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Mestrado em Teologia ITG – Instituto Teológico Gamaliel

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UMA PALAVRA

A
tos é a continuação do terceiro Evangelho, escrito pelo mesmo autor, Lucas, o médico amado e companheiro do
apóstolo Paulo (Cl 4.14). A evidência externa de vários escritores, do segundo século em diante, é unânime e
suficiente sobre este ponto, e a evidência interna do estilo, perspectiva e assunto dos dois livros é igualmente
satisfatória.
O livro de Atos, como o terceiro Evangelho, é dedicado a um certo Teófilo (Lc 1.3; At 1.1). O terceiro Evangelho é
o “primeiro tratado”, como se lê na sentença inicial de Atos. Teófilo parece ter sido pessoa de certa distinção, à vista do
tratamento que Lucas lhe dá – [excelentíssimo] – atributo alhures aos governantes romanos da Judéia (At 23.26;
240.03; 26.25). Ele já havia recebido alguma informação a respeito da fé cristã, e foi para lhe fornecer uma explicação
mais preciosa de sua fidedignidade que Lucas, em primeiro lugar, escreveu a história dos primórdios do Cristianismo,
começando do nascimento de João Batista e de Jesus (cerca de 8 – 6 a.C.) até o fim dos dois anos de prisão de Paulo
em Roma (cerca de 61 A.D.).

Assim, Lucas e Atos não são realmente dois livros, porém duas partes de uma obra só. O breve preâmbulo do Evangelho (Lc 1.1-4)
intencionalmente se aplica a ambos. Alguns eruditos têm sugerido que Lucas projetou escrever um terceiro volume, mas, os argumentos que
alinham em abono dessa idéia não são conclusivos.

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ATOS APRESENTA JESUS CRISTO, O SENHOR REDIVIVO

AUTORIA

O livro de Atos é de igual modo o Evangelho segundo Lucas, é endereçado a um homem chamado “Teófilo” (Lc
1.3; At 1.1). Embora nenhum dos dois livros identificam nominalmente o “autor”, o testemunho unânime do
cristianismo primitivo e a evidência interna confirmatória dos dois livros denotam que ambos foram escritos por Lucas,
“o médico amado” (Cl 4.14).

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O Espírito Santo inspirou Lucas a escrever a Teófilo a fim de suprir na Igreja a necessidade de um relato
completo dos primórdios do cristianismo.

1. “O primeiro tratado” foi seu Evangelho a respeito da vida de Jesus;


2. O Segundo foi seu relato, em Atos, sobre o derramamento do Espírito Santo em Jerusalém e sobre o crescimento
da Igreja Primitiva. Torna-se claro que Lucas era um escritor habilidoso, um historiador consciente e um teólogo
inspirado.

Atos abrange, de modo seletivo, os primeiros trinta anos da história da Igreja. Como historiador eclesiástico, Lucas descreve, em Atos, a
propagação do Evangelho, partindo de Jerusalém até Roma. Ele menciona nada menos que 32 países, 54 cidades, 9 ilhas do Mediterrâneo, 95
diferentes pessoas e uma variedade de membros e funcionários do governo com seus títulos preciosos. A arqueologia continua a confirmar a
admirável exatidão de Lucas em todos os seus pormenores. Como teólogo, Lucas descreve com habilidade a relevância de várias experiências e
eventos dos primeiros anos da Igreja.
Na sua fase inicial, as Escrituras do Novo Testamento consistiam em duas coletâneas:

1. Os quatro Evangelhos;
2. As epístolas de Paulo. Atos desempenhou um papel substancial como elo de ligação entre as duas coletâneas, e
faz jus à posição que ocupa no cânon. Nos capítulos 13-28 de Atos, temos o acervo histórico necessário para
bem compreendermos o ministério e as cartas de Paulo. O pronome “nós”, empregado por Lucas através de Atos
(16.10-17; 20.5; 21.18; 27.1; 28.16), aponta-o como estando presente nas viagens de Paulo. Lucas, o médico
amado, sem dúvida nenhuma é o autor do livro de Atos. O fato de Lucas ser também o autor do terceiro
Evangelho é algo universalmente aceito. Os dois livros constituem duas divisões de uma mesma obra literária. O
texto de Atos 1.1 mostra que o autor tencionava que esses dois volumes fossem tidos como um todo.

Quanto à vida particular de Lucas, pouco é o que conhecemos, sabemos apenas passagens mostra que isto era normal no princípio da que
ele era gentio, possivelmente de Antioquia; falava grego fluentemente, era um médico de refinada educação, e que após convertido ao
cristianismo abandonou as funções de médico, se dedicando a viajar com o apóstolo Paulo de quem se fez um amigo inseparável.

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TEMA

O LIVRO De ATOS contém a história do estabelecimento e desenvolvimento da Igreja, e da proclamação do


Evangelho ao mundo de então. Existem três palavras chaves para o Livro de Atos: Ascensão, Descida e Expansão. A
Ascensão de Cristo é seguida pela descida do Espírito Santo, e a descida do Espírito Santo é seguida pela expansão do
Evangelho.

PROPÓSITO

Lucas tem pelo menos dois propósitos ao narrar o começo da Igreja:

1. Demonstrar que o Evangelho avançou triunfal- mente das fronteiras do judaísmo para o mundo gentio, apesar
da oposição e perseguição;

2. Revela a missão do Espírito Santo na vida e no papel da Igreja, e, enfatiza o batismo com o Espírito Santo como a provisão de Deus para
capacitar a Igreja a proclamar o Evangelho e a dar continuidade ao ministério de Jesus. Lucas registra três vezes, expressamente, o fato de o
batismo com o Espírito Santo ser acompanhado de enunciação em outras línguas (At 2.1-4; 10.44-47; 19.1-6). O contexto destas passagens
mostra que isto era normal no princípio da Igreja, e que é o padrão permanente de Deus para ela.

DATA

A data dessa obra dupla é matéria discutida; alguns a colocam em 90 A.D., mas o peso da evidência parece-nos
favorecer uma data anterior, provavelmente não muito depois do último fato narrado em Atos.
-O livro de Atos termina com uma nota de triunfo, como já tantas vezes se tem feito notar: Paulo proclamando o
Evangelho em Roma, no coração do império, sem impedimento algum. Contudo, mesmo assim, não é fácil crer que
Lucas nada mais dissesse quanto ao que aconteceu a Paulo mais tarde, se de fato escreveu após a morte do apóstolo.
Parece também provável que ele escreveu antes de dois importantes acontecimentos – o Grande Incêndio de
Roma, em 64 A.D., seguido da perseguição aos cristãos por Nero, e a guerra judaica, em 66-70 A.D., que culminou na
destruição de Jerusalém e do templo, com o que se extinguiram o sacerdócio e o culto judaicos. É difícil exatamente

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aquela que se retrata neste livro, se ao tempo de sua redação esses eventos históricos já houvessem ocorridos, ao invés
de ainda estarem no futuro.

Logo no início do segundo século, os 4 evangelhos que, até então, haviam circulado separadamente, começaram a aparecer juntos numa
só coleção. Isto fez que se separassem as duas partes da história de Lucas. A segunda parte logo começou a circular independen- temente, sob o
título de “Os Atos dos Apóstolos”. Existe alguma evidência textual de que a separação das duas partes motivou ligeira adaptação no fim de Lucas
e no começo de Atos. Possivelmente por essa época, a primeira parte (Lucas) foi rematada com o acréscimo das palavras “sendo elevado para o
céu” (Lc 24.51), o que naturalmente causou a adição das palavras “foi elevado às alturas”, em At 1.2. Se isto é fato, algumas discrepâncias que
têm sido notadas entre as duas narrativas da ascensão, como vêm em Lucas e em Atos, desaparecem, porque neste caso não teria havido nenhum
registro desse fato no primeiro deles (Lucas).

DESTINATÁRIO

O LIVRO De ATOS, tal como o Evangelho de Lucas, foi escrito e destinado ao oficial romano Teófilo. Por
conseguinte, o Livro foi enviado a um membro da aristocracia romana, residente em Roma, provavelmen- te.

OS EVANGELHOS E ATOS

Os Evangelhos apresentam o Filho do Homem, que veio morrer por nossos pecados. Atos mostra a vinda do Filho
de Deus no poder do Espírito Santo. Os Evangelhos apresentam o que Cristo começou a fazer; Atos mostra o que ele
continuou fazendo através do Espírito Santo, por meio dos discípulos.

ATOS E LUCAS

Enquanto o Evangelho segundo relata “todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar” (At 1.1), Atos
descreve o que Jesus continuou a fazer e a ensinar depois de sua ascensão, mediante o poder do Espírito Santo,
operando em, e através dos seus discípulos e da Igreja primitiva.

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LUCAS, O MÉDICO

Lucas mesmo não acompanhou pessoalmente a Jesus, nos dias de Sua vida terrena. Segundo uma tradição
primitiva, fortemente apoiada de vários modos, ele era natural de Antioquia da Síria, e neste caso podemos concluir
que suas primeiras relações com o Cristianismo dataram do início do testemunho cristão naquela cidade, quando o
Evangelho pela primeira vez foi pregado em larga escala aos gentios, estabelecendo-se ali a primeira igreja gentílica.
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Portanto, parece que Lucas era gentio. Em Cl 4.10... Paulo envia saudações de 3 amigos – Aristarco, Marcos e Jesus, conhecido por Justo
– dizendo serem estes seus únicos cooperadores judeus. E como continua no vers. 14 a enviar saudações de mais três – Epafras, Lucas e Demas –
concluímos que estes eram cristãos gentios.
Há vários traços nesta história de Lucas que denunciam nele mentalidade de grego. Sir William Ramsay sugeriu
que ele foi irmão de Tito e, se tal sugestão pode ou não ter seu fundamento em II Co 8.17-19 (Orígenes entendia que o
irmão aí referido, “cujo louvor no Evangelho está espalhado por todas as igrejas”, era Lucas), pelo menos é uma
possibilidade. Lembramo-nos que Tito também era grego, de Antioquia (Gl 2.1-3) e que, embora se evidencie das
epístolas que ele desempenhou papel muito importante entre os companheiros de Paulo, nunca entretanto é
mencionado em Atos.

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CONTEÚDO

Atos não é o registro dos atos dos Apóstolos, porque nenhuma narrativa extensa é apresentada dos apóstolos,
com exceção de Pedro e Paulo. Ele registra os Atos do Espírito Santo através dos Apóstolos.
O nome “Espírito Santo” é mencionado cerca de setenta vezes.
A palavra “testemunho” é usada mais de trinta vezes.

SER-ME-EIS TESTEMUNHAS, É O CORAÇÃO DO LIVRO DE ATOS

1. Ao ascender ao céu (At 1.9-11), a última ordem de Jesus aos discípulos foi para que permanecessem em
Jerusalém, a metrópole da nação judaica, até que do alto fossem revestidos de poder (At 1.8).

• Em Jerusalém (At 1.7);


• Em toda Judéia e Samaria (At 1.8-12);
• Até os confins da terra (At 1.13-28).

2. “Poder” (dunamis), significa mais do que força ou capacidade; designa aqui principalmente, o poder divino
em operação, em ação. O batismo com o Espírito Santo trará o poder pessoal do Espírito Santo à vida do crente;
3. Atos 1.8 é o versículo- chave do Livro de atos, contém um resumo teológico e geográfico do Livro.
“Recebereis a Virtude”. O termo principal para “virtude” é dunamis, que significa poder real, poder em ação. O propósito
principal do batismo com o espírito Santo é o recebimento de poder divino para testemunhar de Cristo, para ganhar os
perdidos para Ele, e ensinar-lhes a observar tudo quanto Cristo ordenou. Sua finalidade é que Cristo seja conhecido,
amado, honrado, louvado e feito Senhor do povo de Deus;

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4. Nos caps. 1 a 12 de Atos, o centro principal irradiador da Igreja é Jerusalém. Aqui, Pedro é o mais destacado instrumento usado por Deus
para pregar o Evangelho, sua palavra aos judeus é: Arrendei-vos (At 2.36-38).
Nestes capítulos, Pedro diz aos judeus que se arrependam, porque precisavam mudar seu modo de pensarem
relação ao Messias;

5. Nos caps. 13 a 28 de Atos, o centro principal de irradiação passou a ser Antioquia da Síria, onde o
instrumento de maior realce nas mãos de Deus foi Paulo, testemunhando aos gentios. Sua palavra é: Crê (At
16.30,31).
Aqui Paulo diz que creiam, porque os gentios não precisavam mudar de idéia quanto ao Messias; precisavam
eram crer nEle.
O livro de Atos termina de modo repentino com Paulo em Roma aguardando julgamento perante César. Mesmo
com o resultado do referido julgamento ainda pendente, o livro termina de modo triunfante, estando Paulo prisioneiro,
porém cheio de ânimo e sem impedimento para pregar e ensinar acerca do reino de Deus e do Senhor Jesus Cristo.

MANUAL DE MISSÕES

Sem dúvida, Atos é o melhor “manual de missões” que já foi escrito. Nele encontramos a razão de ser da obra
missionária. O Objetivo único dos cristãos era levar os homens ao conhecimento da salvação em Jesus Cristo.
Vemos a Igreja primitiva com um programa definido para a realização dos seus planos. Alguns grandes centros
foram escolhidos como base de onde pudessem irradiar a influência do trabalho dos discípulos de maneira a atingirem
os lugares vizinhos.

PODER PARA TESTEMUNHAR (ATOS 1 e 2)

Que 40 dias maravilhosos os discípulos passaram com o Senhor Jesus, depois de ressurreto e antes da sua
ascensão! Ele falava das coisas que diziam a respeito do reino de Deus. Nesse ocasião determinou-lhes que não se
ausentassem de Jerusalém, mas esperassem a promessa do Pai (At 1.4).
Os primeiros 11 versículos do primeiro de introdução para o livro.

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{ Grande Comissão...................At 1.6-8


Ascensão...............................At 1.2,9, 11
Volta de Cristo.......................At 1.10,11

Os discípulos ainda não estavam satisfeitos quanto a época em que Cristo iria estabelecer seu reino na terra.
Ainda esperavam um reino que lhes desse independência política e os colocasse em posição de liderança no mundo (At
1.6). Qual foi a resposta de Jesus? (At 1.7).
Um dia Jesus “... os levou para Betânia e erguendo as mãos, os abençoou”. (Lc 24.50). Disse-lhes que o poder
deles não seria político, mas espiritual (At 1.8).
Com a ascensão, nosso Senhor desapareceu, mas permaneceu com os discípulos de modo ainda mais real.
Depois de lhes ter falado suas últimas palavras (At 1.8), Ele foi arrebatado e uma nuvem o encobriu dos seus
olhos. Um acontecimento tão notável contado em tão poucas palavras! O Pai levou seu Folho de volta à glória.

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CRISTO VOLTARÁ

“Esse Jesus... assim virá do modo como o vistes subir” (At 1.11). Como será a sua volta aqui anunciada? Será
simplesmente na hora da morte? Será meramente ao vir habitar em nossos corações? Não. A promessa é que Ele vai
voltar do modo como subiu. Assim sendo, devemos examinar como Ele foi, assim saberemos como Ele voltará.
-Sua volta será:
• Pessoal...........................I Tessalonicenses 4.16;

Corpórea........................Mateus 24.30;
• Local..............................Lucas 24.5.

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Imaginem os discípulos voltando do Monte das Oliveiras para Jerusalém! Foram para o cenáculo. Pode ter sido o
mesmo lugar em que Jesus comeu a última Ceia com eles (Lc 22.21). Jesus disse-lhes que ficassem em Jerusalém até
receberem poder do alto (Lc 24.49). Embora tivessem tido três anos de treinamento com o Senhor, precisavam da
presença do Espírito Santo, que Jesus prometera mandar a fim de revesti-los de poder. Já haviam dado provas de
serem um grupo de fracos.
Cristo disse-lhes que não saíssem de Jerusalém, mas esperassem. Seria natural que tivessem fugido do lugar em
que seu Senhor tinha sido crucificado, e voltassem para Galiléia. Mas Cristo lhes disse que permanecessem na cidade
porque era o centro de maior influência. Nem sempre podemos escolher nosso lugar de serviço.
Depois da vinda do senhor Jesus Cristo à terra, o acontecimento de maior importância é a vinda do Espírito
Santo. A Igreja nasceu no dia de Pentecoste. Procure familiarizar-se com a narrativa de Atos 2.1-13. O Pentecoste era
uma das festas mais populares e Jerusalém estava repleta de peregrinos de toda parte. Cinqüenta dias tinham se
passado desde a crucificação. A partir dessa data, o Pentecoste não seria mais uma festa judaica, mas o raiar de um
novo dia, o do nascimento da Igreja de Cristo.

A cena abre-se com os discípulos reunidos, com os corações firmados em Cristo, esperando o cumprimento da sua promessa. O próprio
Espírito Santo desceu naquele dia. Lucas não diz que apareceu um vento, mas o som era um símbolo, assim como as línguas de fogo. O vento
impetuoso representava o poder celestial. As línguas luminosas eram símbolo do fogo, e indicavam o poder para testemunhar. Veja os resultados
desse acontecimento em Atos 2.6,12. O fogo é o símbolo da presença divina; Ele ilumina.

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O ESPÍRITO SANTO NO PENTECOSTE

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O DIA DE PENTECOSTES

O dia de Pentecostes, a festa das semanas (Lv 23.15; Dt 16.9), que caía no qüinquagésimo
dia após a páscoa, encontrou a pequena comunidade reunida. Subitamente eles foram dominados pelo Espírito santo,
que desceu do céu, enquanto sinais audíveis e visíveis acompanharam a efusão do prometido Dom celestial.
• Houve um som, como de um vento impetuoso v.2;
• Apareceram, distribuídas, línguas como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles v.3.

Mais impressionante, porém, foi prorromperem todos em faltas diferentes, ouvindo-se os discípulos a louvar a Deus em línguas e dialetos
diversos do seu aramaico Galileu, mas reconhecíveis pelos visitantes, forasteiros, que falavam alguns deles. A maioria desses visitantes falaria o
dialeto grego comum (Koiné), exceto os das partes orientais (Pátria, Média, Mesopotâmia, Síria) que falariam dialetos aramaicos.
Segundo tradição rabínica, a festa das semanas era o aniversário da outorga da Lei do Sinai, sendo que, quando
isso se deu, a voz de Deus foi ouvida por todas as nações da terra (setenta ao todo, na estimativa rabínica). Contudo,
os gentios não são visados agora, aqui; mesmo que, à semelhança do Códice Sinaítico, omitamos neste verso a palavra

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“judeu”, o termo “piedoso” (gr. eulabes) usa-se no NT somente no caso dos judeus. São visados, aqui, judeus de todas
as terras da Dispersão.

O Espírito Santo:
• Pousou sobre os discípulos ..........At 2.1-3;
• Entrou neles.................................At 2.4;
• Operou por meio deles...................At 2.41-47.

Eles foram cheios do Espírito Santo e assim estavam capacitados para um serviço especial. Não só foram
capacitados para pregar com poder, mas para falar nas diferentes línguas representadas naquele dia em Jerusalém (At
2.2-4). Era o falar em novas línguas um palavreado que ninguém entendia, ou os presentes podiam entender e ser
beneficiados? (At 2.6).

O maravilhoso no Pentecoste não foi “o vento veemente e impetuoso”, “nem as línguas como de fogo”, mas, o fato de os discípulos serem
cheios do Espírito Santo para que pudessem testemunhar aos homens. Se não temos o desejo de falar de Cristo a outros, é evidente que ainda não
conhecemos a plenitude do Espírito Santo.
Não pense que o Espírito Santo veio ao mundo pela primeira vez por ocasião do Pentecoste Por todo o Antigo
Testamento encontramos narrativas que mostram como ele guiava e fortalecia os homens. Agora o Espírito Santo iria
fazer uso de um novo instrumento, a Igreja, nascida naquele mesmo dia.

TODOS FICARAM ATÔNITOS E PERPLEXOS (AT 2.12)

O homem, por natureza, é descrente. Não é uma grande manifestação da graça de Deus quando os homens
realmente crêem nEle e aceitam a sua Palavra?
Alguns zombavam, dizendo: “Estão embriagados” (At 2.13-15). Os homens sempre procuram explicar os milagres
de Deus pelas leis naturais. Mas o racionalismo nunca pode dar uma explicação razoável para aquilo que é divino.
Além disso, eram nove horas da manhã, e nenhum judeu podia tocar em vinho até àquela hora. Veja a defesa de Pedro
contra essa falsa acusação em Atos 2.15-21.

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O SERMÃO DE PEDRO

O tema do primeiro sermão evangélico foi que Jesus é o Messias, como a sua ressurreição demonstra.

Pedro é a figura central nos doze primeiros capítulos de Atos. O verdadeiro poder do Espírito Santo revelou-se quando esse humilde
pescador se levantou para falar e três mil almas foram salvas. Como poderíamos explicar a ousadia de Pedro, que antes fora covarde, ao se
levantar para pregar a uma multidão nas ruas de Jerusalém? Qual era o segredo do ministério de Pedro?
É coisa séria acusar alguém de homicídio, mas foi exatamente o que Pedro fez (At 2.36). Como irá ele sair dessa
situação? Será apedrejado? Os últimos versículos do capítulo 2 de Atos, respondem a essa pergunta (At 2.37-47).
A primeira Igreja de Jerusalém foi organizada com três mil membros no dia de Pentecoste. Que dias gloriosos se
seguiam, de ensino, comunhão, sinais e prodígios, e, sobretudo, salvação! Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor,

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dia a dia, os que iam sendo salvos (At 2.47). Este é o verdadeiro objetivo da Igreja. Estamos vendo isso em nossas
Igrejas hoje?
Tão maravilhoso como o Dom de línguas, era o viver diário da primeira Igreja. Não é de admirar que eles
contassem com a simpatia de todo o povo, e que dia a dia crescesse o número dos salvos.

{
Os primeiros cristãos – Cristãos Metódicos
Na freqüência às reuniões – Atos 2.44
Na contribuição financeira – Atos 2.45
Na missão da Igreja – Atos 2.46,47

O TESTEMUNHO EM JERUSALÉM (ATOS 3.1 A 8.3)

O capítulo 3 inicia-se junto à Porta Formosa do Templo. Pedro havia curado um coxo de nascença, que era
levado diariamente àquele lugar para pedir esmolas. O milagre atraiu a atenção dos líderes judeus e resultou na
primeira oposição à Igreja.

Ao juntar uma multidão ao redor do coxo, curado tão milagrosamente, Pedro aproveitou a oportunidade para pregar o seu segundo
sermão, de que temos registro. Ele não poupou os judeus. Voltou a dizer-lhes que Cristo, a quem haviam crucificado, era o Messias há muito
prometido. As palavras de Pedro e João foram tão poderosas que um total de cinco mil pessoas receberam a Cristo.

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Os líderes revoltaram-se, porque os apóstolos ensinavam ao povo esse Jesus a quem eles haviam crucificado, ressuscitara dos mortos e
iria voltar (At 4.2). Ordenaram-lhes que não pregassem, mas a oposição só fez a Igreja prosperar. A oposição não deve causar admiração, nem
mesmo surpresa a nenhum crente. A obra do Espírito é sempre um prenúncio da obra de satanás. Toda vez que o Espírito vem para abençoar, o
adversário vem para amaldiçoar. Mas o martírio ajuda a Igreja, e sempre que a verdade é pregada com fidelidade, os frutos aparecem (At 4.3,4).
Assim que Pedro e João foram soltos, procuraram seus amigos e contaram as experiências e se uniram em
oração e louvor. A Igreja deve esperar oposição, mas em todas as circunstâncias podemos achar coragem e ajuda em
Deus. “Tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo, e, com intrepidez, anunciavam a
Palavra de Deus” (At 4.31).
Essa espécie de pregação trouxe unidade à Igreja. “Da multidão dos que creram era um o coração e a alma” (At
4.32). “Os apóstolos davam o testemunho da ressurreição do Senhor Jesus” (At 4.33). Levemos essa mensagem. Os
perdidos precisam ouvi-la.
Ninguém era obrigado a desfazer-se dos seus bens. Não se esperava isso deles. Quando alguém trazia o que
tinha, era um ato espontâneo. A comunhão de bens era voluntária, temporária e limitada aos crentes e a Jerusalém.

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A Igreja tornou-se tão desprendidas, que muitos vendiam todos os seus bens e depositavam os valores correspondentes aos pés dos
apóstolos, para serem distribuídos à medida que alguém tivesse necessidade. Contudo, mesmo esse ato de amor e generosidade, estava sujeito a
abuso e engano. A liberdade de Barnabé exemplifica o espírito de amor. Ananias e Safira mostravam o espírito de engano, pelo qual iludiram a si
mesmos e aos apóstolos. Mas o Espírito Santo revelou a verdade da situação. Eles queriam glória sem pagar o preço. Queriam honra sem
honestidade. Foram punidos de morte instantânea por terem declarado que estavam dando tudo a Deus, quando guardaram uma parte para si (At
5.4,5).
Como crentes, professamos dar tudo a Cristo. A condição que Ele estabelece para o discipulado é uma
submissão completa. “Renuncia a tudo quanto tens e segue-me”, é a sua condição (Lc 14.33). Estamos deixando de
entregar alguma coisa a Cristo? Somos hipócritas em nosso testemunho?
O poder do testemunho dos apóstolos residia no fato de suas vidas serem uma confirmação da vida do Cristo
ressuscitado. A atitude do mundo hoje é a de quem quer ver para crer. Aqueles cristãos primitivos mostravam ao
mundo quem eram. Você mostra por sua vida e conduta que é cristão?
Quando se operavam sinais e prodígios, as multidões vinham para ver. Quando o Espírito Santo estava presente,
o povo via o poder de Deus. O mesmo acontece hoje. Quando as Igrejas apresentam Cristo em sua formosura e o
Espírito Santo em seu poder, o povo vem. Cristo atrai todos os homens.
Os milagres em geral produzem conversões. Quando o milagre das línguas apareceu, a multidão afluía (At 2.6).
Quando Pedro e João curaram o homem junto à Porta Formosa, “o povo correu atônito para junto deles no pórtico
chamado de Salomão” (At 3.11). Quando o milagre do julgamento veio sobre Ananias e Safira, “crescia mais e mais a
multidão de crentes, tanto homens como mulheres, agregados ao Senhor” (At 5.14). Assim vemos exemplos em todo o
livro.

Milhares de artigos têm sido escritos sobre como levar os crentes a trabalhar nas Igrejas. Haverá atitude em abundância na Igreja, quando
dermos lugar ao Espírito Santo. Uma Igreja cheia do Espírito Santo é uma Igreja que trabalha.
“Levantando-se, porém, o sumo Sacerdote e todos os que estavam com ele... prenderam os apóstolos e os
recolheram à prisão pública” (At 5.17,18). Vemos novamente que o trabalho maravilhoso dos apóstolos provocou a
oposição do Sinédrio (um tribunal de 70 juízes). Um grupo de pescadores ignorantes levantara-se para ensinar, e as
multidões os ouviam e seguiam. Esta é a razão de o Sinédrio estar perturbado. Apesar de os apóstolos terem sido
açoitados e proibidos de pregar, sentiam-se felizes por terem sido achados dignos de sofrer pelo nome de Jesus. “E
todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo” (At 5.42). Suas
palavras mais ousadas acham-se nesta declaração: “Antes importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29).

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Foi convocada uma reunião da Igreja, e sete membros foram eleitos diáconos. Havia agora dois ofícios na Igreja.
Um era o da pregação e outro da oração.
Os líderes da sinagoga “não puderam resistir à sabedoria e ao espírito com ele falava” (At 6.10). A ira deles
transformou-se em ódio homicida. Estevão tornou-se o primeiro mártir da Igreja cristã. Podemos atribuir à morte de
Estevão, sem dúvida, as primeiras impressões que os seguidores de Cristo causaram em Saulo.

O martírio de Estevão

Preso e interrogado pelo Sinédrio, Supremo Tribunal da nação judaica, presidido naqueles dias pelo Sumo Sacerdote, Estevão expôs o seu
caso sob a forma de uma resenha histórica, como era costume entre os judeus. Os dois principais temas de seu discurso são, primeiro, que a
nação, a partir dos dias de Abraão, nunca se preocupou em fixar-se num lugar da terra; uma tenda móvel, por conseguinte servia mais de
santuário do que um edifício permanente.
E segundo, que a nação, a partir de Moisés, sempre se rebelara contra Deus e se opusera aos Seus mensageiros,
numa série de atos que culminara em eles matarem “o justo”.Dificilmente se podia imaginar houvesse uma linha de
argumentos menos adequados a apaziguar menos adequados a apaziguar aqueles juízes. Após uma ou duas
interrupções de ira, que Estevão enfrentou com verdadeiro gênio profético, foi impedido de terminar seu discurso;
lançaram-no fora do edifício e apedrejaram-no. Se sua morte foi um simples ato de linchamento legal ou um excesso
de jurisdição da parte do Sinédrio, não está bastante claro.
Provavelmente tanto foi uma coisa como outra. Se bem que a ratificação do Procurador fosse tecnicamente
necessária para a execução, ele no mo- mento estava em Cesaréia, sua residência costumeira. Caifás e Pilatos certo
que se entendiam mutuamente, em virtude do que se confiava que este último fechasse os olhos quando isso
convinha.

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TESTEMUNHO DA JUDÉIA E SAMARIA (At 8.4 a 12.25)

Os discípulos tinham sido testemunhas em Jerusalém, mas Jesus dissera que deviam ir à Judéia e à Samaria.
Os guias religiosos julgavam estar fazendo a vontade de Deus ao procurarem acabar com o Cristianismo,
matando os cristãos. Paulo disse: “Na verdade, a mim me parecia que muitas coisas devia eu praticar contra o nome de
Jesus, o Nazareno” (At 26.9).
Sem saber, Paulo realmente começou naquela ocasião sua obra de espalhar o Evangelho. (At 8.3). Ele pensava
estar destruindo o Cristianismo, quando na verdade, o estava divulgando. A perseguição sempre espalhou o
Cristianismo, como o vento espalha o fogo. Isso tem acontecido através dos séculos, desde que Jesus Viveu na terra.
Veja que espécie de Igreja era aquela! “Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a
palavra” (At 8.4). Esta foi a razão do Evangelho espalhar-se no princípio. Qual foi a comissão dada aos discípulos? Ide
pregai o Evangelho... Quantos Jesus treinou para a sua obra? Somente doze, e um deles o abandonou.
Lá estavam eles em Jerusalém, e todo o mundo estava precisando do Evangelho. A perseguição de Saulo, como a
confusão de línguas na torre de Babel, espalhou os cristãos pelo mundo. Não foi a covardia que os levou a fugir,
porque os encontramos em toda parte pregando e Evangelho (At 8.4).

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FELIPE, O EVANGELISTA

Felipe, um dos sete escolhidos para diáconos (At 6.4), era evangelista. Como resultado da perseguição, ele se
estabeleceu em Samaria. Jesus tinha dito: Sereis minhas testemunhas... em Samaria.Felipe anunciava-lhes a Cristo.
Multidões o seguiam em sua campanha de evangelização, mas Deus lhe disse que deixasse o trabalho que estava
fazendo com tanto êxito: “Levanta-te e vai para a banda do Sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza; que
está deserto” (At 8.26). Felipe obedeceu e saiu; no caminho encontrou um etíope. Seria por acaso? Quando estamos
dentro da vontade de Deus, as coisas não acontecem por mero acaso. Nenhum amigo cruza o seu caminho por acaso.
“Nenhuma alegria ou tristeza sobrevêm, senão pela permissão de Deus”.
Esta história levanta a pergunta sobre qual o método que dá mais resultado: pregar a um grande número de
pessoas ou falar de Jesus individualmente? Muitos julgam que o método individual é lento, mas vejam só: O Brasil
tem uma população de cerca de 150 milhões de pessoas. Suponhamos que você seja o único crente neste país. Você
ganha uma alma para Cristo hoje. Amanhã vocês dois ganham uma pessoa para Cristo. No dia seguinte, o mesmo
acontece com os quatro; no dia seguinte os oito ganham mais oito, e assim por diante. Aqui está um fato
impressionante. Se cada um desses crentes e os que eles fossem ganhando, levasse uma pessoa a Cristo por dia,
quanto tempo levaria para alcançar os 150 milhões? Menos de um mês, a contar do primeiro convertido!

O etíope, convertido pelo testemunho de Felipe, sem dúvida levou o Evangelho à África. Nada indica que a África tivesse antes qualquer
conhecimento do Filho de Deus. O Evangelho estava a caminho dos confins da terra.

SAULO

Em grego Paulos, derivado do latim paulus, que quer dizer pequeno.


-Nome do grande apóstolo dos gentios. O nome judaico anterior era Saulo; no hebreu, Shaul, no grego, Saulos; assim
denominado nos Atos dos Apóstolos, mesmo até depois da conversão de Sérgio Paulo, procônsul de Chipre, At 13.9.
Daqui em diante, só tem o nome de Paulo, que ele a si mesmo dá em todas as suas cartas. Não é de estranhar que
alguns pensem que tomou este nome do procônsul Sérgio. Isto, porém, não é de modo algum aceitável, tendo em vista
o modo gentil pelo qual Lucas o apresenta, dando-lhe o nome de Paulo, quando começou a sua obra de apóstolo das

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gentes. É mais provável que, acompanhando o costume de muitos judeus, At 1.23; 12.12; Cl 4.11, e principalmente os
judeus da dispersão, o apóstolo usasse de ambos os nomes.
-Havia nascido em Tarso, cidade principal da Cilícia, At 9.11; 21.39; 22.3, e pertencia à tribo de Benjamim, Fp 3.5.
Não se sabe como é que a sua família foi residir em Tarso.

A primeira menção feita a Saulo, foi por ocasião da morte de Estevão. O martírio deste parece ter influenciado aquele perseguidor da Igreja.
Saulo está em luta com uma consciência despertada. Ele sabia que estava errado, mas não queria ceder. Foi por isso que Jesus lhe disse em sua
visão: “Dura coisa é recalcitrar contra os aguilhões” (At 26.14).
Saulo causou grande mal à Igreja! Quanto mais moral e inteligente a pessoa é, mais dano pode causar quando
dominada por satanás.

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A conversão de Saulo é uma das mais emocionantes da História. Procure conhecê-la bem. Antes ele estava “respirando ainda ameaças e morte
contra os discípulos do Senhor” (At 9.1). Agora nós o vemos “pregando nas sinagogas, a Jesus, afirmando que este é o Filho de Deus” (At
9.20).
Em cada passo das suas três viagens missionárias, Paulo tomou conhecimento da vontade de Cristo com
inconfundível clareza.
Não há dúvida de que Paulo ocupa o lugar mais importante de qualquer homem no Novo Testamento. Ele
converteu-se e foi feito apóstolo pelo próprio Cristo. Foi a ele que Cristo fez revelações diretas da verdade e entregou a
doutrina da Igreja. A quem Paulo foi especialmente enviado? Era o apóstolo aos gentios, como Pedro aos judeus.
O que Pedro tinha feito desde o Pentecoste? Não é só o que a pessoa crê, mas o que ela faz para crê, que
importa. Cristo havia dito a Pedro que ele seria testemunha. Ele ajudou a iniciar a primeira Igreja, realizou milagres e
batizou milhares. Seu trabalho tem sido entre os judeus.
Encontramos Pedro agora na casa de Simão, o curtidor (At 10.5,6). Deus iria mostrar-lhe que o Evangelho era
tanto para judeus como para gentios (At 10.9-16). O muro alto da diferença religiosa entre judeu e gentio precisava ser
derribado. Pedro foi o homem a quem Deus usou para iniciar essa tarefa. Cristo estava construindo uma Igreja e
queria que tanto judeus como gentios fossem as pedras vivas com as quais fosse formada (Ef 2.20).
No Pentecoste, Pedro usara as “chaves do reino” confiadas a ele para abrir a porta do Evangelho aos judeus.
Enquanto Paulo estava em Tarso, Pedro, na casa de Cornélio, fez uso da chave e abriu a porta que impedia os gentios
de entrar (At 10.1-48).

TESTEMUNHO ATÉ OS CONFINS DA TERRA

(ATOS 13 A 28)

A morte de Estevão foi só o grande começo da grande perseguição aos cristãos. Como foi que conseguiram
chegar a Antioquia? (At 11.19-21). Alguém disse que o Cristianismo nos dias primitivos foi “uma história de duas
cidades” [Jerusalém e Antioquia].
Até o capítulo 12 de Atos, vimos o início da Igreja em Jerusalém, tendo Pedro como dirigente. De Atos capítulos
13 a 28, iremos ver Paulo e a Igreja em Antioquia, que passou a ser a nova base de operações. Todas as maravilhosas

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viagens missionárias de Paulo tiveram início ali, e não em Jerusalém. Antioquia tornou-se o novo centro da Igreja para
cumprir a ordem de Jesus.
Os judeus cristãos primitivos não podiam deixar de falar daquilo que mais interessava. O poder de Deus era tão
visível que uma grande multidão se uniu à Igreja (At 11.21).
Nessa Igreja um novo nome foi dado aos discípulos de Cristo. Em Antioquia eles foram chamados de cristãos
pela primeira vez (At 11.26).
É interessante notar que a Igreja tinha perdido contato com Paulo. Não estavam interessados no que havia
acontecido com ele, mas Barnabé foi procurá-lo (At 11.25). Ele tinha mantido contato com Paulo todos esses anos. Se
não fosse Barnabé, Paulo poderia ter permanecido na obscuridade a vida toda. Imaginem o que o mundo teria perdido
se Paulo não tivesse sido descoberto! Há muita gente esperando ser descoberta por alguém, para Deus.

INÍCIO DAS MISSÕES ESTRANGEIRAS

Paulo e Barnabé, os primeiros missionários ao estrangeiro, partiram de Antioquia para o ocidente (At 13.2,3). O
maior empreendimento do mundo são as missões estrangeiras, e aqui temos o início dessa grande obra. A idéia
originou-se exatamente como devia: numa reunião de oração.
Enquanto Paulo e Barnabé pregavam o Evangelho sob perseguição e provações, havia muitos em Jerusalém
levantando o problema que mais perturbou a Igreja: o gentio precisava tornar-se judeu e aceitar as leis e cerimônias do
judaísmo, antes de poder tornar-se cristão (At 15.1). Paulo e Barnabé não haviam dito nada sobre Moisés. Sua
afirmação era: “... crê no Senhor Jesus, e serás salvo...” (At 16.31). A lei não salva ninguém.
A esta altura, Lucas se uniu aos missionários (At 16.10). A primeira pessoa convertida na Europa não foi um
sábio ou uma autoridade influente, mas Lídia, uma vendedora de púrpura.
Em Filipos, encontramos Paulo e Silas na prisão. Por que vemos homens como esses lançados na cadeia? Leia
Atos 16.16-24. O segundo cristão da Europa foi bem diferente da primeira cristã. Lídia converteu-se numa reunião de
oração; mas o carcereiro foi preciso um terremoto para convertê-lo. A pergunta dele é provavelmente uma das mais
importantes do mundo (At 16.30).
As experiências de Paulo nas maiores cidades do seu tempo são repletas de interesse. Ele fundou uma Igreja em
Tessalônica (At 17.4).
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Na famosa Atenas, pregou seu imortal sermão no Areópago. Essa é uma das grandes cenas da História. Que efeito teve ele nos ouvintes? (At
17.32).
Ao pregar naquele dia, Paulo não só estava trazendo uma mensagem maravilhosa aos atenienses, mas falava a
você e a mim. Ele nos diz que Deus está perto. Para alguns Ele parece estar longe, que nem procuram alcança-lo.
Entretanto, Ele ouve nosso mais débil sussurro, quando falamos com Ele.
Paulo deixou Atenas e chegou a Corinto muito desanimado. Não sabemos se conseguiu fundar uma Igreja em
Atenas, mas em Corinto, uma das cidades mais corrompidas do mundo antigo, ele fundou uma Igreja e lá permaneceu
dezoito meses para confirmar os crentes na fé (At 18.11). Foi lá que ele encontrou Áquila e sua esposa, Priscila, que
vieram a tornar-se grandes e leais amigos do apóstolo. Depois de uma ausência de três ou quatro anos, Paulo voltou a
Antioquia, passando por Éfeso. Em Antioquia, deu relatório da sua entrada na Europa.

A TERCEIRA VIAGEM DE PAULO

Paulo gastou três anos numa das maiores cidades do mundo e a mais cosmopolita. Multidões de judeus e gentios da Ásia ouviram a pregação do
Evangelho. Éfeso era famosa por seu luxo, por sua licenciosidade e pelo culto a deusa Diana. Os anos que o apóstolo passou nesta cidade têm
tanta coisa interessante, que é difícil escolher as mais importantes. Convertidos entusiastas queimaram seus livros de artes mágicas e jogaram
fora os ídolos de prata. Houve uma grande fogueira em Éfeso. Parece que podemos ver as chamas ardendo ainda hoje. Eles representavam a
queima do seu modo antigo de viver. Paulo ensina que todo ídolo deve ser derrubado em nosso coração e que só o Senhor deve ocupar o trono.
Há alguma coisa em nossa vida que precisa ser queimada?
Bênçãos como essas não podiam ficar por muito tempo sem oposição. Se lermos o capítulo 19 até o fim, veremos
os resultados do trabalho de Paulo. Os artífices de prata fizeram um alvoroço e os apóstolos foram salvos graças à
intervenção das autoridades locais.
Em suas viagens, Paulo escrevia suas maravilhosas cartas; hoje as lemos com grande proveito e interesse. De
Éfeso ele mandou sua primeira carta aos Coríntios (I Co 16.8). Na Terceira viagem, escreveu II Coríntios, Gálatas e
Romanos.

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A DESPEDIDA DE PAULO

A última viagem missionária de Paulo deve ter sido uma experiência comovedora. Em toda parte era preciso
despedir-se. Ele sabia que a despedida era final. Leia Atos 20.37,38. Choraram e abraçaram afetuosamente,
expressando assim sua tristeza, certos de que não mais o veriam. Imagine essa experiência triste repetida uma dúzia
de vezes. Talvez nenhum outro homem, com exceção de Davi, tenha inspirado amor tão intenso em tantos corações.
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Partindo do porto de Éfeso, Paulo despediu-se dos amigos pela última vez. Seu destino é Jerusalém, e de agora em diante ele é visto como “o
prisioneiro do Senhor”. Visitou Jerusalém pela última vez. Ali, uma dessas turbas, que se formam com rapidez arremeteu-se contra o apóstolo e o
agarrou, acusando-o de ensinar os judeus a desprezarem Moisés. Sem dúvida recordou-se de que, vinte e seis anos antes, ele mesmo, perto
daquela cidade, tomara parte no assassínio de Estêvão. Descobrindo que Paulo era cidadão romano, o comandante prometeu-lhe julgamento
condigno. Paulo fez sua defesa em Cesaréia, perante Félix, o governador romano. Após dois anos de prisão, foi julgado pela segunda vez perante
o governador, Festo, diante do qual apelou para César, o Imperador Romano (At 21.27; 26.32).
Depois de uma viagem emocionante na altura da costa de Malta, Paulo chegou a Roma. Ali ficou preso dois anos
na residência que alugara. Mesmo na prisão, o grande pregador e evangelista levou Cristo aos servidores do palácio de
Nero. Servir ao Mestre pode tornar luminosas as horas mais negras da vida. Quando procuramos aliviar os fardos dos
outros, o nosso se torna mais leve (At 27.1; 28.24).
Durante a prisão, Paulo escreveu muitas das suas epístolas. Filemom, Colossenses, Efésios e Filipenses. Numa
cadeia em Roma, aguardando a sua execução a qualquer momento, ele escreveu a segunda epístola a Timóteo.
Finalmente, de acordo com a tradição, o amado apóstolo foi condenado e decapitado. Sua alma heróica foi
liberta, e o corpo frágil sepultado nas catacumbas. Paulo salvou o Cristianismo dos limites estreitos de uma seita
judaica e o tornou um movimento de alcance mundial. Procurou derrubar as barreiras entre judeus e gentios e entre
escravos e livres.

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AOS ROMANOS

Autor: Paulo.
Tema: A Revelação da Justiça de Deus.
Data: Cerca de 57 d. C.

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Romanos é a Epístola de Paulo mais longa, mais teológica e mais influente. Talvez por essas razões foi colocada em
primeiro lugar entre as do apóstolo. De modo contrário à tradição católica romana, a Igreja de Roma não foi fundada por
Pedro, nem por qualquer outro apóstolo. Ela talvez foi iniciada por convertidos de Paulo provenientes da Macedônia e da Ásia,
bem como pêlos judeus e prosélitos convertidos no dia de Pentecoste (At 2.10). Paulo não tinha Roma como campo específico de
outro apóstolo (Rm 15.20).

Em Romanos, Paulo afirma que muitas vezes planejou ir até Roma para ali pregar o Evangelho, mas que, até então fora
impedido (Rm 1.13-15; 15.22). Reafirma seu desejo de ir até eles (Rm 15.23-32).

Paulo, ao escrever esta epístola, perto do fim da sua terceira viagem missionária (cf. Rm 15.25,26; At 20.2,3; l Co 16.5,6), estava
em Corinto como hóspede na casa de Gaio (Rm 16.23; l Co 1.14). Enquanto escrevia Romanos através do seu auxiliar Tércio
(Rm 16.22), planejava voltar a Jerusalém para o dia de Pentecoste (At 20.16; provavelmente na primavera de 57 ou 58 d.C.) e
entregar pessoalmente uma oferta de socorro das Igrejas gentias aos crentes pobres de Jerusalém (Rm 15.25-b27). Logo a seguir,

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Paulo esperava partir para a Espanha levando-lhe o Evangelho, visitar de passagem a Igreja de Roma e receber a ajuda
dos crentes ali para prosseguir em sua caminhada para o oeste (Rm 15.24,28 ).

PROPÓSITO

Paulo escreveu esta carta afim de preparar o caminho para a obra que ele esperava realizar em Roma e na sua missão
prevista para a Espanha. (1) Seu propósito era duplo. Segundo parece, os romanos tinham ouvidos boatos falsos a respeito da
mensagem e da teologia de Paulo (por exemplo Rm 3.8; 6.1,2.15); daí ele achar necessário registrar por escrito o
Evangelho que já pregava há vinte e cinco anos. (2) Queria corrigir certos problemas da Igreja, causados por atitudes
erradas dos judeus para com os gentios (por exemplo Rm 2.1-29; 3.1,9), e dos gentios para com os judeus (por exemplo Rm
11.11-32).

VISÃO PANORÂMICA

O tema de Romanos está em 1.16,17, a saber: que no Senhor Jesus a justiça de Deus é revelada como a solução à sua justa ira
contra o pecado. A seguir, Paulo expõe as verdades fundamentais do Evangelho. Primeiro, destaca o fato de que o problema do
pecado e a necessidade humana da justificação são universais (Rm 1.18-3.20). Posto que tanto os judeus quanto os gentios
estão sujeitos ao pecado e, portanto, sob a ira de Deus, ninguém pode ser justificado diante dEle à parte do Dom da justiça (Rm
3.24) mediante a fé em Jesus Cristo (Rm 3.21-4.25).
Sendo justificado generosamente pela graça de Deus, e tendo recebido a certeza da salvação (Rm cap. 5), o crente demonstra que
recebeu o dom divino da justificação, ao morrer com Cristo para o pecado (Rm cap. 6); é liberto da luta com a justiça
da lei (Rm cap. 7), e é adotado como filho de Deus, recebendo nova vida segundo o Espírito, o que conduz à glorificação
(Rm 8.18-30). Deus está levando a efeito o seu plano da redenção, a despeito da incredulidade de Israel (Rm 9-11).

Finalmente, Paulo declara que uma vida transformada em Cristo resulta na prática da retidão e do amor em todos os
aspectos da vida social, civil e moral da pessoa (Rm 12-14). Paulo termina Romanos expondo seus planos pessoais (Rm
cap. 15), uma longa lista de saudações pessoais, uma última admoestação e uma doxologia (Rm cap. 16).

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CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

Sete destaques principais caracterizam Romanos. (1) Romanos é a mais sistemática Epístola de Paulo; a Epístola teológica
por excelência do Novo Testamento. (2) Paulo escreve num estilo de pergunta – e - resposta, ou de diálogo (por exemplo, Rm
3.1,4-6,9,31). (3) Paulo usa amplamente o Antigo Testamento como a autoridade bíblica na apresentação da verdadeira
natureza do Evangelho. (4) Paulo apresenta "a justiça de Deus" como a revelação fundamental do Evangelho (Rm 1.16,17);
Deus restaura e ordena a situação do homem em Jesus Cristo e através dELE. (5) Paulo focaliza a natureza dupla do
pecado, bem como a provisão de Deus em Cristo para cada aspecto: (a) o pecado como uma transgressão pessoal (Rm 1.1 — 5.1
1) e o pecado como um princípio ou lei (gr. he hamartia), isto é, a tendência natural e inerente para pecar, existente no
coração de toda pessoa, desde a queda de Adão (Rm 5.12 -8.39). (6) O capítulo 8 é o mais longo da Bíblia sobre a obra do
Espírito Santo na vida do crente. (7) Romanos contém o estudo mais profundo da Bíblia sobre a rejeição de Cristo
pêlos judeus (excetuando-se um remanescente), bem como sobre o plano divino - redentor para todos, alcançando por
fim Israel (Rm 9-11).

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I CORÍNTIOS

Autor: Paulo.

Tema: Problemas da Igreja e suas Soluções.


Data: 55/56 d.C.

CONSIDERAÇÃO PRELIMINARES

Corinto, uma cidade antiga da Grécia, era, em muitos aspectos, a metrópole grega de maior destaque nos tempos de Paulo.
Assim como muitas das cidades prósperas do mundo de hoje, Corinto era intelectualmente arrogante, materialmente próspera
e moralmente corrupta. O pecado, em todas as suas formas grassava nessa cidade de má fama, pela sua licenciosidade.

Juntamente com Prisca e Aquila (l Co 16.19) e com sua


própria equipe apostólica (At 18.5), Paulo fundou a Igreja em Corinto, durante seu mistério de dezoito meses ali, na sua
segunda viagem missionária (At 18.1-7). A Igreja era
composta dalguns judeus, sendo sua maioria constituída de
gentios convertidos do paganismo. Depois da partida de Paulo a Corinto, surgiram vários problemas na jovem Igreja, que
requereram sua autoridade e doutrina apostólica, por cartas e visitas pessoais. A primeira Epístola aos Coríntios foi
escrita durante seu ministério de três anos em Éfeso (At 20.31), na sua terceira viagem missionária (At 18,23 —
21.16). Paulo soube, em Éfeso, dos problemas de Corinto (l Co 1.11); depois, uma delegação da congregação em
Corinto (l Co 16. 17) entregou uma carta a Paulo, em que lhe pediam instruções sobre vários assuntos (l Co 7.1; cf 8.1;
12.1; 16.1).

Paulo escreveu esta Epístola tendo em vista os informes ouvidos e a correspondência recebida daquela Igreja. Propósito
Paulo tinha dois motivos principais ao escrever está epístola: (1) Tratar dos sérios problemas da Igreja de Corinto, de que
fora informado. Eram pecados que os coríntios não levavam muito a sério, mas que Paulo sabia serem graves. (2) Aconselhar

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e doutrinar sobre variados assuntos que os coríntios lhe encaminharam por escrito. Isso incluía assuntos doutrinários e de
conduta e pureza, tanto individual, como da congregação.

VISÃO PANORÂMICA

Esta epístola trata dos problemas que uma Igreja experimenta quando seus membros continuam "carnais" (l Co 3.1-3)
e não se separam de uma vez, dos incrédulos a seu redor (2 Co 6.17). São problemas tipo espírito de divisão (l Co 1.10-
13; 11.17-22), tolerância de pecado tipo incesto (l Co 5.1-13). imoralidade sexual em geral (l Co 6.12-20), açào judicial entre
os cristãos (l Co 6.1-11), ideias humanistas a ^respeito da verdade apostólica (l Co 5) e conflitos a respeito da "'liberdade
cristã" (l Co caps. 8; 10). Paulo também instruiu os coríntios a respeito do celibato e do casamento (l Co 7), o culto
público, inclusive a Ceia do Senhor (l Co 11—14) e a oferta para os santos de Jerusalém (l Co 16.1-4).

Entre os ensinos mais importantes de Paulo em l Coríntios, está os da manifestações e dons do Espírito Santo nos
cultos da Igreja (l Co caps. 12—14). O ensino desses capítulos é o mais rico do Novo Testamento sobre a natureza e o
conteúdo da adoração na Igreja primitiva (l Co 14.26-33). Paulo mostra que o propósito de Deus para a Igreja inclui
uma rica variedade de dons do Espírito através de crentes fiéis (l Co 12.4-10) e de pessoas chamadas para exercer certos
ministério (l Co 12.28-30) - uma diversidade dentro da unidade, comparável às múltiplas funções do corpo humano (l Co
12.12-27). No da operação dos dons espirituais na congregação, Paulo faz uma distinção essencial entre a edificação
individual e coletiva como assembléia (l Co 14.2-6,12,16-19,26), e reitera que todas as manifestações públicas de dons
devem brotar do amor (l Co 13) e existirem para a edificação de todos os crentes (l Co 12.7;14.4-6,26).

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

Cinco características especiais vemos em l Coríntios. (1) De todo o Novo Testamento, é a Epístola que mais trata de
problemas. Ao tratar dos vários problemas e assuntos de Corinto, Paulo apresenta princípios espirituais claros e
permanentes, sendo cada um deles universalmente aplicáveis à Igreja (por exemplo l Co 1.10; 6.17,20; 7.7; 9.24-27; 10.31,32;
14.1-10; 15.22,23). (2) Há um destaque geral sobre a unidade da Igreja local como corpo de Cristo, destaque este, no ensino
sobre divisões, Ceia do Senhor e dons Espirituais. (3) Esta Epístola contém o mais amplo ensino do Novo Testamento em
assuntos de grande importância como o celibato, o casamento e o novo casamento (l Co 7); a Ceia do Senhor (l Co

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10.16-21; 11.17-34); línguas, profecias e dons espirituais durante o culto (l Co 12.14); o amor cristão (l Co 13); e a
ressurreição do corpo (l Co 15). (4) A Epístola é de valor incalculável para o ministério pastoral, no tocante à disciplina
eclesiástica (l Co 5). (5) Salienta a possibilidade indubitáveis de decair dá fé, aqueles que persistem uma conduta ímpia
e que não têm firmeza em Cristo (l Co 6.9,10; 9.24-27; 10.5-12,20,21; 15.1-2).

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II CORÍNTIOS

Autor: Paulo.
Tema: Glória Através do Sofrimento.
Data: 55/56 d.C.

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Paulo escreveu esta Epístola à Igreja de Corinto e aos crentes de toda a Acaia (l Co 1.1), identificando-se duas vezes
pelo nome (l Co 1.1; 10.1). Tendo Paulo fundado a Igreja em Corinto, durante sua segunda viagem missionária,
manteve contato frequente com os coríntios a partir de então, por causa dos problemas daquela Igreja.

A seqüência desses contatos e o contexto em que 2 Coríntios foi escrito são os seguintes: (1) depois de alguns contatos
e correspondência inicial entre Paulo e a Igreja (por exemplo l Co 1.1; 5.9; 7.1), ele escreveu l Coríntios, de Éfeso,
(primavera de 55 ou 56 d.C.). (2) Em seguida, ele fez uma viagem a Corinto, cruzando o mar Egeu, para tratar de
problemas surgidos na Igreja. Essa visita, no período entre l e 2 Coríntios (cf. 2 Co 13.1,2), foi espinhosa para Paulo e para a
congregação (2 Co 2.1,2). (3) Depois dessa visita afonosa, informes chegaram a Paulo em Éfeso de que seus adversários
estavam atacando a sua autoridade apostólica em Corinto, tentando a persuadir uma parte da Igreja a rejeitá-lo. (4)
Respondendo, Paulo escreveu 2 Coríntios, na Macedônia (outono de 55 ou 56 d.C.). (5) Pouco depois, Paulo viajou outra
vez a Corinto (2 Co 13.1). permanecendo ali cerca de três meses (cf. At 20.1-3a). Foi ali que escreveu a Epístola aos
Romanos.

PROPÓSITO

Paulo escreveu esta epístola a três classes de pessoas em Corinto. (1) Primeiro, escreveu para encorajar a maioria da
Igreja que lhe era fiel, como seu pai espiritual. (2) Escreveu para contestar e desmascarar os falsos apóstolos que
continuavam a difamá-lo, para, assim, enfraquecer a sua autoridade e o seu apostolado, e distorcer a sua mensagem. (3)

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Escreveu, também, para repreender a minoria na Igreja influenciada por seus oponentes e que não acatavam a sua
autoridade e correção. Paulo reafirmou sua integridade e sua autoridade apostólica em relação a eles, esclareceu os seus
motivos e os advertiu contra novas rebeliões. 2 Coríntios visou a preparar a Igreja como um todo, para sua visita iminente.

VISÃO PANORÂMICA

2 Coríntios tem três divisões principais. (1) Na primeira (2 Co l—7), Paulo começa dando graças a Deus pela sua consolação
em meio aos sofrimentos em prol do evangelho, elogia os coríntios por disciplinarem um grande transgressor e defende a
sua integridade ao alterar seus planos de viagem. Em 2 Co 3.1—6.10, Paulo apresenta o mais extenso ensino do Novo
Testamento sobre o verdadeiro caráter do ministério. Ressalta a importância da separação do mundo (2 Co 6.11—7.1) e
expressa sua alegria ao saber, através de Tito, do arrependimento de muitos na Igreja de Corinto, que antes desacatavam
a sua autoridade apostólica (2 Co 7). (2) Nos caps. 8 e 9, Paulo exorta os coríntios a demonstrar a mesma generosidade
cristã e sincera dos macedônios, ao contribuírem na campanha por ele dirigida, a favor dos crentes pobres de Jerusalém.
(3) O estilo da epístola muda nos caps. 10—13. Agora, Paulo defende o seu apostolado, discorrendo sobre a sua chamada,
qualificações e sofrimentos como um verdadeiro apóstolo. Com isso, Paulo espera que os coríntios reconheçam os falsos
apóstolos entre eles, o que os poupará de futura disciplina quando ele lá chegar. Paulo termina 2 Coríntios com a única
bênção trinitária no Novo Testamento (2 Co 13.14),

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

Quatro fatos principais caracterizam esta Epístola. (1) É a mais autobiográfica das Epístolas de Paulo. Suas muitas
referências pessoais são feitas com humildade, desculpas e até mesmo constrangimento, mas foi necessário, tendo em vista a
situação em Corinto. (2) Ultrapassa todas as demais Epístolas paulinas no que tange à revelação da intensidade e
profundidade do amor e cuidado de Paulo por seus filhos espirituais. (3) Contém a mais completa teologia do Novo
Testamento sobre o sofrimento do crente (2 Co 1.3-11; 4.7-18; 6.3-10; 11.23-30; 12.1-10), e de igual modo, sobre a
contribuição cristã (2 Co 8—9). (4) Termos-chaves, tais como fraqueza, aflição, lágrimas, perigos, tribulação, sofrimento,
consolação, jactância, verdade, ministério e glória, destacam o conteúdo incomparável desta carta.

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AOS GÁLATAS
Autor: Paulo.
Tema: Salvação Pela Graça Mediante a Fé.
Data: Cerca de 49 d. C.

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Paulo escreveu esta epístola (Gl 1.1; 5.2; 6.11) "às Igrejas da Galácia" (Gl 1.2). As autoridades no assunto declaram que os
gaiatas eram gauleses oriundos do Norte da Galácia e que, mais tarde, parte deles emigrou para o Sul da Europa, de cujo
território a França de hoje faz parte. É muito mais provável que Paulo haja escrito esta epístola às Igrejas do Sul da
província da Galácia (Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra, Derbe), onde ele e Barnabé evangelizaram e estabeleceram Igrejas
durante sua primeira viagem missionária (At 13.14). A data mais provável da carta situa-se logo após o regresso de Paulo à
Igreja que o enviou - Antioquia da Síria, e pouco antes do Concílio de Jerusalém (At 15).

O assunto principal de Gaiatas é o mesmo debatido e resolvido em Jerusalém (c. de 49 d.C.; cf. At 15). Tal assunto implica uma
dupla pergunta: (1) A fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador é o requisito único para a salvação? (2) É necessário obedecer a
certas práticas e leis judaicas do Antigo Testamento para se obter a salvação em Cristo? Talvez Paulo haja escrito Gaiatas antes
da controvérsia da lei, na Assembleia de Jerusalém (At 15), e antes de a Igreja comunicar a sua posição final. Se assim foi,
então Gaiatas é a primeira epístola que Paulo escreveu.

PROPÓSITO

Paulo tomou conhecimento de que certos mestres judaicos estavam inquietando seus novos convertidos na Galácia,
impondo-lhes a circuncisão e o jugo da lei mosaica como requisitos necessários à salvação e ao ingresso na Igreja. Ao
saber disso, Paulo escreveu: (1) para demonstrar cabalmente que as exigências da lei, como a circuncisão do velho concerto,
nada tem a ver com a operação da graça de Deus em Cristo para a salvação sob o novo concerto; e (2) para reafirmar

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claramente que o crente recebe o Espírito Santo e com Ele a nova vida espiritual por meio da fé no Senhor Jesus Cristo e
não por meio da lei do Antigo Testamento.

VISÃO PANORÂMICA

Pelo conteúdo desta carta, conclui-se que os oponentes judaicos de Paulo na Galácia o atacavam pessoalmente a fim de solapar
sua influência nas Igrejas. Sua acusação era de que: (1) Paulo não era um dos apóstolos originais e, portanto, desprovido de
autoridade direta (cf. Gl 1.1,7,12; 2.8,9); (2) sua mensagem diferia do evangelho pregado em Jerusalém (cf. Gl 1.9; 2.2-10); e (3) sua
mensagem da graça resultaria numa vida iníqua (cf. Gl 5. l, 13,16,19,21).
Paulo deu respostas diretas a todas três acusações. (1) Defendeu energicamente a sua própria autoridade de apóstolo de Jesus
Cristo, autoridade esta recebida diretamente de Deus e que foi confirmada por Tiago, Pedro e João (Gl 1.2). (2) Defendeu com
ardor o evangelho da salvação pela graça, mediante a fé em Cristo, à parte das obras da lei (Gl 3.2). (3) Finalmente, Paulo
sustentou com veemência que o verdadeiro evangelho de Cristo abrange a liberdade da escravidão do legalismo judaico tanto
quanto a liberdade do pecado e das obras da carne. A verdadeira liberdade cristã consiste em viver no Espírito e cumprir a lei de
Cristo (Gl 5.6).

Gaiatas contém uma síntese do feitio dos crentes judaicos que se opunham a Paulo na Galácia, em Antioquia e em
Jerusalém (At 15.1,2,5) e na maioria dos lugares onde ele trabalhou.

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

Quatro fatos singulares caracterizam esta epístola. (1) É a defesa mais veemente no Novo Testamento da natureza do
evangelho. Seu tom é enérgico, intenso e urgente, uma vez que Paulo lida com oponentes em erro (por exemplo Gl 1.8,9; 5.12),
enquanto repreende os gaiatas por se deixarem iludir tão facilmente (Gl 1.6; 3.1; 4.19,20). (2) Quanto ao número de referências
autobiográficas, Gaiatas é superada somente por 2 Coríntios. (3) Esta é a única epístola de Paulo em que ele explicitamente
se dirige a várias Igrejas. (4) Contém a descrição do fruto do Espírito (Gl 5.22,23) e a lista mais completa do Novo
Testamento das obras da carne (Gl 5.19-21).

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AOS EFÉSIOS

Autor: Paulo.
Tema: Cristo e Sua Igreja.
Data: Cerca de 62 d.C.

Efésios é um dos picos elevados da revelação bíblica, ocupando lugar único entre as Epístolas de Paulo. Ela não foi
elaborada no árduo trabalho da bigorna da controvérsia doutrinária ou dos problemas pastorais (como muitas outras
epístolas de Paulo). Ao contrário, Efésios transmite a impressão de um rico transbordar de revelação divina. brotando da vida
de oração de Paulo. Ele escreveu a carta quando estava prisioneiro por amor a Cristo (Ef 3. 1; 4. 1; 6.20), provavelmente em
Roma, Efésios tem muita afinidade com Colossenses, e talvez tenha sido escrita logo após esta. As duas cartas podem ter
sido levadas simultaneamente ao seu destino por um cooperador de Paulo chamado Tíquico (Ef 6.21; cf. Cl 4.7).
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É crença geral que Paulo escreveu Efésios também para outras Igrejas da região, e não apenas a Éfeso. Possivelmente ele a
escreveu como carta circular às Igrejas de toda a província da Ásia. Muitos crêem que Efésios é a mesma carta aos
Laodicenses, mencionada por Paulo em Cl 4. 16.

PROPÓSITO

O propósito imediato de Paulo ao escrever Efésios está implícito em 1.15-17. Em oração, ele anseia que seus leitores
cresçam na fé, no amor, na sabedoria e na revelação do Pai da glória. Almeja profundamente que vivam uma vida digna do
Senhor Jesus Cristo (por exemplo Ef 4.1-3; 5.1,2). Paulo, portanto, procura fortalecer-lhes a fé e os alicerces espirituais
ao revelar a plenitude do propósito eterno de Deus na redenção "em Cristo" (Ef 1.3-14; 3.10-12) à Igreja (Ef 1.22,23; 2.11-
22; 3.21; 4.11-16; 5.25-27) e a cada crente (Ef 1.15-21; 2.1-10; 3.16-20; 4.1-3,17-32; 5.1—6.20).

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VISÃO PANORÂMICA

Há dois temas fundamentais no Novo Testamento: (1) como somos redimidos por Deus, e (2) como nós, os redimidos,
devemos viver. Os capítulos l—3 de Efésios tratam principalmente do primeiro desses temas, ao passo que os capítulos
4—6 focalizam o segundo.

(1) Os capítulos l—3 começam por um parágrafo de abertura que é um dos trechos mais profundos da Bíblia (Ef 1.3-14).
Esse grandioso hino sobre redenção tributa louvores ao Pai pela eleição, predestinação e adoção que Ele nos propiciou (Ef
1.3-6), por nossa redenção mediante o sangue do Filho (Ef 1.7-12) e pelo Espírito, como selo e garantia da nossa herança (Ef
1.13,14). Nesses capítulos, Paulo ressalta que na redenção pela graça mediante a fé, Deus nos reconcilia consigo mesmo (Ef
2.1-10) e com outros que estão sendo salvos (Ef 2.11-15), e, em Cristo, nos une em um só corpo, a Igreja (Ef 2.16-22). O
alvo da redenção é "tornar a congregar em Cristo todas as coisas... tanto as que estão nos céus como as que estão na
terra" (Ef 1.10).

(2) Os capítulos 4—6 consistem mais de instruções práticas para a Igreja no tocante aos requisitos que a redenção em
Cristo demanda de nossa vida individual e coletiva. Entre as 35 diretrizes dadas em Éfesios, sobre como os redimidos
devem viver, destacam-se três categorias gerais. (1) Os crentes são chamados a uma nova vida de pureza e separação do
mundo. São chamados a serem "santos e irrepreensíveis diante dele" (Ef 1.4), a crescer "para templo santo no Senhor" (Ef
2.21), a andar "como é digno da vocação com que fostes chamados" (Ef 4.1), a "varão perfeito" (Ef 4.13), a viver "em
verdadeira justiça e santidade" (Ef 4.24), a andar "em amor" (5.2; cf. 3.17-19) e a serem santos "pela palavra" (Ef 5.26), a
fim de que Cristo tenha uma "Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga... santa e irrepreensível" (Ef 5.27). (2) O crente é chamado
a um novo modo de viver nos relacionamentos familiares e vocacionais (Ef 5.22—6.9). Esses relacionamentos devem ser
regidos por princípios de conduta que distingam o crente da sociedade descrente à sua volta. (3) Finalmente, o crente é
chamado a manter-se firme contra as astutas ciladas do diabo e as terríveis "hostes espirituais da maldade, nos lugares
celestiais" (Ef 6.10-20).
CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

Há quatro características que predominam nesta epístola. (1) A revelação da grande verdade teológica dos capítulos l—3 é
interrompida por duas grandiosas orações apostólicas. Na primeira, o apóstolo pede para os crentes sabedoria e revelação

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no conhecimento de Deus (Ef 1.15-23); na segunda, roga que possam conhecer o amor, o poder e a glória de Deus (Ef 3.14-
21). (2) "Em Cristo", uma expressão paulina de peso (106 vezes nas epístolas de Paulo), sobressai grandemente em
Efésios (cerca de 36 vezes). "Toda bênção espiritual" e todo assunto prático da vida relaciona-se com o estar "em Cristo".
(3) Efésios salienta o propósito e alvo eterno de Deus para a Igreja. (4) Há um realce multifacetado do papel do Espírito
Santo na vida cristã (Ef 1.13,14,17; 2.18; 3.5,16,20; 4.3,4,30; 5.18; 6.17,18). (5) Efésios é tida, às vezes, como epístola
gémea de Colossenses, pelo fato de apresentarem definidas semelhanças em seus conteúdos e terem sido escritas quase ao
mesmo tempo (ver o esboço das duas).

AOS FILÍPENSES

Autor: Paulo.
Tema: Alegria de Viver por Cristo.

Data: Cerca de 62/63 d.C.


CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

A cidade de Filipos, na Macedônia oriental, a 16 km do Mar Egeu, foi assim chamada em homenagem a Filipe II da
Macedônia, pai de Alexandre Magno. Nos dias de Paulo, era uma cidade romana privilegiada, tendo uma guarnição militar.

A Igreja de Filipos foi fundada por Paulo e sua equipe de cooperadores (Silas, Timóteo, Lucas) na sua segunda viagem
missionária, em obediência a uma visão que Deus lhe dera em Trôade (At 16.9-40). Um forte elo de amizade desenvolveu-se
entre o apóstolo e a Igreja em Filipos. Várias vezes a Igreja enviou ajuda financeira a Paulo (2 Co 11.9; Fp 4.15,16) e
contribuiu generosamente para a coleta que o apóstolo providenciou para os crentes pobres de Jerusalém (cf. 2 Co 8-9).
Parece que Paulo visitou a Igreja duas vezes na sua terceira viagem missionária (At 20.1,3,6).

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PROPÓSITO

Da prisão (Fp 1.7,13,14), certamente em Roma (At 28.16-31), Paulo escreveu esta carta aos crentes filipenses para agradecer-
lhes pela sua oferta generosa, cujo portador foi Epafrodito (Fp 4.14-19) e para informá-los do seu estado pessoal. Além disso,
escreveu para transmitir à congregação a certeza do triunfo do propósito de Deus na sua prisão (Fp 1.12-30), para assegurar
à Igreja que o mensageiro por ela enviado (Epafrodito) cumprira fielmente a sua tarefa e que não estava voltando antes do
devido tempo (Fp 2.25-30), e para levar os membros da Igreja a se esforçarem para conhecer melhor o Senhor, conservando a
unidade, a humildade, a comunhão e a paz.

VISÃO PANORÂMICA

Diferente de muitas das cartas de Paulo, Filipenses não foi escrita primeiramente devido a problemas ou conflitos na
Igreja. Sua tónica básica é de cordial afeição e apreço pela congregação. Da saudação inicial (Fp 1.1) à bênção final (Fp
4.23), a carta focaliza Cristo Jesus como o propósito da vida e a esperança da vida eterna por parte do crente. Nesta epístola,
Paulo trata de três problemas menores em Filipos: (1) O desânimo dos crentes ali, por causa da prisão prolongada de
Paulo (Fp 1.12-26); (2) pequenas sementes de discórdia entre duas mulheres da Igreja (Fp 4.2; cf. Fp 2.2-4); e (3) a ameaça
de deslealdade sempre presente entre as Igrejas, por causa dos mestres judaizantes e dos crentes de mentalidade terrena
(Fp cap. 3). Em meio a esses três problemas em potencial, temos os ensinos mais ricos de Paulo sobre (1) alegria em
meio a todas as circunstâncias da vida (por exemplo Fp 1.4,12; 2.17,18; 4.4,11-13), (2) a humildade e serviço cristãos (Fp
2.1-16), e (3) o valor incomensurável de conhecer a Cristo (Fp cap. 3).

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

Cinco assuntos principais caracterizam esta epístola. (1) Ela é muito pessoal e afetuosa, refletindo assim o estreito
relacionamento entre Paulo e os crentes filipenses. (2) É altamente cristocêntrica, revelando a estreita comunhão entre
Paulo e Cristo (por exemplo Fp 1.21; 3.7-14). (3) Contém u das declarações cristológicas mais profundas da Bíblia (Fp 2 11). (4)

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É preeminentemente a "Epístola da Alegria" no Ne Testamento. (5) Apresenta um modelo de vida cristã dinâmica e resignada,
inclusive o viver humilde e como servo (Fp 2 8); prosseguir com firmeza para o alvo (Fp 3.13,14); regozija-se sempre no
Senhor (Fp 4.4); libertar-se da ansiedade ( 4.6), contentar-se em todas as circunstâncias (Fp 4.11) e faz todas as coisas
mediante a potente graça de Cristo (Fp 4.13).

AOS COLOSSENSES

Autor: Paulo.
Tema: A Supremacia de Cristo.
Data: Cerca de 62 d.C.

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

A cidade de Colossos estava localizada perto de Laodicéia ( cf. Cl 4.16), no sudeste da Ásia Menor, cerca de 160 quilômetros a
leste de Éfeso. A Igreja colossense, tudo indica, foi funda como resultado do grandioso ministério de Paulo em Éfeso:
durante três anos (At 20.31), cujos efeitos foram tão poderes e de tão grande alcance que "todos os que habitavam na Ásia:
ouviram a Palawa do Senhor Jesus" (At 19.10). Paulo talvez nunca tenha visitado Colossos pessoalmente (Cl 2.1), m
mantivera contatos com a Igreja através de Epafras,um d seus convertidos e cooperadores naquela cidade (Cl 1.7; 4.12
O motivo desta epístola foi o surgimento de ensinos falsos Igreja colossense, ameaçando o seu futuro espiritual (Cl 2.!
Quando Epafras, dirigente da Igreja colossense e seu provável fundador, viajou com o objetivo de visitar Paulo e informar-lhe a
respeito da situação em Colossos (Cl 1.8; 4.12), Paulo então escreveu esta epístola. Nessa ocasião Paulo estava preso (Cl

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4.3,10,18), possivelmente em Roma (At 28.16-31), aguardando comparecer perante César (At 25.11,12). O cooperador de
Paulo, Tíquico, entregou pessoalmente a carta em Colossos, em nome do apóstolo (Cl 4.7).

Não está descrita claramente na carta a heresia surgida em Colossos, uma vez que os leitores originais a conheciam bem.
No entanto, pelas refutações de Paulo ao falso ensino, deduz-se que era uma mistura estranha de ensinos cristãos, tradições
judaicas extra-bíblicas e filosofias pagãs (semelhante ao sincretismo religioso das seitas falsas de hoje). Tal ensino
subvertia e substituía a centralidade de Jesus.

PROPÓSITO

Paulo escreveu esta carta: (1) para combater os falsos ensinos em Colossos, que estavam suplantando a centralidade e
supremacia de Jesus Cristo na criação, na revelação, na redenção e na Igreja; e (2) para ressaltar a verdadeira
natureza da nova vida em Cristo e suas exigências para o crente.
VISÃO PANORÂMICA

Depois de saudar a Igreja e expressar gratidão pela fé, amor e esperança dos crentes colossenses, bem como pelo seu progresso
contínuo, Paulo focaliza dois assuntos principais: a doutrina correia (Cl 1.13 — 2.23) e exortações práticas (Cl 3.1—4.6).
Teologicamente, Paulo enfatiza o verdadeiro caráter e glória do Senhor Jesus Cristo. Ele é a imagem do Deus invisível (Cl
1.15), a plenitude da deidade em forma corpórea (Cl 2.9), o criador de todas as coisas (Cl 1.16,17), o cabeça da Igreja (Cl
1.18) e a fonte toda-suficiente da nossa salvação (Cl 1.14,20-22). Enquanto Cristo é todo-suficiente, a heresia colossense é
totalmente insuficiente — vazia, enganosa e humanista (Cl 2.8); de espiritualidade superficial e arrogante (Cl 2.18) e sem
poder contra os apetites pecaminosos do corpo (Cl 2.23).

Nas suas exortações práticas, Paulo faz um apelo em favor de uma vida alicerçada na suficiência completa de Cristo, como o
único meio de progresso no viver cristão. A realidade da habitação de Cristo neles (Cl 1.27) deve evidenciar-se na
conduta cristã (Cl 3.1-17), no relacionamento doméstico (Cl 3.18 — 4. 1) e na disciplina espiritual (Cl 4.2-6).

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CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS

Três características principais tem esta epístola. (1) Mais do que qualquer outro livro do Novo Testamento, Colossenses
focaliza a dupla verdade da preeminência de Cristo e da perfeição do crente nEle. (2) Afirma com toda intensidade a
plena divindade de Cristo (2.9) e contém um dos trechos mais sublimes do NT a respeito da sua glória (Cl 1.15-23). (3) Às
vezes, Colossenses é tida como uma "epístola gêmea" de Efésios, porque as duas têm certas semelhanças de conteúdo, e
foram escritas provavelmente na mesma época.

I TESSALONICENSES
Autor: Paulo.
Tema: A Volta de Cristo.
Data: Cerca de 51 d.C.

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Tessalônica, situada há pouco menos de 160 km a sudoeste de Filipos, era a capital, cidade principal e porto da província
romana da Macedônia. Entre os 200.000 habitantes da cidade, havia ali uma grande comunidade judaica. Quando Paulo
fundou a Igreja tessalonicense, na sua segunda viagem missionária, seu frutífero ministério ali foi encerrado prematuramente
devido à intensa hostilidade judaica (At 17.1-9).

Forçado a sair de Tessalônica, Paulo foi a Beréia, onde outro ministério breve, porém bem-sucedido, foi interrompido pela
perseguição movida pêlos judeus que o seguiram desde Tessalônica (At 17.10-13). A seguir, viajou para Atenas (At 17.15-
34), onde Timóteo se encontrou com ele; depois, Paulo enviou Timóteo de volta à Tessalônica para verificar a condição da
nova Igreja (l Ts 3.1-5); ao mesmo tempo, Paulo seguiu para Corinto (At 18.1-17). Timóteo, ao completar sua tarefa, viajou

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para Corinto levando a Paulo informações sobre a Igreja tessalonicense (l Ts 3.6-8), o que levou Paulo a escrever esta
carta, talvez três a seis meses após fundada a Igreja.

PROPÓSITO

Por ter sido Paulo forçado pela perseguição a sair de Tessalônica, os novos convertidos receberam apenas um mínimo de
ensino sobre a vida cristã. Ao saber Paulo, por meio de Timóteo, das reais circunstâncias, escreveu esta epístola (1) para
expressar sua alegria pela fé e perseverança dos tessalonicenses em meio à perseguição, (2) para instruí-los na santidade e
na vida piedosa e (3) para elucidar certas doutrinas, especialmente no tocante à situação dos crentes que morrem antes da
volta de Cristo.

VISÃO PANORÂMICA

Depois de saudar a Igreja (l Ts 1.1), Paulo, com alegria, enaltece os tessalonicenses pelo seu zelo e fé perseverantes em
meio à adversidade (l Ts 1.2-10; 2.13-16). Responde às críticas contra ele, relembrando à Igreja a pureza dos seus
motivos (l Ts 2.1-6), a sinceridade da sua afeição e solicitude pelo rebanho (l Ts 2.7,8,17-20; 3.1-10) e a integridade da sua
conduta entre eles (l Ts 2.9-12). Paulo destaca a necessidade e importância da santidade e do poder na vida cristã. O crente
precisa ser santo (l Ts 3.13; 4.1-8; 5.23,24), e o evangelho, acompanhado pelo poder e manifestação do Espírito Santo (l
Ts 1.5). Paulo admoesta os tessalonicenses a não extinguirem o Espírito, ao desprezar as suas manifestações, especialmente a
profecia (l Ts 5.19,20).

Um tema de destaque é a volta de Cristo para livrar seu povo da ira de Deus sobre a terra (l Ts 1.10; 4.13-18; 5.1-11).
Parece que alguns crentes haviam morrido em Tessalônica, motivando preocupação sobre a sua salvação final. Por isso,
Paulo explica o plano de Deus para os santos que já tiverem
partido quando Cristo voltar para buscar a sua Igreja (l Ts 4.13-18), e exorta os vivos sobre a importância de estarem
preparados quando Ele vier (l Ts 5.1-11). Paulo termina a carta com uma oração pela santificação e preservação espiritual
dos tessalonicenses (l Ts 5.23,24).

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CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

São quatro as características principais desta epístola. (1) Ela foi um dos primeiros livros escritos do Novo Testamento. (2)
Contém textos chaves do Novo Testamento sobre a ressurreição dos santos falecidos por ocasião do arrebatamento da Igreja
(l Ts 4.13-18), e a respeito do "Dia do Senhor" (l Ts 5.1-11). (3) Todos os cinco capítulos fazem referência à volta de Cristo e à
relevância deste evento para os salvos (l Ts 1.10; 2.19; 3.13; 4.13-18; 5.1-11,23). (4) Oferece uma visão única (a) do estado
de uma Igreja zelosa, mas imatura, no começo da década de 50 d.C., e (b) das características do ministério de Paulo como
pioneiro do evangelho.

II TESSALONICENSES
Autor: Paulo.
Tema: A Volta de Cristo.
Data: Cerca de 51 ou 52 d.C.

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Ao escrever Paulo esta epístola, a situação na Igreja de Tessalônica era quase a mesma da ocasião em que ele escreveu a
primeira carta. É provável, pois, que esta carta tenha sido escrita apenas poucos meses depois de l Tessalonicenses,
quando Paulo ainda se encontrava trabalhando em Corinto com Silas e Timóteo (2 Ts 1.1; cf. At 18.5). Tudo indica que Paulo,
ao ser informado do acolhimento da sua primeira carta e do progresso dos crentes tessalonicenses, foi movido a escrever
esta segunda carta.

PROPÓSITO

O propósito de Paulo nesta epístola é semelhante ao de l Tessalonicenses: (1) animar seus novos convertidos
perseguidos; (2) exortá-los a dar bom testemunho cristão e a trabalhar cada um pelo seu sustento; e (3) corrigir certos erros
doutrinários sobre eventos dos tempos do fim, ligados ao Dia do Senhor ("Dia de Cristo") (2 Ts 2.2).

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O tom da primeira carta de Paulo aos tessalonicenses é o de uma ama que cria os seus filhos (l Ts 2.7). Na segunda, o tom
é primeiramente o de um pai que disciplina os filhos desobedientes para corrigir seus caminhos (3.7-12; cf. l Ts 2.11).
Elogia-os, porém, pela sua fé perseverante e volta a encorajá-los a permanecer fiéis em todas as perseguições (1.3- 7).

A seção principal da carta trata do Dia do Senhor, no seu aspecto escatológico (2 Ts 2.1-12; cf. 1.7-10). Afigura-se de
2.2 que alguns em Tessalônica afirmavam por "espírito" (suposta revelação profética), por "palavra" (mensagem verbal) ou
"epístola" (supostamente escrita por Paulo), que o tempo da grande tribulação e o Dia do Senhor já haviam começado.
Paulo corrige tal erro, declarando que três eventos notáveis assinalarão e precederão a chegada do Dia do Senhor (2 Ts 2.2):
(1) ocorrerá uma grande apostasia e rebelião (2 Ts 2.3); (2) a restrição determinada por Deus para resistir à injustiça,
será removida (2 Ts 2.6,7); e (3) "o homem do pecado" se revelará (2 Ts 2.3,4,8-11). Paulo repreende aqueles que, na
Igreja, estavam se aproveitando da expectativa da iminente volta de Cristo como desculpa para a ociosidade. Exorta os
crentes a serem diligentes e disciplinados no seu vi ver (2 Ts 3.6-12).

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

Três são as características especiais desta epístola. (1) Ela contém um dos trechos mais completos do Novo Testamento a
respeito da iniqüidade e da impostura desenfreadas, no final dos tempos (2 Ts 2.3-12). (2) O justo juízo de Deus, vinculado à
segunda vinda de Cristo é descrito aqui em termos apocalípticos, como no livro de Apocalipse (2 Ts 1.6-10; 2.8). (3) Emprega
termos descritivos do Anticristo que não se acham noutras partes da Bíblia (2 Ts 2.3,8).

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I TIMÓTEO
Autor: Paulo.
Tema: A Sã Doutrina e a piedade.
Data: Cerca de 65 d.C.

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

l e 2 Timóteo e Tito, comumente chamadas "epístolas pastorais", são cartas escritas por Paulo (l Tm l. l; 2 Tm 1.1; Tt 1.1)
a Timóteo (em Éfeso) e Tito (em Creta) concernente ao cuidado pastoral das Igrejas. Alguns críticos questionam a autoria
destas por Paulo, mas a Igreja primitiva corroborava ao compará-las com as cartas de Paulo, estas diferenças podem
decorrer da avançada idade de Paulo e sua solicitude pessoal com os ministérios de Timóteo e de Tito.

Paulo escreveu l Timóteo, depois dos eventos relatados no fim de Atos. A primeira prisão de Paulo em Roma (At 28)
terminou, segundo parece, com a sua liberação (2 Tm 4.16,17). Posteriormente, segundo Clemente de Roma (cerca de 96 d.C.) e
o Cânon Muratorino (cerca de 190 d.C.), Paulo viajou de Roma, dirigindo-se para o oeste, até a Espanha, e ministrou a
Palavra de Deus ali, como era seu desejo há longo tempo (cf. Rm 15.13,24,28). Conforme relatam as Epístolas Pastorais,
Paulo, a seguir, voltou à região do mar Egeu (especialmente Creta, Macedônia e Grécia) e aí continuou seu ministério.
Durante esse período (cerca de 64,65 d.C.), Paulo comissionou Timóteo como seu representante apostólico para ministrar em
Éfeso, e Tito para fazer o mesmo em Creta. Da Macedônia, Paulo escreveu sua primeira carta a Timóteo, e pouco mais
tarde, escreveu a Tito. Posteriormente, Paulo foi preso de novo em Roma, quando então escreveu uma Segunda carta a
Timóteo pouco antes do seu martírio em 67/68 (ver 2 Tm 4.6-8).

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PROPÓSITO

Paulo teve um tríplice propósito ao escrever l Timóteo: (1) exortar o propósito Timóteo a respeito do seu ministério e da
sua vida pessoal; (2) exortar Timóteo a defender a pureza do Evangelho e seus santos padrões da corrupção causada por
falsos mestres; e (3) dar a Timóteo instruções a respeito de vários assuntos e problemas de Éfeso.

VISÃO PANORÂMICA

Um dos cuidados que Paulo transmite ao seu jovem auxiliai" é que Timóteo lute com denodo pela fé e refute os falsos ensinos
que estavam comprometendo o poder salvífico do Evangelho (l Tm 1.3-7; 4.1-8; 6.3-5,20,21). Paulo também instrui Timóteo
a respeito das qualidades de um obreiro candidato a futuro pastor de Igreja.

Entre outras coisas, Paulo ensina Timóteo sobre o relacionamento pastoral com os vários grupos dentro da Igreja, como as
mulheres em geral (l Tm 2.9-15; 5.2). as viúvas (l Tm 5.3-16), os homens mais idosos e os mais jovens (l Tm 5.1), os
presbíteros (l Tm 5.17-25), os escravos (l Tm 6.1,2), os falsos mestres (l Tm 6.3-6) e os ricos (l Tm 6.7-10,17-19). Paulo
confia a Timóteo cinco tarefas distintas para ele cumprir (l Tm 1.18-20; 3.14-16; 4.11-16; 5.21;6. 20-21). Nessa epístola,
Paulo exprime sua afeição a Timóteo como seu convertido e filho na fé, e estabelece um elevado padrão de piedade para a vida
dele e da Igreja.

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

Quatro características se projetam nesta Epístola. (1) É dirigida diretamente a Timóteo como representante de Paulo na Igreja
de Éfeso, daí a carta pessoal e escrita com profunda emoção e sentimento. (2) Juntamente com 2 Tm, ressalta mais do que
qualquer outra Epístola do Novo Testamento a responsabilidade pastoral de manter o Evangelho puro e livre de falsos
ensinos que enfraqueçam o seu poder salvífico. (3) Enfatiza o valor supremo do Evangelho, a influência demoníaca
corruptora do Evangelho, a santa vocação da Igreja e as altas qualificações que Deus requer para os seus obreiros. (4) Fornece

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a orientação mais específica do Novo Testamento sobre o correio relacionamento do pastor com os grupos da Igreja
segundo a idade e sexo deles.

II TIMÓTEO
Autor: Paulo.
Tema: Perseverança Inabalável na Fé.
Data: Cerca de 67 d.C.

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Esta é a última carta de Paulo. Ela foi escrita quando o imperador Nero procurava impedir a expansão da fé cristã em
Roma, perseguindo severamente os crentes. E Paulo voltara a ser prisioneiro do imperador em Roma (2 Tm 1.16,17). Estava
sofrendo privações como se fosse um criminoso comum (2 Tm 2.9), abandonado pela maioria dos seus amigos (2 Tm 1.15), e
tinha consciência de que o seu ministério chegara ao fim, e que sua morte se aproximava (2 Tm 4.6-8,18).

Paulo escreve a Timóteo como "amado filho" (2 Tm 1.2) e fiel cooperador (cf. Rm 16.21). Sua intimidade com Timóteo e sua
confiança nele percebe-se no fato de o apóstolo mencioná-lo como seu cooperador na escrita de seis epístolas, de Timóteo
haver permanecido consigo durante sua primeira prisão (Fp 1.1; Cl 1.1; Fm 1), e de lhe haver escrito duas cartas pessoais.
Ante sua execução iminente, Paulo pede duas vezes a Timóteo que venha estar novamente com ele em Roma (2 Tm 4.9,21).
Timóteo ainda residia em Éfeso quando Paulo lhe enviou esta segunda epistola (l Tm 1.3; 2 Tm 1.18). Nesta epístola, o
apóstolo envia saudações a Onesíforo que residia em Éfeso (2 Tm 1.16), e igualmente para o casal Áquila e Priscila (2 Tm 4.19).

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PROPÓSITO

Sabendo Paulo que Timóteo era tímido e enfrentava adversidades no ministério, e divisando a sombria perspectiva de forte
perseguição vinda de fora, contra a igreja, e da atividade nociva dos falsos mestres dentro dela, ele exorta Timóteo a
defender o evangelho, a pregar a Palavra, a perseverar na tribulação e a cumprir sua missão.

VISÃO PANORÂMICA

No capítulo l, Paulo assegura a Timóteo o seu incessante amor e orações, e exorta-o a nunca transigir na fidelidade ao
evangelho, a guardar com diligência a verdade e a seguir o seu exemplo. No capítulo 2, Paulo incumbe seu filho espiritual a
preservar a fé, transmitindo suas verdades a homens fiéis que, por sua vez, ensinarão a outros (2 Tm 2.2). Admoesta o jovem
pastor a sofrer as aflições como bom soldado (2 Tm 2.3), a servir a Deus com diligência e a manejar corretamente a
palavra da verdade (2 Tm 2.15), a separar-se daqueles que se desviam da verdade apostólica (2 Tm 2.18-21), a manter-se
puro (2 Tm 2.22) e a trabalhar com paciência como mestre (2 Tm 2.23-26).

No capítulo seguinte, Paulo declara a Timóteo que o mal e a apostasia aumentarão (2 Tm 3.1-9), porém, ele precisa
permanecer sempre, e em tudo, leal às Escrituras (2 Tm 3.10-17). No capítulo final, Paulo incumbe Timóteo de pregar a
Palavra e de cumprir todos os deveres do seu ministério (2 Tm 4.1-5). Termina, informando a Timóteo quanto aos seus
assuntos pessoais, quando ele já encarava a morte, e instando com o jovem pastor a vir logo ao seu encontro (2 Tm 4.6-
21).

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

Há cinco características principais nesta epístola. (1) Contém as últimas palavras escritas por Paulo antes da sua
execução por ordem de Nero, em Roma, uns 35 anos depois da sua conversão a Cristo, na estrada de Damasco. (2)
Contém uma das declarações mais claras, na Bíblia, a respeito da inspiração divina das Escrituras e do seu propósito (2 Tm
3.16,17); Paulo reafirma que as Escrituras devem ser interpretadas com exatidão pêlos ministros da Palawa (2 Tm 2.15) e

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insiste que a Palavra de Deus seja confiada a homens fiéis que, por sua vez, possam ensinar a outros (2 Tm 2.2). (3) Do
começo ao fim da carta aparecem exortações sucintas, por exemplo "despertes o dom de Deus" (2 Tm 1.6), "não te
envergonhes" (2 Tm 1.8), sofre pelo evangelho (2 Tm 1.8), "conserva o modelo das sãs palavras" (2 Tm 1.13), guarda a
verdade (2 Tm 1.14), "fortifica-te na graça" (2 Tm 2.1), passa adiante a mensagem (2 Tm 2.2), sofre as aflições (2 Tm 2.3), sê
diligente na Palavra (2 Tm 2.15), "evita os falatórios profanos" (2 Tm 2.16), "foge dos desejos da mocidade e segue a justiça"
(2 Tm 2.22), acautela-te da apostasia que há de vir (2 Tm 3.1-9), permanece na verdade (2 Tm 3.14), "pregues a palavra" (2
Tm 4.2), "faze a obra de um evangelista" (2 Tm 4.5) e "cumpre o teu ministério" (2 Tm 4.5). (4) Os temas iterativos destas
muitas exortações são: manter firme a fé (em Jesus Cristo e no evangelho apostólico original), guardá-la da distorção e
da corrupção, opor-se aos falsos mestres e pregar o evangelho com perseverança inabalável. (5) O testemunho de
despedida de Paulo é um exemplo comovedor de coragem e esperança diante do martírio sentenciado (2 Tm 4.6-8).

TITO
Autor: Paulo.
Tema: A Sã Doutrina e as Boas Obras.
Data: Cerca de 65/66 d.C.

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Tito, como l e 2 Timóteo, é uma carta pessoal de Paulo a um dos seus auxiliares mais jovens. É chamada de "epístola
pastoral" porque trata de assuntos relacionados com a ordem e o ministério na Igreja. Tito, um gentio convertido (Gl 2.3),
tornou-se íntimo companheiro de Paulo no ministério apostólico. Embora não mencionado nominalmente em Atos (por ser,
talvez, irmão de Lucas), o grande relacionamento entre Tito e o apóstolo Paulo vê-se (1) nas treze referências a Tito nas
epístolas de Paulo, (2) no fato de ele ser um dos convertidos e fruto do ministério de Paulo (Tt 1.4; como Timóteo), e um
cooperador de confiança (2 Co 8.23), (3) pela sua missão de representante de Paulo em pelo menos uma missão
importante a Corinto durante a terceira viagem missionária do apóstolo (2 Co 2.12,13; 7.6-15; 8.6, 16-24), e (4) pelo seu
trabalho como cooperador de Paulo em Creta (Tt 1.5).

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Paulo e Tito trabalharam juntos por um breve período na ilha de Creta (a sudoeste da Ásia Menor, no Mar Mediterrâneo), no
período entre a primeira e a segunda prisão de Paulo em Roma (ver introdução a l Timóteo). Paulo deixou Tito em Creta
cuidando da Igreja ali (Tt 1.5), enquanto ele (Paulo) seguia adiante para a Macedônia (cf. l Tm 1.3). Algum tempo depois,
Paulo escreveu esta carta a Tito, incumbindo-o de completar a tarefa em Creta que os dois haviam começado juntos. É
provável que Paulo tivesse mandado a carta pelas mãos de Zenas e Apoios, que passaram por Creta, em viagem (Tt 3.13).
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Nesta carta, Paulo informa sobre seus planos para enviar Ártemas ou Tíquico para substituir Tito dentro em breve. E
nessa ocasião Tito devia encontrar-se com Paulo em Nicópolis (Grécia), onde o apóstolo planejava passar o inverno (Tt 3.12).
Sabemos que isto aconteceu, já que na ocasião posterior, Paulo designara Tito para a Dalmácia, no litoral oriental do mar
Adriático (na ex-Iugoslávia), em cuja região ficava Nicópolis, na Grécia (Tt 3. 12).

PROPÓSITO

Paulo escreveu primeiramente para instruir Tito na sua tarefa de (1) pôr em ordem o que ele (Paulo) deixara inacabado nas
Igrejas de Creta, inclusive a instituição de presbíteros nessas Igrejas (Tt 1.5); (2) ajudar as Igrejas a crescerem na fé, no
conhecimento da verdade e em santidade (Tt 1.1); (3) silenciar falsos mestres (Tt 1.11); e (4) vir até Paulo, uma vez
substituído por Ártemas ou Tíquico (Tt 3.12).

VISÃO PANORÂMICA

Nesta epístola, Paulo examina quatro assuntos principais. (1) Ensina Tito a respeito do caráter e das qualificações espirituais
necessárias a todos os que são separados para o ministério na Igreja. Os presbíteros devem ser homens piedosos, de caráter
cristão comprovado, e bem sucedidos na direção da sua família (Tt 1.5-9). (2) Paulo manda Tito ensinar a sã doutrina,
repreender e silenciar falsos mestres (Tt 1.10—2.1). No decurso da carta, Paulo apresenta dois breves resumos da sã
doutrina (Tt 2.11-14; 3.4-7). (3) Paulo descreve para Tito (cf. l Tm 5.1—6.2) o devido papel dos anciãos (Tt 2.1, 2), das
mulheres idosas (2.3,4), das mulheres jovens (2.4,5), dos homens jovens (Tt 2.6-8) e dos servos (Tt 2.9,10). (4) Finalmente,

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Paulo enfatiza que as boas obras e uma vida de retidão são o devido fruto da fé genuína (Tt 1.16; 2.7.14; 3.1, 8, 14; cf. Tg
2.14-26).

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

Três características principais temos nesta epístola. (1) Dois breves resumos da verdadeira natureza da salvação em Jesus
Cristo (Tt 2.11-14; 3.4-7). (2) A Igreja e o seu ministério devem estar edificados sobre firmes alicerces espirituais, teológicos
e éticos. (3) Contém uma das duas listas no NT enumerando as qualificações necessárias à direção da Igreja (Tt 1.5-9; cf.
l Tm 3.1-13).

FILEMOM

Autor: Paulo.
Tema: Reconciliação.
Data: Cerca de 62 d.C.

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Paulo escreveu esta "epístola da prisão" (Fm w. l, 9) como uma carta pessoal a um homem chamado Filemom, mais
provavelmente durante sua primeira prisão em Roma (At 28.16-31). Os nomes idênticos mencionados em Filemom (Fm vv. 1,2,
10, 23,24) e em Colossenses (Cl 4.9,10-17), indicam que Filemom morava em Colossos e que as duas cartas foram escritas e
entregues juntas.

Filemom era um senhor de escravos (Fm v. 16) e membro da Igreja de Colossos (compare Fm w. 1,2 com Cl 4.17), talvez um
convertido de Paulo (Fm v. 19). Onésimo era um escravo de Filemom que fugira para Roma; ali, teve contato com Paulo, que o

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levou a Cristo. Desenvolveu-se um forte vínculo de amizade entre os dois (Fm vv 9-13). Agora, Paulo, um tanto apreensivo, envia
Onésimo de volta a Filemom, acompanhado por Tíquico, cooperador de Paulo, levando esta carta (cf. Cl 4.7-9).

PROPÓSITO

Paulo escreveu a Filemom para tratar do problema específico do escravo fugitivo deste, Onésimo. Segundo a lei romana, um
escravo fugitivo era passível da pena de morte. Paulo intercede junto a Filemom em favor de Onésimo e pede-lhe que
graciosamente receba Onésimo de volta, como um irmão crente e como companheiro de Paulo, com o mesmo amor com
que acolheria o próprio Paulo.

VISÃO PANORÂMICA

Eis o apelo de Paulo a Filemom: (1) Roga que Filemom, como irmão na fé cristã (Fm w. 8,9, 20,21), receba Onésimo de
volta, não como escravo, mas como irmão em Cristo (Fm w. 15,16). (2) Num trocadilho (no grego), Paulo chama atenção
para o fato que Onésimo (cujo nome significa "útil") era anteriormente "inútil", mas agora é "útil" tanto a Paulo como a
Filemom (Fm w. 10-12). (3) Paulo queria que Onésimo permanecesse com ele em Roma, mas prefere enviá-lo de volta ao
seu legítimo senhor (Fm w. 13,14). (4) Paulo oferece-se para pagar a dívida de Onésimo e relembra a Filemom que este deve
sua vida ao Apóstolo (Fm w. 17-19). A carta termina com saudações dalguns dos cooperadores de Paulo em Roma (Fm w.
23,24) e com uma bênção (Fm v. 25).

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

Três características principais acham-se nesta epístola. (1) Essa é a mais breve de todas as epístolas de Paulo. (2) Mais do que
qualquer outra parte do Novo Testamento, ela ilustra como Paulo e a Igreja primitiva tratavam do problema da escravidão
no império romano'. Ao invés de atacá-la diretamente ou de instigar rebelião armada, Paulo expôs princípios cristãos que
eliminavam a severidade da escravidão romana e que finalmente levaram à sua abolição total no meio da Cristandade. (3)

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Oferece um vislumbre incomparável da natureza íntima de Paulo, pois este se identificou tanto com um escravo que o chamou
de "meu coração" (Fm v. 12).

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Declaração Doutrinária – Cremos...

A Faculdade de Educação Teológica do Espírito - FAETESP, professa sua Fé Pentecostal alicerçada fundamentalmente no que se segue:

1. Há um só Deus, poderoso, perfeito, santo e eternamente subsistente em três ( 3 ) pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo;
2. As Escrituras Sagradas, compostas do Antigo e Novo Testamentos, são inteiramente inspiradas por Deus, infalíveis na sua composição original e completamente dignas de confiança em quaisquer áreas que
venham a se expressar, sendo também a autoridade final e suprema de fé e conduta;
3. Jesus – o Cristo, nasceu do Espírito Santo e da Virgem Maria, é o verdadeiro Deus e a vida eterna; é o único mediador entre Deus (o Pai) e o homem; somente Ele foi perfeito em natureza, ensino e obediência;
4. Nosso Senhor ressuscitou fisicamente dentre os mortos; ascendeu aos céus, está assentado à direita do Pai e voltará;
5. O Espírito Santo é o regenerador e santificador dos redimidos; o doador dos dons e frutos espirituais; o Consolador permanente e Guia da Igreja;
6. Em Adão a humanidade foi criada à imagem e semelhança de Deus. Através da queda de Adão, a humanidade tornou-se radicalmente corrupta, distanciada de Deus e desintegrada de seu coração. A
necessidade premente do homem é a restauração de sua comunhão com Deus, a qual o homem é incapaz de operar por si mesmo;
7. Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do reino dos céus;
8. No Perdão dos pecados, na Salvação presente e perfeita e na eterna Justificação da alma recebidos gratuitamente pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor;
9. Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Eterno, que
nos capacita a viver como fiéis testemunhas do Poder de Jesus Cristo;
10. No Batismo bíblico, efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou Nosso Senhor;
11. No Batismo bíblico com o Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a Sua vontade;
12. Na atualidade dos Dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação conforme a sua soberana vontade;
13. A tarefa da Igreja é ensinar a todas as nações, fazendo que o Evangelho produza frutos em cada aspecto da vida e do pensamento. A missão suprema da Igreja é a Salvação das almas. Deus transforma a
natureza humana, tornando-se isto então o meio para a redenção da sociedade.
14. Na Segunda vinda pré-milenar de Cristo em duas fases distintas: a primeira – invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da grande tribulação; a segunda – visível e corporal, com sua
Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil (1000) anos;
15. Que todos os cristãos comparecerão ante ao Tribunal de Cristo para receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo, na terra;
16. No comparecimento de todos os ímpios desde Caim ao último infiel, mesmo no Milênio perante o Juízo Final, onde receberão a devida punição final do Todo-Poderoso;
17. Na punição eterna que sofrerá Satanás, seus demônios, a Besta, o falso profeta e todos aqueles que rejeitaram o Filho de Deus durante a sua existência na terra., onde serão enviados ao Lago de Fogo e
enxofre e serão eternamente separados de Deus.
18. E na Vida Eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza para os infiéis.

NISSO CREMOS..

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UMA PALAVRA DO PROFESSOR

Caros irmãos, vivemos numa época em que o normal é anormal, o comum é incomum, o certo é o errado, a santidade é o
pecado, portanto, precisamos nos preparar para esses “dias difíceis” profetizado na Santa Palavra do Eterno; e como fazer isso?
Somente orando? NÃO!!! – Precisamos orar e também buscar o conhecimento de Deus para não cairmos nas astutas ciladas do
inimigo com suas heresias mundanas e diabólicas. PENSE NISSO!

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O CURSO É RECONHECIDO PELO MEC?


No dia 15 de Março de 1999 o Conselho Nacional da Educação aprovou o Parecer CEC 241/99 que abre jurisprudência para o reconhecimento dos cursos em
Teologia.

NOTA:

• È importante salientar que o parecer possui vigor para as instituições teológicas iniciem apenas, os seus processos de regulamentação junto ao MEC. Um detalhe muito
importante é que o Parecer pode ou não se tornar Resolução ou Portaria, mas o fato dele ter sido dado, justifica a abertura do processo ao possível reconhecimento ao
curso teológico;
• Existem alguns problemas que as instituições teológicas ainda enfrentam, o principal deles é a diretriz para o reconhecimento, (carga horária, corpo docente, acervo
bibliotecário, etc), que até o momento não fora divulgado pelo MEC, acredita-se que seja semelhante ao de bacharelado em filosofia nível C;
• O DECRETO-LEI Nº 1051/69 autoriza a validação dos estudos “aos portadores de diploma de cursos realizados em Seminários Maiores, Faculdades Teológicas ou
instituições equivalentes de qualquer confissão religiosa” (Art.1º);
• “Como o ensino militar, o ensino religioso foge as limitações dos sistemas vigentes” (Par. 286/8). Tais cursos são ditos “livres”, não necessitando de prévia autorização
para funcionamento nem de posterior reconhecimento do Conselho de Educação Competente;
• A jurisprudência do Conselho Federal de Educação tem sido no sentido de declarar-lhes a equivalência, de acordo com regras amplas e flexíveis, é o que se depreende da
leitura da Lei 1821/53, do Decreto 34.330/53, dos pareceres do CFE, nº 279-64 (doc.31, p.69) e nº 884/65 (doc.92, p.60) e nº 3174/77 (doc.204, p.17) entre outros;
• O parágrafo único do art. 7º da Lei 5.692/71 coloca o ensino Religioso como disciplina facultativa para os alunos, devendo obrigatoriamente constar dos horários
normais dos estabelecimentos oficiais do ensino de 1º e 2º Graus. Tal Lei está respaldada e enfatizada hoje pelo art. 210, parágrafo 1º da Constituição da República
Federativa do Brasil;
• De acordo com o acima exposto e sendo a FAETESP registrada de acordo com todas as normas do país e pertencendo a uma Confissão religiosa, Igreja Evangélica
Assembléia de Deus, tem o amparo da Lei para o funcionamento, quanto ao RECONHECIMENTO DO MEC, como todas as entidades que ministram teologia ainda está
em andamento. (Processo de Credenciamento).

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