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INTRODUÇÃO
Tratar de:
origem do termo: O termo gênero, do latim gerus, generis, remete à noção de
origem, nascimento;
gênero e ensino
Creio não ser necessário abordar a etimologia do termo.
Como foi possível perceber, Bakhtin (2004) deixa clara a necessidade de estudarmos
a língua em seus contextos de uso, bem distante do que vem ocorrendo em nossas escolas.
Para isso, ele propõe uma determinada forma de trabalho, que chamamos de “orientação
teórico-metodológica”, a qual escolhemos como constituinte da base para o desenvolvimento
deste trabalho . Portanto, o olhar para o gênero canção será voltado sob os três prismas, ou
seja, ao conteúdo temático e sua estreita relação com o contexto de produção, à construção
composicional e, ao estilo.
Quando Bakhtin fala em conteúdo temático, está referindo-se ao elemento que “se
apresenta como a expressão de uma situação histórica imediata concreta” (BAKHTIN, 2004,
p. 128). Nessa perspectiva, o conteúdo temático é determinado como o assunto sobre o qual
se fala, nesse caso específico o conteúdo será aquele apresentado na canção “Ciranda da
bailarina”, vinculado à situação comunicativa em que foi engendrado, revelado, então, pelas
formas linguísticas e pelos elementos não verbais da situação.
Em síntese: estudar o conteúdo temático do gênero canção significa extrapolar o que
o texto diz literalmente, relacionando a análise com o mundo real, localizando-a na história e
definindo-a a partir de características culturais de uma época, atentando para o fato de que o
tema é carregado de ideologias. Por esse motivo o autor defende, em seu círculo, a
importância do contexto de produção na compreensão de um gênero porque é ele quem
determina as condições reais da enunciação, as condições em que aquele enunciado foi
produzido. Isso sim, segundo Bakhtin (2004) vincula a língua à vida, coloca os alunos em
situação de uso da língua nas diferentes situações comunicativas.
Outro elemento a ser analisado no gênero canção será sua estrutura composicional,
abordando então a construção do texto, o que permite diferenciá-lo de outros gêneros e
reconhecê-lo como pertencente a determinado gênero, devido ao “tipo relativamente estável
de enunciado” (BAKHTIN, 2000, p. 279).
As especificidades que cada gênero possui em sua organização será mostrada nesse
item da metodologia. Nesse sentido, não podemos ver os gêneros discursivos por meio de
formas estáticas, como gêneros puros, inflexíveis, pois eles podem ser adaptados a cada
situação comunicativa, visto que toda ação de linguagem sempre será constituída por um
processo de inserção individual no social.
Por fim, o terceiro ponto de análise do gênero discursivo canção será o estilo. Para o
autor, “o enunciado – oral e escrito, primário e secundário, em qualquer esfera de
comunicação verbal – é individual, e por isso pode refletir a individualidade de quem fala (ou
escreve)” (BAKHTIN, 2000, p. 283). Trata-se, portanto, de um elemento que reflete a
individualidade, a identidade de seu autor, sua visão de mundo e, sendo assim, está ligado à
cultura do local e da época em que foi produzido, ao conteúdo temático. Nessa perspectiva, a
língua, a cultura e a identidade são indissociáveis entre si, na medida em que, seguindo as
concepções bakhtinianas, a primeira, sendo social, histórica e dinâmica, representa e constitui
a realidade.
Como estamos tratando do gênero canção, cabe acrescentar aos itens propostos por
Bakhtin aspectos da materialidade musical – melodia, ritmo e harmonia.
Nesta seção, propomos a análise realizada da canção A ciranda da Bailarina,
considerada uma joia rara da parceria entre Chico Buarque e Edu Lobo, composta para o
espetáculo “O Grande Circo Místico, que estreou em 1982.
Para discutirmos os três itens apontados por BAKHTIN (conteúdo temático, estrutural
composicional e estilo) consideramos que metodologicamente há tarefas que todos os professores
como mediadores de leitura precisam realizar antes, durante e depois da mesma. E é dessa forma
que desenvolveremos o trabalho. Cada item dessa metodologia não precisa necessariamente ser
trabalhada em um único dia dada sua complexidade. A metodologia poderá ser desdobrada em
formas de oficina.
Após esse reconhecimento do gênero, atentando aquilo que os alunos já sabem sobre
o assunto, o professor poderá fazer com que os alunos escutem e cantem a canção.
Pode ser ao som de um violão ou em um som da escola;
Perguntar se gostaram ou não da música; levantar todas as suas impressões: é uma
ciranda? Por quê? Que sensações/sentimentos você sentiu ao ouvir essa música?
Você lembrou de algo ao ouvir a canção?
É chegado o momento de trabalhar elementos da composição estrutural, a
materialidade da música: linguagem musical;
Discutir com os alunos que o gênero da canção apresentada é “canção
popular”. Os fatores que determinam essa classificação são basicamente
aqueles observados na forma composicional: um texto curto, cantado,
formado pela relação entre letra e música, constituídas por versos, organizados
em estrofes;
Observar as rimas da canção;
É apropriado mostrar outras formas de gêneros textuais para que pela estrutura
composicional, os alunos percebam a diferença e as especificidades dos
gêneros;
Sempre que possível deixe que os alunos leiam textos diferentes a respeito de
um mesmo assunto. Ler duas receitas diferentes acerca de um mesmo bolo
permite ao leitor verificar quais episódios foram selecionados em uma ou em
outra; comparar duas versões de um mesmo conto ou fábula permite apreciar
as escolhas estilísticas de cada autor e os efeitos de sentido que cada um obtém
com tais escolhas.
Textos são escritos sob determinadas condições de produção: quem escreve
escreve para alguém a partir de um determinado lugar, com determinados
propósitos e finalidades. Não existem textos neutros. Para ler criticamente é
preciso que o leitor se mantenha atento a determinadas escolhas que acabam
revelando as posições do autor.
Feito isso, passa-se a trabalhar com as expectativas em função dos autores do texto.
Dessa forma, há a contextualização sócio-histórica de seus autores: Edú Lobo e Chico
Buarque de Holanda.
Articulados ao professor da sala de informática pode-se pesquisar a biografia dos
autores, momento em que os alunos entrarão em contato com outro gênero textual (
Ver biografia em anexo);
Pesquisa: os alunos poderão pesquisar, junto com o professor: 1) Onde? Quando?
Como esse gênero é produzido?2) as características do estilo musical CIRANDA;
Pode-se conversar com o Professor Orientador da Sala de Leitura e planejar uma
atividade para identificar quais obras desses autores há no acervo. Solicita-se que os
alunos leiam o que encontraram sobre os autores para apresentar as obras aos colegas,
perguntando:
quais obras ficaram com vontade de ler?. Certamente, alguns se interessarão por
ler algumas delas. Essa é uma forma de ampliação leitora dos alunos;
Como sabemos que há muitos autores que têm páginas na Internet pode-se
estimular os estudantes a pesquisarem sobre os autores e suas obras. Isso pode ser
uma excelente sugestão para boas aulas na Sala de Informática.
O texto está muito bom, precisa de alguns ajustes de formatação (fazer quando finalizar).
Com relação a sugestão da autora Lilian Passarelli não é algo que seja extremamente
necessário, pois seus argumentos estão bem fundamentados teoricamente.
Considerações finais( por fazer)
BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. [Trad. Maria E. Galvão e revisão por Marina
Appenzeller]. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. ________. Marxismo e filosofia da
linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. [Trad.
Michel Lahud e Yara F. Vieira]. 11. ed. São Paulo: Hucitec, 2004.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
COSTA-HÜBES, T.C. Orientação teórica. In: AMOP. Sequência Didática: uma
proposta para o ensino da língua portuguesa nas séries iniciais.. Cascavel: Amop,
2007a. Caderno Pedagógico 1