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https://www.youtube.com/watch?v=9en98BKVCWE
https://www.youtube.com/watch?v=1rWtZ8ypKBs
O jornalismo recorre então a vários processos de conotação para impor um
significado falso à imagem fotográfica sendo que é precisamente nessa mesma falsidade
que o próprio jornalismo se constrói e produz a si mesmo, servindo como camuflagem a
uma série interminável de jogos políticos, de poder, de interesse, de divergências culturais,
politicas, religiosas e que não resultam em nada mais do que nelas próprias e em
clonagens delas próprias: ilusões - coisas falsas que remetem para si mesmo como
verdadeiras.
O noticiário deixa de informar as multidões e passa a entreter, a noticia deixa de ser
informativa, deixa de ser ela mesma - noticia, informação, conhecimento - e passa a ser
outra coisa... Que nem se percebe bem o quê - e é precisamente neste “não perceber”
(neste “desconhecido”, nesta alienação) que ela opera e se constrói.
Como consequência, acaba por se questionar a veracidade do próprio jornalismo -
Será que isto ou aquilo realmente aconteceu? Será que é a fonte do jornal que mente?
Será que é o próprio jornal que mente? Será que as estátuas foram realmente destruídas
ou não? Mas então para que serviu todo aquela encenação por parte dos extremistas?
Porque não passaram os jornais a informação de que as estátuas eram falsas? - e o
cidadão trabalhador (mortal) comum acaba por se confundir perante toda a informação e
contra-informação com que é bombardeado. A notícia passa a funcionar a partir de uma
espécie de política ou técnica empresarial - a polémica - e a estabelecer-se como um
programa de alienação do ser perante o que o rodeia.
A notícia transforma-se então a ela própria num produto consumível fabricado a
partir de alienações e falsidades, estas que se constroem a partir das técnicas de conotação
e produção de imagem, sendo esta (a imagem), por sua vez, apropriada pela imprensa
devido ao seu carácter factual e documental, devido à sua origem na aproximação e
analogia à realidade...
Referências:
Barthes, Roland (1977) ‘The Photographic Mesage.’ In Image, Music, Text. tradução por Stephen Heath.
Londres: Fontana Press. ISBN 0-00-686135-0 [Consult. 2015-03-28]. Disponível em <URL:
http://dss-edit.com/prof-anon/sound/library/Barthes__Roland_-_Image_Music_Text.pdf
Outras Curiosidades:
http://www.msn.com/en-us/news/world/the-mosul-museum-video-from-islamic-state-could-be-a-staged-dra
ma/ar-BBi4Ybe