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TECNICAS RETROSPECTIVAS
A VILA DE PARANAPIACABA
"TRANQUILIDADE, BELEZA E PARAÍSO"
SALVADOR
2017
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................. 4
2. OBJETIVO .............................................................................................................. 5
3. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6
4. HISTÓRICO ............................................................................................................ 7
8. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 60
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1. APRESENTAÇÃO
Paranapiacaba foi fundada como uma Vila Operaria, no intuito de abrigar os
trabalhadores que executavam a linha férrea que ligaria do topo da Serra do Mar a
Baixada Santista. Trata-se de um local tombado, de grande relevância para a
historia da ferrovia brasileira.
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2. OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo fazer uma analise urbanística e arquitetônica
da Vila de Paranapiacaba, buscando demonstrar o processo de implantação com
grande influencia inglesa. Além de promover a dispersão de conhecimento sobre o
local analisado, como forma de difusão histórica e cultural.
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3. INTRODUÇÃO
O nome Paranapiacaba (em tupi guarani “paranã apiaca aba”) tem como
significado “Lugar de onde se vê o mar”. Este nome foi dado devido a vista que era
possível se ter depois de subir a Serra do Mar, rumo ao planalto. A cidade localiza-
se no município de Santo André, a uma média de 50 Km de São Paulo. Nela é
preservado um importante patrimônio histórico: a vila de Paranapiacaba.
Foi fundada em 1860 com a instalação do acampamento dos trabalhadores
da construção da primeira ferrovia do Estado de São Paulo, que ligaria o porto de
Santos e o planalto. A ferrovia entrou em funcionamento em fevereiro de 1867,
dando um grande impulso na economia com o aumento do volume do transporte do
café.
O aumento do transporte do grão torna necessária a construção de uma
segunda linha férrea no final do século XIX. A ampliação demandou a permanência
de um número significativo de trabalhadores para manutenção e operação da
ferrovia. Sendo este o caso, a empresa responsável pela operação da ferrovia, a
São Paulo Railway Company (SPR), decide então construir a vila para abrigar estes
trabalhadores.
Suas casas inglesas pré-fabricadas de madeira em estilo vitoriano, as oficinas
em tijolo aparente, ruas largas e geometricamente planejadas são objetos de grande
admiração. Seu misterioso relógio que lembra o Big – Ben londrino na parte baixa,
com o “Morro” na parte alta, com descendentes, traços e encantos das antigas vilas
portuguesas formam um Patrimônio Histórico, Cultural, Tecnológico e Ambiental sem
modelo similar no País.
A construção da vila, na Parte Baixa, segue as características inglesas com
construções em madeira. Ao mesmo tempo, do outro lado da linha, na Parte Alta,
são instaladas a Igreja Católica e o comércio para abastecer a vila.
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4. HISTÓRICO
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Em 1856, Dom Pedro II, por meio de um decreto, concedeu o direito de
explorar a ferrovia, que ligaria o interior do estado de São Paulo ao litoral, ao Barão
de Mauá e a recém criada empresa inglesa " São Paulo Railway Co.". Este projeto
formou-se devido a necessidade de escoamento da produção cafeeira até o porto de
Santos. Desta forma, as obras se iniciaram em 1860, seguindo o projeto do
engenheiro inglês Daniel M. Fox.
Dadas as características extremamente íngremes do trecho da serra, optou-
se pela adoção do chamado sistema funicular: o percurso foi dividido em quatro
planos inclinados, cada um com uma máquina fixa a vapor que tracionava as
composições através de cabos de aço. A ferrovia atravessaria 796 metros entre o
topo da Serra do Mar e a Baixada Santista.
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uma torre com relógio em estilo inglês, que controlava as horas de trabalho e lazer
dos funcionários da ferrovia, além de oficinas, pátios de manobra, escritórios, clube,
mercado, cinema e campos de golfe, equitação e futebol.
Em 1907, a cidade foi batizada de Paranapiacaba.
Tratava-se de um local onde a tecnologia chegava em primeira mão:
enquanto no Rio de Janeiro ainda se usava o penico, nesta cidade já existia o vaso
sanitário e a água quente na torneira da cozinha.
A concessão da São Paulo Railway Co. terminou em 1946 e não houve
acordo entre a companhia e o governo para sua renovação. A vila de Paranapiacaba
e a ferrovia, que passou a se chamar Estrada de Ferro Santos-Jundiai, ficaram
então sob o controle da União, fato este que é apontado por muitos como o inicio da
decadência da Vila.
Na década de 50, a eletrificação da rede e a utilização do diesel e do óleo cru,
em substituição ao carvão, foram algumas das mudanças consolidadas na cidade,
assim como o abandono das máquinas e locomotivas.
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Em 1981, o Sistema Funicular foi totalmente desativado.
fico a chorar
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Em 1986, a Rede Ferroviária entregou restaurados o sistema funicular entre o
4° e o 5° patamares e o Castelinho. No ano seguinte, o núcleo urbano, os
equipamentos ferroviários e a área natural de Paranapiacaba foram tombados pelo
CONDEPHAAT - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Turístico
do Estado de São Paulo.
Desde 2008 Paranapiacaba é candidata a patrimônio da humanidade pela
UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura). Em 2010 foi tombado como patrimônio Histórico Cultural da Humanidade
pelo IPHAN.
Atualmente, a principal fonte de renda da cidade é o turismo para o parque,
para o festival de inverno e as atrações impulsionadas pelas especiarias feitas com
o Cambuci (fruto de maior produção na região).
A moça na estação
A estação ferroviária está situada como local divisor entre a cidade alta e a
cidade baixa. Neste local, encontra-se também, atualmente, o museu ferroviário
composto pelo pátio de manobras e diversos prédios construídos para dar suporte
ao sistema funicular.
Os primeiros prédios compõem o complexo do Primeiro Sistema Funicular,
também conhecido como Serra Velha, datado de 1867, onde situavam-se oficinas,
salas administrativas, a 4ª Maquina Fixa e as caldeiras a carvão.
No anexo, localizado no final do prédio da 4ª Maquina, encontra-se em
exposição o Serrabreque, sistema utilizado para o funcionamento do trem.
Na 5ª Maquina, pertencente ao Segundo Sistema Funicular, estavam
instaladas as caldeiras a carvão e oficinas. Hoje, este abriga a locomotiva nº15 e o
carro do imperador D. Pedro II, dentre outros carros de importância relevante.
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A 5ª Máquina Fixa é uma construção feita no subsolo, pertencente ao
Segundo Sistema Funicular, onde atualmente encontram-se as ruínas das caldeiras
a óleo disel.
No final do pátio, é possível avistar uma bela vista do trecho inicial da ferrovia
e do seu primeiro túnel, encravados na Serra do Mar, no vale do rio Mogi.
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Figura 8: Mapa de ocupação inicial da Serra do Mar (Fonte: O Urbanismo da Vila ferroviária de
Paranapiacaba; CRUZ, Thais)
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Figura 10: Vila Velha e principais pontos referenciais (Fonte: O Urbanismo da
Vila ferroviária de Paranapiacaba; CRUZ, Thais)
Neste eixo, as asas foram construídas de forma aleatória no sítio dando uma
característica de assentamento espontâneo, onde não havia uma preocupação de
se definir demais eixos viários, obedecendo uma regularidade do traçado.
Outras construções também foram se estabelecendo ao longo desse
caminho, como ocorreu com a casa do médico residente, situada ao final do
Caminho do Hospital.
Outro exemplo dessa ocupação eram os alojamentos de solteiros, localizados
ao lado direito do eixo principal, para quem vem da estação, não mantendo com a
rua nenhuma relação de paralelismo. Há também outros dois edifícios deste tipo no
caminho para o antigo hospital que consistem em um conjugado de portas e janelas
sem alpendre frontal.
A adequação do traçado urbano das edificações no terreno poder ser
entendidas como uma solução adotada pelos ingleses para evitar uma grande
intervenção no terreno local. Duas hipóteses são levantadas para embasar esta
decisão: ou esta postura foi adotada como forma de agilizar a construção, ou pelo
fato do solo possuir uma geologia frágil, evitando-se grande movimento de terra.
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Foram construídos alicerces em alvenaria sobre o terreno inclinado, além da
criação de cortes e aterro nos lotes, garantindo melhor estabilidade do solo (criação
de platôs).
Um outro tipo de moradia presente na Vila Velha são as casas geminadas.
Nestas construções, a estratégia de elevação do piso em madeira, em relação ao
nível do solo, está relacionada a requisitos de durabilidade para este elemento que,
ao ser elevado, distancia-se da umidade do solo, algo nocivo à sua integridade
física.
As pedras utilizadas para o embasamento das edificações foram adquiridas
no próprio local, enquanto que o restante do material foi importado. A madeira
utilizada para a construção foi o Pinho de Riga, madeira que poderia ser obtida com
diversos comprimentos e possui uma trabalhabilidade mais fácil que as madeiras
consideradas mais duras, presentes no Brasil.
O ferro pré-moldado, importado da Inglaterra para serem montados no local e
devidamente tratados para enfrentar as condições ambientais brasileiras, passou a
ser uma alternativa empregada nas estruturas e fundações.
A primeiras estações construídas tinham suas plataformas acabando no inicio
da Rua Direita. Os galpões e casas de máquinas foram distribuídos ao longo da
linha férrea e, na rua da Estação, estão situadas as oficinas.
Figura 11: Rua Direita vista da Parte Alta (Fonte: O Urbanismo da Vila ferroviária
de Paranapiacaba; CRUZ, Thais) 19
5.2. PARTE ALTA
As fachadas coloridas compunham uma parte continua junto à rua, com suas
aberturas principais fazendo frente, de preferência, para o pátio ferroviário.
A madeira de Pinho de Riga foi um material comum à construção de todo o
conglomerado, tanto na parte alta quanto na parte baixa. Este material foi importado
da Europa, onde eram utilizados como lastro de navios que retornavam ao porto
para o novo carregamento de café.
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Figura 14: Fachada de residência na Parte Alta (RUBIO, Samantha)
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Figura 15: Planta topografia da Parte Alta (Fonte: O Urbanismo da Vila ferroviária de
Paranapiacaba; CRUZ, Thais)
A primeira capela foi erguida na Parte Alta, vizinha ao cemitério, no topo de uma
encosta. Construída pelos moradores do local, trabalhadores ou não da estrada de
ferro, recebeu sua primeira licença para celebração do Santo Sacrifício da Missa em
08 de agosto de 1884.
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Figura 16: Igreja Senhor Bom Jesus de Paranapiacaba (RUBIO, Samantha)
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Figura 18: Igreja vista pelo cemitério (RUBIO, Samantha)
Figura 19: Planta Cadastral da Parte Alta (Fonte: O Urbanismo da Vila ferroviária de
Paranapiacaba; CRUZ, Thais)
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Em 1909 o Reverendo Padre Luís Capra foi enviado para residir no Alto da
Serra e, assim que chegou, realizou reformas na Capela. Onde antes só havia
paredes com o telhado, sem capela-mor, foram construídos o forro, a capela-mor,
quatro janelas grandes com vitrais, uma torre lateral para o sino e providenciou
imagens sacras, tapetes e outros acessórios.
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partes alta e baixa), armazém de carga, alem de 46 casas que serviriam de moradia
para os operários da segunda linha férrea da serra.
As habitações seriam construídas com as necessárias acomodações
higiênicas, dotadas de canalização de água potável e de esgotos, sendo dispostas
ao longo de ruas arborizadas, com alinhamentos regulares, formando um núcleo de
pequeno povoado. Também foi previsto a necessidade de adquirir áreas para uma
futura expansão.
Foi adotado um traçado "xadrez" definido a partir do eixo leste-oeste o que
deveria proteger as fachadas das edificações da ação dos ventos predominantes,
sendo estes: leste, sudeste e sul; provenientes do mar ao longe.
Figura 20: projeto para a Vila Martin Smith (Fonte: O Urbanismo da Vila ferroviária de
Paranapiacaba; CRUZ, Thais)
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Da mesma forma que existia uma hierarquia profissional dentro das empresas
ferroviárias, a hierarquia do traçado urbano era claro: as construções tiraram partido
das curvas de nível e estabelecem a hierarquia da ocupação, ou seja, nos lugares
mais elevados estavam as casas destinadas aos chefes dos setores.
Assim, o projeto das moradias era feito de acordo com a qualificação da mão
de obra operária, seu estado civil e o cargo que ocupava dentro da empresa. Essas
diferenças eram expressas, principalmente, no tamanho da casa e do lote e na
localização do banheiro (dentro ou fora do corpo do edifício). Como exemplo, a Rua
Rodrigues Alves, popularmente conhecida como Rua dos Ingleses, era o local onde
moravam os altos funcionários da companhia.
Existiam 5 categorias de habitação, classificadas pelos ingleses, sendo elas
A, B, C, D, E1 e E2. Além dessas, há ainda as residências isoladas, destinadas aos
funcionários do alto escalão da ferrovia e do barracão de solteiros.
Figura 21: Localização das tipologias e equipamentos (Fonte: O Urbanismo da Vila ferroviária de
Paranapiacaba; CRUZ, Thais)
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5.3.1. CASAS ISOLADAS
Figura 23: Primeira casa isolada (Fonte: O Figura 22: Segunda casa isolada (Fonte: O
Urbanismo da Vila ferroviária de Paranapiacaba; Urbanismo da Vila ferroviária de Paranapiacaba;
CRUZ, Thais) CRUZ, Thais)
Figura 25: Terceira casa isolada (Fonte: O Figura 24: Quarta casa isolada (Fonte: O
Urbanismo da Vila ferroviária de Urbanismo da Vila ferroviária de Paranapiacaba;
Paranapiacaba; CRUZ, Thais) CRUZ, Thais)
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O que estas tipologias têm em comum são as mesmas esquadrias
regularmente dispostas, elementos em destaque como chaminés das lareiras,
lambrequins e cobertura em várias águas.
A primeira e a segunda casa tinham, originalmente, o telhado em ardósia.
Porém, com a reforma em 1950, receberam placas quadriculadas de cimento
amianto, os quais lá estão até hoje.
A terceira casa foi destruída em um incêndio provocado pelo próprio morador
em 2002.
A cobertura da quarta casa é constituída de telha francesa.
O que difere nelas, além da divisão interna onde cada qual segue um
programa, são alguns elementos arquitetônicos como a volumetria, o alpendre
avançado e a ornamentação em madeira abaixo do lambrequim (primeira casa), o
alpendre corrido e a presença de uma bay-window (segunda casa), a inexistência de
mão-francesa e o alpendre entalado (quarta casa).
As réguas dos vedos ora estavam presentes na horizontal (primeira e quarta
casa), hora na vertical, constituídas de pinho de Riga.
As casas estão centralizadas no lote, garantindo recuo dos quatro lados. Aos
fundos existem pequenas casas (edículas) constituídas dos mesmos materias que a
residência principal, porém com cobertura de duas águas.
São exemplares com áreas variando entre 212 e 288 m², com amplas
dependências de quartos e salas, cozinha geralmente ligada a dispensa, instalações
sanitárias com banheira de louça e armários embutidos, hall de circulação e
pátio.Todas são providas de lareiras e fogão-a-lenha.
Em geral, são moradias muito bem arejadas e iluminadas, cercadas por
alpendre e voltadas para o jardim.
Atualmente, a primeira casa é um antiquário, a segunda funciona como
pousada e a quarta é um centro de visitantes da subprefeitura de Paranapiacaba.
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Figura 26: Primeira casa isolada (Fonte: O Urbanismo da Vila ferroviária de
Paranapiacaba; CRUZ, Thais)
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Figura 28: Quarta casa isolada (Fonte: O Urbanismo da Vila
ferroviária de Paranapiacaba; CRUZ, Thais)
Exemplares desta tipologia são encontrados nas Avenidas Ford, Fox e uma
delas dando frente para Avenida Campo Sales, em esquina com o campo de futebol.
Possuem aproximadamente 50 m² por residência, geminadas, com planta
simples abrigando três cômodos pequenos em madeira e uma cozinha com parte
das paredes em alvenaria e piso cimentado, alpendre coberto e banheiro externo.
Todas as residências eram providas de um fogão-a-lenha, sendo que esta
tipologia estava destinada a uma família pequena, cabendo ao morador a destinação
de cada cômodo, uma vez que, com exceção da cozinha, os demais cômodos
possuíam praticamente o mesmo tamanho e todos eram denominados como "sala".
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Os telhados possuem 6 águas, com cumeeira principal paralela à rua.
Originalmente, sua cobertura era feita de telhas francesas de Marseille, com beiral
largo sustentado por mão-francesa de madeira, contendo ornamentação de
lambrequins do mesmo material.
As janelas do tipo guilhotina emolduradas e protegidas pelo beiral. A porta
principal, em madeira, geralmente apresenta folha dupla com verga reta e bandeira
com vidro. Quando não, são folhas simples, com largura de 80 cm. O contrapiso é
elevado em relação ao nível da rua. Sobre este há um piso de assoalho, constituído
de réguas de pinho de Riga com 20 cm de largura. Na cozinha, o piso era
cimentado.
As paredes eram constituídas de tábuas que se encaixavam por meio de
encaixes macho-fêmea. Todas as dependências possuem iluminação direta, forros,
inexistência de corredores internos e os cômodos se comunicam diretamente.
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Figura 30: Tipo A - Elevação frontal (Fonte: O Urbanismo da Vila ferroviária de
Paranapiacaba; CRUZ, Thais)
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Figura 32: Residência Tipo "A" (Fonte: O Urbanismo da Vila ferroviária de Paranapiacaba; CRUZ,
Thais)
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Nestes exemplares, destinados a funcionários de hierarquia superior, as
paredes são duplas tanto interna quanto externamente.
Figura 33: Tipo B - Planta Baixa com acréscimos para adaptação à atualidade (Fonte: O Urbanismo
da Vila ferroviária de Paranapiacaba; CRUZ, Thais)
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Figura 34: Tipo B - Elevação frontal (Fonte: O Urbanismo da Vila ferroviária de
Paranapiacaba; CRUZ, Thais)
Figura 35: Residência Tipo "B" (Fonte: O Urbanismo da Vila ferroviária de Paranapiacaba;
CRUZ, Thais)
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5.3.4. TIPO "C"
Figura 36: Residência Tipo "C" (Fonte: O Urbanismo da Vila ferroviária de Paranapiacaba; CRUZ,
Thais)
Figura 38: Tipo C - Planta Baixa Térreo (Fonte: O Urbanismo da Vila ferroviária de Paranapiacaba;
CRUZ, Thais)
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Figura 39: Tipo C - Planta Baixa pavimento Superior (Fonte: O Urbanismo da Vila ferroviária de
Paranapiacaba; CRUZ, Thais)
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Figura 42: Residência Tipo "D" (RUBIO, Samantha)
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Nesta categoria, cada modulo é composto de quatro residências, todas
compartilhando uma mesma cobertura de duas águas com cumeeira paralela a rua.
A cobertura do telhado ora é feita de telha francesa ou também pode ser encontrado
em ardósia. Também existem grupos em que o lambrequim foi retirado para
utilização de calhas para escoamento das águas pluviais.
As demais características repetem as das primeiras tipologias citada.
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Figura 45: Tipo E2 - Elevação lateral (Fonte: O Urbanismo da Vila
ferroviária de Paranapiacaba; CRUZ, Thais)
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Figura 47: Residência Tipo "E" (Fonte: O Urbanismo da Vila ferroviária de Paranapiacaba;
CRUZ, Thais)
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Figura 48: Alojamento para solteiros - Planta Baixa (Fonte: O Urbanismo da Vila
ferroviária de Paranapiacaba; CRUZ, Thais)
3.3.8. MERCADO
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seguindo a mesma técnica construtiva das casas da vila, porem adaptando-se ao
terreno, onde toda ela foi erguida sobre pilaretes de pedra e alvenaria, distribuídos
por todo o subsolo d edificação.
A edificação dividi-se em três alas principais: hall de entrada, grande salão e
as salas do segundo pavimento.
No piso térreo encontramos, a esquerda do hall a sala de jogos, enquanto que
o grande salão esta numa conta inferior a estes dois cômodos.
A fachada principal possui uma simétrica dada pela disposição das abertas.
Existem duas entradas principais, com folhas duplas e bandeiras envidraçadas logo
acima.
Figura 52: clube união lira serrano Figura 51: Fachada principal (Fonte:
(RUBIO, Samantha) http://paranapiacando.blogspot.com.br/2012/0
5/clube-uniao-lyra-serrano.html)
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Figura 53: Grupo escolar construído na Vila Martin (Fonte: O Urbanismo da Vila ferroviária de
Paranapiacaba; CRUZ, Thais)
Os edifícios que fazem parte deste complexo são enfermarias (1855), hospital
(1862) e casa do médico residente (1863). Todas estão localizadas ao fim do
Caminho do Hospital, já na encosta do morro, num platô isolado e completamente
afastado dos núcleos urbanos na intenção de evitar a propagação de doenças e
epidemias.
O hospital era formado por um conjunto de construções em madeira que
traziam alguns referenciais visuais fortes que denotavam o uso especifico do local,
como a marca da cruz vazada nas janelas dos edifícios, como também no eficiente
sistema de iluminação natural obtido por claraboias superiores na sala de
operações.
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Todo o conjunto arquitetônico foi construído de acordo com a técnica padrão
utilizada na ferrovia: base de alvenaria, madeira encaixada para a solução das
paredes, telha de barro francesa. O edifício da enfermaria possui lambrequim
recortado no beiral.
A residência do medico segue o padrão utilizado nas moradias destinadas
aos mais altos cargos (casas isoladas). Possui salas, quartos, cozinha e área de
serviço interligados, um estreito e pequeno quintal ao fundo.
Seu diferencial esta em uma pequena sala para atendimentos médicos e um
corredor com iluminação feita pela claraboia.
Figura 54: Enfermaria e detalhe da cruz na janela (Fonte: O Urbanismo da Vila ferroviária de
Paranapiacaba; CRUZ, Thais)
Figura 55: Antigo hospital e detalhe da iluminação zenital (Fonte: O Urbanismo da Vila ferroviária de
Paranapiacaba; CRUZ, Thais)
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A Vila já contou com três estações. A primeira, provisória e muito simples,
estava situada em frente ao largo dos padeiros e fazia parte do primeiro sistema
funicular, sendo inaugurada em 1874. A segunda, localizada no centro do pátio
ferroviário, ficou conhecida como antiga estação, construída em 1898.
Tanto a primeira quanto a segunda não existem mais.
A terceira e atual estação conta apenas com a plataforma e a torre do relógio, que
sofreu algumas alterações quanto a sua altura e localização.
A estação ferroviária foi importada e chegou ao país completamente
desmontada, numerada peça a peça, o que facilitava a montagem, tornando a
construção mais rápida sem a necessidade de mão de obra especializada.
Em um eixo imaginário, simétrico em relação a passarela metálica, o corpo
principal abrigava o vestíbulo como uma grande sala de espera, o setor de
bagagens e encomendas, uma área destinada para o posto telegráfico e outras
dependências. Na ala a esquerda desse eixo, estavam as dependências do bar-café
e sanitários e, no outro extremo, a ala destinada ao chefe da estação.
Na estação, erguia-se a torre do relógio, acoplada ao edifício, feita de
madeira, com 14,4 m de altura.
A estação foi desativada em 1977. Pegou fogo em 1981, restando apenas a
plataforma da antiga estação. O mecanismo de funcionamento do relógio foi
recuperado e instalado numa nova torre reconstruída em alvenaria.
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Figura 57: Atual estação ferroviária (Fonte: http://onixcultural.com.br/paranapiacaba/)
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Figura 59: Virador (RUBIO, Samantha) Figura 58: Casa de Manutenção (RUBIO,
Samantha)
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Figura 61: 5ª Machine onde hoje funciona o museu funicular (Fonte:
https://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotoDirectLink-g2429510-d2429539-i151767599-
Parque_Natural_Municipal_Nascentes_de_Paranapiacaba-Paranapiacaba_State.html)
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6. TOMBAMENTO: RECONHECIMENTO DO PAPEL CULTURA E
DO VALOR PATRIMONIAL DE PARANAPIACABA
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tombados a linha férrea e seus complementos, como as ruínas das pontes da Serra
Velha e da maquina fixa do 4º Patamar.
No âmbito federal, o IPHAN iniciou o processo de tombamentos da Vila de
Paranapiacaba no ano de 1985, concluindo em 2002. O tombamento teve como
motivação o valor histórico do conjunto, desta forma, a área tombada esta contida
em uma poligonal, resalvados os bens móveis: máquinas, equipamentos,
locobreques, locomotivas e vagões.
No caso da CONDEPHAAT, o tombamento teve inicio em 1982, tendo sua
aprovação em 1987 por meio da resolução estadual nº 37/87, resolução que
determina o tombamento em esfera estadual como bem cultural de interesse
histórico, arquitetônico e urbanístico, ambiental e tecnológico.
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Ao desconsiderar uma maior integração com a ferrovia - dando-lhe um papel
menor como um "turismo isolado" que se resume a um passeio de trem - o Plano
Patrimônio caracteriza-se como pontual e sem qualquer relação com a escala
regional, deixando clara a falta de estratégia para o desenvolvimento
socioeconômico local.
Em Paranapiacaba a ideologia de conservação integrada se deu apenas no
primeiro momento de implantação do Plano Patrimônio - instituído em 2014 - em
que empresas privadas investiram para a restauração e melhoria dos imóveis para
cumprir as exigências dadas ao turismo.
Atualmente, a cidade sofre com a falta de manutenção do patrimônio, onde
muitos dos bens tombados encontram-se em estado de degradação avançado. Este
fator influencia no turismo, pois houve uma redução considerável de frequência na
Vila com o passar do tempo.
O subtítulo "Tranquilidade, Beleza e Paraíso" é derivado de uma pergunta
feita à Dinora, moradora da cidade a 61 anos, onde lhe foi pedido para descrever a
cidade em três palavras.
Tranquilidade devido a calmaria, conforto e nostalgia que a Vila traz aos
moradores; Beleza por ser provida de maravilhas naturais e harmonia das
construções; e Paraíso pelo conjunto de todas as sensações que a pequena cidade
pode trazer.
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8. REFERÊNCIAS
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