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Marisa Eboli
Sumário
Apresentação
Introdução
Educação corporativa: contexto de surgimento, conceitos e objetivos
O escopo estratégico de um sistema de educação corporativa
Educação corporativa: desenvolvendo competências críticas
empresariais
Do diagnóstico de competências à concepção dos programas
educacionais
Considerações finais
Caso ilustrativo
A Saint-Gobain no Brasil e no mundo
A concepção da Universidade de Vendas Saint-Gobain Abrasivos
(UNIVEN SGA)
A estrutura e as escolas da universidade
Públicos abrangidos
Apresentação
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Introdução
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sejam norteadores da elaboração de um plano estratégico consistente e de
qualidade.
Para compreender a importância das UCs tanto como novo padrão para
a educação superior quanto, num sentido amplo, como instrumento-chave de
mudança cultural, é importante compreender as forças que sustentaram o
aparecimento desse fenômeno (Meister, 1999). Em essência, são cinco:
Organizações flexíveis — a emergência da organização não-
hierárquica, enxuta e flexível, com capacidade de dar respostas
rápidas ao turbulento ambiente empresarial;
Era do conhecimento — o advento e a consolidação da economia
do conhecimento, na qual conhecimento é a nova base para a
formação de riqueza nos níveis individual, empresarial ou nacional;
Rápida obsolescência do conhecimento — a redução do prazo de
validade do conhecimento associado ao sentido de urgência;
Empregabilidade — o novo foco na capacidade de
empregabilidade/ocupacionalidade para a vida toda em lugar do
emprego para toda a vida;
Educação para estratégia global — uma mudança fundamental no
mercado da educação global, evidenciando-se a necessidade de
formar pessoas com visão global e perspectiva internacional dos
negócios.
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Tabela 1. As noções de qualificação e competências e as características
principais dos respectivos contextos*
QUALIFICAÇÃO E COMPETÊNCIAS:
AS CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DOS CONTEXTOS.
COMPETÊNCIA
QUALIFICAÇÃO
Baixa previsibilidade de
Relativa estabilidade da negócios e atividades
atividade econômica Intensificação e ampliação da
abrangência da concorrência
Concorrência localizada
Lógica predominante:
Lógica predominante: serviços (eventos)
indústria (padrões)
Organização do trabalho com
Organização do trabalho com base em metas,
base em cargos definidos e responsabilidades e
tarefas prescritas e multifuncionalidade
programadas
Foco em resultados
Foco no processo
Alta aprendizagem
Baixa aprendizagem
[Há correções a fazer na tabela. Impossível sem o documento PPT. Clicar duas
vezes na figura não funcionou.
À Atlas: FAVOR CORRIGIR
Retirar ponto final após contextos
Colocar títulos em caixa alta-e-baixa ou conforme padronização com outros
capítulos
Na diagramação, alinhar os itens horizontalmente, de maneira que “baixa
aprendizagem” fique na mesma linha, porém em coluna diferente, de “alta
aprendizagem” (configurando TABELA)]
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de dar respostas ágeis às mudanças constantes. Não por acaso, é também
dentro desse contexto que emergem as primeiras reflexões sobre
aprendizagem organizacional. Dentre os estudos que abordam o tema,
destaca-se o conceito proposto por Garvin (1993) com a seguinte definição:
“Uma organização que aprende é uma organização capacitada em criar,
adquirir e transferir conhecimentos e em modificar seus comportamentos para
refletir estes novos conhecimentos e insights”.
De acordo com Fleury e Fleury (1997), se o conceito é simples, a
dificuldade é operacionalizá-lo no quotidiano organizacional. Ou seja, como
uma organização pode desenvolver uma dinâmica permanente de
aprendizagem e mudança? Garvin sugere a sistematização de algumas
atividades que promovem a prática da aprendizagem. São elas: resolução de
problemas, experimentação, experiências passadas, circulação de
conhecimentos e experiências realizadas por outros.
Outro autor com idéias interessantes, também citado por Fleury e Fleury
(1997), é Daniel Kim (1993), que faz um distinção entre aprendizagem
operacional e aprendizagem conceitual, a saber:
Aprendizagem operacional — ocorre no processo de aquisição de
skills, ou know-how, ou seja, no desenvolvimento de habilidades
para produzir ações;
Aprendizagem conceitual — ocorre pela aquisição do know-why,
ou seja, no desenvolvimento de capacidade para articular
conhecimentos conceituais sobre uma experiência.
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Aprender a aprender;
Comunicação e colaboração;
Raciocínio criativo e resolução de problemas;
Educação tecnológica;
Educação em negócios globais;
Desenvolvimento de liderança;
Autodesenvolvimento de carreira.
Profundas
Qualificações
Técnicas
e Empresariais
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É dentro desse novo ambiente empresarial, que requer novas
competências e mais complexas, que surge a UC como um “guarda-chuva
estratégico” para desenvolver e educar funcionários, clientes, fornecedores e
comunidade, a fim de cumprir as estratégias empresariais da organização
(Meister, 1999). Assim sendo, o objetivo real de uma UC é preparar todos os
empregados de uma organização para tirar vantagem dessas mudanças
emergentes e institucionalizar uma cultura de aprendizagem contínua alinhada
às estratégias centrais do negócio (Meister, 1999).
O modelo de UC, ainda segundo Meister (1999), é baseado em
competências e interliga aprendizagem às necessidades estratégicas de
negócios. Ou seja, a UC é um sistema de desenvolvimento de pessoas
pautado pela gestão de pessoas por competências, o que faz com que seu
objetivo principal seja o desenvolvimento e a instalação das competências
consideradas críticas para a viabilização das estratégias de negócio.
As organizações que aplicam os princípios inerentes à UC estão criando
um sistema de aprendizagem contínua. O propósito é que toda a empresa
aprenda e trabalhe com novos processos e novas soluções e compreenda a
importância da aprendizagem permanente vinculada a metas empresariais.
De modo geral, a missão de uma UC consiste em formar e desenvolver
os talentos na gestão dos negócios, promovendo a gestão do conhecimento
organizacional (geração, assimilação, difusão e aplicação) através de um
processo de aprendizagem ativa e continua.
Ainda conforme Meister (1999), as experiências de implantação de
projetos de UC tendem a se organizar em torno de alguns princípios. São eles:
Prover oportunidades de aprendizagem que dêem suporte para a
empresa atingir os objetivos críticos do negócio;
Considerar o modelo de UC um processo e não apenas como um
local de aprendizado;
Desenhar programas que incorporem os três Cs: cidadania, contexto
e competências;
Treinar as pessoas pertencentes à cadeia de valores;
Migrar do modelo “sala de aula” para múltiplas formas de
aprendizagem;
Estimular gerentes e líderes a se envolverem com a aprendizagem,
tornando-se também responsáveis pelo processo;
Depender cada vez menos da alocação de orçamento da empresa e
buscar um orçamento próprio;
Assumir foco global no desenvolvimento de soluções de
aprendizagem;
Criar sistemas eficazes de avaliação dos investimentos e resultados
obtidos;
Utilizar a UC para sustentar vantagem competitiva e entrar em novos
mercados;
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Tabela 2. Mudança de paradigma de centro de treinamento e
desenvolvimento (T&D) para universidade corporativa*
MUDANÇA DE PARADIGMA
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realmente estratégicos por natureza. Enfim, diz Meister: “Considere o Modelo
de Universidade Corporativa um processo, e não necessariamente um lugar”
(Meister, 1999).
“Esse processo de educação corporativa contínua estabelece-se como
um diferencial competitivo para as empresas.” É inquestionável que “capital
intelectual” será o fator de diferenciação das empresas, e esta é a principal
vantagem de se implantar uma UC.
A partir dessas colocações e da experiência adquirida ajudando várias
empresas na concepção dos projetos das suas UCs ou SECs, proponho a
seguinte conceituação para um SEC:
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programas comportamentais, em primeiro lugar destaca-se desenvolvimento de
lideranças (74%). Em seguida, aparecem os programas referentes à cultura e
valores (39%) e desenvolvimento de equipes (37%).
Outro ponto interessante destacado pelo estudo é o fato de que muitas
universidades corporativas são responsáveis pela gestão do desenvolvimento
do funcionário e por atividades de compartilhamento de conhecimento além da
sala de aula. Dentre essas atividades estão o aconselhamento e
acompanhamento de executivos de carreira (mentoring e coaching), a
aprendizagem em ação, a simulação e a prática de papéis, o treinamento
durante o trabalho, as comunidades de prática e a gestão de conhecimento.
Finalmente, metade das organizações pesquisadas manifestou a
intenção de estabelecer e manter uma cultura corporativa comum. Grandes
organizações com milhares de funcionários espalhados em locais variados e
em muitos países ou em operações de negócios distintas enfrentam o desafio
de integrar pessoas em uma força de trabalho coesa, que entende a
organização, o que precisa conquistar e como precisa desenvolver suas
atividades. A criação dessa cultura comum é muito forte nas UCs classificadas
como experts (especialistas), que tendem a estar em grandes organizações
globais e em empresas do setor de varejo, onde a imagem consistente é parte
da experiência do cliente.
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tecnologia e informática, telecomunicações e veículos e peças. Os principais
resultados obtidos no que diz respeito às práticas identificadas nos casos
pesquisados relacionamse com os sete princípios de sucesso:
Quase todos os casos apresentaram práticas relacionadas aos
princípios da competitividade (obter o comprometimento e
envolvimento da alta cúpula, alinhar o modelo de gestão de pessoas
às estratégias negócio, implantar um modelo de gestão de pessoas
por competências e conceber programas educacionais alinhados às
estratégias do negócio) e perpetuidade (ser veículo de disseminação
da cultura empresarial e responsabilizar líderes e gestores pelo
processo de aprendizagem);
Em praticamente todas as empresas foram diagnosticadas as
competências críticas (empresariais e humanas) e foi implantado um
modelo de gestão de pessoas por competências.
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Questões Média*
Os programas educacionais implantados estão 5,41
alinhados às estratégias do negócio.
Na concepção dos programas educacionais, é 5,27
considerada prioritária a identificação das
necessidades do negócio.
Os programas educacionais implantados foram 4,89
concebidos a partir do mapeamento das
competências críticas da empresa.
Na concepção dos programas educacionais, é 4,81
considerada prioritária a definição da estratégia
do sistema de educação corporativa.
Bloco 5,09
Como pode se observar na tabela, a média geral do bloco foi 5,09, o que
significa que as empresas respondentes concordaram muito que o SEC
implantado tem alinhamento estratégico e que os programas educacionais
foram concebidos a partir do mapeamento das competências críticas da
empresa. Os SECs apresentavam um alinhamento com a estratégia da
organização como um todo, tendo assim sua importância aumentada em
relação ao T&D tradicional, caracterizando-se efetivamente como um sistema
de educação estratégico.
A migração do T&D tradicional para a educação corporativa deu foco e
força estratégica para as ações de desenvolvimento das empresas,
evidenciando-as como um dos pilares de uma gestão empresarial bem-
sucedida. Para tanto, é essencial o papel da área de RH na concepção e
implementação do SEC, integrado com as demais políticas de RH e
sintonizado com as estratégias da empresa. Tudo isso, obviamente, requer
uma parceria profícua com as lideranças empresariais, em especial com
aquelas responsáveis pelas áreas de negócio.
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desenvolvimento e consolidação das competências críticas —
empresariais e humanas” (Eboli, 2004).
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As competências críticas não se limitam apenas às paredes da
organização — Competências críticas também podem estar fora da
empresa, na cadeia de agregação de valor — sócios, parceiros,
fornecedores, distribuidores etc. Um exemplo clássico é o da AmBev.
Sua maior competência, além da boa qualidade do produto que
vende, é a eficácia de sua rede de distribuição. De nada adiantaria
ter uma excelente cerveja, investir em publicidade e não tê-la
disponível nas condições ideais de consumo quando um consumidor
a pedir, “bem geladinha”, em qualquer ponto do país.
As competências críticas não se limitam aos produtos físicos
ofertados — Competências críticas podem estar ligadas a aspectos
simbólicos do produto, estes sim agregadores de real valor para os
consumidores. É o caso do McDonald’s: dentro da Universidade do
Hambúrger as pessoas são preparadas e capacitadas para atuar nos
atributos de rapidez e padronização dos produtos e gestão dos
restaurantes, que dão sustentação para a competência simbólica
percebida pelos consumidores que é a “segurança da família”. Aí
reside sua verdadeira competência para o sucesso.
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de valor: acionistas, sócios, parceiros, clientes, fornecedores,
distribuidores, comunidade etc.
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Figura 2. Educação corporativa e alinhamento das competências
Educação Corporativa
Alinhamento das Competências
&
Cadeia das Competências Críticas
E Competências
Empresa Por quê? Estratégia
M
P
Empresariais
R
E
S
Áreas/Processos Tático
A
Competências
Segmentos O que? Operacional
Organizacionais de Negócio
P
E Competências
S Competências Gerais,
S Como? Colaborador
O Humanas Gerenciais e
A
S
Funcionais
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Tabela 4. Alinhamento de competências: o exemplo das Casas
Pernambucanas
DIAGNÓSTICO E ALINHAMENTO
DAS
COMPETÊNCIAS CRÍTICAS EMPRESARIAIS E HUMANAS
NÍVEL COMPETÊNCIA
Empresa:
CASAS Orientação ao Nosso Cliente
PERNAMBUCANAS
Área ou Processo Crítico: Atributo 1: Atributo 2:
Excelência no Relacionamento Modelo adequado de gestão da loja
LOJAS com Clientes
Público Crítico: Categoria Profissional 1: Categoria Profissional 2:
Pessoal das Lojas
Vendedor Gerentes
Chefes
Coordenadores
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Para que seja construída com sucesso a ponte entre o desenvolvimento
de talentos e as estratégias de negócio, o projeto de educação corporativa
deve contemplar a identificação, a formação e a mobilização dessas
competências críticas ou essenciais, no sentido de agregar valor ao negócio, e
assim aumentar sua competitividade.
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Ao estruturar e conceber todas as ações e programas educacionais do
SEC contemplando sempre os eixos de competências definidos, garante-se o
alinhamento deles com as estratégias do negócio da empresa. Sempre que
houver um reposicionamento estratégico da empresa, deverão ser rediscutidos
e revistos estes eixos de competências empresariais que dão sustentação às
principais escolas do SEC.
Considerações finais
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Caso ilustrativo
[À Atlas: questionei com a autora que não aparece o nome do VP assinando a fala. Ela
respondeu: ESTA É A FORMA COMO ESTÁ NO DOCUMENTO OFICIAL DA
EMPRESA, SEM O NOME DO VP. É ASSIM QUE ELES AUTORIZARAM.]
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de negócios e pesquisas internas, realizou um diagnóstico das competências
críticas empresariais, para o correto entendimento das necessidades de
capacitação e desenvolvimento das equipes envolvidas. Com base nesse
diagnóstico, foram definidos os eixos de competências da empresa, que por
sua vez deram origem às quatro Escolas que compõem a Universidade de
Vendas Saint-Gobain Abrasivos. Com os resultados obtidos, foi possível
formatar todo o projeto e transformar a idéia em realidade. Nasceu, assim, a
UNIVEN SGA.
A missão da Universidade de Vendas é capacitar constantemente a
Força de Vendas e pessoas de áreas afins para que elas possam oferecer
soluções de valor agregado aos clientes, levando sempre em consideração as
especificidades dos clientes e do mercado, e aumentando, assim, a qualidade
dos serviços prestados e, conseqüentemente, seu volume de negócios e
participação no mercado.
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Públicos abrangidos
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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