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O árduo caminho em busca de igualdade

O preconceito racial faz parte da estrutura da sociedade brasileira, tendo como principal raiz a
escravidão. Ainda que, nas últimas décadas, tenham sido criadas políticas públicas com o
objetivo de impulsionar a igualdade racial, aproximar as realidades dos negros e brancos
continua sendo um enorme desafio.

Foram criadas, em nível federal, políticas que visam combater a exclusão social dos negros. Uma
delas é a lei que criminaliza a discriminação racial, fazendo com que muitos indivíduos sejam
punidos legalmente ao tratar um negro de maneira preconceituosa. Outra medida que tem
como principal objetivo a integração dos negros à sociedade é a política de cotas. Há muitas
pessoas contra essa medida, afirmando que os alunos cotistas são menos preparados, e, por
isso, rebaixam a qualidade do ensino nas universidades. No entanto, nota-se o contrário: esses
são ainda mais dedicados por valorizarem o fato de estar em uma faculdade.

Pode-se dizer que, hoje, o jovem negro tem oportunidades que seus pais não tiveram, mas isso
não significa que essas sejam iguais às dos brancos. Ainda há bastante preconceito contra os
afrodescendentes no mercado de trabalho, e a perspectiva de crescimento deles dentro de uma
empresa é menor do que a de um branco. Dados afirmam, também, que o número de
homicídios envolvendo negros, principalmente jovens, é muito mais alto do que os que
envolvem brancos. É válido ressaltar, ainda, a estereotipação da mídia em relação aos
personagens afrodescendentes, que estão, na maioria das vezes, ocupando papéis de bandidos,
favelados, domésticas e etc.

Em certa medida, a reação aos avanços nas políticas voltadas à igualdade racial, nos últimos
anos, tem sido positiva. Porém, fica evidente a necessidade de se ampliar o combate à
desigualdade. Além dos projetos já em vigor, o governo deve investir no ensino fundamental
público, no qual a maioria dos alunos é de negros. As escolas e a mídia devem conscientizar as
pessoas sobre a igualdade entre as raças, a fim de promover a integração das minorias à
sociedade, e diminuir, cada vez mais, o preconceito racial herdado dos nossos colonizadores.

O verdadeiro preço de um brinquedo

É comum vermos comerciais direcionados ao público infantil. Com a existência de personagens


famosos, músicas para crianças e parques temáticos, a indústria de produtos destinados a essa
faixa etária cresce de forma nunca vista antes. No entanto, tendo em vista a idade desse público,
surge a pergunta: as crianças estariam preparadas para o bombardeio de consumo que as
propagandas veiculam?
Há quem duvide da capacidade de convencimento dos meios de comunicação. No entanto, tais
artifícios já foram responsáveis por mudar o curso da História. A imprensa, no século XVIII,
disseminou as ideias iluministas e foi uma das causas da queda do absolutismo. Mas não é
preciso ir tão longe: no Brasil redemocratizado, as propagandas políticas e os debates eleitorais
são capazes de definir o resultado de eleições. É impossível negar o impacto provocado por um
anúncio ou uma retórica bem estruturada.

O problema surge quando tal discurso é direcionado ao público infantil. Comerciais para essa
faixa etária seguem um certo padrão: enfeitados por músicas temáticas, as cenas mostram
crianças, em grupo, utilizando o produto em questão.Tal manobra de “marketing” acaba
transmitindo a mensagem de que a aceitação em seu grupo de amigos está condicionada ao fato
dela possuir ou não os mesmos brinquedos que seus colegas. Uma estratégia como essa gera um
ciclo interminável de consumo que abusa da pouca capacidade de discernimento infantil.

Fica clara, portanto, a necessidade de uma ampliação da legislação atual a fim de limitar, como já
acontece em países como Canadá e Noruega, a propaganda para esse público, visando à
proibição de técnicas abusivas e inadequadas. Além disso, é preciso focar na conscientização
dessa faixa etária em escolas, com professores que abordem esse assunto de forma
compreensível e responsável. Só assim construiremos um sistema que, ao mesmo tempo,
consiga vender seus produtos sem obter vantagem abusiva da ingenuidade infantil.

Imigração no Brasil

O processo de imigração no Brasil intensificou-se a partir de 1808, quando um número


expressivo de imigrantes europeus chegou ao país.

A marca da imigração no Brasil pode ser percebida especialmente na cultura e na economia das
duas mais ricas regiões brasileiras: Sudeste e Sul.

A colonização foi o objetivo inicial da imigração no Brasil, visando ao povoamento e à exploração


da terra por meio de atividades agrárias. A criação das colônias estimulou o trabalho rural. Deve-
se aos imigrantes a implantação de novas e melhores técnicas agrícolas, como a rotação de
culturas, assim como o hábito de consumir mais legumes e verduras. A influência cultural do
imigrante também é notável.

História

A imigração teve início no Brasil a partir de 1530, quando começou a estabelecer-se um sistema
relativamente organizado de ocupação e exploração da nova terra. A tendência acentuou-se a
partir de 1534, quando o território foi dividido em capitanias hereditárias e se formaram núcleos
sociais importantes em São Vicente e Pernambuco. Foi um movimento ao mesmo tempo
colonizador e povoador, pois contribuiu para formar a população que se tornaria brasileira,
sobretudo num processo de miscigenação que incorporou portugueses, negros e indígenas.

Imigração portuguesa

A criação do governo-geral em 1549 atraiu muitos portugueses para a Bahia. A partir de então, a
migração tornou-se mais constante. O movimento de portugueses para o Brasil foi relativamente
pequeno no século XVI, mas cresceu durante os cem anos seguintes e atingiu cifras expressivas
no século XVIII. Embora o Brasil fosse, no período, um domínio de Portugal, esse processo tinha,
na realidade, sentido de imigração.

A descoberta de minas de ouro e de diamantes em Minas Gerais foi o grande fator de atração
migratória. Calcula-se que nos primeiros cinquenta anos do século XVIII entraram só em Minas,
mais de 900.000 pessoas. No mesmo século, registra-se outro movimento migratório: o de
açorianos para Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Amazônia, estados em que fundaram núcleos
que mais tarde se tornaram cidades prósperas.

Os colonos, nos primeiros tempos, estabeleceram contato com uma população indígena em
constante nomadismo. Os portugueses, embora possuidores de conhecimentos técnicos mais
avançados, tiveram que aceitar numerosos valores indígenas indispensáveis à adaptação ao novo
meio. O legado indígena tornou-se um elemento da formação do brasileiro. A nova cultura
incorporou o banho de rio, o uso da mandioca na alimentação, cestos de fibras vegetais e um
numeroso vocabulário nativo, principalmente tupi, associado às coisas da terra: na toponímia,
nos vegetais e na fauna, por exemplo. As populações indígenas não participaram inteiramente,
porém, do processo de agricultura sedentária implantado, pois seu padrão de economia envolvia
a constante mudança de um lugar para outro. Daí haver o colono recorrido à mão de obra
africana.

Elemento africano

Surgiu assim o terceiro grupo importante que participaria da formação da população brasileira: o
negro africano. É impossível precisar o número de escravos trazidos durante o período do tráfico
negreiro, do século XVI ao XIX, mas admite-se que foram cerca de 4 milhões de negros trazidos
da África para serem escravizados. O negro africano contribuiu para o desenvolvimento
populacional e econômico do Brasil e tornou-se, pela mestiçagem, parte inseparável de seu
povo. Os africanos espalharam-se por todo o território brasileiro, em engenhos de açúcar,
fazendas de criação, arraiais de mineração, sítios extrativos, plantações de algodão, fazendas de
café e áreas urbanas. Sua presença projetou-se em toda a formação humana e cultural do Brasil
com técnicas de trabalho, música e danças, práticas religiosas, alimentação e vestimentas.

Espanhóis, franceses, judeus

A entrada de estrangeiros no Brasil era proibida pela legislação portuguesa no período colonial,
mas isso não impediu que chegassem espanhóis entre 1580 e 1640, quando as duas coroas
estiveram unidas; judeus (originários, sobretudo da península ibérica), ingleses, franceses e
holandeses. Esporadicamente, viajavam para o Brasil cientistas, missionários, navegantes e
piratas ingleses, italianos ou alemães.

Imigração no século XIX

A imigração propriamente dita verificou-se a partir de 1808, vésperas da independência, quando


instalou-se um permanente fluxo de europeus para o Brasil, que se acentuou com a fundação da
colônia de Nova Friburgo, na província do Rio de Janeiro, em 1818, e a de São Leopoldo, no Rio
Grande do Sul, em 1824. Dois mil suíços e mil alemães radicaram-se no Brasil nessa época,
incentivados pela abertura dos portos às nações amigas. Outras tentativas de assentar irlandeses
e alemães, especialmente no Nordeste, fracassaram completamente. Apesar de autorizada a
concessão de terras a estrangeiros, o latifúndio impedia a implantação da pequena propriedade
rural e a escravidão obstaculizava o trabalho livre assalariado.

Na caracterização do processo de imigração no Brasil encontram-se três períodos que


correspondem respectivamente ao auge, ao declínio e à extinção da escravidão.

O primeiro período vai de 1808, quando era livre a importação de africanos, até 1850, quando
decretou-se a proibição do tráfico. De 1850 a 1888, o segundo período é marcado por medidas
progressivas de extinção da escravatura (Lei do Ventre Livre, Lei dos Sexagenários, alforrias e,
finalmente, a Lei Áurea), em decorrência do que as correntes migratórias passaram a se dirigir
para o Brasil, sobretudo para as áreas onde era menos importante o braço escravo. O terceiro
período, que durou até meados do século XX, começou em 1888, quando, extinta a escravidão, o
trabalho livre ganhou expressão social e a imigração cresceu notavelmente, de preferência para
o Sul, mas também em São Paulo, onde até então a lavoura cafeeira se baseava no trabalho
escravo.

Após a abolição, em apenas dez anos (de 1890 a 1900) entraram no Brasil mais de 1,4 milhão de
imigrantes, o dobro do número de entradas nos oitenta anos anteriores (1808-1888).

Acentua-se também a diversificação por nacionalidades das correntes migratórias, fato que já
ocorria nos últimos anos do período anterior. No século XX, o fluxo migratório apresentou
irregularidades, em decorrência de fatores externos -- as duas guerras mundiais, a recuperação
europeia no pós-guerra, a crise nipônica -- e, igualmente, devido a fatores internos. No começo
do século XX, por exemplo, assinalou-se em São Paulo uma saída de imigrantes, sobretudo
italianos, para a Argentina. Na mesma época verifica-se o início da imigração nipônica, que
alcançaria, em cinquenta anos, grande significação. No recenseamento de 1950, os japoneses
constituíam a quarta colônia no Brasil em número de imigrantes, com 10,6% dos estrangeiros
recenseados.

Distribuição do imigrante

Distinguem-se dois tipos de distribuição do imigrante no país, com efeitos nos processos de
assimilação. Pode-se chamar o primeiro tipo de "concentração", em que os imigrantes se
localizam em colônias, como no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Nesse caso, os
imigrantes não mantêm contato, nos primeiros tempos, com os nacionais, mas a aproximação
ocorre à medida que a colonização cresce e surge a necessidade de comercialização dos
produtos da colônia. O segundo tipo, que se pode chamar de "dispersão", ocorreu nas fazendas
de café de São Paulo e nas cidades, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo.

Nessas áreas, o imigrante, desde a chegada, mantinha-se em contato com a população nacional,
o que facilitava sua assimilação.

Os principais grupos de imigrantes no Brasil são portugueses, italianos, espanhóis, alemães e


japoneses, que representam mais de oitenta por cento do total. Até o fim do século XX, os
portugueses aparecem como grupo dominante, com mais de trinta por cento, o que é natural,
dada sua afinidade com a população brasileira. São os italianos, em seguida, o grupo que tem
maior participação no processo migratório, com quase trinta por cento do total, concentrados,
sobretudo no estado de São Paulo, onde se encontra a maior colônia italiana do país. Seguem-se
os espanhóis, com mais de dez por cento, os alemães, com mais de cinco, e os japoneses, com
quase cinco por cento do total de imigrantes.

Contribuição do imigrante

No processo de urbanização, assinala-se a contribuição do imigrante, ora com a transformação


de antigos núcleos em cidades (São Leopoldo, Novo Hamburgo, Caxias, Farroupilha, Itajaí,
Brusque, Joinville, Santa Felicidade etc.), ora com sua presença em atividades urbanas de
comércio ou de serviços, com a venda ambulante, nas ruas, como se deu em São Paulo e no Rio
de Janeiro.

Outras colônias fundadas em vários pontos do Brasil ao longo do século XIX se transformaram
em importantes centros urbanos. É o caso de Holambra SP, criada pelos holandeses; de
Blumenau SC, estabelecida por imigrantes alemães liderados pelo médico Hermann Blumenau; e
de Americana SP, originalmente formada por confederados emigrados do sul dos Estados Unidos
em consequência da guerra de secessão. Imigrantes alemães se radicaram também em Minas
Gerais, nos atuais municípios de Teófilo Otoni e Juiz de Fora, e no Espírito Santo, onde hoje é o
município de Santa Teresa.

Em todas as colônias, ressalta igualmente o papel desempenhado pelo imigrante como


introdutor de técnicas e atividades que se difundiram em torno das colônias. Ao imigrante
devem-se ainda outras contribuições em diferentes setores da atividade brasileira.

Uma das mais significativas apresenta-se no processo de industrialização dos estados da região
Sul do país, onde o artesanato rural nas colônias cresceu até transformar-se em pequena ou
média indústria. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, imigrantes enriquecidos contribuíram com a
aplicação de capitais nos setores produtivos.
A contribuição dos portugueses merece destaque especial, pois sua presença constante
assegurou a continuidade de valores que foram básicos na formação da cultura brasileira.

Os franceses influíram nas artes, literatura, educação e nos hábitos sociais, além dos jogos hoje
incorporados à lúdica infantil. Especialmente em São Paulo, é grande a influência dos italianos na
arquitetura. A eles também se deve uma pronunciada influência na culinária e nos costumes,
estes traduzidos por uma herança na área religiosa, musical e recreativa.

Os alemães contribuíram na indústria com várias atividades e, na agricultura, trouxeram o cultivo


do centeio e da alfafa. Os japoneses trouxeram a soja, bem como a cultura e o uso de legumes e
verduras. Os libaneses e outros árabes divulgaram no Brasil sua rica culinária.

Redes sociais: o uso exige cautela

Uma característica inerente às sociedades humanas é sempre buscar novas maneiras de se


comunicar: cartas, telegramas e telefonemas são apenas alguns dos vários exemplos de meios
comunicativos que o homem desenvolveu com base nessa perspectiva. E, atualmente, o mais
recente e talvez o mais fascinante desses meios são as redes virtuais, consagradas pelo uso, que
se tornam cada vez mais comuns.

Orkut, Twiter e Facebook são alguns exemplos das redes sociais (virtuais) mais acessadas do
mundo e, convenhamos, a popularidade das mesmas se tornou tamanha que não ter uma
página nessas redes é praticamente como não estar integrado ao atual mundo globalizado.
Através desse novo meio as pessoas fazem amizades pelo mundo inteiro, compartilham ideias e
opiniões, organizam movimentos, como os que derrubaram governos autoritários no mundo
árabe e, literalmente, se mostram para a sociedade. Nesse momento é que nos convém cautela
e reflexão para saber até que ponto se expor nas redes sociais representa uma vantagem.

Não saber os limites da nossa exposição nas redes virtuais pode nos custar caro e colocar em
risco a integridade da nossa imagem perante a sociedade. Afinal, a partir do momento em que
colocamos informações na rede, foge do nosso controle a consciência das dimensões de até
onde elas podem chegar. Sendo assim, apresentar informações pessoais em tais redes pode nos
tornar um tanto quanto vulneráveis moralmente.

Percebemos, portanto, que o novo fenômeno das redes sociais se revela como uma eficiente e
inovadora ferramenta de comunicação da sociedade, mas que traz seus riscos e revela sua faceta
perversa àqueles que não bem distinguem os limites entre as esferas públicas e privadas
“jogando” na rede informações que podem prejudicar sua própria reputação e se tornar objeto
para denegrir a imagem de outros, o que, sem dúvidas, é um grande problema.

Dado isso, é essencial que nessa nova era do mundo virtual, os usuários da rede tenham plena
consciência de que tornar pública determinadas informações requer cuidado e, acima de tudo,
bom senso, para que nem a própria imagem, nem a do próximo possa ser prejudicada. Isso
poderia ser feito pelos próprios governos de cada país, e pelas próprias comunidades virtuais
através das redes sociais, afinal, se essas revelaram sua eficiência e sucesso como objeto da
comunicação, serão, certamente, o melhor meio para alertar os usuários a respeito dos riscos de
seu uso e os cuidados necessários para tal.

A utilização da Internet

A internet pode ser considerada uma das maiores conquistas do homem no século XXI, pois
torna acessíveis informações de diversas áreas desde a política até acultura de diferentes povos
para toda a população. Além disso, pode ser vista como uma forma de socialização com
indivíduos de diferentes lugares por meio dos sites de relacionamentos. Porém, sua utilização
torna-se perniciosa quando ultrapassa os limites da vida pública e invade o meio privado de uma
pessoa.

O acesso à rede traz diversos benefícios à população, porém muitas pessoas autilizam como um
meio de afetar o respeito e a dignidade de outros indivíduos perante a sociedade. Eles usam os
sites de relacionamentos, como por exemplo: “Facebook” e“Orkut” e publicam fotos e vídeos os
quais comprometem a imagem de alguém.

A utilização imprópria da internet pode até desqualificar uma pessoa no mercado de trabalho,
principalmente aqueles que usam desse meio para sobreviver como alguns atores e cantores.
Quando publicado algo de sua vida privada e se a sociedade julgar errado ou for contrária aos
princípios das instituições estabelecidas, degradam sua imagem e, concomitantemente, seu
serviço.

Portanto, para que a internet não seja vista como um meio pernicioso para a população é
necessária uma conscientização popular sobre sua utilização. Essa ação pode ser por meio de
políticas públicas e da própria sociedade como as ONGs. Com isso, o acesso à rede trará
somente benefícios, como aconteceu no Oriente Médio durante a Primavera Árabe em que os
sites de relacionamentos conseguiram disseminar ideais revolucionários para a derrubada de
vários ditadores.

O trabalho na construção da dignidade humana

Na atualidade, estamos cercados de clichês que dizem que o trabalho enobrece o homem”. Se,
de fato, o dogma estabelecido é aquele que afirma que precisamos estudar, entrar em uma boa
universidade e conseguir um bom emprego, deveríamos acreditar nessas máximas. Entretanto,
as circunstâncias ditam, por vezes, o contrário, e nem sempre o trabalho é capaz de construir a
dignidade humana sozinho.

Primeiramente, é necessário analisar como existem, não só na sociedade contemporânea, mas


ao longo da história, casos constantes de negação do trabalho na edificação dessa dignidade.
Durante séculos, a escravidão foi uma realidade em todo o mundo, e no Brasil ela se perpetuou
por muito tempo. Ainda não se pode dizer que foi extinta, já que existem casos atuais em nosso
país, o que compromete diretamente os direitos humanos ao tratar pessoas como objetos. Além
disso, no presente, casos de corrupção, e do famoso “ganhar dinheiro fácil”, passam a ideia de
que trabalhar para obter algo pode não ser o caminho.

Tem também o contexto capitalista circundante, no qual o mercado de trabalho é altamente


competitivo. Na falta de uma educação de base de qualidade, aqueles menos abastados têm
pouca ou nenhuma chance de alcançar o ensino superior e, então, lutar por um bom emprego.
Dessa forma, muitos optam por caminhos alternativos, como o trabalho irregular e, muitas
vezes, o crime, para sobreviver. A falta de oportunidades para todos maximiza alguns sérios
problemas urbanos e compromete a máxima, pois passa a impressão de que quem não trabalha
é indigno.

Por fim, para compreender a importância do trabalho na construção da dignidade humana, se


faz coerente uma breve análise do contexto social. Em uma sociedade de rótulos, na qual o ter
em detrimento do ser é a regra a ser seguida, e muitos são valorizados mais pela conta bancária
do que por méritos de caráter, empregos que possibilitam a obtenção de grandes somas de
dinheiro fazem com que o trabalhador seja mais valorizado do que os demais. A dignidade
humana é, então, medida não somente por meio do trabalho, mas pela remuneração dele.

Dessa forma, no que diz respeito à dignidade humana por meio do trabalho, é necessário
entendermos que os valores passados à sociedade são circunstanciais. Se nossas universidades
já são boas, o governo precisa, então, investir em educação pública de base, para que membros
de todas as classes sociais possam ter acesso a oportunidades de maneira igual. Além disso,
rótulos superficiais precisam ser derrubados, pois passam impressões errôneas e perigosas. A
meritocracia pode e deve vir como fruto do trabalho, e é o caminho mais justo a ser seguido.

O indivíduo frente à ética nacional

A ética,_ alvo de reflexões calorosas de ilustres filósofos como Sócrates, Kant e Hegel_, vem
preocupando o povo brasileiro, não por sua presença, mas pela raridade da mesma. Entretanto,
a sociedade vem aprendendo a construí-la no espaço nacional, principalmente no meio político.
Segundo Sócrates,_ filósofo grego_, a ética seria alcançada através da razão, do conhecer-se
plenamente. Para ele, a coletividade prevalecia sobre interesses individuais. Por sua vez, Kant
entendia a ética como uma relação coerente entre o pensar e o agir; no seu entendimento, a
ética é um dever, e não um meio para vantagens imediatas. Já Hegel, _pensador alemão_,
afirmava que a ética é culturalmente influenciada, ou seja, ensinada através de instituições como
igreja, escola e família. Para Hegel, a ética varia de sociedade para sociedade. Essas reflexões
confirmam a importância desse ramo da filosofia na formação do indivíduo.

Porém, essa relevância foi negligenciada, pois o agravamento de problemas sociais e políticos
ratifica a distorção da ética entre os brasileiros. Estacionar em vaga para idosos, subornar guarda
de trânsito, roubar milhões da verba educacional: falta de ética ou “jeitinho brasileiro”? Seja
como for, essa crise tem reforçado a corrupção e a descrença nas instituições públicas. A avidez
por vantagens transformou a crise ética em um câncer difícil de ser combatido. Difícil, porém
possível.

Possível porque os brasileiros perceberam a ética não mais como palavra, mas como ação.
Campanhas nas escolas, iniciativa dos cidadãos, maior fiscalização de atos políticos,
conscientização de jovens têm ajudado a formar uma nova mentalidade e são exemplos de uma
ética vivida na prática. Uma nação que começa a idealizar sua noção de ética consegue perceber
que essa crise pode ser resolvida com o acesso à educação de qualidade, independente de
classe social, afinal, se uma pessoa não tem educação, a mesma não será capaz de compreender
nem de formar uma opinião eticamente consolidada. Outros fatores que também vem
contribuindo para o fortalecimento da ética é a maior pressão popular pela fiscalização dos
órgãos públicos e efetividade da legislação vigente, tais como: Lei da Transparência; do Acesso à
Informação; do Conflito de Interesses e a Lei Anticorrupção.

Portanto, mesmo com todos os problemas envolvendo corrupção, mazelas sociais e falta de
ética, a população brasileira está aprendendo a mudar velhos conceitos culturalmente
enraizados, a perceber que o problema da ética (ou sua falta) não está na ausência de leis, antes
na sua aplicação e na consciência crítica de cada cidadão. Consciência formada através da
educação.

Os desafios de se conviver com as diferenças

A partir da chegada dos portugueses ao Brasil, a dificuldade de relacionamento entre diferentes


culturas tornou-se notória no âmbito nacional, uma vez que os lusos buscavam, desde seu
primeiro contato com os Índios, impor suas tradições, religiões e costumes a eles. Desde então,
os brasileiros percebem a intolerância com relação às diferenças entre grupos da mesma espécie
- Homo sapiens. No entanto, essa falta de tolerância não está somente no maior país da América
Latina, mas também em todo o mundo. Será um dia alcançado o respeito à individualidade de
cada ser humano?

Primeiramente, a dificuldade da aceitação do ser diferente na sociedade já foi a causa de


inúmeras mortes e momentos de caos ao redor do mundo. Nesse contexto, o nazismo alemão
provocou, na primeira metade do século XX, um verdadeiro massacre aos judeus, ciganos,
negros e homossexuais, tendo em vista que o racismo, anti-individualismo e a teoria da raça
Ariana eram características desse movimento.

Do mesmo modo, os problemas enfrentados – conflitos, guerras, disputa territorial - por países
que apresentam povos com culturas muito diferentes são significativos, como é o caso do Estado
de Israel, ocupado por dois grupos sociais completamente divergentes: israelenses e palestinos.
Sendo assim, a Organização das Nações Unidas – ONU, por ser uma instituição de contingência
global, precisa estabelecer consensos entre países de diferentes costumes e tradições com o
objetivo de não prejudicar a particularidade de cada sociedade no mundo.

Vale ressaltar, no entanto, que o compartilhamento de ideias e pensamentos entre culturas


distintas implica um enorme crescimento pessoal e intelectual, já que cada povo possui uma
histórica única, a qual resulta nos mais variados tipos de conhecimento adquiridos ao longo do
tempo. Dessa forma, a globalização apresentou um papel fundamental nesse processo, pois
promoveu uma maior interação entre as pessoas dos quatro cantos da Terra.

É necessário, portanto, que pais ensinem, desde cedo, aos seus filhos o valor da particularidade
de cada ser humano com o intuito de que compreendam a concepção de direitos iguais a todos,
em virtude de serem indivíduos de uma mesma espécie. Outrossim, as escolas devem promover
debates entre os alunos para ensiná-los a ouvir, respeitar e discutir os pensamentos divergentes
entre eles. Feito isso, o respeito da diferença entre os iguais será finalmente alcançado.

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