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“CONTRADISCURSO”?
“(...) O que é uma ciência? O que é uma obra? O que é uma teoria? O que é um
conceito? O que é um texto? (...)” (FOUCAULT: 2007, p.7)
INTRODUÇÃO
Nenhuma sociedade conhece nem conheceu a língua de outro modo, que não
fosse como um produto herdado de gerações anteriores. Eis a questão da origem da
linguagem. O objeto da lingüística é a vida normal e regular de um idioma já constituído.
É produto de fatores históricos um dado estado de língua e, são esses fatores que
explicam por que um signo é imutável e resiste a toda substituição. Eis a questão da
imutabilidade. Por que o fator histórico da transmissão a domina totalmente e exclui
toda transformação lingüística geral e repentina? As modificações de uma língua não
estão ligadas à sucessão de gerações que, longe de se colocarem sobrepostas como
gaveta de um móvel, mesclam-se e interpenetram-se e contém, cada uma, indivíduos de
todas as idades. Os esforços do aprendizado na língua materna concluem pela
impossibilidade de uma geral transformação, no dizer de Saussure (sem data de
edição). Os indivíduos não têm consciência das leis da língua, se as tivesse poderiam
modificá-las?
Dentre essas considerações, outras se fazem relevantes como o caráter
arbitrário do signo, a multidão de signos arbitrários para constituir qualquer língua, o
caráter complexo do sistema, a resistência da inércia coletiva a toda renovação
lingüística, segundo Saussurre (Edição original 1916).
Não basta, todavia, dizer que a língua é um produto de forças sociais para
que se veja claramente que não é livre; a par de lembrar que constitui sempre herança
de uma época precedente, deve-se acrescentar que essas forças sociais atuam em função
do tempo. Ambos os fatos são inseparáveis. A língua tem um caráter de fixidez por estar
ligada ao tempo, e não apenas a coletividade. A todo instante a solidariedade com o
passado põe em xeque a liberdade de escolher. Logo, dizemos homem e cachorro, por
que antes de nós se disse homem e cachorro, são exemplos de Saussure (sem data de
edição).
O signo é arbitrário, não conhece outra lei senão a da tradição e é por
sustentar-se na tradição que ele é arbitrário.
No ponto em que a história das idéias, no que diz respeito a decifrar os
textos, esta procura desvendar os movimentos secretos do pensamento (sua progressão
lenta, suas recaídas e conflitos, o contorno dos obstáculos), revelando o nível das “coisas
ditas”, além da sua condição de surgimento, as formas de encadeamento e seu acúmulo,
as regras de sua transformação, as descontinuidades que escande (no ato de decompor
versos ou palavras, contar, enumerar, examinar minuciosamente, etc.). O arquivo é o
domínio das coisas ditas; cabe a arqueologia analisá-lo, consoante Foucault (2007). O
Enunciado e o arquivo serão objetos de outros estudos.
É a estabelecer uma reflexão que se estende desde as sociedades feudo-
monárquicas, até os regimes autoritários (modo de produção socialista), do século XX.
E, ainda, como perfazem essas relações entre as edificações urbanas e o controle dos
usos lingüísticos, bem como os embelezamentos do corpo na sociedade de controle
(século passado e início deste).
Michel Foucault descreve com “elucubrações” sobre as passagens históricas
das sociedades de soberania para as de disciplina e dessas para as de controle ². Entre
as fronteiras, muros e normas: o visto e os sentidos (SENNETT: 2003). Michel Pêcheux
(SENNET: 2003) observa uma mobilidade rigorosa nas relações sociais (como
disponibiliza Richard Sennett, que até a Idade Média assentava-se no princípio
“fisiológico” hipocrático do ardor corporal (cidadãos, escravos, gregos, bárbaros,
homens e mulheres nas Monarquias feudais, onde o nobre era diferenciado, já no
nascimento) sob a fronteira que seccionava nobrese plebeus: os primeiros com muros,
fossos, castelos, o latim; os segundos com as cercas frágeis e simbólicas, as casas
simples e os falares vulgares.
Podemos, assim, considerar as barreiras que vão da língua para a arquitetura
e vice-versa:
em 1986.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
___________. As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 2007, pp. 23-61
SEENETT, Richard. Carne e Pedra: o corpo e a cidade na civilização ocidental. São Paulo:
Fontes, 2003.
GESNER, em Mithridates, 2.ª ed; Triguri, 1.610, pp. 3-4) apud, Arqueologia do
Saber. São Paulo: Fontes, 2007.
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de lingüística geral. São Paulo: Editora Coutrix, sem data
de edição, Edição original 1916, 12ª ed., pp.19-23, 83-93.
[1]
Análise do Discurso.