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Sociedade de Luz YEPERSSOVEN

Crônicas e Artigos

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Rodrigo de Oliveira
Sociedade de Luz YEPERSSOVEN
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1. ESPIRITISMO, 150 ANOS DE CONVITE AO AMOR


Influenciada pelos ideais do Iluminismo e da independência norte-americana de 1776, a
Revolução Francesa foi o conjunto de acontecimentos que, entre maio e dezembro de 1789,
proscreveu a estrutura do Antigo Regime (Ancien Régime) e a autoridade do clero e da nobreza,
alterando o quadro sociopolítico e religioso da França. Meio século depois, também no palco do
famoso evento, o professor Rivail, com o concurso dos Espíritos, publicava o livro que
demarcaria o início de outra grande revolução aos franceses e ao mundo. Desta vez uma
revolução profunda, contínua e silenciosa, por ocorrer na intimidade de cada indivíduo.

Estava sendo apresentada à Humanidade numa belíssima manhã de primavera iluminada pelo
Sol, a 18 de abril de 1857, no majestoso Palais Royal, Rua de Rivoli, Galeria d’ Orleans, 13, na
Livraria E. Dentu a revolucionária publicação de O Livro dos Espíritos, contendo os princípios da
Doutrina Espírita. Nesse proscênio surgia o Espiritismo. Nascia, juntamente com O Livro dos
Espíritos, o ínclito mestre Allan Kardec.

O Livro dos Espíritos é considerado por muitos estudiosos como a obra mais avançada de
Filosofia de que se tem notícia, tratando de assuntos que tocam todos os ramos do
conhecimento. Com ele inaugura-se a "era do Espírito e da Fé raciocinada". Um dos pontos altos
do livro é o ensinamento lei das vidas sucessivas, objetivando demonstrar que o Espírito não
encarna uma só vez, mas tantas e quantas forem necessárias a fim de se tornar um Espírito
perfeito e portador das mais nobres qualidades morais e espirituais.

Cento e cinqüenta anos se passaram e neste momento em que a divulgação na mídia, em


especial no cinema e na televisão, se destaca como fator de propaganda doutrinária,
constituindo novo campo de disputa no espaço público, o Espiritismo vem alargando sua
inserção social entre as camadas de classes sociais de todos os matizes. Os resultados dessa
difusão identificamos nas pesquisas realizadas em 1998 pelo Instituto Gallup, onde se constatou
que 45,9%, ou seja, quase metade dos católicos que dizem freqüentar semanalmente serviços
religiosos afirmam "acreditar na reencarnação". Noutra pesquisa realizada em 2000 em cinco
metrópoles brasileiras: 55,7% dos entrevistados disseram "acreditar em vida após a morte",
sendo que 35,8% destes afirmaram crer na reencarnação. Isso é reflexo inequívoco da silenciosa
revolução espírita no tecido social brasileiro.

Doutrina de educação moral e de liberdade, propõe a revisão de valores comportamentais,


assumindo-se valores verdadeiros e imorredouros como a humildade, honestidade, dignidade,
amor ao próximo e outras virtudes, como sendo a fórmula revolucionária de melhoria
progressiva da Humanidade.

Nestes 150 anos, quando muitos se movimentam para comemorações ao longo de 2007,
oportuno advertir que não bastam as manifestações exteriores alusivas ao sesquicentenário do
Espiritismo e as reuniões de congraçamento de grande número de pessoas. Mais importante de
tudo será o alcance em profundidade que essa mensagem de renovação e de esperança se dê
em nós, para que nos movimente a intimidade, impulsionando-nos no dia-a-dia para uma
vivência em plena consonância com as proposições de Jesus.
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Para esse mister torna-se imperioso mantenhamos o Espiritismo com a pureza essencial, aos
moldes do Cristianismo nascente, sem permitir sejam incorporadas práticas estranhas ao
projeto dos Espíritos Superiores.

A unidade doutrinária foi a única e derradeira divisa de Allan Kardec, por ser a fortaleza
intransponível do Espiritismo. Para tornarmos o Espiritismo inexpugnável urge munir-nos
contra a infiltração nas fileiras espíritas de ideologias discutíveis, ligadas a movimentos
incompatíveis com os sãos princípios e com as finalidades essenciais da Doutrina. Por essa razão,
e por não ser tarefa das mais fáceis, as federativas estaduais ainda encontram extremas
dificuldades de realizarem o ideal da Unificação sonhada por Kardec e Bezerra de Menezes na
Pátria do Evangelho.

Tão firmes são os fundamentos espíritas que, apesar do enorme avanço dos conhecimentos
científicos na segunda metade do século XIX e no século XX, não houve necessidade de ajustar
a Doutrina Espírita a quaisquer verdades ou descobertas novas. Os espíritas estudiosos sabem
que muitos dos ensinos doutrinários constituem-se em antevisões de realidades que só
futuramente serão reconhecidas pelos diversos departamentos científicos a que se dedica o
homem. Isto não significa que o Espiritismo seja obra pronta e acabada, porém que não pode e
não deve ser mutilada em seus princípios.

Cento e cinqüenta anos se passaram de convite ao amor e à instrução à luz da Terceira


Revelação. Atualmente são milhões, em todos os quadrantes do Globo, aqueles que aceitam a
convocação, penetram o conhecimento da vida em sua máxima amplitude e grandeza, e estão
trabalhando proficuamente para a grande reforma moral, numa revolução silenciosa, porém
constante, rendendo preito de gratidão ao Espiritismo, por tudo o que ele já fez pela
humanidade.

Roguemos a Deus cubra de bênçãos o Movimento Espírita mundial, a fim de que cada Centro
Espírita, cada organização espírita, através dos espíritas, continuem a brilhar suas luzes,
indicando roteiro seguro para a caminhada do homem não somente para os próximos 150 anos,
mas para os próximos milênios.

Por JORGE HESSEN


e-Mail: jorgehessen@gmail.com
Brasília, Distrito Federal (Brasil)

Fonte: Revista O Consolador, Ano 1 - N° 1 - 18 de Abril de 2007

2. NÃO VAMOS FAZER NADA?

A pergunta acima, apresentada pela revista Veja, na matéria de capa da edição de 14 de


fevereiro de 2007, tem a ver com a morte cruel do pequeno João Hélio, de 6 anos. A família
retornava de um Centro Espírita localizado no Bairro Bento Ribeiro, Zona Norte do Rio, quando,
por volta de 21 horas, foi abordada por três jovens (um deles tinha 18 anos e outro menos de
18). Tomaram o veículo dirigido pela mãe e saíram em alta velocidade arrastando pelo asfalto o
pequeno João preso pela cintura ao cinto de segurança.

O crime aturdiu a opinião pública e Veja, sempre atual, apressou-se em apresentar o fato
levando-nos a reflexões muito duras: Não vamos fazer nada? - indaga o articulista, num convite
explícito à sociedade a se mobilizar no sentido de evitar que tragédias como essa voltem a
acontecer.
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Homicídios assim e tantos outros que todos os dias se verificam em nosso país e fora dele
acontecem em virtude do nível evolutivo de almas reencarnadas na Terra, que segundo Allan
Kardec é um planeta onde predomina o mal. Espíritos ainda muito próximos de sua origem ou
recalcitrantes no erro deixam-se dominar pelos instintos selvagens permitindo que suas ações
sejam moldadas pela perversidade, pelo egoísmo e pela soberba.

O que fazer? - perguntamos a nós mesmos. A resposta é complexa, porque envolve múltiplas
variantes, quase todas elas de conteúdo moral. Ousamos apresentar algumas propostas,
alicerçadas no conhecimento espírita.

Primeira: Os criminosos deverão ser afastados do convívio social pelo tempo necessário a uma
moralização mínima que lhes permita viver em contato com a sociedade. Estarão reclusos em
locais que tenham pelo menos um mínimo de dignidade e sofrerão rigoroso processo educativo
moral em bases cristãs.

O Espírito Camilo, através da médium Yvonne Pereira se reporta a criminosos recalcitrantes que
ficam reclusos em departamentos prisionais de colônias espirituais apropriadas, submetendo-
se à psicoterapia estruturada no Evangelho de Jesus.

Segunda: Em muitos casos, serão responsabilizados também, devendo acompanhá-los nos


seminários de moral evangélica, os pais (particularmente aqueles que fugiram da
responsabilidade, abandonando-os à sorte alheia ou tratando-os de forma cruel ou pervertida).
Deverão oferecer-lhes agora todo o afeto que negaram antes, buscando o perdão e o
entendimento.

Os estudos envolvendo criminosos têm mostrado que grande parte deles vem de relações
familiares muito difíceis e conflituosas: pais ausentes ou alcoólatras, mães levianas e agressivas.
Muitos foram vítimas de maus tratos na infância, ou até mesmo violência sexual no lar.

Terceira: As autoridades políticas, civis, jurídicas, militares ou qualquer outra estarão proibidas
de mentir, furtar, corromper, desviar recursos, beneficiar-se a si ou a seus familiares dos cargos
que ocupam. Se não agirem assim, serão punidas como qualquer cidadão. O exemplo deve vir
de cima. Se os que detêm o poder não se mostram honrados e dignos, o que esperar dos demais?

Uma socióloga paulista, passeando pela praia de Copacabana, observou um engraxate cobrar
cinqüenta reais de um turista estrangeiro, pela limpeza do par de sapatos. Ao admoestá-lo
quanto àquela atitude, ouviu dele o seguinte: Esse aqui, dona, é o meu mensalão!

Quarta: As pessoas mais bem estabelecidas socioeconomicamente esbanjarão menos seus


recursos pecuniários, utilizando-se deles de forma sóbria e útil à sociedade, através da
promoção de trabalho remunerado com dignidade. O dinheiro e o poder são dados a Espíritos
reencarnados com a missão de promover o progresso e abrir frentes de trabalho. Chico Xavier
dizia que o dinheiro é como o sangue. Se estocado, coagula e causa doenças; se está circulando,
leva oxigênio e saúde aos tecidos.

Quinta: A imprensa e os meios de publicidade deixarão de divulgar idéias que estimulam a cobiça
e agridem aos mais pobres, apresentando tudo aquilo que eles jamais poderão ter como sendo
condições essenciais a felicidade.

A agressividade e a violência na espécie humana muitas vezes surgem do sentimento de


humilhação quando um indivíduo se compara com outro. A inveja tem papel preponderante nas
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ações humanas. O comportamento da mídia em geral e das campanhas publicitárias em


particular expõe, de forma até mesmo cruel, a enorme diferença social existente em nosso país,
incitando ao ódio e conseqüentemente à violência.

Sexta: A TV fará uma revisão completa de sua programação, deixando de invadir nossos lares
com idéias vazias, que estimulam a licenciosidade e promovem o desrespeito aos valores de
honestidade, responsabilidade e compromissos afetivos.

Em um país budista localizado no Himalaia, de nome Butão, seus habitantes nunca tinham visto
televisão. Em 1999, o rei introduziu ali uma rede de TV. De lá para cá, aumentaram de forma
significativa, naquela nação, os índices de adultério, dependência química, violência e
criminalidade.

Sétima: Os usuários de drogas ilícitas jamais voltarão a usá-las, pois eles são cúmplices de grande
número de crimes que se dão próximos ou distantes deles. É o usuário que alimenta o tráfico.
Sem consumo, não há venda. Sem venda, fecha-se um canal importante de violência.

Oitava: A classe média deverá envolver-se diretamente com os problemas sociais, assumindo a
responsabilidade que lhe compete na instrução dos menos favorecidos, dando-lhes as
oportunidades que merecem e a inclusão a que têm direito.

A indiferença perante as necessidades alheias gera uma postura de comodismo e de


transferência de responsabilidade. Todos precisam se envolver e dar a sua contribuição.

Nona: As lideranças religiosas viverão de forma simples e sóbria e deverão estar ao lado dos
fiéis, vivenciando suas angústias e acolhendo-os com fraternidade, fazendo como Jesus, que
tinha como templo a natureza e como oração a prática do bem.

O objetivo da religião é a ligação do homem com Deus. Só se pode ligar-se a Deus, ligando-se
aos homens, sua obra.

Décima: Cada um de nós fará diariamente uma longa viagem interior para identificar em nós o
germe da crueldade e da indiferença, assumindo um compromisso de jamais lesarmos ou
prejudicarmos nosso semelhante, assumindo aquilo que nos compete no processo de
engrandecimento moral do planeta.

O remédio é amargo, mas para enfermidades longas e graves a terapia tem que ser profunda. A
problemática da criminalidade e da violência não encontrará solução em decretos que digam
apenas o que os outros têm que fazer, sem promover reformas em toda a coletividade.

A Terra será um mundo melhor, quando nós formos pessoas melhores.

Por Ricardo Baesso de Oliveira


e-Mail: Kargabrl@uol.com.br
Juiz de Fora, Minas Gerais (Brasil)

Fonte: Revista O Consolador, Ano 1 - N° 1 - 18 de Abril de 2007

3. INTERDEPENDÊNCIA

... realmente, achamo-nos todos no campo da fé viva para trabalhar.


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E servir, sem esquecer-nos para alcançar semelhante realização, é praticamente impossível.

... de quando a quando, pelo menos, ser-nos-á justo analisar a extensão e a qualidade de nossas
tarefas, de modo a verificar-lhes o rendimento no bem.

... permaneceis conosco, não à maneira de cooperadores cativos, dependentes de nossas


orientações.

Conquanto, a diferença de plano, cada um de nós, se detém na posição que lhe é própria, em
matéria de encargos recebidos.

... esse recolheu a missão de planear o ensino e concretizá-lo: aquele se encontra


compromissado em administrar; aquele outro ainda se vê compelido a zelar por essa ou aquela
faixa de ação, para fazê-lo produzir determinados valores no bem geral.

Temos irmãos que se acharam trazidos a mandatos complexos na direção direta ou indireta de
pequenas ou grandes comunidades; outros solicitaram e obtiveram da Vida Espiritual a
felicidade de se reencarnarem nos postos de sacrifício, com o objetivo de se desvelarem no
reajuste de alguém que lhes toma o convívio, sob os nomes de pai ou esposo, filho ou irmão; e
outros muitos, ainda, por vezes, encontram em pleno anonimato, a condição de renúncia de que
se reconheceram, um dia, necessitados, para a realização de encargos no auto-
aperfeiçoamento.

... estejamos na certeza de que todos somos peças interdependentes nas engrenagens da vida.
E as engrenagens a que nos referimos reclamam de cada um de nós fidelidade e disciplina, de
maneira a que não venhamos a olvidar aquela área da existência, em que todos os dias
surpreendem os desígnios do Senhor a nosso respeito, área que nomeamos com a palavra
“dever”.

... aceitemo-nos como somos, trabalhando para melhorar-nos cada vez mais e aceitemos as
atividades em que fomos necessariamente situados para que a rebeldia não se nos intrometa
nas obrigações do cotidiano, fantasiada de liberdade.

... somos herdeiros e depositários da fé que precisa expressar-se no bem geral.

Caridade, entendimento, solidariedade, amparo, sacrifício, constituem frutos que nos compete
espalhar onde estivermos.

... abençoemos aqueles que se nos façam instrumentos de prova; os que nos visitem o coração,
à maneira do esmeril que o abrilhanta ou reajusta; os companheiros que se transformam em
problemas que nos levam a conhecer o trabalho em suas mais íntimas nuances; e, sobretudo no
lar, agradecemos a oportunidade de nos devotarmos em auxílio a outrem, às vezes, até mesmo
com o desinteresse compulsório dos nossos sonhos mais ínfimos, a fim de que nos
mantenhamos matriculados na escola do amor verdadeiro que inclui todos os sacrifícios para
que a felicidade consiga viver com aqueles que mais amamos, erguendo-se-nos, por fim, na
existência, em pão espiritual de cada dia.

... filhos, entendemos as vossas dificuldades que são também nossas e reconhecemos a
inquietação com que muitos de vós outros nos bateis às portas do coração suplicando esperança
e consolação.

Crede!
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Não somos insensíveis aos vossos rogos, mas, porque também nos achamos lutando e
trabalhando convosco no mesmo nível, convidamos a nós mesmos, para compartilharmos a
mesma requisição de auxílio e força ao Senhor Jesus, a fim de que nos reunamos na mesma faixa
de confiança redentora e produtiva, servindo e amando com a certeza de que se nos amarmos
realmente. Uns aos outros, seguiremos adiante, superando todos os obstáculos, para o encontro
sublime da União com Deus.

pelo Espírito Bezerra de Menezes - Do livro: Bezerra, Chico e Você, Médium: Francisco Cândido
Xavier.

4. SE PROCURAS A PAZ

Tribulações e dificuldades, em certos momentos da vida, te envolverão sentimentos e


raciocínios.

Lembram proposições e ensinamentos determinados da escola. Problemas com exato endereço.


Provas de habilitação que te dizem respeito.

Tentações te consultam a resistência.

Desgostos pesquisam-te a força espiritual.

A fim de melhorar-te com as promoções que desejas, a vida quer ver-te por dentro.

Reflete nisso e evita dramatização e queixas desnecessárias.

Se precisas de alguém que te alivie, por intermédio de confidências, ouve a palavra de um


coração amigo e compreensivo que te ame com discernimento e equilíbrio.

Entretanto, se procuras a paz, abstém-te da falar, acerca de teus obstáculos com os familiares
ou com os entes queridos, especialmente aqueles dos quais dependas.

Comunicar desapontamento e aflições aos seres amados seria o mesmo que dilapidar o teto da
casa em que te refugias.

Teus problemas fazem parte das tuas construções de felicidade e destino. Não lhes agraves a
complexidade, nem lhes amplies a extensão, entregando-os a outrem.

Inquietação e amargura, em muitos casos, se caracterizam por perigoso contágio na vida mental.

Se te propões a iluminar a própria alma e se queres seguir adiante, em processo de elevação,


aprende a resolver teus problemas contigo e Deus.

pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Buscas e Acharás, Médium: Francisco Cândido Xavier.

5. EGOÍSMO
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Herança evidente de nossa antiga animalidade, por toda a parte, ainda vemos o egoísmo a
repontar em toda extensão do mundo. . .

O egoísmo!. . .

Em família, é o exclusivismo do sangue.


No lar, é o narcisismo doméstico.
Na oficina de trabalho, é o despeito.
Na propriedade transitória, é a ambição de posse desnecessária.
Na cultura da inteligência, é a vaidade intelectual.
Na ignorância, é a agressividade.
Na riqueza amoedada, é o espírito de usura.
Na pobreza, é a inveja destrutiva.
Na madureza, é o azedume.
Na mocidade, é a ingratidão.
No ateísmo, é a impiedade.
Na fé religiosa, é a intolerância.
Na alegria, é o excesso.
Na tristeza, é o isolamento.
Nos fortes, é a tirania.
Nos fracos, é a astúcia.
Na afetividade, é o ciúme.
Na dor, é o desespero.

No mimetismo que lhe é próprio, usa em todos os setores as mais diversas máscaras e qual o
joio que abafa o trigo, comparece igualmente nos corações que a luz já felicite, em forma de
cólera e irritação, desânimo e secura. . .

Se desejarmos dar combate à praga do egoísmo na gleba da alma, saibamos estender, cada dia,
as nossas disposições de mais amplo serviço ao próximo, e, aprendendo a ceder de nós mesmos,
entre a humildade e o sacrifício, no bem de todos, conquistaremos com o Cristo a plenitude do
amor que lhe converteu a própria cruz em ressurreição para a Vida Eterna.

pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Encontro de Paz, Médium: Francisco Cândido Xavier.

6. VOCÊ E NÓS

Espíritos eternos, estamos hoje no ponto exato da evolução para o qual nos preparamos, com
os recursos mais adequados à solução de nossos problemas e tarefas, segundo os compromissos
que abraçamos, seja no campo do progresso necessário ou na esfera da provação retificadora.

Achamo-nos com os melhores familiares e com os melhores companheiros que a lei do


merecimento nos atribui.

À vista disso, permaneçamos convencidos de que a base de nossa tranqüilidade reside na


integridade da consciência; compreendamos que todas as afeições-problemas em nossa trilha
de agora constituem débitos de existências passadas, que nos compete ressarcir, e que todas as
facilidades que já nos enriquecem a estrada são instrumentos que o Senhor nos empresta, a fim
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de utilizarmos a vontade própria, na construção de mais ampla felicidade por vindoura e


entendamos que a vida nos devolve aquilo que lhe damos.

Na posse de semelhantes instruções, valorizemos o tempo, para que o tempo nos valorize e
permaneçamos em equilíbrio sem afetar aquilo que não somos, em matéria de elevação,
conquanto reconhecendo a necessidade de aperfeiçoar-nos sempre.

Se errarmos, estejamos decididos à corrigenda, agindo com sinceridade e trabalhando fielmente


para isso.

Você e nós estejamos convencidos, diante da Providência Divina, que possuímos infinitas
possibilidades de reajuste, aprimoramento, ação ou ascensão e que depende, tão somente de
nós, melhorar ou agravar, iluminar ou obscurecer as nossas situações e caminhos.

pelo Espírito André Luiz - Do livro: Coragem, Médium: Francisco Cândido Xavier.

7. AMOR E AUXÍLIO

Rolava a conversação em torno de proteção espiritual, quando Jonaquim, respeitado mentor de


comunicabilidades cristãs, narrou com a voz aquecida de bondade e sabedoria:

- Ouvi de um instrutor amigo que Mardônio Tércio, convertido ao Cristianismo, nos primeiros
dias do Evangelho em Roma, se fêz um discípulo tão valioso e humilde do Senhor que, para logo,
teve o seu nome abençoado nos Céus. Patrício de enorme fortuna, desde muito cedo
abandonado pela mulher que demandara Cartago para uma vida independente, Mardônio,
assim que penetrou a essência da doutrina do Cristo, dividiu todos os bens com o filho único,
Marcos Lício, e entregou-se à caridade e à renovação. Instrumento fiel do bem, abria os ouvidos
a todos os apelos edificantes, fossem dos mensageiros de Jesus que lhe solicitavam a execução
de tarefas benemerentes ou dos irmãos encarnados nos mais baixos degraus da penúria. Fizera-
se espontaneamente o apoio das viúvas desamparadas e o tutor afetuoso dos órfãos. Além,
disso, mantinha horários, cada dia, para o serviço de assistência direta aos doentes e sofredores,
administrando-lhes alimento e socorro com as próprias mãos

Ao contrário do pai, o jovem Marcos se chafurdou em absurda viciação. Aos trinta de idade,
parecia um flagelo ambulante. Distinguindo-se entre as forças do ouro e do poder, não vacilava
em abusar das regalias que desfrutava para manter-se no banditismo dourado que os privilégios
sociais tanta vez conservam impune.

Dois caminhos tão diferentes produziram, em consequência, duas posições diametralmente


opostas no Mundo Espiritual. Sobrevindo a morte, Mardônio cresceu em tamanho merecimento
que foi elevado à esfera do Cristo, acessível aos servidores que pudessem colaborar com ele, o
Senhor, nos dias mais torturados do Evangelho nascente. Marcos, porém, arrojou-se a escuro
antro das zonas inferiores, onde, conquanto afeito à revolta e à perversão, qual se trouxesse a
consciência revestida em grossa carapaça de insensibilidade.

O genitor, convertido em apóstolo da abnegação, visitava o filho, no vale tenebroso a que se


chumbava, sem que o filho, cego de espírito, lhe assinalasse a presença; e tanto se condoeu
daquele com quem partilhara o afeto e o sangue que, certo feita, num rasgo de apaixonado
amor pelo rebento querido, suplicou ao Senhor permissão para levá-lo consigo para as Alturas,
a fim de assisti-lo, de mais perto.
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Jesus sorriu compreensivo e aquiesceu, diante da ternura ingênua do devotado cooperador, e,


antes que amigos experientes lhe administrassem avisos, lá se foi Mardônio para a cava sombria,
onde o filho se embriagava de loucura e ilusão... Renteando com Marcos, positivamente distante
de qualquer noção de responsabilidade, aplicou-lhe passes magnéticos, anestesiou-lhe os
sentidos e, tão logo o beneficiado cedeu ao repouso, colocou-o enternecidamente nos ombros,
à feição de carga preciosa, e, com imensos cuidados, transportou-o para os Céus...

Instalado num dos sítios mais singelos do Plano Superior, o recém-chegado, porém, usufruía luz
mais radiante que a do dias terrestres, e, tão depressa acordou sob o encantamento paternal,
viu-se coberto de fluidos repugnantes que lhe davam a impressão de ser um doente empastado
de lama enquistada. Marcos se confrontou com os circunstantes, que se moviam em corpos
tênues e luminosos, e passou a gritar impropérios e insultos. Ao pai que intentou reconfortá-lo,
procurou esbofetear sem misericórdia, afirmando que não pedira e nem desejara a mudança.
Exortado a respeitar o nome e a casa do Senhor, injuriou o ambiente com palavras e idéias de
zombaria e ingratidão. Parecia uma fera desatrelada, buscando enlamear um fonte de luz.
Interferiram amigos e o rebelado caiu de novo em prostração, sob hipnose benéfica...

Jonaquim fêz novo intervalo, e, porque se interrompera em apontamento culminante da


historia, um dos companheiros interrompeu:

- E daí? Mardônio se viu coibido de amparar o filho a quem amava?

O instrutor explicou:

- Sim, meus amigos, Mardônio acabou compreendendo que nem Deus violenta filho algum, em
nome do bem, e que o bem jamais foge à paciência, a fim de ajudar... Por isso, reconduziu
Marcos ao antro de onde o arrancara e, sem nada perder em ternura e esperança, até que o
filho quisesse ou pudesse de lá sair para novos passos no caminho da evolução, o ex-patrício,
por noventa e dois anos consecutivos, desceu diariamente ao vale das trevas, oferecendo ao
filho, de cada vez, a bênção de uma prece, uma frase esclarecedora e um naco de pão.

- Mas, isso não é o mesmo que acentuar a impraticabilidade do socorro? – aventou um dos
presentes. – Não seria mais justo relegar o necessitado ao próprio destino para que ele mesmo
cogitasse de si?

Jonaquim sorriu expressivamente e rematou:

- Não temos o direito de pôr em dúvida o poder e a eficiência da lei de auxílio. A renovação
conseguida por noventa e dois anos de devotamento talvez custasse, sem eles, noventa e dois
séculos. O amor, para auxiliar, aprende a repetir.

pelo Espírito Irmão X - Do livro: Cartas e Crônicas, Médium: Francisco Cândido Xavier.

8. SAÚDE E BEM ESTAR

O planejamento de qualquer projeto responde pela qualidade da futura realização. Previsões e


detalhes, cálculos e referências, organograma e execução, constituem a base do labor, do qual
decorrem os êxitos ou insucessos.
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Da planificação até a concretização do empreendimento, quaisquer alterações têm que ser


estudadas, a fim de serem introduzidas sem prejuízo para o conjunto ou excesso de gastos não
previstos.

Na mesma linha de raciocínio, uma cuidadosa sementeira de cardos, com adubação freqüente,
outra colheita não resultará, senão de espinhos e acúleos.

A criatura humana torna-se o que pensa, o que sustenta mentalmente se desenvolve até a
fixação.

Lamentavelmente porém, expressiva maioria de indivíduos somente acalenta idéias negativas,


lucubra pessimismo, agasalha mal-estares. Como resultado, enfraquecem-se-lhes as resistências
morais, debilitam-se-lhes os valores espirituais e alimentam-se da própria insânia.

Há determinadas provações que são inevitáveis, por procederem de desmandos de outras


existências. Podem, entretanto, através de construções mentais e humanas edificantes, serem
alteradas, atenuadas e até liberadas, pois que atos saudáveis granjeiam mérito para superar
aqueles que são danosos.

Não te atenhas aos atavismos infelizes, revivendo-os, comentando-os, reestruturando-os nos


campos mental e verbal. Eles não te abandonarão, enquanto não os deixes.

Queixas-te de insucessos, dissabores, enfermidades, desamor; e, no entanto, aferras-te a eles


de tal forma que perdes o senso de avaliação da realidade, rotulando-te como infeliz e
estacionando aí, sem qualquer esforço de renovação.

Afirma a sabedoria popular com propriedade: Pedra que rola não cria limo, sugerindo alteração
de rota, movimento, realização.

Esforça-te para desconsiderar as ocorrências desagradáveis, perturbadoras.

Planeja o teu presente, estabelece metas para o futuro e põe-te a trabalhar sem desfalecimento,
sem autocomiseração, sem amargura.

Podes e deves alterar para melhor o clima que respiras, o ambiente no qual te encontras.

Não basta pedires a Deus ajuda, porém, deves fazer a tua parte, sem o que, pouco ou nada
conseguirás. Saúde ou doença, bem ou mal-estar dependem de ti.

Narra-se que um sábio caminhava com os discípulos por uma via tortuosa, quando encontraram
um homem piedoso que, ajoelhado, rogava a Deus o auxiliasse a tirar do atoleiro o carro em que
seguia.

Todos olharam o devoto, sensibilizaram-se e prosseguiram.

À frente, alguns quilômetros vencidos, havia um outro homem, que tinha, igualmente, o carro
atolado num lamaçal. Este, porém, esbravejava reclamando, mas tentava com todo empenho
liberar o veículo.

Comovido, o sábio propôs aos discípulos ajudá-lo.


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Reunidas todas as forças, logo o transporte foi retirado e, após agradecimentos, o viajante
prosseguiu feliz.

Os aprendizes surpresos, indagaram ao mestre: - O primeiro homem orava, era piedoso e não o
ajudamos. Este, que era rebelde e até vociferava, recebeu nosso apoio. Por que?

Sem perturbar-se, o nobre professor elucidou:

- O que orava, aguardava que Deus viesse fazer a tarefa que a ele competia. O outro, embora
desesperado por ignorância, empenhava-se, merecendo auxílio.

Será, pois, ideal, que sem reclamar e pensando corretamente te disponhas a retirar do paul o
carro da tua existência, a fim de seguires feliz adiante com saúde e bem-estar.

pelo Espírito Joanna de Ângelis, Médium: Divaldo Pereira Franco.

9. NUM DOMINGO DE CALOR

Benedita Fernandes, abnegada fundadora da Associação das Senhoras Espíritas Cristãs, de


Araçatuba, no Estado de São Paulo, foi convidada para uma reunião de damas consagradas à
caridade, para exame de vários problemas ligados a obras de assistência. E porque se dedicava,
particularmente, aos obsidiados e doentes mentais, não pode esquivar-se.

Entretanto, a presença da conhecida missionária causava espécie.

O domingo era de imenso calor e Benedita ostentava compacto mantô de lã, apenas
compreensível em tempo de frio.

– Mania! – cochichava alguém, à pequena distância.

– De tanto lidar com malucos, a pobre espírita enlouqueceu... – dizia elegante senhora à
companheira de poltrona, em tom confidencial.

– Isso é pura vaidade, – falou outra – ela quer parecer diferente.

– Caso de obsessão! – certa amiga lembrou em voz baixa.

– Benedita, porém, opinava nos temas propostos, cheia de compreensão e de amor.

Em meio aos trabalhos, contudo, por notar agitações na assembléia, a presidente alegou que
Benedita suava por todos os poros, e, em razão disso, rogou a ela que tirasse o mantô por
gentileza.

Benedita Fernandes, embora constrangida, obedeceu com humildade e só aí as damas presentes


puderam ver que a mulher admirável, que sustentava em Araçatuba dezenas de enfermos, com
o suor do próprio rosto, envergava singelo vestido de chitão com remendos enormes.

pelo Espírito Irmão X - Do livro: Idéias e Ilustrações, Médium: Francisco Cândido Xavier.
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10. A RECEITA DA FELICIDADE

Tadeu, que era dos comentaristas mais inflamados, no culto da Boa Nova, em casa de Pedro,
entusiasmara-se na reunião, relacionando os imperativos da felicidade humana e clamando
contra os dominadores de Roma e contra os rabinos do Sinédrio.

Tocado de indisfarçável revolta, dissertou largamente sobre a discórdia e o sofrimento reinantes


no povo, situando-lhes a causa nas deficiências políticas da época, e, depois que expendeu várias
considerações preciosas, em torno do assunto, Jesus perguntou-lhe:

- Tadeu, como interpreta você a felicidade?

- Senhor, a felicidade é a paz de todos.

O Cristo estampou significativa expressão fisionômica e ponderou:

- Sim, Tadeu, isto não desconheço; entretanto, estimaria saber como se sentiria você realmente
feliz.

O discípulo, com algum acanhamento, enunciou:

- Mestre, suponho que atingiria a suprema tranqüilidade se pudesse alcançar a compreensão


dos outros. Desejo, para esse fim, que o próximo me não despreze as intenções nobres e puras.
Sei que erro, muitas vezes, porque sou humano; entretanto, ficaria contente se aqueles que
convivem comigo me reconhecessem o sincero propósito de acertar. Respiraria abençoado
júbilo se pudesse confiar em meus semelhantes, deles recebendo a justa consideração de que
me sinta credor, em face da elevação de meu ideal. Suspiro pelo respeito de todos, para que eu
possa trabalhar sem impedimentos. Regozijar-me-ia se a maledicência me esquecesse. Vivo na
expectativa da cordialidade alheia e julgo que o mundo seria um paraíso se as pessoas da estrada
comum se tratassem de acordo com o meu anseio honesto de ser acatado pelos demais. A
indiferença e a calúnia doem-me no coração. Creio que o sarcasmo e a suspeita foram
organizados pelos Espíritos das trevas, para tormento das criaturas. A impiedade é um fel
quando dirigida contra mim, a maldade é um fantasma de dor quando se põe ao meu encontro.

- Em razão de tudo isso, sentir-me-ia venturoso se os meus parentes, afeiçoados e conterrâneos


me buscassem, não pelo que aparento ser nas imperfeições do corpo, mas pelo conteúdo de
boa-vontade que presumo conservar em minhalma. Acima de tudo, Senhor, estaria sumamente
satisfeito se quantos peregrinam comigo me concedessem direito de experimentar livremente
o meu gênero de felicidade pessoal, desde que me sinta aprovado pelo código do bem, no
campo de minha consciência, sem ironias e críticas descabidas. Resumindo, Mestre, eu queria
ser compreendido, respeitado e estimado por todos, embora não seja, ainda, o modelo de
perfeição que o Céu espera de mim, com o abençoado concurso da dor e do tempo.

Calou-se o apóstolo e esboçou-se, na sala singela, incontido movimento de curiosidade ante a


opinião que o Cristo adotaria.

Alguns dos companheiros esperavam que o Amigo Celeste usasse o verbo em comprida
dissertação, mas o Mestre fixou os olhos muito límpidos no discípulo e falou com franqueza e
doçura:
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- Tadeu, se você procura, então, a alegria e a felicidade do mundo inteiro, proceda para com os
outros, como deseja que os outros procedam para com você. E caminhando cada homem nessa
mesma norma, muito breve estenderemos na Terra as glórias do Paraíso.

pelo Espírito Neio Lúcio - Do Livro Jesus no Lar, Médium: Francisco Cândido Xavier.

11. NOS LIMITES DO CÉU

No extremo limite da Terra com o Céu, aportou um peregrino envolto em nevado manto.
Irradiava pureza e brandura. A fronte denunciava-lhe a nobreza pelos raios diamantinos que
emitia em todas as direções. Extenso halo de luz assinalava-lhe a presença.

Recebido pela entidade angélica, que presidia à importante passagem, apresentou sua aspiração
máxima: ingressar definitivamente no paraíso, gozar-lhe o descanso beatífico.

O divino funcionário, embora admirado e reverente perante espírito tão puro, esboçou o gesto
de quem notava alguma falha menos visível ao olhar inexperiente e considerou:

– Meu irmão, rendo homenagem à alvura de tuas vestes, entretanto, vejamos se já adquiriste a
virtude perfeita.

Sorridente, feliz, o viajor vitorioso pôs-se à escuta.

– Conseguiste entesourar o amor sublime? perguntou o anjo, respeitoso.


– Graças a Deus! – informou o interpelado.

– Edificaste a humildade?
– Sim.

– Guardaste a esperança fiel?


– Todos os dias.

– Seguiste o bem?
– Invariavelmente.

– Cultivaste e pureza?
– Com zelo extremado.

– Exemplificaste o trabalho construtivo?


– Diariamente.

– Sustentaste e fé?
– Confiei no Divino Poder, acima de tudo.

– Ensinaste a verdade e testemunhaste-a?


– Com todas as minhas forças.

– Conservaste a paciência?
– Sem perdê-la jamais.
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– Combateste os vícios em ti mesmo, tais como a vaidade e o orgulho, o egoísmo e o ciúme, a


teimosia e a discórdia?
– Esmeradamente.

– Guerreaste os males que assolam a vida, como sejam o ódio e a perversidade, a insensatez e
a ignorância, a brutalidade e a estupidez?
– Sempre.

O anjo interrompeu-se, refletiu longos minutos, como se estivesse em face de grave enigma, e
indagou:

– Meu amigo, já trabalhaste no inferno?


– Ah! isto não! – respondeu o peregrino, escandalizado. – Como haveria de ser?

O fiscal da celeste alfândega sorriu, a seu turno, e observou:


– Falta-te semelhante realização para subir mais alto.
– Oh! que contra-senso! – aventurou o interessado – como servir entre gênios satânicos, de
olhos conturbados pela permanente malícia, de ouvidos atormentado pela gritaria, de mãos
atadas pelos impedimentos do mal soberano, de pés cambaleantes sabre o terreno inseguro,
com todas as potências da alma perturbadas pelas tentações?

– Sim – meu amigo – acentuou o preposto divino – o bem é para salvar o mal, o amor foi criado
para que amemos, a sabedoria se destina em primeiro lugar, ao ignorante. A maior missão da
virtude é eliminar o vício e amparar o viciado.

E, perante o assombro do ouvinte, rematou:


– Torne à Terra, desce ao inferno que o homem criou e serve ao Senhor Supremo, voltando
depois... Então, cogitaremos da travessia. Lembra-te de que o Sol, situado cerca de cento e
cinqüenta milhões de quilômetros além do teu mundo, larga raios luminosos e salvadores ao
mais profundo abismo planetário...

Em seguida, o controlador da Porta Celestial cerrou a passagem ligeiramente entreaberta e o


peregrino, de capa lirial, espantadiço e desapontado, sentou-se um pouco, a fim de meditar
sobre as conquistas que havia feito.

pelo Espírito Irmão X - Do livro: Luz Acima, Médium: Francisco Cândido Xavier.

12. CORAÇÃO MATERNAL

Mãe, que te recolhes no lar, atendendo à Divina Vontade, não fujas à renuncia que o mundo te
reclama ao coração.

Recebeste no templo familiar o sublime mandato da vida.

Muitas vezes, ergueste cada manhã, com o suor do trabalho, e confiaste à noite, lendo a página
branca das lágrimas que te emanam da lama ferida.

Quase sempre, a tua voz passa desprezada e as tuas mãos diligentes servem com sacrifício, sem
que ninguém lhes assinale o cansaço...
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Lá fora, os homens guerreiam, entre si, disputando a posse efêmera do ouro ou da fama, da
evidência ou da autoridade...Além, a mocidade , em muitas ocasiões, grita festivamente,
buscando o mentiroso prazer do momento rápido...

Enquanto isso, medita e esperas, na solidão da prece, com que te elevas ao Alto, rogando a
felicidade daqueles de quem te fizeste o gênio guardião.

Quando o santo sobe às eminências do altar, ninguém te vê nas amarguras da base, e quando o
herói passa, na rua, coroado de louros, ninguém se lembra de ti, na retaguarda de aflição.

Deste tudo e tudo ofereceste, entretanto, raros se recordam de que teus olhos jazem nevoados
de pranto e de que padeces angustiosa fome de compreensão e carinho.

No entanto, continuas amando e ajudando, perdoando e servindo...

Se a ingratidão te relega à sombra na Terra, o Criador de tua milagrosa abnegação vela por ti
dos Céus, através do olhar cintilante de milhões de estrelas.

Lembra-te de que Deus, a fonte de todo o amor e de toda a sabedoria, é também o Grande
Anônimo e o Grande Esquecido entre as criaturas.

Tudo passa no mundo...

Ajuda e espera sempre.

Dia virá em que o Senhor, convertendo os braços da cruz de teus padecimentos em grandes asas
de luz, transformará tua alma em astro divino a iluminar para sempre a rota daqueles que te
propuseste socorrer.

pelo Espírito Meimei - Do livro Luz no lar, Médium: Francisco Cândido Xavier - Autores diversos.

13. EDIFICAÇÃO

Tudo o que é útil e tudo o que é nobre na Terra exige preparação.

Casa alguma se ergue sem que elemento a elemento se ajuste, na concretização do plano
estabelecido.

Campo cultivado reclama operações sistemáticas de limpeza e adubação, amparo e plantio.

Roupa que veste passou por múltiplas fases de trabalho, desde a produção do fio singelo.

O pão mais simples não aparece, fora dos arranjos indispensáveis.

O livro para surgir, transmitindo informações e conhecimentos, roga gestação mental e esforço
de composição, letra a letra.
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A sinfonia, que aprimora as fontes da inspiração, requisita combinações e estudos diversos, para
que os sons se harmonizem, nota por nota.

Certifiquemo-nos de que as probabilidades da mensagem sem fio vibravam na Terra antes de


Marconi.

A gravitação era realidade, antes de Newton.

Todos os ingredientes, destinados ao progresso e à civilização, ao aperfeiçoamento e à proteção


da vida física, jazem potencialmente, nos reservatórios da natureza.

O homem, porém, apenas desfruta aquilo que ele próprio analisou e construiu.

Assim, também no terreno do Espírito.

Todos os recursos, necessários à educação e à sublimação da individualidade, à criação


intelectual e à revelação do plano extra-sensorial, estão contidos, em possibilidades virtuais, nas
esferas do pensamento.

Ninguém espere milagres depois da morte.

Na Terra, ou além da Terra, cada pessoa somente dispõe, em si e fora de si, da cultura e do
merecimento que edificou.

pelo Espírito Albino Teixeira - Do livro: Paz e renovação, Médium: Francisco Candido Xavier.

14. ESQUEMA

Observa.

Cada manhã é um novo dia.

Renasceste.

Saíste, mais uma vez, da nebulosa.

Deus te renovou o pensamento no cérebro aceso.

Retomaste a presença da luz.

O tempo te pertence.

Podes idear, criar, analisar.

Despertaste junto dos outros.

Tens o dom de servir.


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Aceita a bênção de entender e a felicidade de trabalhar.

Reinicia a tarefa, estampando um sorriso em tuas páginas de bondade.

Coloca otimismo e paz, esperança e alegria em tua lista de doações para hoje.

Age agora para o bem.

Se mágoas de ontem ainda te pesam na alma, procura esquecê-las.

Se ofendeste a alguém, dispõe-te a sanar a falta cometida.

Se alguém te feriu, perdoa sem condições.

Olha os quadros em torno.

A vida te busca.

A oficina da oportunidade te abre as portas.

Escolhe fazer o melhor que puderes.

Sai de ti mesmo.

E segue adiante para amar, auxiliar, construir e compreender, porque Deus espera por ti.

pelo Espírito Meimei - Do livro: Tempo de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier – Espíritos
Diversos.

15. SEGUINDO EM FRENTE

Seja qual seja o seu problema, conserve fé em Deus e fé em você mesmo, sem desistir de
trabalhar.

Ninguém progride sem dificuldade a vencer.

A luta é condição para a vitória.

Não abandone os seus encargos no bem.

Não perca tempo, lembrando episódios tristes.

Desculpe qualquer ofensa.

Esqueça ressentimentos, venham de onde vierem.


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Auxilie aos outros, como puder e tanto quanto puder, no clima da consciência tranqüila.

Não procure defeitos nos semelhantes.

Se você está num momento, considerado talvez, como sendo o pior de sua vida, siga adiante,
com o seu trabalho, na certeza de que se hoje o céu aparece toldado de nuvens, a luz voltará no
firmamento e o dia de amanhã será melhor.

pelo Espírito André Luiz - Do livro: Tempo de Luz, Médium: Francisco Candido Xavier - Espíritos
Diversos.

16. SEXO E RELIGIÃO

Pergunta - Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar de
depurar-se?
Resposta - Sofrendo a prova de uma nova existência.

Pergunta - Como realiza essa nova existência? Será pela sua transformação como Espírito?
Resposta - Depurando-se, a alma indubitavelmente experimenta uma transformação, mas para
isso necessária lhe é a prova da vida corporal.
Item n.166, de"O Livro dos Espíritos.

Dar-se-á o fato de se isentar alguém dos impulsos e inquietações sexuais, simplesmente por
haver assumido compromissos de natureza religiosa? Claro que a lógica responde no espírito de
seqüência da natureza.

A criatura que abraça encargos dessa ordem está procurando ou aceitando para si mesma
aguilhões regeneradores ou educativos, de vez que ordenações e providências de caráter
externo não transfiguram milagrosamente o mundo íntimo.

As realizações da fé, por isso mesmo, se concretizam à base de porfiadas lutas da alma, de si
para consigo.

Ninguém se burila de um dia para outro.

De que modo alienar condições inerentes à própria vida do Espírito, acalentadas, no curso das
eras, tão-somente em função de afirmativas verbais? E entendendo-se que as leis do Universo
não destroem o instinto, mas transformam-no em razão e angelitude, na passagem dos evos,
pelos mecanismos da sublimação, de que forma exigir a extinção dos estímulos genésicos em
alguém, tão-só porque esse alguém se consagre ao Serviço Divino da Fé, quando esses mesmos
estímulos são ingredientes da vida e da evolução, criados pela mesma Providência Divina para a
sustentação e a elevação de todos os seres? Compreendida a inalienabilidade dos problemas
sexuais nas individualidades representativas das idéias religiosas no mundo, é mais que razoável
considerar que essas individualidades, em grande maioria, solicitaram para si próprias os
controles de feição moral a que transitoriamente se vinculam, no tentame de extraírem deles o
proveito máximo, a favor de si próprias.

Efetivamente, Espíritos superiores e já erguidos a notáveis campos de elevação, unicamente por


amor e sacrifício, tomam assento nas organizações religiosas da Terra, volvendo à reencarnação
em atividades socorristas, nas quais impulsionam o progresso dos seus irmãos.
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Esses missionários do devotamento vibram em faixas de amor sublime, quase sempre


inacessível à compreensão dos seus contemporâneos.

Não ocorrem análogas circunstâncias entre aqueles outros que renascem sob regime disciplinar,
requisitados por eles contra eles mesmos, de vez que grande número desses obreiros das idéias
religiosas, reencarnados em condições de prova, demonstram dificuldades e inibições múltiplas,
no corpo e na mente, quando não sofrem exagerada tendência aos desvarios sexuais - tendência
essa que habitualmente os mantém recolhidos ao medo de qualquer expansão afetiva.

Temendo as manifestações do amor e bastas vezes condenando indebitamente os


companheiros da Humanidade, pelo fato de se acomodarem a uniões respeitáveis e dignas, na
generalidade receiam a si próprios e censuram os semelhantes, no impulso inconsciente de lhes
copiar a independência e a conduta.

Daí surgem os incidentes menos felizes quantas vezes! – em que vemos expositores ardentes e
apaixonados, dessa ou daquela idéia religiosa, tombando em experiências emotivas, muito mais
complicadas e deploráveis do que aquelas outras que eles próprios reprovavam no caminho e
na vida dos companheiros!...

Aliás, registre-se que o fenômeno é mais que justo, porquanto, aceitando os distintivos de
determinada seara religiosa, o Espírito impõe a si mesmo um fator de frenagem e
autopoliciamento, sem que as marcas exteriores de fé signifiquem mais que um convite ou um
desafio a que se aperfeiçoe, de acordo com os princípios de acrisolamento que abraça.

Instruções religiosas exteriores não alteram, de improviso, os impulsos do coração, conquanto


se erijam em fortaleza de luz, amparando a criatura que a elas se acolhe para o serviço de
autoaprimoramento.

Qualquer professor na Terra há de se identificar com os alunos, no campo das experiências


naturais do cotidiano, a fim de que se estabeleça, entre eles, o fio da compreensão mútua,
unindo vanguarda e retaguarda do esforço para a escalada do grupo ao conhecimento.

Um anjo e uma equipe de criaturas humanas não entrariam em relacionamento para


rendimento ideal do ensino.

À vista disso, somos nós mesmos, Espíritos endividados ante as Leis do Universo, que nos
enlaçamos uns com os outros, encarnados e desencarnados, aperfeiçoando gradativamente as
qualidades próprias e aprendendo, à custa de trabalho e tempo, como alcançar a sublimação
que demandamos, em marcha laboriosa para a conquista dos Valores Eternos.

pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Vida e Sexo, Médium: Francisco Cândido Xavier.

17. PENSAR POR NÓS

Geralmente pensamos estar pensando com nosso pensamento e isso nem sempre é tão fácil.

Necessário desenvolver o próprio raciocínio a fim de perceber se não estamos digerindo idéias
alheias que nos são desfechadas por sistemas de imposição indireta.
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Andamos quando encarnados automaticamente requisitados pela hipnose, a cada trecho do dia.

Manhã cedo, colhemos, em regra, informações dos familiares que, de hábito, nos dirigem a
palavra, refletindo opiniões sobre ocorrências diversas.

Logo após, freqüentemente, passamos às induções da imprensa ou do rádio, esposando-lhes os


conceitos quando lhes dispensamos atenção.

Em seguida, a via pública é ribalta de chamamentos inúmeros para que desempenhemos


determinado papel, seja viajando ou caminhando, anotando as novidades da hora ou deglutindo
mentalmente os anúncios comerciais.

No exercício da profissão, usamos personalidade adequada às circunstâncias, qual sucede com


a vestimenta que a pessoa é impelida a adotar conforme o lugar de representação e serviço.

À noite, comumente, manuseamos livros e publicações com os quais nos afinemos, assistimos a
espetáculos, procuramos entretenimentos ou escutamos amigos, assimilando múltiplas
sugestões com que se nos influencia o repouso.

Quase todas as criaturas, na Terra, por enquanto vivem encadeadas umas às outras, sob
vigorosa pressão de forças mentais que lhes suscitam atitudes e palavras, sem que elas saibam.

Daí procede a obrigação do conhecimento de nós mesmos.

A Doutrina Espírita nos recomenda a fé raciocinada para que, desde a existência terrestre,
possamos compreender que é lícito admirar o pensamento alheio e até segui-lo, quando a isso
nos decidamos, mas é preciso pensar por nós, a fim de que não venhamos a cair irrefletidamente
no resvaladouro do erro ou no visco da obsessão.

pelo Espírito André Luiz - Do livro: Sol nas Almas, Médium: Waldo Vieira.

18. ESCOLHAS ESQUECIDAS

Dá o que possas, como possas e quanto possas, em benefício dos outros, mas recorda sempre
as esmolas esquecidas...

O timbre de voz fraterna com quem ainda não te simpatizas...

O sorriso acolhedor para a visita inesperada...

O minuto de boa vontade no esclarecimento amigo...

A simples conversação reconfortante com a pessoa, cuja presença te desagrada...

O silêncio generoso ante a provocação daqueles que ainda te não compreendem...

A insignificante gentileza na via pública...

A referência construtiva em favor dos ausentes...


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O serviço singelo aos desconhecidos...

A oração pêlos adversários...

A consideração para com os mais velhos...

O amparo à criança...

A ligeira visita aos doentes...

O bilhete afetuoso ao irmão necessitado de bom ânimo...

O carinho em casa...

O socorro aos desalentados...

A palavra otimista para quem te ouve...

A leitura edificante...

O respeito às situações que não conheces...

O auxilio à natureza...

A cooperação desinteressada no bem...

Não te afastes do abençoado serviço a todos.

Os pequeninos gestos espontâneos da verdadeira fraternidade são alicerces seguros na


construção do Reino de Luz e Amor.

pelo Espírito Scheilla - Do Livro: Seguindo Juntos, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos
Diversos.

19. DESVINCULAÇÕES

Empresa difícil no mundo íntimo – a desvinculação.

Se te encontras à beira de empreendimento assim arriscado e se já consegues imaginar-te no


lugar daqueles que te rodeiam, medita nas repercussões de que serias objeto ao recolher
semelhante surpresa da parte dos outros.

Certas separações apresentam na vida mental a gravidade de cirurgias determinadas nos tecidos
orgânicos.

Um toque inadequado de bisturi seria suscetível de criar prejuízos e problemas nas estruturas
do corpo.

Uma providência inoportuna é capaz de estabelecer lesões de grande extensão no campo da


alma.
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Decerto, na contabilidade da existência, surgem devedores que desfrutam a possibilidade de


retardar o resgate total dos débitos contraídos. Em vista disso, nada pode barrar-te as
determinações mais intimas, com exceção das Leis de Deus.

Entretanto, se a desvinculação comparece no esquema das lutas morais em que te vês,


compadece-te daqueles que te amam, talvez ainda sem compreender-te.

Não te desvincule deles, de improviso, qual se estivesses operando enfermos vários com
pancadaria no coração.

Ninguém deveria separar-se de alguém, sem propiciar a esse alguém o equilíbrio preciso, a fim
de sustentar-se de pé.

Reflete nos pais e filhos, irmãos e companheiros que a desvinculação violenta já relegou aos
vales do sofrimento e da morte e não assinales o teu caminho com as lágrimas alheias.

Prepara o sentimento das criaturas que te compartilham as experiências do dia-a-dia, antes de


entregar-te às renovações que desejas.

Compreensão e auxílio são vias importantes no templo da caridade.

Deus nos ajude a pensar nisso.

pelo Espírito Meimei - Do livro: Somente Amor, Médium Francisco Cândido Xavier – Espíritos:
Maria Dolores e Meimei.

20. UM CURSO RÁPIDO DE RELAÇÕES HUMANAS

As seis palavras mais importantes:


Eu admito que cometi um erro.

As cinco palavras mais importantes:


Você fez um bom trabalho.

As quatro palavras mais importantes:


Qual a sua opinião?

As três palavras mais importantes:


Se você puder...

As duas palavras mais importantes:


Muito obrigado.

A palavra mais importante:


Nós.

A palavra menos importante:


Eu.
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de Richard Simonetti, do livro: Não Pise na Bola. Editora O Clarim.

21. PARTILHE O AMOR

São tantas as notícias ruins que destacam violências, assaltos, crimes de morte, violências
sexuais, corrupções políticas, impunidades para os poderosos, que as pessoas vão se fechando
em suas casas e até esquecem de compreender, sorrir, amar, partilhar a vida.

Mas será que a vida é feita somente de coisas ruins? Não! De modo algum. A vida, no estágio
evolutivo em que nos encontramos, é feita de coisas más e outras boas. Mas o nosso objetivo
não é a de falar de coisas negativas, e sim de solidariedade, bondade, fraternidade, amor
partilhado.

Ah, o amor! Como poderemos viver sem ele? É o amor de Deus que sustenta o universo. É o
amor universal que faz com que espíritos superiores, isentos das reencarnações em mundos
inferiores, se corporifiquem em mundos como o nosso, para cumprir missões de extraordinário
valor.

É por amor que uma mulher carrega no ventre, durante nove meses, uma nova vida, e dá a luz
entre dores, para depois beijar aquele pequenino ser, apertá-lo ao peito e dizer com emoção:

- Meu filho! Meu amor!

É por um amor transcendente que um pai ou mãe abraça um filho de mente obnubilada pela
deficiência mental, olhar aparvalhado, boca semi-aberta, e exclama com unção quase sagrada:

- Meu tesouro. Vida da minha vida.

Há, os que, por amor, sobretudo por amor, se dedicam a curar, a educar, a indicar rumos, e
chegam a sacrificar a própria vida em holocausto ao amor.

Alguns manifestam o seu amor plantando flores. Outros compõe músicas, fazem versos, criam
leis, varrem as ruas, constróem casas...

Não importa que existam crimes e dores enquanto existir o amor, e este amor for partilhado.

Partilhar o amor? Como podemos fazê-lo? Comece devagarzinho. Olhe bem dentro dos olhos
do teu filho, não importando a sua idade, e diga:

Eu te amo!!!

Faça o mesmo com o seu cônjuge, ou com os pais, avós, irmãos. Mas não olhe sem enxergar.
Deixe que a tua visão penetre a epiderme e alcance as profundezas do ser e ali irá descobrir
espíritos imortais, que vieram de outras vidas, seres que amam, que guardam medos, ódios
talvez, mas que estão ao teu lado, permutando energias. Tente compreendê-los e partilhar com
eles o teu amor.

Jogue para longe a tristeza. Desanuvie o semblante. Confie em Deus. Confie na vida. Confie no
amor. Não tenha medo de amar, mas não cultive um amor possessivo. Ame pelo prazer de amar,
e mesmo que você se machuque, terá valido a pena.
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Sendo você espírita, maiores razões terá para ser alegre e partilhar o amor. Você sabe que é
imortal, criado por Deus simples e ignorante, mas com todas as potencialidades das perfeições.
Você deve saber que o amor não morre, porque os que te precederam na grande viagem estão
ao teu lado, simplesmente porque te amam. Seja forte. Partilhe o teu amor. A vida precisa do
teu sorriso.

Amilcar del Chiaro Filho, do site: www.espirito.com.br.

22. ORAÇÃO E DIFICULDADE

Diariamente, milhares de criaturas partem da Terra.

Quase sempre, reconfortadas pelo bálsamo da fé consoladora que abraçaram na vida humana,
devencilham-se da teia fisiológica, sustentadas por sublime esperança.

A maioria, no entanto, não desfruta de improviso os talentos da paz que desejaria surpreender
além do sepulcro, porque a percentagem de Céu para cada alma expressa a quantidade de Céu
que haja edificado em si mesma.

É que, na maioria das circunstâncias, os desencarnados carreiam consigo as nuvens de trevas


que lhes pesam na consciência.

Sombras de remorso, de frustração, de arrependimento tardio, gerando o plano purgatorial em


que estagiam penosamente.

Desolados e aflitos, suplicam a graça do recomeço, o regresso ao campo do mundo, o retorno à


lição no corpo...

Responsáveis, muitas vezes, por crimes ocultos, imploram a reaproximação com antigos
adversários para ressarcirem o débito a que ainda se empenham; empreiteiros da calúnia e da
crueldade rogam moléstias soezes, com que resgatam a deplorável conduta em que se
desvairaram na delinqüência...

Por isso mesmo, todos os dias aparecem berços de sofrimento e de provação, em que os
culpados de ontem, hoje possuem o ensejo valioso de purificar e reaprender.

Não há, desse modo, dificuldades inúteis, como não existem chagas e dores sem a significação
que lhes corresponda.

Todos os nossos sentimentos plasmam idéias.

Todas as nossas idéias estabelecem atos e fatos que nos definem o espírito na senda cotidiana.

Arquitetos do próprio destino, recolhemos nas leiras do espaço e do tempo, a alegria ou a


flagelação, a felicidade ou o infortúnio, conforme o nosso plantio de mal ou bem.

Estejamos em guarda contra o império de névoa mental que trazemos em nós, abençoados os
obstáculos que nos impelem à justa libertação e não nos esqueçamos de que a prece, em
qualquer roteiro religioso, se não pode retirar-nos do clima sombrio por nós mesmos criado,
será sempre Divina Luz revelando-nos o caminho.
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pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Refúgio, Médium: Francisco Cândido Xavier.

23. SEM CONDIÇÕES

Não exijas dos outros o que não possas dar;

Cada qual vive e luta com seus próprios problemas.

Quem errou, é provável que buscasse acertar.

Quem no mal se compraz é doente difícil.

Se queres amparar não traces condições.

De quantos auxilia, o Bem não sabe o nome.

pelo Espírito Irmão José - Do livro: Tende bom ânimo, Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Carlos
Baccelli - Autores Diversos.

24. SOMENTE A GRANDE VIDA MERECE A GRANDE MORTE

A transposição de plano, para a nossa mente, é muito morosa, considerando-se as necessidades


da preparação que nos cabe, em face à Vida Superior.

Somente a grande vida merece a grande morte.

Além do corpo, não há libertação para quem não se liberta.

O trabalho é desconhecido, para quem não trabalha,

A vida abundante, em relação à qual tão claro foi Jesus nas lições da Boa-Nova, apenas se revela
ao coração que se devotou à vida interna, na prática do bem desde aí.

A união espiritual é uma luz somente para aquele que, ainda no corpo, a procura. A nossa esfera
aqui é, sobretudo, de continuação ao que teve começo aí.

No círculo físico, as possibilidades de iniciar ou reiniciar são imensas. Aqui, porém, pelo menos
nas atividades vizinhas à crosta planetária, a lembrança, a memória, e a ligação mental, impõem
prosseguimento.

Assim sendo, tudo aqui é sono ou semi-inconsciência para quem não despertou pelo trabalho
ativo, na matéria densa; desagrado, para quem somente tratou de se agradar, no campo
emocional menos construtivo, do corpo; angústia, para quem não exercitou a paciência,
atenuando as próprias aflições; e desânimo ou perturbação, para quem não aceitou os
benefícios da luta ou entravou a marcha dos que buscavam lidar e lutar com nobreza.
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Crônicas e Artigos

Tudo lógico, vivo, natural. Nem poderia ser de outro modo.

Se vocês não criaram interesses de elevação espiritual para a "Terra Próxima", o domicílio do
Além será menos interessante do que a "Terra de Agora" para vocês.

É necessário reconhecer que se encontram armados, na arena corporal, para muitas e valiosas
conquistas.

Quem mais realiza com o bem, mais aquinhoado de dons divinos será fatalmente, pelas forças
que o representam.

Não se esqueçam de que pensamento e ação simbolizam sementeira e crescimento. Os dias se


encarregam de amadurecer os frutos, de acordo com a nossa plantação.

pelo Espírito Neio Lúcio - Do livro: Senda para Deus, Médium Francisco Cândido Xavier - Espíritos
Diversos.

25. MAU APRENDIZ

Bonifácio Pessanha nunca se furtou ao vício das perguntas ociosas. Onde estivesse, mobilizava
interrogações despropositadas e inoportunas. Não sabia dar um passo sem escorar-se nos
outros e semelhante característico desfigurara-lhe a personalidade.

Quando atravessou os portais do Espiritismo Cristão, sentiu-se muito a gosto. Em seu parecer,
de então em diante poderia indagar quanto quisesse. Vários médiuns, nos mais diversos grupos,
estariam à disposição dele, tanto quanto as entidades invisíveis que, segundo acreditava,
deveriam vaguear, em disponibilidade franca, sem métodos regulares de vida e sem programa
de obrigações construtivas.

Os companheiros do núcleo que passou a freqüentar notaram-lhe, de imediato, a extravagância;


todavia, calavam-se, caridosos e tolerantes.

Bonifácio era novo na Doutrina. Com o tempo recolheria experiências, retificaria atitudes
incertas. Contudo, tantas interrogações dirigia ele ao plano invisível através de grandes laudas
de papel, que Juliano, o orientador devotado da esfera espiritual, lhe escreveu, certa feita, de
modo direto:

- “Pessanha, meu irmão, não olvides que o mundo é também uma escola ativa. É preciso cautela
para não perdermos as lições. Cada dia é uma página que preencherás com as próprias mãos,
no aprendizado imprescindível. Os ensinamentos da véspera, em boa lógica, devem ser
assimilados. O aluno que não se vale da experiência vivida, não pode aguardar o êxito desejado.
Penetraste, em renascendo, a grande universidade terrestre e vives, por alguns anos, no
internato do corpo físico. E onde está, meu amigo, o instituto de ensino, em que a cátedra deve
descer satisfazendo aos caprichos da carteira? Que a existência carnal é um curso educativo, de
proporções vastas, cheio de probabilidades milagrosas para o discípulo de boa-vontade, prova-
o a morte, que nos convida a todos para exame e seleção. Crês, porventura, que o aprendiz
obterá o atestado de mérito, exclusivamente pelo hábito de perguntar? Desengana-te, meu
amigo! Vai ao serviço diário, ro gando a luz divina para o entendimento. Mãos e pés não usados
paralisam-se no caminho. Olhos e ouvidos que não iluminam nem esclarecem a inteligência,
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Crônicas e Artigos

apagam-se, mais tarde, à maneira de candeia inútil, ou adormecem, na incapacidade, quais


ruínas de uma casa em abandono. Não temas sofrimentos ou decepções. Aprende e age sempre.
A dor e o obstáculo guardam para nós a função de legítimos instrutores. É um erro interpretar
dificuldades à conta de punições ou pesadelos, quando nelas devemos encontrar recursos de
aprimoramento e provas abençoadas. A lei é de evolução comum e de perfeição final para todos,
ainda mesmo considerando a necessidade de expiação para o crime e corrigenda para o mal.
Como habilitar-se o aluno sem o livro de lições? Que seria do Espírito encarnado sem a
oportunidade de experimentar, atuar, lapidar-se e conhecer? É razoável que o estudante
indague das finalidades do educandário a que pertence, dos regulamentos, do hor ário e das
condições que lhe dizem respeito, mas, subtrair-se ao processo de burilamento e preparação
através de indagações sistemáticas, é perigoso para si mesmo, porque o curso tem um fim, de
renovar-se em outros setores da vida, e as demonstrações de aproveitamento serão exigidas a
cada aluno em particular. Desse modo, não desprezes caminhar, desassombradamente,
confiando em Jesus e em ti mesmo!”

Bonifácio, no entanto, parecia plenamente desentendido.

Invadia o círculo dos irmãos de ideal, com larga ofensiva de indagações, já que os benfeitores
desencarnados não se mostravam dispostos à quebra intempestiva da lei.

Inquiria sempre, a propósito de tudo e de todos, figurando-se verdadeiro maníaco, não obstante
afirmar-se homem de fé.

Em todas as reuniões trazia longa relação de assuntos para verrumar a paciência dos
companheiros.

- Senhor Macedo – dirigia-se ao diretor dos trabalhos doutrinários -, qual o seu modo de ver,
relativamente à minha profissão? Não considera que estou prejudicado? Poderia estudar mais,
aplicar-me à Boa Nova, com outro ânimo, se minhas atividades fossem diferentes. Como
entende o meu caso?

O interpelado, esboçando embora um gesto de estranheza, respondi, calmo:

- De mim mesmo, Pessanha, estou convencido de que a criatura pode atender ao Senhor, em
qualquer parte. A boa-vontade, quando aliada à paciência, faz verdadeiros milagres no
aproveitamento dos minutos.

Antes, todavia, de ponderar o valioso conteúdo da observação, transferia Bonifácio o assunto a


um terceiro:

- Mas você, Tinoco – dirigia-se, inquieto, a outro companheiro -, não considera o meu tempo
muito escasso? Torna-se muito difícil atender à Doutrina em minhas condições. Meus chefes de
serviço são extremamente rigorosos. Imagine que não disponho de ocasião para compulsar um
livro. Que conclui você de meus obstáculos?

Tinoco sorria e observava:

- Pessanha, nada posso acrescentar ao parecer do nosso amigo. Não devemos forçar as situações
entendendo a necessidade da experiência pessoal. Estamos neste mundo para aprender algo de
útil e nada conheceremos realmente, sem agir por nós mesmos.
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Pretendia Bonifácio estender as indagações; no entanto, os trabalhos espirituais foram


declarados abertos e era necessário manter atenção e silêncio.

Terminada a reunião, prosseguia ele, firme, interrogando sempre, quanto a todos os problemas
corriqueiros do dia e se alguém lhe recordava os conselhos do orientador espiritual, costumava
responder que precisava perguntar por prudência, desse modo acobertando a preguiça mental
com expressões de virtude.

Na sessão seguinte, voltava desatento, dirigindo-se ao diretor da casa:

- Senhor Macedo, que me diz do tratamento de minha filha Zina? Acho-me em dúvida se
prossigo com a homeopatia ou se me decido pela alopatia. Que pensa o senhor de minha
situação?

- Ora, Pessanha – esclarecia o confrade, pacientemente -, isto é questão de foro íntimo, de


preferência individual. No capitulo da assistência à saúde, cada um tem o seu campo de
confiança.

Bonifácio, irrequieto, voltava-se para D.Eponina, médium do grupo, inquirido:

- E a senhora? Que me diz? Não concorda em que eu deva mudar a medicação?

A interpelada, num gesto fraternal, atendia, solícita:

- Meu amigo, creio que nos constitui uma obrigação perseverar até ao fim, no que respeita a
qualquer serviço médico. Entretanto, sou constrangida a reconhecer que todos nós
solucionamos os nossos problemas, de modo particular.

Bonifácio, contudo, parecendo impermeável, em razão do vicio de apoiar-se nos outros, não
assimilava as lições de toda hora, ao contacto de companheiros encarnados e desencarnados. E
não curou a mente enfermiça. Até que a morte se lhe abeirou do leito de aflitiva expectação.

No círculo das últimas provas, agravou-se-lhe a mania. Enredava os companheiros que


comparecessem à visitação afetuosa, em extensos inquéritos, cheios de enigmas insolúveis.
Quase todos os amigos lhe recomendavam o uso da oração ou lhe pediam procurasse o socorro
de Juliano, o abnegado mentor espiritual.

A mente do enfermo vagava, apressada, num torvelinho de indagações, mas a morte trabalhava,
serena, arrebatando-o, devagarzinho, da esfera material.

Em certo instante, compreendeu Pessanha que não mais se achava no aposento corpóreo.
Todavia, não conseguiu discernir a paisagem circundante.

Tinha agora os olhos enevoados, os pés inertes, as mãos imóveis.

Perdera, sobretudo, a noção de equilíbrio.

Acabrunhado, começou a orar, com uma espontaneidade e firmeza que antes conhecera.
Rogava a Juliano lhe esclarecesse o coração, lhe curasse as dores e lhe restituísse os
movimentos. Quando terminou a prece fervorosa, a voz do prestimoso amigo se fez ouvir, nas
sombras que o rodeavam, murmurando com lamentosa entonação:
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- Ah! Pessanha, Pessanha! Agora é muito difícil mobilizar-te os pés, as mãos e a cabeça que
teimaste em não usar. Fugiste à ginástica da luta humana que adestra a alma para as esferas
mais altas. Não peças, por enquanto, as emoções da Espiritualidade Superior: roga o regresso
ao livro do mundo, retornando às lições benditas da experiência necessária. Quanto ao mais,
conserva a paciência e a coragem, nas aflições de hoje, porque, em verdade, o homem que não
percorre os roteiros justos, no aprendizado da vida, esbarra, fatalmente, nos labirintos da morte.

pelo Espírito Irmão X - Do livro: Pontos e Contos, Médium: Francisco Cândido Xavier.

26. DO APRENDIZADO DE JUDAS

Não obstante amoroso, Judas era, muita vez, estouvado e inquieto. Apaixonara-se pelos ideais
do Messias, e, embora esposasse os novos princípios, em muitas ocasiões surpreendia-se em
choque contra eles. Sentia-se dono da Boa-Nova e, pelo desvairado apego a Jesus, quase sempre
lhe tornava a dianteira nas deliberações importantes. Foi assim que organizou a primeira bolsa
de fundos da comunhão apostólica e, obediente aos mesmos impulsos, julgou servir à grande
causa que abraçara, aceitando a perigosa cilada que redundou na prisão do Mestre.

Apesar dos estudos renovadores a que sinceramente se entregara, preso aos conflitos íntimos
que lhe caracterizavam o modo de ser, ignorava o processo de conquistar simpatias.

Trazia constantemente nas lábios, uma referência amarga, um conceito infeliz.

Quando Levi se reportava a alguns funcionários de Herodes, simpáticos ao Evangelho, dizia,


mordaz:

– São víboras disfarçadas. Sugam o erário público, bajulam sacerdotes e deixam-se pisar pelo
romano dominador... A meu parecer, não passam de espiões..

O companheiro ouvia tais afirmativas, com natural desencanto, e os novos colaboradores dele
se distanciavam menos entusiasmados.

Generosa amiga de Joana de Cusa ofereceu, certo dia, os recursos precisos para a caminhada do
grupo, de Cafarnaum a Jerusalém. Porém, recebendo a importância, o apóstolo irrefletido
alegou, ingratamente:

– Guardo a oferta; contudo, não me deixo escarnecer. A doadora pretende comprar o reino dos
Céus, depois de haver gozado todos os prazeres do reino da Terra. Saibam todos que este ó um
dinheiro impuro, nascido da iniqüidade.

Estas palavras, pronunciadas diante da benfeitora, trouxeram-lhe indefinível amargura.

Em Cesareia, heróica mulher de um paralítico, sentindo-se banhada pelos clarões do Evangelho,


abriu as portas do reduto doméstico aos desamparados da sorte. Órfãos e doentes buscaram-
lhe o acolhimento fraternal. O discípulo atrabiliário, no entanto, não se esquivou à maledicência:

– E o passado dela? – clamou cruelmente – o marido enfermou desgostoso pelos quadros tristes
que foi constrangido a presenciar. Francamente, não lhe aceito a conversão. Certo, desenvolve
piedade fictícia para aliciar grandes lucros.
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A senhora, duramente atingida pelas descaridosas insinuações, paralisou a benemerência


iniciante, com enorme prejuízo para os filhos do infortúnio.

Quando o próprio Messias abençoou Zaqueu e os serviços dele, exclamou Judas, indignado, às
ocultas:

– Este publicano pagará mais tarde. Escorcha, os semelhantes, rodeia-se de escravas, exerce
avareza, sórdida e ainda, pretende o Raiz, o Divino!... Não irá longe... Enganara o Mestre, não a
mim...

Alimentando tais disposições, sofria a desconfiança de muitos. De quando em quando, via-se


repelido delicadamente.

Jesus, que em silêncio lhe seguia as atitudes, aconselhava prudência, amor e tolerância. Mal não
terminava, porém, as observações carinhosas, chegava Simão Pedro, por exemplo, explicando
que Jeroboão, fariseu simpatizante da Boa-Nova, parecia inclinado a ajudar o Evangelho
renascente.

– Jeroboão? – advertia Judas, sarcástico – aquilo é uma raposa de unhas afiadas. Mero
fingimento! Conheço-o há vinte anos. Não sabe senão explorar o próximo e amontoar dinheiro.
Houve tempo em que chegou a esbordoar o próprio pai, porque o infeliz lhe desviou meia pipa
de vinho!...

A verdade, porém, é que as circunstâncias, pouco a pouco, obrigaram-no a insular-se. Os


próprios companheiros andavam arredios. Ninguém lhe aprovava as acusações impulsivas e as
lamentações sem propósito. Apenas o Cristo não perdia a paciência. Gastava longas horas,
encorajando-o e esclarecendo-o afetuosamente...

Numa tarde quente e seca, viajavam ambos, nos arredores de Nazaré, cansados de jornada
comprida, quando o filho de Kerioth indagou, compungido:

– Senhor, por que motivos sofro tão pesadas humilhações? Noto que os próprios companheiros
se afastam cautelosos de mim... Não consigo fazer relações duradouras. Há como que forçada
separação entre meu espírito e os demais... Sou incompreendido e vergastado pelo destino...

E levantando os olhos tristes para o Divino Amigo, repetia :

– Por quê?!...

Jesus ia responder, condoído, observando que a voz do discípulo tinha lágrimas que não
chegavam a cair, quando se acercaram, subitamente, de poço humilde, onde costumavam aliviar
a sede. Judas que esperava ansioso aquela bênção, inclinou-se, impulsivo e, mergulhando as
mãos ávidas no líquido cristalino, tocou inadvertidamente o fundo, trazendo largas placas de
lodo à tona.

Oh! Oh! Que infelicidade! - gritou em desespero.

O mestre bondoso sorriu calmamente e falou:

- Neste poço singelo, Judas, tens a lição que desejas. Quando quiseres água pura, retira-a com
cuidado e reconhecimento. Não há necessidade de alvoroçar a lama do fundo e das margens.
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Crônicas e Artigos

Quando tiveres sede de ternura e amor, faze o mesmo com teus amigos. Recebe-lhes a
cooperação afetuosa sem cogitar do mal, a fim de que não percas o bem supremo.

Pesado silêncio caiu entre o benfeitor e o tutelado.

O apóstolo invigilante modificou a expressão do olhar, mas não respondeu.

pelo Espírito Irmão X - Do livro: Luz Acima, Médium: Francisco Cândido Xavier.

27. O SOCORRO

Talvez que não tenhas percebido ainda como age o Socorro Divino, em benefício de todos os
homens...

Antes que enveredasses pelo atalho da invigilância, comprometendo a própria paz, uma voz
amiga, parecendo emergir da consciência, te aconselhou a revisar as decisões tomadas...

Antes que optasses pela reação violenta, em face desse ou daquele problema inesperado em
família, ouvistes dos lábios de alguém palavras que te concitaram ao perdão e à calma...

Antes que o desespero se avolumasse em tua alma, induzindo-te a atitudes insensatas, veio ter
às tuas mãos, sem que possas precisar como, significativa página de luz conclamando-te à
sintonia com as Esferas Mais altas pela oração...

Assim como existe na Terra a chamada medicina profilática, evitando danos mais graves para o
corpo, há igualmente nos Céus remédio e proteção para todos os males, antes mesmo que eles
possam se instalar em definitivo sobre os teus passos.

Quando te sentires ameaçado em tua tranqüilidade, não desesperes nem te precipites,


porquanto o socorro de Deus, para quem crê e confia, chega sempre em primeiro lugar.

pelo Espírito Irmão José - Do livro: Juntos Venceremos - Médium: Francisco Cândido Xavier -
Autores Diversos.

28. FANTASIA E REALIDADE

Embora seja o Centro Espírita sagrado instituto de iniciação espiritual, vezes inúmeras
procuramos mais pela necessidade de ajuda que pelo desejo de aprender.

É quando nos sentimos dominados pela depressão e indefinível sensação de mal-estar nos
oprime; é quando dores não diagnosticáveis nos torturam e o desânimo nos sitia; enfim, é
quando, segundo a terminologia espírita, somos visitados pela perturbação.

Ao contacto do ambiente balsâmico, sob efeito da palavra amiga de dedicados orientadores, e


experimentando o benefício do passe magnético, aplicado por especialistas do Além, sentimo-
nos reanimados e regressamos ao lar qual se houvéramos recebido poderosa medicação
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estimulante — infelizmente mal assimilada, porque em breve recrudescem aqueles males, a nos
distanciarem da tranqüilidade.

É o nosso Carma! — dir-se-ia. Mas semelhante raciocínio nem sempre é admissível. Assim como
o distúrbio da digestão é antes conseqüência do excesso alimentar do que sintoma de úlceras,
nossas freqüentes perturbações refletem muito mais os desajustes do presente que o desastres
do passado. Assim como a glutonaria é fator de desequilíbrio orgânico, a intemperança mental
é porta aberta para a invasão das sombras.

Por isso, a auto-análise, que possibilite identificar as falhas de nossa personalidade e seus
reflexos na conduta diária, é preliminar indispensável no esforço da renovação, a fim de que o
mal desapareça em definitivo e perdure a harmonia.

Todavia, nem sempre nos preocupamos com esta questão e, quando o fazemos, é de forma
superficial, distanciada da realidade.

“— Hoje não me sinto bem psiquicamente. Que terei feito de errado ontem?"

“Pela manhã não esqueci a oração, e estude “O Livro dos Espíritos” com atenção. Discuti com
um vendedor que pretendia impor mercadoria inferior por alto preço. Deixei bem claro que não
sou tolo!"

“Dediquei-me ao serviço no escritório, durante a tarde, sem tempo para cogitações inferiores.
O único incidente de que me recordo é que passei severa descompostura em alguns
subordinados distraídos em conversa. Era preciso manter a ordem!"

“À noite compareci ao serviço mediúnico. A palestra do orientador espiritual foi magnífica.


Quantas lições! Após a sessão, conversei com alguns companheiros. Lembro-me de que lhes
falei a respeito de um confrade. Alertei-os de que se trata de pessoa mesquinha, que não merece
confiança nem respeito."

“Que terei feito de mal?”

Neste breve monólogo podemos observar como é fácil identificar esclarecimento, disciplina e
advertência em três atitudes que a Doutrina dos Espíritos classificaria, mais acertadamente,
como agressividade, prepotência e maledicência, fatores de sintonia com as esferas inferiores,
o grande celeiro de perturbações.

À medida que nos aprofundamos no estudo da Terceira Revelação, melhor percebemos a


grandiosidade da lição legada por Jesus ao recomendar oração e vigilância. É indispensável vigiar
atentamente nossos pensamentos e ações nos contactos com o próximo, conscientes de que,
sempre que não expressarem pureza, estaremos a caminho do desequilíbrio.

Quando isso acontecer, a prece sincera, da quem reconhece a própria fraqueza e deseja o
melhor, será o recurso divino capaz de reajustar as emoções, para que o Bem seja mais forte.

por Richard Simonetti - Fonte: Revista Reformador – maio, 1964, extraido do site:
www.espirito.org.br.

29. AGREDIDO
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Evidentemente sofres agressões. Do íntimo convulsionado, petardos mentais, contínuos,


produzem-te desequilíbrios; de fora chegam as investidas da ignorância e da impiedade, que te
dilaceram com profundos golpes.

São incontáveis as agressões:

vibrações perniciosas que exteriorizas ou absorves em comércio psíquico, agridem os outros,


que revidam, inconscientes; palavras ácidas que proferes ou que te penetram, ferintes, quando
enunciadas por outrem na tua direção; atitudes descorteses que assumes ou que têm para
contigo e maceram teus sentimentos...

Sim, estás agredido, porque não conseguiste, ainda, a doçura que recolhe a animosidade sem
revide, a biliosidade sem azedume, a investida do desequilíbrio sem revolta...

Açodado por fatores intrínsecos que te desarmonizam, não pudeste armazenar forças para o
auto-burilamento, que te imunizaria contra as investidas perturbantes.

O espírita é alguém, que, encontrando a explicação dos motivos do sofrimento, penetra-se de


luz e paz.

Revida mediante os métodos da confiança ilimitada em Deus, deixando à Vida as respostas mais
úteis aos que a desconsideram.

Não toma nas mãos as rédeas da Justiça, armando-se de látego e baraço ou esgrimindo os
recursos coarctadores nem os da punição.

Se não concorda com o erro e a criminalidade, não se transforma em julgador, ante age e produz
corretamente, reagindo pela atitude positiva e elevada com que expõe a excelência dos
conhecimentos que o vitalizam.

O triunfo dos agressores é semelhante a vapor que os vence no auge do êxito, enquanto a vitória
dos agredidos é a paz do coração.

Toda aflição, pois, é recurso providencial de que a Vida se utiliza para aproximar-te da Verdade.
Não recalcitres, nem sintonizes com aqueles que transitam nas densas faixas do primitivismo e
da agressividade.

A vida na Terra por mais longa é sempre breve...

Felizes aqueles que concluem a jornada, quites, em relação aos deveres assumidos, podendo
olhar para trás sem amarras nem, dependências de qualquer natureza, livres, após os embates
terminados.

Incitado a adensar a massa dos atormentadores-atormentados, recorda Jesus e prossegue


manso, sofrendo sem impor desespero a ninguém.

Asseverou-nos Ele, que todo aquele que "ganhar a vida, perdê-la-á", enquanto o que a "perder,
tê-la-á ganho".

Assim informado não desfaleças e prossegue, agredido, porém, jamais agressor.


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pelo Espírito Joanna de Ângelis - Do livro: Celeiro de Bençãos, Médium: Divaldo Pereira Franco,
Editora Leal 1983.

30. NATURAL E INEVITÁVEL

Natural e nem podia ser de outro modo.

Respirará na Terra por alvo de permanente observação à guisa de ator supliciado na ribalta da
vida...

Caminhando sob a ironia de muitos qual um peregrino sem pouso certo.

Incompreendido nos melhores propósitos, figurando-se pobre sentenciado a sistemático


abandono sem apelação de qualquer natureza...

Considerado na categoria de louco, muita vez, pelos entes mais caros...

Dilapidado nos interesses imediatos, como se estivesse automaticamente deserdado de todos


os bens...

Preterido onde se encontre qual se fosse irresponsável...

Experimentado por golpes e zombarias, sob o guante da antipatia gratuita...

Sobrecarregado de obrigações à maneira de escravo, submetido às exigências e caprichos de


muita gente...

Espancado nos sentimentos qual se trouxesse no peito um coração de mármore...

Perseguido nas realizações, cercado de desafetos que ajuntou sem querer...

Mal interpretado nas palavras que profere qual forasteiro a expressar-se por idioma
desconhecido...

Desajustado onde mora, apontado por estrangeiro no próprio rincão natal...

Injuriado nos pontos de vista, parecendo o indesejável representante de detestada minoria...

Ferido nas próprias aspirações, como se nunca devesse necessitar de carinho...

Contrariado em todos os desejos, qual criança que vagueia, enjeitada de todos...

Sacrificado nas menores aquisições, lembrando um pária sem apoio e sem rumo...

Tentando a quedas morais em cada momento, à maneira de viajante numa estrada marginada
de abismos...

Condenado sem culpa qual inocente no banco dos réus...

Humilhado sem razão à feição do homem reto inconsideradamente relacionado por malfeitor...
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Qual acontecia ao cristão simples e verdadeira da era apostólica, assim viverá todo espírita
sincero que aspire à renovação de si mesmo, realmente consagrado a servir com Jesus pela
vitória do Evangelho.

pelo Espírito André Luiz - Do livro: Opinião Espírita, Médium: Waldo Vieira.

31. MÃOS LIMPAS

"E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias." - (Atos, 19:11)

O Evangelho não nos diz que Paulo de Tarso fazia maravilhas, mas que Deus operava maravilhas
extraordinárias por intermédio das mão dele.

O Pai fará sempre o mesmo, utilizando todos os filhos que lhe apresentarem mãos limpas.

Muitos espíritos, mais convencionalistas que propriamente religiosos, encontram nessa notícia
dos Atos uma informação sobre determinados privilégios que teriam sido concedidos ao
Apóstolo.

Antes de tudo, porém, é preciso saber que semelhante concessão não é exclusiva. A maioria dos
crentes prefere fixar o Paulo santificado sem apreciar o trabalhador militante.

Quanto custou ao Apóstolo a limpeza das mãos?

Raros indagam relativamente a isso.

Recordemos que o amigo da gentilidade fora rabino famoso em Jerusalém, movimentara-se


entre elevados encargos públicos, detivera dominadoras situações; no entanto, para que o
Todo-Poderoso lhe utilizasse as mãos, sofreu todas as humilhações e dispôs-se a todos os
sacrifícios pelo bem dos semelhantes. Ensinou o Evangelho sob zombarias e açoites, aflições e
pedradas. Apesar de escrever luminosas epístolas, jamais abandonou o tear humilde até à
velhice do corpo.

Considera as particularidades do assunto e observa que Deus é sempre o mesmo Pai, que a
misericórdia divina não se modificou, mas pede mãos limpas para os serviços edificantes, junto
à humanidade. Tal exigência é lógica e necessária, pois o trabalho do Altíssimo deve
resplandecer sobre os caminhos humanos.

pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Caminho, Verdade e Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier.

32. CONSTRUIR

Para construir a floresta a natureza gasta séculos de serviço.


Para destruí-la, basta a chispa do fogo.
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Crônicas e Artigos

Para construir a casa, grande turma de obreiros despende longos dias.


Para destruí-la, basta um só homem de picareta, no espaço de algumas horas.

Para construir um jarro de legítima porcelana, o ceramista utiliza tempo enorme de vigília e
preparação.
Para destruí-lo, basta um martelo.

Para construir o avião, primorosa equipe de técnicos associa prodígios de inteligência, na ação
de conjunto.
Para destruí-lo, basta um erro de cálculo.

Para construir o depósito de combustíveis, o homem é constrangido a providências numerosas,


alusivas à edificação e à preservação.
Para destruí-lo, basta um fósforo aceso.

Para construir a cidade, o povo emprega anos e anos de sacrifício.


Para destruí-la, basta hoje uma bomba.

Irmãos, sempre que chamados à crítica, respeitemos o esforço nobre dos semelhantes.
Para construir, são necessários amor e trabalho, estudo e competência, compreensão e
serenidade, disciplina e devotamento.

Para destruir, porém, basta o golpe.

pelo Espírito André Luiz - Do livro: Ideal Espírita, Médium: Francisco Cândido Xavier - cap. 61,
edição CEC.

33. PAZ EM TI

É muito importante a paz.

Governos a estabelecem fomentando guerras, gerando pressões, submetendo as vidas que se


estiolam sob jugos implacáveis.

A paz é imposta, dessa forma, mediante a coação e, depois, negociada em gabinetes.

Vem de fora e aflige, porque é aparente.

Faz-se legal, mas nem sempre é moralizada.

Tem a aparência das águas pantanosas, tranqüilas na superfície, asmáticas e mortíferas na parte
submersa.

Assim se apresenta a paz do mundo, transitória, enganosa.

A paz legítima emerge do coração feliz e da mente que compreende, age e confia.

É realizada em clima de prece e de amor, porque, da consciência que se ilumina ante os


impositivos das Leis Divinas, surge a harmonia que fomenta a dinâmica da vida realizadora.
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Essa paz não se turba, é permanente. Não permite constrangimento, nem se faz imposta.

Cada homem a adquire a esforço pessoal, como coroamento da ação bem dirigida, objetivando
os altos ideais.

Não basta, no entanto, programar e falar sobre a paz. Mas, visualizando-a, pensar em paz e agir
com pacificação, exteriorizando-a de tal forma que ela se estabeleça onde estejas e com quem
te encontres.

Seja a paz, na Terra, o teu anseio, em oração constante, que se transforme em realização
operante como resposta de Deus.

Orando pela paz, esse sentimento te invade, e o amor, que de Deus se irradia, anula todo e
qualquer conflito que te domine momentaneamente.

A paz em ti ajudará a produzir a paz no mundo.

pelo Espírito Joanna de Ângelis - Do livro: Filho de Deus, Médium: Divaldo Pereira Franco,
Salvador-BA: LEAL. 1997.

34. PAZ EM TI

Se acreditas no bem
E busca praticá-lo ...

Se não guardas rancor


Contra ninguém ...

Se amas o próximo
Sem nada exigir ...

Se anseias corrigir
Os teus próprios defeitos ...

Se procuras trilhar
Nas pegadas do Cristo ...

É provável que sofras,


No entanto, a paz, será sempre contigo.

pelo Espírito Irmão José - Do livro: Crer e Agir, Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Carlos A.
Bacelli, Editora Ideal.

35. CLARA VERDADE

... recordemos:

as árvores secas não são apedrejadas


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e as fontes poluídas são relegadas ao abandono.

pelo Espírito Bezerra de Menezes - Do livro: Bezerra, Chico e Você, Médium: Francisco Cândido
Xavier.

36. A LIÇÃO DO ESSENCIAL

Discorriam os discípulos, entre si, quanto às coisas essenciais ao bem-estar, quando o Senhor,
assumindo a direção dos pensamentos em dissonância, acrescentou:

— É indispensável que a criatura entenda a própria felicidade para que se não transforme, ao
perdê-la, em triste fantasma da lamentação.

Longe das verdades mais simples da Natureza, mergulha-se o homem na onda pesada de
fantasiosos artifícios, exterminando o tempo e a vida, através de inquietações desnecessárias.

E como quem recordava incidente adequado ao assunto, interrompeu-se por alguns instantes e
retomou a palavra, comentando: — Ilustre dama romana, em companhia dum filhinho de cinco
anos, dirigia-se da cidade dos Césares para Esmirna, em luxuosa galera de sua pátria.

Ao penetrar na embarcação, fizera-se acompanhar de dois escravos, carregados de volumosa


bagagem de jóias diferentes: colares e camafeus, braceletes e redes de ouro, adornados com
pedrarias, revelavam-lhe a predileção pelos enfeites raros.

Todo o pessoal de serviço inclinou-se, com respeito, ao vê-la passar, tão elevada era a expressão
do tesouro que trazia para bordo.

Tão logo se fez o barco ao mar alto, a distinta senhora converteu-se no centro das atenções
gerais.

Nas festas de cordialidade era o objetivo de todos os interesses pelos adornos brilhantes com
que se apresentava.

A excursão prosseguia tranqüila, quando, em certa manhã ensolarada, apareceu o imprevisto.

O choque em traiçoeiro recife abre extensa brecha na galera e as águas a invadem.

Longas horas de luta surgem com a expectativa de refazimento; entretanto, um abalo mais forte
leva o navio a posição irremediável e alguns botes descidos são colocados à disposição dos
viajantes para os trabalhos de salvamento possível.

A ilustre patrícia é chamada à pressa.

O comandante calcula a chegada a porto próximo em dois dias de viagem arriscada, na hipótese
de ventos favoráveis.

A jovem matrona abraça o filhinho, esperançosa e aflita.

Dentro em pouco ela atinge o pequeno barco de socorro, sustentando a criança e pequeno
pacote em que os companheiros julgaram trouxesse as jóias mais valiosas.
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Todavia, apresentando o conteúdo aos poucos irmãos de infortúnio que seguiriam junto dela,
exclamou:

— “Meu filho é o que possuo de mais precioso e aqui tenho o que considero de mais útil”.

O insignificante volume continha dois pães e dez figos maduros, com os quais se alimentou a
reduzida comunidade de náufragos, durante as horas aflitivas que os separavam da terra firme.

O Mestre repousou, por alguns segundos, e acrescentou: — A felicidade real não se fundamenta
em riquezas transitórias, porque, um dia sempre chega em que o homem é constrangido a
separar-se dos bens exteriores mais queridos ao coração.

Os loucos se apegam a terras e moinhos, moedas e honras, vinhos e prazeres, como se nunca
devessem acertar contas com a morte.

O espírito prudente, porém, não desconhece que todos os patrimônios do mundo devem ser
usados para nosso enriquecimento na virtude e que as bênçãos mais simples da Natureza são
as bases de nossa tranqüilidade essencial.

Procuremos, pois, o Reino de Deus e sua justiça, tomando à Terra o estritamente necessário à
manutenção da vida física e todas as alegrias ser-nos-ão acrescentadas.

pelo Espírito Neio Lúcio - Do Livro: Jesus no Lar, Médium: Francisco Cândido Xavier.

37. MENSAGEM

Outrora, os mártires sofreram nos circos para doar ao mundo a glória da Revelação. Através de
fogueiras e sacrifícios, traçaram um roteiro de luz para o mundo paganizado; em seguida,
quando as trevas da Idade Média consagravam a autocracia do poder, os cristãos livres
experimentaram a perseguição, a morte e a anátema para restaurarem a senda luminosa,
conferindo à Terra as bênçãos da Verdade.

Hoje, porém, meus amigos, os seguidores do Mestre Divino, irmanados em torno da Cruz
redentora, foram chamados à doação da Fraternidade às criaturas. Amparados pela evolução
dos códigos, que se tocaram das claridades sublimes da Boa Nova, através dos séculos,
desfrutam de liberdade relativa para concretizarem a divina missão de que foram cometidos.

Antigamente, dolorosa renunciação era exigida aos companheiros do Mestre Nazareno, de fora
para dentro; agora, contudo, é a luta renovadora do santuário intimo para o mundo externo.
Não é o circo do martírio que se abre na praça pública, nem a fogueira dos autos-de-fé,
instaladas dentro de povos livres e robustos em nome das confissões religiosas. A autoridade
reclama corações consagrados ao Senhor na esfera de si mesmos. A fraternidade constituir-se-
á abençoado clima de trabalho e realização, dentro do Espiritismo evangélico, ou
permaneceremos na mesma expectação inoperante do principio quando o material divino da
Revelação e da Verdade não encontrava acesso em nossos espíritos irredimidos.

Formemos não somente grupos de indagação intelectual ou de crítica nem sempre


reconstrutiva, mas, sobretudo, ergamos um templo interior à bondade, porque sem espírito de
amor todas as nossas obras falham na base, ameaçadas pela vaga incessante que caracteriza o
campo falível das formas transitórias.
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“Amemo-nos uns aos outros”, segundo a palavra do Mestre que nos reúne, sem desarmonia,
sem discussões ruinosas, sem desinteligências destrutivas, sem perda de tempo nos
comentários vagos e inoportunos, amparando-nos, reciprocamente, pelo trabalho, pela
tolerância salvadora, pela fé viva e imperecível.

Se nos encontramos realmente empenhados no Espiritismo que melhora e regenera, que


esclarece e redime, que salva e ilumina, sob a égide de Jesus, recordemos as palavras do Código
Divino, para vive-las na acústica de nossa alma, seguindo o Senhor em sua exemplificação de
sacrifício, de solidariedade e de amor: - “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. “Ninguém irá
até o Pai, senão por Mim”.

pelo Espírito Bezerra de Menezes - Do Livro: Através do Tempo, Médium: Francisco Cândido
Xavier - Espíritos Diversos.

38. PROFILAXIA

Se a maledicência visita o seu caminho, use o silêncio antes que a lama resolvida se transforme
em tóxicos letais.

Se a cólera explode ao seu lado, use a prece, a fim de que o incêndio não se comunique às
regiões menos abrigadas de sua alma.

Se a incompreensão lhe atira pedradas, use o silêncio, em seu próprio favor, imobilizando os
monstros mentais que a crueldade desencadeia nas almas frágeis e enfermiças.

Se a antipatia gratuita surpreende as suas manifestações de amor, use a prece, facilitando a obra
da fraternidade, que o Mestre nos legou.

O silêncio e a prece são os antídotos do mal, amparando o Reino do Senhor, ainda nascente no
mundo.

Se você pretende a paz no setor de trabalho que Jesus lhe confiou, não se esqueça dessa
profilaxia da alma, imprescindível à vitória sobre a treva e sobre nós mesmos.

pelo Espírito André Luiz - Do livro: Apostilas da Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier.

39. ASSEIO VERBAL

“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só o que for bom para promover a
edificação” – Paulo (Efésios, 4:29).

Quanto mais se adianta a civilização, mais se amplia o culto à higiene.

Reservatórios são tratados, salvaguardando-se o asseio das águas.

Mercados sofrem fiscalização rigorosa, com vistas à pureza das substâncias alimentícias.
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Laboratórios são continuamente revistos, a fim de que não surjam medicamentos deteriorados.

Instalações sanitárias recebem, diariamente, cuidadosa assepsia.

Será que não devemos exercer cautela e diligência para evitar a palavra torpe, capaz de situar-
nos em perturbação e ruína moral?

Nossa conversação, sem que percebamos, age por nós em todos aqueles que nos escutam.

Nossas frases são agentes de propaganda dos sentimentos que nos caracterizam o modo de ser;
se respeitáveis, traz-nos a atenção de criaturas respeitáveis; se menos dignas, carreiam em
nossa direção o interesse dos que se fazem menos dignos; se indisciplinadas, sintonizam-nos
com representantes da indisciplina; se azedas, afinam-nos de imediato, com os campeões do
azedume.

Controlemos o verbo, para que não venhamos a libertar essa ou aquela palavra torpe. Por muito
esmerada nos seja a educação, a expressão repulsiva articulada por nossa língua é sempre uma
brecha perigosa e infeliz, pela qual perigo e infelicidade nos ameaçam com desequilíbrio e
perversão.

pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Centelhas, Médium: Francisco Cândido Xavier.

40. PUREZA EM BRANCO

Quando Anésio Fraga deixou o corpo físico, ele, que fora sempre considerado puro entre os
homens, atingiu a Fronteira do Mundo Espiritual à semelhança de um lírio, tal a brancura de sua
bela vestimenta.

Pretendia viver nas Esferas Superiores, respirar o clima dos anjos, alçar-se às estrelas e
comungar a presença do Cristo – explicou ao agente espiritual que atendia ao policiamento da
passagem para os excelsos Planos da Espiritualidade.

O zeloso funcionário, contudo, embora demonstrasse profundo respeito para com a sua
apresentação, submeteu-o a longo teste, findo o qual, não obstante desapontado, explicou que
lhe não seria possível avançar.

Faltavam-lhe requisitos para maior ascensão.

– Eu? eu? – gaguejou Anésio, aflito. – Como pode ser isso? Fui na Terra um homem que observou
todas as regras do Santo Caminho.

– Apesar de tudo... – falou o fiscal, reticencioso.

– Não me conformo, não me conformo! – reclamou o candidato à glória divina.

E sacando do bolso uma lista, exclamou agastado:

– Pensando na hipótese de alguma desconsideração, resumi em dez itens o meu procedimento


irrepreensível no mundo.
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E leu para o benfeitor calmo e atento:

– Respeitei todas as religiões.


– Cultivei o dom da prece.
– Acreditei no poder da caridade.
– Nunca aborreci os meus semelhantes.
– Confiei sempre no melhor.
– Calei toda palavra ofensiva ou desrespeitosa.
– Calculei todos os meus passos.
– Jamais procurei os defeitos do próximo.
– Evitei o contacto com todas as pessoas viciadas.
– Vivi em minha casa preocupado em não ser percalço na estrada alheia.

O mordomo da Grande Porta, no entanto, sorriu e comentou :

– Fraga, você leu as afirmações, esquecendo as demonstrações.

– Como assim ?

O amigo paciente apanhou uma ficha e esclareceu que o Plano Espiritual possuía também
apontamentos para confronto e solicitou-lhe a releitura da lista.

Principiou Anésio:

– Respeitei todas as religiões...

E o examinador acentuou, conferindo as anotações :

– Mas não serviu a nenhuma.

– Cultivei o dom da prece...

– Somente em seu próprio favor.

– Acreditei no poder da caridade...

– Todavia, não a praticou.

– Nunca aborreci os meus semelhantes...

– Entretanto, não auxiliou a quem quer que fosse.

– Confiei sempre no melhor...

– Mas apenas em seu benefício.

– Calei toda palavra ofensiva ou desrespeitosa...

– Não se lembrou, porém, de falar aquelas que pudessem amparar os necessitados de consolo
e esperança.
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– Calculei todos os meus passos...

– Para não ser molestado.

– Jamais procurei os defeitos do próximo...

– Contudo, não lhe aproveitou os bons exemplos.

– Evitei o contacto com todas as pessoas viciadas...

– Atendendo ao comodismo.

– Vivi em minha casa preocupado em não ser percalço na estrada alheia...

– Simplesmente para não ser chamado a tarefas de auxílio...

Anésio, desencantado, silenciou, mas o benfeitor esclareceu, sem afetação :

– Meu amigo, meu amigo! não basta fugir ao mal. É preciso fazer o bem. Você movimenta-se
em branco, veste-se em branco, calça em branco e brilha em branco, mas a sua existência na
Terra passou igualmente em branco... Volte e viva!

Angustiado, Anésio perdeu o próprio equilíbrio e rolou da Altura na direção da Terra...

pelo Espírito Irmão X - Do livro: Contos Desta e Doutra Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier.

41. NOSSO CONCURSO

Com efeito, o nosso concurso na obra do bem possui características marcantes:

É sempre oportuno.
Nunca se torna excessivo.
Apresenta valor específico
Recebe beneplácito superior.
Demonstra-nos o desejo de acertar.
Constitui experiência sempre nova.
Mostra campo ilimitado de manifestação.
Não precisa impor nem condicionar.
Revela hoje o amanhã melhor.
Significa chamamento à cooperação dos outros.
Carreia progresso.
Preenche-nosso tempo de maneira ideal.
Valoriza a vida de todos.
Sustenta o equilíbrio comum.
Constrói para sempre.

Estenda mão amiga às tarefas do bem anônimo, pois quem viaja na Terra dá e recebe
invariavelmente os dons da alegria ou os tóxicos da tristeza que semeia por onde passa, na
peregrinação para a Vida Eterna.
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pelo Espírito André Luiz - Do livro: Estude e Viva, Médium: Francisco Cândido Xavier.

42. SENDA EVOLUTIVA

Nada evolui sem trabalho.

O aperfeiçoamento íntimo se fundamenta no cumprimento das obrigações de cada dia.

Sem esforço e sacrifício, ninguém galga os degraus da escada que conduz a Deus.

Amar o próximo, amparar os frágeis, esclarecer e despertar consciências, repartir o pão com os
famintos, perdoar sempre, estender as mãos aos sofredores, perseverar no bem, buscar a
Verdade que existe em todas as coisas, lutar contra as próprias deficiências, constituem
abençoados estágios da estrada estreita, aquela mesma que o Cristo nos ensina a trilhar.

Como adentrar os domínios da luz permanecendo nas sombras?

De que forma abrir os braços ao mundo, sendo egoísta?

A Mensagem do Evangelho é libertadora.

A dor que nos visita pode ser a mensageira da paz.

Quem desertar do aprendizado, marcará estaca zero na senda evolutiva.

O que nos compete realizar, ninguém poderá fazê-lo por nós.

Cada qual deve vivenciar as suas experiências pessoais, adquirindo discernimento e maturando-
se interiormente, até que possa afirmar como o inolvidável Apóstolo: “Não sou eu mais quem
vive; é o Cristo que vive em mim”.

pelo Espírito Irmão José - Do livro: Crer e Agir, Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Carlos Bacelli
- Editora IDEAL.

43. CREDO DA JUVENTUDE ESPÍRITA CRISTÃ

Cremos que Deus é o Nosso Pai de Infinita Perfeição, a cuja sabedoria não escapa o número de
nossos cabelos e cuja bondade não é indiferente à queda de um passarinho.

Cremos que Jesus é nosso Divino Mestre e que o Evangelho é a Lei de Amor e Trabalho, pela
qual devemos orientar a experiência de cada dia.

Cremos que a existência na Terra é divino aprendizado, em que grupos e pessoas se conservam
no lugar que lhes é próprio, com obrigações de melhoria e respeito mútuo.

Cremos em nossa destinação para o bem, ainda mesmo quando o mal nos envolva em sua rede
sombria.
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Cremos no direito natural de todas as criaturas ao trabalho digno.

Cremos que a boa vontade, no esforço mais nobre que posamos desenvolver, é o primeiro passo
em nossa jornada de elevação.

Cremos que o homem pode converter-se em instrumento de forças do bem ou do mal que elege
por bússola da própria existência.

Cremos na justiça harmoniosa e permanente que retribui a cada um de acordo com as próprias
obras, na carne ou na morte, agora ou depois, aqui ou além.

Cremos que o tempo é um empréstimo sagrado do Senhor para que, amparados no conselho
dos homens respeitáveis que nos antecederam, possamos semear a fraternidade e a paz com
todos, através da tarefa que fomos chamados a desempenhar aperfeiçoando assim, as nossas
tendências e qualidades na direção da vida superior.

Cremos na proteção dos Mensageiros Celestes que sustentam o progresso no mundo, sob o
patrocínio de Jesus Cristo, e acreditando em nossa capacidade individual de cooperar com eles,
dentro da liberdade construtiva, na sementeira de amor e de felicidade, da educação e do
aprimoramento, em favor dos outros e de nós mesmos, cabendo-nos o dever de servir, sem
exigência ou indisciplina, pela vitória final do bem, hoje e sempre.

pelo Espírito Nina Aroeira - Do livro: Doutrina e Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier.

44. A PALAVRA

A palavra é indubitavelmente um dos fatores determinantes no destino das criaturas.

Ponderada – favorece o juízo.


Leviana – descortina a imprudência.
Alegre – espalha otimismo.
Triste – semeia desânimo.
Generosa – abre caminhos à elevação.
Maledicente – cava despenhadeiros.
Gentil – provoca o reconhecimento.
Atrevida – traz a perturbação.
Serena – produz calma.
Fervorosa – impõe a confiança.
Descrente – invoca a frieza.
Bondosa – ajuda sempre.
Cruel – fere implacável.
Sábia – ensina.
Ignorante – complica.
Nobre – tece o respeito.
Sarcástica – improvisa o desprezo.
Educada – auxilia a todos.
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Inconsciente – gera amargura.

Por isso mesmo, exortava Jesus: - “Não procures o argueiro nos olhos de teu irmão, quando
trazes uma trave nos teus”.

A palavra é a bússola de nossa alma, onde estivermos.

Conduzamo-la na romagem do mundo para a orientação do Senhor, porque, em verdade, ela é


a força que nos abre as portas do coração às fontes luminosas da vida ou às correntes da morte.

pelo Espírito André Luiz - Do livro: Endereços da Paz, Médium: Francisco Cândido Xavier.

45. PACIFICAR

Não perturbe. Tranqüilize.

Não grite. Converse.

Não critique. Auxilie.

Não acuse. Ampare.

Não se irrite. Sorria.

Não fira. Balsamize.

Não se queixe. Compreenda.

Não condene. Abençoe.

Não exija. Sirva.

Não destrua. Edifique.

Recorde: a Humanidade é uma coleção de grupos e a paz do grupo de corações a que


pertencemos começa de nós.

pelo Espírito André Luiz - Do livro: Respostas da Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier.

46. CHAMA DIVINA

Ante os conflitos que explodem no mundo, conserva-te em paz.

Não te deixes envolver pelo pessimismo.

Continua servindo e abençoando a vida.


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O bem triunfa sempre.

A pouco e pouco, o homem ergue-se das sombras para luz.

Não cedas às sugestões da descrença.

A dor desperta as consciências adormecidas.

Ora e confia no futuro.

Por mais se alteiem as labaredas do ódio, o amor é chama divina a dissipar o mal.

Lembra-te que o Senhor permanece Velando.

pelo Espírito Bezerra de Menezes - Do livro: Tendo bom ânimo, Médiuns: Francisco Cândido
Xavier e Carlos Baccelli - Autores Diversos.

47. VERDADEIRA LIBERTADORA

A verdade sempre predomina.

O culto à mentira é dos mais danosos comportamentos a que o indivíduo se submete. Ilusão do
ego, logo se dilui ante a linguagem espontânea dos fatos. Responsável por expressiva parte dos
sofrimentos humanos, fomenta a calúnia que lhe é manifestação grave e destrutiva - a infâmia,
a crueldade...

A maledicência é-lhe filha predileta, por expressar-lhe os conteúdos perturbadores, que a


imaginação irrefreada e os sentimentos infelizes dão curso.

Além desses aspectos morais, a mentira não resiste ao transcurso do tempo. Sem alicerce que a
sustente, altera a sua forma ante cada evento novo e de tal maneira se modifica, que se desvela.
Por ser insustentável, quem se apóia na sua estrutura frágil padece insegurança contínua.

Porque é exata na sua forma de apresentar-se, a verdade é o inimigo normal da mentira.


Enquanto a primeira esplende ao sol dos acontecimentos e exterioriza-se sem qualquer exagero,
a segunda é maneirosa, prefere a sombra e comunica-se com sordidez. Uma é fruto da realidade;
a outra, da fantasia, que não medita nas consequências de que se reveste.

A mentira teme o confronto com a verdade. Aloja-se nas sombras, espraia-se, às escondidas, e
encontra, infelizmente, guarida.

A verdade jamais se camufla; surge com força e externa-se com dignidade. Não tem alteração
íntima, permanecendo a mesma em todas as épocas. Ninguém consegue ocultá-la, porque,
semelhante à luz, irradia-se naturalmente. Nem sempre é aceita, por convidar à
responsabilidade. Amiga do discernimento, é a pedra angular da consciência de si mesmo, fator
ético-moral da conduta saudável.

Enquanto a mentira viger, a acomodação, o crime afrontoso ou sob disfarce, o abuso do poder
e a miséria de todo tipo predominarão na Terra exaltando os fracos, que assim se farão fortes,
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os covardes, que se tornarão estóicos, os astutos, que triunfarão em detrimento dos sábios, dos
nobres e dos bons...

Face a tais logros, que propicia, não obstante efêmeros, os seus famanazes e cultuadores
detestam e perseguem a verdade. Não medem esforços para impelir-lhe a propagação, por
saberem dos resultados que advirão com o seu estabelecimento entre as criaturas.

São baldas, porém, tão insanas atitudes.

A verdade espera... Seus opositores enfermam, envelhecem e morrem, enquanto ela


permanece.

A mentira é de breve existência. Predomina por um pouco, esfuma-se e passa...

(...) Jesus, em proposta admirável, afirmou: Busca a verdade e a verdade te libertará.

Ninguém tem o direito de ocultar a verdade, qual se fosse uma luz que devesse ficar escondida.
Onde se encontre, irradia claridade e calor.

O seu conhecimento induz o portador a apresentá-la onde esteja, a divulgá-la sempre. Pelos
benefícios que proporciona, estimula à participação, à solidariedade, difundindo-a. (...)

pelo Espírito Joanna de Ângelis - Do livro: Sob a Proteção de Deus, Médium: Divaldo Pereira
Franco.

48. MENSAGEM DA CRIANÇA AO HOMEM

Construísse palácios que assombram a Terra; entretanto, se me largas ao relento, porque me


faltem recursos para pagar hospedagem, é possível que a noite me enregele de frio.

Multiplicaste os celeiros de frutos e cereais, garantindo os próprios tesouros; contudo, se me


negas lugar à mesa, porque eu não tenha dinheiro a fim de pagar o pão, receio morrer de fome.

Levantaste universidades maravilhosas, mas, se me fechas a porta da educação, porque eu não


possua uma chave de ouro, temo abraçar o crime, sem perceber.

Criaste hospitais gigantes; no entanto, se não me defendes contra as garras da enfermidade,


porque eu não te apresente uma ficha de crédito, descerei bem cedo ao torvelinho da morte.

Proclamas o bem por base da evolução; todavia, se não tens paciência para comigo, porque eu
te aborreça, provavelmente ainda hoje cairei na armadilha do mal, como ave desprevenida no
laço do caçador.

Em nome de Deus que dizes amar, compadece-te de mim! ...

Ajuda-me hoje para que eu te ajude amanhã.

Não te peço o máximo que alguém te venha a solicitar em meu benefício ...

Rogo apenas o mínimo do que me podes dar para que eu possa viver e aprender.
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pelo Espírito Meimei - Do livro: Luz no lar, Médium: Francisco Cândido Xavier - Autores diversos.

49. HÁBITO

O hábito é uma esteira de reflexos mentais acumulados, operando constante indução a rotina.

Herdeiros de milênios, gastos na recapitulação de muitas experiências análogas entre si,


vivemos, até agora, quase que à maneira de embarcações ao gosto da correnteza, no rio de
hábitos aos quais nos ajustamos sem resistência.

Com naturais exceções, todos adquirimos o costume de consumir os pensamentos alheios pela
reflexão automática e em razão disto, exageramos as nossas necessidades, apartamo-nos da
simplicidade com que nos seria fácil erguer uma vida melhor, e formamos em torno delas todo
um sistema defensivo à base de crueldade, com o qual ferimos o próximo, dilacerando
consequentemente a nós mesmos.

Estruturamos, assim, complicado mecanismo de cautela e desconfiança, para além da justa


preservação, retendo, apaixonadamente, o instinto da posse e, com o instinto da posse, criamos
os reflexos do egoísmo e do orgulho, da vaidade e do medo, com que tentamos inutilmente fugir
às Leis Divinas, caminhando, na maioria das circunstâncias, como operários distraídos e infiéis
que desertassem da máquina preciosa em que devem servir gloriosamente, para cair, sufocados
ou inquietos, nas engrenagens que lhes são próprias .

Nesse círculo vicioso, vive a criatura humana, de modo geral, sob o domínio da ignorância
acalentada, procurando enganar-se depois do berço, para desenganar-se depois do túmulo,
aprisionada no binômio ilusão-desilusão, com que depende longos séculos, começando e
recomeçando a senda em que lhe cabe avançar.

Não será lícito, porém, de modo algum, desprezar a rotina construtiva.

É por ela que o ser se levanta no seio do espaço e do tempo, conquistando os recursos que lhe
enobrecem a vida.

A evolução, contudo, impões a instituição de novos costumes, afim de que nos desvencilhemos
das fórmulas inferiores, em marcha para ciclos mais altos de existência.

É por esse motivo que vemos no cristo – divino marco da renovação humana – todo um
programa de transformações viscerais do espírito.

Sem violência de qualquer natureza, altera os padrões da moda moral em que a Terra vivia há
numerosos milênios.

Contra o uso da condenação metódica, oferece a prática do perdão.

Á tradição de raça opões o fundamento da fraternidade legítima.

No abandono à tristeza e ao desânimo, nas horas difíceis, traz a noção das bem-aventuranças
eternas para os conflitos que sabem esperar e para os justos que sabem sofrer.
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Toda a passagem do Senhor, entre os homens, desde a Manjedoura, que estabelece o hábito da
simplicidade, até a cruz afrontosa que cria a hábito da serenidade e da paciência, com certeza
da ressurreição para a vida eterna, o apostolado de Jesus é resplendente conjunto de reflexos
do caminho celestial para a redenção do caminho humano.

Até agora, no mundo, a nossa justiça cheira a vingança e o nosso amor sabe a egoísmo, pelo
reflexo condicionado de nossas atitudes irrefletidas nos milênios que nos precedem o “hoje”.

Não podemos desconhecer, todavia, que somente adotando a bondade e o entendimento, com
a obrigação de educar-nos e com o dever de servir, como hábitos, colaborando para s segurança
e felicidade de todos, ainda mesmo à custa de nosso sacrifício, é que refletimos em nós a
verdadeira felicidade por estarmos nutrindo o verdadeiro bem.

pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Pensamento e Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier.

50. NADA DE BOM SEM ESFORÇO

Empenhemos alma e coração na sementeira bendita da vida nova.

À frente de um mundo atormentado, à face da carência de compreensão e de amor, saibamos


servir ao Senhor na reformulação dos valores da existência.

Por vezes nos imaginamos à frente de uma casa incendiada, em contemplando a Terra de hoje.

Não desconhecemos que tudo isso – dores, flagelações, problemas e dificuldades – vem a ser o
preço do progresso.

Nada construímos de bom sem esforço.

Não existe luz sem fonte de combustível.

Ainda assim, somos no Planeta uma família só perante o Senhor.

Conquanto cada um de nós permaneça no lugar que nos caracteriza a posição em serviço
evolutivo, embora estejamos individualmente na colheita particular daquilo que plantamos no
solo do destino, somos todos irmãos uns dos outros no intercâmbio incessante da vida.

Necessário, assim, auxiliar sem impor.

Fácil comentar os desastres em que tombam tantas esperanças na sombra da criminalidade ou


da frustração, mas é preciso saber o que temos feito para que as trevas se dissipem.

Doar a precisa orientação no caminho será talvez o mais substancial apoio que sejamos capazes
de oferecer aos que nos partilham a marcha.

Auxiliemo-nos, pois, uns aos outros, acendendo lâmpadas que nos clareiem a estrada – o
coração humano é sempre uma lâmpada viva. Basta que se lhe comunique luz para que irradie
de si mesmo a necessária claridade com que se ilumina, iluminando os que se lhe fazem
companheiros no dia-a-dia.
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Crônicas e Artigos

pelo Espírito Batuira - Do livro: Mais Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier.

51. EM ESPIRITISMO

Quando alguém começa a crer, está modificando a própria vida.

Quando começa a pedir, está melhorando a posição íntima.

Quando começa a estudar, está entesourando conhecimento.

Quando começa a lutar dignamente, através da dor bem compreendida e da dificuldade bem
interpretada, está resgatando o pretérito ou crescendo em sabedoria e amor, à frente do futuro.

Quando começa a reconfortar-se, está descansando.

Quando começa a contemplar as imperfeições que transporta consigo, está adquirindo mais luz.

Quando começa a doutrinar, está aumentando a responsabilidade.

Quando começa a ajudar aos outros, desculpando e amando, está entendendo a glória do dever
que lhe cabe.

Quando começa a orar, confiando no Senhor e em si mesmo, está multiplicando portas de


acesso ao Plano Superior.

Mas quando começa a trabalhar e servir, sem idéia de recompensa e sem preocupação de
fadiga, colocando-se por centro da luta redentora, usando possibilidades e esperanças, suor e
lágrimas de si próprio, para que o Evangelho Redivivo faça templo de luz em seu coração, agindo,
sem apego e sem egoísmo, sem o personalismo contundente e sem a discórdia intempestiva,
em favor do aperfeiçoamento de todos, pela melhoria e elevação de si mesmo, então estará
alcançando o roteiro do Cristo, respirando nas sombras da carne, mas integrando-se com a Vida
Sublime, contribuindo e mentalizando em plena Luz imortal.

pelo Espírito André Luiz - Do livro: Nosso Livro, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos
Diversos.

52. O CAMINHO

Leonardo estava perplexo. Entendia, agora, as visitas do Mestre Invisível.

Tinha o rosto banhado em lágrimas e o coração entristecido. Mas, como não guardava perfeita
compreensão de tudo, arriscou-se a considerar, ainda:

— Senhor, reconheço que não respeitei os sinais que me deste. Estava cego... Perdoa-me e
ajuda-me, por amor ao Pai de Bondade Infinita...
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Os soluços de amargura íntima obrigaram-no a pequeno intervalo. O menino, porém, criou


forças novas e perguntou:

— Contudo, Senhor, e o caminho para o Céu?

Jesus, então, sorriu benevolente e esclareceu:

— O caminho celeste é o dia que ó Pai nos concede, quando aproveitado por nós na prática do
bem. Cada hora, desse modo, transforma-se em abençoado trecho dessa estrada divina, que
trilharemos até o encontro com a grandeza e a perfeição do Supremo Criador, e cada
oportunidade de bom serviço, durante o dia, é um sinal da confiança de Deus, depositada em
nós. Quem aproveita o ensejo de ser útil, caminha para o Alto e avança na senda sublime, mas
os que fogem ao trabalho edificante perdem o tempo e demoram-se à retaguarda, lutando com
os perigosos monstros da preguiça e do mal.

O Mestre fez longa pausa e, depois, acariciando a fronte de Leonardo, que se desfazia em
pranto, perguntou:

— Porque fugiste à ocasião de ser bom, meu filho?

pelo Espírito Veneranda - Do Livro: O Caminho Oculto, Médium: Francisco Cândido Xavier.

53. TEMPO E NÓS

Você diz que não tem dinheiro para socorrer aos necessitados, mas dispõe de tempo par auxiliar
de algum modo.

Você afirma que não pode escrever longa carta ao amigo que lhe pede conforto, mas dispõe de
tempo para fazer um bilhete.

Você diz que não possui elementos para clarear o caminho dos que jazem no erro, mas, dispõe
de tempo a fim de articular algumas palavras, a benefício dos que se demoram na ignorância.

Você afirma que lhe falta competência, diante das tribunas edificantes, mas dispõe de tempo
para essa ou aquela frase de esperança e consolo.

Você diz que não detém qualquer dom mediúnico que lhe garanta as atividades na sementeira
do bem, mas, dispõe de tempo, a fim de colaborar na assistência aos irmãos em obstáculos
muitos maiores do que os nossos.

Você afirma que não retém bastante saúde para alentar essa ou aquela tarefa no bem aos
outros, mas dispõe de tempo que lhe faculta ofertar migalha de gentileza no amparo aos
semelhantes.

Você diz que caiu moralmente e não mais pode estender a luz da fé, mas dispõe de tempo para
levantar e seguir adiante.

Você afirma que o companheiro é difícil de suportar, mas dispõe de tempo para renovar-lhe a
maneira de ser, através dos seus próprios exemplos.
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Você diz que a dificuldade é insuperável, mas dispõe de tempo a fim de contorná-la, atingindo
a realização do melhor.

Você afirma que a sua felicidade acabou e estira-se na estrada, como se a sua provação fosse
mal sem remédio...

Meu amigo, observe o tempo, pense no tempo, aceite o tempo e agradeça ao tempo, de vez
que o tempo recomeça a cada dia e todos nós, com a Bênção de Deus, tudo podemos recomeçar.

pelo Espírito André Luiz - Do livro: Aulas da Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier.

54. ESPERA MAIS

Pensa na dor dos que não esperaram...


Às vezes, ruge a tempestade da incompreensão no ambiente doméstico e experimentas o
ímpeto de reagir colericamente.
Entretanto, nada digas.
Espera um tanto mais.

Apareceram dissensões entre amigos que se desarvoraram em lastimáveis atitudes e queres


assumir posição drástica sob as impressões do momento.
No entanto, não te perturbes.
Espera um tanto mais.

Companheiros te trouxeram notícias alarmantes, com relação ao comportamento infeliz de


irmãos determinados e, no íntimo, te dispões à censura apressada.
Não te afobes, porém.
Espera um tanto mais.

Recebeste injúrias que te doem no sentimento e te inclinas a promover a própria defesa, de


imediato.
Entretanto, não desesperes.
Espera um tanto mais.

Nunca respondas à violência com a violência.


Em qualquer situação, acalma-te para fazer o melhor.
Muitos delitos, calamidades, desequilíbrios e tragédias caem na sucata do sofrimento e da culpa,
por longo tempo, simplesmente porque as vítimas da precipitação não quiseram esperar.

pelo Espírito Meimei - Do livro: Palavras Do Coração, Médium: Francisco Cândido Xavier.

55. VERDADE E COMPAIXÃO

Certo devoto desejava ardentemente sentir a verdadeira compaixão.


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Efetivamente experimentava piedade pelos irmãos que sofriam, entretanto, quando alguns
deles se estiravam no desespero, caindo em delinquência, ei-lo transferido à revolta, receitando-
lhes reprimenda e punição.

Depois disso, ao saber-se instrumento de mais angústia para aqueles que tombavam na vida sob
o fardo de provações muito difíceis de carregar, entrava em remorso, lastimando a própria
incompreensão.

Desolado consigo mesmo, procurou um orientador espiritual e perguntou: - Sábio amigo, que
fazer para sentir a compaixão, aprendendo a guarda-la sem perder? O interpelado refletiu
longamente e replicou: - Filho, ninguém consegue assimilar a compaixão sem passar pela
verdade.

Pela verdade? – clamou o consulente.

– A verdade é amarga e, por vezes, nos espanca usando um chicote entretecido de fel.

O mentor, no entanto, insistiu: -Mesmo com semelhante interpretação, a realidade está no que
te digo. Volta ao recanto de tuas meditações e roga ao Senhor para que a verdade te possa
instruir.

O devoto regressou ao lar e por vezes e vezes rogou aos Céus para que a verdade o esclarecesse.

Decorrido muito tempo, numa noite tranquila, viu-se fora do próprio corpo, notando que
estranha luz lhe banhava o entendimento.

Caminhou dentro de casa e encontrou o próprio pai, igualmente fora da vestimenta física,
registrando-lhe a mudança.

Não era ele o cidadão maltratado pelo tempo, que suportava as lutas domésticas com aparente
tolerância.

Mostrava-se um homem sedento de liberdade, a falar-lhe desabridamente das paixões que


ocultava por disciplina.

Logo após, cruzou com a genitora, na forma espiritual, e não viu nela a pastora dedicada que
conduzia a família com palavras de amor e bênção.

Apresentava-se por bela e sofrida mulher, que se dizia cansada de cativeiro e ingratidão.

Quis ver os dois irmãos com os quais partilhava a moradia e notou-lhes a diferença.

Surgiam-lhe, agora, naquelas circunstâncias, na condição de um rapaz portador de semblante


sombrio e de sofisticada menina, extremamente revoltados contra as diretrizes e costumes
daqueles que lhes serviam de pais.

Assombrado, arrojou-se para a via pública e reconheceu que todas as pessoas, em trânsito,
usavam o corpo à feição de máscara, por trás da qual se escondiam.

Os supostos homens e mulheres, bons e maus, moços e idosos, as pessoas consideradas corretas
e as que se viam classificadas por delinqüentes, estavam sob disfarce e todos arrastavam
problemas e dificuldades, doenças e indecisões.
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Nesse momento, retornou ao próprio corpo e experimentando a verdadeira compaixão, orou


em lágrimas: - Deus de Bondade compadece-te de nós, porque, na Terra, nós todos somos teus
filhos, necessitados!...

Em seguida, observando-se transformado para sempre, reuniu os familiares e contou-lhes o


sucedido.

Os parentes atenciosos ouviram-no sorrindo, mas ninguém acreditou.

Não gastes tempo, medindo obstáculos ou lastimando ocorrências infelizes.

pelo Espírito Meimei - Do livro: Palavras Do Coração, Médium: Francisco Cândido Xavier.

56. ESPIRITISMO PRATICADO

Irmãos, recordando Allan Kardec, na prática espiritista, lembremo-nos de que, no Espiritismo


praticado, é necessário:

Colocar os interesses divinos acima dos caprichos humanos.


Negar-se a si mesmo, tomar a cruz da elevação e seguir com o Senhor.
Reformar-se em Cristo, antes de reclamar a reforma dos outros.
Exemplificar o bem, antes de ensiná-lo.
Servir sem propósitos de recompensa.
Consolar, antes de procurar consolações.
Amar sem exigências.
Usar os bens do Pai, sem os desvarios da posse.
Compreender, antes de reclamar compreensão alheia.
Agradecer, antes de pedir.
Confiar sem angústias.
Cumprir todos os deveres da cooperação, sem as trevas da incompreensão e da queixa.

JESUS É CAMINHO, VERDADE E VIDA.

Kardec é Trabalho, Solidariedade e Tolerância.

O Caminho da realização não dispensa o trabalho.

O templo da Verdade não exclui a solidariedade legítima.

A Vida eterna pede a luz da tolerância construtiva.

O Espiritismo em seu tríplice aspecto, científico, filosófico, religioso, é movimento libertador das
consciências, mas só o Espiritismo praticado liberta a consciência de cada um.

Lembrando o grande Missionário, não vos esqueçais de que o Espiritismo prático pode ser o
Espiritismo do eu e que só o Espiritismo praticado é o Espiritismo de Deus.
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pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Nosso Livro, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos
Diversos.

57. IGREDIENTES DO ÊXITO

... nas águas revoltas do mar tanta vez agressivo da atualidade, navegamos...

Dias calmos, dias tempestuosos.

O que importa é a rota segura.

E desta nos louvamos todos, à frente do Divino Timoneiro.

... capacitemo-nos, cada vez mais, de que a obra não nos pertence e sim ao Senhor que nos
utiliza por instrumentos.

... à vista disso e firmados em semelhante convicção, compreendamos que a fidelidade é o


ingrediente de base para o êxito.

Entender a todos e auxiliar a todos, abençoando e construindo sempre e guardar, sobretudo, a


certeza de que o serviço e o amor devem constituir as margens de nosso caminho para frente.

... momentos aparecem nos quais os testemunhos de abnegação representam imperativos a


que não nos é lícito fugir...

Notadamente, quando a perturbação e a calúnia nos ameaçam a estabilidade moral.

Ainda assim, aceitemos os desafios da sombra, na condição de aprendizes no educandário da


luz.

... à frente de todas as dificuldades é imprescindível opor a bênção, como princípio de solução.

... é certo que o desdobramento da edificação em andamento vos exige quotas de sacrifício
sempre mais altas.

Imperioso dar de nós para que a obra do Cristo se erga e se consolide no campo das necessidades
humanas.

... esquecer-nos e trabalhar.

Trabalhar e servir sempre.

... na execução desse programa as lutas e problemas explodem, por vezes, de todos os flancos,
a reclamar-nos fraternidade em suas mais altas demonstrações. Todavia, se atribuirmos a Jesus
a importância do esforço e não a nós, sabendo receber para nós os obstáculos naturais da senda
a percorrer, então, a carga ser-nos-á sempre qual estrela de amor que o Céu nos permite
carregar em auxílio a nós mesmos!

pelo Espírito Bezerra de Menezes - Do livro: Bezerra, Chico e Você, Médium: Francisco Cândido
Xavier.
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58. TOLERA CONSTRUINDO

Quanto mais violência no mundo, em torno de nós, mais alta a nossa necessidade de tolerância
para que se lhe reduzam os impactos destrutivos.

Quanto puderes, nas áreas de ação que te digam respeito, amplia os teus investimentos de
compreensão e paciência, na garantia da paz e da segurança onde estejas.

Certo companheiro terá faltado ao pagamento dessa ou daquela importância que te é devida.

Se não te encontras sob o domínio de necessidades prementes, compadece-te dele e aguarda


mais tempo.

Terá ele sofrido tribulações que desconheces.

Na rua, possivelmente, alguém te dirigiu palavras injuriosas que te espancaram a sensibilidade.

Silencia em oração, pedindo à Divina Providência auxílio e entendimento, a beneficio daqueles


que te agridam.

As pessoas que te insultam com certeza se comportam sob o jugo de sofrimentos que nunca
experimentaste.

Determinado amigo se te atravessou na estrada, empalmando-te recursos para cuja aquisição


definitiva te sacrificaste longamente.

Nada reclames.

Provavelmente, estará ele conturbado por débitos de resgate urgente que o fazem esquecer as
alegrias e os deveres da amizade.

Pessoas particularmente querida te haverá deixado a sós, na execução de compromissos


assumidos.

Não te revoltes e continua agindo e servindo.

Semelhante criatura esterá sob transtornos e dificuldades do sentimento e da vida, esperando-


te a paciência e a bondade para não cair no posso da deliqüência.

Compadece-te dos outros, auxilia-os quanto possas, ora e caminha adiante.

Nunca retribuas mal por mal.

Contribui com a tua parcela de amor para que o ódio desapareça.

Se os danos por ti sofridos, nessa ou naquela situação calamitosas, forem de tão grande porte
que te inclines para qualquer providências punitiva, esquece o mal e perdoa os agravos mesmo
assim, recordando que, em toda parte, se cumprem espontaneamente os processos da Justiça
de Deus.
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pelo Espírito Emmanuel, Do livro: Atenção, Médium: Francisco Cândido Xavier.

59. NA LUTA DIÁRIA

É possível que estejas enfrentando provas que os outros desconhecem...

Dúvidas assolam-te o espírito.

A insegurança te ronda os passos.

Idéias pessimistas te povoam a mente.

Lágrimas que não caem, encharcam-te o coração.

Todavia, não te confies aos desespero, exteriorizando as próprias aflições, de modo a impingí-
las nos que te cercam.

Não podes culpar o mundo pelas dores que padeces!

Irritação e azedume afastarão de tua presença os companheiros que estimas.

Esforça-te para sorrir e a alegria te acenderá a luz da compreensão dentro da própria alma.

Todos lutamos com o passado na arena do presente.

O que plantamos ontem devemos colher agora.

O resgate de nosso débitos perante a Lei, nem sempre acontece através de doenças ou
mutilações físicas.

Não raro, o cadinho invisível da tentação é a força que nos submete ao aperfeiçoamento
necessário, consumindo-nos as impurezas em altas temperaturas de luta interior.

Assim, pacifica-te e serve, procurando ser útil àqueles que te esperam a palavra amiga e o gesto
de solidariedade.

Procurando esquecer-te, esquecer-te-ás, igualmente, dos problemas que te martirizam.

Ocupa-te do bem e o bem ocupar-te-á todo o ser, devolvendo-te a esperança em dias melhores.

pelo Espírito Irmão José - Do livro: Tende bom Ânimo, Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Carlos
Baccelli - Autores Diversos.

60. CAMINHA

Continua com o coração a derramar o bálsamo fraterno.


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Caminha encorajado pelas vibrações que descem dos Céus até o teu espírito em romagem
terrena.

Faz de tua vida uma vida de exemplo, de trabalho e de amor.

Prossegue na caminhada, Jesus nos ampara e consola em nossas noites de tormenta e angústia.

Continua crente de sua inolvidável presença, em todos os momentos de nossa vida.

Faz da estrada que irás palmilhar ramalhete perfumado de compreensão, paciência e alegria.

Permanece sempre unido ao bem; se porventura, em tortuosos caminhos seguires, volta atrás,
e encontrarás sempre o Divino Amigo de braços abertos à espera do irmão combalido, para
envolvê-lo no coração.

Nada temas, porém, prossegue sempre com a alma pronta a servir.

Faze de tua vida uma canção de amor, amando, auxiliando e servindo a todos, e sentirás cada
vez mais, em teu coração, eclodir o grande vulcão que um dia unido ao clarão de outros vulcões,
iluminarão a Terra sombria em plano de Eterna Luz.

Caminha e serve. É o dístico que deverás trazer gravado em tua alma.

Caminha e serve a todos com humildade e amor.

Paz seja em nossos espíritos.

Que o Mestre muito amado nos abençoes hoje, amanhã, agora e sempre.

pelo Espírito Maria do Rosário - Do livro: Temas da Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier -
Autores Diversos.

Índice Remissivo
1. AJUDE SEMPRE
2. ALGUM SERVIÇO
3. INTERDEPENDÊNCIA
4. SE PROCURAS A PAZ
5. EGOÍSMO
6. VOCÊ E NÓS
7. AMOR E AUXÍLIO
8. SAÚDE E BEM ESTAR
9. NUM DOMINGO DE CALOR
10. A RECEITA DA FELICIDADE
11. NOS LIMITES DO CÉU
12. CORAÇÃO MATERNAL
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Crônicas e Artigos

13. EDIFICAÇÃO
14. ESQUEMA
15. SEGUINDO EM FRENTE
16. SEXO E RELIGIÃO
17. PENSAR POR NÓS
18. ESCOLHAS ESQUECIDAS
19. DESVINCULAÇÕES
20. UM CURSO RÁPIDO DE RELAÇÕES HUMANAS
21. PARTILHE O AMOR
22. ORAÇÃO E DIFICULDADE
23. SEM CONDIÇÕES
24. SOMENTE A GRANDE VIDA MERECE A GRANDE MORTE
25. MAU APRENDIZ
26. DO APRENDIZADO DE JUDAS
27. O SOCORRO
28. FANTASIA E REALIDADE
29. AGREDIDO
30. NATURAL E INEVITÁVEL
31. MÃOS LIMPAS
32. CONSTRUIR
33. PAZ EM TI
34. PAZ EM TI
35. CLARA VERDADE
36. A LIÇÃO DO ESSENCIAL
37. MENSAGEM
38. PROFILAXIA
39. ASSEIO VERBAL
40. PUREZA EM BRANCO
41. NOSSO CONCURSO
42. SENDA EVOLUTIVA
43. CREDO DA JUVENTUDE ESPÍRITA CRISTÃ
44. A PALAVRA
45. PACIFICAR
46. CHAMA DIVINA
47. VERDADE LIBERTADORA
48. MENSAGEM DA CRIANÇA AO HOMEM
49. HÁBITO
50. NADA DE BOM SEM ESFORÇO
51. EM ESPIRITISMO
52. O CAMINHO
53. TEMPO E NÓS
54. ESPERA MAIS
55. VERDADE E COMPAIXÃO
56. ESPIRITISMO PRATICADO
57. INGREDIENTES DO ÊXITO
58. TOLERA CONSTRUINDO
59. NA LUTA DIÁRIA
60. CAMINHA

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