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TAG - Módulo 8 (PRINCÍPIOS DE FISCALIDADE) – Curso de Educação e Formação de Adultos PÁG.

FISCALIDADE

DESPESAS PÚBLICAS E RECEITAS PÚBLICAS

O Estado necessita de fazer despesas, para satisfazer as necessidades colectivas de instrução, de


segurança, de saúde, de defesa nacional, etc. Para cobrir estas despesas o Estado tem de obter as
chamadas Receitas Públicas.
As receitas podem-se classificar em receitas voluntárias e receitas coativas.
Receitas voluntárias são aquelas em que o preço é estabelecido por via negocial ou contratual. É o
que acontece com as receitas provenientes das explorações florestais do Estado. O Estado intervém
aqui em pé de igualdade com os particulares. Estas receitas denominam-se ainda receitas
patrimoniais.
Receitas coactivas ou de direito publico são aquelas que são autoritariamente fixadas pelo Estado,
por via legislativa. Estas receitas dividem-se em: taxas, impostos e multas.
A taxa é paga pelos indivíduos que utilizam os serviços públicos, são os chamados serviços
públicos especiais, ex: propinas e taxa hospitalar. Geralmente o preço destes serviços é inferior ao
seu custo. Com a taxa estabelece-se uma relação bilateral entre o Estado e os indivíduos.
O imposto é uma prestação coactivamente imposta pelo Estado aos cidadãos que se encontram em
determinadas condições previstas pela lei fiscal, independentemente de qualquer contraprestação,
pelo menos directa ou imediata, por parte do Estado.
Através dos impostos, o Estado cobra o custo dos serviços públicos gerais e a parte dos serviços
especiais que não é coberta pela taxa.
As multas são penalidades aplicadas pela pratica de infracções às normas fiscais.

DIREITO FINANCEIRO, TRIBUTÁRIO E FISCAL

DIREITO FINANCEIRO

São as normas que regulam a actividade financeira do Estado.


A actividade financeira do Estado é a acção desenvolvida no sentido de realizar despesas públicas e
obter receitas para cobrir estas despesas.
Assim o direito financeiro é um conjunto de normas bastante heterogéneas, umas regulando as
receitas voluntárias, outras as receitas coactivas e outras as despesas públicas.

DIREITO TRIBUTARIO

Por isso surgiu o direito tributário para regular a actividade do Estado no sentido de arrecadar as
receitas coactivas.

DIREITO FISCAL

Devido á diferença entre imposto e taxa destacou-se do direito tributário aquele conjunto de normas
que dizem respeito simplesmente aos impostos, surgindo assim o direito fiscal.
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Direito Fiscal - conjunto de normas que disciplinam as relações que se estabelecem entre o Estado
e os outros entes públicos, por um lado, e os cidadãos, pelo outro, por via do imposto.

O Estado é o sujeito activo e credor do imposto, e o contribuinte é o sujeito passivo e devedor do


imposto.

NATUREZA DO DIREITO FISCAL


O DIREITO FISCAL COMO DIREITO PUBLICO

Existem 2 critérios para distinguir direito publico de direito privado que facilmente nos levarão a
concluir que o direito fiscal é um sub-ramo do direito publico.

Critério de interesses - As normas do direito fiscal visam tutelar interesses da colectividade, uma
vez que o imposto se destina à satisfação das necessidades públicas.

Critério dos sujeitos da relação jurídica - a actuação do ente público desenvolve-se num plano
superior ao do simples particular. O primeiro tem um poder superior ao dos cidadãos, que lhe
permite a execução do património do devedor para realização dos créditos não voluntariamente
satisfeitos.

RELAÇÕES DO DIREITO FISCAL COM OUTROS RAMOS DE DIREITO

Existem relações do direito fiscal com os outros ramos do direito, porque não há completa
autonomia por parte de qualquer ramo do direito.

RELAÇÕES COM O DIREITO INTERNACIONAL

Têm sido frequentes os acordos internacionais sobre matéria fiscal, principalmente os acordos
tendentes a evitar a dupla tributação internacional ( tributação do mesmo facto tributário em mais
de um Estado).

RELAÇÕES COM O DIREITO CONSTITUCIONAL

Existem na Constituição da Republica Portuguesa normas de natureza fiscal, umas definindo


garantias fundamentais dos cidadãos, outras limitando a competência do legislador.

ARTIGO 106º
(Sistema Fiscal)

1. O sistema fiscal visa a satisfação das necessidades financeiras do Estado e outras entidades
públicas e uma repartição justa dos rendimentos e da riqueza.
2. Os impostos são criados por lei, que determina a incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as
garantias dos contribuintes.

3. Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não tenham sido criados nos termos da
Constituição e cuja liquidação e cobrança se não façam nas formas prescritas na lei.
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ARTIGO 107
(Impostos)

1. O imposto sobre o rendimento pessoal visará a diminuição das desigualdades e será único e
progressivo, tendo em conta as necessidades e os rendimentos do agregado familiar
2. A tributação das empresas incidirá fundamentalmente sobre o seu rendimento real.
3. O imposto sobre sucessões e doações será progressivo, de forma a contribuir para a igualdade
entre os cidadãos.
4. A tributação do consumo visará adaptar a estrutura do consumo à evolução das necessidades do
desenvolvimento económico e da justiça social, devendo onerar os consumos de luxo.

RELAÇÕES COM O DIREITO CRIMINAL

O não cumprimento dos deveres tributários está sujeito a sanções.


É que as normas fiscais impõem a determinadas entidades o cumprimento de certos deveres
(deveres acessórios).
Tais deveres podem consistir:

a) Numa acção - Exemplo: a apresentação na repartição de finanças da declaração de inicio de


actividade, por parte dos contribuintes passíveis do IVA, IRS ou IRC;

b) Numa abstenção - Exemplo: a não inutilização dos livros de escrita e documentos com ela
relacionados dentro do prazo de 10 anos (artº 98, nº 5, C.I.R.C.)

RELAÇÕES COM O DIREITO PRIVADO

É com o direito privado (direito civil e direito comercial) que o direito fiscal mantém maiores
afinidades, pois que muitas situações por ele reguladas têm por base institutos privatísticos.
Exemplo: a tributação que tem por base factos, actos e direitos patrimoniais:
Transmissões de bens mobiliários e imobiliários a titulo onoroso (sisa) e gratuitamente ( imposto s/
sucessões e doações).

FONTES DO DIREITO FISCAL

São os modos com nasce, se forma e se revela aos particulares o direito fiscal.
O artº 106 diz que os impostos são criados por lei, que determina os elementos essenciais do
imposto ( a incidência, taxa, benefícios fiscais e garantias dos contribuintes). Ninguém pode ser
obrigado a pagar impostos que não tenham sido criados de acordo com a constituição.
Assim a lei é a principal fonte de direito.
A Constituição ( lei fundamental do Estado, que fixa os grandes princípios de organização política,
da ordem jurídica e direitos e deveres dos cidadãos), nomeadamente a Constituição Fiscal que fixa
os princípios da lei fiscal, é fonte de direito fiscal.
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Princípios:
A) Principio da Legalidade - os impostos devem ser consentidos por aqueles que os tem de
suportar, ou pelas assembleias representativas. Os tributos têm que ser estabelecidos por lei
anterior.(artº 106º )

B) Principio da Igualdade - igualdade de todos os cidadãos perante a lei e, proibição de


discriminações arbitrárias

ARTIGO 13º
(Principio da igualdade)

« 1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento
de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião,
convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica ou condição o social.»

B.1) PRINCIPIO DA GENERALIDADE - todas as pessoas com capacidade contributiva devem


pagar impostos.

B.2) PRINCIPIO DA UNIFORMIDADE NA TRIBUTAÇÃO - deve haver uma igualdade de


sacrifícios. Este conceito tem evoluído com o tempo.
Defendeu-se durante muito tempo que o imposto devia ser proporcional, mas desta forma não se
atingia a igualdade de sacrifícios. Assim o imposto passou a ser progressivo, com a aplicação de
taxas de imposto sucessivamente mais elevadas à medida que o rendimento, o capital ou o consumo
aumentam.
Desta forma há :

- Igualdade horizontal: tratamento igual para riqueza ou rendimento igual;

- Igualdade vertical: tributações diferentes para rendimentos, capital ou consumos diferentes.

C) PRINCIPIO DA EFICIÊNCIA FUNCIONAL DO SISTEMA TRIBUTARIO

O sistema fiscal deve ser adequado à satisfação das necessidades financeiras do Estado (eficiência
financeira) e também à persecução de todos os seus objectivos políticos (económicos, sociais, etc)
(eficiência funcional) [artº 106º e 107º ].

D) PRINCIPIO DA ANUALIDADE

A cobrança dos impostos deve ser autorizada anualmente pela Assembleia da República.
LEIS - Compete à assembleia da República fazer leis sobre todas as matérias (salvo as reservadas
ao governo) e conferir ao Governo autorizações legislativas.

PROCESSO LEGISLATIVO - 1º elaboração do texto legal, pelo órgão competente; 2º aprovação


da lei pelo órgão competente; 3º promulgação pelo Presidente da República; 4º publicação no
Diário da Republica; 5º entrada em vigor.
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INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI FISCAL

Interpretar a lei é determinar o sentido e o alcance da lei. Só depois de interpretada é que pode ser
aplicada (artº 9º , pág. 27).
Presume-se que na lei não há palavras inúteis e que a lei não impõe impossíveis.
Os elementos de interpretação da lei são a letra (elemento gramatical) e o espirito da lei (elemento
lógico). Se tivermos em conta o texto, a interpretação é literal, mas se se considera só o espirito da
lei, isto é , aquilo que o legislador tinha em mente quando elaborou a lei, trata-se de uma
interpretação lógica. É frequente utilizar certas regras e argumentos lógicos como por exemplo:
- a lei que permite o mais permite o menos
- a lei que proíbe o menos proíbe o mais
- a lei que proíbe ou permite o fim proíbe ou permite os meios.
No entanto a interpretação tem de incidir sobre os dois elementos.
No caso de se detectar uma lacuna no sistema normativo, pois as situações relevantes não podem
ser todas previstas, tem de se determinara norma aplicável a essas situações - é a integração das
lacunas da lei. Em regra, procura-se resolver os casos omissos com base no principio do tratamento
igual a casos semelhantes, através da analogia. Se uma regra regulamenta um caso de certa maneira,
é natural que um caso semelhante seja resolvido da mesma forma.

* Lacunas da Lei são os casos não previstos na lei, i.é., aqueles casos que devem ser regulados
juridicamente e para os quais não se dá resposta imediata.

* Integração de Lacunas é a actividade destinada a encontrar a solução o jurídica para estes casos,
i.é., a norma que lhes seja aplicável.(artº 10º , pag.31)

APLICAÇÃO DA LEI FISCAL NO TEMPO E NO ESPAÇO

APLICAÇÃO DA LEI FISCAL NO TEMPO

A aplicação no tempo das normas fiscais comporta 3 questões fundamentais:

A) Inicio da sua Vigência


B) Cessação da sua Vigência
C) Sucessão de Normas

A) Inicio da sua Vigência

A lei só se torna obrigatória depois de publicada no jornal oficial (Diário da Republica).


Depois entre a publicação e a vigência da lei decorre o tempo fixado na própria lei ou em
legislação especial. Assim pode vir expresso na lei que esta entra em vigor imediatamente, após
certo prazo ou em data fixada. Em caso de omissão entra em vigor no 1 dia após a sua publicação.
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B) Cessação o da sua Vigência

A lei pode deixar de vigorar por caducidade, revogação e suspensão.

Caducidade - quando acaba o prazo da sua vigência.

Revogação - é quando uma lei é afastada por outra.


Existem 3 tipos de revogação :

1) expressa - uma lei declara revogada uma lei anterior.

2) por incompatibilidade - quando as normas duma nova lei são incompatíveis com as
anteriores.

3) global - quando a nova lei regula toda a matéria da anterior.

Suspensão - quando durante algum tempo a lei deixa de ser aplicada. Mas continua a existir e pode
ainda ser reposta em vigor.

C) Sucessão de Leis

As leis sucedem-se umas ás outras no tempo (art._ 12, pag. 35).


A valoração o de um acto é feita pela norma em vigor no momento em que o acto é praticado, assim
a lei pode aplicar-se para além da cessação da sua vigência.
Não há retroactividade das leis, no entanto podem-se distinguir dois tipos de normas com
comportamentos diferentes em relação a isso:

a) as normas que regulam os elementos essenciais do imposto (taxas, incidência, etc) não devem ser
retroactivas

b) as normas que regulam os elementos não essenciais do imposto, podem ser retroactivas (ex: lugar
de pagamento).

APLICAÇÃO DA LEI FISCAL NO ESPAÇO

A lei fiscal de um Estado apenas abrange os factos e situações que ocorram no território desse
Estado e os rendimentos que nele tenham a sua fonte.

Ex: O código do IRC para definir a territorialidade do imposto tem em conta 2 factores: a) sede do
suj. passivo; b) local onde foram obtidos os rendimentos.
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a) se o sujeito passivo tem sede em Portugal a tributação abrange a totalidade dos seus rendimentos,
quer obtidos em território português, quer em território estrangeiro.

b) se tem sede no estrangeiro, a tributação o abrange apenas os rendimentos obtidos em território


português.

Quanto ao CIRS:

- suj. passivos residentes em território português - o imposto abrange todos os rendimentos


qualquer que seja o território em que foram obtidos.

- suj. passivos não residentes em território português - o imposto abrange apenas os rendimentos
aqui obtidos.

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CONCEITO DE IMPOSTO
NOÇÃO DE IMPOSTO

IMPOSTO - o imposto é uma prestação coactiva, pecuniária, unilateral, estabelecida pela lei a
favor do Estado ou de outro ente público, sem carácter de sanção o, com vista á cobertura das
despesas públicas (finalidades fiscais do imposto) e ainda tem em atenção o objectivos de ordem
económica e social (finalidades extrafiscais do imposto).

a) Prestação o Coactiva - O Estado e outras pessoas colectivas de direito publico, a quem a lei
confere a faculdade de lançar e cobrar determinado imposto, exigem a respectiva prestação de todos
os cidadãos que se encontrem nas condição es previstas na lei para sujeição o ao imposto.

b) Prestação o Pecuniária - o imposto é uma prestação em dinheiro.

c) Prestação o Unilateral - é prestação o feita pelo cidadão, como sujeito passivo, não corresponde
por parte do Estado ou outro ente público, como suj. activo, qualquer contraprestação: o Estado
recebe o imposto e nada dá em troca, pelo menos directa e imediatamente.
Esta característica distingue o imposto de outras prestações coactivas e igualmente pecuniárias - as
taxas. As taxas são também prestações coactivas e pecuniárias, mas bilaterais. Destinam-se a pagar
no todo ou em parte, um serviço individualmente prestado pelos serviços públicos (os chamados
serviços especiais).

d) Prestação o Estabelecida por Lei - é a lei que confere ao Estado o poder de tributar. O poder de
tributar reside na lei que o próprio Estado cria.

e) Prestação Sem Caracter de Sanção - esta característica distingue o imposto de outras prestações
pecuniárias e unilaterais - as multas.

f) Finalidades do Imposto - há impostos que o Estado cria com o único objectivo de cobertura das
despesas públicas, e há impostos que o Estado cobra com finalidades económicas e sociais.
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f1) Finalidades Fiscais - obter receitas para financiar as despesas públicas.

f2) Finalidades Sociais - visa a repartição o justa da riqueza e dos rendimentos e a diminuição
das desigualdades (ex: IRS).

f3) Finalidades económicas - os impostos podem combater a inflação (reduzindo o rendimento


disponível) seleccionar o consumo (tributando mais pesadamente o consumo nocivo e supérfluo)
proteger a industria nacional (c/ direitos aduaneiros) e incentivar o investimento (c/
desagravamentos fiscais).

ELEMENTOS DO IMPOSTO

- Sujeitos do Imposto
- Matéria Tributável ou Colectável
- Taxas

A) Sujeitos do Imposto

A1) Sujeito Activo

- Estado
- Autarquias Locais (concelhos e freguesias)
- Institutos Públicos (RDP, Instituto Português de Cinema)

A2) Sujeito Passivo - são aqueles que são obrigados a efectuar a prestação do imposto. Podem
ser originários ou não originários.

Suj. Passivos Originários:

- Contribuinte - o efectivo devedor, quem suporta de facto o encargo patrimonial.

- Substituto - quem recebe o imposto do contribuinte e o entrega ao Estado. Há substituição


quando a lei obriga à entrega do imposto não aos titulares dos rendimentos, mas ás entidades que
pagam esses rendimentos. Estamos perante a cobrança por retenção o na fonte (IRS). As vantagens
para o Estado são:

- menor evasão fiscal porque quem entrega o imposto não suporta o encargo

- menor nº de pessoas a entregar o imposto

- mais certa a entrada nos cofres do Estado porque o substituto oferece mais garantias.

Sujeitos Passivos Não Originários:

a) por sucessão fiscal - por morte do suj. passivo os herdeiros são responsáveis pelas obrigações
fiscais ( até ao valor da herança).
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b) por incumprimento da obrigação o fiscal - outras pessoas podem ser responsabilizadas (ex:
administrador, conselho fiscal).

B) Matéria Tributável ou Colectável

É o objecto do imposto:

-rendimento
-capital
-despesa (consumo)
a determinação o da matéria colectável faz-se de acordo com as normas de incidência real ou
objectiva e de isenções reais ou objectivas.

C) Taxas

É o factor de quantificação do imposto. Pode ser:

- percentagem

- quantia fixa

- taxa especifica em função da unidade de medida da matéria colectável.


ex: imp. s/ consumo de cerveja ..... 0,20 €/litro

FASES DO IMPOSTO

- Incidência
- Lançamento
- Liquidação
- Cobrança

Incidência- É a definição o, geral e abstracta, feita pela lei de actos ou situações sujeitos a imposto
e das pessoas sujeitas á prestação do imposto.
Há dois aspectos na incidência:
- o que está sujeito a imposto (incidência real ou objectiva)
- quem está sujeito ao imposto ( incidência pessoal ou subjectiva)

Ex: CIVA

Artº 1 - Estão sujeitos ao IVA as transmissões de bens e ......

Artº 2 - São sujeitos passivos do imposto as pessoas singulares ou colectivas que exerçam
actividades de produção, comercio ou prestação de serviços.......
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Lançamento - Fase em que se identifica o sujeito passivo do imposto e se determina a matéria


colectável.

a) identificação do contribuinte
a1) declaração do próprio
a2) declaração de terceiro
a3) pela administração fiscal (caso dos adicionais em que o contribuinte já está identificado
no imposto principal)

b) determinação da matéria colectável

b1) por declaração do contribuinte ou de terceiros (IRS)

b2) por declaração do contribuinte sujeita a correcção pela administração fiscal (IRC)

b3) pela administração fiscal (IRS, Adicionais)

Liquidação - é a fase do imposto em que se determina o montante do imposto, aplicando a taxa à


respectiva matéria colectável.
Pela liquidação obtém-se a colecta, mas nem sempre o imposto a pagar coincide com a colecta.

Imposto a Pagar = Colecta + Adicionais - Deduções à Colecta

Autores da Liquidação :

a) liquidação administrativa (repartição de finanças)


ex: imposto s/ sucessões e doações

b) autoliquidação (pelo próprio) IRC, IVA

c) Liquidação por terceiro (IRS)

Tipos de Liquidação :

Provisória - é feita pelo contribuinte, por terceiros e pelo fisco quando este não dispõe de
todos os elementos.

Complementar - para corrigir a anterior.

Definitiva - quando não é provisória (Sisa)

Adicional - quando houver prejuízo para o Estado em liquidação anterior. Quando houver
atraso na liquidação por culpa dos serviços foi feita liquidação superior ao devido.
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Cobrança - Final da vida do imposto. É a operação que visa a entrada do imposto nos cofres do
Estado. É feita na tesouraria, enquanto que o lançamento e liquidação se processam nas finanças.

Formas de pagamento:

- por conta ( IRC - 75% do IRC do ano anterior dividido em parcelas Jho, Set, Dez.)(PEC
…………………….Março e Outubro)
- a pronto
- em prestações

Tipos de pagamentos:

- voluntário : - à boca do cofre


- c/ juros de mora
- no relaxe c/ + 3% da dívida
- coercivo

O pagamento diz-se voluntário quando é feito dentro dos prazos estabelecidos nas leis tributárias.
O prazo de pagamento que não venha estabelecido nas leis tributárias, será de 30 dias, após a
notificação para pagar, feita pelos serviços competentes (pagamento à boca do cofre). Findo o prazo
de pagamento, começarão a vencer-se juros de mora (1% ao mês) e será extraída pelos serviços
competentes certidão da dívida, a qual servirá de base à instauração do processo de execução fiscal
a promover pelo chefe da repartição de finanças.
Se o pagamento com juros de mora não for efectuado em determinado prazo ( 60 dias para cobrança
virtual e 15 dias para cobrança eventual) a dívida fica sujeita a relaxe. O relaxe é a actividade da
administração para preparar a cobrança coerciva. O pagamento pode ainda ser feito com juros de
mora acrescido de 3% do valor da dívida.
Seguidamente é instaurado um processo de execução fiscal, que é da competência dos tribunais de
contribuições e impostos.

A cobrança pode ser:

virtual - o tesoureiro recebe previamente os respectivos títulos da dívida e envia-os ao


contribuinte.

eventual - o título é solicitado pelo contribuinte à repartição de finanças e depois


apresentado ao tesoureiro no acto de pagamento que deve ser efectuado no dia da liquidação.

Os autores da entrega:
- o próprio contribuinte
- um terceiro

GARANTIAS DAS OBRIGAÇÕES FISCAIS

O Estado tem assegurada a garantia do pagamento dos impostos.


Existem várias garantias para o cumprimento das obrigações fiscais.
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a) garantia geral - direito de execução do património do devedor

b) garantia pessoal - a execução dos bens pode reverter, na falta de bens penhoráveis,
contra os responsáveis solidários.

c) garantias reais:

privilégios creditórios - consiste no privilégio de determinados credores serem pagos


primeiro do que outros.

privilégio mobiliário especial - sobre os bens móveis transmitidos, para garantir o


imposto de sucessões e doações.

privilégio mobiliário especial - para garantir os impostos directos e indirectos que


estão inscritos para cobrança no ano da penhora.

privilégio imobiliário - para garantir o imposto de sucessões e doações e recai sobre


os bens transmitidos. Para garantir a contribuição autárquica recai sobre os bens
sujeitos a esse imposto.

hipoteca - serve para garantir o pagamento da contribuição predial.

prestação de caução - é uma garantia voluntária. Consiste em deposito de dinheiro,


títulos da dívida pública, títulos cotados na bolsa, pedras e metais preciosos, etc, na
CGD á ordem da Direcção- Geral das Contribuições e Impostos. A caução também
pode ser prestada por fiança bancária.

CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS

SEGUNDO A NATUREZA DO SUJEITO ACTIVO

estaduais - o sujeito activo é o Estado


não estaduais - o suj. activo é a autarquia, institutos públicos, etc.

SEGUNDO A APLICAÇÃO TERRITORIAL

nacionais
continentais (ex: imposto de turismo)

locais (regiões autónomas, autarquias locais, zonas de turismo, etc.)


ex: sisa, derramas, imposto de jogo
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SEGUNDO A NATUREZA DA MATÉRIA COLECTÁVEL

s/ rendimento
s/ o capital
s/ a despesa

SEGUNDO O CRITÉRIO ORÇAMENTAL PORTUGUÊS

directos
indirectos
especiais - aqueles que respeitam a factos ou situações abrangidos por imposto directos ou
indirectos gerais, mas que são objecto de disciplina jurídica própria (imp. s/ tabaco).

SEGUNDO A SITUAÇÃO DO CONTRIBUINTE

reais
pessoais - quando atendem á situação do contribuinte (IRS)

SEGUNDO O CARÁCTER PERMANENTE OU TRANSITÓRIO DA SITUAÇÃO


TRIBUTÁRIA

periódicos - aqueles que se renovam período a período (IRS, IRC) (cobrança virtual)
de obrigação única - tributam factos isolados (IVA, SISA, Sucessões e Doações) (cobrança
eventual)

SEGUNDO O GRAU DE AUTONOMIA

principais
acessórios - acrescem aos impostos principais e dependem deles. (derramas camarárias)

SEGUNDO O TIPO DE TAXAS

proporcionais
progressivos

GARANTIAS DOS CONTRIBUINTES

As garantias consistem em:

a) direito á informação
b) direito á reclamação
c) direito a juros indemnizatórios
d) direito á redução de multas
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a) direito á informação

- o contribuinte tem o direito de ser esclarecido acerca das interpretações das leis e como
deve agir
- tem o direito de saber como se encontram as reclamações que fez
- tem acesso ao seu processo fiscal arquivado nas finanças

b) direito á reclamação

- pode recorrer das decisões judiciais


- pode reclamar quanto á fixação da matéria tributável
- oposição em processo de execução fiscal
- pode recorrer dos actos praticados pelo chefe da repartição de finanças no processo de
execução fiscal.

c) direito a juros indemnizatórios

- quando há erro dos serviços


- quando há atraso por culpa dos serviços na restituição do imposto

nota: os juros são iguais aos devidos pelo Estado (24% / ano), são pagos no prazo de 90 dias a
contar da data da decisão ou do fim do prazo da restituição do imposto. Os juros vão desde da data
do pagamento do imposto até á data da nota de crédito.

d) direito á redução de multas

- quando são pagas a pedido do contribuinte antes de instaurado o processo, nos seguintes
termos:

- 30 dias após a infracção e se não houve ainda denuncia ou fiscalização á escrita,


paga 50% da multa.

- se ultrapassar 30 dias e sem que tenha havido fiscalização á escrita, paga 75% da
multa.

- se o pedido é feito nos 3 dias úteis posteriores á fiscalização da escrita e a infracção


for negligente, paga 50% da multa fixada pela entidade competente.

nota: o direito á redução depende do pagamento nos 15 dias posteriores á entrada do pedido ou á
notificação da multa.

REVISÃO DA MATÉRIA TRIBUTÁVEL


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Da decisão que fixe a matéria tributável com fundamento na sua errónea quantificação cabe
reclamação. Esta reclamação será apresentada no prazo de 30 dias, na repartição de finanças. A
comissão de revisão é composta pelo Director distrital de finanças, sem direito a voto, e por dois
vogais, um nomeado pela Fazenda Pública e outro pelo contribuinte. O Director de Finanças
procurará um consenso entre as partes, não sendo possível este decidirá no prazo de 8 dias.

SISTEMA FISCAL PORTUGUÊS


EVOLUÇÃO

Antes da reforma era um sistema composto por impostos parcelares e pelo imposto complementar.
Apresentava alguns aspectos negativos:

- muito complexo
- desigualdade de tratamento entre contribuintes com níveis de rendimentos semelhantes
- agravamento crescente de taxas, com efeitos de desencorajamento do esforço de poupança
e da aplicação ao trabalho e de incentivo á evasão fiscal.

Com a entrada de Portugal na CEE o sistema fiscal modifica-se (reforma de 1988/89). Entra em
vigor o IVA e os vários impostos parcelares sobre o rendimento são substituidos pelo IRS e IRC.
Podemos distinguir quatro grandes grupos de impostos no actual sistema fiscal português:

- imposto s/ o rendimento
- imposto sobre a despesa ou consumo
- outros impostos com características especiais
- impostos locais

NÚMERO FISCAL DO CONTRIBUINTE


Criado em 1979 com os seguintes objectivos:

- rápida e correcta identificação do contribuinte, bem como envio mais seguro de


notificações, citações e outras informações fiscais, dada a obrigatoriedade de indicação do
«domicílio fiscal»
- controlo eficaz do cumprimento dos respectivos deveres tributários
- maior eficiência administrativa permissiva de um mais fácil e melhor contacto entre o
contribuinte e a administração.

nota: é obrigatória a menção do número fiscal em todos os documentos apresentados nos serviços
da administração fiscal e nos recibos dos profissionais livres, assim como a comprovação do
número fiscal nos pagamentos de rendimentos sujeitos a imposto com cobrança pelo sistema de
retenção na fonte.

PARAFISCALIDADE
Abrange realidades afins do imposto e da taxa mas que com eles não se identificam. É uma
prestação obrigatória, de carácter pecuniário não sancionatório, decorrente da soberania do Estado,
e são criados para beneficiar institutos públicos do Estado.
As contribuições para a Segurança Social enquadram-se na parafiscalidade e são devidas pelos
trabalhadores e entidades patronais. Estas contribuições, para os trabalhadores são como um prémio
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de seguro social obrigatório. Para as entidades patronais estas contribuições são encaradas como um
prémio de seguro social obrigatoriamente efectuado em benefício de terceiros.

CRIMES FISCAIS
TIPOS:
- fraude fiscal - ocultar ou alterar factos ou valores nas declarações e simular negócios.
- abuso de confiança fiscal - não entregar a prestação tributária, não entregar as
contribuições para a Seg. Social.
- frustração de créditos fiscais - alienar, danificar, ocultar ou fazer desaparecer o seu
património para frustrar a cobrança do imposto liquidado.
- violação do segredo fiscal - revelar ou aproveitar segredos fiscais conhecidos no exercício
das suas funções.

PENAS: A multa pode variar entre 10 e 1000 dias, o valor de cada dia pode variar entre 1.000$ e
100.000$ para singulares e entre 5.000$ e 500.000$ para pessoas colectivas.
Sempre que a multa for superior a 100 dias podem ser aplicadas outras penas com duração máxima
de 3 anos:
- privação de recebimento de subsídios públicos
- suspensão de benefícios fiscais
- interdição de actividades dependentes de autorização pública.

O QUE É O IVA

O IVA é um imposto geral sobre o consumo, aplicado ás transações de bens, ás prestações de


serviços e ás importações (não ás exportações), abrange todas as fases do circuito económico, a
base tributável é o valor acrescentado em cada fase, a divida de cada operador económico é
calculada pelo método do crédito do imposto ( IVA LIQUIDADO - IVA DEDUTIVEL), não é
comulativo porque cada sujeito aplica a taxa sobre o valor das suas vendas ou serviços.
Exemplo: o sujeito A comprou mercadoria por 100 + 17(iva) e pretende vender com um lucro de
20% s/ P.C.. O preço de venda ser 100*1.2 .
Os sujeitos passivos são intermediários entre o Estado e o consumidor, isto é, o imposto é suportado
definitivamente pelo consumidor final. O intermediário só suporta temporariamente o imposto, se o
prazo de pagamento aos fornecedores for inferior ao prazo de pagamento dos clientes.
O peso do IVA é distribuído por um maior numero de contribuintes.
Segundo o método do credito do imposto ou método das facturas, o imposto a pagar por cada agente
económico é igual ao valor do IVA incluído nas vendas subtraído do imposto pago nas compras.
TAG - Módulo 8 (PRINCÍPIOS DE FISCALIDADE) – Curso de Educação e Formação de Adultos PÁG. 17

Cada contribuinte deste modo só tem a lucrar por exigir uma factura das suas compras (na qual se
inclui o IVA) já que ela permitir-lhe-á deduzir o valor respeitante ao imposto pago nas suas
compras. É, pois, um sistema de autofiscalização, que permite Administração Fiscal a
possibilidade de um controlo cruzado muito mais eficaz (o imposto que o grossista pode deduzir
corresponde ao montante que o produtor lhe debitou; o montante que o retalhista deduz equivale ao
quantitativo liquidado pelo grossista, etc.). Através da declaração de uns o fisco sabe as
responsabilidades de outros.

IVA NAS VARIAS TRANSACÕES DESDE O FABRICANTE AO


CONSUMIDOR
mercadoria iva
p.c. lucro p.v. taxa valor suport. liquid. pagar
fabrica ------ ----- 100 21% 17 ----- 17 17
armaz. 117 20% 120 21% 20,4 17 20,4 3,4
retalh. 140,4 20% 144 21% 24,48 20,4 24,48 4,08
cons. 168,48 24,48

INCIDENCIA
INCIDENCIA REAL

Em geral estão sujeitos a imposto todas as transmissões de bens e serviços efectuadas no território
nacional a título oneroso, as importações e as operações intracomunitárias.

Consideram-se transmissões de bens a transferência onerosa de bens corpóreos. Para efeitos de


IVA consideram-se corpóreas a energia eléctrica, o calor, o frio, etc..

Consideram-se ainda transmissões de bens (não juridicamente):

- locação-venda
- venda com reserva de propriedade
- consideram-se vendidas ao fim de um ano as mercadorias enviadas á consignação
- afectação permanente de bens da empresa, a uso próprio do titular ou do pessoal, quando
tenha havido dedução do IVA.
- empreitadas
- não é considerada transmissão a transmissão de uma empresa.

Prestação de serviços- é toda a operação económica que não seja transmissão ou importação de
bens . É trabalho manual ou intelectual.

Importação - é a entrada de bens no território nacional, desde que não tenham pago imposto á
entrada em qualquer Estado-membro.

INCIDENCIA SUBJECTIVA
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São sujeitos passivos de imposto todas as pessoas singulares ou colectivas que exerçam uma
actividade de produção, comercio ou prestação de serviços.
De um modo geral todos os contribuintes sujeitos a IRC, bem como os profissionais livres
tributados em IRS.

NOTA - são ainda sujeitos passivos as pessoas singulares ou colectivas que, em facturas,
mencionem indevidamente IVA.

Exemplo: Um contribuinte (profissional livre) enquadrado no Regime de Isenção, por


desconhecimento, liquidou imposto numa das suas operações. Este imposto tem que ser
entregue na tesouraria no prazo de 15 dias.

O Estado também pode ser sujeito passivo quando exerce funções fora dos seus poderes. Exemplo :
venda de florestas.

É sempre sujeito passivo em : luz, água, telefone, televisão, etc..

TERRITORIALIDADE

Só as operações realizadas em território nacional ficam sujeitas a imposto.


As transmissões de bens são tributadas se os bens estiverem em território nacional no momento em
que se inicia o transporte para o adquirente ou, no caso de não haver transporte, no momento em
que são postos á disposição do adquirente.

As prestações de serviços, em geral, são tributadas quando efectuadas por um prestador que tenha a
sua sede, estabelecimento estável ou domicilio em território nacional.

FACTO GERADOR E EXIGIBILIDADE DO IMPOSTO

FACTO GERADOR - Transmissão de bens, prestação de serviços, importações.

EXIGIBILIDADE DO IMPOSTO - Ocorre no momento a partir do qual o fisco pode exigir o


pagamento do imposto ao sujeito passivo.

Do que se trata é saber a partir de que momento o Estado é credor de imposto e um sujeito passivo
está vinculado ao cumprimento do mesmo.

Em principio o facto gerador e a exigibilidade do imposto são coincidentes. Regra geral podemos
dizer que o imposto é devido e torna-se exigível:

- nas transmissões de bens, no momento em que os bens são postos á disposição do adquirente.
- nas prestações de serviços, no momento da sua realização.
- nas importações, no momento em que for numerado o bilhete de despacho ou se realize a
venda.
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NOTA - se os bens forem transportados pelo fornecedor ou terceiro, considera-se que os bens são
postos á disposição do comprador no momento em que se inicia o transporte.

NOTA - se houverem prestações o imposto é devido e exigível pelo respectivo valor das prestações.

CASOS EM QUE A EXIGIBILIDADE DO IMPOSTO OCORRE ANTES DO FACTO


GERADOR

- se ocorrem pagamentos antes da emissão da factura, a exigibilidade verifica-se no momento de


recebimento dos pagamentos, pelo valor recebido.

- se a emissão da factura ou pagamento se verificar antes da realização das operações tributáveis, a


exigibilidade ocorre no momento da emissão da factura ou o seu pagamento.

CASOS EM QUE A EXIGIBILIDADE DO IMPOSTO É POSTERIOR AO FACTO


GERADOR

Se a emissão da factura for obrigatória, a exigibilidade ocorre:

- no momento da emissão da factura (se o prazo de 5 dias for respeitado)

- no momento em que o prazo de emissão da factura termina (se sse o prazo não for respeitado).

ISENÇÕES

Existem 2 tipos de isenção:

- isenção simples ou incompleta

- isenção completa ou "taxa zero"

ISENÇÃO SIMPLES

O operador isento não liquida imposto nas suas vendas, mas suportou imposto nas suas compras,
imposto esse que não tem direito a deduzir, o que originará que venha a incorporar esse imposto
suportado nos seus preços de venda. Diz-se que há "IVA oculto".

Houve interesse em isentar certos sectores, não só por uma questão de tradição, como também pelas
dificuldades em tributar certos tipos de actividades.
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Grosso modo, são as seguintes as actividades isentas:

- serviços médicos, enfermeiros, tradutores, interpretes, advogados, solicitadores, etc.


- serviços médicos efectuados por hospitais e clinicas.
- serviços de músicos e outros artistas e desportistas.
- operações efectuadas por organismos sem finalidade lucrativa, nos domínios da Segurança Social,
Cultura, Recreio, Desporto, etc.
- arrendamentos e transmissão de bens imóveis.
- serviços de empresas funerárias.
- serviços de formação profissional
- serviços de alimentação e bebidas fornecidos pela entidade patronal aos seus empregados

RENUNCIA Á ISENÇÃO

Tendo em conta que as isenções simples são penalizantes, uma vez que o sujeito passivo não pode
deduzir o imposto suportado, irá repercuti-lo ao seu cliente, elevando assim os seus preços de venda
e não dando ao adquirente direito á dedução é concedida a opção pela sujeição ao imposto ás
seguintes actividades:

- prestações de serviços efectuadas por tradutores, interpretes, etc.


- prestações de serviços médicos efectuadas por estabelecimentos hospitalares privados.
- locação e transmissão de imóveis.
- actividades agrícola, silvícola e pecuária
- serviços de formação profissional
- serviços de alimentação e bebidas fornecidos pela entidade patronal aos seus empregados.
A renuncia á isenção, dá a possibilidade ao sujeito passivo de exercer o direito á dedução do IVA
suportado, mas obriga á liquidação de imposto nas suas operações.
O pedido deve ser feito na declaração de inicio de actividade ou na declaração de alterações.
Produz efeitos na data da declaração.
O sujeito é obrigado a permanecer no novo regime ( regime normal do iva) por um período de pelo
menos 5 anos.

Se passados 5 anos o sujeito quiser regressar ao regime de isenção deve apresentar em Janeiro do
ano seguinte, a declaração de alterações, com efeitos a partir do dia 1 de Janeiro.

NOTA - Apesar das importações serem tributadas existem algumas excepções:

- importação de bens cuja transmissão no interior do país é também isenta.


- importação de embarcações para navegação e pesca no alto mar.
- importação de carros para deficientes.
- importação dos veículos automóveis dos emigrantes
- etc...

ISENÇÃO COMPLETA OU "TAXA ZERO"


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Corresponde a um tipo de isenção no qual o operador não factura imposto nas suas vendas, mas
pode reclamar ao fisco o imposto que lhe foi facturado nas compras. O produto fica limpo de
imposto.

Para evitar a dupla tributação no comercio internacional, os bens saem do país exportador sem
qualquer carga fiscal e, serão tributados á entrada do país importador.
Verifica-se assim uma isenção completa (o sujeito passivo não liquida imposto nas vendas mas terá
o direito ao reembolso do imposto pago a montante) nas exportações e nas operações directamente
relacionadas com o comercio externo.

Estão isentas (isenção completa) as :

- exportações directas, i.é., quando efectuadas pelo próprio vendedor.


- serviços ligados aos bens exportados ( transportes, carga, descarga, etc)
- exportações indirectas, i.é., quando um estrangeiro adquirir bens no nosso país e os expedir ou
transportar para o estrangeiro.

NOTA - ver artº4.

VALOR TRIBUTÁVEL

O valor tributável é o valor dos bens e serviços sobre o qual irá incidir a taxa de imposto.
Portanto incide sobre a contraprestação recebida do adquirente.

Assim, em geral:

BASE Valor dos bens e serviços


Impostos, direitos, taxas e outras
+ imposições, despesas acessórias
debitadas ao cliente (comissões,
embalagem, transporte, seguros, etc)
Juros pelo pagamento diferido
 Descontos e abatimentos
Embalagens a devolver

TAXAS DE IMPOSTO
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As taxas actualmente em vigor no Continente são de 5%, 12% e 17%.

- 5% (taxa reduzida) que se aplica ás importações, transmissões de bens e prestações de serviços


mencionados na Lista I anexa ao CIVA, e que inclui, entre outros, os bens alimentares, os livros,
revistas e jornais, produtos farmacêuticos, o transporte de passageiros, a electricidade, etc.

- 12% (taxa intermédia) gasoleo, prestação de serviços hoteleiros, etc.

- 17% (taxa normal) que se aplica ás importações, transmissões de bens e prestações de serviços
não incluídos nas Listas I e II.

DEDUÇÕES E APURAMENTO DO IMPOSTO

A operação final da liquidação do imposto respeita á dedução do imposto suportado a montante


(método do credito do imposto).
Assim, em cada período fiscal (*), ao imposto liquidado aos clientes, os

sujeitos passivos deduzirão o imposto liquidado pelos seus fornecedores.


Mas para apurar o imposto, o sujeito passivo deve ter em conta ainda, as regularizações mensais, o
credito de imposto reportado do período anterior, regularizações a favor do Estado respeitantes a
correcções de erros na declaração anterior e as regularizações a favor do sujeito passivo
comunicadas pelo SIVA.

No que respeita ao imposto a deduzir, já sabemos que nem todo o imposto suportado será dedutivel.
Em principio, o sujeito passivo só tem direito a deduzir o imposto suportado na aquisição de bens e
serviços que sejam utilizados para a realização de operações tributáveis (transmissões de bens e
serviços sujeitos a imposto e dele não isentos).
No entanto, ainda que isentas, conferem direito á dedução as aquisições de bens e serviços
destinados á exportação.

Convém ainda salientar que, muito naturalmente, só confere direito á dedução o imposto
mencionado em facturas ou documentos equivalentes em nome do sujeito passivo.

EXCLUSÃO DO DIREITO A DEDUÇÃO

Exclui-se do direito á dedução o imposto contido nas seguintes despesas:

a) Aquisição, locação, manutenção e todas as despesas relacionadas com as viaturas de turismo,


barcos de recreio, helicópteros, aviões, motos e motociclos (excepto se forem objecto da actividade
do suj. passivo)

NOTA - É considerado veiculo de turismo qualquer veiculo automóvel, que, pelo seu tipo de
construção e equipamento, não seja destinado unicamente ao transporte de mercadorias ou a uma
utilização com caracter agrícola, comercial ou industrial ou que, sendo misto ou de transporte de
passageiros, não tenha mais de nove lugares, com inclusão do condutor.
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b) IVA de combustível, excepto o do gasoleo que ‚ dedutivel em 50% .


Contudo, se o gasoleo se destinar a veículos pesados de passageiros, veículos de transporte
publico, maquinas a gasoleo e a tractores exclusivamente agrícolas, o IVA suportado é dedutivel na
totalidade.

c) Despesas de deslocação, alojamento, alimentação, bebida e tabaco.

d) Despesas de luxo e divertimento

e) Despesas de transportes e viagens de negócios do sujeito passivo e do seu pessoal, incluindo as


portagens.

METODOS DE DEDUÇÃO

O direito dedução nasce no momento em que o imposto dedutivel se torna exigível e


poder efectivar-se pelos seguintes métodos:

CASOS METODOS APLICAÇÃO


IVA LIQ.> IVA DEDUT. Da subtracção No período:
Iva Liq.- Iva Dedutivel
Do reporte Em períodos Seguintes
Em certos casos:
IVA LIQ.< IVA DEDUT. Do reembolso a) > 500.000$
b)12 meses > 10.000$
c) cessação da actividade
No apuramento do IVA, poder verificar-se uma situação de crédito para o sujeito passivo. Neste
caso, o excesso pode ser reportado para os períodos fiscais seguintes (campo 96 da declaração
periódica) ou ser objecto de reembolso.

O sujeito passivo poder solicitar o reembolso sempre que:

a) O crédito a favor do sujeito passivo exceda 500.000$

b) Passados 12 meses persistir crédito a favor do contribuinte superior a 10.000$

c) Se verifique cessação da actividade.

Quando a quantia a reembolsar exceder 100.000$ ou no primeiro pedido de reembolso, a DGCI


pode exigir caução ou fiança bancária, que deve ser mantida pelo prazo de 1 ano.

Os reembolsos são feitos pela DGCI ao fim do 3º mês seguinte ao da apresentação do pedido.

EMPRESAS MISTAS

Empresas mistas são aquelas que efectuam conjuntamente operações tributadas ( com direito á
dedução) e operações isentas (sem direito á dedução).
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Para determinar o imposto dedutivel poderão ser utilizados dois métodos:

a) o método "pró-rata"

b) o método de afectação real

METODO "PRO RATA"

Por este método o imposto suportado nas aquisições é dedutivel apenas na percentagem
correspondente ao montante anual das operações que dão lugar a dedução.

MONTANTE ANUAL DAS OPERAÇÕES QUE DÃO DIREITO A DEDUÇÃO


MONTANTE ANUAL DE TODAS AS OPERAÇÕES

Serão excluídos quer do numerador quer do denominador desta fracção o valor do IVA e as
transmissões de imobilizado.

O valor desta fracção será arredondado para a centésima imediatamente superior.


esta percentagem é calculada provisoriamente com base nos valores do ano anterior e será corrigida
no final do ano, originando a correspondente regularização das deduções efectuadas ( regularização
por cálculo do "pró rata" definitivo).
Para determinar o imposto dedutivel aplica-se ao imposto suportado nas aquisições de bens e
serviços de cada período o "pró rata" provisório. No final do ano quando conhecermos o "pró rata"
definitivo, faz-se então a regularização, que constará na declaração periódica no quadro 08 (campo
45 e 53).

METODO DE AFECTAÇÃO REAL

O sujeito passivo terá de possuir contabilidade analítica que lhe permita distinguir as
operações referentes aos sectores isentos, muito especialmente a distinção entre os «inputs» que não
dão e dão direito á dedução.

OBRIGAÇÕES DOS CONTRIBUINTES

São obrigados a entregar:

- Declaração de inicio de actividade


- Declaração de alterações
- Declaração de cessação
- Enviar a declaração periódica relativa ás operações efectuadas no respectivo período de
imposto, com indicação do imposto devido ou do credito do imposto
- Enviar até 31 de Maio do ano seguinte, a declaração anual relativa á totalidade das operações; no
caso de cessação da actividade, a declaração anual deve ser enviada nos 30 dias seguintes á
cessação.
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PERIODOS FISCAIS

O período de imposto é Mensal para volume de negócios superior a 40.000 contos, e Trimestral
para negócios inferiores a 40.000 contos.

PRAZOS

As declarações mensais devem ser enviadas até ao último dia do 2º mês seguinte áquele a que
respeitam as operações.

As declarações trimestrais devem ser enviadas até ao dia 15 do 2º mês seguinte ao trimestre a que
respeitam as operações.

MODELOS DE DECLARAÇÕES

Modelo A - É enviado pelo SIVA, em data prévia. Se o contribuinte quiser enviar com registo deve
utilizar o talão que está no fundo da declaração, em caso contrário deve destrui-lo.

Modelo B - É igual ao anterior. Deve ser utilizado quando não se pode utilizar o A.

Modelo C - É idêntico ao A e é utilizado obrigatoriamente quando se pretende substituir uma


liquidação oficiosa ou uma declaração já apresentada.

NOTA - nas entregas do IVA devem-se arredondar os valores de forma a acabarem em escudos.

OBRIGAÇÕES DE PAGAMENTO

O pagamento pode ser efectuado por meio de cheque (á ordem do SIVA, cruzado, no verso o nº
fiscal do suj. passivo) ou vale postal, ‚ enviado, por via postal, juntamente com a declaração
periódica para:

- para o regime normal mensal:

Serviço de Administração do IVA


Apartado 8121
1802 Lisboa Códex

- para o regime normal trimestral


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Serviço de Administração do IVA


Apartado 8135
1802 Lisboa Códex

OBRIGAÇÕES DE FACTURAÇÃO

Os sujeitos passivos são obrigados a emitir uma factura ou documento equivalente ( nota
débito/crédito, fact-recibo, recibo verde) por cada transmissão de bens ou prestação de serviços e
adiantamentos recebidos.

NOTA - as facturas ou documentos equivalentes devem ser impressos tipograficamente ou


processadas por computador.
No caso de serem processadas por computador devem ser feitas por programas de facturação (e não
por processadores de texto), devem conter a expressão «processada por computador» e a sua
utilização deve ser comunicada previamente, pelo suj. passivo, Director de Finanças do Distrito da
sua sede.

As facturas devem ser processadas em duplicado ( ou triplicado quando servirem de documento de


transporte).

DISPENSA DE FACTURAÇÃO

Estão dispensados da obrigação de emitir factura, sempre que o cliente seja um particular que não
destine os bens ou serviços adquiridos ao exercício de uma actividade comercial, industrial ou
profissional e a transacção seja feita a dinheiro:

- os retalhistas e vendedores ambulantes


- as prestações de serviços em que é habitual a emissão de um bilhete ou senha
- prestações de serviço de valor inferior a 2 contos

Estão também dispensados de facturação os suj. passivos :

- no artº 9
- no Regime Especial de Isenção
- no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE

A contabilidade deve estar organizada de forma a possibilitar o correcto apuramento do imposto e


conter todos os elementos necessários ao preenchimento da declaração periódica.

NOTA - nas facturas emitidas por retalhistas ou prestadores de serviços pode indicar-se apenas o
preço já com IVA incluído e a respectiva taxa.
(Ex: IVA incluído á taxa de 16%)
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REGIMES ESPECIAIS

REGIME ESPECIAL DE ISENÇÃO

Abrange os sujeitos passivos que reunam cumulativamente as seguintes condições:

- não sejam obrigados a ter contabilidade organizada


- não pratiquem exportação ou importação
- volume de negócios do ano anterior < 1200 contos
- se forem retalhistas um volume de negócios < 1700 contos

Estes sujeitos passivos não têm IVA a entregar ao Estado porque não liquidam nem deduzem
imposto.
OBRIGAÇÕES

Entrega de :

- declaração de inicio de actividade


- declaração de cessação de actividade
- declaração de alterações

Exemplo de alterações:
- no volume de negócios
- passa a ter cont. organizada
- passa a fazer export/import
Os suj. passivos neste regime, quando emitam facturas deverão apor-lhes a menção:

IVA - REGIME DE ISENÇÃO

RENUNCIA

Os sujeitos passivos podem renunciar á isenção e optar pela aplicação normal do imposto ás suas
operações (por um período não inferior a 5 anos).
No caso de serem retalhistas, poderão ainda optar pelo regime especial dos pequenos retalhistas,
como veremos.
Razão : não deduzem IVA, vendem com IVA incluído e os seus clientes não podem deduzir o IVA.

Se passados 5 anos pretender voltar ao regime de isenção, deverá apresentar nas finanças (em
Janeiro do ano seguinte) a declaração de alterações com efeitos a partir de 1 Janeiro.

REGIME ESPECIAL DOS PEQUENOS RETALHISTAS

Estão neste regime os suj. passivos que reunam as seguintes condições:

- sejam retalhistas (quando pelo menos 90% das compras se destinam venda sem transformação)
- não sejam obrigados a possuir contabilidade organizada
TAG - Módulo 8 (PRINCÍPIOS DE FISCALIDADE) – Curso de Educação e Formação de Adultos PÁG. 28

- não efectuem expor./import.


- volume de compras do ano anterior < 7500 contos (sem IVA)

APURAMENTO DO IVA

Estes sujeitos passivos não liquidam imposto mas terão de entregar imposto nos cofres do Estado.
Para apurarem o IVA a pagar aplicam 25% ao valor do IVA suportado nas aquisições de bens para
venda sem transformação.
A este imposto será deduzido o valor do imposto suportado nas aquisições de bens de investimento
e outros materiais para uso da própria empresa não destinados a venda.

As facturas ou documentos equivalentes emitidos por pequenos retalhistas não conferem direito a
dedução, devendo neles constar expressamente a menção:

IVA - NÃO CONFERE DIREITO A DEDUÇÃO


Estes sujeitos passivos podem renunciar a este regime e optar pela aplicação normal do IVA.

OBRIGAÇÃO DE PAGAMENTO

Deve pagar o imposto devido na Tesouraria da Fazenda Pública, por meio de guia Modelo nº 977
(da imprensa casa da moeda) até final do 2º mês seguinte a cada trimestre.

Devem ser inscritos na guia os seguintes valores:

A - IVA suportado nas aquisições (conf. 7 + 8 + 9 do livro M10)


B - 25% do IVA suportado (25% x A)
C - IVA dedutivel (conf. 7 + 8 + 9 do livro M11)
D - Transporte de períodos anteriores
E - Imposto a pagar ( E = B-C-D)

OBRIGAÇÃO DE ESCRITURAÇÃO

São obrigados a possuir :

- Livro de registo de compras, vendas e serviços prestados;


- Livro de registo de despesas gerais e operações ligadas a bens de investimento.

Devem ainda apresentar na Repartição de Finanças, em triplicado e durante o mês de Março de cada
ano, uma declaração relativa ás aquisições efectuadas no ano anterior.
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EXERCICIOS DE FISCALIDADE
IVA

1) Suponha-se uma pequena drogaria que no 1º trimestre efectuou compras de mercadorias pelo
montante de 800 c. + 21% IVA.
Teve de despesas de material de expediente 25 + 21% IVA, aquisição de mobiliário no valor de
100 + 21% IVA e refeições no valor de 220,00 € c/ iva incluído à taxa de 13%.
Calcule o imposto a entregar ao Estado.

2) Suponhamos um pronto-a-vestir em que o total de receita de um mês ‚ de 539 c. com IVA


incluído á taxa de 21%. Determine o valor do IVA.

3) Um estabelecimento comercial de venda de electrodomésticos (no regime normal de IVA) teve


em determinado mês as seguintes aquisições e vendas:

AQUISIÇÕES VENDAS
20 televisores 1200 + 21% 2 rádios 20 + 21%
10 frigoríficos 500 + 21% 22 televisores 1500 + 21%
2 ferros de engomar 10 + 21% 8 frigoríficos 480 + 21%
material de limpeza 2 + 21%

Determine o imposto a pagar ao Estado.

4) A Carveste é uma empresa que realiza exportações e efectuou, por hipótese, em determinado
mês, as seguintes operações relevantes para efeitos de IVA.

AQUISIÇÕES VENDAS
Matérias-primas e subsidiárias 10.000 Exportações 12.000
Fornec. e serv. externos 3.000 Vendas no mercado interno 20.000
Aquisição de um tear 2.000
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Sabendo que os valores incluem IVA, e que a taxa do IVA é 21%, faça o apuramento do imposto.

5) Suponha-se que em determinado período esta empresa teve os seguintes movimentos :

AQUISIÇÕES (valores sem iva) VENDAS (valores sem iva)


Matérias-primas 12.000 Exportações 25.000
Fornec. e serv. externos 4.000
Computador 1.000
Nota - Iva a 21%

Faça o apuramento do IVA.

6) Imaginemos que o sujeito passivo A, com periodicidade mensal de IVA, efectuou liquidações de
IVA e suportou IVA, que resultaram nos seguintes somatórios mensais :

LIQUIDAÇÃO DEDUÇÃO IVA a pagar IVA a recuperar


JANEIRO(n-1) 1000 800
FEVEREIRO 2500 2300
MARÇO 1250 1500
ABRIL 1400 1600
MAIO 1800 1500
JUNHO 2200 2000
JULHO 800 5000
AGOSTO 350 650
SETEMBRO 500 600
OUTUBRO 900 1500
NOVEMBRO 1600 2100
DEZEMBRO 60 2250
JANEIRO (n-2) 1300 1350
FEVEREIRO 3250 3300
MARÇO 1650 185
ABRIL 800 2100
MAIO 230 245
JUNHO 280 290
JULHO 100 5000
AGOSTO 40 30
SETEMBRO 65 60
OUTUBRO 110 6000
NOVEMBRO 210 320
DEZEMBRO 310 300

Com base nos valores anteriores, preencha as colunas de IVA a Pagar e IVA a Recuperar, supondo
que é pedido o reembolso sempre que houver esse direito (3.000,00 €).
TAG - Módulo 8 (PRINCÍPIOS DE FISCALIDADE) – Curso de Educação e Formação de Adultos PÁG. 31

Diga como deve o técnico de contas proceder para pedir o reembolso do iva.

7) A empresa Boa Vida, Lda, com sede no Sitio das Noras, lote 13, r/c/esq, 8500 - Portimão, nº de
cont. 564123855, realizou as seguintes operações no mês de Janeiro do corrente ano :

- venda de mercadorias..................................10.000 c. c/ IVA incluído 16%


- venda de mercadorias.................................. 5.000 c/ IVA incluído 30%
- compra de viatura de mercadorias................ 2.000 + 320
- compra de material de escritório................... 30 + 4,8
- pagamento de serviços externos.................... 20 + 3,2
- compra de gasoleo para uso
nos carros de mercadorias............................ 50 + IVA
- compra de gasoleo para
um gerador ................................................. 20 + IVA

- compra de mercadorias................................ 7.000 + 1.120


- despesas de viagens de negócios................. 20 + 3,2
- compra de gasolina.................................... 30 + IVA
- compra de viatura de turismo...................... 1.500 + 240
- reparação num carro de mercadorias........... 50 + 8
- credito de IVA do período anterior............. 5

Tarefa a Realizar :

- Preencher a declaração do IVA

Nota - o pagamento do Iva é feito por cheque do BTA nº 564324

8) A empresa ALFA que realiza vendas isentas e vendas não isentas de IVA, realizou, durante
1992, as seguintes operações:

COMPRAS ANUAIS VALOR S/ IVA IVA

mercadorias.........................180.000 contos.........................28.800 contos


viaturas de turismo............... 2.000....................................... 320
outros imobilizados.............. 8.000..................................... 1.280
despesas de alojamento....... 500 ..................................... 80
outros forn. serv. ext. ......... 6.000 ..................................... 960

VENDAS ANUAIS VALOR S/ IVA IVA

vendas não isentas ................ 328.000 contos ..................... 52.480 contos


exportações.......................... 80.000
vendas isentas
TAG - Módulo 8 (PRINCÍPIOS DE FISCALIDADE) – Curso de Educação e Formação de Adultos PÁG. 32

s/ direito a dedução ............. 100.000


venda de imobilizado ........... 10.000

Durante 1992 efectuou as deduções com base num "pró rata" provisório de 0.85.

Calcule a regularização anual do IVA recorrendo ao calculo do "pró - rata" definitivo.

9) Um empresário em nome individual possui uma oficina de litografia (é suj. passivo) e ‚ também
um artista enquadrado na previsão do artº 9 nº 19.
O empresário utiliza-se da sua oficina (que prossegue uma actividade
normalmente tributada) para em simultâneo produzir ele próprio litografia artística ( de

tiragem limitada, e não produzida por processos mecânicos ou fotomecanicos).

Suponhamos que o sujeito passivo produz litografia vulgar ( á taxa de 16%) e que tem um período
de entrega mensal, imaginemos que durante o período de 1992:

a) facturou a clientes, situados em Portugal, vendas de litografia vulgar no valor de 25.000.000$00


+ 4.000.000$00 de IVA.
b) facturou por serviços prestados em acabamentos de litografia pertencente a outro sujeito, um
total de 5.000.000$00 + 80.000$00 de IVA.
c) exportou litografia vulgar e artística, um total de 40.000.0000$00.
d) facturou a clientes situados em Portugal, litografia artística no valor de 14.000.000$00
e) vendeu uma máquina pelo preço de 70.000$00.

Calcule o "pró-rata" a utilizar em 1993.

10) Suponhamos um sujeito passivo (pequeno retalhista) que possui uma sapataria e na qual faz
pequenos arranjos de sapatos, imaginemos que:

a) durante o ano de 1992, teve um volume total de compras de 3.600.000$00 imposto excluído.

b) deste volume total de compras 3.400.000$00 foram de sapatos destinados a revenda ( > 90% para
venda)

c) o sujeito passivo não pratica exportação nem importação.

Suponha-se agoira que durante o 1º trimestre de 1993 o sujeito passivo (peq. retalhista) efectuou as
seguintes operações:

a) adquiriu sapatos para revenda, sobre os quais suportou IVA de 96.000$00.

b) adquiriu couro para arranjos de sapatos, sobre o qual suportou 7.000$00 de IVA.

c) adquiriu colas, pregos e tintas pelos quais suportou IVA no valor de 2.500$00.
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d) suportou de IVA no transporte de sapatos aquando da sua aquisição, a importância de 1.500$00


(o transporte não estava incluído na alínea a))

e) Adquiriu material de escritório sobre o qual suportou 250$00 de IVA.

f) suportou 500$00 de IVA na electricidade.

g) suportou 250$00 de IVA no telefone.

h) adquiriu uma prateleira par exposição de mercadoria pela qual suportou 2.000$00 de IVA.
Calcule o imposto que o sujeito passivo deve entregar ao Estado.

11) Um fabricante de calçado, num determinado mês, efectuou as seguintes operações:

- compra de matéria-prima........ 1.000 + 160 IVA


- aquisição de uma máquina....... 5.000 + 800 IVA
- repara a viatura ...................... 100 + 16 IVA

- vendas ...................................10.000 + 1.600 IVA

Determine o IVA a pagar ao Estado.

12) A empresa Alilu, Lda., com sede na Rua dos Prazeres, Lote 108, Albufeira, contribuinte nº 501
748 236, ‚ sujeito passivo do IVA com periodicidade mensal, e durante o mês de Dezembro de 1992
fez os seguintes movimentos:

VENDAS:
Lista I.............................. 5 000 000$, com IVA incluído
Taxa de 16%................... 18 000 000$, com IVA incluído
Isentas............................. 10 000 000$.

O "pro rata" utilizado durante o ano foi de 65%.


As aquisições feitas durante o mês de Dezembro foram as seguintes:

DEZEMBRO ANUAL
COMPRAS:
Com Iva taxa de 5% 650.000$ 1.000.000$
Com IVA taxa de 16% 2.000.000$ 5.000.000$

FORNEC. S. EXT.
Com IVA taxa de 5% 20.000$ 100.000$
Com IVA taxa de 16% 10.000$ 75.000$

IMOBILIZADO
Com IVA taxa de 16% 650.000$ 10.000.000$
TAG - Módulo 8 (PRINCÍPIOS DE FISCALIDADE) – Curso de Educação e Formação de Adultos PÁG. 34

IVA a recuperar do período anterior....................202.580$

O volume de vendas do referido ano foi de 220.000.000$, mas 88.000.000$ referem-se a vendas
isentas de IVA ao abrigo do artº 9º.

a) Determine o pró rata definitivo para o presente ano.

b) Preencha a declaração do IVA relativa ao mês de Dezembro.

c) Efectue a regularização do IVA pelo "pró rata" definitivo.

d) Preencha o quadro 08 da declaração.

O IRS vem substituir impostos parcelares (com diferentes taxas) e sujeita o rendimento global dos
contribuintes a uma única taxa de tributação.

O rendimento divide-se em categorias:

A.....trabalho dependente
B.....trabalho independente
C.....rendimentos comerciais e industriais
D.....rendimentos agrícolas
E.....rendimentos de capitais
F.....rendimentos prediais
G.....mais-valias
H.....pensões
I......outros rendimentos

ESQUEMA DO PROCESSO DE LIQUIDAÇÃO DO IRS


1º RENDIMENTO BRUTO DE CADA CATEGORIA
2º DEDUÇÕES ESPECIFICAS DE CADA
CATEGORIA (custo de obtenção do rendimento)
3º RENDIMENTO LIQUIDO DE CADA CATEGORIA
4º RENDIMENTO LIQUIDO TOTAL
5º ABATIMENTOS (com limites)
6º RENDIMENTO COLECTÁVEL
8º TAXA
9º COLECTA
10º DEDUÇÕES Á COLECTA
11º IMPOSTO
(a pagar ou a reembolsar)
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CATEGORIA A TRABALHADOR POR CONTA DE OUTREM

Rendimento de trabalho: por contracto; prestação de serviços quando exercidos sob autoridade e
direcção do cliente; função pública; pré-reforma e reserva

Estes rendimentos são: ordenados, salários, vencimentos, pré-reforma, abonos de reserva, subsídios
de residência, de refeição (em parte), de férias, de natal, de estudo, de doença (em parte)

- gratificações, percentagens, comissões, participações, senhas de presença, participação em multas,


emolumentos, abonos (em parte) e ajudas de custo (em parte).

- remuneração do empresário em nome individual e seus familiares, e indemnização por mudança


de local de trabalho.

EXCLUSÕES

- Ajudas de custo

Categorias Portugal Estrangeiro


Trabalhadores em geral 10 008$00 23 750$00

- Subsidio de refeição até 937$50/dia

- Transporte em automóvel próprio até 59$50/km

- Abono para falhas até 5% x 14 x remuneração fixa


12

- Abono de família, aleitação, casamento, funeral e nascimento

- Subsídio de desemprego

- Subsídio de doença (dado pela segurança social)


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- Indemnização por acidente de trabalho

- Importância recebida por cessação do contracto de trabalho até ao valor de:

1,5 x nº de anos x remuneração

nota: 6 meses = 1 ano

No entanto não há direito a exclusão se no prazo de um ano for feito novo contracto
com a mesma empresa.

Deficientes com um grau de deficiência >= 60% os rendimentos são englobados em 50%.

FACTO GERADOR - Momento em que os rendimentos são pagos. Assim pode acontecer que
sejam pagos rendimentos de anos anteriores, que serão considerados rendimentos do ano em que
foram pagos.

Sendo as taxas do IRS progressivas, o sujeito passivo poderia passar para escalões superiores de
rendimento. Assim o CIRS dá a possibilidade de reportar esses rendimentos aos anos a que foram
produzidos (no máximo de 5 anos), pelos valores reais ou em partes iguais todos os anos.
(ver tabelas especificas de retenção).

DEDUÇÕES ESPECIFICAS

Consiste na dedução das importâncias consideradas indispensáveis á sua obtenção.

Deduções que dependem dos rendimentos


Montante anual dos rendimentos Valor da dedução específica
(por sujeito passívo)
Contribuintes em geral
Menos de 756617$00 70% do rendimento obtido
Entre 756617$00 e 4 814 836$00 529 632$00
Mais de 4 814 836$00 Valor das contribuições obrigatórias
Para a Segurança Social
Contribuintes deficientes
Menos de 1 134 926$00 70% do rendimento obtido
Entre 1 134 926$00 e 7 222 254$00 794 448$00
TAG - Módulo 8 (PRINCÍPIOS DE FISCALIDADE) – Curso de Educação e Formação de Adultos PÁG. 37

Mais de 7 222 254$00 Valor das contribuições obrigatórias


Para a Segurança Social

RENDIMENTO BRUTO - DEDUÇÕES ESPECIFICAS = RENDIMENTO LIQUIDO

RETENÇÃO NA FONTE

As entidades pagadoras do rendimento de trabalho dependente são obrigadas a reter o imposto no


momento do seu pagamento.

REGRAS:

- Às remunerações fixas somam-se as remunerações variáveis em cada mês

- excluem-se:

- subsidio de natal
- subsidio de férias
- rendimentos de períodos diferentes e que possam ser
reportados

- Forma de fazer o reporte:

- do mesmo ano: efectuar-se-á o reporte ao mês a que respeitem,


recalculando-se o imposto e retendo a diferença entre este valor e o valor retido

- de ano diferente: faz-se o reporte dos rendimentos aos anos a que


foram produzidos e faz-se a retenção pelas taxas da tabela IX (não deficientes) e X (deficientes).

- O valor a reter em cada mês não pode exceder 40% do rendimento pago.

RETENÇÃO-POUPANÇA

Os titulares de rendimentos da categoria A podem optar por retenção superior á que normalmente
lhes seria efectuada.
A taxa de retenção mensal da opção nunca pode ser superior a 40%.
Porque se trata de um regime facultativo, deve o sujeito passivo exercer a sua opção, junto da
entidade pagadora dos rendimentos, mediante uma declaração, em duplicado.
TAG - Módulo 8 (PRINCÍPIOS DE FISCALIDADE) – Curso de Educação e Formação de Adultos PÁG. 38

NOTA - Anualmente a entidade patronal tem de preencher o Modelo J com o valor dos
rendimentos pagos e IRS retido, e entregar na repartição de finanças até final do mês de Março.
Devem ainda entregar aos empregados, até 20 de Janeiro de cada ano, documento comprovativo das
importâncias pagas no ano anterior e do IRS retido na fonte.

TABELAS DE RETENÇÃO

É necessário sabermos a situação pessoal e familiar do suj. passivo.


Para isso a entidade patronal tem de pedir ao sujeito passivo, no inicio das suas funções, os dados
indispensáveis (estado civil, nº de filhos, deficiencias,etc). O trabalhador fica obrigado a comunicar
qualquer alteração.
Se o trabalhador não fornecer estes elementos considera-se «não casado, sem dependentes».

Para aplicação das tabelas de retenção os sujeitos passivos agrupam-se da seguinte forma:

a) «não casados»

b) «casados, único titular» quando um recebe >= 95% do rendimento

c) «casados, dois titulares»

TABELAS

Sujeitos Passivos Retenção Mensal Para Reporte


Não Deficientes I,II,III IX
Deficientes IV,V,VI X

Observações:

- cada dependente deficiente (>= 60%) equivale a 2 dependentes

- conjugue deficiente (>= 60%) sem rendimentos equivale a 1 dependente

- «casados 2 titulares» podem optar por «casados, único titular», a opção é feita pelo que
ganha mais.

- pode-se optar por retenção superior á tabela, até ao máximo de 40%.

REMUNERAÇÃO POR EXCESSO DE IMPOSTO PAGO ANTECIPADAMENTE


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Verificando-se, na liquidação anual do IRS, que foi pago imposto superior ao devido, os sujeitos
passivos têm direito a receber uma remuneração sobre a diferença, deste o mês em que se verificou
o crédito até ao mês anterior á liquidação.
Esta remuneração será paga em conjunto com o excesso de imposto.

O imposto deve ser restituído até 31/8 ou 30/9 respectivamente para a Mod. 1 e Mod. 2.

Reporte de Rendimentos: possibilidade de o contribuintedeclarar rendimentos, recebidos no ano a


que se refere a declaração, mas respeitantes a anos anteriores (até ao maximo de 5 anos), aos quais
serão aplicadas as taxas do ano em que deveriam ter sido recebidos.

CORRECÇÕES DE ERROS

Sempre que a entidade pagadora cometa erros na retenção a correcção deve ser feita na próxima
retenção.

ENTREGA DO IRS RETIDO

Os valores retidos devem ser entregues nos cofres do Estado até ao dia 20 de cada mês respeitante á
retenção do mês anterior.

TAXAS

Se o sujeito passivo for residente em território português, a taxa vai depender dos rendimentos
englobados, dos abatimentos e do agregado familiar.

Se o sujeito passivo não residir em território português a taxa é liberatória de 20%.

PRAZOS DE APRESENTAÇÃO DAS DECLARAÇÕES

- Modelo 1 até 15 de Março

- Modelo 2 até 30 de Abril

MODELOS DE DECLARAÇÕES
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Para a declaração dos rendimentos sujeitos a IRS deve utilizar-se uma declaração de modelo oficial
que tem que ser entregue anualmente com referência aos rendimentos auferidos no ano anterior.

Declaração Modelo 3 + anexos

DISPENSA DE APRESENTAÇÃO DA MODELO 3

Estão dispensados de apresentar a Mod. 3 os sujeitos passivos que durante o ano anterior:

a) Tenham auferido unicamente rendimentos do trabalho dependente (A) de montante


igual ou inferior ao salário mínimo nacional e sobre os mesmos não tenha incidido retenção na
fonte.

b) Tenham auferido unicamente pensões (H) de montante inferior a 1825 contos no seu
conjunto, quando casados, e a 1645 contos nos restantes casos , e sobre os mesmos não tenha
incidido retenção na fonte.

c) Tenham auferido apenas rendimentos sujeitos a taxas liberatórias e não optem pelo seu
englobamento

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA PREENCHER AS DECLARAÇÕES

- Cartões de contribuinte dos sujeitos passivos

- Cartões de contribuinte dos dependentes, no caso de estes serem titulares de rendimentos sujeitos a
englobamento.

- Declaração de rendimentos e retenções na fonte emitidas pelas entidades pagadoras

- Documentos comprovativos de todas as despesas susceptíveis de abatimento, designadamente das


despesas com a saúde, educação, juros de dívidas com habitação
ou saúde, prémios de seguros de vida e pensões a que estejam obrigados os sujeitos passivos.

Declaração enviada pelo correio: neste caso juntamente com as declarações deve ser enviada
fotocópia dos cartões de contribuinte.

Anexos: todos os anexos a ser apresentados devem acompanhar a declaração modelo 3

As declarações deverão ser acompanhadas pelos anexos correspondentes ás categorias de


rendimentos auferidos pelos sujeitos passivos.

Recomendação
TAG - Módulo 8 (PRINCÍPIOS DE FISCALIDADE) – Curso de Educação e Formação de Adultos PÁG. 41

As declarações devem ser apresentadas em duplicado, destinando-se um exemplar a ser devolvido


ao apresentante no momento da recepção, depois de autenticado pelos serviços.

ELEMENTOS A TER EM CONTA PARA O PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO

Agregado familiar: a situação familiar do sujeito passivo é primordial para a determinação da


incidência pessoal do IRS. Esta incidência vai determinar quais as deduções e abatimentos á
colecta.

O agregado familiar é constituído por:

. os cônjuges e seus dependentes


. cada um dos cônjuges (se separados) e seus dependentes

. o pai e mãe solteiros e seus dependentes

São considerados dependentes :

a) os filhos, adoptados e enteados, menores, que não tenham rendimentos ou se os tiverem a


sua administração caiba ao chefe de família.

b) os filhos, adoptados e enteados, com idade não superior a 25 anos, que não tenham
rendimentos superiores ao salário mínimo nacional, e que tenham frequentado no ano a que o
imposto respeita o 11º ou 12º anos de escolaridade ou ensino médio ou superior.

c) os filhos, adoptados e enteados, maiores, quando inaptos para angariar meios de


subsistência e não aufiram rendimentos superiores ao salário mínimo nacional.

d) menores sob tutela, na condição de não auferirem quaisquer rendimentos.

Contribuintes casados - declaração única

Existindo agregado familiar, deverá ser apresentada uma única declaração de rendimentos pelos
dois cônjuges ou por um deles, se o outro for incapaz ou ausente.

Fraccionamento

Existirá fraccionamento, isto é, separação de rendimentos, se ocorrer o falecimento de um dos


cônjuges. Neste caso, é obrigatória a apresentação de duas declarações de rendimentos e do
respectivo anexo D (fraccionamento de rendimentos).
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Englobamento

É a possibilidade de juntar todos os rendimentos das diversas categorias numa mesma declaração.
Assim os rendimentos são sujeitos a uma única tabela de taxas de imposto.

Mínimo de existência

Da aplicação das taxas gerais (do artº 71) não poderá resultar para os titulares de rendimentos
predominantemente com origem no trabalho dependente, a disponibilidade de um rendimento
líquido de imposto inferior ao valor anual do salário mínimo nacional.

nota : a tributação do sujeito passivo será feita de harmonia com o seu estado civil em 31 de
Dezembro.

RESIDENTES

São as pessoas que, no ano a que respeitam os rendimentos, tenham permanecido mais de 183 dias,
seguidos ou não; ou que tendo permanecido em Portugal por menos tempo, disponham, em 31 de
Dezembro desse ano, de habitação em condições que façam supor a intenção de a manter e ocupar
como residência habitual; ou ainda que desempenhem, no estrangeiro, funções ou comissões de
carácter público, ao serviço do Estado Português.

REEMBOLSOS

Quando o montante a reembolsar for inferior a 2.000$00 não haverá lugar a reembolso; e se o
montante a pagar for inferior a 5.000$00 não haverá lugar a pagamento.
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EXEMPLOS PRÁTICOS

1) Francisco trabalhou durante 10 anos e 6 meses na firma B & B, Lda., da qual saiu por motivo de
reforma. O contracto de trabalho estabelecia uma gratificação de 4000 c.
que seria atribuída por cessação de contracto de trabalho, que ele recebeu.
A remuneração mensal era de 105 c.

Calcule o valor a tributar.

resolução:

Cálculo do valor excluído da tributação:

1,5 x 11 x 105 x 14 = 2 021 250$00


12

Valor a tributar:

4 000 000$00 - 2 021 250$00 = 1 978 750$00

2) O Sr. Bento com grau de invalidez permanente de 70% auferiu durante o ano de 1993
remunerações de trabalho dependente no valor de 1500 c., cujas contribuições para a Segurança
Social foram de 165 c.

Calcule o rendimento liquido.

resolução

rendimento a englobar = 50% x 1500 c. = 750 c.

dedução = (65% x 1500 c. = 975 com limite = 600 c.


rendimento líquido 183 c.

1) Casei-me em Maio deste ano. Em 1994, a minha esposa e eu seremos obrigados a entregar três
declarações de rendimentos? Duas com solteiros e outra já com casados?

Não. Só será necessária uma declaração conjunta. O fisco levará em conta o agregado familiar
existente em 31 de Dezembro do ano a que respeitar a declaração. Nesta serão incluídos todos os
rendimentos obtidos, no ano em questão, antes e depois do casamento.
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2) No ano passado, apresentei uma acção judicial contra uma empresa que me devia dinheiro.
Contudo, só há poucos dias, após sentença favorável, me foi paga a dívida. De que forma são
tributados estes rendimentos, uma vez que já entreguei a declaração de IRS referente a 1992?

Deve apresentar, no prazo de 30 dias, nas finanças, uma nova declaração, correspondente á
globalidade dos rendimentos do ano em questão. Também deverá apresentar de novo todos os
justificativos de despesas, bem como o documento comprovativo da sentença.

3) Sou viuva, o meu filho de 18 anos entrou este ano para a Universidade, em Lisboa, e, por isso, já
não vive comigo. No entanto, para que possa pagar os seus estudos, envio-lhe, todos os meses,
algum dinheiro.
Posso incluí-lo na minha declaração como dependente?

Não só pode, como deve. O seu filho, apesar de maior, é ainda considerado dependente, uma vez
que ingressou num estabelecimento de ensino superior e possui apenas os

rendimentos que lhe envia mensalmente. São ainda considerados dependentes todos os estudantes
até aos 25 anos, sem rendimentos próprios, que frequentarem, no ano a que se refere a declaração,
pelo menos o 11º ano de escolaridade.

4) Vivo com a minha namorada há 3 anos e temos um filho, que nasceu este ano. Temos
obrigatoriamente de fazer uma declaração conjunta?

Não. Em termos legais são considerados solteiros e, por isso, terão de declarar os respectivos
rendimentos separadamente. O filho será incluído apenas num dos agregados ( de preferência na
declaração do cônjuge com maior rendimento colectável).

5) O meu marido faleceu a 14 de Maio de 1993. Como devo apresentar a minha declaração de
rendimentos?

É necessário proceder ao fraccionamento dos rendimentos. Deverá preencher duas declarações:


uma conjunta referente aos rendimentos do casal de 1/1/93 a 14/5/93, e uma outra em seu nome
relativa a 15/5/93 a 31/12/93. Juntamente com as declarações deverá entregar o anexo D.

6) Tenho dois filhos: João de 30 anos, que é deficiente mental; Marta, estudante, de 18 anos, mãe
solteira e sem rendimentos. Todos eles, incluindo o meu neto, vivem comigo. Na declaração de IRS,
poderei mencioná-los como dependentes?

Apenas o seu neto não poderá ser incluído como dependente na sua declaração de IRS.
O seu filho João, apesar de ter mais de 25 anos, porque é deficiente mental e,

como tal, inapto para o trabalho, também é considerado dependente.

Assim, caso se prove que Marta frequenta, pelo menos, o 11º ano (uma vez que já é de maior),
poderá indicar dois dependentes na declaração de 93.
As despesas de educação com deficientes não têm qualquer limite.
TAG - Módulo 8 (PRINCÍPIOS DE FISCALIDADE) – Curso de Educação e Formação de Adultos PÁG. 45

7) Um amigo disse-me que pagava imposto sobre o subsídio de desemprego. É possível?

Não. O subsídio de desemprego não está sujeito a qualquer tributação fiscal, portanto não é
obrigado a declará-lo.
O mesmo acontece com os subsídios de formação do F.S.E.

8) O meu marido ausentou-se do país durante quase todo o ano de 1993, visto que é emigrante na
Suíça. Gostaria de saber se tenho de mencionar o seu nº fiscal de contribuinte na declaração de
rendimentos de 1993 a entregar em 1994.

Sim, é obrigada, porque apesar dele ser emigrante, a esposa (a quem, neste caso, incumbe a
direcção do agregado familiar) é residente em Portugal. Nestas condições o seu marido é também
considerado residente. De resto, uma declaração conjunta que não refira o nº de contribuinte de
um dos cônjuges é considerada como não apresentada.

9) Se trabalhar apenas um mês, em 1993, terei direito á totalidade da dedução especifica relativa ao
trabalho dependente?

Teoricamente, é possível beneficiar da totalidade da dedução específica desta categoria A,


correspondente a 65% do rendimento bruto, com um máximo de 400 contos. Mas, para beneficiar
destes 400 contos, limite para 1993, era necessário ter ganho, nesse único mês, pelo menos, 615
contos.
Se a sua contribuição para a segurança social for superior a 400 contos, poderá
deduzi-la na totalidade.

10) Sou empregado de mesa e, frequentemente, recebo gorjetas. Devo declará-las ao fisco?

Teoricamente, deve. Os rendimentos correspondentes a gratificações não atribuídas pela entidade


patronal são tributados na categoria A.
Contudo, na pratica, poucos declaram estes rendimentos, uma vez que são de difícil comprovação.

11) Durante os primeiros 6 meses de 1993, recebi, da minha entidade patronal, um complemento do
subsídio de doença atribuído pela Segurança Social. Sobre o referido suplemento, efectuaram-me
uma retenção na fonte. Este procedimento está correcto?

Sim. As importâncias complementares, atribuídas por uma empresa em caso de baixa por doença,
de modo a perfazerem a totalidade do vencimento mensal, são consideradas remunerações
resultantes do contracto de trabalho e, fiscalmente, rendimentos da categoria A, estando, portanto,
sujeitas a imposto.

12) Fiz um acordo com a empresa onde trabalhava e recebi algum dinheiro, pago a título de
antecipação da reforma.

Posteriormente, disseram-me que deveria declará-lo como se fosse salário. O que deverei fazer?

Deverá declarar esse dinheiro como rendimentos da categoria A. As importâncias pagas a titulo de
antecipação de reforma, ou pré-reforma, são sempre alvo de imposto.
TAG - Módulo 8 (PRINCÍPIOS DE FISCALIDADE) – Curso de Educação e Formação de Adultos PÁG. 46

13) A empresa onde trabalho não tem refeitório. Como sou trabalhador dependente, recebo um
subsídio de refeição. Tenho de pagar IRS sobre essas quantias?

Não. Só pagará IRS se o subsídio de refeição que recebe, quer em dinheiro, quer em títulos de
refeição, exceder os 709$00 diários. E, neste caso, apenas pagaria imposto sobre o excedente.

14) Trabalho no departamento de compras de uma empresa. Como tal, por vezes, necessito de
utilizar o meu automóvel no desempenho das minhas funções. Dado o desgaste da viatura, recebo
ajudas de custo e outras importâncias. Pensava que não tinha de pagar IRS sobre esse dinheiro, mas,
depois de ter falado com alguns colegas, já tenho as minhas dúvidas.

Caso essas importâncias excedam os limites, pagará imposto sobre o excedente.


Os limites diários, para os trabalhadores em geral, relativos a ajudas de custo são os seguintes:
- para Portugal : 8.300$00
- para o estrangeiro: 19.700$00
No caso de utilizar o seu automóvel nas deslocações a empresa pode optar por lhe pagar ao
quilómetro. O limite até ao qual não existe tributação corresponde a 48$00/km.
Se o dinheiro que lhe atribuem exceder estes limites terá de declarar a diferença como rendimentos
da categoria A..

15) Recentemente, iniciei a minha actividade profissional, em Alenquer. No entanto, por morar em
Lisboa, foi-me atribuído um subsídio de residência. Este subsídio está sujeito a imposto?

Sim. Qualquer pessoa nestas condições tem de pagar imposto sobre o subsídio de residência ou, se
lhe for atribuída uma casa, sobre o valor de uso da mesma. Ou seja, suponhamos que lhe cediam
uma casa cuja renda era de 80 contos mensais. Apesar de, na prática, não os pagar, em termos
fiscais, são considerados rendimentos da categoria A e, como tal, englobados na sua declaração de
IRS. No fundo, seria um pagamento em "espécie", sujeito também a imposto.

16) Por ter sido despedido da empresa onde trabalhava, recebi uma indemnização. Tenho de pagar
imposto pelo dinheiro recebido?

Só terá de pagar imposto se o valor da indemnização exceder o montante correspondente a um mês


e meio de salário multiplicado pelos anos de serviço na empresa em questão.
Se, por exemplo, ganhasse 100 contos por mês e tivesse trabalhado 5 anos, a indemnização não
poderia exceder os 875 contos [(100x14) ÷ 12 x 1,5 x 5]. Se fosse, digamos, de 1.000 contos,
excedendo, assim, em 125, deveria declarar esta diferença como rendimento da categoria A.

17) O meu contracto de trabalho acabou no dia 31 de Agosto de 1993, após cerca de dois anos de
actividade. Sou solteiro. Infelizmente, estou desempregado desde essa altura. No último recibo de
pagamento, estão discriminadas as seguintes importâncias:
- Vencimento de Agosto: 85.041$00
- Subsídio de férias: 85.041$00
- Indemnização: 170.082$00
Aplicaram-me uma retenção na fonte de 24% sobre a totalidade do dinheiro recebido. Este
procedimento está correcto?
A indemnização está sujeita a imposto?
TAG - Módulo 8 (PRINCÍPIOS DE FISCALIDADE) – Curso de Educação e Formação de Adultos PÁG. 47

A taxa de retenção na fonte que lhe efectuaram não está correcta: deveria ser apenas de 7% sobre
o vencimento de Agosto e sobre o subsídio de férias.
A indemnização não está sujeita a imposto, pelo que, se esta não ultrapassar 1,5 x salário x número
de anos de trabalho, não deverá mencionar na sua declaração de rendimentos

18) Morava numa casa, propriedade de uma companhia de seguros. Apesar de a casa não ser minha,
tinha feito algumas benfeitorias. Como a seguradora necessitava do imóvel, deu-me uma
indemnização. Tenho de declarar este rendimento?

Não. O dinheiro recebido, quer seja a titulo de indemnização, quer de pagamento de benfeitorias,
não tem de ser declarado.

DISPOSIÇÕES COMUNS DO IRS

ABATIMENTOS

EXERCICIOS DE IRS

Um casal: Manuel Agostinho Pereira nº cont. 110 250 785 e Maria Isabel Rodrigues Pereira nº cont.
115 385 784, com residência na Rua Infante Sagres, 28-1º Dtº, 8600-Lagos tel. 765434, tiveram no
ano de 1992 os seguintes rendimentos:

Sujeito A --- Rendimentos da categoria.... A


--- Rendimento Bruto ............... 3500 contos
--- Descontos p/ S.Social.......... 385 contos
--- Retenção na fonte................. 450 contos

Sujeito B --- Rendimentos da categoria.... A


--- Rendimento Bruto ............... 840 contos
--- Descontos p/ S. Social......... 92,4 contos
TAG - Módulo 8 (PRINCÍPIOS DE FISCALIDADE) – Curso de Educação e Formação de Adultos PÁG. 48

--- Retenção na fonte ............... 42 contos

O casal tem 2 filhos em idade escolar.


Apresentaram documentos de despesas referentes a:

- despesas de saúde ................................350


- despesas c/ educação dos filhos.............250
- juros de empréstimo de habitação..........260
- seguros de vida........................................60

Deram um donativo a uma instituição de deficientes no valor de 300 contos.


O sujeito A constituiu um plano-poupança-reforma no montante de 500 contos.

Preencha a declaração de rendimentos.


_____________________________________________________________________

Um casal de contribuintes:
- Manuel Ribeiro , nº cont. 119 250 308
- Maria Ribeiro, nº cont. 125 207 750

Morada: Rua da Igreja, nº 23, 8600-Lagos, tel. 765984

2 filhos com idade escolar

O suj. passivo A tem rendimentos da cat. A no valor de 3600 contos.


Descontou para Seg. Social 396 contos e fez retenções na fonte no valor de 720 c.
O suj. passivo B não tem rendimentos.
Apresentaram os seguintes documentos de despesa:

- despesas de saúde...............59500$00
- despesas de educação.......180000$00
- empréstimo p/ habitação....315000$00
- prémio de seguro de vida... 65000$00
- sindicato............................ 38000$00

Preencha a declaração de rendimentos.


_____________________________________________________________________

O casal André da Eira, nº cont. 301.302.303 e Berta da Eira, nº cont. 301.302.304, residentes na
Quinta da Fidalga, lote 1 - 1º, Agualda-Cacém, concelho de Sintra.
André é deficiente, com um grau de 72%.
O casal tem 2 filhos menores de 16 anos, Carlos da Eira e Débora da Eira.
Os rendimentos auferidos (cat. A) foram os seguintes:

- André auferiu mensalmente em 1993 as seguintes quantias:

1) Remuneração.................................220.000$
2) Subsídio de refeição....................... 14.850$
TAG - Módulo 8 (PRINCÍPIOS DE FISCALIDADE) – Curso de Educação e Formação de Adultos PÁG. 49

3) Abono p/ falhas.............................. 22.000$


4) Abono de família............................ 4.400$
5) Subsídio escolar............................. 5.000$

- Berta auferiu mensalmente no mesmo ano:

1) Remuneração..................................270.000$
2) Subsidio de refeição........................ 16.650$
3) Ajudas de custo (referentes a
5 dias na Madeira)........................ 44.000$
4) Rescindiu o contrato após 10 anos
e recebeu a quantia de....................3150000$

Berta, no dia 30 de Outubro, precisamente quando concluía 10 anos na empresa, rescindiu o


contrato. Em 2 de Janeiro celebrou contrato com uma empresa detentora de 55% do capital da sua
anterior entidade patronal.

Pedidos:

1) Determine as importâncias que, como rendimentos da categoria A, devem constar da declaração


de rendimentos.

2) Determine as retenções na fonte efectuadas a André e Berta.

O casal José Francisco da Silva (suj. passivo A, nº cont.105 350 842) e Maria da Luz Pereira da
Silva (sujeito passivo B, nº cont. 128 475 890), com um filho de 21 anos a estudar no ensino
superior teve os seguintes rendimentos:
- o suj. A tem rendimentos da categoria H no montante anual de 1200 contos.
- o suj. B tem rendimentos da categoria A no montante anual de 700 contos.
Tanto o suj A como o suj. B não efectuaram retenções na fonte. O sujeito B descontou para a Seg.
Social 77 contos.
O casal apresenta documentos de despesas médicas no valor de 120 contos, tem despesas com a
educação do filho no valor de 275 contos. Tem seguro de vida de 30 contos.
Morada: Rua 25 de Abril, nº 28, 1º-Dtº 8600-Lagos, telf. 768954

_____________________________________________________________________

O casal José Vieira da Silva, nº cont. 110 215 780 e Maria Felisberta Ribeiro da Silva, nº cont. 125
430 975, morador na Rua 25 de Abril nº 30, Espiche, 8600-Lagos, telf. 789355, tem um filho de 24
anos a estudar no ensino superior.
O suj. passivo B é deficiente.
Durante o ano de 1993 tiveram os seguintes rendimentos:
- sujeito A........categ. H........1200 c. (não efectuou retenções)
TAG - Módulo 8 (PRINCÍPIOS DE FISCALIDADE) – Curso de Educação e Formação de Adultos PÁG. 50

- sujeito B........categ. A.........2000 c. (retenção 40 c., Seg. Social 220)

Apresentaram os seguintes documentos:


- despesas de saúde......................115 c.
- despesas de educação................240
- seguro de vida............................ 50
- compra de equipamento solar...... 80

Têm ainda uma conta Poupança-Habitação no valor de 280 contos e um PPR no valor de 500
contos.

Preencha a declaração de IRS e calcule o imposto devido.

BREVES NOÇÕES DE:


CATEGORIA F - RENDAS

Abatimentos : rendas <= 174.960$00 mensais, até ao limite de 699.840$00.

Deduções específicas : despesas de manutenção e conservação.

Deduções garantidas (mesmo sem documentos) :

- para prédios urbanos : 15% para manutenção e 20% para conservação


- para prédios rústicos : não há.

Despesas de manutenção:

- porteiro
- limpeza
- energia
- elevador
- administração
- seguro
- taxas autárquicas

Nota : na sublocação não há direito a dedução.

Retenções : as entidades devedoras, com contabilidade organizada, devem reter a importância de


15%. O recibo tem de ter o valor da renda e o valor retido.

Dispensa de retenção: rendimentos da categoria F <= 1200 contos.

Dedução de perdas: quando o rendimento liquido for negativo considera-se apenas para despesas
de conservação 20% do rendimento ilíquido e reporta-se para os 5 anos seguintes a parte excedente.

Pagamento : até 30 de Junho.


entregar a declaração modelo 2 + anexo F.
TAG - Módulo 8 (PRINCÍPIOS DE FISCALIDADE) – Curso de Educação e Formação de Adultos PÁG. 51

Exemplos:

O Sr. Antunes recebeu, em 1993, 500 contos assim distribuídos:

- prédio urbano 300


- prédio rústico 200

No mesmo período efectuou despesas com o prédio urbano, devidamente comprovadas relativas a :
- manutenção 390
- conservação 100

Resolução:

O rendimento líquido desta categoria determinar-se-á da seguinte forma:

Rendimento do prédio urbano.....................................300

Deduções:
manutenção................................................. ..(390)
conservação...................................................(100)

Rendimento do prédio rústico......................................200


______
Rendimento liquido.................................................. 10

Contudo, se o suj. passivo apenas tivesse obtido rendimentos de prédios urbanos o rendimento
liquido seria negativo. Neste caso, uma parte daquele resultado terá obrigatoriamente que ser
reportado para os 5 anos seguintes que se determinaria do seguinte modo:

Rendimento ilíquido............................................300
Despesas de manutenção..................................(390)
Despesas de conservação (300*20%)............. (60)
_____
Rendimento liquido a considerar no ano a que (150)
respeitam os rendimentos

Rendimento liquido apurado no período de tributação:

Rendimento ilíquido............................................300
Despesas de manutenção..................................(390)
Despesas de conservação.................................(100)
(190)
TAG - Módulo 8 (PRINCÍPIOS DE FISCALIDADE) – Curso de Educação e Formação de Adultos PÁG. 52

Valor a reportar para os 5 anos seguintes: 190-150 = 40

CATEGORIA H (PENSÕES)

Pensões:
- de aposentação
- de reforma
- de velhice
- de sobrevivência
- de viuvez
- pensões de alimentos
- de orfandade
- de invalidez
- doenças profissionais
- etc.

Deficientes (>= 60%) estão isentos de tributação em 30% dos seus rendimentos.

Deduções especificas:

- pela totalidade até 640 contos

- em parte para valores superiores a 640 contos

640 + Pensão -640 com limite de 1600 contos


2

Retenção na fonte : As entidades pagadoras devem reter o imposto no momento do pagamento.


Por isso, antes do 1º pagamento, devem solicitar ao sujeito passivo os dados pessoais e familiares.
A retenção mensal não pode exceder 40% do rendimento.
Para pensionistas não residentes aplica-se a taxa liberatória de 25%.

Pagamento até 31 de Maio se os rendimentos forem da categ. A e H. Se englobarem outras


categorias é até 30 de Junho.
_____________________________________________________________________
Exemplo:

André, deficiente em mais de 60%, auferiu em 1993 os seguintes rendimentos:

- Pensão mensal de reforma.................................................72 contos


TAG - Módulo 8 (PRINCÍPIOS DE FISCALIDADE) – Curso de Educação e Formação de Adultos PÁG. 53

- Pensão vitalícia mensal ( paga pela Companhia de


Seguros X, correspondente ao pagamento das
prestações do fundo de pensão constituído pela
firma onde trabalhava........................................................50 "
Calcule o rendimento liquido.

Resolução:

72*14 = 1.008
50*12 = 600
1.608

Como o André é deficiente só 70% do rendimento fica sujeito......1.608*70% = 1125,6

Retenção na fonte............................................0%

Apuramento da dedução especifica :

640 + 1608-640 = 1124


2

Rendimento liquido = 1125,6 - 1124 = 1,6 contos


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IMPOSTO DE SELO

Incide sobre : recibos, documentos, livros de contabilidade, papeis, letras e em geral documentos
comprovativos de pagamentos.

Nos recibos de vencimentos incide sobre o valor da remuneração ilíquida deduzido o IRS.

Isenções :

- recibos de valor inferior ou igual a 1000$


nota - não é permitido o desdobramento de recibos para evitar o pagamento
do imposto.

- recibos de pagamento em repartições públicas

- juros de empréstimos para compra de habitação própria

- todas as operações sujeitas ao regime do IVA incluindo o regime de isenção.

Taxas :

- normal 5%º
- outras 9%º para juros cobrados por bancos, etc.

Liquidação e Cobrança
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O imposto de selo pode ser pago por:

a) papel de letras (seladas pela Imprensa Nacional Casa da Moeda) compradas na


tesouraria ou em lojas de venda de valores selados.

b) selos

c) guias - o contribuinte pode pagar por guia desde que tenha feito requerimento ao Director
de Finanças do Distrito. É obrigatório para empresas com capital superior a 1000 contos e
emita mais de 1000 letras por ano.

O pagamento do imposto de selo por meio de guia terá lugar:

- em Abril (período de 1/12 a 31/3)

- em Julho e Outubro (trimestres anteriores)

- em Dezembro (período de 1/10 a 30/11)

TAXA SOCIAL ÚNICA

Taxa social única : veio substituir o Fundo de Desemprego e aumentar o montante da contribuição
para a Seg. Social.

Incidência real : ordenados, salários, vencimentos, gratificações, percentagens, subsídios,


prémios, diuturnidades e outras remunerações fixas ou eventuais, em dinheiro, géneros,
alimentação, habitação ou por qualquer outro meio.

Importâncias sujeitas :

- remuneração-base
- prémios regulares de rendimento, assiduidade, etc.
- remuneração por trabalho extraordinário
- subsidio de alimentação
- comissões
- indemnização por despedimento sem justa causa

Isenções :

- abonos para falhas até 5% da remuneração-base mensal


- senhas de almoço se os trabalhadores não dispuserem de refeitório
- subsídios de refeição até 709$00
- subsídios de refeição em refeitórios
- despesas de transporte
TAG - Módulo 8 (PRINCÍPIOS DE FISCALIDADE) – Curso de Educação e Formação de Adultos PÁG. 56

- ajudas de custo
- subsídios pagos durante o serviço militar
- subsídios para o estudo de filhos ou infantários
- subsídios de casamento

Taxas : regime normal - 11% para o trabalhador e 24,5% para a entidade patronal.

Liquidação e Cobrança : As entidades patronais são obrigadas a enviar mensalmente ás


instituições de segurança social as folhas de remunerações. Os trabalhadores podem consultar este
documento durante 180 dias, prazo durante o qual podem reclamar.
O pagamento deve ser feito mensalmente, até ao dia 15 do mês seguinte a que respeita o imposto.
As remunerações por trabalho suplementar estão sujeitas ao mesmo prazo, mas nas guias de
pagamento terá de se apor: «Contribuições provenientes de trabalho suplementar».

Exercício :

O Sr. Ricardo Augusto Marques Caparica, solteiro, trabalhador da firma Luteconta, Lda., tem de
ordenado base100.000$00, subsídio de alimentação 800$00, ajudas de custo por deslocação dentro
do país 10.000$00.
Num referido mês auferiu de subsídio de alimentação o equivalente a 21 dias úteis e de ajudas de
custo 3 dias.

1.1 - Determine o valor do imposto de selo.


1.2 - Calcule a importância da taxa social única a descontar pelo trabalhador.
1.3 - Preencha o recibo da remuneração relativa ao mês em questão.

Resolução:

- remuneração mensal ilíquida............................100.000$00


- subsídio de refeição (21 dias a 800$00).......... 16.800$00
- ajudas de custo por deslocação
dentro do país ( 3 dias a 10.000$00)............... 30.000$00
146.000$00

Limites legais previstos:


Excedente
- subsídio de refeição (21* 709$00)................. 14.889$00.....1.911$00
- ajudas de custo (3*8.300$00)....................... 24.900$00.... 5.100$00
- excesso sujeito a IRS............................................................. 7.011$00
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- Total das remunerações sujeitas a IRS 107.011$00 ( 100 + 7.011)

- IRS a reter 107.011$00 * 10% = 10.701$00

- imposto de selo a deduzir:

107.011$00 - 10.701$00 = 96.310$00

96.310$00 * 5%º = 482$00

- Total das remunerações sujeitas á taxa única :

107.011$00 * 11% = 11.771$00

Recibo do salário do mês de Agosto/93

Ricardo Augusto Marques Caparica 31/8/93


nº cont. 145145145 nº benef. 1546985622 servente V.Base 100.000$00
ordenado 30 3.333$33 100.000$00
sub.alim. 21 800$00 16.800$00
ajudas custo 3 10.000$00 30.000$00
total ilíquido 146.800$00
taxa social IRS imp. selo total descontos liquido a receber
11.771$00 10.701$00 482$00 22.954$00 123.846$00

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