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HÉNAULT, Anne. História Concisa da Semiótica. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.

Resenhado por: Nixon Rocha*


Romário Pelaes*
Shara Miranda*

Um número crescente de livros a respeito da história dos estudos sobre


línguas e linguagem vem sendo publicado no Brasil, caracterizando um momento de
maior interesse sobre o passado, o desenvolvimento e os estágios atuais da
linguística. Tal fato aparece em boa hora, uma vez que é necessário, sempre,
recolocar a importância, para o linguista, do conhecimento dos períodos iniciais e do
desenvolvimento, ao longo do tempo, de seu campo de estudos. A publicação da
cuidadosa tradução feita por Marcos Marcionilo do livro História Concisa da
Semiótica de Anne Hénault, insere-se nessa corrente de publicações.

Anne Hénault passou três anos na Ecole Normale Supérieure-Sèvres (1963-


1966) e um ano de educação em Liceu no Egito e em URSS (Fellowship to the
Universidade de Moscou de 1971 a 1973). Desde 1973, é pesquisadora em
lingüística no Escritório de Ensino da Língua e Civilização Francesas (BELC 1973-
1979) na França. Foi professora assitente em 1979 na Universidade de Paris X-
Nanterre, onde ensinou até 1998. Durante esses anos teve intensa participação em
seminários AJ Greimas para a Escola de Estudos de Haures em Ciências Sociais
(EHSS). Durante o mesmo período, ela foi diretora de programas no International
College of Philosophy (Paris e Montreal). Desde 1998 é professora universitária
(Sciences de linguagem) nos Institutos de Formação de Professores de Paris e
Diretora de Pesquisa da Graduate School de Paris IV. Seus principais tópicos de
pesquisa são epistemologia da semiótica, semiótica das paixões, semiótica visual,
criação semiótica e culturas.

A obra é um manual bem conciso sobre à história da semiótica e seus


teórcos-chaves, como o próprio título evidencia. No entanto, não se deve pensar de
antemão que a história proposta é realizada longe de pesquisas e

*Acadêmicos do 8º semestre do Curso de Licenciatura em Letra Português Francês da Universidade


Federal do Amapá (Turma 2014.1)
acuradas observações, as quais acabam por revelar o amplo trabalho e a
experiência da pesquisadora na área. Mesmo seguindo o objetivo da concisão,
o livro de consegue transmitir não só a segurança das afirmações precisas a
respeito de momentos-chave nos estudos sobre línguas, linguagem e
semiotica, como também consegue incitar nossa curiosidade, abrindo um canal
para que o leitor passe a se interessar mais pela história de tal tema.

O livro História concisa da semiótica é dividido em três partes: A primeira


parte denominada de Saussure e a Semiologia faz um percurso histórico
sobre a vida e trabalhos de Ferdinad de Saussure: resume a vida de um
cientista austero retratado por suas discretas notas (auto)biográficas como
constantemente lacerado por violentos dramas secretos, ao mesmo tempo em
que é habitado por um entusiasmo contagioso e registra as transformações
(desaparecimentos e ressurgências), bem como a irradiação indiscutível, de
uma obra que talvez ainda seja desconhecida. Este capítulo aborda ainda o
aparecimento do temo “semiologia” e a sua inclusão no campo da psicologia,
além de trazer conceitos bem aprofundados sobre língua e linguagem.
Apresenta em suma o encadeamento das descobertas semióticas que se
produziram a partir do final do século XIX e funda a singularidade e a
autonomia da semiótica a partir do "ponto de não retorno" que é o conjunto da
meditação de Saussure sobre a língua.

Já a segunda parte denominada “Do Linguístico ao Semiolínguistico”


apresenta como L. Hjelmslev, de um lado, e N. Trubetzkoi e R. Jakobson, de
outro, prolongaram e aperfeiçoaram o saussurianismo. Primeiramente a autora
faz uma abordagem sobre a obra Prolegômenos a uma teoria da linguagem de
L. Hjelmslev, uma obra voltada para a abstração, nesta abordagem Hénault faz
um rápido sobrevoo sobre os principais temas da reflexão da obra de
Hjemlslev, no qual a autora mostra os principais raciocínios que possibilitaram
que Hjelmslev estabelecesse bases para os estudos semiológicos dos
sistemas não-verbais. Trata este como continuador da obra de Saussure.
Hénault diz, inicialmente, que “a obra se auto apresenta como a preliminar das
preliminares da nova linguística”. Depois a autora aborda sobre a teoria das
funções, própria de Hjelmslev, e em seguida trata sobre a questão da função
semiótica maior, a existente entre o significado e significante (segundo
Saussure), entre expressão e conteúdo (segundo Hjelmslev).

Hénault trata que nos capítulos de 16 a 20 prolegômenos se interroga


sobre as hierarquias de relações estruturantes e sobre sua recursividade. Em
seguida mostra que as páginas seguintes (129-143) tratam sobre qual o
verdadeiro objeto de uma teoria da linguagem? O que é linguagem? E como
diferencia-la de uma não linguagem? Por fim a autora mostra a última questão
abordada pelos prolegômenos, que é a teoria das linguagens de denotação e
conotação. Em um segundo tópico da segunda parte do livro, intitulado de o
teórico das combinatórias semânticas, a autora faz uma abordagem sobre a
questão de expressão e conteúdo, diz que Hjelmslev ultrapassa Saussure,
fundando a possibilidade de uma abordagem científica dos fatos de conteúdo,
dos significados, uma vez que Saussure não estava interessado em tratar do
plano do conteúdo.

No capítulo 2 da segunda parte do livro, intitulado de “dos formalistas


russos ao estruturalismo de praga: V. Propp e os estudos dos contos da
tradição oral”, a autora faz uma breve abordagem, sobre a obra de V. Propp A
Morfologia do Conto. A autora passa, primeiramente, pela gênese do
formalismo russo e como este se prolongou no estruturalismo do círculo
linguístico de praga, a autora aborda ainda alguns pesquisadores, teorias e
contribuições nesses grupos, mostrando como Propp, apesar de não ter
participado ativamente da fundação tanto de grupos formalistas como de
grupos estruturalistas, mas teve sua importância dentro de cada um deles.

E um segundo subtópico, denominado de o catalago das 31 funções de


Propp, a autora buscar explicar o que é a o trabalho de Propp com os contos
orais e mostra que através de um novo método de análise, denominado de
“funções” suas análises se concentrariam nas ações constantes dos
personagens dos contos e essas funções tem um número limitado de 31
funções. A autora mostra ainda que a 31 funções se divide em sete esferas de
ações: o agressor, o doador, o auxiliar, o personagem procurado, o mandatário,
o herói ou usurpador (falsos heróis). Por fim é mostrado que com esse trabalho
Propp se adiantava às pesquisas dos formalistas “oficiais”, e que seus estudos
abriram caminho à uma representação paradigmática da ação, ou sobretudo de
paradigmatizar os elos sitágmaticos.

E por fim a terceira parte intitulada: “Do Semiolinguístico ao


Semiótico: Escola de Paris” analisa a contribuição dos formalistas russos e
do "estruturalista" V. Propp e delimita a maneira com que Greimas reinterpretou
e concretizou todo esse edifício teórico. É subdivida em 4 partes, sendo elas:
Semântica Estrutural ou Primeira Síntese; os Percursos de Transposição do
Conteúdo ou Segunda Síntese; Rumo a uma terceira Síntese; Conclusão.

A autora faz inicialmente uma breve abordagem sobre os diversos


fatores que levaram Greimas a se interessar pelo estudo das significações. Na
primeira síntese a autora faz referência ao livro Semântica Estrutural de
Greimas, obra fundadora daquilo que viria a ser a semiótica, obra esta que
abarca a epistemologia, a prática e a teoria semiótica. Na segunda síntese a
autora expõe algum dos artigos escritos por Greimas, falando brevemente do
que trata cada um deles, em seguida Hénault comenta sobre o
desenvolvimento da problemática das modalidades e por fim a autora explicita
sobre o quadrado semiótico.

Em rumo a uma terceira síntese a autora trata de início da insatisfação


dos pesquisadores pelo fato de as proposições inclusas em a semântica
estrutural não corresponderem mais ao avanço real da pesquisa. Nesse
contexto Hénault aborda o retorno do avanço da semiótica, que foi marcado
pela publicação no bulletins de “pour une sémiotique de passions”. Segundo
Hénault esse momento da pesquisa questiona todas as conquistas da
semiótica desde saussurre, o que levaria a um rearranjo da teoria, visando
responder o que seria um contínuo analisável?. Outra questão importante era
saber se de fato seria possível fundar uma semiótica do passional. Por fim, na
conclusão Hénault destaca quatro pontos importantes em relação a semiótica e
faz breves análises desses pontos.

Assim o livro organiza os conceitos que levaram à formação da teoria


em uma ordem histórica, que não corresponde, necessariamente, à ordem da
história real. Partindo das relações entre Ferdinand de Saussure e a semiologia
e discute o projeto científico da linguística, que daria origem, posteriormente, à
teoria semiótica. A partir do “ponto de não-retorno”, reflexão de Saussure sobre
a língua, História concisa da semiótica contempla as descobertas semióticas
realizadas a partir do final do século XIX que fundaram a singularidade e a
autonomia dessa teoria. Mesmo que muitos teóricos tenham sido apenas
citados e pouco discutidos neste trabalho, vale a pena conhecer essa história
uma vez que “a real definição da teoria semiótica é sua história”.
A obra se volta tanto para aqueles que querem iniciar seus estudos em
semiótica como para os interessados em sua história.

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