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CAPÍTULO 11
privilégio ímpar, pois já não somos mais escravos, e sim filhos (confira
Gálatas 4 versículos 7).
Na Oração do Pai Nosso, Jesus deixou claro que a realidade de ser
filho altera o relacionamento com Deus. Antes, as orações eram frias,
repetitivas e enfatizavam apenas a grandeza de Deus. Ele, agora, importa-
se também com as fraquezas e necessidade humanas. No seu ensino sobre
a oração, Jesus enfatiza que Ele é o “teu Pai que vê em oculto”, que Ele
recompensa seus filhos, que Ele conhece as necessidades antes de
pedirmos, que podemos pedir pelo pão diário — ou seja, todas as
necessidades básicas —, que Ele está pronto a perdoar nossos pecados e
que Ele nos livra da tentação. Tudo isso mostra um Deus cheio de cuidados
paternos que não poupa esforços em prol dos seus filhos.
O Espírito Santo testifica no íntimo de nossos corações, dizendo-nos
que somos realmente filhos de Deus (Romanos 8 versículos 16) porque
fomos adotados por Deus e passamos a fazer parte de sua família e
desfrutar do privilégio de sermos herdeiros (Tito 3 versículos 7). “E, se nós
somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e
coerdeiros de Cristo” (Romanos 8 versículos 17). Com a adoção, deixamos
de ser escravos, sem herança nem direitos, e tornamo-nos filhos (Gálatas 4
versículos 7) com todos os privilégios da casa do Pai. A herança maior é
incorruptível, incontaminável e imarcescível e está reservada nos céus
para nós (1 Pedro 1 versículos 4).
Chamar Deus de Pai ajuda a livrar a mente humana da perturbação
às vezes presente em situações em que não se compreende corretamente
a pessoa de Deus — isso é o que leva a pessoa a pensar que Ele é um Deus
vingativo, irado e pronto a castigar. Essa imagem de Deus é extremamente
maléfica e é vencida na compreensão da doutrina da adoção, que faz
compreender que Ele nos tem concedido seu amor (1 João 3 versículos 1);
que Ele entende cada um de nós, pois é “como um pai [que] se compadece
de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem. Pois
ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó” (Salmos 103
versos 13 e 14); toma todos os cuidados em nossas necessidades, pois
“vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas”
(Mateus 6 versículos 32); Ele dá a nós bons presentes como gesto de
amor, pois “se, vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos
IADAC – Setor 03 – Congregação Laredo – Viamão, Rs.
Igreja Assembleia de DEUS Aguas Claras – Setor 03 – Laredo Página 4
filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe
pedirem?” (Mateus 7 versículos 11); Ele concede-nos também seu Espírito
Santo para confortar e consolar nas angústias (Lucas 11 versículos 13).
48); amar os inimigos, bendizer os que maldizem, fazer o bem aos que nos
odeiam e orar pelos que nos maltratam e perseguem (Mateus 5 versículos
44); e com todos esses deveres devemos glorificar a Deus (Mateus 5
versículos 16). Os filhos também devem aceitar a disciplina do Pai, pois
essa disciplina demonstra o seu amor, que é para nosso aperfeiçoamento
em santidade (Hebreus 12 versículos 5 a 11).
Como Pai, Deus permite que todas as coisas cooperem para nosso
bem (Romanos 8 versículos 28), o que significa que tudo o que Ele faz é
para sermos conforme Jesus é. Isso leva ao fato de que Ele, como Pai,
também nos corrige, como está escrito na carta aos Hebreus:
“E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como
filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor e não desmaies
quando, por ele, fores repreendido; porque o Senhor corrige o que ama e
açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos
trata como filhos; porque que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se
estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois, então,
bastardos e não filhos” (Hebreus 12 versículos 5 a 8).
Isso nos leva a encarar o sofrimento, que normalmente causa
angústia e dor, como instrumento de aprendizado da parte do Pai. Não
necessariamente porque fizemos algo errado ou por causa da
consequência de pecados, mas, especialmente, como uma possibilidade
de crescimento e maturidade espiritual, pois, através do sofrimento,
descobrimos o que habita nosso coração e temos possibilidade de sermos
libertos e curados daquilo que nos aprisiona e que, muitas vezes, só é
descoberto através das dificuldades. Isso nos leva a confiar no Pai,
pavimentando um caminho de humildade e dependência em tudo, mesmo
em meio ao sofrimento mais atroz. Tendo isso em mente, John Piper
escreveu:
Nossa adoção futura prevê que teremos uma grande herança nos
céus. É nessa entrada nos céus que seremos herdeiros de todas as coisas
conquistadas por Cristo na cruz e teremos acesso à “uma herança
incorruptível, incontaminável e que se não pode murchar, guardada nos
céus para vós que, mediante a fé, estais guardados na virtude de Deus,
para a salvação já prestes para se revelar no último tempo” (1 Pedro 1
versículos 4 e 5).
Por causa do que ainda nos espera de herança como filhos, Paulo
afirmou que “nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também
gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do
nosso corpo” (Romanos 8 versículos 23). Essa redenção, embora precária
aqui na terra, será completa, perfeita e plena no céu. Queremos que “o
mortal seja absorvido pela vida.” (2 Coríntios 5 versículos 4). Assim como
Cristo foi glorificado, nós também o seremos; assim sendo, essa
glorificação é incomparável em relação às aflições que aqui passamos
(Romanos 8 versículos 15 a 18). Que bendita esperança!
Uma vez que somos filhos de Deus, para sempre o seremos, mas
aqui experimentamos toda sorte de infortúnios e dores, pois gememos,
desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu (1 João 3
versículos 1 a 3; 2 Coríntios 5 versículos 2). Nossas almas anseiam pelo
momento em que poderemos adentrar à casa do Pai eternamente.
Habitamos aqui provisoriamente e em intervalos interruptos com o Pai;
mas, naquele grande dia, habitaremos com Ele para todo o sempre
(Apocalipse 22 versículos 17).
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Pr. Claiton Ivan Pommerening.
Joinville, outono de 2017
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172 GRUDEM, 1999, p. 618.
173 BARBOSA, Vagner. Justificação: o ponto de partida da Reforma.
Disponível em: http://ultimato.com.br/sites/estudos-
biblicos/assunto/igreja/justificacao-o-ponto-departida-da-reforma/.
Acesso em 8 de junho de 2017.
174 RICARDO, Bitun. Henri Nouwen de A a Z. São Paulo: Vida, 2009. p. 360.
175 NOUWEN, Henri. A Voz Íntima do Amor. São Paulo: Paulinas, 1999. p.
74.
176 MOLTMANN, Jürgen. O Espírito da Vida: uma pneumatologia integral.
2. ed. Petrópolis: Vozes, 2010. p. 192.
177 PIPER, John. Graça Futura. São Paulo: Shedd, 2009. p. 336.
178 NOUWEN, 1999, p. 74.