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Pneumonia adquirida na comunidade em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
TE-5 e Suporte às Agências
Pneumonia adquirida na comunidade em crianças e adolescentes
INTRODUÇÃO
Os principais fatores de risco para pneumonia são desnutrição, baixa idade e co-morbidades.
Outros fatores como baixo peso ao nascer, permanência em creches e escolas, ausência de
aleitamento materno, vacinação incompleta, variáveis sócio-econômicas e ambientais contribuem para a
morbimortalidade. A vacinação contra Haemophilus influenzae tipo B e Streptococcus pneumoniae
reduziu muito a incidência de pneumonias.(2, 3)
OBJETIVO
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Pneumonia adquirida na comunidade em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
Aperfeiçoar o uso de antibióticos no tratamento da pneumonia adquirida na comunidade.
APLICABILIDADE
Crianças e adolescentes com idade inferior a 16 anos de idade, com pneumonia adquirida na
comunidade.
População excluída
Pacientes com idade superior a 16 anos.
Pacientes com imunodeficiência primária ou secundária ou doença pulmonar crônica.
Pacientes com internação por mais de 48hs, nos últimos 15 dias.
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Tabela 1: Agentes etiológicos das pneumonias da infância adquiridas na comunidade(2, 3)
Faixa Etária Etiologia
DIRETRIZ
Febre ou hipotermia.
Sintomas respiratórios como tosse seca ou produtiva e coriza são comuns, mas podem ser
menos exuberantes.
Inapetência, irritabilidade, letargia e gemência.
Diretoria Espécie Especialidade Status
PRATICA MEDICA ASSISTENCIAL MEDICO Aprovado
Código Legado Código do Documento Versão Data Criação Data Revisão
DI.ASS.11.3 3 06/07/2013 16/08/2017
Elaborador Revisor Parecerista Aprovado por Data Aprovação
Elda Maria Stafuzza Eduardo Juan Troster Adriana Vada 16/08/2017
Gonçalves Pires Souza Ferreira |
Adalberto Stape
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Taquipneia (sinal muito sensível) e/ou dispneia.(2, 3)
Deve-se ter cuidado especial na avaliação pediátrica nesta faixa etária, pois a semiologia pulmonar
pode ser pobre.
Evolução inicial semelhante a resfriado ou gripe (tosse seca ou produtiva, febre e coriza). A
exacerbação dos sintomas, a manutenção da febre por período superior a 48-72 horas e a
associação de dispneia, prostração e palidez sugerem complicação bacteriana. Menos
frequentemente pode ocorrer dor ou distensão abdominal e vômitos.
Sinais clássicos da semiologia de condensação pulmonar (que podem estar ausentes):
o submacicez à percussão.
o crepitações, diminuição de murmúrios vesiculares, “respiração soprosa”.
o broncofonia aumentada.(2,3)
Diagnóstico Radiológico:
A radiografia simples do tórax é extremamente útil ao diagnóstico, mas o padrão radiológico não
define a etiologia da pneumonia. Deve ser evitada no contexto de doenças tipicamente virais ou que
cursam com sibilância, pois induz a erros diagnósticos com frequência.
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Lavado broncoalveolar.
Biópsia pulmonar a céu aberto.(2, 3, 5)
Tratamento ambulatorial
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A amoxicilina é o antibiótico de primeira escolha para as crianças tratadas ambulatorialmente
porque é eficaz contra a maioria dos patógenos e bem tolerada (Fluxograma 1). A dose habitual é a de
50mg/kg/dia, dividida em 3 doses diárias, para manutenção de nível sérico acima do MIC do
pneumococo por pelo menos 40-50% do intervalo entre as doses. Uma dose alternativa é a de
90mg/kg/dia, dividida em 2 doses diárias. A mesma pode ser suspensa após 3 a 5 dias da resolução
dos sintomas. Não é recomendado o controle radiológico para pacientes que evoluíram bem com o
tratamento ambulatorial.(2, 3, 6, 7) Se a criança permanecer febril após 72h de tratamento ou
apresentar piora clínica, deve ser reavaliada clínica e radiologicamente, para se afastar alguma
complicação. Na ausência de complicações, o antibiótico deve ser trocado, de acordo com a idade.
Para menores de 2 anos as opções são amoxicilina e clavulanato e cefalosporinas de 2a ou 3a geração.
Para os maiores de 2 anos, a claritromicina ou azitromicina, bem como a amoxicilina/clavulanato ou as
cefalosporinas de 2a ou 3a gerações são opções adequadas. As crianças com evidência de complicação
devem ser internadas e a escolha do antibiótico revista.(2, 3, 7)
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Fluxograma 1: Tratamento ambulatorial das pneumonias da infância (2, 3, 6, 7)
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Algumas situações requerem abordagem específica, como as apresentadas no quadro abaixo.(2, 3)
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Imunodeficiência primária ou secundária.
Complicações.
Derrame pleural.
Abscesso pulmonar.
Pneumatocele.
Pneumotórax.(2, 3)
Tratamento hospitalar
Para tratamento intravenoso, a penicilina cristalina na dose de 200.000U/kg/dia é o antibiótico de
primeira escolha (Fluxograma 2). Como alternativas, pode-se empregar a ampicilina 200 mg/kg/dia ou a
amoxicilina/clavulanato 75 mg/kg/dia. Se a criança permanecer febril após 72h de tratamento ou
apresentar piora clínica, deve ser reavaliada clínica e radiologicamente para afastar alguma
complicação.
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Fluxograma 2: Tratamento hospitalar da pneumonia na infância (2, 3, 6, 7)
Highlights
A radiografia de tórax é extremamente útil ao diagnóstico, mas o padrão radiológico não define a
etiologia da pneumonia.
Nenhum exame laboratorial deve ser solicitado para crianças com tratamento ambulatorial.
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A pesquisa do agente etiológico deve ser feita para todos os pacientes que necessitem admissão
hospitalar. Ela pode incluir:
Se a criança permanecer com febre após 72hs do tratamento ou apresentar piora clínica, deve ser
revista clinica e radiologicamente, para afastar a presença de complicações.
Nota: Estas recomendações resultaram da revisão crítica da literatura e de práticas atuais, e não tem a
intenção de impor padrões de conduta, mas ser um instrumento na prática clínica diária. O médico,
frente ao seu paciente (inclusive considerando as opiniões deste), deve fazer o julgamento a respeito da
decisão de tratamento ou das prioridades de qualquer procedimento.
MEDIDA DE QUALIDADE
Ausência de retorno com internação nas primeiras 24hs de tratamento ambulatorial da criança com
pneumonia.
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ELABORAÇÃO DESTE DOCUMENTO
Autores: Fábio Pereira Muchão, Luiz Vicente Ribeiro Ferreira Silva Filho, Alfredo Elias Gilio.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. UNICEF (United Nations Children’s Fund). The state of theworld’s children 2014 in numbers. Every
child counts. Revealing disparities,advancing children’s rights. New York: UNICEF 2014.
Disponível em: www.unicef.org/brazil.
2. Diretrizes brasileiras para tratamento das pneumonias adquiridas no hospital e das associadas à
ventilação mecânica e Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade empediatria.
Jornal Bras Pneumo 2007; 33: Supl. 1S.
3. Harris M; Clark J; Coote N; Fletcher P; Harnden A; McKean M; Thomson A. Britis Thoracic Society
guidelines for the manegemennt of community aquired pneumonia in children: update 2011.
Thorax. 2011; 66 Suppl 2: ii1-23
4. Jain S, Finelli L, Team CES. Community-acquired pneumonia among U.S. children. N Engl J Med.
2015;372(22):2167-8.
5. Flood RG, Badik J, Aronoff SC. The utility of serum C-reactive protein in differentiating bacterial
from nonbacterial pneumonia in children: a meta-analysis of 1230 children. Pediatr Infect Dis J.
2008;27(2):95-9.
6. Yoshioka CR, Martinez MB, Brandileone MC, Ragazzi SB, Guerra ML, Santos SR, et al. Analysis
of invasive pneumonia-causing strains of Streptococcus pneumoniae: serotypes and antimicrobial
susceptibility. J Pediatr (Rio J). 2011;87(1):70-5.
7. Cardoso MR, Nascimento-Carvalho CM, Ferrero F, Berezin EN, Ruvinsky R, Camargos PA, et al.
Penicillin-resistant pneumococcus and risk of treatment failure in pneumonia. Arch Dis Child.
2008;93(3):221-5.
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ANEXOS
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