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SUPORTE BÁSICO

DE VIDA

UNIDADE 2
Ressuscitação
cardiopulmonar

Isabel Karolyne F. Costa


José Eugênio Lopes Leite
Manuela Pinto Tibúrcio
OBJETIVOS

--Descrever alguns aspectos da anatomia


e funcionamento do coração.
--Definir Parada Cardiorrespiratória (PCR).
--Identificar os sinais clínicos de uma PCR.
--Realizar manobras de
ressuscitação cardiopulmonar.
--Suspender os esforços da reanimação.
RESSUSCITAÇÃO
CARDIOPULMONAR
Esta unidade descreve as etapas do atendimento a vítimas de parada
cardiorrespiratória. Você aprenderá a se comportar em situações como
o caso do Sr. Ernani e conhecerá também particularidades relacionadas a
vítimas de outras faixas etárias como bebês e crianças.

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AULA 1 – PARADA
CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR)
Você sabe o que é parada cardiorrespiratória (PCR)?
Para aprofundarmos o conceito de PCR visto na unidade anterior, precisa-
mos relembrar alguns aspectos da estrutura e funcionamento do coração.

O coração é um órgão oco, do tamanho aproximado de um punho


fechado, formado por um tipo especial de músculo, o músculo estriado
cardíaco. Está localizado no tórax, atrás do externo e acima do diafrag-
ma e constitui-se de uma bomba que promove a circulação do sangue
através dos vasos sanguíneos. Possui dois lados, o direito e o esquerdo
que são separados por uma parede chamada septo, a qual não permi-
te comunicação direta entre eles. O lado direito, também chamado de
coração direito, bombeia o sangue para os pulmões; e o lado esquer-
do, também chamado de coração esquerdo, bombeia sangue para os
órgãos periféricos. Cada um deles possui duas câmaras: um átrio e um
ventrículo. O átrio bombeia o sangue para o ventrículo, este por sua vez,
fornece a força de bombeamento principal que propele o sangue através
da circulação pulmonar, partindo do ventrículo direito, ou da circulação
periférica, partindo do ventrículo esquerdo. Essa dinâmica é de extrema
importância para a manutenção do funcionamento de todos os órgãos
do corpo humano (CARVALHO, 2007; GUYTON; HALL, 2006). Veja o Vídeo
1 no AVASUS para visualizar esse processo.

Vídeo 1

Agora que relembramos como é e como funciona esse órgão tão impor-
tante do nosso organismo, vamos relembrar o conceito PCR para darmos
seguimento a nossa unidade.

Parada cardiorrespiratória (PCR) é a cessação da atividade


mecânica do coração determinada pela ausência de pulso
central palpável, ausência de respiração ou respiração anormal
e não responsividade do paciente, com grave repercussão no
Sistema Nervoso Central (GRASSIA, 2010, p. 526).

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Dessa forma, uma PCR pode ser identificada por meio de três sinais
clínicos: irresponsividade, ausência de respiração ou respiração agôni-
ca (gasping) e ausência de pulso central palpável. Nessas condições, o
coração pode estar se comportando de quatro formas, ou em outras
palavras, quatro ritmos cardíacos: fibrilação ventricular, taquicardia ven-
tricular sem pulso, atividade elétrica sem pulso ou assistolia, que serão
estudados, mais detalhadamente, na próxima unidade.

Então, diante de uma PCR, o que você deve fazer? Descubra na próxima aula.

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AULA 2 - RESSUSCITAÇÃO
CARDIOPULMONAR (RCP)
Vejamos agora os passos do Suporte Básico de Vida para a ressuscitação
cardiopulmonar.

1º PASSO: reconhecimento rápido de uma PCR

Vamos retornar a nossa situação problema vista no início da unidade.


Ao se deparar com uma situação como a do Sr. Ernani, que sentiu um
forte aperto no peito e desmaiou, o que você faria?

Primeiro, você deve avaliar a responsividade por meio de estímulo verbal,


falando bem alto frases do tipo “o senhor está me ouvindo?!” “O senhor
está bem?!” Simultaneamente, realizando estímulo tátil vigoroso, batendo
nos ombros da vítima. Se ela não responder, significa que está inconsciente.

Observe o Vídeo 2 no AVASUS e acompanhe o procedimento.

Vídeo 2

2º PASSO: pedir ajuda


No ambiente extra-hospitalar, se você estiver sozinho, deve acionar o
serviço médico de emergência (no caso do Brasil, é o SAMU – Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência), por meio do telefone 192. Consi-
derando que você é um profissional da saúde treinado, ao detectar a
inconsciência, você já pode ligar para o SAMU, deixar o celular no viva
voz e prosseguir com o atendimento, antecipando os passos seguintes
até ser atendido, e assim ganhar tempo.

Algumas instituições como shopping centers, aeroportos, rodovias priva-


tizadas etc. dispõem de serviço médico de emergência privado, então,
nesses casos, deve-se acionar o serviço disponível e solicitar o desfibri-
lador externo automático (DEA). Após contatar o socorro, em ambos os
casos, deve-se iniciar as medidas de RCP.

Em nossa situação problema, existiam muitas pessoas no local. Em casos


como esse, em que o profissional não está sozinho, você deve solicitar a outra
pessoa para pedir ajuda enquanto você permanece com a vítima, dando con-
tinuidade ao atendimento, conforme podemos ver no Vídeo 3 do AVASUS.

Vídeo 3
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E se você estiver de plantão em uma unidade de saúde, ao identificar
o estado de inconsciência, deverá chamar o enfermeiro e o médico ou
então a equipe de ressuscitação, caso a instituição tenha disponível. Tam-
bém deve solicitar o carro de urgência com o desfibrilador/DEA (Figura 1).

Figura 1 - Equipe hospitalar atendendo uma vítima de PCR

Em bebês e crianças, você deve tomar alguns cuidados: se você


não tiver presenciado a PCR e estiver sozinho, APLIQUE DOIS
MINUTOS DE RCP (conforme será visto adiante) antes de deixar
o bebê ou a criança para acionar o serviço de urgência/emer-
gência e buscar o DEA; se a PCR for súbita e presenciada, acione
PRIMEIRO o serviço de urgência/emergência e busque o DEA,
depois retorne ao bebê ou à criança e aplique RCP.

E como testar responsividade em bebês? Veja o Vídeo 4 (testando res-


ponsividade em bebês) no AVASUS e observe se há semelhanças com o
procedimento dos adultos.

Vídeo 4

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3º PASSO: checar presença de
respiração e de pulso simultaneamente
A avaliação da respiração e do pulso deverá ser feita simultaneamente,
ou seja, em até 10 segundos.

A checagem da respiração deve ser feita por meio da análise da expan-


são do tórax por 10 segundos, se não houver expansão torácica ou se
for observada respiração agônica, conhecida como gasping, considera-se
que a vítima não está respirando.

O gasping não é uma respiração normal! Pode se apresentar


nos primeiros minutos de uma PCR súbita. Normalmente, uma
pessoa com gasping aparenta inspiração muito rápida, podendo
abrir a boca e mexer a mandíbula, a cabeça ou o pescoço com
os gasps, que podem ser fortes ou fracos e com frequência
variada. Podemos fazer uma pequena analogia: imagine se
retirarmos um peixinho para fora do aquário, como o peixinho
se apresentaria? Ele ficaria ofegante, abrindo e fechando a boca
como se estivesse em busca de oxigênio. Entendeu? Assim
ficou mais fácil entender o gasping, não é mesmo?

Para verificar o pulso no Sr. Ernani (um adulto médio) e, em crianças a


partir de um ano, palpe o pulso carotídeo. Para isso, você deve colocar
a ponta dos dedos indicador e médio no espaço entre a traqueia e os
músculos laterais do pescoço, conforme é possível observar no Vídeo 5
do AVASUS.

Vídeo 5

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Em bebês (até um ano de idade), deverá ser avaliado o pulso braquial
colocando os dedos no lado interno do antebraço, entre o cotovelo e o
ombro (Figura 2).

Figura 2 - Verificação de pulso braquial

Se você não conseguiu palpar o pulso, então considere que a vítima está sem
pulso, o que configura o quadro de PCR e necessita de intervenção imediata!

A RCP em bebês e crianças também pode ser iniciada se houver ausência


de responsividade, respiração e for identificada uma frequência cardíaca
abaixo de 60/min. com sinais de perfusão deficiente.

4º PASSO: iniciar imediatamente as manobras de RCP


Você identificou uma PCR no Sr. Ernani! Agora, a prioridade é realizar as
compressões torácicas, pois elas permitem que o sangue seja bombeado
do coração para o resto do corpo. Para realizar uma RCP de alta quali-
dade, comprima com força e rapidez, numa frequência entre 100 e 120
compressões por minuto, permitindo o retorno total do tórax (reexpan-
são) para que o sangue flua para o coração e as compressões produzam
um fluxo sanguíneo adequado. Tente minimizar o máximo possível as
interrupções e evite ventilações excessivas!

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Coloque a vítima em decúbito dorsal em uma superfície plana e rígida,
posicione-se ao lado dela e realize as etapas conforme veremos a seguir.

CUIDADO! Em caso de suspeita de trauma e a vítima estiver em


decúbito lateral ou ventral, considerar a técnica de rolamento,
tentando manter cabeça, pescoço e tronco alinhados!

C (CIRCULATION): inicie as compressões torácicas na metade


inferior do esterno, com uma mão sobre a outra (Figura 3),
braços completamente estendidos (Figura 4), utilizando a região
hipotenar (Figura 5) da mão que ficar em contato direto com
o tórax. As compressões devem ter uma profundidade entre
2 e 2,4 polegadas (5 e 6 cm) e uma frequência de, no mínimo
100, e no máximo 120 compressões por minuto e devem ser
realizadas durante dois minutos ou cinco ciclos de 30 com-
pressões e duas ventilações (30:2), conforme veremos adiante.

Figura 3 - Posicionamento das mãos para comprimir o tórax

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Movimento
ascendente

Movimento
descendente
5 cm

Figura 4 - Posicionamento do profissional para realização das compressões torácicas

Figura 5 - Região hipotenar da mão

Você deverá realizar a RCP até a chegada da equipe de emergência ou até o paciente
se movimentar espontaneamente. Acompanhe o Vídeo 6 no AVASUS para uma
melhor visualização.

Vídeo 6
Em bebês, caso esteja acompanhado de outro profissional treinado,
você pode realizar as compressões numa relação de 15 compressões
para 2 ventilações (15:2). No entanto, se estiver sozinho, mantenha a
relação 30:2. Mas cuidado! O corpo do bebê é diferente do adulto, para
realizar as compressões torácicas, você deve utilizar a técnica dos dois
dedos (Figura 6) se estiver sozinho. Para isso, deve colocar os dois dedos
no centro do tórax do bebê, logo abaixo da linha dos mamilos (não pres-
sione na parte inferior do esterno).

Figura 6 - Técnica dos dois dedos para compressão torácica no bebê

Se estiver com outro profissional treinado, você deve utilizar a técnica


do envolvimento do tórax com as mãos e compressão com os polegares
(Figura 7).

Figura 7 - Técnica dos polegares para compressão torácica em bebês

Essa técnica consiste em posicionar os dois polegares, lado a lado, no


centro do tórax sobre a metade inferior do esterno (os polegares podem

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se sobrepor em bebês muito pequenos). As compressões devem ter
uma profundidade de um terço do diâmetro do tórax, o que equivale a,
aproximadamente, 1,5 polegada (4 cm). Observe os detalhes no Vídeo 7
da plataforma AVASUS.

Vídeo 7

Já em crianças (de um ano ao início da puberdade, ou seja, aparecimento


de pelos no tórax ou nas axilas – no caso dos meninos – ou início do
desenvolvimento das mamas nas meninas), você também pode realizar
as compressões numa relação de 15:2 ventilações, caso esteja acom-
panhado de outro profissional de saúde treinado. Se estiver sozinho,
mantenha sempre a relação 30:2. A compressão pode ser realizada com
apenas uma mão (Figura 8), no caso de crianças muito pequenas e a
profundidade de um terço do diâmetro do tórax na criança equivale a,
aproximadamente, 2 polegadas (5 cm).

Figura 8 - Compressão torácica com mão em criança muito pequena

Uma vez atingida a puberdade, utiliza-se a mesma recomendação para


os adultos. Para compreender melhor, observe o Vídeo 8 do AVASUS.

Vídeo 8

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A (AIR): abrir as vias aéreas para permitir as ventilações. O estado de inconsci-
ência causa a queda da base da língua, obstruindo as vias aéreas. Dessa forma,
a desobstrução pode ser feita por meio de manobras manuais: como a elevação
do queixo (chin lift) – Figura 9 – ou, se houver trauma associado, a anteriorização/
subluxação da mandíbula sem inclinar a cabeça (jaw thrust), conforme Figura 10.

Figura 9 - Manobra de elevação do queixo

Figura 10 - Manobra anteriorização/subluxação da mandíbula

Assista ao vídeo 9 para visualizar melhor essas técnicas.

Vídeo 9
Outra possibilidade de obstrução de via aérea é a presença de corpos estranhos como
próteses, frações de alimentos ou frutas, sementes, balas etc., que devem ser retirados
se estiverem visíveis e alcançáveis. Uma outra alternativa para manter via aérea pérvia é a
partir de colocação da cânula orofaríngea. Veja o procedimento no Vídeo 10 do AVASUS.

Vídeo 10

B (BREATHING): realizar duas ventilações de resgate com duração de um segundo


cada uma e que produzam elevação visível do tórax para garantir a oxigenação
cerebral adequada. Essas ventilações podem ser executadas por meio de algumas
maneiras ou dispositivos: ventilação boca a boca; ventilação com máscara facial
(Figura 11), que possui uma válvula unidirecional, a qual desvia o ar expirado,
sangue ou demais fluídos corporais para longe do profissional e ventilação com
dispositivo bolsa-valva-máscara/insuflador manual (Figura 12), que consiste numa
bolsa acoplada a uma máscara facial que também pode ter uma válvula unidire-
cional e é o método mais utilizado pelos profissionais de saúde para administrar
ventilação com pressão positiva durante uma RCP.

Figura 11 - Máscara facial

Figura 12 - Dispositivo bolsa-valva-máscara/insuflador manual

Para observar as técnicas de ventilação, veja o Vídeo 11 desta Unidade no AVASUS.

Vídeo 11
No caso do Sr. Ernani, existem muitas pessoas que podem ajudar no
atendimento com a orientação adequada. Nesse caso, ou outros em que
exista pessoal treinado suficiente para ajudar, um assume a realização
das compressões torácicas, enquanto outro assume a ventilação.

ATENÇÃO!!! A cada cinco ciclos de 30:2 ou dois minutos, os profissionais


devem trocar de posição para garantir a qualidade nas compressões.

Em bebês e crianças devem ser usados os mesmos métodos de ventila-


ção que no adulto, o cuidado tem de ser tomado na escolha do tamanho
apropriado das máscaras, que devem cobrir boca e nariz, deixar desco-
bertos os olhos e não encobrir o queixo, como na Figura 13.

Figura 13 - Mensuração e técnica de colocação


da máscara facial em bebês e crianças

Você deve estar se perguntando sobre a respiração boca a boca. Fazer ou


não fazer? A respiração pode sim ser usada como método de ventilação
em PCR, no entanto, devido ao risco de contaminação, principalmente
em casos de vítimas desconhecidas, o profissional de saúde ou leigos
podem realizar apenas as compressões torácicas até ter disponível um
outro método para ventilação, como a máscara facial ou o dispositivo
bolsa-valva-máscara/insuflador manual. Preste atenção! Nesses casos, o
profissional ou o leigo não PRECISAM fazer, mas a decisão fica a cargo de
cada um, sendo que muitas pessoas optam por realizar ventilação boca
a boca em familiares e amigos, por exemplo.

No ar que expiramos há oxigênio de sobra para ser transmitido pela ven-


tilação boca a boca. Cada vez que inspiramos, entram, em média, 12,5
mililitros de ar no pulmão. Dessa quantidade, 21% são oxigênio, ou seja,
2,6 mililitros. Em geral, apenas cerca de 0,62 mililitro do oxigênio é aprovei-
tado. O que não é absorvido sai, novamente, com a expiração. Quando se
faz uma respiração boca a boca, esse oxigênio que sobra, (cerca de 16%) é
soprado para dentro do pulmão da vítima. Como ela provavelmente está
com algum problema respiratório, absorverá ainda menos do que 0,62
16
mililitro. Mas nos casos de PCR, já é o suficiente para ajudar a oxigenar o
sangue, enquanto outro dispositivo e oxigênio suplementar chegam.

D (Desfibrilation): realizar a rápida desfibrilação assim que o


DEA ou desfibrilador manual esteja disponível, conforme será
visto na unidade específica sobre o uso do DEA.

ATENÇÃO!!!! Nos casos em que a vítima estiver irresponsiva e sem res-


pirar, mas com pulso presente, teremos uma Parada Respiratória (PR).
Uma parada respiratória também pode ser a causa e anteceder uma
PCR. Sabe o que fazer?

Se na abordagem inicial, você percebesse que o Sr. Ernani estava irrespon-


sivo e sem respirar, mas com pulso, você deveria realizar uma ventilação
com o método de barreira disponível (a cada 5 a 6 segundos), propor-
cionando uma frequência respiratória de 10 a 12/min., checando pulso
a cada dois minutos ou até a chegada do socorro ou a vítima apresentar
tosse ou respiração espontânea. Na ausência de pulso, reinicie RCP!

E TEM MAIS!!!! Se durante a RCP, com a chegada do suporte avançado de


vida e viabilizada uma via aérea avançada (intubação endotraqueal), a rela-
ção compressão-ventilação muda! As ventilações ocorrerão durante a RCP,
ou seja, simultaneamente com as compressões! Durante dois minutos, deve-
rão ser realizadas compressões contínuas e administrada uma ventilação a
cada 6 segundos, proporcionando uma frequência respiratória de 10/min.
Fique atento! A cada dois minutos troque a posição dos profissionais.

As manobras de RCP só devem ser aplicadas em pacientes com


PCR, identificados por meio dos sinais clínicos já apresentados
e que não estejam em uma situação conhecida como morte
óbvia, ou seja, condições como evidente estado de decomposi-
ção; decapitação ou segmentação do tronco; esmagamento do
corpo; carbonização do corpo; esmagamento de crânio com
perda de massa encefálica e ausência de sinais vitais (não con-
fundir com trauma de crânio com perda de massa encefálica,
que deve ser reanimado); presença de rigor mortis que inicia-se
entre 1 e 6 horas após a morte, pelos músculos da mastigação
e avança no sentido craniocaudal; presença de livor mortis que
é a estase sanguínea e depende da posição do corpo, inicia-se
entre 1h30min. a 2 horas, atingindo o máximo entre 8 e 12 horas.
Nos casos de morte óbvia, não deve ser realizada a RCP.

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Quando suspender os esforços da ressuscitação?
Em algum momento você pensou que o tempo seria um fator impor-
tante? Se sim, você poderia me dizer quanto tempo vale sua vida?
Então, desde o início dos estudos sobre o tema, o tempo isoladamente
nunca foi um fator limitador para a suspensão dos esforços da reani-
mação. Nesse tema, os médicos são os únicos profissionais autorizados
legalmente a constatar o óbito, e podem eventualmente, a depender da
situação, associar o tempo com outros fatores para encerrar os esforços.
Os demais profissionais de saúde não poderão parar a RCP por achar
que o paciente morreu. Porém, existem 4 situações que autorizam o pro-
fissional de Suporte Básico a interromper a RCP.

1) Chegada do Suporte Avançado de Vida (mas você pode continuar ajudando a


equipe de SAV).
2) Vítima se recuperar (fique atento, pois o paciente pode ter um novo colapso!).
3) Reanimador exausto (Reflita, você está realmente exausto? Não considere o
tempo da reanimação! Você está sozinho? Existem outras pessoas que estão
revezando a RCP com você a cada dois minutos?).
4) Ambiente oferecer risco (Existe risco de desabamento na cena? Explosão?
Ação criminosa?).

Resumindo...
Nesta unidade, relembramos um pouco da anatomia e fisiologia do
coração e relembramos os conceitos de parada cardiorrespiratória, res-
suscitação cardiopulmonar e Suporte Básico de Vida, descrevendo as
habilidades a serem executadas no atendimento a vítimas de PCR, com
um ou mais socorristas, e em vítimas adultas, crianças e bebês. Vejamos
no Quadro 1 a seguir, retirado do Guideline de 2015 da American Heart
Association com as últimas atualizações das diretrizes para ressuscitação
cardiopulmonar e atendimento cardiovascular de emergência, a descri-
ção resumida e as diferenças entre essas habilidades para as referidas
faixas etárias.

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Quadro 1 - Descrição resumida e as diferenças entre
habilidades para as referidas faixas etárias

Bebês (menos de 1 ano


Adultos e Crianças (1 ano de
Componente de idade, excluindo
adolescentes idade à puberdade)
recém-nascidos)

Segurança do local Verifique se o local é seguro para os socorristas e a vítima

Verifique se a vítima responde


Ausência de respiração ou apenas gasping (ou seja, sem respiração normal)
Reconhecimento
de PCR Nenhum pulso definido sentido em 10 segundos
(A verificação da respiração e do pulso pode ser feita simultaneamente,
em menos de 10 segundos)

Se estiver sozinho, sem


acesso a um telefone Colapso presenciado
celular, deixe a vítima
e acione o serviço Siga as etapas utilizadas em adultos
médico de emergência e e adolescentes, mostrada à esquerda
Acionamento do obtenha um DEA, antes Colapso não presenciado
serviço médico de de iniciar a RCP Execute 2 minutos de RCP
emergência Do contrário, peça Deixe a vítima para acionar o serviço
que alguém acione o médico de emergência e buscar o DEA
serviço e inicie a RCP
imediatamente; use Retorne à criança ou ao bebê e reinicie a RCP;
o DEA assim que ele use o DEA assim que ele estiver disponível
estiver disponível

1 socorrista
Relação compressão- 1 ou 2 socorristas 30:2
-ventilação sem via
aérea avançada 30:2 2 ou mais socorristas
15:2

Relação compressão- Compressões contínuas a uma frequencia de 100 a 120/min


-ventilação com via
aérea avançada Administre 1 ventilação a cada 6 segundos (10 respirações/min)

Frequência de
100 a 120/min
compressão

No mínimo, 2 polegadas Pelo menos um terço do Pelo menos um terço do


Profundidade da diâmetro AP do tórax diâmetro AP do tórax
(5 cm) e, no máximo,
compressão
2,4 polegadas (6 cm) Cerca de 2 polegadas (5 cm) Cerca de 1 1/2 polegadas (4 cm)

1 socorrista
2 mãos ou 1 mão 2 dedos no centro do tórax,
(opcional para crianças logo abaixo da linha mamilar
Posicionamento 2 mãos sobre a metade
muito pequenas) sobre 2 ou mais socorristas
das mãos inferior do esterno
a metade inferior técnica dos dois polegares
do esterno no centro do tórax, logo
abaixo da linha mamilar

Espere o retorno total do tórax após cada compressão;


Retorno do tórax
não se apoie sobre o tórax após cada compressão

Minimizar interrupções Limite as interrupções nas compressões torácicas a menos de 10 segundos

Fonte: Adaptado de AHA (2015).


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REFERÊNCIAS
ABCMED. Fibrilação ventricular: conceito, causas, sintomas, diagnóstico,
tratamento, prevenção e evolução. 2014. Disponível em: <http://www.
abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/570997/fibrilacao-ventricular-
conceito-causas-sintomas-diagnostico-tratamento-prevencao-e-
evolucao.htm>. Acesso em: 2 ago. 2016.

AMERICAN HEART ASSOCIATION. Destaques das diretrizes da American


Heart Association 2015 para RCP e ACE. USA, 2015.

CARVALHO, F. H. Anatomia e fisiologia. Capítulo 6. In: OLIVEIRA, B. F. M.;


PAROLIN, M. K. F.; TEIXEIRA JR., E. V. Trauma: atendimento pré-hospitalar.
2. ed. São Paulo: Atheneu, 2007.

GRASSIA, R. C. F. Reanimação Cardiopulmonar-cerebral. In: CALIL, A. M.


O enfermeiro e as situações de emergência. São Paulo: Editora
Atheneu, 2010. p. 525-41.

GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. Tradução da 11.


ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

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