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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
SUMÁRIO
1.0 DEFINIÇÃO-----------------------------------------------------------------------------------4
2.0) PASSOS A SEREM OBSERVADOS EM UM PROCESSO DE AVALIAÇÃO
PSICOLÓGICA------------------------------------------------------------------------------------5
3.0) DIMENSÕES DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA----------------5
4.0) PRINCIPAIS TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA----------------------7
4.1) Observação----------------------------------------------------------------------------------------------8
4.2) Testes Psicológicos-----------------------------------------------------------------------------------10
4.2.1) Origem dos Testes psicológicos-------------------------------------------------------------------10
4.2.2) Classificação----------------------------------------------------------------------------------------14
4.2.3) Tipos de Testes Psicológicos----------------------------------------------------------------------14
4.2.4) Na Resolução CFP 03/2002foram definidos os requisitos mínimos que os testes precisam
apresentar para serem aprovados pelo Conselho------------------------------------------------------18
4.2.5) Resumidamente, os requisitos fundamentais para que um teste possa ser considerado um
bom instrumento de avaliação são-----------------------------------------------------------------------18
4.2.6) Os 12 Pecados Mortais do Uso de Testes Psicológico----------------------------------------19
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Disciplina: Avaliação Psicológica & Psicodiagnóstico
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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
1.0 DEFINIÇÃO:
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3.3 A dimensão ética deve sempre direcionar qualquer trabalho, especialmente este que
tratamos. Falamos aqui de respeito ao semelhante, à sua dor, às obrigações de causar o
menor dano possível com a nossa intervenção e à sustentação dos resultados, mesmo
que havendo pressões de todos os tipos (pais, chefias e outros). Também gostaria de
ressaltar a obrigatoriedade de fazer entrevistas de devolução, premissa esta muito
esquecida pelos psicólogos, e que pode servir como um momento muito especial de
crescimento para o nosso cliente, se bem realizada e levando em conta todas as
dimensões citadas.
3.4 A dimensão legal tem sido amplamente questionada: o Estado tem o direito de
investigar a vida de um cidadão que pretende ter um emprego ou uma Carteira Nacional
de Habilitação? Que conseqüências legais a interdição de um membro de uma
determinada família trará para o mesmo? Qual o valor legal do uso de técnicas
desatualizadas, não adaptadas à população brasileira?
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4.1) Observação
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�Atenção
�Senso percepção
�Consciência
�Orientação
�Memória
�Pensamento
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�Linguagem
�Afetividade
�Conduta
�Aparência geral:
Visão
Audição
Movimento corporal
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que os sentidos tenham de diferentes, maior o campo em que podem agir no nosso
julgamento de inteligência (p.8).
A contribuição de Galton para psicometria ocorreu em três áreas: Criação de
testes antropométricos para medida de discriminação sensorial (barras para medir a
percepção de comprimento); Apito para percepção de altura do tom; Criação de escalas
de atitudes (escala de pontos, questionários e associação livre2); Desenvolvimento e
simplificação de métodos estatísticos (método da análise quantitativa dos dados
coletados).
A Década de Cattell: 1890. Influenciado por Galton, James M. Cattell
(psicólogo americano) desenvolveu medidas das diferenças individuais, o que resultou
na criação da terminologia Mental Test (teste mental). Elaborou em Leipzig sua tese
sobre diferenças no Tempo de Reação. Este consiste em registrar os minutos decorridos
entre a apresentação de um estímulo ou ordem para começar a tarefa, e a primeira
resposta emitida pelo examinando. Cattell seguiu as idéias de Galton, dando ênfase às
medidas sensoriais, porque elas permitiam uma maior precisão.
A Década de Binet: 1900. Seus interesses se voltavam para avaliação das
aptidões mais nas áreas acadêmica e da saúde. Alfred Binet e Henri fizeram uma série
de crítica aos testes até então utilizadas, afirmando que eram medidas exclusivamente
sensoriais que, embora permitisse maior precisão, não tinham relação importante com as
funções intelectuais. Seu conteúdo intelectual fazia somente referências às habilidades
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4.2.2) Classificação
Testes com respostas corretas: Funcionamento cognitivo, conhecimento,
habilidades ou capacidades;
Testes nos quais não há respostas corretas: Inventários, questionários,
levantamentos, testes de personalidade, motivações, preferências, atitudes, interesses,
opiniões, reações características.
TESTES PSICOMÉTRICOS
Os testes psicométricos se baseiam na teoria da medida e, mais especificamente,
na psicometria, usam números para descrever os fenômenos psicológicos, enquanto os
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TESTES/TÉCNICAS PROJETIVOS(AS)
Os testes impressionistas requerem respostas livres, sua apuração é ambígua,
sujeita aos vieses de interpretação do avaliador. O psicólogo impressionista trabalha
com tarefas pouco ou nada estruturadas, a apuração das respostas deixa margem para
interpretações subjetivas do próprio avaliador, e os resultados são totalmente
dependentes da sua percepção, dos seus critérios de entendimento e bom senso.
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coletivos. Ao utilizar apenas itens escritos, e respostas simples que são registradas nas
folhas de respostas, isso facilita o exame e o papel do examinador é bastante
simplificado, uma vez que elimina a necessidade da relação direta com o examinando.
Em contraste com o treinamento intensivo e a experiência exigida para aplicar
os testes individuais, a exemplo do Rorschach (teste projetivo de personalidade).
A maioria dos testes coletivos exige somente a habilidade de ler as instruções simples
para os examinandos e manter o tempo exato. Dão mais uniformidade de condições,
uma vez que difere dos individuais, tanto na forma de disposição dos itens quanto na
característica de recorrer a itens de múltipla escolha, e a aferição dos seus resultados,
geralmente, é mais objetiva. Embora os testes coletivos tenham muitos aspectos
desejáveis, porém carece de uma função indispensável, que é a oportunidade do
examinador estabelecer relação com o examinando para obter sua cooperação e manter
o seu interesse.
Do contrário da aplicação dos testes coletivos, os individuais são quase
inevitáveis às observações complementares do comportamento do sujeito, a exemplo de
identificar as causas da má realização em determinados itens, ou de qualquer
indisposição momentânea, fadiga, angústia, etc., que possa interferir na sua realização, o
que é pouco ou nunca identificado no exame coletivo.
O tipo de resposta mais utilizada em testes psicométricos, praticamente em sua
totalidade é a escrita, a saber, lápis-e-papel. A grande vantagem desta técnica é que os
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�Fundamentação teórica;
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4. Dispensar a entrevista.
5. Adaptar os testes de acordo com a sua vontade: alterar tempos,instrumentos, não
observando a padronização.
6. Não pedir ao candidato para assinar o teste.
7. Não registrar todas as informações pertinentes ao caso.
8. Aceitar remuneração incompatível com a sua prática.
9. Não esclarecer a respeito da Avaliação Psicológica ao cliente e ao usuário do serviço.
10. Não fazer entrevistas de devolução.
11. Não se aperfeiçoar em reciclagens, cursos, supervisões e congressos.
12. Não guardar os materiais por cinco anos.
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História familiar
História escolar
História e dados profissionais
História e indicadores de saúde/doença
Aspectos da conduta social
Visão e valores associados a temática investigada
Características pessoais
Expectativas de futuro
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falar livremente sobre o assunto, mas quando este se desvia do tema original o
entrevistador deve se esforçar para sua retomada;
Entrevista por Pautas (semi-estruturada ou semidirigida) – Apresenta
certo grau de estruturação, já que se guia por uma relação de pontos de interesses que o
entrevistador vai explorando ao longo do seu curso. As pautas devem ser ordenadas e
guardar certa relação entre si. O entrevistador faz poucas perguntas diretas e deixa o
entrevistado falar livremente à medida que se refere às pautas assimiladas. Quando este,
por ventura, se afasta, o entrevistador intervém de maneira sutil, para preservar a
espontaneidade da entrevista;
Entrevista Estruturada (fechada) – Desenvolve-se a partir de uma relação
fixa de perguntas, cuja ordem e redação permanecem invariável para todos os
entrevistados, que geralmente são em grande número. Por possibilitar o tratamento
quantitativo dos dados, este tipo de entrevista torna-se o mais adequado para o
desenvolvimento de levantamentos sociais.
Quanto à finalidade:
Diagnóstica : Visa estabelecer o diagnóstico e o prognóstico do paciente,
bem como as indicações terapêuticas adequadas. Assim, faz-se necessário uma coleta de
dados sobre a história do paciente e sua motivação para o tratamento. Quase sempre, a
entrevista diagnóstica é parte de um processo mais amplo de avaliação clínica que inclui
testagem psicológica;
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e conduzir a situação de maneira “menos estruturada”. Sua atenção não está no aqui e
no agora, ela atende a uma dinâmica de causa-efeito na qual sub-mensagens poderão
dificultar a comunicação;
Antropológico: Abrange a relação ambiente-organismo na compreensão
da comunicação. Qualquer dado será considerado, mas, nem sempre, é possível dizer
em que momento ele está e onde será utilizado. Esse tipo de entrevista parece mais
complexo, assim sendo, exige mais prática do entrevistador para analisar as
informações.
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- Deve-se evitar o uso de jargão técnico (expressões própria da ciência circulante entre
os profissionais da área, em outras palavras “gíria profissional”), e iniciar por sintoma
ligado diretamente à queixa principal;
- A entrevista de devolução deve encerrar com a indicação terapêutica.
Quanto a estratégias específicas em entrevista
Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-III-R – Manual:
Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais, 3ª ed.
revisada”(SCID),desenvolvida durante a década de 80, tem sido largamente utilizada,
mostrando-se um instrumento útil para o aprimoramento da confiabilidade do
diagnóstico psiquiátrico.A ampla utilização da SCID provavelmente se deve a algumas
características do instrumento que facilitam sua aplicação. ASCID inicia-se por uma
seção de revisão geral, que segue o roteiro de uma entrevista clínica não-estruturada,
conduzida por um profissional experiente. Em seguida, é dividida em módulos que
correspondem às categorias diagnósticas maiores.Os critérios diagnósticos estão
presentes no próprio corpo do instrumento, facilitando a elaboração do diagnóstico
conforme a entrevista progride. Há também a possibilidade de que questões
remanescentes sejam ignoradas, caso critérios essenciais para o diagnóstico não sejam
preenchidos (skip-out), o que permite o descarte rápido de diagnósticos irrelevantes.
Entrevista motivacional:
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De acordo com Rollnick e Miller (22), entrevista motivacional (EM) é 'um estilo
de aconselhamento diretivo, centrado no cliente, que visa estimular a mudança do
comportamento, ajudando os clientes a explorar e resolver sua ambivalência'. A EM
engloba técnicas de várias abordagens, tais como psicoterapias breves, 'terapia centrada
no cliente', terapia cognitiva, terapia sistêmica e até a psicologia social de persuasão.
Neste sentido, a EM envolve componentes diretivos e não diretivos.
Uma sessão de EM é bem parecida com uma sessão de terapia centrada no cliente,
aquela desenvolvida por C. Rogers. Nessa abordagem, o papel do terapeuta é não
diretivo, isto é, ao invés de propor soluções ou sugestões para o cliente, oferece
condições de crítica que propiciem ao cliente o espaço para uma mudança natural: tenta-
se buscar as razões para mudança no cliente ao invés de impor ou tentar persuadi-lo
sobre a mudança. Em essência, a EM orienta os pacientes a convencerem a si próprios
sobre a mudança necessária .
Entrevista lúdica:
Freqüentemente com crianças com menos de 10 anos utiliza-se
entrevistas lúdicas (com jogos ou brinquedos). As entrevistas com jogos ou brinquedos
podem ser parcialmente estruturadas ou não-estruturadas. Essas entrevistas geralmente
têm como início o modo totalmente não-estruturado, pois a criança faz uso livre dos
materiais, o terapeuta de forma gradativa realiza perguntas sobre a problemática ou
questões referentes. Estas perguntas podem ser relacionadas ou não com o brinquedo
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embora estas ocorram quando a criança está em relação com ele, mas a criança deve
estar à vontade para responder quando estiver ocupada com atividades mais agradáveis.
As crianças variam na quantidade e tipo de verbalização durante as sessões de
brinquedo ou jogo. Seu discurso pode estar focado no brinquedo ou em outros tópicos.
A idéia fundamental no uso de entrevistas lúdicas é a de que as crianças irão projetar
suas questões-chaves no conteúdo do brinquedo e na maneira com que utilizam o
material; as crianças geralmente usam o brinquedo para controlar suas preocupações.
Elas podem, indiretamente, revelar medos, fontes de raiva, preocupações
sexuais, culpa e conflito com os pais através do brinquedo. Através da observação do
brinquedo é possível avaliar a inteligência, criatividade, espontaneidade, defesas,
habilidades percepto-motoras, processos de pensamento, organização, percepção de si
próprio e dos outros e a natureza dos processos de interação. O brincar com a criança
pode oferecer informações acerca de atitudes em relação a regras, modo de lidar com a
vitória e a derrota, impulsividade, comportamentos dependentes e independentes,
disposição para ser ensinada, estilos de aprendizagens, comportamento de expor-se a
riscos, modo de iniciar uma interação e atitudes em relação à competição.
Os desenhos são considerados uma fonte rica de informações, pois há muitas
crianças que desenham espontaneamente durante a entrevista enquanto que outras só
quando solicitadas. Outra técnica muito utilizada é o uso da fantasia que pode ser
empregada no relato verbal de estórias fictícias, "onde a criança descreve os sentimentos
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6.1.2) Sua estrutura deve ser em papel timbrado ou carimbo com nome/sobrenome e
CRP contendo:
Registro do nome e sobrenome do solicitante
Finalidade do documento
Registro das informações solicitadas
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Motivo do pedido
6.3.2) Descrição da Demanda:
6.3.3) Procedimento:
Apresentação dos recursos e instrumentos técnicos utilizados para coletar as
informações à luz do referencial técnico- filosófico que os embasa.
6.3.4) Análise:
Exposição descritiva de forma metódica, objetiva e fiel dos dados colhidos e das
situações vividas relacionadas à demanda em sua complexidade;
Na análise deve ser apenas relatado o que for necessário para o esclarecimento
do encaminhamento ou da conclusão.
6.3.5) Conclusão:
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6.4) Parecer
Parecer é um documento fundamentado e resumido sobre uma questão focal do
campo psicológico, cujo resulta- do pode ser indicado ou conclusivo. Sua finalidade é
apresentar uma resposta esclarecedora a uma questão-problema. É, dessa forma, a
resposta a uma consulta exige, de quem responde, competência no assunto. O psicólogo
parecerista deve fazer a análise do problema apresentado e opinar a respeito. Caso
hajam quesitos, deve respondê-los de forma sintética e convincente.
6.4.1) Sua estrutura deve ser:
Identificação:
Nome do parecerista e sua titulação
Nome do autor da solicitação e sua titulação
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Análise:
Análise minuciosa da questão explanada e argumentada com base nos
fundamentos necessários existentes.
Conclusão:
Apresentação do posicionamento do profissional, respondendo a questão
levantada.
Deve-se acrescentar, ao fim, local, data de emissão e identificação do psicólogo
(nome, sobrenome e CRP), bem como sua assinatura.
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QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS
Disciplina: Avaliação Psicológica
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PSICODIAGNÓSTICO
SUMÁRIO
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QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS
Disciplina: Avaliação Psicológica
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PSICODIAGNÓSTICO
1.1)História
Surge ancorado no modelo médico derivado da psicologia clínica, introduzida por D.
Witmer (1896) e criada sob a tradição da psicologia acadêmica e da tradição médica. Sua
paternidade é atribuída a Galton (introduziu o estudo das diferenças individuais), Cattell
(criador dos primeiros testes mentais), Binet (propôs utilização do exame psicológico como
coadjuvante da avaliação pedagógica. No modelo médico, o cliente era considerado como
objeto e tudo que não tivesse a ver com a aplicação do teste “afetava” o trabalho. Continua
ligado ao modelo médico até o início do século passado ganhando força com o
desenvolvimento da psicometria, da biologia e da divisão dos transtornos psiquiátricos em
orgânicos e funcionais (ênfase nas classificações nosológicas).
Com a difusão da psicanálise, busca nela a sua identidade, transferindo a dinâmica do
processo psicanalítico para o processo do psicodiagnóstico, aproximando mais do cliente, e
supervalorizando a técnica da entrevista, e gastando tempo prolongado.
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QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS
Disciplina: Avaliação Psicológica
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QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS
Disciplina: Avaliação Psicológica
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1- Identificação do paciente.
2- Motivo da consulta
( Pergunta do paciente ou do profissional que encaminhou Pergunta em termos
psicológicos)
Anamnese
Hipóteses / Objetivos / Bateria de testes
4-Síntese diagnóstica.
3.1) O contato
O contato consiste no telefonema do paciente (ou responsável) requerendo os nossos
serviços ou no pedido do profissional. Cada situação irá variar em função de que é o
contratante. Quando o pedido do diagnóstico for realizado por outro profissional é preciso
tomar cuidado para não interferir na relação transferencial que o paciente já tem com o seu
terapeuta, os resultados são passados para o mesmo que nos fez o pedido e a devolução
também ocorre pelo terapeuta, no momento em que este achar necessário.
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QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS
Disciplina: Avaliação Psicológica
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Existe sempre uma pré-história do estudo de caso. Entre o momento em que surgem os
sinais e os sintomas1 e a procura de ajuda, um grande espaço de tempo pode ter passado, que
irá influenciar no relato da queixa e aumentar o grau de ansiedade do sujeito. Isso acontece
porque um sintoma é considerado como tal quando ultrapassa o grau de normalidade e é
difícil para um sujeito que vive em constante conflito e ajustamento determinar quando esse
limite foi ultrapassado. Nesse processo de tentar ajustar-se aos sintomas como algo que não
necessita de ajuda, os próprios sintomas são alterados pelas tentativas do sujeito de
enfretamento e criação de defesas.
É preciso ter em mente que esta história prévia também sobrecarrega
emocionalmente o paciente, influenciando na interação clínica.
Por isso, o psicólogo deve conhecer as circunstâncias que precederam o contato
e dar uma significação adequada aos sintomas. Para tanto, o primeiro passo é identificar quem
é o verdadeiro paciente da consulta. Esta questão talvez não se resolva até o fim do processo,
mas é muito importante estar buscando entender se a pessoa é trazida sem assumir a procura,
ou se é trazida, mas o problema está no grupo familiar, enfim, aonde realmente se encontra a
patologia. Isto é importante também para determinar a disposição do paciente frente ao
processo de avaliação, o que, de qualquer maneira, precisa ser observado a cada momento do
processo para garantir que há motivação suficiente para obter dados fidedignos.
Inicialmente também é preciso esclarecer os motivos da consulta (o motivo latente e o
motivo manifesto)2, as defesas envolvidas, as fantasias de doença e cura e a construção da
história do indivíduo.
Tendo em mente todos esses esclarecimentos, é preciso investigar a história da sua
família e as possíveis defesas e fantasias da mesma em relação ao processo do paciente.
Em torno da história do sintoma, se entrelaça a história do paciente e de sua família,
principalmente a história das versões de cada um sobre o sintoma. Todo sintoma expressa
algo dentro do contexto familiar, afinal o sintoma se desenvolve com o outro e para o outro.
1
Sinais: Comportamentos observáveis.
É uma diferenciação oriunda da medicina, que se torna vaga para a compreensão global de um processo tão
complexo quanto a psicopatologia.
2
O real motivo de uma consulta ou sintoma é um conflito inconsciente, o qual o indivíduo desconhece e só terá
acesso ao longo do processo, conforme seu vínculo com o terapeuta permitir vencer as resistências.
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QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS
Disciplina: Avaliação Psicológica
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Desde o primeiro contato já podemos encontrar indícios da trama que familiar que envolve o
sintoma do paciente, principalmente pela forma que é realizada o contato inicial e pelo
processo de transferência que cada envolvido desperta em nós.
Sendo a sintomatologia aquilo que é trazido como o motivo da consulta, é preciso
primeiramente esclarecer o que realmente ocorre. Primeiramente, um mesmo conflito pode
estar sendo visto como diferentes sintomas por cada pessoa envolvida com o paciente. Sob
um mesmo centro de um problema latente, cada parte interessada ( pais, paciente,
responsáveis) pode estar preocupada com apenas um aspecto do problema ou pode estar
projetando condições pessoais sobre o problema. Sob uma sintomatologia ampla, é preciso
integrar as diversas imagens do caso e sintetizar os diferentes motivos manifestos da consulta
em um real motivo latente.
Além de investigar o “como” a condição do paciente preocupa cada um envolvido, é
preciso investigar por que o sintoma só veio preocupar agora. Quanto maior o tempo
transcorrido entre a consulta e o aparecimento do sintoma, maior a indicação de que existe um
outro motivo latente responsável por desencadear a procura por ajuda. Algo que tenha
provocado uma ruptura no equilíbrio que até então encobria o conflito. Este motivo latente
desencadeante também precisa ser descoberto.
È preciso saber distinguir entre sintomas que são reações que fazem parte da etapa de
desenvolvimento em que o paciente se encontra, os que são causados pela família, os que são
momentos de crise evolutiva e regressões, para depois encontrar as patologias. Isso quer dizer
que nem sempre elas existem. Muitas vezes pode estar ocorrendo uma incapacidade de lidar
com momentos que fazem parte do desenvolvimento normal de uma pessoa.
Além dos vários motivos aparentes há também uma fantasia de doença e de cura que
se expressa em cada envolvido no caso e no próprio paciente. Essa fantasia também está
presente no psicólogo que realiza o psicodiagnóstico. Estas fantasias precisam ser trabalhadas
para possibilitar uma intervenção real no conflito do paciente, uma mudança que vá de
encontro ao real problema e transforme o indivíduo dentro de suas possibilidades, solução
esta que nem sempre corresponde ao que se espera como “cura” e que ainda enfrenta a
resistência de tocar no real conflito que causa os sintomas.
Cada sintoma tem uma dimensão fenomenológica (delimita a situação desencadeante,
se refere a circunstância que causou a busca de ajuda), expressa um contexto familiar, tem um
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QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS
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aspecto dinâmico e traz um benefício secundário. Cada uma destas dimensões deverá ser
trabalhada para se chegar ao motivo latente que levou à consulta.
Antes de iniciar o psicodiagnóstico o psicólogo deve esclarecer ao paciente que há
aspectos inconscientes por trás de sua procura, para que o paciente não ache que está ali por
curiosidade, por problemas corriqueiros, enfim, por motivações aparentes, pois isso poderá
refletir negativamente no momento da devolução. O que o paciente diz ser o motivo de sua
consulta será o motivo menos ansiogênico e mais tolerável. Os verdadeiros motivos irão ser
descobertos ao longo do processo, conforme a gradação e apropriação pela consciência do
paciente, e quando surgirem devem ser discutidos abertamente. O psicólogo pode intuir qual
seria o motivo inconsciente, mas este não irá aflorar no início do processo, já que é fonte de
angústia e permanece afastado da consciência.
Então, como chegar a esse motivo inconsciente? Cabe ao psicólogo aproximar-se sem
exaltar as defesas do paciente, através de uma postura de paciência, humildade e cuidado. É
preciso criar um espaço e o silêncio necessário para que o indivíduo possa se revelar e o
psicólogo possa, então, observar e escutar. Observação e escuta, esta é a base para o trabalho
do psicólogo. O paciente estará comunicando seu conflito por todas as formas de linguagem –
verbal, corporal, comportamentos – e cabe ao psicólogo apreender o que está sendo dito e
tomar atenção aos aspectos confusos e incoerentes do discurso.
Uma vez que seja possível trabalhar as fantasias e se revele o conflito isto ajudará em
um diagnóstico assertivo, já que a não alteração de uma situação de ilusões pode deslocar o
conflito e comprometer a investigação, dificultar a devolutiva e até mesmo contaminar o
parecer técnico do psicólogo, que pode entrar em aliança com a patologia do caso. Nesse
caso, a indicação terapêutica pode ser ineficiente.
Sabemos que não é possível obrigar o paciente a fazer um “insight” fora do seu
“timing”. Inclusive, quando o pedido foi feito por um terapeuta, os motivos são repassados
somente a esse profissional, que irá falar sobre isso com o paciente quando os motivos
inconscientes aflorarem em seu próprio tratamento. Porém, de qualquer maneira, é trabalho do
psicólogo é se aproximar ao máximo do motivo latente, colhendo maiores informações
principalmente através da entrevista. O profissional tem de estar consciente do motivo mesmo
que o paciente ainda não o esteja, pois ele irá determinar os objetivos do psicodiagnóstico
além de indicar a capacidade de vinculação e envolvimento do paciente no processo.
3.2) Interação clínica
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QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS
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QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS
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Porém, se não nos atentarmos com o fenômeno em nós mesmos, podemos ficar
dependentes do afeto do paciente, adotar uma postura exibicionista, competir, superproteger
ou agredir o paciente, enfim, agir cegamente sob as mobilizações singulares que cada caso
nos desperta. É preciso perceber esses sentimentos, usá-los, mas não deixar que eles atuem no
processo diagnóstico. A atitude que adotamos no processo influencia na produtividade do
paciente.
Percebe-se que a posição do psicólogo é de extrema responsabilidade e,
portanto, muita pressão é colocada sobre ele pelos outros e por si mesmo. Podemos reagir a
isso com muita ansiedade, com prepotência e até mesmo colocando no paciente uma
exigência fantasiosa de que ele irá fornecer todos os dados de que precisa e corresponder à
sua expectativa de funcionar num papel idealizado de paciente colaborador. Dentre algumas
das posturas equivocadas do psicólogo, algumas parecem ser constantes em qualquer caso:
- Voyeurista: aquele que examina o interior dos pacientes, mas se mantém preservado.
- Autocrático: aquele que salienta o poder sobre o paciente.
- Oracular: aquele que age como se tudo soubesse.
- Santificado: aquele que assume o papel de salvador do paciente.
Também a postura do paciente oscila entre sensações de superexposição, perda
de controle, perigo, ambivalência e regressão, dentre tantas. São duas pessoas em um vínculo
que mobiliza ambos, que entrelaça dois psiquismos. Cuidado e respeito para com ambos
envolvidos nessa situação é a chave para um bom proveito da interação clínica.
3.3) A entrevista
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Essa estruturação entra na questão do enquadramento , já discorrido anteriormente.
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modelos para a criança. Sendo assim, se torna de extrema importância saber onde está a
origem da doença antes de atribuir ao paciente em quadro diagnóstico, principalmente se este
for grave.
A entrevista familiar também pode ser muito útil para a devolutiva, ao fim do
psicodiagnóstico. Isso porque, na entrevista com o grupo familiar, vários comportamentos
tanto do paciente quanto de seus familiares são expostos e podem servir de base para a
devolutiva. As evidências do material de estudo do psicólogo só são “evidentes” para ele,
afinal, os pais não participam da avaliação. Porém, tomar os comportamentos do momento em
que os pais estavam presentes, para usá-los como exemplos das conclusões obtidas durante o
diagnóstico, é uma boa forma de facilitar a aceitação na devolutiva e colocar os pais em uma
posição de auto-reflexão.
Isso é muito importante para que a família aceite a indicação da terapêutica que será
sugerida e, mesmo antes disso, para que o psicólogo escolha a terapia mais adequada. A
entrevista familiar deixa claro quando um tratamento individual não resolverá o problema.
Muitas vezes, a dinâmica familiar não está aberta para mudanças e uma terapia individual vai
ser usada para colocar a culpa da doença no paciente e o insucesso da mudança no terapeuta,
além de que, a terapia desestrutura as defesas que o paciente desenvolveu para viver no meio
patológico de sua família e isto pode deixá-lo excessivamente vulnerável e angustiado.
Também pode ocorrer que a melhora do paciente traga descompensação de outro membro da
família, o que, no caso dos pais, pode desestruturar todo o grupo. Todo sintoma traz um
benefício secundário no cenário familiar e, ao menos que ele seja trabalhado, não provocará
mudanças mais do que resistências.
A entrevista descortina essa incapacidade do grupo que pode, muitas vezes, ser o
reflexo de dificuldades dos pais: quando uma crise evolutiva do filho corresponde a uma etapa
que foi aflitiva para os pais em sua própria experiência, estes não conseguirão apoiá-lo, ou
mesmo, irão impedir que ele a supere. Por isso mesmo a necessidade de conhecer os motivos
latentes de cada caso, para não se desviar o real problema para várias outras soluções
encobridoras. É papel real dos pais transmitirem conhecimento e estabelecer limites, ajudando
a criança a entender a diferença entre fantasia e realidade e isso é conseguido quando os pais
se colocam no lugar do filho para responder-lhes as dúvidas, sem deixar o papel de adulto.
Esta capacidade de regredir e retornar da regressão para a condição de adultos é o que pode
faltar para muitos pais, devido às experiências de cada um.
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Mas, como observar todas essas informações na entrevista familiar? O olhar para a
família parte do pressuposto de que vários papéis organizam a trama familiar. Antes de tudo, é
preciso observar se estes papéis estão presentes e bem delimitados ou se estão invertidos e
confusos. Se há flexibilidade no exercício destes papéis. É preciso determinar quem exerce a
liderança no grupo familiar e investigar se esta pessoa poderá se aliar ao terapeuta e se está
disposta a colaborar, o que muitas vezes não é uma opção e sim uma condição, caso o
progenitor tenha fixações (não elaborações) em seu desenvolvimento que coincidem com o
problema do paciente. A família precisa demonstrar a capacidade de assumir a
responsabilidade do problema ao invés de depositar a doença sob um membro.
Em uma família, há “mitos familiares encobertos pela rotina do funcionamento
familiar”, que são crenças sistematizadas e compartilhadas por todos os membros em relação
aos seus papéis e as relações entre estes. É preciso descobrir quais são as identificações, as
crenças sobre o que é “ser” cada papel, além da expectativa sobre o que se espera como
qualidade e como defeito em cada membro. Além disso, o psicólogo observa os
comportamentos que daí deriva e que são acordos que encobrem a complexidade das relações
em troca de uma homeostase. Além disso, esses mitos abrigam as fantasias de doença e de
cura da família. Desvendar esses mitos é parte do trabalho proporcionado pela entrevista
familiar.
Após todos estes aspectos importantes da escolha por uma entrevista familiar, vale
ressaltar que ela não é recomendada quando não houver uma abertura mínima por parte dos
pais ou quando ela causará uma angústia extrema ao paciente em questão, prejudicando o
vínculo terapêutico.
Como um modelo de entrevista familiar, podemos destacar alguns passos:
- Selecionar um local para a entrevista e uma caixa contendo material lúdico coerente
com o número de pessoas, a idade e sexo dos integrantes e a tarefa lúdica que será proposta.
- Delimitar o número de sessões, que não devem se estender demais sem devoluções.
- Comparecimento de todos os membros da família, ou, pelo menos, do casal com o
paciente.
- Cumprimentar cada um pelo nome e pedir que manipulem em grupo o conteúdo de
uma caixa, indicando que estará observando e que a família é livre para pedir a sua
interferência.
- Registrar o momento por notas de maneira a não constranger o grupo.
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diminuídos), mas este só será um problema se sua intensidade for desproporcional às suas
causas e/ou persistir além da vigência normal dos efeitos das causas. Ou seja, o psicólogo
deve ter a sensibilidade para separar o situacional do patológico e isso pode ser feito
considerando-se a história do sujeito, seu momento no desenvolvimento e seu contexto social,
cultural e familiar (importante lembrar que cada família determina um limite para o que é
normal e que um comportamento pode ser um sintoma em uma família e não em outra, além
de poder nem ser clinicamente significante).
Quanto a uma variação qualitativa, ela se refere a um comportamento ou experiência
subjetiva que foge ao esperado. Porém, é preciso lembrar que uma manifestação em um
contexto cultural pode ser considerada estranha enquanto é considerada normal em outro
contexto. Isso nos lembra do caráter ideológico da noção de saúde e doença que permeia o
campo da psicopatologia, as quais não podem ignorar. Não podemos nos julgar neutros em
nossas análises e agir de forma etnocêntrica. Para valores de diagnóstico é comumente um
sintoma aquilo que é mais compelido por elementos interiores do que da realidade, que é
praticamente ignorada. E vale lembrar que um único sintoma não tem valor diagnóstico em si.
As questões devem ser claras e funcionais. Muitas perguntas podem ser levantadas,
mas algumas serão complementares enquanto outras serão centrais, representando a demanda
proposta para o trabalho. Isso quer dizer que, além das hipóteses, deve-se organizar o
processo psicodiagnóstico em objetivos.
Os objetivos derivam das questões propostas, sendo estas mais ou menos
complexas, norteiam um exame que responda às mesmas, definindo assim o objetivo do
exame. Por exemplo, se a pergunta é qual o nível intelectual de um sujeito, o objetivo do
exame seria simplesmente avaliar seu QI (o que não é aconselhável, já que é um entendimento
muito restrito do indivíduo). Mas o objetivo não é só isso, ele também é delimitado de acordo
com as necessidades de quem solicitou o psicodiagnóstico. E o objetivo enquadra esse
processo até o fim, até mesmo em seu nível de inferência e informações a serem passadas na
devolutiva.
Dentre os objetivos mais comuns estão:
- Classificação simples: comparação do resultado do sujeito em testes com a amostra
dos mesmos.
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saber qual o tipo de exame adequado para chegar às conclusões e consequentemente prever o
tempo necessário para realizá-lo. O contrato terá como função formalizar com o paciente ou
responsável os termos em que o processo psicodiagnóstico vai se desenvolver,,definindo
papéis, obrigações ,direitos e responsabilidades mútuas.
Deve haver certo grau de flexibilidade no contrato de trabalho, pois ele pode sofrer
mudanças. Vale ressaltar que se o psicólogo concluir aplicar mais um teste para uma maior
credibilidade para as avaliações e essa possibilidade não for pautada no momento do contrato,
recomenda-se comunicar ao paciente e evitar qualquer ônus a ele.
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psicodinâmicas,mas ele pode não ter condições de pressupor isso(...)” (CUNHA, 2000,
p.111.)
Entretanto, para avaliar o grau ansiolítico não se deve levar em conta somente a
característica dos testes, mas também do paciente. Algumas técnicas projetivas podem ser ou
não ansiolíticas para determinados pacientes. Um paciente pode enfrentar bem um material
pouco estruturado, porque diminui a consciência do que poderia ser uma resposta “certa” ou
“errada”.
Não só a questão da ansiedade deve ser levada em conta na organização da
administração de testes na bateria. O tempo de administração de cada instrumento e a
possibilidade ou não do mesmo ser interrompido para ser concluído na próxima sessão,
também devem ser levados em conta.Mesmo tendo estabelecido o plano de avaliação com
cuidado é preciso revisar certas particularidades referentes aos instrumentos e às
características do paciente. É importante também que o psicólogo seja familiarizado com o
instrumento.
Não basta somente conhecer as instruções, mas deve haver intimidade com o
material.dever haver conhecimento com a maneira de conduzir o inquérito, com as normas de
atribuição de escores(se for o caso), com a forma adequada de registro das respostas e com
perguntas e dificuldades que podem surgir durante a administração.
Outro aspecto importante é organizar o material que pretende utilizar, de maneira que fique
acessível e com manejo facilitado. Utilizar cronômetro e outros materiais necessários (
borracha, papel em branco, lápis, etc ).O psicólogo deve ter clareza das hipóteses que
sustentam a aplicação dos teste, para ficar atento aos que os dados têm a fornecer.
Após essas considerações, é imprescindível o estabelecimento de um bom rapport
para iniciar a administração de testes e técnicas. Ou seja, estabelecimento de um clima de
segurança, acolhimento e entendimento, para assegurar o desempenho adequado dos testes, e
para um controle maior das variáveis para obtenção de amostras variadas de comportamentos
que permitam uma maior precisão diagnóstica. Esse momento do rapport consiste em o
profissional respaldar o (s) paciente(s), examinando(s), trazê-lo(s) para o princípio da
realidade, e se fazer agente de motivação e solicitude.
Em um outro ambiente, que não seja o consultório, como hospitais ou escola, torna-se
mais difícil manter condições ideais, principalmente evitar ruídos e interrupções. Nesse caso
convém o psicólogo tomar providências para evitar, ao máximo, as interferências. Quanto
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preciso lembrar que todos os dados partem do geral, mas a análise dos mesmos deve ser
singular, situacional. Se enquadrar em uma mesma categoria nosológica não quer dizer que
todos os sujeitos descritos como tendo o mesmo transtorno são semelhantes em algum grau
importante.
Os dados recolhidos em todo o processo psicodiagnóstico são: resultados de
testes, informações sobre o quadro sintomático e história clínica do paciente, histórico pessoal
do paciente e acervo de observações do comportamento do sujeito durante todo o processo. O
psicólogo observa o comportamento do paciente desde o contato inicial até o último dia, e,
ainda, na devolutiva – o que pode confirmar hipóteses e levantar novas hipóteses. Essa
observação atenta principalmente para a maneira como o paciente responde aos testes e à
situação transferencial. Ao final, essas observações funcionarão como uma amostra do
comportamento do paciente capaz de descrevê-lo.
Quanto ao histórico, agora ele servirá de base para a interpretação dos dados,
guiando o psicólogo na atribuição de significado às respostas e escores dos testes levando em
consideração as características singulares e sócio-culturais do indivíduo. É importante que o
histórico ajude a interpretar a partir do que o paciente apresentou no processo e não que leve a
uma busca de confirmação de dados situacionais ou históricos através dos testes.
Para a análise e seleção dos dados, que serão muitos e sobre diferentes aspectos
do indivíduo, serão usadas as hipóteses e os objetivos. As hipóteses serão os critérios para a
seleção e analise de dados, indicando que respostas devem ser buscadas para confirmar ou não
as perguntas iniciais. Os objetivos do processo psicodiagnóstico fornecerão um
enquadramento para a integração dos dados, que deverão ser organizados sob a presença de
indícios de compatibilidade e intervalidação, além de serem hierarquizados em termos de
importância.
Os dados analisados não são os dados puros, mas resultados tratados e
significados de acordo com sua especificidade. É importante sempre lembra, quando se
trabalha com resultado de testes, que estes se referem à uma média estatística tomada através
de uma determinada população e que, portanto, se refere à padrões de normalidade que estão
dentro de certas categorias. Ao passo que trabalham com classificação e probabilidades, não
se pode perder a dimensão singular do paciente. Vale lembrar que não se pode analisar um
dado sem ter total entendimento do que ele significa perante seu respectivo teste,
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3.9)Diagnóstico e prognóstico
Toda a inferência objetiva chegar a uma hipótese diagnóstica. É importante a palavra
“hipótese” porque nos lembra de que ela pode ser refutada a qualquer momento, mesmo na
devolutiva, se tratando de algo que precisa de constante validação com novos dados. Além do
mais, todo diagnóstico é um retrato do momento do paciente, que não deve ser encarado como
uma “verdade” determinista sobre o indivíduo, válida para toda a sua vida. Aí está o desafio
no momento de classificar o caso em uma categoria nosológica.
A determinação diagnóstica advoga que é necessário que o paciente apresente
um certo número de sintomas, durante um certo período de tempo, para ser tratado
classificado em algo diagnóstico. É preciso lembrar que um sintoma isolado não tem valor
diagnóstico em si e pode estar presente em diversos transtornos, o que faz do sintoma em si
inespecífico.
Os transtornos são definidos como padrões comportamentais ou psicológicos,
que causam sofrimento, incapacitação ou perda de liberdade, oriundos de uma disfunção
biológica, psicológica ou comportamental. Isso quer dizer que manifestações sancionadas pela
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cada situação. Ao aplicar um teste, não só os resultados obtidos se tornam informações sobre
o sujeito, mas a maneira a qual ele se relaciona com o material e com o psicólogo em cada
aplicação de teste ou técnica. A maneira pela qual o indivíduo se relaciona, mostra a natureza
de sua relação transferencial, que poderá ser confirmada pelo histórico e conteúdo das
respostas. E não só os testes, mas o próprio psicólogo se tornará uma fonte de dados ao ser
usado como objeto depositário de desejo do paciente, ao mesmo tempo em que surge nele
sentimentos em relação ao paciente. Uma boa observação dos aspectos da transferência
fornece um diagnóstico mais coerente e poderá prever o comportamento futuro do paciente
perante cada passo do psicodiagnóstico – o que ajuda a organizar a bateria de testes – e num
futuro tratamento psicoterápico.
Quanto ao prognóstico, no processo de diagnóstico o psicólogo elenca déficits
e funções preservadas, analisa a história do paciente, coleta o prognóstico oferecido por
alguns testes e considera a sintomatologia da categoria nosológica do caso. Tudo isso e uma
compreensão do paciente possibilitam fazer predições sobre o curso provável do transtorno e
indicar a intervenção terapêutica mais adequada, respondendo às perguntas e objetivos iniciais
do psicodiagnóstico.
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psicólogo.Sem contar que dependendo da situação, pode acarretar também danos para o
paciente. Dessa forma é necessário que o psicólogo tenha o papel de observador participante
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REFERÊNCIAS:
ALMEIDA, L.S. & PRIMI, R. (1998). Baterias de Provas de Raciocínio - BPR-5. São Paulo:
Casa do Psicólogo.
ARZENO, Maria Esther Garcia. Psicodiagnóstico clínico: novas contribuições. trad. Beatriz
Afonso Neves. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
Buck, J. N. (2003). H-T-P: Casa – Árvore – Pessoa. Técnica Projetiva de Desenho: Manual e
Guia de Interpretação. (1ª ed.). São Paulo: Vetor.
CUNHA, Jurema Alcides (2000). Psicodiagnóstico V. 5º ed. Porto Alegre: Artes Médicas.
CUNHA, Jurema Alcides e col. (1993). Psicodiagnóstico-R. Porto Alegre: Artes Médicas.
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PASQUALI, L. (2001). Técnicas de Exame Psicológico - TEP: manual. São Paulo, SP: Casa
do Psicólogo; Conselho Federal de Psicologia.
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