícios sede de órgãos
2 - O aviso a que se refere o n.º 2 do artigo do Estado, das Regiões Autónomas e das
2.º do Decreto-Lei n.º 406/74, de 29 de Agosto, autarquias locais, ou onde vão funcionar
é feito pelo órgão competente do partido ou assembleias de voto, nos sinais de trânsito ou
partidos políticos interessados quando se trate nas placas de sinalização rodoviária ou
de reuniões, comícios, manifestações ou desfiles ferroviária e no interior de repartições ou
em lugares públicos ou abertos ao público. edifícios públicos, salvo, quanto a estes, em
3 - Os cortejos e os desfiles podem realizar- instalações destinadas ao convívio dos
se em qualquer dia e hora, respeitando-se funcionários e agentes.
apenas os limites impostos pela liberdade de 3 - É proibida a afixação de cartazes nos
trabalho e de trânsito e pela manutenção da centros históricos legalmente reconhecidos.
ordem pública, bem como os decorrentes do 4 - Também não é admitida em caso algum a
período de descanso dos cidadãos. afixação de cartazes ou inscrições com colas ou
4 - O auto a que alude o n.º 2 do artigo 5.º tintas persistentes.
do Decreto-Lei n.º 406/74, de 29 Agosto, é
enviado por cópia ao presidente da Comissão Artigo 50.º
Nacional de Eleições e, consoante os casos, aos Propaganda gráfica adicional
órgãos competentes do partido ou partidos
políticos interessados. 1 - As juntas de freguesia estabelecem, até
5 - A ordem de alteração dos trajectos ou três dias antes do início da campanha, espaços
desfiles é dada pela autoridade competente, por especiais em locais certos destinados à afixação
escrito, ao órgão competente do partido ou de cartazes, fotografias, jornais murais,
partidos políticos interessados e comunicada à manifestos e avisos.
Comissão Nacional de Eleições. 2 - O número mínimo desses locais é
6 - A presença de agentes de autoridade em determinado em função dos eleitores inscritos,
reuniões organizadas por qualquer partido nos termos seguintes:
político apenas pode ser solicitada pelos seus
a) Até 250 eleitores - um;
órgãos competentes, ficando a entidade
b) Entre 250 e 1000 eleitores - dois;
organizadora responsável pela manutenção da
c) Entre 1000 e 2500 eleitores - três;
ordem quando não faça tal solicitação.
d) Acima de 2500 eleitores, por cada
7 - O limite a que alude o artigo 11.º do
fracção de 2500 eleitores a mais - um.
Decreto-Lei n.º 406/74, de 29 de Agosto, é
alargado até às duas horas. 3 - Os espaços especiais reservados nos
8 - O recurso previsto no n.º 1 do artigo 14.º locais previstos nos números anteriores são
do Decreto-Lei n.º 406/74, de 29 de Agosto, é tantos quantos os partidos intervenientes e
interposto no prazo de um dia para o Tribunal grupos de cidadãos regularmente constituídos.
Constitucional.
9 - Os princípios contidos no presente artigo Artigo 51.º
são aplicáveis, com as devidas adaptações, aos Publicidade comercial
grupos de cidadãos.
A partir da data da publicação da convocação
Artigo 48.º do referendo é proibida a propaganda política
Propaganda sonora feita, directa ou indirectamente, através de
qualquer meio de publicidade comercial em
1 - A propaganda sonora não carece de órgãos de comunicação social ou fora deles.
autorização nem de comunicação às autoridades
administrativas.
2 - Sem prejuízo do disposto no n.º 7 do
artigo anterior, não é admitida propaganda
sonora antes das 8 e depois das 23 horas.

635
Autarquias Locais - Legislação Nacional
SECÇÃO III Artigo 56.º
Meios específicos de campanha Salas de espectáculos

SUBSECÇÃO I 1 - Os proprietários de salas de espectáculos


Publicações periódicas ou de outros recintos de normal acesso público
que reúnam condições para serem utilizados em
Artigo 52.º campanha para referendo declaram esse facto
Publicações informativas públicas ao órgão executivo da autarquia local em
questão até 20 dias antes do início da
As publicações informativas de carácter campanha, indicando as datas e horas em que
jornalístico pertencentes a entidades públicas ou as salas ou os recintos podem ser utilizados para
delas dependentes inserem sempre matéria aquele fim.
respeitante à campanha para referendo e 2 - Na falta de declaração, e em caso de
asseguram igualdade de tratamento aos partidos comprovada carência, esse órgão autárquico
e grupos de cidadãos intervenientes. pode requisitar as salas e os recintos que
considere necessários à campanha, sem prejuízo
Artigo 53.º da sua actividade normal ou já programada para
Publicações informativas privadas e os mesmos.
cooperativas 3 - O tempo destinado a propaganda, nos
termos dos n.os 1 e 2, é repartido pelos partidos
1 - As publicações informativas pertencentes e grupos de cidadãos intervenientes que
a entidades privadas ou cooperativas que declarem, até 15 dias antes do início da
pretendam inserir matéria respeitante à campanha, nisso estar interessados, por forma a
campanha para referendo comunicam esse facto assegurar igualdade de tratamento.
à Comissão Nacional de Eleições até três dias 4 - Até 10 dias antes do início da campanha,
antes do início da campanha e ficam obrigadas a o executivo local, ouvidos os representantes dos
assegurar tratamento jornalístico igualitário aos partidos políticos e grupos de cidadãos
partidos e grupos de cidadãos intervenientes. intervenientes, indica os dias e as horas que
2 - As publicações que não procedam a essa lhes tiverem sido atribuídos, com respeito pelo
comunicação não são obrigadas a inserir matéria princípio da igualdade.
respeitante à campanha, salvo a que lhes seja
enviada pela Comissão Nacional de Eleições, não Artigo 57.º
tendo igualmente direito à indemnização Custos da utilização das salas de
prevista no artigo 165.º espectáculos

Artigo 54.º 1 - Os proprietários das salas de


Publicações doutrinárias espectáculos, ou os que as explorem, indicam o
preço a cobrar pela sua utilização, que não pode
O preceituado no n.º 1 do artigo anterior não ser superior à receita líquida correspondente a
é aplicável às publicações doutrinárias que metade da lotação da respectiva sala num
sejam propriedade de partido político, grupo de espectáculo normal.
cidadãos ou associação política interveniente, 2 - O preço referido no número anterior e as
desde que tal facto conste expressamente do demais condições de utilização são uniformes
respectivo cabeçalho. para todos os partidos e grupos de cidadãos
intervenientes.
SUBSECÇÃO II
Outros meios específicos de campanha Artigo 58.º
Repartição da utilização
Artigo 55.º
Lugares e edifícios públicos 1 - A repartição da utilização de lugares e
edifícios públicos, de salas de espectáculos e de
1 - A utilização dos lugares públicos a que se outros recintos de normal acesso público é feita
refere o artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 406/74, de pela câmara municipal ou pela junta de
29 de Agosto, é repartida, precedendo consulta freguesia em questão, mediante sorteio, quando
dos interessados e por forma a assegurar se verifique concorrência e não seja possível
igualdade de tratamento. acordo entre os intervenientes.
2 - Os órgãos executivos autárquicos da área 2 - Para o sorteio previsto neste artigo são
onde se realiza o referendo devem assegurar a convocados os representantes dos partidos
cedência do uso, para fins de campanha, de políticos e dos grupos de cidadãos.
edifícios públicos e recintos pertencentes a 3 - Os interessados podem acordar na
outras pessoas colectivas de direito público, utilização em comum ou na troca dos locais cujo
repartindo, de acordo com os mesmos critérios, uso lhes tenha sido atribuído.
a sua utilização pelos partidos e grupos de
cidadãos intervenientes.

636
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 59.º 2 - O regime das despesas de campanha dos
Arrendamento partidos e dos grupos de cidadãos eleitores é,
com as necessárias adaptações, o das despesas
1 - A partir da data da publicação da em campanhas eleitorais para as autarquias
convocação do referendo até 20 dias após a sua locais, incluindo o respeitante aos limites de
realização, os arrendatários de prédios urbanos despesas efectuadas por cada partido ou grupo
podem por qualquer meio, incluindo a de cidadãos eleitores.
sublocação por valor não excedente ao da
renda, destiná-los à preparação e à realização Artigo 63.º
da respectiva campanha, seja qual for o fim do Responsabilidade pelas contas
arrendamento e independentemente de
disposição em contrário do respectivo contrato. Os partidos políticos e os grupos de cidadãos
2 - Os arrendatários e os partidos políticos e são responsáveis pela elaboração e
grupos de cidadãos são solidariamente apresentação das contas da respectiva
responsáveis pelos prejuízos causados campanha.
decorrentes da utilização prevista no número
anterior. Artigo 64.º
Prestação e publicação das contas
Artigo 60.º
Instalação de telefones No prazo de 90 dias a partir da proclamação
oficial dos resultados, cada partido ou grupo de
1 - Os partidos políticos e os grupos de cidadãos presta contas discriminadas da sua
cidadãos têm direito à instalação gratuita de um campanha à Comissão Nacional de Eleições e
telefone por cada freguesia em que realizem publica-as em dois dos jornais mais lidos na
actividades de campanha. autarquia em questão.
2 - A instalação de telefones pode ser
requerida a partir da data de convocação do Artigo 65.º
referendo e deve ser efectuada no prazo de Apreciação das contas
cinco dias a contar do requerimento.
1 - A Comissão Nacional de Eleições aprecia,
SECÇÃO IV no prazo de 90 dias, a legalidade das receitas e
Financiamento da campanha despesas e a regularidade das contas e publica a
sua apreciação no Diário da República.
Artigo 61.º 2 - Se a Comissão Nacional de Eleições
Receitas da campanha verificar qualquer irregularidade nas contas,
notifica o partido ou o grupo de cidadãos para
1 - A campanha para o referendo só pode ser apresentar novas contas devidamente
financiada por: regularizadas no prazo de 15 dias.
3 - Subsistindo nas novas contas
a) Contribuições dos partidos políticos
apresentadas irregularidades insusceptíveis de
intervenientes;
suprimento imediato, a Comissão Nacional de
b) Contribuições dos grupos de cidadãos
Eleições remete-as ao Tribunal de Contas a fim
intervenientes;
de que este sobre elas se pronuncie, no prazo
c) Contribuições de eleitores;
de 30 dias, com publicação da respectiva
d) Produto de actividades de campanha.
decisão no Diário da República.
2 - O financiamento das campanhas
subordina-se, com as necessárias adaptações, CAPÍTULO III
aos princípios e regras do financiamento das Organização do processo de votação
campanhas eleitorais para as autarquias locais,
excepto no que toca às subvenções públicas. SECÇÃO I
3 - Os grupos de cidadãos eleitores sujeitam- Assembleias de voto
se a regime equivalente ao dos partidos
políticos, com as necessárias adaptações. SUBSECÇÃO I
Organização das assembleias de voto
Artigo 62.º
Despesas da campanha Artigo 66.º
Âmbito das assembleias de voto
1 - Todas as despesas de campanha são
discriminadas quanto ao seu destino com a 1 - A cada freguesia corresponde uma
junção de documentos certificativos, quando de assembleia de voto.
valor superior a três salários mínimos mensais 2 - As assembleias de voto das freguesias
nacionais. com um número de eleitores superior a 1000
são divididas em secções de voto, de modo que
o número de eleitores de cada uma não
ultrapasse sensivelmente esse número.

637
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 67.º 2 - Dos editais consta também o número de
Determinação das assembleias de voto inscritos no recenseamento dos eleitores
correspondentes a cada assembleia de voto.
1 - Até ao 35.º dia anterior ao do referendo,
o órgão executivo da autarquia determina as Artigo 71.º
assembleias de voto de cada freguesia. Elementos de trabalho da mesa
2 - Tratando-se de referendo municipal, o
presidente da câmara comunica de imediato 1 - Até três dias antes do dia do referendo, a
essa distribuição à junta de freguesia. comissão recenseadora procede à extracção de
3 - Da decisão do autarca cabe recurso para duas cópias devidamente autenticadas dos
o tribunal da comarca com jurisdição na sede do cadernos do recenseamento, confiando-as à
distrito ou Região Autónoma. (Redação dada junta de freguesia.
pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de 2 - Até dois dias antes do dia do referendo,
novembro) no caso de referendo municipal, o presidente da
4 - O recurso é interposto no prazo de dois câmara municipal envia ao presidente da junta
dias após a afixação do edital, pelo presidente de freguesia um caderno destinado à acta das
da junta de freguesia ou por 10 eleitores operações eleitorais, com termo de abertura por
pertencentes à assembleia de voto em causa, e ele assinado e com todas as folhas por ele
é decidido em igual prazo, sendo a decisão rubricadas, bem como os impressos e outros
imediatamente notificada ao recorrente. elementos de trabalho necessários.
5 - Da decisão do tribunal da comarca com 3 - A junta de freguesia providencia no
jurisdição na sede do distrito ou Região sentido da entrega ao presidente da mesa de
Autónoma cabe recurso, a interpor no prazo de cada assembleia de voto até uma hora antes da
um dia, para o Tribunal Constitucional, que abertura da assembleia dos elementos referidos
decide em Plenário em igual prazo. (Redação nos números anteriores.
dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de
novembro) SUBSECÇÃO II
Mesa das assembleias de voto
Artigo 68.º
Local de funcionamento Artigo 72.º
Função e composição
1 - As assembleias de voto reúnem-se em
edifícios públicos, de preferência escolas ou 1 - Em cada assembleia de voto há uma
sedes de câmaras municipais ou de juntas de mesa que promove e dirige as operações de
freguesia que ofereçam as indispensáveis referendo.
condições de acesso e segurança. 2 - A mesa é constituída por um presidente,
2 - Na falta de edifícios públicos adequados um vice-presidente, um secretário e dois
são requisitados para o efeito edifícios escrutinadores.
particulares.
Artigo 73.º
Artigo 69.º Designação
Determinação dos locais de funcionamento
Os membros das mesas das assembleias de
1 - Compete ao presidente da câmara voto são escolhidos por acordo entre os
municipal ou da junta de freguesia, consoante representantes dos partidos que tenham feito a
os casos, determinar os locais de funcionamento declaração prevista no n.º 2 do artigo 37.º e os
das assembleias de voto, comunicando-os, representantes dos grupos de cidadãos
quando for caso disso, às correspondentes intervenientes, ou, na falta de acordo, por
juntas de freguesia até ao 30.º dia anterior ao sorteio.
do referendo.
2 - Até ao 28.º dia anterior ao do referendo, Artigo 74.º
as juntas de freguesia anunciam, por editais a Requisitos da designação de membros das
afixar nos lugares do estilo, os locais de mesas
funcionamento das assembleias de voto.
1 - Os membros de cada mesa são
Artigo 70.º designados de entre os eleitores pertencentes à
Anúncio da hora, dia e local respectiva assembleia de voto.
2 - Não podem ser designados membros da
1 - Até ao 15.º dia anterior ao do referendo, mesa os eleitores que não saibam ler e escrever
o presidente do executivo camarário ou da português.
freguesia em cuja área tem lugar a consulta
anuncia, através de edital afixado nos locais de
estilo, o dia, a hora e os locais em que se
reúnem as assembleias de voto.

638
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 75.º Artigo 79.º
Incompatibilidades Exercício obrigatório da função

Não podem ser designados membros da 1 - O exercício da função de membro de


mesa de assembleia de voto: (Redação dada mesa de assembleia de voto é obrigatório
pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de podendo ser remunerado, nos termos da lei.
novembro) 2 - São causas justificativas de escusa:
a) O Presidente da República, os a) Idade superior a 65 anos;
deputados, os membros do Governo e b) Doença ou impossibilidade física
dos Governos Regionais, os comprovada pelo delegado de saúde
Representantes da República e os local;
membros dos órgãos executivos das c) Mudança de residência para a área de
autarquias locais; (Redação dada pela outra autarquia, comprovada pela
Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de junta de freguesia da nova residência;
novembro) d) Ausência no estrangeiro, devidamente
b) Os juízes de qualquer tribunal e os comprovada;
magistrados do Ministério Público. e) Exercício de actividade profissional de
carácter inadiável, devidamente
Artigo 76.º comprovado por superior hierárquico
Processo de designação ou, não sendo o caso, através de
qualquer meio idóneo de prova.
1 - No 18.º dia anterior ao da realização do
referendo, pelas 21 horas, os representantes 3 - A invocação de causa justificativa é feita,
dos diversos partidos e grupos de cidadãos, sempre que tal possa ocorrer, até três dias
devidamente credenciados, reúnem para antes do referendo, perante o presidente do
proceder à escolha dos membros da mesas das órgão executivo autárquico da área em questão.
assembleias de voto da freguesia, na sede da 4 - No caso previsto no número anterior, o
respectiva junta. presidente procede imediatamente à
2 - Se na reunião se não chegar a acordo, a substituição, nomeando outro eleitor
designação resultará de sorteio a realizar, pelo pertencente à assembleia de voto.
presidente da junta de freguesia, nas quarenta e
oito horas seguintes, entre os eleitores da Artigo 80.º
assembleia de voto. Dispensa de actividade profissional

Artigo 77.º Os membros das mesas das assembleias de


Reclamação voto gozam do direito a dispensa de actividade
profissional no dia da realização do referendo e
1 - Os nomes dos membros das mesas, no seguinte, devendo para o efeito comprovar o
designados através dos processos previstos no exercício das respectivas funções.
número anterior, são publicados por edital
afixado no prazo de dois dias à porta da sede da Artigo 81.º
junta de freguesia, podendo qualquer eleitor Constituição da mesa
reclamar contra a designação perante o juiz da
comarca no mesmo prazo, com fundamento em 1 - A mesa das assembleias de voto não pode
preterição de requisitos fixados na presente lei. constituir-se antes da hora marcada para a
2 - O juiz decide a reclamação no prazo de votação nem em local diverso do que houver
um dia e, se a atender, procede imediatamente sido anunciado, sob pena de nulidade de todos
à escolha, comunicando-a ao presidente da os actos que praticar.
junta de freguesia. 2 - Constituída a mesa, é afixado à porta do
edifício em que estiver reunida a assembleia de
Artigo 78.º voto um edital assinado pelo presidente,
Alvará de nomeação contendo os nomes e os números de inscrição
(Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de no recenseamento dos cidadãos que compõem a
30 de novembro) mesa, bem como o número de eleitores inscritos
nessa assembleia.
Até cinco dias antes do referendo, o
presidente do executivo autárquico lavrará Artigo 82.º
alvará de designação dos membros das Substituições
assembleias de voto, participando, no caso de
referendo municipal, as nomeações às juntas de 1 - Se uma hora após a marcada para a
freguesia respectivas. abertura da assembleia de voto não tiver sido
possível constituir a mesa por não estarem
presentes os membros indispensáveis ao seu
funcionamento, o presidente da junta de

639
Autarquias Locais - Legislação Nacional
freguesia, mediante acordo da maioria dos 2 - Da credencial constam o nome, o número
delegados presentes, designa os substitutos dos de inscrição no recenseamento, o número e a
membros ausentes de entre eleitores data do bilhete de identidade do delegado, o
pertencentes a essa assembleia de voto. partido ou o grupo de cidadãos que representa e
2 - Se, apesar de constituída a mesa, se a assembleia de voto para que é designado.
verificar a falta de um dos seus membros, o
presidente substitui-o por qualquer eleitor Artigo 87.º
pertencente à assembleia de voto, mediante o Poderes delegados
acordo da maioria dos restantes membros da
mesa e dos delegados dos partidos e grupos de 1 - Os delegados dos partidos e dos grupos
cidadãos que estiverem presentes. de cidadãos intervenientes têm os seguintes
3 - Substituídos os faltosos, ficam sem efeito poderes:
as respectivas nomeações e os seus nomes são
a) Ocupar os lugares mais próximos da
comunicados à entidade por elas responsável.
mesa da assembleia de voto de modo a
poderem fiscalizar todas as operações
Artigo 83.º
de votação;
Permanência da mesa
b) Consultar a todo o momento as cópias
dos cadernos de recenseamento
1 - A mesa, uma vez constituída, não pode
eleitoral utilizadas pela mesa da
ser alterada, salvo caso de força maior.
assembleia de voto;
2 - Da alteração da mesa e das suas razões é
c) Ser ouvidos e esclarecidos acerca de
dada publicidade através de edital afixado
todas as questões suscitadas durante o
imediatamente à porta do edifício onde
funcionamento da assembleia de voto,
funcionar a assembleia de voto.
quer na fase da votação quer na fase
do apuramento;
Artigo 84.º
d) Apresentar oralmente ou por escrito
Quórum
reclamações, protestos ou
contraprotestos relativos às operações
Durante as operações é obrigatória a
de voto;
presença da maioria dos membros da mesa,
e) Assinar a acta e rubricar, selar e
incluindo a do presidente ou a do vice-
lacrar todos os documentos
presidente.
respeitantes às operações de voto;
f) Obter certidões das operações de
SUBSECÇÃO III
votação e apuramento.
Delegados dos partidos e dos grupos de
cidadãos 2 - Os delegados dos partidos políticos e
grupos de cidadãos intervenientes não podem
Artigo 85.º ser designados para substituir membros da
Direito de designação de delegados mesa faltosos.

1 - Cada partido que tenha feito a declaração Artigo 88.º


prevista no n.º 2 do artigo 36.º, e cada grupo de Imunidades e direitos
cidadãos interveniente no referendo, tem o
direito de designar um delegado efectivo e outro 1 - Os delegados dos partidos e grupos de
suplente para cada assembleia de voto. cidadãos não podem ser detidos durante o
2 - Os delegados podem ser designados para funcionamento da assembleia de voto, a não ser
uma assembleia de voto diferente daquela em por crime punível com pena de prisão superior a
que estiverem inscritos como eleitores. três anos e em flagrante delito.
3 - A falta de designação ou de comparência 2 - Os delegados gozam do direito
de qualquer delegado não afecta a regularidade consignado no artigo 80.º
das operações.
SECÇÃO II
Artigo 86.º Boletins de voto
Processo de designação
Artigo 89.º
1 - Até ao 5.º dia anterior ao da realização do Características fundamentais
referendo, os partidos e grupos de cidadãos
indicam por escrito ao presidente da câmara 1 - Os boletins de voto são impressos em
municipal ou da junta de freguesia, conforme os papel liso e não transparente.
casos, os delegados correspondentes às diversas 2 - Os boletins têm forma rectangular, com a
assembleias de voto e apresentam-lhe para dimensão apropriada para neles caberem,
assinatura e autenticação as credenciais impressas em letra facilmente legível, as
respectivas. perguntas submetidas ao eleitorado.

640
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 90.º CAPÍTULO IV
Elementos integrantes Votação

1 - Em cada boletim de voto são dispostas, SECÇÃO I


umas abaixo das outras, as questões Data da realização do referendo
submetidas ao eleitorado.
2 - Na linha correspondente à última frase de Artigo 96.º
cada pergunta figuram dois quadros, um Dia da realização do referendo
encimado pela inscrição da palavra «Sim» e
outro pela inscrição da palavra «Não», para o 1 - O referendo realiza-se no mesmo dia em
efeito de o eleitor assinalar a resposta que todo o território abrangido pelo referendo, sem
prefere. prejuízo do disposto no artigo 112.º
2 - O referendo só pode realizar-se num
Artigo 91.º domingo ou em dia de feriado nacional,
Cor dos boletins de voto autonómico ou autárquico.

Os boletins de voto são de cor branca. SECÇÃO II


Exercício do direito de sufrágio
Artigo 92.º
Composição e impressão Artigo 97.º
Direito e dever cívico
A composição e a impressão dos boletins de
voto são efectuadas pela Imprensa Nacional- 1 - O sufrágio constitui um direito e um dever
Casa da Moeda. cívico.
2 - Os responsáveis pelos serviços e pelas
Artigo 93.º empresas que tenham de se manter em
Envio dos boletins de voto às autarquias actividade no dia do referendo facilitam aos
(Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de respectivos funcionários e trabalhadores
30 de novembro) dispensa pelo tempo suficiente para que possam
votar.
A Direcção-Geral de Administração Interna
providencia o envio dos boletins de voto às Artigo 98.º
freguesias onde tem lugar o referendo. Unicidade

Artigo 94.º O eleitor só vota uma vez em cada referendo.


Distribuição dos boletins de voto
Artigo 99.º
1 - Compete ao presidente do órgão Local de exercício do sufrágio
executivo da freguesia proceder à distribuição
dos boletins de voto pelas assembleias de voto. O direito de sufrágio é exercido na
2 - A cada assembleia de voto são remetidos, assembleia de voto correspondente ao local por
em sobrescrito fechado e lacrado, boletins de onde o eleitor esteja recenseado.
voto em número igual ao dos correspondentes
eleitores, mais 10%. Artigo 100.º
3 - O órgão referido no n.º 1 presta contas Requisitos do exercício do direito de
ao tribunal da comarca com jurisdição na sede sufrágio
do distrito ou Região Autónoma dos boletins de
voto recebidos. (Redação dada pela Lei Orgânica 1 - Para que o eleitor seja admitido a votar
n.º 1/2011, de 30 de novembro) tem de estar inscrito no caderno de
recenseamento e a sua identidade ser
Artigo 95.º reconhecida pela mesa da assembleia de voto.
Devolução dos boletins de voto não 2 - A inscrição no caderno de recenseamento
utilizados ou inutilizados eleitoral implica a presunção do direito de
(Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de participação.
30 de novembro)
Artigo 101.º
No dia seguinte ao da realização do Pessoalidade
referendo, o presidente de cada assembleia de
voto devolve ao tribunal da comarca com 1 - O direito de sufrágio é exercido
jurisdição na sede do distrito ou Região pessoalmente pelo eleitor.
Autónoma, ou à entidade que o substitua, os 2 - Não é admitida nenhuma forma de
boletins de voto não utilizados ou inutilizados representação ou delegação.
pelos eleitores.

641
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 102.º b) Ocorrência, na freguesia, de grave
Presencialidade perturbação da ordem pública no dia
marcado para a realização do
O direito de sufrágio é exercido referendo;
presencialmente em assembleia de voto pelo c) Ocorrência, na freguesia, de grave
eleitor, salvo o disposto quanto ao modo de calamidade, no dia marcado para a
exercício do voto antecipado. (Redacção dada realização do referendo ou nos três
pela Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de dias anteriores.
dezembro)
Artigo 107.º
Artigo 103.º Irregularidades e seu suprimento
Segredo do voto
1 - Verificando-se irregularidades supríveis, a
1 - Ninguém pode, sob qualquer pretexto, ser mesa procede ao seu suprimento.
obrigado a revelar o sentido do seu voto. 2 - Não sendo possível esse suprimento
2 - Dentro da assembleia de voto e fora dela, dentro das duas horas subsequentes à abertura
até à distância de 500 m, ninguém pode revelar da assembleia de voto, é esta declarada
em que sentido votou ou vai votar. encerrada.

Artigo 104.º Artigo 108.º


Abertura de serviços públicos Continuidade das operações

No dia da realização do referendo, durante o A assembleia de voto funciona


período de funcionamento das assembleias de ininterruptamente até serem concluídas todas as
voto, mantêm-se abertos os serviços: operações de votação e apuramento, sem
prejuízo do disposto no artigo seguinte.
a) Das juntas de freguesia, para efeito
Artigo 109.º
de informação dos eleitores acerca do
Interrupção das operações
seu número de inscrição no
recenseamento eleitoral;
1 - As operações são interrompidas, sob pena
b) Dos centros de saúde ou locais
de nulidade da votação, nos seguintes casos:
equiparados, para o efeito do disposto
no n.º 2 do artigo 117.º a) Ocorrência, na freguesia, de grave
perturbação da ordem pública que
SECÇÃO III afecte a genuinidade do acto de
Processo de votação sufrágio;
b) Ocorrência, na assembleia de voto, de
SUBSECÇÃO I qualquer das perturbações previstas
Funcionamento das assembleias de voto nos n.os 2 e 3 do artigo 124.º;
c) Ocorrência, na freguesia, de grave
Artigo 105.º calamidade.
Abertura da assembleia
2 - As operações só são retomadas depois de
1 - A assembleia de voto abre às 8 horas do o presidente verificar a existência de condições
dia marcado para a realização do referendo, para que possam prosseguir.
depois de constituída a mesa. 3 - Determina o encerramento da assembleia
2 - O presidente declara aberta a assembleia de voto e a nulidade da votação a interrupção
de voto, manda afixar os editais a que se refere desta por período superior a três horas.
o n.º 2 do artigo 81.º, procede com os restantes 4 - Determina também a nulidade da votação
membros da mesa e os delegados dos partidos e a sua interrupção quando as operações não
grupos de cidadãos à revista da câmara de voto tiverem sido retomadas até à hora do seu
e dos documentos de trabalho da mesa e exibe encerramento normal, salvo se já tiverem
a urna perante os eleitores para que todos votado todos os eleitores inscritos.
possam certificar-se de que se encontra vazia.
Artigo 110.º
Presença de não eleitores
Artigo 106.º
Impossibilidade de abertura da assembleia É proibida a presença na assembleia de voto
de voto de não eleitores e de eleitores que aí não
possam votar, salvo se se tratar de
Não pode ser aberta a assembleia de voto
representantes de partidos intervenientes no
nos seguintes casos:
referendo ou de profissionais da comunicação
a) Impossibilidade de constituição da social, devidamente identificados e no exercício
mesa; das suas funções.

642
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 111.º isso destinada e na linha correspondente ao
Encerramento da votação nome do eleitor.
3 - Feita a descarga, o presidente abre o
1 - A admissão de eleitores na assembleia ou sobrescrito azul referido no n.º 4 do artigo 119.º
secção de voto faz-se até às 19 horas. e retira o boletim de voto de sobrescrito branco,
2 - Depois desta hora apenas podem votar os também ali mencionado, e procede
eleitores presentes. imediatamente à sua introdução na urna.
3 - O presidente declara encerrada a votação
logo que tenham votado todos os eleitores Artigo 115.º
inscritos ou, depois das 19 horas, logo que Ordem da votação dos restantes eleitores
tenham votado todos os eleitores presentes na
assembleia de voto. 1 - Os restantes eleitores votam pela ordem
de chegada à assembleia de voto, dispondo-se
Artigo 112.º
para o efeito em fila.
Adiamento da votação
2 - Os membros das mesas e os delegados
1 - Nos casos previstos no artigo 106.º, no dos partidos em outras assembleias de voto
n.º 2 do artigo 107.º e nos n.os 3 e 4 do artigo exercem o seu direito de voto logo que se
109.º, aplicar-se-ão, pela respectiva ordem, as apresentem, desde que exibam o respectivo
disposições seguintes: alvará ou credencial.

a) Realização de uma nova votação no Artigo 116.º


mesmo dia da semana seguinte; Modo como vota cada eleitor
b) Realização do apuramento definitivo
sem ter em conta a votação em falta, 1 - Cada eleitor, apresentando-se perante a
se se tiver revelado impossível a mesa, indica o número de inscrição no
realização da votação prevista na recenseamento e o nome e entrega ao
alínea anterior. presidente o bilhete de identidade.
2 - Na falta de bilhete de identidade, a
2 - Quando, porém, as operações de votação
identificação do eleitor faz-se por meio de
não tenham podido realizar-se ou prosseguir por
qualquer outro documento oficial que contenha
ocorrência de grave calamidade na freguesia,
fotografia actualizada, ou ainda por
pode o presidente da câmara municipal
reconhecimento unânime dos membros da
respectivo adiar a realização da votação até ao
mesa.
14.º dia subsequente, anunciando o adiamento
3 - Identificado o eleitor, o presidente diz em
logo que conhecida a respectiva causa. (Redação
voz alta o seu número de inscrição no
dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de
recenseamento e o seu nome e, depois de
novembro)
verificada a inscrição, entrega-lhe um boletim de
3 - A votação só pode ser adiada uma vez.
voto.
4 - Em seguida, o eleitor dirige-se à câmara
SUBSECÇÃO II
de voto situada na assembleia e aí, sozinho,
Modo geral de votação
assinala em relação a cada pergunta submetida
ao eleitorado o quadrado encimado pela palavra
Artigo 113.º
«Sim» ou o quadrado encimado pela palavra
Votação dos elementos da mesa e dos
«Não», ou não assinala nenhum, e dobra o
delegados
boletim em quatro.
5 - Voltando para junto da mesa, o eleitor
Não havendo nenhuma irregularidade, votam
entrega o boletim de voto ao presidente, que o
imediatamente o presidente e os vogais da
deposita na urna, enquanto os escrutinados
mesa, bem como os delegados dos partidos e
descarregam o voto, rubricando os cadernos de
dos grupos de cidadãos que se encontrem
recenseamento na coluna a isso destinada e na
inscritos no caderno de recenseamento da
linha correspondente ao nome do eleitor.
assembleia de voto.
6 - Se, por inadvertência, o eleitor deteriorar
o boletim, pede outro ao presidente,
Artigo 114.º
devolvendo-lhe o primeiro.
Votos antecipados
7 - No caso previsto no número anterior, o
presidente escreve no boletim devolvido a nota
1 - Após terem votado os elementos da
de inutilizado, rubrica-o e conserva-o para o
mesa, o presidente procede à abertura e
efeito do artigo 95.º
lançamento na urna dos votos antecipados,
quando existam.
2 - Para o efeito do disposto no número
anterior, a mesa verifica se o eleitor se encontra
devidamente inscrito e procede à
correspondente descarga no caderno de
recenseamento, mediante rubrica na coluna a

643
Autarquias Locais - Legislação Nacional
SUBSECÇÃO III f) Os membros que representem
Modos especiais de votação oficialmente selecções nacionais,
organizadas por federações desportivas
DIVISÃO I dotadas de utilidade pública desportiva
Voto dos deficientes e se encontrem deslocados no
estrangeiro em competições
Artigo 117.º desportivas, no dia da realização do
Requisitos e modo de exercício referendo; (Redacção dada pela Lei
Orgânica n.º 3/2010, de 15 de
1 - O eleitor afectado por doença ou dezembro)
deficiência física notórias, que a mesa verifique g) Todos os eleitores não abrangidos
não poder praticar os actos descritos no artigo pelas alíneas anteriores que, por força
anterior, vota acompanhado por outro eleitor da representação de qualquer pessoa
por si escolhido, que garanta a fidelidade de colectiva dos sectores público, privado
expressão do seu voto e que fica obrigado a ou cooperativo, das organizações
sigilo absoluto. representativas dos trabalhadores ou
2 - Se a mesa deliberar que não se verifica a de organizações representativas das
notoriedade da doença ou da deficiência física, actividades económicas, e, ainda,
exige que lhe seja apresentado no acto da outros eleitores que, por imperativo
votação atestado comprovativo da decorrente das suas funções
impossibilidade da prática dos actos descritos no profissionais, se encontrem impedidos
artigo anterior emitido pelo médico que exerça de se deslocar à assembleia de voto no
poderes de autoridade sanitária na área da dia da realização do referendo.
freguesia e autenticado com o selo do respectivo (Redacção dada pela Lei Orgânica n.º
serviço. 3/2010, de 15 de dezembro)
2 - Os eleitores referidos nas alíneas a), b) e
DIVISÃO II
g) do número anterior quando deslocados no
Voto antecipado
estrangeiro entre o 12.º dia anterior ao do
referendo e o dia da realização do referendo
Artigo 118.º
podem exercer o direito de voto junto das
A quem é facultado
representações diplomáticas, consulares ou nas
delegações externas dos ministérios e
1 - Podem votar antecipadamente:
instituições públicas portuguesas previamente
a) Os militares que no dia da realização definidas pelo Ministério dos Negócios
do referendo estejam impedidos de se Estrangeiros, nos termos do artigo 120.º -A.
deslocar à assembleia de voto por (Redacção dada pela Lei Orgânica n.º 3/2010,
imperativo inadiável de exercício das de 15 de dezembro)
suas funções; 3 — Podem ainda votar antecipadamente os
b) Os agentes de forças e serviços que estudantes de instituições de ensino inscritos em
exerçam funções de segurança interna estabelecimentos situados em distrito, região
nos termos da lei, bem como os autónoma ou ilha diferentes daqueles por onde
bombeiros e agentes da protecção civil, se encontram inscritos no recenseamento
que se encontrem em situação análoga eleitoral. (Redacção dada pela Lei Orgânica n.º
à prevista na alínea anterior; 3/2010, de 15 de dezembro)
(Redacção dada pela Lei Orgânica n.º 4 — Podem ainda votar antecipadamente os
3/2010, de 15 de dezembro) seguintes eleitores recenseados no território
c) Os trabalhadores marítimos e nacional e deslocados no estrangeiro:
aeronáuticos, bem como os ferroviários
a) Militares, agentes militarizados e civis
e os rodoviários de longo curso que por
integrados em operações de
força da sua actividade profissional se
manutenção de paz, cooperação
encontrem presumivelmente
técnico -militar ou equiparadas;
embarcados ou deslocados no dia da
b) Médicos, enfermeiros e outros
realização do referendo;
cidadãos integrados em missões
d) Os eleitores que por motivo de
humanitárias, como tal reconhecidas
doença se encontrem internados ou
pelo Ministério dos Negócios
presumivelmente internados em
Estrangeiros;
estabelecimento hospitalar e
c) Investigadores e bolseiros em
impossibilitados de se deslocar à
instituições universitárias ou
assembleia de voto;
equiparadas, como tal reconhecidas
e) Os eleitores que se encontrem presos.
pelo ministério competente;
d) Estudantes inscritos em instituições
de ensino ou que as frequentem ao
abrigo de programas de intercâmbio;

644
Autarquias Locais - Legislação Nacional
e) Os eleitores doentes em tratamento 7 - O presidente da junta de freguesia
no estrangeiro, bem como os seus entrega ao eleitor recibo comprovativo do
acompanhantes. (Redacção dada pela exercício do direito de voto, do qual constam o
Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de nome, residência, número do bilhete de
dezembro) identidade e assembleia de voto a que pertence,
bem como o respectivo número de inscrição no
5 — Podem ainda votar antecipadamente os
recenseamento, assina o documento e
cidadãos eleitores cônjuges ou equiparados,
autentica-o com o carimbo ou selo branco da
parentes ou afins que vivam com os eleitores
autarquia.
mencionados no número anterior. (Redacção
8 - O presidente da junta de freguesia
dada pela Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de
elabora uma acta das operações efectuadas,
dezembro)
nela mencionando o nome, o número de
6 - Só são considerados os votos recebidos
inscrição e a freguesia onde o eleitor se encontra
na sede da junta de freguesia correspondente à
inscrito, enviando cópia da mesma à assembleia
assembleia de voto em que o eleitor deveria
de apuramento geral.
votar, até ao dia anterior ao da realização do
9 - A junta de freguesia remete os votos
referendo. (Redacção dada pela Lei Orgânica n.º
referidos nos números anteriores ao presidente
3/2010, de 15 de dezembro)
da mesa da assembleia de voto até à hora
prevista no n.º 1 do artigo 105.º
Artigo 119.º
10 - Os partidos e grupos de cidadãos
Modo de exercício do direito de voto
intervenientes na campanha para o referendo
antecipado por razões profissionais
podem nomear, nos termos gerais, delegados
para fiscalizar as operações referidas nos n.os 1
1 — Os eleitores que se encontrem nas
a 8.
condições previstas nas alíneas a), b), c), f) e g)
do n.º 1 do artigo anterior podem dirigir -se ao
Artigo 120.º
presidente da câmara do município em cuja área
Modo de exercício por doentes e por presos
se encontre recenseado, entre o 10.º e o 5.º
dias anteriores ao do referendo, manifestando a
1 — Os eleitores que se encontrem nas
sua vontade de exercer antecipadamente o
condições previstas nas alíneas d) e e) do n.º 1
direito de sufrágio. (Redacção dada pela Lei
do artigo 118.º podem requerer, por meios
Orgânica n.º 3/2010, de 15 de dezembro)
electrónicos ou por via postal, ao presidente da
2 — O eleitor identifica -se da forma prevista
câmara do município em que se encontrem
nos n.os 1 e 2 do artigo 116.º e faz prova do
recenseados, até ao 20.º dia anterior ao do
impedimento invocado através de documento
referendo, a documentação necessária ao
assinado pelo seu superior hierárquico, pela
exercício do direito de voto, enviando cópias do
entidade patronal ou outro que comprove
seu cartão de cidadão ou bilhete de identidade e
suficientemente a existência do impedimento ao
cartão ou certidão de eleitor, juntando
normal exercício do direito de voto. (Redacção
documento comprovativo do impedimento
dada pela Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de
invocado, passado pelo médico assistente e
dezembro)
confirmado pela direcção do estabelecimento
3 - O presidente da junta de freguesia
hospitalar, ou documento emitido pelo director
entrega ao eleitor um boletim de voto e dois
do estabelecimento prisional, conforme os casos.
sobrescritos.
(Redacção dada pela Lei Orgânica n.º 3/2010,
4 - Um dos sobrescritos, de cor branca,
de 15 de dezembro)
destina-se a receber o boletim de voto e o outro,
2 - O autarca referido no número anterior
de cor azul, a conter o sobrescrito anterior e o
enviará por correio registado com aviso de
documento comprovativo a que se refere o n.º
recepção, até ao 17.º dia anterior ao do
2.
referendo:
5 - O eleitor preenche o boletim em
condições que garantam o segredo de voto, a) Ao eleitor, a documentação necessária
dobra-o em quatro e introdu-lo no sobrescrito de ao exercício do direito de voto,
cor branca, que fecha adequadamente. acompanhada dos documentos
6 - Em seguida, o sobrescrito de cor branca é enviados pelo eleitor;
introduzido no sobrescrito de cor azul b) Ao presidente da junta de freguesia
juntamente com o referido documento da área onde se encontrem eleitores
comprovativo, sendo o sobrescrito azul fechado, nas condições definidas no n.º 1, a
lacrado e assinado no verso, de forma legível, relação nominal dos referidos eleitores
pelo presidente da junta de freguesia e pelo e a indicação dos estabelecimentos
eleitor. hospitalares ou prisionais abrangidos.

645
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - O presidente da junta de freguesia onde 3 — As operações eleitorais previstas nos
se situe o estabelecimento hospitalar ou números anteriores podem ser fiscalizadas pelos
prisional onde o eleitor se encontra internado partidos e grupos de cidadãos eleitores
notifica, até ao 16.º dia anterior ao do intervenientes na campanha para o referendo
referendo, os partidos e grupos de cidadãos que nomeiem delegados até ao 16.º dia anterior
intervenientes na campanha para o referendo, ao do referendo.
para cumprimento dos fins previstos no n.º 10
do artigo anterior, dando conhecimento de quais Artigo 120.º -B
os estabelecimentos onde se realiza o voto Modo de exercício do voto por
antecipado. estudantes
4 - A nomeação de delegados dos partidos e (Aditado pela Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de
grupos de cidadãos deve ser transmitida ao dezembro)
presidente da junta de freguesia até ao 14.º dia
anterior ao do referendo. 1 — Os eleitores que se encontrem nas
5 - Entre o 13.º e o 10.º dia anteriores ao do condições previstas no n.º 3 do artigo 118.º
referendo, o presidente da junta de freguesia podem requerer, por meios electrónicos ou por
em cuja área se encontre situado o via postal, ao presidente da câmara do
estabelecimento hospitalar ou prisional com município em que se encontrem recenseados a
eleitores nas condições do n.º 1 desloca-se, em documentação necessária ao exercício do direito
dia e hora previamente anunciados ao de voto no prazo e nas condições previstas nos
respectivo director e aos delegados de justiça, n.os 1 e 2 do artigo 120.º
ao estabelecimento a fim de ser dado 2 — O documento comprovativo do
cumprimento, com as necessárias adaptações, impedimento do eleitor consiste numa
ditadas pelos constrangimentos dos regimes declaração emitida pela direcção do
hospitalares ou prisionais, ao disposto nos n.os estabelecimento de ensino que ateste a sua
4, 5, 6, 7, 8 e 9 do artigo anterior. admissão ou frequência.
6 - A junta de freguesia destinatária dos 3 — O exercício do direito de voto faz -se
votos recebidos dá cumprimento ao disposto no perante o presidente da câmara do município
n.º 9 do artigo anterior. onde o eleitor frequente o estabelecimento de
ensino, no prazo e termos previstos nos n.os 3 a
Artigo 120.º -A 6 do artigo 120.º.
Modo de exercício do direito de voto
antecipado por eleitores deslocados no SECÇÃO IV
estrangeiro Garantias de liberdade do sufrágio
(Aditado pela Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de
dezembro) Artigo 121.º
Dúvidas, reclamações, protestos e
1 — Os eleitores que se encontrem nas contraprotestos
condições previstas nos n.os 2, 4 e 5 do artigo
118.º podem exercer o direito de sufrágio entre 1 - Além dos delegados dos partidos e grupos
o 12.º e o 10.º dias anteriores ao do referendo, de cidadãos intervenientes na campanha para o
junto das representações diplomáticas, referendo, qualquer eleitor pertencente a uma
consulares ou nas delegações externas dos assembleia de voto pode suscitar dúvidas e
ministérios e instituições públicas portuguesas apresentar por escrito reclamações, protestos e
previamente definidas pelo Ministério dos contraprotestos relativos às operações da
Negócios Estrangeiros, nos termos previstos no mesma assembleia e instruí-los com os
artigo 119.º, sendo a intervenção do presidente documentos convenientes.
da câmara municipal da competência do 2 - A mesa não pode recusar-se a receber as
funcionário diplomático designado para o efeito, reclamações, os protestos e os contraprotestos e
a quem cabe remeter a correspondência eleitoral deve rubricá-los e apensá-los à acta.
pela via mais expedita à junta de freguesia 3 - As reclamações, os protestos e os
respectiva. contraprotestos têm de ser objecto de
2 — No caso dos eleitores mencionados nas deliberação da mesa, que pode tomá-la no final
alíneas a) e b) do n.º 4 do artigo 118.º, o se entender que isso não afecta o andamento
Ministério dos Negócios Estrangeiros, se normal da votação.
reconhecer a impossibilidade da sua deslocação 4 - Todas as deliberações da mesa são
aos locais referidos no número anterior, designa tomadas por maioria absoluta dos membros
um funcionário diplomático, que procede à presentes e fundamentadas, tendo o presidente
recolha da correspondência eleitoral, no período voto de qualidade.
acima referido.

646
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 122.º Artigo 125.º
Polícia da assembleia de voto Deveres dos profissionais de comunicação
social
1 - Compete ao presidente da mesa,
coadjuvado pelos vogais, assegurar a liberdade Os profissionais de comunicação social que
dos eleitores, manter a ordem e em geral no exercício das suas funções se desloquem às
policiar a assembleia, adoptando para o efeito as assembleias de voto não podem:
providências necessárias.
a) Colher imagens ou aproximar-se das
2 - Não são admitidos na assembleia de voto
câmaras de voto por forma que possa
os eleitores que se encontrem manifestamente
comprometer o segredo do voto;
sob o efeito do álcool ou de estupefacientes, ou
b) Obter no interior da assembleia de
que sejam portadores de qualquer arma ou
voto ou no seu exterior, até à distância
instrumento susceptível de como tal ser usado.
de 500 m, outros elementos de
reportagem que igualmente possam
Artigo 123.º
comprometer o segredo do voto;
Proibição de propaganda
c) Perturbar de qualquer modo o acto da
votação.
1 - É proibida qualquer propaganda dentro
das assembleias de voto e fora delas até à
Artigo 126.º
distância de 500 m.
Difusão e publicação de notícias e
2 - Por propaganda entende-se também a
reportagens
exibição de símbolos, siglas, sinais, distintivos
ou autocolantes de quaisquer partidos,
As notícias, as imagens ou outros elementos
coligações ou grupos de cidadãos, ou
de reportagem colhidos nas assembleias de
representativos de posições assumidas perante
voto, incluindo os resultados do apuramento
o referendo.
parcial, só podem ser difundidos ou publicados
após o encerramento de todas as assembleias
Artigo 124.º
de voto.
Proibição de presença de forças de
segurança e casos em que podem
CAPÍTULO V
comparecer
Apuramento
1 - Nos locais onde se reunirem as
SECÇÃO I
assembleias de voto e num raio de 100 m é
Apuramento parcial
proibida a presença de forças de segurança,
salvo nos casos previstos nos números
Artigo 127.º
seguintes.
Operação preliminar
2 - Quando for necessário pôr termo a algum
tumulto ou obstar a qualquer agressão ou
Encerrada a votação, o presidente da
violência dentro do edifício da assembleia de
assembleia de voto procede à contagem dos
voto ou na sua proximidade, e ainda em caso de
boletins que não tiverem sido utilizados, bem
desobediência às suas ordens, pode o presidente
como dos inutilizados pelos eleitores e encerra-
da mesa, consultada esta, requisitar a presença
os com a necessária especificação em
de forças de segurança, sempre que possível por
sobrescrito próprio, que fecha e lacra para os
escrito, mencionando na acta das operações as
efeitos do artigo 95.º
razões e o período da respectiva presença.
3 - Quando o comandante das forças de
Artigo 128.º
segurança verificar a existência de fortes indícios
Contagem dos votantes e dos boletins de
de que se exerce sobre os membros da mesa
voto
coacção física ou psíquica que impeça o
presidente de fazer a requisição, pode
1 - Concluída a operação preliminar, o
apresentar-se a este por iniciativa própria, mas
presidente manda contar o número de votantes
deve retirar-se logo que pelo presidente ou por
pelas descargas efectuadas nos cadernos de
quem o substitua tal lhe seja determinado.
recenseamento.
4 - Quando o entenda necessário, o
2 - Em seguida, manda abrir a urna a fim de
comandante da força de segurança pode visitar,
conferir o número de boletins de voto entrados
desarmado e por um período máximo de dez
e, no fim da contagem, volta a introduzi-los
minutos, a assembleia de voto, a fim de
nela.
estabelecer contacto com o presidente da mesa
3 - Em caso de divergência entre o número
ou com quem o substitua.
dos votantes apurados e o dos boletins de voto
contados prevalece, para efeitos de apuramento,
o segundo destes números.

647
Autarquias Locais - Legislação Nacional
4 - Do número de boletins de voto contados é 2 - Considera-se ainda como voto nulo o voto
dado imediato conhecimento público através de antecipado quando o sobrescrito com o boletim
edital que o presidente lê em voz alta e manda de voto não chegue ao seu destino nas
afixar à porta da assembleia de voto. condições previstas nos artigos 119.º e 120.º ou
seja recebido em sobrescrito que não esteja
Artigo 129.º adequadamente fechado.
Contagem dos votos
Artigo 133.º
1 - Um dos escrutinadores desdobra os Direitos dos delegados dos partidos e dos
boletins, um a um, e anuncia em voz alta qual a grupos de cidadãos
resposta a cada uma das perguntas submetidas
ao eleitorado. 1 - Depois das operações previstas nos
2 - O outro escrutinador regista num quadro artigos 128.º e 129.º, os delegados dos partidos
bem visível, ou não sendo tal possível numa e dos grupos de cidadãos têm o direito de
folha branca, a resposta atribuída a cada examinar os lotes dos boletins separados, bem
pergunta, os votos em branco e os votos nulos. como os correspondentes registos, sem alterar a
3 - Simultaneamente, os boletins de voto são sua composição e, no caso de terem dúvidas ou
examinados e exibidos pelo presidente, que, objecções em relação à contagem ou à
com a ajuda de um dos vogais, os agrupa em qualificação dada ao voto de qualquer boletim,
lotes separados, correspondentes aos votos têm o direito de solicitar esclarecimentos ou
validamente expressos, aos votos em branco e apresentar reclamações ou protestos perante o
aos votos nulos. presidente.
4 - Terminadas as operações previstas nos 2 - Se a reclamação ou protesto não for
números anteriores, o presidente procede à atendido pela mesa, os boletins de voto
contraprova dos boletins de cada um dos lotes reclamados ou protestados são separados,
separados e pela verificação dos requisitos anotados no verso com a indicação da
previstos no n.º 2. qualificação dada pela mesa e do objecto da
reclamação ou do protesto, e rubricados pelo
Artigo 130.º presidente da mesa e pelo delegado do partido
Votos válidos ou do grupo de cidadãos.
3 - A reclamação ou o protesto não atendidos
Excepcionados os votos referidos no artigo não impedem a contagem do boletim de voto
seguinte, consideram-se válidos os votos em para o efeito de apuramento parcial.
que o leitor haja assinalado correctamente as
respostas a uma ou mais das questões Artigo 134.º
formuladas. Edital do apuramento parcial

Artigo 131.º O apuramento é imediatamente publicado por


Votos em branco edital afixado à porta do edifício da assembleia
de voto em que se discriminam o número de
Considera-se voto em branco o respostas afirmativas ou negativas a cada
correspondente a boletim de voto que não pergunta, o número de votos em branco e o de
contenha qualquer sinal ou aquele em que não votos nulos.
figure nenhuma resposta.
Artigo 135.º
Artigo 132.º Comunicação para efeito de escrutínio
Voto nulo provisório
(Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de
1 - Considera-se voto nulo, no tocante a 30 de novembro)
qualquer das perguntas, o correspondente ao
boletim: 1 - Os presidentes das mesas das
assembleias de voto comunicam imediatamente
a) No qual tenha sido assinalado mais de
à junta de freguesia ou à entidade para esse
um quadrado correspondente à mesma
efeito designada pelo director-geral de
pergunta;
Administração Interna ou pelo Representante da
b) No qual haja dúvidas quanto ao
República, consoante os casos, os elementos
quadrado assinalado;
constantes do edital previsto no número
c) No qual tenha sido feito qualquer
anterior.
corte, desenho ou rasura;
2 - A entidade a quem é feita a comunicação
d) No qual tenha sido escrita qualquer
apura os resultados do referendo na freguesia e
palavra.
comunica-os imediatamente ao director-geral de
Administração Interna ou ao Representante da
República.

648
Autarquias Locais - Legislação Nacional
3 - O Representante da República transmite m) Quaisquer outras ocorrências que a
imediatamente os resultados à Direcção-Geral mesa julgue dever mencionar.
de Administração Interna.
Artigo 139.º
Artigo 136.º Envio à assembleia de apuramento geral
Destino dos boletins de votos nulos ou
objecto de reclamação ou protesto Nas vinte e quatro horas seguintes à votação,
os presidentes das mesas das assembleias de
Os boletins de votos nulos ou sobre os quais voto entregam pessoalmente, contra recibo, ou
tenha havido reclamação ou protesto são, depois remetem, pelo seguro do correio, as actas, os
de rubricados, remetidos à assembleia de cadernos e demais documentos respeitantes ao
apuramento geral com os documentos que lhe referendo ao presidente da assembleia de
digam respeito. apuramento geral.

Artigo 137.º SECÇÃO II


Destino dos restantes boletins de voto Apuramento geral

1 - Os restantes boletins de voto, Artigo 140.º


devidamente empacotados e lacrados, são Assembleia de apuramento geral
confiados à guarda do juiz de direito da
comarca. O apuramento geral dos resultados do
2 - Esgotado o prazo para interposição dos referendo compete a uma assembleia
recursos contenciosos, ou decididos constituída para o efeito, que funciona no
definitivamente estes, o juiz promove a edifício da câmara municipal.
destruição dos boletins.
Artigo 141.º
Artigo 138.º Composição
Acta das operações de votação e
apuramento 1 - Compõem a assembleia de apuramento
geral:
1 - Compete ao secretário da mesa proceder
a) Um magistrado judicial ou seu
à elaboração da acta das operações de votação
substituto legal, e, na sua falta, um
e apuramento.
cidadão de comprovada idoneidade
2 - Da acta devem constar:
cívica, designado pelo presidente do
a) Os números de inscrição no tribunal da relação do distrito judicial
recenseamento e os nomes dos respectivo, que servirá de presidente,
membros da mesa e dos delegados dos com voto de qualidade;
partidos e grupos de cidadãos b) Dois juristas de reconhecido mérito
intervenientes; escolhidos pelo presidente;
b) O local da assembleia de voto e a c) Dois licenciados em Matemática que
hora de abertura e de encerramento; leccionem na área do concelho,
c) As deliberações tomadas pela mesa designados pela direcção escolar
durante as operações; respectiva;
d) O número total de eleitores inscritos, d) O chefe da secretaria da câmara
o de votantes e o de não votantes; municipal respectiva, que servirá de
e) Os números de inscrição no secretário, sem direito de voto.
recenseamento dos eleitores que
2 - As assembleias de apuramento geral dos
votaram por antecipação;
concelhos de Lisboa e do Porto podem ter
f) O número das respostas afirmativas
composição alargada, através da designação de
ou negativas obtidas por cada
mais um jurista de reconhecido mérito e de um
pergunta;
licenciado em Matemática, nos termos do
g) O número de respostas em branco a
número anterior.
cada pergunta;
3 - Os partidos e grupos de cidadãos
h) O número de votos totalmente em
intervenientes na campanha podem fazer-se
branco e o de votos nulos;
representar por delegados devidamente
i) O número de boletins de voto sobre os
credenciados, sem direito de voto, mas com
quais haja incidido reclamação ou
direito de reclamação, protesto e contraprotesto.
protesto;
j) As divergências de contagem, se
Artigo 142.º
tiverem existido, a que se refere o n.º
Constituição e início das operações
3 do artigo 128.º, com indicação
precisa das diferenças notadas;
1 - A assembleia deve estar constituída até à
l) O número de reclamações, protestos e
antevéspera do dia do referendo, dando-se
contraprotestos apensos à acta;

649
Autarquias Locais - Legislação Nacional
imediatamente conhecimento público dos nomes base nos elementos já recebidos, designando o
dos cidadãos que a compõem através de edital presidente nova reunião, dentro das quarenta e
afixado à porta do edifício da câmara municipal. oito horas seguintes, para se concluírem os
trabalhos, tomando entretanto as necessárias
2 - As designações a que se refere a alínea c) providências para que a falta seja reparada.
do n.º 1 do artigo anterior devem ser
comunicadas ao presidente até três dias antes Artigo 145.º
das eleições. Proclamação e publicação dos resultados
3 - A assembleia de apuramento geral inicia
as suas operações às 9 horas do 2.º dia seguinte 1 - A proclamação pelo presidente e a
ao da realização do referendo. publicação dos resultados fazem-se até ao 4.º
4 - Em caso de adiamento ou declaração de dia posterior ao da votação.
nulidade da votação em qualquer assembleia de 2 - A publicação consta de edital afixado à
voto, o início das operações tem lugar no 2.º dia porta do edifício da câmara municipal.
seguinte ao da votação, para completar as
operações de apuramento. Artigo 146.º
Acta do apuramento geral
Artigo 143.º
Conteúdo do apuramento geral 1 - Do apuramento é lavrada acta de que
constem os resultados das respectivas
1 - O apuramento geral consiste: operações.
2 - Nos dois dias posteriores àquele em que
a) Na verificação do número total de
se conclua o apuramento geral, o presidente
eleitores inscritos;
envia pelo seguro do correio dois exemplares da
b) Na verificação dos números totais de
acta à Comissão Nacional de Eleições.
votantes e de não votantes, com as
respectivas percentagens
Artigo 147.º
relativamente ao número total de
Mapa dos resultados do referendo
inscritos;
c) Na verificação dos números totais de
1 - A Comissão Nacional de Eleições elabora
votos em branco, de votos nulos e de
um mapa oficial com os resultados do referendo
votos validamente expressos, com as
de que constem:
respectivas percentagens
relativamente ao número total de a) Número total de eleitores inscritos;
votantes; b) Números totais de votantes e de não
d) Na verificação dos números totais de votantes, com as respectivas
respostas afirmativas e negativas às percentagens em relação ao número
perguntas submetidas ao eleitorado, total de inscritos;
com as respectivas percentagens c) Números totais de votos validamente
relativamente ao número total de votos expressos, de votos em branco e de
validamente expressos; votos nulos, com as respectivas
e) Na verificação do número de percentagens relativamente ao número
respostas em branco em relação a cada total de votantes;
pergunta, com as correspondentes d) Número total de respostas afirmativas
percentagens relativamente ao número e negativas a cada pergunta submetida
total dos respectivos votantes. ao eleitorado, com as respectivas
percentagens relativamente ao número
2 - O apuramento geral consiste ainda na
total de votos validamente expressos;
reapreciação e decisão uniforme relativa aos
e) Número total de respostas em branco
boletins de voto objecto de reclamação ou
em relação a cada pergunta com as
protesto e aos considerados nulos.
respectivas percentagens
3 - Em resultado das operações previstas no
relativamente ao número total de
número anterior, a assembleia corrige, se for
votantes.
caso disso, o apuramento da respectiva
assembleia de voto. 2 - A Comissão Nacional de Eleições enviará
o mapa, no prazo de oito dias, consoante os
Artigo 144.º casos, ao presidente da assembleia municipal ou
Elementos do apuramento geral da assembleia de freguesia.
3 - O presidente do órgão em causa dá
1 - O apuramento geral será feito com base conhecimento do mapa dos resultados do
nas actas das operações das assembleias de referendo à assembleia, em reunião
voto, nos cadernos de recenseamento e nos extraordinária, se necessário, e diligência no
demais documentos que os acompanharem. sentido da publicação do mapa através de edital
2 - Se faltarem os elementos de alguma a afixar, num prazo de três dias, nos locais de
assembleia de voto, o apuramento inicia-se com estilo da área da autarquia a que diga respeito

650
Autarquias Locais - Legislação Nacional
ou, caso exista, através de boletim da autarquia ou protesto apresentados por escrito no acto em
ou de anúncio em dois dos jornais de maior que se tiverem verificado.
circulação na totalidade da área abrangida.
4 - A não publicação nos termos do número Artigo 152.º
anterior implica ineficácia jurídica do referendo. Legitimidade

Artigo 148.º Da decisão sobre a reclamação, protesto ou


Destino da documentação contraprotesto podem recorrer, além do
respectivo apresentante, os delegados ou
1 - Os cadernos de recenseamento e demais representantes dos partidos ou grupos de
documentação presente à assembleia de cidadãos intervenientes na campanha.
apuramento geral, bem com a acta desta, são
confiados à guarda e responsabilidade do Artigo 153.º
tribunal da comarca correspondente à área de Tribunal competente e prazo
realização do referendo.
2 - Terminado o prazo de recurso contencioso O recurso contencioso é interposto perante o
ou decididos os recursos que tenham sido Tribunal Constitucional no dia seguinte ao da
apresentados, o tribunal procede à destruição de afixação do edital contendo os resultados do
todos os documentos, com excepção das actas apuramento.
das assembleias de voto.
Artigo 154.º
Artigo 149.º Processo
Certidões ou fotocópias da acta de
apuramento geral 1 - A petição de recurso especifica os
respectivos fundamentos de facto e de direito e
1 - Aos partidos ou grupos de cidadãos é acompanhada de todos os elementos de
intervenientes na campanha para o referendo prova.
que o requeiram, são emitidas certidões ou 2 - No caso de recurso relativo a assembleias
fotocópias da acta de apuramento geral. de apuramento com sede em Região Autónoma,
2 - As certidões ou fotocópias da acta de a interposição e fundamentação podem ser
apuramento geral são emitidas pela secretaria feitas por via telegráfica, por telex ou fax, sem
do tribunal responsável pela sua guarda no prejuízo do posterior envio de todos os
prazo de três dias. elementos de prova.
3 - Os representantes dos restantes partidos
SECÇÃO III ou grupos de cidadãos intervenientes na
Apuramento em caso de adiamento ou campanha para o referendo são imediatamente
nulidade da votação notificados para responderem, querendo, no
prazo de um dia.
Artigo 150.º 4 - O Tribunal Constitucional decide
Regras especiais de apuramento definitivamente em plenário no prazo de dois
dias a contar do termo do prazo previsto no
1 - No caso de adiamento de qualquer número anterior.
votação nos termos do artigo 112.º, a 5 - É aplicável ao contencioso da votação e
assembleia de apuramento geral reunir-se-á no do apuramento o disposto no Código de
dia subsequente à realização dessa votação para Processo Civil quanto ao processo declarativo,
proceder ao respectivo apuramento e aos com as necessárias adaptações.
ajustamentos a introduzir no apuramento
entretanto realizado. Artigo 155.º
2 - A proclamação e a publicação terão lugar Efeitos da decisão
até ao 11.º dia subsequente à votação.
3 - O disposto nos números anteriores é 1 - A votação em qualquer assembleia de
aplicável em caso de declaração de nulidade de voto só é julgada nula quando se hajam
qualquer votação. verificado ilegalidades que possam influir no
resultado geral do referendo.
CAPÍTULO VI 2 - Declarada a nulidade da votação numa ou
Contencioso da votação e do apuramento mais assembleias de voto, as operações
correspondentes são repetidas no segundo
Artigo 151.º domingo posterior à decisão.
Pressuposto do recurso contencioso

As irregularidades ocorridas no decurso da


votação e das operações de apuramento parcial
ou geral podem ser apreciadas em recurso,
desde que tenham sido objecto de reclamação

651
Autarquias Locais - Legislação Nacional
CAPÍTULO VII Artigo 161.º
Despesas públicas respeitantes ao Encargos com a composição e a impressão
referendo dos boletins de voto

Artigo 156.º As despesas com a composição e a impressão


Âmbito das despesas respeitantes ao dos boletins de voto são satisfeitas por verbas
referendo sujeitas a inscrição no orçamento do Ministério
da Administração Interna, através do
Constituem despesas públicas respeitantes ao Secretariado Técnico dos Assuntos para o
referendo os encargos públicos resultantes dos Processo Eleitoral.
actos de organização e concretização do
processo de votação, bem como da divulgação Artigo 162.º
de elementos com estes relacionados. Despesas com deslocações

Artigo 157.º 1 - As deslocações realizadas por indivíduos


Despesas locais e centrais não vinculados à Administração Pública no
exercício de funções para que tenham sido
1 - As despesas são locais e centrais. legalmente designados no âmbito da efectivação
2 - Constituem despesas locais as realizadas do referendo ficam sujeitas ao regime jurídico
pelos órgãos das autarquias locais ou por aplicável, nesta matéria, aos funcionários
qualquer outra entidade a nível local. públicos.
3 - Constituem despesas centrais as 2 - O pagamento a efectivar, a título de
realizadas pela Comissão Nacional de Eleições e ajudas de custo, pelas deslocações a que se
pelo Secretariado Técnico dos Assuntos para o refere o número anterior é efectuado com base
Processo Eleitoral ou outros serviços da no estabelecido para a categoria de técnico
administração central no exercício das suas superior de 1.ª classe, 1.º escalão, nas tabelas
atribuições. correspondentes da função pública.

Artigo 158.º Artigo 163.º


Trabalho extraordinário Transferência de verbas

Os trabalhos relativos à efectivação de 1 - O Estado, através do Ministério da


referendo que devam ser executados por Administração Interna, comparticipa nas
funcionários ou agentes da Administração despesas a que alude o n.º 1 do artigo 160.º,
Pública para além do respectivo período normal mediante transferência de verbas do seu
de trabalho são remunerados, nos termos da lei orçamento para as autarquias.
vigente, como trabalho extraordinário. 2 - Os montantes a transferir são calculados
de acordo com a seguinte fórmula:
Artigo 159.º Montante a transferir = V + A x E
Atribuição de tarefas em que:
V é a verba mínima, em escudos, por
No caso de serem atribuídas tarefas a autarquia;
entidade não vinculada à Administração Pública, E o número de eleitores por autarquia;
a respectiva remuneração tem lugar na medida A o coeficiente de ponderação, expresso em
do trabalho prestado, nos termos da lei. escudos por eleitor.
3 - Os valores V e A são fixados por decreto-
Artigo 160.º lei.
Pagamento das despesas 4 - Em caso de referendo municipal, a verba
atribuída é consignada às freguesias da
1 - As despesas locais são satisfeitas por respectiva área, de acordo com o critério
verbas sujeitas a inscrição no orçamento das estabelecido no n.º 2.
respectivas autarquias locais. 5 - A verba prevista no número anterior é
2 - As despesas centrais são satisfeitas pelo transferida até 30 dias antes do início da
Secretariado Técnico dos Assuntos para o campanha para o referendo.
Processo Eleitoral, mediante verba sujeita a 6 - Nas situações a que alude o n.º 4, a
inscrição no respectivo orçamento. transferência para a freguesia ocorrerá no prazo
3 - As despesas efectuadas por outras de cinco dias a contar da data em que tenha
entidades no exercício de competência própria sido posta à disposição do município.
ou sem prévio assentimento das respectivas
autarquias locais ou do Ministério da
Administração Interna, consoante os casos, são
satisfeitas por aquelas entidades.

652
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 164.º
a) O facto de a infracção influir no
Dispensa de formalismos legais
resultado da votação;
b) Ser a infracção cometida por agente
1 - Na realização de despesas respeitantes à
com intervenção em actos de
efectivação do referendo é dispensada a
referendo;
precedência de formalidades que se mostrem
c) Ser a infracção cometida por membro
incompatíveis com os prazos e a natureza dos
de comissão recenseadora;
trabalhos a realizar e que não sejam de carácter
d) Ser a infracção cometida por membro
puramente contabilístico.
da mesa da assembleia de voto;
2 - A dispensa referida no número anterior
e) Ser a infracção cometida por membro
efectiva-se por despacho da entidade
da assembleia de apuramento;
responsável pela gestão do orçamento pelo qual
f) Ser a infracção cometida por
a despesa deve ser suportada.
representante ou delegado de partido
político ou de grupo de cidadãos
Artigo 165.º
formalizado nos termos da presente lei.
Dever de indemnização
SECÇÃO II
1 - O Estado indemniza as publicações
Ilícito penal
informativas, nos termos do disposto no artigo
60.º do regime do direito de antena nas eleições
SUBSECÇÃO I
presidenciais e legislativas, na redacção da Lei
Disposições gerais
n.º 35/95, de 18 de Agosto.
2 - A competente comissão arbitral é
Artigo 168.º
composta por um representante do Secretariado
Punição da tentativa
Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral, um
representante da Inspecção-Geral de Finanças e
A tentativa é sempre punível.
um representante designado pelas associações
do sector.
Artigo 169.º
Pena acessória de suspensão de direitos
Artigo 166.º
políticos
Isenções
À prática de crimes relativos ao referendo
São isentos de quaisquer taxas ou
pode corresponder, para além das penas
emolumentos, do imposto do selo e da taxa de
especialmente previstas na presente lei, pena
justiça, consoante os casos:
acessória de suspensão, de seis meses a cinco
a) Os requerimentos, incluindo os anos, dos direitos consignados nos artigos 49.º,
judiciais, relativos à efectivação do 50.º e 51.º, no n.º 3 do artigo 52.º e nos artigos
referendo; 122.º e 124.º da Constituição da República,
b) Os reconhecimentos notariais em atenta a concreta gravidade do facto.
documentos para efeitos de referendo;
c) As procurações forenses a utilizar em Artigo 170.º
reclamações e recursos previstos na Pena acessória de demissão
presente lei, devendo as mesmas
especificar o fim a que se destinam; À pratica de crimes relativos ao referendo por
d) Todos os documentos destinados a parte de funcionário público no exercício das
instruir quaisquer reclamações, suas funções pode corresponder,
protestos ou contraprotestos perante independentemente da medida da pena, a pena
as assembleias de voto ou de acessória de demissão, sempre que o crime tiver
apuramento, bem como quaisquer sido praticado com flagrante e grave abuso das
reclamações ou recursos previstos na funções ou com manifesta e grave violação dos
lei; deveres que lhe são inerentes, atenta a concreta
e) As certidões relativas ao apuramento. gravidade do facto.

CAPÍTULO VIII Artigo 171.º


Ilícito referendário Direito de constituição como assistente

SECÇÃO I Qualquer partido que tenha efectuado a


Princípios comuns declaração prevista no n.º 2 do artigo 37.º, ou
grupo de cidadãos, constituído nos termos e
Artigo 167.º para os efeitos da presente lei, pode constituir-
Circunstâncias agravantes se assistente em processo penal relativo a
referendo.
Constituem circunstâncias agravantes do
ilícito relativo ao referendo:

653
Autarquias Locais - Legislação Nacional
SUBSECÇÃO II Artigo 177.º
Crimes relativos à campanha para Propaganda no dia do referendo
referendo
1 - Quem no dia do referendo fizer
Artigo 172.º propaganda por qualquer meio é punido com
Violação dos deveres de neutralidade e pena de multa não inferior a 50 dias.
imparcialidade 2 - Quem no mesmo dia fizer propaganda em
assembleia de voto ou nas suas imediações até
Quem, no exercício das suas funções, 500 m é punido com pena de prisão até 3 meses
infringir os deveres de neutralidade ou ou pena de multa não inferior a 30 dias.
imparcialidade, constantes do artigo 43.º, é
punido com pena de prisão até 2 anos ou pena SUBSECÇÃO III
de multa até 240 dias. Crimes relativos à organização do processo
de votação
Artigo 173.º
Utilização indevida de denominação, sigla Artigo 178.º
ou símbolo Desvio de boletins de voto

Quem, durante a campanha para o referendo Quem subtrair, retiver ou impedir a


e com o intuito de prejudicar ou injuriar, utilizar distribuição de boletins de voto, ou por qualquer
denominação, sigla ou símbolo de qualquer meio contribuir para que estes não cheguem ao
partido, coligação ou grupo de cidadãos é punido seu destino no tempo legalmente estabelecido, é
com pena de prisão até 1 ano ou pena de multa punido com pena de prisão de 3 meses a 2 anos
até 120 dias. ou pena de multa não inferior a 100 dias.

Artigo 174.º SUBSECÇÃO IV


Violação das liberdades de reunião e de Crimes relativos ao sufrágio e ao
manifestação apuramento

1 - Quem, por meio de violência ou Artigo 179.º


participação em tumulto, desordem ou vozearia, Fraude em acto referendário
perturbar gravemente reunião, comício,
manifestação ou desfile de propaganda é punido Quem, no decurso da efectivação do
com pena de prisão até 1 ano ou pena de multa referendo:
até 120 dias.
a) Se apresentar fraudulentamente a
2 - Quem, da mesma forma, impedir a
votar tomando a identidade do eleitor
realização ou prosseguimento de reunião,
inscrito;
comício, manifestação ou desfile é punido com
b) Votar em mais de uma assembleia de
pena de prisão até 2 anos ou pena de multa até
voto, ou mais de uma vez na mesma
240 dias.
assembleia, ou em mais de um boletim
de voto, ou actuar por qualquer forma
Artigo 175.º
que conduza a um falso apuramento do
Dano em material de propaganda
escrutínio;
c) Falsear o apuramento, a publicação
1 - Quem roubar, furtar, destruir, rasgar,
ou a acta oficial do resultado da
desfigurar ou por qualquer forma inutilizar ou
votação;
tornar ilegível, no todo ou em parte, material de
propaganda durante o período da campanha é punido com pena de prisão até 2 anos ou
para o referendo é punido com pena de prisão com pena de multa até 240 dias.
até 6 meses ou pena de multa até 60 dias.
2 - Não são punidos os factos previstos no Artigo 180.º
número anterior se o material tiver sido afixado Violação do segredo de voto
em casa ou em estabelecimento de agente, sem
conhecimento deste, ou tiver sido afixado antes Quem em assembleia de voto ou nas suas
do início da campanha. imediações até 500 m:

Artigo 176.º a) Usar de coacção ou artifício


Desvio de correspondência fraudulento de qualquer natureza ou se
servir do seu ascendente sobre eleitor
O empregado dos correios que para obter a revelação do voto deste é
desencaminhar, retiver ou não entregar ao punido com pena de prisão até 1 ano
destinatário circular, cartazes ou outro meio de ou pena de multa até 120 dias;
propaganda é punido com pena de prisão de 6 b) Der a outrem conhecimento do
meses a 3 anos ou pena de multa de 60 a 360 sentido de voto de um eleitor é punido
dias. com pena de multa até 60 dias;

654
Autarquias Locais - Legislação Nacional
c) Revelar como votou ou vai votar é fim de que vote ou deixe de votar ou porque
punido com pena de multa até 60 dias. votou ou não votou em certo sentido, ou ainda
porque participou ou não participou em
Artigo 181.º campanha para o referendo é punido com pena
Admissão ou exclusão abusiva do voto de prisão até 2 anos ou com pena de multa até
240 dias, sem prejuízo da nulidade da sanção e
Os membros de mesa de assembleia de voto da automática readmissão no emprego se o
que contribuírem para que seja admitido a votar despedimento tiver chegado a efectivar-se.
quem não tenha direito de sufrágio ou não o
possa exercer nessa assembleia, bem como os Artigo 187.º
que contribuírem para a exclusão de quem o Fraude e corrupção do eleitor
tiver, são punidos com pena de prisão até 2
anos ou com pena de multa até 240 dias. 1 - Quem, mediante artifício fraudulento,
levar o eleitor a votar, o impedir de votar,
Artigo 182.º conduzir a fazê-lo em certo sentido ou comprar
Não facilitação do exercício de sufrágio ou vender o voto é punido com pena de prisão
até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias.
Os responsáveis pelos serviços ou empresas 2 - Na mesma pena incorre aquele que
em actividade no dia da eleição que recusem aos oferecer, prometer ou conceder emprego público
respectivos funcionários ou trabalhadores ou privado ou outra vantagem a um ou mais
dispensa pelo tempo suficiente para que possam eleitores ou, por acordo com estes, a uma
votar são punidos com pena de prisão até 1 ano terceira pessoa mesmo quando a vantagem
ou com pena de multa até 120 dias. utilizada, prometida ou conseguida for
dissimulada a título de indemnização pecuniária
Artigo 183.º dada ao eleitor para despesas de viagem ou de
Impedimento do sufrágio por abuso de estada ou de pagamento de alimentos ou
autoridade bebidas ou a pretexto de despesas com a
campanha eleitoral.
O agente de autoridade que abusivamente, 3 - Em pena idêntica incorre ainda o eleitor
no dia do referendo, sob qualquer pretexto, fizer aceitante do benefício ou vantagem
sair do seu domicílio ou retiver fora dele provenientes da transacção do seu voto.
qualquer eleitor para que este não possa votar é
punido com pena de prisão até 2 anos ou com Artigo 188.º
pena de multa até 240 dias. Não assunção, não exercício ou abandono
de funções em assembleia de voto ou de
Artigo 184.º apuramento
Abuso de funções
Quem for designado para fazer parte de
O cidadão investido de poder público, o mesa de assembleia de voto ou como membro
funcionário ou agente do Estado ou de outra de assembleia de apuramento e, sem causa
pessoa colectiva pública e o ministro de justificativa, não assumir, não exercer ou
qualquer culto que se sirvam abusivamente das abandonar essas funções, é punido com pena de
funções ou do cargo para constranger ou induzir prisão até 6 meses ou com pena de multa até 60
eleitores a votar ou a deixar de votar em dias.
determinado sentido são punidos com pena de
prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240 Artigo 189.º
dias. Não exibição da urna

Artigo 185.º O presidente da mesa da assembleia de voto


Coacção de eleitor que não exibir a urna perante os eleitores é
punido com pena de prisão até 6 meses ou com
Quem, por meio de violência, ameaça de pena de multa até 60 dias.
violência ou de grave mal, constranger o eleitor
a votar, o impedir de votar ou o forçar a votar Artigo 190.º
num certo sentido é punido com pena de prisão Acompanhante infiel
até 5 anos, se pena mais grave lhe não couber
por força de outra disposição legal. Aquele que acompanhar ao acto de votar
eleitor afectado por doença ou deficiência física
Artigo 186.º notórias e não garantir com fidelidade a
Coacção relativa a emprego expressão ou o sigilo de voto é punido com pena
de prisão até 1 ano ou com pena de multa até
Quem aplicar ou ameaçar aplicar a um 120 dias.
cidadão qualquer sanção no emprego,
nomeadamente a de despedimento, ou o
impedir ou ameaçar impedir de obter emprego a

655
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 191.º 2 - Quem entrar armado em assembleia de
Introdução fraudulenta de boletim na urna voto ou apuramento, não pertencendo a força
ou desvio da urna ou de boletim de voto pública devidamente autorizada, é punido com
pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa
Quem fraudulentamente introduzir boletim de até 120 dias.
voto na urna antes ou depois do início da
votação, se apoderar da urna com os boletins de Artigo 196.º
voto nela recolhidos mas ainda não apurados ou Presença indevida em assembleia de voto
se apoderar de um ou mais boletins de voto em ou apuramento
qualquer momento, desde a abertura da
assembleia de voto até ao apuramento geral do Quem durante as operações de votação ou de
referendo, é punido com pena de prisão até 3 apuramento se introduzir na respectiva
anos ou pena de multa até 360 dias. assembleia sem ter direito a fazê-lo e se recusar
sair, depois de intimado pelo presidente, é
Artigo 192.º punido com pena de prisão até 6 meses ou com
Fraudes praticadas por membro da mesa de pena de multa até 60 dias.
assembleia de voto
Artigo 197.º
O membro da mesa de assembleia de voto Não comparência de força de segurança
que apuser ou consentir que se aponha nota de
descarga em eleitor que não votou ou que não a O comandante de força de segurança que
apuser em eleitor que tiver votado, que fizer injustificadamente deixar de cumprir os deveres
leitura infiel do boletim de voto ou de resposta a decorrentes do artigo 124.º é punido com pena
qualquer pergunta, que diminuir ou aditar voto a de prisão até 6 meses ou com pena de multa até
uma resposta no apuramento ou que de 120 dias.
qualquer modo falsear a verdade do referendo é
punido com pena de prisão até 2 anos ou com Artigo 198.º
pena de multa até 240 dias. Falsificação de boletins, actas ou
documentos relativos a referendo
Artigo 193.º
Obstrução à fiscalização Quem dolosamente alterar, ocultar,
substituir, destruir ou suprimir, por qualquer
Quem impedir a entrada ou a saída em modo, boletim de voto, acta de assembleia de
assembleia de voto ou de apuramento de voto ou de apuramento ou qualquer documento
qualquer delegado ou grupo de cidadãos respeitante a operações de referendo é punido
interveniente em campanha para referendo ou com pena de prisão até 2 anos ou com pena de
por qualquer modo tentar opor-se a que exerça multa até 240 dias.
os poderes que lhe são conferidos pela presente
lei é punido com pena de prisão até 6 meses ou Artigo 199.º
com pena de multa até 60 dias. Falso atestado de doença ou deficiência
física
Artigo 194.º
Recusa de receber reclamações, protestos O médico que atestar falsamente doença ou
ou contraprotestos deficiência física é punido com pena de prisão
até 1 ano ou pena de multa até 120 dias.
O presidente da mesa da assembleia de voto
ou de apuramento que ilegitimamente se Artigo 200.º
recusar a receber reclamação, protesto ou Desvio de voto antecipado
contraprotesto é punido com pena de prisão até
1 ano ou com pena de multa até 120 dias. O empregado do correio que desencaminhar,
retiver ou não entregar à junta de freguesia voto
Artigo 195.º antecipado, nos caso previstos nesta lei, é
Perturbação ou impedimento de assembleia punido com pena de prisão até 2 anos ou com
de voto ou de apuramento pena de multa até 240 dias.

1 - Quem, por meio de violência ou Artigo 201.º


participando em tumulto, desordem ou vozearia, Agravação
impedir ou perturbar gravemente a realização, o
funcionamento ou o apuramento de resultados As penas previstas nos artigos desta secção
de assembleia de voto ou de apuramento é são agravadas de um terço nos seus limites
punido com pena de prisão até 2 anos ou com mínimo e máximo nos casos previstos no artigo
pena de multa até 240 dias. 167.º

656
Autarquias Locais - Legislação Nacional
SECÇÃO III punida com coima de 1000000$00 a
Ilícito de mera ordenação social 3000000$00.

SUBSECÇÃO I Artigo 207.º


Disposição gerais Violação de deveres por publicação
informativa
Artigo 202.º
Órgãos competentes A empresa proprietária de publicação
informativa que não proceder às comunicações
1 - Compete à Comissão Nacional de relativas à campanha para o referendo previstas
Eleições, com recurso para a secção criminal do na presente lei ou que não der tratamento
Supremo Tribunal de Justiça, aplicar as coimas igualitário aos diversos partidos é punida com
correspondentes a contra-ordenações cometidas coima de 200000$00 a 2000000$00.
por partido político ou grupo de cidadãos, por
empresa de comunicação social, de publicidade, SUBSECÇÃO III
de sondagens ou proprietária de salas de Contra-ordenações relativas à organização
espectáculos. do processo de votação
2 - Compete nos demais casos ao presidente
da junta de freguesia da área onde a contra- Artigo 208.º
ordenação tiver sido cometida aplicar a Não invocação de impedimento
respectiva coima, com recurso para o tribunal
competente. Aquele que não assumir funções de membro
3 - Compete ao juiz da comarca, em de mesa de assembleia de voto por
processo instruído pelo Ministério Público, com impedimento justificativo que não invoque,
recurso para a secção criminal do Supremo podendo fazê-lo, imediatamente após a
Tribunal de Justiça, aplicar as coimas ocorrência ou o conhecimento do facto
correspondentes a contra-ordenações cometidas impeditivo é punido com coima de 20000$00 a
por eleitos locais no exercício das suas funções. 100000$00.

Artigo 203.º SUBSECÇÃO IV


Afectação do produto das coimas Contra-ordenações relativas ao sufrágio e
ao apuramento
O produto das coimas correspondentes a
contra-ordenações previstas pela presente lei é Artigo 209.º
afectado da seguinte forma: Não abertura de serviço público
a) 60% para o Estado;
O membro de junta de freguesia e o
b) 40% para a autarquia local em que
responsável por centro de saúde ou local
tenha lugar o referendo.
equiparado que não abrir os respectivos serviços
no dia da realização do referendo é punido com
SUBSECÇÃO II
coima de 10000$00 a 200000$00.
Contra-ordenações relativas à campanha
Artigo 210.º
Artigo 204.º
Não apresentação de membro de mesa de
Reuniões, comícios, manifestações ou
assembleia de voto à hora legalmente
desfiles ilegais
fixada
Quem promover reuniões, comícios,
O membro de mesa de assembleia de voto
manifestações ou desfiles em contravenção com
que não se apresentar no local do seu
o disposto na presente lei é punido com coima
funcionamento até uma hora antes da hora
de 100000$00 a 500000$00.
marcada para o início das operações é punido
com coima de 10000$00 a 50000$00.
Artigo 205.º
Violação de regras sobre propaganda
Artigo 211.º
sonora ou gráfica
Não cumprimento de formalidades por
membro de mesa de assembleia de voto ou
Quem fizer propaganda sonora ou gráfica
de assembleia de apuramento
com violação do disposto na presente lei é
punido com coima de 10000$00 a 100000$00.
O membro de mesa de assembleia de voto ou
de apuramento que não cumprir ou deixar de
Artigo 206.º
cumprir, sem intenção fraudulenta, formalidade
Publicidade comercial ilícita
legalmente prevista na presente lei é punido
com coima de 10000$00 a 50000$00.
A empresa que fizer propaganda comercial
com violação do disposto na presente lei é

657
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 212.º TÍTULO IV
Não cumprimento de deveres pelo Efeitos do referendo
proprietário de sala de espectáculo
CAPÍTULO I
O proprietário de sala de espectáculo que não Disposições comuns
cumprir os seus deveres relativos à campanha
constantes nos n.os 1 e 3 do artigo 56.º e no Artigo 219.º
artigo 57.º é punido com coima de 200000$00 a Eficácia
500000$00
1 - Os resultados do referendo vinculam os
Artigo 213.º órgãos autárquicos.
Propaganda na véspera de referendo 2 - A vinculação referida no número anterior
depende de o mínimo de votantes ser superior a
Aquele que no dia anterior ao referendo fizer metade dos eleitores inscritos no
propaganda por qualquer modo é punido com recenseamento.
coima de 10000$00 a 50000$00.
Artigo 220.º
Artigo 214.º Sanções
Receitas ilícitas
A não observância do resultado do referendo
O partido ou grupo de cidadãos interveniente pelas assembleias autárquicas competentes
em campanha para referendo que obtiver para a implica a sua dissolução, nos termos da lei.
mesma campanha receitas não previstas na
presente lei é punido com coima de montante Artigo 221.º
igual ao que ilicitamente tiver recebido e nunca Dever de agir dos órgãos autárquicos
inferior a 100000$00.
Se da votação resultar resposta que implique
Artigo 215.º a produção de um acto pela autarquia sobre a
Não discriminação de receitas ou despesas questão ou questões submetidas a referendo, o
órgão autárquico competente aprovará o acto de
O partido ou grupo de cidadãos interveniente sentido correspondente, no prazo de 60 dias.
em campanha para referendo que não
discriminar ou não comprovar devidamente as Artigo 222.º
receitas ou despesas da mesma campanha é Revogação ou alteração ou substituição do
punido com coima de 100000$00 a acto concretizador do referendo
1000000$00.
1 - O acto praticado para corresponder ao
Artigo 216.º sentido do referendo não poderá ser revogado
Não prestação ou não publicação de contas ou alterado na sua definição essencial no
decurso do mesmo mandato.
O partido ou grupo de cidadãos que não 2 - Os órgãos autárquicos competentes não
publicar as contas nos termos da presente lei é poderão aprovar acto de sentido oposto ao do
punido com coima de 1000000$00 a resultado do referendo no decurso do mesmo
2000000$00. mandato.

Artigo 217.º Artigo 223.º


Reclamação e recurso de má fé Propostas de referendo objecto de resposta
negativa
Aquele que com má fé apresentar
reclamação, recurso, protesto ou contraprotesto As propostas de referendo objecto de
ou aquele que impugnar decisões dos órgãos resposta dos eleitores que implique a
eleitorais através de recurso manifestamente continuidade da situação anterior ao referendo
infundado será punido com coima de 5000$00 a não poderão ser renovadas no decurso do
10000$00. mesmo mandato.

Artigo 218.º TÍTULO V


Não publicação do mapa oficial Disposições finais

O presidente do órgão deliberativo autárquico Artigo 224.º


que não dê conhecimento ou não dê Comissão Nacional de Eleições
conhecimento exacto do mapa de resultados
oficiais do referendo, através dos meios A Comissão Nacional de Eleições exerce as
previstos no n.º 3 do artigo 147.º e no prazo aí suas competências também em relação aos
definido, é punido com coima de 1000000$00 a actos de referendo de âmbito local.
2000000$00.

658
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 225.º
Registo do referendo

1 - O Tribunal Constitucional deve dispor de


um registo próprio dos referendos realizados,
bem como dos respectivos resultados.
2 - O presidente do órgão executivo do
município ou da freguesia, consoante os casos,
comunica ao Presidente do Tribunal
Constitucional a data de realização do referendo,
nos cinco dias subsequentes à data da sua
marcação.
3 - A Comissão Nacional de Eleições envia ao
Presidente do Tribunal Constitucional o mapa
dos resultados do referendo a que se refere o
artigo 147.º no prazo previsto no n.º 2 do
mesmo artigo.

Artigo 226.º
Direito supletivo

São aplicáveis ao regime do referendo local,


supletivamente e com as devidas adaptações,
em tudo o que não se encontre expressamente
estabelecido na presente lei, as disposições da
lei eleitoral para a Assembleia da República.

Artigo 227.º
Norma revogatória

É revogada a Lei n.º 49/90, de 24 de Agosto.

659
Autarquias Locais - Legislação Nacional

660
TUTELA ADMINISTRATIVA
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Lei n.º 27/96, de 1 de Agosto Artigo 5.º
Regime jurídico da tutela administrativa Titularidade dos poderes de tutela
(Com as alterações introduzidas pela Lei
Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro) A tutela administrativa compete ao Governo,
sendo assegurada, de forma articulada, pelos
A Assembleia da República decreta, nos Ministros das Finanças e do Equipamento, do
termos dos artigos 164.º, alínea d), e 169.º, n.º Planeamento e da Administração do Território,
3, da Constituição, o seguinte: no âmbito das respectivas competências.

Artigo 1.º Artigo 6.º


Âmbito Realização de acções inspectivas

1 - A presente lei estabelece o regime 1 - As inspecções são realizadas


jurídico da tutela administrativa a que ficam regularmente através dos serviços competentes,
sujeitas as autarquias locais e entidades de acordo com o plano anual superiormente
equiparadas, bem como o respectivo regime aprovado.
sancionatório. 2 - Os inquéritos e as sindicâncias são
2 - Para efeitos do presente diploma são determinados pelo competente membro do
consideradas entidades equiparadas a Governo, sempre que se verifiquem os
autarquias locais as áreas metropolitanas, as pressupostos da sua realização.
assembleias distritais e as associações de 3 - Os relatórios das acções inspectivas são
municípios de direito público. apresentados para despacho do competente
membro do Governo, que, se for caso disso, os
Artigo 2.º remeterá para o representante do Ministério
Objecto Público legalmente competente.
4 - Estando em causa situações susceptíveis
A tutela administrativa consiste na verificação de fundamentar a dissolução de órgãos
do cumprimento das leis e regulamentos por autárquicos ou de entidades equiparadas, ou a
parte dos órgãos e dos serviços das autarquias perda de mandato dos seus titulares, o membro
locais e entidades equiparadas. do Governo deve determinar, previamente, a
notificação dos visados para, no prazo de 30
Artigo 3.º dias, apresentarem, por escrito, as alegações
Conteúdo tidas por convenientes, juntando os documentos
que considerem relevantes.
1 - A tutela administrativa exerce-se através 5 - Sem prejuízo do disposto no número
da realização de inspecções, inquéritos e anterior, sempre que esteja em causa a
sindicâncias. dissolução de um órgão executivo, deve também
2 - No âmbito deste diploma: ser solicitado parecer ao respectivo órgão
deliberativo, que o deverá emitir por escrito no
a) A inspecção consiste na verificação da
prazo de 30 dias.
conformidade dos actos e contratos dos
6 - Apresentadas as alegações ou emitido o
órgãos e serviços com a lei;
parecer a que aludem, respectivamente, os n.os
b) O inquérito consiste na verificação da
4 e 5, ou decorrido o prazo para tais efeitos,
legalidade dos actos e contratos
deverá o membro do Governo competente, no
concretos dos órgãos e serviços
prazo máximo de 60 dias, dar cumprimento, se
resultante de fundada denúncia
for caso disso, ao disposto no n.º 3.
apresentada por quaisquer pessoas
singulares ou colectivas ou de
Artigo 7.º
inspecção;
Sanções
c) A sindicância consiste numa
indagação aos serviços quando existam
A prática, por acção ou omissão, de
sérios indícios de ilegalidades de actos
ilegalidades no âmbito da gestão das autarquias
de órgãos e serviços que, pelo seu
locais ou no da gestão de entidades equiparadas
volume e gravidade, não devam ser
pode determinar, nos termos previstos na
averiguados no âmbito de inquérito.
presente lei, a perda do respectivo mandato, se
tiverem sido praticadas individualmente por
Artigo 4.º
membros de órgãos, ou a dissolução do órgão,
Deveres de informação e cooperação
se forem o resultado da acção ou omissão deste.
Os órgãos e serviços objecto de acções de
Artigo 8.º
tutela administrativa encontram-se vinculados
Perda de mandato
aos deveres de informação e cooperação.
1 - Incorrem em perda de mandato os
membros dos órgãos autárquicos ou das
entidades equiparadas que:

663
Autarquias Locais - Legislação Nacional
f) Não aprecie ou não apresente a
a) Sem motivo justificativo, não
julgamento, no prazo legal, as
compareçam a 3 sessões ou 6 reuniões
respectivas contas, salvo ocorrência de
seguidas ou a 6 sessões ou 12 reuniões
facto julgado justificativo;
interpoladas;
g) Os limites legais de endividamento da
b) Após a eleição, sejam colocados em
autarquia sejam ultrapassados, salvo
situação que os torne inelegíveis ou
ocorrência de facto julgado justificativo
relativamente aos quais se tornem
ou regularização superveniente;
conhecidos elementos reveladores de
h) Os limites legais dos encargos com o
uma situação de inelegibilidade já
pessoal sejam ultrapassados, salvo
existente, e ainda subsistente, mas não
ocorrência de facto não imputável ao
detectada previamente à eleição;
órgão visado;
c) Após a eleição se inscrevam em
i) Incorra, por acção ou omissão dolosas,
partido diverso daquele pelo qual
em ilegalidade grave traduzida na
foram apresentados a sufrágio
consecução de fins alheios ao interesse
eleitoral;
público.
d) Pratiquem ou sejam individualmente
responsáveis pela prática dos actos
Artigo 10.º
previstos no artigo seguinte.
Causas de não aplicação da sanção
2 - Incorrem, igualmente, em perda de
mandato os membros dos órgãos autárquicos 1 - Não haverá lugar à perda de mandato ou
que, no exercício das suas funções, ou por causa à dissolução de órgão autárquico ou de entidade
delas, intervenham em procedimento equiparada quando, nos termos gerais de
administrativo, acto ou contrato de direito direito, e sem prejuízo dos deveres a que os
público ou privado relativamente ao qual se órgãos públicos e seus membros se encontram
verifique impedimento legal, visando a obtenção obrigados, se verifiquem causas que justifiquem
de vantagem patrimonial para si ou para o facto ou que excluam a culpa dos agentes.
outrem. 2 - O disposto no número anterior não afasta
3 - Constitui ainda causa de perda de responsabilidades de terceiros que
mandato a verificação, em momento posterior eventualmente se verifiquem.
ao da eleição, de prática, por acção ou omissão,
em mandato imediatamente anterior, dos factos Artigo 11.º
referidos na alínea d) do n.º 1 e no n.º 2 do Decisões de perda de mandato e de
presente artigo. dissolução

Artigo 9.º 1 - As decisões de perda do mandato e de


Dissolução de órgãos dissolução de órgãos autárquicos ou de
entidades equiparadas são da competência dos
Qualquer órgão autárquico ou de entidade tribunais administrativos de círculo.
equiparada pode ser dissolvido quando: 2 - As acções para perda de mandato ou de
dissolução de órgãos autárquicos ou de
a) Sem causa legítima de inexecução, entidades equiparadas são interpostas pelo
não dê cumprimento às decisões Ministério Público, por qualquer membro do
transitadas em julgado dos tribunais; órgão de que faz parte aquele contra quem for
b) Obste à realização de inspecção, formulado o pedido, ou por quem tenha
inquérito ou sindicância, à prestação de interesse directo em demandar, o qual se
informações ou esclarecimentos e exprime pela utilidade derivada da procedência
ainda quando recuse facultar o exame da acção.
aos serviços e a consulta de 3 - O Ministério Público tem o dever funcional
documentos solicitados no âmbito do de propor as acções referidas nos números
procedimento tutelar administrativo; anteriores no prazo máximo de 20 dias após o
c) Viole culposamente instrumentos de conhecimento dos respectivos fundamentos.
ordenamento do território ou de 4 - As acções previstas no presente artigo só
planeamento urbanístico válidos e podem ser interpostas no prazo de cinco anos
eficazes; após a ocorrência dos factos que as
d) Em matéria de licenciamento fundamentam.
urbanístico exija, de forma culposa,
taxas, mais-valias, contrapartidas ou Artigo 12.º
compensações não previstas na lei; Efeitos das decisões de perda de mandato e
e) Não elabore ou não aprove o de dissolução
orçamento de forma a entrar em vigor
no dia 1 de Janeiro de cada ano, salvo 1 - Os membros de órgão dissolvido ou os
ocorrência de facto julgado que hajam perdido o mandato não podem fazer
justificativo; parte da comissão administrativa a que se refere
o n.º 1 do artigo 14.º

664
Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 - No caso de dissolução do órgão, o 3 - O oferecimento do rol de testemunhas e o
disposto no número anterior não é aplicável aos requerimento de outros meios de prova devem
membros do órgão dissolvido que tenham ser efectuados nos articulados, não podendo
votado contra ou que não tenham participado cada parte produzir mais de 5 testemunhas
nas deliberações, praticado os actos ou omitido sobre cada facto nem o número total destas ser
os deveres legais a que estavam obrigados e superior a 20.
que deram causa à dissolução do órgão. 4 - Não há lugar a especificação e
3 - A renúncia ao mandato não prejudica o questionário nem a intervenção do tribunal
disposto no n.º 1 do presente artigo. colectivo, e os depoimentos são sempre
4 - A dissolução do órgão deliberativo da reduzidos a escrito.
freguesia ou da região administrativa envolve 5 - É aplicável a alegações e a prazos o
necessariamente a dissolução da respectiva preceituado nos n.os 2 e 3 do artigo 60.º do
junta. Decreto-Lei n.º 267/85, de 16 de Julho.
6 - Somente cabe recurso da decisão que
Artigo 13.º ponha termo ao processo, o qual sobe
Inelegibilidade imediatamente e nos próprios autos, com efeito
suspensivo, e, dado o seu carácter urgente,
A condenação definitiva dos membros dos deve ainda ser observado no seu regime o
órgãos autárquicos em qualquer dos crimes de disposto nos n.os 1 e 2 do artigo 115.º do
responsabilidade previstos e definidos na Lei n.º Decreto-Lei n.º 267/85, de 16 de Julho.
34/87, de 16 de Julho, implica a sua 7 - As sentenças proferidas nas acções de
inelegibilidade nos actos eleitorais destinados a perda de mandato ou de dissolução de órgão são
completar o mandato interrompido e nos notificadas ao Governo.
subsequentes que venham a ter lugar no período 8 - Às acções desta natureza é aplicável o
de tempo correspondente a novo mandato regime de custas e preparos estabelecido para
completo, em qualquer órgão autárquico. os recursos de actos administrativos.

Artigo 14.º Artigo 16.º


Processo decorrente da dissolução de órgão Aplicação às Regiões Autónomas

1 - Em caso de dissolução do órgão O regime da presente lei aplica-se às Regiões


deliberativo de freguesia ou de região Autónomas, sem prejuízo da publicação de
administrativa ou do órgão executivo municipal, diploma que defina os órgãos competentes para
é designada uma comissão administrativa, com o exercício da tutela administrativa.
funções executivas, a qual é constituída por três
membros, nas freguesias, ou cinco membros, Artigo 17.º
nas câmaras municipais e nas regiões Norma transitória
administrativas.
2 - Nos casos referidos no número anterior, 1 - Sempre que o regime consagrado no
os órgãos executivos mantêm-se em funções até presente diploma se revele em concreto mais
à data da tomada de posse da comissão favorável ao réu, o mesmo é de aplicação
administrativa. imediata aos processos com decisões não
3 - Quando a constituição do novo órgão transitadas em julgado, inclusive no que diz
autárquico envolver o sufrágio directo e respeito à apreciação dos respectivos
universal, o acto eleitoral deve ocorrer no prazo fundamentos.
máximo de 90 dias após o trânsito em julgado 2 - Para efeitos de aplicação do disposto no
da decisão de dissolução, salvo se no mesmo número anterior, qualquer das partes pode
período de tempo forem marcadas eleições requerer a baixa do processo ao tribunal de 1.ª
gerais para os órgãos autárquicos. instância para efeitos de novo julgamento.
4 - Compete ao Governo, mediante decreto, 3 - O disposto no número anterior aplica-se
nomear a comissão administrativa referida no aos processos pendentes no Tribunal
n.º 1, cuja composição deve reflectir a do órgão Constitucional.
dissolvido.
Artigo 18.º
Artigo 15.º Norma revogatória
Regime processual
1 - É revogada a Lei n.º 87/89, de 9 de
1 - As acções para declaração de perda de Setembro, bem como todas as disposições
mandato ou de dissolução de órgãos autárquicos especiais que prevejam fundamentos de perda
ou entidades equiparadas têm carácter urgente. de mandato ou de dissolução de órgãos
2 - As acções seguem os termos dos recursos autárquicos por remissão para o regime de
dos actos administrativos dos órgãos da tutela administrativa estabelecido por aquele
administração local, com as modificações diploma.
constantes dos números seguintes. 2 – (Revogado). (Redação dada pela Lei
Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro)

665
Autarquias Locais - Legislação Nacional

666
CARTA EUROPEIA DE AUTONOMIA LOCAL
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Resolução da Assembleia da República n.º Artigo 1.º
28/90, de 23 de Outubro
Aprovação, para ratificação, da Carta As Partes comprometem-se a considerar-se
Europeia de Autonomia Local vinculadas pelos artigos seguintes, nos termos
prescritos pelo artigo 12.º da presente Carta.
A Assembleia da República resolve, nos
termos dos artigos 164.º, alínea j), e 169.º, n.º PARTE I
5, da Constituição, aprovar, para ratificação, a
Carta Europeia de Autonomia Local, concluída Artigo 2.º
em Estrasburgo a 15 de Outubro, cuja versão Fundamento constitucional e legal da
em francês e a respectiva tradução em autonomia local
português seguem em anexo.
O princípio da autonomia local deve ser
CARTA EUROPEIA DE AUTONOMIA LOCAL reconhecido pela legislação interna e, tanto
quanto possível, pela Constituição.
Preâmbulo
Artigo 3.º
Os Estados membros do Conselho da Europa, Conceito de autonomia local
signatários da presente Carta:
1 - Entende-se por autonomia local o direito
Considerando que a finalidade do
e a capacidade efectiva de as autarquias locais
Conselho da Europa é a de alcançar uma
regulamentarem e gerirem, nos termos da lei,
união mais estreita entre os seus
sob sua responsabilidade e no interesse das
membros a fim de salvaguardar e de
respectivas populações, uma parte importante
promover os ideais e os princípios que
dos assuntos públicos.
são seu património comum;
2 - O direito referido no número anterior é
Considerando que um dos meios pelos
exercido por conselhos ou assembleias
quais esta finalidade será alcançada é
compostos de membros eleitos por sufrágio
através da conclusão de acordos no
livre, secreto, igualitário, directo e universal,
domínio administrativo;
podendo dispor de órgãos executivos que
Considerando que as autarquias locais são
respondem perante eles. Esta disposição não
um dos principais fundamentos de todo o
prejudica o recurso às assembleias de cidadãos,
regime democrático;
ao referendo ou a qualquer outra forma de
Considerando que o direito dos cidadãos
participação directa dos cidadãos permitida por
de participar na gestão dos assuntos
lei.
públicos faz parte dos princípios
democráticos comuns a todos os Estados
Artigo 4.º
membros do Conselho da Europa;
Âmbito da autonomia local
Convencidos de que é ao nível local que
este direito pode ser mais directamente
1 - As atribuições fundamentais das
exercido;
autarquias locais são fixadas pela Constituição
Convencidos de que a existência de
ou por lei.
autarquias locais investidas de
Contudo, esta disposição não impede a
responsabilidades efectivas permite uma
atribuição às autarquias locais, nos termos da
administração simultaneamente eficaz e
lei, de competências para fins específicos.
próxima do cidadão;
2 - Dentro dos limites da lei, as autarquias
Conscientes do facto de que a defesa e o
locais têm completa liberdade de iniciativa
reforço da autonomia local nos
relativamente a qualquer questão que não seja
diferentes países da Europa representam
excluída da sua competência ou atribuída a uma
uma contribuição importante para a
outra autoridade.
construção de uma Europa baseada nos
3 - Regra geral, o exercício das
princípios da democracia e da
responsabilidades públicas deve incumbir, de
descentralização do poder;
preferência, às autoridades mais próximas dos
Considerando que o exposto supõe a
cidadãos. A atribuição de uma responsabilidade
existência de autarquias locais dotadas
a uma outra autoridade deve ter em conta a
de órgãos de decisão constituídos
amplitude e a natureza da tarefa e as exigências
democraticamente e beneficiando de
de eficácia e economia.
uma ampla autonomia quanto às
4 - As atribuições confiadas às autarquias
competências, às modalidades do seu
locais devem ser normalmente plenas e
exercício e aos meios necessários ao
exclusivas, não podendo ser postas em causa ou
cumprimento da sua missão;
limitadas por qualquer autoridade central ou
acordaram no que se segue: regional, a não ser nos termos da lei.

669
Autarquias Locais - Legislação Nacional
5 - Em caso de delegação de poderes por 2 - A tutela administrativa dos actos das
uma autoridade central ou regional, as autarquias locais só deve normalmente visar que
autarquias locais devem gozar, na medida do seja assegurado o respeito pela legalidade e
possível, de liberdade para adaptar o seu pelos princípios constitucionais.
exercício às condições locais. Pode, contudo, compreender um juízo de
6 - As autarquias locais devem ser oportunidade exercido por autoridades de grau
consultadas, na medida do possível, em tempo superior relativamente a atribuições cuja
útil e de modo adequado, durante o processo de execução seja delegada nas autarquias locais.
planificação e decisão relativamente a todas as 3 - A tutela administrativa das autarquias
questões que directamente lhes interessem. locais deve ser exercida de acordo com um
princípio de proporcionalidade entre o âmbito da
Artigo 5.º intervenção da autoridade tutelar e a
Protecção dos limites territoriais das importância dos interesses que pretende
autarquias locais prosseguir.

As autarquias locais interessadas devem ser Artigo 9.º


consultadas previamente relativamente a Recursos financeiros das autarquias locais
qualquer alteração dos limites territoriais locais,
eventualmente por via de referendo, nos casos 1 - As autarquias locais têm direito, no
em que a lei o permita. âmbito da política económica nacional, a
recursos próprios adequados, dos quais podem
Artigo 6.º dispor livremente no exercício das suas
Adequação das estruturas e meios atribuições.
administrativos às funções das autarquias 2 - Os recursos financeiros das autarquias
locais locais devem ser proporcionais às atribuições
previstas pela Constituição ou por lei.
1 - Sem prejuízo de disposições gerais 3 - Pelo menos uma parte dos recursos
estabelecidas por lei, as autarquias locais devem financeiros das autarquias locais deve provir de
poder definir as estruturas administrativas rendimentos e de impostos locais, tendo estas o
internas de que entendam dotar-se, tendo em poder de fixar a taxa dentro dos limites da lei.
vista adaptá-las às suas necessidades 4 - Os sistemas financeiros nos quais se
específicas, a fim de permitir uma gestão eficaz. baseiam os recursos de que dispõem as
2 - O estatuto do pessoal autárquico deve autarquias locais devem ser de natureza
permitir um recrutamento de qualidade baseado suficientemente diversificada e evolutiva de
em princípios de mérito e de competência. Para modo a permitir-lhes seguir, tanto quanto
este efeito, o estatuto deve fixar as condições possível na prática, a evolução real dos custos
adequadas de formação, de remuneração e de do exercício das suas atribuições.
perspectivas de carreira. 5 - A protecção das autarquias locais
financeiramente mais fracas exige a
Artigo 7.º implementação de processos de perequação
Condições de exercício das financeira ou de medidas equivalentes
responsabilidades ao nível local destinadas a corrigir os efeitos da repartição
desigual das fontes potenciais de financiamento,
1 - O estatuto dos representantes eleitos bem como dos encargos que lhes incumbem.
localmente deve assegurar o livre exercício do Tais processos ou medidas não devem reduzir a
seu mandato. liberdade de opção das autarquias locais no seu
2 - O estatuto deve permitir uma próprio domínio de responsabilidade.
compensação financeira adequada das despesas 6 - As autarquias locais devem ser
efectuadas no exercício do mandato, bem como, consultadas, de maneira adequada, sobre as
se for caso disso, uma compensação pelo modalidades de atribuição dos recursos que lhes
trabalho executado e ainda a correspondente são redistribuídos.
protecção social. 7 - Na medida do possível os subsídios
3 - As funções e actividades incompatíveis concedidos às autarquias locais não devem ser
com o mandato do representante eleito destinados ao financiamento de projectos
localmente não podem ser estabelecidas senão específicos. A concessão de subsídios não deve
por lei ou por princípios jurídicos fundamentais. prejudicar a liberdade fundamental da política
das autarquias locais no seu próprio domínio de
Artigo 8.º atribuições.
Tutela administrativa dos actos das 8 - A fim de financiar as suas próprias
autarquias locais despesas de investimento, as autarquias locais
devem ter acesso, nos termos da lei, ao
1 - Só pode ser exercida qualquer tutela mercado nacional de capitais.
administrativa sobre as autarquias locais
segundo as formas e nos casos previstos pela
Constituição ou pela lei.

670
Autarquias Locais - Legislação Nacional
Artigo 10.º prazo de três meses após a data da recepção da
Direito de associação das autarquias locais notificação pelo Secretário-Geral.

1 - As autarquias locais têm o direito, no Artigo 13.º


exercício das suas atribuições, de cooperar e, Autarquias às quais se aplica a Carta
nos termos da lei, de se associar com outras
autarquias locais para a realização de tarefas de Os princípios de autonomia local contidos na
interesse comum. presente Carta aplicam-se a todas as categorias
2 - Devem ser reconhecidos em cada Estado de autarquias locais existentes no território da
o direito das autarquias locais de aderir a uma Parte. Contudo, cada Parte pode, no momento
associação para protecção e promoção dos seus do depósito do seu instrumento de ratificação,
interesses comuns e o direito de aderir a uma de aceitação ou de aprovação, designar as
associação internacional de autarquias locais. categorias de autarquias locais ou regionais que
3 - As autarquias locais podem, nas entenda limitar ou excluir do campo de aplicação
condições eventualmente previstas por lei, da presente Carta. Cada Parte pode igualmente
cooperar com as autarquias de outros Estados. incluir subsequentemente outras categorias de
autarquias locais ou regionais no campo de
Artigo 11.º aplicação da Carta por meio de notificação ao
Protecção legal da autonomia local Secretário-Geral do Conselho da Europa.

As autarquias locais devem ter o direito de Artigo 14.º


recorrer judicialmente, a fim de assegurar o livre Comunicação de informações
exercício das suas atribuições e o respeito pelos
princípios de autonomia local que estão Cada Parte transmitirá ao Secretário-Geral do
consagrados na Constituição ou na legislação Conselho da Europa qualquer informação
interna. adequada relativa às disposições legislativas e
outras medidas que tenha tomado com o
PARTE II objectivo de se conformar às disposições da
Disposições diversas presente Carta.

Artigo 12.º PARTE III


Compromissos
Artigo 15.º
1 - Todas as Partes se comprometem a Assinatura, ratificação, entrada em vigor
considerar-se vinculadas por, pelo menos, 20
disposições da parte I da Carta, das quais, pelos 1 - A presente Carta está aberta à assinatura
menos, 10 são escolhidas de entre as seguintes: dos Estados membros do Conselho da Europa.
Será submetida a ratificação, aceitação ou
Artigo 2.º;
aprovação. Os instrumentos de ratificação,
Artigo 3.º, n.os 1 e 2;
aceitação ou aprovação serão depositados junto
Artigo 4.º, n.os 1, 2 e 4;
do Secretário-Geral do Conselho da Europa.
Artigo 5.º;
2 - A presente Carta entrará em vigor no
Artigo 7.º, n.º 1;
primeiro dia do mês seguinte ao decurso do
Artigo 8.º, n.º 2;
prazo de três meses após a data em que quatro
Artigo 9.º, n.os 1, 2 e 3;
Estados membros do Conselho da Europa
Artigo 10.º, n.º 1;
tenham expressado o seu consentimento em
Artigo 11.º
estar vinculados pela Carta, nos termos do
2 - Cada Estado contratante, no momento do número anterior.
depósito do seu instrumento de ratificação, 3 - Em relação aos outros Estados que
aceitação ou aprovação, notificará o Secretário- exprimam posteriormente o seu consentimento
Geral do Conselho da Europa das disposições em ficar vinculados pela Carta, esta entrará em
escolhidas, nos termos do n.º 1 do presente vigor no primeiro dia do mês seguinte ao
artigo. decurso do prazo de três meses após a data do
3 - Cada Parte pode ulteriormente, em depósito do instrumento de ratificação, aceitação
qualquer momento, notificar o Secretário-Geral ou aprovação.
em como se considera vinculada por qualquer
outra disposição da presente Carta que ainda Artigo 16.º
não tenha aceite, nos termos das disposições do Cláusula territorial
n.º 1 do presente artigo. Estes compromissos
ulteriores serão considerados parte integrante 1 - Cada Estado pode, no momento da
da ratificação, aceitação ou aprovação da Parte assinatura ou do depósito do seu instrumento de
notificante e terão os mesmos efeitos a partir do ratificação, aceitação, aprovação ou adesão,
primeiro dia do mês seguinte ao decurso do designar o ou os territórios aos quais será
aplicável a presente Carta.

671
Autarquias Locais - Legislação Nacional
2 - Cada Estado pode subsequentemente, em Artigo 18.º
qualquer altura, através de declaração dirigida Notificações
ao Secretário-Geral do Conselho da Europa,
alargar a aplicação da presente Carta a qualquer O Secretário-Geral do Conselho da Europa
outro território designado na declaração. A Carta notificará os Estados membros do Conselho:
entrará em vigor relativamente a este território
a) De qualquer assinatura;
no primeiro dia do mês seguinte ao decurso do
b) Do depósito de qualquer instrumento
prazo de três meses após a data da recepção da
de ratificação, aceitação ou aprovação;
declaração pelo Secretário-Geral.
c) De qualquer data de entrada em vigor
3 - Qualquer declaração feita nos termos dos
da presente Carta, nos termos do seu
dois números anteriores pode ser retirada,
artigo 15.º;
relativamente a qualquer território designado
d) De qualquer notificação recebida em
nesta declaração, por meio de notificação
aplicação das disposições dos n.os 2 e
dirigida ao Secretário-Geral. A retirada entrará
3 do artigo 12.º;
em vigor no primeiro dia do mês seguinte ao
e) De qualquer notificação recebida em
decurso do prazo de seis meses após a data de
aplicação das disposições do artigo
recepção da notificação pelo Secretário-Geral.
13.º;
f) De qualquer outro acto, notificação ou
Artigo 17.º
comunicação referente à presente
Denúncia
Carta.
1 - Nenhuma Parte pode denunciar a Em fé do que, os abaixo assinados,
presente Carta antes do final de um período de devidamente autorizados para o efeito,
cinco anos após a data da sua entrada em vigor. assinaram a presente Carta.
Será dado um pré-aviso de seis meses ao Feita em Estrasburgo, no dia 15 de Outubro
Secretário-Geral do Conselho da Europa. de 1985, em francês e inglês, fazendo ambos os
Esta denúncia não afecta a validade da Carta textos igualmente fé, num único exemplar, o
relativamente às outras Partes, salvo se o qual será depositado nos arquivos do Conselho
número destas for inferior a quatro. da Europa.
2 - Cada Parte pode, nos termos das O Secretário-Geral do Conselho da Europa
disposições enunciadas no número anterior, transmitirá cópias certificadas a cada um dos
denunciar qualquer número da parte I da Carta Estados membros do Conselho da Europa.
que tenha aceite, com ressalva da quantidade e
categoria dos números aos quais esta Parte está
obrigada, nos termos das disposições do n.º 1
do artigo 12.º Qualquer Parte que, na sequência
da denúncia de um número, não preencha os
requisitos das disposições do n.º 1 do artigo
12.º será considerada como tendo igualmente
denunciado a própria Carta.

672
Autarquias Locais - Legislação Nacional

Decreto do Presidente da República n.º 58/90, de


23 de Outubro

Ratifica a Carta Europeia de Autonomia


Local, aprovada, para ratificação, pela
Resolução da Assembleia da República
n.º 28/90, em 13 de Julho de 1990

O Presidente da República decreta, nos termos do


artigo 138.º, alínea b), da Constituição, o seguinte:
É ratificada a Carta Europeia de Autonomia Local,
aprovada, para ratificação, pela Resolução da
Assembleia da República n.º 28/90, em 13 de Julho de
1990.

673
Autarquias Locais - Legislação Nacional

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