Sei sulla pagina 1di 14

Direito Constitucional

Marcos Soares* *
Pós-graduado em Direi-
to Tributário pelo Institu-
to Brasileiro de Estudos
Tributários (IBET) e em
Direito Processual Tribu-
tário pela Universidade de
Direito Constitucional é, nas palavras de José Afonso da Silva (2003, p. 34), Brasília (UnB). Graduado
em Engenharia Mecânica
pela Universidade Federal
[...] o ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e do Rio de Janeiro (UFRJ)
normas fundamentais do Estado. É a ciência positiva das constituições, tem por objeto e em Direito pela Univer-
sidade do estado do Rio
a constituição política do Estado, cabendo a ele o estudo sistemático das normas que de Janeiro (UERJ). Profes-
integram a constituição. sor de Direito Tributário e
Direito Constitucional no
Centro de Estudos Alexan-
As principais fontes do Direito Constitucional são a Constituição, as leis, dre Vasconcellos (CEAV),
Universidade Estácio de
os atos do Poder Executivo, a jurisprudência dos tribunais, os costumes e a Sá, Faculdade da Acade-
mia Brasileira de Educa-
doutrina. ção e Cultura (FABEC) e
em preparatórios para
concursos públicos. Atua
como auditor fiscal da Re-
ceita Federal.

Constituição
De acordo com José Afonso da Silva (2003, p. 38), Constituição:
É a lei fundamental de um Estado. Um sistema de normas jurídicas que regula a forma
do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e o exercício do poder, o
estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os direitos fundamentais do
homem e as respectivas garantias.

Classificação das constituições


Existem vários critérios de classificação das constituições. Os principais
são os seguintes:

 quanto à forma: escrita e não escrita;

 quanto ao modo de elaboração: dogmático e histórico;

 quanto à origem: popular (democrática ou promulgada) ou outorgada;

 quanto à estabilidade: imutável, rígida, flexível e semirrígida;

 quanto à extensão: analítica e sintética;

 quanto ao conteúdo: material e formal.

1
Direito Constitucional

A constituição é considerada escrita, quando codificada e sistematizada


num texto único, elaborado por um órgão constituinte, trazendo todas as
normas consideradas fundamentais sobre a estrutura do Estado, a organiza-
ção dos poderes, o modo do seu exercício e limites de atuação e os direitos
fundamentais.

A constituição não escrita é aquela cujas normas não constam de um do-


cumento único e solene, baseando-se nos costumes, na jurisprudência, em
convenções e em textos constitucionais esparsos. Como exemplo, podemos
citar a Constituição Inglesa.

Constituição dogmática é aquela elaborada por um órgão constituinte,


escolhido para este fim, e que sistematiza os dogmas ou ideias fundamentais
dominantes no momento em que é elaborada.

Histórica ou costumeira é a constituição que resulta de lenta formação


histórica, do lento evoluir das tradições, dos fatos sociopolíticos, que se fixam
como normas fundamentais da organização de um Estado.

Constituições populares, democráticas ou promulgadas são aquelas que


se originam de um órgão constituinte composto de representantes do povo,
eleitos para o fim de elaborá-las e estabelecê-las. Como exemplos de consti-
tuições populares podemos citar as Constituições Brasileiras de 1891, 1934,
1946 e 1988.

Outorgadas são as constituições elaboradas sem a participação popular,


são aquelas que os governantes outorgam, ou seja, impõem ao povo. Como
exemplos, podemos citar as Constituições Brasileiras de 1824, 1937, 1967 e
1969.

Imutável é a constituição que não admite qualquer alteração.

Rígida é a constituição que só pode ser alterada por meio de processos,


solenidades e exigências formais especiais, distintos e mais difíceis que os
de formação das normas infraconstitucionais (por exemplo, leis ordinárias
ou complementares).

Flexível é a constituição que pode ser modificada pelo legislador segun-


do o mesmo processo de elaboração das normas infraconstitucionais.

Semirrígida é a constituição que contém uma parte rígida e outra flexível.

2
Direito Constitucional

Sintética ou concisa é a constituição que prevê apenas os princípios e as


normas gerais que regem o Estado, organizando-o e limitando seu poder, e
traz os direitos e garantias fundamentais.

Analítica é a constituição extensa, que regulamenta diversos assuntos de


forma detalhada e não trata apenas da organização básica do Estado.

A constituição material, em sentido lato, identifica-se com a organização


do Estado; em sentido estrito, indica as normas escritas ou não escritas, con-
tidas ou não em um documento único, que regulam a estrutura do Estado, a
organização de seus órgãos, a forma de aquisição e manutenção do poder e
os direitos fundamentais.

A constituição formal é o modo de existir do Estado, reduzido, sob forma


escrita, a um documento solene, pelo poder constituinte, que só pode ser
alterada por processos e formalidades especiais nela mesma estabelecidos.

A Constituição Federal de 1988 é formal, rígida, dogmática, escrita, analí-


tica e promulgada. Existem outros critérios de classificação menos conheci-
dos e menos solicitados em provas.

Fundamentos do poder constituinte, reforma


e revisão constitucional
O poder constituinte é aquele que cria ou altera a constituição. A cons-
tituição é o produto desse poder, tanto no momento de sua elaboração
quanto em sua reforma.

O poder constituinte originário (aquele que cria uma nova constituição) é


inicial (inaugura um novo ordenamento jurídico), ilimitado e incondicionado
(a ele não se impõem limites ou condições – ele pode tudo). Já o poder cons-
tituinte derivado (aquele que altera a constituição) é secundário, limitado e
condicionado.

Além da forma prevista no artigo 60 da Constituição Federal (CF) para reforma


constitucional foi prevista também a revisão constitucional (Emenda Constitucio-
nal de revisão) no artigo 3.º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
(ADCT).

3
Direito Constitucional

O poder constituinte derivado revisor, sendo fruto do trabalho de criação


do poder constituinte originário, está a ele vinculado. É um poder condicio-
nado e limitado às regras instituídas pelo poder originário.

O artigo 3.º do ADCT determinou que a revisão constitucional seria reali-


zada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto
da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unica-
meral (Câmara e Senado não guardam suas individualidades, atuam como
um único parlamento).

Dentro da competência revisional foram elaboradas apenas seis Emendas


Constitucionais de revisão, não sendo mais possível nova manifestação do
poder constituinte derivado revisor em razão da eficácia exaurida e aplicabi-
lidade esgotada da citada regra. Assim dispõe o artigo 3.o do ADCT:
Art. 3.º A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação
da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em
sessão unicameral.

O poder constituinte derivado decorrente é o poder atribuído aos Esta-


dos-membros para se auto-organizarem por meio da elaboração de suas
constituições estaduais, desde que respeitadas as regras impostas pela
Constituição Federal (CF, art. 25), in verbis:
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,
observados os princípios desta Constituição.

Da mesma forma que o poder constituinte derivado revisor, é também


um poder derivado, limitado e condicionado.

A auto-organização dos municípios está prevista no artigo 29, caput, da


Constituição Federal. Seu exercício caberá à Câmara Municipal, conforme o
disposto no parágrafo único do artigo 11 do ADCT, que estabelece:
Art. 11. [...]

Parágrafo único. Promulgada a Constituição do Estado, caberá à Câmara Municipal,


no prazo de seis meses, votar a Lei Orgânica respectiva, em dois turnos de discussão e
votação, respeitado o disposto na Constituição Federal e na Constituição Estadual.

Como a Lei Orgânica se sujeita à Constituição Federal e à Constituição


Estadual, o entendimento da jurisprudência é de que o poder constituinte
decorrente, conferido aos Estados-membros da Federação, não foi estendi-
do aos Municípios.

4
Direito Constitucional

Por fim, cabe ressaltar que parte da doutrina considera como poder
constituinte só o poder inicial de elaborar uma constituição (originário),
distinguindo-o dos chamados poderes constitucionais reformador, revisor
e decorrente, preferindo chamá-los, respectivamente, de competência refor-
madora, de revisão e de auto-organização.

A emenda constitucional é resultado de um processo legislativo especial


e mais dificultoso do que o ordinário, conforme disposto no artigo 60 da
Constituição Federal, in verbis:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado


Federal;

II - do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,


manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

§1.º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de


estado de defesa ou de estado de sítio.

§2.º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos
respectivos membros.

§3.º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.

§4.º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.

§5.º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não
pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

Portanto, verifica-se que por meio do procedimento previsto no artigo 60


da Constituição Federal, garante-se a rigidez e a supremacia do texto constitu-
cional. Atualmente, é o único meio de modificação formal da Constituição, já
que a possibilidade de utilização do procedimento de revisão esgotou-se.

A elaboração de emendas à Constituição obedece às seguintes fases:

5
Direito Constitucional

 apresentação da proposta, por iniciativa de um dos legitimados pelo


artigo 60, incisos I a III;

 discussão e votação em cada Casa do Congresso Nacional, em dois tur-


nos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos
votos dos membros de cada uma delas;

 promulgação pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Fe-


deral, com o respectivo número de ordem;

 tendo sido a proposta rejeitada ou havida por prejudicada, será arqui-


vada, ficando vedada a possibilidade de a matéria ser objeto de nova
proposta na mesma sessão legislativa.

Limitações ao poder constituinte derivado


As limitações ao poder constituinte derivado são comumente classifica-
das em quatro grandes grupos: limitações temporais, limitações circunstan-
ciais, limitações materiais e limitações processuais.

As limitações temporais impedem, por determinado período de tempo, a


alteração das normas constitucionais. Neste caso, a própria Constituição traz
uma norma proibitiva de reforma de seus dispositivos por um prazo deter-
minado. Essas limitações não estão presentes na nossa Constituição vigente.
No Brasil, só a Constituição do Império estabelecia esse tipo de limitação,
haja vista que, em seu artigo 174, determinava que só após quatro anos de
sua vigência ela poderia ser reformada.

As limitações circunstanciais evitam modificações na Constituição em


certas ocasiões de anormalidade do país. Objetiva-se afastar alguma pertur-
bação à liberdade e à independência dos órgãos a quem compete a reforma.
A atual Constituição impõe tais limitações, ao vedar a emenda na vigência de
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio (art. 60, §1.o).

As limitações materiais excluem determinadas matérias da possibilidade


de reforma, objetivando assegurar a integridade da Constituição. Tais limita-
ções podem ser explícitas ou implícitas.

As limitações materiais explícitas são conhecidas por “cláusulas pétreas”.


Na atual Constituição estão prescritas no art. 60, §4.°, segundo o qual:

6
Direito Constitucional

Art. 60. [...]

§4.º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.

As limitações materiais implícitas são aquelas matérias que estão implici-


tamente fora do alcance do poder de reforma. Isso porque, caso pudessem
ser modificadas pelo poder constituinte derivado, de nada adiantaria a pre-
visão expressa das demais limitações.

Pela doutrina são apontadas três importantes limitações materiais


implícitas:

 a titularidade do poder constituinte originário;

 a titularidade do poder constituinte derivado;

 o processo da própria reforma constitucional, senão poderiam ser frau-


dadas as limitações explícitas impostas pelo constituinte originário.

As limitações processuais ou formais são impedimentos de ordem formal


no processo de elaboração da emenda constitucional. Na vigente Constitui-
ção, o parágrafo 5.º do artigo 60 impede que matéria constante de emenda
rejeitada ou havida por prejudicada seja objeto de nova proposta na mesma
sessão legislativa.

Princípios fundamentais
Nos quatro primeiros artigos da CF estabeleceu-se a forma de Estado (fe-
deração), a forma de governo (República), o regime político (democrático,
fundado na soberania popular) e instituiu-se a garantia da separação dos
Poderes.

Vejamos o que diz o artigo 1.º da CF, in verbis:


Art. 1.º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:

7
Direito Constitucional

I - a soberania;

II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

O artigo 1.º da Constituição Federal é muito abrangente, ele estabelece o


modelo essencial do Estado e seus fundamentos.

O caput do artigo dispõe que a forma de Estado da República Federativa


do Brasil será de Estado Federal e a forma de governo será República. Aduz,
ainda, ser vedado o direito de secessão (possibilidade de retirada dos entes
da federação) e que a República constitui-se Estado Democrático de Direito.

Com o Estado de Direito, tem-se o império da lei, ou seja, o governante


não tem poder absoluto, como ocorria no período absolutista.

Ocorre que, com o decorrer da História, percebeu-se que ser apenas um


Estado de Direito era insuficiente, pois a aplicação indevida do princípio da
legalidade levou a uma preocupação que se limitava aos aspectos formais
das leis, o que permitia a imposição de qualquer lei desde que fossem obser-
vados tais aspectos.

Por isso, o Estado de Direito evoluiu para o Estado Democrático de Direi-


to, no qual existe uma preocupação não apenas com o aspecto formal da
lei, mas também com o aspecto material, reconhecendo-se como legítimas
apenas aquelas leis que tenham conteúdo democrático, de acordo com os
interesses e as aspirações do povo.

Fundamentos da República Federativa do Brasil


Os “alicerces” da CF são os fundamentos (CF, art. 1.º):

SOberania;

CIdadania;

8
Direito Constitucional

DIgnidade da pessoa humana;

VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

PLUralismo político.

Macete!
SO – CI – DI – VA – PLU

Soberania
Nas palavras de Marcelo Caetano (1987, p. 169), soberania é:
Um poder político supremo e independente, entendendo-se por poder supremo aquele que
não está limitado por nenhum outro na ordem interna e por poder independente aquele
que, na sociedade internacional, não tem que acatar regras que não sejam voluntariamente
aceitas e está em pé de igualdade com os poderes supremos de outros povos.

Este é um conceito tradicional de soberania, mas cabe ressaltar que alguns


autores defendem que a soberania a que se refere o texto é a soberania po-
pular, ou seja, o reconhecimento de que todo o poder emana do povo.

Tal entendimento, inclusive, está de acordo com o disposto no parágrafo


único do artigo 1.º da CF.

Cidadania
A cidadania consiste na prerrogativa de que o cidadão tem de partici-
par na vida política do Estado, ou seja, o cidadão tem capacidade eleitoral
(poder de votar), além de outros direitos previstos na lei e na Constituição
(exemplos: propor ação popular, apresentar projetos de lei etc.).

Dignidade da pessoa humana


Atualmente entende-se que a razão de ser do nosso Estado funda-se na
pessoa humana. O valor do indivíduo, enquanto ser humano, deve prevale-
cer sobre todos os demais.

A proteção à dignidade da pessoa humana pelas constituições, principal-


mente nos países ocidentais, ganhou bastante impulso depois da Segunda
Guerra Mundial, como forma de reação às práticas nazistas e fascistas.

9
Direito Constitucional

Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa


A garantia de proteção ao trabalho não alcança apenas o trabalhador,
na condição de empregado, mas também o trabalhador autônomo e o
empregador.

A livre iniciativa busca proteger o empreendedor. Os monopólios são um


exemplo de fenômeno contrário a este fundamento da República, por isso só
são admitidos de forma excepcional.

Além disso, é um princípio básico do liberalismo econômico, que deixa


clara a opção do constituinte por um Estado obrigatoriamente capitalista.

Pluralismo político
O pluralismo político advém do princípio democrático e estabelece a
opção por uma sociedade plural. Ele garante a liberdade de convicção filo-
sófica e política e, também, a possibilidade de criação de partidos políticos e
participação neles.

Cabe destacar que pluralismo político não é sinônimo de pluripartidaris-


mo, que é apenas uma das espécies de sua manifestação.

Objetivos fundamentais
da República Federativa do Brasil
Os objetivos fundamentais são (CF, art. 3.º):

COnstruir uma sociedade livre, justa e solidária;

GArantir o desenvolvimento nacional;

ERradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais


e regionais;

PROmover o bem de todos, sem quaisquer preconceitos ou


discriminação.

Macete!
CO – GA – ER – PRO

10
Direito Constitucional

Os verbos no infinitivo: construir, garantir, erradicar e promover, impõem


ao Estado a realização das políticas públicas necessárias para dar cumpri-
mento ao disposto no artigo 3.º da CF.

Muitos autores encaram este dispositivo como uma norma programática,


o que faria com que os seus comandos não pudessem ser vistos como um
direito passível de invocação em caráter individual ou coletivo.

Mas boa parte da doutrina discorda desse entendimento e defende que


estes dispositivos impõem objetivos que devem direcionar a conduta do
Estado.

Princípios que regem as relações internacionais


Os princípios que regem a República Federativa do Brasil nas suas rela-
ções internacionais estão dispostos no art. 4.º da CF e são:

Autodeterminação dos povos;

INdependência nacional;

Defesa da paz;

NÃO intervenção;

COncessão de asilo político;

PREvalência dos direitos humanos;

Igualdade entre os Estados;

REpúdio ao terrorismo e ao racismo;

COoperação entre os povos para o progresso da humanidade;

Solução pacífica dos conflitos.

Macete!
AINDa NÃO COmPREI RECOS

Os princípios da não intervenção e da autodeterminação dos povos origi-


nam-se no reconhecimento da igualdade entre os Estados, que por sua vez
está vinculado ao princípio da independência nacional.

11
Direito Constitucional

Cabe registrar a não existência de princípios absolutos. Portanto, em


casos de flagrante desrespeito aos direitos humanos, o Brasil poderá apoiar
a interferência em outros Estados.

Relacionados ao princípio da prevalência dos direitos humanos estão o


repúdio ao terrorismo e ao racismo e a concessão de asilo político.

Concluindo, temos a defesa da paz e a solução pacífica dos conflitos que


são princípios que se complementam.

Por fim, o parágrafo único da artigo 4.º da CF dispõe que:


Art. 4.º [...]

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política,


social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade
latino-americana de nações.

Atividades de aplicação
Julgue as assertivas seguintes como certa ou errada.

1. (Cespe) Entre os princípios fundamentais do Estado brasileiro, incluem-se


a dignidade da pessoa humana, a construção de uma sociedade livre, jus-
ta e solidária e a concessão de asilo político. Além disso, a República Fede-
rativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural
dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade
latino-americana de nações.
2. (Cespe) A CF sofreu, ao longo de sua existência, enorme quantidade de
emendas; apesar disso, ela é classificada pela doutrina como rígida, escri-
ta, democrática, dogmática, eclética, formal, analítica, dirigente, normati-
va, codificada, social e expansiva.
3. (Cespe) As emendas constitucionais de revisão, aprovadas durante o pro-
cesso de revisão constitucional, foram promulgadas pelas duas Casas do
Congresso Nacional, em sessão bicameral, de acordo com o mesmo pro-
cesso dificultoso exigido para qualquer tipo de emenda constitucional.

Dicas de estudo
<www.planalto.gov.br>.

<www.stf.jus.br>.

12
Direito Constitucional

Referências
CAETANO, Marcelo. Direito Constitucional. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1987. v. 1.

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 22. ed. São
Paulo: Malheiros, 2003.

Gabarito
1. Certa. Conforme artigos 1.º, 3.º e 4.º da CF.

2. Certa. A maior parte dos critérios de classificação foi abordada sob o tópi-
co “Classificação das Constituições”, quanto àqueles menos importantes e
que não foram comentados, cabe o seguinte registro: constituição eclética
– formada por ideologias distintas; constituição dirigente – possui nor-
mas destinadas a orientar a atuação do Estado; constituição normativa – é
aquela que é efetiva, que possui aplicação prática; constituição codificada
– sistematizada em um único documento; constituição social – traz nor-
mas que buscam o bem-estar social; constituição expansiva = analítica.

3. Errada. Artigo 3.º do ADCT.

13

Potrebbero piacerti anche