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CARACTERÍSTICAS DAS INTERVENÇÕES DE PSICÓLOGOS QUE ATUAM

COM VÍTIMAS DE DESASTRES NATURAIS


Psicologia das Emergências e Desastres
Psicologia – UNISUL campus Pedra Branca
Hellen Cristine Geremia Nádia Kienen
Aluna bolsista do Programa Unisul de Iniciação Científica – PUIC Professora orientadora, Dra. em Psicologia

Introdução

A ocorrência de desastres naturais tem aumentado em todo o mundo e independente dos


aspectos aos quais se atribuem a causa dos mesmos, é importante observar que eles
revelam o quanto a vida humana é frágil e como interferem no comportamento da
comunidade envolvida.
Os desastres têm se tornado objeto de estudo por diversas instituições que têm realizado
progressos relacionados, inclusive, à prevenção dos mesmos. Porém, as estratégias
desenvolvidas ainda não são suficientemente eficazes para evitar as conseqüências
resultantes desses fenômenos, que compreendem outra proporção quando adicionados
ao sofrimento humano (HEREDIA, 2003). O psicólogo tem se inserido nesse subcampo
de atuação investigando o comportamento das pessoas em situações de emergências e
desastres a fim de desenvolver medidas de prevenção e confrontação a tais fenômenos.
Contudo, a atuação nessas circunstâncias é determinada pela visibilidade que o
psicólogo tem sobre o fenômeno. Um desastre não pode ser descaracterizado do sistema
de variáveis ao qual ele faz parte, e principalmente das interações que são estabelecidas
pelas pessoas relacionadas de alguma forma a este fenômeno, com o ambiente em que
vivem, isto é, o comportamento humano. Conforme Botomé (2001), o conceito de
comportamento pode ser considerado uma complexa relação entre sujeito e ambiente,
sendo este então, o que o indivíduo faz (ação ou resposta), o meio em que ele faz (meio Figura 1. Municípios atingidos pelas chuvas ocorridas no mês de novembro de 2008 em SC.
físico e social) e as conseqüências desse fazer. Fonte: Defesa Civil de Santa Catarina, 2008.

Resultados
Objetivos
Os resultados indicaram que em uma situação de desastre, os entrevistados observam o
Geral homem e a natureza de forma dicotomizada, isto é, como entidades distintas. Acerca das
causas de um desastre, foram apontados tanto fatores de ordem natural, quanto aqueles de
Caracterizar a intervenção dos psicólogos que atuam com vítimas de desastres. ordem social. O trabalho do psicólogo se caracteriza, em sua maior parte, por intervenções
de cunho clínico e os entrevistados demonstraram pouca clareza acerca de quais
Específicos intervenções poderiam ser realizadas, pois, relataram que não se sentiam preparados para
intervir sobre esse tipo de fenômeno. A análise das entrevistas demonstraram também que,
• Caracterizar o conceito de “desastre” para os psicólogos; com relação ao conhecimento e desenvolvimento de habilidades e competências que
• Identificar as competências que o psicólogo precisa desenvolver para a intervenção com psicólogos devem ter para intervir sobre situações de desastres, os entrevistados
vítimas de desastres naturais, segundo a percepção dos psicólogos; consideram competência como o próprio saber fazer, isto é, como a própria capacidade de
• Identificar os sujeitos com os quais os psicólogos realizam intervenções em casos de atuar, e não como um dos graus da capacidade de atuação, conforme a figura 2:
desastres naturais;
• Investigar as estratégias e procedimentos de intervenção que são realizadas pelos
psicólogos na atuação com vítimas de desastres naturais;
• Identificar as dificuldades encontradas pelo psicólogo nas intervenções com vítimas de
desastres naturais;
• Identificar os resultados e as conseqüências das intervenções realizadas com vítimas de
Figura 2. Representação gráfica de
desastres naturais. três dimensões consideradas para
organizar o que precisa ser ensinado
aos alunos no âmbito de um curso e
considerando o que é usualmente
Método denominado de “grade curricular”,
incluindo uma representação do que
pode a operação de transformar o
Foram entrevistados 04 psicólogos e 01 acadêmica de Psicologia que atuaram no conhecimento em capacidade de
desastre ocorrido em função dos deslizamentos relacionados ao incremento de atuar.
Fonte: Reproduzido de Botomé e Kubo
precipitações hídricas e com inundações ocorridas do Vale do Itajaí em Santa Catarina, (2002, p. 8).
em novembro de 2008.
Para a realização das entrevistas foi utilizado um protocolo de entrevista semi
estruturado, composto por cinco eixos temáticos: 1. Descrição do sujeito e de sua
Considerações
formação; 2. Conhecimento sobre desastres; 3. Características do desastre que ocorreu
em Santa Catarina em novembro de 2008; 4. Características das intervenções que
Os dados obtidos evidenciam que a constituição e os impactos de um desastre não podem
realizou e 5. Competências necessárias para esse tipo de intervenção. Cada eixo
ser entendidos apenas como elementos do ambiente, mas como construções da confluência
temático foi composto de 3 a 12 questões que objetivavam identificar a percepção do
entre sociedade e ambiente. As emergências e desastres, caracterizam-se como campo
profissional sobre o desastre que ocorreu e as intervenções que foram realizadas.
eminente para a ampliação da atuação do psicólogo. Para tanto, é necessário que os
As categorias foram elaboradas com base na técnica de análise de conteúdo, sendo
profissionais saibam identificar a dimensão psicológica desses fenômenos, para poderem
divididas em subcategorias conforme o conteúdo apresentado nas entrevistas. Para
intervir de forma diferente daqueles “moldes” de intervenção tradicionalmente ensinados
organização dos dados, foram construídas tabelas nas quais o conteúdo manifesto das
nos cursos de graduação, que envolvem a psicologia clínica, organizacional ou educacional
entrevistas foi distribuído de acordo com as diferenças e semelhanças encontradas nas
(CARVALHO, 1984).
respostas dos sujeitos
Diante da difícil tarefa de construção de referenciais para o campo da psicologia das
Nessa perspectiva, os procedimentos de análise e interpretação dos dados ocorreram
emergências e desastres, é importante dar ênfase às ações de caráter preventivo, tanto na
através do destaque de alguns trechos das entrevistas e da compreensão das respostas
formação, quanto na prática profissional rotineira do psicólogo (LOPES, 2008). É preciso
apresentadas pelos sujeitos entrevistados, articuladas com as categorias elaboradas, a
ainda, difundir esse subcampo de atuação do psicólogo em universidades, na formação do
fim de alcançar o objetivo principal desta pesquisa.
psicólogo e para os demais profissionais que também atuam nesse subcampo, a fim de
desenvolver ações de gerenciamento de risco mais eficazes.
Características do fenômeno estudado
Referências
O desastre natural a partir do qual foram caracterizadas as intervenções de psicólogos
ocorreu em novembro de 2008 no estado de Santa Catarina. A Região do Vale do Itajaí BOTOMÉ, Silvio Paulo. Sobre a noção de comportamento, Filosofia: diálogo de horizontes. Caxias do Sul (RS):
foi a mais atingida. Esse desastre ocorreu após chuvas constantes que configuraram a EDUCS, 2001.
maior calamidade vivenciada pelo estado. Em menos de uma semana a precipitação BOTOMÉ, Silvio Paulo e KUBO, Olga Mitsue. Responsabilidade social dos programas de Pós-graduação e formação
de novos cientistas e professores de nível superior. Interação em Psicologia, (6) 1, p. 81 – 110, Jan./Jun. 2002.
pluviométrica foi 420% superior à média histórica no estado e em dois dias de chuvas Disponível em: <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/psicologia/article/view/3196/2559>. Acesso em: 19 abr. 2010.
ininterruptas, choveu quatro vezes mais que o esperado para o mês inteiro CARVALHO, Ana Maria Almeida. Modalidades alternativas de trabalho para psicólogos recém-formados. Cadernos
(EMERGÊNCIA, 2008). de Análise do Comportamento, São Paulo, nº 6, p. 1-14, 1984.
HEREDIA, Arturo Marinero. A Saúde mental coletiva em caso de desastres. In: BOCK, Ana M. B. (Org). Psicologia e
o compromisso social. São Paulo: Cortez, 2003.
LOPES, Daniela da Cunha. Psicologia das emergências e desastres busca na prática a construção de comunidades
mais seguras. Revista Emergência, Novo Hamburgo: Ed. Paula Barcellos, nº 10, p.39-42, ago. 2008.

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