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Fugir ou lutar
Com instruções para começar a meditar de forma simples, a obra é
também é uma janela para a mente. Faz perceber que andamos mesmo a mil
à hora, mas esquecidos de viver. Basta olhar à volta: a pilha de
trabalho a acumular-se na secretária, as contas para pagar, o
casamento que precisa de um empurrão, a dor de cabeça ao fim do dia, a
agenda que vai gritando tarefas para cumprir a contra relógio. Vamos
para cama e em vez do sono dos justos o cérebro passa o dia em
revista, ditando frases como ‘não te esqueças de fazer isto’, ‘não
devias ter dito aquilo, hoje’, ‘esforça-te mais!’.
Já fomos à Lua e desvendámos a estrutura do DNA, mas em matéria de
padrões mentais continuamos como os nossos avós neandertais. “Enquanto
andamos apressados a tentar fazer tudo ao mesmo tempo – e a achar que
somos muito criativos e produtivos por causa disso – o nosso cérebro
está constantemente ligado em modo ‘lutar ou fugir’. Em termos de
resposta fisiológica, é como se estivéssemos sempre a fugir de um
predador, uma resposta muito antiga, em termos evolutivos”, confirma
Mark Williams. Esta reação primária de sobrevivência é regulada por
uma parte do cérebro, a amígdala, que se baseia em memórias de
experiências assustadoras para analisar a informação que recebe do
exterior. Quando estamos stressados, a nossa amígdala aumenta de
tamanho. “Sabemos que depois de 8 semanas a praticar mindfulness ela
muda funcional e estruturalmente”, revela Williams. “À medida que o
stresse desaparece, ela encolhe, as pessoas relatam que começam a ser
mais produtivas e a fazer mais coisas – perdem menos tempo em tarefas
como responder a emails antes de precisarem de o fazer ou a trabalhar
depois de atingirem o ponto de exaustão. Às vezes, uma pausa de um
minuto determina o ponto de viragem.”
A meditação mindfulness pode ser feita em qualquer lugar – sim, até no
escritório ou no autocarro. “Temos meditações de 1, 3 minutos, uma
meditação para as refeições – pode ser uma forma maravilhosa de
meditação em que abrimos os sentidos ao que realmente está a
acontecer. Elas dão ao cérebro a possibilidade de se reprogramar e de
ir buscar novas ideias a outras partes do cérebro.”