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PARCIAL FINAL x
1.1. NOME DO BOLSISTA: Vinicius Santana de Lacerda
4. METODOLOGIA EMPREGADA:
A pesquisa está organizada em três etapas:
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5. RESULTADOS ALCANÇADOS:
RESUMO
O presente trabalho tem o objetivo de reunir estudos e fazer uma ampla revisão dos principais
objetos de pesquisa para o aprimoramento de técnicas quanto ao uso de tecnologias
sustentáveis na arquitetura e construção civil com o foco na utilização do Bambu. Foi realizada
a análise de edificações existentes que fazem uso do bambu e seus diversos usos como
artesanato, produção de instrumentos musicais e móveis.
O domínio e desenvolvimento de novas técnicas nesta área promovem uma série de
benefícios, principalmente no aspecto habitacional barateando os custos das obras e se
tornando mais acessível à população por ser um material de alta resistência, zero de impacto
ao meio ambiente e fácil plantio, se adaptando a quase todos os tipos de solo e com tempo de
maturação para a utilização na edificação sendo considerado rápido, cerca de 4 anos e
atingindo até 15 metros por ano. Sendo o bambu um material de uso milenar, o incentivo do
desenvolvimento de técnicas se faz importante para a comprovação da sua eficiência
construtiva, assim diminuindo a resistência que o Brasil ainda possui na sua utilização,
principalmente nas habitações de interesse social, onde a falta de normatização impede o uso
de materiais sustentáveis, que trariam benefícios tanto econômicos por ter um menor custo,
quanto ambientais, na substituição de materiais poluentes e que causam desmatamento.
Foram pesquisadas as principais técnicas para a realização de construções se utilizando de
bambu partindo desde o seu plantio até suas principais utilizações numa edificação, questões
socioeconômicas em relação à inserção de métodos bioconstrutivos nas habitações de
interesse social no Brasil, além de vantagens e características físicas e mecânicas do bambu.
INTRODUÇÃO
Os conhecimentos sobre a técnica de utilização do bambu vêm ganhando espaço no mercado.
O bambu tem sido apresentado como a madeira do século 21, devido as suas características
de grande resistência mecânica, beleza e diversas utilidades. Apesar de tantas características
positivas, o potencial arquitetônico e as possibilidades de industrialização do bambu enquanto
material construtivo, ainda não se encontra devidamente analisadas. Os estudos sobre o
bambu necessitam passar por uma normalização científica, fato que gerará maior credibilidade
sobre o material. Buscando sempre novas descobertas sobre o bambu, arquitetos como Simon
Vélez, Renzo Piano, Frei Otto, entre outros têm usado o bambu em combinação com outros
materiais construtivos, principalmente com o concreto. O fácil manejo e o cultivo deste material
têm proporcionado a disseminação das técnicas e dos conhecimentos relativos a este material
em diversas partes do mundo. (Nogueira, 2009).
Para que seja possível a inserção do bambu nos meios construtivos usuais é necessária que
ocorra a disseminação das suas características e vantagens, assim expondo a gama de
utilidades e aplicações na construção civil. Mas para que isso ocorra, o domínio de técnicas
para uma correta utilização e manuseio do material desde a sua extração até o acabamento
da obra é de extrema importância para manter um nível de qualidade das edificações, que em
alguns aspectos se torna superior ao das edificações feitas com materiais usuais.
O bambu surge hoje como uma solução para o futuro, amigável para o homem e para a
natureza, onde há que preservar recursos naturais que estão em colapso. Desde pontes,
casas, monumentos, estruturas efémeras, mobiliário, papel, biodisel, fertilizantes, sustentação
de barrancos, alimento. Temos no bambu uma alternativa viável de projeto sustentável,
sensível, estético, estrutural; minimizando o problema ambiental. (Caeiro, 2010)
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BIOARQUITETURA
É um ramo da arquitetura que busca construir imóveis em harmonia com a natureza, com
baixo impacto ambiental e custos operacionais reduzidos. Os adeptos do conceito, surgido nos
anos 1960, priorizam o uso de técnicas construtivas sustentáveis (tijolo adobe, cimento
queimado ou taipa de pilão, entre outras) e matérias-primas naturais, recicláveis, de fontes
renováveis e que não possam ser aproveitadas integralmente. Bambu, palhas e madeira
reflorestada, ou proveniente de manejo certificado, são bastante utilizados, enquanto o
alumínio, apesar de reciclável, é evitado por conta do impacto ecológico de sua fabricação.
ASPECTOS BOTÂNICOS
CLASSIFICAÇÃO
Bambu é o nome que se dá às plantas da subfamília Bambusoideae, da família das
gramíneas. Essa subfamília se subdivide em duas tribos, a Bambuseae que são os bambus
chamados de lenhosos e a Olyrae, os bambus chamados de herbáceos (HIDALGO-LÓPEZ,
2003).
Pelas características de seu colmo, é considerada uma planta lenhosa, classificada como
angiosperma, pois tem as sementes protegidas e produz frutos, e monocotiledôneas, que são
as plantas que possuem raízes fasciculadas. (PANDOVAN, 2010)
Nas suas mais de 1.000 espécies, o bambu apresenta uma grande variedade de diâmetro e
altura. A altura varia de poucos centímetros acima do solo para as espécies herbáceas que
têm diâmetros de poucos milímetros, enquanto outras podem atingir alturas de 40 metros e
diâmetros por volta de 30 Centímetros, como na espécie Dendrocalamus giganteus. Entre
esses dois extremos encontra-se as mais variadas dimensões de alturas e diâmetros.
(NUNES, 2010)
O colmo do bambu brota do solo com o diâmetro definitivo que terá por toda a vida, nunca
aumentando com o passar dos anos já que o bambu não apresenta crescimento radial como
as madeiras. Segundo Liese apud Pereira (2001), o comprimento dos entrenós aumenta da
base até o meio do colmo, diminuindo daí em direção ao topo, tendo em média um
comprimento de 20 a 35 centímetros na maioria das espécies. Os bambus atingem o seu
diâmetro máximo por volta de cinco anos após o plantio.
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PLANTIO
PROPAGAÇÃO
Segundo Salgado (2001), a velocidade de propagação de uma plantação de bambu, depois de
estabelecida, é muito grande. O tempo de estabelecimento de uma plantação varia de cinco a
sete anos, e o amadurecimento de um bambu acontece de três a quatro anos, quando atingem
as dimensões características da sua espécie, sendo assim mais rápido para a colheita do que
a mais rápida árvore. A média de produção de biomassa num bambuzal é de 10 toneladas por
hectare por ano e não exige técnicas complexas para o seu estabelecimento como plantação.
COLHEITA
Para sua extração é necessário que o bambu tenha no mínimo 3 anos, que é o seu período de
maturação para que possua as características de resistência necessárias para a construção
civil. O Corte dos troncos deve ser feito a aproximadamente 20 cm do solo e antes de um nó,
para evitar que retenha água no tronco e ali se hospedem insetos, especialmente mosquitos
(JOHAN VAN LENGEN, 2014) e pode ser realizado com machado, serra ou facão, sendo a
serra o mais indicado.
Os períodos de corte do bambu são nos meses mais secos do ano (entre maio e agosto) e os
meses mais frios, que é o período de hibernação dos insetos. Muitas das culturas que utilizam
o bambu preservam a tradição de colher o bambu principalmente na lua minguante, garantindo
colmos menos vulneráveis. Este fato foi comprovado cientificamente por Pinzon (2002), que
relacionou a presença de carboidratos em amostras de Guadua Angustifolia, com as fases da
lua. (MARQUEZ, 2006).
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TIPOS DE TRATAMENTO
NATURAIS:
SECAGEM AO AR LIVRE
O bambu deve ser mantido em locar com ventilação e sem exposição aos fatores climáticos,
segundo Johan Van Lengen, no manual do arquiteto descalço (2014), o bambu deve ser
disposto em camadas separados por troncos grossos por dois meses.
SECAGEM AO FOGO
A secagem ao fogo pode ser utilizada quando se tem a necessidade de uma secagem mais
rápida em dias de maior umidade do ar. este método serve para aumentar a resistência do
tronco contra insetos. Segundo Johan Van Lengen faz-se um buraco pouco profundo e se
cerca com tijolos. O bambu deve ser colocado à 50 cm acima do fogo, necessitando serem
viradas periodicamente para uma secagem uniforme.
IMERSÃO
Este método tem o objetivo de reduzir ou eliminar o teor de amido presente nos colmos por
meio de um processo biológico, evitando assim o ataque de insetos xilófagos. O tratamento
por imersão pode ser feito em água corrente ou estagnada, onde se submergem os colmos
que podem ser recém-cortados ou secos ao ar livre, por um período de 4 semanas
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QUIMICOS
Os métodos químicos para o tratamento dos colmos de bambu são mais eficientes do que os
métodos tradicionais. O tratamento químico, quando bem conduzido, protege os colmos contra
o ataque do caruncho, além de aumentar sua durabilidade quando são colocados em contato
com o solo.
IMERSÃO QUIMICA
Consiste na imersão dos colmos numa solução preservativa para que os agentes químicos
tóxicos aos insetos xilófagos impregnem nas suas paredes internas, mantendo assim o bambu
resistente aos ataques. Todas as peças devem ser totalmente submersas. A solução
recomendada, segundo Lengen (1997) é de para cada 100 litros de água, 1 quilo de Sulfato de
cobre, 3 quilos de ácido bórico e 5 quilos de bórax.
SOB PRESSÃO
BOUCHERIE
Consiste na aplicação de uma solução no interior do bambu por pressão hidrodinâmica através
de uma mangueira ligada da extremidade do colmo a um tambor com a solução preservativa.
Quando aplicada, a pressão injeta a solução que empurra a seiva presente no colmo para fora,
a substituindo pela solução. A duração do processo pode varias de 10 a 30 minutos,
dependendo das dimensões do colmo.
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AUTOCLAVE
ETAPAS DE PRODUÇÃO
CURA NA MATA
Após o corte, o colmo é deixado para secar na própria touceira dispostas na posição mais
vertical possível apoiado em alguma pedra ou na própria touceira por aproximadamente 4
semanas até as suas folhas sequem e caiam. Durante esse tempo ocorre a fermentação do
amido e seiva mantendo o colmo livre de insetos e pragas e aumentando a sua resistência.
Porém, quando em contato com o solo, este processo se torna menos eficiente.
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CURA POR IMERSÃO
Os colmos recém cortados são submersos em um tanque ou rio por um tempo maior que 4
semanas, após isso são postos para secar por um tempo. Este método não é muito
recomendado por não ser muito efetivo, alguns colmos apresentam manchas e caso
permaneçam por tempo demais submerso podem apresentar fissuras e perder resistência.
(LOPEZ, 1981)
PROPRIEDADES FÍSICAS
Segundo Vijay Raj (1991 et. Al. PANDOVAN, 2010), o teor de umidade do colmo recém-
cortado é de cerca de 80%; após o corte, torna-se necessário um período de um a quatro
meses de secagem ao ar para que o colmo atinja uma umidade entre 12% a 20%. Colmos de
bambu da espécie Dendrocalamus strictus, com 2,5 anos de idade, podem absorver entre 51 e
55% de água depois de quatro dias de imersão em água e entre 57 e 64%, depois de sete dias
de imersão. Quando em contato com a água, o bambu demonstra grande fragilidade, tanto na
questão da conservação quanto na sua resistência, merecendo cuidados na associação com
outros materiais como o concreto, ou na exposição à chuva e à umidade.
VARIAÇÃO DIMENSIONAL
Por ser um material higroscópico, ocorrem variações dimensionais no bambu, devido à rápida
absorção e posterior liberação de água. O bambu pode se 38 contrair aproximadamente 12%
de seu diâmetro e 16% de sua espessura, quando tem seis meses de idade, porém, na idade
adulta, reduz sua contração para 4% a 7% do diâmetro e 3% a 7% na espessura da parede do
colmo (VIJAY RAY, 1991 et. Al. PANDOVAN, 2010)
Variação linear longitudinal axial: ocorre na direção do eixo vertical do colmo de bambu; a
exemplo das madeiras, essas variações são desprezíveis, na casa de 0,5%. Variação radial:
refere-se à movimentação na direção interior-casca. (PANDOVAN, 2010)
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PROPRIEDADES MECÂNICAS
COMPRESSÃO
As características mecânicas do bambu são influenciadas por diversos fatores: espécie, idade,
tipo de solo, condições climáticas, época de colheita, teor de umidade das amostras e sua
localização em relação ao comprimento do colmo. (GHAVAMI, 1989 citado por GHAVAMI;
MARINHO, 2005).
TRAÇÃO PARALELA
Em ensaios realizados com colmos inteiros, Ghavami e Marinho (2005) obtiveram resultados
de resistência à tração, módulo de elasticidade e coeficiente de Poisson da parede do colmo
do bambu Guadua angustifolia. Observaram que o bambu atinge uma resistência média à
tração de 86,96 MPa e que, no geral, a parte central apresenta maior resistência; 95,80 MPa
no corpo-de-prova sem nó e 82,62 MPa no corpo-de-prova com nó.
FLEXÃO ESTÁTICA
Os resultados dos testes à flexão estática são muito variáveis, em razão de diversos fatores: a
posição dos corpos-de-prova para ensaios; sua forma irregular próxima a troncos de cone; a
espessura não uniforme das paredes; a variação na orientação das fibras na região dos nós; a
presença do diafragma, atuando como estribos em uma armação de ferragem; o
esmagamento prematuro das paredes do colmo pela compressão do cutelo, antes do
rompimento da peça como um todo, e a metodologia aplicada aos testes. Janssen (2000)
comentou que, em colmos inteiros, foram encontrados valores oscilando entre 170 MPa e 62
MPa e o módulo de elasticidade variou entre 6 GPa e 14 GPa.
TORÇÃO
A seção circular é a única seção ou arranjo geométrico possível, capaz de abarcar o máximo
de conteúdo com o mínimo de perímetro ou superfície. Devido ao seu formato cilíndrico, o
bambu possui boas propriedades quando submetido a forças de torção. Fazendo-se uma
analogia com uma fila de pessoas, em formato circular, a força que uma pessoa exerce sobre
a outra é passada adiante, já que não existe espaço para onde a força se desloque.
Contudo, as fibras do bambu são facilmente descoladas e esse deslocamento pode ser muito
prejudicial ao sistema de tensão, causando-lhe uma descontinuidade, que tende a diminuir as
resistências à torção da vara.
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CISALHAMENTO
Os testes de cisalhamento realizados tiveram o objetivo de caracterizar o cisalhamento Inter
laminar (no sentido paralelo às fibras), que constitui a pior característica do material nas
formas atuais de construção. No cisalhamento foi ensaiado um total de 12 corpos de prova,
sendo estes: Um lote com 6 corpos de prova (três com nó e três sem nó) secos (sem
passagem pela estufa). Um lote com 6 corpos de prova secos na estufa à 50ºC por uma
semana. (Tempo em que se considerou estabilizada a massa do corpo de prova) No
cisalhamento o bambu apresentou seu ponto mais frágil, com uma tensão de ruptura média
dos corpos de prova secos em 7,02 Mpa. (FÁBIO LANFER, 2006)
ESPÉCIES PRIORITÁRIAS
O bambu possui mais de mil espécies em todo mundo, as espécies de bambus nativos estão
distribuídas nas regiões tropicais e subtropicais do planeta, com exceção da Europa. O Brasil
apresenta uma grande floresta nativa de bambu no sudoeste da Amazônia contendo mais de
200 espécies, dentre elas, as mais utilizadas na construção civil são:
Dendrocalamus giganteus (bambu balde ou bambu gigante), a altura dos colmos varia de
24 a 60m com diâmetro dos colmos de 10 a 20 cm e a espessura da parede de 1 a 3cm, é a
maior espécie de bambu, possui alta resistência podendo ser utilizado com função estrutural.
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Guadua angustifólia (Bambu Guadua), com a altura dos colmos que vão até 30 m, o
diâmetro dos colmos chega até 20 cm e a espessura da parede varia entre 1,5 a 2 cm. É muito
utilizado para conter erosão e sedimentos em terrenos degradados e erodidos, devido a
distância que possui entre os colmos (varas) que são levemente afastados.
Bambuza vulgaris (bambu comum), a altura dos colmos pode variar de 8 a 20 metros, com o
diâmetro dos colmos de 4 a 6 cm e a espessura da parede de 7 a 15 mm. É originário da
China e mais comum pelo Brasil, possui grande apelo estético e pode ser utilizado para
contenção de vento e fechamento de espaços.
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MÉTODOS DE CONSTRUÇÃO EM BAMBU
VERNACULAR
Imagem 12: Casa feita com materiais encontrados na região Disponível em:
Porém o método vernacular não é muito eficiente, por geralmente as peças de bambu serem
cortadas nas proximidades das construções, geralmente com facão ou machadinha, com
imediata utilização para as diversas finalidades, sem prévio tratamento, recebendo, em alguns
casos, apenas limpeza superficial e lixamento dos colmos, o que caracteriza sua baixa
durabilidade, pela ausência de acabamento superficial.
UTILIZAÇÃO
Nas construções tradicionais, o bambu é utilizado em sua maneira mais simples de aplicação,
com utilização de colmos inteiros, réguas sem aparelhamentos, bambu trançado, cordas de
bambu e argamassa adicionada de fibras naturais, utilizando-se métodos e ferramentas muito
simples e acessíveis até mesmo para os jovens e para os não qualificados (JAYANETTI;
FOLLET, 1998 et. Al. PANDOVAN, 2010)
FUNDAÇÃO
As fundações são de extrema importância nas edificações por sua função de receber todas as
cargas da edificação e as mantê-las firmes, o que as transforma num fator determinante para o
curto prazo de utilização das edificações construídas pelo método tradicional: quando não são
tomadas as medidas preventivas contra a umidade proveniente do contato do bambu com o
solo, ocorre rápida deterioração e falência estrutural da edificação. Segundo Jayanetti e Follett
(1998), a durabilidade dessas fundações varia de seis meses a dois anos. (PANDOVAN, 2010)
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RIPAS
As ripas são obtidas de maneira tradicional, por meio da divisão dos colmos, com uso de
ferramentas como facão ou machadinha. O corte é iniciado com o instrumento e pode ser
finalizado com uma barra metálica após a prévia abertura do colmo. Após isso, é retirada a
parte branca interna para evitar ataques de pragas. (PANDOVAN, 2010)
TIRAS
São retiradas pela divisão tangencial das ripas, com auxílio de facas largas, separando a
casca do colmo. São utilizadas para a confecção de tramas. (PANDOVAN, 2010)
Imagem 14: Trama feita com tiras de bambu. Disponível em: www.mulher.uol.com.br
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ARGAMASSAS
Servem para vedação dos painéis de ripas ou de tecidos de bambu e enchimento dos vãos,
quando utilizado o sistema de paredes duplas. Possui como componente principal o barro,
adicionado de diversos materiais naturais para dar liga, como estrume de animais, palha de
fibras naturais, entre outros. As técnicas utilizadas geralmente são o COB, taipa, taipa de mão,
taipa de pilão, entre outras. (PANDOVAN, 2010)
ESTRUTURA
Basicamente, as estruturas das edificações tradicionais utilizam colmos de bambu com
diversos tipos de entalhes ou cortes e encaixes. Estas conexões, geralmente, são somente
encaixadas ou amarradas por cordas de bambu, tornando o sistema estrutural muito flexível e
leve com grande absorção de energia sísmica. (DUNKELBERG, 1996 et. Al. PANDOVAN,
2010).
PISOS
Os pisos podem ser compostos por colmos de bambu inteiros, colmos cortados ao meio, ripas
de bambu, tiras de bambu trançadas ou pranchas de madeiras locais. Em todos os exemplos,
os elementos que compõem a estrutura e a superfície dos pisos são simplesmente amarrados
com cordas de tiras de bambu.
PAREDES
Na Ásia, são utilizadas paredes compostas de colmos inteiros dispostos verticalmente, lado a
lado, painéis de bambus Cortados ao meio, painéis de ripas de bambu trançadas e painéis de
tiras de bambu trançadas (tecidos), todos amarrados com cordas de bambu. Já no Peru, Chile
e partes da Índia, as paredes denominadas Quincha caracterizam-se pelos trançados de ripas
de bambu na direção horizontal ou vertical, entre colmos de pequeno calibre. Estes painéis
são montados em quadros de colmos robustos e amarrados, com posterior aplicação de
argamassa, constituída de barro com adição de fibras vegetais, preenchendo os vazios.
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COBERTURA
A cultura local influi diretamente no modo de se construir com o bambu. Segundo Hidalgo-
López (2003), em diversos países e ilhas do sudoeste da Ásia, algumas edificações podiam
ser construídas também em madeira, com sua estrutura de cobertura realizada em bambu.
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Imagem 17: Cobertura do tipo Sidamo. Disponível em: bjornandannette.wordpress.com
MÉTODO CONTEPORÂNEO
Sua utilização em edificações requer pesquisas como base de avaliação do material em seus
diversos usos. É baseado em métodos tradicionais com o acréscimo de novas tecnologias aos
materiais, que adquiriram novas características de uso, novos requisitos de resistência e de
durabilidade, ampliando as possibilidades de utilização do bambu nas construções.
Os principais materiais utilizados
RIPAS DE BAMBU
Utilização de maquinas para uniformizar e possibilitar um padrão para as peças, aumenta a
produção e acelera o processamento, sendo necessário para a composição de diversos
materiais.
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Imagem 18: Fases de produção das ripas de bambu. Disponível em: www.scielo.br
TIRAS
A cultura dos teares, com utilização de tramas tradicionais, é mantida e pode ser realizada de
forma artesanal ou mecanizada, com acréscimo de tratamentos contra fungos e insetos nas
tiras e nos painéis já tecidos.
ARGAMASSAS
Utilização do cimento Portland e da cal adicionados à areia, em substituição às fibras naturais,
melhorando o aspecto final, com acabamento alisado, além de proporcionar a aderência e
resistência às réguas de bambu.
FUNDAÇÕES
Para iniciar a construção, segundo Lanfer (2006) as fundações são feitas em concreto armado
e se estendem de meio a um metro acima do chão assim protegendo o bambu da umidade do
solo e criando uma base para a fixação do colmo do bambu que compõe a estrutura da
edificação que ainda nos seus primeiros 90 centímetros da base é preenchido com concreto
fluido que é inserido através de aberturas feitas com serra-copo para uma maior fixação do
bambu na base.
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Imagem 19: Bambu inserido na base de concreto. Fonte: Marquez, 2007
ESTRUTURA
Segundo Jayanetti e Follett (1998), as estruturas de apoio nas fundações de concreto podem
ser realizadas de acordo com as necessidades projetuais, podendo ser simplesmente
apoiadas, permitindo a movimentação do sistema –muito utilizado em países com histórico de
abalos sísmicos – ou incorporadas ao concreto, conferindo rigidez à estrutura.
A união das peças é algo de extrema importância e onde se deve haver muito cuidado, pois é
nesta etapa que são feitos furos e cortes no colmo do bambu, algumas técnicas podem ser
utilizadas, sendo essencial o conhecimento das técnicas para poder escolher a que melhor
atenda a determinada demanda.
AMARRAÇÃO
União estrutural das peças seria a utilização da amarração, que é uma técnica muito utilizada
pelos chineses até os dias de hoje, onde as ligações são feitas amarradas com a própria fibra
ou pode ser utilizado Junco sintético, Fitilho Sintético para amarração ou cipó sintético. Nesta
se minimiza os problemas de cisalhamento e permite que o material seja reutilizado, montado
e desmontado diversas vezes. (MEIRELLES; OSSE, 2010) Na Ásia, esta técnica é muito
utilizada nas obras para se fazer andaimes, pela facilidade de montagem e desmontagem,
podendo ser reutilizado em outras obras.
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Imagem 20: Tipos de amarração no bambu. Fonte: Pinterest
ENCAIXE
Esse tipo de conexão, apesar de ser resistente, não oferece muita credibilidade e duração às
estruturas feitas de bambu. Além de não usar o bambu da forma mais adequada, pois alguns
encaixes desse tipo tendem a cisalhar o bambu, propriedade pouco resistente desse material.
Contudo com o passar do tempo e o aumento de pesquisas nesta área e conhecimento acerca
das propriedades do bambu, foram criadas novas conexões que são as mais usadas para as
estruturas atuais.
Esse tipo de conexão, apesar de ser resistente, não oferece muita credibilidade e duração às
estruturas feitas de bambu. Além de não usar o bambu da forma mais adequada, pois alguns
encaixes desse tipo tendem a cisalhar o bambu, propriedade pouco resistente desse material.
Contudo com o passar do tempo e o aumento de pesquisas nesta área e conhecimento acerca
das propriedades do bambu, foram criadas novas conexões que são as mais usadas para as
estruturas atuais. É necessário enfatizar que as conexões podem ser feitas dos mais diversos
tipos e materiais, o importante e saber como as forças estão atuando e se a resistência é
adequada.
A boca de pescado é uma das conexões mais usadas, possuindo diversas modificações. Com
o uso de uma serra copo do mesmo diâmetro da vara que vai receber a conexão é feito um
corte por toda a extensão da vara, fazendo um encaixe em forma de boca de peixe. É muito
importante que o corte seja feito de forma a encaixar adequadamente na outra vara a fim de
se evitar o
Cisalhamento no local de apoio entre as peças.
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Segundo Hidalgo(1981) a solução para este problema seria a colocação de cilindros de
madeira no interior dos colmos, porém outra técnica foi criada por Simón Vélez, conhecida
como “Ligação Vélez”, que é a colocação de um parafuso metálico para o travamento da peça
e em seguida é realizada a injeção de concreto no interior do colmo, evitando assim as
fissuras e o cisalhamento. Esta técnica é muito utilizada para fazer a estrutura do telhado por
haver muitos pontos de ligação.
O uso de arruelas de PVC é muito indicado em conexões de bambu, pois aumenta a área de
contato e diminuiu a tensão de pressão feita com o aperto da porca sobre o bambu,
diminuindo o aparecimento de fissuras por excesso de aperto.
ASPECTOS POSITIVOS
O fácil manejo e o cultivo deste material têm proporcionado a disseminação das técnicas e dos
conhecimentos relativos a este material em diversas partes do mundo.
O bambu pode ser utilizado de diversas formas na construção civil, apresentando estilos e
propósitos funcionais diferentes. A força e resistência deste material são 20 identificadas
diante das grandiosas construções encontradas em países como a Colômbia e Equador.
(NOGUEIRA, 2009)
O bambu pode substituir e exercer facilmente as funções da madeira, cimento e aço sendo
mais leve e flexível podendo ser utilizado em estruturas de telhados, vigas, pilares,
revestimento de paredes na edificação por suas resistências físicas e mecânicas.
Redução do custo da obra em até 60% por ser um material de baixo custo e alta qualidade
que seria uma solução para o déficit habitacional do Brasil que é de 6 milhões de unidades e
afeta cerca de 30 milhões de pessoas (IBGE).
O bambu pode ser a solução para o desmatamento das florestas, já que somente na
Amazônia, 15% da floresta original já foi desmatada, cerca de 4 milhões de km² (IBGE, 2010),
além de 25% da extração de madeira do planeta ser comente destinada à construção civil. Ao
contrário do Eucalipto que após três cortes necessita ser replantado, o bambu não possui
limite de corte, crescendo anualmente e tornando-se uma fábrica natural e altamente produtiva
(ALMEIDA, 2011).
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O bambu é também uma ferramenta importante contra o aquecimento global, pois além de
eliminar o uso de alguns materiais utilizados na construção civil como cimento, que no seu
processo de fabricação causa grandes impactos ambientais. Somente a Construção Civil é
responsável por 54% das emissões de Carbono do mundo. Outro dado assustador é de que a
taxa anual de resíduos da construção é de 500 quilos por habitante, quantidade que é maior
que a de lixo doméstico. Ele também elimina o transporte destes materiais até a obra,
diminuindo a emissão de Co2 além de já ser a planta que mais absorve este gás que em
grandes quantidades é prejudicial à saúde e causador do efeito estufa, tornando o bambu um
grande aliado na melhoria da qualidade de vida dos seres humanos (TEIXEIRA JR.; KENUPP;
CAMPOS, 2009).
Apresenta fácil manuseio e transporte por ser um material leve, também apresenta facilidade
de treinamento de mão de obra.
Estruturas fáceis de serem montadas, o que o torna um material perfeito para a execução de
construções provisórias.
RECOMENDAÇÕES FUNDAMENTAIS
Os bambus têm diminuição gradual, na direção da base para o topo, do diâmetro do colmo e
da espessura da parede, variáveis nas diversas espécies, características que devem ser
previamente conhecidas pelos usuários da construção civil, Como engenheiros e arquitetos,
com objetivo de selecionar os bambus com as dimensões necessárias para um determinado
projeto (GHAVAMI; MARINHO, 2005).
O tratamento das peças deve ser realizado com métodos que melhor atendam às
necessidades de uso, dando preferência aos métodos que possuam sua eficiência
comprovado para melhor conservação das estruturas.
O bambu possui uma grande variedade de espécies, cada qual com suas características
únicas como cores, diâmetro e tamanho, podendo ser usado em diversas atividades. O
artesanato, produção de móveis, utensílios de cozinha, instrumentos musicais, andaimes e até
edifícios inteiros podem ser alguns exemplos da diversidade de utilizações.
Nas últimas décadas, o bambu tem vindo a ser utilizado de forma industrial para o fabrico de
esteiras, painéis e pavimento de bambu, entre outros.
Dependendo da idade do colmo, este pode ter variados usos e aplicações, podendo servir
como alimento através do broto comestível nas primeiras semanas de vida, até usos na
arquitetura e construção civil quando este atinge três ou mais anos.
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Aos 30 dias o bambu pode ser utilizado como alimento, O broto de bambu, também conhecido
como takenoko, é muito utilizado para fabricar muitos utensílios como varas de pescas e até
móveis, no entanto a versatilidade desse produto não fica por aí. O takenoko também é muito
utilizado na culinária de muitos países asiáticos, pois além do sabor, ele traz muitos benefícios
para a saúde, além de ser muito saboroso. Como o bambu possui várias espécies, o mais
indicado para consumir como alimento é o da espécie takenoko, pois é o mais macio e
saboroso dentre os bambus.
De 6 Meses a 1 ano o bambu pode ser utilizado para o artesanato desde artigos de decoração
diversos à moveis, como camas, cadeiras, mesas, entre outras.
2 Anos é possível a produção de esterilhas para Paredes e Ripas que são pranchas de bambu
obtidas através da remoção dos nós e da abertura dos colmos em forma de tábuas.
Com 3 anos ou mais, o bambu pode ser utilizado na estrutura de edificações como vigas e
pilares pela sua resistência, Laminado Colado para Piso, Mobília. (Oscar, 2003)
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CARACTERÍSTICAS BIOCLIMÁTICAS DO BAMBU
O conforto térmico proporcionado pelas construções com o bambu é outra boa característica
que qualifica este material para a construção. Através de experimentos Ghavami (2001)
comprovou que a condutividade térmica do bambu para uma transmissão de calor radial é
15% menor do que para madeira, nas mesmas condições de umidade. Para uma transmissão
de calor longitudinal, a condutividade é 25% menor que na madeira.
O bambu também pode ser utilizado na parte de fechamento, inclusive em união com o COB,
ou barro, formando uma estrutura do tipo taipa, ou em forma de painéis oferecendo ainda um
grande conforto térmico, que é uma das características do bambu, chegando a atingir uma
variação média de 9,7ºC com o ambiente externo pelo vazio que o bambu possui no seu
interior, formando um colchão de ar. (Barbirato et. al. 2004)
Uma das maiores dificuldades para a utilização do bambu na construção civil é a falta de
normatização do material. Na maioria dos casos, os ensaios são efetuados utilizando-se
diferentes metodologias, muitas vezes análogas às de madeiras maciças, dificultando a
comparação de resultados e tornando difícil extrapolar os dados e a sua utilização para
diferentes localidades e espécies. A idade do colmo é o principal fator de distorção nos
resultados (OBERMANN; LAUDE, 2008).
Contra a política habitacional praticada até então, visto que os grandes conjuntos
habitacionais, além de não conseguirem resolver a demanda habitacional, geraram problemas
de qualidade urbana, criminalidade e especulação imobiliária. (SOUZA, 2002)
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EXEMPLOS DE OBRAS
GREEN SCHOOL
É um projeto de uma escola com o intuito de ensinar e mostrar para as pessoas como
construir com materiais sustentáveis, principalmente com o bambu, uma inciativa dos
ambientalistas e designers John e Cynthia Hardy afiliados com a PT Bambu uma companhia
de design e construção que promove o uso de bambu como um material primário na
construção de edificações, na tentativa de evitar a devastação de florestas.
O projeto foi iniciado em 2007 e está localizado em Badung, Bali, Indonésia, possui uma área
construída de 7542 m² onde se encontram salas de aula, academia, espaços de assembleia,
habitação para os estudantes, oficinas, cafeterias e banheiros, localizados em espaços com
diversas qualidades em relação a sua organização. O projeto também conta com o cultivo
sustentável de bambu para seu uso e estudo dentro da arquitetura, na tentativa de inovar e
experimentar métodos que possam ser passados adiante.
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BAMBOO WING
Bamboo wing ou “asa de bambu” é bar/restaurante com um amplo espaço livre de 1600 m²
que pode ser utilizado para concertos musicais, cerimônias, casamentos, entre outras
atividades. Projetado pelo arquiteto Vo Trong Nghia, foi construído em 2010, está localizado
próximo a cidade de Hanoi, no Vietnã.
Este edifício não se utiliza de qualquer outro material estrutural artificial, apensas bambu. A
forma da cobertura como as asas de um pássaro é eficiente para direcionar o vento para
dentro do edifício. Isso contribui para o aspecto sustentável, minimizando o uso do ar
condicionado. Com os amplos beirais e a água nos ambientes abertos, as pessoas se sentem
vivendo na natureza.
Imagem 28: Croqui da fachada lateral do Bamboo Wing. Disponível em: www.archdaily.com.br
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PROTÓTIPO DE CASA EM CAMPINAS, SÃO PAULO
Este projeto, cuja finalidade foi a de contribuir para os possíveis programas habitacionais e de
construções rurais, está aberto para, junto com outros estudos referidos à aplicação do bambu
ser incorporado em futuras pesquisas.
Trata-se de uma casa de apenas um módulo de 4,00 x 3,00 m e pé direito de 3,00 m. O
protótipo possui duas janelas, uma porta e cobertura em duas águas com caimento para o
maior lado, e beirais de 0,60 m. Localiza-se no interior do estado de São Paulo, Brasil.
O bambu utilizado nesta edificação foi colhido na fazenda do Instituto Agronômico de
Campinas, com bambus de no mínimo 3 anos de Idade. O tratamento utilizado para a maioria
dos bambus foi o método de imersão, já os bambus que seriam utilizados nos pilares,
passaram pelo processo imersão química.
Na fundação, foram utilizados sapatada corridas de concreto armado. A estrutura possui 8
pilares de bambu da espécie Dendrocalamus giganteus com 3 metros de altura e Vigas da
espécie Guadua angustifólia. As telhas foram confeccionadas com argamassa de cimento CP
V-ARI e partículas de bambu da espécie G. angustifolia desfibradas em solução de soda
cáustica (5%). Utilizou-se o traço, em massa, de 1:1,25:0,05 (cimento, areia e fibras de
bambu). No acabamento, as taliscas de bambu dos painéis foram impermeabilizadas com
piche e salpicadas com areia grossa para proporcionar uma maior aderência à argamassa de
revestimento.
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6. CONCLUSÕES:
Após analisar todas as técnicas que podem ser empregadas no processo construtivo do
bambu, é possível perceber a quantidade de utilidades e possibilidades que temos à nossa
disponibilidade, tanto para o lado arquitetônico e estético quanto estrutural com a sua
resistência tanto à tração quando à compressão já comprovados por muitos estudiosos da
área, porém o desenvolvimento de estudos deve ser incentivado para que cada vez mais
possamos desenvolver novas tecnologias e conhecer cada vez mais este material tão rico.
Foi possível observar que pesquisas à respeito não faltam, muito tem se falado sobre a
capacidade do bambu, testes têm sido realizados, porém o que falta é uma popularização para
que cada vez mais surjam profissionais qualificados para que cada vez seja aumentada a
confiança na utilizações do bambu nas construções.
O bambu se mostrou ser um material do futuro, que possui a capacidade de diminuir, ou até
resolver, problemas a níveis sócias, econômicos e ambientais em todo o mundo. Sua
facilidade de plantio e manuseio, o torna um material muito superior a madeira, necessitando
apenas ser normatizado e difundido principalmente no meio acadêmico, para que desde já,
nossos futuros profissionais insiram o bambu no seu “leque” de possibilidades, tendo em vista
a necessidade do uso de materiais sustentáveis.
7. REFERÊNCIAS:
LEGEN, J. V., Manual do arquitecto Descalço, Porto Alegre: Livraria do Arquitecto & TIBA
Editora, 2004
OLIVEIRA, Edith Gonçalves de. Bambu, Investigação de novos usos na construção civil.
1980. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1980.
Sites pesquisados:
http://pilateslenir.com.br
http://bambusc.org.br
http://www.apuama.org
http://www.ctec.ufal.br
http://www.biosfera.org.br
www.babmbubrasileiro.com
www.archdaily.com.br
www.scielo.br
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8.
ASSINATURA DO BOLSISTA
9. DATA: _____/______/______
ASSINATURA DO ORIENTADOR
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