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Metodologia do
Ensino Superior
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UNIDADE 1 - EDUCAÇÃO E METODOLOGIA NO PENSAMENTO
PEDAGÓGICO BRASILEIRO
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1.1 Educação, Didática e Metodologia no pensamento pedagógico
brasileiro
A educação é um processo que acompanha o ser humano desde o seu
nascimento até o fim da sua vida em todos os tempos e tipos de sociedade. Toda
pessoa tem educação, independente do grau de instrução, condição econômica,
faixa etária, classe social, etc.
A educação sempre foi necessária como elemento de coesão entre os grupos
e indispensável para a própria sobrevivência humana. Em cada época a educação
assumiu finalidades e concepções adequadas às necessidades históricas próprias
do momento vivido. Mais que isto, como afirma Brandão (1995):
A educação está em todos os lugares e no ensino de todos os
saberes. Assim não existe modelo de educação, a escola não é o
único lugar onde ela ocorre e nem muito menos o professor é seu
único agente. Existem inúmeras educações e cada uma atende a
sociedade em que ocorre, pois é a forma de reprodução dos saberes
que compõe uma cultura, portanto, a educação de uma sociedade
tem identidade própria.
Justamente por ser um processo dinâmico, esse autor afirma também que
não encontramos um sentido unívoco para esse termo, pois educação é algo muito
abrangente. Num sentido mais amplo, todos somos educadores e educandos.
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historicamente acumulados que são necessários para a convivência e manutenção
do grupo. Desse modo, a educação se coloca como um fenômeno social, coletivo
que exige responsabilidade e compromisso pelo conjunto da sociedade, se
caracterizando como tarefa de todos seus membros.
Outro aspecto relevante e que se deve destacar é que em qualquer dos polos
ou tendências a educação não é neutra, pois tem uma intencionalidade e está a
serviço da sociedade, como afirma Veiga (2003).
[...] não sendo neutras, a teoria e a prática de uma forma de ensino
articulam as finalidades individuais de educação do homem a um
modelo de sociedade, por meio da atividade de quem ensina, de
quem aprende, de como se ensina e dos meios utilizados, e
contribuem para a manutenção-superação da prática social mais
ampla.
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cognitivo, isto é, a partir do confronto com algo novo e desconhecido para o qual não
tem respostas e nem conhecimento suficiente para responder.
Neste momento, a pessoa procura estabelecer alguma relação entre o novo
e suas estruturas mentais já consolidadas de modo a tentar compreender e mesmo
dar uma resposta que a satisfaça. Porém, nem sempre é possível achar tal resposta
em seus conhecimentos já adquiridos sendo necessário pesquisar, perguntar,
comparar, ler, refletir e, assim, chegar a uma resposta que de fato lhe satisfaça.
Quando isto ocorre dizemos que a aprendizagem foi significativa e a pessoa
conseguiu um salto de qualidade no aspecto intelectual, pois ampliou suas
estruturas mentais, uma vez que incorporou a elas novas informações que lhe serão
importantes para aquisição de outras aprendizagens que se realizarão no futuro.
Portanto, podemos afirmar que a aprendizagem é um processo sempre cumulativo e
cada aprendizagem é básica para outras que se seguirão ao longo da nossa vida.
Para concluir essa ideia, citamos Pimenta e Anastasiou (2005, p. 16), que afirmam
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Embora tenham sido empregadas como sinônimas por um bom tempo, é
preciso ressaltar que didática e metodologia se completam, mas possuem estatuto
próprio, identidade própria, o que as tornam diferentes e não sinônimas.
A didática, que na Grécia antiga significava a arte ou a técnica de ensinar,
teve em Comenius, maior educador do século XVII, seu
expoente máximo, com a obra Didática Magna - Tratado da arte
universal de ensinar tudo a todos, com uma proposta inovadora
e arrojada para o contexto daquela época. No pequeno trecho
retirado desta obra, abaixo, evidencia a crítica de Comenius
(2001, p.45) sobre a educação de cunho escolástico da época.
Fonte: http://migre.me/2aOyG
3. Nós ousamos prometer uma Didática Magna, isto é, um método
universal de ensinar tudo a todos. E de ensinar com tal certeza, que
seja impossível não conseguir bons resultados. E de ensinar
rapidamente, ou seja, sem nenhum enfado e sem nenhum
aborrecimento para os alunos e para os professores, mas antes com
sumo prazer para uns e para outros. E de ensinar solidamente, não
superficialmente e apenas com palavras, mas encaminhando os
alunos para uma verdadeira instrução, para os bons costumes e para
a piedade sincera. Enfim, demonstraremos todas estas coisas a
priori, isto é, derivando-as da própria natureza imutável das coisas,
como de uma fonte viva que produz eternos arroios que vão, de
novo, reunir-se num único rio; assim estabelecemos um método
universal de fundar escolas universais.
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ela prevê o caminho a ser feito para a apresentação, discussão, reflexão e
compreensão de um conteúdo. Portanto, a didática implica o planejamento da ação
pedagógica. Por isso, ela envolve reflexão sobre a função social do ensino, os
determinantes sócio-econômico-políticos, a relação com os outros campos do saber,
enfim, compreender a realidade vivida e os desafios postos para a educação no
contexto histórico-social em que se insere a escola, os alunos, os professores, etc.
Para Luckesi (1987), a didática deve assumir um papel significativo na
formação do educador e, dessa forma, não pode reduzir-se e dedicar-se somente ao
ensino de meios e mecanismos para se desenvolver o processo de ensino-
aprendizagem, e sim, deve ser um modo crítico de desenvolver uma prática
educativa forjadora de um projeto histórico, que não será feito tão somente pelo
educador, mas, por ele conjuntamente com o educando e outros membros dos
diversos setores da sociedade.
A didática é uma das áreas mais importantes da Pedagogia, pois
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A opção por uma metodologia tradicional e autoritária ou crítica e
questionadora revela a postura política do educador, isto é, a sua visão de mundo,
de sociedade, seus valores, enfim como concebe o seu trabalho com o professor e
cidadão e a serviço de quem e para quê coloca o seu trabalho. Embora seja tão
importante tal opção nem sempre é/está consciente ou clara para o profissional da
educação.
Não se pode perder de vista que, aparadas as arestas e as diferenças de
enfoque, a educação sempre fez parte do projeto político de um povo, de uma
nação, respondendo às necessidades históricas do momento, a partir do contexto
social, político e econômico vivido. O problema que se apresenta é que se a
educação sempre foi peça fundamental no projeto de desenvolvimento de uma
nação, nem sempre foi pensada e planejada a partir dos reais interesses de todos,
mas sim dos interesses do poder político constituído e das relações estabelecidas
por este no cenário mundial.
Exercício 1
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d) Adequação do indivíduo à organização escolar de modo a garantir a
transmissão de conhecimentos.
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já no período colonial, enquanto o Brasil
só teve esta oportunidade com a vinda
da família real. Antes disso, os
portugueses estabelecidos aqui
mandavam seus filhos para estudar na
Universidade de Coimbra, pois havia
um decreto real que proibia a criação
deste ensino nas colônias portuguesas.
Fonte: http://migre.me/2aPB3
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moldes, graças aos esforços de Darcy Ribeiro, discípulo do educador baiano Anísio
Teixeira, um dos representantes do Movimento dos Pioneiros da Escola Nova, em
1932. Vale dizer que em 1935, Teixeira já havia pensado em uma universidade
como centro de pesquisa e de debates, mas foi impedido pela ditadura do Estado
Novo, implantada por Vargas em 1937.
A universidade brasileira surgiu com a finalidade de atender aos interesses do
governo e das camadas sociais mais altas formando os profissionais que ocupariam
os quadros administrativos. Somente por volta da década de 1960 é que as
camadas médias passam a ter acesso ao ensino superior e o movimento estudantil
de 1968 revela a pressão por mais vagas
no ensino superior público. A luta dos
estudantes e professores por uma
universidade pública de qualidade e mais
democrática teve como resposta a Lei n°
5540/68, editada em um momento
histórico marcado pela repressão do
regime militar, cerceando mais ainda os
direitos humanos.
Fonte: http://migre.me/2aPT1
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1.3 Finalidades do ensino superior
As finalidades do ensino superior, de acordo com o artigo 43, da atual LDB
são:
I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito
científico e do pensamento reflexivo;
II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos
para a inserção em setores profissionais e para a participação no
desenvolvimento da sociedade brasileira e colaborar na sua
formação contínua;
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica,
visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e
difusão da cultura, e, desse modo desenvolver o entendimento do
homem e do meio em que vive;
IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e
técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, publicações ou de outras formas de
comunicação;
V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e
profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando
os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura
intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração;
VI – estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente,
em particular os nacionais e regionais, prestar serviços
especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de
reciprocidade;
VII – promover a extensão, aberta à participação da população,
visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação
cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição.
Exercício 2
1. No que se refere ao ensino superior brasileiro, podemos afirmar que iniciou
com:
a) A Reforma Francisco Campos em 1932.
b) A vinda da família real em 1808.
c) A Reforma proposta por Anísio Teixeira em 1960.
d) A Reforma Darcy Ribeiro, em 1962.
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3. Em relação à universidade brasileira é correto afirmar que:
a) Foi criada para atender as camadas altas e populares.
b) As camadas médias tiveram acesso ao ensino superior público a partir de 1930.
c) Em 1968 o movimento estudantil reivindicava a oportunidade de estudo para as
camadas populares.
d) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB nº. 9394/96 não
retomou a questão da pesquisa e do ensino no viés da luta empreendida no Brasil
ao longo dos anos 60.
Leitura suplementar:
É interessante conhecer diferentes visões sobre o ensino superior, então
o convidamos a fazer as leituras abaixo.
1. A Pedagogia no Ensino Superior e o Insucesso Escolar. João Vasconcelos
Costa. Disponível em
<lhttp://jvcosta.planetaclix.pt/artigos/pedagogia.html>. Acesso em maio
2010.
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UNIDADE 2 - A METODOLOGIA COMO ATO POLÍTICO
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Se o ato de educar tem uma intencionalidade, o educador não pode ser
ingênuo e, por isso deve refletir sobre os pressupostos éticos, filosóficos, políticos e
teóricos que subjazem a sua prática docente, tendo em vista o cidadão que pretende
formar, ou ao menos, colaborar com sua formação e também a sociedade que
buscamos agora e para as gerações futuras. Será que estamos satisfeitos com a
sociedade que temos? A violência urbana não é problema nosso? Os valores que
exercitamos são boas referências para nossos filhos, alunos, companheiros,
amigos?
Outro parâmetro que devemos adotar nesta reflexão é a análise das políticas
educacionais do nosso País, questionando suas finalidades e resultados, no sentido
de se garantir educação de qualidade para todos, assegurando igualdade de
oportunidades para todos os cidadãos, independente de sua condição social e
econômica. Se o discurso político é pela educação de qualidade, quais são os
instrumentos que garantem sua efetivação? Quais entraves impedem sua
realização?
As políticas educacionais devem ser analisadas à luz do modelo de Estado
moderno que temos e que se propõe a buscar a cidadania pela educação. São as
respostas a esses questionamentos que podem nos guiar nesta caminhada quando
se trata da necessária reflexão sobre as finalidades da educação brasileira.
Para concluir, é importante refletir sobre os desafios da educação enquanto
prática histórica, que, de acordo com Pimenta e Anastasiou (2005, p.98), são três:
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tecnologias respondem a essas necessidades, por permitir uma educação mais
flexível no que se refere ao planejamento e organização curricular.
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reveladas, incontestáveis e inquestionáveis. Ao aluno, não cabe a tarefa de refletir,
propor, criticar. Tudo já está pronto e organizado por um profissional que sabe mais
que ele e que se deu ao trabalho de “repassar” as informações. A metodologia aqui,
se configura como um conjunto de métodos e técnicas de caráter neutro e, portanto
desvinculado do contexto histórico e da prática social do aluno.
Esta tendência serviu e serve ainda hoje muito bem aos anseios de uma
sociedade mais fechada, autoritária, que busca fortalecer seus valores e “verdades”
por meio de uma educação que se impõe sem dar espaço para a reflexão e a crítica.
É o tipo de educação que não busca a emancipação humana, a autonomia
intelectual.
A aprendizagem, nesta tendência, não é significativa, pois o aluno não
percebe as relações entre o conteúdo e a prática. Por isso, sua base é em uma
metodologia que estimula a memorização de informações, de modo mecânico, para
que o aluno dê as respostas que o professor espera em cada avaliação, alcance
uma média para ser aprovado e todos fiquem satisfeitos com os resultados.
Pensar a educação a partir desse parâmetro é menosprezar a capacidade
criativa e crítica do ser humano, é negar a chance de crescimento intelectual e
retardar o processo de mudanças necessárias para o avanço científico, tecnológico,
social e cultural.
Vejamos agora as tendências consideradas como mais progressistas ou
críticas. O ponto de partida é outro! O conhecimento não é fechado, e, portanto não
se esgota em si mesmo. É sempre referência para a construção de novos
conhecimentos a partir da análise crítica e do ponto de vista do sujeito que tenta
dele se apropriar.
O papel da metodologia é fazer a mediação entre a prática social do aluno e o
novo conhecimento. Portanto, estimula a busca pelo conhecimento de modo crítico,
criativo, reflexivo e contextualizado, por meio da pesquisa e estudo, desenvolvendo
a autonomia intelectual do aluno.
Observe o quadro abaixo, elaborado a partir das ideias de Saviani, a síntese
do movimento metodológico realizado pelo professor e aluno na construção do
conhecimento.
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Quadro 1 – Etapas da Abordagem Metodológica
PONTO DE PARTIDA X PONTO DE CHEGADA
TEORIZAÇÃO DA
PRÁTICA RETORNO À PRÁTICA
PRÁTICA
CONCRETA ABSTRATA CONCRETO PENSADO
ANALISE DA ENTENDIMENTO DA SUA
TRANSFORMAÇÃO
REALIDADE LÓGICA E MOVIMENTO
TESE ANTÍTESE SÍNTESE
Fonte: Elaboração própria
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propostos pelo professor, momento em que se dará a ‘ruptura’ em
relação à experiência pouco elaborada.
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das variáveis que interferem na prática e da nossa experiência e dos outros
professores. O conhecimento, segundo o autor, é adquirido por meio da
investigação, das experiências dos outros, dos modelos, exemplos e propostas e,
neste contexto, a avaliação de nossas ações passa pela análise do que fazemos, de
nossa prática e do contraste com outras práticas.
Exercício 3
1. O ato de educar implica em opções políticas que dependem da visão
de mundo do educador. Isto porque o ato de ensinar é permeado pela
neutralidade.
a) Verdadeiro
b) Falso
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7. O professor não precisa refletir sobre sua prática uma vez que sua
opção por uma das tendências de ensino depende apenas da sua prática
e experiência docente.
a) Verdadeiro
b) Falso
Sugestão de leitura
Para saber um pouco mais sobre a intencionalidade política do ato de educar,
recomendamos a leitura do texto “Educar é um ato político: um conceito
freireano fundamental no processo educativo” de Luiz Etevaldo da Silva.
Resumo: Este artigo tece considerações sobre a autonomia como princípio pedagógico para
uma educação libertadora. São discussões dos contornos teóricos do texto de Paulo Freire,
da obra Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. As reflexões
tratam da dialética entre o ensinar e o aprender, o papel do educador no processo de ensinar
a pensar e a estética no ato de ensinar.
Introdução
Este artigo tece considerações acerca doprimeiro capítulo da obra de Paulo Freire:
Pedagogia da autonomia –saberes necessários à práticaeducativa. São recortes de suas
idéiassobre a docência e a discência, entre o aprender e o ensinar numa relaçãodialética,
centrando a reflexão referente à autonomia como princípio pedagógico para uma educação
libertadora.
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Luiz Etevaldo da Silva é Mestrando em Educação nas Ciências (UNIJUÍ/RS) e
docente da rede de ensino básico do Estado do RS.
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No sentido de propiciar condições para que o educando desenvolva a subjetividade,
crie suas próprias representações de mundo de acordo com suas concepções, construa
argumentos e defenda um modelo de sociedade com mais cidadania. São reflexões que têm
como pressuposto pensar as principais idéias de Freire, para servir de elemento teórico para
repensar a prática pedagógica em escolas de ensino básico e, desta forma, ressignificar as
concepções freireanas e dar uma nova performance ao processo de construção de
conhecimentos e saberes, no qual o educando se perceba como sujeito do processo histórico
e responsável pela sua condição social individual e, também, coletiva.
A dialética entre o ensinar e aprender se constitui numa relação fundamental para
oportunizar um ambiente educativo dialógico, onde educador e educando, os dois aprendem e
ensinam mutuamente. A autonomia pressupõe esta relação de interlocução e situações de
aprendizagem cooperativas e solidárias. Neste processo, o papel do educador é indispensável
como mediador do ensino-aprendizagem, para dar forma estética e ética ao ato de ensinar.
Paulo Freire centrou a defesa de uma pedagogia que possibilitasse ao sujeito ter
autonomia. Para este autor, a educação libertadora precedia do desenvolvimento da
capacidade do indivíduo criar suas próprias representações do mundo, pensar estratégias
para resolução de problemas e aprender a compreender-se como sujeito da história.
A autonomia, segundo ele, é fundamental para construção de uma sociedade
democrática e para criar condições de participação política, onde as pessoas tenham vez e
voz, digam o que desejam e que modelo de sociedade é melhor individual e coletivamente. “A
Pedagogia da autonomia (1996), é o lugar onde Paulo Freire escreve e reflete sobre esse
conceito, colocando-o como princípio pedagógico para educadores que se dizem
progressistas” (MACHADO, 2008, p. 56).
Nela traz profundas reflexões acerca do ato de ensinar para constituir subjetividades
inteligentes, capaz de reunir recursos para resolver situações-limite e criar condições para
efetivar o inédito viável. Ele propõe problematizações em torno do conceito de autonomia para
que o processo educativo se configure como instrumento de libertação. Para isso, é
necessária uma postura epistemológica, uma relação dialética entre a teoria e a prática. “A
reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação Teoria/Prática sem a qual a
teoria pode ir virando blábláblá e prática, ativismo” (FREIRE, 1998, p. 24).
A autonomia é uma construção cultural, não é algo natural, depende da relação do
homem com os outros e destes com o conhecimento. Então, neste processo o ato de ensinar,
defende Freire, é fundamental. E para ele, “(...) ensinar não é transferir conhecimento, mas
criar as possibilidades para a produção ou a sua construção” (FREIRE, 1998, p. 25).
Ensinar pressupõe relação dialógica, no qual docente e discente interagem
dialeticamente com perguntas e busca de respostas para a problematização em curso. É um
processo de interlocução, no qual indagações se sucedem à procura de inteligibilidade dos
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fenômenos sociais, culturais ou políticos; propõe a análise crítica, observando as diversas
dimensões da conexão dos fenômenos, através do lançamento de hipóteses e definição de
formas de entendimento. “Para Paulo Freire, autonomia é libertar o ser humano das cadeias
do determinismo neoliberal, reconhecendo que a história é um tempo de possibilidades”
(MACHADO, 2008, p. 56).
“Ensinar inexiste sem aprender e foi aprendendo socialmente que, historicamente,
homens e mulheres descobriram que era possível ensinar” (FREIRE, 2008, p. 26). No
momento em que os homens/mulheres se aproximaram, sentiram necessidade de partilhar
experiências para sobreviver, visto que o ser humano é um ser cultural, que necessita um dos
outros para, historicamente, se constituir enquanto sujeito. Primeiro o homem aprendeu e
depois descobriu que podia ensinar o saber aos outros.
O partilhamento de experiências constitui esta lógica de aprender/ensinar. Mas não
é algo descompromissado, exige que, epistemologicamente, se busque a decifração dos
conceitos dos mais simples aos mais complexos. Para isso, é indispensável a postura crítica,
para codificar e decodificar os fenômenos do mundo que nos cerca. “(...) Ensinar não é
transferir a inteligência do objeto ao educando, mas instigá-lo no sentido de que, como sujeito
cognoscente, se torne capaz de inteligir e comunicar o inteligido” (FREIRE, 1998, p. 134-5).
É um processo que acontece mediante o envolvimento do indivíduo com o objeto do
conhecimento, na tentativa de satisfazer sua curiosidade epistemológica. Sem querer
aprender o ensinar se torna inócuo. É uma relação
dinâmica entre o que ensina e o que aprende e ao mesmo tempo quem ensina aprende na
relação dialógica. “A dialética entre o aprender e o ensinar constitui um ciclo gnosiológico, que
se dá pela prática e pela pesquisa, favorecendo a autonomia dos educandos”
(VASCONCELOS; BRITO, 2006, p. 98).
O diálogo crítico em torno do ato de conhecer e ensinar é condição, segundo Freire,
para aprender a pensar com autonomia e saber realizar a leitura de mundo, buscar a
compreensão e o entendimento das relações entre os homens, entre eles e a natureza, as
coisas, o saber, a transcendência. Não esquecendo que, “todo processo de autonomia e de
construção de consciência nos sujeitos exige uma reflexão crítica e prática, de modo que o
próprio discurso teórico terá de ser alinhado à sua aplicação” (MACHADO, 2008, p. 57).
O papel do educador no processo de ensinar a pensar O homem com autonomia
está em condições de se emancipar. Produz pertinência em suas ações, defende seu ponto
de vista de forma argumentativa e entende a verdade em movimento, sendo reconstruída
constantemente; cria uma estrutura subjetiva, capaz de usar a racionalidade e a sensibilidade
na defesa dos seus interesses individuais e coletivos. É um sujeito consciente de sua
condição política na interação com o mundo e consegue desvelar os fenômenos que o
impedem a visibilidade diante das decisões que precisa tomar. Ele, então, aprende a
aproveitar as circunstâncias para agir. Neste sentido,
O educando se torna realmente educando quando e na medida em
que conhece, ou vai conhecendo os conteúdos, os objetos
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cognoscíveis, e não na medida em que o educador vai depositando
nele a descrição dos objetos ou dos conteúdos (FREIRE, 1996, p.
47).
Quem pensa certo utiliza a teoria e o repertório de experiências para criar suas
estratégias e táticas na hora de tomar decisões. Justifica suas ações
racionalmente, mostrando as possibilidades e os limites possíveis nas situações difíceis.
Analisa criticamente o mundo objetivo e o social, procura entender as tendências lógicas que
dão sentido e significado ao mundo que os
rodeia. O homem aprende a deduzir a partir de seus raciocínios, mediante os exames
minuciosos dos problemas e das contradições circunstanciais. Firma sua convicção até
quando outra surja para substituir a velha, pelo menos em parte.
Isto é o que caracteriza o homem como um ser histórico: ver o mundo em
movimento dialético e dinâmico; coloca a sua situação existencial no crivo da crítica, enquanto
prática de se questionar e buscar superação do velho pensamento pelo novo, que se tornará
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velho amanhã.
Para aprender a pensar, segundo Freire (1998, p. 32), é necessário aprender a
pesquisar. “Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino”. Os princípios do
conhecimento pertinente se consolidam a partir da busca do desconhecido mediante o ato de
pesquisar. Ninguém se torna inteligente sem esta condição.
A curiosidade epistemológica precisa ser satisfeita com a procura de conhecer o
objeto desconhecido e, assim, enquanto sujeitos pensantes e autônomos, frente a um mundo
que diariamente mostra novas facetas para nós, as quais precisam se tornar inteligíveis, para
poder compreendê-lo. “Enquanto ensino continuo buscando, procurando. Ensino porque
busco, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho,
intervindo educo e me educo” (FREIRE, 1998, p. 32).
Mas, “ensinar exige respeito aos saberes dos educandos” (FREIRE, 1996, p. 33). O
mundo que ele traz para dentro da escola precisa ser o ponto de partida para iniciar a
construção de novos conhecimentos. São os pré-conceitos para começar a pensar. Nós não
começamos a pensar do nada; em tese, sempre temos pontos de referências para
estabelecer o vínculo entre o que sabemos e o que não sabemos.
Segundo Freire, o educador precisa respeitar os saberes das classes populares,
para através desta relação conseguir a confiança deles, para criar condições de afetividade e
um clima propício para uma relação dialógica. Seu mundo precisa ser problematizado para
aprender a pensar de forma mais elaborada, condição para interagir no mundo
contemporâneo.
Todo conhecimento, por mais simples que seja, faz parte de uma complexa teia de
relações, sempre é possível se compreender mais profundamente o senso comum, quando
temos rigor metodológico para ligar as conexões entre as concepções e os princípios.
A estética e a ética no ato de ensinar Para Freire (1996, p. 36), a estética do
conhecimento está na boniteza, em ter condições de pensar, ter consciência como ser
histórico-sociais, contribuir para um mundo melhor, através de postura ética, entendida como
as reflexões entre a coerência dos nossos atos e suas conseqüências para com os outros.
Segundo ele, “não é possível pensar os seres humanos longe, sequer, da ética, quanto mais
fora dela. Estar longe ou pior, fora da ética, entre nós, mulheres e homens, é uma
transgressão” (p. 37).
A sustentação da vivência em sociedade é possível por causa da dimensão ética
que permite o respeito ao outro, a solidariedade, o compromisso com o coletivo. A relação
entre os homens, entre estes e a natureza e com a transcendência dependo das reflexões
éticas que fazem antes de agirem.
A subjetividade do educando se forma no contexto de relações que acontecem por
meio do processo dialógico, do partilhar de experiências e da práxis, que redefinem os
valores, a partir de referenciais éticos no tempo e no espaço. “Ensinar exige reflexão crítica
sobre a prática” (FREIRE, 1996, p. 42).
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A vida cotidiana precisa ser submetida às interrogações permanentes para detectar
os reais sentidos e significados. O exercício da docência pressupõe a relação teórica com a
prática dialeticamente. “A prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o
movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer” (p. 42-3).
A autonomia e a emancipação dependem desta capacidade de tornar inteligível o
cotidiano à luz da teoria. A superação da primeira visão é o que esteticamente nos coloca em
condições privilegiada no contexto social e cultural. Nossa humanidade se expande quando
nos conseguimos perceber o mundo além das aparências.
A estética do conhecimento se mostra evidente quando aprendemos a pensar certo
o mundo, ampliamos os horizontes de interpretação, conhecemos melhor, aprendemos a nos
indignar diante das injustiças e nos alegramos nas situações de libertação, da expressão da
vida, além da materialidade. Autoria do pensar implica responsabilidade, ética.
O racional e o sensível são repertórios nas horas de decidir, fazer escolhas. O
homem com estes atributos consegue transformar os obstáculos em possibilidades. Assim,
criar condições para mudança das estruturas e processos sociais negadores de cidadania.
Ter, desta forma, uma subjetividade aberta para as condições objetivas e subjetivas, ver o
mundo por várias perspectivas.
Considerações finais
A autonomia, enquanto confiança em si, como sujeito da história e responsável por
suas decisões, torna-se uma categoria conceitual fundamental no processo educativo
progressista, que tem a liberdade como utopia. Educar na contemporaneidade, na perspectiva
de criar condições para mudanças nas
estruturas e processos sociais, culturais, econômicos ou políticos pressupõe-se
pensar na autonomia como fundamento da emancipação intelectual e de ação.
Educar para constituir subjetividades autônomas requer uma pedagogia que oportunize ao
educando aprender a pensar e decifrar as relações de poder inerentes ao processo social e
político.
Para o sujeito se tornar autônomo precisa aprender a estabelecer conexões entre as diversas
dimensões do processo social, político e cultural. Neste sentido, ler Paulo Freire é
indispensável, sobretudo a obra que utilizei com referência para refletir e fazer as enunciações
pertinentes ao tema.
Referências
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 7. ed.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.
MACHADO, Rita de Cássia de Fraga. Autonomia. In:. STRECK, Danilo R.; REDIN, Euclides;
ZITKOSKI, Jaime José (Org.). Dicionário Paulo Freire. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
VASCONCELOS, Maria Lucia Marcondes Carvalho; BRITO, Regina Helena Pires de.
Conceitos de educação em Paulo Freire. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.
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UNIDADE 3 - VISÃO HISTÓRICA DA METODOLOGIA DE ENSINO NA
UNIVERSIDADE
3.1 Trajetória
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jesuítas fundadores da Companhia de Jesus realizaram seus
estudos.
Neste contexto, as aulas eram realizadas por meio da leitura do texto e sua
interpretação pelo professor seguido de perguntas feitas por ele para os alunos e
vice-versa. O aluno deveria anotar e copiar tudo, pois na época não havia livros e
este processo era importante para a realização dos exercícios de fixação e
memorização do conteúdo. Também para ajudar no trabalho de memorização, todas
as aulas eram iniciadas com a verificação da aula anterior e semanalmente a
matéria era recapitulada.
A sequência didática das aulas obedecia à seguinte ordem:
• Exposição, argumentos a favor,
• Argumentos contrários e
• Solução do mestre.
O rigor e disciplina exigidos em sala de aula e nos momentos de estudo, o
sistema rígido de avaliação e a postura do mestre são coerentes com o objetivo da
educação daquela época, ou seja, salvar as almas e aproximar as pessoas de Deus.
É preciso não perder de vista o contexto histórico do século XVI, principalmente no
que se refere ao embate entre a Reforma, movimento liderado pelo monge alemão
Martino Lutero e a reação da Igreja Católica, a Contra-Reforma. A Igreja procurou
reafirmar seus dogmas, condenar as novas religiões e impedir o avanço das novas
ideias por meio do Concílio de Trento, realizado em 1545.
Neste momento, a Companhia de Jesus teve papel fundamental, pois
assumiu o comando da educação e catequese imprimindo nas escolas cristãs o rigor
militar próprio da formação de Inácio de Loyola, ex-soldado, agora a serviço de
Deus. Outro aspecto interessante de se ressaltar é o fato de que o aluno não era
estimulado a refletir, criar, construir seu conhecimento a partir da compreensão, pois
era educado para a obediência e não podia questionar o conhecimento imposto. A
base da metodologia imposta nas escolas era a memorização, reforçada pelas
cópias, exercícios de fixação, repetição das lições. Isto justifica as repetições
realizadas ao meio-dia e no final da tarde nas escolas jesuíticas.
Observando a foto abaixo se percebe a clara relação entre a educação e o
cristianismo, pois o colégio era construído anexo a uma igreja e os mestres eram
padres jesuítas.
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Foto 1 – Colégio em São Paulo fundado pela Companhia de Jesus em 1554
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metodologia se manteve com base na memorização e na repetição. Neste sentido é
interessante a posição de Pimenta e Anastasiou (2005, p. 150), que afirmam:
Fonte: http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL999773-16107,00.html
31
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De acordo com Rossato (1998, p.83-84), o modelo napoleônico se caracteriza
pelo monopólio estatal, a manutenção da laicização introduzida pela Revolução
Francesa, a divisão em faculdades compartimentalizadas, a importância atribuída à
colação de grau e ao Diploma como requisito para o exercício da profissão e a forte
conotação ideológica que colocava a educação a serviço exclusivo do Estado
Imperial.
Desta forma, fica evidente o atrelamento da universidade aos interesses do
Estado, inclusive na preparação de seus quadros, os quais devem seguir
rigorosamente a orientação do governo, do poder instituído, deixando em segundo
plano, os interesses da sociedade, da nação e dos segmentos médios e pobres da
população, uma vez que só as elites tinham acesso a este nível de ensino.
A universidade se revestia dos mesmos ideais autoritários impostos pelo
governante à sociedade civil, que, por sua vez, não tinha clara consciência da
situação, até porque a educação não estimulava a crítica, pelo contrário, servia mais
como doutrinação, mantendo os interesses do governo e das elites. Casamento
perfeito para a época!
As fotos abaixo das primeiras universidades brasileiras ilustram a arquitetura
da época, com forte influência europeia.
Fonte: http://migre.me/2bUQX
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Foto 4 - Faculdade de Direito do Largo São Francisco
Fonte: http://migre.me/2bURJ
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tais como do Estado, da Igreja e de outras demandas externas ao
campo acadêmico universitário.
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Foto 5 – Sala de aula tradicional
35
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na ciência, na pesquisa e na criatividade. Esta tendência concebia o conhecimento
como provisório, passível de mudança e novas abordagens.
Com a implantação do regime militar nos diversos países da América Latina
no decorrer dos anos 60, cerceou este movimento, trazendo, consequentemente, a
estagnação do pensamento crítico, da pesquisa e da relação de parceria entre
professor e aluno.
Dessa forma, o ensino pautou-se na reprodução do conhecimento, com
ênfase na figura do professor como mero transmissor de conteúdo, impedindo a
construção da autonomia intelectual dos alunos. Disciplinas voltadas para o
desenvolvimento do pensamento crítico como a filosofia e a sociologia foram
banidas do currículo ou receberam outro tratamento pedagógico, destituído da
crítica.
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A pesquisa é a atividade voltada para a solução de problemas e a busca da
verdade que, na Universidade visa a investigar cientificamente a realidade criando
novos conhecimentos, desencadeando novas descobertas e tecnologias a serviço
da sociedade, e como consequência, o desenvolvimento sócio-econômico e cultural
da Região e do País.
A extensão é a atividade que coloca a Universidade em contato com a
comunidade para beneficiá-la com o conhecimento produzido, devolvendo-lhe o
referencial básico para a pesquisa e ensino com fatos relevantes em nível social e
científico.
Embora as funções estejam claras no texto legal, o ensino superior brasileiro
ainda apresenta aspectos que comprometem seu papel social, quando, por exemplo,
uma parcela significativa dos docentes exerce a função de ensinar de forma
desvinculada da pesquisas, o investimento na formação continuada ainda é tímido e
as salas de aula ainda guardam grande semelhança com os modelos tradicionais de
ensino, sem a infraestrutura necessária e possível diante de tanto aparato
tecnológico que hoje temos disponível no mercado.
Este quadro comprova o nível de atenção e cuidado que os governantes
brasileiros têm dado à educação, embora é preciso ressaltar, como bem afirmam
Pimenta e Anastasiou (2005, p. 154-155), que existem esforços no sentido de
superar esses entraves.
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realização de tarefas e atividades sem limitação de tempo ou lugar (anytime,
anyplace).
Foto 6 –Sala de aula com suporte tecnológico
Fonte: http://migre.me/2bVFs
Exercício 4
1. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:
I. No modelo jesuítico de ensino superior a metodologia privilegiava aulas realizadas
por meio da leitura de texto e sua interpretação pelo professor seguido de perguntas
feitas por ele para os alunos e vice-versa. Por isso, os alunos deveriam anotar e
copiar tudo para depois fazer os exercícios de fixação e memorizar o conteúdo.
II. O modelo francês-napoleônico é considerado avançado porque propunha o
ensino por meio da pesquisa, estabelecendo a parceria entre professor e aluno.
a) Apenas o enunciado I está correto.
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b) Apenas o enunciado II está correto.
c) Os dois enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.
Leitura complementar
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UNIDADE 4 - PLANO E PLANEJAMENTO DE ENSINO, EXECUÇÃO E
AVALIAÇÃO
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ação-reflexão-ação tem um caráter mais coletivo, pois o grupo de educadores
identifica os problemas de ensino e aprendizagem, pesquisa suas raízes e propõe
formas para a sua superação. Assim, planejamento é processo.
O plano, por sua vez, tem caráter mais
individualizado ou de pequeno grupo e ocorre quando
o educador ou educadores, a partir da reflexão coletiva
documenta aquilo que pretende realizar e as
observações do desenvolvimento do trabalho. O que
se pretende é uma interdependência entre a dimensão
individual e a coletiva do planejamento. O plano é
documento.
Fonte: http://migre.me/2bWGA
Rays (1996, p.39) diz que planejar o ensino revela sempre uma intenção
(consciente e/ou inconsciente) da prática educativa que requer desenvolvimento
para um grupo de pessoas – educandos ou educandas matriculados (as) em uma
disciplina, situados (as) num determinado momento histórico, no tempo e no espaço.
Assim, o ato de planejar o ensino é sempre um ato pedagógico (este, em sua
essência, é sempre intencional) que reflete a visão (verdadeira ou falsa) que o
educador possui sobre o mundo social e o mundo educacional. Neste sentido,
podemos afirmar que o ato de planejar o ensino é sempre um ato político. Ainda a
esse respeito, Vasconcellos (1999) afirma:
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‘condicionar’, estabelecer as condições – objetivas e subjetivas –
prevendo o desenvolvimento da ação no tempo (o que vem primeiro,
o que vem em seguida), no espaço (onde vai ser feita), as condições
materiais (que recursos, materiais, equipamentos serão necessários)
e políticas (relação de poder, negociações, estruturas), bem como a
disposição interior (desejo, mobilização), para que aconteça. (grifo do
autor).
Saviani (1982, p.51) afirma que “uma visão histórica da educação mostra
como esta sempre esteve preocupada em formar um determinado tipo de homem
(pessoa). Tais tipos mudam, variam de acordo com as diferentes exigências das
diferentes épocas”.
Vasconcelos (1998, p.101) afirma que a prática educativa é um ato político
porque implica na visão de mundo, sociedade, educação, ser humano, dentre
outras. Esta prática não é neutra, pois é sempre condicionada por uma tendência
que pode ser crítica (transformadora) ou não-crítica (reprodutora). Para se posicionar
é necessário que o educador tenha consciência da sua própria prática social e de
seus alunos.
Concluindo, podemos afirmar que a metodologia é, portanto uma opção
política do professor que envolve valores, crenças, atitudes, conhecimento, ética,
etc. O grande desafio é articular o saber escolar com as condições do aluno de
modo a garantir a apropriação crítica do conhecimento que permita a leitura da
realidade.
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Exercício 5
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4.3.1 Conhecendo a realidade
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• Problemas, necessidades, perspectivas, experiências positivas;
• Contribuição das disciplinas para a formação do profissional;
• Possibilidades de integração entre as disciplinas;
• Análise das ementas, conteúdo programáticos e objetivos;
• Propostas de atividades como seminários, semanas, projetos, dentre
outros.
d) Alunos: as informações sobre os alunos são importantes para o
planejamento das aulas, em especial, das atividades, tendo em vista suas
possibilidades. Por exemplo:
• Número de alunos: novos, repetentes, em dependência, trabalhadores
etc.;
• Nível sócio-econômico, faixa etária, atividade profissional;
• Expectativas em relação ao curso, à disciplina e aos professores;
• Nível de conhecimento, leitura, dificuldades especiais;
• Disponibilidade para estudo e realização de tarefas.
e) Professor: além de refletir sobre suas condições de trabalho, é preciso
que o professor reflita sobre sua formação e condições para assumir a docência,
considerando:
• Nível de conhecimento na área de formação;
• Nível de conhecimento na disciplina que se dispõe a trabalhar;
• Experiência no magistério;
• Disponibilidade para estudar, planejar, se reunir, refletir sobre sua prática
e trocar experiências com os colegas;
• Alternativas disponíveis para solucionar dúvidas quanto à sua
metodologia, conteúdo e avaliação;
• Entendimento sobre a relação professor-aluno;
• Concepção de mundo, sociedade, homem/mulher, educação,
educador/a.
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LEIS DE DIRETRIZES E BASES
DIRETRIZES DO CURSO
REGIMENTO DA INSTITUIÇÃO
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4.3.2 Elementos constitutivos de um plano
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alunos e, neste caso, quando iniciam as aulas o plano já está pronto! O que fazer se
os objetivos não estão adequados ao nível dos alunos?
É preciso lembrar que o professor é livre para rever seu plano durante todo o
processo, adequando-o às necessidades, ao ritmo e progresso da turma. O plano
não é um documento fechado, pelo contrário, é uma proposta que se refaz
continuamente sempre que a realidade assim o exigir.
Ainda sobre os objetivos, Masetto (1990) aponta:
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A seleção de conteúdos se constitui em outro desafio para o professor, pois é
por meio deles que se busca a concretização dos objetivos. Por isso, os conteúdos
devem ser condizentes com o que se deseja alcançar com os alunos na disciplina,
naquele curso e período.
Os conteúdos envolvem:
• o conhecimento de conceitos, princípios, leis e fatos, ou seja, o
saber;
• os procedimentos, quer dizer, as técnicas e as habilidades, o saber
fazer, aplicar;
• as atitudes, valores e crenças, o ser.
Zabala (1998) define três tipologias de conteúdos, que são factual/conceitual,
procedimental e atitudinal, embora ressalte que não há uma separação entre elas.
Vejamos o que o autor fala a esse respeito:
Mas antes de efetuar uma análise diferenciada dos conteúdos, é
conveniente nos prevenir do perigo e compartimentar o que nunca se
encontra de modo separado nas estruturas de conhecimento. A
diferenciação dos elementos que as integram e, inclusive, a
tipificação das características destes elementos, que denominamos
conteúdos, é uma construção intelectual para compreender o
pensamento e o comportamento das pessoas. (ZABALA, 1998, p.
39).
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como, por exemplo, fazer um desenho, uma leitura, etc. Os conteúdos atitudinais se
referem aos valores, normas, atitudes, crenças que o aluno aprende em situações
do cotidiano, na vida, na sala de aula, no contato com o grupo social, ou seja, em
diferentes instâncias da sua prática social e demonstram sua posição diante de
fatos, como, por exemplo, ser solidário com um colega, reconhecer/acatar uma
norma para o bem-estar social, cuidar do meio ambiente, dentre outros.
Desse modo, podemos afirmar que os conteúdos são indispensáveis na
formação das competências, aqui entendidas como a capacidade de mobilizar
diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situação (PERRENOUD,
2000, p.11).
Masetto (1990) diz que o principal critério para a definição dos conteúdos são
os objetivos que se pretende alcançar na disciplina com a turma. Objetivos e
conteúdos se complementam e só fazem sentido nesta relação de reciprocidade. Na
definição dos conteúdos o professor deve observar uma sequência lógica e, portanto
sua seleção e organização não devem ser determinadas pelo livro didático. O
conhecimento da realidade da escola, dos alunos e do professor, ou em outras
palavras, o diagnóstico inicial sugerido anteriormente, é a base para a definição de
objetivos e conteúdos.
Ainda a esse respeito, o autor afirma que muitas vezes os conteúdos são
selecionados pela escola, chefe de departamento ou coordenador de curso,
professor da disciplina, professor mais antigo, professor que pesquisa o assunto,
manuais e livros adotados, autores mais atuais, etc.
O ideal é que o conteúdo seja selecionado por uma equipe de professores,
junto com o coordenador e alunos, pois o trabalho em equipe evita que temas se
repitam em diversas disciplinas do curso. Este trabalho deve ser acompanhado pelo
coordenador do curso porque tem a visão geral do curso.
O professor não deve estar sozinho nesta tarefa, embora a responsabilidade
seja sua. Mas é bom lembrar que os conteúdos são dinâmicos e, portanto devem ser
atualizados, revistos constantemente, por meio de pesquisa sobre os estudos mais
recentes na área. É obrigação de o professor manter-se atualizado na sua disciplina,
buscando as novidades e publicações recentes, enriquecendo seu conhecimento e,
consequentemente, sua prática.
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Outra questão relevante que Masetto levanta é que a forma como o conteúdo
está organizado influi e muito na aprendizagem do aluno, pois desta organização
dependem a motivação e compreensão por parte do aluno. O professor precisa
analisar qual a melhor forma de apresentar o conteúdo aos alunos de modo a
facilitar a sua compreensão, deve refletir sobre a ordem psicológica, ou seja, como
favorecer os processos mentais superiores de conceituação, reflexão, análise,
solução de problemas.
d) Metodologia, técnicas de ensino e recursos pedagógicos. A
metodologia, como já vimos anteriormente, refere-se à abordagem que professor e
alunos fazem do conhecimento. Ela não é neutra e, por isso, pode ser feita com
base na tendência tradicional, fechada, aceitando o conhecimento como imutável,
infalível e eterno, sem passar por uma crítica. Também pode e deve ser feita com
base nas tendências mais críticas que fazem a releitura desse conhecimento à luz
do contexto em que foi produzido e contextualizando-o no presente.
Para tanto, o professor procura saber o que o aluno já sabe, ouviu ou leu a
respeito do conteúdo, partindo da sua visão sincrética, um tanto indiferenciada desta
realidade e, por meio das discussões, análises, enfim, por meio da problematização
proposta pelas atividades previamente planejadas, o professor ajuda o aluno a
compreender o conhecimento e suas relações com outras áreas do saber e sua
aplicabilidade na prática, no cotidiano, tomando consciência da importância deste
saber para seu crescimento enquanto profissional, cidadão, ser humano.
Neste sentido, o ponto de partida do professor é sempre a prática social do
aluno que deve ser problematizada, criticada, refletida de modo a ajudá-lo a
compreender o movimento, o real significado do seu conhecimento em comparação
com o que está sendo proposto.
As técnicas de ensino e os recursos são essenciais para a realização desta
tarefa, pois são instrumentos que subsidiam o trabalho do professor na abordagem
metodológica. As técnicas de ensino podem ser individuais e socializantes e para
que seu trabalho seja motivador, interessante, o professor deve incluir no seu plano,
técnicas variadas para conseguir melhores resultados no que se refere à
participação e envolvimento dos alunos.
Por mais que privilegie a aplicação de técnicas que permitam a socialização e
a integração do aluno, é preciso refletir sobre a importância do trabalho individual,
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pois é ele que permite ao professor conhecer o seu aluno, suas dificuldades, desejos
e expectativas. O ideal é manter o equilíbrio entre as técnicas socializantes e as
individuais.
Ainda sobre as técnicas de ensino, Masetto (1990) apresenta:
Situações simuladas: como o próprio nome indica, são técnicas que utilizam
simulações com a finalidade de reproduzir, no ambiente escolar, a situação real
equivalente para que o aluno vivencie a experiência mais proximamente possível da
realidade, por meio da oferta de modelos.
1. Dramatização
2. Desempenho de papéis
3. Jogos dramáticos
4. Jogos de empresa
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5. Condução de pesquisa
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do professor. Para tanto, é preciso planejar a pesquisa, registrando suas etapas em
documento próprio, ou seja, o projeto.
Fonte: http://migre.me/2c2Cz
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Quadro 3 - Correspondência Objetivos – Técnicas
OBJETIVO TÉCNICA
Oportunizar a participação de todos Phillips 66, cochicho, times de
em sala numerosa. observação.
Grupos pequenos, painéis de
Aprofundar e concluir tema.
integração.
Desenvolver observação e crítica. GOxGV
Produção de ideias em prazo curto. Tempestade cerebral.
Participar e opinar. Pergunta circular.
Estudar e analisar um tema. Painel.
Apresentar diversos aspectos de um
Simpósio.
mesmo tema.
Meditar coletivamente sobre um
Círculo de estudo.
tema.
Enfrentar ideias opostas. Debate, painel de oposição.
Desenvolver análise e enfrentamento
Estudo de caso.
situação.
Desenvolver empatia e capacidade
Dramatização.
de assumir papéis.
Investigar diversos aspectos de um
problema e colocar os resultados Seminário.
comuns.
Desenvolver capacidade de Trabalho em equipe, método de
pesquisar e estudar em equipe. projeto.
Aumentar flexibilidade mental. Diálogos sucessivos.
Aprender fazendo. Oficina, laboratório “workshop”.
Fonte: Bordenave; Martins (1986)
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Sugestão de leitura:
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elaborarem trabalhos e/ou pesquisas pela internet. Muitos professores ocupam esse
espaço para trabalhar com a turma, oferecendo um tipo diferente de aula, em um
espaço mais atraente e desafiador. É claro que estes momentos devem ser
planejados para não se perder de vista os objetivos e entendo que a intenção é o
trabalho em outro espaço, aplicando os recursos tecnológicos, sob a orientação do
professor.
Recomenda-se também a inclusão dos recursos tecnológicos para agilizar as
tarefas e a comunicação entre professor e aluno. Desse modo, o professor cria sua
página, no site da instituição e a alimenta com textos, notícias, recados, calendários,
etc., para que o aluno acesse e se integre ao processo, encaminhando tarefas,
respondendo as atividades, dentre outras possibilidades.
Podem ser criados também fóruns de discussão para que os alunos
encaminhem suas dúvidas e pontos de vista sobre um texto, ou tema proposto pelo
professor, durante um tempo previamente determinado. Em sala de aula, o professor
faz a conclusão das mensagens postadas no fórum, destacando os aspectos mais
relevantes e, posteriormente, disponibilizar na página.
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informações. O erro é considerado uma penalidade grave e, portanto deve ser
punido. Não é visto como uma pista para o professor entender o raciocínio que o
aluno fez para chegar à resposta. O aluno assume, pois um papel passivo, acrítico e
acaba reproduzindo o conhecimento, sem compreendê-lo. Na verdade, neste
contexto a avaliação é entendida como medida que serve para medir o quanto o
aluno aprendeu ou não do conteúdo trabalhado, para classificar os alunos,
separando os vitoriosos dos fracassados, rotulando-os e negando-lhes a chance de
rever, pensar seu “erro” para, a partir daí, buscar compreender e aprender o
conteúdo proposto.
Por outro lado, se a avaliação se pauta em princípios críticos adquire outra
função, além da classificação. Ela serve de indicação para o professor e aluno
quanto aos resultados do trabalho de ambos, e, portanto, deve ser considerada
como ponto de partida para a reflexão e tomada de decisão quanto ao planejamento,
replanejamento e da prática.
Para concluir, recorremos a Masetto (1990) que afirma que o processo de
avaliação está estreitamente relacionado ao processo ensino aprendizagem e deve
ser pensado a partir dos objetivos que se pretende alcançar. Justamente por ser
inerente ao processo ensino aprendizagem, a avaliação deve ser contínua,
permitindo ao professor retomar o processo todas as vezes que perceber tal
necessidade. É preciso ter claro que a avaliação não se volta apenas para o
desempenho do aluno, mas também para o plano e o desempenho do professor.
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Fonte: http://migre.me/2c3eG
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- Final: esta etapa fecha o ciclo avaliativo do processo ensino aprendizagem
e está intimamente relacionada às etapas anteriores. Ela revela o resultado obtido
pelo aluno ao final de uma etapa de estudo, permitindo também a análise do
percurso do aluno ao longo do processo.
Outra questão interessante é saber para quem interessa a avaliação. Seria
apenas para o aluno? Ou para o professor? Zabala (1998) afirma que os resultados
da avaliação interessam a todos envolvidos no processo ensino e aprendizagem,
isto é, alunos, professores, coordenadores de curso, em especial.
No que se refere aos Instrumentos de avaliação, os mais comuns e
conhecidos pelos alunos são as provas. Porém, é preciso ressaltar que tais
instrumentos devem se adequar aos objetivos que se pretende avaliar. Desse ponto
de vista, a prova deixa de ser o único instrumento a ser aplicado na avaliação.
Para avaliação de objetivos cognitivos ou conceituais, que enfocam o
conhecimento, recomenda-se, por exemplo, provas discursivas, dissertação ou
ensaio, prova oral, entrevista, prova objetiva (questão de lacunas, falso-verdadeiro,
múltipla escolha, etc.)
Já, para a avaliação dos objetivos procedimentais que enfocam as técnicas e
as habilidades pode-se utilizar registro de incidentes críticos, lista de verificação,
prova prática, demonstração acompanhada de observação e registro, etc.
Para a avaliação dos objetivos atitudinais, que se voltam para a
aprendizagem de normas, atitudes, valores, participação, recomenda-se as
discussões coletivas, observação sistemática, debates, visitas, passeios e o próprio
trabalho em grupo.
Finalmente, é preciso ressaltar que a aplicação de um único tipo de avaliação
não é suficiente para avaliar o desenvolvimento do aluno. Por isso, o professor deve
estar atento o tempo todo, acompanhando,observando e, se possível, registrando o
desenvolvimento do aluno, dando-lhe ciência dos avanços, conquistas e dificuldades
que devem ser superadas.
No que se refere aos critérios, é importante que o professor estabeleça, de
forma clara, os padrões aceitáveis na avaliação, para que o aluno saiba o que se
espera dele e também orientá-lo quanto ao seu percurso nos estudos e realização
das tarefas propostas na disciplina. Os critérios ajudam o professor não só na
avaliação do aluno, como também do seu próprio trabalho, de modo a orientá-lo na
60
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tomada de decisão, ou seja, no planejamento de novas situações de aprendizagem,
retomada de conteúdo, sempre que se fizer necessário.
Neste caso, o professor pode considerar além da nota alcançada critérios
voltados para a formação de atitudes, como por exemplo, cumprimento dos prazos
estabelecidos na realização de atividades, frequências às aulas, responsabilidade,
participação, relacionamento com o grupo dentre outros. Também pode atribuir
diferentes pesos às avaliações. Por exemplo, pode atribuir peso maior aos aspectos
conceituais e procedimentais. Ou atribuir o mesmo peso para os três tipos de
conteúdos, sempre tendo em vista os objetivos e a natureza do conteúdo. O
professor deve se lembrar sempre que o aluno precisa ser estimulado, valorizado
para continuar aprendendo e mais, ter vontade de aprender. Por isso, deve ser
informado do seu sucesso, crescimento, qualidades e competências, mas também
sobre suas fragilidades e como investir, adotar novas posturas, hábitos para superá-
las.
Zabala (1998, p. 197) critica os sistemas de educação que ainda praticam
uma avaliação classificatória, seletiva e propedêutica, com base em uma concepção
de ensino centrado na seleção dos alunos mais bem preparados. Para ele
61
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visão das inteligências múltiplas, por exemplo, muito mais ampla que a visão
tradicional que valoriza apenas o aspecto cognitivo.
Essas tendências abrem novas possibilidades de se conceber o ensino e,
consequentemente, a forma de avaliação.
BRANDÃO. Carlos R. O que é educação. 33. ed. São Paulo: Brasiliense, 1995.
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EXEMPLO DE PLANO
UNIVERSIDADE
DEPARTAMENTO
Curso - Código Semestre
Disciplina Período
Professor Carga-horária
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
EMENTA
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
UNIDADE I
1
1.1.
UNIDADE II
2
2.1
OBJETIVOS
Conceituais/cognitivos
Procedimentais/psicomotores
Atitudinais/afetivos
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Exercício 5
64
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c) Apenas os enunciados I e III estão corretos.
d) Todos os enunciados estão corretos.
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a) Apenas o enunciado I está correto.
b) Apenas os enunciados I e II estão corretos.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.
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