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“ Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão,

caminharão e não se fatigarão”. Isaías 40:31

Fisiologia do Parto
Parto refere-se ao conjunto de eventos fisiológicos que conduzem o útero a expulsar o feto a termo e seus
anexos. É a saída do feto com seus anexos fetais no meio em que estavam (útero) para o meio exterior. Não
existe intervalo entre ambos. Em animais de produção a placenta fica retida por mais tempo. A vaca só
termina de parir depois que a placenta sai.
!!! Termos: Primípara = fêmea no primeiro parto; Plurípara = fêmea com mais de um parto. Unípara ou
monotócia = Produz um concepto por gestação. Multípara ou politócica = Produz dois ou mais conceptos
por gestação.
1) Via fetal: É o conduto formado por partes do sistema genital e regiões circunvizinhas pelo qual o produto
transita durante o parto para ser expulso ao exterior. São os lugares que o feto vai passar.
1.1) Via fetal dura: É formada pelos ossos ílio, ísquio, púbis, sacro e primeiras vértebras coccigianas,
constituindo a pelve. A pelve, a depender da espécie, pode auxiliar ou dificultar o parto: Em equinos a pelve
é curta e a sua abertura praticamente circular o que facilita o parto (até bem rápido). Na vaca a abertura
pélvica é mais comprida lateralmente com forma ovalada e assoalho côncavo, dificultando o parto. Pequenos
ruminantes, carnívoros e suínos apresentam pelve tendendo a circular, o que facilita o parto. Outro fator é
a idade, pois, a sínfise púbica das fêmeas sofre desmineralização, com dissolução de tecido conjuntivo, que
permite alguma separação no momento do parto, o que pode não ocorrer nas fêmeas mais velhas.
1.2) Via fetal mole: Formada pela cérvix, vagina, vestíbulo vaginal, vulva e ligamento sacro-isquiático.
Apresenta três pontos críticos, a vulva, o anel himenal e a cérvix. O útero não é considerado uma via fetal,
exceto em espécies multíparas. Em espécies uníparas não tem sentido o útero ser uma via, pois o animal já
está lá.
2) Perfil endócrino durante a gestação: Os conceitos que elucidam os fatores que desencadeiam o parto
ainda não foram totalmente elucidados, porém, sabe-se que é o feto que desencadeia o mecanismo de
estímulo ao parto. O corpo lúteo ou a placenta produzem progesterona que induz o miométrio a condição
de relaxamento, permitindo o livre crescimento do feto. Os eventos endócrinos que caracterizam o periparto
representam os estágios finais da maturação fetoplacentária e, ao mesmo tempo, promovem a preparação
da glândula mamária para amamentação (produção de prolactina), a involução uterina pós-parto e o reinício
da função ovariana.
O fator humoral mais importante é a remoção do bloqueio da contratilidade uterina causada pela ação da
progesterona (A progesterona se mantém em elevadas cc durante toda a gestação, diminuindo perto do
momento do parto, essa queda é fundamental para que ocorra as contrações uterinas e consequentemente
a expulsão do produto). O final da gestação é acompanhado por um aumento significativo na concentração
plasmática de cortisol fetal devido a estímulos no eixo hipotálamo-hipófise. Com o desenvolvimento do
sistema nervoso fetal o feto passa a responder estímulos de hormônios placentários como estrógeno,
progesterona, PGE ou fatores de liberação das corticotrofinas. Além disso fatores estressantes ao feto
como hipóxia, mudança na pressão sanguínea e na disponibilidade de glicose, levariam a um aumento na
secreção de cortisol pela adrenal do feto. O aumento no cortisol do feto estimula a placenta a converter
progesterona em estrógeno através da enzima 17α-hidroxilase (C 17,20 liase?). Os elevados níveis de
estrógeno aumentam a resposta do miométrio a ocitocina, promove o relaxamento da cérvix e estimula a
produção e liberação de prostaglandinas (PGF2α = Lisa o CL diminuindo a produção de progesterona e
aumentando a contratilidade do endométrio, PGE = Relaxamento da cérvix e canal do parto e Prostaciclina
= vasodilatador para manutenção da perfusão placentária).
“ Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão,
caminharão e não se fatigarão”. Isaías 40:31

~ A dexametasona mimetiza o cortisol fetal induzindo ao aborto. E2 em cadela também. O aumento de E2


vai ativar receptores de ocitocina e estimular a liberação de PGF2α que aumentará a atividade miometrial e
acaba por induzir o parto. (Niast uterino???? PGF2α e ocitocina); Estímulo a liberação de ocitocina que está
sendo usada no SNC ~
~ Se aplicar ocitocina na fase inicial pode ser que não tenha problema, depois = aborto ~
~ Aplicação de progesterona no final, a depender da espécie, pode induzir o parto/aborto, como nas espécies
CL dependentes (vaca, porca e cabra). Na égua e ovelha quem produz P4 é a placenta, não o Cl.
3) Fases do parto:
3.1) Fase prodrômica ou de preparação do parto: Caracterizada pelos sinais de aproximação do parto
(inapetência, ansiedade, agitação, procura se isolar do restante dos animais, éguas podem rolar, porca e
cadelas tem o hábito de construir ninhos; ocorre edema de glândula mamária, vulva edemaciada e flácida e
o relaxamento dos ligamentos pélvicos ~ sacroisquiático) e por modificações estruturais e bioquímicas da
cérvix (Durante a gestação a cérvix estará fechada e o útero relaxado, com a aproximação dos trabalhos pré-
parto ocorrerá o amadurecimento cervical com a liquefação do tampão mucoso e dilatação da cérvix devido
a colagenase e aumento na cc do ácido hialurônico e o aumento na excitabilidade do miométrio que
apresentará contrações vigorosas no momento do parto).
- Cadelas: A temperatura corporal cai cerca de 1°C nas últimas 24-12h de gestação.
- Gatas: Durante as fases que iniciam as contrações uterinas, as fêmeas miam com frequência, apresenta
taquipneia, andam em círculo e olham constantemente para o posterior.
3.2) Fase de dilatação da via fetal mole: Conhecida como fase de insinuação, inicia-se com as contrações
fetais e dura até o rompimento das membranas fetais. Nos bovinos demora 6-16h e equinos 2h. Na fase de
dilatação não se observam manifestações evidentes de contrações musculares da parede abdominal e na
maioria das vezes só é reconhecida quando as bolsas fetais estão visíveis na vulva. Esse estágio inclui o
relaxamento e dilatação da cérvix e início das contrações uterinas.
! As primeiras contrações são irregulares e pouco intensas, depois ficam rítmicas e energéticas. As
contrações uterinas são controladas através do eixo hipotálamo-hipofisário através de hormônios como
ocitocina, estrógeno, progesterona, adrenalina. O hipotálamo sintetiza a ocitocina que é posteriormente
armazenada na hipófise que ao ser liberada provoca um aumento na irritabilidade da mucosa uterina,
porém, só atuará plenamente se houver inibição da atuação de progesterona. A outra forma é através da
adrenalina.
3.3) Fase de expulsão do produto: Inicia-se com o rompimento das bolsas fetais e completa-se com o
nascimento do(s) feto(s). O feto no interior da via fetal mole estimula receptores nervosos localizados na
porção dorsal da vagina, cujos neurônios levam o estímulo aos centros motores da medula espinhal,
formando-se o reflexo de contração da musculatura abdominal (Reflexo de Ferguson), assim, duas forças
atuam na contração, a abdominal e a uterina. O animal que inicialmente estava em estação ao instalar-se
essa fase encontra-se em posição de decúbito esterno abdominal.
~ A capacidade de contração da égua é maior que a vaca, pois é mais sensível a ocitocina (maior % de
receptores) e aumento de E2.
4) Tempo de expulsão das membranas fetais: Vacas até 12h; carnívoros ocorre imediatamente; éguas: 3min
- 3 h; Capri/ovis 30’ a 8h. Suínos é variado (até 4h). Placentofagia em carnívoros e fisiológica.
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caminharão e não se fatigarão”. Isaías 40:31

~ 20min é o tempo médio de intervalo de nascimento entre fetos em cadelas, maior tempo = avaliação US.
~ Quando o feto nasce é hipovolêmico, a pulsação é fraca e lenta, a glicose, armazenada nos estoques de
glicogênio no fígado e músculo cardíaco, é rapidamente utilizada tornando a necessidade de alimentação
(colostro) e em alguns casos é necessário que tenha auxílio para respirar (limpeza das vias fetais).
5) Estática fetal: Refere-se a disposição do feto no interior do útero durante a gestação, bem como a sua
postura no momento do parto. Pode ser definida pela relação do feto com a pelve materna ou pela
definição de apresentação, posição e atitude.
5.1) Apresentação: Relação do eixo longitudinal do feto com o eixo longitudinal materno. Pode ser anterior
ou posterior num parto eutócico.
5.1.1) Distocias: Apresentação longitudinal (anterior/posterior = Normal, na égua só anterior), transversal
(dorsal/ventral) e vertical (dorsal/ventral).
5.2) Posição: Relação entre o dorso materno e dorso fetal. Num parto eutócico a apresentação deverá ser
longitudinal e a posição dorsal ou superior, o dorso do feto voltado para a coluna vertebral da mãe,
promovendo um paralelismo.
5.2.1) Distocias: Inferior, lateral direito e esquerdo.
5.3) Atitude: Relação entre as partes móveis do produto (membros anteriores, posteriores, cabeça,
pescoço – com o seu próprio corpo.
5.3.1) Distocias: Membros ou cabeça/pescoço flexionados.
No parto eutócico espera-se a apresentação longitudinal anterior, posição dorsal/superior e atitude
estendida.
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caminharão e não se fatigarão”. Isaías 40:31
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6) Particularidades do parto nas espécies: Equino (parto noturno), bovino (pronunciado edema e flacidez
de vulva), ovino e caprino (parto em qualquer hora do dia), suíno (placentofagia é comum), carnívoros
(placentofagia, inapetência, inquietação e episódios de vômito).
7) Higiene do parto: Observaçõa constante da perturiente, manter a fêmea limpa em ambiente calmo e
com boas condições de higiene. Grandes animais: Piquetes sem riscos de traumatismos. Ovino: Tosquiar a
lã que circunda a vulva. Carnívoros: Local higiênico

Parto Distócico – Exame Obstétrico

Deve-se obedecer uma sequência lógica:


1) Identificação do animal: Espécie, raça, idade (prenhes juvenil = pelve juvenil = distocias / idosos =
contração fraca), peso, nome/número do animal.
2) Anamnese: Animal é primípara ou plurípara? Histórico de distocias, abortamentos ou interrupções na
gestação? Vacinação? Medicações recentes? Histórico médico recente, Dados sobre comportamento do
animal e alimentação oferecida, dados sobre o reprodutor/macho que cobriu a fêmea – tamanho, raça etc.
Sobre o parto: Quando/como começou, houve ruptura das bolsas, parto múltiplo? Presença de odor,
secreções, pelos, retenção de placenta.
~ Obs: Se não houve ruptura das bolsas ainda dá para trabalhar (feto ressecado); Há duas horas a bolsa
rompeu? A fase de expulsão dura 15’, assim, trata-se de uma distocia. A presença de odor desagradável não
é normal; secreção normal é a do tampão mucoso, primeiro a sair. ~
3) Exame geral da parturiente: Avaliação da temperatura e dos sistemas orgânicos em geral (no momento
do parto espera-se dispneia, taquicardia), estado nutricional (debilitados = atonia uterina e distúrbios
metabólicos como hipocalcemia). Sinais de alarme incluem anemia, vômito, tensão de flanco, peritonite.
4) Exame externo específico: Inspeção geral do paciente, observação dos órgãos genitais externos com
atenção para edema de vulva, relaxamento de ligamento sacro-isquiático (‘barriga quebrada’), fluxo vaginal
+ Exame da glândula mamária: tamanho, forma, coloração da pele, presença de nódulos, aspecto da
secreção.
5) Exame interno específico:
5.1) Vias fetais dura e mole - Verificar dilatação, lubrificação, elasticidade da mucosa, dilatação vulvar e
cervical, abertura cervical e corpo do útero, avaliar largura das vias fetais e possíveis pontos de estreitamento
~cadelas/gatas + suscetíveis devido a traumas.
5.2) Condições dos anexos fetais: Se houve ruptura, presença de odor ou infecções, quantidade de líquidos
(hidropsia)... O líquido alantoide deve ser amarelo (urina fetal) e o amniótico claro, límpido e ligeiramente
mucoso. São fundamentais para lubrificação e dilatação do parto);
5.3) Condições do feto: Malformações, Viabilidade (movimentos espontâneos, reflexo podal, ligeira
compressão sobre o globo ocular, pulso dos vasos do cordão umbilical, reflexo de sucção, reflexo anal ~
auscultação e US em pequenos ~. Sinais de morte fetal incluem ausência de movimentos e reflexos;
maceração, enfisema, destacamento de pelos e cascos), Tamanho ( absoluto quando são maiores que a
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média ou relativamente grandes quando apresenta tamanho da média, mas a fêmea apresenta via fetal
estreita), estática fetal (apresentação, posição e atitude) e presença de gestação múltipla.
5.4) Exame semiológico de controle de parição: Avaliação do pós-parto imediato, presença de outros fetos,
eliminação da placenta, contusões, lacerações (hematomas, rupturas), animais em decúbito (fraturas e
rupturas de ligamentos).

Possibilidades de auxílio ao parto distócico


Antes da intervenção é indicado cuidados como a higienização do períneo do animal (grandes) com água
(limpa e morna) e sabão, vestuário e equipamento de proteção apropriados, mucilagem dos itens, material
em antisséptico (material pra fetotomia, cesariana, fórceps obstétrico para cadela + baldes: água pura, água
com antisséptico + mucilagem, correntes, cordas). A anestesia no parto distócico pode ser epidural,
periférica ou geral. A anestesia epidural (5-7 ml xilocaína 2%) reduz as contrações da musculatura abdominal,
inibe o reflexo de defecação e torna o trabalho mais seguro.
1) Distúrbios de origem materna: Distúrbio geral da paciente (afecções sistêmicas, carências nutricionais –
cálcio e fósforo), estreitamento da via fetal dura (traumas, pelve juvenil, exostoses, osteodistrofias e
luxações ~ruminantes mais propensos devido a sua anatomia), estreitamento da via fetal mole (pontos
críticos: vulva, anel himenal e cérvix; estreitamento por cicatrizes, tumores – TVT -, edema excessivo,
infantilismo, alterações anatômicas; dilatação cervical insuficiente; atonia uterina) e deslocamento do útero
gravídico ( torção uterina: + comum no final da gestação, o prognóstico é reservado a mal, dependendo do
grau de torção, tempo de evolução, local, sequelas e condições gerias da parturiente), inversão/prolapso
uterino: causas incluem atonia uterina, processos irritativos da mucosa, retenção de placenta. O prognóstico
tende a ser bom para a parturiente e reservado para a fertilidade).
2) Distocias de origem fetal: As principais causas são o tamanho do feto, alterações como duplicação dos
membros, hidrocefalia ou alterações na estática fetal.
2.1) Alterações de apresentação: Transversodorsal (dorso transversal ao canal do parto), transversoventral
(ventre transversal a via fetal), verticodorsal e verticoventral. Eutócico = Apresentação longitudinal
anterior.
2.2) Alterações de posição: Inferior, lateral direito e lateral esquerdo. Eutócico = Posição superior.
2.3) Alterações de atitude: Desvios de cabeça e pescoço e flexão dos membros anteriores ou posteriores.
Eutócico = Atitude estendida.
3) Possibilidades de auxílio no parto distócico:
3.1) Estímulo as contrações: Atonia uterina é classificada como primária, quando o útero é incapaz de
contrair-se em resposta a estímulo endógeno como disfunções hormonais (de estrógeno, ocitocina,
relaxina), obesidade, hipocalcemia, hipoglicemia, fetos relativamente grandes, excesso de líquidos fetais,
síndrome do feto único ou secundária, quando a musculatura do útero entra em exaustão provocada por
distocias que impedem a expulsão do feto. O estímulo normalmente só é usado em pequenos animais e
eventualmente em porcas quando não há obstruções uterinas para prevenção de rupturas uterinas. Em
grandes é preferível realizar a tração forçada.
Tratamento: Preconiza-se que o animal caminhe um pouco e depois avalie-se a dilatação do animal antes
da terapêutica química: Utiliza-se primeiramente o Gluconato de Cálcio 10% a ser aplicado IV de forma lenta
(0,5 – 1,5ml/kg) com Glicose 10-20% (5-20 ml/kg) – fonte energética - e caso a tentativa falhe o cálcio pode
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ser aplicado novamente (atenção a dose máxima para cada espécie) ou pode-se utilizar a Ocitona (cadela:
1-5 UI IV o u 2,5 a 10 UI IM e em gatas 0,5 UI IV ou IM, nunca exceder 3UI). Ainda assim, caso o fracasso
persista deve-se proceder a utilização do fórceps ou cesariana (mais utilizado). SEMPRE HIDRATAR O
ANIMAL.
3.2) Tração forçada: Consiste em aplicar uma força sobre o feto devidamente posicionado para removê-lo
do interior do útero.
- Pequenos: Leve tração manual sobre a cabeça ou membros posteriores.
- Grandes: Antes deve-se avaliar as proporções do feto, grau de dilatação, lubrificação do trato genital,
estática fetal, presença de obstruções etc. Algumas regras devem ser obedecidas: Material utilizado deve
ser de fácil esterilização, as correntes devem ser colocadas em ossos longos, evitando as articulações, os
envoltórios fetais não devem ser tracionados, a força máxima exercida deve ser de ‘3 homens’, nunca
devendo ser utilizada força mecânica ou animal, a extração deve acompanhar as forças naturais de contração
e a linha de tração deve obedecer a curvatura natural do canal do parto, os membros devem ser tracionados
de forma alternada, a lubrificação da via fetal deve ser garantida, o períneo deve ser protegido com as mãos,
evitando possíveis lacerações graves, o técnico deve controlar o procedimento não participando da equipe
de tração.
3.3) Dilatação da via fetal mole: Utilização de compressas frias para diminuição de edema, utilização de
anti-inflamatórios, terapia hormonal...
3.4) Episiotomia: Consiste na abertura cirúrgica dos lábios vulvares para permitir a passagem do feto. É
indicado em casos de estenose ou insuficiência de dilatação de vulva e vestíbulo, hipoplasia genital
(distúrbios nutricionais e de crescimento, doença crônica), retração cicatricial (sequela de lesões ocorridas
em partos anteriores), éguas anteriormente submetidas a vulvoplastia para correção de pneumovagina.
Após higienização do períneo, antissepsia e anestesia local é realizada incisão única na rafe mediana (cadela)
ou em ‘V’ (grandes) que depois do parto deve ser suturada com fio absorvível (mucosa – catgut – simples
contínuo ou Donatti) e não absorvível na pele (nylon - Wolf).
3.5) Principais manobras obstétricas para correção da anormalidade da estática fetal:
3.5.1) Retropulsão: Recolocar o feto para dentro objetivando espaço físico para realizar manobras.
3.5.2) Extensão: Estender porções anatômicas antes fletidas através de braços do operador, ganchos,
correntes aproveitando a mobilidade das articulações.
3.5.3) Rotação: Girar o feto sobre seu eixo longitudinal para corrigir distocias de POSIÇÃO.
3.5.4) Versão: Alterar a apresentação transverso, verticodorsal, verticoventral ou ventral para
APRESENTAÇÃO longitudinal.
3.5.5) Tração: Tracionar o feto, devidamente insinuado, utilizando-se as mãos, correntes, ganchos e cordas.
3.6) Fetotomia: Refere-se a fragmentação do feto no interior do útero, utilizando-se de equipamento
específico e removendo as secções correspondentes. Pode ser total ou parcial, com o animal em estação ou
decúbito. Utilizada apenas em grandes animais e com aplicação restrita em pequenos ruminantes. A técnica
pode ser tradicional ou subcutânea objetivando a desestruturação do esqueleto com consequentemente
redução de volume permitindo sua extração do útero. Antes de iniciar o procedimento deve se certificar
sobre os instrumentos necessários, vestimenta e local adequado, protocolo anestésico indicado, água,
mucilagem. É fundamental o exame geral e obstétrico na parturiente e plena certeza da morte do bezerro
ou potro (negativo para reflexos digitais, sucção, reflexo anal e pulso umbilical). O equipamento mais
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caminharão e não se fatigarão”. Isaías 40:31
utilizado é o fetótomo Thygesen. O equipamento possibilita a execução de cortes longitudinais, transversais
e diagonais para frente ou para trás. Indica-se a fetotomia nos casos de: fetos mortos, vigência de fetos
absolutamente e relativamente grandes (mortos), fetos enfisematosos, monstruosidades fetais (tração
improdutiva), fetos que sofreram mutilações durante as tentativas de tração, distocias de correção
impossíveis; O processo é contra-indicado em casos de estreitamento de via fetal, ruptura uterina, grandes
lacerações ou hemorragias vaginais, e se o produto estiver vivo, nas doenças graves da parturiente. Antes
de cada secção o útero deve ser irrigado com mucilagem e a vagina e os braços do operador devem ser
lubrificados. Ao término do procedimento é fundamental uma avaliação rigorosa na parturiente acerca de
lesões secundárias. O útero deve ser lavado para remoção dos resíduos de pelo, ossos, coágulos, tecidos e
mecônio. Posteriormente é indicado antibioticoterapia local e sistêmica + hidratação e correção de
eventuais distúrbios hidro-eletrolíticos. O prognóstico para a parturiente tende a ser bom. 😊
3.7) Cesariana: Para se realizar uma cesariana os fetos precisam estar preferencialmente vivos, devem ser
bem desenvolvidos e com tamanho exagerado, em casos de graves angústias ou deformações pélvicas,
insuficiência da via fetal mole, gestação ectópica, hérnias gravídicas, torção uterina grave, gestação
prolongada, atonia uterina secundária e quando as outras manobras foram inúteis para terminar o parto.
Contraindicações incluem distúrbios gerais graves e alterações irreversíveis (fraturas). Deve-se levar em
conta que ao praticar a operação em animais debilitados, toxêmicos e com feto morto por longo tempo,
espera-se complicações (endometrite que podem culminar em contaminação da cavidade abdominal,
piorando qualquer prognóstico. É FUNDAMENTAL que o proprietário seja informado sobre as reais condições
de sucesso da operação de forma a avaliar o custo-benefício da operação.
Vaca: Mais comum em animais como o BBB (Belgian Blue). Método mais seguro: Animal posicionado em
decúbito lateral direito, disponibilizando o flanco ou espaço entre e prega do joelho, úbere e veia mamária
para laparotomia, com a parturiente sob anestesia peridural, bloqueio anestésico local e nos animais
agressivos, aplicação de xilazina. Após a anestesia realiza-se a tricotomia da região, seguida de antissepsia,
colocação dos panos de campo e posterior incisão de 20-30cm de pele, fáscia externa, músculo obliquo
externo, interno, transverso, fáscia transversa (fina) e peritônio. O grande omento deve ser afastado
cranialmente e o corno uterino deve ser visualizado. Posteriormente realiza-se uma incisão na curvatura
maior, os placentônios devem ser evitados, os envoltórios devem ser rompidos, os membros devem ser
fixados para sua remoção. Uma equipe deve promover os primeiros cuidados com o neonato. Os envoltórios
próximos a borda da ferida devem ser removidos com a tesoura e a cavidade deve ser avaliada acerca da
presença de outo produto ou possíveis lacerações ou hemorragias uterinas. A sutura da camada uterina deve
ser realizada com fio absorvível (vicryl) nos padrões Shimieden-Cushing. A serosa deve ser lavada com
solução fisiológica aquecida para retirada dos coágulos, restos teciduais etc. Na fáscia e peritônio utiliza-se
sutura de Wolf continuo, tipo ‘X’ ou Sultan com fio não absorvível (nylon). A sutura de pele deve ser relizada
com agrafes metálicos que devem ser retirados após 10 dias. A terapia pós-operatória é fundamental
(antibioticoterapia, analgesia, antiinflamatórios, cuidados na limpeza...). Pode ocorrer rejeição do bezerro,
possível prolapso vaginal e uterino devido aos esforços expulsivos, retenção placentária, maior intervalo de
parto entre outros.
3.8) Histerectomia: Em situações de dilatação insuficiente de 2º e 3º graus nos ruminantes pode ser
realizada uma incisão nos anéis cervicais, porém não é aconselhada.
3.9) Sacrifício da parturiente: Quando todas as medidas de correção foram improdutivas ou quando o
proprietário optar devido a relação custo-benefício. ☹
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Parto distócico em cadelas


O parto é um processo fisiológico de eliminação fetal e seus envoltórios. O parto normal resulta de inúmeros
fatores, como a atividade neuroendócrina que acarretam na gestante modificações de ordem morfológica,
bioquímica, biofísica e muscular. O fator humoral mais importante é a remoção do bloqueio da contratilidade
uterina causada pela ação da progesterona (A progesterona se mantém em elevadas cc durante toda a
gestação, diminuindo perto do momento do parto, essa queda é fundamental para que ocorra as contrações
uterinas e consequentemente a expulsão do produto). O final da gestação é acompanhado por um aumento
significativo na concentração plasmática de cortisol fetal devido a estímulos no eixo hipotálamo-hipófise.
Com o desenvolvimento do sistema nervoso fetal o feto passa a responder estímulos de hormônios
placentários como estrógeno, progesterona, PGE ou fatores de liberação das corticotrofinas. Além disso
fatores estressantes ao feto como hipóxia, mudança na pressão sanguínea e na disponibilidade de glicose,
levariam a um aumento na secreção de cortisol pela adrenal do feto. O aumento no cortisol do feto estimula
a placenta a converter progesterona em estrógeno através da enzima 17α-hidroxilase (C 17,20 liase?). Os
elevados níveis de estrógeno aumentam a resposta do miométrio a ocitocina, promove o relaxamento da
cérvix e estimula a produção e liberação de prostaglandinas (PGF2α = Lisa o CL diminuindo a produção de
progesterona e aumentando a contratilidade do endométrio, PGE = Relaxamento da cérvix e canal do parto
e Prostaciclina = vasodilatador para manutenção da perfusão placentária).
~ Só pra lembrar: Diagnóstico de gestação é por palpação abdominal e US. ~
1) Parto eutócico na cadela: A média de gestação das cadelas é de 62 dias (57-70 dias – cadelas liberam
oócitos imaturos que demoram 24-72h para maturar; além disso o sêmen do cachorro pode ficar até 5 dias
no trato genital da fêmea; longo período de ciclo estral). Trata-se de um parto demorado e relacionado ao
tamanho da ninhada, variando de 4h a 24h. Nas últimas 8-24h pré-parto ocorre aumento nos níveis de
cortisol fetal (aumento de PGF2α). Os níveis de progesterona na cadela declinam nos últimos 30 dias de
gestação, sofrendo queda abrupta 12-40h antes do parto, sendo essa queda resultante da liberação de
PGF2α (lise do CL?), que é produzida pelo endométrio em resposta ao aumento da secreção de corticoide
fetal. Os níveis de estrógeno se mantém constantes durante a gestação e iniciam seu declínio 2 dias antes
do parto. A prolactina também aumenta durante esse período e é concomitante a queda da progesterona
(mas ngm sabe pq rsss). O parto eutócico dura de 6 a 48h na cadela. Relaxinas atuam no relaxamento do
tecido pélvidco e trato genital.
Fase 1 – Prodrômica ou preparação (6-12-36h): A luteólise pré-parto pode ser monitorada através da
temperatura retal que declina de 1 – 1,7° nas últimas 24-12h de gestação (ocorre devido a luteólise pelo
aumento de PGF2α). Nos 2-3 dias que antecedem o parto pode ser observado mudanças comportamentais
como inquietação, inapetência, fazem ninho, que parecem estar ligados a elevação de prolactina. Não há
contrações uterinas.
Fase 2 – Dilatação da via fetal (2-6-24h): Inicia com as contrações uterinas e termina com a expulsão das
membranas fetais. Nessa fase a cérvix e a vagina encontram-se dilatadas. A presença dos filhotes na via fetal
mole leva ao reflexo de Ferguson e o nascimento dos filhotes ocorre em seguida. O intervalo de nascimento
dos filhotes é entre 30-60 min, mas o tempo pode se extender, sem contrações.
- Anterior dorsal: Cabeça e as patas dianteiras surgem primeiro, as costas do filhote estão voltadas para as
costas da mãe e o eixo de sua coluna está paralelo ao da fêmea.
- Posterior dorsal: As patas traseira e o rabinho do filhore surgem primeiro e o eixo da coluna está paralelo
ao da fêmea (frequente).
“ Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão,
caminharão e não se fatigarão”. Isaías 40:31

Fase 3 – Expulsão das placentas: Os filhotes nascem envoltos pela membrana amniótica. As fêmeas então
removem as membranas (placentofagia) e limpam o filhote. Caso contrário, o proprietário deve fazer. Comer
duas ou três placentas é normal. As fases 2 e 3 se intercalam.
A secreção puerperal imediata tem coloração esverdeada para cadelas e vemelho-marrom para gatas. É
esperada a ocorrência de diarreia nas cadelas que ingerem os anexos fetais e a involução uterina
normalmente ocorre 12-15 semanas pós-parto.
2) Parto distócico: Parto que apresentam dificuldade no nascimento ou inabilidade materna em expelir os
fetos do canal do parto sem assistência. Indícios de partos distócicos incluem a queda de temperatura a mais
de 24h, contrações fortes sem nascimento, gestação de mais de 70 dias, anorexia por mais de 24h, mais de
duas horas de rompimento da bolsa (expulsão dos fluídos) sem nascimento, mais de 2h de contrações ativas
sem novo nascimento, mais de 4h de contrações fracas sem expulsão de nenhum feto, cadela com quadro
muito doloroso, houver líquidos com odor pútrido, hemorragia vaginal, temperatura ultrapassar 39,5°,
condições gerais da parturiente estiverem afetadas e os neonatos apresentarem alterações do estado geral,
sinais radiográficos de mau posicionamento e fim dos sinais de parto sem o nascimento de todos os filhotes.
As distocias podem ser causadas por fatores maternos (75%) ou fetais (25%).
2.1) Fatores maternos:
2.1.1) Inércia uterina primária: O útero falha em contrair (dilatação cervical incompleta) em resposta aos
estímulos endógenos característicos do parto. Síndrome do feto único, excesso de líquidos fetais, distúrbios
nutricionais, fetos absolutamente ou relativamente grandes.
2.1.2) Inércia uterina secundária: Ocorre devido a exaustão do miométrio causada por obstrução do canal
do parto (não há expulsão do feto). Deve-se ter cuidado ao aplicar ocitocina, pois promove contrações
prolongadas que podem levar a separação da placenta, estenose cervical e ruptura uterina.
2.1.3) Raças e malformações: Predisposição das ralas braquicefálicas e alterações como fraturas de pelve,
prolapsos e persistência do hímen.
2.1.4) Outros: Prolapso vaginal, hiperplasia vaginal, prolapso uterino, diminuição do tônus muscular devido
a senilidade ou obesidade, torção ou ruptura uterina, estenose vaginal, vulva infantil etc.
2.2) Fatores fetais: Alterações na estática fetal, desenvolvimento anormal do feto (hidrocefalia, fetos
edematosos – distocia obstrutiva. Diagnóstico preventivo), ausência de desencadeamento do parto (morte
fetal – mumificação e maceração), alterações hipofisárias e adrenais, síndrome do filhote único,
iatrogênica – P4).
“ Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão,
caminharão e não se fatigarão”. Isaías 40:31

Correções da estática fetal em cadelas podem ser realizadas através da mão do obstetra utilizando dois
dedos para tracionar o animal pela cabeça ou pata traseira. O uso de fórceps não é indicado haja visto que
podem acarretar complicações secundárias graves no neonato.
O tratamento medicamentoso só é indicado quando o feto apresenta estática fetal normal, dilatação do
canal do parto, fetos com tamanhos proporcionais e poucos filhotes.
Tto: Preconiza-se que o animal caminhe um pouco e depois avalie-se a dilatação do animal antes da
terapêutica química: Utiliza-se primeiramente o Gluconato de Cálcio 10% a ser aplicado IV de forma lenta
(0,5 – 1,5ml/kg) com Glicose 10-20% (5-20 ml/kg) – fonte energética - e caso a tentativa falhe o cálcio pode
ser aplicado novamente (atenção a dose máxima para cada espécie) ou pode-se utilizar a Ocitona (cadela:
1-5 UI IV o u 2,5 a 10 UI IM e em gatas 0,5 UI IV ou IM, nunca exceder 3UI). Ainda assim, caso o fracasso
persista deve-se proceder a utilização do fórceps ou cesariana (mais utilizado). SEMPRE HIDRATAR O
ANIMAL.
Cesariana: Fêmeas não responsivas (inércia uterina), estenoses pélvicas ou da via fetal mole, fetos
absolutamente u relativamente grandes, excesso ou deficiência de líquidos fetais, alterações na estática
fetal, toxemia da gestação ou doenças da parturiente ou profilática ( fatores que impressão manobras
obstétricas).
Bônus: Indução de parto na espécie canina não tem muita aplicabilidade prática. Sabe-se que a
administração de glicocorticoide estimula a produção de estrógeno e prostaglandina pela unidade feto-
placentária. A aplicação de dose única de corticoide não é eficiente para induzir o parto em cadelas,
embora a dexametasona BID por 10 dias resulte em abortamento.

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