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Florianópolis
2014
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor
através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da
UFSC.
Schmitz, Filipe
Desenvolvimento e validação experimental de um padrão de
intercomparação para verificação de bancadas de ensaio de
eficiência energética de compressores de refrigeração na
indústria / Filipe Schmitz ; orientador, Rodolfo César
Costa Flesch - Florianópolis, SC, 2014.
137 p.
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa
Catarina, Centro Tecnológico. Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Mecânica.
Inclui referências
1. Engenharia Mecânica. 2. Engenharia Mecânica. 3.
Metrologia e Instrumentação. 4. Refrigeração. I. Flesch,
Rodolfo César Costa. II. Universidade Federal de Santa
Catarina. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica.
III. Título.
Filipe Schmitz
________________________
Prof. Armando Albertazzi de Gonçalves Jr., Dr. Eng.
Coordenador do Curso
Banca Examinadora:
________________________
Prof. Rodolfo César Costa Flesch, Dr. Eng. (Presidente)
Orientador
________________________
Prof. Marco Antônio Martins Cavaco, Ph. D. (UFSC)
________________________
Cesar Alberto Penz, Dr. Eng. (UFSC)
________________________
Diogo Lôndero da Silva, Dr. Eng.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO ................................................................................. 25
3.1 DIFICULDADES........................................................................ 59
3.1.1 Incerteza de medição ........................................................... 59
3.1.2 Controle das variáveis ......................................................... 67
3.1 ARQUITETURA ........................................................................ 70
3.1.1 Compressor ......................................................................... 70
3.1.2 Circuito mecânico ............................................................... 74
3.1.3 Separador de óleo ............................................................... 75
3.1.4 Medição das pressões de sucção e descarga ....................... 76
3.1.5 Medidor de vazão mássica .................................................. 78
3.1.6 Medição de temperatura de sucção ..................................... 81
3.1.7 Medição da temperatura da carcaça do compressor............ 87
4 RESULTADOS ................................................................................. 89
1 INTRODUÇÃO
(1)
1.1 OBJETIVOS
2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS
(2)
Sendo:
ØO = capacidade de refrigeração do compressor em teste [W];
qmf = vazão mássica de fluido refrigerante [kg/s];
Vga = volume específico do vapor de refrigerante entrando no
compressor durante o ensaio [m³/kg];
Vgl = volume específico do vapor de refrigerante entrando no
compressor nas condições estabelecidas para o ensaio [m³/kg];
hg1 = entalpia específica do vapor de refrigerante entrando no
compressor nas condições estabelecidas para o ensaio, conforme mostrado
na figura 3 [J/kg];
hf1 = entalpia específica do refrigerante no estado líquido saturado
referente à pressão de descarga do compressor nas condições estabelecidas
para o ensaio, conforme mostrado na figura 3 [J/kg].
Uma ressalva deve ser feita para que não haja confusão entre a
34
tabela termodinâmica.
4. Atuador para controlar a pressão de descarga, que pode ser
uma válvula ou condensador. O controle dessa variável é
fundamental para garantir que a condição de ensaio seja
reproduzida. Para um mesmo compressor, diferentes
valores de pressão de descarga irão resultar em diferentes
resultados de capacidade de refrigeração, visto que essa
variação altera a condição de trabalho do compressor.
5. Medidor de vazão mássica, que pode estar instalado na
linha de sucção, intermediária (entre a linha de descarga e
sucção) ou descarga. Além disso, a medição pode ser feita
de modo direto ou indireto, dependendo do método
escolhido.
6. Atuador para controlar a pressão de sucção. Assim como
ocorre com a pressão de descarga, a pressão de sucção é
definida através da saturação para a temperatura de
evaporação da condição do ensaio. O controle pode ser
realizado por uma válvula ou tubo capilar. Apesar de haver
compensação da diferença de volume específico para o
fluido que retorna ao compressor, é fundamental que o
compressor trabalhe na condição de carga mais próxima
possível da condição ideal de trabalho.
7. Transmissores para medição da temperatura e pressão da
linha de sucção. É necessário conhecer as duas grandezas
para a linha de sucção, visto que a temperatura e a pressão
irão definir a massa específica do fluido aspirado pelo
compressor e diferentes valores dessas variáveis irão
resultar em diferentes valores de capacidade de
refrigeração.
Com a bancada descrita acima é possível estabelecer as condições
de ensaio para atender a equação (2). Falta apenas definir o método para
medição da vazão mássica. Essa variável pode ser determinada através de
nove métodos diferentes, direta ou indiretamente.
Esses nove métodos definidos pela ISO 917 (ISO, 1989) são
listados abaixo:
método A – método de calorímetro com fluido secundário;
método B – método de calorímetro inundado;
método C – método de calorímetro a seco;
método D1 – método de medição de vazão de refrigerante
na linha de sucção, na fase vapor;
36
Fonte: Autor.
(3)
Sendo:
qmf = vazão mássica de fluido refrigerante [kg/s];
Øi = potência entregue ao resistor dentro do calorímetro [W];
F = fator de perda do calorímetro [W/K];
Ta = temperatura do ambiente no qual o calorímetro está
posicionado [K];
Ts = temperatura interna ao calorímetro [K];
hg2 = entalpia específica do fluido refrigerante no estado de vapor
saturado na saída do calorímetro [J/kg];
hf2 = entalpia específica do fluido refrigerante no estado líquido na
entrada do calorímetro [J/kg].
38
(4)
Sendo:
F = fator de perda do calorímetro [W/K];
q = calor entregue ao calorímetro [W];
Ta = temperatura do ambiente no qual o calorímetro está
posicionado [K];
Ts = temperatura interna ao calorímetro [K];
(5)
Sendo:
Øo = capacidade de refrigeração do compressor em teste [W];
qν = vazão volumétrica da mistura de refrigerante líquido e óleo
[m³/s];
Vga = volume específico do vapor de refrigerante entrando no
compressor, durante o ensaio [m³/kg];
Vgl = volume específico do vapor de refrigerante entrando no
compressor nas condições estabelecidas para o ensaio [m³/kg];
ρ = massa específica do refrigerante correspondente à pressão e
temperatura na qual a vazão é medida [kg/m³];
= título, em massa, de óleo contido na mistura refrigerante-óleo
[adimensional];
hg1 = entalpia específica do vapor de refrigerante entrando no
compressor nas condições estabelecidas para o ensaio [J/kg];
hf1 = entalpia específica do refrigerante no estado líquido saturado
referente à pressão de descarga do compressor nas condições estabelecidas
para o ensaio [J/kg];
μ = volume específico do óleo [m³/kg];
= calor específico do óleo [J/kg K];
tf = temperatura de saturação correspondente à pressão de descarga
do compressor [ºC];
tg = temperatura de sucção do compressor [ºC].
41
1
LBP (low back pressure = baixa pressão de retorno): condição de operação na
qual a temperatura de evaporação é inferior a -5 °C.
48
(6)
Sendo:
Øo = capacidade de refrigeração do compressor em teste [W];
qmf = vazão mássica de fluido refrigerante [kg/s];
hg1 = entalpia específica do vapor de refrigerante entrando no
compressor nas condições estabelecidas para o ensaio [J/kg];
hf1 = entalpia específica do refrigerante no estado líquido saturado
referente à pressão de descarga do compressor nas condições estabelecidas
para o ensaio [J/kg].
(7)
Sendo:
= vazão mássica [kg/s];
ρ = massa específica [kg/m³];
= vazão volumétrica [m³/s].
50
(8)
Sendo:
= vazão volumétrica [m³/s].
= rendimento volumétrico [adimensional];
V = volume do cilindro [m³];
= frequência de deslocamento [Hz].
(1800 a 4500) rpm, ou, de forma equivalente, (20 a 75) Hz, e mantendo
constantes as condições de pressão e temperatura, a vazão mássica variou
de (1,7 a 3,1) kg/h, com pequeno tempo de acomodação entre cada degrau e
baixa variação dentro do período constante da frequência rotacional.
3.1 DIFICULDADES
Fonte: Autor.
Figura 16 - Diferença entre as medições de vazão mássica com a incerteza de
medição para 2,5 kg/h.
dispersão nos resultados, figura 19, é visto que de (92 a 103) Hz o desvio
padrão é maior do que 0,3 kg/h e que o valor médio de vazão em algumas
frequências também é alterado.
Figura 19 - Medidor de vazão mássica excitado de (40 a 120) Hz.
medição.
Figura 20 - Variação de vazão mássica devido ao uso de fonte de alimentação
chaveada.
0,08
0,06
Vazão mássica [kg/h]
0,04
0,02
0,00
-0,02
-0,04
-0,06
0 100 200 300 400 500 600 700 800
Tempo [s]
0,002
35 0,001
0,000
25 -0,001
-0,002
15 -0,003
00:00:00 04:00:00 08:00:00 12:00:00 16:00:00 20:00:00 24:00:00
Tempo [h]
Temperatura fluido refrigerante Vazão mássica
de teste.
3.1 ARQUITETURA
Depois de conhecer algumas dificuldades e pontos de atenção
necessários na execução do projeto, é importante definir a arquitetura
mecânica e equipamentos a serem utilizados no padrão de capacidade.
Em sua proposta inicial, o padrão de capacidade utilizou um
compressor com velocidade variável para controle da vazão mássica e o
medidor de vazão mássica foi instalado na linha intermediária do circuito
(MARTINS, 2009). Entretanto, algumas alterações são propostas para
melhor adequação da bancada para uso no ambiente industrial.
3.1.1 Compressor
A primeira mudança proposta é a troca do compressor com
capacidade de refrigeração variável (VCC) por um compressor
convencional. Como consequência, fixa-se a frequência de operação e a
capacidade de refrigeração. Essa mudança deve-se ao fato de o compressor
de capacidade variável possuir maior variação no consumo de energia em
caso de oscilação na tensão de alimentação. Dessa forma, apesar de ser
possível variar a capacidade de refrigeração, o resultado de eficiência seria
negativamente impactado, visto que, o consumo energético (denominador
da expressão de eficiência) poderia sofrer grandes oscilações.
No trabalho realizado por Moser (2014) foi avaliado o impacto da
alimentação no consumo energético de compressores de capacidade de
refrigeração variável. Com a realização de testes, foi possível identificar
que a amplitude de 2 V na tensão de alimentação do compressor ocasiona
variação de quase 10 W no consumo energético, conforme mostrado na
figura 27.
Dados o comportamento mostrado acima e o fato de alguns painéis
de avaliação de eficiência utilizados no laboratório onde a bancada de testes
será validada não possuírem fonte de alimentação com tensão estável e
71
2
Labview (Laboratory Virtual Instrument Engineering Workbench) é uma
plataforma de programação gráfica amplamente utilizada no meio industrial para as
mais diferentes aplicações (NATIONAL INSTRUMENTS, 2014).
73
Fonte: Autor.
Figura 29 - Verificação da massa do compressor antes do teste.
Fonte: Autor.
3
Zeramento: procedimento para corrigir erros sistemáticos e definir novo valor de
zero para o medidor de vazão mássica. Esse processo é altamente influenciado pela
estabilidade de zero, que é incerteza de medição oriunda da limitação da eletrônica
em medir pequenos valores de vazão mássica durante o processo de zeramento. O
valor varia de acordo com as características construtivas e da eletrônica aplicada em
cada equipamento (LIPTÁK, 1993).
76
(9)
No qual:
up : incerteza padrão de medição de pressão [bar];
Fe : fundo de escala [bar].
(10)
(12)
Fonte: Autor.
4
Estabilidade de zero: incerteza de medição oriunda da limitação da eletrônica em
medir pequenos valores de vazão mássica durante o processo de zeramento. O valor
varia de acordo com as características construtivas e da eletrônica aplicada em cada
equipamento (LIPTÁK, 1993).
80
(13)
(14)
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
(15)
(16)
(17)
(18)
(19)
Fonte: Autor.
Tabela 2 - Correlação entre temperatura e tensão gerada pelo termopar.
Temperatura [ºC] Tensão [µV] Diferença de tensão em
relação a 25 ºC [µV]
24,76 982,25 9,72
25,00 991,97 0,00
25,24 1001,70 9,73
Fonte: Autor.
(20)
(21)
(22)
86
(23)
O valor de temperatura medida (Tj1) será na ordem de 40 ºC e a
temperatura de referência será de 25 ºC, portanto, para um termopar do tipo
T a tensão medida (Vm) será 0,62 x 10-3 V. O fundo de escala (Fe) para
medição dessa tensão é de 0,1 V.
Com os valores apresentados acima, o valor de incerteza da
medição de tensão (uV) calculado com a equação (20) é de ± 2,33 µV. A
incerteza expandida considerando infinitos graus de liberdade e intervalo de
confiança de 95% é de ± 4,66 µV.
Para o cálculo da incerteza de medição final, os valores de
incerteza de medição da temperatura de referência e da tensão foram
somados, resultando em ± 14,35 µV. Deve-se notar que essa abordagem é
bastante conservadora, pois considera o pior caso de correlação entre as
grandezas. Na prática, o mais comum seria realizar uma composição das
incertezas pela raiz quadrada da soma dos quadrados, considerando que não
existe correlação entre elas.
Esse valor de incerteza de medição em tensão deve ser convertido
para temperatura, para assim encontrar a incerteza de medição da
temperatura medida com o termopar. O primeiro passo é a conversão da
temperatura de 40 ºC para tensão considerando a temperatura de referência
como 0 ºC. Esse valor de tensão é de 1611,79 µV.
O cálculo da incerteza de medição é realizado somando e
subtraindo a incerteza expandida calculada para o processo de medição de
tensão. Após isso, o valor de tensão é convertido para temperatura para
avaliar a incerteza em temperatura, conforme mostrado na figura 36.
Os valores de tensão e temperatura são mostrados na tabela 3.
Conforme os valores mostrados, a incerteza expandida de medição é de
± 0,34 ºC sem considerar a incerteza de medição do termopar.
Ao combinar a incerteza de medição do termopar, ± 0,5 ºC com a
incerteza de medição da cadeia de medição apresentada acima ± 0,34 °C,
mostrado na equação (22), tem-se que a incerteza de medição de
temperatura expandida considerando um intervalo de confiança de 95% é
de ± 0,7 °C.
Esse valor de incerteza é quase a metade do valor encontrado
considerando o método tradicional para medição de temperatura com uso de
termopar, que é de ± 1,3 °C.
Com a incerteza de medição apresentada acima, o impacto no valor
de capacidade de refrigeração é de 0,25%, metade do valor encontrado ao
utilizar apenas o termopar para realizar a medição de temperatura
87
Fonte: Autor.
(24)
do tipo T.
O termopar é fixo à carcaça do compressor com o uso de uma fita
de alumínio. Essa fita é colada de tal forma que não será necessário trocá-la
durante os testes para não alterar o ponto de medição e, com isso, perder a
referência do valor de temperatura. O processo de fixação do termopar à
carcaça pode ser visto na Figura 37.
A incerteza de medição, já apresentado na seção 3.1.6, dada pela
equação (15) é de ± 1,3 ºC.
Para essa variável, apesar de utilizar termopar para medição, é
possível a aplicação de um transdutor tipo Pt100 para medição da
temperatura, visto que, não há a mesma dificuldade em relação à sucção
que teve o transdutor inserido diretamente na tubulação.
Fonte: Autor.
89
4 RESULTADOS
4.1 CALIBRAÇÃO
A primeira análise necessária para a validação do padrão de
capacidade é a calibração dos equipamentos utilizados no experimento.
Para assegurar que todos os equipamentos de medição estão medindo de
forma adequada e dentro das especificações de catálogo, serão apresentados
os resultados de calibração dos transdutores envolvidos no processo. Foram
realizadas as calibrações de temperatura e vazão mássica, além de
analisados os certificados de calibração dos transmissores de pressão, que
se encontravam válidos.
Fonte: Autor.
Tabela 4 - Incerteza de medição do padrão de temperatura.
Variável Incerteza de medição
Transdutor ± 0,15 ºC
Sistema de aquisição ± 0,08 ºC
Incerteza combinada ± 0,23 ºC
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
5
Mass flow cuttoff : parâmetro configurável que determina o mínimo valor de
vazão mássica que deve ser medido pelo transdutor. Valores de vazão abaixo desse
valor são indicados como zero e não são consideradas no totalizador
(MICROMOTION, 1998).
6
Damping factor : constante de tempo (τ) de um filtro de primeira ordem pelo qual
passam as medições antes de serem disponibilizadas pelo medidor. Com o
parâmetro ajustado para o valor zero, o filtro é eliminado (MICROMOTION,
1998).
97
medida na balança para 2,5 kg/h e até 0,75% para vazão de 4 kg/h,
conforme indica a figura 42, na qual cada ponto representa um valor da
calibração.
Figura 42 - Diferença de massa entre medidor de vazão mássica e da balança.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Figura 44 - Comparação da calibração com e sem o uso da tampa sobre o recipiente
de água.
Fonte: Autor.
com o recipiente com a tampa, o valor médio fica muito próximo a zero,
como pode ser visto na figura 45.
Figura 45 - Diferença entre balança e medidor de vazão mássica corrigindo erro de
zero.
Fonte: Autor.
painel;
6. ligar o compressor e os controladores de pressão e
temperatura do painel de avaliação de eficiência;
7. iniciar a medição das variáveis no painel de avaliação de
eficiência e no padrão de capacidade;
8. aguardar a conclusão do ensaio, segundo os critérios
definidos em norma e apresentados na seção 2.2.4;
9. desligar o compressor e todo o sistema de medição do
padrão de capacidade;
10. retirar o compressor do painel.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Na figura 32 é mostrado que a incerteza de medição para vazão
mássica em torno de 1 kg/h é de ± 0,35% se eliminada a componente de
deriva térmica. Porém, se não eliminada essa parcela, a incerteza atinge
valores de ± 1% devido à diferença de temperatura entre o zeramento e a
operação.
Antes de iniciar os testes para avaliar o impacto da variação da
temperatura na medição de vazão mássica, foi avaliado o zero dos
medidores para garantir que a medição está correta à temperatura ambiente.
Pode-se afirmar que os medidores medem corretamente na temperatura
ambiente considerando os valores médios de vazão mássica apresentados na
tabela 17.
Tabela 17 - Medição de vazão mássica para avaliar erro de zero dos medidores.
Medidor de Vazão mássica
vazão mássica [kg/h]
P02 − 0,0008
Padrão + 0,0006
Fonte: Autor.
112
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Já no P01, também foram realizadas apenas duas medições, porém,
com elevada dispersão entre a medição de vazão mássica do padrão e do
painel.
Para o P03, 7 das 8 medições ficaram dentro de um intervalo de
0,6% de diferença entre elas e com um erro sistemático de também 0,6%
em relação ao medidor do padrão. Apenas uma das medições ficou fora do
intervalo descrito acima, sendo que não foi encontrado o motivo pelo qual
isso ocorreu.
Ao analisar os resultados de P02, é observada uma dispersão de
1,3% entre as medições, porém, com erro sistemático muito próximo de
zero ao comparar a média das medições com o medidor do padrão de
capacidade.
Dada à incerteza de medição apresentada na seção 3.1.5, era
esperada uma menor dispersão entre os medidores, diferentemente do que
foi encontrado na prática.
Ao avaliar a medição da vazão mássica, aplicando o mesmo filtro
aos dois medidores, durante um teste é possível observar que possuem o
mesmo comportamento dinâmico, conforme mostrado na figura 61.
124
Fonte: Autor.
menor vazão quando comparado ao painel P03. Entretanto, não justifica por
que o painel P04 mede menor valor de vazão em relação ao painel P03,
sendo que, a condição de pressão de sucção para ambos é a mesma.
Tabela 27 - Comparativo das medições da pressão de descarga entre painéis e
setpoint em relação ao padrão de capacidade.
Análise P01 P02 P03 P04
Diferença entre painel e
− 0,085 − 0,088 − 0,085 − 0,068
padrão [bar]
Diferença entre setpoint e
+ 0,117 + 0,088 + 0,079 + 0,066
padrão [°C]
Fonte: Autor.
(25)
128
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1 CONCLUSÕES
Este trabalho focou no desenvolvimento do conceito de um sistema
que possa servir de padrão de intercomparação de painéis para avaliação de
eficiência energética e que possa ser aplicado na indústria de compressores
herméticos de refrigeração.
Atualmente, há aplicado na indústria um conceito de
intercomparação com o uso de um compressor tradicional. Entretanto,
apesar de auxiliar na comparação entre painéis, a informação obtida por
esse método carece de mais detalhes que possam indicar uma possível fonte
de desvio, tal como a medição de temperatura, pressão ou vazão mássica.
Além disso, a referência é perdida quando o compressor tido como padrão
falha, além de o valor de capacidade de refrigeração sofrer variações com o
tempo em função de desgastes em seus componentes.
Para aumentar a robustez do processo de intercomparação, foi
proposto um novo conceito de padrão de capacidade de refrigeração, com
base no conceito atualmente empregado na indústria e em propostas já
avaliadas na literatura. Para atender tal necessidade, foram realizadas as
especificações da arquitetura do sistema, de componentes de medição, tais
como transdutores de pressão, temperatura e vazão mássica, e foram
definidos procedimentos de uso. Adicionalmente, foi realizada a avaliação
de incerteza de medição das cadeias presentes no conceito de padrão
proposto, considerando o impacto que as incertezas de medição possuem
sobre o processo de medição de capacidade de refrigeração. Entre todas as
cadeias de medição, a de temperatura de sucção, que utiliza termopar
devido à necessidade de inserção do transdutor no passador de sucção, e a
de vazão mássica, principalmente devido à parcela de deriva térmica, são as
que apresentam maior impacto sobre a capacidade de refrigeração.
Com a definição dos equipamentos de medição, foi realizada a
construção da bancada do padrão de capacidade, buscando eliminar pontos
que possam ocasionar falhas no processo de análise, tais como vazamentos
através dos conectores. Além disso, foi considerada a segurança dos
equipamentos através de procedimentos como fixar os transdutores de
pressão em um local seguro onde não estejam sujeitos a choques
mecânicos.
Apesar de já conhecidas as características metrológicas dos
equipamentos, foi realizada a calibração dos mesmos para garantir a correta
análise dos resultados. Durante esse processo, a calibração de vazão
130
apresentou desvios acima dos limites esperados. Parte desse desvio foi
causada pelo procedimento de execução da calibração, que foi aperfeiçoado
no trabalho. Entretanto, a maior parcela do desvio da calibração foi devido
ao zeramento do medidor. Após o zeramento ter sido realizado de forma
correta, com o tempo especificado neste trabalho, os valores medidos
ficaram de acordo com a incerteza de medição do medidor de vazão
mássica e da balança, equipamento utilizado como referência para o
processo de calibração de vazão.
Apesar das análises e medições realizadas ao longo do trabalho
para identificar a fonte causadora de desvios de medição da vazão mássica,
ainda há algumas dúvidas a respeito do processo de medição. A principal
delas é não conhecer exatamente o impacto da deriva térmica para um dos
medidores utilizados, e, por isso, não realizar o zeramento do medidor na
temperatura de operação.
Os resultados gerados com o padrão de capacidade aplicado em
quatro diferentes painéis de avaliação de eficiência e mostram que é
possível sua utilização. Foram realizadas as comparações dos resultados de
todas as variáveis medidas: pressões de sucção e descarga, temperaturas de
sucção e carcaça, além da vazão mássica. Os testes mostraram que passou a
ser mais fácil identificar não apenas desvios nos painéis de ensaio, como a
origem desses desvios. Além disso, o sistema passou a ser imune à
degradação ou quebra do compressor de referência, pois a responsabilidade
pela arbitração do valor da capacidade de refrigeração passou a ser do
transdutor de vazão mássica empregado no padrão de capacidade e não
mais do compressor.
A proposta de padrão de intercomparação desenvolvida e
apresentada ao longo do trabalho mostrou-se uma solução mais eficaz e
robusta para o processo de análise dos painéis de avaliação de eficiência
comparada ao uso de um compressor convencional. O conceito do painel é
viável para sua aplicação na rotina de ensaios do laboratório. Porém,
necessita ainda melhorias na parte estrutural, mecânica e elétrica, para
converter o protótipo utilizado no trabalho para um padrão de
intercomparação para aplicação na indústria.
A aplicação desse padrão de intercomparação fornecerá respostas
mais rápidas para o time de manutenção dos painéis de avaliação de
eficiência. Atualmente, quando encontrado um desvio de medição em um
dos painéis, há uma extensa lista de análises a serem realizadas. Com as
medições pressões, temperaturas e vazão mássica através do padrão de
capacidade, essas variáveis, que possuem forte influência no resultado,
estarão disponíveis aos técnicos rapidamente e as ações para correção do
desvio serão mais rápidas.
131
REFERÊNCIAS
ABNT. NBR 11947: Compressores de refrigeração - Métodos de ensaio.
Rio de Janeiro. 1979.
ABNT. NBR 15826 - Compressores para refrigeração - Métodos de
ensaio. Rio de Janeiro. 2010.
ABNT. NBR 15828 - Compressores para refrigeração - Apresentação
dos dados de desempenho. Rio de Janeiro. 2010.
AGILENT. Agilent 34970A Data Acquisition/Switch Unit Family, 2012.
Disponivel em: <http://cp.literature.agilent.com/litweb/pdf/5965-
5290EN.pdf>. Acesso em: 05 ago. 2014.
AGILENT TECHNOLOGIES. Practical Temperature Measurements.
Loveland. 2000.
ARANTES, W. F.; ORLANDO, A. F.; AIBE, V. Y. Metrological
evaluation of the interlaboratorial comparison of the ultrasonic flowmeter
calibration. Brazilian Congress of Thermal Engineering and Sciences,
2008.
ARI. Performance rating of positive displacement refrigerant
compressors and compressors unit. Arlington. 2004.
ARNEMANN, M. Energy efficiency of refrigeration systems.
International Refrigeration and Air Conditioning Conference at Purdue.
West Lafayette: [s.n.]. 2012. p. 10.
ASHRAE. ANSI/ASHRAE 23: Methods of Testing for Rating Positive
Displacement Refrigerant Compressors and Condensing Units. Atlanta.
2005.
ASHRAE. 2010 ASHRAE handbook: refrigeration. Atlanta: ASHRAE,
2010.
BAKER, R. C. An introductory guide to flow measurement. New York:
ASME - American Society of Mechanical Engineers, 2003.
BANSAL, P.; VINEYARD, E.; ABDELAZIZ, O. Advances in household
appliances - A review. Applied Thermal Engineering, 26 jul. 2011.
BARBOSA, F. Q. Redução das incertezas nas medições de grandezas
elétricas em uma bancada de ensaios de desempenho de compressores.
Dissertação de Mestrado - Programa de Pós-graduação em Metrologia
134