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Provar é demonstrar a verdade de uma afirmação ou de um fato. Neste contexto, a finalidade da prova é
formar a convicção do julgador.
Objeto de Prova - são as afirmações ou fatos que devem ser comprovados. Mesmo que o fato não seja
contestado, ele precisa ser comprovado.
Art. 295. É admissível, nos termos deste Código, qualquer espécie de prova, desde que
não atente contra a moral, a saúde ou a segurança individual ou coletiva, ou contra a
hierarquia ou a disciplina militares.
Abstrai-se da redação do art. 295, o Princípio da liberdade de provas, no qual as partes contam com
liberdade para a obtenção, apresentação e produção da prova, mas essa liberdade tem limites, não pode atentar, por
exemplo, contra a hierarquia e a disciplina militares.
Cita-se aqui o caso da reconstituição dos fatos no IPM, no qual o Encarregado poderá procedê-la desde que
desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública, nem atente contra a hierarquia ou a disciplina militar
(art. 13, parágrafo único).
Registra-se, também, que o CPPM tem redação diferente tanto da Constituição Federal quanto do CPP
comum, visto que a norma castrense não mencionada textualmente a vedação à prova ilícita, muito embora, esta
prova atente contra a moral. Vide art. 5º, XVI da CF e art. 157 do CPP:
Art. 5º, LVI (CF) – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
Art. 157 (CPP) - são inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas
ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
Prova Pessoal - são as provas que emanam das pessoas. Ex.: declarações, perícias, confissões, testemunhos, etc.
Prova Material - é todo objeto que comprove o crime. Ex.: faca, revólver, etc.
Prova emprestada - só é válida se colhida perante o mesmo réu, pois não desrespeita o princípio do contraditório e
da ampla defesa na sua colheita.
Art. 296.O ônus da prova compete a quem alegar o fato, mas o juiz poderá, no curso da
instrução criminal ou antes de proferir sentença, determinar, de ofício, diligências para
dirimir dúvida sobre ponto relevante...
Ônus da Prova - é a responsabilidade de provar. O ônus da prova cabe sempre a quem alega, e não somente
a quem acusa.
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Portanto, o MP tem que provar sua acusação e o réu provar suas alegações de defesa.
Ex: na deserção, cabe ao Promotor provar a ausência do militar e caberá ao militar provar o Estado de
Necessidade, se alegá-lo.
Todavia, a prova para condenar tem que ser cabal/robusta/sólida e a prova para absolver basta gerar dúvida
no julgador (art. 439, e).
Realização de prova determinada de ofício pelo juiz é uma exceção, e deve ser evitada sob pena de violar o
princípio da imparcialidade do juiz, mesmo aquelas previstas para a fase do IPM (art. 26, II).
Princípio da Comunhão da Prova - a prova produzida por uma parte, pode ser utilizada por qualquer parte.
Art. 297. O juiz formará convicção pela livre apreciação do conjunto das provas colhidas
em juízo. Na consideração de cada prova, o juiz deverá confrontá-la com as demais,
verificando se entre elas há compatibilidade e concordância.
1) DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO
Art. 302. O acusado será qualificado e interrogado num só ato, no lugar, dia e hora
designados pelo juiz, após o recebimento da denúncia; e, se presente à instrução criminal
ou preso, antes de ouvidas as testemunhas.
É o ato pelo qual o juiz ouve o acusado sobre a imputação que lhe é feita. É meio de prova e meio de
defesa. Se o réu mentir não comete o crime de falso testemunho.
Obs. 2: difere, também, do processo penal comum, no qual o interrogatório ocorre após as demais oitivas (art. 400
do CPP). Assis, afirma que esta inversão do CPP comum, não aplica no CPPM, visto que a norma castrense não foi
omissa neste aspecto.
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Obs. 3: a questão da videoconferência (art. 185, § 2º, do CPP). Muito embora, o art. 390, § 5º, prevê que o
interrogatório será na sede da Auditoria, abstrai-se da obra de Assis que cabe na Justiça Militar.
CONDUÇÃO COERCITIVA
O juiz pode mandar conduzir o acusado coercitivamente a juízo (NUCCI, 2013, p. 303).
Características do Interrogatório
1. É ato personalíssimo;
2. É meio de defesa e de prova;
3. É ato judicial (só o juiz que interroga – as perguntas dos juizes militares membros do conselho são feitas por
intermédio do juiz togado) – art. 303;
A questão da intervenção das partes (art. 303). Assis, entende que é cabível, nos termos do art. 188 do CPP.
Portanto, após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido,
formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante.
4. É dividido em duas partes (primeiro a pessoa do acusado e segundo sobre o fato – art. 187);
5. Em regra, é um ato oral. Exceção: Mudo (art. 299, b);
6. É um ato individual, ou seja, nenhum co-réu pode ser interrogado na presença do outro (art. 304);
Direito ao Silêncio ou de Ficar Calado
Art. 305. Antes de iniciar o interrogatório, o juiz observará ao acusado que, embora não
esteja obrigado a responder às perguntas que lhe forem formuladas, o seu silêncio
poderá ser interpretado em prejuízo da própria defesa.
O direito ao silêncio está consagrado na própria Constituição Federal (art. 5º, LXIII). O silêncio do réu
não significa confissão, não podendo por isso ser interpretado em prejuízo dele. Está derrogada a última parte do
art. 305.
1) Se o acusado declarar que não tem defensor, o juiz dar-lhe-á um, para assistir ao interrogatório. (a CF prevê a
assistência jurídica – art. 5º, LXIII);
2) Se menor de vinte e um anos, nomear-lhe-á curador, que poderá ser o próprio defensor
Para NUCCI (2013, p. 308) não se precisa mais nomear o curador ao menor de 21 e maior de 18 anos, face
ao novo Código Civil. Já, ASSIS (2012, p. 431) entende que a norma civil não altera a processual, devendo-se
nomear o curador na situação.
2) DA CONFISSÃO
É a admissão do fato imputado.
O juiz tem que perguntar qual o motivo e circunstância da infração e se outras pessoas concorreram (art.
306, § 2º).
Como cabe a quem alega o ônus da prova (art. 296), se o réu negar no todo ou em parte a acusação, será
convidado a indicar as provas da verdade de suas declarações (art. 306, § 3º).
Validade da confissão (como prova) – art. 307
A CONFISSÃO DEVE:
a) ser feita perante autoridade competente;
b) ser livre, espontânea e expressa;
c) versar sobre o fato principal;
d) ser verossímil;
e) ter compatibilidade e concordância com as demais provas do processo.
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Caracteríticas (além dos requisitos de validade)
1. Ato personalíssimo;
2. É retratável (art. 309);
3. É divisível , ou seja, pode-se confessar um fato e negar outro (art. 309).
Confissão ficta ou presumida: é aquela confissão que se dá quando o réu não contesta os fatos narrados. Não é
válida no processo penal, sendo aplicada somente no processo civil.
Confissão Delatória: ocorre quando o réu confessa, mas incrimina outras pessoas. É também chamada de
Chamamento de Cúmplice.
Art. 314. A perícia pode ter por objeto os vestígios materiais deixados pelo crime ou as
pessoas e coisas, que, por sua ligação com o crime, possam servir-lhe de prova.
Liberdade de apreciação
O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte (art. 326).
Lembre-se, o juiz formará sua convicção pela livre apreciação das provas em conjunto, confrontando as
provas e verificando suas compatibilidades e concordância (art. 297).
Quesitos - na fase policial é formulado pela autoridade policial, no juízo é formulado pelo juiz e pelas partes. (Art.
176)
Perito - Os peritos serão nomeados de preferência dentre oficiais da ativa, atendida a especialidade. E prestará
compromisso de desempenhar a função com obediência à disciplina judiciária e de responder fielmente aos quesitos
propostos pelo juiz e pelas partes (art. 48).
Número de peritos – sempre, que possível, participarão da perícia dois peritos (art. 318).
Obs.: A perícia feita no Inquérito Policial não se repete em juízo, pois o contraditório é diferido, ou seja, é
postergado para dentro do processo, porque é um prova de natureza cautelar.
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1. quando o crime deixa vestígios é ele imprescindível, sob pena de nulidade (art. 328)
2. pode ser direto ou indireto.
Direto - é feito pelos peritos;
Indireto - quando desaparecem os vestígios, a prova testemunhal pode suprir o exame direto (art. 328, parágrafo
único).
Boletim médico - não vale como laudo, mas é uma prova indireta.
O ECD laudo pode ser feito em qualquer hora e qualquer dia. (art. 329)
4) TESTEMUNHAS
Deveres da Testemunha
2. Dever de prestar compromisso e dizer a verdade. Se a testemunha mentir estará cometendo o crime de falso
testemunho. Em regra, a testemunha sempre presta compromisso. Exceções:
a) art. 354 - parentes do réu;
b) art. 352, § 2º - menor de 14 anos, débio mental, etc.
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3. Dever de comparecimento
Exceções:
a) art. 350, b - pessoa enferma, ou muito idosa - o juiz vai ouvi-la onde ela estiver.
b) Art. 350, a - Presidente da República, Vice-Presidente da República, Governador de Estado, etc. - estas
autoridades marcam a hora, local e dia para serem ouvidas.
c) Art. 360 e 361 - testemunha que mora fora da comarca. É ouvida através de Carta Precatória. Caso esteja no
estrangeiro, é ouvida através de Carta Rogatória. Quando o Tribunal designar a oitiva de testemunha, é
através de uma Carta de Ordem.
O comparecimento é obrigatório (art. 347)
Quando uma testemunha regularmente intimada não comparece, sem motivo justo, o juiz pode:
a) conduzir coercitivamente;
b) aplicar multa;
c) havendo recusa em ser conduzida, pode ser imposta prisão de até 15 dias;
d) processo por crime de desobediência.
Incidentes Possíveis
5) DA ACAREAÇÃO
Trata-se de um meio de prova que visa esclarecer fatos ou circunstâncias divergentes, contraditórios e
relevantes à apuração (art. 365);
É feita entre acusados, entre testemunhas, entre acusado e testemunha, entre o acusado ou testemunha e a pessoa
ofendida, entre as pessoas ofendidas (art. 365).
O reconhecimento de pessoa e coisa é meio de prova eminentemente formal, pelo qual alguém é chamado
para verificar e confirmar a identidade de uma pessoa que lhe é apresentada, com outra que tenha visto
anteriormente.
O reconhecimento de coisas é feito em armas, instrumentos e objetos do crime, ou em quaisquer outros
que, por alguma razão, relacionem-se com o delito ou fato investigado, procedendo-se às mesmas cautelas do
reconhecimento de pessoa, no que for aplicável.
Se forem vários reconhecedores, cada um fará o seu reconhecimento sozinho e não podem manter contato
prévio. Se for mais de uma pessoa a ser reconhecida, será um ato para cada pessoa (art. 370).
7) DOS DOCUMENTOS
Os documentos podem ser originais ou cópias, sendo que se forem cópias deverão obrigatoriamente
estarem autenticados (art. 373, c). ASSIS (2012, p. 493) sustenta que as cópias não autenticadas poderão ser aceitas
se não forem contestadas.
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Em princípio todo e qualquer documento pode ser juntado ao processo. Exceções:
a) Carta interceptada criminosamente (art. 375);
b) Provas ilícitas;
c) Provas ilegítimas;
d) Etc.
Requisição Judicial - o juiz pode requisitar documentos de ofício (art. 378, § 1º).
7) DOS INDÍCIOS
Indícios - é a circunstância ou fato conhecido e provado, de que se induz a existência de outra circunstância ou
fato, de que não se tem prova (art. 382).
Requisitos
Art. 383.Para que o indício constitua prova, é necessário:
a) que a circunstância ou fato indicante tenha relação de causalidade, próxima ou remota, com a circunstância ou o
fato indicado (COMPATIBILIDADE COM O FATO);
b) que a circunstância ou fato coincida com a prova resultante de outro ou outros indícios, ou com as provas diretas
colhidas no processo. (HARMONIA COM AS DEMAIS PROVAS)
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Logo após a lavratura da Parte de Deserção, o comandante da unidade ou ainda autoridade superior, tomará
providência administrativa-processual penal militar, no sentido de formalizar a instrução do processo de deserção,
determinando lavratura do termo em questão, que tem por objetivo fornecer elementos necessários a propositura da
ação penal.
O Termo de Deserção será assinado por duas testemunhas idôneas e pelo comandante do militar.
Recomenda a lei (art. 456, § 3º, CPPM) que estas testemunhas sejam preferencialmente oficiais, mas nada impede
que praças idôneos exerçam tal mister, tendo como cuidado, apenas, que subordinados não venham a referendar
documentos contra superiores hierárquicos (Oficial desertor X Praças testemunhas), o que atingiria gravemente os
dogmas das Corporações Militares.
Nesta esteira, ao se publicar o termo de deserção, o desertor ficará sujeito à prisão, visto que, a partir deste
momento, o militar estará em permanente situação de flagrante.
Com a lavratura do termo de deserção, tem-se como consequência imediata a caracterização da
consumação do crime de deserção.
Como providencia imediata, o desertor será agregado ou excluído. Para efeitos da lei penal castrense, serão
agregados oficiais (art. 454, §1º, CPPM) e praças estáveis (art. 456, §4º, CPPM) e excluídos as praças especiais ou
sem estabilidade.
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Estes documentos constituem a instrução provisória de insubmissão (IPI), que seria uma espécie de IPM,
pois se destina a fornecer elementos necessários à propositura da ação penal.
O termo de insubmissão dispensa o IPM, e não pode ser dispensado (como o IPM), pois, trata-se de peça
obrigatória nos autos do processo, sob pena de importar em nulidade do processo a ausência ou irregularidade do
termo.
Após, o termo de insubmissão deve ser encaminhado ao Juiz-Auditor da Justiça Militar, acompanhado de
todos os termos lavrados até o momento (art. 463, § 2º).
Após ser autuado o termo, será dado vista ao representante do Ministério Público Militar, pelo prazo de
cinco dias. Em não sendo requerida nenhuma diligência, o processo ficará em cartório até a captura ou apresentação
voluntária do insubmisso (art. 463, § 3º).
O insubmisso que se apresentar voluntariamente ou for capturado terá direito ao quartel por menagem (art.
464), ou seja, ele não ficará recluso em uma cela, mas sua liberdade restringir-se-á ao recinto do quartel.
O insubmisso permanece no recinto do quartel, recebendo instrução militar. A lei estipula um prazo
máximo para a menagem: se o réu não for julgado dentro de 60 dias, a contar de sua captura ou apresentação
voluntária, sem que para isto tenha dado causa, será posto em liberdade (art. 464, § 3º).
Muito embora, o art. 266 autorize a cassação da menagem do insubmisso pela autoridade militar, por
conveniência da disciplina, o dispositivo não é aplicável, pois nos termos do art. 464, com a apresentação ou
captura do insubmisso, este passa à disposição da autoridade judiciária. Por isso, somente o magistrado pode cassar
a menagem, de ofício, mediante representação da autoridade
militar ou a requerimento do Ministério Público Militar.
Também, será submetido a inspeção de saúde e se considerado apto para o serviço militar, será incluído.
Pois, a qualidade de militar é condição de procedibilidade da ação penal. Se o insubmisso não for incorporado à
Força para a qual havia sido designado, não poderá ser oferecida denúncia. O crime subsiste, mas a ação penal não
pode ser proposta porque lhe falta uma condição específica de procedibilidade.
Caso o exame de saúde diagnostique a incapacidade definitiva do insubmisso, este será isento da inclusão e
do processo, sendo os autos arquivados após o pronunciamento do Ministério Público. É o que prevê a Súmula n.
08 do STM:
Entretanto, sendo considerado apto e sendo efetivada sua inclusão, o respectivo Comandante que fez exarar
o ato, deve encaminhar, com urgência, sob pena de responsabilidade, a remessa à Auditoria de cópia do ato de
incorporação.
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