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18 de Janeiro de 2018

Tribunal Superior do Trabalho TST - RECURSO DE REVISTA : RR


7439734720015170007 743973-47.2001.5.17.0007 - Decisão
Monocrática

RESUMO DECISÃO MONOCRÁTICA  EMENTA PARA CITAÇÃO

Decisão Monocrática
Recorrente: BANCO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO S.A. - BANESTES

Advogado : Dr. Ricardo Quintas Carneiro

Recorrido : ORLANDO CÉSAR EWALD

Advogado : Dr. Eustachio Domício Lucchesi Ramacciotti

D E C I S Ã O

Trata-se de recurso de revista interposto pela


reclamado, no qual propugna pela reforma da decisão do
Regional.

Sem remessa dos autos à Procuradoria Geral do Trabalho,


tendo em vista o disposto no artigo 83 do Regimento Interno

do Tribunal Superior do Trabalho.

Presentes os pressupostos extrínsecos de


admissibilidade, prossigo no exame do recurso.

O Regional julgou o recurso ordinário apresentando os

seguintes fundamentos:

"EMENTA:
DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS

Nos termos da Lei 8.212, a empresa não pode alegar omissão para se eximir do
recolhimento, devendo, se não efetuou o recolhimento na época própria, ser
responsabilizada pelo pagamento das contribuições. No entanto, as contribuições teriam
sido efetuadas, mesmo havendo o pagamento na época própria. Assim, deve o reclamante
arcar com o pagamento da contribuição providenciaria EM SEU VALOR HISTÓRICO,
ficando a cargo dá empresa o pagamento de juros, multa, etc.

Vistos, discutidos e relatados os presentes autos de RECURSO ORDINÁRIO em que


figuram como recorrentes, o BANESTES - BANCO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
S/A e como recorridos, OS MESMOS

1-RELATÓRIO

Inconformado com a r. sentença de 1° Grau que julgou procedente em parte os pedido,


interpôs o reclamado, o recurso ordinário de fls.659/704 e o reclamante, o recurso adesivo
de fls. 792/804, ambos pugnando pela reforma do julgado nos aspectos que lhes foram
desfavoráveis.

Custas às fls.766 .

Contra-razões às fls.773/791 e 809/853 ofertadas pelo reclamante e reclamado,


respectivamente.

Manifestação do Ministério Público do Trabalho à fl.859, opinando pelo prosseguimento


do feito.

2- FUNDAMENTAÇÃO 2.1-CONHECIMENTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso interposto pela


reclamada e conheço do recurso adesivo eis que, ao contrário do alegado, presentes os
requisitos.

2.2- RECURSO DO RECLAMADO

2.2.1- DA ALEGADA NULIDADE POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO


JURISDICIONAL

Não há qualquer nulidade. A sentença enfrentou as matérias relevantes e fundamentou


toda a decisão. Não há contradição, omissão ou obscuridade.

2.2.2- DA ALEGADA NULIDADE POR CERCEAMENTO DE DEFESA


O fato de a testemunha ter ação ajuizada em face da empresa não se encontra entre as
hipóteses legais de suspeição ou impedimento, devendo ser ressaltado que o direito de ação
é garantia constitucional e não impede o cidadão de prestar depoimento como testemunha
colaborando com a justiça. Deve ser afirmado que a testemunha foi devidamente
compromissada e sofrerá as conseqüências legais em caso de faltar com a verdade. O
Tribunal Superior do Trabalho já se manifestou sobre a matéria, afirmando que não há
ilegalidade no depoimento.

Rejeito.

2.2.3- DA ALEGADA NULIDADE POR INOBSERVÂNCIA DO ARTIGO 458, DO


Código de Processo Civil e DA ALEGADA NULIDADE POR AFRONTA AOS ARTIGOS
128, 458 E 460, DO Código de Processo Civil

O juiz decidiu a lide nos limites em que foi proposta; os requisitos essenciais da sentença
estão presentes e o juiz proferiu sentença corretamente, não havendo condenação em
quantidade superior ou em objeto diverso do pedido.

2.2.4- DAS HORAS EXTRAS - ÔNUS DA PROVA

Em primeiro lugar deve ser afirmado que o reclamante se desincumbiu satisfatoriamente


no que concerne à prova do trabalho em jornada extraordinária, conforme se depreende dos
depoimentos das testemunhas.

A própria testemunha da reclamada afirma que o autor trabalhava em horário diverso


daquele apontado nos cartões de ponto, razão pela qual foram desconsiderados. Além disso,
seu depoimento está em total dissonância com os termos da defesa.

As testemunhas do reclamante em seus depoimentos , fls.625 e 626 , comprovam


claramente o trabalho em jornada extraordinária. Não é necessário o trabalho juntamente
com o reclamante durante todo o período de trabalho do mesmo para a comprovação do
trabalho em jornada extraordinária.

No que concerne aos sábados, as convenções coletivas estabelecem o pagamento do


RSR, inclusive aos sábados e feriados, na forma do disposto na cláusula 7ª parágrafo 1°
,fl.331.

A integração deve ser feita pela média das horas extras, mesmo que ultrapasse duas
horas. O raciocínio da empresa é fantástico. A lei, no seu entendimento, só pode ser
aplicada em seu benefício. Para ela, o trabalhador pode laborar, por exemplo, uma média de
03 (três) horas extras mas a integração deve ser feita com base em 02 (duas) horas, eis que
deve ser aplicado o disposto no artigo 59, da CLT. Ou seja, o trabalhador pode "burlar" a lei
trabalhando mais de duas horas por dia, mas na hora do pagamento, o negócio é diferente.
Deve-se seguir à risca a lei...

A sentença avaliou bem o conjunto probatório e fixou a jornada laborada, tendo,


inclusive, declarado a prescrição qüinqüenal. Habituais, devida a integração.
Nego provimento.

2.2.5- DA MULTA CONVENCIONAL

Correta a aplicação da multa prevista na cláusula 44ª da Convenção, eis que o reclamado
descumpriu várias cláusulas como a cláusula T - fls331 - já que houve trabalho em jornada
extraordinária, trabalho que não foi remunerado.

Nego provimento.

2.2.5- DOS DANOS MORAIS - DA COMPETÊNCIA

Conforme argumenta JOÃO ORESTE DALAZEN, Juiz Togado do TRT da Região, "O
Direito do Trabalho é campo fértil em que viceja o dano, seja patrimonial, seja moral."

Constituindo caracteristicamente um contrato de trato sucessivo, o contrato de trabalho


favorece sobremodo à ocorrência de dano patrimonial causado por empregado a
empregador, e vice-versa. De igual modo, a pessoalidade na prestação de serviços e, em
particular, ao estado de sujeição que se encontra o empregado, rende ensejo a que, não raro,
haja agravo moral ao empregado pelo ataque a bens personalíssimos (honra e dignidade).

Causando-se empregado e empregador, um ao outro, dolosa ou culposamente, dano


patrimonial ou dano moral, daí decorre a obrigação de ressarci-lo (Código Civil, artigo
159). A mencionada responsabilidade, particularmente sob o prisma do empregado, não
pode ser dissociada do contrato de trabalho.

Tais considerações apenas evidenciam que o dano causado pelo empregado ao


empregador e vice-versa, está estreitamente vinculado ao contrato de trabalho e, por
conseguinte, influi na fixação da competência da Justiça do trabalho.

Se, pois, o dano guarda íntima relação com o contrato de trabalho, ou porque implica
infringência de cláusulas acessórias implícitas deste, ou porque deriva diretamente de sua
execução; se o dano ou até mesmo a responsabilidade por repará-lo pode pressupor, no caso
do empregado, um exame das cláusulas explícitas do contrato de emprego; se o dano,
enfim, mantém uma relação direta, de causa e efeito, com o contrato de emprego, mostra-se
inarredável, em conclusão, a competência da Justiça do Trabalho para o conseqüente
dissenso entre empregado e empregador em torno da obrigação de indenizar.

No que tange à lide entre empregado e empregador referente a indenização civil por dano
moral, cuidando-se também de infração à obrigação contratual implícita de respeito a honra
e dignidade do outro contratante, ou de lesão provocada por empregado a empregador e
vice-versa, em virtude do contrato de trabalho, afigura-se também competente a Justiça do
Trabalho, ante o comando dos artigos 652, inc. IV, da CLT e 114, da CF/88.

A Recente decisão do Supremo Tribunal Federal assim pronuncia:


Competência da Justiça do Trabalho: Compete à Justiça do Trabalho o Julgamento de
ação de indenização, por danos materiais e morais, movida pelo empregado contra seu
empregador, fundada em fato decorrente da relação de trabalho [CF, art. 114: "Compete à
Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores
e empregadores, (...) outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho..."], nada
importando que o dissídio venha a ser resolvido com base nas normas de Direito Civil. Com
esse entendimento, a Turma conheceu e deu provimento a recurso extraordinário para
reformar acórdão do STJ que; ao entendimento de que a causa de pedir e o pedido
demarcam a natureza da tutela jurisdicional pretendida, definindo-lhe a competência;
assentara a competência da Justiça Comum para processar ação de reparação, por danos
materiais e morais, proposta por trabalhador dispensado por Justa causa sob a acusação de
apropriação indébita. Precedente citado: CJ 6.959-DF (RTJ 134/96).

RE 238.737-SP, rei. Min. Sepúlveda Pertence, 17.11.98.

Assim, não há que se falar em incompetência da Justiça do Trabalho, no caso emtela.

2.2.6- DO DANO - REPARAÇÃO

A jurisprudência brasileira em torno da responsabilidade civil do empregador por dano


moral ocasionado ao empregado é quase inexpressiva.

Deve ser lembrado o disposto no inciso X, do artigo 5° da Constituição da República:

"São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,


assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente da violação"

Note-se, ainda, que a Constituição da República protege o direito à saúde.

Em artigo publicado na LTr em julho de 93, asseverou o ilustre advogado FERNANDO


B. FREIRE que a reparação de danos é ampla. Não se questiona mais a que título deve o
dano moral ser reparado. É evidente que o agravo sofrido pelo empregado abrange a
obrigação do empregador em reparar o dano, por ter sido ele molestado na sua segurança
pessoal, seus bens íntimos, como suas afeições.

Qual o maior patrimônio do trabalhador que não sua força laborativa.

Conforme tese exposta pela 44ª JCJ/ Rio de Janeiro, o empregado, na construção de sua
própria vida, como da própria sociedade, tem como princípio a criação de um ambiente de
trabalho social e equilibrado, onde lhe propicie felicidade. No desequilíbrio não há
construção de nada.

Deve, ainda, ser ressaltado magnífico trabalho realizado pelo brilhante e culto
Magistrado CLÁUDIO ARMANDO COUCE DE MENEZES, acerca de pronunciamento do
Ilustre Juiz do Trabalho da 3^ Região (publicação na LTr, ano 58, abril de 1994)
"Uma das finalidades fundamentais do Direito do Trabalho é a de assegurar o respeito da
dignidade do trabalhador, pelo que a lesão que em tal sentido se lhe inflija exige uma
separação, quer entendida esta expressão em sentido lato ou no de pena.

Também a eminente professora uruguaia Cristina Mangarelli sustenta que os Princípios


sobre a responsabilidade são de aplicação a todo o campo de direito, donde resulta que se
estendem ao Direito do Trabalho. Esclarece que a proteção da personalidade do trabalhador
é um dos deveres do empregador, compreendido no de previsão. E informa que a
jurisprudência de seu país já consagrou a reparabilidade do dano moral trabalhista.

O dano moral trabalhista pode ser reparado através de sanção in numa retratação, numa
contra publicação, numa publicação de sentença. Mas não retrotai de modo a restabelecer o
danificado na situação anterior ao dano moral, pois não apaga os efeitos deste produzidos
naquele período. A única sanção eficaz para o dano moral é, reconhecidamente, a
indenização por perdas e danos.

O artigo 5°., inciso X, da Constituição Federal de 1988 assegura, em qualquer caso,


indenização por dano moral. Assim, poderá haver reparação in natura. mas cumulada com a
indenização, como autoriza o inciso V, do mesmo artigo.

O dano moral pode ser infligido na fase contratual e o é quando o empregador deixa de
cumprir certas obrigações derivadas do contrato de trabalho, como as de higiene e
segurança do trabalho e de respeito à dignidade do trabalhador como pessoa humana.
Também este pode ser autor de dano moral ao patrão se descumprir a sua obrigação,
derivada da relação empregaticia, de tratá-lo, igualmente assim como aos seus
representantes, com respeito a personalidade e dignidade de todos eles."

2.2.7- DO ALEGADO DANO

Segundo MARIA HELENA DINIZ, in Curso de Direito Civil Brasileiro, 7° volume;


Responsabilidade Civil, o dano pode ser conceituado como a lesão (diminuição ou
destruição) que, devido a um certo evento, sofre uma pessoa, contra a sua vontade, em
qualquer bem ou interesse jurídico, patrimonial ou moral.

É evidente que o ressarcimento dos danos não se limita apenas às lesões à integridade
corporal. Se houver ofensa aos direitos do autor, à honra da pessoa, aos bens que integram
sua intimidade, ao seu nome à sua imagem ou a sua liberdade sexual, ter-se-á dano moral
que poderá traduzir, também, um dano patrimonial indireto se impedirem ou dificultarem,
de qualquer modo, a atividade profissional da vítima.

Aduz a renomada jurista que "O dano moral vem a ser a lesão de inteÂsses não
patrimoniais de pessoa física ou jurídica, provocada pelo fato lesivo."

DANO MORAL
No caso, o dano é latente. As cópias dos principais jornais da cidade comprovam o
alegado na inicial. O presidente do Banco concedeu entrevista à emissora de maior
audiência no Estado, como é público e notório, confirmando as assertivas contidas nos
jornais.

Para análise do dano, deve ser feito um exame das condições pessoais do empregado bem
como do meio ambiente em que a infração é cometida. A conduta do homem é
condicionada por sua posição na sociedade e pelo ambiente em que se encontra. O
empregado, como ser humano que é, não faz exceção.

Devemos ser honestos: Vitória não é uma metrópole, onde o cidadão é apenas mais um...
Aqui, todos se conhecem, um sabe o que o outro faz...Imagine o funcionário de um banco
do Estado se preparando para trabalhar e lendo no jornal que serão dispensados os
funcionários problemáticos, relapsos...Liga a televisão e assiste ao presidente do Banco
afirmando que seriam dispensados os funcionários com problemas administrativos... "Bom"
- pensa o empregado - "Nunca fui punido, trabalhei por vários anos, não corro perigo..." No
final do dia, volta para casa. Foi dispensado... Arrasado, procura emprego sob os olhares
desconfiados de colegas, clientes, Bancos, vizinhos e, quem sabe, da própria família...

Há dano moral e deve ser reparado.

Nego provimento.

2.3 - RECURSO ADESIVO DO RECLAMANTE 2.3.1- DESCONTOS DE SEGURO


DE VIDA

Como sabemos, o empregador somente poderá descontar do empregado quantias


referentes a: a) adiantamentos; b) dispositivos de lei (contribuiçfees
previdenciárias; contribuição sindical; ação de alimentos; imposto de renda; compensação
por falta de aviso prévio; prestações do Sistema Financeiro de Habitação) c) descontos
previstos em sentença normativa ou acordo coletivo.

Fora das hipóteses acima elencadas NÃO PODEM SER DESCONTADAS DOS
SALÁRIOS QUAISQUER OUTRAS IMPORTÂNCIAS, MESMO QUE O EMPREGADO
TENHA AUTORIZADO POR ESCRITO, isto, em obediência aos Princípios de
Integralidade e Intangibilidade Salarial. O legislador assegura a intangibilidade dos salários.
Os descontos autorizados se restringem a adiantamentos e permissões decorrentes de
dispositivos legais ou de contratos coletivos. Assim, pouco importa se o reclamante
percebeu as normas de trabalho, como alega a reclamada, eis que não devem ser
considerados descontos impostos ao hipossuficiente que os aceita sob coação do poder
econômico.

Devem ser restituídos os valores descontados à título de seguro de vida, uma vez que tal
desconto não está inserido nas hipóteses previstas no artigo 462, da CLT. Ademais, ao
contrário do alegado pela reclamada, tal matéria não é estranha ao contrato de trabalho e
sim, no caso específico dos bancários, está intimamente ligado àquele, de vez que a
instituição financeira capta uma clientela (de um modo geral jovem e sadia) para filiar-se à
uma empresa de seguro pertencente ao mesmo grupo econômico, ocorrendo até mesmo a
concorrência desleal em relação a outras seguradoras. ASSIM, DOU PROVIMENTO AO
APELO.

2.3.2- MULTA PREVISTA NO ARTIGO 652, DA Consolidação das Leis do Trabalho

Inaplicável, in casu, a multa prevista no artigo 652, da Consolidação das Leis do


Trabalho, eis que não há a flagrante intenção de fraudar normas trabalhistas.

Nego provimento.

2.3.3- DA INTEGRAÇÃO DA AJUDA ALIMENTAÇÃO J

Nos termos do Enunciado 241 do C. TST, o vale-refeição tem natureza salarial, pois
previsto em convenção coletiva, que passa a integrar os contratos individuais de trabalho.
Não pode a convenção ou o acordo coletivo dispor contra a lei.

Nem se diga que a Lei 6321/76, que instituiu o programa de alimentação do trabalhador
excluiu a ajuda alimentação do salário, pois o artigo 3° da indigitada lei apenas determina
que o valor da alimentação não se inclui NO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO, isto é, não
há incidência de contribuições à previdência social, e apenas isto. Ademais, o empregador já
foi bastante beneficiado com a lei citada que, inclusive, concede incentivos em relação ao
imposto de renda.

Dou provimento.

2.3.4 - DOS DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS

Nos termos da Lei 8.212, a empresa não pode alegar omissão para se eximir do
recolhimento, devendo, se não efetuou o recolhimento na época própria, ser
responsabilizada pelo pagamento das contribuições. No entanto, as contribuições teriam
sido efetuadas, mesmo havendo o pagamento na época própria. Assim, deve o reclamante
arcar com o pagamento da contribuição previdenciária EM SEU VALOR HISTÓRICO,
ficando a cargo da empresa o pagamento de juros, multa, etc.

Assim, dou provimento parcial para determinar a DEDUÇÃO do valor histórico da


parcela inerente à contribuição previdenciária do empregado.

2.3.5- DO IMPOSTO DE RENDA

Não poderá o reclamado deduzir dos valores a serem pagos, a verba relativa ao imposto
de renda, exceto no caso explicitado no parágrafo seguinte. Com efeito, houvesse pago o
que devia nas épocas próprias, não haveria incidência do imposto, já que os valores se
encontrariam na faixa de isenção. Não se pode impor prejuízo ao trabalhador decorrente de
ato negativo de seu empregador. Com fulcro no conceito traduzido pelo artigo 159 do
Código Civil, a responsabilidade por tais artigos não poderá ser repassada ao reclamante.
Dou provimento.

Entretanto, a douta maioria negou provimento ao tópico ante a ausência de pedido , na


inicial, para que a reclamada suportasse o ônus do pagamento da referida parcela.

2.3.6- HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Cabíveis honorários advocatícios, ante a sucumbência (art.20 do CPC) e por força dos
artigos 1°, I, e 22 da Lei 8.906/94, em perfeita consonância com o art. 133 da Constituição
Federal, E EM RAZÃO DA PRESENÇA DOS PRESSUPOSTOS DA LEI 5584/70.
DEFIRO 15%.

2.3.7- ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

Cumpridos os requisitos exigidos pela lei, fl. 17, defiro a assistência judiciária. 3-
CONCLUSÃO

ACORDAM os Juizes do Egrégio Tribunal Regional da 17ª Região, por unanimidade,


conhecer de ambos os recursos; rejeitar as preliminares de negativa de prestação
jurisdicional, de nulidade da sentença por cerceio ao direito de defesa, de inobservância do
artigo 458, do CPC e de incompetência da Justiça do Trabalho para apreciar dano moral;
por maioria, negar provimento ao recurso da reclamada e dar parcial provimento ao apelo
adesivo do reclamante para deferir a devolução dos descontos efetuados a título de seguro
de vida, a integração da ajuda alimentação ao salário, autorizar os descontos previdenciários
apenas pelo valor histórico; conceder os honorários advocatícios no percentual de 15 %
(quinze por cento)a assistência judiciária gratuita. Mantido o valor da condenação.

EMENTA - Embargos providos apenas para prestar esclarecimentos, sem efeito


modificativo.

1. RELATÓRIO

Opõe a reclamada embargos declaratórios em face do v. acórdão de fls., alegando que


houve omissão/contradição em relação aos pontos atacados. É o relatório.

2. FUNDAMENTAÇÃO

2.1. CONHECIMENTO

Conheço do apelo eis que presentes os pressupostos legais.

2.2. DO MÉRITO

Dou provimento parcial apenas para esclarecer que não foi determinado que a reclamada
efetue o recolhimento do imposto de renda relativo ao reclamante, aliás conforme consta do
acórdão, de resto, o não acatamento das argumentações contidas na contestação ou no
recurso não implica em cerceamento de defesa ou omissão nos pontos suscitados, posto que
ao julgador cabe-lhe apreciar a questão de acordo com o que ele entender atinente à lide.

Inexiste norma legal que impeça o Magistrado, ao proferir sua decisão, que a mesma
tenha como fundamentação outro julgado, e, até mesmo, que o Juízo ad quem não se apoie,
no todo ou em parte, em decisões outras prolatadas no mesmo feito que se analisa. Destarte,
não está obrigado o Magistrado a julgar a questão posta a seu exame de acordo com o
pleiteado pelas partes, mas, sim, com o seu livre convencimento (art. 131, do CPC),
utilizando-se dos fatos, provas, aspectos pertinentes ao tema, jurisprudência pacificada e da
legislação que entender pertinentes ao caso concreto.

Inexiste qualquer omissão no julgado. O Colegiado se pronunciou acerca das matérias


alegadas; enfim, sobre todos os pontos relevantes da lide. O Juizo não é obrigado a rebater
um a um os argumentos trazidos pela parte, devendo, isto sim, fundamentar o deferimento
ou indeferimento deste ou daquele pleito, o que foi feito. O embargante, na realidade,
demonstra sua irresignaçào com o julgado.

Quanto às alegadas omissões, assim já decidiu o C. STJ:

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE


OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO NO ACÓRDÃO. CARÃTER
MERAMENTE PROTELATÓRIO. MULTA. ARTS. 16, 17, IV E VII, E 18, DO CPC. LEI
N° 9. 668, DE 23/06/1998, DOU DE 24/06/1998).

1. Os Embargos de declaração somente são cabíveis quando "houver, na sentença ou no


cordão, obscuridade, dúvida ou contradição" ou "for omitido ponto sobre o qual devia
pronunciar-se o Juiz ou Tribunal" (incisos 1 e11, do art. 535, do CPC).

2. Inocorrência de obscuridade, contradição ou omissão no acórdão quando a matéria que


serviu de base à interposição do recurso foi devidamente apreciada no aresto atacado, com
fundamentos claros e nítidos, enfrentando as questões suscitadas ao longo da instrução, tudo
em perfeita consonância com os ditames da legislação civil adjetiva. O reexame da matéria
não é permitido nas vias estreitas dos Embargos de Declaração.

3. O não acatamento das argumentações contidas no recurso não implica em cerceamento


de defesa ou omissão nos pontos suscitados, posto que ao julgador cabe-lhe apreciar a
questão de acordo com o que ele entender atinente à lide.

4. Inexiste norma legal que impeça o Magistrado, ao proferir sua decisão, que a mesma
tenha como fundamentação outro julgado, e, até mesmo, que o Juízo ad quem não se apoie,
no todo ou em pane, em decisões outras prolatadas no mesmo feito que se analisa. Destarte,
não está obrigado o Magistrado a julgar a questão posta a seu exame de acordo com o
pleiteado pelas panes, mas, sim, com o seu livre convencimento (art. 131, do CPC),
utilizando-se dos fatos, provas, aspectos perfinentes ao tema, jurisprudência pacificada e da
legislação que entender perfinentes ao caso concreto.

5. Não preenchimento dos requisitos necessários e essenciais à sua apreciação.


6. Apreciação, na decisão hostilizada, de todas as teses desenvolvidas na petição dos
embargos, não havendo raciocínios lógico e jurídico para que se apresente o presente
recurso. Despreocupação da embargante sequer de verificar nos autos, e quiçá na própria
publicação da decisão impugnada, qual o seu conteúdo para, então, pensar na possibilidade
de interpor algum recurso com pedido que estivesse com um mínimo de motivação lídima à
sua apreciação.

7. Recurso da embargante, onde revela sua patente intenção de procrastinar o feito,


dificultando a solução da lide ao tentar esgotar todas as instâncias e impedindo, com isso, o
aceleramento das questões postas a julgamento ao insistir com uma tese rigorosamente
vencida quando esta Cone já pacificou seu entendimento sobre a matéria. Ocorrência de
litigância de má-fé da CEF por "opor resistência injustificada ao andamento do processo"
(art. 17, IV do CPC), ao "interpor recurso com intuito manifestamente protelatório" (art. 17,
VII, do CPC -Lei n° 9.668, de 23/06/f998, DOU de 24/06/1998).

8. Inteligência dos arts. 16,17, IV e VII, e 18, do CPC. Multa de 1% (um por cento) sobre
o valor da causa, corrigida monetariamente até seu efetivo pagamento, caracterizadora da
litigância de má-fé da embargante, mais honorários advocatícios no patamar de 20% sobre o
valor da condenação, assim como a devolução de todas as despesas efetuadas pela parte
contrária, devidamente atualizadas monetariamente.

9. Embargos rejeitados

No mesmo sentido Tribunal Superior do Trabalho:

NULIDADE - CONTEÚDO DA SENTENÇA - IMPOSSIBILIDADE DE SE


CONSTRANGER O JULGADOR A RESPONDER UMA A UMA AS QUESTÕES
VENTILADAS NOS RECURSOS. A fundamentação da sentença se insere no princípio do
devido processo legal, trazida de forma expressa no direito constitucional brasileiro - artigo
93, inciso 15 e é, sem dúvida, uma grande garantia de justiça quando consegue reproduzir
exatamente... "como num levantamento topográfico, o itinerário que o Juiz percorreu para
chegar à sua conclusão, pois se esta é errada, pode facilmente encontrar-se, através dos
fundamentos, em que altura do caminho o magistrado se desorientou" (Calamandrei). Isto
não significa que a fundamentação da sentença ou do acórdão deve ser estritamente
silogística, bastando que não falte com os reclamos da logicidade e com os deveres
impostos ao julgador pela legislação processual e pelo preceito constitucional. Não é nula a
sentença fundamentada sucintamente e que dá os fundamentos em que foram analisadas as
questões de fato e de direito, ainda que não rebatidas todas as questões jurídicas trazidas
pelas partes. O chamado prequestionamento ensejador do recurso de revista e do recurso de
embargos não constrange o julgador a rebater todos os questionamentos trazidos pelas
partes, desde que não deixe de fundamentar o essencial.

TST E-RR 92.875/93.5 Ac. SDI 321/96 Rei. Min. Indalécio Gomes Neto. <ii>ln<fi>
Revista LTr de agosto de 1996 -fls.1132/1135.

Pelo exposto, conheço dos embargos e lhes dou parcial provimento. 3. CONCLUSÃO
ACORDAM os Juizes do Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 1T Região, por
unanimidade, conhecer dos embargos declaratórios e dar-lhes provimento, sem efeito
modificativo, nos termos do voto do Relator"

Na revista, o recorrente pleiteia a reforma da decisão


do Regional. Assevera que o recurso comporta provimento,
porquanto atendidos os requisitos intrínsecos de
admissibilidade previstos no artigo 896 da CLT.

Sem razão. Observa-se que as alegações expostas no


recurso não logram êxito em demonstrar o desacerto da decisão
recorrida, considerando os óbices sedimentados nas Súmulas
nºs 23 e 296 desta Corte, e, sobretudo, os termos da decisão
proferida pelo Regional, a qual apresenta fundamentação
completa, a evidenciar a correta aplicação de entendimento
pacificado nesta Corte. Incidência da Súmula nº 333. Por
outro lado, conclusão distinta somente seria possível se a
matéria tivesse sido prequestionada diante dos dispositivos
indicados nas razões recursais e fosse permitido o

revolvimento de fatos e provas, tarefa defesa em sede


extraordinária, consoante consagra a Súmula nº 126 do TST.

Mantém-se, portanto, a decisão do Regional, cujos


fundamentos passam a fazer parte integrante das motivações
deste recurso de revista.

Ante o exposto, e amparado no artigo 557, caput, do CPC,


nego seguimento ao recurso de revista.

Publique-se.

Brasília, 19 de março de 2009.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)

Emmanoel Pereira

Ministro Relator

fls.

PROCESSO Nº TST-RR-743973/2001.0 TRT - 17ª REGIÃO


PROCESSO Nº TST-RR-743973/2001.0 TRT - 17ª REGIÃO

Firmado por assinatura digital em 19/03/2009 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho,

conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

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Disponível em: http://tst.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/24181968/recurso-de-revista-rr-7439734720015170007-743973-


4720015170007-tst/decisao-monocratica-24181969

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