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Nas mais de 170 páginas do livro o autor procura poetizar sobre o lado pessoal,
sombrio, da vida de um dos maiores ícones da arte e da cultura mundiais.
Tendo crescido tocando para a sociedade feudal, num intervalo de dez a vinte
anos Mozart passou a experimentar em sua personalidade aquela confusao que
se desenrolava na Europa da segunda metade do século XVIII.
A mudança de pensamento no curso real do desenvolvimento social nos
remete a uma época de transição entre a decadência da nobreza e a ascensão
da burguesia, com a aproximação do século XIX. Os valores se confundem com
o conflito de classes.
Isso não se dá de uma hora pra outra. É um processo diário, anual. Conceitos
muito arraigados de uma época naturalmente se perpetuam pra outra mesmo
perdendo seu contexto real, e no caso em questão impedem que a liberdade
da musica e da arte seja vivida, atualizada em comparação com o novo
contexto..
Compor e tocar só quando seu empregador determinava era pouca coisa para
um compositor que queria dar aulas e imprimir suas partituras. Numa
sociedade que ainda bajulava imperadores, se um desses não tivesse o artista
em conta, este ficava de lado.
Imagina-se que seja o gênio um ser superior, que sintetiza o conflito humano
em querer se afastar dos instintos animais, sublima-os e os transforma
culturalmente em suas obras ovacionadas. Acredita-se que satisfazer ou
regular os impulsos animais momentâneos é o diferencial para sobrevivermos
em comunidade. Mas essa percepção é para poucos. Ou pelo menos não se
ensina a todos a desenvolverem essa prática. O produto final da fusão entre a
fantasia e a consciência do artista se apresenta como aplausos ou vaias.
Instinto e consciência se misturam naturalmente, se não for feita autocrítica o
tempo todo (o que cansa).